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Os demônios - Revista Cristã de Espiritismo

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Matéria <strong>de</strong> capa<br />

EXORCISMO<br />

Na concepção <strong>de</strong> algumas religiões, a atuação dos<br />

“<strong><strong>de</strong>mônios</strong>”, assim como a prática do exorcismo<br />

para expulsá-los da vida dos fiéis tem acompanhado<br />

a história da humanida<strong>de</strong>. Paralelamente,<br />

criou-se uma gran<strong>de</strong> polêmica em torno do assunto<br />

que divi<strong>de</strong> opiniões e crenças. O tema ultrapassou as<br />

barreiras da Igreja e invadiu o mercado literário, as<br />

produções cinematográficas e programas <strong>de</strong> TV. As<br />

evidências mostram que a existência e atuação dos<br />

espíritos (que recebem diversas nomenclaturas, <strong>de</strong><br />

acordo com cada credo) sempre exerceram fascinação<br />

sobre as pessoas.<br />

A palavra exorcismo significa oração e cerimônia<br />

religiosa com que se esconjura o <strong>de</strong>mônio, os espíritos<br />

maus etc.<br />

Nas culturas egípcia, babilônica e judaica, um<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> doenças e calamida<strong>de</strong>s eram atribuídas<br />

à ação dos <strong><strong>de</strong>mônios</strong>, sendo que o exorcismo<br />

era adotado como um dos meios <strong>de</strong> afastá-los.<br />

Com o reconhecimento oficial do cristianismo pelo<br />

imperador Constantino, os exorcismos, realizados informalmente<br />

por qualquer cristão, foram institucionalizados.<br />

Segundo a Igreja Católica Apostólica Romana,<br />

os métodos para afastar o “diabo” do possesso<br />

teriam sido ensinados por Jesus Cristo aos seus<br />

discípulos. <strong>Os</strong> métodos adotados são vários, tais como<br />

a utilização da água benta, imposição das mãos, conjurações,<br />

sinais da cruz, orações, salmos, cânticos,<br />

entre outros.<br />

A Ida<strong>de</strong> Média é conhecida como um período <strong>de</strong><br />

medo e perseguições a todos aqueles que contradiziam<br />

os princípios da Igreja. <strong>Os</strong> chamados feiticeiros<br />

e bruxos foram punidos e queimados nos Tribunais da<br />

Inquisição e qualquer traço que fosse consi<strong>de</strong>rado<br />

como paganismo era combatido rigorosamente, a fim<br />

<strong>de</strong> manter a todo custo o monopólio da cultura que<br />

lhe era i<strong>de</strong>al e que não violasse seu po<strong>de</strong>r político e<br />

religioso. Aplicava-se, além dos métodos tradicionais<br />

<strong>de</strong> exorcismo, chicotadas e até a pena <strong>de</strong> morte na<br />

6<br />

COMO O ESPIRITISMO EXPLICA ESTE RITUAL QUE É PRATICADO<br />

DESDE A ANTIGÜIDADE ATÉ OS DIAS DE HOJE<br />

Por Érika Silveira<br />

fogueira. O caso mais famoso é o da médium Joana<br />

D’Arc, consi<strong>de</strong>rada bruxa.<br />

Embora a Igreja Católica sempre tenha afirmado<br />

a existência das possessões, para os mais ortodoxos,<br />

os exorcismos ordinários ainda são práticas raríssimas<br />

e só permitidas mediante permissão episcopal a sacerdotes<br />

muito experientes, pois acreditam que Jesus<br />

tenha confiado autorida<strong>de</strong> espiritual à Igreja para<br />

libertar as pessoas do domínio das forças malignas.<br />

Somente na ausência <strong>de</strong> um sacerdote é que uma<br />

pessoa leiga po<strong>de</strong>ria realizar o exorcismo, claro que<br />

com a permissão do clero. Para tanto, crêem ser fundamental,<br />

antes <strong>de</strong> dar início ao ritual, certificar-se<br />

<strong>de</strong> que se trata mesmo da presença do <strong>de</strong>mônio e não<br />

