Guia - Facom - Universidade Federal da Bahia

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Coletivo e coletividade em
uma rede chamada Bahia
BoomBahia / Mariana Neri
“ORGANIZAR UM
FESTIVAL NÃO É
TAREFA FÁCIL, ENVOLVE
DESDE A QUESTÃO
MUSICAL ATÉ A
QUESTÃO POLÍTICA
DE ARTICULAÇÃO DE
PARCERIAS, EDITAIS
E, PRINCIPALMENTE,
UM NÚCLEO BEM
ORGANIZADO DE
PRODUÇÃO”
O cenário musical independente de
Salvador, capital da Bahia, vive um
momento muito favorável; iniciativas
alternativas vem se consolidando à
medida em que o governo do estado
começa a dar mais incentivos e
possibilidades de diálogo ao setor.
Hoje temos Fórum de Música, Mercado
e Tecnologia, encontro anual no qual
as redes de trabalho voltadas para a
criação, produção e difusão musical
no mercado nacional e internacional
Guia de Produção do Rock
Salvador, 2010
por Cássia Cardoso
são colocadas em pauta em Salvador, e
onde foram dados passos importantes
na construção da Rede Música Bahia,
criada no intuito de sincronizar ações
de diversos agentes produtivos
da música no estado, tais como
músicos, produtores, selos, festivais,
comunicadores e casas de shows. Foi
durante este mesmo fórum que o
coletivo Quina Cultural foi convidado
a se integrar ao Circuito Fora do Eixo,
uma rede de trabalhos concebida
por produtores culturais das regiões
centro-oeste, norte e sul no final de
2005 e hoje já está ampliado para
todas as regiões do país.
O coletivo Quina Cultural surgiu da
necessidade de três experientes
produtores – Cássia Cardoso, Rogério
Brito e Theo Filho – de fomentar a
cultura para fortalecer o cenário da
música independente local, através
da realização de projetos diversos,
tais como os festivais, que promovam
intercâmbio entre Salvador, cidades do
interior e diversos estados do Brasil.
A ideia de juntar pessoas com
afinidades para produzir algo em
comum vem sendo praticada por
diversos grupos em todo o país. Essa
forma de trabalhar, além de estimular
todos os elos da cadeia produtiva,
ainda amplia a possibilidade de
trabalhos, pois somam-se experiências
individuais de seus participantes
que incorporam a proposta do
coletivo, e ali empreendem suas
experiências e ideias em prol de um
objetivo comum. Juntar o que já se
tinha individualmente, e colocar em
prática de forma coletiva, fortaleceu
a proposta dos três produtores que
durante anos se dedicaram à música
independente, principalmente,
ao Rock’n Roll. O coletivo hoje é
responsável por três importantes
festivais, o BigBands, o Vanguarda
e o mais tradicional de todos, o
BoomBahia.
Organizar um festival não é tarefa fácil,
envolve desde a questão musical até
a questão política de articulação de
parcerias, editais e, principalmente, um
núcleo bem organizado de produção.
É essa batalha interna que o coletivo
Quina Cultural está cada vez mais
empenhado na sua organização, com
a criação de núcleos dedicados a
trabalhos de mídias livres, distribuição,
circulação e agência, sustentabilidade
e sonorização.
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