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O consumo como simbólico - Estudos do Consumo

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vitrinas, de onde se tiram <strong>consumo</strong>s de valores mais <strong>do</strong> que de objetos. E dessa forma, o<br />

<strong>consumo</strong> também passou a ser visto e encara<strong>do</strong> para refrear uma inquietação, para<br />

alegrar, divertir, etc. P or intermédio de objetos e das marcas, consumimos dinamismo,<br />

elegância, poder, renovação de hábitos, virilidade, feminilidade, idade, refinamento,<br />

segurança, naturalidade e tantos outros conceitos. As necessidades passam a dizer<br />

respeito mais aos valores <strong>do</strong> que aos objetos.<br />

P retende-se, neste trabalho, fazer um percurso pelo <strong>consumo</strong> até se chegar ao que<br />

percebemos hoje <strong>como</strong> <strong>consumo</strong> <strong>simbólico</strong>, enfatizan<strong>do</strong> uma relação exterior com os<br />

objetos, mediada por sensações, intuições e emoções e pelo desejo de status, felicidade<br />

e aparência.<br />

1 - Da natureza e cultura à produção e <strong>consumo</strong><br />

T en<strong>do</strong> a cultura <strong>como</strong> um sistema de significação, o conceito de natureza pode ser<br />

variá vel de sociedade para sociedade, segun<strong>do</strong> E vera r<strong>do</strong> R ocha (1995b), <strong>como</strong> forma de<br />

distinção entre o homem e o não-humano (p. 105). O que nos determina não é a natureza<br />

/ essência, mas a relação, as escolhas de bens e estilos, considera<strong>do</strong>s, estes, <strong>como</strong> parte<br />

visível da cultura.<br />

D iferente <strong>do</strong> que acontece hoje, o olhar para a natureza era contemplativo, sem a<br />

intenção de muito modificar, compara<strong>do</strong> com o tempo da revolução industrial.<br />

E sse olhar para o mun<strong>do</strong> natural se altera, através de uma mudança cultural. P assa a<br />

interessar a transformação da natureza em riqueza, sen<strong>do</strong> controlada e <strong>do</strong>minada. “N ossa<br />

sociedade industrial é uma ‘formidável máquina de produção’” (R O C H A, 1995a, p. 125).<br />

T u<strong>do</strong> deve ser produtivo e intensamente aproveita<strong>do</strong>, raças, sociedades, indivíduos,<br />

natureza.<br />

A produção, também se traduz naquilo que é considera<strong>do</strong> <strong>como</strong> não-humano e<br />

indiferencia<strong>do</strong>. E ntão, nos dias atuais a produção seria o equivalente a natureza. O que<br />

importava era só a produção intensa (de excedentes).<br />

A partir <strong>do</strong> capitalismo, que proporcionou uma grande transformação na economia, com<br />

sua consequente desarticulação e reorientação da vida social (R O C H A, 1995a, p. 116), o<br />

<strong>do</strong>mínio econômico chega a ter autonomia em relação à sociedade. P ara depois driblar e<br />

envolver, mascaran<strong>do</strong>, através de símbolos.<br />

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