<strong>de</strong> uma doença, principalmente psíquica, cujo cuidado<br />

pertence à ciência médica.<br />

Por outro lado, com o passar dos séculos, surgiram<br />

correntes mais liberais, como é o caso do movimento<br />

carismático, que permite o exorcismo como uma<br />

prática mais constante.<br />

<strong>Os</strong> <strong><strong>de</strong>mônios</strong><br />

Na visão católica, os <strong><strong>de</strong>mônios</strong> representam anjos<br />

caídos por causa do pecado, providos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> inteligência<br />

e po<strong>de</strong>r, que utilizam a astúcia para <strong>de</strong>sviar<br />

a humanida<strong>de</strong> do caminho <strong>de</strong> Deus.<br />

A tentação e a expulsão <strong>de</strong> Adão do paraíso, narrada<br />

pelo Antigo Testamento, reconhece a atuação do<br />

<strong>de</strong>mônio na figura sagaz da serpente. Mas é no Novo<br />

Testamento que se encontram as referências aos chamados<br />

exorcismos, praticados por Jesus e seus discípulos.<br />

As citações referem-se à expulsão maléfica do<br />

corpo <strong>de</strong> possessos, e da cura <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>s atribuídas<br />

à ação do <strong>de</strong>mônio. <strong>Os</strong> exorcismos, realizados<br />

pelos evangelistas, aparecem como forma ilustrativa<br />

da vitória <strong>de</strong> Jesus sobre Satanás, ou seja, do bem<br />

contra o mal. Na verda<strong>de</strong>, a Igreja distorceu a idéia<br />

do <strong>de</strong>mônio, cuja origem vem do termo grego


daimon, que significa espírito, gênio. Ou seja, não<br />

tem nenhuma relação com um ser maligno.<br />

Na Era Mo<strong>de</strong>rna<br />

O racionalismo do século XVIII conseguiu explicar<br />

muitos mistérios supostamente sobrenaturais, o que<br />

se intensificou com a utilização do hipnotismo e da<br />

psicologia no século XIX. Felizmente, a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

expressão evoluiu junto com a humanida<strong>de</strong>. Diversas<br />

correntes <strong>de</strong> pensamentos e religiões pu<strong>de</strong>ram manifestar-se<br />

com mais liberda<strong>de</strong>.<br />

No novo século, tanto a Igreja Católica, quanto<br />

algumas <strong>de</strong>nominações protestantes admitem exorcismos<br />

ordinários. Um dos padres exorcistas mais<br />

famosos da atualida<strong>de</strong> é Gabriele Amorth, com três<br />

livros publicados sobre o assunto, entre eles Um Exorcista<br />

conta-nos, escrito em 1990 e traduzido para 94<br />

idiomas. O padre é consi<strong>de</strong>rado uma gran<strong>de</strong> autorida<strong>de</strong><br />

em exorcismo. Ele diz que os exorcistas fazem<br />

parte da história da humanida<strong>de</strong> e que a influência<br />

diabólica aparece em todas as religiões. Em entrevista<br />

à revista Catolicismo, em agosto <strong>de</strong> 2000, o padre<br />

relata que as pessoas po<strong>de</strong>m libertar-se da possessão<br />

com o exorcismo, que é uma oração oficial da Igreja,<br />

mas reservada aos exorcistas, que são pouquíssimos.<br />

Outra maneira, que é permitida a todos, são as<br />

orações <strong>de</strong> libertação.<br />

Além da visão católica sobre o exorcismo, existe<br />

a ciência, como é o caso da parapsicologia, que visa<br />

discernir os fenômenos naturais e paranaturais dos <strong>de</strong><br />

origem espiritual.<br />

Nos EUA e na Europa tem crescido o interesse da população<br />

pelo ocultismo ou pelas ciências sobrenaturais.<br />

O gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> livros publicados, artigos, cursos<br />

e palestras provam que não só o exorcismo, mas a reencarnação,<br />

a vida após a morte e temas ligados à espiritualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>spertam, cada vez mais, a atenção <strong>de</strong><br />

um número maior <strong>de</strong> pessoas em todo o mundo.<br />

Cinema e TV<br />

O exorcismo também virou tema <strong>de</strong> programas <strong>de</strong><br />

TV. Em horário nobre e em re<strong>de</strong> nacional são exibidas<br />

cenas <strong>de</strong> fiéis “possuídos” e que são submetidos<br />

a rituais <strong>de</strong> exorcismo. Se são casos verídicos ou<br />

momentos <strong>de</strong> encenação <strong>de</strong> pseudo-atores cabe a<br />

cada um usar seu bom senso e perceber a verda<strong>de</strong>.<br />

Não somente na TV, mas também nas telas do cinema,<br />

o exorcismo tem sido ao longo do tempo tema<br />

<strong>de</strong> vários filmes <strong>de</strong> terror e suspense produzidos em<br />

