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SEGUNDA REUMÄO BRASILEIRA CIÊNCIA DO SOLO

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AN AIS<br />

DA<br />

<strong>SEGUNDA</strong> <strong>REUMÄO</strong> <strong>BRASILEIRA</strong><br />

DE<br />

<strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

CAMPINAS — BRASIL<br />

11 a 23 de julho de 1949<br />

PUBLICA<strong>DO</strong>S PELA<br />

SOCIEDADE <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

1953


Os An ais da II Reuniäo Brasileira de Ciência do Solo säo publicados pela<br />

Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, Rua Jardim Botânico, 1024, Rio de<br />

Janeiro, D.F., Brasil.<br />

Los Anales de la II Reunion Brasilefia del Suelo son publicados por la<br />

Sociedad Brasilefia del Suelo. Rua Jardim Botânico, 1024, Rio de Janeiro, D.F.,<br />

Brasil.<br />

Les Annales de la Deuxième Reunion Brésilienne de la Science du Sol sont<br />

publiés par la Société Brésilienne de la Science du Sol, Rua Jardim Botânico, 1024,<br />

Rio de Janeiro, D.F., Brésil.<br />

Die Annalen des zweiten Brasilianischen Kongresses fuer Bodenkunde wurden<br />

durch die Brasilianische Gesellschaft fuer Bodenkunde veroef f entlicht. Rua<br />

Jardim Botânico, 1024, Rio de Janeiro, D.F., Brasilien.<br />

The Annals of the Second Brazilian Meeting of Soil Science are published<br />

by the Brazilian Society of Soil Science. Rua Jardim Botânico, 1024, Rio de<br />

Janeiro, D.F., Brazil.<br />

Preço dêste volume: Cr| 200,00


ANAIS<br />

DA<br />

<strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong><br />

DE<br />

<strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

CAMPINAS — BRASIL<br />

11 a 23 de julho de 1949<br />

Scanned from original by ISRIC - World Soil Information, as ICSU<br />

World Data Centre for Soils. The purpose is to make a safe<br />

depository for endangered documents and to make the accrued<br />

information available for consultation, following Fair Use<br />

Guidelines. Every effort is taken to respect Copyright of the<br />

materials within the archives where the identification of the<br />

Copyright holder is clear and, where feasible, to contact the<br />

originators. For questions please contact soil.isric(3)wur.nl<br />

indicating the item reference number concerned.<br />

PUBLICA<strong>DO</strong>S PELA<br />

SOCIEDADE <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

82,}<br />

19 5 3


SOCIEDADE <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

CONSELHO DIRETOR<br />

1947-1949<br />

Presidente — ALVARO BARCELLOS FAGUNDES<br />

Vice-Presidente — JOSÉ ELIAS DE PAIVA NETTO<br />

Secretârio — RAUL EDGARD KALCKMANN<br />

Tesoureiro — FERNAN<strong>DO</strong> RAMOS<br />

Conselheiros :<br />

WIDSON ALVES DE ARAUJO<br />

GUI<strong>DO</strong> RANZANI<br />

ADEMAR LOPES DA CRUZ<br />

LABIENO JOBIN<br />

ALCIDES FRANCO<br />

COMISSÖES PERMANENTES<br />

Terminologia: Métodos de Campo:<br />

ALCIDES DE OLIVEIRA FRANCO JOSÉ SETZER<br />

THOMAZ ALBERTO COELHO FILHO CARLOS DEL NEGRO<br />

LEANDRO VETTORI MOACYR PAVAGEAU<br />

HILGARD O'REILLY STERNBERG JOSÉ EMILIO GONÇALVES ARAÜJO<br />

RENATO AMILCAR CATANI FRANCISCO EDMUN<strong>DO</strong> DE SOUZA MELLO<br />

Métodos de Laboratório:<br />

JOSÉ ELIAS DE PAIVA NETTO<br />

FERNAN<strong>DO</strong> RAMOS<br />

ESTEVAM STRAUSS<br />

WILHELM MOHR<br />

ADAUTO DA SILVA TEIXEIRA


<strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong><br />

DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PRESIDENTE DE HONRA:<br />

Gen. EURICO GASPAR DUTRA — Presidente da Repûblica<br />

VICE-PRESIDENTES DE HONRA<br />

Dr. ADEMAR DE BARROS<br />

Governador do Estado de Sâo Paulo<br />

Dr. MIGUEL VICENTE CURY<br />

Prefeito de Campinas<br />

l. a (Fisica do Solo)<br />

Dr. PAULO VAGELER<br />

Dr. PETEZVAL DE OLIVEIRA E CRUZ<br />

LEMOS<br />

Dr. HERCULANO PENNA MEDINA<br />

Dr. LEANDRO VETTORI<br />

Dr. LABIENO JOBIN<br />

2. a (Quimico do Solo)<br />

Dr. RENATO AMILCAR CATANI<br />

Dr. GUI<strong>DO</strong> RANZANI<br />

Dr. ADALGISO GALLOTTI KEHRIG<br />

Dr. REINAL<strong>DO</strong> SPITZNER<br />

Dr. ALCIR NASCIMENTO :<br />

Comissäo Organizadora<br />

PRESIDENTE DE HONRA<br />

Dr. SALVA<strong>DO</strong>R DE TOLE<strong>DO</strong> ARTIGAS<br />

Secretârio de Agricultura<br />

VICE-PRESIDENTES DE HONRA<br />

Dr. J. E. DE PAIVA NETTO<br />

Dr. J. O. DE AVELAR MARQUES<br />

Dr. LAERTE RAMOS DE MOURA<br />

Dr. RENATO AMILCAR CATANI<br />

Dr. JOSÉ BERTONI<br />

Comissöes Técnicas<br />

Dr. DANIEL DE CARVALHO<br />

Ministro da Agricultura<br />

Dr. CARLOS ARNAL<strong>DO</strong> KRUG<br />

Diretor do Instituto Agronomico<br />

3. a (Microbiologia do Solo)<br />

Dr. ÄLVARO BARCELLOS FAGUNDES<br />

Dr. JOSÉ ALENCAR<br />

Dr. JOÄO WANDERLEY DA COSTA<br />

LIMA<br />

Dr. CLÓVIS SILVA<br />

Dr. WALDEMAR MENDES<br />

Dr. OTÂVIO ALMEIDA DRUMOND<br />

4. a (Fertilidade do Solo)<br />

Dr. JOSÉ DE MELLO MORAIS<br />

Dr. AMILCAR CATANI<br />

Dr. MOACYR PAVAGE AU<br />

Dr. WILSON ALVES DE ARATJJO<br />

Dr. FRANCISCO GROHMANN<br />

Dr. EDMAR KIEHL


5. a (Genese, Morfologia e Carto- 6. a (Aplicaçâo da Ciência do Solo ao<br />

grafia do Solo) Melhoramento das Terras)<br />

Dr. ALCIDES FRANCO Dr. JoÄo QUINTILIANO DE AVELLAR<br />

Dr. MARGER GUTMANS MARQUES<br />

Dr. ALFRE<strong>DO</strong> KÜPPER Dr. GUI<strong>DO</strong> RAN<strong>DO</strong> i<br />

Dr. FRANCISCO EDMUN<strong>DO</strong> DE SOUZA Dr. JOÄO ABRAMIDES<br />

MELLO Dr. FRANCISCO DA COSTA VERDADE<br />

Dr. CARLOS DEL NEGRO Dr. JOSÉ BERTONI<br />

Dr. ALEXIS <strong>DO</strong>ROFEFF Dr. FRANCISCO MOACYR AYRES DE i<br />

ALENCAR j<br />

7. a (Uniformizaçao dos Métodos de \<br />

Estudo e de Representaçao dos Solos, \<br />

Ensino da Ciência do Solo)<br />

Dr. FERNAN<strong>DO</strong> RAMOS<br />

Dr. TUFI COURY ,<br />

Dr. ALFRE<strong>DO</strong> KÜPPER<br />

Dr. ESTEVAM STRAUSS<br />

Dr. WILHELM MOHR<br />

Dr. JOSÉ EMÎLIO GONÇALVES ARAÛJO<br />

Comissäo Consultiva de Matemâtica<br />

Dr. PAUL VAGELER<br />

Dr. FREDERICO PIMENTEL GOMES<br />

Dr. WASHINGTON DE JORGE<br />

Dr. CONSTANTINO FRAGA JUNIOR<br />

Dr. ARMAN<strong>DO</strong> FOÂ<br />

Dr. EDILBERTO AMARAL<br />

Dr. ARMAN<strong>DO</strong> CONAGIN


I N D I C E<br />

PRIMEIRA PARTE<br />

Introduç&o 3<br />

Participantes 5<br />

Sessâo de lnstalaçâo 11<br />

Sessâo plenâria 17<br />

Sessao de encerramento 19<br />

Excursôes 23<br />

<strong>SEGUNDA</strong> PARTE — TESES<br />

I Comissâo: Fisica do Solo<br />

VAGELER, Paulo.<br />

A âgua e os potenciais do solo (resumo) 29<br />

PAIVA NETTO, J. E. e H. PENNA MEDINA.<br />

O "Hlgroscopimetro" e a determinaçâo râpida da umidade higroscópia do solo 43<br />

AMARAL, Edilberto.<br />

Determinaçâo do coeficiente de infiltraçâo e câlculo da dose de âgua nas Irrigaçôes<br />

em sulcos • 49<br />

BITTENCOUBT, Hélio V. de C.<br />

Sobre o comportamento da âgua na irrigaçâo em sulcos.<br />

BITTENCOURT, Hélio V. de C 53<br />

Irrigaçâo de cana.<br />

BITTENCOURT, Hélio V. de C 59<br />

Aspectos da irrigaç&o para a cultura de trigo no Estado de Sâo Paulo 77<br />

AZEVE<strong>DO</strong>, P. Domicio de e L. R. JUNOT.<br />

Contribuiçao ao estudo da temperatura do solo na baixada de Sepetiba 97<br />

II Comissâo: Quimica do Solo<br />

NETTO PAIVA, e MARIO SEIXAS QUEIROZ.<br />

Determinaçâo potenciométrica do boro em cinzas de plantas (resumo) 129<br />

MOHR, W. e MILTON DA COSTA CARVALHO.<br />

Contribuiçao para o conhecimento das formas de combinaçôes de fósforo nos solos do Rio<br />

Grande do Sul 131<br />

KÜPPER, A.<br />

Dosagem do magnésio pela 8-hidroxiquinolinà (resumo) 145<br />

COSTA VERDADE, P. da.<br />

Conservaçâo do teor de nitratos na amostra de terra 147<br />

COSTA VERDADE, P. da.<br />

Dosagem dos nitratos do solo pelo método do âcido fenoldissulfônico 163<br />

NETTO PAIVA, R. A. CATANI e A. KÜPPER.<br />

A composiçao minerai de algumas plantas cultivadas no Estado de Sâo Paulo (resumo) 179<br />

CATANI, R. A. e PAIVA NETTO.<br />

A dosagem do potâssio e do sódio pelo fotômetro de chama e sua aplicaçâo em anâlise<br />

de solo (resumo) 180<br />

GALLOTTI KEHRIG, Adalgiso e Hilda ALMEIDA DE AGUIAR.<br />

Determinaçâo de SiO» e Fe»03 na terra fina e colóides do solo (resumo) 181<br />

Pàgs.


X ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Pâgs.<br />

CATANI, R. A. e A. KÜPPER.<br />

As formas "trocâvel e fixa" dos cations K+ e Mg*-+ nos solos do Estado de Säo<br />

Paulo (resumo) 182<br />

KASTER, Guido e Ernest POETSCH.<br />

Comparaçao entre agitaçâo e percolaçâo na extraçâo de permutâveis 183<br />

MELO MORAIS e Tufy COURT.<br />

Anàlises dos solos 188<br />

III Comissâo: Microbiologia do Solo<br />

BARRETO, A. e W. Mendes.<br />

A concorrência da microflora e microfauna do solo, na alimentaçâo vegetal, controlada<br />

pelo pentaclorofenato de sódio 191<br />

IV Comissâo: Fertilidade do Solo<br />

SILVA, Clóvis e Estevam STRAUSS.<br />

Ensaio sobre fotometria ao método de anâlise biológica do solo pelo Aspergillus Niger<br />

Van Tieghem 205<br />

FRANCO, Coroacy M. e HÉLIO C. MENDES.<br />

Sintomas de deficiências minerais no cafeeiro (resumo) 213<br />

CATANI, B. A. e J. PAIVA NETTO.<br />

O método "Neubauer" aplicado ao estudo do potâssio nos solos do Estado de Sâo<br />

Paulo (resumo) 214<br />

MENDES, Carlos P.<br />

Adubacóes fosfatadas (resumo) 215<br />

FRANCO, Coaracy M.<br />

Salinidade do solo em canteiros de estufa (resumo) 216<br />

GO<strong>DO</strong>T PASSOS, Herculano de.<br />

O sódio na nutriçâo da planta e como mobilizador do potâssio 217<br />

GO<strong>DO</strong>T PASSOS, Herculano de.<br />

Época de aplicaçâo de fertilizantes no Brasil (resumo) 281<br />

RAMOS, B. M.<br />

Sobre a fertilidade dos solos do Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas<br />

na Baixada de Sepetiba 233<br />

PIMENTEL GOMES, Frederico e Euripides MALAVOLTA.<br />

Consideraçôes matemâticas sobre a lei de Mitscherlich (resumo) 245<br />

PIMENTEL GOMES, Frederico e Euripides MALAVOLTA.<br />

Aspectos matemâticos e estatisticos da lei de Mitscherlich 247<br />

Divlsäo de Quimica Agricola do D.P.V. de M. Gérais. O câlcio na agricultura (resumo) 270<br />

ALVES DE ARAÛJO, Wilson, Omar VIANA, Wladimir ILCHENKO e Silvério de LIMA VIANA.<br />

Contribuiçâo ao estudo do humo brasilelro 271<br />

BOOCK, Olavo José e Jorge BIERRENBACH DE CASTRO.<br />

Efeitos do nitrogènio, fósforo e potâssio sobre a cultura da batata (resumo) 293<br />

VIEGAS, G. P.<br />

Adubaçâo mineral do mllho em terra roxa misturada (resumo) 294<br />

FAGUNDES, A. B., W. CAR<strong>DO</strong>SO MENEZES e R. E. KALCKMANN.<br />

Adubaçâo e calagem de terras de cerrados 295<br />

SCHRADER, O. L.<br />

O emprêgo do calcârlo na correçâo dos solos âcldos da Baixada de Sepetiba 305<br />

FERREIRA DA CDNHA, Joâo.<br />

Adubaçâo de bananeira em "Terra Roxa" 319<br />

GONÇALVES ARAÛJO, José Emillo.<br />

O aluminio trocâvel, possivel causa do crestamento do trigo 329<br />

COURT, TUFI e Guido RANZANI.<br />

Efeitos do arsênlco sobre a cultura do algodoeiro em terra arenosa 338<br />

MELLO MORAIS, J., T. COURT, G. RANZANI e E. J. KIEHL.<br />

Sobre o teor em azôto em solo cultivado com essências florestais indigenas e exóticas.. 338


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> XI<br />

V Comissâo: Genese, morfologia e cartografia do solo<br />

Pâgs.<br />

PAIVA NETTO, J., A. KÜPPER, B. A. CATANI e H. PENNA MEDINA.<br />

Estudo pedalógico da Estaçâo Experimental de Rlbeir6o Prêto 341-<br />

PAIVA NETTO, J., A. KÜPPER, B. A. CATANI e H. PENNA MEDINA.<br />

Estudo pedalógico da Estaçâo Experimental de Monte Alegre 443<br />

•GUTMANS, Marger.<br />

Formaçâo glacial gondwânlca no Estado de Sâo Paulo 445<br />

PAIVA NETTO, J., A. KÜPPER, B. A. CATANI e H. PENNA MEDINA.<br />

Estudo pedalógico da Estaçâo Experimental de Capâo Bonito (resumo) 459<br />

PAIVA NETTO, J., A. KÜPPER, R. A. CATANI e H. PENNA MEDINA.<br />

Estudo pedológico da Estaçâo Experimental de Pindorama (resumo) 460<br />

BARCELLOS PAGUNDES, Alvaro, Leandro VETTORI, Carlos DEL NEGRO e Fernando RAMOS.<br />

Segunda contrlbulçâo para o estudo dos solos da Balxada de Sepetiba 461<br />

GALLOTTI KEHKIG, Adalglso e Hilda ALMEIDA DE AGUIAH.<br />

As relacöes fci e kr no solo (resumo) 527<br />

FRANCO, Alcldes e Waldemar MENDES.<br />

Contrlbulçâo ao estudo dos solos de" Eruptlvas 529<br />

MAACK, Belnhar.<br />

Notas prelimlnares sobre cllma, solos e vegetaçâo no Estado do Parana 540<br />

SOUZA MELLO, F. E. de.<br />

Reconhecimento agrológlco para fim de Irrigacöes 541<br />

DUQUE, J. G.<br />

Solo e âgua no poligono das sêcas 577<br />

VI Comissâo: Apllcaçâo da Ciência do solo ao melhoramento das terras<br />

QUINTILIANO A. MARQUES, J., Francisco GROCHMANN e José BERTONI.<br />

Levantamento conservaclonlsta. Levantamento e classificaçâo de terras para fins de<br />

conservaçâo do solo 651<br />

QUINTILIANO A. MARQUES, J.<br />

Pesqulsas sobre conservaçâo do solo 683<br />

GROHMANN, Francisco e R. A. CATANI.<br />

O empobreclmento do solo causado pela erosâo e pela cultura algodoelra no solo do<br />

Arenlto Bauru (resumo) 733<br />

BERTONI, José.<br />

As determinaçôes de perdas por erosâo (resumo) 734<br />

AIRES DE ALENCAR, Francisco Moacyr.<br />

Estudo de cobertura e travamento do solo, (resumo) 735<br />

ABRAMIDES NETO, Joâo.<br />

Conservaçâo do solo e da âgua pelo terraceamento (resumo) 736<br />

ALMEIDA CRUZ, José Maria de, e Alberto CARVALHO JV.<br />

Ensâio sobre a relaçâo entre as pràtlcas culturais e a intensidade da erosâo 737<br />

VII Comissâo: Uniformizaçâo dos métodos de estudo e de representaçâo do solo<br />

e ensino da ciência do solo<br />

DIAS TAVARES, Flâvlo.<br />

O ensino da ciência do solo nas escolas de agronomia do Brasil 751<br />

JOBIN, Labieno.<br />

Sugestôes sobre certos têrmos empregados na ciência do solo 755<br />

Normas para a apresentaçâo de trabalhos as reunlôes da S.B.C.S 759


I PARTE


INTRODUÇAO<br />

A publicaçâo dos Anais da Primeira Reuniâo Brasileira de Ciência<br />

do Solo coroou definitivamente a iniciativa de promover o intercâmbio<br />

cientifico entre técnicos e instituiçôes que cuidam dos problemas da<br />

terra brasileira.<br />

As teses que constituem os anais daquele memorâvel conclave produziram<br />

excelente impressâo em nosso pais e no estrangeiro e atestam<br />

o ni vel superior em que estäo postas as pesquisas pedológicas no Brasil.<br />

Este sucesso inicial despertou grande entusiasmo entre os estudiosos da<br />

Ciência do Solo, que trouxeram à Segunda Reuniâo maior numéro de<br />

teses do mais elevado interesse.<br />

Aos debates das 54 contribuiçôes, nas respectivas comissôes técnicas,<br />

assistiu grande nmero de interessados, mantendo-se as discussôes, mesmo<br />

quando acaloradas, dentro do mais estrito espirito cientifico.<br />

O tradicional Instituto Agronômico de Campinas, que reûne uma<br />

pléiade de notâveis pesquisadores, foi a sede da Segunda Reuniâo, realizada<br />

de 11 a 23 de julho de 1949, sob o patrocinio das mais altas autoridades<br />

do pais. Interessantissimas e bem escolhidas estiveram as excursôes<br />

através de diversas regiôes do Estado de Sâo Paulo, oferecendo aos<br />

seus participantes a oportunidade de entrar em contato com os mais<br />

variados padröes da terra paulista.<br />

As atividades desta Reuniâo, que constituiu mais uma vitoriosa<br />

etapa na vida da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, obedeceram<br />

ao programa abaixo discriminado :<br />

Dia 11 — as 10 hor as: Sessâo Preparatória<br />

Dia 11 — as 16 horas: Sessâo de Instalaçâo<br />

Dias 12 a 14 — as 8 e 14 horas : Sessöes das Comissôes<br />

Dias 15 a 20: Excursâo<br />

Dias 21 e 22: Sessôes das Comissöes<br />

Dia 23 — as 8 horas: Sessâo Plenâria<br />

Dia 23 —-as 17 horas: Sessâo de Encerramento.<br />

Os resumos dos trabalhos nâo publicados nos présentes Anais foram<br />

extraidos da publicaçâo da Comissäo Organizadora da 2. a Reuniâo Brasileira<br />

de Ciência do Solo.<br />

A Comissäo de Redaçâo agradece a quantos colaboraram, destacando<br />

o trabalho da desenhista YVETTE A. N. DE ALMEIDA, que tornou<br />

publicâveis muitos dos desenhos apresentados.<br />

RAUL EDGARD KALCKMANN<br />

LUIZ RAINHO DA SILVA CARNEIRO<br />

CARLOS DEL NEGRO<br />

TASSO PAES DE FIGUEIRE<strong>DO</strong>


PARTICIPANTES<br />

INSTITUIÇÔES<br />

Governador do Estado de Säo Paulo<br />

Dr. TEODURETO DE CAMARGO<br />

Ministro da Agricultura<br />

Dr. WALDEMAR RAYTHE<br />

Governador da Paraiba<br />

Dr. JoÂo AGRIPINO MAIA SOBRINHO<br />

Governador do Estado de Pernambuco<br />

Dr. JoÂo WANDERLEY COSTA LIMA<br />

Governador do Estado de Minas Gérais<br />

Drs. SILVÉRIO DE LIMA VIANA, VLADIMIR ILCHENKO e OTÀVIO<br />

DRUMOND<br />

Secretaria da Agricultura do Estado de Pernambuco<br />

Dr. JoÂo WANDERLEY COSTA LIMA<br />

Secretaria da Agricultura do Estado da Bahia<br />

Professores MOÏSES WAXMAN e FLÄVIO DIAS TAVARES<br />

Secretaria da Agricultura do Estado de Minas Gérais<br />

Drs. WILSON ALVES DE ARAÛJO, SILVÉRIO DE LIMA VIANA, VLADI-<br />

MIR ILCHENKO e OTÂVIO DE ALMEIDA DRUMOND<br />

Secretaria da Agricultura do Estado de Sâo Paulo<br />

Dr. TEODURETO DE CAMARGO<br />

Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul<br />

Drs. LABIENO JOBIM e WILHELM MOHR<br />

Prefeito Municipal de Campinas<br />

Dr. MIGUEL CURY<br />

Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas<br />

Dr. WALDEMAR RAYTHE<br />

Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas<br />

Drs. ALVARO BARCELLOS FAGUNDES e RAUL EDGARD KALCKMANN<br />

Faculdade de Filosofia, Ciências e Le tras —- Säo Paulo<br />

Dr. JOSÉ SETZER<br />

Departamento Nacional de Estradas de Rodagem<br />

Drs. ISAMAR DA SILVA VIEIRA e RAIMUN<strong>DO</strong> ISALO VIEIRA<br />

Departamento Nacional da Producäo Mineral<br />

Drs. MATHIAS G. DE OLIVEIRA ROXO, AXEL LÖFGREN e IOLANDA<br />

DE SOUZA COELHO<br />

Departamento Nacional de Obras Contra as Sêcas<br />

Dr. FRANCISCO EDMUN<strong>DO</strong> DE SOUZA MELO<br />

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica<br />

Dr. CLAUDE PAUL COURBERT<br />

Instituto Geogrâfico e Geológico do Estado de Sâo Paulo<br />

Dr. JOSÉ SETZER


6 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

Dr. CARLOS ARNAL<strong>DO</strong> KRUG<br />

Instituto de Quimica Agricola — Ministerio da Agricultura<br />

Drs. LEANDRO VETTORI, FERNAN<strong>DO</strong> RAMOS, ARNAL<strong>DO</strong> AUGUSTO<br />

AD<strong>DO</strong>R, ADALGISO GALLOTTI KEHRIG, LUIZ RAINHO DA SILVA<br />

CARNEIRO, JULIA COHEN, IDA SOUZA S. VETTORI<br />

Instituto de Ecologia e Experimentaçâo Agricolas<br />

Dr. WALDEMAR MENDES<br />

Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnologicas<br />

Drs. REINHARD MAACK, CARLOS BODZIAK e REINAL<strong>DO</strong> SPITZNER<br />

Instituto Agronômico do Sul — Rio Grande do Sul<br />

Drs. JOSÉ EMÎLIO G. ARAÛJO e ERNEST POETSCH<br />

Instituto Agronômico do Norte — Para<br />

Professor PAUL VAGELER<br />

Escola Superior de Agricultura de Lavras<br />

Professor JOHN H. WHEELOCK<br />

Escola de Agronomia da Bahia<br />

Drs. MOÏSES WAXMAN e FLÂVIO DIAS TAVARES<br />

Serviço de Economia Rural do Ministerio da Agricultura<br />

Dr. OTÄVIO DE SOUZA QUEIROZ<br />

Seçâo de Fomento Agricola Federal, no Estado do Espirito Santo<br />

Dr. ROBERTO JOÂO VERVLOET<br />

Estaçâo Experimental de Curado, Pernambuco<br />

Drs. CLÓVIS SILVA FERNANDES e ESTEVAM STRAUSS<br />

Associaçâo dos Agrônomos do Nordeste<br />

Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul<br />

Drs. LABIENO S. JOBIM e JOAQUIM A. PEREIRA NETO<br />

Associaçâo Baiana de Agronomia<br />

Drs. MOÏSES WAXMAN e FLÄVIO DIAS TAVARES<br />

PARTICIPACÄO INDIVIDUAL<br />

1 — ARMAN<strong>DO</strong> CONAGIN<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

2 — GLAUCO PINTO VIEGAS<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

3 — JOÂO FERREIRA DA CUNHA<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

4 — JOSÉ BOTTER BERNARDES<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

5 — PAULO DE OLIVEIRA LIMA<br />

Serviço Técnico do Salitre do Chile<br />

6 — CELSO BARBOZA FERRAZ<br />

Serviço Técnico do Salitre do Chile<br />

7 — TUFI COURY<br />

Escola Agricola Luiz de Queiroz<br />

8 — WALDEMAR DE O. BORGES<br />

Serrana S. A. de Mineraçâo<br />

9 — FRANCISCO DA COSTA VERDADE<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

10 — HELIO RAMOS DA COSTA<br />

Secretaria da Agricultura do Estado do Rio


ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 7<br />

11 NlLCE THEREZA SOFFIATTI<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

12 — ROBERTO JOÄO VERVLOET<br />

Seçâo de Fomento Agricola Federal, no Estado do Espîrito Santo<br />

13 — JULIA COHEN<br />

Instituto de Quïmica Agricola<br />

14 — ALCYR CESAR <strong>DO</strong> NASCIMENTO<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

15 — ERNEST POETSCH<br />

Instituto Agronômico do Sul<br />

16 — SEBASTIÂO GO<strong>DO</strong>Y PASSOS<br />

Serviço Técnico do Salitre do Chile<br />

17 — Dr. WILHELM; MOHR<br />

Secretaria da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul<br />

18 — HENRIQUE CARLOS MOREIRA<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

19 — PETEZVAL DE OLIVEIRA e CRUZ LEMOS<br />

Escola Nacional de Agronomia<br />

20 — CARLOS BODZIAK<br />

Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnologicas do Parana<br />

21 — REIN AL<strong>DO</strong> SPITZNER<br />

Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnologicas do Parana<br />

22 — GUI<strong>DO</strong> RANZANI<br />

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz<br />

23 — CLAUDE PAUL COURBET<br />

Conselho Nacional de Geografia<br />

24 — EURIPIDES MALAVOLTA<br />

Escola de Agricultura Luiz de Queiroz<br />

25 — EDILBERTO AMARAL<br />

Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas<br />

26 — JOSÉ EMILIO GONÇALVES DE ABATJJO<br />

Escola de Agronomia Eliseu Maciel<br />

27 — OTTO LYRA SCHRÄDER<br />

Instituto de Ecologia e Experimentaçâo Agricolas<br />

28 — WALDEMAR MENDES<br />

Instituto de Ecologia e Experimentaçâo Agricolas<br />

29 — JOÄO W. DA COSTA LIMA<br />

Instituto de Pesquisas Agronômicas de Pernambuco<br />

30 — PAUL VAGELER<br />

Instituto Agronômico do Norte<br />

31 — Luiz RAINHO DA SILVA CARNEIRO<br />

Instituto de Quimica Agricola<br />

32 — WILSON ALVES DE ARAÜJO<br />

Divisäo de Quimica Agricola de Minas Gérais<br />

33 — MOACYR PAVAGEAU<br />

Divisäo de Quimica Agricola do Estado do Rio<br />

34 — FRANCISCO EDMUN<strong>DO</strong> DE SOUZA MELLO<br />

Departamento Nacional de Obras Contra as Sêcas<br />

35 — ADALGISO GALLOTTI KEHRING<br />

Instituto de Quimica Agricola<br />

36 — MOYSÉS WAXMAN<br />

Escola de Agronomia da Bahia


8 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

37 — MOYSÉS STEINBERG<br />

Serviço Técnico do Salitre do Chile<br />

38 — PAULO COUTINHO DUTRA<br />

Serviço Técnico do Salitre do Chile<br />

39 — HERCULANO DE GO<strong>DO</strong>Y PASSOS<br />

Serviço Técnico do Salitre do Chile<br />

40 — FLÂVIO DIAS TAVARES<br />

Escola de Agronomia da Bahia<br />

41 — ANTONIO JOSÉ DA CONCEIÇÂO<br />

42 — SILVÉRIO DE LIMA VIANA<br />

Divisâo de Quimica Agricola de Minas Gerais<br />

43 — MARIA EMILIA COSTA LIMA<br />

44 — EDMUN<strong>DO</strong> SEIXAS MARTINELLI<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

45 — OTÄVIO A. DRUMOND<br />

Instituto Agronômico de Minas Gérais<br />

46 — EDMAR JOSÉ KIEHL<br />

Escola de Agricultura Luiz de Queiroz<br />

47 — GERAL<strong>DO</strong> CARLOS P. PINTO<br />

Escola de Agronomia da Bahia<br />

48 — FREDERICO PIMENTEL GOMES<br />

Escola de Agricultura Luiz de Queiroz<br />

49 — FERNAN<strong>DO</strong> RAMOS<br />

Instituto de Quimica Agricola<br />

50 — ALFRE<strong>DO</strong> KÜPPER<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

51 — M. DE OLIVEIRA<br />

F.G.S.L.<br />

52 — AXEL LÖFGREN<br />

53 — HILÄRIO DA SILVA MIRANDA<br />

54 — JOSÉ FERREIRA DE CASTRO<br />

S.E. de Lavras — S.N.P.A.<br />

55 — VICENTE CANECCHIO<br />

56 — DIXIER MAROZZI MEDINA<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

57 — MARGER GUTMAN<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

58 — ADHEMAR JACOB<br />

59 — JACOB POLACOW<br />

60 — FRANCISCO MOACYR AYRES ALENCAR<br />

61 — E. GERMEK<br />

62 — JOSÉ BERTONI<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

63 — MARCOS PARANHOS PENTEA<strong>DO</strong><br />

64 — FRANCISCO GROHMAN<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

65 — JOHN H. WHEELOCK<br />

Escola Superior de Agricultura de Lavras<br />

66 — JOSÉ ELIAS DE PAIVA NETTO<br />

Instituto Agronômico de Campinas


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNTÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

67 — ÄLVARO BAECELLOS FAGUNDES<br />

Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas<br />

68 — JOSÉ DE MELLO MORAES<br />

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz<br />

69 — WALDEMAR RAYTHE<br />

Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas<br />

70 JOÄO QUINTILIANO DE AVELLAR MARQUES<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

71 — VLADIMIR ILCHENKO<br />

Divisäo de Quimica Agricola — Minas Gérais<br />

72 — OTÂVIO DE SOUZA QUEIROZ<br />

Serviço de Economia Rural<br />

73 — LABIENO JOBIM<br />

Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul<br />

74 — BEN-HUR MARQUES RAMOS<br />

Instituto de Ecologia e Experimentacäo Agricolas<br />

75 GUILHERME A. DE PAIVA CASTRO<br />

76 OSVAL<strong>DO</strong> DA SLLVEIRA<br />

77 — ALCIDES FRANCO<br />

Escola Nacional de Agronomia<br />

78 — PAULO C. BITTENCOURT<br />

79 — HEITOR DA COSTA AGUIAR<br />

80 — JOSÉ SETZER<br />

Faculdade de Filosofia de Säo Paulo<br />

81 — CARLOS DEL NEGRO<br />

Instituto de Quimica Agricola<br />

82 — LEANDRO VETTORI<br />

Instituto de Quimica Agricola<br />

83 — IDA DE SOUZA SPINOLA VETTORI<br />

Instituto de Quimica Agricola<br />

84 — JOAQUIM DE ARAÛJO PEREIRA NETO<br />

Escola de Agronomia de Porto Alegre<br />

85 — RAUL EDGARD KALCKMANN<br />

Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas<br />

86 — JOSÉ E. HADDAD<br />

Divisäo de Fomento da Produçâo Vegetal<br />

87 — VIKTOR LEINTZ<br />

Universidade de Säo Paulo<br />

88 — FREDERICO JOSÉ DE SOUZA RANGEL<br />

89 — JOÄO ZANAGA<br />

90 — JOÄO AGRIPINO MAIA SOBRINHO<br />

91 ÂNGELO AFONSO FERREIRA


SESSÄO DE INSTALAÇÂO<br />

DISCURSO DE SAUDACÄO <strong>DO</strong> DR. CARLOS ARNAL<strong>DO</strong> KRUG<br />

A Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, recentemente fundada<br />

no Rio de Janeiro, houve por bem escolher o nosso Instituto Agronômico<br />

para sede da sua 2. a reuniäo. Tal decisäo constitui motivo de justo<br />

orgulho para este estabelecimento de pesquisas agronômicas, pois interpretâmo-la<br />

como homenagem aos nossos pesquisadores do passado<br />

e do presente que contribuiram e vem contribuindo para a soluçâo de<br />

numerosos problemas relacionados com o estudo dos solos. Assim sendo<br />

sej a-nos permitido consignar, logo de inicio, os nossos mais sinceros<br />

agradecimentos pela escolha de Campinas para a realizaçâo dêste<br />

certame.<br />

É com imenso prazer que a seguir desejamos as boas vindas aos<br />

ilustres congressistas que hoje nos honram com a sua presença, fazendo,<br />

ao mesmo tempo, os mais ardentes votos para o complète êxito dêste<br />

congresso. Tais votos talvez sejam desnecessârios, pois a presença aqui<br />

dos nossos maiores especialistas em solos constitui, por si só, garantia<br />

de pleno sucesso. Vieram êles de vârios recantos da nossa pâtria trazer<br />

os resultados das suas pesquisas e observaçoes, a fim de uiscuti-los com<br />

os nossos técnicos; estes, por sua vez, terâo a magnifica oportunidade,<br />

que ora se apresenta, de entrar em contato com os seus colegas de<br />

outros Estados, submetendo à sua critica métodos de pesquisas e conclusôes<br />

obtidas em seus trabalhos.<br />

Acompanhando, hâ pouco mais de 20 anos, a evoluçâo da agronomia<br />

e ciências correlatas em o nosso pais, é com grande satisfaçâo que<br />

constatamos a importância cada vez maior que se empresta as pesquisas<br />

bâsicas de interesse para a nossa agricultura. Graves problemas enfrentam<br />

o agrônomo nos dias de hoje, que requerem pronta soluçâo,<br />

nâo por meios empiricos ou rotineiros, mas sim pelo emprêgo de métodos<br />

cientificos cada vez mais aperfeiçoados. Dentre todos êsses problemas<br />

se destaca, pela sua vital importância, o da proteçâo, preservaçâo e<br />

racional aproveitamento do nosso solo. Mas, a fim de protéger, preservar<br />

e cultivar eficientemente as nossas terras, mister se faz conhecê-las<br />

em tôdas as suas particularidades. Este Congresso nâo só demonstrarâ<br />

o quanto jâ se fêz nesse sentido, mas, por certo, também<br />

chamarâ a atençâo dos poderes püblicos para a necessidade de multiplicar,<br />

pelo Brasil afora, os laboratórios destinados à pedologia, de<br />

melhor aparelhar os jâ existentes e, antes de tudo, atribuir-lhes também<br />

a funçâo de centros de especializaçâo de técnicos no estudo do solo.<br />

Ainda hâ pouco realizamos râpida viagem aérea à zona oeste do<br />

nosso Estado; atravessamos cinco dos seus principals tipos de terra,<br />

pois/ partindo da zona do Arqueano, chegamos à formaçâo Baum, passando<br />

ràpidamente pelo Glacial, Corumbataï e arenito de Botucatu.<br />

Que contrastes nos oferecem estas faixas, que multiplicidade enorme<br />

de problemas elas nos apresentam! No Arqueano deparamos com uma<br />

topografia acidentada, em gérai hostil à agricultura; mas* as suas ter-


12 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

ras, os massapê e salmourâo, sâo das melhores para uma série de culturas,<br />

inclusive para o cafeeiro, principalmente na zona limitrofe de<br />

Minas Gérais. O Glacial contrasta a seguir pela sua topografia bem<br />

mais plana, ideal à agricultura mecanizada; as suas terras sâo, em<br />

gérai fracas, apenas apresentando culturas esparsas. A estreita faixa<br />

do Corumbatai que atravessamos é fàcilmente reconhecivel, em virtude<br />

da grande densidade de culturas ali existentes, indicativa da alta fertilidade<br />

das suas terras. Entrâmos a seguir na extensa zona de terras<br />

arenosas, derivadas dos arenitos de Botucatu e Bauru, que cobrem mais<br />

de 50% da superficie do território paulista; é todo o oeste do Estado, o<br />

seu atual celeiro de café, algodâo e cereais; é a chamada zona nova,<br />

recém-desbravada. Se, de um lado, os extensos e interminâveis cafèzais<br />

e as magnificas culturas de algodäo ali existentes nos enchem de<br />

orgulho, do outro, é profundamente contristador constatar o rapidissimo<br />

declinio daquelas terras, em virtude da maneira extraordinàriamente<br />

rotineira do seu aproveitamento. A erosâo ali exerce o seu dominio,<br />

causando estragos que nâo podem ser expressos em cifras; extensissimas<br />

âreas foram desbravadas pela queima e diretamente transformadas<br />

em pastagens de capim coloniâo; hâ cafèzais que nem sequer<br />

chegaram a se formar!<br />

E as nossas famosas terras roxas? Estudos realizados na Seçâo de<br />

Agrogeologia dâo conta do seu enorme desgaste, calculando-se que, num<br />

hectare desta terra, as perdas, em elementos nutritivos, num periodo de<br />

30 anos,, atingem, aproximadamente, à cifra de Cr§ 40.000,00.<br />

Senhores Congressistas : O Institute Agronômico abre as suas portas,<br />

pondo-se à inteira disposiçâo dos senhores, desejando que dêste<br />

conclave resultem numerosos e novos ensinamentos e normas à soluçâo<br />

dos problemas pedológicos, e daqui parta mais urn veemente apêlo<br />

a todos os que se acham ligados à terra: que contribuam para a proteçâo<br />

e conservaçao do maior patrimônio da Naçâo : o nosso solo.


DISCURSO <strong>DO</strong> PRESIDENTE DA S.B.C.S., DR. ALVARO BARCELLOS<br />

FAGUNDES<br />

Este é um dia de jübilo para todos aquêles que se esforçaram pela<br />

realizaçâo da Primeira Reuniâo Brasileira de Ciência do Solo e que<br />

tomaram parte naquêle importante conclave. A idéia que nasceu hâ<br />

très anos, quando alguns estudiosos da Ciência do Solo, reunidos em<br />

Petrópolis por ocasiäo do II Congresso Pan-Americano de Minas e Geologia,<br />

sonharam com uma série de reuniöes periódicas para apresentaçâo<br />

de seus resultados e discussâo de seus problemas comuns, deu, na<br />

Primeira Reuniâo, o seu primeiro passo, ainda vacilante, e inicia hoje<br />

nova etapa, que nos vale por uma garantia da continuidade indispensâvel<br />

ao êxito dêstes empreendimentos.<br />

Contribui ainda para este jûbilo a escolha, para sede da Segunda<br />

Reuniâo, desta acolhedora cidade de Campinas que, entre seus méritos<br />

de centra de tradiçâo e de cultura, inclui a gloria de abrigar uma instituiçâo<br />

que, sobre ser um dos mais destacados nûcleos de investigaçôes<br />

agronômicas da America Latina, tem participado e liderado todos<br />

os passos no sentido do desenvolvimento da Ciência do Solo entre nos.<br />

O intercâmbio que estas reuniôes estimulam é essencial ao progresso<br />

da pedologia no Brasil. Näo é fâcil o estudo dos solos compreendidos<br />

por um território de mais de &V2 milhôes de quilômetros quadrados.<br />

Agrava ainda o problema a heterogeneidade dos materials de origem,<br />

représentantes de tôda uma gama de periodos geológicos, que inicia<br />

com o arqueano e termina com o quaternârio. Embora os climas do pais<br />

näo incluam extremos verificados em outras regiôes do globo, sua variabilidade,<br />

assim como o relêvo movimentado de seu território, só<br />

tendem a complicar o quadro desenhado pelo mosaico de nossas formaçôes<br />

geológicas.<br />

As dificuldades oriundas destas circunstâncias avultam ainda mais<br />

quando consideramos a escassez numérica dos especialistas que, entre<br />

nos, se dedicam ao estudo dos problemas do solo.<br />

Sem a congregaçâo dos esforços dêste pequeno grupo nâo logramos,<br />

jamais, realizar trabalho à altura da enorme tarefa que pesa sobre<br />

nossos hombros.<br />

Os assuntos que constituem os objetivos das diversas Comissôes<br />

desta Reuniâo cobrem vârios setores de pesquisa dos problemas da<br />

terra. É dificil estabelecer, entre êles, quais os mais importantes e<br />

urgentes.<br />

Alguns envolvem estudos sobre aspectos fundamentals do conhecimento<br />

do solo. Outras têm relaçào direta com aplicaçôes desta ciência<br />

ao desenvolvimento da produçâo agricola ou a outros ramos da atividade<br />

humana. Todos, porém, merecem nosso interesse.<br />

Nâo é fâcil traçar um limite nitido entre as especulaçoes abstratas<br />

e as investigaçôes aplicadas. O que importa, em ambos os casos, é a<br />

aquisiçâo da verdade. Esta, mais cedo ou mais tarde, encontrarâ sua<br />

aplicaçâo, muitas vêzes, sob forma e em circunstâncias que teria sido<br />

impossivel prever.


14 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

O livre exercicio da capacidade de pesquisar, entretanto, näo<br />

deverâ privar o cientista de participar de um sistema de investigates<br />

visando à soluçâo de determinado problema prâtico. Tal participaçâo<br />

poderâ até, em muitos casos, constituir um complemento ou um derivativo<br />

capaz de compensar a sobrecarga provocada por longas e absorventes<br />

pesquisas em campos altamente especializados.<br />

Aquêle sistema poderâ compreender a colaboraçâo entre a équipe<br />

de um laboratório, ou entre as seçôes de um institute, ou ainda se<br />

dilatar além das fronteiras das provincias ou dos paises.<br />

Näo necessitamos sair do âmbito dos problemas agronômicos para<br />

encontrar bons exemplos de colaboraçâo interestadual e internacional.<br />

Em Minas Gérais, o Ministério da Agricultura e a Secretaria da Agricultura<br />

do Estado vêm, hâ vârios anos, colaborando na execuçâo de<br />

um programa experimental, visando à soluçâo dos problemas de variedades<br />

e de adubaçâo das principais plantas cultivadas do Estado. Aqui<br />

mesmo, em Sâo Paulo, na Estaçâo de Ipanema, esta sendo conduzido<br />

um programa de produçâo de sementes de milho hibrido, pela colaboraçâo<br />

entre a Secretaria de Agricultura dêste Estado e o Ministério da<br />

Agricultura.<br />

Nas estaçôes expérimentais do Rio Grande do Sul, do Uruguai e da<br />

Argentina, mediante colaboraçâo internacional, realiza-se uma série<br />

de experimentos, visando à soluçâo de problemas da cultura do trigo.<br />

No tereno da ciência do solo, muitos sâo os assuntos a exigir um<br />

sistema de investigaçôes envolvendo a participaçâo de todos.<br />

Entre os assuntos que reclamam o interesse coletivo dos estudiosos<br />

figura a necessidade da elevaçâo do nïvel de produtividade da terra,<br />

que constitui um problema universal.<br />

As populaçôes sempre crescentes do planêta precisam de volumes<br />

progressivamente maiores de alimentos e de matérias-primas, e a extensâo<br />

das areas cultivâyeis näo pode evoluir com a mesma intensidade.<br />

O assunto jâ foi tratado de modo revolucionârio em 1798, pelo Reverendo<br />

MALTHUS, em seu discutido ensaio sobre a populaçâo. Sua argumentaçâo<br />

foi impressionante, embora o tempo näo tenha confirmado<br />

totalmente suas sombrias previsôes. Depois da agitacäo provocada pelo<br />

brado de alarma de MALTHUS, a humanidade se despreocupou do assunto<br />

e, apesar das doenças, dos cataclismas e das guerras, continuou<br />

crescendo, passando dos quatrocentos milhôes estimados no século dezoito<br />

a perto de dois bilhôes e meio neste segundo quartel do século<br />

vinte.<br />

Nos Ultimos anos, foi o assunto retomado violentamente por vârios<br />

estudiosos e jâ serviu de objetivo a uma volumosa literatura, em<br />

que se destacam os dois interessantes livros Our Plundered Planet e<br />

Road to Survival, de FAIRFIELD OSBORN e WILLIAM VOGT, respectivamente.<br />

Embora näo compartilhemos de certos exageros de alguns dedicados<br />

ao assunto, somos forçados a admitir que o problema exige o aumento<br />

da produçâo dos generös de subsistência e das matérias-primas. É<br />

verdade que este aumento tem se processado através do melhoramento<br />

das plantas cultivadas para a obtençao de formas mais produtivas e<br />

resistentes, através do desenvolvimento de métodos de profilaxia e<br />

combate a doenças e pragas e ainda através de prâticas de correçao<br />

do meio edâfico. Na aplicaçao destas ultimas, no entanto, ainda estamos<br />

longe de utilizar, totalmente, tôdas as possibilidades da terra. A correçao<br />

da acidez do solo, o estabelecimento das melhores condiçôes de<br />

arejamento, a fixaçâo de um balanço hidrico, assim como de teores<br />

em matéria orgânica e em elementos nutritivos mais apropriados as


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 15<br />

exigências végétais, sâo providências que poderâo cobrir de fartas messes<br />

vastas areas ho je improdutivas.<br />

É desnecessârio acentuar que a exploracäo destas areas näo representarâ<br />

soluçâo permanente para os problemas da humanidade se as<br />

prâticas adotadas näo propiciarem a conservaçao da fertilidade da<br />

terra.<br />

Certas normas deverâo ser impostas aos agricultores, mesmo que<br />

isto pareça restriçâo à liberdade individual. À medida que evoluem as<br />

sociedades, condicionam-se as liberdades dos individuos pela necessidade<br />

de respeitar os direitos do proximo. Este conceito nâo se deve<br />

limitar à proximidade no espaço; é preciso estendê-lo à proximidade<br />

no tempo. O proximo do hörnern de hoje näo é só o seu contemporâneo<br />

do bairro, do pais ou do planêta. É também o hörnern das geraçôes de<br />

amanhä, as quais irâo procurar os elementos para sua sobrevivência<br />

nas mèsmas fontes que hoje exploramos.<br />

O aumento de produçao por unidade de ârea constitui também um<br />

imperativo de nossa agricultura. Poderâ parecer absurdo que em um<br />

pais de território täo extenso, onde a superficie cultivada atinge apenas<br />

a 2% da area total constitua objeto de cogitaçâo o rendimento por<br />

hectare. Contudo, isto é importante por varias razôes, entre as quais .<br />

ressaltam as que se referem ao preço do trabalho e à deterioraçâo do<br />

solo.<br />

Apenas uma parte do trabalho agricola é proporcional ao volume<br />

. do produto. Uma grande parte, compreendendo principalmente as<br />

operaçôes de lavra, gradagem e capina, é proporcinal à extensäo da<br />

ârea cultivada. É lógico, portante, que determinado volume de colheita,<br />

quando produzido por dois hectares de terra, exigirâ muito mais trabalho<br />

do que quando produzido apenas por um.<br />

A influência da extensäo das areas cultivadas sobre a deterioraçâo<br />

do solo é também digna de cuidadosa consideraçâo. Os resultados<br />

de investigaçôes produzidas em vârios paises, e mesmo aqui no Brasil,<br />

indicam que as perdas do solo em terras cultivadas sâo sempre maiores<br />

do que as que ocorrem em terenos permanentemente protegidos por<br />

cobertura vegetal, quer esta seja arbórea ou herbâcea. Tais perdas nâo<br />

se verificam apenas em consequência da erosâo. Mesmo em terrenos<br />

pianos as âreas descobertas perdem, pela lixiviaçâo, quantidades muito<br />

maiores de elementos solüveis do que as âreas cobertas de vegetaçâo<br />

continua. Ao contrario das perdas pela erosâo, que correm pela superficie,<br />

os elementos solûveis arrastados pela âgua percolante vâo alimentar<br />

o lençol subterrâneo, para dali passar as fontes e aos rios. Mas se,<br />

no primeiro caso, o material erodido pode se depositar em terrenos próximos,<br />

formando, por vêzes, férteis aluvioes, no ultimo caso, o destino<br />

das bases arrancadas ao solo pela drenagem é, invariàvelmente, o mar.<br />

Assim, nas regiôes pluviosas, os solos descobertos estâo sempre expostos<br />

a intensa deterioraçâo, quer sejam declivosos, quer sejam pianos. Em<br />

consequência disto, as boas normas de conservaçao do solo recomendam<br />

que se pratiquem as culturas anuais apenas em uma parte dos<br />

terrenos disponïveis, deixando as outras sob a manta protetora da vegetaçâo<br />

continua, quer plantada especialmente para este fim, quer<br />

nascida subespontâneamente.<br />

A necessidade de elevados indices de produçao por unidade de superficie<br />

exige de nosso agricultor um grande esfôrço, em face da fraca<br />

fertilidade natural das terras que êle, em gérai, cultiva.<br />

As causas do baixo nivel de fertilidade podem ser das mais variadas<br />

e nem sempre fàcilmente diagnosticâveis. Este é, particularmente,<br />

o caso das deficiências em elementos nutritivos. Desde os primórdios


16 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

da ciência agronômica que se procuraram formulas capazes de determinar<br />

as necessidades dos solos em elementos fertilizantes, mediante<br />

estudos de laboratório. O otimismo dos primeiros investigadores, que<br />

pretenderam, armados de uma simples anâlise de terra, indicar quais<br />

os nutrientes em deficiência, nâo foi, infelizmente, confirmado pelos<br />

resultados das aplicaçôes posteriores.<br />

As exaustivas pesquisas conduzidas nos Ultimos decênios pelos investigadores<br />

da Europa e dos Estados Unidos os levaram a estabelecer<br />

um grau de correlaçao satisfatorio entre os indices de laboratório e as<br />

carências de nutrientes dos solos estudados. O valor destas correlaçôes<br />

fica, em gérai, circunscrito as regiöes em que foram conduzidos os estudos<br />

. Entre nos, porém, ainda nâo existe, ou é muito fraca, a segurança<br />

nas indicaçôes dos métodos conhecidos.<br />

Este constitui, decerto, um dos campos de estudo que mais reclamam<br />

a atençâo de nossas reduzidas équipes de investigadores. O problema<br />

talvez tenha diversas soluçôes, conforme a natureza dos solos<br />

das diferentes regiôes do pais. Para seu ataque jâ hâ urn bom ponto de<br />

partida, constituido pelos ensaios de adubaçâo que, com as principals<br />

culturas, vêm sendo conduzidos nos campos expérimentais fédérais,<br />

estaduais e particulares.<br />

As investigaçôes sobre as deficiências minerais responsâveis pela<br />

baixa fertilidade e os métodos de diagnose que elas desenvolveram indicarâo,<br />

quando coroadas de êxito, apenas a causa de um mal. Tal conhecimento<br />

reclama, como complemento, a determinaçâo das substâncias<br />

mais apropriadas à correçâo daquela causa e a indicaçâo das fontes<br />

onde podem ser encontradas. Ainda nâo foi solucionado, entre nos,<br />

o problema da obtençao de elementos fertilizantes em volume e por<br />

preços satisfatórios.<br />

É auspicioso saber que, em vârios pontos do pais, se desenvolvem<br />

pesquisas de jazidas minerais e se estudam subprodutos industrials visando<br />

à sua utilizaçâo na fertilizaçâo dos campos. Em alguns casos,<br />

jâ surgir am as indûstrias e jâ apareceram os produtos, que estâo sendo<br />

utilizados com bons resultados pelos agricultores. Mas é forçoso admitir<br />

que o volume e o preço da produçâo dêstes elementos fertilizantes ainda<br />

nâo sâo adequados as nossas necessidades.<br />

Precisamos de quantidades maiores dêstes materials, nâo só para<br />

atender as exigências da produçâo agricola atual, mas para fazer face<br />

as solicitaçôes do mundo que, faminto de alimentos e de matérias-primas,<br />

vira fatalmente, bater as nossas portas de senhores ociosos de<br />

vastas âreas de terras fertilizâveis.<br />

Espero que, nesta Reuniâo, como nas que lhe deverâo seguir, além<br />

do esclarecimento de questôes fundamentals sobre a natureza intrinseca<br />

dos solos, aparecerâo nâo só subsidios para a explicaçâo das causas<br />

do baixo nivel de fertilidade dos nossos campos, mas também contribuiçoes<br />

para obtençao dos meios de sua refertilizaçao e para a conservaçâo<br />

de sua fertilidade, a bem da garantia da sobrevivência e do<br />

bem-estar das geraçôes que nos hâo de suceder.


SESSÂO PLENÂRIA<br />

ATA DA SESSÂO PLENÂRIA DA 2. a REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE<br />

<strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>, EM 23 DE JULHO DE 1949<br />

As 9 horas e 30 minutos do dia 23 de julho de 1949, na sala da<br />

biblioteca do Instituto Agronômico de Campinas, realizou-se a 2. a<br />

sessâo plenâria da 2. a Reuniâo Brasileira de Ciências do Solo, tomando<br />

parte à mesa a diretoria da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo<br />

sob a presidência do sr. ÄLVARO BARCELLOS FAGUNDES. O sr. presidente<br />

declarou aberta a sessâo e deu a palavra ao sr. LEANDRO VETTORI,<br />

que leu a ata da l. a Comissâo Técnica — Fisica do Solo. Posta em<br />

discussâo a redaçâo e ninguém pedindo a palavra, foi a mesma considerada<br />

aprovada. Em seguida, em nome da Comissâo, o sr. JOSÉ W.<br />

DA COSTA LIMA leu o relatório da 3. a Comissâo — Microbiologia do<br />

Solo. Após, o sr. RENATO A. CATANI leu o relatório da 2. a Comissâo<br />

Técnica — Quimica do Solo. Os srs. LEANDRO VETTORI e FRANCISCO DA<br />

COSTA VERDADE fizeram ligeira retificaçâo, sendo entâo aprovada a redaçâo.<br />

Em tempo — o relatório da 3. a Comissâo Técnica foi aprovado<br />

sem discussâo. Em nome da 4. a Comissâo Técnica — Fertilidade do<br />

Solo — o sr. RENATO A. CATANI le o relatório. O relator consulta o<br />

plenârio se as moçôes, que visam a comentârios em tôrno de teses discutidas,<br />

devem ser aprovadas em plenârio. Por proposta do sr. EDIL-<br />

BERTO AMARAL foi decidido que êsse julgamento ficaria a cargo das<br />

Comissôes Técnicas. Em seguida o sr. ALFRE<strong>DO</strong> KÜPPDR, em nome da<br />

5. a Comissâo Técnica — Gênese, Morfologia e Cartografia do Solo —<br />

faz, de improviso, um resumo dos trabalhos dessa comissâo. O sr.<br />

REINHARD MAACK faz questâo que constem do relatório as objeçôes que<br />

fêz a uma das teses apresentadas. Aprovado. O sr. J. QUINTILIANO<br />

DE A. MARQUES leu, em seguida, o relatório da 6. a Comissâo Técnica<br />

— Aplicaçâo da Ciência do Solo ao Melhoramento das Terras — que<br />

também foi aprovado com ligeiras emendas. Finalmente, o sr. JOSÉ<br />

EMJLIO G. DE ARAÛJO leu o relatório da 7. a Comissâo Técnica — Uniformizaçâo<br />

dos Métodos de Estudo e de Rrepresentaçâo dos Solos. Ensino<br />

da Ciência do Solo — que foi aprovado. Esgotada a ordern do dia,<br />

o sr. Presidente déclara livre a discussâo dos assuntos que foram apresentados.<br />

O sr. JOSÉ EMÎLIO G. DE ARATJJO propôe entâo a inclusâo do<br />

sr. J. QUINTILIANO DE A. MARQUES na Comissâo Permanente de Métodos<br />

de Campo, que funciona na Sociedade Brasileira de Ciência do<br />

Solo. Aprovado. Em seguida, o sr HERCULANO P. MEDINA consulta a<br />

presidência sobre o critério que sera adotado na publicaçâo das teses<br />

e se estas podem ser publicadas, por iniciativa do autor, fora dos Anais<br />

da Reuniäo de Solos. O sr. Presidente expöe sua opiniäo, achando que a<br />

retirada das teses enfraquecerâ os Anais; lembra, entretanto, que existe<br />

falta de recursos para uma imediata publicaçâo, o que viria contrariar<br />

alguns autores que desejam publicar seus trabalhos com urgência. O<br />

sr. LEANDRO VETTORI propôe autorizar-se a publicaçâo de "separatas<br />

prévias": O sr. RENATO A. CATANI propôe a publicaçâo dos Anais em<br />

— 2 —


18 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

"multilite", o que poderâ baratear a ediçâo. Estabeleceu-se acalorada<br />

discussâo sobre o assunto, ficando finalmente decidido, por 21 contra 9<br />

votos, que os autores poderao publicar suas teses antes do aparecimento<br />

dos Anais, sem que isso prejudique a publicaçâo de tôdas as teses, na<br />

intégra, nos Anais. O sr. Presidente recebe entâo uma proposta, assinada<br />

por 29 pessoas présentes, propondo a criaçâo de uma Comissâo<br />

Permanente de Fertilidade, na Sociedade Brasileira de Ciência do<br />

Solo. Esta proposta foi aprovada por 30 votos. Em seguida, o sr. QUIN-<br />

TILIANO DE A. MARQUES propoe a modificaçao do titulo da é. a Comissâo<br />

para: Aplicaçâo de Ciência do Solo à Conservaçâo do Solo. O sr. Presidente<br />

pôe a proposta em discussâo. O sr. LEANDRO VETTORI sugere<br />

que se acrescente ao titulo atual: Conservaçâo do Solo. Estabelece-se<br />

discussâo sobre o assuntô. Finalmente, por 7 contra 9 votos foi aprovada<br />

a proposta do sr. LEANDRO VETTORI, ficando o seguinte o titulo<br />

da 6. a Comissâo Técnica : "Aplicaçâo de Ciência do Solo ao Melhoramento<br />

das Terras. Conservaçâo do Solo". O sr. LEANDRO VETTORI propoe<br />

ainda que a Comissâo apele ao sr. JOSÉ SETZER para que este mantenha<br />

a sua tese, junto com a moçâo apresentada. O sr. Presidente<br />

propöe, o que é aprovado, que este assunto fique a cargo do Conselho<br />

Diretor da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. O sr. TUFI COURY<br />

propöe que na próxima reuniâo as teses se jam entregues com maior<br />

antecedência as Comissôes Técnicas, estabelecendo-se discussâo em<br />

tôrno das varias normas adotadas em outras reuniôes semelhantes.<br />

Foi deliberado que este assunto seja resolvido no Regimento Interno<br />

da Comissâo Organizadora da 3. a Reuniâo, a realizar-se em Recife,<br />

propondo o sr. JOSÉ ELIAS DE PAIVA NETTO que os srs. JOSÉ W. DA COSTA<br />

LIM e FRANCISCO EDMUN<strong>DO</strong> DE SOUZA MELLO indiquem esta comissâo.<br />

Ficou ainda deliberado que a sessâo solene de encerramento desta 2. a<br />

Reuniâo seja realizada as 15 hor as dêste mesmo dia. Nada mais havendo<br />

a tratar, o sr. Presidente encerrou a sessâo as 11 e 50 hor as.<br />

Desta sessâo eu, RAUL EDGARD KALCKMANN lavrei a presente ata, que<br />

vai assinada pela diretoria.<br />

(ass.) ALVARO BARCELLOS FAGUNDES<br />

JOSÉ ELIAS DE PAIVA NETTO<br />

FERNAN<strong>DO</strong> RAMOS


SESSÄO DE ENCERRAMENTO<br />

DISCURSO DE SAUDACÄO AO INSTITUTO AGRONÔMICO DE<br />

CAMPINAS, PELO PROF. JOSÉ EMÎLIO GONÇALVES ARAÜJO<br />

Senhores.<br />

Esta a concluir-se agora a 2. a Reuniâo Brasileira de Ciência do<br />

Solo, iniciativa novel que, no entretanto, vem produzindo grandes e<br />

jâ sazonados f ru tos.<br />

Prevista em 1947, para provâvel fundaçâo durante a l. a Reuniâo<br />

que foi organizada pela Comissâo de Solos do C.N.E.P.A., a Sociedade<br />

Brasileira de Ciência do Solo vem de organizar esta reuniâo, com<br />

resultados magnificos, nâo só quanto ao numéro de trabalhos, como pelo<br />

de participantes que aqui estiveram com seu pensamento voltado para<br />

'o estudo e observaçâo.<br />

Houveram por bem escolher a este representante para dizer das<br />

despedidas e ultimas congratulaçôes com os organizadores e com os<br />

participantes pelos êxitos obtidos. Eis a razâo de encontrar-me neste<br />

instante trazendo-vos, na palavra, urn entusiasmo, que espero contagiante,<br />

que resultou do muito que aprendemos e vimos nesta quinzena<br />

de trabalhos intensivos, onde o saber e a camaradagem deram as mais<br />

expressivas demonstraçôes.<br />

Fomos aqui recebidos pela cativante gentileza dos membros da<br />

Comissâo Organizadora da 2. a Reuniâo que, sob a orientaçâo do nosso<br />

prezado colega vice-presidente da sociedade, Dr. JOSÉ ELIAS DE PAIVA<br />

NETTO, havia preparado um programa que, cumprido na intégra, deu<br />

oportunidade a que, em duas semanas de atividade intensa, quer com a<br />

discussâo em elevado nivel, durante as sessöes das comissôes técnicas,<br />

quer com a observaçâo acurada durante a longa excursâo feita, se tomasse<br />

contato com vârios ângulos do estudo da ciência do solo.<br />

Tal resultado se tornou possivel dado o opoio que a Sociedade recebeu<br />

da Direçâo do Intituto Agronômico de Campinas, onde o eminente<br />

agrônomo brasileiro Dr. ARNAL<strong>DO</strong> KRUG, com a sua presença em<br />

grande numéro de reuniôes e com a contribuiçâo da parte administrativa<br />

da instituiçâo que dirige, promoveu, extraordinàriamente, um melhor<br />

resultado dos trabalhos.<br />

Reuniram-se técnicos de vârios Estados da Uniäo, representando<br />

instituiçôes de ensino e pesquisa, estas retortas de onde sairâ a obra<br />

futura de caracterizaçâo dos solos do nosso pais. Vieram trazendo os<br />

resultados das pesquisas que fizeram, especialmente nestes dois Ultimos<br />

anos.<br />

Com a discussâo de cêrca de 60 trabalhos e a realizaçâo de uma<br />

excursâo de 900 quilômetros através do Estado de Säo Paulo, passando<br />

pelas formaçôes glacial, arenito de bauru, arenito de botucatu, terra roxa<br />

e corumbatai, os que aqui vieram sentem-se plenamente satisfeitos<br />

em seus anseios de estudo e observaçâo.


20 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Aqui veio o caro professor PAULO VAGELER, O velho mestre que pode<br />

ser incluido entre os incentivadores do estudo do solo no Brasil, com<br />

sua combatividade tâo caracteristica, nâo só expondo idéias novas, como<br />

aparteando outros autores e ai trazendo-nos. luzes de seus conhecimentos,<br />

mas também participando, jovialmente, das excursöes estafantes,<br />

porém proveitosas.<br />

Outros colegas, de pontos vârios de nossa terra, trouxeram-nos<br />

sua prâtica de visu, e as comprovaçôes ou contestaçôes de observaçôes<br />

regionais, para melhor esclarecimento dos companheiros que aqui<br />

vieram aprender, especialmente, e ensinar o que Ines estava ao<br />

alcance.<br />

Vimos a apresentaçâo de trabalhos de elevado valor, onde sobressaem<br />

os realizados nesta casa que nos hospeda; entre êles, os<br />

levantamentos agrogeológicos, que receberam a opiniäo do mestre<br />

VAGELER como sendo os de melhor sistematizaçâo, talvez, realizados<br />

no mundo.<br />

Apreciamos a atençâo e cuidado com que nos, os moços, buscâvamos<br />

nos calejados, pela prâtica, um enriquecimento cada vez maior<br />

dos conhecimentos.<br />

Vimos, enfim, que a Ciência do Solo nâo tem sido descurada<br />

por parte daqueles, pequeno grupo ainda, que a ela vem dedicando<br />

o mâximo de esforços. Jâ realizaçôes de incontestâvel valor säo de<br />

conhecimento püblico. Foram taazidas para esta Reuniâo e daqui.<br />

serâo lançadas ao conhecimento daqueles que porventura dêles possam<br />

tirar proveito. Mesmo sem encontrar, em grande parte, o apoio<br />

necessârio por parte dos poderes da naçâo, que deveriam ser os mais<br />

interessados em que o estudo da conservaçâo e melhoramento do<br />

solo atinja um elevado nivel, a fim de que, podendo desenvolver-se a<br />

agricultural a produçâo possa aumentar e assim a coletividade detenha<br />

um padräo de vida mais alto, os homens da ciência do solo<br />

vêm pesquisando ou ensinando aos mais novos as belezas da ciência<br />

onde a agricultura encontra seus fundamentos.<br />

Os que aqui vieram, retiraram-se, hoje, certos de que foi esta uma<br />

das melhores oportunidades que tiveram, nâo só para aprender, mas<br />

também para fazer novos conhecimentos entre os colegas, enriquecendo<br />

assim o circulo de amizades e aumentando os pontos de contacte que<br />

poderâo dispor por ocasiâo de pesquisas futuras.<br />

Vamos preparar-nos agora para a 3. a Reuniâo, onde, estamos certos,<br />

aparecerâ um grande numero de contribuiçôes de alto valor, confirmando<br />

assim o prestigio da Sociedade e a importância destas Reuniôes.<br />

É urn representante do sul que vem saudar o norte pelo encargo que lhe<br />

foi conferido, como amigo que vem oferecer a sua e a colaboraçào de<br />

todos que desta Reuniâo participaram, para que o melhor êxito venha<br />

coroar o conclave de Recife.<br />

Sr. Diretor do Institute Agronômico de Campinas: jâ dissemos hâ<br />

pouco da nossa satisfaçâo em ter-vos em nossa companhia e o do prazer<br />

de trabalhar em vossa casa, onde nenhuma atençâo nos faltou, ou<br />

melhor, onde fomos cumulados excessivamente de gentilezas — o que<br />

vem confirmar a hospitalidade amiga do paulista — e que, podeis estar<br />

certo, ficarâo gravadas em nossos coraçôes para que urn dia possamos<br />

retribui-las aos homens desta casa do melhor modo que nos fôr possivel.<br />

Recebei, Sr. Diretor o nosso perene agradecimento e aprêço.<br />

Colegas Drs. FAGUNDES e PAIVA NETTO, que, com a colaboraçào de<br />

outros da Sociedade, fostes os mentores desta reuniâo, nos vos deixamos<br />

o preito de aprêço e as congratulaçôes mais efusivas pelos bri-


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 21<br />

lhantes resultados obtidos. Vós mesmos, agora com a presidência do<br />

colega PAIVA NETTO, continuareis, pela expressäo incisiva da vontade<br />

dos colegas da Sociedade a dirigir-lhe o destino. So este fato jâ é um<br />

penhor de sucesso dos futuros trabalhos da Sociedade, e à nova diretoria<br />

apresentamos os votos de realizaçôes e progresso, no sentido de uma<br />

evolucäo constante, "näo de uma laterizacäo", mas sim de um caminho<br />

que permita colocar a Ciência do Solo no lugar que lhe cabe no conceito<br />

cientifico nacional.<br />

Colegas paulistas, vos que, liderados pela brilhante comissäo organizadora<br />

de 2. a Reuniäo Brasileira de Ciência do Solo, nos fizestes as<br />

honra de donos da terra, nesta estadia na linda cidade de Campinas,<br />

recebei os nossos agradecimentos. Para melhor expressâ-los, neste momento<br />

em que nos separamos após um agradavel convivio de amigos e<br />

de irmâos unidos pelo estudo da mesma ciência, só podemos dizer que<br />

ansiosamente desejamos, em breve, poder dizer-vos, em nossas terras,<br />

com o mesmo torn alegre e fraternal na voz, as palavras que ouvimos ao<br />

chegar: "sois bem-vindos".


EXCURSÖES<br />

PROGRAMA E ITINERARIO<br />

DIA 15:<br />

8 horas — Visita à Seçâo de Conservaçao de Solos e à Estacäo Experimental<br />

de Santa Eliza.<br />

14 " — Visita à Seçâo de Agrogeologia.<br />

DIA 16:<br />

8 horas — Visita à Fazenda Sant'Ana (Leiteria, Sede, etc.).<br />

16 " — Coquetel no Hotel Terminus oferecido aos Senhores Congressistas<br />

pelas Firmas;<br />

SERRANA S/A DE MINERAÇAO<br />

ESPÖLIO ZANAGA<br />

ROMEU FACCHINA & CIA. LTDA.<br />

DIA 17:<br />

6 horas — Inicio da excursäo — Partida de Campinas.<br />

12 " — Chegada em Ribeirâo Prêto — Almôço na Escola Prâtica<br />

de Agricultura.<br />

14 " — Visita a Escola Prâtica de Agricultura e Estacäo Experimental<br />

.<br />

(pernoite na cidade de Ribeirâo Prêto) .<br />

DIA 18:<br />

6 horas — Partida para Pindorama.<br />

11 " — Coquetel oferecido pela Municipalidade de Pindorama.<br />

Almôço na Estacäo Experimental.<br />

15 " — Visita à Estaçâo Experimental e as Termas de Ibirâ.<br />

DIA 19:<br />

6 horas — Partida de Ibirâ (mais ou menos as 10 h) — chegada à<br />

Usina Tamoio: visita à mesma.<br />

DIA 20:<br />

S horas — Partida para Piracicaba — Visita à Escola Superior de<br />

Agricultura e à Usina Monte Alegre.


p c/os grandes iipos dt solo<br />

do fstado de Sao Paulo<br />

Cfiefe da Seccâo de rffregeoAg/o<br />

Cop./}Ufté Af/nflJ*


Il PARTE<br />

TESES


I COMISSAO<br />

FiSICA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>


A ÄGUA E OS POTENCIAIS <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> (RESUMO)<br />

PAULO VAGELER<br />

Chefe da Secçâo de Quimica Agrogeológica<br />

do Instituto Agronômico do Norte<br />

De todos os ramos da Agrogeologia, ou, mais acertadamente, da<br />

Pedologia, como ciência aplicada dos solos, nenhum teve um desenvolvimento<br />

täo revolucionârio nos Ultimos decênios como o das relacöes<br />

entre os solos e o seu teor em âgua. A convicçâo da importância fundamental<br />

da âgua nos solos naturalmente näo é nova. Ao contrario, é<br />

antiga como a própria agricultura. Porém os problemas da estâtica e<br />

dinâmica da âgua no solo inicialmente pareciam simples, para nâo dizer<br />

primitivos e resolviveis mais ou menos empiricamente.<br />

Foram necessârios os progressos enormes da quimica coloidal, da<br />

mineralogia, da fisica em geral e da instrumentaçâo técnica de pesquisa<br />

para demonstrar com evidência que, na realidade, o comportamento da<br />

âgua no solo näo era täo simples e compreensivel como se pensava.<br />

Tornou-se preciso a experiência incontestâvel provar que os chamados<br />

"métodos clâssicos" do estudo fisico dos solos, por exemplo, a<br />

anâlise mecânica, medindo a composiçâo dêles por particulas de tamanho<br />

diferente, etc., estâo longe de poder assegurar o domïnio da âgua<br />

nos solos. Foi preciso ainda que a experiência prâtica e experimental,<br />

na criaçâo de plantas de culturas modernas de superproduçâo, exigindo<br />

por isso mesmo abundância d'âgua disponivel nos solos, para<br />

aproveitamento de suas propriedades produtivas imanentes, demonstrasse<br />

que, em enormes areas agriculturais da terra, regadas com chuvas<br />

relativamente abundantes, a âgua disponivel dos solos se tornara<br />

o "fator minimo" decisivo para a produçâo. E isso näo porque a quantidade<br />

das chuvas näo bastasse, mas porque as perdas duma grande<br />

parte da âgua pelos métodos normais da lavoura eram grandes demais.<br />

Perdas evitâveis ùnicamente dominando-se de modo perfeito a<br />

lei do comportamento da âgua nos solos.<br />

O conceito cientifico mais antigo era, conforme o nivel da ciência<br />

contemporânea, o da capilaridade, no seu sentido mais estreito, como<br />

fator da estâtica e dinâmica da âgua no solo. Considerava êle o solo<br />

como um sistema simples de capilares de diâmetro variado. É muito<br />

interessante observar como, de inïcio, os autores, muitas vêzes sem o<br />

saber, lutavam com a dificuldade fundamental de que a teoria simples<br />

da capilaridade aplicada näo indicava uma relacäo com a quantidade<br />

d'âgua possivel num sistema capilar polidisperso como é o solo!<br />

Os primeiros passos para eliminar esta dificuldade, que impede<br />

qualquer câlculo quantitativo da economia d'âgua dos solos, foram dados<br />

* Este resumo foi apresentado ao "Primer Congresso Sud-Americano de<br />

Agronomia" em La Estanzuela, H.O. del Uruguai, sob o titulo "O desenvolvimento<br />

moderno do conceito dos potenciais dos solos e sua importância para a<br />

ecologia teórica e aplicada".


30 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

por RODEWALD e MITSCHERLICH (1901). Êles criaram o conceito especial<br />

da "higroscopicidade" segundo MITSCHERLICH, "HyM", com a definiçâo<br />

de ser MyM a quantidade d'âgua condensâvel por 100 g. do solo<br />

sêco em equilibrio com a pressäo de vapor duma soluçâo de 10% H2SO4.<br />

Esta quantidade d'âgua é aproximadamente a mesma que livra o mâximo<br />

mensurâvél do calor de umedecimento dum solo completamente<br />

sêco, correspondendo a uma força de sucçâo osmótica de 78,2 at. independente<br />

da estrutura casual do splo.<br />

Seguiram, partindo duma base diferente, mas no mesmo sentido,<br />

em 1907, BRIGGS e MCLANE, criando o "moisture equivalent", M: o<br />

equivalente da umidade dos solos. Este valor é definivel como a quantidade<br />

d'âgua que um solo pode reter contra uma força centrifuga<br />

equivalente a 1 000 g.<br />

No mesmo ano de 1907, BUCKINGHAM jâ havia criado o conceito<br />

do "potencial capilar" ou x cap. (capillary potential) dos solos, como<br />

medida universal da força de sucçâo dos solos para a âgua, em cm. de<br />

coluna d'âgua (1 000 cm = 1,0 at.).<br />

O desenvolvimento posterior dêste conceito, que domina até ho je<br />

quase completamente a pesquisa fisica dos solos, é muito interessante.<br />

O potencial capilar, ou JI cap., quer dizer que a âgua no solo segue<br />

sempre a atraçâo, ou melhor, a sucçâo do potencial mais elevado. O<br />

valor do potencial é uma funçâo continua do teor de âgua no solo.<br />

A parte dum solo mais sêca tem sempre o potencial mais elevado. A<br />

âgua vai no solo por isso sempre dos pontos ümidos aos pontos secos.<br />

respectivamente dos capilares mais grossos aos mais finos, como evidencia<br />

a experiência diâria de cada lavrador.<br />

Foi talvez justamente esta evidência a razâo pela quai a importância<br />

real do conceito de BUCKINGHAM näo foi compreendida antes de 1920,<br />

quando GARDNER pensou poder chamar o potencial capilar a base real<br />

de tôdas as constantes fisicas da rélaçâo entre o solo e seu teor em<br />

âgua, mencionadas acima: moisture equivalent, higroscopicidade, etc.<br />

Tôdas elas deviam ser, segundo o seu conceito, pontos da mesma curva<br />

do potencial como funçâo do teor em âgua, a saber, duma hipérbole,<br />

como jâ BUCKINGHAM pensara.<br />

Este carâter da curva foi pôsto em dûvida por WADSWORTH, indicando<br />

a possibilidade de que esta curva "fosse composta por diferentes<br />

curvas nos mesmas coordenadas".<br />

Entretanto, BRIGGS e SHANTZ definiram, em 1912, uma outra constante<br />

da âgua no solo : o "wilting point" = o "ponto de murchar", como<br />

sendo o teor em âgua no solo Ain, que nâo permite o desenvolvimento<br />

normal das plantas, começando elas a murchar. Este conceito foi estendido<br />

um pouco mais tardé ao "permanent wilting point": o "ponto<br />

de morrer", Am, isto é, o teor de âgua no solo, no quai as plantas morrem<br />

de sêca.<br />

Também estes pontos Ain e Am deviam pertencer à curva do "potencial<br />

capilar", como era anteriormente a opiniâo gérai.<br />

Os potenciais das constantes fîsicas mais importantes sâo ho je<br />

convencionalmente, isto é, pelo menos reconhecidos por muitos autores,<br />

os seguintes:<br />

Equivalente de umidade M = 1 000 cm pressâo d'âgua =<br />

= 1,0 at = 3,0 pF<br />

Ponto de murchar Ain = 8 000 cm pressâo d'âgua =<br />

= 8,0 at = 3,9 pF<br />

Ponto de morrer A,,, = 15 800 cm pressäo d'âgua =<br />

= 15,8 at _= 4,2 pF


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 31<br />

Coeficiente higroscópico =31 600 cm pressäo d'âgua =<br />

= 31,6 at = 4,5 pF<br />

Higroscopicidade seg HyM = 78 200 cm pressâo d'âgua =<br />

MITSCHERLICH = 78,2 at = 4,9 pF<br />

pF é o logaritmo da pressäo d'âgua em cm de altura da coluna, o<br />

conceito fértil, introduzido por SHEFIELD, que permite apresentar gràficamente<br />

numa forma concreta tôdas as relaçôes entre a unidade dos<br />

solos e o seu potencial de 0 até oo .<br />

O "moisture equivalent", M, é determinado originalmente por centrifuga<br />

com força de ± 1 000 g, e mais tarde, aproximadamente, pelc<br />

processo BOYOUCOS, isto é, pela sucçao dum vâcuo de ± 1 at.<br />

Pelo menos era a opiniâo de BOUYOUCOS, e dos numerosos pesquisadores<br />

que empregaram este método, que se déterminasse o M desta<br />

maneira. Muitos outros autores, porém, opinaram que o método<br />

BOUYOUCOS, muito simples e râpido, nào dâ o valor de M senâo para<br />

solos mais ou menos pesados. Para solos levés os valores observados sâo<br />

grandes demais. Os criticos têm razâo. O método BOYOUCOS nâo détermina<br />

realmente o M, mas sim um valor completamente diferente, alias,<br />

da mesma importância prâtica do M, que sera discutido abaixo. Aqui<br />

o M determinado por sucçao vai por isso ser denominado M„.<br />

Emprega-se em. ambos os métodos o efeito duma força exterior<br />

vectorial, sobre as forças que impedem o movimento da âgua no solo, a<br />

saber, sobre o potencial de hidrataçâo, geralmente chamado "higroscopicidade"<br />

e o potencial capilar. M e MB sâo, pois, valores cinéticos.<br />

Todos os outros métodos, pelos quais sâo hoje determinados também<br />

parcialmente o M e as outras constantes: Absorçâo d'âgua contra<br />

uma certa pressäo de vapor sobre soluçôes de âcidos ou sais de certa<br />

concentraçao, abaixamento do ponto da congelaçao e, especialmente,<br />

o método de RICHARDS e WEAVER, muito empregado hoje: Equilibrio do<br />

solo molhado com a pressâo do vapor d'âgua num certo vâcuo determinam<br />

nâo sômente o valor da influência dos dois potenciais acima,<br />

mas também o efeito do potencial osmótico dos sais solutos, o que nâo<br />

se détermina, senâo no sentido inverso, pelos métodos da centrifuga e<br />

sucçao.<br />

Isto significa que os valores das constantes em gérai e do M em<br />

particular, determinados pelos dois grupos diferentes de métodos, podem<br />

coincidir só por acaso. Êles näo säo comparâveis, os Ultimos sendo<br />

osmóticos e por isso fisiológicos, instruindo A(n e A,„.<br />

Forçosamente deviam, pois, surgir grandes diferenças de opiniâo e<br />

controvérsias sem f im.<br />

O "M" clâssico cinético (como a curva desta categoria de valores<br />

em gérai) é ùnicamente determinâvel pela centrifuga, que é sem dûvida<br />

o instrumento adequado para a mediçâo das forças do solo em<br />

questâo. A possibilidade do seu câlculo por MB sera discutida abaixo.<br />

O coeficiente higroscópico é urn valor arbitrârio:<br />

Provàvelmente nasceu a sua determinaçâo da impossibilidade absoluta<br />

de determinar exatamente o teor em âgua higroscópica dum solo<br />

em equilibrio com âgua limpa. Mas a mesma dificuldade de que o<br />

equilibrio neste ûltimo caso nunca é alcançâvel sem urn dispêndio irra-<br />

. cional de tempo e aparelhagem vale também para o coeficiente higroscópico<br />

e até para HyM.<br />

O valor da pressâo do coeficiente higroscópico coincide mais ou<br />

menos com o valor de Am = ponto de morrer, sendo urn tanto mais<br />

alto do que este. É recomendada a determinaçâo dêste valor, porque,


32 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

"num teor em âgua correspondente ao coeficiente higroscópico, esta<br />

nâo se movimenta mais corao fluido e as plantas morrem." Mas isso<br />

vale, afinal de contas, para cada outro ponto do potencial elevado num<br />

solo mais ou menos sêco.<br />

Durante os Ultimos decênios as pesquisas a respeito da teoria do<br />

potencial dos solos foram aprofundadas em tôdas as direçoes. Acharam-se<br />

métodos novos de determinaçâo das velhas e de novas constantes,<br />

especialmente dentro do espaço da âgua util para as plantas<br />

de cultura — 0-16 at. KEEN, SLICHTER, HAINES, BOUYOUCOS, KING,,<br />

LEBEDEFF, PARKER, RÜSSEL, SÉKERA, CHILDS e muitos outros discutiram<br />

os problemas da dinâmica da âgua nos solos pelo lado pedológico, enquanto<br />

MATTSON, V. CSIKY, BAVER, JENNY e outros atacaram a questâo<br />

com grande sucesso do ponto de vista mineralógico e colóido-quimico.<br />

Mas, justamente com o aprofundamento das ultimas pesquisas,<br />

surgiram düvidas, jâ anunciadas por WADSWORTH, se realmente a teoria<br />

do "potencial capilar" em sua forma original é satisfatória para<br />

esclarecer todo o comportamento da âgua no solo. Como BAVER diz:<br />

"Even though the energy that must be expended to remove water<br />

from the soil from saturation to dryness is apparently a continuous<br />

function of the moisture content, it does not necessary follow that<br />

there is no change in the nature of the factors responsible for the<br />

attraction and retention of water somewhere along the curve. This<br />

particular phase of soil moisture investigations needs to be studied,<br />

before it can be safely said that the "capilary potential" is a single<br />

valued function of soil moisture".<br />

O que o autor quer evidentemente indicar, como RICHARDS e WEAVER<br />

também, é a possibilidade de que o conceito do potencial "capilar"<br />

deve ser completado por outros conceitos para dar a imagem ideal das<br />

relacöes entre o solo e a âgua, e que assim deixa de ser puramente<br />

"capilar".<br />

Esta dûvida despertou o interesse de ALTEN e VAGELER, nos anos<br />

1930/1932, para as pesquisas da fisica dos solos do Nilo e Gash, continuadas<br />

por TH. DE CAMARGO, P. VAGELER e os seus colaboradores PAIVA,<br />

SETZER, SEIXAS e outros no Instituto Agronômico de Campinas, Secçâo<br />

dos Solos, 1934/1939, e depois por VAGELER e seus colaboradores HEINZE,<br />

HENRY e outros, em Paris e Hamburgo, 1940/1945.<br />

O potencial de sucçâo das raizes da maioria das plantas de cultura<br />

(5-15 at.) é a conseqüência da pressâo osmótica do conteüdo das<br />

células.<br />

A sucçâo ativa, isto é, a entrada d'âgua nas raizes, para, se a<br />

pressäo osmótica no liquido aquoso, cercando as raizes, é a mesma ou<br />

maior. No ultimo caso, o movimento da âgua é inverso, indo das raizes<br />

ao lïquido que as cercam. O sentido do movimento da âgua entre dois<br />

sistemas aquosos, no caso em aprêço entre raiz e solo, é, pois, ùnicamente,<br />

uma questâo dos potenciais relativos, osmóticos (Il0) ou da<br />

concentraçao relativa dos dois sistemas em corpusculos osmoticamente<br />

eficientes.<br />

Mas o conceito do "potencial capilar", no sentido de BUCKINGHAM,<br />

absolutamente näo contém fator algum dêste caróter. Em contacto<br />

com a âgua capilar as plantas crescem, por maior que seja o potencial<br />

capilar, o que é fâcil mostrar experimentalmente. Isso significa que a<br />

existência indubitâvel e importantissima, teórica e prdtica, dos pontos<br />

de murchar e morrer, isto é, d'âgua inativa e morta nos solos, é completamente<br />

inexplicavel pela teoria do potencial capilar no sentido estrito,<br />

como domina no momento.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 33<br />

A âgua nos capilares ou poros dos solos, näo tendo um potencial<br />

osmótico devido a sais solutos ou ao menos "pseudo-osmótico" por catiônios<br />

sorvidos, é disponivel para as plantas, independente do potencial<br />

capilar, desde que as raizes estejam em contato com a âgua.<br />

Se êsse näo fosse o caso, se a âgua capilar légitima realmente näo<br />

pudesse ser disponivel para as plantas na regiâo de potenciais mais<br />

elevados, era infalivel as culturas morrerem por sêca de preferência em<br />

solos com um desenvolvimento forte de capilares finos, ou mesmo finissimos,<br />

e por isso com potenciais capilares grandes, isto é, em solos<br />

bem grumados com alto teor em humus ou em pseudo-areia, como o<br />

säo as terras rossas, roxas, vermelhas, etc. Mas estas terras sâo justamente<br />

famosas pela sua resistência contra a sêca. Produsir uma camada<br />

superficial bem grumada, e por isso bem capilar, é o alvo principal<br />

da lavoura racional, porque em tais terras as raises das plantas<br />

e o edafon acham condiçôes de vida mais favorâveis! Os grumos, etc.,<br />

longe de serem sem valor para as raizes por sua capilaridade fina, säo<br />

na realidade "os armazéns da âgua para as plantas", como V. NITSCH<br />

os chama com razäo.<br />

Um entendimento completo do comportamento da âgua nos solos<br />

é possivel ùnicamente considerundo os potenciais II s, nc..,p, II0, isto é,<br />

o potencial higroscópico, capilar e osmótico individualmente, e näo<br />

sômente o seu conjunto.<br />

A consideraçâo da estrutura da matéria mostra o caminho a seguir.<br />

Todo âtomo e molécula possuem uma polaridade elétrica, dupla,<br />

até mültipla, natural e/ ou induzïvel, apesar de ser elètricamente neutra,<br />

como conseqüência da sua estrutura espacial. Résulta disso uma<br />

atraçao mûtua, tanto mais forte quanto maior fôr a sua polaridade, ou<br />

a constante dielétrica da substância em questâo. Uma das maiores<br />

constantes dielétricas tem a âgua: 80-81,1 !<br />

Por esta constante dielétrica excepcional da âgua, que significa<br />

um campo elétrico individual muito forte, esclarece-se a sua atividade<br />

excepcional como solvente, quase universal, e sua força de dissociaçao<br />

dos sais solutos nela. Esclarece-se também a sua tendência de ser sorvida<br />

fortemente por corpos sólidos, compostos por muitas moléculas.<br />

Por induçao, a âgua polariza as moléculas da superficie dêles.<br />

Os corpos sólidos do material dos solos cobrem-se em contato com<br />

ar ümido por uma camada de moléculas d'âgua, ajustadas conforme a<br />

diregäo das linhas de força mûtuas. A superficie sólida exerce, como<br />

se pode dizer, sem considerar o fato de ser mûtua a atraçao entre ela e<br />

as moléculas da âgua, um potencial de sucçâo sobre a âgua, que fica<br />

saturada sômente quando a energia livre chega ao minimo. Em outras<br />

palavras: a superficie dum corpo sólido, como agregado de moléculas,<br />

tem um certo potencial de hidrataçao individual, conforme o seu carâter<br />

quimico, ou, como se diz usualmente, é "higroscópico."<br />

Entretanto, este potencial de hidrataçao näo pode ser muito grande,<br />

enquanto se trata de superficies de cristais com redes cristâlicas<br />

completamente intactas. Neste caso, os campos exteriores das moléculas<br />

das superficies, ativos no espaço, só podem ser relativamente<br />

fracos, sendo a maioria das linhas de força ocupadas pelos pontos materiais<br />

interiores.<br />

Mas o conceito duma superficie verdadeiramente intacta é puramente<br />

teórico. Uma tal superficie näo existe na natureza. Mesmo no<br />

caso improvâvel de serem, ao menos, as faces dum cristal realmente<br />

intactas; também um cristal ideal tem ar estas e ângulos, onde as linhas<br />

de força das moléculas, âtomos, ionios, que formam o cristal, sâo<br />

— 3 —


34 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

menos ocupados por moléculas vizinhas do que nas faces. Résulta disso<br />

um campo de força exterior maior nestes lugares do que nas faces.<br />

Ficam êles sendo por isso "centros de atividade", bem conhecidos na<br />

quimica dos catalizadores.<br />

Isto quer dizer: a distribuiçâo das moléculas da âgua na superficie<br />

dum corpo disperso — e isto é o solo — nâo pode ser uniforme, mesmo<br />

se tôdas as particulas forem da mesma qualidade, como também do<br />

mesmo tamanho, etc. Ninguém pode saber de antemäo a distribuiçâo<br />

dos centros de atividade, irregularmente desenvol vidos. Se se tra ta,<br />

como no solo, duma dispersâo polimorfa de substâncias sólidas heterogêneas,<br />

inorgânicas e orgânicas, a tentativa de calcular superficies<br />

especificas ou teores em "substância coloidal" por medida d'âgua sor••<br />

vida nâo passa de um jôgo com algarismos.<br />

O assunto complica-se mais ainda pelo fato de que as substâncias,<br />

que formam o solo, sâo dissociadas superficialmente, isto é, possuem<br />

iônios quase livres na camada exterior de Helmholtz. Entra em jôgo<br />

por isso o potencial da hidrataçâo individual dos iônios livres e quase<br />

livres, que é muitas vêzes maior do que o potencial de hidrataçâo dos<br />

iônios, âtomos e moléculas na rêde cristâlica.<br />

As quantidades de âgua de hidrataçâo dos catiônios dos solos<br />

sâo enormes, e o que é importante — com exceçâo do Na — quase do<br />

mesmo porte. Conforme a quantidade de âgua fixada, os valores do<br />

color de hidrataçâo total dos catiônios, como medida da energia em<br />

jôgo, sâo fantâsticos. BORNS e FAJANS calcularam os valores seguintes<br />

em g-calorias por g-ion:<br />

H = 270.000; Li = 150.000; Na = 110.000;<br />

K = 90.000; Kb = 85.000 g-cal/ g-ion.<br />

'Os catiônios bivalentes (Ca, Mg, etc.) têm em gérai valores quatro<br />

vêzes mais altos do que os catiônios monovalentes".<br />

É bom näo esquecer, para o assunto tratado aqui, que cada g-caloria<br />

représenta 4.186 X 10 7 erg, igual a 0,43 quilogrametros, ou 0,0057<br />

cavalo-vapor! Correspondem, pois, os valores acima ao desenvolvimento<br />

de 300-1 800 cavalos, jâ por g-equivalente, o que é justamente o valor<br />

das forças observâveis nos solos .<br />

Este potencial de hidrataçâo dos iônios, e especialmente dos catiônios,<br />

dos enxames de iônios das micelas do solo ns, é um potencial<br />

"pseudo-osmôtico" de efeito fisiológico e cinético combinado. Em contraste<br />

com os iônios e moléculas da soluçâo dos solos, que sâo livremente<br />

móveis, resultando disso o potencial osmôtico ou verdadeiro, os iônios<br />

dos enxames näo podem deixar o campo de força das superficies das<br />

particulas do solo senâo por troca de iônios da soluçâo. Êles estâo, pois,<br />

com a sua âgua de hidrataçâo fixados no lugar. Isso significa um efeito<br />

cinético. Crescendo a força de atraçâo da âgua pelos iônios ràpidamente<br />

com a diminuiçâo da âgua disponivel, segue um gradiente espacial<br />

da pseudo-soluçâo dos enxames, resultando num potencial pseudo-osmôtico<br />

ns de cardter fisiológico.<br />

Em sua totalidade, a âgua de hidrataçâo dos catiônios dos enxames<br />

aparece analiticamente como a âgua de hidrataçâo, e o potencial<br />

do conjunto como o potencial de hidrataçâo das particulas.<br />

Era êsse o raciocïnio de VAGELER e ALTEN, quando, estudando os<br />

solos do Egito e do Sudâo (Nilo e Gash), acharam que a higroscopicidade<br />

HyM, como ponto da curva gérai do potencial da hidrataçâo dos<br />

solos em equilibrio com uma pressâo certa do vapor d'âgua, se pode<br />

calcular com aproximaçâo pela hidrataçâo dos catiônios dos enxames


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 35<br />

se o teor dos solos em sais solüveis nâo fôr grande demais. Usaram uma<br />

equaçâo aperfeiçoada mais tarde por seu colabôrador KURMIES:<br />

HyM = 0,234 ca++ + 0,240 Mg++ + 0,122 K+ + 0,311 Na+ = 0,24 S+<br />

S + — indica internaciolmente a soma dos miliequivalentes dos<br />

catiônios, parcialmente dissociâveis, das superficies de 100 g do solo<br />

sêco, nâo incluindo H. (S+ + H+ + AI+ + + ) é o valor T, isto é, a capacidade<br />

total de sorçâo.<br />

Os valores de Hy3I, calculados e determinados pelo material pesquisado,<br />

concordaram duma maneira muito satisfatória. O êrro dos<br />

autores, com razäo frisado por diversos criticos, foi, porém, generalizar<br />

esta relaçâo para todos os solos. A concordância observada foi sômente<br />

o resultado dum acaso, sendo, aliâs, como o mostraram as pesquisas<br />

posteriores, muito feliz.<br />

Ela dependia do cardter casual dos solos estudados.<br />

Tratou-se no material pesquisado, com muito poucas exceçôes, de<br />

solos cinzentos, mais ou menos argilosos, muito pobres em humus e por<br />

isso pouco ou nâo grumados e sera porosidade interna, isto é, sem capilaridade<br />

fina notâvel.<br />

Para este tipo de solos, nos quais M = Ms, confirmou-se, sem exceçâo,<br />

para o câlculo bem aproximado da curva total dos potenciais, a<br />

equaçâo de VAGELER.<br />

ns = valor standard do potencial x<br />

(Ils = potencial momentâneo de hidrataçâo; A = teor momentâneo do<br />

solo em âgua, Hyit = higroscopicidade, segundo MITSCHERLICH) .<br />

Como valor standard do potencial foi escolhido no inicio o potencial<br />

de hidrataçâo de 10% HsSOi,, seguindo-se propostas de MITSCHERLICH.<br />

Foi, conforme as medidas disponiveis naquele tempo, ± 50 at. A equaçâo<br />

ficou assim:<br />

(yy<br />

ns = 50,0. at.<br />

A<br />

M<br />

A relaçâo: foi determinada experimentalmente como sendo<br />

HyM<br />

4,2 — 4,5. Verificou-se ai imediatamente uma dificuldade de inicio incompreensivel<br />

e inexplicâvel para os autores.<br />

Era a seguinte: Se se resolve a equaçâo para A, com o potencial<br />

1,0 at. do teor em âgua M, segue:<br />

M 3 = 50,0. HyM 3 e<br />

M = ^50. HyM = 3,68. HyM !<br />

uma diferença grande contra o valor experimental 4,2 — 4,5, que nunca<br />

foi observada experimentalmente com este tipo de solos.<br />

A soluçâo do enigma decorreu de mediçôes novas do potencial de<br />

10% HaSO,,, que forneceram valores mais exatos, 78,2 em vez de 50,0 at.<br />

A raiz -^78,2 é 4,28 em concordância quase ideal com os resultados expérimentais!


