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Ano XIII - nº 128 - Agosto.2012 - Paróquia Nossa Senhora das Mercês

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Mulher admirável por seu nome, Clara de palavra<br />

e virtude, nascida em Assis – Itália, foi concidadã do<br />

bem-aventurado Francisco na terra e, depois, foi reinar<br />

com ele na glória. Era de família nobre, a casa era<br />

abastada de riquezas. Filha de Hortolana e Favarone<br />

de Offreduccio. Sua mãe entregava-se como podia<br />

ao serviço de Deus e a intensas práticas de piedade.<br />

A mãe grávida, próxima de dar à luz, estava orando<br />

ao crucificado diante da cruz na igreja, para passar<br />

saudavelmente pelos perigos do parto, quando ouviu<br />

uma voz que dizia: “Não temas, mulher, porque,<br />

salva, vais dar ao mundo uma luz que vai deixar a própria<br />

luz mais clara”. Instruída pelo oráculo, quis que<br />

a filhinha, ao renascer pelo sagrado batismo, se chamasse<br />

Clara, esperando que se cumprisse de algum<br />

modo, pelo beneplácito da vontade divina, a claridade<br />

da luz prometida. Clara nasce no ano de 1194 e<br />

recebe o nome de Chiara Di Favarone.<br />

A pequena Clara muito cedo começou brilhar com<br />

luminosidade nas sombras do século e a respladecer<br />

na tenra infância pelos bons costumes. Sua mãe lhe<br />

ensinou os elementos básicos da fé, inspirando-a e<br />

formando-a interiormente o espírito, esse vaso, em<br />

verdade puríssimo, revelou-se vaso de graças.<br />

Privava-se de alimentos delicados, enviando-os<br />

às ocultas por intermediários, onde reanimava o estômago<br />

de seus protegidos os pobres de Assis. Assim<br />

cresceu a misericórdia com ela desde a infância<br />

e tinha um coração compassivo, movido pela miséria<br />

dos infelizes. Gostava de cultivar a santa oração.<br />

No ano de 1211, Clara com 17 anos, tendo ela ouvido<br />

falar do então famoso Francisco de Assis que<br />

como homem novo, renovava com novas virtudes o<br />

caminho da perfeição, quis logo vê-lo e ouví-lo, movida<br />

pelo Pai dos espíritos encontra-se com Francisco<br />

de Assis o qual exortava-a a desprezar o mundo e<br />

no ano de 1212 sai da casa de seus pais e se consagra<br />

a Deus. Ela saiu de casa não para ir a algum lugar<br />

determinado: ela saiu para estar com o esposo – Jesus<br />

Cristo. A saída da casa paterna teve para Clara<br />

um alto valor simbólico: foi o momento em que deixou<br />

o lugar que não era dela e começou a viver de<br />

Santa Clara de Assis<br />

fato no “não-lugar” de Deus. O “não-lugar” dela não<br />

foi exatamente São Damião, mas o mundo da contemplação<br />

de Jesus Cristo. Na Porciúncula, foi consagrada<br />

pelo gesto do corte dos cabelos. Era “peregrina e forasteira”,<br />

pois não tinha nessa terra sua habitação permanente:<br />

era cidadã do céu, mesmo que ainda não<br />

houvesse chegado lá. Queria apenas estar com o Esposo,<br />

onde Ele estivesse, enquanto Ele estivesse. Clara<br />

teve companheiras porque “Deus lhe deu Irmãs”. Deus<br />

quis encher aquele lugar de mulheres que renovariam<br />

a Igreja e o mundo. Outras mulheres também quiseram<br />

estar com Jesus Cristo mesmo perdendo o seu lugar<br />

neste mundo. Elas eram irmãs de uma maneira<br />

nova – franciscanas e pobres. Em 1216 por pressão de<br />

Francisco, Clara aceita a Regra de São Bento e o título<br />

de abadessa e obtém de Inocêncio III o Privilégio da<br />

Pobreza. Clara aceita o título de abadessa mas viveu<br />

como irmã, serva <strong>das</strong> Irmãs. Em meados de Julho de<br />

1228 por ocasião da canonização de São Francisco de<br />

Assis, o Papa Gregório IX visita Clara e faz a proposta<br />

de dar-lhe propriedades e dispensá-la do voto de pobreza<br />

pois muito provavelmente a Igreja não estava<br />

vivendo de forma pobre, mas Santa Clara tem clareza<br />

do que ela quer e diz que não quer ser dispensada de<br />

seguir Jesus Cristo. Ensina-nos a sermos pessoas com<br />

autonomia e ter segurança de si, dos seus objetivos.<br />