Hollywood. O filme O Exorcista foi baseado no livro<br />

<strong>de</strong> William Peter Blatty, <strong>de</strong> 1971. Segundo o autor, o<br />

livro foi baseado em um caso real <strong>de</strong> exorcismo, ocorrido<br />

nos EUA em 1949. Em breve será lançado o quarto<br />

episódio da série, que tem por título Exorcista: O<br />

Começo. Na verda<strong>de</strong>, a problemática da obsessão tem<br />

sido relatada na mídia <strong>de</strong> forma aterrorizante e<br />

7


Matéria <strong>de</strong> capa<br />

macabra, o que, ao invés <strong>de</strong> levar esclarecimento, causa<br />

mais distorção da realida<strong>de</strong>.<br />

A visão espírita<br />

Segundo o espiritismo, a possessão não é um fenômeno<br />

sobrenatural, <strong>de</strong>vido à atuação do <strong>de</strong>mônio, mas<br />

sim, um processo que obe<strong>de</strong>ce a uma lei natural: a<br />

da sintonia mediúnica. A comunicação entre encarnados<br />

e <strong>de</strong>sencarnados se manifesta por intermédio<br />

da mediunida<strong>de</strong>, muitas vezes mal conduzida. A atuação<br />

do “<strong>de</strong>mônio”, é compreendida na doutrina espírita<br />

como a influência <strong>de</strong> espíritos perversos ou simplesmente<br />

<strong>de</strong>sequilibrados sobre os encarnados. E<br />

mediante a lei da sintonia, isso significa que as pessoas<br />

atraem os afins. Essa influência po<strong>de</strong> se tornar<br />

tão gran<strong>de</strong> a ponto <strong>de</strong> gerar um processo obsessivo.<br />

Sabe-se, também, que a obsessão po<strong>de</strong> se apresentar<br />

em diversos graus, ou seja, <strong>de</strong> uma obsessão simples<br />

a uma fascinação ou uma subjugação, que po<strong>de</strong><br />

acarretar conseqüências muito mais graves se não tratada<br />

a<strong>de</strong>quadamente. O capítulo XXIII <strong>de</strong> O Livro dos<br />

Médiuns, <strong>de</strong> Allan Kar<strong>de</strong>c, traz explicações <strong>de</strong>talhadas<br />

e completas sobre os gêneros <strong>de</strong> obsessão e como<br />

i<strong>de</strong>ntificá-las.<br />

O capítulo XXVIII, <strong>de</strong> O Evangelho Segundo o <strong>Espiritismo</strong>,<br />

diz: “A obsessão é a ação persistente que<br />

um mau Espírito exerce sobre um indivíduo. Apresenta<br />

caracteres muito diferentes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a simples influência<br />

moral, sem sinais exteriores sensíveis, até<br />

a perturbação completa do organismo e das faculda<strong>de</strong>s<br />

mentais”.<br />

<strong>Os</strong> espíritos recomendam a prece, feita com sincerida<strong>de</strong>,<br />

como o mais po<strong>de</strong>roso antídoto contra os<br />

8<br />

Nas tribos, o<br />

pagé, que <strong>de</strong>tém<br />

o conhecimento<br />

espiritual das<br />

tradições<br />

ancestrais, realiza<br />

rituais para<br />

afastar os maus<br />

espíritos.<br />

É uma espécie<br />

<strong>de</strong> exorcismo<br />

espíritos obsessores e, é claro, a reforma íntima.<br />

Transformando seus sentimentos e pensamentos, o<br />

obsediado <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> ser perturbado por espíritos<br />

obsessores. Muitas vezes, para assegurar a libertação<br />

verda<strong>de</strong>ira, é preciso fazer brotar no espírito obsessor<br />

o arrependimento e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> mudança. Este é<br />

o objetivo maior das sessões <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobsessão praticadas<br />

nos centros espíritas e umbandistas.<br />

Diz a questão 477 <strong>de</strong> O Livro dos Espíritos: “As fórmulas<br />

<strong>de</strong> exorcismo não têm qualquer eficácia sobre<br />

os maus Espíritos?” “Não. Estes últimos riem e se obstinam,<br />

quando vêem alguém tomar isso a sério”.<br />

Torna-se claro, por meio <strong>de</strong>sses esclarecimentos<br />

contidos nas obras da codificação, <strong>de</strong> que nada adiantam<br />

os rituais <strong>de</strong> exorcismos se forem praticados<br />

<strong>de</strong> forma mecânica, sem fé e vonta<strong>de</strong> sincera <strong>de</strong> libertação<br />

interior dos que procuram ajuda para os<br />

males do espírito.<br />

Um caso <strong>de</strong> exorcismo<br />

Por Hernani Guimarães Andra<strong>de</strong><br />

Boletim Médico-Espírita da AME-Brasil<br />

Em agosto <strong>de</strong> 1973, foi comunicado ao Instituto Brasileiro<br />

<strong>de</strong> Pesquisas Psicobiofísicas – IBPP – um caso<br />

singular <strong>de</strong> poltergeist. O comunicante foi um sacerdote<br />

da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em<br />

São Paulo. Conhecemos este sacerdote há muitos<br />

anos. Trata-se <strong>de</strong> pessoa culta, inteligente e idônea.<br />

Entre suas ativida<strong>de</strong>s, ele pratica o exorcismo, para<br />

o que possui excepcional dom inato, tendo dado inúmeras<br />

provas <strong>de</strong> suas faculda<strong>de</strong>s. O relato a nós fornecido<br />