36 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

A relaçâo M<br />

1,0 e at. como média tâo<br />

M internacional como valor<br />

cando ela ao mesmo tempo<br />

puramente higroscópica do<br />

dente As.<br />

= 4,28 mostrou-se para solos do mesmo tipo entre<br />

constante que se justifica a introduçâo do<br />

standard na equaçâo, em vez de Hyih fimuito<br />

simplificada, denominando a parte<br />

M internacional, Ms e a âgua correspon-<br />

ITS = I I = R 3 s at., pondo para simplificar mais ainda:<br />

V As /<br />

M s coincidia pràticamente com M e MB.<br />

A equaçâo transformou-se nesta base nova, corrigida conforme ao<br />

material analitico do Instituto Agronômico — Campinas (Säo Paulo) :<br />

Ms = 1,33 Na+ + 0,52 K+ + 0,53 (NHt)+ + 1,03 Mu+ +<br />

+ 1,00 Ca+ + 0,10 (H+ + Al+)% H2O<br />

Ms = S + 0,1 (H Al) para o estado momentâneo do solo,<br />

com preponderância de Ca e Mg nos<br />

enxames, como é o caso normal. No<br />

caso de haver muito Na presente no<br />

enxame, como nos solos alcalinos (black<br />

alkali soils, etc.) serve naturalmente a<br />

equaçâo anterior).<br />

O valor mâximo do Ms no solo completamente saturado com bases<br />

sera Ms = T, T = capacidade total da sorçâo, indicando a variabilidade<br />

do Ms do solo pela adubaçao e calagem.<br />

Mas as anâlises dos solos da Franca, Africa, India, China, Insulinda<br />

etc., mostraram que, quando se tratava dos solos vermelhos, ferruginosos,<br />

etc., ou muito humosos e bem grumados, — solos com muitas<br />

foraminiferas, como se acham em Sâo Paulo e no Para, no velho delta<br />

do Niger, etc. — uma outra coisa surge claramente da tabela seguinte,<br />

usando o valor MB, isto é, o M determinado pelo método de BOUYOUCOS:<br />

Cbmparaçâo dos valores MB calculados e determinados :<br />

TIPO DE <strong>SOLO</strong><br />

Terras cinzentas<br />

Terras pardas<br />

Barros vermelhos<br />

Terras vermelhas e roxas<br />

Lateritos e ferritos<br />

Determinado<br />

25,6 — 29,9<br />

27,8 — 31,2<br />

29,9 — 38,5<br />

32,5 — 47,0<br />

34,2 — 52,1<br />

MB<br />

Calculado<br />

25,6 — 28,2<br />

24,7 — 29,0<br />

21,4 — 27,8<br />

22,2 — 27,8<br />

8,9 — 18,4<br />

Grumos ou outros<br />

agregados secundârios<br />

resistentes<br />

Pequenas quantidades.<br />

Quantidades notâveis.<br />

?<br />

Quantidades muito notâVeîs.<br />

Na maioria.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 37<br />

Todos os grumos e especialmente os muito resistentes, com cimento<br />

ferruginoso, nas terras vermelhas, rossas, roxas e lateriticas, a chamada<br />

"pseudo-areia", contêm poros e com isso capilares finissimos, os<br />

chamados "microcapilares". Só uma soluçâo parece ser possivel para<br />

explicar a discordância entre os valores determinados e calculados:<br />

Nos solos grumados com ou sem foraminiferas, a âgua de hidrataçâo<br />

dos catiônios As no potencial suposto de 1 at. näo chega a encher todos<br />

3,0<br />

os capilares com diametros menores do que — = 3,0 ! ... ou corn<br />

1,0<br />

diametros maiores, correspondendo à tensao real que, corao vai ser<br />

mostrado abaixo, é no MB muito menor do que 1 at.<br />

Sobrepôe-se nestes solos à âgua de hidrataçâo, (As) como funçâo<br />

da matéria, a âgua capilar (Acap) cpmo funçâo da estrutura, isto é: a<br />

âgua retida por meniscos do potencial igual e maior do que o do enxame<br />

de iônios enche os capilares ainda vazios, aplanando seus meniscos,<br />

diluindo ao mesmo tempo a âgua dos enxames e da soluçâo.<br />

Em outras palavras: mesmo näo considerando o potencial osmótico<br />

dos sais do solo, a curva do seu potencial como funçâo do seu teor em<br />

âgua é composta pela curva de hidrataçâo dos enxames de catiônios e<br />

pela curva d'âgua -capilar nas mesmas coordenadas, como o previu<br />

BAVER e outros. Os conceitos, tanto de BUCKINGHAM (Potencial sômente<br />

capilar), como de VAGELER (Potencial sômente de hidrataçâo), säo incompletos<br />

e devem ser associados para esclarecer totalmente o comportamento<br />

da âgua nos solos.<br />

O potencial de hidrataçâo limita, enchendo os capilares finissimos,<br />

a atividade dos meniscos na regiäo nas pressées altas. De outro lado, a<br />

existência do potencial de hidrataçâo, seja a superficie do capilar sôlido,<br />

dissociada ou näo, é a condiçao fundamental de todos os fenômenos<br />

da capilaridade. É fâcil provâ-lo:<br />

Nenhum menisco pode formar-se e ficar ativo se o corte transversal<br />

dum capilar, seja êle formado como for, näo estiver cheio de âgua. É<br />

um fato, alias, indiscutivel.<br />

Mas este enchimento, e por isso o desenvolvimento dó potencial<br />

capilar com a diminuiçao da tensäo em potenciais baixos, só pode fornecer<br />

o potencial de hidrataçâo das paredes do capilar, condensando<br />

vapor d'âgua bastante para confluirem os filmes da âgua sorvida das<br />

paredes e fechando assim o corte transversal, se o solo näo estiver em<br />

contato com um nivel livre d'âgua. A causa real da ascensäo capilar é,<br />

pois, näo o menisco, mas a hidrataçâo das paredes. A altitude da ascensäo<br />

é dada conforme a equaçao da capilaridade pela tensäo superficial<br />

da âgua, que sômente pode sustentar uma coluna desta dum certo<br />

peso, inversamente proporcional ao diâmetro do menisco.<br />

Pode-se dizer, sem exagêro, que a maioria das discussôes sobre capilaridade,<br />

hidrataçâo, etc., nâo teria tido lugar se este ponto de vista<br />

tivesse sido considerado!<br />

A prova da veracidade dêste raciocinio é fornecida mesmo milhares<br />

de vêzes por todos os pesquisadores dos potenciais dos solos sem<br />

o perceber, construindo curvas de funçâo, a começar pelo próprio<br />

BUCKINGHAM até hoje em dia. Cada uma destas curvas, nâo alterada<br />

por um potencial osmótico, isto é, por sais solûveis, é uma curva potencial<br />

com uma potência aproximadamente 3,0 na regiäo de potenciais<br />

baixos e tôdas elas têm um segundo ponto de inflexäo com altos<br />

teores em âgua na regiâo dêstes Ultimos potenciais, onde começa o<br />

efeito prépondérante da macrocapilaridade. Este ponto acha-se em potenciais<br />

e teores em âgua, pequenos nas areias, médios nos barros e


38 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

limos, e altos nas argilas, isto é, êle desloca-se conforme o valor de M,<br />

que inclui uma componente capilar subindo das areias até as argilas.<br />

Do ponto de vista defendido aqui, êste comportamento do segundo<br />

ponto de inflexâo é evidente. A eficiência de hidrataçâo, dependendo<br />

do valor de S, enche sömente na regiâo dos potenciais mais altos, todos<br />

os poros finos do mesmo potencial capilar e pöe fora de combate desta<br />

maneira todos os meniscos de diâmetro pequeno, que näo podem existir<br />

em capilares cheios .Desaparecem, assim, acima dum certo potencial,<br />

individual, de cada solo, tôdas as possibilidades dum efeito capilar apreciâvel.<br />

O valor da âgua sorvida na regiâo dos potenciais altos, acima<br />

de 1 000 at., é, conto KURON O afirmou, realmente urn valor quase nitido<br />

da âgua de hidrataçâo de S, SE NÄO TEM SAIS SOLÛVEIS que müdem<br />

o carâter da curva.<br />

Abaixo do ponto de inflexâo dominam em potenciais baixos as leis<br />

da capilaridade. Existe ali a possibilidade de medir experimentalmente<br />

a distribuiçâo dos capilares mais grossos dum solo, aplicando sucçôes<br />

ou força centrifuga menores do que 1 at. Ela é bastante irregular e caracteristica,<br />

como o mostram as pesquisas muito interessantes de<br />

<strong>DO</strong>NAT, HAINES, LEAMER, CHILDS e muitos outros autores.<br />

Naturalmente, o limite da influência dominante do potencial de<br />

hidrataçâo e do potencial capilar näo pode ser det'erminado com segurança.<br />

O efeito do potencial capilar em solos com poros finissimos nos<br />

grumos: a sorçâo de quantidades d'âgua em excesso da âgua de hidrataçâo<br />

deve começar na regiâo de potenciais relativamente altos, subindo<br />

com o abaixamento do potencial até a supremacia da capilaridade,<br />

abaixo do ponto de inflexâo. Dai os valores descendentes da potência,<br />

da funçâo ƒ (umidade), como jâ foi indicado.<br />

Tratando-se no caso dos poros finissimos dos grumos de fissuras<br />

casuais no cimento dito plasmâtico (Kubiena) das mesmas, a probabilidade,<br />

sëgundo GAUSS, é grande para que a distribuiçâo dos tamanhos<br />

dos diâmetros das fissuras se ja mais ou menos regular. Isto significa<br />

que só conhecendo o excesso de teor em âgua no valor M (1,0 at.) da<br />

umidade dum solo sobre a parte Mg dêste valor, causada puramente<br />

pela hidrataçâo de S (e, afinal, das superficies!) pode-se calcular a<br />

quantidade da âgua capilar excessiva em cada ponto da curva para cada<br />

potencial. Muda-se na equaçao somente a potência 3 por "n" individual.<br />

Agora, o valor Ms é conhecido pelo fato de que a potência da funçâo<br />

do potencial de hidrataçâo é quase constante = 3fl, como o provam<br />

muitissimas anâlises de solos nâo grumados em estrutura monogranular.<br />

Esta quase constância é a conseqüência evidente do fato de que<br />

cada Valencia, ao menos dos catiônios prédominantes dos solos, liga,<br />

com 1 at. de força, a mesma quantidade d'âgua, a saber: ± 1 ml d'âgua,<br />

com exceçâo do H, Al e Na !<br />

Calcula-se, pois, fàcilmente, a curva total As ng ƒ (As), isto é, da<br />

pressâo puramente higroscópica, causada pelos catiônios adsorvidos,<br />

respectivamente para cada pressâo<br />

X<br />

\ ns<br />

Para o câlculo do quociente n da curva total precisa-se conhecer 2<br />

pontos, a saber :<br />

a) — um ponto de pressâo alta;<br />

b) — um ponto de pressâo baixa.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 39<br />

a) — Um ponto de pressäo alta, Aa, recomendâvel é, conforme os<br />

resultados das pesquisas expérimentais, a sorçâo d'âgua sob tensäo de<br />

1.370 at. Nesta tensâo a influência do potencial capilar Ucap fica pràticamente<br />

nula e a influência dos sais solûveis, se näo se trata de solos<br />

com S muito pequenos e fortemente salgados, näo passa fora do limite<br />

das falhas inevitâveis, fato matemàticamente evidente. Com exatidao<br />

bastante, para fins prâticos, segue:<br />

Aa = Am + 0,09 Ma<br />

b) — O ponto de baixa pressäo mais indicado é o M determinado<br />

pela centrifuga. Conhecido o M, segue:<br />

n =<br />

log<br />

3,1367<br />

Ora, a centrifuga internacional, segundo CLAKKE, para a determinaçâo<br />

do M, é urn aparelho bem caro e nâo se obtém com facilidade,<br />

razâo porque poucos laboratórios o possuem, e usa-se muito mais o<br />

método simples, râpido e barato de BOUYOUCOS, corrigïndo os valores<br />

determinados altos demais em solos médios e levés por fatôres empiricos.<br />

Surge, por isso, a pergunta: o que o método BOUYOUCOS realmente<br />

détermina, considerando os fatos de concordar os valores em solos pesados<br />

com o valor M da centrifuga, e desviar tanto mais quanto mais<br />

levés e mais grumados forem os solos?<br />

Diz-se: "o método BOUYOUCOS emprega urn vâcuo de ± 1 at. =<br />

1.000 cms. de coluna d'âgua. Isso é justo e f also ao mesmo tempo. 1 at.<br />

vâcuo é naturalmente a sucçâo da bomba de ar empregada. Mas, medindo<br />

por um barômetro exato o vâcuo real no solo pesquisado, mostra-se<br />

que sàmente em solos pesados o vâcuo concorda aproximadamente<br />

com 1 at. e é muito menor até poucos cm da coluna d'âgua<br />

nos solos levés e especialmente bem grumados. O que o método BOUYOU-<br />

COS realmente détermina nâo é, pois, absolutamente, o M, mas a quantidade<br />

d'âgua retida pelos solos nos microcapilares. Mede, pois, ao mesmo<br />

tempo, o minimo da "field capacity" Cc, e por isso o teor em âgua dos<br />

solos no "flexpoint" Ainf (Pnat — MB) segue, portanto, como o volume<br />

dos poros "nâo capilar es" Po.<br />

Ainf é conhecida pela leitura barométrica da pressäo real no solo<br />

e por isso também o seu logaritmo pFinf. Coincide Ainf em cm de coluna<br />

d'âgua bem aproximadamente com a ascensäo da âgua capilar<br />

fechada, efetiva fisiolàgicamente.<br />

Ora, o ponto da inflexäo deve lôgicamente pertencer à curva n f<br />

(Atotai), que contém também o valor M. É possivel, pois, calcular o<br />

expoente n procurado:<br />

6,1367 — pFlnf<br />

n ~ e<br />

log Ainf-5-log Aa<br />

3,1367<br />

log M = )- log Aa<br />

n


40 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Na curva total f (A), usando o expoente n segue:<br />

11370<br />

A cap = A — Aa em cada ponto, näo considerando os sais solûveis.<br />

A pressäo osmótica de electrólitos — e todos os sais dos solos sâo<br />

electrólitos — é urn dos problemas mais complicados da fisica geral.<br />

Tôdas as equacöes ITO (f A) servem sóm'ente para substâncias näo dissociadas.<br />

Sais têm curvas individuals, complicadas pelo antagonismo das<br />

componentes. Urn câlculo geral exato para as solucöes dos solos parece<br />

excluido. Para fins prâticos, chega a equaçâo:<br />

M»<br />

/ ME\ 1,375<br />

a) no = 24,4 ( j (24,4 = R.T para 25° C)<br />

\7,<br />

b) log AME = -1,0154 + log ME — 0,727 log II „ na quai ME sâo<br />

miliequivalentes de bases solûveis em 100 g do solo, determinados por<br />

mediçâo da condutividade com Ca (NO3)2 corao standard.<br />

Esta equaçâo de valores mâximos, incluindo, pois, o caso péssimo,<br />

intéressa a prâtica especialmente.<br />

A âgua morta Am causada pelos sais do solo é: log Am = 0,1404 +<br />

+ log ME ml %.<br />

Resumindo, dâ o seguinte:<br />

A âgua total dos solos A é cinèticamente determinada pela "field<br />

capacity" Cc = Mu = A inf, que coincide experimentalmente em solos<br />

pesados com M e Ms, contendo um excesso em âgua capilar em solos<br />

grumados.<br />

Fisiolôgicamente, A é semprè distribuido entre os enxames de catiônios,<br />

como âgua pseudo-osmótica com gradiente espacial, e os sais dos<br />

solos como âgua osmótica, sem urn tal gradiente. A âgua disponivel Ad<br />

nunca coincide com Cc, mas é sempre menor, a saber:<br />

Ad — M,, — (0,4 Ms + 1,38 ME)<br />

Enquanto os potenciais fisiológicos ITS e ITO estâo sempre em equilibrio<br />

mûtuo, êles näo têm nenhuma relaçâo, senâo casual, com o potencial<br />

cinético e por isso com o M internacional ou o MB.<br />

É quase incorripreensivel a controvérsia sem fim sobre uma relaçâo<br />

geral do M à âgua disponivel, morta, etc. Cada solo salgado mostra nitidamente<br />

que os dois grupos dos potenciais nâo têm relaçâo alguma.<br />

Qualquer solo pode ter, como mostram inûmeros exemplos, urn 'moisture<br />

equivalent" M de 30-50, enquanto êle nâo contiver nenhuma gôta<br />

d'âgua disponivel, que ùnicamente dépende do tamanho de S e ME!<br />

Mais ainda: um alto ME pode mesmo diminuir muito sensivelmente o<br />

valor M, como mostra também cada solo argiloso salgado, pela diminuiçâo<br />

do volume da âgua dos enxames dos iônios e por isso pelo aumento<br />

do volume dos poros, decisivo para o M determinado pela centrifuga<br />

e também o Mu determinacjo pela sucçâo. É uma experiência<br />

veina que tais solos, como, por exemplo, solos dos mangues, sâo bem<br />

permeâveis em contato com a âgua salgada, mostrando relativamente<br />

pequenos valores de M, enquanto ficam impermeâveis com M enorme,<br />

sendo dessalgados, fato que torna muito duvidosa a determinaçâo do M


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 41<br />

e MD de tais solos, sem considerar, também na anâlise fisica, o teor<br />

em sais.<br />

Com outras palavras: um solo com grande S e ME pode ter um<br />

M e MB bem pequenos, correspondendo näo a I at,, mas sômente a<br />

uma tensâo cinética de poucos centimetros da coluna d'âgua, mas um<br />

n fisiológico ns = no de mui tas at., que se détermina pelos métodos de<br />

equilibrio do solo com a tensâo do vapor d'âgua em vâcuos sobre soluçôes<br />

de âcidos (MyM, por exemplo) e sais por abaixamento do ponto<br />

de congelaçâo, etc.<br />

Misturar os valores cinéticos e fisiológicos, combinando-os em uma<br />

curva, como é quase usual, é urn êrro fundamental.<br />

Conhecendo Po e- PF {nf, calcula-se o "fator de porosidade" de BAVER<br />

F =<br />

p" inf<br />

e a constante K da equaçâo de DARCY<br />

K = 0,0224 . F *-««<br />

No caso de serem os solos completamente saturados por âgua, mas<br />

näo inundados, de maneira que â altura da coluna d'âgua no solo é igual<br />

à pressâo hidrostâtica, K é pràticamente idêntico a v, isto é, com a<br />

permeabilidade do solo em mm/ Ha/hora. A constante 0,0224 é derivada<br />

de experiências com filtros de areia industrials e vai ser diminuida<br />

talvez urn pouco, considerando solos naturais!<br />

A importância do conhecimento, pelo menos aproximado, dêste<br />

valor dos horizontes dos perfis, para o julgamento certo da economia<br />

em âgua, é tâo evidente que nâo précisa de esclarecimentos pormenorizados.<br />

Ora, o quadro do comportamento da âgua no solo é incompleto,<br />

sem considerar o potencial de sucçâo do ar dos solos, Ua. Este potencial<br />

se calcula fàcilmente como funçâo do D, isto é, do deficit relativo em<br />

porcentos da saturaçâo do ar por vapor d'âgua:<br />

na = 16,6 + D 1 - 053<br />

Ua deve estar evidentemente sempre em equilibrio com o potencial<br />

mais alto do solo, se ja isso Hs e Il0 ou Hcap.<br />

Se na fôr menor, segue uma condensaçao d'âgua do ar no solo;<br />

se fôr maior, uma evaporaçâo d'âgua do solo no ar.<br />

A economia em âgua individual dos perfis, considerando os fatôres<br />

climâticos, domina, como näo é preciso frisar, o desenvolvimento da<br />

rizosfera e por isso da vegetaçâo em gérai. A possibilidade de calcular<br />

esta economia e, portanto, a ecologia local, baseando-se na teoria dos<br />

potenciais quantitativamente, pelo menos, com aproximaçâo, abre novas<br />

perspectivas para os estudos fitogeogrâficos. Especialmente o problema<br />

da sucessäo das formaçôes végétais, como consequência da variaçâo<br />

dos fatôres ecológicos, nos quais a âgua disponivel tem papel<br />

prépondérante, pode talvez ser atacado de no vos pontos de vista quantitativos,<br />

aprofundando o conceito da "vegetaçâo climax", como funçâo<br />

dos fatôres ecológicos, respectivamente edafológicos.<br />

O valor prâtico do conceito dos potenciais para a ecologia aplicada,<br />

isto é, para a cultura das plantas, certamente näo é menor do que o<br />

valor teórico.


42 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REXJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

A escolha certa de solos para as diferentes culturas, ou vice-versa,<br />

a escolha das culturas certas para os solos individuals e a sua rotaçâo<br />

racional, a discriminaçâo de réservas florestais e pastoris, vâo ser facilitadas<br />

pela possibilidade de calcular de antemäo a economia em âgua<br />

dos solos em comparaçao com as exigencias das plantas culturais em<br />

questâo. Isso vale muito para os projetos de irrigaçao e melhoramento<br />

dos solos em gérai.<br />

De valor especial säo, neste sentido, os diagramas fisiológicos VF,<br />

ƒ (Ao + As), que permitem prever com boa aproximaçao os métodos racionais<br />

do tratamento fisico e mesmo parcialmente quimico dos solos, e<br />

o seu resultado provâvel a respeito da sua economia era âgua, como<br />

fator ecológico decisivo.<br />

Parece possivel que o emprêgo sistemâtico da teoria dos potenciais<br />

do solo possa contribuir notàvelmente para o aumento das colheitas<br />

por hectare, necessârio urgentemente para o abastecimento dos paises<br />

em nutrimentos e matérias-primas da sua indüstria.


O "HIGROSCOPIMETRO" E A DETERMINAÇÂO RÂPIDA<br />

DA UMIDADE HIGROSCÖPICA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

INTRODUÇAO<br />

PAIVA NETTO e H. PENNA MEDINA<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Institute Agronômico de Campinas<br />

Ressaltar a necessidade da determinaçâo da umidade higroscópica<br />

(W%) das amostras de terra em urn laboratório de anâlises<br />

fîsicas e quimicas de solos, cremos ser desnecessârio.<br />

Sua determinaçâo clâssica é feita pelo método da estufa, que, em<br />

linhas gérais, exige o seguinte:<br />

a) capsulas perfeitamente taradas; b) uma primeira pesagem<br />

da terra fina sêca ao ar; c) estufa espaçosa e graduada<br />

na faixa térmica 105°-110°C; d) permanência da terra na estufa<br />

até que a mésma se conserve em peso constante, isto é,<br />

esteja isenta da âgua higroscópica; e) dessecadores espaçosos<br />

para resfriamento das amostras; ƒ) uma segunda pesagem da<br />

amostra, que deverâ ser bem râpida devido à tendência que<br />

tem o material sêco de absorver a umidade do ar; g) câlculo<br />

para obtençâo do resultado final.<br />

O tempo de permanência na estufa dépende de vârios fatôres, sendo<br />

para os nossos solos cêrca de 3 a 5 horas.<br />

Tratando-se de urn laboratório de solos, onde os trabalhos säo executados<br />

em grandes séries, a preocupaçâo mâxima é a diminuiçâo do<br />

tempo e simplificaçâo dos métodos analiticos.<br />

Foi com esta finalidade que se resolveu estudar um novo método de<br />

determinar a umidade higroscópica (W%) de nossos solos.<br />

A idéia surgiu do principio bâsico do Determinador de Umidade<br />

"Speedy", com a diferença de que este funciona a volume constante e<br />

pressâo variâvel, e o nosso, a volume variâvel e pressâo constante.<br />

O nosso apârelho foi denominado "Higroscopimetro".<br />

BASE TEÓRICA <strong>DO</strong> MÉTO<strong>DO</strong><br />

Sabemos que o carbureto de câlcio (acetileneto de câlcio), reagindo<br />

com a âgua, produz acetileno, eu ja reaçâo vemos abaixo:<br />

C\ C — H<br />

"' Ca + 2HOH = Ca (OH), + "'<br />

O / O — tl<br />

Da reaçâo acima temos presente que 2 moléculas de âgua, ou sejam,<br />

2 x 18 = 36 g de âgua säo necessârias para produzir uma molécula-grama<br />

de acetileno, ou sejam, pràticamente, 22.400 ml do referido<br />

gâs. Se 36 g de âgua produzem 22.400 ml de acetileno, 1 g de âgua<br />

produzirâ 22.400 -^-36 — 622 ml de acetileno.


44 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Do exposto, vê-se que o método possui boa sensibilidade para o fim<br />

a que se destina.<br />

O carbureto de câlcio do comércio, cuidadosamente pulverizado, ao<br />

se misturar com a amostra de solo, reage imedia tarnen te com sua âgua<br />

higroscópica, desprendendo o acetileno. Isto se explica facilmente porque<br />

esta âgua esta inteiramente na forma capilar, e em material hidrófobo<br />

em geral, dando, portanto, reacao imediata quando em contato com o<br />

carbureto de câlcio.<br />

Entretanto, em solos muito ricos em matéria orgânica, jâ com propriedades<br />

hidrófilas intensas, a reaçâo pode tornar-se bastante lenta.<br />

As possiveis reaçôes quimicas secundârias entre o carbureto de<br />

câlcio e os vârios constituintes do solo säo completamente despreziveis<br />

para o nosso caso .<br />

DESCRIÇÂO <strong>DO</strong> APARELHO E ACESSÓRIOS<br />

O Higroscopimetro (fig. 1) é urn aparelho bem simples e que pode<br />

ser construido em qualquer laboratório por menor recurso que se tenha.<br />

Em linhas gérais, foi aproveitado como modêlo o calcimetro de<br />

SCHEIHLER.<br />

Consta êle do seguinte:<br />

I — Câmara de reacao (fig. 1) — É urn vidro transparente de<br />

bôca larga, fechado com uma rôlha de borracha atravessada por urn<br />

tubo de vidro que liga o interior dêste com a câmara de ar.<br />

II — Câmara de ar destinada a receber o gâs acetileno e evitar<br />

que o mesmo seja absorvido pela âgua existente no outro tubo.<br />

III — Torneira para descarga do gâs desprendido na reaçâo e equilibrio<br />

da pressâo interna do aparelho com a do exterior .<br />

IV — Dois tubos de vidro ligados inferiormente por um tubinho<br />

em forma de U. O tubo c esta em comunicaçâo com a câmara de ar e a<br />

torneira. O tubo d é aberto em cima e se comunica lateralmente com o<br />

deposito móvel de âgua (VI).<br />

V — Escala graduada de 0 a 10% de umidade higroscópica, com<br />

divisöes de 0,05% em W%.<br />

VI — Deposito móvel que fornece âgua para os tubos c e d.<br />

VII — Suporte de madeira onde é fixado o aparelho, tendo nas partes<br />

superior e inferior uma plataforma para suportar o deposito móvel<br />

de âgua.<br />

Acessórios:<br />

I — Seringa de borracha para limpeza da câmara de reaçâo.<br />

II — Câmara de reaçâo em duplicata para melhor rendimento dos<br />

trabalhos.<br />

III — Funil de vidro para colocar a amostra de solo no fundo da<br />

câmara de reaçâo.<br />

IV — Concha para medir e colocar o carbureto de câlcio na câmara<br />

de reaçâo.<br />

FUNCIONAMENTO <strong>DO</strong> HIGROSCOPIMETRO<br />

Em linhas gérais, o funcionamento do aparelho é o seguinte:<br />

a) abre-se a torneira (III) ; b) destampa-se a câmara de reaçâo;<br />

c) coloca-se o deposito móvel de âgua na plataforma superior do suporte<br />

de madeira (VII) ; d) abre-se a presilha (e) para que os dois tubos (IV)<br />

se encham até a marca 0 da escala (V) ; e) fecha-se a presilha e coloca-sé<br />

o deposito de âguâ na plataforma inferior; ƒ) com um pincel e funil (fig.<br />

2-III) colocam-se as 5 gramas de amostra de solo no fundo da câmara<br />

de reaçâo; g) deita-se a câmara de reaçâo e, por meio de uma concha


ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 45<br />

Fig — I<br />

própria (fig. 2-IV), coloca-se urn excesso (cêrca de 5 g) de carbureto de<br />

câlcio bem proximo do gargalo, tendo-se o cuidado de deixar bem afastada,<br />

conforme mostra a fig. 1 (I, a e b), a amostra de terra do carbureto;<br />

h) fecha-se cuidadosamente a câmara de reaçâo, evitando aquecê-la<br />

com a mâo; i) fecha-se a torneira III, folga-se a presilha (e) para


46 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

sair um pouco de âgua (cêrca de 30 ml) para, quando se iniciar o desprendimento<br />

do gâs, a âgua nâo ser expelida pelo tubo d. O ni vel do<br />

tubo c baixarâ um pouco, ficando, entretanto, equilibrado num certo<br />

ponto. Se isso nâo acontecer, é porque o aparelho esta vazando em<br />

algum lugar. Neste caso, inutiliza-se a determinaçâo e conserta-se o<br />

aparelho, fechando-o hermèticamente; j) segura-se a câmara de reaçâo<br />

pelo gargalo (para evitar o aquecimento) e agita-se bastante para misturar<br />

bem o carbureto com a amostra de solo. Deve-se, nesta ocasiao,<br />

ir controlando, por meio da presilha, a descida da âgua, procurando<br />

deixar em nivel a âgua nos tubos e e d; k) cêrca de 3 minutos depois,<br />

iguala-se o nivel de âgua nos dois tubos e faz-se a leitura na escala V,<br />

obtendo-se diretamente a umidade higroscópica (W%) do solo).<br />

PARTE EXPERIMENTAL<br />

O primeiro problema surgido foi a escolha da capacidade do tubo,<br />

onde séria lido o volume de gâs desprendido na reaçâo. Como em nosso<br />

caso, o carbureto de câlcio é usado em excesso, o volume de gâs dépende<br />

da quantidade de âgua do solo, ou melhor, do peso da amostra e sua<br />

umidade.<br />

Escolheu-se o peso de 5 g de solo para ser empregado em nosso método<br />

por se tratar de quantidade considerada como uma amostra representativa.<br />

O limite de 10% foi escolhido porque em nossos solos este teor de<br />

âgua higroscópica é dificilmente atingido.<br />

A âgua existente em 5 g de um solo com 10% de umidade é de<br />

5X10<br />

= 0,5 g.<br />

100<br />

Se 36 g de âgua produzem 22.400 ml de acetileno, 0,5 g de âgua<br />

0,5 X 22.400<br />

produzirâo = 311 ml de acetileno, que corresponderâo à<br />

36<br />

umidade higroscópica de 10%. Um tubo, com esta capacidade e altura<br />

conveniente, foi dividido em 200 partes iguais, correspondendo cada divisâo<br />

a um volume de 1,55 ml, ou sejam 0,05% de humidade higroscópica.<br />

Os 22.400 ml de gâs considerados no câlculo implicam em uma<br />

correçâo dêste, pois que a reaçâo em nosso caso näo se processa sob condiçôes<br />

normais* de pressâo e temperatura.<br />

No entretanto, a comparaçâo dos resultados obtidos, no Higroscopimetro<br />

e na estufa, mostrou ser desnecessâria esta correçâo, conforme<br />

se pode observar no quadro anexo. A fim de facilitar a construçâo do<br />

aparelho, foram transportadas as divisoes do tubo para a escala anexa<br />

(fig. 1-V), de modo a se 1er diretamente o W%.<br />

RESUMO<br />

O Higroscopïmetro é um aparelho bem simples, e pode ser construido<br />

em qualquer laboratório, por menor recurso que se tenha.<br />

A umidade higroscópica do solo é determinada em cêrca de 3 minutos,<br />

com resultados muito bons, comparâveis perfeitamente com os<br />

obtidos no método comuro da estufa à faixa térmica 105°-110°C.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 47<br />

O método é baseado na reacao seguinte:<br />

CaCs + 2H2O >CSHS + Ca (OH),<br />

36 gramas de HSO > 22.400 ml de C2H2<br />

Na determinaçao empregam-se 5 g de solo e excess'o (cêrca de 5 g)<br />

de carbureto de câlcio do comércio, cuidadosamente pulverizado.<br />

Sendo constante o peso da amostra, construiu-se uma escala onde<br />

se faz diretamente a leitura da umidade higroscópica (W%).<br />

538 b<br />

538 c<br />

539 b.<br />

539 c<br />

540 a.<br />

><br />

»<br />

540 b.<br />

»<br />

»<br />

143 b<br />

»<br />

144 c<br />

»<br />

560 a.<br />

»<br />

560 b.<br />

»<br />

561 c<br />

406 c<br />

474 b<br />

AMOSTRA<br />

DA<strong>DO</strong>S COMPARATIVOS<br />

Determinaçao<br />

na Estufa<br />

1,25<br />

1,15<br />

1,25<br />

1,25<br />

1,20<br />

1,25<br />

1,20<br />

1,15<br />

1,10<br />

1,15<br />

1,10<br />

1 10<br />

0,67<br />

0,65<br />

0,70<br />

1,88<br />

1,88<br />

1,88<br />

0,50<br />

0,40<br />

0,40 •<br />

0,75<br />

0,75<br />

0 75<br />

2,00<br />

1,75<br />

1,75<br />

1,95<br />

1,90<br />

1,90<br />

2,00<br />

1,90<br />

2,00<br />

2,10<br />

2,00<br />

2,00<br />

0,90<br />

0,90<br />

0,90<br />

Média<br />

na Estufa .<br />

1,22<br />

1 23<br />

1 15<br />

1 11<br />

0,67<br />

1,88<br />

0,43<br />

0 75<br />

1,83<br />

1,91<br />

1,97<br />

2,03<br />

0,90<br />

Determinaçao<br />

no Higroscopfmetro<br />

1,11<br />

1,20<br />

1,28<br />

1 16<br />

1 25<br />

1,29<br />

1,07<br />

1 03<br />

1 23<br />

1 09<br />

1 05<br />

1 27<br />

0,65<br />

0,64<br />

0,67<br />

1,81<br />

1,95<br />

1,88<br />

0,40<br />

0,47<br />

0,45<br />

0,74<br />

0 72<br />

0 71<br />

1,95<br />

1,91<br />

1,93<br />

1,81<br />

- 1,91<br />

1,92<br />

1,91<br />

1,92<br />

1,90<br />

2,10<br />

1,82<br />

1,83<br />

0,94<br />

0,91<br />

0,84<br />

Média<br />

no Higroscopimetro<br />

1,20<br />

1 23<br />

1 11<br />

1 13<br />

0,65<br />

1,88<br />

0,44<br />

0 72<br />

1,93<br />

1,88<br />

1,91<br />

1,91<br />

0,90


DETERMINAÇÂO <strong>DO</strong> COEFICIENTE DE INFILTRACÄO<br />

E CÂLCULO DA <strong>DO</strong>SE DE ÄGUA NAS IRRIGAÇÔES<br />

EM SULCOS<br />

EDILBERTO AMARAL<br />

Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas<br />

Em 1940 no Pôsto Agricola de Condado, Paraïba, o agrônomo<br />

Carlos Neves fêz uma série de determinaçôes da quantidade de âgua<br />

a aplicar por hectare em irrigaçôes em sulcos distanciados de lm, e<br />

com um mâximo de 70m de comprimento. O processo adotado consistiu<br />

em multiplicar a vasâo pelo numero de sulcos por hectare.<br />

TÂBUA I<br />

Aplicaçao de âgua por hectare de acôrdo com o tipo do solo e declividade,<br />

seg. Carlos Neves<br />

Limo arenoso<br />

Limo arenoso<br />

Areno-limoso<br />

Arenoso<br />

Areno-argiloso<br />

Areno-argiloso<br />

Areno-argiloso*<br />

Areno-argiloso<br />

Limo argiloso (de baixio).<br />

Limo argiloso (de baixio).<br />

Limo argiloso (de baixio).<br />

Limo argiloso (de baixio).<br />

Limo argiloso (de baixio).<br />

Argiloso de taboleiro<br />

Argiloso de taboleiro<br />

Vârzea de carnaubal**... .<br />

Vârzea de carnaubal<br />

Vârzea de carnaubal<br />

• Aluviâo argiloso<br />

*• Aluviâo salgado<br />

NATUREZA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Metros cûbicos<br />

d'ägua por ha<br />

340<br />

380<br />

600<br />

1 200<br />

300<br />

355<br />

590<br />

650<br />

285<br />

295<br />

320<br />

480<br />

565<br />

250<br />

3C0<br />

260<br />

280<br />

300<br />

Inspirando-nos no trabalho do agrônomo Carlos Neves, sugerimos<br />

um método de determinacäo da infiltraçâo da âgua no solo que se<br />

aproxima muito de perto do método de irrigaçâo em sulcos. Consiste<br />

o método em, uma vez abertos os sulcos diante das tomadas d'âgua,<br />

deixar que a âgua corra com pequena vasäo de modo que a âgua se<br />

infiltre tôda sem atingir a outra extremidade do sulco.<br />

Seja w0 a vasäo da tomada d'âgua, c o ponto extremo atingido<br />

pela âgua, k o coeficiente de infiltraçâo, a o ângulo correspondente à<br />

declividade do solo.<br />

— 4 —


50 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Uma vez alcançada a distância mâxima a âgua infiltrada na unidade<br />

de tempo é igual à vasâo na tomada d'âgua. A projeçâo da superficie<br />

de infiltraçâo sobre um piano horizontal sera s cosa = cl cosa,<br />

onde 1 é a largura do sulco. Se tôda a âgua se infiltrasse por percolaçao<br />

teriamos, de acôrdo com a equaçâo de Darcy<br />

wo = ks cosa<br />

onde k séria o coeficiente de permeabilidade do solo, visto como, após<br />

um tempo suficientemente longo poderiamos considerar o gradiente do<br />

h + H<br />

potencial hidrâulico = 1.<br />

H<br />

Temos finalmente<br />

cl cosa<br />

Na realidade, em um solo nâo saturado, nem tôda a âgua se infiltra<br />

por percolaçao. O coeficiente k sera entäo um coeficiente de infiltraçâo<br />

que definimos como sendo o coeficiente de permeabilidade de um solo<br />

em que a âgua percolada fosse igual à âgua infiltrada no solo em<br />

exame.<br />

Dose de âgua por irrigaçâo<br />

Em um solo de coeficiente de infiltraçâo k, determinado pelo método<br />

acima exposto, façamos irrigaçâo com vasäo w, seja 1 a largura<br />

do sulco e a o ângulo do terreno com o piano do horizonte. Qual o


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 51<br />

tempo necessârio para a irrigaçâo se o comprimento do sulco é c', quai<br />

a quantidade d'âgua empregada?<br />

h + H<br />

A âgua que se infiltra na unidade de tempo é 2k , e o<br />

H<br />

h + H<br />

excesso da vasâo sobre a infiltraçâo, w — kS , dividido pela<br />

H<br />

largura 1 e pela metade da altura do triângulo ABC (hocos


52 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

É fâcil reconhecer na equaçâo proposta a equaçâo de Mitscherlich<br />

w 2k<br />

da "lei dos acréscimos decrescentes"; fazendo = A e — = c,<br />

kl cosa ho<br />

teremos<br />

que é a equaçâo de Mitscherlich onde x se acha substituido por t.<br />

Apresentamos o método exposto no presente trabalho ao exame<br />

dos especialistas, pois sômente os dados da observaçao e da experiência<br />

podem decidir sobre o valor de qualquer processo de câlculo de dose<br />

de âgua para irrigaçâo.


SOBRE O COMPORTAMENTO DA ÄGUA NA IRRIGACÄO<br />

POR SULCOS<br />

HÉLIO V. DE C. BlTTENCÖURT<br />

Institute Agronômico de Campinas<br />

O presente trabalho tem por finalidade relatar os resultados obtidos<br />

na tentativa de determinar o comportamento da âgua em urn dado<br />

tipo de solo aqui considerado, quando a irrigaçâo fosse aplicada por sulcos<br />

a pequeno déclive.<br />

Escolheu-se, em uma gleba destinada à cultura irrigada da cana de<br />

açûcar, situada na Fazenda Sâo Francisco, municipio de Campinas, tres<br />

lugares onde efetuar as determinacöes de que trata êste trabalho, o qual<br />

vem subdividido em duas partes.<br />

Na primeira parte procurou-se verificar o caminhamento da âgua<br />

em sulcos a diferentes déclives e a quantidade necessâria a irrigar sulcos<br />

de comprimento variâvel entre 40 e 70 métros.<br />

Na segunda parte procurou-se verificar a infiltraçâo da âgua no solo,<br />

até a profundidade de 1,20 m.<br />

' PRIMEIRA PARTE<br />

PROCESSO A<strong>DO</strong>TA<strong>DO</strong><br />

Ef etuou-se a coleta de amostras de solo em seis pontos da area acima<br />

mencionada, as quais foram submetidas à anâlise mecânica e fisica pela<br />

Seçâo de Agrogeologia do Institute Agronômico. O solo em questâo era<br />

de origem glacial.<br />

Apôs obtidos os resultados da anâlise, foram escolhidos, para as provas<br />

de sulcos, très pontos por elas representados.<br />

O quadro I ihdica os resultados do exame de solo obtido em cada um<br />

dêsses très lugares.<br />

QUADRO 1<br />

Resultado da anâlise mecânica e fisica do solo nos locais das provas de irrigaçâo<br />

LOCAL<br />

Prova n ° 1... <<br />

Prova n.° 2.. . <<br />

Prova n.° 3.. . <<br />

Profundidade<br />

da<br />

amostra<br />

0-30<br />

30-60<br />

0-30<br />

30-60<br />

0-30<br />

30-60<br />

%<br />

Argua<br />

15,2<br />

14,0<br />

21,2<br />

23,7<br />

14,0<br />

14,7<br />

ANÂLISE MECÂNICA<br />

Total<br />

%<br />

Areia<br />

30,0<br />

26,5<br />

28,2<br />

23,2<br />

17,5<br />

18,0<br />

%<br />

Limo<br />

54,8<br />

59,5<br />

46,1<br />

53,1<br />

68,5<br />

67,3<br />

Classificaçâo<br />

LA<br />

LA<br />

BL<br />

LB<br />

LB<br />

LB<br />

% Hy<br />

7,0<br />

6,0<br />

7,2<br />

7,7<br />

3,8<br />

3,5<br />

ANÂLISE FtSICA<br />

Ascençao<br />

capilar<br />

em<br />

24 h<br />

410<br />

315<br />

440<br />

400<br />

330<br />

340<br />

em<br />

120 h<br />

450<br />

360<br />

500<br />

450<br />

490<br />

445<br />

% em<br />

24 h<br />

33,07<br />

28,93<br />

31,07<br />

32,60<br />

30,30<br />

26,47<br />

Âgua<br />

capilar<br />

% em<br />

120 h<br />

38,35<br />

28,48<br />

31,89<br />

31,88<br />

27,21<br />

30,33


54 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

No quadro acima, os teores de argila, areia, limo, Hy e âgua capilar,<br />

säo dados em porcentagem. sobre o peso do solo sêco ao ar, a altura de<br />

ascensâo capilar é dada em milimetros, e a profundidade de retirada das<br />

amostras, em centimetros.<br />

Em cada um dêsses lugares de prova f or am marcadas, após o terreno<br />

arado e destorroado, 4 linhas de 100 m de comprimento, com as declividades<br />

respectivas de 0,5%, 1,0%, 1,5% e 2,0%, a um afastamento minimo<br />

de 5 m entre si.<br />

Estas linhas foram locadas por meio de um nivelamento a nivel de<br />

precisâo, observando-se a distância de 2,5 m entre os pontos nivelados.<br />

Após o nivelamento, procedeu-se a uma correçâo das linhas niveladas,<br />

nos pontos em que se apresentavam muito angulosas. A seguir, executou-se,<br />

por elas, a abertura de sulcos em curva de contôrno, com o<br />

auxilio de urn trator de esteiras de 60 HP e um sulcador para cana, montado<br />

em carrêta de subsolador.<br />

Um caminhäo-tanque com capacidade de 7.000 1, munido de uma<br />

mangueira de 2,5 polegadas, foi utilizado para aplicaçâo de âgua em<br />

todos os sulcos.<br />

Anotou-se, em cada operaçâo: o tempo de duraçâo do fornecimento<br />

de âgua, o comprimento do sulco umedecido, a espessura do lençol de<br />

âgua no ponto central do tanque, antes e depois do fornecimento.<br />

Conhecendo-se o comprimento do tanque e a sua seçâo eliptica, foi<br />

possïvel calcular a âgua existente no reservatório para cada espessura<br />

do lençol lïquido, e, portanto, o volume de âgua aplicado em cada sulco.,<br />

O reservatório do caminhäo tinha 4,20 m de comprimento. Sua<br />

seçâo eliptica tinha para eixo maior (horizontal) 1,89 m e para eixo<br />

menor (vertical) 1,12 m.<br />

Paralelamente a êste ultimo eixo, de cada lado, afastados dêle respectivamente<br />

0,345 m e 0,645 m, média as alturas de 1,03 m e 0,82 m.<br />

Com os resultados dai obtidos e as demais anotaçôes de campo, calculou-se<br />

ainda: a vazâo média de cada fornecimento, a velocidade média<br />

de caminhamento da âgua no sulco, o volume médio de âgua consumido<br />

por metro de sulco e o tempo necessârio para molhar um sulco de 100 m<br />

de comprimento.<br />

RESULTA<strong>DO</strong>S OBTI<strong>DO</strong>S<br />

O quadro II condensa todos os resultados colhidos em campo e<br />

aquêles calculados posteriormente.<br />

Observando-se separadamente, em cada prova, para os diferentes<br />

déclives, a vazâo média de fornecimento e a velocidade média de caminhamento<br />

da âgua, no sulco, vê-se que esta diminui com o déclive e<br />

com a vazâo de fornecimento.<br />

Nos sulcos a 0,5% de déclive obteve-se, para as vazôes de fornecimento<br />

de 6, 66 1; 6,48 1 e 4,52 1 por segundo, respectivamente, as velocidades<br />

de caminhamento 0,147 m, 0,146 m e 0,812 m por segundo.<br />

Nos sulcos a 1,5% e vazôes de fornecimento, respectivamente de 4,9<br />

e 4,66 1/seg, as velocidades de caminhamento registradas foram 0,158<br />

e 0,148 m/seg.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 55<br />

Nos sulcos a 2,0%, quando a vazäo foi 4,11 1/seg, a velocidade foi<br />

0,151 m/seg, e quando a vazäo foi 5,62 1/seg, a vazâo atingiu 0,237 m/seg.<br />

Considerando sulcos, nos quais o fornecimento de âgua foi feito com<br />

vazâo aproximada em valor, verificou-se, de uma maneira gérai, que a<br />

velocidade de caminhamento cresceu com o déclive do sulco. Assim o 1.°<br />

sulco, embora com vazäo de fornecimento um pouco superior a do 6.°,<br />

apresentou menor velocidade de caminhamento, devido à sua menor declividade.<br />

O mesmo aconteceu com os sulcos 1° e 10°, 5° e 10°, 7° e 4°,<br />

9° e 7°, 8° e 1°, 8° e 2°, 8° e 5°, 8° e 6°.<br />

Examinando-se dois a dois, sulcos de uma mesma prova, 1° e 4°,<br />

5° e 6°, 10° e 12°, umedecidos em comprimentos aproximadamente<br />

iguais, 1° e 4°, 5° e 6°, 10° e 12°, verificou-se que o consumo medio de<br />

âgua por metro de sulco aumentou, sempre que baixou a velocidade de<br />

caminhamento da âgua no sulco.<br />

Nota-se ainda que, para as provas de ns. 1 e 2, sempre que a vazäo<br />

de fornecimento atingiu 6,00 1/seg, o tempo calculado para molhar<br />

100 m de comprimento de sulco foi, aproximadamente, 10 minutes.<br />

O exame do quadro II mostra ainda, com relaçâo à prova n° 3, que<br />

em semelhantes condiçôes de déclives e de vazäo de fornecimento, apresentou<br />

sempre menor velocidade de caminhamento e maior consumo de<br />

âgua por metro de sulco. Isto pode ser constatado comparando-se os resultados<br />

obtidos nos pares de sulcos 10° e 6°, 11° e 3°, 11° e 7°, 12° e 4°,<br />

embora nestes pares o sulco pertencente à prova n° 3 tenha tido sempre<br />

vazäo de fornecimento urn pouco superior ao sulco da outra prova. Considerando-se,<br />

contudo, sulcos de comprimentos aproximadamente iguais,<br />

a velocidades de caminhamento semelhantes, como sejam o 11° e o 5°, o<br />

consumo de âgua por metro de sulco foi menor para aquêle da<br />

prova n.° 3. O exame do quadro I mostra nitida diferenciaçao do solo<br />

local da prova n.° 3, para o das provas ns. 1 e 2. Apresenta teor em<br />

limo bem mais elevado e muito mais baixa higroscopicidade. Essas observaçôes<br />

evidenciam a influência das caracteristicas do solo sobre a<br />

irrigaçâo em sulcos.<br />

Interessante citar os limites extremos, obtidos na velocidade média<br />

de caminhamento da ägua.<br />

A menor velocidade média de caminhamento, 0,081 m/seg, ocorreu<br />

no 3° sulco, situado em solo da prova n° 3, ao menor déclive empregado<br />

(0,5%), com a vazâo de fornecimento de 4,5 1/seg, e correspondeu<br />

ao maior consumo de âgua por metro de sulco (55,78 1). A maior velocidade<br />

média de caminhamento, 0,237 m/seg, ocorreu no 3° sulco, situado<br />

na prova n° 2, ao maior déclive empregado (2,0%), com a vazäo de<br />

5,62 1/seg e correspondeu ao menor consumo de âgua por metro de sulco<br />

(23,68 1).


NUMERO DE ORDEM <strong>DO</strong> SULCO<br />

Deelividadc do sulco<br />

DATA DA PROVA<br />

Duraçâo du fornecimento cm minutos<br />

Comprimento do sulco umcdecido (métros)....<br />

T , , , f anterior<br />

Lençol da âgua no caminhao- J<br />

-tanquo (métros) I posterior<br />

Volume total de àgua consumido (litro).<br />

Vazào média da mangueira em 1/seg.<br />

Velocidade de caminhamento da âgua no sulco<br />

m/seg<br />

Volume de âgua consumido cm 1/m de sulco....<br />

QUADRO 2<br />

Resultados da prova de irrigagäo por sulcos a diferentes déclives<br />

1.»<br />

0,5%<br />

3/9/46<br />

5'00"<br />

44,00<br />

1,00<br />

0,72<br />

2 000<br />

6,66<br />

0,147<br />

45,45<br />

PROVA N.° 1<br />

2.«<br />

1,0%<br />

2/9/46<br />

1,5%<br />

2/9/46<br />

4.°<br />

2,0%<br />

2/9/46<br />

5.»<br />

0,5%<br />

"3/9/46<br />

PROVA N.° 2<br />

6."<br />

1,0%<br />

3/9/46<br />

RESULTA<strong>DO</strong>S OBSERVA<strong>DO</strong>S NO CAMPO<br />

6'10"<br />

60,60<br />

0,98<br />

0,62<br />

2 633<br />

7,12<br />

0,164<br />

43,44<br />

8'8"<br />

77,00<br />

0,62<br />

0,31<br />

5'6"<br />

46,20<br />

0,31<br />

0,10<br />

5'43"<br />

50,00<br />

1,00<br />

0,69<br />

RESULTA<strong>DO</strong>S CALCULA<strong>DO</strong>S<br />

2 392<br />

4,9<br />

0,158<br />

31,06<br />

1 258<br />

4,11<br />

0,151<br />

27,22<br />

5'00"<br />

50,10<br />

0,69<br />

0,46<br />

7.»<br />

1,5%<br />

3/9/46<br />

8'42"<br />

77,40<br />

0,46<br />

0,85<br />

8.»<br />

2,0%<br />

3/9/46<br />

6'00"<br />

85,40<br />

0,72<br />

0,46<br />

9.°<br />

0,5%<br />

3/9/46<br />

8'57"<br />

43,60<br />

0,46<br />

0,008<br />

PROVA N.° 3<br />

Tempo médio para caminhar 100 m de sulco... lO'll" 10'33" 9'58" 7'2" 20'30" lO'll' 14'58"<br />

2 224<br />

6,48<br />

0,146<br />

44,48<br />

1 800<br />

6,00<br />

0,167<br />

35,92<br />

2 432<br />

4,66<br />

0,148<br />

31,42<br />

2 023<br />

5,62<br />

0,237<br />

23,68<br />

2 432<br />

4,52<br />

0,081<br />

55,78<br />

10.°<br />

1,0%<br />

3/9/46<br />

6'00"<br />

59,00<br />

0,96<br />

0,66<br />

2 208<br />

6,13<br />

0,164<br />

37,42<br />

11.°<br />

1,5%<br />

3/9/46<br />

6'00"<br />

53,00<br />

0,66<br />

0,42<br />

1 915<br />

5,32<br />

0,147<br />

36,13<br />

12."<br />

2,0%<br />

3/9/46<br />

8'32"<br />

57,00<br />

0,42<br />

0,07<br />

2 180<br />

4,25<br />

0,111<br />

38,24<br />

en<br />

ca<br />

g<br />

o<br />

><br />

S'<br />

a<br />

gw P<br />

5<br />

><br />

S<br />

O<br />

o<br />

at<br />

O


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 57<br />

<strong>SEGUNDA</strong> PARTE<br />

A verificaçâo de infiltraçâo da âgua de irrigaçâo foi feita no 1°<br />

sulco, no quai, antes da aplicaçâo de âgua, determinou-se a âgua atual<br />

nas profundidades de 30 cm, 80 cm e 120 cm.<br />

Após 40, 50 e 70 horas da irrigaçâo, determinou-se o teor de âgua<br />

do solo, em amostras retiradas as mesmas profundidades e afastadas ao<br />

longo do sulco à distância nâo superior a urn metro.<br />

Com os resultados obtidos, organizou-se o grâfico I.<br />

l A<br />

30<br />

o<br />

60<br />

fZO<br />

Têor de umicfade %<br />

\ y i<br />

V \<br />


58 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Quarenta horas após a irrigaçao, a umidade era de 29,7% a 30 cm,<br />

27,7% a 80 cm e 26,6% a 120 cm.<br />

Decorridas 50 horas da irrigaçao, verificou-se 27,3% a 30 cm, 30,1%<br />

a 80 cm e 25,0% a 120 cm.<br />

Finalmente, 70 horas após a aplicaçâo de âgua, encontrou-se 24,6%<br />

a 30 cm, 24,5% a 80 cm e 25,0% a 120 cm de profundidade. O resultado<br />

desta ultima determinaçâo, feita 70 horas após a aplicaçâo, deve corresponder,<br />

segundo VEIHMEYER e HENDRICKSON (1) pâg. 181, ao "field<br />

capacity" do solo em questâo. O teor de âgua encontrado 70 horas após<br />

a irrigaçao aproximava-se muito daquele verificado antes de aplicar-se<br />

a irrigaçao.<br />

O grâfico I apresenta resultados semelhantes aos grâficos A, B e C,<br />

observados por ISRAELSEN (2), pâg. 516-518.<br />

Melhor do que os algarismos referentes aos teores de âgua encontrados,<br />

o grâfico I parece indicar que grande parte da âgua aplicada no<br />

sulco desceu a horizontes situados à maior profundidade que 1,20 m.<br />

É de se ressaltar a importância da verificaçâo exata dêste fenômeno,<br />

ao tratar-se de irrigar plantas de sistema radicular pouco profundo, a<br />

fim de evitar o desperdicio de âgua e a percolaçâo nociva, decorrente de<br />

irrigaçôes excessivas.<br />

SUMARIO<br />

Em provas de irrigaçao em sulcos a déclives de 0,5%, 1,0%, 1,5% e<br />

2,0% em solos de caracteristicas fisicas e mecânicas prèviamente determinadas,<br />

a velocidade de caminhamento da âgua no sulco cresceu com<br />

o déclive, ou com a vazâo de fornecimento. A velocidade decresceu em<br />

solo de menor higroscopicidade, quando mantidas a declividade do sulco<br />

e a vazâo de fornecimento.<br />

A âgua consumida por metro de sulco foi maior, à medida que diminuiu<br />

a velocidade de caminhamento da âgua no sulco.<br />

Verificou-se também a influência da diferenciaçâo do solo no escoamento<br />

da âgua em sulco.<br />

Determinou-se o teor de umidade as profundidades de 30 cm, 80 cm<br />

e 120 cm, antes de 40 h, 50 h e 70 h após a irrigaçao, parecendo verificar-se<br />

que a âgua desceu a horizontes inferiores aos da observaçâo, voltando<br />

o solo, depois de 70 horas, a teor de umidade aproximado àquele<br />

que apresenta va antes de ser irrigado.<br />

1. VEIHMEYER F.J. and A.H. HENDRICKSON. "The moisture equivalent as a<br />

measure of the field capacity of soils". Soil Science, 32 : 181-193, 1931.<br />

2. ISRAELSEN, O.W. "The application of hydrogynamics to irrigation and drainage<br />

problems". Hilgardia, 2 : 479-528, 192T.


IRRIGAÇÂO DE CANA<br />

INTRODUÇÂO<br />

HÉLIO V. DE C. BITTENCOURT<br />

Institute) Agronômico de Campinas<br />

Trata o presente estudo da instalaçâo de um sistema de irrigaçâo<br />

para a cana de açucar, em uma gleba de 76,408 Ha pertencente à Sociedade<br />

de Usinas de Açucar Brasileiras e localizada na Châcara Sâo<br />

Pedro, próxima à Usina de Piracicaba.<br />

Desejando constatar o efeito da irrigaçâo na cultura canavieira e a<br />

conveniência de sua aplicaçâo em grandes areas, resolveu a gerêneia da<br />

Usina de Piracicaba, mandar procéder ao estudo de um sistema de irrigaçâo<br />

para esta gleba, o quai séria conduzido com critério experimental.<br />

Ai seriam feitas observaçôes que melhor pudessem orientar a decisâo<br />

sobre ampliaçâo da area irrigada; e, dentre estas observaçôes:<br />

a) influência de diferentes fornecimentos de âgua à cana,<br />

considerando variaçôes no fornecimento total anual, nas<br />

épocas de irrigaçâo e no volume fornecido em cada aplicaçâo;<br />

&) influência em cultura a diferentes espaçamentos;<br />

c) influência sobre as diferentes variedades;<br />

d) adaptaçâo do nosso operârio agricola aos trabalhos de irrigaçâo;<br />

e) custo da instalaçâo e custo dos serviços de conservaçâo e<br />

aplicaçâo de irrigaçôes;<br />

ƒ) interesse econômico da irrigaçâo.<br />

Justificando o carâter experimental da instalaçâo aqui estudada,<br />

cunvém frisar que, embora recorrendo-se a todos os elementos esclarecedores<br />

do assunto, com o fito de garantir o melhor êxito na aplicaçâo<br />

da irrigaçâo, muitos detalhes sômente poderiam ser seguramente confirmados<br />

mediante a experimentaçâo in loco. Este é um dos traços mais<br />

caracteristicos na adoçâo das prâticas agricolas, consequêneia da in<br />

fluência que sobre a agricultura exercem, principalmente, o clima e o<br />

solo, ambos com as suas grandes variaçôes.<br />

O estudo das diferentes partes dêste trabalho foi feito por etapas,<br />

adotando-se um critério que atendesse as nossas condiçôes de clima e<br />

solo.<br />

Apresenta-se, pois, subdividido na seguinte ordem:<br />

I — Levantamento topogrâfico;<br />

. II — Exame de solo;<br />

III — Quantidade de âgua a aplicar por irrigaçâo;


60 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

IV — Numero de irrigaçôes provàvelmente necessârias durante<br />

o ano;<br />

V — Necessidade do suprimento de âgua;<br />

VI — Aparelhamento de recalque;<br />

VII — Aparelhamento de distribuiçâo;<br />

VIII — Aplicaçâo u da irrigaçâo;<br />

IX — Custo provâvel da aplicaçâo da irrigaçâo;<br />

X — Custo provâvel da instalaçâo do projeto.<br />

I — LEVANTAMENTO TOPOGRÂFICO<br />

Este trabalho consistiu no levantamento planimétrico e altimétrico<br />

da area estudada, com o fim de obter um mapa com curvas de nivel de<br />

2 em 2 métros. Adotou-se espaçamento de cotas de 2 em 2 métros por<br />

ser o suficiente para o traçado do projeto em questâo, no terreno de<br />

conformaçâo mais ou menos uniforme em estudo. E para isso, como o<br />

déclive médio do terreno oscilava entre 6 e 8%, procurou-se distribuir,<br />

por todo êle, irradiaçôes espaçadas entre 25 e 30 m, a fim de que o mapa<br />

cotado fosse a representaçâo fiel da sua configuraçâo topogrâfica.<br />

Os instrumentos utilizados foram: um teodolito Zeiss, mod. IV e<br />

um nivel Zeiss, mod. II.<br />

O levantamento planimétrico, orientado com relaçâo ao norte<br />

magnético, foi realizado por um processo misto de caminhamento e<br />

irradiaçâo, no quai adotou-se, para os caminhamentos, o método de<br />

ângulos diretos (internos) e distância estadimétrica. O poligono atingiu<br />

32 estaçôes com 3.274,75 m de perïmetro.<br />

O caminhamento do poligono teve por distância média de visada,<br />

aproximadamente, 102,00 m.<br />

Todos os ângulos de caminhamento foram lidos com uma repetiçâo.<br />

O êrro angular total do poligono foi de 15", donde résulta para o<br />

êrro angular 2",67 VN. Segundo diversos autores, tais como TRACY (11),<br />

DAVIS e FOOTE (3), BREED e HOSMER (2), o êrro angular do caminhamento<br />

do perimetro enquadra-se dentro do limite admitido para os levantamentos<br />

de precisâo.<br />

O êrro linear de fechamento, do caminhamento do perimetro executado,<br />

foi:<br />

E — 0,00125 ou 1,25%»<br />

No levantamento em questâo, o êrro linear do fechamento foi 1/800,<br />

o êrro das abcissas 1/660 e o das ordenadas 1/960. O êrro obtido esta<br />

satisfatório para o serviço realizado como foi, (11) e (3), com mediçôes<br />

de estadia e, também, considerando-se a sua finalidade.<br />

O êrro do nivelamento a nivel do perimetro de caminhamento foi<br />

9,33 mm yK (dist. em quilômetros) consequente de urn êrro total de<br />

0,018 m, m um caminhamento de 3.727,4 m.<br />

Ainda aqui, o resultado obtido só nâo satisfaz o limite de tolerância<br />

referente a serviços geodésicos e cadastrais.<br />

Após a verificaçâo dos erros dos trabalhos de campo, foi desenhado<br />

o mapa da area levantada, na escala 1:2.000, com curvas de nivel de<br />

2 em 2 métros. A fig. 7 mostra êsse mapa na escala 1:5.000, com curvas<br />

de nivel de 2 em 2 métros.<br />

A ârea da gleba levantada foi calculada pelo processo analitico e<br />

indicou 76,408 Ha.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 61<br />

II — EXAME DE <strong>SOLO</strong><br />

Com a finalidade de colhêr elementos para determinar convenientemente<br />

a quantidade de âgua a aplicar em cada irrigaçâo e a forma de<br />

aplicâ-la, procedeu-se ao exame de solo, que consistiu em:<br />

1° — Retirada de amostras para anâlise;<br />

2° — Provas de infiltraçao, no campo.<br />

Estäo indicados no mapa da fig. 7 os locais de retirada de amostras<br />

de solo.<br />

Foi feita a anâlise mecânica destas amostras, para a determinaçâo<br />

da sua composiçâo granulométrica, considerando a argila total. Foram<br />

determinadas, ainda, a altura de ascensâo capilar, a âgua capilar em<br />

120 h, a umidade equivalente e a higroscopicidade.<br />

Nas 10 (dez) amostras analisadas, o resultado da anâlise mecânica<br />

variou entre os seguintes limites: argila total de 16, 3-30,5%, areia de<br />

14,4-42%, limo de 38, 2-59,7%.<br />

Estes resultados indicam uma distribuiçâo, nas très fraçôes, favorâvel<br />

à indicaçâo da aplicaçâo da âgua por sulcos, devido ao teor médio<br />

em argila.<br />

A média dos 10 resultados de ascensâo capilar foi, em 120 h, 612 mm<br />

e, em 24 h, 446 mm. O conhecimento da altura de ascensâo capilar tem<br />

grande utilidade, por orientar sobre a profundidade de solo a considerar,<br />

no câlculo do volume de âgua a aplicar.<br />

A média dos resultados obtidos para a capacidade capilar em 120 h<br />

acusou 26%.<br />

A média das determinaçôes de umidade equivalente atingiu 11,6,<br />

ou seja 12%.<br />

Dêste ultimo elemento concluiu-se, de acôrdo com PAIVA NETTO e DE<br />

JORGE (8), pâg. 135, que a umidade de murcha'mento Umu, (wilting<br />

point), média para estas amostras, é: 12,0% x 0,68 = 8,2%.<br />

Este valor da umidade de murchamento indica para o solo considerado<br />

o limite critico de vida da planta, com relaçâo ao suprimento<br />

em âgua .Para ser mantida a vida da cultura neste solo, êle deverâ conservar<br />

um teor em âgua superior a 8,2%.<br />

O exame do solo foi completado com as provas de infiltraçao, realizadas<br />

no campo.<br />

Para isto, foram escolhidos 3 lugares do terreno onde se procedeu à<br />

locaçâo e abertura de sulcos, com os desniveis de 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0% e<br />

100,00 m de comprimento.<br />

Em cada um dêstes sulcos, com o auxilio de um caminhäo-tanque<br />

cheio de âgua e munido de uma mangueira, fêz-se uma irrigaçâo durante<br />

um tempo marcado. O volume de cada aplicaçâo foi calculado, por<br />

mediçoes da variaçâo do nivel de âgua no carro-tanque. Após o câlculo<br />

das anotaçôes de campo, obtiveram-se os seguintes resultados para volume<br />

de âgua consumido por hectare em sulcos a diferentes déclives:<br />

Sulco a 0,5% — 323,5 m 3<br />

Sulco a 1,0% — 259,5 m 3<br />

Sulco a 1,5% — 219,0 m 3<br />

Sulco a 2,0% — 198,0 m 3<br />

O volume de 219 m 3 distribuidos sobre a ârea de um hectare corresponde<br />

a uma precipitaçâo pluviométrica de 22 mm. É evidente que sera


62 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

mais interessante dispor os sulcos de forma a possibilitar a aplicaçâo<br />

de pequeno volume de âgua. Quando se desejar aumentar o volume fornecido<br />

em cada irrigaçâo, basta prolongar o tempo ou aumentar a vazâo<br />

do fornecimento em cada sulco. Por outro lado, sempre que a vazäo da<br />

mangueira de fornecimento baixou, aproximando-se de 4 l/s., o tempo<br />

necessârio para irrigar 120 m de sulco aumentou, independentemente<br />

do volume aplicado por hectare. Pelo contrario, sempre que a vazäo<br />

atingiu ou ultrapassou 6 l/s, em urn sulco de 1 % ou mais de inclinaçâo,<br />

o tempo para irigar de 120 m de sulco foi relativamente pequeno.<br />

Diante dessas consideraçôes, deliberou-se adotar 1,5% para déclive<br />

dos sulcos de irrigaçâo.<br />

A fim de verificar o caminhamento vertical da âgua no solo irrigado,<br />

procedeu-se a provas de campo, cujos resultados vieram confirmar<br />

a citaçâo de ETCHEVERRY e HARDING (4), pâgs. 26-28 e figs. 6, 8 e 9.<br />

Esta verificaçâo, de um lado, indicou que o movimento da âgua no<br />

solo em questâo favorece a nutriçâo das raizes profundas e mostrou, por<br />

outro lado, o perigo de causar a lavagem do solo com aplicaçôes de<br />

quantidades excessivas, em cada irrigaçâo.<br />

III — QUANTIDADE DE ÄGUA A APLICAR POR IRRIGAÇÂO<br />

Conforme foi visto no capitulo anterior, o exame de solo révéla os<br />

seguintes valores médios, como caracteristicas que exercem influência<br />

sobre o volume de âgua a aplicar em cada irrigaçâo:<br />

Ascensâo capilar em 24 h :— 0,446 m<br />

" 120 h — 0,612 m<br />

Agua " " 120 h — 26%<br />

Umidade equivalente — 12%<br />

Umidade de murchamento — 8,2%<br />

Apreciando os dados, conclui-se que as aplicaçôes devem ser feitas<br />

quando o teor de umidade do solo fôr ainda superior à umidade de murchamento;<br />

portante, 8,2% para este caso.<br />

O teor ótimo de umidade para a vida vegetal é dificil de estabelecer<br />

de uma maneira ûnica para qualquer cultura e mesmo para determinada<br />

cultura, devido ao movimento continuo da âgua no solo, em conseqiiência<br />

da tendência a restabelecer o equilibrio desfeito pelos fatôres<br />

externos.<br />

Segundo ETCHEVERRY e HARDING (4) pâg. 19, muitas culturas desenvol<br />

vem-se igualmente em um determinado solo, este ja êle com um mi<br />

nimo desejâvel de umidade ou com a capacidade capilar maxima.<br />

Considerando-se que a cana de açûcar é plantada em fileiras espaçadas<br />

entre si de 1,50 m aplicando-se âgua em espaço entre as fileiras<br />

consecutivas, cada sulco, no meio do espaço entre as fileiras consecutivas,<br />

ter-se-âo sulcos espaçados, também de 1,50 m. A âgua aplicada<br />

nestes sulcos tenderâ, pela tensâo capilar, a distribuir-se lateral e verticalmente.<br />

Pode-se assim admitir que cêrca da metade da area irrigada<br />

sera umedecida pela âgua dos sulcos.<br />

Baseado no que ficou exposto, pode-se admitir, para efeito de câlculo,<br />

que em um hectare irrigado a ârea efetivamente umedecida sera<br />

de 5.000 m 2 . Diante dos valores de ascensâo capilar e da distribuiçâo<br />

das raizes da cana, tomando-se, por precauçâo, a profundidade média<br />

de 0,44 m como a profundidade a irrigar, ter-se-â para volume de solo<br />

umedecido em 1 Ha irrigado: 5.000 m 2 X 0,44 m = 2.200 m 3 .


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REXJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 63<br />

Sendo 26% a capacidade capilar em 120 h, a irrigaçâo terâ por finalidade,<br />

segundo WILCOX(12), elevar, na profundidade considerada, o<br />

teor de umidade do solo a êsse teor de 26%.<br />

Considerando-se, neste caso, 9% como o teor minimo tolerâvel na<br />

prâtica, a irrigaçâo maxima recomendâvel terâ que elevar a umidade<br />

do solo de: 26 — 9 = 17% .<br />

Calculando-se, pois, 17,0%, do volume de solo a umedecer em 1 Ha,<br />

ter-se-â o volume de âgua a aplicar por Ha e por irrigaçâo: 2.200 x 0,17<br />

— 374 m 3 . Arredondando-se, cada irrigaçâo deverâ corresponder à aplicaçâo<br />

de 380 m 3 por Ha.<br />

O volume de âgua necessârio para aplicar uma irrigaçâo, em tôda<br />

a ârea aqui estudada, de 76,5 Ha, sera, pois, de 29.070 m 3 , ou melhor,<br />

30.000 m 3 .<br />

IV — NUMERO DE IRRIGAÇOES PROVÀVELMENTE<br />

NECESSARIAS DURANTE O ANO<br />

Ficou estabelecido no capitulo anterior que o volume de âgua a<br />

aplicar por Ha, em cada irrigaçâo, séria de 380 m 3 . Isto équivale a uma<br />

precipitaçâo de 38 mm.<br />

A fim de decidir sobre o numero provâvel de irrigaçôes a aplicar por<br />

ano, é necessârio dispor dos seguintes elementos:<br />

1) regime pluviométrico ideal para a cana;<br />

2) médias pluviométricas do local estudado.<br />

Procurando esclarecer quai o ótimo fornecimento de âgua para o<br />

desenvolvimento da cana, nota-se que, embora existam muitos trabalhos<br />

escritos sobre a irrigaçâo de cana e citando, muitas vêzes, a quantidade<br />

de âgua empregada para a irrigaçâo em diversas culturas canavieiras,<br />

pouco existe escrito sobre a quantidade ótima de âgua para o<br />

seu desenvolvimento. ALEXANDER (1), pâg. 72, afirma que, segundo<br />

MAXWELL, a aplicaçâo ideal de âgua a cana de açûcar, em volume e distribuiçâo,<br />

é o seguinte:<br />

Vz polegada por semana para a cana nova;<br />

1 polegada por semana até atigir 3 meses de idade;<br />

IV2 polegada por semana de entâo para diante.<br />

Nunca aplicar mais do que 3 polegadas por semana.<br />

De acôrdo com este critério, admitindo-se um periodo de 2 semanas<br />

para 0 primeiro estâgio citado, ficarâo 11 semanas para 0 segundo. Tratando-se<br />

de uma cultura de cana-planta, a quai séria cortada com 18<br />

meses de idade, o tempo durante o quai ficaria sob o regime de fornecimento<br />

de 1V2 pol. por semana, séria de 14 meses. A aplicaçâo deveria ser<br />

suspensa cêrca de 30 dias antes do corte. O terceiro periodo, abrangeria,<br />

portanto, 60 semanas. Resultaria dai, para a cana-planta, um<br />

total de 2.550 mm em 18 meses, ou a média de 1.700 mm em 1 ano.<br />

No caso da cana-soca, a quai é cortada cada 12 meses, ter-se-ia um<br />

total anual de 1.575 mm.<br />

KAMERLING (5), pâg. 77, diz que a quantidade de âgua para a cana<br />

corresponde a uma média pluviométrica mensal de 130 a 150 mm, o que<br />

équivale a um total anual de 1.560 a 1.800 mm. Mais adiante, 0 mesmo<br />

au tor externa a opiniâo de que a cana jâ amadurecida dispensa irrigaçâo.


64 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

ALEXANDER (1), pâg. 73, informa que ensaios conduzidos por ALLEN,<br />

em Waipio, demonstraram a inconveniência de irrigar as soqueiras logo<br />

após o corte. Só é aconselhâvel fazê-lo, com pequena quantidade de<br />

âgua, quando o solo estiver muito sêco a fim de mantê-las com vida.<br />

Dependendo do solo e do seu estado com relaçâb à umidade, pode<br />

ser aconselhâvel uma irrigaçâo leve, aproximadamente 10 dias após o<br />

corte, visando a manter a uniformidade das soqueiras.<br />

Considerando que, comumente nas culturas canavieiras, a ârea<br />

ocupada por cana-planta é, quando muito, a quarta parte da area total<br />

cultivada, e considerando ainda o que acima ficou exposto a respeito da<br />

exigência da cana em âgua, parece que um fornecimento satisfatório<br />

séria o de 1.500 mm anuais. Dêstes, 140 mm seriam distribuidos durante<br />

os quatro meses de maturaçâo e colheita, (maio, junho, julho e<br />

agôsto) e aplicados na cana-planta em crescimento nesse periodo, ou<br />

nas soqueiras necessitadas de âgua. Os 1 360 mm restantes seriam distribuidos<br />

pelos oito meses de vegetaçâo, à razâo de 170 mm por mes.<br />

Examinando-se os dados pluviométricos mensais, registrados num<br />

periodo de 9 anos (1936-1944), no local a ser irrigado, calcularam-se as<br />

médias para êsse periodo. Organizoù-se o quadro I, o quai indica: a<br />

distribuiçâo pluviométrica média, a distribuiçâo teórica ideal, o deficit<br />

mensal, as ocorrências de anos com deficits équivalentes a uma ou mais<br />

irrigaçôes. Concluiu-se, dêstes elementos, o numero de irrigaçôes necessârias<br />

e o de irrigaçôes possivelmente necessârias em cada mes.<br />

Este estudo mostrou serem necessârias 11 irrigaçôes por ano e possivelmente<br />

mais très. Em alguns meses, haverâ necessidade de se fazer<br />

3 aplicaçôes de irrigaçâo.<br />

Janeiro<br />

Fevereiro<br />

Marco<br />

Abril<br />

Maio<br />

Junho<br />

Julho<br />

Agôsto<br />

Setembro<br />

Outubro<br />

MESES<br />

Novembro<br />

Dezerabro : .<br />

TOT AIS<br />

PRECIPITAÇAO (mm)<br />

mensal<br />

registrada<br />

162,8<br />

188,8<br />

157,2<br />

58,5<br />

39,5<br />

20,0<br />

15,8<br />

26,2<br />

61,9<br />

103,6<br />

163,8<br />

216,3<br />

1 214,4<br />

QUADRO N.° 1<br />

teórica<br />

ideal<br />

170,0<br />

170,0<br />

170,0<br />

170,0<br />

35,0<br />

Matu-<br />

35,0<br />

raçào<br />

35,0<br />

35,0<br />

170,0<br />

170,0<br />

170,0<br />

170,0<br />

1 500,0<br />

Deficit<br />

mensal<br />

mm<br />

7,2<br />

12,8<br />

111,5<br />

15,0<br />

19,2<br />

8,8<br />

108,1<br />

66,4<br />

6,2<br />

355,2<br />

Ocorrências<br />

de anos<br />

c /deficit<br />

de I, II,<br />

etc. irrig,<br />

de 38<br />

mm<br />

2-IV<br />

2-1<br />

1<br />

l-III<br />

l-III<br />

5-III<br />

1-IV<br />

5-1<br />

3-1<br />

6-1<br />

5-1<br />

5-III<br />

2-IV<br />

3-II<br />

l-III<br />

1-1<br />

l-II<br />

Necessârias<br />

11<br />

DE IRRIGAÇÔES<br />

possivel.<br />

necessârias<br />

to tais<br />

possîveis<br />

14


ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 65<br />

V — NECESSIDADE DE SUPRIMENTO DE AGUA<br />

A fim de atender à exigência da cana em âgua e as condiçôes locais,<br />

ter-se-â que.fazer, em alguns meses, très aplicaçôes de irrigaçâo, équivalentes<br />

cada uma a 38 mm; isto é, correspondendo a 380 m 3 /Ha.<br />

Para isto, a area de 76,5 Ha deve ser irrigada no periodo de 10 dias,<br />

o que exige irrïgar 7,65 Ha por dia.<br />

No fim do capitulo III, ficou dito que para uma irrigaçâo nos<br />

76,5 Ha seriam necessârios 30.000 m 3 de âgua. Logo, executando-se êste<br />

trabalho em 10 dias, sera necessârio urn suprimento diârio de 3.000 m 3 .<br />

Admitindo-se que êste funcionamento se ja feito durante 12 hor as diâ-<br />

3.000m s /h<br />

rias, o fornecimento horario sera: — = 250 m s /h.<br />

12<br />

Conclui-se dai que, para suprir a exigência da irrigaçâo, sera ne-<br />

250.000<br />

cessâria, no periodo de 12 horas por dia, uma vazao de , ou<br />

3.600<br />

jcêrca de 70 l/s.<br />

VI — APARELHAMENTO DE RECALQUE<br />

A âgua destinada à irrigaçâo, provém do rio Piracicaba e passa,<br />

aproximadamente, a 300 m do ponto mais elevado do terreno a irrigar,<br />

pelo canal de abastecimento da usina de açûcar. Deve ser elevada através<br />

da linha de recalque, em reta, até o ponto mais alto, mencionado. O<br />

mapa da fig. 7 indica a localizaçâo do canal e a conformaçâo topogrâfica<br />

do terreno.<br />

Em primeiro lugar, procedeu-se a uma mediçâo do volume de âgua<br />

descarregado pelo canal, após servir a usina de açûcar. Esta mediçâo foi<br />

feita tomando-se, de 5 em 5 m, em um percurso de 50 m, as dimensôes<br />

do canal, o quai é revestido de tijolos — e a espessura da lamina de âgua.<br />

Com estes elementos, calculou-se a sua seçâo média util. Determinou-se,<br />

depois, a velocidade superficial da âgua, por meio de um corpo<br />

flutuante, anotando-se cêrca de quatro vêzes o tempo gasto para percorrer<br />

à distância de 50 m. O resultado desta determinaçâo de vazâo<br />

foi cêrca de 130 l/s, o que satisfaz amplamente a necessidade do suprimento<br />

para a irrigaçâo, em estudo.<br />

De acôrdo com as figs. 2, 6 e 7, respectivamente per f il da linha de<br />

recalque, casa de bomba e mapa gérai do projeto e com a citaçao jâ feita<br />

da vazâo necessâria, as caracteristicas do bombeamento sâo as seguintes:<br />

Altura estâtica: 1,46 m<br />

Sucçâo Comprimento do tubo de sucçâo: 2,50 m<br />

Diâmetro da tubulaçâo: 2,50 m<br />

1 curva de grande raio 12"<br />

Acessórios 1 reduçâo excêntrica de 12" X 8"<br />

1 ralo com vâlvula de pé de 12"<br />

Altura estâtica: 19,50 m<br />

Recalque Comprimento da linha: 317,00 m<br />

Diâmetro da tubulaçâo: 12"<br />

1 cotovêlo de 8"<br />

Acessórios 1 vâlvula de gaveta de 8"<br />

1 vâlvula de segurança de 8"


66 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Ml» OE TURBILHONANENTO<br />

E COMPORTAS V<br />

COtTC Cl<br />

—f —<br />

VI1TO OC LA0O COHTE A.B.<br />

ZSCALA (40<br />

®<br />

u<br />

5 ;-<br />

S 1<br />

1 fis<br />

Sa?«<br />

®<br />

REGISTRO OE ENTRAOA PARA OS CANAIS AUMENTAOORES<br />

PRANTA<br />

OETALHE DE X<br />

-*v»—<br />

'I »-f I '<br />

Procurando o equivalente dos acessórios de sucçâo em tubulaçâo<br />

em reta, encontra-se em KRISTAL e ANNETT (6), pâg. 275, tab. II-A, que<br />

uma curva de grande raio de 12" équivale a 20 pés de tubo em reta.<br />

Nâo encontrando os équivalentes para os dois outros acessórios de<br />

sucçâo e admitindo que sejam iguais ao primeiro, tem-se um acréscimo<br />

de 18.00 m para a tubulaçâo de sucçâo, o que dâ para comprimento teórico<br />

desta, 20,50 m.<br />

Procurando verificar quai a perda de carga para a tubulaçâo de<br />

= 12" e Q =z 70 l/s, encontram-se, pelos âbacos de 3 diferentes autores,<br />

os resultados que se seguem abaixo:<br />

LANG<br />

SX PBBEIBA. ...<br />

TOLE<strong>DO</strong> MALTA<br />

ÂBACO<br />

(formula<br />

DE<br />

de LEVY-VALLOT) ..<br />

J<br />

0,0040<br />

0,0044<br />

0,0063<br />

• V<br />

I<br />

0,96 m/s<br />

0,96 m/s<br />

Adotando-se o ultimo resultado, por ser o que oferece maior margem<br />

de segurança, tem-se para a perda de carga de sucçâo: 20,50 m x<br />

X 0,0063 = 0,129 m, ou melhor: 0,13 m. Logo, a altura manométrica de<br />

sucçâo é 1,46 m + 0,13 m = 1,59 m.