Não termos medo de expressarmos o que sentimos,<br />

pois tudo assumiu de livre a espontânea vontade. Ela<br />

é extremamente livre. Desde o ano de 1224 estava habitualmente<br />

doente, pois cultivava uma vida muito<br />

austera consigo mesma. Depois de muitos esforços e<br />

de algumas pequenas vitórias, em 10 de agosto de 1253<br />

Clara recebe em seu leito de morte a bula de aprovação<br />

de sua Forma de Vida, sendo esta a primeira vez<br />

na Igreja que uma mulher escreve uma Regra que coordene<br />

esse movimento. No dia 11 de agosto de 1253<br />

Clara morre em São Damião. Todos de acordo com a<br />

santidade de Clara, já em 18 de outubro daquele ano<br />

abre-se o processo de canonização e no dia 15 de agosto<br />

de 1255 o Papa Alexandre IV faz a canonização de Clara<br />

na Catedral de Anagni. Eis a esposa de Cristo para<br />

sempre lembrada pelo mundo inteiro.<br />

O centro de tudo na Vida Religiosa é o amor e<br />

esse amor se expressa nos esponsais. Viver Deus<br />

na sua totalidade e isso é um processo: amar é darse.<br />

Santa Clara nos é um grande exemplo de flexibilidade,<br />

respeito e ética. Fazer acontecer o resgate<br />

da dignidade do ser humano. Não somos criados<br />

para ficar parados, temos um compromisso<br />

ético de formar, educar, respeitando a individualidade<br />

de cada um. Devemos cultivar este entusiasmo,<br />

e o que é entusiasmo? É ter Deus dentro de<br />

nós. Como está meu entusiamo pelo Reino de<br />

Deus? É o mesmo que nos perguntarmos qual o<br />

espaço que dou para Deus dentro de mim?<br />

Como fonte de iluminação cito o trecho considerado<br />

mais importante de Santa Clara sobre a contemplação:<br />

“Ponha a mente no espelho da eternidade,<br />

coloque a alma no esplendor da glória. Ponha<br />

o coração na figura da substância divina e transforme-se<br />

inteira, pela contemplação, na imagem da<br />

divindade. Desse modo também vocês vão experimentar<br />

o que sentem os amigos quando saboreiam<br />

a doçura escondida, que o próprio Deus reservou<br />

desde o início para os que o amam. Deixe de lado<br />

tudo que neste mundo falaz e perturbador prende<br />

seus cegos amantes e ame totalmente o que se entregou<br />

inteiro por seu amor, aquele cuja beleza o sol<br />

e a lua admiram, cujos prêmios são de preciosidade<br />

e grandeza sem fim. Falo do Filho do altíssimo, que<br />

a Virgem deu à luz permanecendo virgem depois do<br />

parto (3CtIn 12-17)”.<br />

A contemplação transforma, transforma na<br />

imagem da divindade, em um outro Cristo. Quem<br />

transforma é Deus, mas contemplar é expor-se à<br />

transformação ao olhar de maneira concentrada<br />

para Deus através de Jesus que põe Deus ao nosso<br />

alcance sendo um espelho, esplendor, uma figura<br />

da Divindade. Foi pela contemplação que Clara permitiu-se<br />

entrar na comunhão missionária com todos<br />

os “gemidos da humanidade e da Igreja. Clara<br />

foi um ícone vivo do que Deus quer de todos os seus<br />

filhos, aproximar o homem concreto, ao mundo<br />

concreto, à igreja concreta o rosto de um Deus Esposo,<br />

amante, doce e luminoso, para to<strong>das</strong> as<br />

amarguras e escuridões que pode haver nos membros<br />

desse grande corpo que representa a humanidade<br />

e a Igreja.<br />

Neste ano de 2012 celebramos o VIII centenário<br />

do Carisma de Santa Clara de Assis. Certamente a<br />

força deste carisma une, reune e revigora a vocação<br />

dos franciscanos e fransciscanas em muitas<br />

partes do mundo. O tema do Congresso que acontecerá<br />

em Canindé nos dias 09 a 11 de agosto de<br />

2012 é: Santa Clara de Assis e de hoje: caminho de<br />

unidade. Santa Clara continua a nos desafiar e a<br />

nos encorajar a seguir Jesus Cristo no serviço ao próximo.<br />

Irmã<br />

Sonia Tomielo<br />

Boletim Informativo da<br />

4 <strong>Paróquia</strong> <strong>Nossa</strong> <strong>Senhora</strong> <strong>das</strong> <strong>Mercês</strong><br />

agosto.2012

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