é o seguinte.<br />

Certa noite, o referido sacerdote foi acordado pelo<br />

administrador da Irmanda<strong>de</strong>. Este fora <strong>de</strong>spertado<br />

por insistentes batidas na porta da igreja. Ao <strong>de</strong>scer<br />

para aten<strong>de</strong>r a pessoa que o procurava, o sacerdote<br />

<strong>de</strong>parou-se com um cidadão transtornado, <strong>de</strong> pijama<br />

e <strong>de</strong>scalço. Este agarrou-se ao sacerdote e solicitoulhe<br />

que fosse à sua casa, sem <strong>de</strong>mora, pois lá estava<br />

se manifestando um caso <strong>de</strong> assombração!<br />

O sacerdote procurou acalmá-lo, visando primeiro<br />

inteirar-se a respeito do que se passava realmente.<br />

Pediu ao homem para contar-lhe mais <strong>de</strong>talhadamente<br />

o que estava acontecendo em sua casa. A resposta<br />

foi a seguinte: “Des<strong>de</strong> a meia-noite, estão atirando<br />

tijolos nas pare<strong>de</strong>s da sala <strong>de</strong> visitas...”<br />

Antes que ele concluísse a sua narração, o sacerdote<br />

recomendou-lhe que chamasse a polícia. Aí o<br />

homem completou aflito: “Não vai resolver, pois a<br />

sala está completamente fechada, as janelas e as<br />

portas da casa estão trancadas, mas os tijolos aparecem<br />

lá <strong>de</strong>ntro, batem nas pare<strong>de</strong>s e caem espatifados<br />

no chão, Eu apanhei alguns pedaços e são os<br />

mesmos tijolos. Aju<strong>de</strong>-me pelo amor <strong>de</strong> Deus!”<br />

O homem falava sinceramente, manifestando gran<strong>de</strong><br />

pavor e aflição. O sacerdote ainda quis <strong>de</strong>movê-lo<br />

da idéia <strong>de</strong> exorcizar a sua casa àquelas horas (eram


O Livro dos Médiuns - FEB<br />

Obsessão simples: “Dá-se a obsessão<br />

simples, quando um Espírito malfazejo se<br />

impõe a um médium, se imiscui, a seu<br />

mau grado, nas comunicações que ele<br />

recebe, o impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> se comunicar com<br />

outros Espíritos e se apresenta em lugar<br />

dos que são evocados.<br />

Ninguém está obsidiado pelo simples<br />

fato <strong>de</strong> ser enganado por um Espírito<br />

mentiroso. O melhor médium se acha<br />

exposto a isso, sobretudo, no começo,<br />

quando ainda lhe falta a experiência necessária,<br />

do mesmo modo que, entre nós<br />

homens, os mais honestos po<strong>de</strong>m ser<br />

enganados por velhacos. Po<strong>de</strong>-se, pois,<br />

ser enganado, sem estar obsidiado. A<br />

obsessão consiste na tenacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

Espírito, do qual não consegue <strong>de</strong>sembaraçar-se<br />

a pessoa sobre quem ele atua”.<br />

Fascinação: “Tem conseqüências<br />

muito mais graves. É uma ilusão produzida<br />

pela ação direta do Espírito sobre o<br />

pensamento do médium e que, <strong>de</strong> certa<br />

maneira, lhe paralisa o raciocínio, relati-<br />

quatro da madrugada). Prometeu que iria a sua residência<br />

assim que raiasse o dia. Mas o homem insistiu,<br />

disse que não voltaria para a casa sem o sacerdote,<br />

afirmando ficar ali na igreja o resto da madrugada e<br />

ir, pela manhã, junto com o sacerdote para resolver o<br />

caso. Diante da insistência, ele resolveu vestir-se, e<br />

foi ver o que se passava realmente. O homem morava<br />

na Vila das Mercês, e viera <strong>de</strong> lá a pé.<br />

O sacerdote conta que, ao chegarem, encontrou<br />

no portão da casa a esposa e a filha do cidadão, ambas<br />

<strong>de</strong> camisola e tiritando <strong>de</strong> frio. Entraram, e realmente<br />