® CANAL PRINCIPAL E<br />

CAIXA OE TURBILHONAMENTO<br />

E SCALA HO<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 67<br />

CANAL ALIMENTAOOR<br />

PL A HTA<br />

OETALHES DA INSTALAÇÎO DE RECALQUE<br />

Procurando o equivalente em tubulaçao reta, aos acessórios de recalque,<br />

encontra-se, na mesma fonte por ultimo citada:<br />

1 cotovêlo standard de 8": 24 pés<br />

1 vâlvula de gave tas de 6": 10 pés<br />

Admitindo-se que a vâlvula de segurança de 8" corresponda a 12<br />

pés, tem-se para o conjunto 46 pés, ou 13,80 m. Acrescido este valor ao<br />

comprimento da tubulaçao do recalque, résulta para comprimento teórico<br />

desta: 330,80 m.<br />

Tendo esta tubulaçao o mesmo diametro e vazäo que a de sucçâo, a<br />

perda de carga por metro de tubulaçao é a mesma e a perda de carga<br />

total sera 330,80 x 0,0063 = 2,08 m.<br />

Logo, a altura manométrica de recalque sera 19,50 m -f- 2,08 =<br />

= 21,58 m, e a altura manométrica total: 21,58 + 1,59 m = 23,17 m.<br />

Calculando-se a potência teórica necessaria a esta elevaçao, tem-se:<br />

70 X 23,17<br />

75<br />

- 21,63 HP.


68 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Admitindo-se uma bomba com o rendimento de 0,70, a força con-<br />

21,63<br />

sumida sera: = 30,90 HP.<br />

0,70<br />

Empregando-se uma bomba com o rendimento citado e motor diretamente<br />

acoplado, bastarâ que êste seja de 31 HP.<br />

Para o recalque em questâo, pode-se lançar mäo de uma bomba<br />

centrifuga, com rotaçâo aproximada a 1.750 R.P.M.<br />

Por questäo puramente econômica, séria preferivel utilizar uma<br />

bomba de 3.600 R.P.M. Economizar-se-ia na sua aquisiçâo e nos seus<br />

reparos.<br />

No câlculo, o rendimento empregado de 0,70 teve por finalidade<br />

objetivar a questäo, deixando, antes, uma margem favorâvel até a escolha<br />

definitiva da bomba.<br />

Séria interessante analisar a razâo pela quai se escolheu 12" para o<br />

diâmetro da tubulaçâo de recalque. Pelo âbaco jâ citado, de TOLE<strong>DO</strong><br />

MALTA, nota-se que, para a vazâo de 70 1/s, considerando J= perda de<br />

carga e V= velocidade em m/s, tem-se para os diâmetros de tubulaçâo<br />

de 10", 12" e 14":<br />

10"<br />

12"<br />

14"<br />

J<br />

17,3%00<br />

6,3%00<br />

3,0%00<br />

V<br />

1,40<br />

0,96<br />

0,70<br />

HP consumidos<br />

36,1 HP<br />

30,9 HP<br />

29,3 HP<br />

Observa-se que, ao substituir a tubulaçâo de 12 para 14" de diâmetro,<br />

a reduçâo do motor é apenas de 1,6 HP e a velocidade de âgua<br />

desce de 0,96 m para 0,70 m. As vantagens alcançadas nâo compensam<br />

o acréscimo de despesa com a tubulaçâo.<br />

Por outro lado, pensando-se em reduzir a despesa com o encanamento,<br />

diminuindo o seu diâmetro de 12 para 10", nota-se que esta<br />

modificaçâo exigirâ um aumento de 5,2 HP na potência do motor. Além<br />

disso, a velocidade da âgua na tubulaçâo elevar-se-â de 0,96 m para 1,40<br />

m, a quai é considerada muito elevada.<br />

O diâmetro mais aconselhâvel, pois, para a tubulaçâo de recalque,<br />

é o de 12".<br />

Conforme calculado atrâs, a pressâo manométrica desta tubulaçâo<br />

é de 23,17 m.<br />

Contudo, a pressâo exercida sobre as paredes do tubo sofre a açâo<br />

de mais dois fatôres : a carga de velocidade e o golpe de ariete.<br />

O primeiro dépende da velocidade de caminhamento da âgua no<br />

tubo, que para o caso é 0,96 m/s.<br />

V 2<br />

Calcula-se esta carga pela formula H = ; donde vem:<br />

•h = 0,047 m.<br />

O outro fator é o choque violento que se produz sobre as paredes de<br />

uma tubulaçâo, quando se detém bruscamente o movimento do lïquido.<br />

O melhor meio de evitar êste choque é, sempre que se pretender parar<br />

o bombeamento ou fechar a vâlvula de tubulaçâo, fazê-lo lentamente.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 69<br />

0 material mais recomendâvel para a tubulaçâo de recalque, neste<br />

caso, séria o ferro fundido. Embora o custo de encanamento de ferro<br />

fundido seja mais elevado que o de concreto, traz diversas vantagens:<br />

1) assentamento mais simples; 2) maior duraçâo; 3) possibilidade de<br />

ser reaproveitado em outra instalaçâo (o que se torna dificil com a tubulaçâo<br />

de concreto) ; 4) näo hâ inconveniente em ficar exposto; 5) menor<br />

risco de ruptura nos pontos de travessias de caminhos; 6) maior<br />

resistência aos choques.<br />

Além destas vantagens, atualmente, näo é grande a diferença entre<br />

o seu preço e o dos tubos de concreto armado.<br />

Procurando analisar quai o motor mais conveniente para o acionamento<br />

da bomba, elétrico, a óleo ou a gasolina, vê-se logo que este ultimo<br />

deve ser afastado.<br />

Poderia ser interessante em instalaçôes menores. Mas, para a instalaçâo<br />

estudada, é urn motor de consumo mais oneroso que o motor<br />

a óleo.<br />

Examinemos a aplicaçâo de urn motor Diesel:<br />

Aquisiçâo de urn motor Diesel de 31 HP. .. Cr$ 50.000,00<br />

Despesa anual com este motor, na aplicaçâo de 16 irrigaçôes, num<br />

total de 1.920 h de trabalho:<br />

Combustivel, 12.850 1 Cr$ 0,70 9.000,00<br />

Lubrificaçâo, à razâo de Cr$ 3.20/hora 6.150,00<br />

Amortizaçâo do motor, em 5.000 horas 19.200,00<br />

Juros do capital-motor, a 8% 4.000,00<br />

Taxa de reparos a 15% sobre Cr$ 35.350,00 5.300,00<br />

1 Operador a Cr 800,00 p/mês ,. 9.600,00<br />

Soma 53.250,00<br />

Analisemos agora a instalaçâo de urn motor elétrico:<br />

Aquisiçâo de urn motor elétrico de 31 HP 22.000,00<br />

Aquisiçâo de um transformador 23-KWA-11.000 V 28.000,00<br />

Instalaçâo de 800 m de linha de alta tensâo a<br />

Cr$ 15,00 por metro 12.000,00<br />

Soma 62.000,00<br />

Despesa anual, nas mesmas 1.920 horas de trabalho:<br />

Taxa de consumo de energia a Cr$ 40,00/HP/ano.. 14.880,00<br />

1 Operador a Cr$ 800,00 por mes 9.600,00<br />

Juros de Cr$ 65.000;00 a 8% - 5.200,00<br />

Taxa de reparos a 15% de Cr§ 16.500,00 2.475,00<br />

Amortizaçâo da instalaçâo em 6 anos 10.833,00<br />

Soma 42.988,00<br />

Até aqui, parece haver vantagem no custo do trabalho oferecido<br />

pelo motor elétrico, embora o empâte de capital inicial seja maior.<br />

Continuando a anâlise, ver-se-â outras grandes vantagens a seu<br />

favor:<br />

1) mais fâcil de ser adquirido atualmente, quando a aquisiçâo de<br />

motor Diesel é muito dificil;


70 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

2) mais fâcil de ser reparado, principalmente agora, quando as peças<br />

de motores Diesel geralmente f al tam;<br />

3) vida de trabalho mais longa;<br />

4) menor exigência em reparo e conservaçâo;<br />

5) maior facilidade de manejo, dispensando ainda os transportes de<br />

combustiveis, que atualmente têm faltado no pais.<br />

As desvantagens apresentadas sâo:<br />

a) maior inversâo inicial de capital;<br />

b) dependência de energia elétrica das nossas emprêsas fornecedoras<br />

que, muitas vêzes, interrompem o fornecimento ou oferecem uma<br />

energia de voltagem irregular.<br />

Comparando o que ficou exposto, certamente é para se decidir a<br />

favor do motor elétrico, o quai, para o caso, poderia ser diretamente<br />

acoplado à bomba. Caso se deseje maior segurança de trabalho, poderse-ia<br />

instalar um regulador manual de voltagem, para corrigir as oscilaçôes,<br />

nas horas de trabalho. A chave elétrica da ligaçâo, como em todos<br />

os casos semelhantes, deve ser do tipo triângulo-estrêla.<br />

O conjunto de recalque deve ser instalado em uma casa de bomba,<br />

localizada ao lado do canal de abastecimento da usina. À fig. 6, na escala<br />

1:80, indica a posiçâo e dimensöes da casa de bomba, como também a<br />

disposiçâo da sua instalaçâo.<br />

VII — APARELHAMENTO DE DISTRIBUICÄO<br />

A âgua recalcada pelo aparelhamento descrito no càpitulo anterior<br />

atingirâ o ponto mais elevado da area a irrigar (cota aproximada de<br />

512). Ai sera recebida em uma caixa de alvenaria, revestida de cimento,<br />

cujas dimensôes serâo 3,00 m de comprimento e 2,00 m de largura. Esta<br />

caixa nâo tem finalidades de reservatório e sim de regularizar o fornecimento<br />

para os canais. Bastarâ ter a altura de 1,00 m.<br />

Parte delà, tôda a ramificaçâo de canais, conforme pode ser apreciada<br />

no mapa da fig. 7, foi traçada com atençâo à conformaçâo topogrâfica<br />

da gleba.<br />

Pretendeu-se, na disposiçâo adotada:<br />

1) evitar os caminhos em grande déclive, dispondo-os, o quanto possivel,<br />

em contôrno;<br />

2) permitir o cultivo e a aplicaçâo da âgua em contôrno, a f im de<br />

evitar erosâo;<br />

3) evitar, na medida do possivel, os canais revestidos de alvenaria.<br />

Canal principal<br />

Este canal se inicia na caixa reguladora do fornecimento, jâ descrita.<br />

Construido em alvenaria de tijolos e revestido de cimento, atravessa<br />

o terreno em reta até a sua cota mais baixa, seguindo a orientaçâo<br />

de menor inclinaçâo média. Tem seçâo trapezoidal, medindo 0,20 m de<br />

profundidade, 0,50 m de largura na base e 0,70 m de largura no bordo.<br />

Esta calculado para que, no trajeto de menor inclinaçâo, permita a<br />

vazâo de 70 1/s, trabalhando com lamina de âgua de 0,10 m.<br />

Os câlculos de seçâo dêste, como dos demais canais, foram executados<br />

com o auxilio da. formula de CHEZY, citada por PICKELS (9), pâg.<br />

127, V — c -\/rs, da quai o valor e foi obtido pela formula, de BASIN, ex-


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 71<br />

PROJETO PARA IRRIGAÇAO DE CANA DE ACÜCAR<br />

"SOCIEDADE DE USINAS DE ACÜCAR <strong>BRASILEIRA</strong>S"<br />

USINA DE PIRACICABA=<br />

AREA 764.080,38m« ou 76.408 HA<br />

ESCALA (5000<br />

©<br />

PROVA OE INPILTRAÇÂO • *<br />

1HAGEN OC AMOSTRA D i t " '<br />

pressa no sistema métrico e citada por SCHOKLITSCH (10), pâg. 71. Os<br />

valores do coeficiente de atrito da formula de BASIN säo mencionados<br />

por PICKELS (9), pâg. 152.<br />

Caixas de turbilhonamento<br />

Previu-se a instalaçâo de caixas de turbilhonamento, destinadas a<br />

dissipar a velocidade da âgua no canal principal, devido ao aumento<br />

progressivo do déclive dêste. Estas caixas foram calculadas, conforme<br />

SCHOKLITSCH (10), pâg. 918 e figs. 1.559 e 1.560. Estäo apresentadas em<br />

detalhe na fig. 4, e localizadas na fig. 7, com a letra B. Säo em<br />

numero de 12.<br />

Caixas de turbilhonamento e comportas<br />

Estas, além de atender à finalidade das anteriormente citadas, destinam-se,<br />

ainda, à distribuiçao de âgua para os canais em contôrno, os<br />

quais partem do canal principal, para os seus dois lados.<br />

Apresentam duas comportas laterais e uma no extremo inferior.<br />

Foram calculadas da mesma forma e estäo apresentadas em detalhe<br />

na fig. 1 e localizadas com a letra A, na fig. 7.<br />

Säo em numero de 8 e, como as anteriores, devem ser construïdas<br />

em alvenaria, revestidas de cimento.


72 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Canais de cont&rno<br />

Êstes canais, apresentados na fig. 7, partem quase sempre aós pares,<br />

para os dois lados do canal principal, tendo o seu inicio nas comportas<br />

later ais das caixas de turbilhonamento A. Serâo construidos apenas<br />

por uma excavaçâo em terra. A fim de reduzir a perda de âgua, por<br />

infiltraçâo, serâo submetidos a um tratamento da base e taludes, por<br />

uma soluçâo de soda câustica, na concentraçâo de 3-4%. Este tratamento<br />

poderâ ser feito logo após a sua construçâo, seja por uma rega,<br />

ou por uma aspersâo. Trata-se de um processo de impermeabilizaçâo do<br />

solo, jâ adotado com êxito pelo au tor dêste trabalho.<br />

Após sugestôes trocadas com os srs. J. E. PAIVA NETTO e HERCULANO<br />

MEDINA, da.Seçâo de Agrogeologia do Instituto Agronômico de Campinas,<br />

o autor remeteu à referida Seçâo diversas amostras de solo, destinadas<br />

a ensaios de impermeabilizaçâo, com soluçôes de soda câustica, a<br />

diferentes concentraçôes. Os melhores resultados foram obtidos com soluçôes<br />

na concentraçâo de 3 a 4%. Após os primeiros ensaios, o autor<br />

teve oportunidade de fazer aplicaçâo prâtica dêste processo de impermeabilizaçâo<br />

na construçâo de uma cortina impermeâvel, em uma barragem<br />

de terra, construïda na. Fazenda Sâo Jerônimo, em Limeira, propriedade<br />

da Cia. Agricola Sâo Jerônimo. Este tratamento de impermeabilizaçâo,<br />

aplicado nos canais, reduzirâ muito as perdas de âgua, sem<br />

encarecer, sensivelmente, a sua construçâo.<br />

Segundo o resultado dos câlculos para este caso, os canais de contôrno<br />

devem ter o déclive de 5% e as seguintes dimensöes: largura da<br />

base = 0,30 m; profundidade util = 0,10 m; largura à superficie do<br />

terreno = 0,65 m. A vazâo aproximada sera de 70 l/s, e a velocidade<br />

média da âgua, cêrca de 0,50 m/s.<br />

Registros de entrada para os canais alimentadores<br />

Êstes registros serâo dispostos ao longo dos canais de contôrno, nos<br />

pontos de saida dos canais alimentadores. Estâo indicados na planta,<br />

fig. 7, pela letra C e sâo apresentados em detalhe na fig. 3.<br />

Serâo construidos em alvenaria de tijolos e revestidos de cimento.<br />

A âgua, para passar do canal em contôrno para o canal alimentador,<br />

terâ que atravessar uma manilha e um dispositivo que exige chave<br />

especial para ser aber to ou fechado. Isto tem por f inalidade evitar que<br />

pessoa estranha ao trabalho possa abrir o registre, deixando a âgua a<br />

escoar-se pelo canal alimentador, o quai esta na direçâo do maior déclive.<br />

No projeto, esta previsto um total de 44 registros dêste tipo.<br />

Canais alimentadores<br />

Partem dos registros anteriormente citados e tomam a orientaçâo<br />

da linha de maior déclive do terreno. Apresentados em detalhe, na fig. 5,<br />

têm a largura de 0,50 m e a profundidade maxima de 0,15 m, com seçâo<br />

aproximada de segmento de circulo. A fim de näo sofrerem o?s efeitos da<br />

erosâo, poderâo ser protegidos por uma vegetaçâo de fixaçâo, tal como<br />

a grama "Batatais", Paspalum Notatum Fluegge, ou pelo "margaridâo"<br />

Wedellia Palludosa D.C.. A primeira destas vegetaçôes apresenta um<br />

revestimento de maior segurança.<br />

Outra medida de proteçâo séria submetê-la ao mesmo tratamento<br />

por soda câustica, indicado para os canais em contôrno.<br />

Dêstes canais alimentadores, a âgua séria dirigida para os sulcos<br />

de irrigaçâo, seguindo as fileiras de cana, plantadas em contôrno.


ANAIS DA SEGTTNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 73<br />

A fim de derivar a âgua para os sulcos, a cada 20 métros ao longo<br />

dos bordos dêstes canais, séria fincado urn par de vigotas, deixando<br />

cêrca de 0,10 m acima da superficie do terreno. Com o auxilio de uma<br />

comporta, fig 5, constituida por uma chapa metâlica (chapa n.° 16<br />

ou 20), prêsa por um bordo reto a uma tâbua de 0,80 m X 0,15 X 0,025,<br />

um operador vedaria a passagem da âgua ao longo do canal, obrigando-a<br />

a sair, lateralmente, para os sulcos de irrigaçâo. Para isto, bastaria o<br />

operador enterrar o bordo recurvado da chapa metâlica no canal, transversalmente<br />

à sua direçâo, junto e acima de um dos pares de vigota, de<br />

maneira a apoiar nêle os extremos da tâbua, a quai ficaria sob pressäo<br />

da âgua.<br />

VIII — APLICACÄO DA IRRIGAÇÂO<br />

A fim de que a aplicaçâo de irrigaçâo se ja possivel de se executar<br />

com a eficiência e o rendimento desejados, séria necessârio orientar as<br />

linhas de cana em contôrno, com o déclive aproximado de 1,5%, conforme<br />

ficou estabelecido pelas provas de campo citadas no capitulo II.<br />

As linhas de cana, com déclive de 1,5%, devem ter o seu extremo<br />

mais elevado junto ao canal alimentador. Assim, a distância maxima<br />

entre os extremos inferiores de dois canais alimentadores consecutivos e<br />

situados entre os mesmos canais em contôrno nâo deve excéder de 240 m.<br />

Traçando-se uma reta equidistante a dois canais alimentadores consecutivos,<br />

ela réunira o extremo inferior de cada fileira de cana, como<br />

também de cada sulco de irrigaçâo.<br />

Para efetuar uma irrigaçâo de 380m 3 /Ha„ em cana a 1,5 m de<br />

espaçamento entre os sulcos, deve-se aplicar 57 litros de âgua por metro<br />

de sulco.<br />

Por outro lado, aproveitando-se a vazâo da bomba para irrigar, simultâneamente,<br />

oito sulcos, a vazâo disponivel para cada sulco sera de<br />

8,75 1/s, ou 525 1/min.<br />

O comprimento médio dos sulcos é de 100 m; logo, cada urn dêles<br />

necessitarâ cêrca de 5.700 1.<br />

Para fornecer o equivalente a uma precipitaçâo de 38 mm, sera necessârio<br />

o tempo de 10,8 min.<br />

Pelos ensaios de sulco, citados no capitulo II, verificou-se que, para<br />

um fornecimento de 4,9 l/s., o tempo para a âgua molhar os 120 m foi<br />

12 min e 40 seg; donde, o tempo para molhar 100 m de sulco sera 10<br />

min e 33 seg. Colocando-se dois operârios em cada sulco de cana e outros<br />

quatro para controlar a bomba e as comportas, ter-se-â necessidade de<br />

20 homens, para trabalhar com 8 sulcos, sucessivamente. Far-se-â, desta<br />

forma, o aproveitamento mâximo da âgua fornecida pela bomba. Em<br />

12 horas de trabalho de 20 operârios, conseguir-se-â irrigar os 7,65 Ha<br />

necessârios para completar a irrigaçâo em 10 dias. Para irrigar os<br />

76,5 Ha ,necessitar-se-ao 200 diârias de operârios, de 12 horas cada uma.<br />

A disposiçao do serviço séria a seguinte: 1 operârio trabalharia<br />

junto à bomba. Outro controlaria as comportas do canal principal, fornecendo<br />

a âgua para os canais em contôrno, de par em par, dividindo a<br />

âgua fornecida pela bomba em partes iguais para 2 canais.<br />

Em cada canal em contôrno, um operârio dividiria a âgua, igualmente,<br />

para dois canais alimentadores.<br />

Dois operârios trabalhariam de cada lado de cada canal alimentador,<br />

procurando desviar a metade da âgua para o lado esquerdo e a raetade<br />

para o lado direito, encaminhando-a para um sulco de irrigaçâo.


74 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Estes operârios percorreriam todo o sulco, verificando o caminhamento<br />

da ägua e efetuando a limpeza necessâria para evitar sua<br />

obstruçâo.<br />

A verificaçao da necessidade de rega pode ser feita por diversas maneiras.<br />

Uma delas consiste em guiar-se pelas precipitaçôes pluviométricas,<br />

fazendo as aplicaçôes complementares, a fim de manter, em cada mes, o<br />

fornecimento ideal para a cultura, de acôrdo com a coluna Precipitaçâo<br />

Teórica Ideal, do Quadro I.<br />

Outra forma de controlar as aplicaçôes de irrigaçâo dependeria de<br />

determinar, em diversos pontos da cultura, o teor de umidade do solo.<br />

Embora seja urn meio mais trabalhoso, apresenta, para as areas<br />

irrigadas extensas, a vantagem de tornar em consideraçâo as variaçôes<br />

das caracteristicas fisicas do solo. Nâo constituirâ trabalho mais dificil,<br />

nem dependerâ de muita técnica, quando se dispuser de um determinador<br />

râpido de umidade (The "Speedy Tester"), aparelho fabricado por<br />

Thos. Ashworth & Cia. Ltda., Burnley, Lanes., England.<br />

Este aparelho permite, em 3 a 5 minutos, determinar, no campo,<br />

com relativa precisäo, o teor de umidade de uma amostra de solo.<br />

Quern pretender, contudo, guiar-se pelas determinaçôes de umidade,<br />

deverâ tornar o cuidado de nâo se basear em amostras de solo tiradas<br />

muito proximo à superficie. Poderia munir-se de uma sonda do<br />

tipo especialmente utilizada nos EE.UU. para retirar amostras de terrenos<br />

irrigados e fazer verificaçôes de umidade a diversas profundidades,<br />

tais como: 30, 60 e 90 cm.<br />

O processo mais seguro de controlar as irrigaçôes séria guiar-se<br />

pelas duas observaçôes acima citadas e, ainda, pelo- aspecto e marcha<br />

de desenvolvimento da cultura.<br />

IX — CUSTO PROVÄVEL DA APLICAÇÂO DE IRRIGAÇÂO<br />

O custo da aplicaçâo de irrigaçâo compöe-se da despesa de mâo-deobra<br />

e da despesa com o aparelhamento de recalque, incluindo o consumo<br />

de energia elétrica.<br />

Convém verificar cada uma destas despesas em separado.<br />

Custo de mâo-de-obra na aplicaçâo de irrigaçâo.<br />

Foi visto, no capitulo anterior, que a aplicaçâo de uma irrigaçâo<br />

nos 76,5 Ha exigiria 200 diârias de operârios de 12 horàs cada uma.<br />

Admitindo-se remuneraçâo de Cr$ 2,00 por hora, o custo total para uma<br />

irrigaçâo nos 76,5 Ha séria: 200 x 12 X Cr$ 2,00 = Cr$ 4.800,00 e o<br />

custo por irrigaçâo e por Ha séria:<br />

4.800,00<br />

— = Cr$ 62,74.<br />

76,5<br />

Custo de despesa com o aparelhamento de recalque. No capitulo VI,<br />

foi calculada em Cr$ 42.988,00 a despesa com o aparelhamento de recalque<br />

em 1.920 h de trabalho.<br />

Tem-se dai que a despesa por hora sera:<br />

42.988,00<br />

— = Cr$ 22,39.<br />

1.920


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 75<br />

Verificou-se também que, em 12 horas, seräo irrigados 7,65 Ha;<br />

logo, o tempo necessârio para irrigar 1 Ha sera<br />

12<br />

7,65 = l,h 568.<br />

E concluindo, a despesa com aparelhamento de recalque para se<br />

irrigar 1 Ha sera: 1,568 X 22,39 — Cr$ 35,11.<br />

O custo total de 1 irrigaçao por Ha sera: Cr$ 62,74 + 35,11 =<br />

= Cr$ 97,85. E o custo de 14 irrigaçôes, ou a despesa total do ano por<br />

Ha: Cr$ 97,85 xl4=zCr$ 1.369,90.<br />

Conclui-se disto que a despesa com a aplicaçâo de tôdas as irrigaçôes<br />

necessârias num ano, em 1 Ha, pouco excède à despesa feita anualmente<br />

nessa area, com a adubaçâo.<br />

Quantidade<br />

1<br />

1<br />

1 1<br />

800 1<br />

317<br />

1<br />

7 380<br />

44<br />

4 320<br />

X --<br />

CUSTO PROVÄVEL DA INSTALAÇÂO <strong>DO</strong> PROJETO<br />

HISTÖRICO<br />

Casa de Bomba e pertences:<br />

Conjunto de motor elétrico de 31 HP,<br />

60 c. 220 V. e 1 bomba.centrîfuga<br />

para 70 1/s. Hm = 23,20<br />

Tubulaçâo de sucçâo diam. 12" c/ralo,<br />

vâlvula de pé, curva de grande raio,<br />

reduçâo excêntrica 12" X 8" etc...<br />

Chave triângulo-estrêla instalada<br />

Transformador 23 KWA-11.000V<br />

Metros de linha de alta tensâo<br />

Casa de bomba de alvenaria de tijolos<br />

corn 16,00 m 2<br />

Meiros de Tubulaçâo de recalque, de<br />

ferro fundido Diam. 12" e assentada<br />

Aparelhamento de distribuiçâo:<br />

Canal principal c/1 020 m 12 cxs de<br />

turb. simples e 8 cxs. de turbilhonamento<br />

c/ comportas<br />

Metros de canal de contôrno tratados<br />

c/soda câustica<br />

Registres de canais alimentadores, conforme<br />

fig. 3<br />

Metros de canais de contôrno, conforme<br />

fig. 5, com bâtantes para comportas<br />

e vegetaçôes<br />

Soma... ....<br />

Eventuais a 20%<br />

TOTAL<br />

SUMARIO<br />

CUSTO PROVÄVEL EM Cr$<br />

Unidade<br />

38 000,00<br />

10 550,00<br />

3 500,00<br />

28 000,00<br />

15,00<br />

12 800,00<br />

360,00<br />

57 180,00<br />

1,70<br />

174,10<br />

2,60<br />

Parcial<br />

38 000,00<br />

10 550,00<br />

3 500,00<br />

28 000,00<br />

12 000,00<br />

12 800,00<br />

114 130,00<br />

57 180,00<br />

12 206,00<br />

7 656,00<br />

11 232,00<br />

Total<br />

104 850,00<br />

114 120,00<br />

88 274,00<br />

307 244,00<br />

61 448,80<br />

368 692,80<br />

Num levantamento topogrâfico de uma ârea de 76,5 Ha da Usina<br />

de Piracicaba, da S.U.A.B., o êrro angular foi de 2",67VN, o êrro<br />

linear de fechamento, 0,00125, e o êrro de nivelamento, de 9,33 mm VKm.<br />

Em provas de infiltraçâo em sulcos, em déclives de 0,5, 1,0, 1,5 e 2,0%,


76 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

o melhor resultado se obteve em sulcos a 1,5%, com fornecimento de<br />

4,9 l/s alcançou o caminhamento de 120 m em 12,66 minutos.<br />

A quantidade ótima de âgua para cada irrigaçâo no solo em questäo<br />

foi de 38 mm. Nas condiçoes locais consideradas, o numero de irrigaçôes<br />

em um ano, para a cana, foi 14. O custo da instalaçâo orçou em<br />

4.819,51 cruzeiros por Ha.<br />

SUMMARY<br />

In a survey of an area of 76,5 Ha at the Usina de Piracicaba,<br />

S.U.A.B., the angular, linear and leveling errors were 2".67\/N, 0.00125<br />

and 9.33 mm VKm, respectively. In infiltration tests in furrows 0.5,<br />

1.0, 1.5, and 2.0% the best result was secured with 1.5% slope: with<br />

flow of 4.9 1/sec. reached 120 m distance in 12.66 minutes time. The<br />

best amount of water for the soil in question was found to be 38 mm.<br />

The number of irrigations per year, for sugar cane, was 14. The cost of<br />

installation was around 4.819,51 cruzeiros p. Ha.<br />

1. ALEXANDER, W. P. Em "The irrigation of sugar cane in Hawaii", pâgs. 1-109.<br />

Tese para o titulo M.S., Univ. of Hawaii, 1922, Honolulu, 1923.<br />

2. BREED, CHARLES B. e GEORGE L. HOSMER. Em "The principles and practice<br />

of surveying", vol. I, pâgs. I-XXII + 1-717, 8. a ed., John Wiley &<br />

Sons, Inc. New York, 1945.<br />

3. DAVIS, RAYMOND E. e FRANCIS S. FOOTE. Em "Surveying theory and pratice",<br />

pâgs. I-XXVII + 1-1032, 3. a ed., Mc Graw-Hill Book Company, Inc.,<br />

New York, 1940.<br />

4. ETCHEVERRY, B.A. e S.T. HARDING. Em "Irrigation pratice and engineering",<br />

vol. I., pâgs. I-X + 1-256, 2. a ed., 5. a impr. Me Graw - Hill Book Company,<br />

Inc., New York, 1933.<br />

5. KAMERLING, ZENO. Em "Cultura de cana de açûcar em Campos e quantidade<br />

de chuva necessâria ao seu desenvolvimento". Boletim do Ministério da<br />

Agricultura, 1 : 77-90, 1912.<br />

6. KRISTAL, FRANK A. e F.A. ANNET. Em "Pumps; types, selection, instalation,<br />

operation and maintenance", pâgs. I-XV + 1-339, l. a ed., 5. a impr., Me<br />

Graw-Hill Book Company, Inc., New York, 1940.<br />

7. MESQUITA, PAULO FERRAZ DE. Em "Curso de Topografia", pâgs. I-XIII + 1-446,<br />

mimiogr. do curso da E.P. da U.S.P., Säo Paulo, (sem data).<br />

8. PAIVA NETTO, J. E., e W. DE JORGE. Em "Estudo preliminar do sistema âgua-<br />

-solo-planta no Estado de Säo Paulo", Bragantia, 7 : 133-150, figs. 1-4,<br />

1947.<br />

9. PICKELS GEORGE W. Em "Drainage anf flood control engineering", pâgs.<br />

I-XII + 1-476, 2. a ed., Mc Graw-Hill Book Company. Inc., New York,<br />

1941.<br />

10. SCHOKLITSCH, ARMIN. Em "Hydraulic Structures", vol. I, pâgs. I-XVI + 1-488,<br />

figs. 1-708, tab. 1-74; vol. II, pâgs. I-X + 489-1172, figs. 709-2057, tab.<br />

75-119. Plimpton Press, Norwood, Mass., 1937. (Versâo inglêsa por<br />

ScHULiTS e STRÄUB) .<br />

11. TRACY, JOHN CLAYTON. Em "Plane Surveying", pâgs. 1-794, l. a ed., John<br />

Wiley & Sons, Inc., New York, 1914.<br />

12. WILCOX, J.C. Em "Orchard Irrigation in British Columbia", Dominion of<br />

Canada, Dept. Agric. Publ. 779 Farmor's Bull. 134, pâgs. 1-30, il. 1946.


ASPECTOS DA IRRIGAÇÂO PARA A CULTURA<br />

DE TRIGO NO ESTA<strong>DO</strong> DE SÄO PAULO<br />

V. DE C. BlTTENCOUKT<br />

Institute Agronômico de Campinas<br />

Considerando a distribuiçâo geogrâfica das regiôes produtoras do<br />

trigo, em todo o mundo, verificamos que apenas a India apresenta-se<br />

em situaçâo semelhante à do Estado de Säo Paulo. Ali encontra-se<br />

cultura dêste cereal, nas bacias dos rios Indu e Ganges, também nas bacias<br />

dos rios Godavari e Kaveri, abrangendo ao todo uma regiâo de<br />

latitude norte situada entre 20° e 30°.<br />

Se nâo tôda, quase a totalidade dessa cultura é executada sob irrigaçâo.<br />

Na bacia do rio Indu procede-se à irrigaçâo intensiva, ao passo<br />

que nas areas situadas a latitude inferior a 23° é feita irrigaçâo mais<br />

moderada.<br />

A despeito da sua situaçâo geogrâfica, este pais apresenta uma<br />

produçâo dêste cereal que nâo pode ser desprezada na avaliaçâo da<br />

produçâo mundial.<br />

A produçâo de trigo na India é avaliada em cêrca de dez milhôes<br />

de toneladas anuais.<br />

No Estado de Sâo Paulo muito se terri feito a fim de se conseguir a<br />

implantaçâo econômica da cultura do trigo. Foram muitas as dificul-


78 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

dades encontradas no inicio dêstes trabalhos. Algumas delas foram<br />

afastadas. Ho je contamos com boas variedades, bastante resistentes à<br />

sêca e, se nâo estamos com o problema completamente resolvido, dispomos<br />

de elementos para urn estudo mais preciso da questao.<br />

Todos aquêles que têm trabalhado com o trigo no Estado de Sâo<br />

Paulo säo acordes em reconhecer a âgua como principal fator de êxito<br />

ou insucesso da sua cultura.<br />

CARLOS T. MENDES (4), cita ensaio de trigo irrigado, por êle realizado,<br />

no quai obteve produçâo de 1.500 a 1.558 kg/ha, respectivamente<br />

para as variedades Pusa 4 e Pusa 12. Nesse ensaio, foram feitas duas<br />

aplicaçôes de âgua: uma pouco antes do florescimento e outra durante<br />

o florescimento.<br />

C. A. KBUG e G. P. VIÉGAS (3), em 1938, publicarm um estudo<br />

sobre o trigo no Estado de Sâo Paulo. Neste trabalho, diante das exigências<br />

da cultura em âgua, durante os diversos estâgios do desenvolvimento<br />

e diante dos dados pluviométricos em periodo aproximado de<br />

30 anos, em diferentes lugares do Estado, concluem ser de 12,5% a<br />

34%, a porcentagem de anos de provâvel sucesso da cultura, nos lugares<br />

considerados, para semeaçôes em abril e maio.<br />

Examinam também o deficit p.ercentual da âgua em cada estâgio<br />

de desenvolvimento da planta, comparando a média dêsse periodo com<br />

a necessidade minima de âgua para cada estâgio.<br />

Tomando-se os dados por êles fornecidos de Campinas, Piracicaba,<br />

Avare, Tatui e Faxina (atual Itapeva), situados dentro ou muito próximos<br />

à ârea reconhecida como mais recomendâvel para o estudo e<br />

implantaçâo da cultura do trigo, vemos que os deficits percentuais mâximos,<br />

encontrados nos diversos estâgios, durante o periodo de anos<br />

de chuva considerado, sâo conforme indica o Quadro I:<br />

ESTÂGIO<br />

1."<br />

2.»<br />

3.°<br />

4."<br />

QUADRO I<br />

Deficits porcentuais mâximos, verificados no Estado de Sâo Paulo,<br />

para os diversos estâgios da cultura do trigo<br />

DURAÇAO VEGETATIVA <strong>DO</strong> ESTAGIO<br />

Germinaçâo e desenvolvimento initial:<br />

De 15 dias antes até 15 dias após a semeaçâo..<br />

Perjilhamenlo<br />

1 mes a partir do anterior<br />

Espigamento<br />

De 15 dias antes até 15 após o aparecimento das<br />

espigas<br />

Granaçâo e maiuraçâo<br />

1 1/2 meses após o anterior<br />

NEC.<br />

MIN.<br />

CHUV.<br />

mm<br />

40<br />

24<br />

32<br />

12<br />

DEFICIT<br />

max. %<br />

50 %<br />

38,3%<br />

73,5%<br />

8,8%


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 79<br />

Considerando a necessidade de âgua para o trigo nos diferentes estâgios<br />

de desenvolvimento, GIROLAMO AZZI (1) admite o que mostra o<br />

Quadro II:<br />

QUADRO II<br />

Necessidade de âgua -para a cultura do trigo segundo Girolamo Azzi<br />

ESTÂGIOS<br />

1."<br />

2.»<br />

3.o<br />

4.°<br />

NECESSIDADE DE<br />

CHUVA<br />

Minima<br />

mm<br />

50<br />

30<br />

40<br />

15<br />

Maxima<br />

Examinando os dados de distribuiçao das chuvas apresentados por<br />

CA. KRUG e G. P. VIÉGAS (3), dos locais dentro ou próximos à zona<br />

recomendada para cultura do trigo neste Estado, observamos haver,<br />

em vârios anos, falta quase compléta de chuva em diversos lugares, no<br />

periodo de abril a maio e no de junho a julho, conforme vemos no<br />

Quadro III:<br />

1914.<br />

1927.<br />

1928.<br />

1934.<br />

1892.<br />

1921.<br />

1933.<br />

1934.<br />

1935.<br />

1936.<br />

1913.<br />

1933.<br />

1936.<br />

1914.<br />

1913.<br />

1914.<br />

1924.<br />

QUADRO III<br />

mm.<br />

200<br />

80<br />

Ocorrências de chuva de abril-maio e junho-julho<br />

Chuvas em mm<br />

ANO Abril Maio ANO Junho Julho<br />

PIRACICABA PIRACICABA<br />

TATUÏ<br />

FAXINA<br />

CAMPINAS<br />

AVARÉ<br />

5<br />

22 2,7<br />

21<br />

15,5<br />

4,5<br />

0<br />

0 0<br />

23,0<br />

20 11,2<br />

6,8<br />

5,5<br />

5,4<br />

15,7<br />

0<br />

0<br />

33<br />

0<br />

0<br />

17 000<br />

10,5<br />

4<br />

0 1,5<br />

15,4<br />

0 0<br />

1903.<br />

1908.<br />

1912.<br />

1928.<br />

1931.<br />

1908.<br />

1916.<br />

1929.<br />

1895.<br />

1903.<br />

1908.<br />

1912.<br />

1916.<br />

1924.<br />

1929.<br />

1903.<br />

1905.<br />

1909.<br />

1916.<br />

1917.<br />

1921.<br />

1931.<br />

60<br />

TATUl<br />

6,2<br />

4,5<br />

0<br />

4,8<br />

15,3<br />

7,4<br />

3 5<br />

CAMPINAS<br />

3,4<br />

7,8<br />

5,5<br />

14,8<br />

8,5<br />

20,0<br />

0<br />

AVARÉ<br />

0 0<br />

12,5<br />

0<br />

8,4<br />

0<br />

3<br />

0,6<br />

0<br />

3<br />

H, 0,8<br />

5,1<br />

0,5<br />

0,5<br />

2,9<br />

9,0<br />

0<br />

17,8<br />

6,6<br />

27 05,2<br />

8,8<br />

0 6,4


80 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Estes dois periodos, abril-maio e junho-julho, vêm coincidir com<br />

os dois estâgios de maior necessidade de âgua da cultura, isto é, com<br />

o l.° e 3.° estâgios de desenvolvimento, ou seja, germinaçâo e espigamento.<br />

Se tomarmos os dados fornecidos pela Seçâo de Cereais e Leguminosas<br />

do Instituto Agronômico, de produçâo da area de multiplicaçâo<br />

de sementes da Estaçâo Experimental de Campinas, em diferentes anos,<br />

e relacionarmos estes dados à distribuiçâo das cnuvas ai caidas nos<br />

mesmos anos, obteremos o Quadro. IV:<br />

QUADRO IV<br />

Demonstraçao do comportamento da cultura de trigo em Campinas,<br />

era face da distribuiçâo das chuvas<br />

Chuvas caidas nos diversos estâgios<br />

ANO •<br />

1929...<br />

1930...<br />

1931...<br />

1932...<br />

1933...<br />

1934...<br />

1935...<br />

1936...<br />

1937...<br />

1938...<br />

1939...<br />

1940...<br />

1941...<br />

1942...<br />

1943...<br />

1944...<br />

1945...<br />

1946...<br />

46 0<br />

42 4<br />

162<br />

35 0<br />

47<br />

10<br />

64<br />

12<br />

61<br />

118<br />

50<br />

30<br />

70<br />

43<br />

Plantio<br />

(mm)<br />

(antes)<br />

(antes)<br />

(antes)<br />

(antes)<br />

(antes)+31<br />

(antes)<br />

(antes)<br />

(antes)<br />

(antes)<br />

(antes)<br />

(antes)<br />

Germinaçâo<br />

(mm)<br />

36<br />

45<br />

22<br />

72<br />

0<br />

0<br />

35<br />

38<br />

6<br />

15<br />

16<br />

14<br />

12<br />

38<br />

41<br />

0<br />

11<br />

22<br />

Perfilhamento<br />

(mm)<br />

37<br />

14<br />

16<br />

56<br />

0<br />

0<br />

16<br />

0<br />

36<br />

8<br />

18<br />

79<br />

0<br />

93<br />

90<br />

0<br />

70<br />

36<br />

Floresoimento<br />

(mm)<br />

18 (antes)<br />

0<br />

13 (durante)<br />

30 (antes<br />

48 (antes)<br />

0<br />

34 (antes)<br />

0<br />

0<br />

62 (antes)<br />

85 (antes)<br />

21 (qntes)<br />

6 (antes)<br />

32 (antes)<br />

0<br />

0<br />

3 (antes)<br />

0<br />

Maturaçào<br />

(mm)<br />

21 antes<br />

63<br />

58<br />

185<br />

54<br />

Produçâo<br />

kg/ha<br />

949<br />

176<br />

564<br />

1096<br />

678 0<br />

1080 0<br />

850<br />

730<br />

1080<br />

577<br />

180<br />

640<br />

40 0<br />

70<br />

177<br />

Examinando os resultados dos diversos anoa, verificamos que, nos<br />

très anos, 1934, 1936 e 1944, em que o trigo nada produziu, faltou quase<br />

por completo a chuva para germinaçâo, ou entâo no florescimento e<br />

granaçâo. Nos quatro anos, 1929, 1932, 1935 e 1939, em que houve boa<br />

produçâo (superior a 900 kg/ha), houve distribuiçâo regular de chuva<br />

no plantio, germinaçâo, perfilhamento, florescimento e nâo houve abundância<br />

de chuva na maturaçâo.<br />

Em 1943, quando a produçâo foi apenas de 40 kg/ha, houve bastante<br />

chuva nos 3 primeiros periodos, faltando por completo no florescimento<br />

.<br />

Em 1945 a produçâo atingiu apenas 70 kg/ha e houve somente 3<br />

mm de chuva no florescimento e excesso de chuva (185 mm) na maturaçâo.<br />

Os anos em que a produçâo atingiu de 500 a 800 kg/ha foram aquêles<br />

em que ocorreu um dos seguintes casos:<br />

1.°) excesso de chuva durante a maturaçâo, como em 1938 e 1942;<br />

2.°) deficiência de chuva no florescimento, como em 1931 1937<br />

e 1940;<br />

3.°) deficiência de chuva na germinaçâo e perfilhamento, como<br />

em 1933.


ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>- 81<br />

Houve ainda tres anos, 1930, 1941 e 1946, nos quais a produçâo<br />

oscilou em tôrno de 180 kg/ha. No primeiro dêles, faltou chuva durante<br />

o florescimento e nos 20 dias anteriores. No segundo, faltou<br />

chuva na perfilhaçâo e houve pouca no florescimento. No terceiro, faltou<br />

por completo chuva na época de florescimento e houve excesso na<br />

maturaçâo.<br />

Verificamos, por estes resultados, que se patenteia, neste quadro,<br />

o conceito de que a quantidade e distribuiçao das chuvas é fator de<br />

primordial importância no êxito da cultura.<br />

Considerando-se os resultados das areas de multiplicaçâo de sementes<br />

das Estaçoes Experimentais de Tietê, Capâo Bonito, Mococa e<br />

Tupi, em diversos anos, e organizando o Quadro V da mesma' forma<br />

que o anterior, verificamos que a oscilaçâo e a distribuiçao das chuvas<br />

nos diversos anos apresentam relaçâo semelhante à verificada no<br />

Quadro IV:<br />

QUADRO v<br />

Demonstraçâo do comportamento da cultura de trigo nas Estaçoes Experimentais<br />

de Tietê, Capâo Bonito e Tupi em face da distribuiçao das chuvas<br />

Chuvas caidas nos periodos<br />

1944<br />

1946<br />

1948<br />

1945<br />

1946<br />

1947<br />

1948<br />

1946<br />

1947<br />

1944<br />

1947<br />

ANO<br />

Plantio<br />

(mm)<br />

30<br />

28,8<br />

30<br />

84<br />

64<br />

71<br />

17<br />

1,8<br />

10<br />

20,2<br />

22<br />

Germinaçâo<br />

(mm)<br />

TIETÉ<br />

10<br />

0<br />

22,5<br />

Perfilhamento<br />

(mm)<br />

4,1<br />

35,7<br />

15<br />

CAPÄO BONITO<br />

0<br />

0<br />

0<br />

12<br />

MOCOCA<br />

1,6<br />

0<br />

TUPI<br />

0<br />

1,3<br />

0<br />

0<br />

0<br />

38,6<br />

25<br />

10,8<br />

4,5<br />

13,8<br />

Florescimento<br />

(mm)<br />

8,4<br />

36,2<br />

12,5<br />

0<br />

0<br />

0<br />

3,7<br />

82,8<br />

29,2<br />

56,4<br />

25,8<br />

Maturaçâo<br />

(mm)<br />

11,8<br />

58,0<br />

1,0<br />

26<br />

25<br />

0<br />

118<br />

0,5<br />

59<br />

0<br />

30<br />

Produçâo<br />

(kg/ha)<br />

Continuando a analisar os dados da Seçâo de Cereais e Leguminosas<br />

do Instituto Agronômico, tomamos os resultados, nos diversos anos,<br />

da produçâo obtida nos ensaios de época de plantio de trigo, realizadas<br />

nas Estaçoes Experimentais de Campinas, Tietê, Mococa, Sâo Bento<br />

do Sapucai, Capâo Bonito, Tupi, e organizamos os grâficos 1 a 14, relacionando<br />

aquêles resultados com a distribuiçao das chuvas.<br />

Examinando êsses grâficos, verificamos que se confirmam nêles<br />

as conclusôes obtidas com os Quadros IV e V. As melhores produçôes<br />

foram sempre aquelas que contaram com melhor distribuiçao das chuvas,<br />

principalmente nos estâgios de germinaçâo, perfilhamento e florescimento<br />

.<br />

Embora exista esta relaçâo com a distribuiçao pluviométrica, houve<br />

anos em que a melhor produçâo foi muito reduzida.<br />

184<br />

150<br />

40<br />

260<br />

143<br />

120<br />

113<br />

200<br />

128<br />

895<br />

113


82 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

O Quadro VI dâ as produçôes mâximas de cada ensaio:<br />

QUADRO VI<br />

Produçôes mâximas do trigo, nos ensaios de época de plantio da Seçâo de Cereais<br />

e Leguminosas do Instituto Agronômico<br />

LOCAL<br />

Campinas..<br />

Tietê<br />

Mococa<br />

Sâo Bento do Sapucai<br />

Capâo Bonito ....<br />

Tupi<br />

1939<br />

620<br />

PRODUÇAO KM kg/ha NOS DIVERSOS ANOS<br />

1940<br />

100<br />

1941<br />

165<br />

1942<br />

1320<br />

1029<br />

1140<br />

Com poucas exceçôes, a maior produçao do ensaio foi pequena,<br />

quando as chuvas foram mal distribuidas, ou em pequena quantidade,<br />

com referência à exigência minima para o trigo, citada por GIKOLAMO<br />

AZZI (1) e C. A. KRUG e G. P. VIÉGAS (3) .<br />

Isto vem mostrar que, mesmo na melhor época do plantio, hâ em<br />

alguns anos, para os diversos lugares observados, deficiência em chuvas,<br />

a f im de se obter boa produçao.<br />

Convém esclarecer que em nove, das 14 experiências citadas no<br />

Quadro VI, o ensaio que alcançou a maior produçao foi semeado no<br />

mes de março.<br />

Procurando relacionar o comportamento da cultura de trigo com<br />

as caracteristicas fisicas do solo, CARLOS T. MENDES (4) determinou o<br />

teor de umidade do solo, em ensaio de trigo, após um periodo de 65 dias<br />

sem chuvas, quando o desenvolvimento das plantas era muito satisfatório.<br />

Obteve teor de umidade entre 2,1 e 6,2%, em amostras retiradas<br />

a 25 cm de profundidade. Examinando a composiçâo granulométrica<br />

do solo em questâo, obteve:<br />

— Areia grossa 77%<br />

— Areia fina 17%<br />

— Argila 6%<br />

Observou ainda que a maior proporçâo do sistema radicular alcançava<br />

apenas 20 cm de profundidade, mas que algumas raizes iam a<br />

60 cm. Diante disto, o citado autor recomenda para o trigo solos bastante<br />

arenosos, com baixo teor de umidade de murchamento.<br />

Verificamos que a anâlise dos Quadros IV e V e dos grâficos 1 a 14<br />

leva a concluir que a distribuiçao conveniente das chuvas é um fator<br />

de importância, no sucesso da cultura de trigo, nos lugares considerados.<br />

As chuvas agem enriquecendo o solo em âgua e aumentando a umidade<br />

do ar. Infelizmente näo dispomos de elementos que nos permitam<br />

julgar sob quai dêstes dois aspectos, para as nossas condiçôes, a âgua<br />

reflète mais a sua açâo sobre a produçao do trigo.<br />

Examinando o grâfico 2, vemos que, em 1940, no ensaio de época<br />

de plantio de trigo, realizado na Estaçâo Experimental de Santa Elisa,<br />

o teor de umidade do solo foi determinado a cada 15 dias.<br />

Considerando que a umidade de murchamento para êsse solo era<br />

da ordern de 10%, a umidade equivalente deveria estar em tôrno de<br />

14,5%, segundo PAIVA NETTO e DE JORGE (5).<br />

1943<br />

394<br />

1945<br />

556<br />

861<br />

1947<br />

230<br />

1948<br />

59<br />

593<br />

573<br />

772


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 83<br />

Verificamos, portanto, que o solo sempre manteve âgua disponivel<br />

à planta e, quase sempre, teor de umidade superior à umidade equivalente<br />

. As produçoes de tôdas as épocas de plantio f or am, entre tanto, muito<br />

baixas. Como se trata de urn ensaio apenas, nâo podemos avançar<br />

conclusöes, mas nos limitamos a sugerir a conveniência de se conhecer<br />

a umidade do ar durante o desenvolvimento do ensaio.<br />

No caso de haver para êste ensaio outro fator (oculto) limitando a<br />

produçâo, ainda julgamos que séria dificil podermos aconselhar para<br />

o trigo os solos bastante arenosos, devido à sua maior facilidade em<br />

fornecer âgua à planta.<br />

Em seus estudos, as Seçôes de Agrogeologia e de Fisiologia do instituto<br />

Agronômico têm encontrado, até agora, para umidade e murchamento<br />

dos diferentes solos do Estado de Sâo Paulo, valores entre<br />

3 e 21, conforme PAIVA NETTO e DE JORGE (5) e FRANCO, C. M. e H. C.<br />

MENDES (2) ; constataram também que, U.mu. = 0,68 x U.Eq.. Pode-se<br />

ainda dizer, a grosso modo, que o valor representative da âgua capilar<br />

maxima para cada solo é cêrca de uma vez e meia o indice U. Eq..<br />

Procurando assim verificar de modo grosseiro, para solos com diferentes<br />

valores de umidade de murchamento (entre 3 e 21), os valores<br />

aproximados, correspondentes à umidade equivalente (U.Eq.), âgua<br />

capilar mâxima e âgua disponivel à planta, no caso de ser atingida a<br />

âgua capilar mâxima, organizamos o Quadro VII:<br />

Capacidade<br />

Umidade de<br />

murchamento<br />

%<br />

3<br />

5<br />

7<br />

10<br />

12<br />

15<br />

18<br />

21<br />

QUADRO VII<br />

de retençao de âgua, para solos com diferentes valores<br />

de umidade de murchamento<br />

VALORES<br />

APROXIMA<strong>DO</strong>S<br />

Umidade<br />

equivalente<br />

4,5<br />

7,5<br />

10,5<br />

14,5<br />

17,5<br />

22<br />

26,5<br />

31<br />

Âgua capilar<br />

mâxima<br />

7<br />

11<br />

16<br />

22<br />

26,5<br />

33<br />

40<br />

46<br />

% DE ÂGUA DISPONÏVEL<br />

REFERENTE À<br />

Umidade<br />

equivalente<br />

1,5<br />

2,5<br />

3,5<br />

4,5<br />

5,5<br />

7,0<br />

8,5<br />

10,0<br />

Âgua capilar<br />

mâxima<br />

4<br />

6<br />

9<br />

12<br />

14,5<br />

18<br />

22<br />

25<br />

Verificamos, no Quadro VII, que, tomando-se diferentes solos com<br />

teor de umidade igual à sua umidade equivalente ou ao seu teor em<br />

âgua capilar mâxima, o solo de mais elevado indice de umidade de<br />

murchamento é o que apresenta maior percentagem de âgua disponivel<br />

à planta. É sabido que o valor representativo da umidade de murchamento<br />

é mais baixo nos solos de maior teor em areia. Por esta razâo,<br />

sendo o trigo uma cultura executada durante um periodo de escassez<br />

de chuvas, nâo nos parece aconselhâvel recomendar para esta cultura<br />

os solos de menor capacidade de retençao de âgua; isto é, os solos mais<br />

arenosos.<br />

Diante da baixa percentagem (12,5 a 34%) de anos de provâvel<br />

sucesso da cultura do trigo sem irrigaçao no nosso Estado, se tentarmos<br />

a sua cultura irrigada teremos mais um argumente para preferir os<br />

solos de nâo muito baixa capacidade de retençao de âgua.<br />

Na pagina seguinte estampamos a fotografia n.° 2, na quai a fig.<br />

112 mostra a distribuiçâo do sistema radicular do trigo. Nos primeiros


84 ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

30 cm (1 pé) de profundidade, esta o enraizamento mais intenso, porém,<br />

a 60 cm, ainda se encontram muitas raizes, das quais algumas<br />

ultrapassam 150 cm de profundidade.<br />

CONCLUSÄO DA ANÂLISE<br />

Diante dos elementos disponiveis acima usados, somos de opiniâo<br />

que é aconselhâvel ensaiar-se a cultura irrigada do trigo, procurando<br />

assim obter elementos seguros para dterminar a sua viabilidade econômica.<br />

E, embora o material de anâlise nâo seja suficiente para uma conclusâo<br />

definitiva, adiantamos que séria aconselhâvel, mesmo, a tentativa<br />

de algumas culturas em areas maiores que as recomendadas por ensaios,<br />

desde que nelas se pudessem observar continuamente os fatôres<br />

mais interessantes, como se jam:<br />

a) indice de acidez;<br />

b) teor de âgua do solo a diferentes profundidades;<br />

c) âgua aplicada por irrigaçâo;<br />

d) quedas pluviométricas;<br />

e) caracteristicas do solo;<br />

ƒ) perfil do solo;<br />

g) umidade do ar;<br />

h) aspecto da cultura;<br />

ï) produçâo.<br />

Passamos, agora, a apresentar as sugestôes que nos ocorrem<br />

da anâlise acima.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> •- 85<br />

SUGESTÖES SOBRE IRRIGAÇAO<br />

Assirii analisada a questäo, procuraremos desenvolver sugestöes<br />

sobre a irrigaçâo da cultura de trigo.<br />

NECESSIDADE DE AGUA<br />

O Quadro II nos mostra que, em diferentes lugares, nos diversos<br />

anos, hâ em alguns dos estâgios de desenvolvimento falta quase compléta<br />

de chuvas, com respeito as citadas exigências da planta.<br />

O Quadro I nos dâ, segundo C. A. KRUG e G. P. VIÉGAS (3), a<br />

exigência minima de âgua nos diversos estâgios.<br />

O Quadro II nos fornece os limites minimos e mâximos para cada<br />

estâgio, segundo GIROLAMO AZZI (1).<br />

Ao procurar executar a irigaçâo de determinada cultura, näo nos<br />

devemos limitar ao suprimento do minimo exigido pela planta, e sim<br />

procurar atingir o ótimo.<br />

Admitindo ainda que, ao considerar o aspecto gérai da questäo,<br />

ficamos dependendo de variaçôes de solo e local, julgamos recomendâvel<br />

tomar como necessidade da planta, nos diversos estâgios, um têrmo<br />

médio entre os limites extremos indicados por G. Azzi.<br />

Obtemos, assim, para os 4 estâgios citados, as seguintes exigências<br />

médias:<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

ESTÂGIO<br />

Exigência média de<br />

chuva em mm<br />

NECESSIDADE DE ABASTECIMENTO<br />

Considerando que, sob o regime pluviométrico da zona aconselhada<br />

para o trigo, neste Estado, em qualquer dos quatro estâgios, as chuvas<br />

podem faltar totalmente, devemos concordar que a disponibilidade de<br />

âgua para irrigaçâo deve atender ao estâgio de maior necessidade. Este<br />

é o primeiro estâgio, com a exigência média suposta de 120 mm de chuva,<br />

e com a duraçâo de 30 dias (15 antes e 15 após a semeaçâo). Pretendendo-se<br />

efetuar em 5 dias cada aplicaçâo de âgua e fazer o fornecimento<br />

da exigência mensal em 3 aplicaçôes, cada aplicaçâo deveria<br />

corresponder a 40 mm, que seriam aplicados em 5 dias.<br />

Ao irrigar a ârea de um hectare, aplicariamos âgua em 2.000 m 2 por<br />

dia e teriamos a necessidade de abastecimento de 80.000 1/d/ha.<br />

Sendo a irrigaçâo executada em 10 dias de serviço diârio, haveria<br />

necessidade de um suprimento de 8.000 1/h/ha, o que corresponde a<br />

2,2 1/seg/ha.<br />

A aplicaçâo de âgua acima mencionada, correspondehdo a 40 mm<br />

dâ urn fornecimento de 400 m 3 /ha.<br />

Admitindo-se teóricamente que esta âgua se destine a umedecer o<br />

solo até a profundidade de 40 cm, ela terâ que se distribuir por 4.000 m 3<br />

de solo, causando uma elevaçâo média de 10% no teor de umidade que<br />

o solo apresentar antes de receber a irrigaçâo.<br />

Voltando ao Quadro VII, vemos que os solos de umidade de murchamento<br />

superior a 10%, quando o seu teor de umidade esta proximo<br />

120<br />

50<br />

90<br />

37


86 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REtTNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

ao indice. U.mu, admitem mais 10% de âgua,-sem ultrapassar o teor<br />

da âgua capilar maxima. Isto nâo se dâ com os solos cujo indice U.mu.<br />

é 3%. Pois, nestes, a diferença entre este indice e a âgua capilar maxima<br />

é cêrca de 4% . Logo, ao se efetuar, nestes solos, uma irrigaçâo de<br />

400 m 3 /ha, a tendência da âgua sera distribuir-se por maior volume<br />

de solo, umedecendo-o até a profundidades muito maiores, dependendo<br />

do teor de umidade anterior à irrigaçâo.<br />

Haverâ, neste caso, grande transporte de âgua, a uma profundidade<br />

que deixa düvidas sobre a sua utilizaçao pelas raizes da planta. A soluçâo<br />

da questäo estaria em proceder-se à aplicaçao de menores volumes,<br />

de cada vez, a menores intervalos de tempo, respeitando-se, porém,<br />

a exigência da cultura.<br />

INSTALAÇAO DE IRRIGAÇÂO<br />

Uma vez resolvido o abastecimento de âgua para irrigaçâo, o que<br />

se limita a uma questâo de hidrâulica, teriamos a encarar a aplicaçao<br />

de âgua na cultura.<br />

Podemos, de inïcio, destacar duas formas de aplicaçao:<br />

a) por inundaçâo momentânea;<br />

b) por sulcos.<br />

a) A instalaçâo de irrigaçâo por inundaçâo momentânea destinar-se-ia<br />

a irrigar terrenos pianos (vârzeas), onde proceder-se-ia à<br />

construçâo semelhante à adotada para a cultura de arroz.<br />

As aplicaçôes de âgua consistiriam em inundar os tabuleiros e esgotar<br />

a âgua, após o umedecimento de tôda a ârea do tabuleiro.<br />

É um processo que requer menor mâo-de-obra na aplicaçao da âgua.<br />

Exige um trabalho cuidadoso na sua construçâo; mas traz a vantagem<br />

de permitir, no verâo, a utilizaçao da instalaçâo para irrigaçâo de<br />

arroz.<br />

b) A irrigaçâo por sulcos séria executada nos terrenos de encosta.<br />

CARLOS EUGÊNIO THIBAU (6), em seu trabalho sobre a cultura do<br />

cultura do trigo, descreve os processus de irrigaçâo e recomenda, para<br />

este, o plantio de grupos de fileiras, espaçadas entre si de 20 a 25 cm<br />

e com afastamento de 40 cm entre os grupos, a fim de permitir a abertura,<br />

neste espaço, do sulco de irrigaçâo. Adotando-se o espaçamento<br />

de 20 cm entre as fileiras, talvez conviesse constituir os grupos por 4<br />

linhas de plantas, em vez de très.<br />

As propriedades do solo, o seu perfil e a topografia, poderiam permitir<br />

maior afastamento entre os sulcos.<br />

O perfil do solo assume grande importância neste espaçamento.<br />

Uma tentativa de irrigaçâo para àlgodâo, efetuada na Fazenda Cachoeirinha,<br />

em Mococa, révéla nitidamente a importância do perfil do<br />

terreno. Em uma encosta de solo de formaçâo arqueana, com um horizonte<br />

bastante compacto, a pequena profundidade, foi traçado um canal<br />

a pequeno déclive, pelo quai foi conduzida âgua para irrigaçâo. Na<br />

parte situada acima do canal, foi cultivado algodâo sem irrigaçâo. Na<br />

parte a jusante do canal, uma ârea recebeu âgua em sulcos a pequeno<br />

déclive, abertos entre tôdas as fileiras de plantas, enquanto a outra<br />

parte foi beneficiada, apenas, pela âgua infiltrada do canal, situado a<br />

montante.<br />

As produçôes foram aproximadamente : 75 arrôbas por ha, para a<br />

primeira ârea; 148 arr./ha, para a segunda; e 124 arr./ha, para a ter-


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

ceira. A diferença entre os dois Ultimos tratamentos foi relativamente<br />

oequena e, talvez, econômicamente, favorâvel ao terceiro, devido à ecoriomia<br />

de construçâo e mäo-de-obra na aplicaçâo da âgua. A area considerada<br />

pelo ensaio atingiu, de cada lado do canal, uma faixa de cêrca<br />

de 10 m de largura.<br />

Estes resultados nos levam a admitir que, para determinadas condicöes<br />

de solo e topografia, possamos aumentar bastante o espaçaménto<br />

entre os sulcos de irrigaçào.<br />

Sem pretender prognosticar resultados, somos de opiniâo que seria<br />

aconselhâvel tentar a construçâo de terraços em nivel, a pequeno<br />

espaçaménto, nos quais aplicar-se-ia âgua que inundaria o canal do<br />

terraço, a fim de infiltrar-se lentamente para a faixa entre este e o<br />

terraço imediatamente abaixo. Após algumas horas, esgotar-se-ia o<br />

terraço, descarregando âgua para outro, situado abaixo. Teriamos,<br />

assim, um processo misto de inundaçâo e infiltraçâo, associado a uma<br />

proteçào contra a erosâo. No caso de ser bem sucedido, este processo<br />

traria duas vantagens: evitaria a perda de terreno com os espaços<br />

para os sulcos e favoreceria as condiçôes de cultivo, para os trabalhos<br />

mecânicos.<br />

ENSAIOS DE IRRIGAÇAO<br />

Cabe ao Estado procurar esclarecer as questöes ainda em dûvida<br />

com relaçâo à implantaçâo da cultura do trigo.<br />

Com respeito à irrigaçào, o primeiro passo a dar séria instalar ensaios,<br />

nas Estaçôes Experimentais situadas dentro ou proximas à zona<br />

aconselhada para o trigo. O Institute Agronômico mantém estaçôes<br />

expérimentais em Capâo Bonito, Tatui, Tietê, Tupi, Campinas, Mococa<br />

e Sâo Bento do Sapucai, nas quais poderia estudar a questâo relativa<br />

87


88 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

à irrigaçâo do trigo. Estes ensaios deveriam, nâo só visar à influência<br />

da umidade, como também a diferentes métodos de irrigaçâo.<br />

O solo do local do ensaio deveria ser minuciosamente estudado, em<br />

suas propriedades mecânicas, fisicas e quimicas. Durante o desenvolvimento<br />

do ensaio deveriam ser observadas as variaçôes de umidade do<br />

ar, as precipitaçôes pluviométricas, as variaçôes da umidade do solo<br />

a diferentes profundidades, as aplicaçôes de âgua de irrigaçâo, o aspecto<br />

da cultura, a produçâo obtida.<br />

Outros ensaios deveriam comparar a aplicaçao de âgua por inundaçâo<br />

e por sulcos, em diferentes processos de aplicaçao.<br />

Por fim, os estudos nâo dispensariam algumas areas irrigadas em<br />

maior escala, nas quais seri am estudados o. aproveitamento do terreno<br />

por culturas de verâo, a mecanizaçâo na cultura irrigada e o resultado<br />

econômico da sua execuçâo.<br />

VIABILIDADE PRATICA DA IMPLANTAÇÂO DA CULTURA IRRIGADA<br />

O exame dos elementos até agora existentes neste Estado, sobre<br />

o trigo, nâo nos permite prever o completo sucesso da sua cultura irrigada;<br />

mas nos inclina a acreditar na melhoria dos resultados até o momento<br />

obtidos.<br />

Para que haja fundamento na realizaçâo de ensaios de irrigaçâo,<br />

é necessârio que seja viâvel, por outros fatôres, a implantaçâo da cultura<br />

irrigada. Sem isto, poderiamos resolver urn probelma técnico e nâo<br />

encontrar, depois, um meio de utilizar, pràticamente, a soluçâo obtida.<br />

Parece-nos que, para o trigo, resolvida a questâo técnica da sua<br />

produçâo sob irrigaçâo, haveria possibilidade de encaminhar-se bem a<br />

sua cultura em larga escala.<br />

Na zona do Estado de Säo Paulo, indicada como a mais aconselhâvel<br />

à cultura do trigo, encontramos, nas bacias dos rios Paraiba, Atibaia,<br />

Pardo, Tietê, Paranapanema e Ribeira de Iguape, extensas âreas de<br />

vârzeas, as quais, em boa parte, vêm sendo exploradas com a cultura do<br />

arroz. Nessas âreas, a cultura irrigada vem tomando vulto, devido as<br />

vântagens econômicas que apresenta.<br />

Após firmada a viabilidade técnica da cultura irrigada do trigo,<br />

estas âreas de cultura de arroz irrigado seriam as primeiras nas quais<br />

se deveria procurar implantar a cultura triticolâ. Haveria diversos fatôres<br />

favorâveis à combinaçâo destas duas culturas. Entre êles:<br />

1.° — Concordância no aproveitamento do ano agricola com uma<br />

cultura de inverno e uma de verâo.<br />

2.° — Aproveitamento da mesma instalaçâo de irrigaçâo.<br />

3.° — Aproveitamento da mesma mâquina de semeaçâo, colheita<br />

e batedura.<br />

4.° — Cultura de inverno que, para nos, nâo corre risco de superproduçâo<br />

e nâo exige grande inversâo de capital.<br />

Provàvelmente, o sucesso da cultura do trigo irrigado séria um estimulo<br />

para a instalaçâo de âreas de irrigaçâo, em vârzeas até agora<br />

nâo irrigadas, visando ao seu aproveitamento alternado com arroz e<br />

trigo. Séria uma forma de suavizar a amortizaçâo da instalaçâo de<br />

irrigaçâo, como também da maquinaria agricola.<br />

As instalaçôes de culturas irrigadas em terenos de encosta, dependentes<br />

de elevaçâo de âgua, seriam menos provâveis e mais remotas.<br />

A nâo ser o arroz, nâo podemos, por falta de elementos seguros,<br />

afirmar a vantagem econômica de uma cultura irrigada de verâo que<br />

pudesse alternar-se convenientemente com o trigo e nâo sofresse as<br />

nefastas oscilaçoes de mercado, tâo comuns em nosso meio.


ANAIS.DA SEGÜNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong>,<strong>DO</strong>, <strong>SOLO</strong> 189


90 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

COMPARApÂO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S ENSÄIOS DE EPOCA DE PLANTIO<br />

s<br />

o<br />

fPOC* DE PLANTIO<br />

OOCA DE CHUVA<br />

MISES<br />

CHUVAS<br />

.PRO DU CAO<br />

DE TRI6O DA ESTAÇÂO EXPERIMENTAL SANTA ELISA<br />

Tv.<br />

1*10<br />

COM A QUEDA PLUVIOMETRICA LOCAL<br />

1<br />

1<br />

s<br />

S<br />

19<br />

3 9<br />

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Experimental Santa Elisa com a queda pluviométrica local.<br />

COMPARApÂO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S ENSAIOS DE EPOCA DE (<br />

PLANTIO DE TRIGO DA ESTAÇÂO EXPERIMENTAL S MTA ELISA<br />

COM A QUEDA PLUVIOMETRICA LOCAL E VARIAÇÂO DA HU-<br />

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Grâfico 2 —• Comparaçâo dos resultados dos ensaios de época de plantio de trigo da Estaçâo<br />

Experimental de Santa Elisa coin a queda pluviométrica local e variaçâo da umidade do solo.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 91<br />

COMPARACÄO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S ENSAIOS DE ÉPOCA DE<br />

PLANTIO DE TRI6O DA ESTApÄO EXPERIMENTAL SANTA ELISA COM<br />

A QUEDA PLUVIOMETRICA LOCAL.<br />

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GRAFICO 3<br />

Grârico 3 — Comparaçâo dos resultados dos ensaios de época de plantio de trigo da Estaçào<br />

Experimental Santa Elisa com a queda pluviométrica local.<br />

COMPARApAO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S ENSAIOS DE EPOCA<br />

DE PLANTIO DE TRIGO DA ESTApÄO EXPERIMENTAL SANTA<br />

ELISA COM A QUEDA PLUVIOMETRICA LOCAL.<br />

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Grârico 4 — Comparaçâo dos resultados dos ensaios de época de plantio de trigo da Estaçâo<br />

Experimental Santa Elisa com a queda pluviométrica local.<br />

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92 AN AIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

COMPARAÇÂO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S ENSAIOS DE EPOCA DE<br />

PLANTIO DE TRI60 DA ESTAÇÂO EXPERIMENTAL STA ELISA<br />

COM A QUEDA PLUVIOMETRICA LOCAL.<br />

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Grâfico 5 — Comparagäo dos resultados dos ensaios de época de plantio de trigo da Estaçâo<br />

Experimental Santa Elisa com a queda pluviométrica local.<br />

COMPARApÂO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S ENSAIOS DE EPOCA DE<br />

PLANTIO DE TRIGO DA ESTACÄO EXPERIMENTAL DE TIETÊ<br />

COM A QUEDA PLUVIOMETRICA LOCAL.<br />

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Grâfico 6 — Comparaçâo dos resultados dos ensaios de época de plantio de trigo da Estaçâo<br />

Experimental de Tietê com a queda pluviométrica local.<br />

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AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 93<br />

COMPARApÄO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S ENSAIOS DE ÉPOCA DE<br />

PLANTIO DE TRIGO DA ESTACÂO EXPERIMENTAL DE TIETÊ<br />

COM A QUE DA PLUVIOMETRICA LOCAL.<br />

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Grâflco 7 — Comparaçao dos resultados dos ensaios de época de plantio de trigo da Estaçâo<br />

Experimental de Tietê com a gueda pluviométrica local.<br />

COMPARAÇAO "<strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S ENSAIOS DE EPOCA DE<br />

PLANTIO DE TRIGO DA ESTAÇÀO EXPERIMENTAL DE TIETE<br />

COM A QUEDA PLUVIOMETRICA LOCAL<br />

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Grâfico 8 — Comparaçao dos resultados dos ensaios de época de plantio de trigo da Estaçâo<br />

Experimental de Tietê com a gueda pluviométrica local.<br />

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94 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

COMPARAÇAO <strong>DO</strong>S RESULTA <strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S ENSAIOS DE ÉPOCA DE<br />

PLANTIO DE TRI60 DA ESTAÇÂO EXPERIMENTAL DE TIETÉ<br />

COM A QUEDA PLUVIOMETRICA LOCAL.<br />

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6RAFIC0 9<br />

Grâfico 9 — Comparaçao dos resultados dos ensaios de época de plantio de trigo da Estacäo<br />

Experimental de Tietê com. a queda pluviométrica local.<br />

COMPARAÇAO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S ENSAIOS DE EPOCA DE<br />

PLANTIO DE TRIGO DA ESTAÇÂO EXPERIMENTAL DE TIETÊ<br />

COM A QUEDA PLUVIOMETRICA LOCAL.<br />

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ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 95<br />

COMPARACÄO <strong>DO</strong>S RESULTA <strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S ENSAIOS DE EPOCA DE<br />

PLANTIO DE TRIGO DA ESTAÇÀO EXPERIMENTAL DE MOCOCA<br />

COM A QUE DA PLUVIOME'TRICA LOCAL.<br />

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Grâfico 11 — Comparaçâo dos resultados dos ensaios de época de plantio de trigo da Estacäo<br />

Experimental de Mococa com a queda pluviométrica.<br />

COMPARAÇAO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S ENSAIOS DE EPOCA DE<br />

PLANTIO DE TRIGO DA ESTACÄO EXPERIMENTAL DE SÄO<br />

BENTO <strong>DO</strong> SAPUCAl' COM A QUEDA PLUVIOMETRICA LOCAL<br />

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Grâfico 12 — Comparaçâo dos resultados dos ensaios de época de plantio de trigo da Estaçâo<br />

Experimental de Säo Bento do Sapucai com a queda pluviométrica local.<br />

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ANAIS DA SEGUNPA RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

COMPARAÇÂO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S ENSAIOS DE ÉPOCA DE<br />

PLANTIO DE TRIGO DA ESTAÇÀO EXPERIMENTAL DE CAPÂO<br />

BONITO COM A QUE DA PLUVIOME'TRICA LOCAL<br />

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Grâflco 13 Comparaçao dos resultados dos ensaios de época de plantio de trigo da Estaçâo<br />

Experimental de Capäo Bonito com a queda pluviométrica local.<br />

COMPARAÇAO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S*<strong>DO</strong>S ENSAIOS DE EPOCA DE<br />

PLANTIO DE TRIGO DA ESTAÇÀO EXPERIMENTAL DE TUPI<br />

COM A QUEDA PLUVIOME'TRICA LOCAL.<br />

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i- io In-to Ut*<br />

AIR.<br />

MAI .<br />

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1-10 lH-80 121-31 -10 |ll-M fcl-W AO.<br />

JUM. JUL.<br />

VROOUÇÀO<br />

»ROOUfAO COM ESPAÇAMEMTO A $0 CDI.<br />

fftODUf» COU ESPAÇAHENTO A 4O CHI. -- GRAFICO 14<br />

i-io In-to |u-3o<br />

SET.<br />

Grâfico 14 Comparaçao dos resultados dos ensaios de época de plantio de trigo da Estaçâo<br />

Experimental de Tupi com a queda pluviométrica local.<br />

96<br />

~<br />

«s<br />

i-n<br />

lp<br />

Sa<br />

f


CONTRIBUIÇAO AO ESTU<strong>DO</strong> DA TEMPERATURA<br />

<strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> NA BAIXADA DE SEPETIBA<br />

F. D. DE AZEVE<strong>DO</strong> e L. R. JUNOT<br />

respectivamente do Institute» de Ecologia<br />

e Experimentaçâo Agricolas e do Serviço<br />

de Meteorologia.<br />

I — INTRODUÇÂO<br />

Para o complemento destas pesquisas, séria necessârio o estudo de<br />

vârios elementos como a umidade do solo, o valor da insolaçâo (duraçâo<br />

e intensidade), a evaporaçâo, etc.; CHODAT leva ainda em consideraçâo<br />

as varias espécies de chuva e sua influência na vegetaçâo; desta<br />

forma, faz a anâlise fisica e quimica da âgua meteórica, determinando<br />

a quantidade de azôto e até se a carga elétrica é positiva ou negativa<br />

e, por fim, considéra o ambiente climâtico em tôda a sua extensâo,<br />

tornando possivel a deduçâo de leis capazes de orientar o pesquisador<br />

sobre a funçâo de cada elemento meteorologico na vida da planta.<br />

O estudo sistematico da temperatura do solo no território nacional,<br />

por intermédio de uma rêde de postos distribuidos segundo a latitude,<br />

altitude e continentalidade, possibilitaria o fornecimento dos elementos<br />

indispensâveis aos estudos do "clima do solo", segundo J. MOHR (5),<br />

necessârios à ciência pedológica.<br />

Com a colaboraçâo do Serviço de Meteorologia do Ministério da<br />

Agricultura, foram instalados, em 1943, geotermômetros na estaçâo<br />

meteorológica anexa à Secçâo de Climatologia Agricola, do Instituto de<br />

Ecologia e Experimentaçâo Agricolas, iniciando-se assim o estudo microclimâtico<br />

da regiäo, paralelamente aos experimentos em andamento<br />

desde 1941.<br />

Os trabalhos tiveram como objetivo a determinaçâo das melhores<br />

épocas de plantio das espécies experimentadas, levando-se em consideraçâo<br />

a variaçâo dos rendimentos quantitativo e qualitativo durante<br />

o ano, com relaçâo ao clima e ao solo, de acôrdo com os conceitos do<br />

Prof. Azzi (2) .<br />

A utilidade do estudo da temperatura do solo esta suficientemente<br />

comprovada nos récentes trabalhos de pedologia. H. SCAETTA (6),<br />

dirigiu a sua atençâo para opiniôes de K. GLINKA (4), da açâo transformadora<br />

do clima sobre os solos. Aconselham êsses autores as observaçoes<br />

das variabilidades da temperatura, da chuva e da evaporaçâo,<br />

sendo esta ultima considerada também um fator importante na formaçâo<br />

dos solos.<br />

Das novas teorias deduziram-se varias definiçôes, como sejam:<br />

"clima do solo" ou "clima pedológico", AGAFANOFF(I), e ainda "solos<br />

endo e ectodinamorfos", etc.<br />

O solo foi entäo considerado como um ser que nasce, vive e morre.<br />

Neste sentido, um perfil do solo, mostrando a disposiçâo dos vârios<br />

horizontes, représenta um verdadeiro grâfico de sua vida.<br />

— 7 —


98 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

O comportamento do solo em relaçâo à temperatura e profundidade<br />

varia de acôrdo com a cobertura ou nudez de vegetaçâo e com a sua<br />

idade. Desta forma êle oferece facilidade ou dificuldade à penetraçâo<br />

da onda térmica, à influência das âguas de chuva, garoa, orvalho, geada,<br />

neve, nevoeiro ou regas.<br />

Corroborando da mesma opiniâp daqueles que se acautelam com<br />

os valores médios, justifica-se aqui a sua aplicaçâo, porque a f inalidade<br />

de uma primeira apresentaçâo é fazer o estudo gérai dos elementos<br />

climâticos.<br />

Mesmo assim, os valores médios, como idéia gérai, dâo ensejo de se<br />

verificarem as influências decisivas do fator clima sobre a vegetaçâo,<br />

em determinados solos.<br />

Por outro lado, a justificativa encontra apoio no fato de as variaçoes<br />

geotermométricas serem de pequenas amplitudes em relaçâo ao<br />

que se processa no ar, a 1,50m de altura.<br />

Procurou-se neste trabalho tâo sômente explicar, de maneira sucinta,<br />

os fenômenos que se passam na planta em relaçâo ao microclima<br />

da regiâo.<br />

Os resultados foram concludentes e servirâo como estimulo para<br />

que estes estudos se jam continuados e ampliados.<br />

Naturalmente, as criticas e sugestôes virâo influir nos resultados<br />

das futuras pesquisas e serâo, dêste modo, considerados como valiosa<br />

colaboraçâo.<br />

II — LOCAL DAS OBSERVAÇÔES<br />

As coordenadas geogrâficas do local sâo as seguintes:<br />

Latitude 22° 46' S<br />

Longitude 43° 41' W Gr<br />

Altitude (H.B.) 40 métros<br />

Feijâo prêta — Ensaio da melKor época de plantio<br />

A regiâo onde esta localizado o Instituto de Ecologia e Experimentaçâo<br />

Agricolas é a chamada Baixada de Sepetiba, no municipio<br />

de Itaguai, Estado do Rio de Janeiro (Brasil). No levantamento realizado<br />

pelo Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas(3), na ârea<br />

objeto dêste trabalho, os solos jâ foram bem estudados. Sâo todos originârios<br />

da decomposiçâo de gnaisses, granitos e pegmatitos, com ex-


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 99<br />

ceçâo das partes mais baixas (10 métros acima do nivel do mar), em<br />

que predominam os aluvionais ricos em areia.<br />

Pelo lado oeste essa regiâo estende-se ao longo e paralelamente à<br />

Serra do Mar, com déclives bem acentuados e altitudes de 800 métros.<br />

Nessa regiâo acham-se instaladas varias dependências do Ministério<br />

da Agricultura, entre as quais, Instituto de Zootecnia, Escola<br />

Agricola "Ildefonso Simôes Lopes", Observatório Meteorológico (do<br />

Serviço de Meteorologia) e o Centro Nacional de Ensino e Pesquisas<br />

Agronômicas. Desta ultima instituiçâo faz parte o Instituto de Ecologia<br />

e Experimentaçâo Agricolas, que possui uma estaçâo meteorológica,<br />

anexa à sua Sëcçâo de Climatologia Agricola, funcionando desde<br />

março de 1939, em colaboraçâo com o Serviço de Meteorologia e na<br />

quai foram colhidos os dados meteorológicos do presente trabalho.<br />

As observacöes das temperaturas do solo e dos experimentos em<br />

estudo foram feitas pelo observador SEBASTIÂO JACINTHO, a quem se<br />

deve a fidedignidade de tais elementos.<br />

Os geotermômetros imergem no solo até as seguintes profundidades:<br />

0,05m — 0,10m — 0,20m — 0,40m — 0,60m — 0,80m e l,00m.<br />

As observacöes foram feitas diàriamente, as 9, 15 e 21 horas.<br />

III — ANALISE MECÂNICA E pH <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Até à profundidade de 0,5m prédomina a areia grossa; em seguida<br />

a argua aumenta a sua quantidade até 1,45m, para depois haver quantidades<br />

quase iguais desde a areia grossa até a argila.<br />

À medida que a quantidade de areia grossa vai diminuindo com<br />

a profundidade, a quantidade de argila aumenta, predominando esta<br />

desde 50 a 80 cm.<br />

A areia fina e o limo associados diminuem gradativamente, predominando<br />

este sob aquela na camada de 110 a 145 cm.<br />

A areia grossa e a argila àssociadas abrangem cêrca de 60% da<br />

constituiçâo dêste solo, predominando na camada 50 — 80 com 71,6%.<br />

Na camada de 80 a 110 encontra-se uma quantidade niaior de«<br />

pedras. :<br />

O solo apresenta o seguinte pH: 1-5.6 2-5.3 3-5.8 4-5.0<br />

5-4.7 e 6-4.9.<br />

NUMERO<br />

DA<br />

AMOSTRA<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

Espessura<br />

(cm)<br />

0-15<br />

15-50<br />

50-80<br />

80-110<br />

110-145<br />

145-200<br />

QUADRO l<br />

Anâlise mecânica com peptizaçâo<br />

GRAMAS POR 100 GRAMAS EM FAIXA TFRMICA DE 105 a 110 °C<br />

Pedraa<br />

>5 mm.<br />

0,3<br />

0,2<br />

0,2<br />

6,3<br />

1,0<br />

0,2<br />

Seixos<br />

De 5 a<br />

2 mm.<br />

6,3<br />

3,5<br />

4,9<br />

3,7<br />

3,4<br />

1,6<br />

Areia grossa<br />

De 2 a<br />

0,2 mm.<br />

49,6<br />

41,2<br />

35,6<br />

30,8<br />

22,8<br />

26,3<br />

Areia fina<br />

De 0,2 a<br />

0,02 mm.<br />

18,5<br />

23,3<br />

15,1<br />

12,5<br />

11,9<br />

22,1<br />

Limo<br />

De 0.02 a<br />

0,002 mm.<br />

11,5<br />

9,5<br />

8,2<br />

10,0<br />

24,3<br />

22,5<br />

Arjrila<br />


100 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

IV — VALORES NORMAIS DA TEMPERATURA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

GRÂFICOS N.° 1 e QUADRO 2<br />

Nos meses de verâo a temperatura média à superficie do solo é<br />

sempre superior à do ar; nos meses de inverno sâo iguais. As médias<br />

elevadas näo atingem grandes profundidades, enquanto que em julho<br />

a isoterma de 21° C. alcança a profundidade de 0,40m.<br />

As isotermas dos anos de 1943 a 1947 distribuem-se, de maneira<br />

gérai, da mesma forma que a anteriormente descrita.<br />

Deduz-se que este solo oferece grande coeficiente de condutibilidade<br />

calorifica; entretanto, o mecanismo térmico difere entre o poder<br />

emissivo e de absorçâo nas varias estaçôes do ano. As camadas superficiais<br />

aquecem-se ràpidamente e transmitem gradativamente o calor<br />

as camadas inferiores que retêm certa réserva calorifica. Nos meses<br />

frios a influencia térmica é mais profunda e râpida, naturalmente devido<br />

à f al ta de umidade e âgua das chuvas.<br />

No outono, época de transiçâo térmica para os valores baixos, a<br />

uniformidade é acentuada em tôdas as camadas, isto é, a temperatura<br />

ao nivel do solo é igual até a 1 metro de profundidade. O resfriamento<br />

acentuado do solo nos meses de inverno é devido exclusivamente à<br />

influencia da temperatura do ar, enquanto que no verâo as variaçôes<br />

observadas, a maior parte das vêzes, resultam da âgua das chuvas.<br />

Em setembro e outubro, observa-se nova uniformidade nas temperaturas<br />

do solo até à profundidade de 1 metro, com tendência da<br />

passagem dos valores menores para os maiores. Em novembro, as isotermas<br />

encurvam-se e seguem o ciclo térmico do solo, notando-se nos<br />

dois Ultimos meses do ano a influencia das temperaturas elevadas, sem,<br />

entretanto, ultrapassar a camada de 0,20m.<br />

V — DESVIOS NORMAIS TRI-HORARIOS — GRÂFICOS<br />

N.os 2, 3 e 4, e QUADRO 3<br />

Entre 9 e 15 hor as<br />

Nos meses de temperaturas elevadas, como Janeiro, fevereiro e<br />

março e ainda abril, os devidos térmicos sâo elevados, quase uniformes,<br />

de mais ou menos 4° C, fazendo-se sentir nestas condiçôes até a camada<br />

de 0,10 m.<br />

À medida que aumenta a profundidade, êsses desvios tornam-se<br />

sensivelmente menores, até 0,40 m, onde êles quase se anulam dai<br />

para baixo.<br />

Nos meses de temperaturas baixas no ar, verificam-se os mesmos<br />

fenôrrienos.<br />

Em outubro, novembro e dezembro, os desvios positivos nas profundidades<br />

de 0,05 e 0,10 métros sâo maiores que ao nivel do solo.<br />

Acontece, em quase todos os meses, que no nivel de 0,40 m, sendo<br />

o desvio negativo minimo, a temperatura do solo as 9 horas é sempre<br />

maior que as 15 horas.<br />

Desta anâlise conclui-se:<br />

1) Entre 9 e 15 horas, o calor intenso à superficie do solo faz-se<br />

sentir direta e uniformemente até 0,10 m.<br />

2) A camada de solo entre 0,10 m e 0,40 m, amortecendo as vibraçôes<br />

térmicas, retarda a influencia dos raios calorificos, diminuindo<br />

gradualmente os desvios positivos com a profundidade.<br />

3) A zona compreendida entre 0,40 m e 1,0 m näo sofrendo variaçôes<br />

acentuadas, indica "estabilidade".


