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O consumo como simbólico - Estudos do Consumo

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prometida pelas produções <strong>do</strong> <strong>consumo</strong> de massa. E ne sse quesito, a memória serve<br />

<strong>como</strong> uma segura fonte de imagens.<br />

Ainda para este autor, isso faz parte <strong>do</strong> he<strong>do</strong>nismo moderno, de desejar algo de que<br />

nunca se teve experiência. É o anseio, que ocorre sem a presença <strong>do</strong> objeto real, o qual é<br />

“enfeitiça<strong>do</strong>” e depois identifica<strong>do</strong> com alguma coisa <strong>do</strong>s nossos sonhos. O <strong>consumo</strong> ou<br />

desejo de consumir o perfume, por exemplo, funcionan<strong>do</strong> <strong>como</strong> o meio mágico em que o<br />

sonho se faz realidade; um <strong>consumo</strong>, também, de expe riência.<br />

O <strong>consumo</strong> de experiência serve de apoio à elaboraçã o <strong>do</strong>s devaneios, anseios, desejos,<br />

etc.; por exemplo, olhar vitrinas é um bom exercício de se entregar às compras, sem<br />

necessariamente consumir, uma representação de expe riência mental e, por sinal, muito<br />

prazerosa aos indivíduos em sociedade.<br />

Q uan<strong>do</strong> os motivos de compra passam a ser por esnobismo, status, qualidade, poder,<br />

compra-se outra coisa, “a experiência de C hanel”. E essa é a grande novidade <strong>do</strong><br />

<strong>consumo</strong> atual, muito liga<strong>do</strong> ao mun<strong>do</strong> perfeito <strong>do</strong> anúncio e <strong>do</strong> <strong>consumo</strong> <strong>simbólico</strong>.<br />

D ignifica-se, coloca-se no altar, deseja-se o que sai da rotina, é o sagra<strong>do</strong>, é o mágico, a<br />

experiência única. “As marcas de luxo remetem a benefícios <strong>simbólico</strong>s e, cada vez mais,<br />

a benefícios ditos ‘experienciais’, isto é, que implicam, no cliente, uma busca de<br />

experiências e de emoções fortes excepcionais” (LIP O V ETSKY e R O U X, 2005, p. 136).<br />

E a publicidade colabora com isso. “A publicidade ritualiza situações comuns” (R O C H A,<br />

1995b, p. 147), complementa os acontecimentos, inve ste com novos significa<strong>do</strong>s, eleva a<br />

outra situação de <strong>consumo</strong> de experiência. São detalhes desde a decoração, o bem-estar,<br />

a música ambiente, a iluminação, quan<strong>do</strong> bolsas e pe rfumes, por exemplo, são<br />

apresenta<strong>do</strong>s e “traja<strong>do</strong>s” <strong>como</strong> peças de arte. A ide ia contemplativa e de experiência<br />

proporcionada pelo <strong>consumo</strong>, fazem com que se olhe para o perfume <strong>como</strong> se se olhasse<br />

para uma obra de arte, para o frasco <strong>do</strong> único perfume restante, <strong>como</strong> um cristal antigo e<br />

relíquia.<br />

5 - Bens de luxo<br />

N esse mun<strong>do</strong> de experiência <strong>como</strong> <strong>consumo</strong> é onde se incluem os bens de luxo, pois são<br />

o tipo de produto que se compra mais pelo que pode oferecer de experiência mágica,<br />

sofisticação e privilégios <strong>do</strong> que por suas características funcionais e necessidades<br />

objetivas. U m piano, por exemplo, é essencial para o pianista e luxo para quem não o é.<br />

O luxo se modifica ao longo <strong>do</strong>s tempos, segun<strong>do</strong> Lipovetsky e R oux.<br />

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