ele viu inúmeros pedaços <strong>de</strong> tijolos espalhados pelo<br />

chão da sala. Nas pare<strong>de</strong>s viam-se marcas do impacto<br />

dos tijolos. Sendo um sensitivo bem treinado, o<br />

sacerdote sentiu arrepios característicos da presença<br />

<strong>de</strong> forças sutis que perpassavam pelo ambiente.<br />

Então, imediatamente iniciou as orações exorcistas<br />

e aguardou os acontecimentos.<br />

Passaram-se longos minutos <strong>de</strong> expectativa, sem<br />

que acontecesse qualquer fenômeno. Finalmente, os<br />

fenômenos se reiniciaram, e os tijolos começaram a<br />

surgir e a espatifar-se contra as pare<strong>de</strong>s. Após três ou<br />

quatro impactos, o sacerdote aprofundou as orações<br />

e, <strong>de</strong> acordo com o ritual exorcista, or<strong>de</strong>nou que o<br />

causador dos distúrbios se manifestasse. Em menos<br />

<strong>de</strong> um minuto, as tijoladas cessaram, o próprio dono<br />

da casa entrou em transe e começou a falar: “Eu sou<br />

o espírito Maria Luiza. Não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>scansar em paz<br />

OS TIPOS DE OBSESSÃO<br />

O LIVRO DOS MÉDIUNS – CAP. XIII<br />

vamente às comunicações. O médium<br />

fascinado não acredita que o estejam<br />

enganando: o Espírito tem a arte <strong>de</strong> lhe<br />

inspirar confiança cega, que o impe<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ver o embuste e <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o absurdo<br />

do que escreve, ainda quando esse<br />

absurdo salte aos olhos <strong>de</strong> toda gente...<br />

Já dissemos que muito mais graves<br />

são as conseqüências da fascinação. Efetivamente,<br />

graças à ilusão que <strong>de</strong>la <strong>de</strong>corre,<br />

o Espírito conduz o individuo <strong>de</strong><br />

quem ele chegou a apo<strong>de</strong>rar-se, como<br />

faria com um cego, e po<strong>de</strong> levá-lo a<br />

aceitar as doutrinas mais estranhas, as<br />

teorias mais falsas, como se fossem a<br />

única expressão da verda<strong>de</strong>”.<br />

Subjugação: “Po<strong>de</strong> ser moral ou corporal.<br />

No primeiro caso, o subjugado é<br />

constrangido a tomar resoluções muitas<br />

vezes absurdas e comprometedoras que,<br />

por uma espécie <strong>de</strong> ilusão, ele julga sensatas:<br />

é como uma fascinação. No segundo<br />

caso, o Espírito atua sobre os órgãos<br />

materiais e provoca movimentos<br />

involuntários. Traduz-se, no médium escrevente,<br />

por uma necessida<strong>de</strong> incessante<br />

<strong>de</strong> escrever, ainda nos momentos menos<br />

oportunos. Vimos alguns que, à falta <strong>de</strong><br />

pena ou lápis, simulavam escrever como<br />

o <strong>de</strong>do, on<strong>de</strong> quer se encontrassem,<br />

mesmo nas ruas, nas portas, nas pare<strong>de</strong>s.<br />

Vai, às vezes, mais longe a subjugação<br />

corporal; po<strong>de</strong> levar aos mais ridículos<br />

atos”.<br />

Outro ponto importante na doutrina<br />

espírita que se distingue, é que ao<br />

invés dos exorcismos praticados por sacerdotes<br />

escolhidos pela igreja católica<br />

ou pastores das congregações evangélicas,<br />

nos centros espíritas quem <strong>de</strong>senvolve<br />

esse trabalho são os médiuns, que<br />

nada mais são que trabalhadores <strong>de</strong> boa<br />

vonta<strong>de</strong> auxiliados e intuídos por espíritos<br />

superiores e amigos. O atendimento<br />

específico no tratamento <strong>de</strong> obsessão<br />

chama-se <strong>de</strong>sobsessão e po<strong>de</strong> ocorrer<br />

na presença do assistido, como realizada<br />

à distância, sem com isso ser menos<br />

eficiente.<br />

se não voltasse para dizer-lhes que a minha verda<strong>de</strong>ira<br />

mãe, aquela que me gerou, não está morta como<br />

como vocês pensam. Ela está internada em um sanatório<br />

psiquiátrico no Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, cida<strong>de</strong><br />