QUADRO 2 Temperatura do solo<br />

Valores normais<br />

ANO<br />

1943 .<br />

1944<br />

1945<br />

1946<br />

1947<br />

Normal<br />

1943 .<br />

1944<br />

1945<br />

1946<br />

1947...<br />

Normal<br />

1943<br />

1944<br />

1945 ..<br />

1946<br />

1947<br />

1943<br />

1944<br />

1945 .<br />

1946<br />

1947<br />

JANEIRO<br />

0.02m<br />

27.4<br />

29.2<br />

28.2<br />

29.0<br />

29.2<br />

28.6<br />

25.3<br />

25 0<br />

25.8<br />

25 8<br />

26.1<br />

25.6<br />

0.05m<br />

27.3<br />

28.8<br />

28.1<br />

28.7<br />

29.1<br />

28.4<br />

25.3<br />

25.0<br />

25.9<br />

25 7<br />

26.2<br />

25.6<br />

0.10m<br />

27.1<br />

28.4<br />

28.1<br />

28.7<br />

28.8<br />

28.2<br />

25.0<br />

25 4<br />

26.0<br />

25 6<br />

25.9<br />

25.6<br />

0.20m<br />

26.4<br />

27.8<br />

27.5<br />

28.1<br />

28.5<br />

27.7<br />

0.40m<br />

25.9<br />

26.7<br />

26.7<br />

26.6<br />

27.4<br />

26.7<br />

ABRIL<br />

25.0<br />

24 9<br />

26.1<br />

25 8<br />

25.9<br />

25.5<br />

25.4<br />

25.0<br />

25.8<br />

25 4<br />

25.8<br />

25.5<br />

0.60m<br />

25.7<br />

26.7<br />

26.7<br />

26.5<br />

27.4<br />

26.6<br />

25.9<br />

25.4<br />

26.1<br />

25.8<br />

26.2<br />

25.9<br />

0.80m<br />

25.6<br />

26.3<br />

26.4<br />

26.2<br />

26.7<br />

26.2<br />

26.1<br />

25.7<br />

26.2<br />

25.9<br />

25.9<br />

26.0<br />

Im<br />

25.5<br />

26.2<br />

26.2<br />

25.9<br />

26.9<br />

26.1<br />

26.2<br />

25.9<br />

26.3<br />

26.0<br />

26.4'<br />

26.2<br />

JULHO<br />

20 7<br />

20 2<br />

20 7<br />

21 3<br />

20.9<br />

20.8<br />

24.0<br />

26.6<br />

25 3<br />

25.7<br />

22.5<br />

24.8<br />

20.6<br />

20 1<br />

20.7<br />

21 4<br />

21.0<br />

20.8<br />

23.8<br />

26.4<br />

25.2<br />

25.7<br />

22.9<br />

24.8<br />

20 7<br />

20 6<br />

20.6<br />

21 3<br />

20.9<br />

20.8<br />

23.5<br />

26 4<br />

25 3<br />

25.5<br />

22.5<br />

24.6<br />

20 5<br />

19 9<br />

20.8<br />

21 5<br />

21.0<br />

20.7<br />

20.9<br />

20 4<br />

20.6<br />

21 8<br />

21.4<br />

21.0<br />

OUTUBRC<br />

23.0<br />

25.7<br />

24.9<br />

25.2<br />

22.9<br />

24.3<br />

22.7<br />

24.9<br />

23.7<br />

24.6<br />

22.8<br />

23.7<br />

21.3<br />

20.9<br />

21.1<br />

22.2<br />

21.9<br />

21.5<br />

22.7<br />

24.8<br />

23.7<br />

24.7<br />

23.1<br />

23.8<br />

21.8<br />

21 3<br />

21.4<br />

22.5<br />

21.8<br />

21.8<br />

22.6<br />

24.5<br />

23.5<br />

24.2<br />

22.7<br />

23.5<br />

22.1<br />

21 6<br />

21.7<br />

22.8<br />

22.6<br />

22.2<br />

22.6<br />

24.3<br />

23.4<br />

24.5<br />

23.2<br />

23.6<br />

FEVEREIRO<br />

0.02m<br />

28.7<br />

28.8<br />

29.4<br />

30.7<br />

29.8<br />

29.5<br />

0.05m<br />

28.7<br />

28.5<br />

29.3<br />

30.4<br />

29.8<br />

29.3<br />

0.10m<br />

28.3<br />

28.3<br />

29.3<br />

30.2<br />

29.5<br />

29.1<br />

0.20m<br />

27.7<br />

27.9<br />

28.7<br />

29.8<br />

29.2<br />

28.7<br />

0.40m<br />

27.0<br />

27.0<br />

27.9<br />

28.7<br />

28.4<br />

27.8<br />

0.60m<br />

26.9<br />

27.0<br />

27.9<br />

28.5<br />

28.4<br />

27.7<br />

0.80m<br />

26.6<br />

26.7<br />

27.5<br />

28.1<br />

27.7<br />

27.3<br />

Im<br />

26.4<br />

26.6<br />

27.3<br />

27.8<br />

27.9<br />

27.2<br />

MAIO<br />

23.0<br />

22.6<br />

22.7<br />

24.4<br />

24.4<br />

23.4<br />

23.1<br />

22.5<br />

22.6<br />

24.5<br />

24.6<br />

23.5<br />

22.9<br />

23.4<br />

22.7<br />

24.3<br />

24.3<br />

23.5<br />

22.7<br />

22.6<br />

23.0<br />

24.5<br />

24.4<br />

23.4<br />

23.0<br />

22.8<br />

23.0<br />

24.5<br />

24.5<br />

23.6<br />

23.5<br />

23.4<br />

23.6<br />

25.0<br />

25.0<br />

24.1<br />

23.9<br />

23.8<br />

24.1<br />

25.1<br />

24.9<br />

24.4<br />

24.1<br />

24 0<br />

24.4<br />

25 2<br />

25.1<br />

24.6<br />

AGOSTO<br />

20.2<br />

21.7<br />

23.4<br />

22.8<br />

21.6<br />

21.9<br />

20.2<br />

21.5<br />

23.3<br />

22.9<br />

21.7<br />

21.9<br />

20.1<br />

21.8<br />

23.4<br />

22.7<br />

21.3<br />

21.9<br />

20.0<br />

21.2<br />

23.3<br />

22.6<br />

21.3<br />

21.7<br />

20.4<br />

20.9<br />

22.5<br />

22.2'<br />

21.6<br />

21.5<br />

20.8<br />

21.2<br />

22.6<br />

22.5<br />

22.0<br />

21.8<br />

21.1<br />

21.3<br />

22.5<br />

22.6<br />

21.9<br />

21.9<br />

21.4<br />

21.5<br />

22.5<br />

22.7<br />

22.4<br />

22.1<br />

NOVEMBRO<br />

26.7<br />

25.7<br />

26.0<br />

27.9<br />

24.7<br />

26.2<br />

26.4<br />

25.8<br />

20.0<br />

27.7<br />

24.8<br />

26.1<br />

25.9<br />

25.8<br />

26.1<br />

27.5<br />

24.4<br />

25.9<br />

25.4<br />

25.2<br />

25.9<br />

27.2<br />

25.0<br />

25.7<br />

24.9<br />

24.7<br />

25.1<br />

20.5<br />

23.6<br />

25.0<br />

24.8<br />

24.9<br />

25.2<br />

20.5<br />

23.6<br />

25.0<br />

24.5<br />

24.8<br />

25.1<br />

24.4<br />

23.1<br />

24.4<br />

24.4<br />

24.8<br />

25.0<br />

24.4<br />

23.4<br />

24.4<br />

MARÇO<br />

0.02m<br />

28.9<br />

28.2<br />

28.0<br />

28.0<br />

26.9<br />

28.0<br />

22.5<br />

21 2<br />

20.8<br />

21 7<br />

22.3<br />

21.7<br />

0.05m<br />

28.8.<br />

28.2<br />

28.0<br />

28.0<br />

27.1<br />

28.0<br />

22.4<br />

21.1<br />

20.8<br />

21 8<br />

22.5<br />

21.7<br />

0.10m<br />

28.5<br />

28.3<br />

28.0<br />

27.9<br />

26.8<br />

27.9<br />

22.5<br />

22.1<br />

20.8<br />

21.6<br />

22.2<br />

21.8<br />

0.20m<br />

28.1<br />

27.9<br />

27.9<br />

27.9<br />

26.8<br />

27.7<br />

0.40m<br />

27.8<br />

27.3<br />

27.3<br />

27.3<br />

26.4<br />

27.2<br />

JUNHO<br />

22.3<br />

21 0<br />

21.0<br />

21 8<br />

22.2<br />

21.7<br />

22.7<br />

21 3<br />

21.3<br />

22.1<br />

22.7<br />

22.0<br />

0.60m<br />

27.7<br />

27.6<br />

27.5<br />

27.6<br />

26.6<br />

27.4<br />

23.1<br />

21.8<br />

21.8<br />

22.7<br />

23.2<br />

22.5<br />

0.80m<br />

27.4<br />

27.4<br />

27.4<br />

27.5<br />

26.3<br />

27.2<br />

23.4<br />

22 1<br />

22.3<br />

23.0<br />

23.2<br />

22.8<br />

Im<br />

27.3<br />

27.3<br />

27.4<br />

27.5<br />

26.7<br />

27.2<br />

23.6<br />

22.4<br />

22.5<br />

23.4<br />

23.6<br />

23.1<br />

SETEMBRO<br />

21.6<br />

23.7<br />

22.1<br />

24.7<br />

22.5<br />

22.9<br />

21.6<br />

23.5<br />

22.3<br />

24.8<br />

22.7<br />

23.0<br />

21.4<br />

23.5<br />

22.3<br />

24.6<br />

22.4<br />

22.8<br />

21.1<br />

22.9<br />

22.3<br />

24.4<br />

22.3<br />

22.6<br />

21.1<br />

22.2<br />

22.1<br />

,23.8<br />

22.4<br />

22.3<br />

21.3<br />

22.3<br />

22.4<br />

23.9<br />

22.5<br />

22.5<br />

21.4<br />

22.3<br />

22.5<br />

23.7<br />

22.1<br />

22.4<br />

21.6<br />

22.4<br />

22.6<br />

23.9<br />

22.7<br />

22.6<br />

DEZEMBRO<br />

26.3<br />

27.3<br />

25.4<br />

28.0<br />

25.9<br />

26.6<br />

26.1<br />

27.1<br />

25.5<br />

27.8<br />

26..S<br />

26.6<br />

25.8<br />

26.9<br />

25.6<br />

27.7<br />

25.9<br />

26.4<br />

25.3<br />

26.3<br />

25.5<br />

27.2<br />

20.7<br />

26.2<br />

24.8<br />

25.6<br />

24.8<br />

26.7<br />

25.5<br />

25.5<br />

24.7<br />

25.5<br />

24.7<br />

26.8<br />

25.4<br />

25.4<br />

24.7<br />

25.2<br />

24.7<br />

26.3<br />

24.7<br />

25.1<br />

24.?<br />

25.2<br />

24.6<br />

26.5<br />

25.1<br />

25.2<br />

O)<br />

m<br />

o<br />

M<br />

S!<br />

M<br />

S 1<br />

s<br />

ö<br />

s


102 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Nestas condiçoes podem-se considerar très zonas:<br />

a) de influência direta, da superficie a 0,10 m;<br />

b) de transiçâo, de 0,10 m a 0,40 m;<br />

c) de estabilidade ou de réserva calorifica, de 0,40 m a 1,0 m.<br />

Entre 15 e 21 hor as<br />

Os desvios térmicos sâo sempre negativos até à profundidade<br />

de 0,20 m, isto é, as temperaturas das 21 horas sâo sempre inferiores<br />

as das 15 horas.<br />

Apenas em abril, a 0,05 m, conserva-se o mesmo valor que ao nivel<br />

do solo.<br />

Nos restantes meses ela caracteriza-se pelo decréscimo graduai<br />

dos desvios, até 0,20 m.<br />

' À profundidade de 0,40 m, a temperatura as 21 horas é geralmente<br />

superior à das 15 horas, embora apresente desvio positivo minimo;<br />

dai até 1,00 m, a curva toma sentido vertical com desvios negativos<br />

minimos.<br />

Desta anâlise conclui-se:<br />

1) na ocasiâo em que o solo começa a irradiar calor, o fenômeno<br />

processa-se uniforme e gradualmente até 0,40 m; apenas em abril,<br />

a 0,05 m de profundidade, nota-se que a irradiaçâo intensa é quase<br />

igual à da superficie;<br />

2) no processo térmico, o solo divide-se em duas zonas:<br />

a) de variaçâo, até 0,40 m de profundidade;<br />

b) de estabilidade, de 0,40 m a 1,00 m.<br />

Entre 21 e 9 horas<br />

Nos mesßs de outubro, novembro, dezembro e Janeiro, quando o<br />

nascer do sol ocorre algumas horas antes das 9 horas, os raios calorificos<br />

atuando diretamente à superficie do solo, ocasionam desvios<br />

positivos de -f- 1,0 a -f- 1,3° C, isto é, a temperatura das 9 horas é<br />

superior à das 21 horas.Mas, de 0,05 m até 0,40 m, os valores das 9<br />

horas sâo sempre inferiores ao das 21 horas, durante o ano.<br />

De Janeiro a dezembro, nota-se uma faixa térmica compreendida<br />

entre 0,10 m e 0,20 m, onde os desvios negativos atingem o mâximo,<br />

donde se deduz que, nesta camada, durante o ano, a temperatura<br />

das 21 horas é sempre superior à das 9 horas.<br />

Abaixo de 0,40 m, os desvios térmicos sâo pràticamente nulos, tomando<br />

a curva um sentido quase vertical.<br />

Desta anâlise conclui-se:<br />

1) nos meses de outubro, novembro, dezembro e Janeiro, até à<br />

profundidade de 0,05 m, a temperatura das 9 horas mantém-sé acima<br />

do valor da de 21 horas;<br />

2) existe uma camada compreendida de 0,10 m a 0,20 m, intermediâria,<br />

onde sâo mais acentuadas as diferenças térmicas das observaçôes<br />

feitas as 21 horas e 9 horas;<br />

3) abaixo de 0,40 m, as curvas tomam um sentido vertical, com<br />

desvios minimos;<br />

4) nestas condiçoes, considerando as diferenças dos valores térmicos<br />

observados entre 21 horas e 9 horas, o solo comporta-se da seguinte<br />

maneira:<br />

a) do nivel do solo a 0,10 m, existe uma zona de transiçâo para<br />

os desvios;


QUADRO 3 Temperatura do solo<br />

Desvios térmicos a varias profundidades (9 h e 15 h; 15 h e 21 h; 21 h e 9 h)<br />

JANEIRO<br />

1943<br />

1944<br />

1945<br />

1946<br />

1947<br />

Normal..<br />

0.02m<br />

9-15<br />

+3.0<br />

+4.6<br />

+4.1<br />

+4.4<br />

+3.8<br />

+4.0<br />

15-21<br />

—4.1<br />

—5.9<br />

—4.9<br />

—5.4<br />

—4.7<br />

-5.0<br />

21-9<br />

+1.1<br />

+1.3<br />

+0.8<br />

+1.0<br />

+0.0<br />

+1.0<br />

0.05m<br />

9-15<br />

+3.8<br />

+4.9<br />

+4.1<br />

+3.9<br />

+3.4<br />

+4.0<br />

15-21<br />

—3.4<br />

—4.5<br />

—3.6<br />

—3.6<br />

—2.9<br />

—3.6<br />

21-9<br />

—0.4<br />

—0.4<br />

—0.5<br />

—0.3<br />

—0.5<br />

—0.4<br />

0.10m<br />

9-15<br />

+3.8<br />

+4.1<br />

+3.9<br />

+4.1<br />

+3.5<br />

+3.8<br />

15-21<br />

—2.2<br />

—2.3<br />

—2.6<br />

—2.9<br />

—2.3<br />

—2.4<br />

21-9<br />

—1.4<br />

—1.8<br />

—1.3<br />

—1.2<br />

j o<br />

—1.4<br />

0.20m<br />

9-15<br />

+ 1.9<br />

+2.1<br />

+ 1.8<br />

+2.1<br />

+ 1.8<br />

+ 1.0<br />

15-21<br />

-0.2<br />

-0.2<br />

—0.3<br />

—0.3<br />

—0.2<br />

—0.2<br />

21-9<br />

—1.7<br />

—1.9<br />

—1.5<br />

—1.8<br />

—1.6<br />

—1.7<br />

0.40m<br />

9-15<br />

—0.1<br />

—0.2<br />

—0.2<br />

0.0<br />

—0.2<br />

-0.2<br />

15-21<br />

+0.1<br />

+0.2<br />

+0.1<br />

0.0<br />

0.0<br />

+0.1<br />

21-9<br />

0.0<br />

0.0<br />

+0.1<br />

0.0<br />

+0.2<br />

+0.1<br />

0.60m<br />

9-15<br />

+0.1<br />

. 0.0<br />

+0.1<br />

0.0<br />

0.0<br />

+0.1<br />

15-21<br />

—0.1<br />

—0.1<br />

—0.1<br />

—0.2<br />

—0.3<br />

—0.2<br />

21-9<br />

0.0<br />

+0.1<br />

0.0<br />

+0.2<br />

+0.3<br />

+0.1<br />

0.80m<br />

9-15<br />

0.0<br />

+0.1<br />

+0.1<br />

+0.2<br />

+0.1<br />

+0.1<br />

15-21<br />

0.0<br />

—0.1<br />

—0.2<br />

—0.2<br />

—0.3<br />

—0.2<br />

21-9<br />

0.0<br />

0.0<br />

+0.1<br />

0 0<br />

+0.2<br />

+0.1<br />

1 metro<br />

9-15<br />

+0.1<br />

+0.2<br />

+0.1<br />

+0.1<br />

0.0<br />

+0.1<br />

.15-21<br />

0.0<br />

—0.4<br />

—0.2<br />

—0.1<br />

-0.2<br />

—0.2<br />

21-9<br />

0.0<br />

+0.2<br />

+0.1<br />

0.0<br />

+0.2<br />

+0.1<br />

FEVEREIRO<br />

1943<br />

1944<br />

1945<br />

1940<br />

1947<br />

Normal..<br />

+4.2<br />

+4.0<br />

+5.7<br />

+4.6<br />

+4.2<br />

+4.5<br />

—5.1<br />

-4.9<br />

—5.3<br />

—4.8<br />

—4.3<br />

—4.8<br />

+0.9<br />

+0.9<br />

—0.4<br />

+0.2<br />

+0.1<br />

+0.3<br />

+4.7<br />

+4.3<br />

+5.2<br />

+4.9<br />

+4.3<br />

+4.7<br />

—4.4<br />

—3.7<br />

—3.7<br />

—4.1<br />

—4.5<br />

—4.1<br />

-0.3<br />

-0.0<br />

—1.5<br />

—0.8<br />

+0.2<br />

—0.6<br />

+4.4<br />

+3.3<br />

+4.9<br />

+4.9<br />

+4.0<br />

+4.3<br />

—2.8<br />

—1.7<br />

—2.8<br />

—3.2<br />

—2.5<br />

—2.6<br />

—1.6<br />

—1.6<br />

—2.1<br />

—1.7<br />

—1.5<br />

—1.7<br />

+2.3<br />

+ 1.7<br />

+2.0<br />

+2.2<br />

+ 1.6<br />

+2.0<br />

—0.5<br />

0.0<br />

0.0<br />

—0.2<br />

—0.1<br />

—0.2<br />

—l.S<br />

—1.7<br />

—2.0<br />

—2.0<br />

—1.5<br />

—1.9<br />

—0.3<br />

—0.2<br />

—0.2<br />

—0.1<br />

—0.3<br />

—0.2<br />

+0.2<br />

+0.2<br />

+0.1<br />

+0.1<br />

+0.2<br />

+0.1<br />

+0.1<br />

0.0<br />

+0.1<br />

0.0<br />

+0.1<br />

+0.1<br />

—0.1<br />

+0.1<br />

0.0<br />

0.0<br />

—0.1<br />

0.0<br />

—0.1<br />

—0.1<br />

—0.1<br />

—0.2<br />

—0.1<br />

—0.1<br />

+0.2<br />

0.0<br />

+0.1<br />

+0.2<br />

+0.2<br />

+0.1<br />

0.0<br />

0.0<br />

0.0<br />

—0.1<br />

0.0<br />

0.0<br />

0.0<br />

0.0<br />

0.0<br />

+0.1<br />

—0.2<br />

0.0<br />

0.0<br />

0.0<br />

0.0<br />

0.0<br />

+0.2<br />

0.0<br />

+0.1<br />

.0.0<br />

0.0<br />

0.0<br />

—0.1<br />

0.0<br />

-0.1<br />

0.0<br />

0.0<br />

+0.1<br />

—0.2<br />

0.0<br />

0.0<br />

0.0<br />

0.0<br />

—0.1<br />

+0.1<br />

0.0<br />

MARCO<br />

1943<br />

1944<br />

1945<br />

1946<br />

1947<br />

Normal..<br />

+5.4<br />

+3.8<br />

+4.0<br />

+4.2<br />

+3.3<br />

+4.1<br />

—5<br />

—3<br />

—4<br />

n<br />

—3<br />

—4<br />

.8<br />

.8<br />

.1<br />

.9<br />

.4<br />

.2<br />

+0.4<br />

0.0<br />

+0.1<br />

—0.3<br />

+0.1<br />

+0.1<br />

+5<br />

+4<br />

+4<br />

+4<br />

+3<br />

+4<br />

2<br />

2<br />

1<br />

1<br />

4<br />

2<br />

—4.2<br />

—3.1<br />

—3.2<br />

—3.2<br />

—3.7<br />

—3.4<br />

—1.0<br />

—1.1<br />

—0.9<br />

—1.3<br />

+0.3<br />

—0.8<br />

+4.2<br />

+3.1<br />

+3.8<br />

+3.7<br />

+2.9<br />

+3.5<br />

_,<br />

—1<br />

—2<br />

—2<br />

—1<br />

—2<br />

4<br />

4<br />

5<br />

5<br />

8<br />

1<br />

—1<br />

—1<br />

—1<br />

—1<br />

—1<br />

—1<br />

.8<br />

.7<br />

.3<br />

.2<br />

.1<br />

.4<br />

+2<br />

+ 1<br />

+ 1<br />

+ 1<br />

+1<br />

+1<br />

4<br />

4<br />

7<br />

7<br />

2<br />

7<br />

-0.5<br />

—0.1<br />

—0.3<br />

—0.3<br />

0.0<br />

—0.2<br />

—1.9<br />

—1.3<br />

—1.4<br />

—1.4<br />

—1.2<br />

—1.5<br />

—0.3<br />

-0.2<br />

—0.3<br />

—0.3<br />

0.0<br />

-0.2<br />

+0<br />

+0<br />

—0<br />

+0<br />

0<br />

+0<br />

2<br />

2<br />

1<br />

1<br />

0<br />

1<br />

+0.1<br />

0.0<br />

+0.4<br />

+0.2<br />

0.0<br />

+0.1<br />

-0.1<br />

0.0<br />

—0.1<br />

—0.2<br />

0.0<br />

-0.1<br />

0.0<br />

0.0<br />

—0.3<br />

0.0<br />

—0.2<br />

-0.1<br />

+0 0<br />

+0<br />

+0<br />

+0<br />

1<br />

0<br />

4<br />

2<br />

2<br />

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104 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

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ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 105<br />

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106 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

b) de 0,10 m a 0,20 m, existe uma zona de estabilidade com<br />

valor es minimos;<br />

c) de 0,20 m a 0,40 m, é a zona de transiçâo de valores minimos<br />

para valores nulos;<br />

d) de 0,40 m a 1,00 m, é a zona de estabilidade quase absoluta.<br />

Conclusôes gérais:<br />

1 — De 0,40 a 1,00 m, existe uma zona de estabilidade térmica<br />

acentuada, durante o ano.<br />

2 — Quando o sol, em seu movimento aparente, se encontra em<br />

ascensâo, a influência dos raios calorificos sobre este solo atinge diretamente<br />

a profundidade de 0,10 m, sobretudo nos meses de temperaturas<br />

elevadas na superficie; de 0,10 m a 0,40 m existe uma zona de<br />

transiçâo para estabilidade em tôdas as curvas.<br />

3 — Quando o sol, em seu movimento aparente, começa declinando,<br />

a irradiaçâo dâ-se uniformemente até à profundidade de 0,20 m.<br />

4 — Depois do ocaso do sol, o resfriamento nâo se faz uniformemente;<br />

existe uma camada intermediâria quase invariâvel, compreendida<br />

de 0,10 m a 0,20 m, onde as 9 horas a temperatura permanece<br />

inferior à das 21 horas.<br />

VI — VALORES NORMAIS MENSAIS SEGUN<strong>DO</strong> A PROFUNDIDADE<br />

(PERÎO<strong>DO</strong> 1943-1947) GRAFICO N.° 5<br />

O aspecto gérai dessas curvas mostra que o solo, reagindo as variaçôes<br />

térmicas do ar, nâo apresenta homogeneidade térmica nas<br />

varias camadas, por motivos de ordern fisica, inerentes à natureza do<br />

solo. A sua grande permeabilidade favorece a penetraçâo térmica em<br />

tôdas as camadas nos meses quentes, nâo acontecendo o mesmo nos<br />

meses frios, onde o temperatura na ultima camada é superior as<br />

demais.<br />

Nessas condiçôes, verifica-se uma inversâo térmica bem acentuada,<br />

ocorrendo entre os meses de março e abril, época do outono.<br />

Quando se inicia a ascensâo térmica estacional, a partir do mes<br />

de agôsto, dâ-se nova inversâo para, depois de outubro, as curvas se<br />

disporem regularmente segundo a profundidade, com temperaturas<br />

mais elevadas à superficie do solo do que nas camadas mais profundas.<br />

Êsses dois fenômenos, bem caracterizados, das inversöes térmicas<br />

conforme as épocas do ano, confirmam de maneira concludente os<br />

equinócios do outono e primavera.<br />

Após o equinócio do outono até julho, as temperaturas das camada<br />

até 0,40 m apresentam valores quase coïncidentes, ao inverso<br />

das camadas de 0,60 m, 0,80 m e 1,00 m, cujas curvas tendem para<br />

a equidistância e paralelismo entre si.<br />

O poder de absorçâo de calor dêsse solo, sendo superior ao poder<br />

emissivo, näo permite caracterizar com exatidäo a época da inversâo<br />

de temperatura entre as diversas camadas na primavera, percebendo-<br />

-se, entretanto, que tal ocorre no inicio desta estaçâo, ao contrario do<br />

que ocorre no outono, em que a inversâo esta perfeitamente localizada<br />

no grâfico.<br />

A distribuiçao mensal da temperatura permite destacar duas zonas<br />

de influência, a primeira desde a superficie a 0,20 m, e a segunda<br />

de 0,40 m a 1,00 m.<br />

Essas duas zonas mais se evidenciam nas épocas de temperaturas<br />

elevadas, fato que se pode atribuir à constituiçao fisica do solo.


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108 ANAIS DA SEGTTNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

VII — MICROCLIMA DA CULTURA <strong>DO</strong> FEIJÄO PRÊTO<br />

Os ensaios com esta cultura na Baixada de Sepetiba foram iniciados<br />

em 1941, com o objetivo de determinar, durante o ano, a melhor<br />

época de plantio, levando-se em consideraçâo as condiçôes climâticas<br />

da regiâo e a variaçâo dos rendimentos quantitativo e qualitativo<br />

da planta.<br />

Foram feitos plantios periódicos decadais, em canteiros de 2,50 m<br />

x 5,00 m, com 33 individuos cada urn, e mantidas as distâncias de 0,40 m<br />

entre plantas, nas fileiras, e 0,70 m nos espaçamentos entre as fileiras.<br />

O resultado de oito anos de pesquisas permitem um estudo detalhado<br />

de seu comportamento com relaçâo as variaçôes climâticas do<br />

ano. Verifica-se que a produçâo de sementes só tem lugar quando os<br />

plantios sâo feitos em fevereiro, isto é, quando terminam as chuvas<br />

fortes de verâo, de grande intensidade e pouca duraçâo.<br />

Os mâximos rendimentos quantitativos e qualitativos sâo alcançados<br />

nas semeaduras de março e abril, periodo em que a temperatura<br />

entra em declinio e a pluviosidade aumenta a duraçâo e diminui a<br />

intensidade, favorecendo o ciclo da planta.<br />

Nos plantios de maio até junho, com o decréscimo periódico da<br />

precipitaçâo e da temperatura, as produçôes baixam, atingindo os<br />

menores valores do ano nesse ultimo mês.<br />

Nas semeaduras de julho, agôsto, setembro e outubro, a ascensäo<br />

progressiva da temperatura e da chuva, durante o ciclo da planta,<br />

favorecem o aumento da produçâo, mais elevada nos plantios de setembro<br />

e outubro, sem dotavia alcançar as produçôes obtidas em março<br />

e abril, que säo as maiores do ano.<br />

Em novembro, dezembro e Janeiro nâo é possivel a cultura do<br />

feijäo nessa regiâo, devido aos excessos térmicos e pluviométricos.<br />

Para melhor conhecimento dos fatôres meteorológicos que têm<br />

influência na variaçâo dos rendimentos quantitativos e qualitativos da<br />

cultura do feijâo prêto nesta regiâo, serâo apresentadas très épocas de<br />

semeadura e analisadas as ocorrências meteorológicas observadas durante<br />

o ciclo biológico da planta.<br />

EXPERIMENTO NA ÉPOCA DE RENDIMENTO MAXIMO<br />

(DE 1-3 a 30-5-1943) GRÄFICO N.° 6<br />

As condiçôes atmosféricas, cinco dias antes da semeadura, apresentaram-se<br />

com céu descoberto, temperatura média de 27° C umidade<br />

81.4% e precipitaçâo de 1.8.<br />

Soprou neste periodo ven to SW e a insolaçâo oscilou de 7 a 9 hor as<br />

diârias.<br />

Semeadura<br />

Chuva 3.9 mm<br />

Temp. média 27.0°C<br />

Umidade ... 77.5%<br />

Duraçâo: 5 dias (1 a 5-3-1943)<br />

O plantio verificou-se no momento em que a temperatura do ar<br />

oscilou de 20° a 34°C; o solo umedecido das chuvas fracas dos dias 1<br />

e 2 influiram na temperatura do solo, fazendo baixar os seus valores<br />

até à profundidade de 0,40 m, que se prolongou até o dia 4 do referido<br />

mês.<br />

A elevaçâo térmica do ar verificada do dia 3 a 6, sem ocorrência<br />

de precipitaçôes, refletiu-se à profundidade de 0,02 m. As de 0,20 m<br />

e 0,40 m permaneceram estacionârias. Na de 0,80 m nâo se verificou


ANAIS DA SEGTJNDA RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 109<br />

influência acentuada dêsse fenômeno, havendo apenas um decréscimo<br />

térmico 48 horas após as precipitaçôes anteriores.<br />

Nascimento<br />

Chuva 5.6 mm<br />

Temp. média 26.2°C<br />

Umidade ... 83.0%<br />

Duraçâo: 3 dias (6 a 8-3-1943)<br />

Do dia 6 a 7 registrou-se uma queda acentuada da temperatura<br />

do ar, que se fêz sentir em tôdas as profundidades, da superficie<br />

até 0,20 m, simultâneamente; a 0,40 m e 0,80 m, 24 horas após, respectivamente.<br />

Nos dias 7 e 8 ocorreram fracas precipitaçôes com elevaçôes térmicas<br />

do ar, que se refletiram no solo da mesma maneira que as<br />

anteriores.<br />

Estas condiçôes gérais favoreceram o nascimento da planta.<br />

Subperiodo de crescimento<br />

Chuva 65.2 mm<br />

Temp. média 26.7°C<br />

Umidade ... 80.8%<br />

Duraçâo: 25 dias (9-3 a 2-4-43)<br />

De 9 a 14 de marco, a temperatura do ar elevou-se gradualmente,<br />

alcançando os maiores valores registrados durante o experimento, repercutindo<br />

diretamente no solo até a camada de 0,20 m; nas demais profundidades<br />

foram observados 24 horas após.<br />

As precipitaçôes verificadas nos dias 15 e 16 ocasionaram baixa<br />

da temperatura do ar e do solo, obedecendo à mesma influência, de<br />

acôrdo com a profundidade.<br />

De 17 a 30, periodo sem chuvas, a temperatura do ar entrou em<br />

ascensâo, para alcançar valores elevados no dia 31, enquanto no solo<br />

êsse fenômeno se processou com maior lentidäo.<br />

A elevaçâo da temperatura durante êsse subperiodo — desenvolvimento<br />

da planta — com os maiores valores registrados no ciclo, proproporcionou<br />

bom desenvolvimento da planta.<br />

Floraçâo<br />

Chuva 9.4 mm<br />

Temp. média 24.2°C v<br />

Umidade ...76.2%<br />

Duraçâo: 13 dias (3 a 15-4-43)<br />

Êsse periodo iniciou-se com bastante umidade no solo e temperatura<br />

do ar em ascensâo, com repercussäo até 0,02 m; nas demais profundidades<br />

as oscilaçôes foram mais ou menos constantes<br />

No dia 10 a temperatura do ar alcançou um dos maiores valores<br />

do ciclo, para baixar repentinamente devido as chuvas reguläres dos<br />

dias seguintes.<br />

No solo, essa oscilaçâo refletiu-se como das vêzes anteriores, até<br />

0,40 m, nào alcançando a camada de 0,80 m.<br />

Durante a floraçâo, a umidade média alcançou o menor valor do<br />

ciclo.<br />

Formaçâo da vagem<br />

Chuva 37.5 mm<br />

Temp, média 22.8°C<br />

Umidade ... 84.3%<br />

Duraçâo: 9 dias (16 a 24-4-43)


110 AN AIS DA SEGTTNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

As oscilaçôes térmicas do ar foram pouco acentuadas durante êsse<br />

periodo, com chuvas regularmente distribuidas, sendo a maior quantidade<br />

registrada no dia 24, final do periodo. O solo apresentou-se nessa<br />

fase com variaçoes térmicas pouco acentuadas.<br />

Essas condiçôes climâticas foram muito favorâveis à planta, uma<br />

vez que oscilaçôes bruscas de temperatura prejudicam a formaçâo da<br />

vagem, refletindo-se no rendimento.<br />

Maturaçâo<br />

Chuva 30.8 mm<br />

Temp. média 22.6°C<br />

Umidade ... 80.4%<br />

Duraçâo: 37 dias (25-4 a 30-5-43)<br />

A oscilaçâo térmica do ar regular, com variaçoes acentuadas até<br />

a metade da maturaçâo, entrando em ascensâo no restante do periodo.<br />

As chuvas foram bem distribuidas durante essas variaçoes de temperatura.<br />

A ausência dêsse elemento no final do ciclo favoreceu a maturaçâo<br />

da semente.<br />

A temperatura do solo apresentou-se variâvel, com valores mînimos<br />

em tôdas as camadas.<br />

Observou-se que foram as temperaturas minimas do ar as que mais<br />

influenciaram as quedas térmicas do solo; notadamente entre os dias<br />

13 e 19.<br />

Analisando o comportamento gérai da temperatura no solo durante<br />

o ciclo da planta, nota-se que, da semeadura ao inicio da floraçâo, ela<br />

se manteve oscilando entre 25 e 30 graus C, condiçâo ótima para o desenvolvimento<br />

da planta, tendo sofrido um resfriamento gérai e lento até<br />

oito dias antes da maturaçâo final que favoreceu a formaçâo, desenvolvimento<br />

e maturaçâo da vagem. Êsse resfriamento foi motivado pela<br />

mudança de estaçâo, consequência do declïnio da radiaçâo solar.<br />

EXPERIMENTED NA ÉPOCA DE RENDIMENTO MÉDIO<br />

(DE 29-9-45 a 2-1-46) GRAFICO N.° 7<br />

Nos cinco dias que antecederam a semeadura o tempo apresentou-se<br />

chuvoso e encoberto, temperatura média 23.2°C, umidade 74.0%, ventos<br />

variâveis e insolaçâo fraca.<br />

Semeadura<br />

Chuva 2.0 mm<br />

Temp. média 23,2°C<br />

Umidade ... 66.7%<br />

Duraçâo: 9 dias (21-9 a 29-9-45)<br />

No inicio da semeadura a temperatura do ar baixou consideràvelmente,<br />

para em seguida atingir valores mais elevados que anteriormente.<br />

Essa oscilaçâo repercutiu no solo até 0.20 m. Manifestou-se<br />

24 horas depois a 0,40 m, e a 0,80 m permaneceu estâvel. Houve uma<br />

queda pronunciada da temperatura no final dêsse periodo. No solo<br />

ela manifestou-se da mesma maneira que as anteriores.<br />

A umidade relativa média foi a mais baixa de todo o ciclo da<br />

planta.<br />

Nascimento<br />

Chuva 12.2 mm<br />

Temp. média 19.6°C<br />

Umidade ... 76.3%<br />

Duraçâo: 3 dias (30-9 a 2-10-45)


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 111<br />

O nascimento verificou-se com a temperatura do ar ém declinio<br />

e chuvas reguläres. No solo, tôdas as camadas permaneceram com valor<br />

es inferiores ao da profundidade de 0,80 m.<br />

Subperiodo de crescimento<br />

Chuva 36.1 mm<br />

Temp, média 23.8°C<br />

Umidade ... 74.2%<br />

Duraçâo: 30 dias (3-10 a 1-11-45)<br />

Observaram-se grandes variaçôes térmicas no ar durante êsse subperiodo,<br />

registraram-se chuvas em quase tôda a sua duraçâo. No solo,<br />

a temperatura das camadas superficiais conservou-se superior à das<br />

profundidades de 0,40 m e 0,80 m, oscilando simultâneamente com a<br />

temperatura do ar.<br />

Essas condiçôes gérais favoreceram o crescimento da planta.<br />

Floraçâo<br />

Chuva 39.3 mm<br />

Temp. média 24.8°C<br />

Umidade ... 75.3%<br />

Duraçâo: 13 dias (2-11 a 14-11-45)<br />

A temperatura do ar apresentou-se com grandes variaçôes e chuvas<br />

durante a.maioria do période As temperaturas no solo as profundidades<br />

de 0,02m e 0,20m, além de refletirem as variaçôes térmicas do<br />

ar, apresentaram valores superiores as das camadas de 0,40 m e 0,80 m.<br />

Formaçâo da vagem<br />

Chuva 82.0 mm<br />

Temp. média 23.5°C<br />

Umidade ... 75.0%<br />

Duraçâo: 17 dias (15-11 a 1-12-45)<br />

No inicio do periodo, o solo encontrava-se umedeeido das chuvas<br />

anteriores.<br />

O declinio térmico do ar, verificado em consequêneia das preeipitaçôes,<br />

prolongou-se durante sete dias, tendo influido consideràvelmente<br />

no solo, uma vez que a temperatura nas varias camadas acompanharam<br />

as variaçôes térmicas do ar, conservando-se com valores inferiores<br />

aos da profundidade de 0,80 m. Neste nivel a queda térmica<br />

registrou-se 48 horas depois.<br />

Essas condiçôes gérais retàrdaram o desenvolvimento da vagem<br />

durante a permanência das temperaturas baixas e das chuvas prolongadas.<br />

Maturaçâo<br />

Chuva 244.9 mm<br />

Temp. média 23.8°C<br />

Umidade ... 82.2%<br />

Duraçâo: 32 dias (2-11 a 2-1-46)<br />

No inicio da maturaçâo a temperatura do ar alcançou os valores<br />

mais elevados do ciclo, fato que se refletiu em tôdas as camadas do<br />

solo. Seguiram-se precipitaçôes pluviométricas que baixaram repentinamente<br />

as temperaturas do ar e do solo.


112 AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

As condiçôes térmicas subséquentes sâo resultantes da maior ou<br />

menor intensidade pluviométrica até o fim do periodo. No solo, salvo<br />

rar as exceçôes, as temper atur as conservaram-se acima dos valores das<br />

camadas de 0,40 m e 0,80 m.<br />

Essas condiçôes gérais prejudicaram em parte a maturaçâo.<br />

Analisando o comportamento gérai da temperatura no solo durante<br />

o ciclo da planta, observa-se que, da semeadura ao inicio da floraçâo,<br />

ela se manteve entre 19°C e. 29°C, na camada 0,02 m, entre 21.0°C<br />

e 27.5°C na de 0,20 m, com variaçôes bruscas e continuas, e nas demais<br />

profundidades as oscilaçôes f or am menos intensas e mais prolongadas.<br />

Estas flutuaçôes tornaram-se mais acentuadas da floraçâo à maturaçâo,<br />

em conseqiiência do aumento progressivo da chuva e da radiaçâo<br />

solar.<br />

EXPERIMENTO NA ÉPOCA DE RENDIMENTO BAIXO<br />

(DE 30-6 a 30-9-44) GRÂFICO N.° 8<br />

Nos cinco dias antes da semeadura registraram-se 12.5 milimetros<br />

de chuva, o céu apresentava-se meio encoberto, a temperatura média<br />

20.8°C e a umidade 79.0 %.<br />

Predominavam ventos SW e no periodo das precipitaçôes passaram<br />

a NE e E. A insolaçâo variou de 6 a 7 horas diârias.<br />

Semeadura<br />

Chuva 0.2 mm<br />

Temp. média 23.5°C<br />

Umidade ... 68.0%<br />

Duraçâo: 6 dias (30-6 a 5-7-44)<br />

A semadura verificou-se com o solo umedecido das chuvas anteriores<br />

e corn ascensâo térmica no ar.<br />

No solo a temperatura manteve-se pràticamente estâvel até o dia<br />

5 de julho, em tôdas as profundidades.<br />

Nascimento<br />

Chuva 14.0 mm<br />

Temp. média 17.1°C<br />

Umidade ... 79.9%<br />

Duraçâo: 5 dias (6-7- a 10-7-44)<br />

O nascimento iniciou-se com uma queda brusca da temperatura<br />

do ar acompanhada de chuva regular caida no dia 7, com repereussäo<br />

no solo de maneira pronunciada, com exceçâo da camada de 0,80 m.<br />

No restante do periodo a temperatura do ar manteve-se em ascensâo<br />

e, no solo, as varias camadas conservaram-se abaixo da temperatura<br />

da camada de 0,80 m. Nesta fase a umidade relativa média foi a mais<br />

elevada de todo o ciclo da planta.<br />

Subperiodo de crescimento<br />

Chuva 34.9 mm<br />

Temp. média 19.8°C<br />

Umidade ... 72.8%<br />

Duraçâo: 43 dias (11-7 a 22-8-44)<br />

No inicio do crescimento a temperatura do ar manteve-se em<br />

ascensâo, sem repereussäo no solo, devido as chuvas ocorridas hessa


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 113<br />

ocasiâo. Observa-se uma queda térmica acompanhada de precipitaçâo<br />

pluviométrica que influi diretamente até à profundidade de 0,20 m;<br />

a 0,40 m e 0,80 m êsse fenômeno foi registrado 24 e 48 horas após, respectivamente.<br />

Na parte restante do subperiodo, a temperatura do ar<br />

em ascensâo, refletiu-se diretamente em tôdas as camadas do solo.<br />

Devido as temperaturas baixas e falta de chuvas, o subperiodo<br />

foi prolongado.<br />

Floraçâo<br />

Chuva 0.0 mm<br />

Temp. média 22.9°C<br />

Umidade ... 53.4%<br />

Duraçâo: 6 dias (23-8 a 28-8-44)<br />

Durante a floraçâo, registrou-se a menor umidade relativa média<br />

e a maior amplitude térmica do ciclo. No solo, as temperaturas<br />

das varias camadas conservaram-se inferiores à da profundidade de<br />

0,08 m.<br />

A falta de precipitaçâo, acompanhada dessas variaçôes térmicas<br />

acentuadas, encurtam a sua duraçâo.<br />

Formaçâo da vagem<br />

Chuva 3.4 mm<br />

Temp. média 21.8°C<br />

Umidade ... 72.5%<br />

Duraçâo: 12 dias (29-8 a 9-9-44)<br />

Durante este periodo, a temperatura do ar oscilou bastante, com<br />

precipitaçôes pluviométricas fracas. Essas variaçôes repercutiram no<br />

solo nas camadas mais superficiais, nâo alcançando a profundidade<br />

de 0,80 m. Convém salientar que a 0,40 m a temperatura se conservou<br />

inferior as das demais profundidades.<br />

Essas condiçôes prejudicaram em parte o desenvolvimento e formaçâo<br />

da vagem.<br />

Maturaçâo<br />

Chuva 0.5 mm<br />

Temp. média 23.0°C<br />

Umidade ... 65.4%<br />

Duraçâo: 21 dias (10-9 a 30-9-44)<br />

A maturaçâo iniciou-se com elevaçôes térmicas no ar, registrando-se<br />

algumas variaçôes dévidas à fraca precipitaçâo. No solo, o fenômeno<br />

refletiu-se diretamente até 0,20 m, nâo alcançando as camadas<br />

inferiores, que permaneceram sensivelmente inalteradas.<br />

Analisando o comportamento gérai da temperatura no solo durante<br />

o ciclo da planta, verifica-se que, da semeadura ao inicio da<br />

floraçâo, ela se manteve entre 18.0°C e 32.5°C na camada de 0,02 m,<br />

menores variaçôes até a profundidade de 0,40 m e minimas a 0,80 m.<br />

Da floraçâo à maturaçâo, a ausência quase compléta de pluviosidade<br />

proporcionou mais oscilaçâo da temperatura no solo e aumento<br />

da amplitude térmica entre a primeira e segunda camada. Nas demais<br />

profundidades essas variaçôes se fizeram sentir com menos intensidade<br />

e variaçâo.


114 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

VIII — CONCLUSÖES — GRAFICO N.° 9 QUADRO N.° 5<br />

Analisando o quadro de rendimento mâximo, correspondente à<br />

meihof época de plantio, verifica-se que a pluviosidade é bem distribuida<br />

durante o ciclo da planta.<br />

Da semeadura ao subperiodo, as chuvas aumentam progressivamente,<br />

de acôrdo com as necessidades da planta.<br />

A floraçâo caracteriza-se como periodo de menor exigência de<br />

precipitaçâo.<br />

Da formaçâo da vagem à maturaçâo gérai, a pluviosidade varia<br />

em sentido decrescente, para terminar o ciclo sem disponibilidades<br />

hidricas.<br />

Essas condiçôes pluviométricas nos dois Ultimos periodos contribuem<br />

para o aumento dos rendimentos quantitativo e qualitativo.<br />

A temperatura mantém-se elevada e pràticamente estâvel, da<br />

semeadura ao subperiodo, favorecendo o desenvolvimento da planta.<br />

Déclina na floraçâo para permanecer estâvel corn menores valores<br />

nos dois Ultimos periodos. Esta estabilidade térmica favorece a formaçâo<br />

da vagem.<br />

A umidade relativa varia durante o ciclo da planta, sem proporcionar<br />

condiçôes favorâveis ao desenvolvimento de doenças criptogâmicas.<br />

O rendimento quantitativo correspondente à essa época de semeadura<br />

varia de 500 a 600 quilos por hectare, valores relativamente baixos<br />

devido à pouca fertilidade do solo. (Grâfico n.° 9).<br />

Analisando o quadro de rendimento médio correspondente à segunda<br />

época de plantio, verifica-se que a distribuiçâo da chuva durante<br />

o ciclo da planta nâo é regular como a anterior.<br />

Da semeadura ao subperiodo, a variaçâo pluviométrica é relativamente<br />

acentuada; entretanto, da floraçâo ao fim do ciclo, aumenta<br />

de intensidade para atingir o mâximo durante a maturaçâo.<br />

Êsses excessos hidricos prejudicaram em parte os rendimentos<br />

quantitativos e qualitatives da planta.<br />

A temperatura, da semeadura ao subperiodo, sofre variaçôes acentuadas.<br />

Da floraçâo à maturaçâo ela mantém-se muito variâvel, com<br />

valores elevados até o final do ciclo.<br />

Esta instabilidade térmica, paralelamente com os excessos de<br />

chuva, concorre para alterar o desenvolvimento normal da vagem.<br />

A umidade relativa no inicio da semeadura é muito baixa e conserva-se<br />

mais ou menos estâvel até a formaçâo da vagem, para terminar<br />

o ciclo com valores mais elevados.<br />

O rendimento quantitativo correspondente a esta época de plantio<br />

varia de 300 a 400 quilos por hectare.<br />

Analisando o quadro de rendimento baixo correspondente à terceira<br />

época de plantio, verifica-se que a distribuiçâo da chuva durante<br />

o ciclo é déficiente.<br />

Da semeadura ao subperiodo, a pluviosidade aumenta gradualmente<br />

para se anular pràticamente da floraçâo ao fim do ciclo da<br />

planta.<br />

A temperatura inicia-se favorâvel a semeadura; em seguida, os<br />

seus valores baixos conjugados com chuvas reguläres diminuem a<br />

temperatura do solo, aumentando a duraçâo do nascimento. O cres-


QUADRO 5<br />

Semeadura<br />

Nascimento<br />

äubperlodo<br />

Floracäo<br />

PERlO<strong>DO</strong>S<br />

Formaçâo da vagem....<br />

Maturacäo<br />

SOMA<br />

MÉDIA<br />

Rendimento kg/ha<br />

Época<br />

1 a 5/3/43<br />

6 a 8/3/43<br />

9/3 a 2/4/43<br />

3 a 15/4/43<br />

16 a 24/4/43<br />

25/4 a 30/5/43<br />

RENDIMENTO MAXIMO<br />

Duraçâo<br />

5<br />

3<br />

25<br />

13<br />

9<br />

37<br />

92<br />

Chuva<br />

mm.<br />

3,9<br />

• 5,6<br />

65,2<br />

9,4<br />

37,5<br />

30,8<br />

152,4<br />

Tcmperatura<br />

média<br />

°C<br />

27,0<br />

26,2<br />

26,7<br />

24,2<br />

22,8<br />

22,6<br />

149,5<br />

24,9<br />

500—<br />

Umidade<br />

%<br />

77,5<br />

83,0<br />

80,8<br />

• 76,2<br />

84,2<br />

80,4<br />

482,2<br />

80,4<br />

600<br />

Epoca<br />

21 a 29/ 9/45<br />

'30/9 a 2/10/45<br />

3/10 a 1/11/45<br />

2 a 14/11/45<br />

15/11 a 1/12/45<br />

2/12 a 2/ 1/46<br />

RENDIMENTO MÉDIO<br />

Duraçâo<br />

9<br />

3<br />

30<br />

13<br />

17<br />

32<br />

104<br />

Chuva<br />

mm.<br />

2,0<br />

12,2<br />

36,1<br />

39,3<br />

82,0<br />

244,9<br />

416,5<br />

Tcmperatura<br />

média<br />

23,2<br />

19,6<br />

23,8<br />

24,8<br />

23,5<br />

23,8<br />

138,7<br />

23,1<br />

300-<br />

Umidade<br />

%<br />

66,7<br />

76,3<br />

74,2<br />

75,3<br />

75,0<br />

82,2<br />

449,7<br />

74,9<br />

400<br />

Época<br />

30/6 a 5/7/44<br />

6 a 10/7/44<br />

11/7 a 22/8/44<br />

23 a 28/8/44<br />

29/8 a 9/9/44<br />

10 a 30/9/44<br />

RENDIMENTO BAIXO<br />

Duraçao<br />

6<br />

5<br />

43<br />

6<br />

12<br />

21<br />

93<br />

Chuva<br />

mm.<br />

0,2<br />

14,0<br />

34,9<br />

0,0<br />

3,4<br />

0,5<br />

53,0<br />

Temperatura<br />

média<br />

°C<br />

23,5<br />

17,1<br />

19,8<br />

22,9<br />

21,8<br />

23,0<br />

128,1<br />

21,3<br />

200<br />

Umidade<br />

%<br />

68,0<br />

79,9<br />

72,8<br />

53,4<br />

72,5<br />

65,4<br />

412,0<br />

68,7<br />

w HCl<br />

Î<br />

to<br />

B<br />

M<br />

§<br />

•s


116 AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

cimento é prolongado devido à pouca ocorrência de chuva e ao declinio<br />

da radiaçâo solar, que ocasionam um abaixamento térmico acentuado.<br />

De floraçao à manutençâo, os valores da temperatura oscilam de<br />

maneira pouco favorâvel à planta, principalmente nos dois Ultimos<br />

periodos.<br />

A umidade relativa conserva-se, durante o ciclo da planta, com<br />

valores relativamente baixos devidos à deficiência pluviométrica, isto<br />

é, com maiores valores no nascimento e minimos na floraçao.<br />

O rendimento quantitative correspondente a essa época de plantio<br />

é de 200 quilos por hectare, valor muito reduzido, dadas as condiçoes<br />

climâticas desfavorâveis durante o ciclo da planta.<br />

Examinando o quadro das tres épocas de plantio, verifica-se que<br />

a de rendimento mâximo apresenta uniformidade na distribuiçâo dos<br />

fatôres meteorológicos durante o ciclo da planta, podendo ser considerada<br />

como a época do ano mais aconselhâvel para a cultura do<br />

feijâo prêto na regiâo.<br />

A segunda época decorre com excessos hidricos e térmicos na<br />

maior parte do ciclo, e a terceira com deficiência de temperatura e<br />

chuva na maior parte do desenvolvimento da planta.<br />

Anualmente é feito um ensaio em branco na época de rendimento<br />

mâximo, para conhecimento real dos rendimentos quantitativos e qualitativos<br />

da planta, numa ârea nunca inferior a um hectare.<br />

IX — RESUMO<br />

Os au tores estudam o comportamento do feijâo prêto (Phaseolus<br />

vulgaris L.) num ensaio que fora iniciado em 1941, utilizando as observaçôes<br />

colhidas de 1943-1947 para determinar as exigêneias microclimâticas.<br />

A finalidade do trabalho foi acompanhar o comportamento da<br />

planta durante o ano solar. Os plantios foram feitos de dez em dez<br />

dias.<br />

Aparelhos registradores da temperatura do solo foram colocados<br />

em diferentes profundidades, a saber: 0,02 m — 0,05 m — 0,10 m<br />

— 0,20 m — 0,40 m — 0,60 m — 0,80 m e 1,00 m. As leituras foram<br />

realizadas as 9, 15 e 21 hor as.<br />

Os principais dados meteorológicos coligidos foram temperatura,<br />

chuva, umidade relativa e nebulosidade.<br />

Foi feita a anâlise fisico-mecânica do solo. Da superficie à profundidade<br />

de 0,50 m prédomina a areia grossa, que diminui à medida<br />

que aumenta a profundidade. A argila aumenta à medida que a quantidade<br />

de areia grossa diminui, e atinge sua maior porcentagem na profundidade<br />

de 0,80 m. A areia fina e o limo, associados, diminuem gradativamente,<br />

predominando o segundo entre 1,10 m a 1,45 m.<br />

O pH varia de 5,8 a 4,7.<br />

Foram traçadas isotermas do solo a diferentes profundidades, em<br />

intervalos correspondentes as 3 horas de observaçôes.<br />

Em funçâo dos dados coletàdos nos periodos e subperiodos em<br />

que se dividiu o ciclo vegetativo do feijâo, très niveis de produçâo<br />

foram estudados:<br />

1.°) o que corresponde ao mâximo;<br />

2.°) o que corresponde ao minimo; e<br />

3.°) o que medeia entre êsses dois extremos.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 117<br />

O mâximo de produçâo de sementes no periodo compreendido de<br />

1941-1947 verificou-se quando a temperatura do solo, do plantio à<br />

floraçâo, oscilou entre 25.° e 30°C, seguida por uma baixa gradativa<br />

da temperatura até a maturaçâo da vagem.<br />

O nivel mais baixo de produçâo registrou-se quando a temperatura<br />

do solo, do plantio à floraçâo, variou entre 18° e 23,5°C; e quando nâo<br />

houve pluviosidade da floraçâo à maturaçâo, o que determinou oscilaçôes<br />

térmicas no solo, prejudicando a planta.<br />

Os niveis intermediârios de produçâo variaram entre êsses limites.<br />

Baseados nos dados meteorológicos (temperatura, chuva, umidade,<br />

etc.), os autores concluem que a melhor época para o plantio<br />

do feijâo prêto na Baixada Fluminense (regiâo onde foi realizado o<br />

experimento) é a compreendida entre os meses de março-abril, a intermediâria,<br />

setembro-outubro, e a de baixa produçâo, junho-julho.<br />

X — SUMMARY<br />

In an experiment started in 1941, the authors reported the benavior<br />

of the black bean (Phaseolus vulgaris L.) covering the period from<br />

1943 to 1947 studying the microclimate requirements.<br />

The purpose of this investigation was to study the plant during<br />

the whole year, plantings been done every 10 days.<br />

Thermomètres for soil registered the temperature on diferent levels<br />

from the soil surface, as follows: 2 cms, 5 cms, 10 cms, 20 cms, 40 cms,<br />

60 cms, 80 cms and 1 meter. Readings were made every day at 9 a.m.<br />

— 3 p.m. and 9 p.m.<br />

The principal meteorological data colleted were: temperature, rainfall,<br />

relative humidity and nebulosity.<br />

The physic-mechanical analysis of the soil was made. From the<br />

soil surface to 50 cm below, coarse sand predominates, but it decreases<br />

from there on.<br />

The more deep it goes the greater the proportion of clay and less<br />

sand is found, until it reaches the depth of 80 cms where the greatest<br />

proportion of clay is found.<br />

Fine sand and silt associated lessen gradually and, between 1,10<br />

to 1,45 m, silt predominates.<br />

The pH values varies from 5,8 to 4,7.<br />

Isothermic lines of the soil were taken at different depths and at<br />

the intervals corresponding to the hours where the observations were<br />

taken.<br />

According to the collected data and to the periods and subperiod<br />

in which the whole plant cycle was divided, three levels of seed prodution<br />

were analysed: the first which corresponds to the maximum of seed<br />

production, the second which corresponds to the minimum, and the<br />

third which stands between these two levels, i. e., the medium<br />

production.<br />

The largest seed production in the period between 1943 to 1947<br />

was obtained when the soil temperature from sowing to growering,<br />

ranged from 25° to 30 C, followed by a slow decrease of temperature<br />

until the pod ripening.<br />

The minimum seed production was observed when the soil temperature,<br />

from sowing to flowering, ranged from 18° to 23,5 C, and<br />

where there was no rain from flowering to pod ripening, this producing<br />

thermic soil oscilation, thus injuring the plant.


118 AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

The medium levels production vary between these two extremes.<br />

Based on the meteorological data collected (temperature, rainfall,<br />

etc.) the authors came to the conclusion that the best crop season for<br />

black beans at the "Baixada Fluminense", near Rio, (where the "Instituto<br />

de Ecologia e Experimentaçâo Agricolas" is located and where<br />

the experiments were undertaken) stands between March and April<br />

and the intermediate season stands between September and October.<br />

Sowings between June and July to be the worst time for bean<br />

production.<br />

XI — BIBLIOGRAFIA<br />

1. AGAFANOFF, V. — "Les sols de France au point de vue pedologique" — Paris,<br />

1936.<br />

2. Azzi — "O meio fisico e a produçâo agrâria" — Rio, 1938.<br />

3. FAGÜNDES, A.B., DEL NEGRO C, VETTORI, L. e RAMOS F. — "Contribuiçâo ao<br />

estudo dos solos da Baixada de Sepetiba" — Anais da Primeira Reuniäo<br />

Brasileira de Ciência do Solo.<br />

4. GLINKA, K. — "Die typen des Bodenbildung ihre Klassifikation und geographische<br />

Verbreitung" — Berlim, 1914.<br />

5. MOHR, E.C. JUL. — "De Boden der Tropen in het Algemein, en die van<br />

Nederlandsch — Idie in het Bijzonder" — 1933.<br />

6. SACAETA, H. — "Contribution à l'étude des climats des sols tropicaux" — Rev.<br />

La Meteorologie — Paris, Nov.-Dez., 1936.


-t -5<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 119<br />

TEMPERATURA do <strong>SOLO</strong> - ISOTERMAS de<br />

PROFUNDIDADE ValoresNORMAlS (1943-1947)<br />

F M A M J I J A S O N B<br />

Qrâfioo n.° 1<br />

-0.6O<br />

-0.80<br />

-100<br />

DESV1OS TÉRMICOS NORMAIS WJ-J$«7ENTRE A6 VARIAS HORAS DE OBSERVAÇAO rÇH-25H-21tfJ<br />

TEMPERRTURR <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

s<br />

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VRLÛRES NQRMRIS D£ 5 RNÛS TENTRE «HSHOMS<br />

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œsERVAGOÈS-|e*TREl&«a HORAS<br />

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120 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

-*<br />

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DESVIO9 TÉRM1COS NOQMAiSÜ94J-2947JENTRE AS VAPlAS HORAS DE OBSERVAÇAO (9H-15H-21H)<br />

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TEHPERftTuRR 00 <strong>SOLO</strong><br />

VRIÔRES NOUMRIS DB 5 RNOS TEWTPC «iiSnoms<br />

OeSEHVAftÖESX ENTRE Brtl HORAS<br />

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Grâflco n." 3<br />

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OESVIOS TËRMICOS NORMAlS/i5


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 121<br />

TEMPERAT URA °° <strong>SOLO</strong><br />

VA1ORES NORMAIS MENSAIS (1943 1947) SEGUM<strong>DO</strong> AS PROFUfiDIDADE5<br />

Oràlico n " 5<br />

O ,O2 M.<br />

O.O3 M.<br />

+ + -H- + + 0,10 M.<br />

O.2O M.<br />

O.40 M.<br />

O,6O M.<br />

oooooooo- O,6O M.<br />

u-, u-, „ ^ « 1 .OO M.<br />

M B


122<br />

I 2 ':<br />

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a<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Valores diartos da preopitacao. remperafuras do ar e sûlo durante o cido evolutwo do feiiao preto (PHHSEOLUS VULGRBS)<br />

1 ' POIW00 1-J-4J * il-S-iJ •> r<br />

Grâfico n.° 6<br />

JO<br />

3O<br />

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2O<br />

1O


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 123<br />

ValOrra dia'nos da precipitacao. temperaturas do ar e solo durante o cfclo evolutivo do feiiäo preio (PHHSEOLUS VULGBRIS)<br />

Grâfico n.° 7


124<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REXJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÈNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

tàlûres diäte da peclpfeçao. femperaturas do ar e sób durante o cfdo evoMivo do fejao pröo ( pmSEoius VUGWS)<br />

Grâflco n.« 8


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

INSTITUTOdeECOLOGIAè EXR AGRICOLAS<br />

s ECCflO<br />

PERFIL. DPl<br />

de FERTIL IDft O E do SO'L O<br />

E STflCflO mETE o R O-OGRP'RI<br />

Diaqrama volume tr ico qui m ico<br />

E scala :lc_m2= 20 K E/H Q_<br />

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- 90<br />

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- 100<br />

- 110<br />

- 120<br />

- 1J0<br />

- JitO<br />

- 150<br />

- 160<br />

- 170<br />

- 180<br />

- I9O<br />

. 200<br />

125


Il COMISSAO<br />

QUÎMICA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>


DETERMINAÇÂO POTENCIOMÉTRICA <strong>DO</strong> BORO<br />

EM CINZAS DE PLANTAS (RESUMO) *<br />

PAIVA NETTO e MARIO S. DE QUEIROZ<br />

da Secçâo de Agrogeologia do Instituto<br />

Agronômico de Campinas<br />

No presente trabalho abordamos o problema de dosagem potenciométrica<br />

do boro em cinzas de plantas, usando o elétrodo de vidro na<br />

titulaçâo. Estudamos os meios de incineraçâo do "material-planta" com<br />

relaçâo à possivel perda de boro nesse tratamento.<br />

O trabalho mostra a possibilidade de dosagem do boro, principalmen<br />

te em quantidades da'ordern 0,1 a 0,01 de mg.<br />

A questâo da separaçâo dos aniônios de açâo puffer intensa —<br />

principalmente o PO4 — foi estudada e satisfatoriamente resolvida.<br />

O trabalho ainda apresenta uma série de quadros e tabelas onde<br />

podemos observar a firmeza das titulaçôes, a nâo-perda do elemento<br />

boro do tratamento da cinza, assim como também uma série de dosagens<br />

do boro existente em diversas partes de algumas plantas.<br />

— 9 —<br />

* Publicado em Bragantia


CONTRIBUIÇÂO PARA O CONHECIMENTO<br />

DAS FORMAS DE COMBINAÇOES DE FÓSFORO<br />

NOS <strong>SOLO</strong>S <strong>DO</strong> RIO GRANDE <strong>DO</strong> SUL<br />

Dr. W. MOHR, em colaboraçâo com<br />

MILTON DA COSTA CARVALHO<br />

Laboratório de Quimica Agricola<br />

do R.G. Sul.<br />

I. PARTE GERAL<br />

É opiniâo muito difundida que os solos do Rio Grande do Sul, em<br />

gérai, sào déficientes em fósforo e, de fato, a pesquisa agronômica e<br />

a prâtica agricola demonstraram, em numerosos casos, reaçôes favorâveis<br />

das culturas as adubaçôes fosfatadas bem aplicadas. De outro<br />

lado, numerosos casos de raquitismo e osteomalacia de gado bovino,<br />

principalmente em campos hâ muito explorados, devem ser atribuidos<br />

à f al ta dêste elemento. O conhecimento do teor de fósforo nos solos, seu<br />

metabolismo e comportamento em relaçâo as plantas, é, pois, de alto,<br />

valor para a diagnose da fertilidade da terra.<br />

Os resultados das anâlises de 1.163 amostras de solos das diferentes<br />

zonas fisiogrâficas do Estado, executadas, em 1947 e 1948, no Laboratório<br />

de Quimica Agricola da Secretaria da Agricultura, Indûstria e Comércio,<br />

revelaram até agora os seguintes teores de fósforo total:<br />

< 15<br />

mg P2O5 por 100 g<br />

16 — 25. .<br />

26 — 35<br />

36 — 50.<br />

51 — 80<br />

81 — 120 ..<br />

> 120<br />

Soma<br />

Quadro n.° 1<br />

N.° de solos<br />

229<br />

302<br />

239<br />

163<br />

152<br />

46<br />

32<br />

1 163<br />

%<br />

19,7<br />

25 9<br />

20,5<br />

14,0<br />

13,1<br />

4,0<br />

2,8<br />

100,0


132 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Dividindo o Estado nas suas regiöes fisiogräficas, de acôrdo com<br />

as formaçôes geológicas prédominantes (1), os teores de fósforo total<br />

se apresentam da seguinte maneira:<br />

ZONA<br />

120mgP2O5/%<br />

Soma<br />

76 = 29,6%<br />

81 = 31,5%<br />

49 = 19,1%<br />

28 = 10,9%<br />

8 = 3,1%<br />

11 = 4,3%<br />

4 = 1,6%<br />

257<br />

I A<br />

I B<br />

29 = 24,4%<br />

32 = 26,9%<br />

29 = 24,4%<br />

7 = 5,8%<br />

13 = 10,9%<br />

119<br />

7 = 5,8%<br />

2 = 1,7%<br />

Quadro<br />

ii<br />

24 = 15,2%<br />

39 = 24,7%<br />

38 = 24,1%<br />

26 = 16,4%<br />

22 = 13,9%<br />

158<br />

4 = 2,5%<br />

5 = 3,2%<br />

n. o 2<br />

86 = 24,3%<br />

118 = 33,4%<br />

73 = 20,7%<br />

37 = 10,5%<br />

34 = 9,6%<br />

2 = 0,6%<br />

3 = 0,9%<br />

353<br />

m<br />

5 = 8,1%<br />

15 = 24,2%<br />

23 = 37,1%<br />

9 = 14,5%<br />

8 = 12,9%<br />

2 = 2,8%<br />

62<br />

IV A<br />

6 = 8,4%<br />

14 = 19,7%<br />

10 = 14,1%<br />

15 = 21,1%<br />

17 = 23,9%<br />

7 = 9,8%<br />

2 = 2,8%<br />

71<br />

IV B<br />

3 = ' 2,1%<br />

3 = 2,1%<br />

17 = 11,9%<br />

41 = 28,7%<br />

50 = 35,0%<br />

15 = 10,5%<br />

14 = 9,8%<br />

Observaçâo: Os numéros da 1.» coluna do quadro significam o seguinte:<br />

I A — Zona do litoral, com solos formados por aluviôes do granito.<br />

IB — Zona do litoral, com solos de formaçâo eólica e marinha.<br />

II — Zona do ^Escudo", onde predominam os solos formados por rochas arqueanas (granito, etc.).<br />

III — Zona dos sedimentos gondwanicos.<br />

IV A — Zona das rochas efusivas triàssicas, sub-regiâo da Campanha (parte sul-oeste).<br />

IV B — Zona das rochas efusivas triàssicas, sub-regiào da divisa das âguas (campos da Serra).<br />

IV C — Zona das rochas efusivas triàssicas, sub-regiâo com matas naturais (zona da colonizaçâo agrîcola).<br />

Método de Dosagem do "Fósforo Total"<br />

É a seguinte a técnica fixada pelo Laboratório de Quimica Agrîcola:<br />

10 g de solo fino, sêco ao ar, sâo calcinados, em cadinho, e depois<br />

extraidos, em bêcher, com 20 a 30 ml de HNO3 a 20%, fervendo-se<br />

cêrca de 1 minute Filtra-se e lava-se 4 a 5 vêzes com 20 ml dé âgua<br />

fervendo. Os filtrados reunidos sâo concentrados até cêrca de 20 ml.<br />

Adicionam-se 1 ml de HNO3 conc, 10 ml de soluçâo de NH4NO3 a 34%,<br />

ferve-se e juntam-se 10 a 20 ml de soluçâo de molibdato de amônio a<br />

3%. Aquece-se até a formaçâo compléta do precipitado amarelo, deixando-se<br />

esfriar, em seguida. Filtra-se e lava-se com H2O até a compléta<br />

neutralidade. Precipitado e filtro sâo passados num copo e dissolvidos<br />

em 20 ml (ou mais) de NaOH 1/10 normal. O excesso de NaOH é<br />

retitulado com HC1 do mesmo titulo (indicador fenolftaleina).<br />

1 ml NaOH 1/10 normal = 0,31 mg P2O8.<br />

Este método tem, certamente, suas imperfeiçôes. Assim, uma certa<br />

fraçâo do fósforo mineral, principalmente na apatita, pode escapar ao<br />

curto ataque do HNO3, mas nâo cremos que este fósforo possa influir<br />

sobre a vida vegetal. Do fosforo em ligaçao orgânica pode-se volatilizar<br />

um pouco a temperatura elevada. GASPAR GOMES DE FREITAS (2), porém,<br />

calcinando 12 amostras de solos, tanto de acôrdo com a técnica<br />

acima como misturados com nitrato de magnésio, que fixa este elemento,<br />

provou que as perdas, nas condiçôes do nosso trabalho, sâo<br />

pràticamente nulas, achando-se as diferenças observadas dentro dos<br />

limites de variaçâo inevitâveis devido a heterogeneidade natural das<br />

amostras.<br />

143<br />

IV C


ANAIS DA SEGTJNDA REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 133<br />

Apreciaçao do Valor "Fósforo Total"<br />

Os quadfos demonstram que quase a metade dos solos analisados<br />

contém menos de 25 mg de fósforo total em 100 g, e que valores altos,<br />

acima de 80 mg%, sâo encontrados sômente nuraa pequena fraçâo dos<br />

mesmos. De outro lado evidencia-se que, nos solos oriundos das efusivas<br />

triâsicas, do Trapp, os teores P2O3 total säo bem mais elevados do<br />

que nos restantes. A prâtica, porém, ensina-nos que exatamente os<br />

solos vermelhos do Trapp reagem quase sempre favoràvelmente à adubaçâo<br />

fosfatada, e que outros solos relativamente pobres produzem<br />

colheitas perfeitamente normais. Résulta que o conhecimento do teor<br />

total de fósforo é de valor restrito para a avaliaçâo da fertilidade. Verdade<br />

é que, em solos do mesmo tipo, p. ex., nos aluvionais provenientes<br />

do granito ao lado ocidental da Lagoa dos Patos, usados em larga escala<br />

para a cultura de arroz, a comparaçâo dos dados analiticos permite<br />

conclusôes bastante seguras a respeito da necessidade e intensidade<br />

da adubaçao, isto, porém, somente por possuirmos muitos dados<br />

prâticos sobre a altura das colheitas e o efeito dos adubos, correlacionados<br />

com os teores de P2OS total. Mas, querendo usar o mesmo critério<br />

em face de um outro solo, p. ex., do Trapp, corremos o risco de<br />

interpretaçâo errada.<br />

Fósforo Assmilâvel<br />

Evitar tais erros, que se podem refletir econômicamente, é uma<br />

das missöes mais delicadas do quimico agricola. Desde hâ mais de 50<br />

anos (BERNARD DYER, 1894), procuram-se, por isto, métodos capazes<br />

de indicar a quantidade do fósforo disponivel as plantas, do fósforo<br />

assimilâvel. É assustadoramente grande o numero de métodos propostos<br />

para este f im, o que, jâ por si, é uma prova de que os seus resultados<br />

sâo, em grande parte, insatisfatórios. GASPAR GOMES DE FREITAS<br />

(2), após ter experimentado e achado pouco satisfatórios os métodos<br />

de VAGELER e TRUOG, recorreu ao processo de EGNER, adaptado, por<br />

BURDENSKI, em La Estanzuela, aos solos uruguaios, para a dosagem do<br />

"P2O3 assimilâvel", numa série de 108 solos riograndenses, com o seguinte<br />

resultado*<br />

2,00<br />

Soma<br />

mg P2O5 por 100 g<br />

Quadro n.° 3<br />

N.° de solos<br />

12<br />

23<br />

32<br />

17<br />

14<br />

3<br />

5<br />

2<br />

108<br />

%<br />

11,1<br />

21,3<br />

29 6<br />

15,7<br />

13,0<br />

2,8<br />

4,6<br />

1,9<br />

100,0


134 ANAIS DA SEGTJNDA EEUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Dêstes solos, 60 säo oriundos das zonas do Trapp e 48 das outras<br />

regiöes f isiogrâf icas. Classificando-os em separado, résulta o seguinte:<br />

2,0<br />

Soma.. ..<br />

mg P2O6/%<br />

Quadro n° 4<br />

Zonas<br />

10 = = 16,7%<br />

13 = = 21,7%<br />

18 = = 30,0%<br />

8 = = 13,3%<br />

8' = 13,3%<br />

1 = 1,7%<br />

2 = = 3,3%<br />

0<br />

60<br />

do Trapp •<br />

Outras<br />

1 =<br />

13 =<br />

13 =<br />

9 =<br />

6 =<br />

1 =<br />

4 =<br />

2 =<br />

49<br />

zonas<br />

2,1%<br />

27,1%<br />

27,1%<br />

16,7%<br />

12,5%<br />

2,1%<br />

8,3%<br />

4,1%<br />

O numero das amostras nâo é suficiente para permitir conclusöes<br />

definitivas. Evidencia-se, porém, que os solos do Trapp, mais ricos em<br />

fósforo total, o teor dêste elemento solüvel no liquido Egner-Burdenski<br />

é sensivelmente inferior ao encontrado nos solos das outras zonas, o<br />

que confirma, até' certo ponto, o resultado das experiências de adubaçao.<br />

A relaçâo P2O3 total : P2O5 asimilâvel varia entre vastos limites,<br />

nas anâlises de G. G. DE FREITAS entre 222 e 9, sem que seja possivel<br />

descobrir uma norma que a rege.<br />

Finalmente, até agora nâo é via vel tirar dos valores para "fósforo<br />

assimilâvel" conclusöes qualitativas ou quantitativas a respeito da<br />

necessidade de adubaçao, pois sâo poucos cis casos em que conhecemos<br />

a produçâo de solos ao lado dêstes dados, e uma experimentaçâo em<br />

larga base nâo foi feita ainda, entre nós.<br />

Os teores de "fósforo assimilvel" parecem-nos pouco expressivos,<br />

pois, além de serem bem baixos, distinguem-se muito pouco entre si.<br />

Em 66% dos solos analisados, acham-se entre 0,5 e 1,25 mg por 100 g,<br />

0 que corresponde a cêrca de 15-37,5 kg de P2O5 na camada arâvel de<br />

1 hectare (3.000 t).<br />

II. CONSIDERACÖES SOBRE AS FORMAS E O METABOLISMO<br />

<strong>DO</strong> FÓSFORO NO <strong>SOLO</strong><br />

As quantidades do asim chamado "fósforo assimilâvel" esgotar-seiam<br />

em poucas colheitas, se nâo fôsem continuamente reformadas das<br />

réservas existentes nos solos, ou seja, do "fósforo totai". O estudo da<br />

natureza destas réservas é, pois, um complemento indispensâvel ao da<br />

sua quantidade.<br />

Hâ muito tempo se sabe que uma fraçâo mais ou menos elevada<br />

do fósforo do solo se encontra em combinaçâo orgânica. Outra parte<br />

existe em fosfatos minerais, relativamente resistentes ao ataque de<br />

agentes quimicos. Quanto ao resto, nota-se na literatura internacional<br />

a tendência de subdividi-lo em dois grandes grupos, ou sejam, o<br />

fàcilmente solüvel em âcido minerai e o adsorvido, como, entre outros,<br />

citam ROGER H. BRAY e L. T. KURTZ (3). Estes autores afirmam que a<br />

maior parte dos métodos que empregam âcidos ou âcidos tamponados<br />

a determinado pH extraem fàcilmente as formas solûveis em âcidos<br />

minerais, sendo menos eficiente na extraçâo das formas adsorvidas,<br />

salvo nos casos em que estas se acham em grande quantidade. Consi-


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 135<br />

deram as formas adsorvidas, que predominam em solos âcidos, com<br />

pH abaixo de 6, como as mais importantes para a vida vegetal, e o fósforo<br />

orgânico como fonte indireta das formas solûveis.<br />

Na prâtica do Laboratório de Quimica Agricola observamos, aliâs<br />

de acôrdo com fatos igualmente hâ muito conhecidos, que na extraçâo<br />

dos solos näo calcinados com âcidos minerais, entra sömente uma fraçâo<br />

do "fósforo total" erh soluçâo. A calcinaçào dos solos do Rio Grande<br />

do Sul multiplica, na grande maioria dos casos, varias vêzes a quantidade<br />

de P2O5 solûvel em âcidos minerais. Sem querer tirar conclusöes<br />

prematuras, temos, pois, o direito de subdividir o fósforo em dois grupos,<br />

o primeiro diretamente solûvel e o segundo solubilizâvel pela calcinaçâo.<br />

No segundo grupo acha-se, sem dûvida, o fósforo orgânico, mas,<br />

possivelmente, também fósforo mineral originalmente resistente ao<br />

âcido, pois, segundo G. S. FRAPS (4), a igniçâo pode provocar apreciâvel<br />

solubilizaçâo de fosfatos de ferro e de aluminio.<br />

O primeiro grupo inclui os fosfatos minerais do solo diretamente<br />

solûveis, possivelmente uma parte do fósforo adsorvido, e talvez pequena<br />

quantidade de compostos orgânicos produtos da hidrólise âcida. No<br />

emprêgo de âcido nitrico, de acôrdo com o método do Laboratório de<br />

Quimica Agricola, deve-se contar também com a possibilidade da oxi- "<br />

daçâo de certa parte da matéria orgânica.<br />

Fósforo Orgânico<br />

Antes de iniciar a tentativa de explicar com mais detalhes a natureza<br />

dos dois grupos do fosforo, urgem algumas consideraçôes gérais,<br />

principalmente sobre o fósforo orgânico. Tôda matéria orgânica de<br />

origem animal ou vegetal, incorporada ao solo, sofre, em primeiro lugar,<br />

a açâo destruidora dos microrganismos, bactérias, fungos e protozoarios.<br />

As proprias enzimas végétais e a acidez do solo podem hidrolisar<br />

os complexos. Nestes processos, parte dos compostos orgânicos<br />

fosfatados sâo reduzidos à forma minerai, outros aproveitados por<br />

outros microrganismos na sintese de proteinas fosfatadas. Mesmo o<br />

fósforo mineral preexistente ou formado pode entrar nos compostos<br />

orgânicos, principalmente pela atividade dos fungos. Como o nitrogênio,<br />

este elemento se acha, no solo, em perpétua transformaçao. Segundo<br />

W. I. DYER e C. L. WRENSHALL (5), o fósforo orgânico pode<br />

ocorrer, no solo, em 5 grupos de compostos, ou sejam: 1) fosfolipidios;<br />

2) glicerofosfatos e compostos semelhantes; 3) fosfoprotidios; 4) âcidos<br />

nucléicos; 5) fitina e seus derivados.<br />

Todos estes corpos sâo atacados, imediatamente, pelas enzimäs dos<br />

ïïiicrorganismos do solo.<br />

Quanto ao seu valor para a alimentaçâo das plantas, parece provado<br />

que em culturas em meio liquido os mesmos podem estimular e<br />

alimentar a planta, como demonstram SCHREINER (6), que usou âcidos<br />

nucléicos, SCHREINER e SKINNER (7) e WEISSFLOG e MENGDEHL (8) . AN-<br />

TEN (9) provou que lecitina, âcidos nucléicos e fitina säo decompostos<br />

em culturas de areia. Mas, nas condiçôes normais do desenvolvimento,<br />

as plantas näo aproveitam diretamente o fósforo orgânico em quantidades<br />

dignas de serem mencionadas. O mesmo deve ser, primeiramente,<br />

mineralizado. Conforme DYER e WRENSHALL (5), o fósforo orgânico<br />

do solo représenta uma acumulaçâo de compostos que, por qualquer<br />

razäo, säo relativamente resistentes à decomposiçao e pouco aproveitâveis<br />

pelas plantas. A estabilidade, porém, näo é absoluta, tornandose<br />

o fósforo gradualmente assimilâvel.<br />

As condiçôes do solo influem tanto sobre a rapidez da decomposiçao<br />

como sobre o grau de assimilaçâo. Solos âcidos contêm, geralmente,


136 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

um elevado teor de P orgânico, dando-se o contrario em solos neutros<br />

ou calcârios. Fitina é um dos principals compostos acumulados, entrando,<br />

em meio âcido, em combinaçôes insolûveis com sesquióxidos,<br />

que resistem à hidrólise enzimâtica.<br />

Dosagem do Fósforo Orgânir.n<br />

Para a dosagem do fósforo orgânico do solo vârios métodos foram<br />

propostos e empregados. A mineralizaçâo pela calcinaçâo direta ou na<br />

presença de Na2O2 ou Mg(NO3)2, seguida pela extraçâo com âcidos<br />

minerais fortes, jâ foi tentada (10), mas achada incerta devido à possibilidade<br />

da solubilizaçâo de fosfatos de aluminio e ferro à temperatura<br />

elevada (4), em certos solos. WRENSHALL e MACKIBBIN (11) conseguiram<br />

a extraçâo quase quantitativa do fósforo orgânico pela extraçâo<br />

com soluçâo de hidróxido de amônio quente a 5%, precedida pela<br />

lixiviaçâo do solo com âcido cloridrico. S. R. DICKMAN e E. E. TURK (10)<br />

elaboraram um método laboratorial, extraindo os solos primeiramente<br />

com âcido cloridrico diluido e tratando, depois, o residuo com âgua<br />

oxigenada a 30%, que destrói tôda a matéria orgânica, tornando o<br />

fósforo assim mineralizado solüvel em âcido minerai, sem afetar os<br />

fósfatos minerais preexistentes no solo.<br />

III. PARTE EXPERIMENTAL<br />

A diferença indistintamente observada em todos os solos do Rio<br />

Grande do Sul entre a quantidade de fósforo solûvel em HNO3, antes<br />

e depois da calcinaçâo, e a grande simplicidade dos métodos apropriados<br />

para a sua dosagem, levaram-nos a efetuar algumas pesquisas sobre<br />

a forma de combinaçâo do elemento assim solubilizado.<br />

Experiências -preliminares<br />

Tentativas da extraçâo seletiva da matéria orgânica:<br />

a) Na primeira experiência usamos um solo argiloso, de côr cinzento-escura,<br />

proveniente da cidade de Bagé, com subsolo impermeâvel,<br />

formado pelos folhelhos de formaçâo Irati. (N.° do arquivo : 49 Rel. Col.<br />

Bagé 2).<br />

Seus principais caracteristicos sâo os seguintes: Carbono: 1,68%;<br />

CaO trocâvel: 358 mg/%; S: 15,1 mV/%; T: 21,1 mV/%; pH aquoso:<br />

4,96; P2O5 total: 27,5 mg/%.<br />

Extraindo-o, sem prévia calcinaçâo, com HNO3 a 20% e dosando<br />

o fósforo de acôrdo com a técnica descrita para "Fósforo Total" na<br />

l. a parte dêste trabalho, achamos 7,8 mg P2O5/%. A diferença solubilizada<br />

pela calcinaçâo é, pois, 19,7 mg/%.<br />

Esgotamos 20 g dêste solo, sêco a 105° C, no Soxhlet, com éter,<br />

resultando 0,09% de extrato amarelo-claro transparente, fàcilmente inflamâvel<br />

e queimando sem deixar nenhum residuo minerai, por conseguinte<br />

livre de fósforo. O residuo da extraçâo etérica foi extraido, em<br />

balâo Erlenmeyer fechado, durante 48 horas, sacudindo-se freqüentemente,<br />

com 100 ml de uma mistura de partes iguais de piridina e âgua,<br />

filtrado na trompa por um funil Büchner com papel de filtro e varias<br />

vêzes lavado com 20 ml do liquido extrator, até a obtençâo de um filtrado<br />

incolor. Os filtrados reunidos foram submetidos a destilaçâo,<br />

até a compléta eliminaçâo da piridina e do liquido aquoso evaporado<br />

em banho-maria e depois sêco a 105° C. Resultou 0,446% de um residuo<br />

lustroso, de côr marron-escura, que, depois de calcinado, deixou<br />

0,085% (do peso do solo) de uma cinza ferruginosa. Extraida com<br />

âcido nitrico, a massa se revelou isenta, de P2Og.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REÜNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 137<br />

O residuo da extraçao com piridina foi extraido com 100 ml da<br />

soluçâo de NH4OH a 6%, em balâo fechado, aquecendo-se em banhomaria,<br />

até o limite da resistência da rôlha à pressâo. Nâo aceitando<br />

coloraçâo, o liquido foi abandonado.<br />

Ficou, pois, provado que o tratamento seletivo do solo natural com<br />

éter, piridina e hidróxido de amônio nâo extrai o fósforo orgânico.<br />

b) A fim de libertär os "âcidos hûmicos", 20 g do mesmo solo<br />

sêco usado na experiência a foram, agora, primeiramente extraidos, em<br />

banho-maria, durante 4 horas com HC1 a 5%, filtrados e lavados. O<br />

residuo, depois de sêco, foi extraido, consecutivamente, com éter, piridina-âgua<br />

e NH4OH a 6%, conforme descrito sob a.<br />

Para a purificaçâo amoniacal tornou-se necessâria uma prolongada<br />

centrifugaçâo, com 3.500 rotaçôes. O extrato foi evaporado e o<br />

residuo calcinado. A cinza foi extraida com 20 ml de HNOa a 20%, e<br />

a dosagem executada idênticamente à do "fósforo total".<br />

Obtivemos os seguintes valores:<br />

Extrato total em % do<br />

solo . .<br />

Cinza dos extratos %<br />

do solo<br />

Fósforo mg P2O5/%..<br />

Com<br />

HC1<br />

8,1<br />

Quadro n.°<br />

Com<br />

éter<br />

0,195<br />

0,001<br />


138 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

No extrato nâo encontramos nem vestigios de P2O5.<br />

O resultado dessas experiências preliminares é o seguinte:<br />

No solo em aprêço, tanto o HC1 a 5% como o HNO3 a 20% exercem<br />

o mesmo poder extrativo do P2O5; o fósforo que se torna solüvel<br />

pela calcinacäo é de natureza exclusivamente orgânica. Para a extraçao<br />

direta da matéria fosfatada orgânica é preciso uma prévia extraçao<br />

com âcido minerai; no éter o fósforo orgânico é, pràticamente, insolûvel;<br />

na mistura piridina-âgua entra só a quarta parte, mais ou menos,<br />

mas o hidróxido de amônio quente a 6% dissolve, pràticamente, a totalidade<br />

dos compostos fosfatados orgânicos. O tratamento do solo<br />

previamente extraido com HC1 a 5% pela âgua oxigenada liberta uma<br />

quantidade de P2O5 orgânica igual à extraida pelo NH4OH, mas parece<br />

que os compostos orgânicos fosfatados resistem muito à oxidaçâo,<br />

mineralizando-se só na sua fase final.<br />

Estes resultados estimularam-nos a procurar a sua confirmaçâo<br />

em outras amostras de solo.<br />

ƒ) Dois subsolos da zona de Bagé, folhelhos cinzentos em decomposiçâo,<br />

da formaçâo Irati (49/Rel. Col. Bagé 3 B e 4 B), isentos de<br />

carbono, foram extraidos, antes e depois da calcinacäo, com HNO3<br />

a 20%.<br />

3 B. .<br />

4 B<br />

Resultado:<br />

Quadro n.° 6<br />

Nâo calcinado<br />

57,7 mg P2O5/%<br />

144,7 ><br />

Calcinado<br />

55,9 mg P2O5/%<br />

146,1 »<br />

Neste caso, a igniçâo nâo exerce nenhuma influência sobre a solubilidade<br />

do P2O5, prova, em sentido negativo, da influência do complexo<br />

orgânico na fixaçâo do elemento.<br />

g) Procurando uma correlaçâo entre o fósforo solûvel sem calcinacäo<br />

e o "assimilâvel", extraimos 10 g do mesmo solo com 100 ml<br />

de uma mistura de uma parte de âcido oxâlico normal e 3 partes de<br />

oxalato de potâssio normal, de acôrdo com a técnica de Campinas. A<br />

fim de trabalhar em igualdade de condiçôes com as outras experiências,<br />

evaporamos o filtrado e as âguas de lavagem, calcinando, depois,<br />

o residuo e extraindo-o com 20 ml de HNO3 a 20%. Neste extrato nâo<br />

foi possivel obter um precipitado fosfomolibdico, o que prova que o<br />

seu teor de fósforo era abaixo de 0,5 mg P2O5/%. Em solos desta natureza,<br />

o método Campinas nâo dâ resultado.<br />

Resultado da dosagem do P«O5, extraido por dijerentes métodos,<br />

em vârios solos sulriograndenses<br />

Aproveitando os resultados das experiências preliminares, dosamos<br />

em vârios solos de dif eren tes regiôes do Estado: 1) o "fósforo total";<br />

2) o solûvel em HNO3 a 20% sem prévia calcinacäo; 3) o solûvel<br />

em NH4OH a 6%, após prévia extraçao das amostras com HNO3 a 20%;<br />

4) o resutlante da destruiçâo da matéria orgânica com H2O2 a 30%<br />

na amostra previamente extraida com HNO3 a 20%; 5) o extraido pelo<br />

método "Campinas". Para obter resultados comparâveis, usamos sempre<br />

o processo volumétrico na "Dosagem do Fósforo Total". Seguem<br />

os resultados.


