O consumo como simbólico - Estudos do Consumo
O consumo como simbólico - Estudos do Consumo
O consumo como simbólico - Estudos do Consumo
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
porque foi criada/inventada com base no real. D entro <strong>do</strong>s anúncios, tu<strong>do</strong> está perfeito:<br />
pessoas bem resolvidas, contentes, realizadas e eternizadas. Tu<strong>do</strong> é resolvi<strong>do</strong> ali dentro.<br />
S ão desde anúncios com produtos que resolvem problemas de tirar manchas até<br />
soluções para clarear os dentes, rejuvenescer, ficar cheiroso, bonito e atraente.<br />
Anúncios de relógio, <strong>como</strong> exemplifica<strong>do</strong> por R ocha, falam menos <strong>do</strong> tempo histórico e<br />
cronológico <strong>do</strong> que sobre prazeres, alegrias, status, etc. em ter o relógio e usá-lo.<br />
“Q uan<strong>do</strong> vemos um produto funcionar magicamente é porque ele funciona, antes, dentro<br />
<strong>do</strong> anúncio” (R O C H A, 1995a, p. 203).<br />
E é por traduzirem significa<strong>do</strong>s e valores de nossa sociedade cotidiana através da<br />
personificação <strong>do</strong> produto e da marca que o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> anúncio pode ter esse contato<br />
mais próximo com o público, levan<strong>do</strong>-o ao <strong>consumo</strong>.<br />
E toda essa significação <strong>do</strong> anúncio se estende ao <strong>consumo</strong> por ainda abranger seu valor<br />
de uso, sua utilidade, seu senti<strong>do</strong>, etc.<br />
R oupas, automóveis, bebidas, cigarros, comidas, habitações;<br />
enfeites e objetos os mais diversos não são consumi<strong>do</strong>s de forma<br />
neutra. E les trazem um universo de distinções. São<br />
antropomorfiza<strong>do</strong>s para levarem aos seus consumi<strong>do</strong>res as<br />
individualidades e universos <strong>simbólico</strong>s que a eles foram atribuí<strong>do</strong>s<br />
(R O C H A, 1995b, p. 67).<br />
E a partir daí, relações são estabelecidas com aque les ícones, personalidades,<br />
características dadas aos produtos e marcas. S erá e scolhi<strong>do</strong> e consumi<strong>do</strong> aquele<br />
perfume, por exemplo, mais próximo de nossa persona lidade, estilo e característica. “A<br />
personalidade de uma marca é a personificação de um produto: aquilo que um produto<br />
seria se fosse uma pessoa” (R AN D AZZO , 1996, p. 40). S uponho que o perfume deveria<br />
ser: um executivo, bem sucedi<strong>do</strong>, elegante, vai<strong>do</strong>so, cheiroso, suave, de palavras finas e<br />
sorrisos sutis.<br />
E associações são feitas, para humanizar: “da construção, o lar. D o vinho, a cerimônia.<br />
D a roupa, a identidade. D a comida, a refeição” (R O C H A, 1995b, p. 68).<br />
E ssa personificação, humanização <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> publicitário funciona <strong>como</strong> estratégia para<br />
relacionamento, boas escolhas, persuasão e <strong>consumo</strong>.<br />
O utra característica desse mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> anúncio é sua função de persuasão, que não<br />
significa exercer poder, mas estratégia e faz parte da prática de sedução e convencimento<br />
<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> anúncio. N a vida <strong>do</strong> anúncio não há espa ço para o poder, não parece ser<br />
necessário, porque é capaz, exatamente, de convence r. Apesar da presença de verbos<br />
10