tal, e registrada sob número tal, qualificada como<br />

<strong>de</strong> origem ignorada. Não fiquem tristes, porque vocês<br />

sempre me amaram como uma verda<strong>de</strong>ira filha<br />

e ainda os estimo como meus verda<strong>de</strong>iros pais. Agora<br />

posso <strong>de</strong>scansar em paz. A<strong>de</strong>us e que Jesus os recompense;<br />

cui<strong>de</strong> bem da minha irmã Maria Antônia”.<br />

Logo após, o referido senhor saiu do transe e perguntou<br />

o que estava acontecendo. Nisso, ele viu sua<br />

outra filha abraçada à sua esposa, chorando e dizendo:<br />

“Não, não, vocês são os meus verda<strong>de</strong>iros pais”.<br />

O sacerdote, a essa altura, já não estava enten<strong>de</strong>ndo<br />

mais nada. Foi preciso que o dono da casa,<br />

após ter sido cientificado do ocorrido, esclarecesse<br />

aquele drama: “Padre, uma das minhas irmãs teve<br />

a infelicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser seduzida por um mau indivíduo.<br />

Após engravidá-la, abandonou-a. Como resultado,<br />

ela se <strong>de</strong>sequilibrou totalmente e teve <strong>de</strong> ser internada<br />

em um sanatório psiquiátrico. Nasceram-lhe<br />

duas gêmeas: Maria Luiza e Maria Antônia. Como não<br />

tínhamos filhos, resolvemos registrar as crianças<br />

como nossas filhas.”<br />

“Maria Luiza faleceu há três meses atrás. Minha<br />

irmã permaneceu oito anos sendo internada periodicamente<br />

em vários hospitais. Do último em que se<br />

9


O Livro dos Médiuns - FEB<br />

Matéria <strong>de</strong> capa<br />

encontrava, ela fugiu. Foram empreendidos intensos<br />

esforços e inúmeras buscas para encontrá-la. Finalmente,<br />

não conseguindo mais localizar o seu próprio<br />

para<strong>de</strong>iro, concluímos que provavelmente ela teria<br />

morrido. Muito tempo já se passou, pois a Maria Luiza<br />

– que faleceu há três meses – e a Maria Antônia já fizeram<br />

16 anos.”<br />

Todos estavam comovidos e choravam diante do<br />

que acabava <strong>de</strong> ser revelado pelo espírito Maria Luiza:<br />

aquele senhor e sua esposa eram, na realida<strong>de</strong>, os tios<br />

das gêmeas, fato que as garotas ignoravam totalmente.<br />

A verda<strong>de</strong> só foi revelada após a morte <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>las. Paralelamente, o casal também ignorava que a<br />

mãe das meninas ainda estivesse viva.<br />

O referido senhor procurou investigar a exatidão<br />

das informações fornecidas pelo espírito. Foi à Baixada<br />

Fluminense e, na cida<strong>de</strong> indicada, encontrou<br />

o hospital mencionado na comunicação. Uma vez ali,<br />

<strong>de</strong>u o número fornecido pelo espírito, e na ficha do<br />

arquivo realmente constava: “Origem e qualificações<br />

ignoradas”. Após falar com o diretor, foi –lhe<br />

permitido avistar-se com a paciente. Para seu espanto,<br />

reconheceu a irmã que fora dada como falecida<br />

e que, no entanto, se achava internada há mais <strong>de</strong><br />

sete anos! Infelizmente, ela estava totalmente alienada<br />

e sem esperança <strong>de</strong> cura mental.<br />

10<br />

Esse caso é um fato verídico, cujos elementos<br />

comprobatórios foram-nos comunicados pelo sacerdote,<br />

pessoa <strong>de</strong> absoluta idoneida<strong>de</strong>. Apenas ocultamos<br />

os nomes dos protagonistas e os das meninas são<br />

pseudônimos. Agora, vamos à análise do caso.<br />

Trata-se <strong>de</strong> um fenômeno típico <strong>de</strong>nominado popularmente<br />

poltergeist. Vocábulo, este, <strong>de</strong> origem alemã<br />

e que significa “Espírito barulhento, <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>iro etc...”<br />

A parapsicologia ortodoxa não aceita a interpretação<br />

embutida na palavra poltergeist. A maioria dos<br />

parapsicólogos nega qualquer possibilida<strong>de</strong> da ação <strong>de</strong><br />

espíritos sugerida na conotação espiritualista contida<br />

na <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong>sse fenômeno. Prefere a sigla RSPK<br />