1)<br />

2)<br />

3)<br />

4)<br />

5)<br />

6)<br />

7)<br />

8)<br />

9)<br />

10)<br />

11)<br />

12)<br />

Numero<br />

do<br />

arquivo*<br />

2<br />

23<br />

17<br />

24<br />

49/80<br />

49/82<br />

49/33<br />

49/28<br />

49/11<br />

49/84<br />

XIII/8<br />

XIII-II<br />

PROCEDÊNCIA<br />

Bagé<br />

Bagé<br />

Bagé<br />

Taquari<br />

Porto Alegro......<br />

Caçapava do Sul..<br />

Sâo Gabriel<br />

Aparados da Serra.<br />

Porto Alegre<br />

Passo Fundo<br />

Formaçào<br />

geológica<br />

Folhelhos do Irati. .<br />

Arenito do Tubarâo.<br />

Aluviâo<br />

Granito<br />

Arenito<br />

Trapp<br />

Granito<br />

Trapp<br />

Quadro n.° 7<br />

C<br />

%<br />

1,68<br />

2,52<br />

1,98<br />

1,14<br />

1J4<br />

3,09<br />

2,73<br />

2,10<br />

2,76<br />

0,63<br />

2,16<br />

1,62<br />

CaO<br />

pH<br />

troc.<br />

me/100g me/100g aquoso<br />

mg/100g<br />

1) total 2) NO3<br />

mg PA/lOOg<br />

Difer.<br />

1-2<br />

3)<br />

NH4OH 4) H2O2<br />

5)<br />

Oxalato<br />

• 49/Relatório de Colonizaçao de Bagé.<br />

No qiiadro n.° 8, que segue, citamos, ao lado de certos dados destinados a caracterizar os solos, os reaultados das dosagens do fósforo extrafdo com NO3, a 20%, tanto antes como depois da calcinaçâo.<br />

358<br />

378<br />

230<br />

137<br />

101<br />

185<br />

171<br />

120<br />

17<br />

28<br />

112<br />

232<br />

15,1<br />

21,1<br />

12,0<br />

6,6<br />

5,6<br />

10,2<br />

10,2<br />

5,4<br />

1,6<br />

•1,2<br />

4,8<br />

12,7<br />

21,1<br />

30,5<br />

17,8<br />

11,1<br />

10,0<br />

12,0<br />

21,8<br />

12,0<br />

14,8<br />

3,4<br />

12,6<br />

16,3<br />

4,96<br />

4,95<br />

5,33<br />

5,44<br />

6,04<br />

7,59<br />

6,28<br />

6,66<br />

5,02<br />

5,07<br />

5,70<br />

7,10<br />

27,5<br />

39,4<br />

47,8<br />

17,7<br />

60,7<br />

109,0<br />

77,5<br />

82,5<br />

84,5<br />

7,1<br />

93,3<br />

98,0<br />

7,8<br />

7,7<br />

10,5<br />

10,1<br />

25,4<br />

81,8<br />

4,7<br />

29,7<br />

9,9<br />

1,7<br />

0,9<br />

19,7<br />

31,7<br />

37,3<br />

7,6<br />

34,3<br />

27,2<br />

72,8<br />

52,8<br />

74,6<br />

91,6<br />

97,1<br />

18,5<br />

6,9<br />

31,0<br />

75,9<br />

56,1<br />

22,3<br />

4,6<br />

52,1<br />

53,6<br />

18,6<br />

29,8<br />

39,1<br />

6,2<br />

35,3<br />

52,4<br />


00<br />

o<br />

! O"<br />

140 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUN1ÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

»-T oo" CT" r-T t>T r~" Th" co" co"<br />

rt I-< ^ CO —I Tj< CN<br />

2 - S<br />

•2 I § t--" o" t-~ od" cT r-T oo" oo"<br />

l<br />

co" r--" ^~ rt." m CM" O" —" •*" co" •*" co" o" -*" TJ


Numero<br />

37.<br />

38.<br />

39.<br />

40.<br />

41.<br />

42.<br />

43.<br />

44.<br />

45.<br />

46.<br />

47.<br />

48.<br />

49-.<br />

50.<br />

51.<br />

52.<br />

53.<br />

54.<br />

55.<br />

56.<br />

57.<br />

58.<br />

59.<br />

60.<br />

61.<br />

62.<br />

63.<br />

64.<br />

65.<br />

66.<br />

67.<br />

68.<br />

69.<br />

70.<br />

Numéro<br />

do<br />

registre<br />

49/56<br />

49/56<br />

49/58<br />

49/48<br />

49/51<br />

49/7<br />

49/31<br />

49/32<br />

49/8<br />

49/79<br />

49/33<br />

49/28<br />

49/82<br />

49/50<br />

49/81<br />

49/95<br />

49/77<br />

49/77<br />

49/77<br />

49/73<br />

49/86<br />

49/75<br />

49/42<br />

49/76<br />

XIII-8<br />

XIII-11<br />

49/49<br />

XIV-12<br />

XIV -9<br />

49/42<br />

49/92 .<br />

49/89<br />

49/80<br />

49/80<br />

Perda ao rubio 52,7%.<br />

MUNICIPIO<br />

Alegrete<br />

Alegrete<br />

Sâo Gabriel<br />

Urugauaiana<br />

Cacequi<br />

Caeequi<br />

Lavras do Sul<br />

Caçapava do Sul. . .<br />

Caçapava do Sul....<br />

Caçapava do Sul....<br />

Caçapava do Sul....<br />

Sâo Gabriel...<br />

Porto Alegre<br />

Viamào-Itapoâ<br />

Osório<br />

S. José do Norte.. .<br />

Osório<br />

Osório<br />

Osório<br />

Rio Pardo<br />

Rio Pardo<br />

Palmeira das Missôes<br />

S. Luis de Gonzaga. .<br />

Santo Angclo<br />

Passo Fundo<br />

Passo Fundo<br />

Carazinho<br />

Cruz Alta<br />

Cruz Alta<br />

Aparados da Serra. .<br />

Taquara<br />

Camaquâ<br />

Taquarf<br />

Passo Fundo<br />

Formaçâo geológioa<br />

Arenito Botucatu divisa<br />

do Trapp....<br />

Arenito Botucatu divisa<br />

do Trapp....<br />

Passa Dois<br />

Arenito Botucatu.. .<br />

Rio do Rastro<br />

Rio do Rastro<br />

Granitos<br />

Granitos<br />

Granitos<br />

Granitos<br />

Granitos<br />

Granitos<br />

Aluviâo<br />

Granitos<br />

Aluviâo humoso<br />

Areia do Mar<br />

Areia do Mar<br />

Areia do Mar<br />

Areia do Mar<br />

Rio do Rastro<br />

Rio do Rastro<br />

Trapp<br />

Trapp<br />

Trapp<br />

Trapp<br />

Trapp<br />

Arenito?<br />

Trapp<br />

Trapp<br />

Trapp<br />

Trapp<br />

Aluviöes<br />

Aluviöes<br />

Trapp<br />

C<br />

%<br />

1,77<br />

1,53<br />

1,02<br />

0,96<br />

1,38<br />

1,05<br />

2,49<br />

2,13<br />

0,72<br />

1,59<br />

2,73<br />

2,10<br />

3,09<br />

1,98<br />

(*)<br />

0,81<br />

0,93<br />

0,54<br />

0,84<br />

1,17<br />

0,9<br />

1,14<br />

1,44<br />

1,58<br />

2,16<br />

1,62<br />

0,78<br />

1,44<br />

0,93<br />

2,76<br />

1,29<br />

1,14<br />

1,74<br />

1,74<br />

CaO<br />

trocävel<br />

mg/100g<br />

192<br />

274<br />

17<br />

42<br />

70<br />

28<br />

143<br />

180<br />

25<br />

85<br />

171<br />

120<br />

185<br />

17<br />

228<br />

28<br />

208<br />

25<br />

36<br />

56<br />

146<br />

59<br />

112<br />

112<br />

232<br />

28<br />

73<br />

90<br />

17<br />

227<br />

22<br />

101<br />

101<br />

S<br />

me/100g<br />

7,4<br />

6,6<br />

4,0<br />

1,2<br />

2,6<br />

1,8<br />

7,2<br />

9,8<br />

2,0<br />

4,5<br />

10,2<br />

5,4<br />

10,2<br />

0,8<br />

10,9<br />

1,6<br />

1,6<br />

3,0<br />

8,0<br />

3,8<br />

8,0<br />

4,8<br />

12,7<br />

2,0<br />

3,6<br />

5,6<br />

1,6<br />

15,8<br />

1,5<br />

5,6<br />

5,6<br />

T<br />

me/100g<br />

10,8<br />

11,0<br />

6,8<br />

3,6<br />

6,0<br />

5,7<br />

15.4<br />

15,8<br />

4,2<br />

11,6<br />

21,8<br />

12,0<br />

12,0<br />

8,0<br />

43,0<br />

7,2<br />

4,8<br />

8,4<br />

10,6<br />

9,6<br />

10,6<br />

12,6<br />

16,3<br />

7,8<br />

8,8<br />

13,8<br />

14,8<br />

20,2<br />

6,5<br />

10,0<br />

10,0<br />

PH<br />

aquoso<br />

5,35<br />

5,46<br />

4,50<br />

6,13<br />

5,84<br />

6,21<br />

5,76<br />

5,91<br />

5,43<br />

5,22<br />

6,28<br />

6,66<br />

7,59<br />

4,85<br />

4,77<br />

5,59<br />

5,60<br />

5,24<br />

5,38<br />

5,33<br />

4,94<br />

5,60<br />

4,53<br />

5,48<br />

5,70<br />

7,10<br />

5,10<br />

4,60<br />

4,74<br />

5,02<br />

5,97<br />

5,20<br />

6,04<br />

1) Fósforo<br />

total<br />

mg P2O6<br />

21,4<br />

41,2<br />

43,7<br />

12,1<br />

27,9<br />

15,2<br />

64,2<br />

47,1<br />

16,1<br />

33,8<br />

77,5<br />

82,5<br />

109,0<br />

24,5<br />

92,4<br />

29,8<br />

8,7<br />

5,9<br />

10,0<br />

16,2<br />

17,9<br />

47,1<br />

26,7<br />

72,8<br />

93,3<br />

98,0<br />

23,8<br />

37,5<br />

31,0<br />

83,7<br />

48,4<br />

12,1<br />

60,7<br />

38,1<br />

2) Fósforo<br />

sol. em<br />

calcinar<br />

10,8<br />

12,1<br />

2,7<br />

9,2<br />

8,1<br />

6,2<br />

16,1<br />

18,9<br />

2,5<br />

7,4<br />

4,7<br />

29,7<br />

81,8<br />

5,0<br />

20,9<br />

8,0<br />

1,2<br />

0,3<br />

1,6<br />

2,7<br />

5,9<br />

0,9<br />

3,1<br />

15,5<br />

1,7<br />

0,9<br />

7,4<br />

2,8<br />

1,5<br />

9,9<br />

5,6<br />

4,0<br />

25,4<br />

6,2<br />

Diferença<br />

1—2<br />

10,6<br />

29,1<br />

41,0<br />

2,2<br />

18,8<br />

9,0<br />

48,1<br />

28,2<br />

13,6<br />

26,4<br />

72,8<br />

52,8<br />

27,1<br />

19,5<br />

71,5<br />

21,8<br />

6,5<br />

5,6<br />

8,4<br />

13,5<br />

11,9<br />

46,2<br />

23,6<br />

57,3<br />

91,6<br />

97,1<br />

16,4<br />

34,7<br />

29,5<br />

73,8<br />

42,8<br />

8,1<br />

35,3<br />

31,9<br />

Fósforo<br />

sol. HNO3<br />

om % do<br />

total<br />

50,5<br />

29,4<br />

6,2<br />

76,0<br />

29,0<br />

40,8<br />

25,1,<br />

40,1<br />

15,5<br />

21,9<br />

6,1<br />

36,0<br />

75,0<br />

20,4<br />

22,6<br />

26,8<br />

13,8<br />

5,1<br />

16,0<br />

16,7<br />

32,8<br />

19,1<br />

11,6<br />

21,3<br />

1,8<br />

0,9<br />

31,1<br />

7,3<br />

4,9<br />

11,8<br />

11,6<br />

33,1<br />

41,7<br />

16,3<br />

><br />

M<br />

CO<br />

2<br />

&<br />

n<br />

w<br />

a<br />

M<br />

5Ö<br />

H<br />

><br />

M><br />

o<br />

01<br />

o<br />

tr 1<br />

O


142 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

INTERPRETAÇÂO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S<br />

O resultado transcrito no quadro n.° 7, apesar do seu pequeno numéro,<br />

permitem a conclusâo que, nos solos oriundos de sedimentos gondwânicos<br />

(ns. 1, 2, 3, 4 e 8), de rochas graniticas (ns. 7 e 10) e nos<br />

aluvionais (ns. 5 e 6) o fósforo insolüvel em âcidos minerais acha-se,<br />

predominantemente, em forma orgânica, pois a quantidade que se<br />

torna solûvel pela igniçâo e, dentro dos limites dos erros admissiveis<br />

e inevitâveis, igual à solûvel no NH4OH ou à solubilizada pela oxidaçâo<br />

com H2O2, nos dois casos após prévia extraçâo.<br />

Nos solos vermelhos, côr de tijolo, da zona do Trapp, do planalto,<br />

porém (ns. 9, 11 e 12), a quantidade do fósforo orgânico é inferior à<br />

diferença entre o fósforo extraido depois e antes da calcinaçâo, o que<br />

é uma prova que parte dêste ultimo se acha em combinaçâo minerai,<br />

solubilizâvel por igniçâo, confirmando assim as afirmaçôes de FRAPS (4).<br />

A extraçâo com oxalato (liquido do método Campinas) forneceu<br />

em 9 casos resultados negativos, quer dizer, quantidades de fósforo<br />

abaixo de 0,5 mg/% très solos, porém, dois aluvionais, dos quais um<br />

fortemente humoso e ümido do Trapp, contêm apreciâveis e até altas<br />

quantidades dêste elemento com o referido grau de solubilidade, sem<br />

que nos tivesse sido possivel descobrir, até agora, a causa de tâo estranho<br />

fenômeno.<br />

O quadro n.° 8, com os resultados da anâlise de 70 amostras de<br />

solos, dos quais os primeiros 31 de uma zona de cêrca de 1.000 km 2 ,<br />

ao sul de Bagé, detalhadamente estudada pelo Laboratório de Quimica<br />

Agricola, indica que a quantidade de fósforo diretamente solûvel, que'<br />

podemos, sem errar muito, chamar de "fósforo mineral", varia dentro<br />

de vastos limites, ou sejam, 0,3 mg. e 41,8 mg/%. Quanto à percentagem<br />

do fósforo total, a mesma oscila entre 0,9% e 81,1%, sendo mais<br />

elevada em solos neutros e levemente âcidos do que nos âcidos, e<br />

aumentando com o decréscimo do teor de carbono. Sabemos, por intermédio<br />

de observaçôes próprias e informaçôes, que os solos com alto<br />

teor de "fósforo mineral" säo, na sua maioria, de boa fertilidade, enquanto<br />

outros, mesmo sendo ricos em "fósforo total", como o n.° 61,<br />

do Trapp, reagem fortemente à adubaçâo fosfatada. Por estas razôes<br />

consideramos o "fósforo mineral" um dos indices mais importantes<br />

da fertilidade do solo.<br />

CONCLUSÖES GERAIS<br />

No presente trabalho demonstramos, com a citaçâo resumida de<br />

mais de 1.000 resultados analiticos, que a dosagem do "fósforo total"<br />

é de valor simplesmente regional e restrito para a avaliaçâo da fertilidade<br />

momentânea dos solos do Rio Grande do Sul. Também os diferentes<br />

métodos de dosagem do "fósforo trocâvel" ou "assimilâvel"<br />

fornecem resultados pouco expressivos. A explicaçâo natural dêstes<br />

fatos lamentaveis résulta da seguinte reflexâo : O edafologista, querendo<br />

fazer pesquisas da fertilidade do solo com métodos quimicos, é obrigado<br />

a tentar, com recursos que permitem o esclarecimento de problemas estâticos,<br />

a soluçâo de processus de ordern dinâmica. Isto, evidentemente,<br />

é tâo pouco possivel como o câlculo de uma curva através do conhecimento<br />

de só um ponto da mesma.<br />

Quanto aos compostos do fósforo do solo, os mesmos acham-se em<br />

continua transformaçâo de uma forma para outra, correndo paralelamente<br />

a sintese dos corpos orgânicos pelos microrganismos, a decomposiçâo<br />

ou mineralizaçâo dos mesmos por outras classes de micróbios, a


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 143<br />

adsorçâo pelos colóides, a assimilaçâo pelas plantas no seu metabolismo<br />

antagônico com o sistema coloidal, a solubilizaçâo dos fosfatos pelos<br />

âcidos do solo e outros processus, talvez desconhecidos ainda, resultando<br />

sempre compostos de diferentes qualidades quimicas e fisicas.<br />

Prever quai é a quantidade disponivel as plantas durante o ciclo vegetativo<br />

talvez seja possivel pelo emprêgo de métodos biológicos. Qualquer<br />

processo quimico, porém, só indica a quantidade de fósforo de determinada<br />

solubilidade existente no momento da extraçâo.<br />

Mas sabemos que as plantas se abastecem, predominantemente, do<br />

fósforo mineral; podemos afirmar que o fósforo diretamentè solüvel no<br />

HNO3 a 20% é quase totalmente de compostos minerais e, mais ainda,<br />

que nos solos férteis e ativos a quantidade dêste fósforo mineral é sempre<br />

relativamente alta, perfazendo também elevada percentagem do<br />

total.<br />

O seu conhecimento é, inegàvelmente, de grande valor diagnóstico<br />

da fertilidade momentânea, pois indica a fraçâo da quai a planta pode<br />

tirar o elemento necessârio para a sua vida e desenvolvimento. Quanto<br />

mais elevada esta fraçâo, tanto maior a probabilidade de um desenvolvimento<br />

vegetal normal. De outro lado, é igualmente importante conhecer<br />

o "fósforo total", para avaliar as réservas e futuras possibilidades<br />

dos solos. Na maior parte dos solos do Rio Grande do Sul, a diferença<br />

entre o "fósforo total" e o "mineral" é quase idêntica ao "fósforo<br />

orgânico, eu ja mineralizaçâo pode ser ajudada por medidas culturais<br />

adequadas.<br />

Propomos, por estas razôes, a dosagem das duas formas de fósforo,<br />

extraindo o solo tanto antes como depois da calcinaçâo com HNO3 a<br />

20%, a f im de obter, pelo menos, dois pontos percorridos pela curva<br />

irregular do metabolismo dêste elemento no solo.<br />

Porto Alegre, em julho de 1949.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

1. CASTRO NOGUEIRA, PAULO DE — "Regiôes Fisiogrâficas do Estado do Rio Grande<br />

do Sul". Boletim "Geologia e Metalurgia" n.° 5 — 1948 — Centro Morais<br />

Rêgo — Säo Paulo — Brasil.<br />

2. GOMES DE FREITAS, GASPAR — "Do Fósforo na Terra e sua Dosagem", apresentado<br />

a l. a Reuniâo Brasileira de Ciência do Solo, realizada no Rio de<br />

Janeiro, em outubro de 1947.<br />

3. BRAY, R.H. and KURTZ, L.T. (Illinois Agr. Exp. Sta.) — "Determination of<br />

Total, Organic, and Available Forms of Phosphorus in Soils". Soil Sei.<br />

59.1945 : 39.<br />

4. FRAPS, G.S. — "Organic Phosphorus Acid in Soils". Tex. Agr. Exp. Sta. —<br />

Bol. 136, 1911.<br />

5. DYER, W:J. and WRENSHALL, C.L. — MacDonald College — "Organic Phosphorus<br />

in Soils". Soil Sei. 51.1941 : 159, 235, 323.<br />

6. SCHREINER. "Organic Phosphorus in Soils". Journ. Amer. Soc. Agron. 15 : 117.<br />

7. SCHREINER and SKINNER. U.S. Depart. Agr. Bur. Soils. Bui. 87, 1912.<br />

8. WEISSFLOG e MENGDEHL. "Planta". 19, 1933 : 182.<br />

9. ANTEN; Soil Sei. 16, 1922 : 281.<br />

10. DICKMANN, S.R. and DE TURK, E.E. (Illinois Agr. Exp. Sta.) — "A Method<br />

for ,the Determination of Organic Phosphorus of Soils". Soil Sei. 45,<br />

1938 : 29.<br />

11. WRENSHALL, C. L. and MACKIBBIN, R. R. Canadian Journ. Res. (B) 15.<br />

1937:475.


<strong>DO</strong>SAGEM <strong>DO</strong> MAGNÉSIO PELA 8-HIDROXIQUINOLINA<br />

(RESUMO) *<br />

ALFRE<strong>DO</strong> KÜPPER<br />

Secçâo de Agrogeologia do Instituto<br />

Agronômico de Campinas<br />

Descreve-se a 8-hidroxiquinolina, sua aplicaçâo na precipitaçâo de<br />

diversos cations e seu emprêgo na anâlise gravimétrica, volumétrica e<br />

colorimétrica do magnésio.<br />

Conclui-se pela vantagem do método volumétrico-bromométrico<br />

para a dosagem do magnésio, tanto para o magnésio trocâvel em solos,<br />

como para o magnésio total em solos, em rochas e em cinzas de plantas,<br />

por ser de fâcil execuçâo e por ser mais râpido e mais sensivel do que a<br />

dosagem do magnésio como fosfato de amônio e magnésio.<br />

Apresenta-se a relaçâo das soluçoes necessârias para o emprêgo do<br />

método preconizado, um esquema da marcha analitica e bibliografia.<br />

— 10 —<br />

* Publicado em Bragântia.


CONSERVAÇÂO <strong>DO</strong> TEOR DE NITRATOS<br />

NA AMOSTRA DE TERRA<br />

I — INTRODUCÄO<br />

FRANCISCO DA COSTA VERDADE<br />

Seccäo de Agrogeologia<br />

Institute» Agronômico de Campinas<br />

Dos constituintes do solo, säo os nitratos os que sofrem maiores<br />

variaöes no tempo, por serem influenciados por numerosos fatôres<br />

como: tipo de solo (33, 11), umidade (12, 8, 29, 31), eulturas anteriores<br />

e présentes (11, 16, 19, 32, 33), tipo de vegetaçâo (11), quantidade<br />

e composiçâo da matéria orgânica (4, 11, 17, 19, 33), chuvas (33, 12),<br />

reaçâo do solo (31, 33), abundâneia dos constituintes inorgânicos<br />

(31, 33), arejamento (11, 12), adubaçôes (8, 11, 19), enterrio dos residuos<br />

(8, 18), atividade microbiana (2) e outras causas que nâo se<br />

explicam pela alteraçâo daqueles fatôres.<br />

As oscilaçôes dos teores säo grandes, mesmo para pequenas âreas.<br />

WAYNICK, citado por STARKEY (33), encontrou variaçôes de 1,0 a 4,5<br />

mg de nitrogênio nitrico por 100 g de solo numa ârea de 50 pés de raio,<br />

resultados êsses confirmados por WAKSMAN (34). BLANEY e SMITH (5)<br />

indicam que para se ter uma idéia do teor de nitratos de canteiros, devido<br />

à variabilidade, é necessârio tomar um minimo de 50 amostras<br />

para canteiros de superficie de 1/30 acres. PRINCE (25), por experiências,<br />

concluiu que a oscilaçâo dos teores de nitratos em canteiros de<br />

1/20 acres vai de 13 a 42% .<br />

No tempo, as alteraçôes sâo muito grandes (13), bastando ver a<br />

coletânea realizada por BATHAN e NIGAN (3). Essas variaçôes também<br />

ocorrem em tempos muito curtos, assim, THORNTON e GRAY, citado por<br />

STARKEY (33), encontraram em 2 horas variaçôes de 35 e 14 p.p.m.<br />

em um caso, e em outro, de 26 a 50 p.p.m..<br />

Ao se retirar uma amostra do campo para estudo de nitratos, conforme<br />

a distâneia até o laboratório, haverâ mudança dos fatôres acima<br />

descritos, e consequente diferença dos teores de N-nitrico, cuja dosagem<br />

nào mais refletirâ as condiçôes originais.<br />

Concluimos que as dosagens devem ser feitas o mais ràpidamente<br />

possivel, isto é, colhida a terra, deve ser imediatamente dosada. Como<br />

ó Institute Agronômico possui uma rêde de Estaçôes Experimentais<br />

para estudar as condiçôes agronômicas do Estado, qualquer trabalho<br />

sobre nitratos estarâ condicionado à conservaçâo da amostra.<br />

A pesquisa bibliogrâfica forneceu-nos poucos dados positivos.<br />

Os métodos mais recentemente descritos, A. O. A. C. (1) e PRINCE<br />

(26) nâo abordam quaisquer precauçôes e partem do solo sêco ao ar.<br />

PIPER (22) recomenda uma secagem râpida se o solo nâo puder ser<br />

dosado logo, como também indica o emprêgo de toluol como antissepti-


148 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

co, apesar dé achar que hâ algumas düvidas a respeito do ultimo tratamento.<br />

WHITING e outros (36) acham que, colocando a terra fresca num<br />

vaso e adicionando 8-10 gôtas ou mais de toluol, e fechando bem, ela<br />

pode ser transportada a grande distância. Amostras sem tolueno aumentavam<br />

o teor, quando a umidade era pequena, e diminuiam, quando<br />

saturadas.<br />

SACHS (30), nos seus estudos sobre nitratos, faz a secagem da terra<br />

numa estufa a 105°C, donde tira as quantidades para dosar.<br />

KELLEY (14) emprega clorofórmio para o mesmo f im.<br />

PEESCOTT e PIPER (24) utilizam-se duma estufa a 55-60° C para quebrar<br />

a nitrificaçâo.<br />

HALL (12) assinala que nâo hâ variaçôes, quando o solo é sêco ao<br />

ar, em camadas muito finas. Depois de 28 dias, as anâlises foram<br />

idênticas dentro do êrro experimental.<br />

Outros autores estudaram a questâo de antissépticos sobre o poder<br />

de nitrificaçâo . A inibiçâo poderâ também afetar o fenômeno biológico<br />

de absorçâo ou produçâo de nitratos e, portante, servir de base<br />

para a conservaçâo da amostra.<br />

Du BUISSON (6), estudando o efeito do alcool e tolueno sobre o poder<br />

de nitrificaçâo, achou que ambos têm capacidade de inibir durante 6<br />

semanas. O éter apresentava os mesmos resultados, e conclui que os<br />

antissépticos volâteis têm aquela propriedade.<br />

WAKSMAN e STARKEY (35) acharam que o tolueno diminui os microrganismos<br />

do solo.<br />

RÜSSEL e HUTCHINSON (28), ao estudarem as causas que aumentam<br />

a produçâo no caso de esterilizar o solo, verificaram que a secagem a<br />

98° C, durante 3 horas, diminui o teor de nitratos de acôrdo com a percentagem<br />

de âgua. Solos tratados com tolueno mantêm os mesmos<br />

teores, e os nâo tratados aumentam.<br />

Baseados nesses trabalhos, procuramos estudar o assunto, utilizando-nos<br />

de solos da Fazenda Santa Eliza, tipo Terra Roxa (glacial),<br />

e para a dosagem dos nitratos, o método do âcido fenoldissulfônico,<br />

cuja marcha é descrita num trabalho apresentado a esta Reuniâo<br />

de Solos.<br />

2 — ESTU<strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S PROCESSUS DE CONSERVAÇÂO <strong>DO</strong> TEOR<br />

DE NITRATOS DA AMOSTRA<br />

Em qualquer caso, a terra coletada no campo era trazida ao laboratório<br />

bem misturada, dosada em NO~ e percentagem de umidade. Enquanto<br />

isso se processava, o restante da terra era distribuida para os<br />

diversos tratamentos. Qualquer dosagem era sempre acompanhada de<br />

determinaçôes da percentagem de umidade a 110°c, de modo que as<br />

quantidades de nitratos fôssem sempre referidas em Eq.^ig por 100 g<br />

de solo sêco a 110°C.<br />

2.1 — Conservaçâo das amostras pela secagem imediata na estufa<br />

a 110°C<br />

A terra, ao mesmo tempo que sofria a dosagem inicial, era colocada<br />

em capsulas de porcelana, introduzidas na estufa e deixadas, até ficar<br />

sem umidade. Seca, era colocada no dessecador e, após fria, dosada<br />

novamente. Os resultados dêste tipo de conservaçâo verificamos no<br />

Quadro 1.


1<br />

2<br />

3<br />

4 5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10 '<br />

AMOSTRA<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 149<br />

QUADRO 1<br />

Conservaçâo dos nitratos na amostra sêca a 110° C<br />

% deumidade<br />

inicial<br />

13,97<br />

18,40<br />

14,30<br />

15,06<br />

15,67<br />

17,43<br />

10,22<br />

15,76<br />

15,01<br />

18,75<br />

(*) Sobre 100g de terra seoa a 110° C,<br />

Eq. Mg<br />

NO 3 amostra<br />

inicial (*)<br />

1,2<br />

19,6<br />

100,6<br />

42,2<br />

4,5<br />

3,5<br />

2,1<br />

4,3<br />

3,6<br />

43,6<br />

Eq. ßg<br />

NO 3 após<br />

secagem<br />

inicia! (*)<br />

6,1<br />

8,9<br />

78,1<br />

30,5<br />

5,0<br />

9,4<br />

5,0<br />

3,9<br />

5,7<br />

31,7<br />

Eq. ßg<br />

NO 3 5 dias<br />

após<br />

secagem (*)<br />

86<br />

12,9<br />

96,6<br />

34,0<br />

6,7<br />

10,4<br />

11,4<br />

11,7<br />

10,3<br />

35,9<br />

Eq ßg<br />

NO 3 10 dias<br />

após<br />

secagem (*)<br />

7,0<br />

5,7<br />

8,6<br />

4,4<br />

6,7<br />

31,5<br />

Esta maneira de conservar a amostra apresenta erros apreciâveis.<br />

Pela anâlise dos resultados, parece-nos que hâ uma diminuiçâo de nitratos,<br />

quando a umidade é acima de 14%, e aumento, quando menor.<br />

Parece, também, existir aumento quando os teores sâo muito baixos, e<br />

tendência para diminuir, quando säo altos. Nâo encontramos explicaçôes<br />

para as variaçôes de 5 a 10 dias após a secagem, quando nâo havia<br />

umidade para a atividade microbiana (aqui as percentagens de umidade<br />

oscilaram entre 0,6-1,2%).<br />

Os nossos resultados confirmam os de KELLE Y e Mc GEORGE (15)<br />

onde, em 8 anâlises, numa secagem a 110°C, 2 amostras aumentaram em<br />

NO~, 4 diminuiram e 2 nâo alteraram. Nós só nâo obtivemos essa mesma<br />

proporçâo. Ainda êsses autores, estudando a açâo do calor sobre<br />

os nitratos de solos secos ao ar em temperaturas de 100, 150, 200 e<br />

250°C, durante 2 horas, acharam que havia pequena açâo a 100°C, uma<br />

grande alteraçâo a 150°C e, a 200-250°C, pràticamente, todo o nitrato<br />

se decompôe. Talvez a variaçâo encontrada nos solos recém-colhidos<br />

resida no fato de o aumento do calor acelerar a atividade microbiana<br />

durante tempos curtos, mas suficientes para diminuir ou aumentar os<br />

teores.<br />

GUSTAFSON (10) encontrou só diminuiçâo nos teores após secagem<br />

a 100°C.<br />

POTTER e SNYDER (23) acharam que nada se altera pelo aquecimento<br />

sêco a 100°C, mas partem de solos secos ao ar.<br />

RÜSSEL e outros (29) acharam, durante certos estudos, que os solos<br />

nâo devem ser secos na estufa.<br />

Podemos concluir que a conservaçâo do teor da amostra pela secagem<br />

a 110°C nâo é recomendâvel, produzindo erros apreciâveis.<br />

2.2 — Conservaçâo pela secagem imediata em estufa a 40-50°C<br />

Qualquer terra na Secçâo sofre uma secagem por ar aquecido entre<br />

40-50°C. Estudamos esta secagem para verificar a sua eficiência na<br />

conservaçâo do teor de nitratos.<br />

A terra recém-colhida era dosada, quando ümida, e sofria êsse<br />

tratamento. Sêca, era novamente dosada, bem como 5 dias após.<br />

Acompanhâvamos o andamento anotando as perdas de umidade respectiva,<br />

de modo que as referências fôssem sempre calculadas sobre 100 g<br />

de solo sêco a 110°C. Os resultados temos no Quadro 2.


150 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7 ...<br />

8 9<br />

10<br />

AMOSTRA<br />

N.°<br />

% de<br />

umidade<br />

inicial<br />

13,06<br />

81.95<br />

11,73<br />

13,92<br />

13,12<br />

15,67<br />

17,43<br />

10,22<br />

16,36<br />

15,01<br />

• Sobre 100 g de terra sêca a 110°C.<br />

QUADRO 2<br />

Eq. Mg<br />

NO 3 amostra<br />

inicial (*)<br />

28,5<br />

40,3<br />

152,6<br />

94,6<br />

44,0<br />

4,5<br />

3,5<br />

2,1<br />

4,3<br />

3,6<br />

Eq. Mg<br />

NO 3 amostra<br />

sêca (*)<br />

20,0<br />

39,4<br />

200,2<br />

38,4<br />

39,6<br />

17,0<br />

4,4<br />

14,3<br />

6,3<br />

3,4<br />

Eq. Mg<br />

NO 3 amostra<br />

sêca 5 dias<br />

depois (*)<br />

4,6<br />

12,2<br />

11,8<br />

7,4<br />

3,5<br />

Verificamos que a secagem na estufa, naquelas condicöes, produz<br />

resultados variâveis, nâo servindo para a conservaçao dos teores de<br />

nitratos. Parece-nos (hâ exceçôes) que, acima de 13% de umidade,<br />

pela secagem, hâ uma tendência para diminuir o teor, e abaixo, uma<br />

tendência para aumentar.<br />

Confirmam-se os resultados de WARINGTON, citado por GUSTAFSON<br />

(10), que a secagem numa estufa a 55°C reduz a quantidade de nitratos,<br />

cuja diminuiçâo nâo era muito grande, quando a secagem se produzia<br />

vagarosamente.<br />

Admitimos que o aumento verificado, se ja em virtude do f a to citado<br />

por RÜSSEL e outros (29), que a nitrificaçâo tem o mâximo a 35°C<br />

e termina a 55°C. Nâo existindo muita quantidade de âgua, é provâvel<br />

que haja momentâneamente um mâximo de nitrificaçâo, concorrendo<br />

para o aumento notado. No caso de muita percentagem de âgua, tal<br />

fator f aria uma diminuiçâo do teor.<br />

2.3 — Conservaçao das amostras pela secagem ao ar em camadas finas<br />

Ao dosar na terra fresca, separâvamos certa porçâo que espalhâvamos<br />

em camadas finas para secagem. Secas, eram dosadas, imediatamente,<br />

5, 10, 15 e 20 dias após. Os câlculos da perda de umidade<br />

eram sempre feitos na faixa térmica a 110°C. Os resultados encontramse<br />

no Quadro 3.<br />

AMOSTRA<br />

N.°<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4 5<br />

% de<br />

umidade<br />

inicial<br />

18,75<br />

15,10<br />

10,33<br />

17,33<br />

15,92<br />

QUADRO 3<br />

Secagem ao ar em camadas finas<br />

Eq.<br />

Mg NO 3<br />

amostra<br />

inicial (*)<br />

43,6<br />

29,8<br />

4,9<br />

63,5<br />

27,0<br />

Sobre 100 g de terra sêca a 110°C.<br />

Eq.<br />

jug NO 3<br />

amostra<br />

sêca (*)<br />

42,1<br />

36,3<br />

1,5<br />

52,0<br />

28,3<br />

Eq.<br />

Mg NO 3<br />

5 dias<br />

sêca (*)<br />

38,8<br />

41,0<br />

1,6<br />

51,7<br />

28,2<br />

Eq.<br />

Mg NO 3<br />

10 dias<br />

sêca (*)<br />

44,3<br />

29,2<br />

3,8<br />

58,0<br />

55,0<br />

Eq.<br />

Mg NO 3<br />

15 dias<br />

sêca (*)<br />

34,9<br />

42,8<br />

6,0<br />

66,5<br />

54,1<br />

Eq.<br />

Mg NO 3<br />

20 dias<br />

sêca (*)<br />

20,9<br />

3,1<br />

85,5<br />

36,1


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 151<br />

Pelos resultados obtidos, também esta forma de conservar o teor<br />

,de. nitratos näo produz os efeitos desejados. Concluimos, como fêz<br />

KLEIN, citado por GUSTAFSON (3), que a secagem ao ar reduz os nitratos,<br />

e RICHARDSON (27), que a secagem ao ar faz variar o teor de NO~. Essa<br />

mudança dépende do solo.<br />

2.4 — Conservaçao de amostra em saquinhos de aniagem<br />

Apesar das duvidas que poderiam ser levantadas de antemâo, estudamos<br />

esta conservaçao porque tôdas as amostras de terra, em geral,<br />

säo transporta'das por este processo.<br />

A terra, ao mesmo tempo da dosagem inicial, era conservada em<br />

saquinhos e dosada 20 dias após. Os dados obtidos vemos no Quadro 4.<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

AMOSTRA<br />

N.°<br />

QUADRO 4<br />

Conservaçao de terra em saquinhos de aniagem<br />

% de<br />

umidade<br />

inicial<br />

13,06<br />

18,20<br />

12,73<br />

13,92<br />

18;75<br />

• Sobre 100 g de terra sêca a 110°C.<br />

Eq. Mg<br />

NO 3 inicial (*)<br />

28,5<br />

40,3<br />

152,6<br />

94,6<br />

43,6<br />

% de<br />

umidade<br />

20 dias depois<br />

1,91<br />

1,53<br />

1,40<br />

1,06<br />

1,52<br />

Eq. /ig<br />

NO 3<br />

20 dias depois (*)<br />

24,1<br />

82,4<br />

167,7<br />

Os resutlados assinalam que hâ variaçôes grandes neste tipo de<br />

conservaçao durante 20 dias. O numero de repetiçôes é muito pequeno<br />

mas, pcsteriormente, iremos apresentar numero maior, quando estudarmos<br />

as variaçôes diârias.<br />

2.5 — Conservaçao das amostras em latinhas parafinadas ou vidros<br />

Durante a dosagem inicial, a terra era distribuida em latinhas que<br />

parafinâvamos ou, entâo, em vidros bem arrolhados. Dosâvamos cada<br />

amostra 10 e 20 dias depois. Vemos no Quadro 5 os dados obtidos.<br />

1<br />

2...<br />

3<br />

4<br />

AMOSTRA<br />

N.°<br />

QUADRO 5<br />

Amostras colocadas em latas parafinadas ou vidros<br />

% de<br />

umidade<br />

inicial<br />

11,73<br />

13,92<br />

13,12<br />

18,75<br />

• Sobre 100 g de terra sêoa a 110»C.<br />

Eq. Mg<br />

NO7<br />

inicial (*)<br />

152,6<br />

94,6<br />

44,0<br />

43,6<br />

% de<br />

umidade<br />

10 dias<br />

11,35<br />

14,10<br />

10,93<br />

17,67<br />

Eq. Mg<br />

Nor<br />

10 dias(*)<br />

19,6<br />

17,1<br />

41,7<br />

50,4<br />

% de<br />

umidade<br />

20 dias<br />

11,74<br />

13,93<br />

11,40<br />

16,88<br />

82,6<br />

75,8<br />

Eq. jug<br />

NO7<br />

20 dias(*)<br />

142,6<br />

46,3<br />

22,0<br />

64,9


152<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Pelo exposto, variaçôes muito grandes ocorrem quando a amostra<br />

é colocada em recipientes, mesmo que êsses estejam bem fechados,<br />

Näo servem para manter o teor de nitratos na amostra.<br />

2.6 — Conservaçâo das amostras em latinhas bem fechadas ou balöes<br />

arrolhados com adicäo de antissépticos: tolueno, sulfeto de carbono<br />

e clorofórmio<br />

O tratamento da terra por antissépticos e sua açâo contra o "poder<br />

de nitrificaçâo", bem como a açâo de esterilizaçâo parcial do solo e<br />

aumento de produçâo das plantas, foi objeto de prof un-dos estudos hâ<br />

uns 25 anos atrâs. Pouca luz lançaram sobre a conservaçâo do teor de<br />

nitratos.<br />

Alguns autores assinalam a conservaçâo da amostra por intermédio<br />

de antissépticos, como vimos anteriormente (22, 6, 14, 36, etc.).<br />

Estudamos, inicialmente, a esterilizaçâo para a conservaçâo dos nitratos,<br />

por intermédio do toluol, clorofórmio e sulfeto de carbono.<br />

Para este estudo, como era o mais indicado para a conservaçâo da<br />

amostra, utilizamos quantidades diferentes de reativos para as mesmas<br />

amostras, de modo que, se produzissem resultados, veriamos quais os<br />

mais eficientes. A terra era bem misturada, tirada a percentagem de<br />

umidade, dosada imediatamente, e-a restante distribuida em séries de<br />

4 latinhas.<br />

l. a série. Duas porçôes de terras em latinhas recebiam 1 ml de<br />

toluol, e outras 2, 2 ml do antisséptico. Dosavam-se duas a duas, dez<br />

e vinte dias após.<br />

2. a série. Duas recebiam 2 ml de clorofórmio, outras duas 4 ml,<br />

dosando-se dez e vinte dias depois.<br />

3. a série. Duas latinhas com terra recebiam 2 ml de CS2, e outras<br />

duas 4 ml do mesmo antisséptico.<br />

As latas eram parafinadas, ou os vidros, quando utilizados, bem<br />

arolhados. Tiravam-se as perdas de umidade para referência a 110°C.<br />

l. a série. Os resultados dêste tratamento verificamos no Quadro 6.<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

AMOSTRA<br />

N.°<br />

QUADRO 6<br />

Conservaçâo do teor de nitratos na terra com toluol<br />

% de<br />

umidade<br />

inicial<br />

13,06<br />

18,2<br />

11,73<br />

13,92<br />

13,12<br />

Eq.<br />

Mg NO'<br />

inicial (*)<br />

28,0<br />

40,3<br />

152,6<br />

94,6<br />

44,0<br />

1 ce<br />

% de<br />

umidade<br />

10 dias<br />

17,94<br />

12,10<br />

14,49<br />

11,67<br />

* Sobre 100 g de terra sêca a 110°C.<br />

2 ce<br />

17,76<br />

13,95<br />

11,86<br />

1 ce<br />

Eq.<br />

Mg NO'<br />

10 dias (•)<br />

14,7<br />

66,0<br />

41,8<br />

66,8<br />

2 ce<br />

41,3<br />

10,5<br />

30,3<br />

1 ce<br />

% de<br />

umidade<br />

20 dias<br />

16,36<br />

13,14<br />

11,90<br />

2 ce<br />

12,2<br />

17,66<br />

12,07<br />

13,67<br />

11,56<br />

Eq.<br />

Alg NO 3<br />

20 dias (•)<br />

Verificamos que a conservaçâo com toluol nâo produz os efeitos<br />

desejados, o que vem confirmar as dûvidas de PIPER (22), contra o que<br />

preconizam Du BUISSON (6), WHITING e outros (20).<br />

Admitimos que o antisséptico näo penetra nos porös da terra, impedido<br />

pela âgua ou pelo próprio ar que ai esta, de modo a näo exercer<br />

efeito.<br />

1 ce<br />

24,5<br />

136,4<br />

35,5<br />

2 ce<br />

51,3<br />

18,8<br />

255,6<br />

21,2<br />

25,0


ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 153<br />

2. a série — A adiçao de clorofórmio na terra para conservar o teor<br />

de nitratos produz os efeitos indicados no Quadro 7.<br />

AMOSTRA<br />

N.°<br />

1..<br />

2<br />

3<br />

4 .<br />

5<br />

QUADRO 7<br />

Conservaçao do teor de nitratos com clorofórmio<br />

% de<br />

inicial<br />

13,06<br />

18,20<br />

11,73<br />

13,92<br />

13,12.<br />

Eq.<br />

/ig NO 3<br />

inicial (•)<br />

28,5<br />

40,3<br />

152,6<br />

94,6<br />

44,0<br />

2ml<br />

% de<br />

umidade<br />

10 dias<br />

17,60<br />

11,92<br />

13,60<br />

12,11<br />

* Sobre 100 g de terra sêca a 110°C.<br />

4ml<br />

17,82<br />

12,15<br />

13,97<br />

11,65<br />

Eq.<br />

Mg NO'<br />

10 dias (•)<br />

Clorofórmio ac icionado etn<br />

2ml<br />

19,4<br />

154,0<br />

21,4<br />

33,0<br />

4ml<br />

13,9<br />

91,4<br />

32,7<br />

23,0<br />

2ml<br />

% de<br />

umidade<br />

20 dias<br />

12,46<br />

17,93<br />

12,07<br />

13,99<br />

11,33<br />

4ml<br />

11,24<br />

16,62<br />

10,12<br />

13,42<br />

11,56<br />

ml<br />

Eq.<br />

Mg NO'<br />

20 dias (•)<br />

Analisando o quadro, verificamos que o clorofórmio reduz bastante<br />

a quantidade de nitratos présentes, havendo um ünico que apresentou<br />

teor mais alto. Hâ dois casos a encarar:<br />

1.° — A formaçâo de aniônio Cl~ que produz a reduçâo mencionada.<br />

O aniônio Cl~ na dosagem de NO~ sempre produz per das. Talvez a<br />

responsabilidade na reduçao se ja produzida pelo Cl~.<br />

2.° — A reduçâo que os inibidores algumas vêzes produzem. Porém,<br />

devido ao fato de quase tôdas as repetiçoes terem diminuido o teor de<br />

NO~, julgamos que a causa esteja no primeiro item.<br />

3. a série — Com adiçao de sulfeto de carbono na amostra, obtivemos<br />

os resultados expostos no Quadro 8. A maneira de procéder foi<br />

idêntica as demais, adicionando-se 2 a 4 ml de CS2 para verificar a<br />

eficiência de maior ou menor quantidade de inibidor.<br />

1<br />

2<br />

3.<br />

AMOSTRA<br />

N.°<br />

4. . ....<br />

5<br />

QUADRO 8<br />

Conservaçao da amostra pela adiçao de sulfeto de carbono<br />

% de<br />

umidade<br />

inicial<br />

13,06<br />

18,20<br />

11,73<br />

13,92<br />

13,12<br />

Eq.<br />

Mg NO'<br />

inicial (*)<br />

28,5<br />

40,3<br />

152,6<br />

94,6<br />

44,0<br />

2ml<br />

% de<br />

umidade<br />

10 dias<br />

17,38<br />

14,13<br />

11,78<br />

• Sobre 100 g de terra sêca a 110»C.<br />

Eq.<br />

Mg NO 3<br />

10 dias (•)<br />

% de<br />

umidade<br />

20 dias<br />

2ml<br />

54,8<br />

20,4<br />

71,9<br />

28,1<br />

13,6<br />

Sulfeto de carbono adicionado em ml<br />

4ml<br />

18,12<br />

14,04<br />

11,44<br />

2ml<br />

40,6<br />

51,0<br />

27,3<br />

4ml<br />

181,12<br />

4ml<br />

Eq.<br />

Mg NO 3<br />

20 dias (•)<br />

Pelos resultados, verificamos que também nâo produz a conservaçao<br />

do teor de NO~ na amostra. Talvez a decomposiçâo do CS2 liberté<br />

S e este va atuar como redutor.<br />

Todos os tipos de conservaçao utilizados nâo produziram efeito<br />

para conservar a amostra.<br />

70,40<br />

10,3<br />

2ml<br />

12,64<br />

16,93<br />

12,15<br />

13,42<br />

10,46<br />

4ml<br />

12,90<br />

17,50<br />

11,88<br />

13,93<br />

10,32<br />

2ml<br />

17,6<br />

25,5<br />

147,5<br />

71,9<br />

6,6<br />

37,4<br />

28,0<br />

243,0<br />

4ml<br />

52,2<br />

10,6<br />

18,4<br />

15,1<br />

87,8<br />

52,2<br />

5,2


154 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Resumindo a primeira parte, temos:<br />

a) A conservaçâo pela secagem imediata na estufa a 110°C altera<br />

o teor de nitratos.<br />

b) A secagem da terra a 40-50°C modifica o teor de nitratos.<br />

c) A secagem da terra em camadas finas em 5, 10, 15 e 20 dias<br />

altera o teor de NO7 na terra.<br />

o<br />

d) A manutençâo da terra em saquinhos de aniagem altera o<br />

teor entre 10 e 20 dias.<br />

e) A terra mantida em vasilhas fechadas também altera o teor<br />

de NO- entre 10 e 20 dias.<br />

ƒ) A adiçâo de quantidades de toluol, CS2 e clörofórmio, näo mantém<br />

o teor de nitratos na terra quando guardadas em vasilhas fechadas,<br />

entre 10 e 20 dias após a coleta.<br />

3. Estudo da variaçâo do teor de NO~ nitratos na amostra<br />

durante 10 dias<br />

Em virtude de nâo conseguirmos manter o NO~ da amostra nas<br />

condiçôes anteriores, procuramos estudar em tempos menores. Como<br />

os resultados de alguns jâ eliminavam este estudo, abordamos sômente<br />

os seguintes casos:<br />

3.1 — Conservar a terra natural em latinhas ou balôes fechados.<br />

3.2 — Terra natural em saquinhos de aniagem.<br />

3.3 — Conservaçâo da terra em latinhas ou balöes com os inibidores<br />

toluol, alcool e éter. Suprimimos o clörofórmio e o' sulfeto de<br />

carbono porque as reduçôes produzidas, anteriormente, foram muito<br />

grandes, e teriamos os mesmos resultados agora.<br />

A terra trazida para o laboratório, após a coleta, era distribuida<br />

pelos diferentes tratamentos enquanto sofria a dosagem inicial. Utilizamos<br />

sempre balôes ou latinhas em numero tal que permitissem dosagens<br />

diârias de cada amostra isoladamente. A qualquer dosagem faziamos<br />

sempre a perda de umidade a 110°C.<br />

3.1 — Conservaçâo da terra natural em latinhas ou balôes fechados<br />

Os resultados do estudo da variaçâo da terra assim mantida podemos<br />

ver no Quadro 9.<br />

QUADRO 9<br />

Terras mantidas em vasos fechados para estudar as variaçôes dos nitratos<br />

EXPEEIÊNCIA<br />

0.<br />

1.<br />

2.<br />

3.<br />

4.<br />

5.<br />

6.<br />

7.<br />

8.<br />

9.<br />

10.<br />

Dias<br />

% de<br />

umidade<br />

13,12<br />

11,91<br />

12,19<br />

11,94<br />

12,1<br />

12,88<br />

12,12<br />

12,12<br />

12,6<br />

12,34<br />

qM<br />

NO3<br />

C)<br />

44,0<br />

34,2<br />

40,0<br />

47,6<br />

41,5<br />

44,1<br />

59,4<br />

47,3<br />

61,0<br />

56,6<br />

Diferença<br />

— 4,0<br />

+ 3,6<br />

— 2,5<br />

+ 0,1<br />

+ 15,4<br />

+ 3,3<br />

+ 17,0<br />

+ 12,6<br />

% de<br />

umidade<br />

N03<br />

C)<br />

13,94<br />

13,98<br />

12,9<br />

13,23<br />

13,21<br />

14,46<br />

13,31<br />

13,31<br />

12,83<br />

12,08<br />

13,00<br />

1,2<br />

4,4<br />

3,1<br />

5,4<br />

8,1<br />

2,8<br />

3,7<br />

6,7<br />

5,1<br />

1,5<br />

13,3<br />

* Sobre 100 g de terra sêca a 110°C.<br />

Diferenca<br />

+ 3,2<br />

+ 1,9<br />

+ 4,2<br />

+ 6,9<br />

+ 1,6<br />

+ 2,5<br />

+ 5,5<br />

+ 3,9<br />

+ 0,3<br />

+12,1<br />

% de<br />

umidade<br />

10,0<br />

11,84<br />

9,64<br />

10,34<br />

10,36<br />

10,00<br />

10,98<br />

11,26<br />

11,14<br />

10,59<br />

11,34<br />

Eq.Mê<br />

NO3<br />

C)<br />

27,3<br />

44,4<br />

32,2<br />

32,5<br />

44,1<br />

44,8<br />

33,9<br />

34,1<br />

36,9<br />

36,7<br />

32,3<br />

Diferença<br />

+ 17,1<br />

+ 4,9<br />

+ 5,2<br />

+ 16,8<br />

+ 17,5<br />

+ 6,6<br />

+ 6,8<br />

+ 9,6<br />

+ 9,4<br />

+ 5,0<br />

%de<br />

umidade<br />

18,4<br />

18,22<br />

•18,35<br />

18,22<br />

18,5<br />

17,71<br />

18,27<br />

17,37<br />

18,43<br />

1S.08<br />

17,79<br />

qM<br />

NO3<br />

C)<br />

19,60<br />

28,9<br />

58,3<br />

63,5<br />

49,6<br />

11,4<br />

7,6<br />

38,0<br />

44,1<br />

69,4<br />

46,7<br />

Diferença<br />

+ 19,3<br />

+ 38,7<br />

+ 43,9<br />

+ 30,0<br />

— 8,2<br />

— 12,0<br />

+ 18,4<br />

+ 24,5<br />

+ 49,8<br />

+ 27,1<br />

%de<br />

umidade<br />

14,36<br />

15,47<br />

13,9<br />

13,2<br />

13,3<br />

12,07<br />

13,15<br />

12,37<br />

13,33<br />

9,88<br />

12,75<br />

qMg<br />

NO3<br />

C)<br />

100,6<br />

124,8<br />

101,1<br />

94,8<br />

94,8<br />

118,4<br />

85,8<br />

99,3<br />

113,9<br />

75,7<br />

115,0<br />

Dife-<br />

+ 24,2<br />

+ 0,5<br />

— 5,8<br />

— 5,8<br />

17,8<br />

— 14,8<br />

— 1,3<br />

+ 13,3<br />

— 24,9<br />

+ 14,4


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 155<br />

Analisando o quadro, vemos que a manutençâo de terra em ambiente<br />

fechado nâo é suficiente para ter invariâvel a quantidade de<br />

NO~. As diferenças indicadas representam a diferença entre a quantidade<br />

achada inicialmente e a enpontrada na data da dosagem. Se<br />

fôssemos calcular a percentagem de êrro, mais visivel se tornaria a<br />

deficiência de se conservai- a terra desta maneira.<br />

3.2 — A manutençâo da terra natural em saquinhos de aniagem<br />

Este Estudo foi levado a efeito mais para contrôle das demais operaçôes.<br />

Temos os resultados no Quadro 10.<br />

EXPERJÊNCIA<br />

N.°<br />

0 123<br />

4 567<br />

8<br />

9<br />

10<br />

Dias<br />

QUADRO 10<br />

Variaçôes do teor de NO, na amostra conservada em saquinhos<br />

% de<br />

umidade<br />

16,0<br />

14,78<br />

12,28<br />

9,64<br />

7,5<br />

5,49<br />

1,72<br />

1,79<br />

1,13<br />

1,13<br />

1<br />

Eq. M?<br />

NO3C)<br />

4,5<br />

0,0<br />

6,3<br />

2,4<br />

15,7<br />

8,9<br />

2,6<br />

4,2<br />

7,9<br />

4,6<br />

. Diferença<br />

— 4,5<br />

+ 1,8<br />

— 2,1<br />

+ 11,2<br />

+ 4,4<br />

— 1,9<br />

— 0,3<br />

+ 3,4<br />

0,1<br />

% de<br />

umidade<br />

13,94<br />

11,06<br />

7,4<br />

7,09<br />

6,08<br />

2,78<br />

2,78<br />

1,59<br />

1,32<br />

1,47<br />

1,37<br />

• Sobre 100 g de terra sêca a 110°C.<br />

2<br />

Eq. MS<br />

NO3 C)<br />

"•,2<br />

12,3<br />

15,9<br />

10,8<br />

15.7<br />

15,4<br />

29,9<br />

21,1<br />

19,8<br />

17,5<br />

14,4<br />

Diferença<br />

+ 11,1<br />

+ 14,7<br />

+ 9,6<br />

+ 14,5<br />

+ 14,3<br />

+ 28,7<br />

+ 19,9<br />

+ 18,6<br />

16,5<br />

+ 13,2<br />

% de<br />

umidade<br />

10,0<br />

4,12<br />

1,24<br />

1,24<br />

1,20<br />

1,29<br />

1,29<br />

1,72<br />

2,35<br />

1,69<br />

1,96<br />

3<br />

Eq. Mg<br />

NO3(*)<br />

27,3<br />

26,4<br />

23,1<br />

35,3<br />

40,7<br />

36,6<br />

36,6<br />

44,1<br />

42,3<br />

34,2<br />

29,7<br />

Diferença<br />

— 0,9<br />

— 4,2<br />

+ 8.0<br />

+ 13,4<br />

+ 9,3<br />

+ 9,6<br />

+ 16,8<br />

+ 15,0<br />

+ 6,9<br />

+ 2,4<br />

% de<br />

umidade<br />

18,4<br />

17,76<br />

16,00<br />

14,91<br />

12,6<br />

13,09<br />

11,33<br />

7,27<br />

7,00<br />

6,94<br />

4,24<br />

3.3 — Conservaçao da terra em latinhas ou haloes<br />

com os inibidores: toluol, alcool e éter<br />

4<br />

Eq./Ig<br />

NO3C)<br />

19,6<br />

12,2<br />

13,6<br />

18,3<br />

16,3<br />

16,3<br />

30,0<br />

7,9<br />

30,8<br />

20,2<br />

18,0<br />

Diferença<br />

— 7,4<br />

— 6,0<br />

— 1,3<br />

- 3,3<br />

— 3,3<br />

— 10,4<br />

— 11,7<br />

+ 11,2<br />

+ 0,6<br />

— 1,6<br />

Para conservaçao da amostra empregamos as seguintes quantidades<br />

de inibidores: toluol ± 2 ml, alcool ± 5 ml, e éter ± 2 ml,<br />

Os resultados do estudo vemos nos Quadros 11, 12 e 13.<br />

EXPERIÊNCU<br />

N.°<br />

0 12<br />

Dias<br />

3 •<br />

4..<br />

5<br />

6<br />

7.<br />

8<br />

9<br />

10<br />

QUADRO 11<br />

Estudo da conservaçao do teor de NO,- com o inïbidor toluol<br />

% de<br />

umidade<br />

13,12<br />

12,89<br />

13,27<br />

12,35<br />

12,32<br />

12,87<br />

12,66<br />

12,66<br />

12,40<br />

12,93<br />

•<br />

Eq. Mg<br />

NO,<br />

44,0<br />

45,9<br />

34,2<br />

38,4<br />

48,4<br />

58,8<br />

47,4<br />

35,0<br />

41,0<br />

25,4<br />

Diferença<br />

+ 1,9<br />

— 9,8<br />

- 5,6<br />

+ 4,4<br />

+ 14,8<br />

+ 3,4<br />

— 9,0<br />

— 3,0<br />

— 18,6<br />

%de<br />

umidade<br />

14,65<br />

14,22<br />

14,16<br />

14,9<br />

14,6<br />

14,98<br />

13,89<br />

13,2<br />

14,18<br />

13,59<br />

2<br />

Eq. Mg<br />

N03<br />

(*)<br />

7,4<br />

7,4<br />

7,3<br />

12,7<br />

8,5<br />

8,2<br />

9,8<br />

4,1<br />

25,4<br />

5,0<br />

• Sobre 100 g de terra sêca a 110°C.<br />

Diferença<br />

0,0<br />

— 0,1<br />

+ 5,3<br />

+ 1,1<br />

+ 0,8<br />

+ 2,4<br />

— 3,3<br />

+ 18,0<br />

— 2,4<br />

% de<br />

umidade<br />

14,92<br />

15,11<br />

14,44<br />

14,93<br />

15,31<br />

14,69<br />

15,01<br />

14,90<br />

14,97<br />

14,44<br />

19,40<br />

3<br />

Eq.MB<br />

Nüa<br />

(*)<br />

52,2<br />

31,2<br />

33,8<br />

26,6<br />

43,9<br />

28,3<br />

12,2<br />

23,5<br />

8,9<br />

16,8<br />

19,0<br />

Diferença<br />

— 21,0<br />

— 18,4<br />

— 25,6<br />

— 8,3<br />

— 23,9<br />

— 40,0<br />

— 28,7<br />

— 43,3<br />

— 35,4<br />

— 33,2<br />

%de<br />

umidade<br />

15,01<br />

16,35<br />

15,44<br />

16,07<br />

15,38<br />

14,90<br />

15,76<br />

15,42<br />

15,44<br />

14,97<br />

13,80<br />

4<br />

Eq.Mg<br />

N03<br />

C)<br />

3,6<br />

1,6<br />

15,7<br />

1,2<br />

24,2<br />

1,3<br />

20,2<br />

10,2<br />

1,2<br />

12,9<br />

1,5<br />

Diferença<br />

— 2,0<br />

+ 12,1<br />

— 2,4<br />

+ 20,6<br />

— 2,3<br />

+ 16,6<br />

+ 6,6<br />

— 2,4<br />

+ 9,3<br />

— 2,1<br />

% de<br />

umidade<br />

18,4<br />

20,29<br />

19,95<br />

19,55<br />

20,09<br />

19,70<br />

18,71<br />

18,49<br />

19,30<br />

19,64<br />

5<br />

Eq.Mg<br />

NO3<br />

(*)<br />

19,6<br />

22,3<br />

33,0<br />

45,5<br />

35,2<br />

25,9<br />

24,9<br />

26,7<br />

7,9<br />

18,5<br />

Diferença<br />

+ 2,7<br />

+ 13,4<br />

+ 25,9<br />

+ 15,6<br />

+ 6,3<br />

+ 5,3<br />

+ 7,1<br />

— 11,7<br />

— 1,1


156 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

EXPERIÊNCIA<br />

0 12<br />

3 456789<br />

10<br />

Dias<br />

QUADRO 12<br />

Estudo da conservaçâo do teor de NOT com o inibidor alcool<br />

%de<br />

umidade<br />

15,01<br />

19,76<br />

18,78<br />

19,70<br />

20,29<br />

20,82<br />

20,25<br />

20,18<br />

19,57<br />

18,97<br />

19,76<br />

1<br />

Eq./ig<br />

N03<br />

C)<br />

3,6<br />

2,4<br />

6,9<br />

17,9<br />

18,1<br />

1.4<br />

3,12<br />

11,5<br />

7,8<br />

7,8<br />

12,7<br />

Diferença<br />

— 1,2<br />

+ 3,3<br />

+ 14,3<br />

+ 14,5<br />

— 2,2<br />

— 0,5<br />

+ 7,9<br />

+ 42,0<br />

+ 4,2<br />

+ 9,1<br />

%de<br />

umidade<br />

13,94<br />

19,24<br />

18,2<br />

18,71<br />

17,75<br />

17,09<br />

18,52<br />

17,65<br />

17,54<br />

17,15<br />

15,80<br />

Eq./ig<br />

NO3<br />

(*)<br />

1,2<br />

2,0<br />

10,4<br />

9,4<br />

10,9<br />

11,5<br />

10,4<br />

7,7<br />

6,3<br />

8,9<br />

8,7<br />

• Sobre 100 g de terra sêca a 110°C.<br />

EXPERIÊNCIA<br />

N.°<br />

0 1<br />

2 3 ..<br />

4<br />

5 678<br />

9<br />

10<br />

Dias<br />

Diferença<br />

+ 0,8<br />

+ 9,2<br />

+ 8,4<br />

+ 9,7<br />

+ 10,3<br />

+ 9,2<br />

+ 6,5<br />

+ 5,1<br />

+ 7,7<br />

+ 7,5<br />

%de<br />

umidade<br />

10,0<br />

13,53<br />

12,68<br />

12,01<br />

12,46<br />

9,96<br />

13,01<br />

12,26<br />

8,19<br />

Eq./ig<br />

NO3<br />

C)<br />

27,3<br />

27,8<br />

23,8<br />

30,6<br />

14,3<br />

24,3<br />

27,1<br />

34,1<br />

13,3<br />

Diferenca<br />

+ 0,5<br />

— 3,5<br />

+ 3,3<br />

— 13,0<br />

— 3,0<br />

— 0,2<br />

14,0<br />

% de<br />

umidade<br />

8,4<br />

24,11<br />

21,64<br />

20,13<br />

21,61<br />

22,1<br />

23,35<br />

19,48<br />

20,11<br />

21,34<br />

20,53<br />

Eq./x<br />

NO3<br />

C)<br />

19,6<br />

17,5<br />

12,5<br />

13,3<br />

12,0<br />

12,2<br />

24,7<br />

21,1<br />

23,2<br />

8,9<br />

7,7<br />

Diferença<br />

— 2,1<br />

— 7,1<br />

— 6,3<br />

— 7,6<br />

— 7,4<br />

+ 5,1<br />

+ 1,5<br />

+ 3,6<br />

— 10,7<br />

— 11,9<br />

% de<br />

umidade<br />

14,3<br />

17,74<br />

17,65<br />

16,2<br />

16,54<br />

13,99<br />

14,01<br />

16,99<br />

13,53<br />

14,89<br />

13,74<br />

QUADRO 13<br />

Estudo da conservaçâo do teor de NO, com inibidor éter<br />

%de<br />

umidade<br />

10,0<br />

10,6<br />

10,92<br />

11,83<br />

12,28<br />

10,95<br />

11,00<br />

.10,33<br />

11,68<br />

10,65<br />

1<br />

Eq. MS<br />

NO3 (•)<br />

27,3<br />

28,0<br />

24,6<br />

25,8<br />

27,8<br />

32,1<br />

26,5<br />

30,0<br />

16,9<br />

15,9<br />

• Sobre 100 g de terra sêca a 110°C.<br />

Diferenpa<br />

— 0,7<br />

— 2,7<br />

— 1,5<br />

+ 0,5<br />

+ 4,8<br />

- 0,8<br />

+ 2,7<br />

— 10,4<br />

— 11,4<br />

%de<br />

umidade<br />

18,4<br />

18,09<br />

18,73<br />

19,24<br />

18,62<br />

18,21<br />

18,56<br />

18,36<br />

18,49<br />

1S.38<br />

18,11<br />

2<br />

Eq. fig<br />

NO3 C)<br />

19,6<br />

42,6<br />

26,0<br />

11,6<br />

10,0<br />

23,1<br />

21,1<br />

36,6<br />

36,2<br />

21,3<br />

13,1<br />

Diferença<br />

+ 23,0<br />

+ 6,4<br />

— 8,0<br />

— 9,6<br />

+ 3,5<br />

+ 1,5<br />

+ 17,0<br />

+ 16,6<br />

+ 1,7<br />

— 6,5<br />

%de<br />

umidade<br />

14,3<br />

14,27<br />

14,47<br />

14,49<br />

15,11<br />

14,31<br />

14,42<br />

14,78<br />

14,07<br />

14,17<br />

15,00<br />

3<br />

Eq. ng<br />

NO, (•)<br />

100,6<br />

S0,5<br />

99,9<br />

98,9<br />

84,0<br />

97,8<br />

119,0<br />

111,2<br />

118,5<br />

96,8<br />

99,5<br />

Eq.Mg<br />

NOS<br />

(*)<br />

100,6<br />

86,7<br />

99,9<br />

115,9<br />

86,3<br />

106,5<br />

79,3<br />

95,3<br />

71,6<br />

86,8<br />

109,9<br />

Diferenca<br />

— 13,9<br />

— 0,7<br />

+ 15,3<br />

-14,3<br />

+ 5,9<br />

— 21,3<br />

— 5,3<br />

— 29,0<br />

— 13,3<br />

+ 9,3<br />

Diferença<br />

— 20,1<br />

— 0,7<br />

— 1,7<br />

— 16,6<br />

- 2,8<br />

+ 18,4<br />

+ 10,6<br />

+ 17,9<br />

— 3,8<br />

— 1,1<br />

As anâlises dêstes très Ultimos quadros levam à conclusâo de que<br />

a conservaçâo pelos antissépticos usados, e que sâo os mais empregados,<br />

é falha.<br />

O fenômeno talvez se ja explicado levando-se em consider açâo que<br />

os vapores dêsses inibidores nâo podem atingir todos os pontos da terra,<br />

em virtude da resistência oposta pela âgua capilar ou ar capilar,<br />

continuando ai a atividade microbiana.<br />

Nos quadros,- algumas vêzes, notamos variaçôes bruscas e inesperadas.<br />

Julgamos resultar das alteraçoes diferentes que possam ocorrer<br />

dentro das amostras do mesmo tratamento. Ao se analisar a terra posteriormente,<br />

ela diverge completamente das demais no teor de nitratos.<br />

Nâo poderiamos ter usado uma ûnica amostra, digamos, para o tratamento<br />

com éter, e dali tirarmos, diàriamente, uma certa quantidade de<br />

terra para dosagem, porque estariamos perturbando e introduzindo<br />

fontes de erros.<br />

4 _ CONSERVAÇÂO <strong>DO</strong> TEOR DE NITRATOS NO PERCOLA<strong>DO</strong><br />

Em virtude de a conservaçâo da terra natural, quer por intermédio<br />

de inibidores, secagem, etc., nâo produzir resultados, procuramos estudar<br />

a manutençâo do teor de nitratos da amostra no seu percolado.<br />

nutençâo do teor de nitratos da amostra no seu percolado.<br />

Esta maneira de procéder só encontramos em SMITH (32) que,<br />

nos seus estudos sobre nitratos, faz extraçâo com âgua e esteriliza as


ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 157<br />

aliquotas dentro de 24 horas após a coleta; e GREAVES (7), ao estudar<br />

as perdas de nitratos pelo contacto demorado da terra com a âgua, conclui<br />

que se dâo variaçôes depois de 72 horas. Para conservar mais tempo,<br />

adiciona antisséptico ao extrato.<br />

É conhecido o fato que âcidos e alcalis produzem a destruiçâo das<br />

bactérias. GRUZIT (9), estudando a açâo de âcidos e alcalis sobre as<br />

bactérias do solo em soluçâo, achou que uma concentraçâo de H2SO4<br />

1/200 N era germicida para 99,2% dêsses microrganismos e para o retardamento<br />

de suas atividades, quando a concentraçâo de (OH)- era<br />

maior que N/1000.<br />

Procuramos estudar a conservaçâo em meio âcido, meio alcalino e<br />

meio âcido com a adiçâo de inibidor. Assim procedemos para adaptar<br />

a extraçâo que, comumente, fazemos na Secçâo de Agrogeologia para<br />

nitratos. Esta extraçâo é feita com H2SO4 0,01 N, em tubos de percolaçâo,<br />

e temos, assim, um extrato âcido. Para trabalhar com meio alcalino<br />

basta adicionar quantidades convenientes de soluçâo de NaOH 1 N.<br />

No meio âcido com inibidor, basta adicionar certa quantidade de antisséptico<br />

ao extrato inicial.<br />

A descriçâo dos tubos percoladores, o fenômeno da percolaçâo, etc.,<br />

podemos encontrar em PAIVA NETTO (20, 21).<br />

4.1 — Conservaçâo do percolado em meio âcido<br />

A terra recém-colhida era dosada em percentagem de umidade e<br />

200 g percolados com 450 ml do extrator H2SO4 0,01 N. O extrato<br />

era recolhido em balôes de 500 ml, completado o volume com a propria<br />

soluçâo de H2SO4 0,01 N, agitado e distribuido em aliquotas de 40 ml,<br />

por 10 f rascos. Uma aliquota era dosada no momento, e as demais, uma<br />

diàriamente.<br />

Os resultados podemos ver no Quadro 14.<br />

EXPEBIÊNCIA<br />

N.°<br />

0<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4 5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

Dias<br />

Eq. ug<br />

NO3 (*)<br />

40,3<br />

35,4<br />

38,2<br />

46,5<br />

43,8<br />

41,7<br />

34,0<br />

43,1<br />

38,2<br />

32,7<br />

36,2<br />

1<br />

Difereiiça<br />

— 4,9<br />

— 2,1<br />

+ 6,2<br />

+ 3,5<br />

+ 1,4<br />

— 6,3<br />

+ 2,8<br />

— 2,1<br />

— 7,6<br />

— 4,1<br />

QUADRO 14<br />

Conservaçâo do percolado no meio âcido<br />

Eq.jUg<br />

NO3 (•><br />

25,0<br />

28,7<br />

25,7<br />

25,0<br />

25,0<br />

30,9<br />

27,2<br />

27,2<br />

23,5<br />

27,9<br />

25,7<br />

Diferença<br />

+ 2,7<br />

+ 0,7<br />

0,0<br />

0,0<br />

+ 5,9<br />

+ 2,2<br />

+ 2,2<br />

— 1,5<br />

+ 2,9<br />

+ 0,7<br />

Sobre 100 g de terra sêca a 110°C.<br />

2<br />

Eq. MB<br />

NO3 (•)<br />

110,9<br />

113,2<br />

124,7<br />

122,3<br />

120,0<br />

115,4<br />

120,0<br />

122,3<br />

113,2<br />

122,3<br />

106,3<br />

Diferença<br />

+ 2,3<br />

+ 13,8<br />

+ 11,4<br />

+ 9,1<br />

+ 4,5<br />

+ 9,1<br />

+ 11,4<br />

+ 2,3<br />

+ 11,4<br />

— 4,6<br />

Eq. MB<br />

NO3«<br />

39,5<br />

41,6<br />

39,5<br />

39,5<br />

40,2<br />

38,6<br />

37,2<br />

40,9<br />

48,4<br />

48,4<br />

48,4<br />

4<br />

Diferença<br />

+ 2,1<br />

+ 0,0<br />

+ 0,0<br />

+ 0,7<br />

— 0,9<br />

- 2,3<br />

+ 1,4<br />

+ 8,9<br />

+ 8,9<br />

+ 8,9<br />

Eq./ig<br />

NO3 (*)<br />

66,5<br />

64,9<br />

61.8<br />

67,2<br />

64,9<br />

65,1<br />

63,4<br />

70,3<br />

70,9<br />

69,5<br />

Diferença<br />

- 1,6<br />

— 4,7<br />

+ 0,7<br />

— 1,6<br />

— 1,4<br />

— 3,1<br />

+ 3,8<br />

+ 4,4<br />

+ 3,0<br />

6<br />

Eq./ig<br />

NO3C)<br />

62,8<br />

63,5<br />

68,8<br />

65,1<br />

65,8<br />

62,8<br />

66,5<br />

68,8<br />

68,8<br />

62,8<br />

63,5<br />

Diferença<br />

+ 0,7<br />

+ 6,0<br />

+ 2,3<br />

+ 3,0<br />

0,0<br />

+ 3,7<br />

+ 4,0<br />

+ 4,0<br />

0,0<br />

+ 0,7<br />

Analisando o quadro, vemos resultados muito promissores. Exceto<br />

a experiência n.° 4, tôdas as demais apresentam erros bastante aceitâveis.<br />

Hâ a assinalar certos resultados esparsos que ainda estâo um<br />

pouco déficientes.<br />

Portanto, apesar de jâ termos algo melhor na conservaçâo dos nitratos,<br />

ainda devemos recusar esta maneira de procéder.<br />

4.2 — Conservaçâo do percolado em meio alcalino<br />

Da terra fresca e dosada em percentagem de umidade, tomâvamos<br />

200 g que percolâvamos com 450 ml do extrator H2SO4 0,01 N. Reco-


158 AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

lhiamos o extrato em balöes de 500 ml, ao quai adicionâvamos 6 ml<br />

de NaOH 1 N e acabâvamos de completar o volume com H2SO4 0,01 N.<br />

Agitâvamos e distribuiamos por 10 baloezinhos aliquotas de 40 ml, dosando<br />

uma imediatamente. Cada baläo servia para as dosagens diârias.<br />

Os resultados do Quadro 15 foram obtidos nesta pesquisa.<br />

EXPERIÊNCIA<br />

0 1234567.<br />

8<br />

9<br />

10<br />

Dias<br />

Eq. Mg<br />

NO3«<br />

25,8<br />

28,8<br />

28,0<br />

28,0<br />

30,2<br />

27,2<br />

28,0<br />

28,0<br />

28,0<br />

29,5<br />

29,0<br />

1<br />

QUADRO 15<br />

Conservagäo do percolado em meio alcaüno<br />

Diferença<br />

+ 3,0<br />

+ 2,2<br />

+ 2,2<br />

+ 4,2<br />

+ 1,4<br />

+ 2,2<br />

+ 2,2<br />

+ 2,2<br />

+ 3,7<br />

+ 3,2<br />

Eq. MS<br />

NO3 (*)<br />

115,3<br />

113,2<br />

113,2<br />

111,6<br />

111,6<br />

115,3<br />

110,9<br />

108,6<br />

115,3<br />

110,9<br />

106,8<br />

2<br />

Diferença<br />

— 2,1<br />

— 2,1<br />

— 3,7<br />

— 3,7<br />

0,0<br />

— 4,4<br />

- 6,8<br />

0,0<br />

— 5,0<br />

— 8,5<br />

• Sobre 100 g de terra sêca a 110»C.<br />

Eq.Mü<br />

NO3«<br />

39,4<br />

38,8<br />

39,4<br />

37,5<br />

37,5<br />

41,7<br />

39,5<br />

38,3<br />

36,2<br />

38,9<br />

35,0<br />

3<br />

Difcrenza<br />

— 0,6<br />

0,0<br />

— 1,9<br />

— 1,9<br />

+ 2,3<br />

+ 0,1<br />

— 1,1<br />

— 3,2<br />

— 0,5<br />

— 4,4<br />

Eq. lig<br />

73,3<br />

67,2<br />

7S,0<br />

74,2<br />

76,4<br />

67,2<br />

70,3<br />

69,5<br />

73,3<br />

71,9<br />

73,3<br />

4<br />

Diferençi<br />

— 6,1<br />

+ 4,7<br />

+ 0,9<br />

+ 3,1<br />

— 6,1<br />

— 3,0<br />

- 3,9<br />

0,0<br />

— 1,4<br />

0,0<br />

Eq. Mï<br />

NO3«<br />

62,7<br />

63,5<br />

61,2<br />

63,5<br />

63,5<br />

59,5<br />

59,6<br />

63,5<br />

68,4<br />

61,2<br />

59,6<br />

5<br />

Diferenpa<br />

+ 0,8<br />

— 1,5<br />

+ 0,8<br />

+ 0,8<br />

— 3,1<br />

— 3,1<br />

+ 0,8<br />

+ 5,7<br />

— 1,5<br />

— 3,1<br />

Eq. MS<br />

NO3 (•)<br />

27,5<br />

29,0<br />

26,8<br />

25,4<br />

25,4<br />

25,1<br />

26,8<br />

28,3<br />

29,7<br />

27,5<br />

26,8<br />

6<br />

Diferença<br />

— 1,5<br />

— 0,7<br />

— 2,1<br />

— 2,1<br />

— 2,4<br />

— 0,7<br />

+ 0,S<br />

+ 2,2<br />

0,0<br />

- 0,7<br />

Pela anâlise do quadro, vemos que houve durante 10 dias oscilaçôes<br />

muito pequenas de NO7. Este tipo de conservaçâo é desejâvel porque<br />

os erros estâo dentro de limites razoâveis, com raras exceçôes.<br />

O tempo de 10 dias é suficiente para qualquer transporte dentro<br />

do Estado.<br />

Supomos que os dados favorâveis, obtidos pela conservaçâo em meio<br />

alcalino, nas condiçoes em que trabalhamos, tenha explicaçâo na alternância<br />

de acidez e alcalinidade do meio, refletindo na destruiçâo dos<br />

microrganismos em grande percentagem.<br />

4.3 — Conservaçâo do percolado em meio âcido com adiçâo<br />

de antissépticos<br />

A maneira de procéder foi idêntica à do primeiro caso. Depois, as<br />

aliquotas transferidas para os balöes recebiam 0 antisséptico. Escolhemos<br />

como inibidor o éter pelo fato de ser solûvel na âgua e estabelecer<br />

um meio impróprio para a atividade microbiana. A quntidde de<br />

éter adicionada aos balöes era de mais ou menos 1 ml.<br />

Os resultados que obtivemos estao expostos no Quadro 16.<br />

EXPERÎÊNCIA<br />

N.«<br />

Dias<br />

0 1234 . .<br />

5<br />

6 7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

QUADRO 16<br />

Conservaçâo do percolado em meio âcido com inibidor éter<br />

Eq. Mû<br />

NO3W<br />

115,3<br />

113,2<br />

113,8<br />

120,0<br />

110,9<br />

115,3<br />

110,9<br />

115,3<br />

120,0<br />

120,0<br />

1<br />

Diferença<br />

— 2,1<br />

— 1,5<br />

+ 4,7<br />

— 4,4<br />

0,0<br />

— 4,4<br />

0,0<br />

+ 4,7<br />

+ 4,7<br />

Eq-Mg<br />

NO3(»)<br />

9,7<br />

11,2<br />

11,2<br />

9,7<br />

11,2<br />

9,0<br />

10,5<br />

9,2<br />

9,7<br />

9,7<br />

2<br />

Diferença<br />

+ 1,5<br />

+ 1,5<br />

0,0<br />

+ 1,5<br />

— 0,7<br />

+ 0,8<br />

— 1.5<br />

0,0<br />

0,0<br />

• Sobre 100 g de terra sêca a 110°O.<br />

Eq. Mg<br />

N0;,O<br />

17,5<br />

1S,3<br />

17,5<br />

16,8<br />

17,5<br />

17,5<br />

18,3<br />

16,3<br />

16,8<br />

16,1<br />

16,1<br />

3<br />

Difdrença<br />

+ 0,8<br />

0,0<br />

— 0,7<br />

0,0<br />

0,0<br />

+ 0,8<br />

— 1,2<br />

— 0,7<br />

— 1,4<br />

— 1,4<br />

Eq.M?<br />

NO3C)<br />

94,7<br />

98,5<br />

101,6<br />

100,8<br />

90,2<br />

94,7<br />

98,5<br />

98,5<br />

103,9<br />

98,5<br />

97,8<br />

4<br />

Diferenpa<br />

+ 3,8<br />

+ 6,9<br />

+ 6,1<br />

- 4,5<br />

0,0<br />

+ 3,8<br />

+ 3,8<br />

+ 9,2<br />

+ 3,8<br />

+ 3,1<br />

Eq. pz<br />

NO3C)<br />

67,7<br />

70,0<br />

62,3<br />

63,9<br />

63,1<br />

70,0<br />

63,9<br />

68,4<br />

63,9<br />

67,7<br />

63,9<br />

5<br />

Diferença<br />

+ 2,3<br />

— 5,4<br />

— 3,8<br />

— 4,6<br />

+ 2,3<br />

- 3,8<br />

+ 0,7<br />

— 3,8<br />

0,0<br />

- 3,8<br />

Eq.MS<br />

NO3(')<br />

56,0<br />

56,0<br />

56,0<br />

58,9<br />

56,0<br />

54,4<br />

58,9<br />

61,2<br />

58,9<br />

56,0<br />

58,0<br />

6<br />

Diferença<br />

0,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

+ 2,9<br />

0,0<br />

+ 1,6<br />

+ 2,9<br />

+ 5,2<br />

+ 2,9<br />

0,0<br />

2,9<br />

Eq. M?<br />

NO3«<br />

28,3<br />

28,3<br />

28,3<br />

28,3<br />

26,8<br />

29,7<br />

30,3<br />

30,3<br />

30,3<br />

30,3<br />

30,3<br />

7<br />

Diferença<br />

0,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

— 1,5<br />

+ 1,4<br />

+ 2,0<br />

+ 2,0<br />

+ 2,0<br />

+ 2,0<br />

+ 2,0


ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 159<br />

Inferimos, pela anâlise do quadro, que o percolado âcido com inibidor<br />

eter também mantém o nivel de nitratos e serve para conhecer<br />

o teor de NO~ na amostra colhida, num periodo de 10 dias.<br />

Chegamos por f im à conclusâo de que a manutençâo do teor de<br />

nitratos na amostra é impossivel, quando usamos os artificios estudados.<br />

O percolado, por sua vez, mantém os nitratos, quando fôr âcido com<br />

inibidbr éter ou, entäo, alcalino, depois de ter, anteriormente, estado<br />

âcido.<br />

Para trabalharmos no campo é necessârio que determinemos a percentagem<br />

de umidade. Esta poderâ ser feita pelo processo comum de<br />

secagem de 5 g na estufa a 110°C durante duas horas, bastando que<br />

transportemos a amostra em latinhas fechadas com fi ta isolante.<br />

Podemos empregar o aparelho "Speed" no local e no momento da coleta<br />

da tera.<br />

Para trabalhar preferimos empregar o âcido como inibidor porque<br />

facilita a eliminaçâo dos cloretos que perturbam a dosagem do<br />

NO-.<br />

A marcha a ser utilizada para amostra, que nâo pode ser analisada<br />

imediatamente, sera:<br />

Pesar 50 g de terra natural, colocar o tubo percolador de capàcidade<br />

de 300 ml e fazer passar 150 ml do extrator H2SO4 0,01 N. Receber o<br />

percolado num balâo comum e, depois de tôda a passagem, adicionar<br />

mais ou menos 1 ml de éter, arrolhar bem e acondicionar. Ao mesmo<br />

tempo tomar uma amostra, colocar nuraa latinha, fechar, obturando<br />

as aberturas com fita isolante. Pode-se fazer a dosagem da umidade<br />

com o "Speed".<br />

É processo trabalhoso e séria preferivel trabalhar-se com a amostra<br />

da terra, mas os processus estudados nâo produzem efeito. É desejâvel,<br />

portante, encontrar outro que requeira menos trabalho.<br />

5 — RESUMO<br />

Influenciados por numerosos fatôres, os nitratos da amostra de<br />

terra sofrem muitas variaçôes. Uma dosagem, alguns dias após a coleta,<br />

nâo mais reflète as quantidades de NO~ que se encontravam no<br />

momento da retirada da terra.<br />

Como devemos estudar os solos do Estado de Sâo Paulo, e os laboratórios<br />

se encontram em Campinas, foi necessârio estudarmos processos<br />

e artificios que mantivessem constante o teor dos nitratos.<br />

As investigaçôes realizadas no estudo da secagem imediata da<br />

amostra na estufa a 110°C, secagem imediata em estufa 40-50°C, secagem<br />

da terra em camadas finas, conservaçâo em saquinhos de aniagem,<br />

em latinhas parafinadas ou balôes arrolhados, sem e com antissepticos<br />

(tolueno, sulfeto de carbono, clorofórmio, éter e tolueno), mostram sempre<br />

variaçôes na quantidade de NO~ que eliminavam estes processos<br />

como mantenedores.<br />

Os resultados, em que havia conservaçâo, foram obtidos mantendo<br />

o percolado ou extra to em meio alcalino e âcido com inibidor éter. Pela<br />

facilidade em se eliminar os cloretos, que perturbam a dosagem dos<br />

nitratos, o meio âcido foi selecionado. Descrevemos a marcha da extraçâo.<br />

-


160 AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

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il


<strong>DO</strong>SAGEM <strong>DO</strong>S NITRATOS <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> PELO MÉTO<strong>DO</strong><br />

<strong>DO</strong> ÄCI<strong>DO</strong> FENOLDISSULFÔNICO<br />

1 — INTRODUÇÂO<br />

FRANCISCO DA COSTA VERDADE<br />

Secçâo de Agrogeologia, Institute)<br />

Agronômico de Campinas<br />

Um método de dosagem de qualquer elemento do solo deve satisfazer<br />

uma série de requisitos inerentes à propria natureza do material<br />

com que lidamos. Dai necessitarmos de um processo micrométrico, râpido,<br />

simples e preciso. Dentro os indicados na bibliografia respectiva,<br />

sobressai o método do âcido fenoldissulfônico, que preenche os requisitos<br />

exigidos pelos técnicos em solos. Portanto, baseados nos trabalhos<br />

de A.O.A.C.(l), DAVIS(5), EMERSON(6), HARPER(9), NOYES(12),<br />

PLICE (17), POTTER (18), PRINCE (19), ROLLER (22), SYME (25) e outros,<br />

adotâmo-lo como método de trabalho.<br />

O solo apresentando a variabilidade que todos nos conhecemos,<br />

derivàda de fatôres assâs numerosos, como clima, topografia, altitude,<br />

natureza da rocha-mâter, tratos culturais, etc., exige, para dosagem<br />

das substâncias que contém, adaptaçôes que satisfaçam as condiçoes<br />

locais. Porisso, procuramos estudar o método proposto com o f im de<br />

aplicâ-lo para as condiçoes do Estado de Sâo Paulo. Para atingir êsse<br />

escopo, algumas dificuldades se apresentaram e foi mister estudar e<br />

procurar removê-las, constituindo o presente a sümula dos nossos trabalhos<br />

a respeito.<br />

2 — PERCOLAÇÂO E RELAÇÂO TERRA-EXTRATOR<br />

2.1 — Percolaçao<br />

A extraçâo dos nitratos na marcha operatória, citada pelos autores<br />

indicados na bibliografia, se faz por agitaçâo. Como a Secçâo de Agrogeologia<br />

do Instituto Agronômico de Campinas emprega a percolaçao<br />

com ótimos resultados, procuramos adaptâ-la ao processo. Os resultados<br />

for am bons porque evitamos a filtraçao inicial do processo da agitaçâo;<br />

nâo houve necessidade de se alterar a relaçâo terra-extrator e,<br />

com o extrator conveniente, obtivemos liquidos claros e sem matéria<br />

orgânica ou com pequeno teor.<br />

Houve aumento do tempo para a extraçâo do NO3~, mas como esta<br />

operaçâo nâo toma trabalho e o operador só deve retirar o recipiente<br />

finda a passagem do liquido, nâo traz nenhuma desvantagem.<br />

Utilizamos tubos percoladores corn capacidade para 300 ml, cuja<br />

descriçâo e teoria podemos encontrar em PAIVA NETTO (13, 15) .


164 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIËNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

2.2 — Relaçao Terra-Extrator<br />

Em gérai, admite-se que a relaçâo 1 (pêso-terra) : 2 (volume-extrator)<br />

é suficiente para a retirada de todo o NO8- quando usamos agitaçâo(12,<br />

19, 22) . Estudamos a percolaçâo extraindo sucessivamente<br />

com très porçôes distintas de 100 ml de H2SO4 0,01 N para 50 g de<br />

terra fina sêca do ar. Obtivemos os seguintes resultados:<br />

QUADRO 1<br />

Retirada de NOs da mesma amostra em très percolacôes sucessivas de 100 ml<br />

do extrator H2SO> 0,01 N<br />

TERRA<br />

AMOSTRA<br />

N.° *<br />

403 a<br />

403 b<br />

403 c<br />

150 a<br />

407 a<br />

407 b<br />

Eq. Mg NOs/lOO g<br />

TERRA<br />

1." percolaçâo<br />

136,0<br />

162,0<br />

3,0<br />

9,0<br />

90,0<br />

105,0<br />

2." percolaçâo<br />

0,0<br />

2,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

3,0<br />

0,0<br />

3." percolaçâo<br />

0,0<br />

4,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

1.0<br />

TERRA<br />

AMOSTRA<br />

\ 0 *<br />

403 a<br />

403 b<br />

403 c<br />

150 a<br />

407 a<br />

407 b<br />

Eq. ,ug NO3/IOO g<br />

TERRA<br />

1." pbrcolaçâo<br />

140,0<br />

157,0<br />

2,5<br />

9,0<br />

90,0<br />

100,0<br />

2.» percolaçâo<br />

0,0<br />

3,0<br />

0,0<br />

1,0<br />

0,0<br />

2,0<br />

3." percolaçâo<br />

* — Terras arquivadas na Secçâo de Agrogeologia com êsses numéros correspondendo os 400 à terra roxa e<br />

150 ao arenito.de Bauru.<br />

Em conclusâo, verificamos que a relaçâo 1:2 satisfaz, mas como<br />

medida de segurança empregamos a relaçao 1:3.<br />

3 — OBTENÇÂO DE EXTRATOS CLAROS E INCOLORES, LIVRES<br />

DE MATÉRIA ORGÂNICA<br />

Para uma determinaçâo précisa de nitratos, necessitamos dum extrato<br />

incolor e claro (9, 10, 22, 25, etc.). As particulas coloidais, pela<br />

simples extraçâo com âgua destilada, atravessam os papéis de filtro<br />

e vâo perturbar a marcha operatória(22) . Nâo é caso gérai, mas fenômeno<br />

muito comum. Por outro lado, precisamos remover a matéria<br />

orgânica, porque, ao colocarmos o reativo âcido fenoldissulfônico, hâ<br />

ataque naquele material com produçao de fortes corantes(25) que alteram<br />

a leitura no electrofotometro ou entâo descoloram as soluçôes<br />

jâ prontas, diminuindo o teor de nitratos pela reduçâo dos mesmos<br />

(25, 17) .<br />

BERGE (2) acha que o simples emprêgo do electrofotometro élimina<br />

as interferêneias dessas coloraçôes, mas isso nâo foi por nos constatado.<br />

Nas provas que fizemos, qualquer residuo de matéria orgânica<br />

produzia fortes variaçôes nos resultados, em virtude de as coloraçôes<br />

produzidas serem sempre amareladas e, conseqüentemente, aproximarem-se<br />

do comprimento de onda amarela no quai fazemos as leituras<br />

dos nitratos.<br />

Temos dois fatos a encarar: clarificaçâo e eliminaçâo da matéria<br />

orgânica do extrato. Em ambos os casos devemos empregar substâncias<br />

que floculem os colóides (mineral e orgânico). Como nem tôda a matéria<br />

orgânica se apresenta humificada e, portante, nâo sera precipitada<br />

com. os agentes adequados, bem como nâo podemos aliar in<br />

totum essas duas propriedades, procuramos encontrar urn extrator que<br />

0,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

0,0


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 165<br />

nas nossas condiçôes realizasse a clarificaçâo, retirando um minimo<br />

de substâncias orgânicas. A que acompanhar o extrato destruiremos<br />

com oxidantes posteriormente.<br />

3.1 — Extrator do NOS~ do Solo<br />

Como jâ indicamos, a finalidade era obter uma soluçao que extraisse<br />

o aniônio NOr e produzisse urn liquido claro e incolor. Em<br />

primeiro lugar, aquêle iônio nâo é adsorvido pelo complexo coloidal<br />

(12, 19), de maneira que qualquer soluçao fara a sua retirada.<br />

Das substâncias mais empregadas destacam-se: CaO (1, 10, 19,<br />

27),CaSO4 (2, 22), CuSO4 + Ca(OH)2 + MgCO3 (9),Ca(OH)2 (12, 17),<br />

Al (OH) 3 (6), CaCO, (18),.KAI(SO4)2 (5), etc.<br />

Vemos que a tendência é empregar substâncias pectizantes para<br />

os colóides minerais e que ao mesmo tempo se unam à matéria orgânica<br />

para dar humatos (como CaO, Ca(OH)2) ou entâo que atuem<br />

por absorçâo (Cu (OH) 2, Al (OH) 3) .<br />

Conhecido o fato que o iônio OH~ produz a solubilizaçâo do<br />

humus, e o H-, a precipitaçâo do mesmo, propuzemos estudar o meio<br />

âcido como substância extratora porque produz a floculaçâo dêsse<br />

colóide e menor quantidade de matéria orgânica se apresentarâ no<br />

extrato. O colóide mineral do solo sof re o mesmo f enômeno.<br />

PIPER (16) aconselha o emprêgo do H2SO4 numa modificaçâo do<br />

método de DEVARDA. WHITING (26) e SACHS (23) utilizaram o HC1 0,2 N<br />

como extrator para a dosagem dos nitratos noutra modificaçâo do<br />

método de DEVARDA. O aniônio Cl~~ produzindo a reduçâo dos teores de<br />

NO8~, nâo pode ser empregado. Propuzemos estudar o H2SO4, jâ estudado<br />

por Mc GEROGE como floculante dos colóides do solo, segundo<br />

citaçào de WIYCK(27), achando-o agente mais poderoso na pectizaçâo<br />

que os sais divalentes e monovalentes, porém menos que os trivalentes<br />

como A12(SO4)3.<br />

O H2SO4 extraira ,portanto, os nitratos e, algumas vêzes, matéria<br />

orgânica solûvel nos âcidos. Como devemos trabalhar posteriormente<br />

em meio alcalino porque a acidez produz perdas (2, 5, 9, 22), a elevaçâo<br />

do pH produzirâ novas precipitaçôes devido a que matéria orgânica<br />

atinge seus pontos isoelétricos. Tal fenômeno é auxiliado pela precipitaçào<br />

do Fe -, Al • . etc. extraidos. A pesquisa de C no precipitado<br />

que se formava pela alcalinizaçâo deu resultados positivos. Convém<br />

assinalar que, em certos casos, a eliminaçâo da matéria orgânica nâo<br />

é total, mas sera removida posteriormente por oxidantes e nâo prejudicarâ<br />

a marcha analitica.<br />

Realizamos uma competiçâo entre os agentes clarificadores, tomando-se<br />

por base a marcha operatória descrita no final, e usamos<br />

os clarificantes dos autores assinalados. Empregamos só a percolaçâo.<br />

Nesta competiçâo quanto à clarificaçâo e retirada da matéria orgânica,<br />

usamos o critério de coloraçâo do extrato (depois de alcalinizado<br />

no càso do H2SO4 0,01 N, pois no meio âcido hâ um mascaramento<br />

da côr), e quantidade de âgua oxigenada a 30 volumes, gasta nas<br />

mesmas proporçôes de extrato. A disposiçâo dos resultados no Quadro<br />

II, em que estudamos o poder de cada agente, só se réfère à ordern crescente<br />

de coloraçâo do extrato e nâo à quantidade de H2O2 gasta para<br />

tornar o residuo isento de matéria orgânica. Houve, porém, relaçâo<br />

entre as duas, pois maior coloraçâo exigia sempre maior quantidade<br />

de âgua oxigenada.


166 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

QUADRO 2<br />

Primeiro teste dos agentes mais empregados na clarificaçao e<br />

de matéria orgânica<br />

PROCESSO<br />

*<br />

H,SO4<br />

Roller,, (22)<br />

Harper, (9)<br />

A1(OH)3<br />

A.O.A.C., (1)<br />

Substnncia<br />

empregada<br />

H2SO4 0,01 N<br />

sol. de CaSO,<br />

CuSO + Ca(OH) +<br />

+ MgCO,<br />

CaO<br />

Terra<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

Clarificaçao e<br />

oor do extrato<br />

Claro c incolor<br />

» » »<br />

» » »<br />

3> » »<br />

» » »<br />

menor<br />

H,O2 ml<br />

gastos<br />

0,5<br />

1,0<br />

1,0<br />

1,0<br />

1,5<br />

retirada<br />

Eq. Mg<br />

de NO3/<br />

100 g<br />

terra<br />

* Os métodos assinalados podem ser encontrados na bibliografia e empregados da maneira indicada, substituindo<br />

só a agitaçâo pela percolaçâo. o H2 SO4 corresponde ao proposto por nos e o Al(0H)3 corresponde ao emprêgo<br />

dêsse hidróxido sobre o extrato.<br />

Dêste tipo de comparaçâo fizemos diversos, cujos resultados em<br />

linhas gérais foram os expressos acima. Nos exemplos subséquentes,<br />

abandonamos o processo HARPER (9) e o A1(OH)3 porque o primeiro,<br />

apesar de eficiente, é mui to trabalhoso, e o ultimo apresentou sempre<br />

reduçâo dos teores de NO3-.<br />

O método do A.O.A.C. (1), empregando CaO, apresentava sempre<br />

urn residuo final pelo tratamento com H2O2, que nâo conseguiamos<br />

eliminar com excesso de âgua oxigenada, e formado por matéria orgânica<br />

insolûvel. Nécessita va ser removida por filtraçâo porque, tôdas<br />

as vezes que essa operaçâo nâo foi feita, havia ataque do reativo, âcido<br />

fenoldissulfônico, produzindo os corantes jâ referidos. As operaçôes<br />

tornavam-se mais trabalhosas.<br />

O processo ROLLER (22) revelou-se muito bom, tendo muitas vantagens<br />

sobre o do A.O.A.C. mas nâo sobrepujou, no gérai o emprêgo<br />

do H2SO4 0,01 N.<br />

Pelo que observamos nos exemplos citados, a que obedecem os<br />

resultados de tôdas as competiçôes por nós feitas, o H2SO4 revelou-se<br />

como melhor extrator porque retirava todos os nitratos, dando extratos<br />

claros e com menos matéria orgânica. Outra conclusâo a que chegamos<br />

é o seu emprêgo satisfatório, dosarido perfeitamente os nitratos<br />

sem produzir qualquer perda.<br />

Outro fato que veio favorecer o emprêgo do H2SO4 0,01 N foi a<br />

pequena quantidade de residuo final após a evaporaçâo. Quanto maior<br />

fôr 0 residuo tan to maiores serâo os gastos de reativo, jâ que êle deve<br />

cobrir completamente as paredes da capsula e reagir com tôda a massa.<br />

Acrésce que alguns autores acham que a quantidade de sais perturba<br />

a dosagem dos nitratos. Com o CaO, apesar de dar muito residuo, isso<br />

nâo foi observado, porém apresentou formaçâo de um precipitado que<br />

julgamos ser CaSO4, exigindo sempre uma filtraçâo final para sua<br />

eliminaçâo.<br />

Os cloretos devem ser eliminados durante a marcha analitica<br />

da dosagem dos nitratos, por perturbarem os resultados. Nunca conseguimos<br />

obter a sua eliminaçâo com sulfato de prata e em meio alcalino.<br />

O extrator H2SO4 0,01 N, dando soluçôes âcidas, évita 0 trabalho<br />

de adiçâo de âcido.<br />

Apresenta o H2SO4 0,01 N uma vantagem sobre os demais, sob 0<br />

ponto de vista da "prova em branco". Se a mesma consta de todos os<br />

4,1<br />

3,9<br />

4,5<br />

1,5<br />

3,8


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 167<br />

reativos empregados, como faremos para aquêles processos que usam<br />

CaO, CuSO4+Ca(OH)24-MgCO3, etc? Muito dificil se torna em cada<br />

dosagem fazermos a prova em branco com essas substâncias e parece-nos<br />

que os autores em gérai nâo cogitaram disso.<br />

Alguns autores, pesquisando a oxidaçâo da matéria orgânica nitrogenada<br />

do solo pelo H2O2, acharàm que pode haver uma evoluçâo<br />

do N até NO-3(22) ou entâo até NHS(21). O melhor oxidante para<br />

eliminar a matéria orgânica residual é o H2O2, e, portanto, ao se empregar,<br />

pode dar tais fenômenos. O H2SO4 0,01 N, extraindo substâncias<br />

solüveis nos âcidos, serâo provàvelmente precipitadas quando alcalinizamos<br />

o meio e eliminamos as formas nitrogenadas solûveis nos<br />

âcidos.<br />

3.2 — Agentes de Eliminaçao da Matéria Orgânica Final<br />

Temos dois tipos: a) que atuam por adsorçâo; b) por oxidaçâo.<br />

Os primeiros, que adsorvem a matéria orgânica, sâo empregados<br />

conjuntamente nos extratores, e citam-se o carvâo animal, carvâo vegetal,<br />

carvâo de sangue, A1(OH)3, etc. O seu défeito, conforme a opiniâo<br />

da maioria dos que trabalharam com êles, é de adsorverem matéria<br />

orgânica e nitrates, o que verificamos para o A1(OH)3.<br />

Entre os que atuam por oxidaçâo, empregados no extrato quando<br />

secando no banho-maria, citam-se a âgua bromada, peróxido de sódio,<br />

permanganate de potâssio e âgua oxigenada. Estudamos todos êles.<br />

3.2.1 — AGUA BROMADA. Eliminava perfeitamente a matéria<br />

orgânica, porém os teores de NO~8 er am discordantes dentro da mesma<br />

amostra de terra. Procuramos observar os resultados em padroes de<br />

nitrates e verificamos que hâ reduçâo, como vemos no Quadro 3<br />

Eq. p% NO.i empregados<br />

ml de ägua bromada<br />

saturada<br />

Eq. jug reeuporados<br />

QUADRO 3<br />

Açâo depressiva da âgua bromada sobre nitrato de padroes<br />

1,3<br />

0,0<br />

1,3<br />

1,3<br />

2,0<br />

0,3<br />

2,5<br />

0,0<br />

2,6<br />

2,5<br />

2,0<br />

0,0<br />

FRAPS e STERGES, citados por ROLLER (22) admitem que a perda é<br />

causada, talvez, pela reaçâo entre o âcido fenoldissulfônico, brometo<br />

e nitrates, formando-se NOBr3(?).<br />

3.2.2 — PERÓXI<strong>DO</strong> DE SÓDIO. Jâ antes empregado por WHIT-<br />

ING (26) numa modificaçâo do método de DEVARDA. Fizemos ensaios<br />

com esta substâneia e verificamos que a destruiçâo da matéria orgânica<br />

é muito lenta, exigindo grande consumo. O extrato tornava-se excessivamente<br />

alcalino e a açâo sobre o reativo âcido fenoldissulfônico era<br />

muito enérgica. Finalmente verificamos em padroes que os resultados,<br />

apesar de algumas vêzes bastante aproximados, nâo eram constantes.<br />

4,6<br />

0,0<br />

4,6<br />

4,6<br />

2,0<br />

0,0<br />

7,9<br />

0,0<br />

7,8<br />

7,9<br />

2,0<br />

0,0<br />

10,0<br />

0,0<br />

10,0<br />

10,0<br />

2,0<br />

3,25


168 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Eq. pg do NO3 empregados<br />

gr de Na2Oo usados. .<br />

Eq. Mg de NO3 recuperados<br />

QUADRO 4<br />

Açâo depressiva da âgua bromada sobre nitrato de padroes<br />

2,5<br />

0,0<br />

2,6<br />

2,5<br />

0,25<br />

2,4<br />

3.2.3 — PERMANGANATO DE POTÄSSIO. Com este oxidante<br />

os resultados foram melhores do que os anteriores. SYNE(25) empregou-o<br />

em meio âcido, em temperatura nâo acima de 70°C, para destruir<br />

a matéria orgânica. Tal precauçâo é necessâria para evitar perdas<br />

de NO3 por evaporaçâo. BLOM: e TRESCHOW(3) empregam-no para<br />

0 método Xylenol, com resultados satisfatórios. NEMEC(IO), usando-o<br />

para o método Xylenol e a temperatura mais elevada, admite que nâo<br />

existe perdas de NO*- e uma evoluçâo de Cl- a Cl2, o que redunda num<br />

beneficio, porque este aniônio é uma das fontes dos erros na dosagem<br />

dos nitratos pelo método do âcido fenoldissulfônico. Nâo conseguimos,<br />

todavia, eliminar o Cl- de padroes, quando usamos o permanganate<br />

em meio âcido.<br />

Para evitarmos o contrôle da temperatura, que torna a operaçâo<br />

dificil na eliminaçâo da matéria orgânica, procuramos empregar o<br />

oxidante KMnO4 em meio alcaline As operaçôes foram muito dificeis,<br />

mas os resultados bons. Preferimos, contudo, a âgua oxigenada.<br />

3.2.4 — AGUA OXIGENADA. Foi o melhor oxidante encontrado,<br />

realizando uma eliminaçâo eficiente da matéria orgânica e, ao mesmo<br />

tempo, nâo produzindo perdas de NO-3(22, 17). Sua melhor açâo é<br />

em meio alcalino, cujo emprêgo é necessârio na dosagem dos nitratos.<br />

Apresenta dois inconvenientes : a) a âgua oxigenada é provàvelmente<br />

retirada no residuo de secagem do extrato, quer se ja porque<br />

se uniu aos hidrôxidos existentes ou porque os transformou em peróxidos.<br />

Mais tarde, ataca o reativo que, ao ser neutralizado com<br />

NH4OH, produz color açâo de vermelho até amarelo(22). Nâo constitui<br />

fato comum, mas foi observado com certa frequêneia, principalmente<br />

quando usamos CaO e Ca(OH)2 nos testes comparativos.<br />

Isso pode ser evitado fazendo-se adiçâo de mais ou menos 10 ml de<br />

âgua destilada ao residuo e deixando secar novamente. ROLLER (22)<br />

indica meio como o da carbonataçâo, porém aquela diluiçâo para nos<br />

foi suficiente.<br />

b) a âgua oxigenada leva consigo um teor relativamente alto<br />

de NO-3. A purificaçâo do H2O2(4) nâo deu resultados esperados e<br />

preferimos usar uma soluçâo a 30 volumes, na quai determinamos 0<br />

NO-3 por ml, fazendo-se a correçâo no teor achado na amostra. Verificamos<br />

que quantidades crescentes de H2O2 nâo ofetam os resultados,<br />

a nâo ser pela quantidade de nitrato que levam.<br />

A matéria orgânica nitrogenada produzirâ, pela açâo do H2O2,<br />

uma evoluçâo do N-orgânico a NH3(22), mas, como jâ dissemos anteriormente,<br />

pouco teremos dêsse material no extrato e este inconvenientë<br />

nâo existe.<br />

4 — PERDAS PRODUZIDAS PELOS CLORETOS<br />

As perdas produzidas pela açâo dêste elemento se processam no<br />

momento em que adicionamos ao residuo sêco o reativo âcido fenol-<br />

2,5<br />

0,5<br />

2,8<br />

5,0<br />

0,0<br />

5,1<br />

5,0<br />

0,25<br />

2,1<br />

5,0<br />

0,5<br />

4,7


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 169<br />

dissulfônico, o quai, tendo H2SO4 concentrado, produz a libertaçâo ao<br />

mesmo tempo de HC1 e HNO3, com produçâo de âgua régia(12) . A<br />

evoluçâo do nitrogênio nitrico a NO produzirâ as perdas.<br />

Para estudarmos o fenômeno, fizemos ensaios sobre padroes e<br />

comparamos com limites de Cl- fixados pelos diferentes autores, acima<br />

dos quais, perdas sensiveis de NO~3 sâo encontradas. NOYÉS (12) admite<br />

perda quando temos 24, 9 p.p.m. PRINCE(19) acha que acima<br />

de 15 p.p.m. produzirâ perdas. HAKPER(9) admite 4 p.p.m. o limite<br />

mâximo de Cl~.' A.O.A.C.(l) recomenda a eliminaçâo dos clore tos<br />

quando acima de 6 p.p.m. PIPER (16) dâ como limite mâximo 20 p.<br />

p.m. No estudo dos padroes verificamos se as perdas sâo proporcionais<br />

as quantidades de cloretos e nitratos. Dos resultados temos alguns no<br />

Quadro 5.<br />

NO3 adieionado<br />

Em Eq. y.g<br />

5,5<br />

5,5<br />

5,5<br />

5,5<br />

5,5'<br />

25,0<br />

25,0<br />

25,0<br />

25,0<br />

25,0<br />

56,0<br />

56,0<br />

56,0<br />

56,0<br />

QUADRO 5<br />

Açâo do Cl sobre padroes de NO3<br />

Cl" adieionado<br />

Em Eq. Mg<br />

0,0<br />

5,5<br />

11,0<br />

22,0<br />

55,0<br />

0,0<br />

5,5<br />

11,0<br />

22,0<br />

55,0<br />

0,0<br />

16,5<br />

22,0<br />

55,0<br />

NO3 recuperado<br />

Em Eq. Mg<br />

5,5 .<br />

5,6<br />

5,1<br />

4,9<br />

4,6<br />

25,0<br />

25,3<br />

23,8<br />

23,8<br />

20,2<br />

56,0<br />

51,0<br />

52,7<br />

46,9<br />

% do êrro<br />

0,0<br />

— 1,8<br />

— 7,0<br />

— 10,9<br />

— 16,4<br />

0,0<br />

+ 1,2<br />

— 4,8<br />

— 8,0<br />

— 19,2<br />

0,0<br />

— 9,7<br />

— 6,0<br />

— 16,6<br />

Verificamos pelo Quadro 5 que temos urn êrro apreciâvel, a partir<br />

de 11 Eq. (.ig de Cl- ou tomando-se por base o solo, 3,9 p.p.m.,<br />

êrro êsse independente da quantidade de NO~3, como era de esperar.<br />

Os solos do Estado de Säo Paulo sâo pobres em cloretos, com exceçâo<br />

dos solos de baixadas e das zonas do litoral, conforme PAIVA<br />

NETTO e SEIXAS QUEIROZ (14), e apresentam os. seguintes teores medios:<br />

— mg % —<br />

Quaternârio<br />

Devoniano<br />

Terciârio<br />

Arqueano<br />

1,25<br />

0,80<br />

0,70<br />

0,69<br />

Glacial 0,61<br />

Corumbatai 0,51<br />

— mg % —<br />

Botucatu 0,47<br />

Botucatu (lava + arenito)<br />

T. R. M. 0,40<br />

Botucatu arenito 0,34<br />

Bauru superior 0,29<br />

Bauru inferior 0,29<br />

Verificamos que, a partir da formaçâo Botucatu, os teores medios<br />

nâo atingem as quantidades que produzam erros tâo apreciâveis nas<br />

dosagens. Como usualmente empregamos 50 gr de solo, sômente os<br />

do Quaternârio apresentam teores acima do limite especificado. Contudo,<br />

sâo aquêles resultados, teores medios de cloretos, e devemos estudar<br />

a aplicabilidade do método em tôdas as condiçôes de riqueza<br />

de Cl-.


170 ANAIS DA SEGTJNDA REXJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Para contornarmos êste inconveniente, existem diversos modos.<br />

DAVIS (5) achou que podemos prévenir as perdas usando urn excesso<br />

de reativo. GERICKE(7) procurou eliminar a açâo do Cl" pela adiçâo<br />

do reativo fenoldissulfonico ao extrato, antes de levar ao banho-maria,<br />

e concentrâ-lo em temperaturas nâo superiores a 70°C. NEMEC(IO),<br />

estudando a eliminaçao da matéria orgânica com KMnO4, no processo<br />

Xylenol, acha que évita a açâo dos cloretos pela sua evoluçâo a Cl 2 ,<br />

Pelas dificuldades, todos säo passiveis de criticas desfavorâveis.<br />

PRINCE(19), HARPER(9), A.O.A.C.(l) recomendâm a eliminaçao<br />

com AgoSO4 em soluçâo. Indicam a sua adiçâo em meio alcalino e<br />

HARPER (9) mostra como determinar a quantidade de AgL>SO4 em soluçâo,<br />

requerida para a eliminaçao dos cloretos, tendo como indicador<br />

o cromato de potâssio. O A.O.A.C.(l) manda utilizar o Al (OH)3<br />

para reter o precipitado de AgCl, que usualmente atravessa os papéis<br />

de filtro quando em pequenas quantidades.<br />

Ensaiamos preliminarmente a eliminaçao dos cloretos em padroes,<br />

utilizando-se o meio alcalino (usando NaOH) e meio âcido<br />

(acidulado com H2SO4). Os resultados vemos no Quadro 6.<br />

QUADRO 6<br />

Eliminaçao dos cloretos em meio alcalino e âcido, utïlizando padroes de NO,<br />

NO3 adicionado<br />

em Eq. vg<br />

5,5<br />

5,5<br />

5,5<br />

5,5<br />

5,5<br />

10,9<br />

10,9<br />

10,9<br />

10,9<br />

44,0<br />

44,0<br />

44,0<br />

44,0<br />

44,0<br />

44,0<br />

Cl adicionado<br />

e m Eq. Mg<br />

0,0<br />

54,8<br />

54,8<br />

54,8<br />

54,8<br />

0,0<br />

27,4<br />

27,4<br />

27,4<br />

/ / /<br />

55,0<br />

55,0<br />

55,0<br />

55,0<br />

55,0<br />

Meio empregado<br />

na eliminaçao<br />

// /<br />

acid<br />

acid<br />

ale<br />

ale<br />

/ / /<br />

/ / /<br />

acid<br />

acid<br />

///<br />

// /<br />

acid<br />

acid<br />

ale<br />

ale<br />

NO3 recuperado<br />

Em Eq. Mg<br />

5,5<br />

5,1<br />

5,4<br />

4,5<br />

4.6<br />

10,9<br />

10,3<br />

10,9<br />

10,6<br />

43,8<br />

40,3<br />

43,4<br />

43,4<br />

40,0<br />

38,5<br />

To ci e erro<br />

0,0<br />

— 7,3<br />

— 1,8<br />

— 18,2<br />

— 16,4<br />

0,0<br />

— 5,5<br />

0,0<br />

— 2,7<br />

O Q<br />

A,O<br />

— 8,4<br />

— 1,4<br />

— 1,4<br />

--. 9,1<br />

— 12,5<br />

Pelo que vemos no ultimo quadro, chegamos à conclusâo de que<br />

0 meio alcalino produz vicios nos resultados. Fizemos comparaçôes<br />

na terra usando-se a marcha descrita no final. Infelizmente, foi dificil<br />

encontrar terras com teores altos de Cl-, e, portante, adicionamos<br />

cloretos para verificar a marcha que preconizamos. Eis alguns<br />

resultados :<br />

Terra arquivada na Secçao com o n.° 290-A (Bauru).<br />

Eq. \ig de<br />

NO-3/IOO gr terra<br />

Padrâo de NO~3 adicionado na terra 23,0<br />

Dosagem do padrâo de NO~3 mais 30 Eq. \ig de Cl~<br />

(a ser adicionado na terra) 21,0<br />

Dosagem da terra simplesmente 9,6 32,6


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 171<br />

Dosagem da terra mais o padräo de NO'-3<br />

33,7<br />

Dosagem da terra mais padrâo de NO~3 e 30 Eq. \ig<br />

de Cl~. Eliminaçâo em meio âcido. 33,8<br />

Dosagem da terra mais padrâo de NO~3 e 30 Eq. [.ig<br />

de Cl~. Eliminaçâo em meio alcalino. 12,7<br />

Dosagem da terra mais padräo de NO~3 e 30 Eq. \ig<br />

de Cl~. Sem eliminaçâo 18,2<br />

Terra arquivada na Seccäo com n.° 441 a (terra roxa)<br />

Eq. ng de<br />

NO-3/IOO gr terra<br />

Padräo de NO~3 adicionado na terra 24,2<br />

Dosagem do padrâo de NO~3 mais 30 Eq. (.ig de Cl-<br />

(a ser adicionado na terra) 20,0<br />

Dosagem da terra simplesmeritê 11,6 35,8<br />

Dosagem da terra mais o padräo de NO~3<br />

35,9<br />

Dosagem da terra mais o padrâo de NO~3 e 30 Eq. \ag<br />

de Cl-. Eliminaçâo em meio âcido ' 36,3<br />

Dosagem da terra mais o padräo de NO~3 e 30 Eq. \ig<br />

de Cl-. Eliminaçâo em meio alcalino 30,5<br />

Dosagem da terra mais o padräo de NO~3 e 30 Eq. \ig<br />

de Cl-. Sem eliminaçâo 0,0<br />

Pelas anâlises acima verificamos que, tanto nos padroes corao nas<br />

terras, a eliminaçâo do Cl- em meio âcido com soluçâo de Ag2SO4 é<br />

perfeita dentro dos limites de erros permitidos. Outra conclusâo a<br />

tirar é que a eliminaçâo dos cloretos, como indica a bibliografia. jâ<br />

citada, produz erros que alteram bastante a quantidade final de NO~3.<br />

Isto nos mostra que, para o caso de terra^ que possuam alto teor<br />

de cloretos, podemos procéder de très modos:<br />

Em primeiro lugar, caso a concentraçâo de nitratos permita, fazemos<br />

uma diluiçao até atingir o limite mâximo permitido. Mas temos<br />

uma dificuldade, que consiste em sabermos de antemâo a quantidade<br />

de cloretos existentes. Poderïamos, numa anâlise compléta dum solo,<br />

deixar a determinaçâo dos nitratos em ultimo lugar e, pela anâlise anterior<br />

dos cloretos, determinarmos a aliquota desejada. Ocorre um fator<br />

que impede essa maneira de procéder, e provém do fato de que, normalmente,<br />

para conhecermos 0 teor de nitratos dum solo no momento da<br />

coleta da amostra, devemos fazer a dosagem imediatamente porque<br />

êsse teor varia muito na conservaçâo da amostra(*). De modo que<br />

nâo podemos a priori determinar a quantidade de terra ou aliquota a<br />

tomar.<br />

Em segundo lugar, podemos eliminar perfeitamente os cloretos<br />

com pequenos erros, por intermédio do Ag2SO4 em meio âcido, jâ que<br />

o meio alcalino em tôdas amostras utilizadas produziu erros apreciâveis.<br />

Em terceiro lugar, em terras que jâ tenhamos, de antemâo, segurança<br />

da presença dêsse aniônio, podemos percolar com o extrato<br />

H2SO4 0,01 N e quantidades suficientes da soluçâo de Ag2SO4 verificadas<br />

numa amostra preliminar. A descriçâo da marcha operatória<br />

poderemos ver no capitulo respectivo.<br />

* Estamos procedendo à investigaçâo da variaçâo do teor de nitratos na<br />

amostra e este trabalho ainda nâo foi completado.


172 ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

5 _ OUTRAS CAUSAS QUE AFETAM AS <strong>DO</strong>SAGENS<br />

5.1 — Perdas dévidas a carbonatos<br />

Alguns autores, como POTER(18) e DAVIS(5)., admitem perdas porque,<br />

ao se adicionar o reativo, forma-se Co2, que arrasta o HNO*, impedindo<br />

sua reaçâo com o âcido fenoldissulfônico. Outros, como HARPER (9)<br />

e ROLLER (22), acham que tal nâo se dâ quando empregamos certos<br />

cuidados. Para nos pouca importância terâ tal fato porque o extrator<br />

empregado destrói tais sais, exceto em terras de algumas formaçôes<br />

dos solos do Estado. Aqui bastarâ aumentar a normalidade do H2SO4<br />

0,01 N.<br />

5.2 — Influência do ferro<br />

É assinalado que o Fe afeta a coloraçâo no método do âcido fenoldissulfônico<br />

(12, 24). Naturalmente, pertubarâ as leituras pelo amarelo<br />

do sal formado. O H2SO4 0,01 N extrai êsse e outros catiônios, mas na<br />

maior parte serâo precipitados pela alcalinizaçâo do meio e removidos<br />

por filtraçâo. Nâo sabemos conseqiientemente sua açâo, mas deixamos<br />

em certas capsulas tal precipitado e notamos que havia formaçâo de<br />

coloraçôes altérantes. É, portante, necessârio uma filtraçâo do precipitado<br />

antes da secagem das capsulas.<br />

5.3 •— Perdas de nitratos promovidas pelo SO,,-- e acidez do extrato<br />

Alguns autores admitem perdas determinadas por êsse aniônio(5,<br />

6, 8,). As anâlises que fizemos para estudar a marcha do processo delineado<br />

para o H2SO4 0,01 N, bem como as anâlises comparativas, nâo<br />

sugerem tal afirmaçâo. HARPER (9) acha que as perdas a êle atribuidas<br />

têm como causa exclusiva a acidez do meio.<br />

Surgiu-nos também düvida se nâo havia perdas de NO~3 no extrato<br />

antes de ser levado ao banho-maria, pois ainda estava com pH abaixo<br />

de 7. Tomarnos balôes e* colocamos quantidades de NO~3 e acidificamos,<br />

deixando em repouso durante 48 horas e a seguir alcalinizamos e dosamos.<br />

Ficou 48 horas em repouso com 2 Eq. (xg de HL>SO4. Os resultados<br />

vemos no Quadro 7.<br />

1<br />

9<br />

4 .<br />

QUADRO 7<br />

Influência da acidez dû extrato na per da do NO,,- antes de levarmos<br />

ao banho-maria<br />

NUMERO<br />

!<br />

I<br />

f<br />

1 I111<br />

Com 2 Eq. ßg de<br />

H.SO,<br />

sem<br />

com<br />

sem<br />

com<br />

sem<br />

com<br />

sem<br />

com<br />

Eq. ßg de NO7<br />

adicionado<br />

5,0<br />

5,0<br />

5,0<br />

5,0<br />

11,6<br />

11,6<br />

21,0<br />

21,0<br />

Eq. Mg de NO3<br />

recuperado<br />

5,0<br />

5,1<br />

5,0<br />

5,0<br />

11,5<br />

• 11,5<br />

21,0<br />

21,2


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 173<br />

6 — EMPRÊGO <strong>DO</strong> NaOH PARA ALCANALIZAR O MEIO<br />

Preferimos utilizar êste hidróxido porque é rriuito solüvel e o sulfato<br />

que forma (seja do H2SO4 do extrator, seja do excesso do reativo<br />

âcido fenoldissulfônico) também é bem solüvel e näo produz variaçôes<br />

nos resultados(22). Como o extrator contém (na nossa percolaçâo)<br />

1,5 Eq. (.ig de H2SO4, ao balâo que recebe o percolato adicionamos 1,5 ml<br />

de NaOH 1 N. O emprêgo do NH4OH é desaconselhado porque admite(22)<br />

a formaçâo de NH4NO3, que se volatiliza ou entâo se oxida quando<br />

adicionamos H2O2 para destruir a matéria orgânica. De qualquer forma<br />

produz vicios.<br />

7 — LIMITE DAS LEITURAS NO ELECTROFOTÔMETRO FISCHER<br />

A representaçâo ortogonal das concentraçôes e leituras determiram<br />

uma curva como podemos ver na fig. 1.<br />

42,75<br />

?2,5O<br />

2.5O<br />

©,25 9,oo 15,00<br />

Figura 1 — Curva dos nitratos determinada pelo Eleatrofotômetro Fisher com filtro B-245.<br />

As leituras, além de um certo ponto, tornam-se pouco précisas<br />

porque a escala do Electrofotômetro vai diminuindo paulatinamente.<br />

Julgamos que as melhores leituras sâo as compreendidas entre 3,00<br />

e 45,00, que correspondem a 0.25 e 16,5 Eq. |.ig de NO~ respectivamente,<br />

por 100 ml.


174 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

8 — PREPARAÇAO <strong>DO</strong>S REATIVOS E MARCHA DE ANALISE<br />

8.1 '— Preparaçâo dos reativos<br />

a) Extrator H2SO4 — Soluçâo de H2SO4 0,01 N.<br />

b) Âcido fenoldissulfônico — Dissolvemos, em um Kjeldahl de<br />

500 ml, 25 g de fenol puro e incolor, em 225 ml de H2SO4 (peso especifico<br />

= 1,84), agitamos até compléta dissoluçâo. Aquecemos em<br />

banho-maria durante 6 horas, tempo suficiente para que se processe a<br />

reaçâo. Deixamos esfriar calmamente e guardamos em recipientes de<br />

vidro escuro.<br />

c) NH4HO — soluçâo (1+1).<br />

d) NaOH — soluçâo de NaOH 1 N livre de cloretos.<br />

e) Padrâo — Tomamos 2,5275 gr de KNO3, dissolvemos em 1.000<br />

ml de âgua destilada e obtemos uma soluçâo 0,025 N. Tomamos 10 ml<br />

da soluçâo, colocamos em uma capsula de porcelana, levamos ao banho-<br />

-maria para secar. Seca, adicionamos o reativo fenoldissulfônico e<br />

transferimos para um balâo de 1.000 ml, ob'tendo uma soluçâo que tem o<br />

titulo 0,00025 N. Pipetamos desta soluçâo as quantidades necessârias,<br />

adicionamos o NH4OH(1+1) até desenvolvimento da côr e fazemos a<br />

leitura contra uma "prova em branco" que tenha as mesmas quantidades<br />

de reativo e NH4OH (1+1).<br />

ƒ) H2O2 — soluçâo a 30 volumes.<br />

g) Ag2SO4 — soluçâo saturada.<br />

8.2 — Marcha de anâlise<br />

Baseados nas observaçôes que fizemos durante o nosso trabalho, a<br />

marcha das operaçoes deve se processar do seguinte modo:<br />

Para terras com pequenos teores de cloretos: — Pesamos 50 g de<br />

terra fina sêca ao ar ou terra natural, colocamos no tubo percolador<br />

de 300 ml e fazemos passar 150 ml do extrator H2SO4 0,01 N. Reçebemos<br />

o percolado num balâo comum (quando o teor de NO3~ fôr pequeno e,<br />

portante, dosamos sobre todo o volume) ou em balôes calibrados, onde<br />

adicionamos 1,5 ml de NaOH 1 N. No primeiro caso, formando-se precipitados<br />

de hidróxidos, f il tramos, lavamos e transferimos para capsulas<br />

de porcelana, levamos ao banho-maria, onde deixamos até secura compléta<br />

. No emprêgo de balôes calibrados para receber o percolado, completamos<br />

o volume (a terra sempre absorve alguns ml da soluçâo), agitamos<br />

e filtramos sem lavagens. Retiramos uma aliquota, que transferimos<br />

para capsula de porcelana e levamos ao banho-maria até secura<br />

compléta. Adicionamos H2O2 a 30 volumes até destruir tôda a<br />

matéria orgânica, registrando-se as quantidades gastas para cada amostra.<br />

Sêca a capsula, adicionamos mais ou menos 10 ml de âgua destilada<br />

e deixamos secar novamente. Retiramos, entâo, as capsulas,<br />

deixamos esfriar e adicionamos 2 ml de âcido fenoldissulfônico ao centro,<br />

e por movimento de rotaçâo cobrimos as paredes. Deixamos em repouso<br />

durante 10 minutos e, a seguir, adicionamos mais ou menos<br />

20 ml de âgua destilada. Deixamos resfriar. Juntamos NH4OH (1+1)<br />

até desenvolvimento da côr amarela (mais ou menos 12 ml). Transferimos<br />

para balôes calibrados de 100 ml, deixamos resfriar e, depois<br />

de tomar a temperatura ambiente, completamos o volume, agitamos e<br />

fazemos a leitura no electrofotômetro. Usamos como "prova em branco"


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 175<br />

todos os reativos empregados (H2SO4 NaOH, âcido fenoldissulfônico,<br />

NH4OH) excepto HoOo. Fazemos provas em branco para o H2O2, determinando-se<br />

a quantidade de nitratos existentes por ml.<br />

Das concentraçôes achadas subtraimos as quantidades levadas<br />

pela, âgua oxigenada, expressando-se os resultados em micro-equivalente<br />

por 100 gr de terra fina sêca a 110°C.<br />

Para terras com teores altos de cloretos: — Procedemos da maneira<br />

anteriormente indicada, fazendo-se a percolaçâo comum ou adicionando<br />

à quantidade especificada soluçâo de Ag2SO4 (soluçâo saturada),<br />

suficiente para reduzir a quantidade de cloretos.<br />

No primeiro caso, percolaçâo sem sulfato de prata, recolhemos o<br />

percolado, adicionamos quantidade suficiente de sulfato de prata, filtramos<br />

auxiliando a retençâo do AgCl com um pouco de AI (OH)3.<br />

Se as primeiras porçôes ainda sairem turvas, ref il tramos. Lavamos e<br />

a seguir adcionamos 1,5 ml de NaOH 1 N, colocamos nas capsulas ou<br />

entâo filtramos para balôes calibrados, completamos o volume, donde<br />

uma aliquota é retirada e levada para a capsula de porcelana. Aquecemos<br />

e auxiliamos a precipitaçao do Ag2O com 0,5 ml de H2O2 a 30 volumes<br />

. Depois de concentrada a soluçâo, filtramos para eliminar aquêle<br />

óxido, em novas capsulas de porcelana de 50 ml, que retornam ao banho-maria<br />

até à secura. Seguimos agora a marcha anterior.<br />

No segundo caso podemos utilizar todo o percolado ou aliquota do<br />

mesmo, quando entâo devemos completar o volume, tendo antes adicionado<br />

1,5 ml de NaOH e 0,5 ml de H2O2 a 30 volumes para auxiliar a<br />

precipitaçao do excesso de prata. Filtramos e levamos ao banho-maria<br />

e a marcha operatôria continua como a anterior.<br />

9 — RESUMO E CONCLUSÖES<br />

Elegemos o método do âcido fenoldissulfônico para dosagem dos nitratos<br />

no solo em virtude de a maioria dos autores concordarem em ser<br />

o que satisfaz os requisites exigidos, como: rapidez, simplicidade, precisâo<br />

e micrometria. Hâ, contudo, certos fatôres que podem alterar<br />

a dosagem, e foram estudados em funçâo dos solos do Estado de Sâo<br />

Paulo.<br />

Veremos a seguir as partes estùdadas e as conclusses a que chegamos:<br />

a) Substituimos a agitaçâo pela percolaçâo, obtendo uma economia<br />

de tempo e serviço. Nâo houve necessidade de modificarmos a<br />

relaçâo 1 (peso) : 2 (volume do extrator) para a retirada do NO3~<br />

do solo. Como medida de segurança usamos a relaçâo 1:3.<br />

&) Na obtençâo de extratos claros e incolores, livres de matéria<br />

orgânica, o extrator H2SO4 0,01 N, por nos proposto, revelou-se mais eficiente<br />

que os indicados, como CaO, CaSO4, CuSO4 + Ca(OH)2 -f- MgCO3.<br />

Êsse extrator produz uma floculaçâo perfeita dos colóides do solo, é<br />

menos trabalhoso que os demais é retira menor quantidade de matéria<br />

orgânica que atrapalha a dosagem do NO3~. O residuo do extrato<br />

apresenta-se sempre com pequena quantidade de sais, o que facilita a<br />

açâo do reativo âcido fenoldissulfônico. Ao se trabalhar com o extrator<br />

H2SO4 0,01 N, temos que alcalinizar porque o extrato nâo pode secar<br />

em meio âcido, havendo nessas circunstâncias perdas de NO3~. Essa<br />

mudança de pH produzirâ floculaçoes nâo só de certos catiônios como


176 ANAIS DA S3GUNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

também de ou tros materials orgânicos que atinjam os seus pontos<br />

isoelétricos.<br />

c) Apesar de o H2SO4 0,01 N se revelar como o melhor extrator<br />

para os nitratos, porque retira menor quantidade de matéria orgânica,<br />

esta sempre se apresenta em maior ou menor quantidade. Como é o<br />

principal fator de alterâçâo dos teores de NO3-, é necessârio eliminâ-la<br />

por intermédio de oxidantes. Dos que estudamos — âgua bromada,<br />

Na2O2, KMnO4, em meio âcido e em meio alcalino, e âgua oxigenada —<br />

este ultimo revelou-se o melhor. Apresenta dois inconvenientes. Em<br />

primeiro lugar, por conter NO*-, e, a sua purificaçâo nâo dando resultados,<br />

tivemos de determinar a quantidade para subtrair do. teor da<br />

amostra de terra. O segundo é ficar retida no residuo ou produzir peróxidos<br />

que atacarâo posteriormente o reativo âcido fenoldissulfônico.<br />

Uma nova diluiçâo com âgua destilada e nova secagem produziram a<br />

eliminaçâo dêste inconveniente.<br />

d) Por padroes determinamos que na presença de teores acima<br />

de 3, Ö p.p.m. ou 11 Eq. \ig de cloretos, erros apreciâveis sào obtidos<br />

na dosagem do NO3~. Os solos do Estado de Sâo Paulo sâo pobres em<br />

cloretos e, utilizando-se 50 gr de terra para a dosagem dos nitratos, só<br />

os solos do Quaternârio apresentam teores médios acima do limite<br />

mencionado. Contudo, temos ainda um aumento nas baixadas e na<br />

zona litorânea. Estudamos a eliminaçâo dos cloretos por intermédio do<br />

Ag2SO4 e verificamos que uma eliminaçâo eficiente só podemos obter<br />

em meio âcido e nâo em meio alcalino como se processam nos métodos<br />

descritos na bibliografia.<br />

e) Outras fontes de erros sâo assinaladas como perdas dévidas a<br />

carbonates, influência do ferro, perdas dévidas ao SO4— e acidez do<br />

extrato. Todos os casos foram eliminados pela aplicaçâo do extrator<br />

H0SO4, exceto acidez; porque os carbonates serâo destruidos, jâ que<br />

existem em quantidades pequenas em nossos solos; o ferro sera precipitado<br />

quando alcalinizarmos o extrato e por filtraçâo removido; aqui<br />

também eliminamos as perdas dévidas à acidez. O SO4— näo produz<br />

perdas, pois os testes comparativos entre os diver sos extra tores assinalam<br />

êse fate. Com exceçâo das perdas dévidas à acidez, sobre tôdas<br />

as demais causas existem dûvidas se produzem ou näo vicios nas<br />

dosagens.<br />

ƒ) Por diversas consideraçôes concluimos que, para alcalinizarmos<br />

o meio, o melhor agente achado foi o NaOH.<br />

g) Em virtude dos estudos que realizamos, houve necessidade de<br />

se alterar a marcha da dosagem do NOa~ do solo, como é assinalado<br />

pelos diferentes autores.<br />

AGRADECIMENTOS: —<br />

Queremos expressar nossos agradecimentos ao Dr. J. E. DE PAIVA<br />

NETTO pelas numerosas sugestôes, e aos demais colegas que nos auxiliaram<br />

em tôdas as emergências.<br />

SUMMARY<br />

In the study of a accurate determination of soil nitrates, by the<br />

Phenoldisulfonic acid method, several modifications were done to adapt<br />

them to soil types of the Sâo Paulo State.<br />

We substitued agitation by percolation, in the extraction using the<br />

rate 1 soil (weight) : 3 extractor (volume) .


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 177<br />

It was verified that H2SO4 0,01 N extractor is the most efficient<br />

in obtaining clear and colorless soil extracts, and it becomes essy to<br />

remove the chlorides which bring errors in the determination of nitric-<br />

-nitrogen.<br />

To destroy the residual organic matter of extract, the H2O2 was<br />

the best oxidant found. "Blanck determinations" must be done because<br />

the hydrogen peroxide always has NO3~.<br />

The chloridre cause a loss of nitrates in the determination when,<br />

they are present as high as 11 Eq. ug (3,9 p.p.m.). The efficient<br />

removal with Ag2SO4, only can be done in acid extract because in<br />

alkaline extract always losses were detected.<br />

Other specific causes of nitrate losses in the method were studied.<br />

To neutralize the extract the best agent found was NaOH 1 N.<br />

It was outlined an analytical procedure for the modifications<br />

proposed.<br />

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13. PAIVA NETTO, J. E. "Percolaçâo ou agitaçâo, na quimica dos complexos do<br />

solo". Bragantia, 2:93-99 — 1942.<br />

14. PAIVA NETTO, J. E. e M. SEIXAS QUEIROZ. "Cloreto (Cl-) nos solos do Estado<br />

de S. Paulo e sua dosagem". Bragantia, 6:119-142, figs. 1-6 — 1946.<br />

15. PAIVA NETTO, J. E. e outros. "Contribuiçâo ao estudo dos métodos analiticos<br />

e de extraçâo para a caracterizaçâo quimica dos solos do Estado de Sâo<br />

Paulo". Rev. Agr., JO7.417-458 — 1946.<br />

16. PIPER, C. S. Em "Soil and plant analysis", pâg. 206, Interscience Pub., Inc.<br />

New York — 1944.<br />

17. PLICE, M. J. "The determination of nitrates in soils containing soluble<br />

organic matter". Soil Sei., 33:213-215 — 1932.<br />

18. POTTER, R. S. e R. S. SNYDER. "The determination of nitrates in soil". Jour.<br />

Ind. Eng. Chem., 7:863-864 — 1915.<br />

19. PRINCE, A. L. "Determination of total nitrogen, ammonia, nitrates and<br />

nitrites in soils". Soil Sei., 59:47-52 — 1945.<br />

— 12 —


178 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

20. RICHARDS, E. H. e J. G. SCHRIKHANDE. "The preferential utilization of different<br />

forms of inorganic nitrogen in the decomposition of plant materials".<br />

Soil Sei., 39.1-8 — 1935.<br />

21. ROBINSON, W. O. "The determination of organic matter in soils by means<br />

of hydrogen peroxide. Jour. Agr. Res. 34:339-359 — 1927.<br />

22. ROLLER, E. M. e N. MCKRAIG, JR. "Some critical studies of the phenoldisulfonic<br />

acid method for the determination of nitrates". Soil Sei., 47:397-<br />

407 — 1939.<br />

23. SACHS, W. H. "Effect of cultivation on moisture and nitrate content of field<br />

soil". Univ. Ark. Agric. Exp. Sta. Bull., 205, pâg. 5 — 1926.<br />

24. SADASIVAN, V. e A. SREENIVASAN. "Solubilization and movement of organic<br />

forms of nitrogen in the soil". Soil Sei., 45.161-174 — 1939.<br />

25. SYME, W. A. "The colorimetric determination of nitrates in soil solutions<br />

containing organic matter". Jour. Ind. Eng. Chem., 1:188-189 — 1909.<br />

26. WHITING, A. L., T. E. RICHMONG e W. R. SCHOONOVER. "The determination<br />

of nitrates in soil". Jour. Ind. Eng. Chem. 12.982-984 — 1920.<br />

27. VAN WIJK, D. J. R. "The quantitative determination of nitrates in soil".<br />

Soil Sei., 17.163-179 — 1924.


A COMPOSIÇÂO MINERAL DE ALGUMAS PLANTAS<br />

CULTIVADAS NO ESTA<strong>DO</strong> DE SÂO PAULO (RESUMO)<br />

PAIVA NETTO, R. A. CATANI e A. KÜPPER<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

"Apresentamos indicaçôes e conclusöes para conduzir anâlises de<br />

plantas em série a f im de obter os seguintes dados: 1.° — Teor em<br />

âgua no material fresco. 2.° — teor em N no material sêco a 110°C.<br />

3.° — Teor em cinza bruta no material sêco a 110°C. 4.° — Teor em<br />

silica e insolûveis em cinza bruta. 5.° — Teor em PL»O5 na cinza bruta.<br />

6.° — Teor em K2O em cinza bruta. 7.° — Teor em CaO na cinza bruta.<br />

8.° — Teor em MgO na cinza bruta. 9.° — Teor em Na2O na cinza<br />

bruta. 10.° — Teor em MnO na cinza bruta.<br />

A soluçào de cinza bruta é preparada de tal maneira que 1 ml da<br />

soluçâo encerre 1 mg de soluto. Da soluçâo, assim preparada, sâo pipetadas<br />

aliquotas para as diversas determinaçôes.<br />

De um modo gérai, da mesma espécie vegetal os dados obtidos nâo<br />

se apresentaram muito variâveis. Assim, por exemplo, as capsulas do<br />

f ru to do algodoeiro fornecem 3 a 3,5% de K20,'as sementes 0,5% de<br />

MgO, 1% de KoO e 1% de P205 no material sêco a 110°C, observando-se<br />

também nas outras culturas uma constância relativa na sua composiçâo".<br />

* Publicado em Bragantia.


A <strong>DO</strong>SAGEM <strong>DO</strong> POTÄSSIO E <strong>DO</strong> SÖDIO<br />

PELO FOTÔMETRO DE CHAMA E SUA APLICAÇÂO<br />

EM ANÂLISE DE <strong>SOLO</strong> (RESUMO)<br />

R. A. CATANI e PAIVA NETTO<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Institute Agronômico de Campinas<br />

"A dosagem do potâssio e sódio "trocâveis", em solos tropicais e<br />

subtropicais do Estado de Säo Paulo, tornou-se muito simples pela Fotometria<br />

de Chama, que permite executar 50 a 60 determinaçoes por<br />

dia, com economia de tempo e de reativos.<br />

Depois de extrair aquêles cations com HNO3 0,05 N, a soluçâo de<br />

solo é neutralizada com NH4OH e é levada ao aparelho onde é conduzida<br />

a dosagem pelo método de intensidade direta, e usando como combustivel<br />

propano misturado com ar à pressäo de 6 a 7 lb por polegada<br />

quadrada.<br />

Nessas condiçôes de trabalho, a sensibilidade maxima obtida é representada<br />

por uma leitura 100, com uma soluçâo 0,0001 N em Na+.<br />

Nâo hâ interferência por parte de Ca+ + , Mg+ + , A1+ + + e Fe+ + + na<br />

dosagem do potâssio nas concentraçôes que, em gérai, aquêles ions<br />

se apresentam na soluçâo do solo.<br />

A precisâo das determinaçoes foi aferida pelo método quimico do<br />

cobalti-hexanitrito, titulando com KMnO4 o NHO2 do complexo, e os<br />

resultados confirmam a eficâcia do processo de Fotometria de Chama".<br />

* Publicado em Bragantia (1943) — 9:175-184.


DETERMINAÇÂO DE SiOs, ALOs e FeaOs NA TERRA<br />

FINA E COLÖIDE <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> (RESUMO)<br />

ADALGISO GALLOTTI KEHKIG e HILDA<br />

ALMEIDA DE AGUIAR<br />

Instituto de Quimica Agricola<br />

Rio de Janeiro<br />

"Divide-se o trabalho em duas partes: Na l. a parte sâo abordadas<br />

as varias técnicas de ataque da terra fina pelo âcido sulfûrico e<br />

estudadas as determinaçoes de SiO2, A12O3 e Fe2O3. Em carâter muito<br />

especial, detém-se o trabalho na dosagem da silica, focalizando as<br />

varias causas de êrro verificadas na sua determinaçâo. Conclui-se, em<br />

face da documentaçâo, pelo método 25.13 do I.Q.A., que se tem mostrado<br />

eficiente na anâlise da terra fina.<br />

À 2. a parte cogita da separaçâo e anâlise quimica do colóide do<br />

solo, apresentando um método prâtico para isolâ-lo das demais fraçôes<br />

da terra, assim como os métodos de sua anâlise median te fusâo<br />

e ataque pelo H2SO4 de D=l,47 ou seja, o método 25.13.<br />

O trabalho é um complemento de "As Relaçôes ki e kr no Solo"<br />

apresentado também nesta 2. a Reuniâo pelos au tores".<br />

Boletim do Instituto de Quimica Agricola (1943) 12.


"AS FORMAS "TROCÄVEL E FIXA" <strong>DO</strong>S CATIONS K + ,<br />

E Mg ++ NOS <strong>SOLO</strong>S <strong>DO</strong> ESTA<strong>DO</strong> DE SÂO PAULO"<br />

(RESUMO)*<br />

R. A. CATANI e A. KÜPPER,<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

"O estudo sobre o potâssio, câlcio e magnésio, em diversos tipos<br />

de solo do Estado de Säo Paulo, com algumas soluçôes extratoras,<br />

forneceu-nos indicaçôes interessantes sobre a ocorrência daqueles elementos.<br />

Assim, verificamos que o teor "trocâvel" em potâssio, câlcio e magnésio<br />

constitui uma caracteristica fundamental dos solos subtropicais<br />

e tropicais do Estado de Sâo Paulo, e independe, dentro de um limite<br />

razoâvel, da substância empregada como extrator, porquanto os dados<br />

obtidos com soluçâo de acetato de amônio com pH=7 foram pràticamente<br />

os mesmos que os alcançados com soluçâo de HNO3 0,05 N.<br />

Nos referidos solos, o potâssio e o magnésio ocorrem na forma trocâvel<br />

e numa forma mais fixa, na parte interna das particulas coloidais,<br />

enquanto que o câlcio existe apenas na forma "trocâvel", isto é, apenas<br />

na parte mais externa dos colóides.<br />

No tipo de solo "massapé-salmourào" o potâssio e magnésio podem<br />

ocorrer numa terceira forma, como intégrantes de minerais primârios.<br />

Na extraçâo dos cations do solo nâo devem ser usados âcidos minerais<br />

concentrados porque os resultados obtidos para o potâssio e<br />

magnésio sâo de dificil interpretaçâo, e a solubilizaçâo de grande quantidade<br />

de ferro, aluminio e manganês, além de exigir tratamentos<br />

complementares, podem prejudicar a dosagem do câlcio".<br />

* Publicado em Bragantia (1949) — 9:185-192.


COMPARAÇÂO ENTRE AGITAÇÂO E PERCOLAÇAO<br />

NA EXTRAÇÂO DE PERMUTAVEIS<br />

1 — INTRODUÇAO<br />

GUI<strong>DO</strong> KASTER e ERNST POETSCH<br />

Assistente de Quimica Agricola<br />

E. A. E. M.<br />

Secçâo de Solos<br />

Instituto Agronômico do Sul<br />

Tendp-se usado em nossos laboratórios, até o presente momento,<br />

a agitaçâo como o processo de extraçâo dos permutâveis do solo, e<br />

tendo o Dr. JOSÉ SETZER aconselhado trocar o processo em uso pelo da<br />

percolaçâo, resolvemos fazer um ensaio com alguns solos e processus.<br />

O assunto é controvertido e nécessita, talvez, de maior pesquisa.<br />

Por carência de tempo foram feitas sômente determinaçoes de Al<br />

e H-j-Al, usando-se para a primeira uma soluçâo normal de KC1 e<br />

para a segunda uma soluçâo normal de (CH3COO)2Ca, com exceçâo<br />

do processo 3, em que foram usadas soluçôes 0,1 normais.<br />

Tôdas as determinaçoes foram feitas em duplicata, utilizandö-se<br />

os resultados médios obtidos.<br />

Seis solos foram" submetidos aos diversos processos, sendo dois<br />

(28 e 29) do Municipio de Pelotas (Sede do I.A.S.) com baixos valores<br />

de Al e H-j-Al, dois (117 e 120) do Municipio de Passo Fundo<br />

(Estaçâo Experimental de Passo Fundo) um com altos e outros com<br />

baixos valores de Al e H+A1, e os dois Ultimos (144 e 151) do Municipio<br />

de Encruzilhada do Sul (Campo de Multiplicaçâo de Sementes<br />

de Encruzilhada do Sul) com valores altos de Al e H-f Al. Os dois primeiros<br />

e os dois Ultimos solos sâo originados do complexo cristalino,<br />

ao passo que os outros dois resultam do derrame basâltico.<br />

28<br />

29<br />

117 '<br />

120<br />

144<br />

151....<br />

Os referidos solos possuem a segunite divisâo granulome trica:<br />

<strong>SOLO</strong>S<br />

Areia<br />

grossa<br />

51,0<br />

52,4<br />

12,6<br />

24,6<br />

32,7 '<br />

37,5<br />

Areia<br />

fina<br />

30,0<br />

26,1<br />

29,2<br />

38,8<br />

38,2<br />

23,9<br />

Limo<br />

11,6<br />

11,7<br />

25,4<br />

20,2<br />

11,0<br />

12,1<br />

Argila<br />

7,2<br />

9,0 .<br />

32,0<br />

16,4<br />

18,1<br />

26,5<br />

Argila<br />

natural<br />

0,24<br />

0,46<br />

1,50<br />

0,70<br />

0,80<br />

2,20


184 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

2 — DESCRIÇAO <strong>DO</strong>S PROCESSUS<br />

As extraçôes de Al e H+Al foram feitas usando-se, na percolaçâo,<br />

tubos de diversos diâmetros, quantidades variâveis de solo, volumes<br />

varia veis de extra tor; na agitaçâo, quantidades variâveis de solo. Os<br />

tubos percoladores usados sâo de vidro neutro, cilindricos, estreitando-<br />

-se na parte inferior, onde é colocado algodâo de vidro.<br />

Ao todo, trabalhou-se com nove processos:<br />

1. Percolaçâo em tubos de 2 cm de diâmetro interno, 10 g de solo<br />

e duas passagens sucessivas do extrator, de 100 ml cada uma.<br />

2. Percolaçâo em tubos de 1,5 cm de diâmetro interno, 10 g de solo<br />

e duas passagens sucessivas do extrator de 100 ml cada uma.<br />

3. Percolaçâo em tubos de 2 cm de diâmetro interno, 10 g de solo<br />

e duas passagens sucessivas do extrator em soluçâo 0,1 normal,<br />

de 100 ml cada uma.<br />

4. Percolaçâo em tubos de 3,6 cm de diâmetro interno, semelhantes<br />

aos existentes no Instituto de Quimica Agricola do M.A., 10 g<br />

de solo e duas passagens sucessivas do extrator, de 100 ml cada<br />

uma.<br />

5. Percolaçâo em tubos de 3,6 cm de diâmetro interno, semelhantes<br />

aos existentes no Instituto de Quimica Agricola do M.A., 10 g de<br />

solo e duas passagens sucessivas do extrator, de 250 ml cada uma.<br />

6. Percolaçâo em tubos de 3,6 cm de diâmetro interno, semelhantes<br />

aos existentes no Instituto de Quimica Agricola do M.A., 50 g<br />

de solo e duas passagens sucessivas do extrator, de 100 ml cada<br />

uma.<br />

7. Percolaçâo em tubos de 3,6 cm de diâmetro interno, semelhantes<br />

aos existentes no Instituto de Quimica Agricola do M.A., 50 g<br />

de solo e duas passagens sucessivas do extrator, de 250 ml cada<br />

uma.<br />

8. Agitaçôes em garrafas de Stohman, durante duas horas, 10 g<br />

de solo, usando-se 125 e 250 ml do extrator.<br />

9. Agitaçôes em garrafas de Stohman, durante duas horas, 50 g<br />

de solo, usando-se 125 e 250 ml do extrator.<br />

Usou-se nas titulaçôes NaOH 0,1 n., obtendo-se os resultados pela<br />

aplicaçâo da formula hiperbólica de VAGELER.<br />

28.. .<br />

29<br />

117<br />

120<br />

144<br />

151<br />

3 — APRESENTACÄO <strong>DO</strong> QUADRO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S E<br />

GRÂFICOS CORRESPONDENTES<br />

<strong>SOLO</strong>S<br />

1<br />

1,76<br />

1 09<br />

4,68<br />

0,27<br />

5,59<br />

5,26<br />

M. E. AL POR 103 C . DE <strong>SOLO</strong><br />

2<br />

1,76<br />

1 05<br />

3,91<br />

0,42<br />

5,08<br />

4,55<br />

3<br />

1,35<br />

1 18<br />

5,81<br />

0,42<br />

3,63<br />

3,41<br />

4<br />

2,50<br />

1 97<br />

12,68<br />

0,28<br />

9,79<br />

8,06<br />

PROCESSOS<br />

5<br />

3,02<br />

1 51<br />

4,89<br />

0,53<br />

6,94<br />

6,94<br />

6<br />

1,62<br />

1,36<br />

4,67<br />

0,11<br />

4,65<br />

4,91<br />

7<br />

1,64<br />

1,21<br />

3,80<br />

1,05<br />

4,90<br />

4,13<br />

8<br />

1,66<br />

1,27<br />

3,38<br />

0,35<br />

4,39<br />

3,75<br />

9<br />

1,15<br />

0 77<br />

2,65<br />

2,76<br />

2,60


28<br />

29<br />

117<br />

120<br />

144<br />

151<br />

<strong>SOLO</strong>S<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 185<br />

1<br />

5,56<br />

6,23<br />

14,44<br />

8,47<br />

18,78<br />

15,76<br />

M. E. H + AL POR 100 G. DE <strong>SOLO</strong><br />

2<br />

6,00<br />

5,59<br />

15,15<br />

10,36<br />

13,89<br />

19,31<br />

3<br />

4,08<br />

2,41<br />

8,67<br />

5,86<br />

7,86<br />

6,50<br />

PROCESSUS<br />

4<br />

11,17<br />

7,12<br />

24,15<br />

6,70<br />

18,94<br />

26,66<br />

5<br />

11,01<br />

12,86<br />

16,90<br />

21,59<br />

18,93<br />

21,86<br />

7<br />

5,63<br />

3,99<br />

13,96<br />

6,27<br />

16,10<br />

12,56<br />

6<br />

5,15<br />

4,21<br />

12,18<br />

7,07<br />

13,32<br />

12,16<br />

8<br />

7,57<br />

7,59<br />

12,40<br />

6,93<br />

13,66<br />

15,51<br />

28<br />

29<br />

117<br />

120<br />

114 '<br />

ISI<br />

9<br />

3,87<br />

2,44<br />

6,24<br />

3,34<br />

7,90<br />

6,81<br />

9 METO<strong>DO</strong>S


186<br />

ME<br />

H* Al<br />

27<br />

26<br />

2?<br />

24<br />

2?<br />

Z2<br />

21<br />

20<br />

19<br />

18<br />

17<br />

16<br />

15<br />

14<br />

» .<br />

12<br />

II<br />

10<br />

9<br />

S<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

2<br />

0<br />

1<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

'\A X 1<br />

/ \ \<br />

.M \<br />

I<br />

• *> \<br />

t \<br />

\ .<br />

\<br />

t<br />

/ \<br />

\<br />

\<br />

\<br />

> | f<br />

W H<br />

\<br />

\<br />

\ /<br />

V<br />

i<br />

1<br />

;<br />

11<br />

K \<br />

i\<br />

i \<br />

i<br />

1 \<br />

I ;<br />

1<br />

I<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

j f<br />

; i ƒ<br />

ƒ<br />

/<br />

1<br />

1. 1/<br />

n /<br />

\ \\<br />

i H<br />

I 7<br />

J 1<br />

I<br />

i<br />

/<br />

i A<br />

1<br />

\ \•A<br />

\ \ \<br />

•\\<br />

1 •\<br />

A 1<br />

/ i ':<br />

\\<br />

\ \\\<br />

1 \<br />

K \\<br />

L-<br />

29<br />

29<br />

117<br />

120<br />

144<br />

O'<br />

/<br />

A<br />

/ \ I \ / \<br />

0/3 A<br />

//<br />

^7<br />

j<br />

ligem/a<br />

\ \<br />

\ \<br />

.<br />

\ \<br />

\<br />

9 METO<strong>DO</strong>S


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 187<br />

4 _ CONCLUSÖES<br />

Da anâlise dos grâficos correspondentes pode-se chegar as seguintes<br />

conclusöes:<br />

a) A extraçâo, quando é usada soluçâo 0,1 normal do extrator<br />

(processo 3), nâo fornece dados satisfatórios.<br />

b) Nâo hâ diferença sensivel entre os processus 1 e 2, sendo portanto<br />

preferivel o primeiro, onde os tubos, por seu maior diâmetro,<br />

facilitam uma maior percolaçâo.<br />

c) Os dados altos obtidos no processo n.° 4 sào devidos a que os<br />

primeiros 100 ml deixam de extrair grande parte dos permutâveis, fazendo<br />

com que a segunda passagem de 100 ml extraia quase igual quantidade.<br />

Sendo assirn, a curva tende a uma reta, atingindo valores muito<br />

elevados.<br />

A causa de a primeira extraçâo ser pequena é a passagem muito<br />

râpida do liquido extrator na pequena espessura correspondente as 10 g<br />

de solo num tubo de grande diâmetro.<br />

d) Da comparaçâo dos dados dos processus 4 e 5 nota-se que os<br />

resultados do ultimo sâo menores, devidos ao fato de serem usados<br />

250 ml de extrator, sendo que os primeiros 250 ml extraem mais do<br />

que os primeiros 100 ml do processo 4, dando como consequência valores<br />

mais baixos e mais exatos.<br />

Dai concluimos também serem necessârios mais de 100 ml de<br />

extrator para 10 g em tudo de 3,6, sendo suficiente 250 ml.<br />

e) Pela mesma razâo o processo 7 em relaçâo ao 6 parece ser<br />

mais satisfatório.<br />

ƒ) No processo 8 obtemos resultados mais altos devido haver<br />

maior proporçâo de extrator e, conseqüentemente, dados mais altos<br />

do que no processo 9.<br />

g) Entre os processus 6, 7 e 9, os dois primeiros apresentam<br />

resultados maiores, o que pode ser devido a maior disponibilidade de<br />

extrator, no caso do processo 7; ou possivel vantagem da percolaçâo<br />

sobre a agitaçâo, o que parece mais lógico.<br />

h) Da comparaçâo entre os processos 4, 5 e 8 surgem as mesmas<br />

conclusôes dévidas as mesmas causas acima.<br />

i) Da comparaçâo entre os processos 1 e 8 podemos notar que<br />

o primeiro nos fornece dados mais altos, o que significa, no caso,<br />

uma melhor extraçâo.<br />

j) Do concluido nos itens anterior es aconselha-se para extraçâo<br />

de Al e H-(-Al, nas condiçôes em que foram realizadas as anâlises:<br />

1.°) Entre a percolaçâo e a agitaçâo é preferivel a primeira<br />

que além dos melhor es dados obtidos, é de mais fâcil manejo e<br />

râpida execuçâo, é mais econômica e näo requer aparelhos especiais.<br />

2.°) Dentre os processos de percolaçâo é preferivel:<br />

a) para 10 g de solo, o processo n.° 1<br />

b) para 50 g de solo, o processo n.° 7.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

1. ALARCÓN, D. CAYETANO TAMÉS. "Métodos fisicos y quimicos de laboratório,<br />

para el estudio de los suelos y de las tierras de cultivo". Madrid — 1945.<br />

2. ARAÛJO, JOSÉ EMÎLIO GONÇALVES. "Algumas aplicaçôes da formula hiperbólica<br />

de VAGELER na anâlise de solo", in Agronomia, Rio de Janeiro, Julho<br />

de 1947.<br />

3. PAIVA NETTO. "Percolaçâo ou agitaçâo, na quimica dos complexos sorptivos do<br />

solo", in Bragantia, Campinas, S.P., vol. 2, n.° 3.<br />

4. SETZER, JOSÉ. "Projeto de anâlise de amostras de solo coletadas por agricultores"<br />

— No prelo.


ANÂLISES <strong>DO</strong>S <strong>SOLO</strong>S *<br />

J. MELO MORAIS e TUFI COUEY<br />

Prof. e Assist, de Quimica Agricola<br />

Escola Superior de Agricultura<br />

"Luiz de Queiroz"<br />

* Separata da revista O Solo, ns. 7, 8, 9, 10, 11 e 12 de 1936, apresentado<br />

à l. a Reuniäo Brasileira de Ciência do Solo e que deixou de ser mencionado nos<br />

seus Anais.


Ui COMISSAO<br />

MICROBIOLOGIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>


A CONCORRÊNCIA DA MICROFLORA E MICROFAUNA<br />

<strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>, NA ALIMENTACÄO VEGETAL, CONTROLADA<br />

PELO PENTACLOROFENATO DE SÖDIO<br />

INTRODUCÄO<br />

ANTONIO BARKETO<br />

Escola Nac. de Agronomia<br />

e<br />

WALDEMAR MENDES<br />

Inst. Ecol. e Exp. Agricolas<br />

A microflora e a microfauna do solo, em condiçôes favorâveis de<br />

calor e umidade, desempenham papel de suma relevancia na decomposiçâo<br />

da matéria orgânica, quer de origem vegetal quer de origem<br />

animal.<br />

A populacäo microbiana do solo é, sem dûvida alguma, constituida<br />

de organismos de origem animal e vegetal. Com efeito, destacamos no<br />

reino animal os protozoârios, representados pelas amebas, Flagelados<br />

e Ciliados agrupados nas classes: Rhisopoda, Mastigophora, Cüiophoro<br />

e Sporozoario; nematódios, por numerosas espécies da familia Anguillulidae,<br />

onde muitas delas sâo autênticas inimigas das plantas cultivadas<br />

e outras espécies pertencentes ao grupo dos insetos e dos aracnideos.<br />

Na microflora do solo encontramos:<br />

A) ALGAS: 1. Cyanophyceae (algas azuis)<br />

2. Chlorophyceae (algas verdes)<br />

3. Mixophyceae (algas verdes azuladas a viole ta<br />

ou amarronadas)<br />

4. Bacillariaceae (amarelo-escuro)<br />

5. Diatomaceae. .<br />

ESMACH (6), estudando os solos das antigas colônias alemäes da<br />

Africa, obteve considerâvel numéro de espécies de algas, algumas proximas<br />

à superficie e outras a regular profundidade. Observou, também,<br />

. em solos cultivados, grande ocorrência de algas a profundidade de 10<br />

a 15 cm e, ocasionalmente, a 0,50 m.<br />

ESMACH, prosseguindo em suas pesquisas, separou os solos daquela<br />

regiâo em dois" grupos: relativamente. ricos e pobres em algas azuis.<br />

Após meticulosas observaçôes, chegou à conclusâo de que dois fatôres<br />

regulam a distribuiçâo das Cyanophyceae na superficie do solo: a<br />

umidade contida no solo e a sua riqueza em sais minerais.<br />

Os solos cultivados sâo pois, especialmente favorecidos por ambos<br />

os fatôres.


192 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

S) BACTÉRIAS:<br />

a) Autotróficas : 1. Produtoras de nitrito.<br />

2. Oxidantes do enxôfre.<br />

3. Bactérias ferruginosas.<br />

4. Bactérias oxidantes do H e de seus compostos.<br />

As bactérias predominam no solo sobre os demais grupos da microflora<br />

principalmente pela variedade de suas atividades. WAKSMAN<br />

(7) e outros autores, tendo em vista a sua fisiologiä, classificaram-na<br />

em dois grupos: Autotróficas e Heterotróficas.<br />

As bactérias autotróficas sâo microrganismbs que, como os végétais<br />

verdes, podem viver à custa de substâncias inorgânicas. O carbono<br />

de que necessitam é obtido, também, do CO2 atmosférico ou dissolvido.<br />

Todavia, enquanto as plantas verdes utilizam a luz solar como<br />

fonte de energia, por processo de fotossintese, as bactérias autotróficas<br />

obtêm-na, quimiossintèticamente, mediante processes de oxidaçâo da<br />

matéria orgânica.<br />

As bactérias autotróficas, embora se encontrem no solo em menor<br />

numero e com menos espécies que as heterotróficas, desempenham, porém,<br />

importante papel nos processos biológicos do solo, tomando parte<br />

nos fenômenos de oxidaçâo dos sais amoniacais em nitritos, dêstes em<br />

nitratos e do enxôfre e seus compostos em suif a tos.<br />

b) Heterotróficas: 1. Fixadoras do nitrogênio atmosférico.<br />

I. Simbióticas.<br />

II. Näo simbióticas.<br />

2. Assimiladores de compostos nitrogenados.<br />

As bactérias heterotróficas säo divididas em dois grupos, segundo o<br />

modo de utilizarem o nitrogênio. No primeiro grupo se incluem as bactérias<br />

capazes de fixarem o nitrogênio atmosférico, que compreendem<br />

as bactérias simbióticas dos nódulos das Leguminosas, e as bactérias<br />

livres aeróbias fixadoras de nitrogênio. As bactérias simbióticas, providas<br />

de catalizadores biológicos, realizam, constantemente, a fixaçâo<br />

do nitrogênio atmosférico à temperatura e pressâo ordinârias. Säo<br />

capazes de viver livremente no solo, porém, neste caso, sua faculdade<br />

de fixar o nitrogênio atmosférico näo pode ser, ainda comprovada.<br />

Hâ varias teorias para explicar as relaçôes entre as bactérias e as<br />

Leguminosas hospitaleiras. Entretanto, a mais aceita é a de SUCH-<br />

TING (4), que diz que o equilibrio existente entre o poder invasor das<br />

bactérias e a resistência da planta é devido à elaboraçao de uma toxina<br />

pela bacteria e de uma antitoxina pela planta; a acumulaçao de nitrogênio<br />

na planta é regulada pela formaçao de urn anticorpo, e a intensidade<br />

da produçao de nódulos dépende do grau de equilibrio alcançado.<br />

As Leguminosas que se desenvolvem em solos com teor de nitrato<br />

suficiente possuem maior poder de resistência à invasäo das bactérias<br />

que quando crescem em solos pobres de nitrogênio combinado.<br />

Ja esta comprovado que nâo hâ uma só espécie de bacteria simbiótica<br />

capaz de produzir nodosidades em qualquer espécie de Leguminosa,<br />

mas sim diversas estirpes bacterianas com preferêneias èspecificas bem<br />

def inidas.<br />

Nos solos, o fósforo se encontra sob as formas orgânica e inorgânica.<br />

Sob a forma inorgânica encontramos os mono, di, tri e tretafosfatos<br />

de potâssio, sódio, câlcio, magnésio, aluminio, ferro e manganês.<br />

Os compostos orgânicos se encontram tanto nos residuos de végétais e


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 193<br />

animais como, também, no protoplasma, vivo ou morto, da microflora<br />

e microfauna, sob a forma de âcidos nucléicos, lecitina e fitina.<br />

STOKLASA (4), em anâlises ef etuadas na matéria sêca de algumas ;<br />

bactérias tipicas, demonstrou que estes organismos podem armazenar<br />

quantidades considerâveis de fósforo. Assim:<br />

Az. chroococum<br />

Bact. micóides<br />

BACTÉRIAS<br />

Bact. fluorescens liquefaciens.<br />

Cinzas<br />

%<br />

8,2 — 8,6<br />

7,5<br />

6,48<br />

P2 O5<br />

Total<br />

4,93 — 5,2<br />

4,07<br />

5,82<br />

K2O<br />

Total<br />

2,41 — 2,65<br />

Do fosfato encontrado por STOKLASA, 79 a 81% se encontram sob<br />

a forma de âcido nucléico, e de 7,6 a 8,6 como lecitina.<br />

As cinzas das leveduras podem encerrar cêrca de 60% de P2O3) enquanto<br />

que as dos fungos um teor relativamente menor.<br />

C) FUNGOS: 1. Leveduras e fungos anâlogos.<br />

2. Mofos e outros.<br />

3. Actinomicetos.<br />

4. Basidiomicetos.<br />

ADAMETZ (5), em 1886, investigando as trocas bioquimicas ocorridas<br />

nos solos, isolou algumas espécies de fungos. Todavia, sômente com<br />

os trabalhos de OUDEMANS e KONINGS, em 1902, que descreveram 45<br />

espécies, das quais a maior parte novas para a ciência, é que teve inicio,<br />

realmente, o estudo dos fungos da flora do solo. Atualmente jâ esta<br />

bem estudada a populaçâo do solo em algumas regiöes da Amérca do<br />

Norte e da Europa. As varias espécies de fungos têm um comportamento<br />

diferente quanto ao ótimo de temperatura, umidade e outras condiçôes.<br />

Até hoje, porém, nâo se podem estabelecer para os fungos do solo areas<br />

geogrâficas de ocorrências, como acontece para as plantas e animais,<br />

nem mesmo na Amérca do Norte e na Europa, onde os solos têm sido<br />

bem estudados.<br />

Pelo exposto, pode-se dar uma ligeira idéia da populaçâo do solo.<br />

Esta populaçâo é, como vimos, altamente complexa, mas todos os seus<br />

membros requerem, para o seu desenvolvimento, de nitrogênio, de fósforo,<br />

de potâssio e de outros elementos nutritivos que as plantas necessitam<br />

para seu crescimento. Dai a flagrante concorrência da microfauna<br />

do solo e microflora na alimentaçâo das plantas.<br />

É, de hâ muito, conhecido que a esterilizaçâo parcial de um solo<br />

traz, como conseqüência, o aumento de sua produtividade. As reaçôes.<br />

produzidas sâo complexas, sendo parcialmente quimicas, parcialmente :<br />

fisicas, aparentando serem, sobretudo, biológicas.<br />

RUSSELL (4) cita em seus trabalhos o emprêgo, no solo, de duas .<br />

substâncias orgânicas : o clorodinitrobenzeno e 0 dinitrocrezol-3.5. Em<br />

solos que jâ haviam obtido a mâxima produtividade em cultivos de<br />

tomate, lograram um aumento de 2 toneladas por acre, com aplicaçâo,<br />

daquelas substâncias, na concentraçâo de 0,02% em peso. Encarando<br />

essa possibilidade, principalmente para os solos tropicais, ricos em matéria<br />

orgânica, é que resolvemos iniciar uma investigaçâo cientifica<br />

com o pentaclorofenato de sódio, aplicado ao solo, em concentraçôes<br />

variadas.<br />

Eis, pois, o objetivo do presente trabalho.<br />

— 13 —<br />

2,27<br />

0,83


194<br />

ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

CARACTERISTICAS QU1MICAS<br />

<strong>DO</strong> PENTACLOROFENATO DE SÓDIO<br />

O pentaclorofenato ou pentaclorofenolato de sódio é o sal de sódio<br />

derivado do pentaclorofenol (1). Este foi obtido em escala industrial<br />

pela primeira vez nos Estados Unidos da America do Norte, pela Monsanto<br />

Chemical Cia. St. Louis Mo.<br />

Foi escolhido para a execuçao do presente trabalho o pentaclorofenato<br />

de sódio (Santobrite da Monsanto... ) pelo fato de o mesmo<br />

apresentar suficiente estabilidade quimica, nâo tendo efeito cumulative<br />

Além do mais, é econômicamente aplicâvel, devido ao seu preço e boa<br />

solubilidade n'âgua.<br />

O pentaclorofenato de sódio ou de potâssio, no solo, se decompôe,<br />

com o tempo, em pentaclorofenol, tetracloroquinona e, finalmente em<br />

âcido cloroanilico que, por sua vez, se decompôe totalmente pela açâo<br />

catalitica dos sesquióxidos.<br />

MÉTO<strong>DO</strong> EXPERIMENTAL<br />

O trabalho foi executado nos potes-padrâo de Mitscherlich (Ei-<br />

LHAR<strong>DO</strong> ALFRE<strong>DO</strong>) com as seguintes especif icaçôes : 20 cm de diâmetro<br />