(do inglês: Recurrent Spontaneous Psychokinesis), ou<br />

seja: “psicocinesia espontânea recorrente”. Em outras<br />

palavras, eles adotam uma posição materialista reducionista,<br />

isto é, atribuem os fenômenos <strong>de</strong> poltergeist<br />

à ação psicocinética <strong>de</strong> uma pessoa viva presente<br />

no local dos fenômenos. Essa pessoa acionaria inconscientemente<br />

os objetos, <strong>de</strong>vido às suas faculda<strong>de</strong>s<br />

paranormais psicocinéticas. Não aceitam a intervenção<br />

<strong>de</strong> agentes incorpóreos espirituais. A essa<br />

pessoa assim dotada e inconscientemente causadora<br />

dos fenômenos <strong>de</strong> poltergeist, dão o nome <strong>de</strong><br />

epicentro.<br />

De acordo com o posicionamento reducionista dos<br />

A PRÁTICA DO EXORCISMO (DESOBSESSÃO) SEGUNDO O ESPIRITISMO<br />

“[...] Assim, quando um objeto é posto<br />

em movimento, levantado ou atirado<br />

para o ar, não é que o Espírito o tome,<br />

empurre e suspenda, como o faríamos<br />

com a mão. O Espírito o satura, por assim<br />

dizer, do seu fluido, combinado com<br />

o do médium, e o objeto, momentaneamente<br />

vivificado <strong>de</strong>sta maneira, obra<br />

como o faria um ser vivo, com a diferença<br />

apenas <strong>de</strong> que, não tendo vonta<strong>de</strong><br />

própria, segue o impulso que lhe dá a<br />

vonta<strong>de</strong> do Espírito.<br />

Pois que o fluido vital, que o Espírito,<br />

<strong>de</strong> certo modo, emite, dá vida factícia<br />

e momentânea aos corpos inertes; pois<br />

que o perispírito não é mais do que esse<br />

mesmo fluido vital, segue-se que, quando<br />

o Espírito está encarnado, é ele próprio<br />

quem dá vida ao seu corpo, por<br />

meio do seu perispírito, conservando-se<br />

unido a esse corpo, enquanto a organização<br />

<strong>de</strong>ste o permite. Quando se retira,<br />

o corpo morre. Agora, se, em vez <strong>de</strong><br />

uma mesa, esculpirmos uma estátua <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira e sobre ela atuarmos, como<br />

sobre a mesa, teremos uma estátua que<br />

se moverá, que baterá, que respon<strong>de</strong>rá<br />

com os seus movimentos e pancadas. Te-<br />

O LIVRO DOS MÉDIUNS – CAP. V<br />

remos, em suma, uma estátua animada<br />

momentaneamente <strong>de</strong> uma vida artificial.<br />

Em lugar <strong>de</strong> mesas falantes, ter-se-iam<br />

estátuas falantes. Quanta luz esta teoria<br />

não projeta sobre uma imensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fenômenos<br />

até agora sem solução!<br />

Quantas alegorias e efeitos misteriosos<br />

ela não explica![...]”<br />

Em geral, é um erro ter-se medo. A<br />

presença <strong>de</strong>sses Espíritos po<strong>de</strong> ser importuna,<br />

porém, não perigosa. Concebe-se,<br />

aliás, que toda gente <strong>de</strong>seja ver-se livre<br />

<strong>de</strong>les; mas, geralmente, as que isso <strong>de</strong>sejam<br />

fazem o contrário do que <strong>de</strong>veriam<br />

fazer para consegui-lo. Se se trata <strong>de</strong> Espíritos<br />

que se divertem, quanto mais ao sério<br />

se tomarem as coisas, tanto mais eles<br />

persistirão, como crianças travessas, que<br />

tanto mais molestam as pessoas, quanto<br />

mais estas se impacientam, e que metem<br />

medo aos poltrões. Se todos tomassem o<br />

alvitre sensato <strong>de</strong> rir das suas partidas, eles<br />

acabariam por se cansar e ficar quietos.<br />

Conhecemos alguém que, longe <strong>de</strong> se irritar,<br />

os excitava, <strong>de</strong>safiando-os a fazerem<br />

tal ou tal coisa, <strong>de</strong> modo que, ao cabo <strong>de</strong><br />

poucos dias, não mais voltaram.<br />

Porém, como dissemos acima, al-<br />

guns há que assim proce<strong>de</strong>m por motivo<br />

menos frívolo. Daí vem que é sempre<br />

bom saber-se o que querem. Se pe<strong>de</strong>m<br />

qualquer coisa, po<strong>de</strong>-se estar certo <strong>de</strong><br />

que, satisfeitos os seus <strong>de</strong>sejos, não renovarão<br />

as visitas. O melhor meio <strong>de</strong> nos<br />

informarmos a tal respeito consiste em<br />

evocarmos o Espírito, por um bom médium<br />

escrevente. Pelas suas respostas,<br />

veremos imediatamente com quem estamos<br />

às voltas e obraremos <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong><br />