e 20 cm de profundidade, tendo no fundo um orificio de 5 cm de diâmetro,<br />

protegido por uma plaça circular de 10 cm de diâmetro de ferro<br />

esmaltado. Os potes repousavam sobre um suporte de ferro, de modo<br />

a permitir livre movimento das vasilhas de drenagem. Estas sâo de<br />

ferro esmaltado, com forma cilindrica, tendo 15 cm de diâmetro e 5 cm<br />

de altura, que ficam em baixo dos potes para receber o excesso da âgua<br />

que drena dos mesmos. Um suporte de arame, adaptado ao pote, impede<br />

que as mudas se dobrem, pelo peso dos grâos, ou venha" a quebrar-se<br />

a haste pela açâo do vento.<br />

A estufa utilizada é coberta de vidro fosco e, lateralmente, de tela<br />

de arame bem estreita. Très linhas duplas de trilhos permitiram<br />

transportar para o seu exterior os potes em suas vagonetes e, dêsse<br />

modo, a exposiçâo ao sol das mudas durante as horas calmas do dia<br />

(pela manhâ e à tarde).<br />

Solos empregados e o seu preparo: Tendo-se em vista fazer observaçôes<br />

em solos com teores de humus diferente, procedeu-se à retirada<br />

das amostras nas âreas correspondentes aos Perfis R.J.171 (solo humoso),<br />

R.J.173 e R.J.152 (solos pobres em humus), do levantamento<br />

pedológico realizado pelo S.N.P.A. (2).<br />

Profundidade<br />

em<br />

cm<br />

19<br />

92<br />

128<br />

Em<br />

âgua<br />

4,80<br />

4,70<br />

4,40<br />

SiO2<br />

31,83<br />

35,11<br />

28,70<br />

P H<br />

Em<br />

KC1 0,lN<br />

4,05<br />

3,70<br />

3,45<br />

PERFIL<br />

C<br />

3,70<br />

0,064<br />

0,041<br />

H2SO4 D = 1,47<br />

A12O3<br />

22,99<br />

26,82<br />

23,65<br />

Fe2O3<br />

3,21<br />

4,43<br />

3,55<br />

Ki<br />

2,41<br />

2,23<br />

2,06<br />

R. J<br />

N<br />

0,42<br />

0,10<br />

0,06<br />

Kr<br />

2,21<br />

2,08<br />

.1,88<br />

171<br />

C/N<br />

8,8<br />

6,4<br />

6,8<br />

CaO<br />

0,20<br />

0,12<br />

0,09<br />

Complexo sortivo M.E.%<br />

Ca<br />

6,01<br />

3,63<br />

2,83<br />

HC1 D = 1,10<br />

K2O<br />

0,11<br />

0,07<br />

0,005<br />

Mg<br />

3,77<br />

3,01<br />

2,35<br />

P2O5<br />

0,15<br />

0,07<br />

0,04<br />

K<br />

0,54<br />

0,06<br />

0,03


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 195<br />

Os dados anàliticos dêsses perfis até a profundidade aproximada de<br />

1,0 m., e fornecidos pelo Instituto de Quimica Agricola, constam dos<br />

quadros transcritos.<br />

Profundidade<br />

em<br />

em<br />

18<br />

40<br />

60<br />

100<br />

Profun-<br />

em<br />

cm<br />

14<br />

54<br />

82<br />

119<br />

Em<br />

âgua<br />

5,05<br />

5,10<br />

4,45<br />

4,75<br />

SiO2<br />

6,29<br />

6,50<br />

9,99<br />

9,36<br />

Em<br />

âgua<br />

5,55<br />

5,45<br />

5,40<br />

5,00<br />

SiO2<br />

7,13<br />

8,90<br />

15,90<br />

18,39<br />

P H<br />

Em<br />

KC1 0.1N<br />

4,30<br />

3,90<br />

4,05<br />

5,10<br />

PERFIL<br />

C<br />

0,82<br />

0,35<br />

0,18<br />

0,06<br />

H2SO4 D = 1,47<br />

A12O3<br />

3,95<br />

4,17<br />

7,57<br />

6,89<br />

P H<br />

Fe2O3<br />

1,22<br />

1,27<br />

2,60<br />

1.88<br />

Em<br />

KC1 O,1N<br />

5,05<br />

4,65<br />

4,40<br />

4,00<br />

Ki<br />

2,7<br />

2,6<br />

2,2<br />

2,3<br />

PERFIL<br />

1,08<br />

0,50<br />

0,32<br />

0,30<br />

H2SO4 D = 1,47<br />

A12O3<br />

4,33<br />

5,70<br />

11,66<br />

13,84<br />

Fe2O3<br />

1,22<br />

1,58<br />

2,86<br />

3,44<br />

Ki<br />

2,80<br />

2,65<br />

2,32<br />

2,26<br />

R. J<br />

N<br />

0,08<br />

0,04<br />

0,04<br />

0,02<br />

Kr<br />

2,3<br />

2,2<br />

1,8<br />

2,0<br />

R. J<br />

0,12<br />

0,08<br />

0,05<br />

0,03<br />

Kr<br />

2,37<br />

2,26<br />

2,00<br />

1,95<br />

152<br />

C/N<br />

10,3<br />

8,8<br />

4,5<br />

3,0<br />

CaO<br />

0,05<br />

0,04<br />

0,05<br />

0,07<br />

173<br />

..-<br />

9,0<br />

6,3<br />

6,4<br />

10,0<br />

CaO<br />

HC1<br />

0,09<br />

0,06<br />

0,06<br />

0,04<br />

Complexo sortivo<br />

Ca<br />

1,21<br />

0,72<br />

1,12<br />

1,34<br />

D = 1,10<br />

K2O<br />

0,01<br />

0,02<br />

0,01<br />

0,02<br />

Mg<br />

0,79<br />

0,68<br />

1,16<br />

1,01<br />

HC1L<br />

D = 1,10<br />

P2O5<br />

0,02<br />

0,02<br />

0,02<br />

0,02<br />

Complexo sortivo<br />

Ca<br />

2,88<br />

2,33<br />

2,23<br />

1,59<br />

K20<br />

0,19<br />

0,20<br />

0,34<br />

0,44<br />

Mg<br />

1,77<br />

1,37<br />

2,03<br />

3,05<br />

P2O5<br />

0,03<br />

0,02<br />

0,02<br />

0,02<br />

M.E.%<br />

K<br />

0,05<br />

0,05<br />

0,05<br />

0,05<br />

M.E.%<br />

'K<br />

0,20<br />

0,09<br />

0,08<br />

0,07<br />

As amostras foram colhidas por meio de enxadäo, de forma a se<br />

obterem colunas de terra com 30 cm de profundidade. Colheram-se<br />

colunas de vârios pontos das areas consideradas, ficando o seu numero<br />

subordinado ao volume de terra necessârio. Depois de sêco ao ar, cada<br />

solo foi passado em uma peneira com malhas de 0,35 cm. Pesaram-se<br />

diretamente nas bacias 7 quilos de terra, colocando-se, em seguida, as<br />

solucöes do pentaclorofenato de sódio com as diluiçôes prèviamente<br />

calculadas. Faz-se para isso uma soluçâo stocke, em que se dissolveram<br />

30 g daquele composto orgânico em 3 litres d'âgua, completando-se 0<br />

volume para 4 litros. A concentraçâo final obtida foi dé 0,75 de penta-


196 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

clorofenato em cada ml da soluçâo. O quadro abaixo mostra as quantidades<br />

empregadas para cada concentraçâo e por 7 quilos de solo:<br />

G do<br />

pentaolorofenolato<br />

de sódio para<br />

100 g do solo<br />

sêco ao ar<br />

0,002<br />

0,005<br />

0,02<br />

Para 1 kg de solo sêco ao ar<br />

Pent. sódio<br />

g<br />

0,02<br />

0,05<br />

0,2<br />

Sol. Stocke<br />

ml<br />

2,67<br />

6,67<br />

26,67<br />

Para 7 kg de solo sêco ao ar<br />

Pent. sódio<br />

g<br />

0,14<br />

0,35<br />

1,4<br />

Sol. Stocke<br />

ml<br />

As concentraçôes usadas do pentaclorofenato de sódio foram<br />

0,002%, 0,005% e 0,02% e testemunhas, corn seis replicaçôes, num total<br />

de 72 potes (24 para cada solo).<br />

A fim de tornar uniforme o processo de homogenizaçâo, após medir-se<br />

com a proveta o volume necessârio para cada concentraçâo, elevou-se<br />

o mesmo a 200 ml com âqua destilada. A mistura foi feita em<br />

bacias com as colheres usadas para o transplante de mudas, tendo-se<br />

o cuidado de raspar tôda terra que lhe aderisse.<br />

Instalaçâo do experimento: A planta escolhida para o presente<br />

trabalho foi arroz da variedade Cacho de Ouro, por ter se revelado mais<br />

rûstica as condiçôes da Baixada Fluminense. As sementes foram fornecidas<br />

pela Secçâo de Diversas Culturas, do Instituto de Ecologia e<br />

Experimentaçâo Agricolas.<br />

Após umedecer um têrço do volume dos potes, imprimiu-se na superficie<br />

da terra de cada pote 32 pequenas covas com uma tâbua de<br />

marcar tendo 32 dentés eqiiidistantes 3 cm.<br />

Em cada cova colocaram-se, no dia 14 de Janeiro, duas sementes<br />

do cereal escolhido para servir de planta-indice.<br />

Depois do plantio, os potes ficaram cobertos até a germinaçâo.<br />

Quando as plantas começaram a abrir a 2. a fôlha, procedeu-se ao<br />

desbaste, removendo-se por meio de uma pinça as plantas mais fracas,<br />

deixando 27 em cada pote.<br />

A aplicaçâo da âgua aos potes foi feita de dois em dois dias, no<br />

inicio, e diàriamente quando as plantas estavam em pleno desenvolvimento.<br />

Teve-se, sempre, o cuidado de se restituir aos potes, antes de<br />

cada fornecimento, a âgua de drenagem recolhida nas respectivas<br />

vasilhas.<br />

Tratando-se de planta muito exigente de âgua no periodo que<br />

compreende o inicio do emborrachamento até a granaçâo, as aplicaçôes<br />

de âgua durante essa fase de seu ciclo evolutivo foram feitas duas vêzes<br />

ao dia (de manhâ e à tarde).<br />

A aplicaçâo de âgua foi suspensa uma semana antes da colheita.<br />

Essa teve inicio no dia 17 de maio, tendo-se colhido, primeiro, os grâos<br />

de todos os potes que foram pesados após secagem a 100°C. As palhas,<br />

com exceçâo dos potes correspondentes à dose 0,02% do solo humoso,<br />

ficaram mais alguns dias, sendo colhidas à medida que iam ficando<br />

sêcas.<br />

APRESENTAÇÂO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S<br />

Nos quadros anexos encontram-se os pesos dos grâos e das palhas<br />

referentes aos tratamentos e respectivas replicaçôes. Nos solos mais<br />

pobres em humus (R.J.173 e R.J.152), em que se aplicou a dose de<br />

18,7<br />

46,7<br />

187


ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 197<br />

0,02%, as mudas nâo lograram se desenvolver, apresentando-se raquiticas<br />

e com muitas falhas. Após mês e meio da semeadura, as que chegaram<br />

a germinar pereceram.<br />

A fotograf ia abaixo compara o tratamento 0,02%, nos très solos,<br />

objeto de estudo, com 45 dias após o plantio.<br />

Dentre os solos mais pobres em humus, os potes correspondentes<br />

ao solo R.J.173, cujo tratamento com pentaclorofenato tinha a concentraçâo<br />

de 0,005%, foram os que apresentaram melhor perfilhamento.<br />

Os potes correspondentes ao solo mais humoso (R.J.171), e nos<br />

quais o tratamento de pentaclorofenato aplicado foi de 0,02%, foram<br />

os primeiros a amadurecer os grâos. A colheita da palha foi, também,<br />

feita logo a seguir à dos grâos. Êsses potes apresentavam as mudas<br />

muito mais desenvolvidas que os referentes as testemunhas (ver fotograf<br />

ias) .<br />

Analisados os resultados da colheita pela Secçâo de Estatistica Ex-<br />

perimental, êles se apresentaram do seguinte modo:<br />

Tratamentos: Soluçâo 0,002%<br />

0,005%<br />

0,05%<br />

R. J. 171'<br />

R. J. 173<br />

R. J. 152;<br />

Testemunha<br />

Tratamentos<br />

T<br />

0,002<br />

0,005<br />

0,02<br />

T<br />

0,002<br />

0,005<br />

0,02<br />

T<br />

0,002<br />

0,005<br />

0,02<br />

TOTAL.<br />

To tais....<br />

Totais....<br />

Totais....<br />

INFLUENCIAS<br />

Total<br />

Solos<br />

Doses<br />

S x D.. . .<br />

Erro<br />

C.V. =<br />

QUADRO DA PRODUÇAO<br />

I<br />

76<br />

33<br />

80<br />

112<br />

301<br />

102<br />

120<br />

141 0<br />

363<br />

58<br />

72<br />

74 0<br />

204<br />

868<br />

II<br />

97<br />

38<br />

82<br />

162<br />

379<br />

125<br />

117<br />

120 0<br />

362<br />

71<br />

74<br />

82 0<br />

227<br />

968<br />

Solos: R.J.171 mais rico em humus<br />

" R.J.173 " pobre "<br />

" R.J.152 " pobre "<br />

III<br />

92<br />

94<br />

80<br />

166<br />

432<br />

125<br />

138<br />

154 0<br />

417<br />

62<br />

58<br />

85 0<br />

205<br />

1 054<br />

EM GRÄO<br />

IV<br />

108<br />

71<br />

73<br />

116<br />

368<br />

88<br />

120<br />

130 0<br />

338<br />

56<br />

68<br />

86 0<br />

210<br />

916<br />

QUADRO DA VARIANCIA<br />

g. I-<br />

71<br />

2 36<br />

60<br />

Soma<br />

dos quadrados<br />

144 088<br />

25 750<br />

31 459<br />

74 843<br />

12 036<br />

V 201 X 100 14,18 X 100<br />

63,4 63,4<br />

V<br />

88<br />

100<br />

67<br />

118<br />

373<br />

133<br />

110<br />

117 0<br />

360<br />

66<br />

63<br />

93 0<br />

222<br />

955<br />

Variancia<br />

12 875<br />

10 486<br />

12 474<br />

201<br />

VI<br />

120<br />

67<br />

84<br />

114<br />

385<br />

114<br />

125<br />

130 0<br />

369<br />

58<br />

68<br />

67 0<br />

193<br />

947<br />

= 22,3%<br />

F<br />

Total<br />

581<br />

403<br />

466<br />

788<br />

2 238<br />

687<br />

730<br />

792 0<br />

2 209<br />

371<br />

403<br />

487 0<br />

1 261<br />

5 708<br />

64 + + +<br />

52,16 + + +<br />

62,05 + + +


198 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Figura 1<br />

Testemunha x Dose 0,002% x Dose 0,005%<br />

Figura 2<br />

Dose 0,02% x Dose 0,005% x Dose 0,002% x Testemunha<br />

Figure. 3<br />

Dose 0,005% x Testemunha X Dose 0,002%<br />

Figura 4


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 199<br />

Obteve-se um êrro experimental de precisâo regular. A diferença<br />

de produçâo foi altamente significativa.<br />

Segundo a eficiência, a colocaçâo dos tratamentos, de acôrdo com<br />

os solos empregados, foi:<br />

Solo mais rico em humus (R.J.171)<br />

1.° lugar: Tratamento com a soluçâo de 0,02% e a produçâo de<br />

178,8 g.<br />

2.° lugar: Testemunha, com a produçâo de 58,1 g.<br />

3.° lugar: I. Tratamento com a soluçâo de 0,002% e a produçâo<br />

de 46,6 g.<br />

II. Tratamento em soluçâo.de 0,005% e a produçâo<br />

de 40,3 g.<br />

Solo mais pobre em humus (R.J.173)<br />

1.° lugar: I. Tratamento, com a soluçâo de 0,005% e a produçâo<br />

de 79,2 g.<br />

II. Tratamento com a soluçâo de 0,002% e a produçâo<br />

de 73 g.<br />

2.° lugar: Testemunha, com a produçâo de 68,7 g.<br />

3.° lugar: Tratamento, com a soluçâo de 0,02% e a produçâo nula.<br />

Solo mais pobre em humus (R.J.152)<br />

1.° lugar: I. Tratamento com a soluçâo de 0,005% e a produçâo<br />

de 48,7 g.<br />

II. Tratamento com a soluçâo de 0,002% e a produçâo<br />

de 40,3 g.<br />

2.° lugar: Testemunha com a produçâo de 37,1 g.<br />

3.° lugar: Tratamento com a soluçâo de 0,02% e a produçâo nula.<br />

R. J. 171<br />

R. J. 173<br />

Tratamentos<br />

T<br />

0,002<br />

0,005<br />

0,02<br />

T 0,002<br />

0,005<br />

0,02<br />

T<br />

0,002<br />

0,005<br />

R. J.I152 ••<br />

0,02<br />

TOTAL<br />

Totais....<br />

Totais....<br />

Totais....<br />

QUADRO DA PRODUÇAO<br />

I<br />

411<br />

300<br />

340<br />

526<br />

1 577<br />

500<br />

397<br />

773<br />

0<br />

1 670<br />

265<br />

225<br />

285<br />

0<br />

775<br />

4 022<br />

II<br />

430<br />

462<br />

375<br />

579<br />

1 846<br />

526<br />

390<br />

586<br />

0<br />

1 502<br />

220<br />

220<br />

304<br />

0<br />

744<br />

4 092<br />

III<br />

436<br />

373<br />

332<br />

. 638<br />

1 779<br />

454<br />

540<br />

585<br />

0<br />

1 579<br />

260<br />

268<br />

360<br />

0<br />

888<br />

4 246<br />

EM PALHA<br />

IV<br />

415<br />

330<br />

337<br />

646<br />

1 728<br />

327<br />

460<br />

450<br />

0<br />

1 237<br />

252<br />

238<br />

316<br />

0<br />

806<br />

3 771<br />

V<br />

474<br />

405<br />

338<br />

612<br />

1 829<br />

365<br />

376<br />

395<br />

0<br />

1 136<br />

224<br />

220<br />

300<br />

0<br />

744<br />

3 709<br />

VI<br />

562<br />

384<br />

315<br />

574<br />

1 451<br />

416<br />

377<br />

490<br />

0<br />

1 283<br />

245<br />

313<br />

410<br />

0<br />

968<br />

4 086<br />

Total<br />

2 728<br />

2 254<br />

2 037<br />

3 575<br />

10 210<br />

2 588<br />

2 540<br />

3 279<br />

0<br />

8 407<br />

1 466<br />

1 484<br />

1 975<br />

0<br />

4 925<br />

23 926


200 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

INFLUÊNCIAS<br />

Total<br />

Solos<br />

Doses<br />

S x D<br />

Erro<br />

QUADRO DA VARIÂNCIA<br />

g- 1.<br />

71<br />

2<br />

3 6<br />

60<br />

Soma<br />

dos quadrados<br />

2 521 837<br />

681 179<br />

457 486<br />

1 178 354<br />

204 818<br />

Varia ncia<br />

340 589<br />

152 495<br />

196 391<br />

3 413<br />

F<br />

99,7 + + +<br />

44,7+ + +<br />

57,5 + + +<br />

V 34136 X 100 5842<br />

C.V. = = 17,59%<br />

332 332<br />

O êrro experimental para produçâo em palha foi de precisâo satisf<br />

atória.<br />

Houve diferença significativa entre os tratamentos, o que demonstra<br />

que a maior produçâo de um tratamento sobre os outros nâo foi<br />

por mero acaso.<br />

Segundo a eficiência, a colocaçâo dos tratamentos foi a seguinte:<br />

Solo mais rico em humus (R.J.171)<br />

1.° lugar: Tratamento com a soluçâo de 0,02% e a produçâo<br />

de 357,5 g.<br />

2.° lugar: Testemunha com a produçâo de 272,8 g.<br />

3.° lugar: I. Tratamento com a soluçâo de 0,02% e a produçâo<br />

de 225,4 g.<br />

II. Tratamento com a soluçâo de 0,005% e a produçâo<br />

de 203,7 g.<br />

Solo mais pobre em humus (R.J.173)<br />

1.° lugar: Tratamento com a soluçâo de 0,005% e a produçâo de<br />

327,9 g.<br />

2.° lugar: I. Testemunha com a produçâo de 258,8 g.<br />

II. Tratamento com a soluçâo de 0,002% e a produçâo<br />

de 254 g.<br />

3.° lugar: Tratamento com a soluçâo de 0,02% e a produçâo nula.<br />

Solo mais pobre em humus (R.J.152)<br />

1.° lugar: Tratamento com a soluçâo de 0,005% e a produçâo de<br />

197,5 g.<br />

2.° lugar: I. Tratamento com a soluçâo de 0,002% e a produçâo<br />

148,4 g.<br />

II. Testemunha com a produçâo de 146,6 g.<br />

3.° lugar: Tratamento com a soluçâo de 0,02% e a produçâo nula.<br />

ASPECTO FINAL<br />

Resultados comparativos do emprêgo do pentaclorofenolato de<br />

sódio em solo humoso (R.J.171).<br />

Fig. 2<br />

Aspecto final<br />

Resultados comparativos do emprêgo do pentaclorofenolato de sódio<br />

em solo pobre de humus (R.J.152)<br />

Fig. 1<br />

Aspecto final<br />

Resultados comparativos do emprêgo do pentaclorofenolato de sódio<br />

em solo pobre em humus (R.J. 173)<br />

Fig. 3


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 201<br />

INTERPRETACÄO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S<br />

Pelos resultados apresentados verificamos que tanto para a producäo<br />

de gräo como a de palha, com excecäo apenas do solo R.J.173<br />

(para a produçâo de palha), ocupam os primeiros lugares os grupos de<br />

solos que foram tratados com solucäo de pentaclorofenato de sódio. A<br />

estatistica revelou, ainda, que essa diferença de produçâo chegou a ser<br />

altamente significativa para os solos humosos (R.J.171), em que o<br />

tratamento aplicado foi a soluçâo de pentaclorofenato a 0,02 %. As<br />

soluçôes de 0,005% influiram, de modo diverso, na produçâo do gräo e<br />

da palha para o solo humoso e para os outros dois mais pobres em humus.<br />

Pareceu-nos perfeitamente lógico o resultado encontrado. Para o solo<br />

R.J.171 (o mais humoso), as concentraçôes de 0,002% e 0,005% agiram,<br />

a nosso ver, como estimulantes da microflora e microfauna do<br />

solo. Corroboram nesse mesmo ponto de vista os trabalhos de GAI (3).<br />

Jâ para os solos R.J.152 (pobres em humus), se tivéssemos empregado<br />

soluçâo de 0,01%, acreditamos que ainda obteriamos aumento de produçâo<br />

de gräo e palha superior ao encontrado para as doses de 0,002%<br />

e 0,005%. Daï, achamos realmente excessiva a concentraçâo de 0,02%<br />

utilizada para aquêles solos e concordamos com os seus efeitos.<br />

Acreditamos ainda que, para o solo humoso (R.J.171), a concentraçâo<br />

ótima seja de 0,01%.<br />

CONCLUSÖES<br />

Êsses resultados näo podem ser, absolutamente, completos, visto<br />

como hâ ainda a considerar, por experimentos, o comportamento dos<br />

microrganismos em face dos tratamentos levados a efeito. Indubitàvelmente<br />

êles desempenham urn papel de notória relevância na decomposiçâo<br />

da matéria orgânica e na mineralïzaçâo do humus. Entretanto,<br />

é de tôda justeza ressaltar que o controle de suas atividades é imprescindivel<br />

nos solos ricos em humus, principalmente quando se tem em<br />

vista a sua fase de decomposiçâo que, além de ser râpida, é altamente<br />

prejudicial ao organismo vegetal, pela sua influência na luta biológica.<br />

Dessarte, eis os resultados a que chegamos, que sâo expressos pelas<br />

conclusöes seguintes:<br />

1) Que as concentraçôes de 0,002% e 0,005% prejudicaram a<br />

produçâo de gräo e de palha do solo mais rico em hümus (R.<br />

J.171). Essas soluçôes, sendo muito diluidas, agiram como<br />

estimulantes da microflora e da microfauna do solo, determinando<br />

um aumento de suas atividades, prejudicando, dessa<br />

maneira, a alimentaçâo das plantas. GAI (3) evidencia da mesma<br />

maneira a açâo estimuladora da concentraçâo 0,005 nas<br />

fermentaçôes alcoólicas.<br />

2) Que a concentraçâo de 0,02% aumentou a produçâo de gräo<br />

e de palha do solo mais rico em humus (R.J.171). Em relaçâo<br />

à testemunha, êsse aumento foi de 35% para a produçâo de<br />

gräo e de 13% para palha.<br />

Na concentraçâo de 0,02%, o pentaclorofenato de sódio tem<br />

funçao controladora das extraordinârias atividades da microflora<br />

e da microfauna do solo, possibilitando, assim, urn maior<br />

aproveitamento, pela planta, dos elementos nutritivos, principalmente<br />

dos chamados elementos nobres.<br />

3) Que as concentraçôes de 0,002% e 0,005% aumentaram a produçâo<br />

de gräo e de palha dos dois solos mais pobres em humus<br />

(R.J.152 e R.J.173). Em relaçâo à testemunha, êsse aumen-


202 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

to foi de 6% e 15%, respectivamente, para a produçâo de grâo,<br />

e 26,7% (soluçâo 0,005%) para a produçâo de palha do solo<br />

R.J.173. Obteve-se, para o solo R.J.152, um aumento na produçâo<br />

de grâo, respectivamente, de 8,6% e 31,2%, e para palha<br />

de 34,7%, para a concentraçâo de 0,005%.<br />

Devido à pobreza de humus dêsses dois solos, as concentraçôes<br />

empregadas do pentaclorofenato de sódio foram suficientes<br />

para controlar as atividades da microflora e microfauna<br />

dêsses solos.<br />

4) Que a concentraçâo de 0,02%, aplicada aos dois solos mais<br />

pobres em humus (R.J.152 e R.J.173), foi nociva ao desenvolvimento<br />

das mudas de arroz, que brotaram raquiticas e pereceram<br />

após mês e meio de germinadas. Êsses solos, sendo pobres<br />

em humus, a concentraçâo de 0,02% foi excessivamente<br />

forte, a ponto de prejudicar o desenvolvimerîto vegetal. Dai<br />

ter como variante a 5. a e importante conclusâo.<br />

5) Que, para cada solo, de acôrdo com o seu teor em humus, deverâ<br />

ser determinado a melhor concentraçâo do pentaclorofenato<br />

de sódio a empregar.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

1. BARRETO, A. Em "Novas Aplicaçôes do Pentaclorofenol" — Revista Agronômica,<br />

vol. I, ano I, n.° 3 de 1942.<br />

2. FAGUNDES, A. B., C. DEL NEGRO, L. VETTORI e F. RAMOS. Em "Contribuiçâo ao<br />

estudo dos solos da Baixada de Sepetiba". Anais da l. a e 2. a Reuniôes<br />

Brasileira "de Ciência do Solo.<br />

3. GAI, A. F. Em "Os Antissépticos na Fermentaçâo Alcoólica" — Boletim da<br />

Sociedade Brasileira de Agronomia, vol. VIII, n.° 4, de dezembro de 1945.<br />

4. GALLEGO QUERO, F.Em "Compendio de Microbiologia del Suelo", Madrid —<br />

1943.<br />

5. RÜSSEL, E. J., Em "The present status of soil microbiology and its bearing<br />

upon Agricultural pratice — Washington, D.C. — 1927.<br />

6. RUSSELL, E. J., F. R. S. e outros. Em "The Micro-Organisms of the Soil" —<br />

Longmans, Green & Co. — Londres — 1923.<br />

7. SELMAN A. WAKSMAN. Em "Principles of soils microbiology" — Baltimore —<br />

1932.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Tornados pûblicos os nossos agradecimentos aos técnicos abaixo,<br />

que contribuiram para a execuçâo do presente trabalho:<br />

1. Drs. ALVARO BABCELOS FAGUNDES e HEITOR AIRLE TAV ARES, Diretores do S.N.<br />

P.A. e I.E.Exp. A., por tôdas as facilidades que nos proporcionaram.<br />

2. Dr. OTTO LYRA SCHRADER, da Secçâo de Horticultura do I.Ec. Exp. A., por ter<br />

pôsto à nossa disposiçâo a area e material, indispensâveis ao experimento<br />

de campo realizado em 1948, cujas conclusses serviram de base ao presente<br />

trabalho.<br />

3. Drs. RAUL EDGARD KALCKMANN e DIRCE P. PACCA DE SOUZA BRITTO, respectivamente<br />

Chef e e Técnica da Secçâo de Estatistica Experimental do S.N.<br />

P.A. por terem analisado os dados do presente experimento e, em 1948,<br />

os referentes à aplicaçâo do pentaclorofenato, em solo cultivado com<br />

beringela.<br />

4. Snr. ANTONIO LEMOS PEREIRA, fotógrafo e desenhista do I. Ec. Exp. A., pela<br />

perfeiçâo do seu trabalho técnico.<br />

5. Dr. ALDER AMERICANO, pelo seu trabalho de revisâo.


IV COMISSAO<br />

FERTILIDADE <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>


ENSAIO SOBRE FOTOMETRIA APLICADA AO MÉTO<strong>DO</strong><br />

DE ANÂLISE BIOLÖGICA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> PELO<br />

A8PERGILLUS NIGER VAN TIEGHEM<br />

NOTA PRÉVIA<br />

CLÓVIS FERNANDES DA SILVA<br />

Secçâo de Biologia<br />

ESTEVAM STRAUSS<br />

Secçâo de Quimica do Solo<br />

Visando simplificar o método de anâlise biológica do solo pelo Aspergillus<br />

Niger, previmos a possibilidade da aplicaçâo de um fotômetro<br />

de reflexâo à medida do crescimento das colônias do cogumelo.<br />

A medida fotométrica das colônias se baseia no contraste oferecido<br />

por uma colônia de Aspergillus Niger crescendo sobre urn disco branco<br />

de tecido de algodäo que, após ter sido tornado refratârio à âgua. pela<br />

impregnaçâo com estearato de aluminio, flutua sobre a soluçâo nutritiva.<br />

O piano do fotômetro, como podemos ver na fig. I, consta das<br />

seguintes partes:<br />

A — Uma fonte de luz homogeneizada através de um condensador<br />

de lentes planoconvexas;<br />

B — Uma objetiva (A) que projeta um feixe cônico de luz sobre<br />

a colônia a medir;<br />

C — Uma objetiva (B) que transporta a imagem da colônia para a<br />

plaça de uma fotocélula;<br />

D — Aparelho registrador.<br />

A realizaçâo prâtica do piano esta ilustrada na Fig. 2, onde vemos<br />

a câmara escura para mediçôes, tendo na parte superior o aparelho de<br />

iluminaçâo e o compartimento onde esta encerrada a fotocélula, ligada<br />

ao circuito para sódio de um fotômetro de chama de Perkin-Elmer-Corp.<br />

TÉCNICA<br />

A técnica, de modo gérai, é a seguinte: discos de tecido de algodâo<br />

impregnado com estearato de aluminio sâo postos em plaças de Pétri<br />

de 10 cm de diâmetro interno, contendo 5 ce da amostra de solo a analisar;<br />

após a esterilizaçâo a sêco (170°C por uma hora) e esfriamento<br />

das plaças, introduzimos assèpticamente sob o disco, por uma chanfradura<br />

lateral, (Fig. 3-3) 25 cc de uma soluçâo nutritiva sem o elemento<br />

que se prétende determinar, e inoculamos 1 cc de uma suspensâo de


206 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 207<br />

esporos de Aspergillus Niger contendo aproximadamente 1 mm 3 de esporos<br />

para 10 cc de âgua. A incubaçâo é feita a 28°C.<br />

O micélio, crescendo na parte inferior do disco, entra em franco<br />

contato com a amostra de solo, e a frutificaçào, realizando-se na parte<br />

superior, possibilita a mediçâo fotométrica da absorçâo de luz, desde<br />

que o zero seja aferido para urn disco em branco e o 100 para uma colônia<br />

de desenvolvimento mâximo (Fig. 3).<br />

A iluminaçao da colônia a medir abränge 8/9 do diâmetro do campo,<br />

de modo a eliminar a interferência do reflexo do bordo da plaça de<br />

Pétri.<br />

A soluçâo nutritiva utilizada atualmente em nossos trabalhos tern<br />

a seguinte composiçâo:<br />

MgSO4.7H2O 0,50 g<br />

KC1 0,50 g<br />

FeSO4.7H2O 0,10 g<br />

NaNO3<br />

2,00 g<br />

Sacarose 30,00 g<br />

ZnSO4<br />

0,01 g<br />

CuSO4<br />

1 ce de sol. a 1 ppm<br />

MnCl2<br />

H2O 1.000 ce<br />

pH ajustado para 7,2.<br />

1 ce de sol. a 1 ppm


208 ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

O tecido de algodäo adotado em nossos ensaios tem as seguintes<br />

caracteristicas :<br />

Trama — 22 fios de 0,45 mm de espessura por centimetro.<br />

Urdidura — 25 fios de 0,35 mm por centimetro.<br />

Côr — Branca<br />

IMPREGNAÇAO PELO ESTEARATO<br />

Após varias lavagens em soluçôes de soda, âcido cloridrico e âgua<br />

destilada, o tecido foi fervido em uma soluçao de acetato de aluminio<br />

a 1/1000 e, em seguida, imerso em uma soluçao de estearato de sódio.<br />

Lavado varias vêzes com âgua destilada, foi em seguida passado a ferro<br />

(férro elétrico niquelado) e cortado em discos de 10 cm de diâmetro.<br />

As caracteristicas de fâbrica do tecido por nos utilizado foram anotadas<br />

para utilizaçâo posterior.<br />

1.° ensaio de fotometria aplicada ao teste do Aspergillus.<br />

O nosso primeiro ensaio foi realizado em soluçôes nutritivas contendo<br />

doses crescentes de fosfato monocâlcico.<br />

Soluçao nutritiva utilizada (Sol. B) :<br />

MgS04.7H20 0,50 g<br />

KC1 0,50 g<br />

FeSO4<br />

0,01 g<br />

NaNO3<br />

2,00 g<br />

Sacarose 30,00 g<br />

H,O 1000 ce.<br />

Volume de soluçao por plaça — 25 cc.<br />

Tratamentos :<br />

A —<br />

B —<br />

C —<br />

D —<br />

E —<br />

F —<br />

G —<br />

1 mg%<br />

2 "<br />

4 "<br />

6 "<br />

8 "<br />

10 "<br />

12<br />

de CaH4(PO4)<br />

" "<br />

jy }><br />

Replicaçôes — 5.<br />

Temperatura de incubaçâo — 28°C.<br />

Médias das leituras fotométricas realizadas no 4.° dia após a inoculaçâo:<br />

A 14% de absorçâo de luz<br />

)» ÎJ<br />

B 22% "<br />

C<br />

38% "<br />

yy ÏÏ<br />

D 51% "<br />

>» J'<br />

EF<br />

64% "<br />

ji yj<br />

71% "<br />

j» >y<br />

G<br />

73% "


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 209<br />

A figura 5 nos dâ, gràficamente, a idéia do crescimento das colônias<br />

que, aliâs, foi retardado pelo fato de o meio nutritivo nâo conter os<br />

elementos menores indispensâveis ao desenvolvimento do Aspergillus,<br />

senâo como impurezas das drogas quimicas usadas. Em ensaios posteriores<br />

verificamos que, em meio completo (sol. A), quando a dose de<br />

fosfato monocâlcico é maior que 20 mg, o crescimento do Aspergillus<br />

no 4.° dia corresponde a uma absorçâo de luz de quase 100%.<br />

A figura 4 nos dâ uma idéia nitida do primeiro ensaio fotométrico<br />

aplicado ao método de anâlise biológica dum meio nutritivo, pelo Aspergillus<br />

Niger.<br />

2.° ENSAIO — Determinaçâo do grau relativo de assimilabilidade do<br />

P2O5 em fertilizantes fosfatados<br />

Objetivo:<br />

Determinar o grau relativo da assimilabilidade do P2O5 em vârios<br />

fertilizantes fosfatados em comparaçâo com o solo pobre em fósforo.<br />

— 14 —


210 ANAIS DA SEGtJNDA REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Fertilizantes empregados :<br />

Bifós<br />

. Superf osf ato de câlcio<br />

Serrana Extra<br />

Serrana B<br />

Apatita<br />

Técnica:<br />

Fig. 5<br />

Em varias plaças de Pétri colocamos 15 cc da amostra de terra n.°<br />

47 contendo 0,3 mg P2O3/100 g de solo (det. pelo método do Hawaii) e<br />

juntamos quantidades determinadas dos fertilizantes a testar, de modo<br />

que cada plaça contenha aproximadamente 13 mg de P2O5 em relaçâo<br />

à soluçâo nutritiva empregada.<br />

Após homogeneizar as misturas e distribui-las igualmente no fundo<br />

das plaças, recobrimo-las com discos impregnados de estearato. Depois<br />

de envolvermos as plaças com papel impermeâvel, esterilizamos pelo<br />

calor sêco a 170°C por uma hora. Após o resfriamento, introduzimos<br />

assèpticamente 25 cc da soluçâo nutritiva e inoculamos o Aspergillus.<br />

Quantidades de fertilizante por plaça:<br />

A — Fosfato monocâlcico para anâlise 0,0043 g<br />

B — Apatita 0,0080 g<br />

C — Serrana extra 0,0080 g<br />

D — Bifós 0,0060 g<br />

E — Superfosfato 0,0120 g<br />

F — Serrana B 0,0080 g<br />

G — Solo 47 15 ce<br />

T — Testemunha<br />

Replicaçôes — 5.<br />

Temp. de incubaçâo — 28°C.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 211<br />

O quadro abaixo nos dâ a média das leituras fotométricas das culturas<br />

correspondentes aos tratamentos, e realizadas assèpticamente do<br />

4.° dia após a inoculaçâo até o 12.° dia.<br />

4." DIA<br />

A 95,25 97,00 98,00 98,20 98,20 98,20 98,20<br />

B 6,10 47,00 74,00 89,50 92,50 95,50 97,20<br />

C 63,22 93,20 97,00 98,00 98,00 98,20 98,20<br />

D 87,25 95,50 97,00 98,00 98,20 98,20 98,20<br />

E 75,00 92,50 97,80 98,00 98,00 98,00 98,00<br />

F 42,75 81,00 94,00 98,00 98,00 98,00 98,00<br />

T 5,00 37,50 62,70 88,70 91,05 94,00 97,00<br />

98,20<br />

98,00<br />

98,20<br />

98,20<br />

98,00<br />

98,00<br />

98,00<br />

A fig. n.° 6 nos apresenta graficamente os resultados desta nossa<br />

observaçâo, da quai poderemos tirar as seguintes conclusôes:<br />

1 — A ordern de crescimento do Aspergillus no registre do 4.° dia<br />

em relaçâo aos fertilizantes testados corresponde à ordern de classificaçâo<br />

comercial com referenda ao teor de P2O5 solûvel.<br />

2 — No 12.° dia pode-se observar que o Aspergillus atingiu o mesmo<br />

desenvolvimento em todos os tratamentos, o que se deve à acidificaçâo<br />

graduai do meio através da secreçao de âcido citrico e oxâlico<br />

pelo cogumelo.<br />

3 — o pH final do substrato gira em tôrno de 3.<br />

Fig. 6


212 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

3.° ENSAIO — Fotometria aplicada à andlise biológica do solo pelo<br />

Aspergillus Niger e sua correlagäo com o teor de PSOS determinado pelo<br />

método do Hawaii<br />

Técnica:<br />

5 ce de solo sâo postos em plaças de Pétri e cobertos com discos<br />

de tecidos de algodâo impregnados de estearato. Após a estetilizaçâo,<br />

introduzimos 25 ce de soluçâo nutritiva A e inoculamos o Aspergillus.<br />

A temperatura de incubaçâo foi de 28°C, e o numéro de replicaçôes de 3.<br />

Após o semeio as culturas foram medidas assèpticamente.<br />

Médias dos registros fotométricos de absorçâo:<br />

118.<br />

103.<br />

122.<br />

128.<br />

117.<br />

102.<br />

115.<br />

22.<br />

120.<br />

106.<br />

127.<br />

116.<br />

69.<br />

134.<br />

121.<br />

18.<br />

133.<br />

28.<br />

93.<br />

90.<br />

AMOSTRA 4.° dia 5." dia pH inicial pH final<br />

10.° dia<br />

Conclusôes:<br />

0<br />

10<br />

11<br />

15 00<br />

92 0000<br />

10<br />

100000<br />

93<br />

89<br />

89<br />

27<br />

52<br />

43<br />

53<br />

43<br />

24<br />

95<br />

29<br />

0<br />

20<br />

10<br />

48<br />

47<br />

12<br />

20<br />

10<br />

0<br />

95<br />

94<br />

95<br />

4,7<br />

4,8<br />

5,4<br />

5,0<br />

5,3<br />

4,7<br />

6,5<br />

4,3<br />

5,0<br />

4,9<br />

4,5<br />

5,5<br />

4,4<br />

4,6<br />

5,0<br />

4,4<br />

4,7<br />

5,8<br />

3,0<br />

3,2<br />

2,7<br />

3,7<br />

2,8<br />

2,9<br />

7,0<br />

2,7<br />

3,1<br />

3,0<br />

2,5<br />

4,5<br />

4,2<br />

2,6<br />

2,6<br />

3,3<br />

2,7<br />

P205 em<br />

mg/100 g<br />

de solo<br />

1,88<br />

4,55<br />

0,94<br />

1,88<br />

1,64<br />

3,22<br />

12,70<br />

0,84<br />

0,50<br />

3,00<br />

1,00<br />

4,90<br />

3;70<br />

0,50<br />

0,50<br />

2,00<br />

0,40<br />

29,00<br />

22,60<br />

23,20<br />

Dos nossos trabalhos iniciais sobre este método aplicado à determinaçâo<br />

de P2Og no solo pudemos tirar as seguintes conclusôes preliminares:<br />

1 — Nos solos com 10 ou mais miligramas de P2O3 (método do<br />

Hawaii), o Aspergillus atinge no 4.° dia um desenvolvimento correspondente<br />

a um registro de absorçâo de luz de mais de 90% do total;<br />

2 — Com algumas exceçôes, nos solos contendo menos de 4 mg de<br />

P2O5 a frutificaçâo nâo se verifica no 4.° dia, o que corresponde a um<br />

registro igual a zero.<br />

As exceçôes devem provàvelmente estar relacionadas com o teor<br />

de fósforo orgânico, o que poderâ ser elucidado brevemente.<br />

3 —Em todos os solos usados, mesmo os mais pobres em P2O3, o<br />

Aspergillus no 12.° dia atingiu um crescimento maior de 90% do total,<br />

o que deve estar relacionado com a réserva total do fósforo.


SINTOMAS DE DEFI<strong>CIÊNCIA</strong>S MINERAIS<br />

NO CAFEEIRO (RESUMO)*<br />

COARACY M. FRANCO e HÉLIO CAMARGO MENDES<br />

Institute Agronômico de Campinas<br />

"Estudou-se em soluçao nutritiva, a sintomatologia da deficiência<br />

de cada um dos principais elementos essenciais na nutriçao de cafeeiros<br />

novos.<br />

Inicialmente, tôdas as plantinhas vegetaram durante dois meses<br />

em soluçao nutritiva compléta (HOAGLAND, 1940). Mais tarde, homogeneizado<br />

o lote, as plantinhas f or am separadas em grupos de très; um<br />

dêsses grupos permaneceu vegetando em soluçao compléta e os outros<br />

foram colocados em varias soluçôes, faltando em cada uma delas um<br />

dos seguintes elementos: N, P, K, Ca, Mg, S e Fe.<br />

Os sintomas obtidos no decorrer do ensaio foram fixados em aquarelas<br />

e fotografias."<br />

* Publicado em Bragantia (1949) — 9:165-173.


O MÉTO<strong>DO</strong> "NEUBAUER"<br />

APLICA<strong>DO</strong> AO ESTU<strong>DO</strong> <strong>DO</strong> POTÄSSIO NOS <strong>SOLO</strong>S<br />

<strong>DO</strong> ESTA<strong>DO</strong> DE SÄO PAULO (RESUMO)*<br />

R. A. CATANI e PAIVA NETTO<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Institute Agronômico de Campinas<br />

"O método Neubauer foi aplicado ao estudo de 4 tipos de solo do<br />

Estado de Sâo Paulo: 1.° Solo arenoso, tipo arenito Bauru, que cobre<br />

25% da ârea do Estado e nâo apresenta minerais potâssicos primârios.<br />

2.°) Solo tipo massapé-salmorâo, provenientes de gnaisse, granito, xisto,<br />

etc., apresenta minerais potâssicos primârios. 3.°) Solo tipo "terra<br />

roxa", procedente de rochas basâlticas (diabase), da regiäo de Ribeirâo<br />

Prêto, que nâo apresenta minerais potâssicos primârios. 4.°) Solo<br />

humoso da baixada, nâo apresentando caracteristicas bem definidas<br />

por ser material transportado.<br />

Os dados obtidos esclarecem que, dos 70 resultados apresentados, 8<br />

mostraram uma absorçâo de potâssio acima do "teor trocâvel", ocorrendo,<br />

quanto à natureza da planta, 1 caso com o centeio e 7 com o arroz e,<br />

quanto ao tipo de solo, ocorreram 3 casos no solo de arenito Bauru, 4<br />

casos no tipo massapé-salmourâo e 1 caso no tipo humoso de baixada.<br />

Nos demais 62 casos, que representam 88,6%, a quantidade de potâssio<br />

absorvida nâo atingiu o "teor trocâvel".<br />

Quanto à interpretaçâo dos dados conforme os autores do método,<br />

dos 35 dados obtidos com centeio apenas 2 (5,7%) apresentaram uma<br />

absorçâo maior que 24 mg de K2O, isto é, apenas 2 amostras dispensariam<br />

adubaçâo potâssica, enquanto as demais a exigiram, fa to êste em<br />

desacôrdo com os resultados expérimentais de campo com diversas culturas.<br />

O método Neubauer, além de ser moroso e de custo relativamente<br />

elevado por unidade de anâlise, nâo forneceu dados que o recomendassem<br />

como método analitico."<br />

* Publicado em Bragantia (1950) — 10:27-32.


ADUBAÇÔES FOSFATADAS (RESUMO)<br />

CARLOS TEIXEIRA MENDES<br />

Escola Superior de Agricultura<br />

"Luiz de Queiroz"<br />

"O autor expöe cinco experiências que realizou com o emprêgo de<br />

vârios fosfatos como adubaçao para o cafeeiro e para o algodoeiro, em<br />

terra roxa muito rica de ferro.<br />

" Na primeira fica demonstrada a absoluta inutilidade da Apatita<br />

do Ipanema durante oito anos consecutivos de atuaçâo dêsse fosfato<br />

natural cristalino. Como continuaçào da mesma, ficou também demonstrada<br />

a nâo insolubilizaçâo do fósforo de um superfosfato até o<br />

11. 0 ano de açâo no solo.<br />

Em outra experiência confirmaram-se estes Ultimos resultados. a<br />

nâo-utilizaçâo do superfosfato de câlcio como adubaçao para o cafeeiro<br />

em um ensaio que jâ conta com oito anos de duraçâo.<br />

Com o algodoeiro, em duas experiências de duraçao de 4 e de 5<br />

anos, respectivamente, verifica-se o mesmo fenômeno: a açâo do superfosfato<br />

de câlcio nâo é diminuida, na terra roxa, pelo fenômeno da "retrogradaçâo".<br />

Encerra o trabalho uma experiência sobre a açâo da "farinha de<br />

ossos", que se revelou quase täo favorâvel à produçao do algodoeiro, e<br />

em alguns casos täo eficiente como o superfosfato de câlcio e o renaniafosfato.<br />

Conclui, finalmente, o autor pela nâo "retrogradaçâo" de um superfosfato<br />

na terra roxa de diabâsio, rica de hidrato de ferro, se a êsse<br />

têrmo quisermos emprestar a significaçâo de insolubilizaçâo, como,<br />

por muito tempo, se asseverou."<br />

Rev. Agricultura, vol. XXV (1950) — 12:1-22.


SALINIDADE <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> EM CANTEIROS DE ESTUFA<br />

(RESUMO) *<br />

COARACY M. FRANCO<br />

Instituto Agronomico de Campinas<br />

"Notou-se numa das estufas do Instituto Agronomico que nos Ultimos<br />

anos muitas espécies végétais se desenvolviam mal em seus canteiros.<br />

Em muitos casos nem mesmo a germinaçâo se processava normalmente.<br />

A determinaçâo da pressäo osmótica do liquido do solo<br />

mostrou ser o exagerado teor em sais do solo a causa de tal anormalidade."<br />

* Publicado em Bragantia (1948) — 8:19-24.


O SÖDIO NA NUTRIÇÂO DA PLANTA E COMO<br />

MOBILIZA<strong>DO</strong>R <strong>DO</strong> POTÄSSIO<br />

INTRODUCÄO<br />

HERCULANO DE GO<strong>DO</strong>Y PASSOS<br />

Agrônomo<br />

Nâo é nossa intençâo neste trabalho apresentar o elemento sódio<br />

como urn substituto do potassio, embora fàcilmente se encontrem trabalhos<br />

de renomados cientistas provando que o sódio pode parcialmente<br />

subsliluir o polâssiu.<br />

Em 1938 apresentamos uma tese sobre potassio ao Primeiro Congresso<br />

Internacional de Quimica realizado em Roma, para o qual fomos<br />

convidados como um dos componentes da Comissäo Brasileira, e que<br />

foi plenamente aprovada e que nos demandou entào acurados estudos<br />

sobre este elemento.<br />

Tôdas as partes vitais das plantas acusam elevado teor em potassio.<br />

Culturas puramente aquâticas, como as algas marinhas, exigem potassio<br />

em quantidade maior que o sódio.<br />

Na alimentaçâo humana ingerimos boa quantidade de clorureto<br />

de sódio e, no entanto, o leite materno, o suco da alimentaçâo, acusa<br />

maior teor de potassio que de sódio, chegando ao ponto de alguns cientistas<br />

considerarem o sal mais como um condimento do que alimente.<br />

Estamos em nossa modesta opiniäo, um tanto distanciados dêstes<br />

Ultimos e também dos apologistas de que o sódio substitui parcialmente<br />

o potassio, embora em quimica êsses elementos sejam muito semelhantes.<br />

Apresentamos aqui o f ru to das nossas observaçoes expérimentais,<br />

bem como as dos demais colegas do Serviço Técnico-Agronômico que<br />

têm suas experiências de adubaçâo instaladas em varias culturas e<br />

nas diferentes zonas do pais, muitas delas em colaboraçâo com os Serviços<br />

Oficiais. Contudo, nâo deixaremos de citar a literatura de que<br />

dispomos sobre o assunto.<br />

Apresentamos, pois a nossa tese sobre sódio como elemento de nutriçâo<br />

da planta e sua açâo como mobilizador do potassio em nossos<br />

solos, alguns ricos potencialmente de potassio mas paupérrimos em<br />

sódio. Citaremos, embora de passagem, autores que consideram o sódio<br />

um substituto, pelo menos parcial, do potassio, do mesmo modo que<br />

mencionamos exemplos de outros que querem provar o contrario.<br />

TRABALHOS EXPERIMENTAIS<br />

Ao iniciarmos ensaios de adubaçâo em 1944, como agrônomo-auxiliar<br />

do Serviço Técnico-Agronômico do Salitre do Chile, fizemos pianos<br />

expérimentais para diversas culturas e entramos em contato com


218 ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

diversos colegas dos Serviços Oficiais, solicitando cooperaçâo para, dentro<br />

de todo rigor da técnica moderna de experimentaçao no campo, obtermos<br />

os dados aproximados do ideal sobre adubaçao com os elementos<br />

nobres N P K.<br />

A mesma norma seguiram os demais colegas do Serviço Técnico-<br />

-Agronômico em outras regiöes. No Estado do Rio de Janeiro, o Dr.<br />

PAULO DE OIVEIRA LIMA teve seus pianos expérimentais moldados e<br />

orientados pelo Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas do Ministério<br />

da Agricultura, do quai é Diretor o Dr. ÂLVARO BARCELLOS FAGUNDES,<br />

cientista de solo dos mais conhecidos em nosso pais e no exterior.<br />

Enquanto o Dr. PAULO DE OLIVEIRA LIMA, em colaboraçâo com o<br />

citado Serviço de Pesquisas encaminhava os ensaios para a cultura da<br />

cana de açûcar, em Säo Paulo foram dirigidos para o algodào e no<br />

Rio Grande do Sul para o fumo.<br />

Näo comentaremos aqui os resultados de cada experiência, mesmo<br />

porque algumas ainda näo podem ser relatadas por serem dados oficiais.<br />

Apenas vamos citar algumas delas e tirar dados para confirmar<br />

o que estamos frisando e assim se ja aquilatado e comprovado que o<br />

Serviço Técnico-Agronômico do Salitre do Chile, embora näo seja um<br />

Departamento Oficial, exécuta os seus trabalhos expérimentais dentro<br />

de urn complete» contrôle técnico, acima de outros interesses, tanto que<br />

varias experiências coincidem em suas pesquisas.<br />

Passaremos agora a detalhar as experiências que executamos.<br />

Adubos usados. — Nas experiências, de modo gérai, usamos os seguintes<br />

f ertilizantes :<br />

Salitre do Chile sódico<br />

Salitre do Chile potâssico<br />

Farinha de Ossos<br />

Superfosfato<br />

Cloreto de potâssio<br />

Pianos Experimentais. — Os pianos foram diversos, variando para<br />

cada cultura.<br />

Empregamos para a cultura do algodâo o sistema de blocos ao<br />

acaso, com 5 ou 6 repetiçôes. Baseado em experiências anteriores, usamos<br />

6 formulas e um testemunha, num total de 7 tratamentos. O fósforo<br />

(P2O5) com dosagens fixas, em estado monocâlcico e tricâlcico, e o<br />

azoto (N) em duas dosagens, ambos na presença e ausência de potâssio<br />

(K2O), formando os seguintes tratamentos:<br />

1."<br />

2."<br />

3.»<br />

4.0<br />

5.»<br />

6.o<br />

7.0<br />

TRATAMENTOS<br />

N<br />

0<br />

15<br />

15<br />

25<br />

25<br />

15<br />

25<br />

P<br />

CO CD CO CO CO CO 1<br />

K<br />

CO CO CO CO<br />

ADUBOS USA<strong>DO</strong>S<br />

Salitre + Superfosfato + Cloreto de potâssio<br />

» + Far. de ossos + » » »<br />

» + Superfosfato + » » »<br />

> + Far. de ossos + > > »<br />

» + Superfosfato<br />

Usamos parcelas com duas fileiras e duas marginais, com comprimento<br />

de 12 métros cada; espaçamento de 1,00 m x 0,30 m, sendo<br />

um pé por cova, 41 plantas em cada fileira e carreadores de 2 métros.


ANAIS DA SEGXJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 219<br />

Êste piano foi instalado nas épocas oportunas (outubro a novembro),<br />

nas seguintes propriedades:<br />

PROPRIEDADE<br />

Fazenda St." Genebra<br />

» Capâo Fresco<br />

» Palmeiras '<br />

» Rio das Pedras<br />

» Boa Vista<br />

> Ribeiräo<br />

» St. a Maria do Rocha<br />

Milhä<br />

Estaçâo Experimental<br />

Proprietârio<br />

D.° JANDIKA P. OLIVEIRA<br />

» » » »<br />

Viüva VON ZUBEM & Fos.<br />

Al.BINO B. DE OLIVEIRA. .<br />

Cia. Cafeeira Rio Feio....<br />

NASSIF JOSÉ e A. SERAFIM<br />

Govêrno Estadual<br />

Irmâos FEKRAZ DE ABBDDA<br />

Govêrno Estadual<br />

Localidade ;<br />

Campinas<br />

Barâo de Geraldo<br />

Descampado<br />

Campinas<br />

»<br />

Pirassununga<br />

Piracicaba<br />

Santa Rita<br />

A experiencia na Fazenda Santa Maria do Rocha, em Pirassununga,<br />

foi em colaboraçâo com o Chef e do Setor Agricola, Dr. JOSÉ DE ANDRADE<br />

SOBRINHO; na Fazenda Milhä, em Piracicaba, pelo Dr. SEBASTIÂO M.<br />

DE GO<strong>DO</strong>Y PASSOS; e na Estaçâo Experimental de Santa Rita, em colaboraçâo<br />

com o Dr. MANOEL SARAIVA JUNIOR, Chefe daquela Estaçâo.<br />

Assim, em tipos de terra e loealidadeb difeienles, cxpcricnciao 3<br />

vêzes repetidas; outras duas vêzes, e algumas uma só, vieram confirmar<br />

urn resultado interessante: aparentemente, o potâssio nâo foi significante,<br />

embora as anâlises de terras de algumas daquelas propriedades<br />

demonstrassem pobreza potencial de K2O. Quai a razâo? Teria<br />

o sódio substituido o potâssio?<br />

Nas Fazenda Santa Genebra e Capäo Fresco, em Campinas e Baräo<br />

de Geraldo, respectivamente, após termos repetido a experiências por<br />

espaço de tres anos, estudamos o resultado das anâlises de terras colhidas<br />

em vârios pontos pelo agronomo regional de Campinas, Dr. IGNACIO<br />

FONSECA FILHO, Chefe do Setor Agricola, e analisadas pelo Institut»<br />

Agronômico. Essas anâlises acusaram o seguintes:<br />

49 207<br />

49 208<br />

49 209<br />

49 210<br />

49 211<br />

49 212<br />

49 213<br />

49 214<br />

49 215<br />

49 216<br />

49 217<br />

49 218<br />

49 219<br />

49 220<br />

49 221<br />

49 222<br />

49 223<br />

49 224<br />

49 225<br />

49 226<br />

AMOSTRA N.o<br />

N<br />

0,127<br />

0,169<br />

0,170<br />

0,100<br />

0,112<br />

0,136<br />

0,149<br />

0,187<br />

0,100<br />

0,142<br />

0,160<br />

0,103<br />

0,134<br />

0,088<br />

0,156<br />

0,129<br />

0,111<br />

0,097<br />

0,122<br />

0,144<br />

P2O5<br />

0,024<br />

0,024<br />

0,037<br />

0,043<br />

0,016<br />

0,019<br />

0,022<br />

0,030<br />

0,023<br />

0,035<br />

0,024<br />

0,021<br />

0,028<br />

0,020<br />

0,021<br />

0,019<br />

0,042<br />

0,044<br />

0,024<br />

0,029<br />

K2O<br />

0,012<br />

0,011<br />

0,009<br />

0,011<br />

0,009<br />

0,011<br />

0,020<br />

0,012<br />

0,011<br />

0,011<br />

0,011<br />

0,014<br />

0,008<br />

0,011<br />

0,009<br />

0,013<br />

0,010<br />

0,041<br />

0,022<br />

Confrontando as anâlises, vemos que aquelas terras sâo muitas<br />

vêzes mais ricas em N do que K2O e P2O3 e no entanto, nas citadas


220 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

propriedades os resultados finais das experiencias foram os seguintes,<br />

em mérito:<br />

1.° lugar.<br />

2."<br />

3."<br />

4.°<br />

5.»<br />

6."<br />

7.»<br />

Em 1945. — Colheitas em 5-4, 23-4 e 11-6-1945.<br />

MÉRITO Tratamentos N P K<br />

25-60-30<br />

15-60-30<br />

25-60- 0<br />

15-60- 0<br />

25-60-30<br />

15-60-30<br />

0-0-0<br />

Em 1946. — Colheita em 17-5-1946.<br />

1 ° lugar<br />

2» »<br />

3° ><br />

4.° » ..<br />

5.° » ...<br />

6.° > . . .<br />

7» »<br />

(Superfosfato)<br />

»<br />

»<br />

(Farinha de Ossos)<br />

» » »<br />

MÉRITO Tratamentos N P K<br />

25-60- 0 (Superfosfato)<br />

15-60- 0 »<br />

15-60-30<br />

25-60-30 »<br />

25-60-30 (Farinha de Ossos)<br />

15-60-30<br />

0-0-0<br />

Arrôbas/alq. média<br />

312,0<br />

300,0<br />

284,5<br />

262,5<br />

254,2<br />

254,0<br />

225,0<br />

Arrôbas/alq. média<br />

83,0<br />

82,0<br />

82,0<br />

76,0<br />

66,0<br />

60,0<br />

50,0<br />

Este foi um péssimo ano para a cultura do algodâo, tendo ocorrido<br />

o fenômeno do "envaretamento", como recentemente o da "fome de<br />

potâssio".<br />

1 ° lugar<br />

1 ° ».<br />

2° » ...<br />

2° »<br />

3° ><br />

4» »<br />

5° »<br />

Em 1947. — Colheita em 12-5-1947.<br />

MÉRITO Tratamentos N P K<br />

15-60-30 (Superfosfato)<br />

15-60- 0<br />

25-60-30<br />

25-60-30 (Farinha de ossos)<br />

15-60-30 (Superfosfato)<br />

25-60- 0 (Farinha de Ossos)<br />

0-0- 0<br />

Arrôbas/alq. média<br />

118.8<br />

118,8<br />

114,4<br />

114,4<br />

108,8<br />

107,7<br />

80,0<br />

A seguir damos o julgamento estatistico dêstes resultados :<br />

ORIGEM DA VARIANCIA<br />

Entre tratamentos<br />

Entre repetiçôes<br />

Êrro<br />

TOTAL<br />

ANÄLISE DA VARIANCIA<br />

nf<br />

6 5<br />

30<br />

M.S.<br />

1,09<br />

0,36<br />

0,26<br />

F.<br />

41,13**<br />

1,37<br />

Os resultados para tratamentos sâo altamente significativos, de<br />

forma que as médias para os 7 tratamentos näo devem ser consideradas<br />

como estimativas de urn mesmo valor.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 221<br />

Fizemos comparaçôes entre os tratamentos agrupando-os de 8 formas,<br />

e os resultados obtidos forain os seguintes:<br />

I.. .<br />

II<br />

III<br />

IV<br />

V<br />

VI<br />

VII<br />

VIII<br />

COMPARAÇAO M.S.<br />

0,029<br />

2,67<br />

3,08<br />

2,99<br />

1,04<br />

2,29<br />

8,26<br />

3,28<br />

F.<br />

0,11<br />

10,27«<br />

11,85«<br />

11,50"<br />

4,00<br />

8,04«<br />

31,77«<br />

12,61«<br />

Comparaçâo I: Entre os tratamentos com 25 N e 15 N. Näo<br />

signif icativos.<br />

Comparaçôes II e III: Entre tratamentos com 15 N e 25 N e testemunha,<br />

respectivamente. Resultados altamente<br />

signif icativos.<br />

Comparaçâo IV: Entre tratamentos que levaram superfosfato e<br />

com farinha de ossos. Resultado altamente signifiealivu.<br />

Comparaçâo V: Entre tratamentos contendo potâssio e os correspondentes<br />

em potâssio. Nâo significativo.<br />

Comparaçâo VI: Entre tratamentos com N e P e a testemunha.<br />

Altamente signif icativo.<br />

Comparaçâo VII: Entre os tratamentos completos, levando superfosfato<br />

e a testemunha. Altamente signif icativo.<br />

Comparaçâo VIII: Entre a média dos tratamentos adubados e o<br />

sem adubo. Altamente signif icativo.<br />

Os resultados obtidos nestas comparaçôes podem ser resumidos<br />

da seguinte forma: De um modo gérai, as parcelas adubadas produziram<br />

mais que a testemunha. Como anteriormente, näo houve diferença<br />

significativa entre os tratamentos que levaram maior ou menor<br />

dose de azoto; os tratamentos com superfosfato tiveram maior produçâo<br />

que os com farinha de ossos. Näo houve diferença significativa<br />

entre as formulas com e sem potâssio<br />

Estes resultados foram em parte previstos por nos, pois que, apologista<br />

do superfosfato como fertilizante fosfatado e conhecendo a<br />

anâlise das terras do campo experimental déficiente em P2O5, jâ esperâvamos<br />

a açao suprema do fósforo.<br />

Quanto ao azôto, sempre em combinaçâo e aplicado com fósforo<br />

(azôto solüvel e fósforo solûvel), reagiu bem. Somos de opiniâo que<br />

este elemento nobre deve ser aplicado em cobertura cêrca de 30 dias após<br />

a germinaçâo. Contra tôda expectativa, pois que aquelas terras eram 10<br />

a 20 vêzes mais ricas nestes elementos em relaçao aos outros, o nitrogênio<br />

manifestou a sua açao. Na ocasiäo da instalaçâo da experiência<br />

vimos uma anâlise de terra do local tirada em setembro pela administraçâo<br />

da Fazenda. Quando analisamos em dezembro do mesmo ano<br />

terra do mesmo local, era notâvel a diferença para menos de azôto<br />

solûvel. Julgamos, entâo, que fosse a diferença de método e porque<br />

pesquisâramos N solûvel.<br />

Quanto ao potâssio, embora tivessemos observado menores reaçôes<br />

em nossas experiências anteriores e de outros colegas, quando<br />

relacionamos N P K, N P e PK, tanto que tïnhamos fixado nesta


222 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

série de experimentos presença e ausência de K, considerando as anâlises<br />

da terra, o resultado foi uma suprêsa.<br />

O mesmo ocorreu em outras experiências, como citamos a seguir:<br />

e daï os estudos correlates que fizemos.<br />

1 ° lugar<br />

2.» »<br />

3.0 »<br />

4.» »<br />

5.° ><br />

6." »<br />

7.» ><br />

Fazenda Palmeira, em Descampado.<br />

Anâlise de terra: N 0,154 — P 0,061 — K — 0,013.<br />

Colheitas em 14-5-1945 e 16-6-1945.<br />

MÉRITO Tratamentos N P K<br />

Julgamento estatistico:<br />

ORIGEM DA VARIAÇÂO<br />

Entre tratamentos<br />

Entre repetiçôes<br />

Êrro<br />

TOTAL<br />

25-60-30 (Superfosfato)<br />

25-60- 0 ><br />

16-60- 0<br />

25-60-30 (Farinha de Ossos)<br />

15-60-30<br />

16-60-30 (Superfosfato)<br />

0-0-0<br />

nf<br />

6 5<br />

30<br />

41<br />

M.S.<br />

1,690 652<br />

0,207 105<br />

0,314 661<br />

Arrôbas/alq. média<br />

279,3<br />

265,3<br />

241,5<br />

237,7<br />

226,5<br />

223,0<br />

165,0<br />

F.<br />

5,37«<br />

0,66<br />

Os resultados para tratamentos sâo altamente significativos, o<br />

que indica que as médias para os 7 tratamentos nâo devem ser consideradas<br />

como estimativas de um mesmo valor.<br />

Como nos casos anteriores, os tratamentos foram f or j ados a f im<br />

de se compararem os resultados obtidos.<br />

I..<br />

II...<br />

III...<br />

IV<br />

V<br />

VI<br />

VII<br />

COMPARAÇAO M.S.<br />

1,67<br />

4 25<br />

8,86<br />

0,35<br />

0,05<br />

7,04<br />

7,26<br />

F.<br />

5,39"<br />

13,72"<br />

28,58"<br />

1,13<br />

0,16<br />

22,71"<br />

23,42"<br />

Comparaçao I: Entre tratamentos com 25 N e 15 N. Resultado<br />

significativo.<br />

Comparaçôes II e III: Entre tratamentos com 25 N e 15 N e a testemunha.<br />

Resultado altamente significativo.<br />

Comparaçao IV: Entretratamentos que levaram superfosfatos e<br />

os com farinha de ossos. Nâo significativos.<br />

Comparaçao V: Entre tratamentos contendo potâssio e os correspondentes<br />

sem potâssio. Nâo significativo.<br />

Comparaçao VI: Entre tratamentos com N e P e a testemunha.<br />

Altamente significativos.<br />

Comparaçao VII: Entre a média dos tratamentos adubados e a<br />

sem adubo. Altamente significativos.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 223<br />

As conclusöes nesta experiência säo um tanto diferentes das anteriores.<br />

Houve urn incremento geral muito notâvel para tôdas as formulas<br />

de adubaçâo, correspondendo maior produçâo à dose maior de<br />

azoto. A adubaçâo com superfosfato, diversamente do que sucedeu<br />

nos casos anteriores, nâo mostrou vantagem sobre a farinha de ossos.<br />

Também nâo houve vantagem notâvel no emprêgo do potassio.<br />

Fazenda Milhâ, em Piracicaba, dos Irmâos Ferraz de Arruda.<br />

Colheitas em 15-5 e 6-6-1946.<br />

1 ° lugar<br />

2» »<br />

3» »<br />

7 ° »<br />

MÉRITO<br />

Tratamentos N P K<br />

15-60- 0 (Superfosfato)<br />

25-60- 0<br />

15-60-30 »<br />

0-0-0<br />

Arrôbas/alq. média<br />

Nâo possuimos a anâlise de terra desta ultima experiência, executada<br />

em terra roxa pelo Dr. SEBASTIÂO G. PASSOS, a quai foi acompanhada<br />

e comentada pelo Dr. J MELO MORAIS, DD. Diretor da Escola<br />

Superior de Agricultura "Luiz de Queiróz".<br />

Das experiências que se seguem, para facilidade, damos apenas a<br />

colocaçâo do principal e ultimo tratamento, porém temos em nossos<br />

arquivos dados completos sobre as mesmas.<br />

Fazenda Boa Vista, em Campinas.<br />

Anâlise de terra: N 0,167 — P 0,021 — K 0,017.<br />

1 ° lugar<br />

2» »<br />

3° »<br />

7.° »<br />

1.° lugar<br />

7.° »<br />

MÉRITO Tratamentos N P K<br />

15-60- 0<br />

25-60- 0<br />

25-60-30 (Superfosfato)<br />

0 0-0<br />

Fazenda Rio das Pedras, em Campinas.<br />

Colheitas em 10-5 e 13-6-1946.<br />

MÉRITO<br />

Tratamentos N P K<br />

15-60- 0 (Superfosfato)<br />

0-0-0<br />

203<br />

202<br />

200<br />

128<br />

Arrôbas/alq. média<br />

124,0<br />

114,6<br />

113,4<br />

86,3<br />

Arrôbas/alq. média<br />

188,0<br />

133,0<br />

Nesta ultima Fazenda se manifestou com grande intensidade,<br />

recentemente, a célèbre "fome de potassio".<br />

Também na experiência executada em Santa Rita, colhida em<br />

5-5 e 4-7-1946, logo após a formula 25-60-30, com 195 arrôbas por<br />

alqueire, vem a 15-60-0, com 180 arrôbas. As terras ali säo paupérrimas<br />

em K2O, como acusam 13 anâlises, variando de 0,004 a 0,012.<br />

A seguir damos também alguns dados das experiências em cana<br />

de açucar realizadas no Estado do Rio pelo Dr. PAULO DE OLIVEIRA<br />

LIMA, em colaboraçâo com os meios oficiais, cujos resultados confirmam<br />

os nossos.<br />

a) Usina Barcellos, em Sâo Joäo da Barra, de propriedade da Cia.<br />

Agricola Industrial Magalhâes. Experimento executado de abril de 1946


224 ANAIS DA SEGTTNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

a novembro de 1947. Conclusâo: "Houve um pequeno decréscimo nâo<br />

significativo com o emprêgo de cloreto de potâssio" (100 kg/ha.)<br />

Comentaremos esta experiência mais adiante e juntamos aqui um relatório<br />

completo sobre a mesma.<br />

b) Usina Porto Real, em Ribeiräo da Divisa, do Sr. A. FHANÇA<br />

PILHO, tendo como técnico o agrônomo Dr. MABCELO CHAGAS CAMARÂO.<br />

Executada de fevereiro de 1946 a agôsto de 1947. Conclusâo: "O efeito<br />

da adubaçâo potâssica, apesar de elevada (100 kg/ha.), nâo é muito<br />

seguro e tornam-se necessârias novas investigaçôes".<br />

c) Usina do Queimado, Campos, dos Srs JULIÂO NOGUEIBA & IR-<br />

MÂOS. Executada de novembro de 1945 a outubro de 1946. Conclusâo:<br />

"A adubaçâo da 2. a fôlha (soca) com 400 kg de salitre por Ha foi<br />

altamente econômica. Na l. a fôlha a melhor adubaçâo obtida foi:<br />

salitre do Chile sódico 600 kg/ha e superfosfato 300".<br />

d) Usina do Pontal, em Ponte Nova, Minas Gérais, do Sr. MANOEL<br />

MARINHO CAMARÂO, em colaboraçâo com o Dr. ADRIÂO CAMINHA FILHO.<br />

Experimento executado de novembro de 1945 a março de 1947. Conclusâo:<br />

"Tanto na produçao da cana como de açûcar, o elemento mais<br />

importante foi o fósforo.<br />

e) Usina Paraïso, em Campos, da Société Sucrerie Brésilienne.<br />

Executada de abril de 1945 a outubro de 1946. Conclusâo: "As produçôes<br />

obtidas por hectare sâo baixas, em comparaçâo com os resultados<br />

conseguidos em outros experimentos, e isso se explica fàcilmente, bastando<br />

examinar os dados relativos à queda pluviométrica ocorrida durante<br />

os 18 meses do periodo experimental. A precipitaçâo verificada,<br />

e que foi de 973,50 mm, nâo deixa a menor düvida que houve falta<br />

quase que absoluta de chuvas, o que prejudicou bastante o bom desenvolvimento<br />

da cultura. O que foi fâcil concluir no presente experimento<br />

é que o elemento mais necessârio aos solos da regiâo é o azôto, a seguir<br />

o fósforo e o potâssio. As doses crescentes de salitre do Chile pro- -<br />

vocaram um aumento compensador e econômico".<br />

ƒ) Usina Quissamâ, em Macaé, da Cia. Engenho Central de Quissamâ.<br />

De março de 1944 a sëtembro de 1945. Conclusâo : "O unico<br />

efeito observado foi o do superfosfato, em produçao proporcionais as<br />

doses".<br />

g) Estaçâo Experimental de Cana, em Campos. Experimento de<br />

abril de 1945 a agôsto de 1946. Conclusâo: "A produçao de 91 254 kg<br />

por Ha pode ser considerada como ôtima e, ainda mais, levando em<br />

consideraçâo que o periodo experimental foi bastante déficiente em<br />

chuvas, conclui-se que em época normal a produçao séria maior ainda.<br />

Adubaçâo por hectare: superfosfato 300 kg; cloreto de potâssio, 100.<br />

O salitre, a razâo de 400 kg por Ha, em cobertura, dois meses após<br />

o plantio, ao lado das fileiras".<br />

h) Usina Sâo Joâo, em Campos, do Sr. B. LISANDRO. De novembro<br />

de 1944 a junho de 1948. Conclusâo: "Devemos destacar dois<br />

pontos; nenhum efeito do potâssio, nem isolado nem tâo pouco em<br />

combinaçâo com os demais elementos e, em segundo lugar, uma significativa<br />

influência das adubaçôes azotadas e fosfóricas". Esta experiência<br />

foi analisada e julgada por nos do mesmo modo que a da Usina<br />

Barcellos e as outras. Na época do plantio foi feita a aplicaçâo do<br />

fósforo e potâssio, quando se iniciaram as chuvas que perturbaram por<br />

très meses, lavando o potâssio, e depois foi aplicado o azôto.<br />

i) Usina do Outeiro, em Campos, da Cia. Usina do Outeiro. De<br />

março de 1944 a sëtembro de 1945. Conclusâo: "O uso da dosé de 100


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 225<br />

kg de cloreto de potâssio por hectare nâo trouxe vantagem nem para<br />

a produçâo de cana nem täo pouco para a riqueza do caldo".<br />

j) Usina do Queimado, em Campos, dos Srs. JULIÄO NOGUEIRA &<br />

Irmäos. De março de 1944 a setembro de 1945. Conclusâo: "O potâssio<br />

näo teve efeito sobre a produçâo".<br />

Sera que o potâssio nâo reage em nosso meio? Outro elemento o<br />

estarâ substituindo ou entâo estarâ sendo mobilizado? Pelas conclusôes<br />

anteriores observa-se que o K nâo foi aplicado em ocasiâo oportuna<br />

para a planta.<br />

COMPOSIÇÂO QUIMICA <strong>DO</strong> ALGO<strong>DO</strong>EIRO<br />

O sódio como alimento .<br />

A composiçâo quimica do algodoeiro, obtida em 28 anâlises procedentes<br />

de culturas feitas nos mais variados tipos de solos dos Estados<br />

Unidos, acusa, segundo dados da Estaçao Experimental de South Carolina,<br />

o seguinte:<br />

K2O<br />

Na2O....<br />

CaO<br />

MgO<br />

A12O3<br />

Mn,O4...<br />

Fe2O3....<br />

N<br />

Cl<br />

P2O5<br />

S<br />

SiO2<br />

Cinza<br />

Umidâde.<br />

COMPOSTOS<br />

%, sobre a planta<br />

0,907<br />

0,557<br />

2,170<br />

0,686<br />

0,050<br />

0,037<br />

0,073<br />

1,733<br />

0,679<br />

0,500<br />

0,255<br />

0,133<br />

8,179<br />

9,090<br />

% sobre as cinzas<br />

11,090<br />

6,810<br />

26,530<br />

8,390<br />

0,611<br />

0,452<br />

0,892<br />

21,180<br />

8,301<br />

6,113<br />

3,117<br />

1,626<br />

As plantas, aproveitando os elementos na base de équivalentes e<br />

näo de peso, segundo H. P. COOPER, 6,81 de Na2O vem a valer 10,28<br />

de K2O, sendo entâo ambos necessârios à nutriçâo do algodoeiro.<br />

A mesma Estaçao Experimental de South Carolina fêz experiências<br />

durante muitos anos com o objetivo de apreciar a influência do<br />

sódio na adubaçâo do algodoeiro, com a formula 5-10-0 de N P K,<br />

aplicando 600 kg por Ha e mais sódio adicionado, perfazendo 200 quilos<br />

de Na2O por Ha, sempre sob a forma de salitre do Chile, e, adicionando<br />

15, 45 e 60 kg de K2O, respectivamente, obteve os seguintes resultados,<br />

expressos em % :<br />

— 15 —<br />

Sem potâssio e sera sódio.<br />

Com sódio<br />

n ici' j ir i Sem sódio.<br />

Com 15 kg deK|ComsódkK<br />

Com 45 kg de<br />

Sem sódio<br />

100<br />

172<br />

248<br />

318<br />

364<br />

431<br />

n en i J v ( Sem sódio 40Ö<br />

Com 60 kg de K{Comsódio 406


226 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Estes dados vêm coincidir em parte com os que obtivemos em nossas<br />

experiências, acontecendo que nem sempre os tratamentos mais concentrados<br />

obtiveram o primeiro lugar. Deduz-se dêste trabalho que o<br />

solo recebendo suficiente potâssio, a reaçâo do sódio é menos pronunciada<br />

e, inversamente, o sódio reage vigorosamente na ausência ou relativa<br />

falta de potâssio.<br />

CITAÇOES DE VÄRIOS AUTORES SOBRE A AÇAO <strong>DO</strong> SÓDIO COMO<br />

ALIMENTO, SUA AÇAO NO TERRENO E COMO SUBSTITUTO <strong>DO</strong><br />

POTASSIO<br />

De suas experiências, RÜSSEL concluiu o seguinte: "É um fato<br />

reconhecido na prâtica agricola que o sódio pode ter grande efeito<br />

como fertilizante sempre que naja deficiência de potâssio no solo".<br />

A<strong>DO</strong>LFO MATTHEI acha que o sódio age como o potâssio parcialmente,<br />

chegando a 20% a sua açâo.<br />

WHEELLER iniciou em 1894 um estudo sistemâtico sobre essa hipótese,<br />

a fim de determinar até que ponto poderia o potâssio ser subs<br />

tituido pelo sódio. Nessas experiências foram desenvolvidas 15 culturas<br />

diferentes em 48 lotes, a fim de verificar o rendimento produzido pelo<br />

emprêgo de varias quantidades de cada urn dos cloruretos e carbonatos<br />

dos dois elementos, quando usados isolados e em combinaçâo.<br />

Verificou-se que o sódio nâo substituia in totum o potâssio. Quando a<br />

quantidade do potâssio. era diminuida e a do sódio correspondentemente<br />

aumentada, verificou-se que o sódio era sempre util.<br />

PAULO WAGNEK, na Alemanha, e ATTERBUKG, na Suécia, observaram<br />

que o sódio poderia substituir o potâssio até um certo limite, agindo,<br />

dêste modo, como um conservador do stock de potâssio do solo. Os récentes<br />

ensaios da Estaçâo Experimental de Rhodes Island confirmam<br />

essa observaçâo.<br />

De suas experiências concluiu SCHREIBERG que o sódio équivale<br />

a 20% do valor fertilizante do potâssio.<br />

Acredita CAMERON que o sódio pode substituir o potâssio e que o<br />

nitrato de sódio (salitre) reduz corn eficiência a toxidade do âcido<br />

dihidroxisteânico.<br />

Esssa influência do sódio nâo é, porém, limitada as plantas de<br />

raizes carnosas, pois EMERLING, LONGES e MERCKER obtiveram com o<br />

salitre maiores rendimentos e um aproveitamento mais econômico do<br />

fósforo e potâssio do que quando o nitrato nâo era empregado. Êsses<br />

resultados foram mais tarde confirmados por WAGNER e <strong>DO</strong>RSCH.<br />

O sódio favorece a economia do câlcio no terreno, como ficou demonstrado<br />

pelo exame das âguas de drenagem da Estaçao Experimental<br />

de Rothamsted. Em alguns lotes, em Broadbalk, a aplicaçâo do salitre<br />

diminuiu a perda do carbonato de câlcio, de 200 a 300 libras por ano.<br />

E. E. MATTHEWS acha que o sódio age como o potâssio, sendo o<br />

seu poder fertilizante de 40% em relaçâo ao do potâssio e que o nitrato<br />

de sódio é particularmente indicado para os solos pobres em potâssio<br />

ou que nâo receberam adubaçâo potâssica.<br />

HARTWELL e PEMBER demonstraram, na Exposiçâo Experimental de<br />

Rhode Island, em experimentos com milho, aveia, cevada, centeio e<br />

trigo, que o sódio foi benéfico quando usado com uma quantidade déficiente<br />

de potâssio.<br />

Em experimentos realizados de 1905 a 1918 para estabelecer o<br />

valor do sódio como um parcial ou total substitute para o potâssio,


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 227<br />

HART WELL e DAMON concluiram que, quando ocorre insuficiência de<br />

potâssio, o sódio é geralmente ütil.<br />

BERTRAND e J. PERIEZTZEANU concluiram que provàvelmente o sódio<br />

é urn constituinte normal de tôdas as plantas.<br />

P. M. HARMER e ERWIN BENNE concluiram que o sódio favorece<br />

as funçôes do potâssio. Estas ultimas opiniôes, bem como o trâbalho do<br />

Dr. J. J. LEHR, A Importância do Sódio na Nutriçao da Planta, cuja<br />

separata da Revista Soil Science, 1941-42-47, pelo seu valor, anexamos<br />

ao original da preesnte .tese, bem como separata da mesma revista do<br />

trâbalho O Sódio contido em algumas Plantas de Nova Jersey, de A.<br />

WALLACE, S. TOTH e F. E. BEAR, julgamos acertadas porque, embora<br />

nâo dêem uma açâo especifica do sódio no crescimento e produçâo da<br />

planta, consideram-no imprescindivel para o melhor aproveitamento do<br />

Ca, Mg, K, etc., e como alimento.<br />

Jâ nâo hâ düvida nenhuma da necessidade de sódio na alimentacao<br />

dos végétais.<br />

No algodâo; no café, principalmente na formaçâo do grâo; no<br />

trigo; na batata; no tomate; etc., êle entra sempre numa relaçâo de<br />

20% com referenda ao potâssio.<br />

Em nosso meio, os solos mais ricos de sódio sâo 6 vêzes mais pobres<br />

aos mais pobres em K2O e, por serem solos de reaçâo âcida, êsse sódio<br />

nunca esta à disposiçâo da planta.<br />

Julgamento de Experiência<br />

A tïtulo de esclarecimento, vamos julgar uma das maiores experiências<br />

que fizemos até esta data em cultura de cana de açûcar:<br />

Objetivo: Investigar as carências de N P K nos solos da zona.<br />

Tratamentos : Salitre do Chile sódico 0 — 300 — 600 — 900 kg/ha.<br />

Superfosfato 20% ... 0 — 150 — 300 — 450 " "<br />

Cloreto de potâssio .. 0 — 100<br />

Combinaçôes: 32, com 4 repetiçôes.<br />

Area de cada parcela: 100 m 2 .<br />

Area ocupada: 12 800 m 2 .<br />

Seguem-se todos os dados gérais:<br />

Aplicaçâo dos adubos : fósforo e potâssio aplicados na época do plantio.<br />

O azôto (salitre do Chile sódico) 4 meses após<br />

o plantio.<br />

Conclusâo e Anâlise Estatistica:<br />

N — Pouco aumento mas sempre crescente<br />

P — Idem<br />

K — Houve um pequeno decréscimo.<br />

Confirmando outras experiências jâ colhidas e analisadas pelo<br />

nosso agrônomo-auxiliar, este acha que nâo hâ necessidade de adubaçâo<br />

potâssica nas terras onde foi executado o expérimente<br />

Considerando-se os resultados como foram apresentados, é de fato<br />

o que se conclui. Porém, estudando a época em que foram aplicados<br />

os elementos e como decorreram as condiçôes climatéricas, deduzi-


228 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

mos, de acôrdo com estudos jâ feitos em experiências anteriores, o<br />

seguinte :<br />

l.° — O potâssio aplicado conjuntamente com o fósforo no plantio<br />

foi em grande perte lixiviado na mesma época, devido as precipitaçôes<br />

pluviométricas muito fortes e quando a cana nâo tinha enraizamento<br />

para sustâ-la.<br />

A propósito, anâlises de terras do Estado de Sâo Paulo, feitas pela<br />

Secçâo de Solos do Instituto Agronômico de Campinas, em época de<br />

poucas chuvas e em outra de muita chuva, acusam diferenças na investigaçâo<br />

dos elementos solüveis de 1 para 100 (isto jâ dâ motivo<br />

a outro tema).<br />

2.° — Nos quatro meses subséquentes à instalaçâo do experimento,<br />

houve um periodo de sêca e entâo o solo foi se enriquecendo de elementos<br />

na parte superficial, os quais tornaram por capilaridade em<br />

ascensâo, pelo menos 40%, e entregues à cana em tôda a ârea e beneficiando<br />

todo o campo experimental.<br />

3.° — Quando se aplicou o salitre quatro meses depois do plantio,<br />

jâ a cultura tinha um sistema radicular perfeito e, além* disso, as precipitaçôes<br />

mais fortes só se deram muito depois, dando tempo à planta<br />

de se nutrir pelo seu jâ regular sistema radicular.<br />

4.° — As aplicaçôes de salitre do Chile sódico foram reguläres,<br />

com uma apreciâvel quantidade de sódio (90, 180 e 360 kg por Ha.)<br />

que, incorporado ao solo, foi em parte absorvido como alimento e parte<br />

mobilizou o potâssio insolüvel do terreno, pondo-o à disposiçâo da<br />

planta, que absorveu entâo o azôto-fosforo-potâssio numa ocasiâo oportuna<br />

de sua formaçâo, graças à grande aplicaçâo de sódio, mascarando<br />

assim o efeito das par celas que levaram potâssio, o quai fora parcialmente<br />

lixiviado.<br />

Este caso, segundo o meteorologista ANGÔT, é caracteristico em<br />

falhar a anâlise dos dados, porque hâ efeito fenomenal de mascaramento<br />

e, se nâo se estiver atento e se fizer o trabalho mental e de observaçâo,<br />

jogando com os dados materiais, tira-se conclusâo que nâo<br />

é a exata expressào dos fatos.<br />

Todos os demais estudos que fizemos das experiências citadas foram<br />

considerando a época da aplicaçâo do salitre e do potâssio; como decorreu<br />

o tempo e a influência que poôde ter o sódio na questäo.<br />

O mecanismo da açâo do sódio no terreno é o seguinte, segundo<br />

HACKMANN e outros quimicos:<br />

O solo contém elementos nutritivos, em parte como componentes<br />

em condiçôes de troca. Adicionando-se grandes quantidades de iônios<br />

de sódio, opera-se, de conformidade com as leis fisico-quimicas, uma<br />

troca de catiônios nos colóides do solo, que se pode explicar exatamente<br />

por funcöes hiperbólicas, segundo a fórfula:<br />

x . s<br />

y = x + q . s<br />

Por influência do sódio, o potâssio é expedido, em forma de catiônios,<br />

dos coloides-absorpçâo, e é, dêsse modo, fàcilmente assimilado<br />

pelas raizes da planta.<br />

A<strong>DO</strong>LPH MAYER, em 1881, classificou o salitre do Chile como urn<br />

adubo' fisiolôgicamente bâsico, em virtude do fato de aproveitarem as<br />

plantas maiores quantidades de âcido nitrico do que de sódio.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong><strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 229<br />

De suas experiências conclui HALL que êsse residuo tinha a propriedade<br />

de libertär o potâssio de suas combinaçôes no solo.<br />

WARINGTON, BIELER e DUMONT explicam a açâo do salitre do Chile<br />

nos solos âcidos, onde nao existe câlcio bastante, da seguinte maneira:<br />

o nitrato intervém como agente da mobilizaçâo de potâssio, segundo<br />

a reaçâo:<br />

nitrato de sódio -f- silicato silicato duplo de aluminio e<br />

duplo de aluminio e potâssio sódio + nitrato de potâssio<br />

Hâ grande literatura sobre a combinaçâo do salitre do Chile como<br />

adubo azotado nitrico com os demais fertilizantes, e seus beneficios,<br />

que näo desejamos mencionar, o mesmo em se tratando de sua açâo<br />

fisiolôgicamente bâsica, propicio pela sua açâo neutralizante, para<br />

as nossas terras em gérai de acentuada acidez.<br />

Hâ um grupo de cientistas que atribui vantagens ao salitre do<br />

Chile sobre ou tros elementos azotados, exclusivamente devido ao sódio<br />

nêle contido, principalmente em terras âcidas, onde este elemento seja<br />

déficiente.<br />

Qualquer anâlise de terra dos Estados Unidos acusa tanto sódio<br />

quanto potâssio, e as terras do Hawaii, devido à sua origem de rochas<br />

matrizes de lavas basâlticas, com parte de feldespato sódico, apresentam<br />

alta alcalinidade e sâo ricas em sódio, ao passo que com as nossas<br />

terras se passa o contrario, pois sâo originadas de rochas âcidas.<br />

Caso idêntico ao da interpretaçâo do pouco efeito da adubaçâo<br />

potâssica esta se dando em muitas experiências oficiais com azôto<br />

feitas no Estado de Sâo Paulo, o quai foi aplicado em ocasiâo inadequada,<br />

nâo apresentando resultado palpâvel e, dêsse modo, parecendo<br />

ser o nosso pais o ünico no mundo que näo précisa de azôto.<br />

É que nos habituamos com as péssimas produçôes por ârea, mesmo<br />

em experiências usando dosagens limitantes, e nâo se cogita que<br />

essas produçôes poderâo ser cinco vêzes maiores, com uma melhor<br />

orientaçâo, corrigindo o meio fisico e fazendo aplicaçôes dos fertilizantes<br />

em épocas adequadas.<br />

CONCLUSÖES<br />

1.° — Considerando que os estudos sobre os nossos experimentos<br />

nâo foram até a anâlise das plantas, para pesquisas de absorçâo de<br />

sódio e potâssio nos vârios canteiros, nâo afirmamos mesmo a parcial<br />

substituiçâo do potâssio pelo sódio em nosso meio, embora estejamos,<br />

per an te a vasta literatura sobre o assunto, propensos a aceitar<br />

que, em ambiente propicio, na ausência do potâssio, o sódio chegue a<br />

substitui-lo parcialmente.<br />

2.° — Em nossos solos, em gérai âcidos e desprovidos de sódio,<br />

a aplicaçâo do nitrato de sódio como adubo azotado em combinaçâo<br />

com os adubos potâssicos e fosfatados é de duplo efeito, porque,<br />

na incorporaçâo de 200 quilos dêste adubo por Ha, com êles se adicionam<br />

62 quilos de sódio, o que vem beneficiar tanto o aproveitamento<br />

dos demais fertilizantes como também suprir a deficiência<br />

que a planta tem de sódio, visto nâo poder retirâ-lo do solo por estar<br />

neste em estado insolûvel e pela sua pobreza de origem.<br />

3.° — Achamos que a aparente desnecessidade da adubaçâo potâssica,<br />

acusada estatisticamente em muitas experiências, foi dévida


230 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

exclusivamente à aplicaçâo em época inoportuna e à nâo-utilizaçào<br />

do potâssio e à aplicaçâo do salitre do Chile em melhor época. O sodio<br />

contido neste, atuando no terreno, mobilizou o potâssio do solo,<br />

o quai foi pôsto à disposiçâo da planta em ocasiâo mais propicia, sendo<br />

esta favorecida com doses de N, P e K e Na como nutriente.<br />

Concluimos também, que a aplicaçâo dos fertilizantes, nitrato<br />

de sódio e os potâssicos em melhor época, em nosso meio, indiscutivelmente<br />

influirâ em maior produçâo de tôdas as nossas culturas,<br />

devido à sua solubilidade e ótima combinaçâo, estando presente o<br />

sódio.<br />

4.° — Embora o sódio nâo se acumule em certos orgâos da planta,<br />

com funçâo determinada como o potâssio, êle se acha difundido em<br />

todo o corpo do vegetal e em dosagens variâveis, conforme acusam<br />

inûmeras anâlises de cinzas que conhecemos, integrando-a ora em<br />

forma de carbonato, ora de sulfato, fosfato ou silicato. O sódio deve<br />

ser tornado como um efetivo elemento nutriente que nâo existe em<br />

nossos solos, vindo talvez a ser motivo de alguns distürbios como o de<br />

"fome do potâssio" no algodoeiro, que nâo é mais do que falta de mobilidade<br />

de potâssio na planta.<br />

5.° — Pela grande literatura existente apresentando o sódio como<br />

elemento necessârio à nutriçâo da planta, achamos que se deve tomar<br />

mais a sério os seus efeitos e sua carência em nossas terras.<br />

NOTA FINAL<br />

Considerando o complexo problema da refertilizaçâo de nossos solos,<br />

desequilibrados, de exploraçâo extensivas sem reposiçâo dos elementos<br />

jâ esgotados, com colheitas insignificantes, com baixa sensivel<br />

de produçâo por ârea — tudo isto jâ do conhecimento dos<br />

nossos governantes e dos meios agronômicos, tanto que inûmeras medidas<br />

estâo sendo tomadas e outras realizadas, como a presente reuniâo<br />

— admiramo-nos de que o Instituto Agronômico de Campinas, um dos<br />

principals departamentos de pesquisas do pais, ainda näo possua uma<br />

Secçâo especializada para Fertilizantes, enfeixando em si tudo o que se<br />

referir ao assunto, segundo um piano predeterminado, estudando as<br />

experiências jâ feitas por tôdas as suas Secçôes, tirando deduçôes e<br />

orientando-as para o futuro, bem como os departamentos particulares<br />

que a consultem, para näo termos forças dispersivas e sem resultado<br />

firme e certo para o futuro.<br />

Jâ foi sugerida hâ tempos a criaçâo dessa Secçâo para sanar a<br />

lacuna existente naquele Departamento de Pesquisas e aqui fazemos<br />

novamente patente a necessidade de tal medida e fazemos urn apêlo<br />

por intermédio da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo aos meios<br />

oficiais, porque o uso racional dos fertilizantes, a par da defesa do<br />

solo contra a erosâo, é um problema de transcedental importância<br />

para o aumento das nossas produçôes agricolas.<br />

Somos mesmo de parecer que a Secçâo de Agrogeologia do citado<br />

Instituto Agronômico deveria ser ampliada para uma Divisäo, com<br />

varias Secçôes, tal é a necessidade que temos de aumentar os nossos<br />

conhecimentos sobre as nossas terras para o seu melhor aproveitamento.


ÉPOCA DE APLICAÇÂO DE FERTILIZANTES<br />

NO BRASIL (RESUMO)<br />

HERCULANO DE GO<strong>DO</strong>Y PASSOS<br />

Engenheiro-Agrônomo<br />

"Os resultados de experiências de adubaçao controladas executadas<br />

em nosso meio, com todo o rigor da técnica, e que näo consideraram a<br />

época de aplicaçâo dos fertilizantes solûveis, embora obtidos estatisticamente,<br />

näo expressam a verdadeira realidade dos fatos que se passaram<br />

no solo.<br />

Verificando nas experimentaçôes que diversos fatôres influiram<br />

determinada e constantemente contra certas leis, forma-se um conceito<br />

que exige elucidaçâo, pois que a observaçâo é o comêço de tôdas as ciências<br />

e, se considerarmos que a natureza näo erra e é o pesquisador que,<br />

embora honestamente, se engana ou tira falsas deduçôes, por näo conjugar<br />

os dados numéricos com os de observaçâo, entâo temos o direito<br />

de duvidar com boa intençao, porém näo desmerecendo os trabalhos<br />

de ninguém.<br />

A experiência, tratando-se de sêres vivos, é centrifuga: é um individuo<br />

contra tudo em amplitude. Aceitamos o seguinte conceito de adubaçao:<br />

"Em nosso meio, incorporar grandes doses de fertilizantes solûveis<br />

ao solo, antes ou por ocasiäo de uma cultura anual, näo constitui<br />

garantia de que a planta terâ à sua disposiçao em todo o seu ciclo, ou<br />

na ocasiäo em que mais nécessita, estes elementos em forma de serem<br />

absorvidos". Pela assimilaçâo do que esta à sua disposiçao é o que ela<br />

darâ em produçâo, segundo a "Lei do Minimo", desde que todos os fatôres<br />

ecológicos lhe se jam favorâveis.<br />

Em gérai, tôdas as nossas culturas anuais säo plantadas de outubro<br />

a novembre As plantas, segundo estudos jâ feitos, exigem pequena<br />

porcentagem de elementos nutritivos nas 9 primeiras semanas apôs a<br />

sua germinaçâo, exigindo o mâximo nas quatro seguintes. Assim, culturas<br />

de milho, algodäo, arroz, etc., precisam do mâximo de elementos<br />

nutritivos em dezembro e Janeiro. Segundo estudos de anâlises de nossos<br />

solos, feitos pela Secçao de Agrogeologia do Instituto Agronômico de<br />

Campinas, nessa época, devido as precipitaçôes atmosféricas, a dosagem<br />

de N nitrico é de 100 mêzes menos, comparando com ou tros meses secos."<br />

* Publicadb em Jornal dos Fazendeiros, S. Paulo, setembro de 1949 —<br />

pâgs. 13-15.