com o esclarecimento colhido.<br />

Se se trata <strong>de</strong> um Espírito infeliz, manda<br />

a carida<strong>de</strong> que lhe dispensemos as<br />

atenções que mereça. Se é um engraçado<br />

<strong>de</strong> mau gosto, po<strong>de</strong>mos proce<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sembaraçadamente<br />

com ele. Se um malvado,<br />

<strong>de</strong>vemos rogar a Deus que o torne melhor.<br />

Qualquer que seja o caso, a prece nunca<br />

<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> dar bom resultado. As fórmulas<br />

graves <strong>de</strong> exorcismo, essas os fazem rir;<br />

nenhuma importância lhes ligam. Sendo<br />

possível entrar em comunicação com<br />

eles, <strong>de</strong>ve-se sempre <strong>de</strong>sconfiar dos qualificativos<br />

burlescos, ou apavorantes, que<br />

dão a si mesmos, para se divertirem com<br />

a credulida<strong>de</strong> dos que acolhem como verda<strong>de</strong>iros<br />

tais qualificativos.[...]”.


parapsicólogos ortodoxos, no episódio que acabamos<br />

<strong>de</strong> relatar, o dono da casa teria sido epicentro do<br />

fenômeno, pois o arremesso dos tijolos havia cessado<br />

enquanto ele esteve fora à procura do sacerdote.<br />

O poltergeist voltou à ativida<strong>de</strong> novamente quando<br />

ele retornou à sala. Além disso, o referido senhor caiu<br />

em transe quando o exorcista or<strong>de</strong>nou que o “causador”<br />

dos fenômenos se manifestasse.<br />

O estranho <strong>de</strong> tudo isso é o fato <strong>de</strong>, em lugar do<br />

“inconsciente” do epicentro se manifestar dizendo:<br />

“quem está aqui sou eu, o inconsciente do sr. Fulano<br />

<strong>de</strong> tal (o dono da casa)”, ele disse que era a finada<br />

Maria Luiza, justamente a gêmea falecida! Além disso,<br />

o “suposto inconsciente”, que se i<strong>de</strong>ntificou como<br />

sendo o espírito Maria Luiza, sabia que a irmã do dono<br />

da casa ainda estava viva, e indicou o local on<strong>de</strong> ela<br />

po<strong>de</strong>ria ser encontrada, fornecendo o nome da cida<strong>de</strong>,<br />

do hospital psiquiátrico, número e qualificação<br />

da interna! Coisas que o “consciente” do epicentro<br />

ignorava totalmente.<br />

É verda<strong>de</strong> que não falta imaginação aos parapsicólogos<br />

reducionistas para criar as mais engenhosas<br />

teorias e assim enquadrarem tais fatos <strong>de</strong>ntro dos<br />

estreitos limites <strong>de</strong> suas “crenças racionais”. Todavia,<br />

diante dos fatos, preferimos aceitá-los como eles<br />

são. Desse modo, ousamos propor uma tese que, com<br />

igual direito, inclui a existência do espírito imortal,<br />

a sobrevivência da personalida<strong>de</strong> após a morte do corpo<br />

físico, e a possibilida<strong>de</strong> da comunicação do morto<br />

com o vivo.<br />

Reforma íntima<br />

Como po<strong>de</strong>mos ver, nem sempre um espírito que<br />

se utiliza <strong>de</strong> meios grosseiros para chamar a atenção<br />

é um espírito perverso. Neste caso, o espírito que se<br />

manifestou teve, provavelmente, o apoio <strong>de</strong> espíritos<br />

superiores, que dominam as leis que regem o mundo<br />

atômico, <strong>de</strong>sagregando e tornando a agregar moléculas.<br />

Não po<strong>de</strong>mos nos esquecer que matéria é<br />

energia em estado con<strong>de</strong>nsado. Para obter maiores<br />

informações, leia a matéria sobre Apport e Endoport<br />

publicada na <strong>Revista</strong> <strong>Cristã</strong> <strong>de</strong> <strong>Espiritismo</strong> edição<br />

especial 05.<br />

O que fica claro é que o maior exorcismo que po<strong>de</strong>mos<br />

praticar é a nossa iluminação interior, equilibrando<br />

sentimentos e pensamentos, harmonizando<br />

nossos hábitos e conduta no dia-a-dia a fim <strong>de</strong> garantirmos<br />

nossa saú<strong>de</strong> e paz espiritual, imunes às ações<br />

<strong>de</strong>letérias dos espíritos perversos, os “<strong><strong>de</strong>mônios</strong>”.<br />

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