SOBRE A PERTILIDADE <strong>DO</strong>S <strong>SOLO</strong>S<br />

<strong>DO</strong> CENTRO NACIONAL DE ENSINO E PESQUISAS<br />

AGRONÔMICAS NA BAIXADA DE SEPETIBA<br />

INTRODUÇAO<br />

(Histórico e Revisäo)<br />

B. M. RAMOS<br />

I. E. Exp. A.<br />

Os primeiros trabalhos realizados com o objetivo de avaliar o grau<br />

de fertilidade dos solos do Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas<br />

tiveram inicio em 1939 (1) logo após a fundaçâo do Instituto<br />

de Ecologia Agricola.<br />

Vârios ensaios expérimentais f or am feitos a f im de verificar, pràticamente,<br />

no campo, as influências de diversos tratamentos sobre a<br />

produtividade de certas plantas (milho, trigo, etc.) exigentes em fósforo,<br />

potâssio e nitrogênio.<br />

Em coordenaçâo com estes ensaios procedeu-se à anâlise de dois<br />

perfis, mas como os trabalhos eram de natureza preliminar, nâo houve<br />

ensejo para se tirar conclusôes satisfatórias, mesmo porque as condiçôes<br />

do solo eram muito pouco conhecidas.<br />

Admitia-se, no entanto, que os fatôres do clima tinham grande influência<br />

na fertilidade dêstes solos e por isso o problema principal nos<br />

experimentos seguintes era a questâo da perda d'âgua por percolaçâo ou<br />

evaporaçâo, estudada em funçâo do solo e da cobertura vegetal viva ou<br />

morta, além dos ensaios comparativos de adubaçâo mineral e orgânica<br />

(1,2).<br />

Em 1940, com a criaçâo do Instituto de Experimentaçâo Agricola,<br />

os ensaios de adubaçâo no campo tiveram maior desenvolvimento. Foram<br />

feitos, nos anos seguintes, ensaios com cana, algodâo, etc., tendo-se concluïdo,<br />

pelos resultados, que estas plantas reagiam muito bem as adubaçôes<br />

fosfatadas (6. 7, 8).<br />

Além dêstes trabalhos, culturas de diversas espécies e variedades de<br />

leguminosas foram feitas, a fim de escolher as que melhor se adaptassem,<br />

para serem empregadas na adubaçâo verde, tendo em vista verificar<br />

mais tarde sua influência na conservaçâo da umidade no solo e no enriquecimento<br />

em nitrogênio (8, 9, 10).<br />

Por seu lado, o Instituto de Ecologia, estudando diferentes perfis em<br />

algumas caracterïsticas fisicas e quimicas, levando em conta o relêvo e<br />

a vegetaçâo natural, passou a considerar a fertilidade sob o ponto de vista<br />

ecológico (3, 4, 5).<br />

A Ecologia e a Experimentaçâo continuaram suas pesquisas independentemente,<br />

até que a reforma, ocorrida em 1944, trouxe como resul-


234 ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

tado a transformaçâo dos dois institutes no Institute de Ecologia e Experimentaçâo<br />

Agricolas (10).<br />

De acôrdo com a referida reforma, as duas secçôes que estudavam o<br />

solo.passaram a constituir a Secçâo de Fertilidade do Solo. Contudo, a<br />

orientaçâo dos trabalhos continuou seguindo em geral as mesmas normas<br />

da extinta Secçâo de Solos do Institute de Ecologia Agricola, com<br />

algumas modificaçôes nos métodos de laboratório.<br />

Os resultados de diversas anâlises de carbono orgânico e nitrogênio<br />

total confirmavam a grande pobreza dêstes solos em matéria orgânica,<br />

mas, quanto aos teores de potâssio (K2O), fósforo (P2OS) e câlcio (CaO),<br />

obtidos segundo o método internacional (usando como extrator o âcido<br />

cloridrico a 20%), nâo se podiam avaliar as disponibilidades diretamente<br />

aproveitâveis pelas plantas, e os valores de S e T obtidos eram<br />

muito baixos.<br />

Estes resultados, e o fato de que sômente as plantas nativas, em<br />

geral, eram capazes de um desenvolvimento satisfatório, levaram-nos a<br />

concluir que os elementos no solo deviam estar num estado extremo de<br />

diluiçâo que se traduzia pelas deficiências nas culturas adubadas inadequadamente.<br />

Como estavam tendo grande publicidade os processus óticos de anâlise,<br />

usando-se células fotoelétricas, sugerimos que fôssem experimentados<br />

os métodos de E. TRUOG e LEWIS, respectivamente, para a avaliaçâo<br />

fotocolorimétrica do fósforo assimilâvel e do potâssio trocâvel (11).<br />

As primeiras determinaçôes demonstraram de maneira evidente a deficiência<br />

de fósforo diretamente assimilâvel (12), o que concordava com o<br />

resultado dos ensaios de cana feitos pelo Institute de Experimentaçâo<br />

em 1941, relativos ao efeito da adubaçâo fosfatadà.<br />

Em 1946 (12), começaram a ser executados ensaios em potes, com<br />

solos correspondentes aos perfis, cujo estudo pedológico vem sendo feite<br />

em combinaçâo com os trabalhos de fertilidade.<br />

Estas pesquisas compreenderam, até o presente momento, tres linhas<br />

de perfis de certo modo distanciadas e correspondendo a solos de<br />

natureza mais ou menos diversa quanto à fertilidade.<br />

O objetivo dêstes ensaios consiste em avaliar indiretamente as deficiências<br />

de elementos maiores (N, P, K), magnésio e elementos menores,<br />

em funçâo da produtividade de uma planta conveniente, a fim de<br />

comparar os resultados com indices de fertilidade fornecidos por métodos<br />

de campo, laboratório e testes râpidos (13).<br />

Embora o ensaio de 1946, dadas as condiçôes de instalaçâo, servisse<br />

mais como um trabalho preliminar, destinado a fornecer elementos bâsicos<br />

para os no vos ensaios, pôde-se inferir a grosso modo que os solos<br />

da Baixada apresentam, em geral, deficiências (12) quanto aos principais<br />

elementos essenciais.<br />

No ano seguinte, trabalhando-se em condiçôes melhores, foi possivel<br />

a realizaçâo de dois ensaios (referentes as linhas I e II), sendo o<br />

primeiro (linha I) apresentado na l. a Reuniâo Brasileira de Ciência do<br />

Solo, juntamente com um trabalho de pesquisa sobre o problema da<br />

avaliaçâo do fósforo assimilâvel (14).<br />

Pelos resultados obtidos concluiu-se que os solos estudados sâo pobres<br />

em fósforo (P2O5) e nitrogênio (N), nâo se observando deficiências<br />

de potâssio K2O.<br />

Quanto aos solos da linha II, as conclusôes foram as mesmas (15).<br />

O presente trabalho é uma continuaçâo das pesquisas anteriores,<br />

que devem terminar na avaliaçâo quantitativa do magnésio e na estimativa<br />

dos elementos menores.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 235<br />

Considerando os resultados dêste ensaio, jâ se pode compreender<br />

algo no: que diz respeito aos teores de potâssio (KSO), diretamente aproveitàyel,<br />

nos solos da Baixada, e sua distribuiçâo nos principals grupos<br />

pedolgicos, uma vez que trabalhou-se com dois solos de elevaçâo e dois<br />

solos de baixadas, todos muito tipicos nesta regiâo.<br />

Os solos RJ 172 e RJ 176 fazem parte da linha III do levantamento<br />

pedológico, e o solo RJ 171 provém duma zona semi-pantanosa onde<br />

anteriormente existiu urn tabual.<br />

O método empregado por nos nestes ensaios difere dos métodos<br />

clâssicos de MITSCHERLICH, WIESSMANN e NEUBAUER (16), e nâo considéra<br />

um ensaio em branco com areia. As doses empregadas foram em<br />

numéro de très para cada elemento maior, de forma que pelo desenvolvimento<br />

e produtividade das plantas fica-se conhecendo se as disponibilidades<br />

do solo sâo insuficientes, médias ou suficientes.<br />

Estas disponibilidades, quanto a cada elemento, podem entâo ser<br />

comparadas com os resultados que se obtêm, empregando os processos<br />

analiticos de laboratório e os ensaios de adubaçâo feitos nó campo.<br />

Dêste modo, para determinado tipo de solo da Baixàda poderâ se verificar,<br />

a grosso modo, se um processo de extraçâo para um elemento considerado<br />

concorda com as disponibilidades dêste elemento reveladas no<br />

ensaio em potes.<br />

Evidentemente, este resultado também pode ser obtido se fôr considerado<br />

o ensaio em branco, mas nâo se querendo levar o rigor matemâtico<br />

das ciências exatas, aos ensaios biológicos com f inalidades agrïcoilas,<br />

concluiu-se nâo ser indispensâvel um ensaio em areia, ainda mais<br />

porque os ensaios com solos arenosos praticamente déficientes em todos<br />

os nutrimentos podem servir de referência.<br />

Tendo seguido neste trabalho uma diretriz obrigatória, também<br />

aqui, para maior clareza, procuraremos seguir a mesma ordern, tratando<br />

inicialmente da coleta e preparo do material; em seguida, da instalaçâo<br />

do ensaio; e por fim, da apresentaçâo dos resultados e conclusöes.<br />

Em anexo encontram-se fotografias e grâficos que ilustram e facilitam<br />

a compreensâo do trabalho.<br />

GENERALIDADES — COLETA E PREPARO <strong>DO</strong> MATERIAL<br />

O aspecto fisico da regiâo onde se encontra localizado o Centro Nacional<br />

de Ensino e Pesquisas Agronômicas nos mostra, ante uma observaçâo<br />

cuidadosa, que a topografia em gérai é pouco acidentada, existindo<br />

uma série de morrotes de cotas relativamente baixas (30-50 m.)<br />

entre os quais se estende as baixadas que, alias, ocupam a maior parte<br />

do 2.° Distrito de Seropédica e que antes do saneamento compreendiam<br />

terrenos permanentemente sujeitos a inundaçôes.<br />

O revestimento vegetal apresenta-se desenvolvido nas colinas ou<br />

morrotes, indicando assim que os solos nas elevaçôes sâo mais bem providos<br />

de elementos essenciais do que nas encostas e baixadas, onde comumente<br />

a vegetaçao natural mostra-se em alguns casos täo pobre que o<br />

solo fica parcialmente descoberto e desprotegido.<br />

Os solos encontrados nestas baixadas, em sua grande maioria, sâo<br />

tipicamente arenosos, encontrando-se poucas manchas de solos aluvionais<br />

de origem semi-pantanosa — ricos em glei, sobre o quai se observa<br />

urn horizonte superficial de materia argânica (10-15 cm de espessura)<br />

parcialmente decomposta — que, no entanto, nâo podem ser considerados<br />

comcrsolos férteis em virtude das pesquisas até agora feitas neste<br />

sentido.


236<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Na totalidade dos casos, a vegetaçâo natural caracteriza-se por<br />

apresentar os seguintes tipos: nas elevacöes predominam os bosques,<br />

nas encostas os arbustos e nas baixadas, em geral, os pastos, constituidos<br />

de plantas herbâceas, em cujo povoamento se destacam as gramineas e,<br />

em seguida, as ciperâceas, compostas, malvâceas, solanâceas, etc., inclusive<br />

diversas ervas daninhas.<br />

F<br />

Vista gérai da estufa no inicio do 4." ensaio em potes.<br />

A regiâo onde foram coletados os solos da linha III encontra-se localizada<br />

nos limites da area territorial do Centro Nacional de Ensino e<br />

Pesquisas Agronômicas com a Fazenda Moura Costa, e compreende a<br />

maior elevaçâo local onde pode ser observado um afloramento de biotita<br />

gnaisse, seguindo-se a encosta pela quai desce o caminho até a baixada.<br />

As amostras de solo foram colhidas nas proximidades dos perfis e<br />

até a profundidade que corresponde à camada arâvel. do solo (0,4 m).<br />

Além de coletar-se material referente aos dois perfis de elevaçâo<br />

(RJ 172 e RJ 173) e ao perfil de baixada (RJ 176), que pertencem a<br />

linha III, (35) uma quarta amostra foi colhida dum solo de baixada<br />

(perfil RJ 171) aluvial, rico em glei, que fica proximo ao valâo, e que<br />

muito se assemelha neste particular com o solo semipantanoso do valâo<br />

do Piranema.<br />

O material, uma vez transportado para a estufa, foi convenientemente<br />

espalhado sobre o cimento prèviamente limpo, ficando assim, por<br />

alguns dias, até secar completamente.<br />

Logo depois, os torrôes foram desfeitos, sendo os solos respectivamente<br />

peneirados, usando-se peneiras com malhas de 0,35 cm.<br />

Enquanto se procedia ao preparo das soluçôes nutritivas, referentes<br />

aos tratamentos, determinamos para cada tipo de solo a necessidade de<br />

cal e a capacidade hidrica.<br />

Os potes, que sâo do tipo padrâo recomendado por E. MITSCHERLICH,<br />

foram lavados e colocados em ordern, nos vagonetes que se vêem nas fotografias<br />

que mostram o inicio do ensaio. Em seguida, o peso dos potes


ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Aspetos finais dos potes, mostrando as influencias das doses de fósforo nos solos RJ 172<br />

(potes 49 a 30), RJ 173 (potes 76 o 57) e RJ 176 (potes 24 a 1).<br />

237


238 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

foi igualado a 1 Kg com pedras de quartzo lavadas, a fim de facilitar a<br />

.pesagem dos solos (7 Kg) que se fêz juntamente com os potes.<br />

As soluçoes nutritivas foram preparadas em baloes aferidos separadamente<br />

para cada elemento essencial, enquanto que para os elementos<br />

menores se preparou uma soluçâo tendo conjuntamente Mg+ + , Cu+ + ,<br />

Zn++ eBO3--.<br />

Concentraçôes empregadas :<br />

a) Elementos maiores<br />

NH4 NO3<br />

286 g/1<br />

CaH4 (PO4)2H2O .. 10 g/1<br />

KoSO4<br />

46 g/1<br />

b) Elementos menores por 100 ml de Soluçao:<br />

1 ml 0,286 g<br />

17,7 ml ... 0,177 g<br />

2 ml 0,092 g<br />

Mg SO4 7 H,O 15,00 g<br />

Mn SO4<br />

2,00 g<br />

Cu SO,, 1,00 g<br />

Zn SO4<br />

0,50 g<br />

0,10 g<br />

H3 BO3<br />

Um centimetro cubico desta soluçâo corresponde à dosagem adotada<br />

para cada kg de solo.<br />

Os tratamentos empregados, em numéro de 9, com duas repetiçôes,<br />

num total de 27 para cada tipo de solo, sâo representados pelas seseguintes<br />

formulas:<br />

N — P —K — E.M.<br />

2 _ 2 — 2 — X<br />

2 _ 2 — 1 — X<br />

2 — 2 — 0 — X<br />

2 — 1 — 2 — X<br />

2 — 0 — 2 — X<br />

1 _ 2 — 2 — X<br />

0 _ 2 — 2 — X<br />

0 — 0 — 0 — X<br />

2 — 2 — 2 — X<br />

O primeiro algarismo représenta a dose de N, o 2° a de PZO5, o 3°<br />

a de K2O e o 4° a aplicaçâo de (X) ou nâo (O) de elementos menores<br />

Doses bâsicas por quilo de solo.<br />

a) Simples:<br />

N 0,1 g ou 0,286 g de NH4NO3 corn 35% N<br />

PoO, . • 0,1 " " 0,177 " " CaH4 (PO4)2 H2O com 56,33% P2O6<br />

K,O . . 0,05 " " 0,092 " " K2SO4 corn 54,05% K2O<br />

b) Duplas:<br />

N 0,2 g ou 0,572 g de NH4NO3 com 35% N<br />

P2O, . . 0,2 " " 0,354 " " CaH4 (PO4)2 H2O corn 56,33% P2O5<br />

K2O . . 0,1 " " 0,184 " " K2SO4 corn 54,05% K2O


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETINIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 239<br />

Dose (X) de elementos menores por quilo de solo:<br />

MgSO4. 7H2O 150 mg<br />

MnSO4<br />

20 "<br />

CuSO4<br />

10 "<br />

ZnSO4<br />

5 "<br />

H3BO3 1 "<br />

Todos estes elementos foram aplicados voluntàriamente, levando-se<br />

em conta as concentraçôes das soluçôes preparadas, as doses e os respectivos<br />

tratamentos representados pelas formulas.<br />

A quantidade de carbonato de câlcio empregado em cada caso correspondeu<br />

à necessidade de cal determinada para elevar o pH dos solos<br />

próximos de 6,5.<br />

Os quadros anexos referentes aos solos estudados indicam as doses<br />

que foram adicionadas a cada tipo de solo.<br />

-s<br />

«<br />

5<br />

5»<br />

IS<br />

«<br />

S<br />

*<br />

e<br />

6JUFIC0 BtMONSTPATIYO DA ÂTUAÇAO <strong>DO</strong><br />

NIJP06CNI0<br />

PfRFtL R.J. 176 ^ ^ ^<br />

Û7 ».*<br />

GRAHAS flf NH /foeCNID PARA 7 A a SOU) (N)<br />

Bunco DMaantAmo o> ATUAÇAO OO<br />

FdsroRO<br />

aUHlittlilloRO PARA 7 KM Ot <strong>SOLO</strong> (HOs)<br />

ûMfico ttnamsAmo « HJOIKÂO <strong>DO</strong><br />

ponuio<br />

FtRfll. ffj 171 ^ ^ ^ ^<br />

CRAKAS a 'pOTASSlà PARA 7Ki OtsÔîo tKjOi<br />

J»<br />

"ft<br />


240 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Escolheu-se para planta indicadora a Aveia (Avena sativa L.)<br />

da variedade Marion, linhagem pura, proveniente da E. E. de Patos (Estado<br />

de Minas Gérais), por satisfazer as seguintes condiçôes :<br />

a) Possuir porte ereto e pequeno, podendo assim assegurar maior<br />

numero possïvel de individuos em cada pote.<br />

b) Ser uma planta cultivada de ciclo vegetativo curto (4,5-5 meses).<br />

c) Constituir uma linhagem pura, de modo que assim favorece a<br />

reduçâo dos desvios devido a variaçôes hereditârias.<br />

d) Ser resistente as doenças.<br />

e) Mostrar sensibilidade ante as deficiências nutritivas em elemenmaiores<br />

e menores.<br />

ƒ) Apresentar-se de modo a ser adaptâvel ao ambiente local e as<br />

condiçôes expérimentais onde se executam os ensaios.<br />

•Q OtHOMiTBATIYO 0* ATUAÇÀO 00<br />

NITROGEN 10<br />

PERFIL R.J. 173<br />

NITROOfNIO PAR* 7K* « SOIO cN)<br />

Ma/ICO DiHOttSTBATtVO OA ÂTUAÇAOOO<br />

FÖSFORO<br />

PERFIL ff.J f?J<br />

GRAMAS U FOSfORO PARA 7 Kt ûf 5010<br />

ÙBAMAS Of POI/iSUD PARA 7 Kt Qt SOtO<br />

IJ-<br />

»0<br />

5-<br />

GJt/rtCO OfMOMSTRAnVO CM HTUAÇÂQ 00<br />

HIT ROGEN 10<br />

PtRFIl IU. 172<br />

CRAMAS DE MTROGEHIO PARA 7 K» DE <strong>SOLO</strong>


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 241<br />

INSTALACÄO E ACOMPANHAMENTO <strong>DO</strong> ENSAIO<br />

Obedecendo as mesmas normas empregadas nos ensaios anteriores,<br />

após se adicionar aos potes referentes a cada tipo de solo, a quantidade<br />

de âgua correspondente a 40% das respectivas capacidades hidricas, no<br />

dia seguinte marcam-se as covetas em todos os potes para semear<br />

duas sementes de aveia em cada uma das 32 covetas de cada pote.<br />

Instalou-se assim o ensaio com um total de 108 potes que, para facilitar<br />

a germinaçâo, ficaram cobertos com fôlhas de papel durante dois<br />

dias. No tercéiro dia começaram a aparecer as primeiras plantinhas,<br />

tendo-se feito o desbaste, por ocasiäo da abertura da segunda fôlha, deixando-se<br />

em cada pote 32 plantas.<br />

O fornecimento de âgua fêz-se no inicio diàriamente, e depois de 2<br />

em 2 dias, tendo-se sempre o cuidado de restituir antes, aos potes, a<br />

âgua de drenagem recolhida nas respectivas vazilhas.<br />

A quantidade de âgua adicionada foi aumentando conforme a necessidade<br />

das plantas que apresentavam maior desenvolvimento, procurando-se<br />

manter urn mesmo volume de fornecimento para todos os potes.<br />

O crescimento de tôdas as plantas realizou-se pràticamente ante as<br />

mesmas condiçôes ambientes, com exceçâo dos fatôres essenciais correspondentes<br />

aos tratamentos e à natureza dos quatro tipos de solos estudados.<br />

Nos dias de sol, pela manhâ ou à tarde, os vagonetes ficavam fora<br />

da estufa, permitindo assim que tôdas as plantas recebessem diretamente<br />

a luz solar.<br />

Decorrido aproximadamente um mes depois do plantio, pela reaçâo<br />

das plantas jâ se podiam observar os primeiros efeitos dos diversos tratamentos<br />

aplicados, conforme mostram as fotografias referentes ao<br />

aspecto incial.<br />

Os potes contendo o solo RJ 176, desde o comêço do ensaio, apresentaram<br />

um certo atraso no desenvolvimento das plantas. Assim, enquanto<br />

nos potes correspondentes aos solos RJ 172, RJ 173 e RJ 171, após<br />

très meses decorridos depois da semeadura, as plantas em grande parte<br />

jâ se achavam na fase da floraçâo, em nenhum pote do solo RJ 176<br />

existiam plantas em condiçôes de florir.<br />

Durante a colheita, que começou a ser feita à proporçâo que os<br />

grâos iam amadurecendo, a aplicaçâo da âgua foi sendo suspensa para<br />

os potes cujas plantas jâ se encontravam no estâgio final do ciclo vegetativo.<br />

Tanto os grâos como as pallias, depois de colhidos, ficaram guardados<br />

separadamente em sacos correspondentes à numeraçâo dos potes,<br />

sendo sucesivamente pesados depois de secos a 100° C numa estufa.<br />

APRESENTAÇÂO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S. CONCLUSÖES<br />

Embora os resultados dêste trabalho mostrem principalmente a<br />

atuaçâo dos fatôres essenciais em relaçâo aos quatro solos estudados,<br />

certamente servirâo também como base para as futuras pesquisas relativas<br />

aos elementos menores.<br />

Nos quadros anexos encontram-se indicados os pesos médios dos<br />

gräos e da palha referentes aos 9 tratamentos, onde também se observa<br />

a quantidade de cada elemento empregado por pote (7 kg de terra).<br />

Além dos quadros e fotografias correspondentes ao aspecto final,<br />

construiram-se grâficos demonstrativos da atuaçâo das diferentes doses<br />

de N, PSOS e K2O sobre a produçâo em grâo para cada tipp de solo.<br />

— 16 —


242 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Como o presente trabalho näo constituiu uma aplicaçâo do método<br />

de EILHAR<strong>DO</strong> ALFRE<strong>DO</strong> MITSCHERLICH (16, 17), cujo principio original se<br />

sintetiza literalente numa equaçâo diferencial, nâo se cogitou do ajustaento<br />

das curvas pelo processo analitico.<br />

No caso de urn ensaio em potes ser executado de maneira a seguir<br />

o mais que possivel as consideraçôes enumeradas por O. W. WILLCOX<br />

(18), as curvas obtidas poderâo ser ajustadas pela equaçâo de E. A.<br />

MITSCHERLICH em sua forma exponencial, sem que para isto sejam necessârios<br />

os câlculos de segunda aproximaçâo (16).<br />

Assim, se a equaçâo y = A {1 — 10 ~ c (x + h> ~\ fôr transformada<br />

numa equaçâo logaritmica semelhante à que se obtém partindo de<br />

J/J = ab xl , sera possivel o emprêgo do método dos minimos quadrados,<br />

tendo em vista o ajustamento analitico (19, 20). Contudo, embora näo se<br />

tenha feito um ajustamento analitico, os grâficos construidos, os quadros<br />

e as fotografias mostram claramente que os resultados dêste ensaio<br />

sâo concordes com os ensaios anteriores — diferindo, porém, na questâo<br />

do potâssio, bem como no que se réfère as deficiências de magnésio e<br />

elementos menores — permitindo as seguintes conclusses:<br />

I) Que os solos estudados sâo fisiologicamente pobres em nitrogênio<br />

(N) e fósforo (PÄ).<br />

II) Que os solos de elevaçâo (RJ 172 e RJ 173) säo fisiologicamente<br />

bem providos de KSO diretamente aproveitâvel, enquanto os<br />

de baixada (RJ 171 e RJ 176) sâo déficientes neste elemento.<br />

III) Que, quanto ao magnésio e elementos menores, as deficiências<br />

säo inexistentes para os solos de elevaçâo (RJ 172 e RJ 173),<br />

ao passo que para os de baixada, especialmente o RJ 176, estas<br />

deficiências sâo muito acentuadas.<br />

Generalizando as conclusöes acima, e dos ensaios anteriores, podem-se<br />

admitir as seguintes consideraçôes:<br />

I) As deficiências de N e P2O5 devem ser acentuadas para a grande<br />

maioria dos solos desta regiâo.<br />

II) Os solos de elevaçâo (morrotes) devem ser relativamente bem<br />

providos de KL.O diretamente aproveitâvel pelas plantas cultivadas,<br />

ao passo que os solos de baixada, especialmente os<br />

arenosos, devem apresentar deficiências dêste elemento.<br />

III) Os solos que apresentam realmente deficiências de magnésio e<br />

elementos menores devem ser principalmente os solos de baixada<br />

arenosos.<br />

POTES'<br />

28 — 30...<br />

31 — 33..<br />

34 — 36..<br />

37 - 39..<br />

40 — 42..<br />

43 — 45..<br />

46 — 48..<br />

49 — 51..<br />

52 — 54...<br />

N<br />

1,400<br />

»<br />

><br />

»<br />

0,700<br />

—<br />

—<br />

1,400<br />

P2O5<br />

1,400<br />

><br />

»<br />

0,700<br />

—<br />

1,400<br />

—<br />

1,400<br />

K20<br />

0,700<br />

0,350<br />

—<br />

0,700<br />

»<br />

><br />

><br />

—<br />

0,700<br />

PERFIL RJ 172<br />

ZnSO*<br />

0,035<br />

MgSO4<br />

1,050<br />

MnS04<br />

0,140<br />

CUSO4<br />

0,070<br />

H3BO3<br />

0,007<br />

> ><br />

»<br />

SÊCO A 100»<br />

(média)<br />

C<br />

Gräo<br />

17,7<br />

16,3<br />

19,6<br />

22,0<br />

4,4<br />

20,0<br />

14,5<br />

0,1<br />

16,2<br />

Palha<br />

98,4 —<br />

101,3 —<br />

102,8 —<br />

139,6 —<br />

119,4 —<br />

95,7 —<br />

84,9 —<br />

32,2 —<br />

106,4 —<br />

+<br />

±<br />

+<br />

±<br />

+<br />

± 1,5<br />

2,6<br />

8,5<br />

4,8<br />

3,6<br />

6,2<br />

5,4<br />

3,2<br />

7,4


POTES<br />

1 — 3...<br />

4 — 6....<br />

7 — 9....<br />

10 — 12....<br />

13 — 15...<br />

16— 18...<br />

19— 21...<br />

22 —24....<br />

25 — 27...<br />

POTES<br />

55 — 57...<br />

5f" — 60..<br />

61 — 63..<br />

64 — 66..<br />

67 — 69..<br />

7C — 72..<br />

73 — 75..<br />

76 — 78..<br />

79 — 81...<br />

ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 243<br />

N<br />

1,400<br />

»<br />

> »<br />

0,700<br />

— —<br />

1,400<br />

N<br />

1,400<br />

»<br />

><br />

0,700<br />

—<br />

—<br />

1,400<br />

P2O5<br />

1,400<br />

> »<br />

0,700<br />

—<br />

1,400<br />

><br />

—<br />

1,400<br />

P2O5<br />

1,400<br />

><br />

»<br />

0,700<br />

—<br />

1,400<br />

><br />

—<br />

1,400<br />

0,700<br />

0,350<br />

—<br />

0,700<br />

»<br />

><br />

—<br />

0,700<br />

K2O<br />

0,700<br />

0,350<br />

—<br />

0,700<br />

><br />

> ><br />

—<br />

0,700<br />

PERFIL RJ 176<br />

ZnSO4<br />

0,035<br />

MgSO4<br />

1,050<br />

MnSO4<br />

0,140<br />

PERFIL RJ 173<br />

ZnSO4<br />

0,035<br />

MgSO4<br />

1,050<br />

MnSO4<br />

0,140<br />

PERFIL RJ 171<br />

CuSO4<br />

0,070<br />

CuSO4<br />

0,070<br />

H3BO3<br />

0,007<br />

H3BO3<br />

0,007<br />

POTES P2O5 K2O ZnSO4 MgSO4 C11SO4 H3BO3Î.<br />

82 —<br />

85 —<br />

84...<br />

87...<br />

88 — 90..<br />

91 — 93..<br />

94 — 96..<br />

97 — 99..<br />

100 — 102..<br />

103 — 105..<br />

106 — 108..<br />

1,400<br />

00<br />

1,400<br />

1,400<br />

0,700<br />

1,400<br />

1,400<br />

0,700<br />

0,350<br />

0,700<br />

0,700<br />

Gräo<br />

SÊCO A 100° C. .<br />

(media)<br />

18,0<br />

8,8<br />

2,3<br />

9,6<br />

1,9<br />

10,0<br />

0,2<br />

4,2<br />

1,1<br />

Gräo<br />

26,2<br />

22,9<br />

21,3<br />

16,7<br />

2,2<br />

23,3<br />

1,4<br />

1,9<br />

24,9<br />

0,035 1,050 0,140 0,070 0,007 21,1<br />

19,0<br />

5,6<br />

16,7<br />

3,0<br />

17,6<br />

9,6<br />

4,7<br />

4,1<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Palha<br />

74,5 — ± 2,6<br />

76,0 H 1,6<br />

46,4 h 3,4<br />

105.2 h 4,2<br />

111,0 f-.2,8<br />

101,2 1- 9,2<br />

79,4 h 4,6 '<br />

37,2 h 1,4<br />

87.7 h 5,2<br />

SÊCO A 100° C<br />

(media)<br />

Palha<br />

105,0 —<br />

107,3 —<br />

100,9 —<br />

111,7 —<br />

65,9 —<br />

109,3 —<br />

69,0 —<br />

43,7 —<br />

114,9 —<br />

+<br />

+ +++<br />

+<br />

+<br />

SÊCO A lOOo C.<br />

(média)<br />

Gräo Palha<br />

3,4<br />

4,5<br />

2,6<br />

6,8<br />

1,4<br />

2,5<br />

3,2<br />

?:,?,<br />

8,5<br />

108,2 — + 2,2<br />

94,6 — ± 1,7<br />

69,3 — ± 6,6<br />

106,5 — ± 5,4<br />

108.1 — ± 2,6<br />

91.2 — ± 3,6<br />

63.3 — ± 2,4<br />

57,6 — ± 1,8<br />

130.2 — ±15,6<br />

Ao concluir este trabalho, deixo consignado o meu agradecimento<br />

aos seguintes funcionârios do Instituto de Ecologia e Experimentaçâo<br />

Agricolas:<br />

Sr. ANTONIO LEMOS PEREIRA, pela perfeiçao das fotografias e dos<br />

grâficos.<br />

Sr. Luis RoDRiGUES DE SOUZA, BENIGNO TEIXEIRA <strong>DO</strong>S SANTOS e JÜLIO<br />

MARCELINO MACHA<strong>DO</strong>, pela dedicaçâo com que trabalharam no preparo,<br />

instalaçâo e acompanhamento dos ensaios.


244 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

BIBLIOGRAFIA<br />

1. Relatório do I.E.A. — 1939. Nâo publicado.<br />

2. Relatório do I.E.A. — 1940.<br />

3. Relatório do I.E.A. — 1941. "<br />

4. Relatório do I.E.A. — 1942. "<br />

5. Relatório do I.E.A. — 1943. "<br />

6. Relatório do I.Exp.A. — 1940. Nâo publicado.<br />

7. Relatório do I.Exp.A. — 1941. "<br />

8. Relatório do I.Exp.A. — 1942.<br />

9. Relatório do I.Exp.A..— 1943. "<br />

10. Relatório do I.E.Exp.A. — 1944. Nâo publicado.<br />

11. Relatório do I.E.Exp.A. — 1945. "<br />

12. Relatório do I.E.Exp.A. — 1946. "<br />

13. FAGUNDZS, A. B. "Ensaios em potes sobre deficiências de minerais nos solos",<br />

1946. Näo publicado.<br />

14. Primeira Reuniâo Brasileira de Ciência do Solo. Resumo dos trabalhos inscritos<br />

— 1947.<br />

15. Relatório do I.E.Exp.A. 1947. Nâo publicado.<br />

16. SARAIVA, M. CRUZ, A. L., DEL NEGRO, C. "Contribuiçâo para o estudo dos methodos<br />

de Mitscherlich, Wiessmann e Neubauer", 1937.<br />

17. MITSCHERLICH, E. "Die Bestimmung des Düngerbedurfnisses des bodens".<br />

18. WILLCOX, O. W. "A B C of Agrobiology". Chapter XVIII — Norton, W. W.<br />

& Company, Inc. New York — 1937.<br />

19. SMITH. "Elementary Statistics". New York — Holt, H. and Company — 1934.<br />

20. MELLOR, J. W. "Higher Mathematics for Students of Chemistry and Physics"<br />

— 1926.<br />

21. CASTRO, L. S. "Pontos de Estatistica" — 1940.<br />

22. JENNY. "Factors of Soil Formation" — 1941.<br />

23. RÜSSEL, E. J. "Soil conditions and plant grouth" — 1937.<br />

24. KELLOG, C. E. "Evolucion y significado de los grandes grupos de suelos de<br />

los Estados Unidos" — 1937.<br />

25. VAGELER, P. "An introduction to tropical soils" — 1933.<br />

26. EMERSON, P. "Principles of soil tecnology" — 1936.<br />

27. MULLER. "Plant Physiology" — 1938.<br />

28. DEMOLON, A. "Croissance des végétaux cultivés" — 1941.<br />

29. CAMARGO, T. e VAGELER, P. "Os solos do Estado de S. Paulo. Problemas gérais<br />

da Ciência dos Solos tropicais e sub tropicais". I. Agronômico de Campinas.<br />

Boletim n.° 40 — 1938.<br />

30. MATHEI, A. "Suelos y Alonos" — 1942.<br />

31. Relatório do I.E.Exp.A. 1948 — Näo publicado.<br />

32. BRAY R. H. "Requirements for Successful Soil Tests — 1948. Soil Science,<br />

66:83.<br />

'33. RAMOS, B. M. "A proposito da determinaçâo do fosforo assimilâvel no solo".<br />

Anais da l. a Reuniâo Brasileira de Ciência do Solo.<br />

34. MENDES, W. "Ensaios em potes para ' diagnose de fertiiidade do solo". Ànais<br />

da l. a Reuniâo Brasileira de Ciência do Solo.<br />

35. FAGUNDES, A. B., DEL NEGRO, C, VETTORI, L., RAMOS, F., "Contribuiçâo ao<br />

estudo dos solos da Baixada de Sepetiba". Anais da l. a Reuniâo Brasileira<br />

de Ciência do Solo.


CONSIDERAÇÔES MATEMÄTICAS<br />

SOBRE A LEI DE MITSCHERLICH (RESUMO) *<br />

FREDERICO PIMENTEL GOMES<br />

e<br />

EURIPIDES MALA VOLTA<br />

Escola Superior de Agricultura<br />

"Luiz de Queiroz"<br />

"Neste trabalho säo estudadas as bases matemâticas do método de<br />

MiTscHERLicH para estudo da fertilidade do solo.<br />

Os autores mostram detalhes como, partindo da equaçao diferencial<br />

dy = K (A-y), é possivel chegar-se à primeira aproximaçâo da formula<br />

de MITSCHERLICH, isto. é, log (A-y) = log A-c (x + b).<br />

Sâo feitos alguns exemplos para mostrar çomo esta equaçao deve<br />

ser aplicada a dados expérimentais.<br />

A seguir é discutido o problema da avaliacao da quantidade ótima<br />

de fertilizante — do ponto de vista econômico — a ser aplicado a um<br />

determinado solo. Para isto é proposta a formula seguinte:<br />

ƒ t log e<br />

log = log A-c (x + b),<br />

s c<br />

onde x é a quantidade de adubo em questâo, t o preço de um quintal<br />

métrico de adubo que vai ser aplicado; b é o preço de igual unidade da<br />

produçâo obtida e ƒ é um fator maior que l a ser determinado experimentalmente.<br />

Mostra-se como o valor dos parâmetros A, b, c pode ser obtido fàcilmente,<br />

a partir do sistema de equaçôes<br />

(log (A-y,) = log A-c (x, + b)<br />

(log (A-y2) = log A-c (x2 + b)<br />

(log (A-ys) = log A-c (xs + b)<br />

desde que se tenham os valor es de x.: em progressâo aritmética; chega-<br />

-se assim à formula<br />

y* 2 — Vi y s<br />

A =z 2 y 2 — (yi + y s)<br />

Sâo feitas observaçôes esclarecendo as condiçôes em que tal formula<br />

pode ser usada.<br />

Depois, adaptando a marcha dada por HANKINS e TITUS em seu<br />

artigo Growth, Fattening and Meat Production, publicado no Yearboock


246 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

of Agriculture de 1939, pâgs. 450-468, os autores mostram como os parâmetros<br />

A e c podem ser determinados pelo método dos quadrados<br />

dy<br />

mînimos a partir da equaçâo = K (A-y). Isto é feito pbrque o câldx<br />

culo de A, b e c, como acima ficou' descrito, baseia-se apenas em très<br />

determinaçoes expérimentais sujeitas a erros muito acentuados. Dai<br />

preferirem os autores desenvolver uma maneira para calcular as constantes<br />

baseadas nos métodos de correlaçao linear muito bem estudada<br />

na estatistica moderna.""<br />

* Publicado no Boletim da Escola Sup. Agric. "Luiz de Queiroz" (1949)<br />

3:1-24.


ASPECTOS MATEMÄTICOS E ESTATÎSTICOS<br />

DA LEI DE MITSCHERLICH<br />

1. INTRODUCÄO<br />

PREDEEICO PIMENTEL GOMES<br />

Assistente e Livre-Docente da Cadeira<br />

de Matemâtica<br />

e<br />

EUEÎPEDES MALAVOLTA<br />

Assistente da Secçâo de Quimica<br />

Agricola<br />

Escola Superior de Agricultura<br />

"Luiz de Queiroz"<br />

Este trabalho tem por fim discutir alguns aspectos da lei de MITS-<br />

CHEKLICH, aspectos êsses que nos parecem dignos de um estudo mais<br />

aprof undado.<br />

Todos sabem que a lei de MITSCHEBLICH tem contra si muitas objecöes.<br />

Mas a seu favor hâ uma série énorme de pesquisas e de bons<br />

resultados obtidos em experiências em vasos ou no campo, inclusive<br />

algumas realizadas entre nós (1).<br />

Os autores jâ abordaram o assunto em trabalho anterior (2). Aqui,<br />

porém, partiräo de um ponto de vista mais geral, procurando encarar<br />

o problema de uma maneira bem de acôrdo com o rigor cientifico atual.<br />

Isso se faz necessârio, pois a literatura sobre o assunto, na sua maior<br />

parte esparsa em revistas agronômicas alemâs, peca muito quanto ao<br />

rigor e esta cheia de controvérsias violentas nem sempre bem fundadas.<br />

2. O PROBLEMA A RESOLVER<br />

Feita uma experiência de adubaçâo com doses crescentes de um<br />

determinado adubo, obtém-se uma série de dados, como a do quadro<br />

seguinte, onde se supôem 4 repetiçôes.<br />

Médias<br />

PRODUÇAO EM QUINTAIS-MÉTRICOS POR HECTARE<br />

P2O5<br />

QUINTAIS/ha<br />

0<br />

20,5<br />

19,9<br />

20,0<br />

20,1<br />

20,1<br />

0,2<br />

22,0<br />

23,1<br />

21,9<br />

22,6<br />

22,4<br />

0,5<br />

24,0<br />

24,3<br />

26,4<br />

25,7<br />

25,1<br />

0,8<br />

27,1<br />

26,7<br />

26,2<br />

26,8<br />

26,7<br />

1,2<br />

27,9<br />

29,0<br />

28,3<br />

27,6<br />

28,1


248 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETTNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Êsses dados podem ser representados em urn grâfico. O problema<br />

a resolver consiste em interpolar uma curva que se adapte o melhor<br />

possivel aos dados expérimentais e que nos permita deduzir quai a quantidade<br />

de P2O5 existente no solo à disposiçâo da planta e quai a que se<br />

deve adicionar para obter o maior rendimento econômico possivel. A<br />

curva em questâo deve apresentar os seguintes caracteristicos:<br />

I — Deve adaptar-se, pelo menos razoàvelmente, a qualquer experiência<br />

anâloga com qualquer planta cultivada.<br />

II — Sua equaçâo deve depender de poucos parâmetros fâceis de<br />

determinar.<br />

Ora, hâ inûmeras funçôes à nossa escolha capazes de satisfazer a<br />

essas condiçôes. Poderiamos utilizar, por exemplo, a anâlise harmonica<br />

e obter uma funçâo interpoladora do tipo ƒ (x) = -^- + a, cos x +<br />

+ ag cos 2x + . . . + an cos nx +• ht sen x + b% sen 2x -\- . . . -\- bn cos nx.<br />

tal como se costuma fazer em numerosos problemas de engenharia.<br />

Êsse processo foi utilizado por RIPPEL e MEYER (3), REDDICK e MILLER<br />

(4) dâo os detalhes do método a ser utilizado.<br />

Poderiamos também usar como funçâo interpoladora uma série<br />

de polinômios de LEGENDRE, O que também foi tentado por RIPPEL e<br />

MEYER (3). E poderiamos ainda considerar um polinômio de grau n:<br />

P(x) = a0 + a,x + agx s + . . . + anx"<br />

e fazer sua interpolaçâo pelos métodos estatisticos dados por FISHER<br />

(5, pâgs. 133-139) ou por RODRIGUES (6, pâgs. 363-366). Tal séria um<br />

procedimento mais de acôrdo com os conhecimentos modernos de Estatistica<br />

e jâ preconizado em trabalhos antigos como os de FRÖHLICH (7)<br />

e o de PFEIFFER e outros (8).<br />

A desvantagem, porém, dêsses e de outros métodos de interpolaçâo<br />

esta na arbitrariedade da funçâo interpoladora. Essa arbitrariedade só<br />

pode ser levantada por estudos de natureza teórica que nos levem a<br />

admitir como mais plausivel um determinado tipo de funçâo.<br />

Ora, MITSCHRLICH (9) admitiu como razoâvel que, sendo y a produçâo<br />

da planta, x a quantidade de fertilizante assimilâvel à sua disposiçâo<br />

e A uma constannte, teriamos:<br />

(2,01) JjL=k(A-y),<br />

onde k é uma constante positiva.<br />

A integraçâo dessa equaçâo, que foi discutida com detalhes no<br />

nosso trabalho anterior (2), nos dâ como resultado:<br />

— L (A — y) = K + kx ,<br />

onde K é a constante de integraçâo e o simbolo L indica logaritmo natural<br />

ou neperiano. Fixado x — o, é razoâvel admitir que temos y = o,<br />

e vem:<br />

Segue-se que:<br />

K = — LA ,<br />

L (A — y) = LA — kx .<br />

Suporemos x sempre positivo ou nulo.


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong>. <strong>SOLO</strong> 249<br />

Mas a quantidade de fertilizantè à disposiçâo da planta compöe-se<br />

de uma quantidade b prèviamentè existente no solo mais uma quantidade<br />

x' de fertilizantè que foi adicionada. Obtemos assim a equaçao:<br />

ou, mais simplesmente,<br />

L (A — y) = LA — k (b + x')<br />

(2,02) L(A — y)=lA — k(b + x).<br />

Mas, como se sabe,<br />

l0gA<br />

L(A-y)= l ° y ^ y ï ,LA=<br />

log e log e<br />

onde a abreviatura log indica logaritmo decimal e e, que vale aproxidamente<br />

2,71828, é a base do sistema neperiano. Segue-se que temos<br />

ëm logaritmos décimais:<br />

(2,03) log(A — y) = log A — c(x + b) ,-<br />

onde c = k.log e « 0,4343 k é uma abreviatura constante.<br />

De (2,03) deduzimos logo que:<br />

(2.04) lo<br />

Dai tiramos fàcilmente:<br />

(2.05) ' y = Ä[I — w~ els + b) "\<br />

Como o segundo têrmo da expressâo entre colchetes é sempre negativo,<br />

segue-se que temos para quälquer valor de x (finito) y < A. Mas<br />

se x -» oo vê-se logo que y -> A. O parâmetro A représenta, portanto,<br />

uma produçâo maxima que séria atingida só para x .= oo.<br />

Como temos sempre y < A para qualquer valor (finito) de x, résulta<br />

que A — y é positivo, e, portanto, de (2,01) résulta que temos<br />

sempre —— > O, isto é, que y é funçao crescente de x, como se dévia<br />

dx<br />

esperar. (2,01) nos mostra que k e, portanto, também c, que lhe é proporcional,<br />

mede o efeito do adubo sobre o aumento da produçâo. Por<br />

isso c recebeu a denominaçâo de valor ou fator ou coeficiente de eficâcia.<br />

Vemos que a hipótese de MITSCHRLICH nos conduz à funçao de<br />

(2,05), cuja equaçao inclui apenas très parâmetros, todos très de significaçâo<br />

objetiva e relevante. Além disso, numerosas experiências demonstram<br />

que na maioria dos casos essa funçao relativamente simples<br />

e com um numéro tâo pequeno de parâmetros nos dâ uma curva que<br />

se adapta razoàvelmente bem aos dados obtidos com qualquer planta<br />

e em qualquer solo. E ainda a funçao supôe sempre uma produçâo<br />

mâxima inatingivel o que é bem razoâvel.<br />

Hâ, porém, como objeçâo mais importante, o fato seguinte: Verifica-se<br />

experimentalmente que à medida que crescem as doses de adubo,<br />

cresce a produçâo até certo ponto, para logo começar a decrescer até anular-se<br />

quando a quantidade de adubo utilizada se torna excessiva. Ora,<br />

êsse fato importantissimo nâo é consider ado na equaçao (2,05), que nâo<br />

pode representâ-lo. Essa objeçâo levou MITSCHEELICH a tomar (2,05)<br />

apenas como uma primeira aproximaçâo da curva procurada e a adotar<br />

como uma segunda e mais perfeita aproximaçâo a curva da equaçao<br />

(2.06) y = A[l — 10~ c ^ + h) ~\l0~ sx '


250 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

onde s é o "fator de prejuizo" ("Schädigungsfaktor", em alemâo). A<br />

equaçao diferencial correspondente é:<br />

(2)07)<br />

dx<br />

Nâo podemos deixar de observar aqui que RUSSELL (10, pâg. 140)<br />

dâ a equaçao (2,07) sob a forma<br />

(2,08)<br />

y dx y '<br />

afirmando que (2,08) dâ por integraçâo (2,06). É fâcil verificar o<br />

êrro dessa afirmativa, pois a funçâo (2,06) absolutamente nâo satisfaz<br />

(2,08).<br />

Êsse êrro aparentemente decorre de urn estudo descuidado do artigo<br />

(11, pâg. 276), em que MITSCHERLICH apresentou sua segunda<br />

aproximaçâo para a lei de eficâcia. De fato, partindo da equaçao<br />

(2.09) . y = A(l - 10-") ,<br />

onde x esta substituindo o x + b usual, obteve por derivaçâo<br />

(2.10) -^- = c.A 10~ cx L 10<br />

dx<br />

Mas L 10 = —ß- = — . Logo:<br />

log e log e<br />

dy =c1A.io-' x = c1{A-y)<br />

dx<br />

onde Cj = — . Dai resltou<br />

loq e<br />

to m 1 d y A ~<br />

(2,11) y dx y<br />

Substituindo entâo y pelo seu valor dado em (2,09), MITSCHERLICH<br />

obteve enfim a equaçao<br />

y dx ' 1 — 10~ cx<br />

Considerou entâo mais um têrmo —2 kt x nessa equaçao diferencial<br />

e escreveu:<br />

1 dy _ 10~ cx ., _ .<br />

— ti<br />

y dx ~ Cl 1- 10-°*<br />

onde kt corresponde e a — , na notaçao notaça que utilizamos atrâs. Da<br />

log e<br />

M<br />

ültima equaçao foi que MITSCHERLICH obteve<br />

fjM-= fCl 10 ~ cx —&_ \gklXdx I\<br />

J y J 1- 10- J<br />

Dai provém, depois de efetuada a integraçâo, a equaçao<br />

Ly = L(l — 10~ cx )~ ktx s + C.


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 251<br />

Multiplicando-se tudo por log, chega-se logo à igualdade<br />

onde se obtém<br />

OU<br />

OU<br />

log y = log (1 — 10~ cx ) — sx e + C,<br />

y = 10 e (1 — 10~ cx ).10~ ax> ,<br />

y = A(l — 10~ cx )10~** % .<br />

Note-se que nesta equaçâo A jâ nâo représenta a produçao maxima.<br />

Ora, até (2,11) era indiferente escrever<br />

1 dy _ A — y<br />

y dx 1 y<br />

dy =<br />

— ex<br />

10<br />

y dx ' 1 — 10<br />

Juntando-se mais um têrmo — 2 fc, x à segunda dessas equaçôes,<br />

como fêz MITSCHERLICH, automàticamente muda o valor de y, que passa<br />

a ser:<br />

— ex<br />

y = A.(l — 10~ cx ) e~ ax '.<br />

Portanto, nâo é indiferente, como supôs RUSSELL, acrescentar o<br />

novo têrmo a (2,11) ou (2,12).<br />

É bem verdade que (2,06) se adapta melhor que (2,05) aos dados<br />

colhidos em experiências de adubaçao. Mas tem o defeito de ser uma<br />

funçao muito mais complicada e com um parâmetro a mais. Além disso,<br />

o efeito do fator 10~ sx ' só começa a aparecer para valores relativamente<br />

grandes de x, isto é, para adubaçôes excessivamente pesadas.<br />

Por isso, excluidos os casos extremos, é sempre preferivel utilizar a<br />

"primeira aproximaçâo, expressa por (2,05) .<br />

3. O CÂLCULO <strong>DO</strong>S PARÂMETROS DA PRIMEIRA APROXIMAÇÂO<br />

DE MITSCHERLICH<br />

Adimitida a formula de MITSCHERLICH:<br />

suponhamos que dispomos dos dados de colheita yt (i = l,2, .. .,n)<br />

correspondentes as doses de fertilizantes x{ (i = 1,2, ... ri) e que queremos<br />

calcular os parâmetros A, b, c para êsse caso. Urn método que<br />

logo ocorre para realizar êsse câleulo é o dos quadrados minimos, que,<br />

aliâs, é sugerido por NIKLAS e MILLER (12).<br />

A aplicaçâo dêsse método ao caso séria feita como se segue: Uma<br />

vez calculados os parâmetros procurados, teremos para cada dose x4<br />

de adubo uma produçao observada yt e uma produçao calculada<br />

Ail — io- e( * + M ] . Seja:<br />

z= s {y.-Ail-lO- e ^<br />

+ h ^}'


252 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

O método em estudo exige que tenhamos<br />

8A<br />

Isso nos leva a tornar<br />

(3,1)<br />

\y. — All —<br />

2 \Vi— All —<br />

b z b z 8 z<br />

bc<br />

5b<br />

[ï<br />

= 0 .<br />

CXi = 0<br />

Com o auxilio dessas très equaçoes devemos calcular A, b, c. Pomos<br />

fàcilmente demonstrar que o sistema anterior é equivalente ao<br />

seguinte:<br />

(3,2)<br />

s {Vi A£î - - o<br />

S {Vi — All—<br />

S \y{— All —<br />

i = O<br />

onde, como faremos daqui por diante, tôdas as somatórias säo supostas<br />

de 1 an.<br />

Estas equaçoes nos conduzem logo as seguintes:<br />

(3,3)<br />

IQ<br />

10 — bc S lo cx i = 0<br />

= 0<br />

= o<br />

2 Xi Vi 10~ CXi — A 2 Xi 10" •' + 4 . .70 2 10~ { xt = 0<br />

Zyi 10~ eX{ — A'j.lO~ CXi + A .10~ bc 2Ï0~ ScXi = 0<br />

De (3,3) obtemos, pela aplicaçâo do teorema de ROUCHÉ, a equaçâo:<br />

(3,4)<br />

2 yt n X10~ CXi<br />

2 x{ yi 10~ CXi 2 Xi 10~ CZi 2 10~" Zi x<br />

S,?/t- JfO CIi 2 jfO CIi 2^0 *"'•<br />

Esta ultima equaçâo só encerra c como incognita. Sua resoluçâo<br />

pode ser obtida pelos métodos de aproximaçao da Algebra. O processo<br />

é, porgém, trabalhoso e demorado. Uma vez calculado c, a determinaçâo<br />

de A e b a partir das equaçoes (3,3) é simples e cômoda.<br />

Poderiamos, porém, tentar o método dos momentos, também clâssico<br />

na Estatïstica. Teriamos entâo de igualar os momentos de ordern<br />

0, 1 e 2, obtidos com os dados observados com os momentos respectivos<br />

conseguidos a partir das produçôes calculadas. Chega-se assim as<br />

equaçoes :<br />

(3,5)<br />

2<br />

2<br />

0


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 253 :<br />

De (3,5) obtemos:<br />

S y,- . - = n A — A .<br />

(3,6) ~ bc<br />

2 Xi iji = A 2 a;,- — A .10 2 a;,- 20<br />

2 a;f y{ = 4 2 xf — A . 10~ bc<br />

Pelo teorema de ROUCHÉ conseguimos a equaçâo seguinte, na quai<br />

foram eliminados A e b:<br />

(3,7)<br />

2 y, n X1O •'<br />

2.T.. y,. 2i, Sa;,- J0~"'<br />

2xf y,. 2«? 2tf W~ CZi<br />

Esta equaçâo é notàvelmente mais simples do que (3,4), pois todos<br />

os elementos das duas primeiras colunas sâo independentes de c e fâceis<br />

de calcular com os dados expérimentais. Por isso o método dos<br />

momentos nos parece preferivel, neste caso, ao dos quadrados minimos.<br />

Também neste caso é fâcil obter os valores de A e b, depois de terminado<br />

o câlculo de c, com o auxilio das equaçôes (3,6). Alias, das<br />

duas primeiras tiramos logo:<br />

e a primeira nos dâ<br />

A =<br />

2 y{<br />

2 10<br />

2 x{ y,- 2 x, 10~<br />

210 •'<br />

2 a;,- 10~ c%i<br />

, 1 7 A 10<br />

b = Loq .<br />

c n A —<br />

= O<br />

Vejamos um caso particular bastante frequente.<br />

Pixemos xt = 0, xs = p, x3 = 2p, ... , x n = (n — 1) p e teremos<br />

2 10'<br />

1 — 10'<br />

Esta formula, que se estabelece fàcilmente com o auxilio da teoria<br />

das progressôes geométricas, nos dâ por derivaçao em relaçâo a —c:<br />

Xi = p.<br />

— io<br />

— n s 10- ncp + 10~ gcv + -?O~ cp<br />

nlO — ncp + 10 cp<br />

:1 ï_<br />

•J (2 —7O- C<br />

As ultimas très formulas substituidas em (3,7) nos dâo uma equaçâo<br />

de grau n + 2 era 10- cp . Sua resoluçâo em gérai só sera possivel<br />

por processus numéricos de aproximaçâo. Sendo k uma das raizes,<br />

teremos:<br />

1Q- CV = fc,<br />

. c =


254 ANAIS DA SEGTTNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Como p é positivo e c também deve ser positivo, é preciso que te-<br />

nhamos log — > O, logo — > 1, e portanto O < k < 1. Raizes que nâo<br />

rC K<br />

satisfaçam a esta condiçâo näo nos podem convir.<br />

Note o leitor que o que se denomina geralmente na literatura de<br />

"método dos quadrados minimos", tendo em vista a aplicaçâo da funçâo<br />

de MITSCHRLICH, esta longe de ser realmente a aplicaçâo do método<br />

dos quadrados minimos. Com efeito, da funçâo<br />

obtém-se<br />

y = A[Î — iO~ c(l + w ]<br />

z = log — = c (x + b).<br />

A —y<br />

Admite-se entâo urn valor de A proximo das produçôes mâximas<br />

observadas. Entâo, para cada valor yt calcula-se o valor de<br />

Zi = log . Com os valores de 2« e xt obtém-se entâo, pelos métodos<br />

correntes de interpolaçao, a funçâo<br />

z = c (x + b).<br />

Para cada valor de A obtém-se uma funçâo dêsse tipo. Escolhe-se<br />

a que der uma interpolaçao mais précisa.<br />

Os autores, como, por exemplo, SARAIVA (13, pâgs. 17-18), HOOVER<br />

e NORMAN (17, pâg. 333) e REINHOLD (26, pâg. 883), denominam o método<br />

que acabamos de expor de "método dos quadrados minimos". É<br />

evidente o êrro dessa denominaçâo. Na realidade, os autores näo encontraram,<br />

em tôda a literatura consultada, nenhuma aplicaçâo do<br />

verdadeiro método dos quadrados minimos. A exposiçâo que dêsse método<br />

fizemos atrâs parece ser a primeira adaptaçâo do referido método<br />

ao caso da interpolaçao com a funçâo de MITSCHERLICH .<br />

UM EXEMPLO DE APLICAÇÂO <strong>DO</strong> MÉTO<strong>DO</strong> <strong>DO</strong>S MOMENTOS<br />

Vejamos agora como se faz numèricamente a determinaçâo dos<br />

parâmetros. Utilizamos para isso os dados publicados por SARAIVA (13,<br />

pâg. 25) refereilte a uma experiência de adubaçâo com potâssio e reproduzidos<br />

a seguir. Cada um dos numéros representatives da produçâo<br />

obtida é média de 5 colheitas. Sob o ponto de vista es.tatistico, é<br />

sempre preferivel utilizar na interpolaçao os dados originais e näo médias.<br />

No caso vertente, porém, o resultado näo é alterado pelo uso das<br />

médias. Pois o seu uso neste caso corresponde a dividir por 5 a primeira<br />

coluna do déterminante de (3,7), o que näo altera a equaçâo.<br />

Os dados em que nos baseamos foram os seguintes, referentes à<br />

colheita em gramas de aveia semeada em vasos de 20 cm de diâmetro<br />

(314 cm 2 de areia) :


ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 255<br />

Adubo por vasos (K2O) — 0,2 0,3 0,5 0,8 1,5.<br />

Colheitas observadas (Médias de 5 vasos) — 30, 72,7, 80,5, 89,6, 94,3, 92,1.<br />

Dai tiramos:<br />

0,0<br />

0,2<br />

0,3<br />

0,5<br />

0,8<br />

1,5<br />

2 3,3<br />

Vi<br />

30,0<br />

72,7<br />

80,5<br />

89,6<br />

94,3<br />

92,1<br />

459,2<br />

14,54<br />

24,15<br />

44,80<br />

75,44<br />

137,15<br />

296,08<br />

x*Vi<br />

2,908<br />

7,245<br />

22,400<br />

60,352<br />

207,225<br />

300,130<br />

De acôrdo com (3,7), a equaçâo a resolver sera entäo<br />

(4,1) 296,08 3,3<br />

800,13 8,27 S x S i 10~ cx<br />

g59,2 6<br />

Sx,-<br />

1,10'<br />

A<br />

0,04<br />

0,09<br />

0,25<br />

0,64<br />

2,25<br />

Preferimos iniciar o câlculo tomando como ponto de partida um<br />

valor qualquer como, por exémplo, o valor de c determinado por MITS-<br />

CHERLICH para o caso do potâssio. Êsse valor éc = 0,93 quando ref erido<br />

a quintais-métricos por hectare. Ora, nos sabemos que<br />

dy<br />

dx<br />

= k(A~y),<br />

com (A—y) expresso em quintals por hectare.<br />

Mas no caso vertente (A—y) aparece multiplicado por 314 (ârea<br />

do vaso) e por 100.000, que é o numero de gramas em um quintal métrico,<br />

e dividido por 100.000.000, que é o numero de centimetros quadrados<br />

em um hectare. Résulta que teremos<br />

= 0<br />

y = k'{A —y) 814. = k' .0,314(A —y) .<br />

dx v a ' T - 10»<br />

Logo, devemos ter<br />

k = k' 0,314 •<br />

Multiplicando-se por l.e = 0,4343, vem enfim<br />

Segue-se que temos<br />

c = c'. 0,814 •<br />

0,98<br />

0,814 -2.96.<br />

Em vez de partir dêsse valor, nos preferimos, porém, partir do que<br />

foi determinado por SARAIVA (13) pelo método dado por KLETSCHECH-<br />

3,27


256. ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

KowsKY e SHELESNOW . (14). Êsse valor, que foi c = 2,39, nos dëu o<br />

câlculo seguinte: .<br />

= log'lO-*,M*i<br />

0,000<br />

—0,478<br />

—0,717<br />

—1,195<br />

—1,912<br />

—3,585<br />

2<br />

Valores<br />

Aproximados<br />

log 10<br />

e < SSz i<br />

(Preparado)<br />

0,000<br />

1,522<br />

1,283<br />

2,805.<br />

2,088<br />

4,415<br />

10-S.S9Z;<br />

1,000<br />

0,332<br />

0,191<br />

0,063<br />

0,012<br />

0,000<br />

1,600<br />

1,601<br />

00<br />

66<br />

87<br />

83<br />

25<br />

26<br />

87<br />

X{ 10-*< s9x i<br />

0,000<br />

0,066<br />

0,057<br />

0,031<br />

0,009<br />

0,000<br />

0,166<br />

0,166<br />

(4.1) nos dâ, pela regra de SARRUS:<br />

000<br />

532<br />

561<br />

915<br />

800<br />

390<br />

198<br />

2<br />

0,000<br />

0,013<br />

0,017<br />

0,015<br />

0,007<br />

0,000<br />

0,054<br />

0,054<br />

000<br />

306<br />

268<br />

957<br />

840<br />

585<br />

957<br />

96<br />

0<br />

4<br />

3<br />

5<br />

0<br />

0<br />

2<br />

x* 1O-e.s.<br />

0,000<br />

0,002<br />

0,005<br />

0,007<br />

0,006<br />

0,000<br />

0,022<br />

0,022<br />

000<br />

661<br />

180<br />

978<br />

272<br />

'877<br />

(4.2) j(c) = —22,247 210~ i + 299,2i;xi10~" i —261,122xïlO~~ CXi .<br />

Para c = 2,39 temos entâo<br />

ƒ (c) = 22,247 X 1,601 + 299,2 X 0,1662 — 261,2 X 0,5496<br />

= — 0,248786<br />

. • . j (c) = _ 0,2438 .<br />

Para conseguir um valor de c mais aproximado, calculemos f'(c).<br />

(4,9) nos dâ<br />

f (c) = [— 22,247 Si, 10~ CZi + 299,2 Srcf 10~ CX{ — 361,12 S.-cf i0~"*'] (— L 10) .<br />

Portanto, temos<br />

I' (c) = [— 22,247 X 0,1662 + 299,2 X 0,05496 — 261,12 X 0,02297~\ (— 2,3)<br />

= — 15,52 .<br />

Seja c' = c -f- A c o valor que procuramos, tal que f(c') — O. Temos,<br />

pela formula de TAYLOR:' .<br />

ƒ (c + A c) = ƒ (c) +<br />

+ -A£Ly»(c) + . . .<br />

Se c é pequeno, podemos desprezar sem grande êrro todos os têrmos<br />

do segundo membro a partir do terceiro. E fica<br />

Logo, temos<br />

O=j{c)<br />

A c = —•<br />

— 0,244<br />

= 0,016 .<br />

— '15,522<br />

c' = c + A c = 2,39 — 0,016 = 2,374 •<br />

Agora calculamos, de maneira anâloga à que adotamos antes, 0<br />

valor de f(c) para c = 2,374. Achâmos f(c) = 0,010380 « 0,0104. Vê-se<br />

que êsse valor jâ é bem aproximado. Mas para obter a aproximaçâo<br />

ainda maior sem precisar calcular f(c), podemos procéder como se<br />

segue. .<br />

970<br />

97<br />

00<br />

28<br />

49<br />

75<br />

00<br />

50<br />

02


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 257<br />

Quando c varia de 2,374 para 2,39 ƒ (c) varia de 0,01038 para<br />

— 0,2438. Logo, se a variaçâo fôse exatamente proporcional teriamos:<br />

0,25418 0,016<br />

0,01038 X<br />

Logo, um valor mais exato de c sera<br />

c = 2,374 + 0,00065 = 2,37465 = 2,375 .<br />

Para c = 2,375 temos no nosso caso<br />

S 10~ Cxi = 1,6066 , 2 Xi 10~ CXi = 0,16811 , 2 x\ 10~ CZi = 0,05576 .<br />

Isso nos dâ<br />

i(c) = —0,001067 ,<br />

o que mostra que se trata de urn valor muito mais aproximado que o<br />

determinado por SARAIVA.<br />

Agora'calculamos A e b:<br />

A =<br />

459,2 1,6066<br />

296,08 0,16811<br />

6 1,6066<br />

3,3 0,16811<br />

= 92,8 .<br />

b =<br />

2,375<br />

9,28 X 1,6066<br />

6 X 92,8 ~ 459,2<br />

= 0,077 .<br />

A equaçâo de MITSCHERLICH sera, portanto:<br />

y = 92,8[l - W-'- S7B


258 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

equaçâo que nos deu os valores calculados apresentados no quadro seguinte<br />

:<br />

IJ (Novo câlculo)<br />

1/ (Observado)<br />

X<br />

0<br />

30,3<br />

30,0<br />

0,2<br />

71,6<br />

72,7<br />

0,3<br />

81,0<br />

80,5<br />

5. AINDA O MÉTO<strong>DO</strong> <strong>DO</strong>S MOMENTOS<br />

0,5<br />

90,1<br />

89,6<br />

0,8<br />

94,1<br />

94,3<br />

A equaçâo (3,7) pode ser resolvida por um outro processo, freqiientemente<br />

mais expedite e que nos permite tirar uma importante conclusâo<br />

teórica.<br />

Uma vez conhecidas as doses crescentes de adubo xu x2, ..., xn e<br />

as producöes correspondentes 2/j, y2, ..., yn, podemos substituir em<br />

(3,7) esses valores nas duas primeiras colunas, desenvolver o déterminante<br />

em funçâo dos elementos da 3. a coluna e obter uma equaçâo:<br />

anâloga a (4,2).<br />

Suponhamos que todos os xt (i — l, 2, ..., n) sâo mültiplos de<br />

uma mesma quantidade q de adubo. Teremos entâo Xi — mi q. Logo,<br />

sendo Z = 10~ C P, temos 1Q- Cx i=z m c. E (5.1) nos dâ<br />

(5,2) (A x e , + B x, + C) z m > + (.4 a£ + B xg<br />

+ (A xl + Bxn+C)z m C) z<br />

» = O.<br />

m * + . . . +<br />

Basta substituir x,, xu, .. ., xn nesta equaçâo para obter uma equaçâo<br />

algébrica em z que se resolverâ pelos processus numéricos de aproximaçâo<br />

pois, em gérai, sera de grau elevado. Como z = 10~ c ", só interessarâo<br />

as raizes positivas de (5,2). Mas la os coeficientes sâo todos<br />

valores de P(x) =Ax* + Bx + C para x = xu x2, ..., x,,. Sendo P(x)<br />

um trinômio de 2.° grau, ao darmos a x valores crescentes êle mudarâ<br />

de sinal no mâximo duas vêzes. Logo, (5,2) terâ no mâximo duas raizes<br />

positivas, pois, como se sabe, o numero de raizes positivas de uma equaçâo<br />

nâo pode excéder o numero de variaçôes de sinal de seus coeficientes,<br />

suposta a equaçâo devidamente ordenada, tal como acontece com<br />

a nossa. Mas é fâcil verificar que c — O é sempre uma soluçâo para<br />

(3,7). Logo, z = 10" — lé sempre soluçâo de (5,2), soluçâo que nâo intéressa,<br />

pois corresponde a c = O. Logo, (5,2) nos darâ no mâximo<br />

uma raiz positiva z diferente de 1, com a quai calcularemos o valor de c:<br />

= 10' c =<br />

— log z<br />

Como c deve ser positivo, devemos ter log -_-> O,<br />

z<br />

portante O < î 1, e<br />

z<br />

Para esclarecer melhor o que expusemos no capitulo anterior e<br />

também para mostrar ps perigos que podem advir da aplicaçâo indis-


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 259<br />

criminada da teoria de MITSCHERLICH, veremos um exemplo fornecido<br />

por JORET (12, pâg. 180). Êsse autor fêz experiências de adubaçâo de<br />

trigo com nitrogênio e obteve os següintes dados:<br />

Doses de nitrogêuio (xi)<br />

Produçâo do trigo obtida (;/i)<br />

DA<strong>DO</strong>S EM QUINTAIS-MÉTRICOS POR HECTARE<br />

0,75<br />

.55,4<br />

A produçâo da testemunha é média de 15 parcelas. As demais sâo<br />

médias de vinte parcelas. Em todos os casos — diz JORET — foi pequeno<br />

o êrro experimental.<br />

Com os dados de JORET obtivemos:<br />

2 yt = 193,4 , S x{ Vi = 9,600 , 2 x° Vi = 59,1930 ,<br />

n = 4 , 2 Xi = 1,80 ,2 Xi = 1,1260 .<br />

Fomos obrigados a usar as médias por êle apresentadas, pois nâo<br />

dâ os dados originais. Alias, segundo a errônea praxe repetida em tôda<br />

a bibliografia do assunto, JORET também fêz seus câlculos tomando por<br />

base as médias que reproduzimos acima.<br />

De (3,7) obtemos entâo a equaçâo<br />

da quai résulta<br />

ou ainda<br />

193,4<br />

93,6<br />

59.193<br />

4<br />

l ,8<br />

1,125<br />

2 10<br />

s Xi<br />

' — 1,242 2 10~ CXi + 19,185 2 Xi 10~"<br />

x*<br />

10<br />

10<br />

= 0 .<br />

26,28 2 xï 10 CZi = 0 .<br />

Seja agora q = 0,15 c z = 1O-° JS °, e obtemos<br />

— 1,242 (1 + £ + z> + /) + 19,185 (0,45 z 3 + 0,6 z 1 + 0,75 z") —<br />

— 26,28 (0,2025) z 3 + 0,36 z 4 + 0,5625 z â ) = 0 ,<br />

j (z) = — 1^42 + 2,069 z 3 + 0,808 z 4 — 1,636 / = 0 .<br />

Sabemos que a raiz é z = 1. Outra raiz positiva verificamos ser,<br />

aproximadamente, z = 1,17. Ora, nos sabemos que i deveria ser menor<br />

que 1. Isto indica logo uma anomalia. O valor de c correspondente é<br />

f ;=<br />

— log 1,17<br />

b~J5<br />

= — 0,A546 ,<br />

o que représenta um absurdo, pois c deve ser positivo. O valor de A<br />

correspondente, calculado com auxilio de (3,8), é 25,92, o que também<br />

é evidentemente um absurdo, pois tal "produçâo mâxima" é menor que<br />

qualquer das produçôes obtidas.<br />

Note-se que com o auxilio do método muito mais simples e prâtico<br />

discutido por nos em trabalho anterior (2) obtivemos, com os dados<br />

de JORET, C — 0,455 e A — 26,05, valores que concordam muito bem com<br />

os obtidos pelo método dos momentos.<br />

No entanto, JORET determinou com êsses mesmos dados valores de<br />

c todos positivos e tendo como média 0,329.


260 AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Qual a marcha seguida por JORET?<br />

JORET considerou as equaçôes<br />

log (A — y,) = log A — c (x, + b),<br />

log (A — y2) = log A — c(xe + b), •<br />

log (A — ys) = log A — c(x3 = b),<br />

em que os valores de x e y sâo os que figuram no quadro visto acima.<br />

Combinando très a très essas equaçôes, JORET obteve 4 sistemas distintos<br />

de très equaçôes e très incognitas e, a partir de cada urn dêles, determinou<br />

os valores de A, b, c por processo numérico que nâo explica<br />

bem quai foi. Os valores por êle obtido por êsse método foram os seguintes<br />

:<br />

Com<br />

Com<br />

Com<br />

Com<br />

x1}<br />

xlt<br />

xlt<br />

xz,<br />

Xg ,<br />

Xg,<br />

xs,<br />

Xg ,<br />

xs<br />

x4<br />

X 4<br />

A<br />

61,5<br />

67,0<br />

72,7<br />

91,2<br />

b<br />

1,08<br />

1,15<br />

1,06<br />

0,76<br />

c<br />

0,409<br />

0,380<br />

0,319<br />

0,261<br />

Em nosso trabalho anterior (2) discutimos detalhadamente a resolucäo,<br />

por métodos algébricos, de sistemas de equaçôes como os utilizados<br />

por JORET. O método que la vimos exige que os valores de x estejam<br />

em progressâo aritmética e, portanto, só pode ser usado para o caso<br />

de tomarmos os dados referentes a x2, x3, x,,-. Obtemos entâo<br />

log (A ~ y g) = logA — c (0,45 + b) ,<br />

Isg (A — ys) = log A— c (0,50 + b) ,<br />

log (.4 — Vi) = logA—c (0,75 + 6) ,<br />

e daï se obtém, seguindo a marcha jâ por nos examinada (2) :<br />

A y s — y4 y 2 (ßi,£f — 47.4 x 55,4<br />

2ys— (y4 + 2/,) 2 x 51,2 — (47,4 + 55,4) ' '<br />

O valor de c é —0,290.<br />

Tais resultados sâo evidentemente absurdos. Aliâs, êles jâ se.deviam<br />

esperar, pois, como demonstramos antes (2) para que se aplique<br />

a lei de MITSCHERLICH devemos ter<br />

0 que nâo acontece nese caso.<br />

A importância das experiências de JORET esta no fato de que DEMO-<br />

LON (16, pâgs. 269-270) as tomou como fundamentals nas suas consideraçôes<br />

sobre o método de MITSHERLICH.<br />

7. A TÉCNICA DAS EXPERIÊNCIAS EM VASOS<br />

Tudo o que dissemos até aqui se aplica a experiências tanto em<br />

vasos como no campo. A experimentaçâo em vasos apresenta, porém,<br />

certas particularidades que discutiremos agora.<br />

Com a execuçâo do método de MITSCHERLICH em vasos podemos controlar<br />

a açâo de certos fatôres eu ja flutuaçâo iria complicar o ensaio<br />

no campo. Assim é que conseguimos homogeneizar o meio e régula-


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 261<br />

rizar o importante fator "âgua"; trabalhando com um numero certo<br />

de plantas por unidade de ârea, fàcilmente protegêmo-las contra pragas,<br />

moléstias e intempéries.<br />

Apesar do artificialismo relativo dessas condiçôes täo cuidadosamente<br />

reguladas, a experiência em vasos, segundo DEMOLON (16, pâgs,<br />

102-103), représenta, em vista do que ficou escrito, urn método auxiliar<br />

capaz de esclarecer o mecanismo de certos fenômenos, o modo de açào<br />

de vârios fatôres da produçâo, o valor cultural comparado dos adubos,<br />

servindo assim de guia à experimentaçâo em pleno campo.<br />

Nas experiências em questao usam-se os chamados vasos de MITS-<br />

CHERLICH, cilindricos, feitos de ferro esmaltado, brancos por fora e tendo<br />

20 cm de diâmetro por 20 cm de profundidade; apresentam na base<br />

urn orificio de drenagem com 8 cm de diâmetro, o qual é provido de uma<br />

calota metâlica que o cobre quando em uso; os vasos descançam sobre<br />

coletores deslocâveis de 24 cm de diâmetro por 7 cm de profundidade,<br />

coletores êsses que recolhem as âguas de drenagem. Para asegurar a<br />

posiçâo ereta das plantas e protegê-las contra o vento, usam-se suportes<br />

de arame grosso galvanizado, mantidos verticalmente, graças a très<br />

anéis do mesmo material. O anel inferior se adapta sobre o vaso e os<br />

outros säo um pouco menores, de modo que os suportes podem ser colocados<br />

uns dentro dos outros.<br />

Cada vaso é cheio com um quilo de terra tirada de uma profundidade<br />

de 0 a 20 cm; passa-se a terra por peneira de 1/4 de polegada de<br />

malha e mistura-se (ou nâo) com cinco quilos de areia lavada: tal<br />

diluiçâo é feita só para a terra dos vasos onde se verificarâ a açâo do<br />

fósforo e do potâssio e tem por fim salientar a reaçào dêsses fertilizantes.<br />

Entretanto, para solos fracos a diluiçâo deve ser menor, como, por<br />

exemplo, de uma parte de terra para duas de areia (perfazendo seis<br />

quilos) ou mesmo poderâ ser dispensada em se tratando de solos de<br />

extrema pobreza.<br />

O ensaio é feito com 4 repetiçôes, usando-se ao todo 20 vasos. como<br />

segue :<br />

a) Açâo do nitrogênio adubagäo<br />

4 vasos com 6 quilos de solo PKN (compl?to)<br />

4 vasos com 6 quilos de solo P K (sem N)<br />

b) Acäo do fösforo e potâssio<br />

4 vasos com .... | 1 g de tor a .......... R N (sem p)<br />

4 vasos com . . . . { 1 g de tora •••••••••• P N (sem K)<br />

4 vasos com . . . . { * g de terra .... ...... p K N (completo)<br />

Os diversos adubos säo adicionados da seguinte maneira:<br />

a) 1,1 g de N como NH;NO:i em 20 ce de soluçâo por vaso;<br />

b) 1,5 g de K2O como K,,SO,, em 50 ce de soluçâo por vaso;<br />

c) 1,0 g de PoO5 como Ca(H,PO,t)2.H2O em 50 ce de soluçâo por<br />

vaso;<br />

d) 0,5 g de NaCl + 0,5 g de MgSO,, em 5 ce de soluçâo por vaso;<br />

e) 1,5 g de CaCO3 por vaso.<br />

O CaCO3, que é o ûnico adubo adicionado em estado sólido, incorpora-se<br />

a todos os vasos; MITSCHEELICH näo o usava, embora o recomendasse,<br />

porque a âgua de canalizaçào do Instituto Agronômico de


262 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÈNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Könisberg é rica de cal. O NaCl é adicionado a todos os vasos; tem<br />

por fim facilitar o aproveitamento do KSO que, de outro modo, atuaria<br />

deficientemente. O MgSO^ também incorporado a todos os vasos tem<br />

o objetivo de garantir culturas convenientes.<br />

A mistura da terra com os adubos faz-se em bacias esmaltadas.<br />

A adiçâo do CaCOs é feita em primeiro lugar. A seguir juntam-se<br />

as soluçôes apropriadas com auxilio duma pipeta, cujo jato é dirigido<br />

de modo a tornar a distribuiçâo o mais uniforme possivel. Entâo mistura-se<br />

tudo muito bem e transfere-se o solo adubado para o vaso respectivo<br />

através de um grande funil de ferro esmaltado.<br />

Comprime-se com as mâos a primeira camada (5 cm, mais ou<br />

menos) de solo posta no vaso; o restante poderâ ficar mais sôlto. Arranjam-se<br />

os vasos de tal modo que aquêles igualmente adubados nâo<br />

permaneçam adjacentes e muda-se a situaçào das diversas séries durante<br />

a experiência de modo a eliminar efeitos de sombra.<br />

As sementes de aveia (Avena Sativa L.) — que é a planta-reativo<br />

* escolhida por MITSCHERLICH — deverâo ter sido anteriormente desinfetadas<br />

com Uspulum ou outro fungicida apropriado. Usa-se uma<br />

tâbua de pequena espessura e provida de cinco filas de orificios de<br />

0,5 cm de diâmetro e eqüidistantes para praticar no solo prèviamente<br />

umedecido 25 covetas de 0,5 cm de diâmetro por 1,5 cm de profundidade<br />

e afastadas entre si 3 cm. Cada buraco recebe duas sementes com o<br />

embriâo voltado para baixo e a seguir é fechado cuidadosamente. Enquanto<br />

os "seedlings" nâo emergem, umedece-se a terra ligeiramente<br />

uma ou duas vêzes por dia, metendo-se os vasos cobertos com esteiras<br />

de fôlhas (13, pâg. 8) ou com os coletores (18).<br />

O desbaste é feito 14 dias após a semeadura, deixando-se 35 plantas<br />

por vaso.<br />

Verificada a germinaçâo, segula-se o- fator "âgua" como segue : na<br />

primeira semana os vasos deverâo conservar 50% do poder de embebiçâo<br />

da mistura terra mais areia, o que se consegue mediante pesagem<br />

diâria e restituiçâo de âgua evaporada; na 2. a semana, 80%, na<br />

3. a 95%, na 4. a semana e seguintes junta-se âgua até compléta embebiçâo,<br />

isto é, até começar a gotejar no coletor; esta âgua assim recolhida<br />

deverâ ser restituida ao vaso respectivo no dia seguinte, fazendo-se depois<br />

a irrigaçâo p. d.. Aproximando-se a maturaçâo, diminui-se a quantidade<br />

de âgua, suspendendo-se totalmente as regas logo que os grâos<br />

deixem de "dar leite" (13, pâg. 8) (8 dias antes da colheita, aprox.).<br />

A colheita é feita como no método de HSLLRIEGEL: cortam-se, com<br />

tesoura, as hastes ao nivel do colo. Falha e grâos depois de secos ao ar<br />

sâo pesados separadamente. Somando-se o peso da palha e o dos grâos<br />

secos tem-se a colheita total.<br />

8. A INTERPRETAÇÀO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S<br />

A colheita média obtida nos vasos que receberam N P K représenta<br />

o mâximo que se pode obter mediante adiçâo dêsses très elementos nas<br />

condiçôes do ensaio. As colheitas médias obtidas com tratamentos sem<br />

N, sem P2O5 e sem K,O säo calculados como percentagens da colheita<br />

* Para os paises tropicais MITSCHERLICH recomenda, em lugar de aveia, arroz<br />

(Oriza Sativa L.) ou sôrgo (Sorghum sp.) .


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÈNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 263<br />

maxima. Como exemplo usaremos os seguintes dados colhidos numa<br />

experiência de MELO MORAIS e COURY (1, pâgs. 450-451):<br />

Tratamento<br />

NPK<br />

NK<br />

NP<br />

NPK<br />

PK<br />

Vasos cheios com<br />

terra e areia<br />

" " "<br />

" " "<br />

terra<br />

"<br />

Colheita media<br />

(gräos)<br />

66,75 g<br />

5,730 gggg<br />

42,375<br />

72,165<br />

9,962<br />

% do mâximo<br />

100<br />

8,583<br />

63,393<br />

100<br />

13,800<br />

Para o fósforo tem-se c = 0,60 e para o potâssio em presença de<br />

sódio, c = 0,93. Consultando a tabela transcrita em nosso trabalho anterior<br />

(2) e interpolando, verificamos que a quantidade de P2O5 que<br />

possibilita uma colheita igual a 8,583% da colheita maxima é 0,06486<br />

quintals por hectare; para o K,0 achamos 0,46991 quintais por hectare.<br />

Com auxüio da tabela dada por DEMOLON (16, pâg. 277) e interpolando<br />

verificamos que a quantidade de N correspondente a 13,8% é de 0,52916<br />

quintais por hectare. Como na experiência, a terra foi diluida a 1/6,<br />

e considerando que, segundo MITSCHEKLICH, a planta extrai metade dos<br />

elementos nutritives dos 20 cm superficiais e outra metade dos 20 cm<br />

logo abaixo, segue-se que as quantidades de elementos fertilizantes realmente<br />

existentes na terra do ensaio sâo:<br />

6 x 2 x 0,06486 = 0,778 Qt de P2O3/ha<br />

6 x 2 x 0,46991 = 5,638 Qt de K,O/ha<br />

6 x 0,52916 = 1,058 Qt de N/ha<br />

Voltando as tabelas, verificamos que os 0,778 quintais de P2Or, por<br />

hectare garantem 65,5% da colheita maxima. A quantidade de K2O<br />

é tâo grande que nâo figura na tabela e, por conseguinte, facultarâ<br />

100% do mâximo. Finalmente, 1,058 Qt de N/ha asseguram 25,718%<br />

do mâximo de produçâo possivel. Em conclusäo: o terreno analisado<br />

nécessita de uma adubaçâo fosfatada de 2,20 — 0,778 = 1,422 Qt de<br />

P2O; por ha*, dispensando adubaçâo potâssica. A necessidade de adubos<br />

nitrogenados é evidente: entretanto, nâo trataremos dêste ponto<br />

devido as contra-indicaçôes existentes a respeito da aplicaçâo do método<br />

de MITSCHERLICH para o nitrogênio (10).<br />

9. COMENTARIO SOBRE AS EXPÉRIÊNCIAS EM VASOS<br />

Uma das exigencias que nem sempre se compreendem bem na técnica<br />

de experiências em vasos aconselhada por MITSCHERLICH é a diluiçào<br />

da terra em estudo com areia. Procuraremos demonstrar objetivamente<br />

a vantagem e até a necessidade dessa prâtica.<br />

Admitida a funçâo de MITSCHERLICH<br />

(9,1) y = A\_l -J0- e(x+M<br />

nura vaso sem o adubo em questâo temos x =<br />

Vo = A [y — w~~ cb ~\<br />

y, = A \_i<br />

]Q - c


264 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Logo, temos<br />

(9,2) d = Vl — y0 = A . 10~ cb [/ — /(T c *']<br />

É preciso, porém, considerar o seguinte:<br />

1. A equaçâo (9,1) só se aplica para doses näo muito grandes de<br />

fertilizantes, isto é, para valores de b e x relativamente pequenos. Se<br />

o solo fôr muito rico, a funçâo interpoladora sera pouco apropriada e<br />

poderâ, portante, conduzir a resultados errôneos.<br />

2. A diferença yt — y0 diminui à medida que cresce b, tendendo<br />

para zero quando b -> a>. Logo, para solos relativamente ricos essa<br />

diferença, que séria pequena, pode fàcilmente anular-se, e até tornar-se<br />

negativa devido à variaçâo inerente a todo trabalho experimental.<br />

Diluindo-se a terra com areia, na proporçâo de uma parte de terra<br />

para 6 de mistura, o valor de b passa a ser —- e, portanto, vamos ter<br />

Vê-se logo que<br />

Cl<br />

eb<br />

= A 10 6 \l — 10'<br />

Logo, se tivermos, como na experiência que vimos atrâs, b = 5,638<br />

quintais de K,O e se tomarmos c = 0,93, como faz MITSCHERLICH, teremos<br />

dt = 10~B ' °' 6SS -°- BS d = 23413 d ,<br />

isto é, a nova diferença fica multiplicada por 23413! E como utilizaremos<br />

urn meio mais pobre, a funçâo de MITSCHERLICH nos darâ uma<br />

interpolaçâo mais précisa, mais digna de confiança. Quanto à quantidade<br />

ótima de fertilizante, MITSCHERLICH admitia que séria tal que<br />

proporcionasse uma colheita igual a 95% de A. Essa porcentagem é,<br />

porém, evidentemente arbitrâria e deve variar com o preço do adubo<br />

e o preço da colheita obtida. Em trabalho anterior (2) os autores propuseram<br />

que a quantidade de x ideal de fertilizante a ser acrescentado<br />

ao solo fosse dada pela equaçâo<br />

h MJog_e_= _<br />

se<br />

onde, além das letras usuais, temos t indicando o preço de um quintalmétrico<br />

de fertilizante, s representando o custo de igual quantidade da<br />

produçâo obtida, e ƒ, que é uma constante que terâ urn valor maicr<br />

que um a ser determinado experimentalmente.<br />

10. CONCLUSÖES<br />

I — A interpolaçâo com a lei de MITSCHERLICH<br />

pode ser feita pela teoria dos quadrados minimos, mas é conseguida<br />

com maior facilidade pelo método dos momentos.<br />

II — Ao fazer a interpolaçâo, é preciso que o operador se assegure<br />

da possibilidade da aplicaçâo criteriosa da lei de MITSCHERLICH ao caso<br />

em estudo.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 265<br />

III — Os métodos aproximados de interpolaçâo, principalmente se<br />

utilizados sem os devidos cuidados, podem conduzir a resultados absolutamente<br />

ilusórios.<br />

IV — Entre os métodos de uso condenâvel incluimos o que se utiliza<br />

da equaçâo<br />

4/<br />

z = log — = c(x + b) ,<br />

A — y<br />

calculando z com um valor mais ou menos arbitrârio dado aie obtendo<br />

a seguir ceb pelos métodos usuais de correlaçâo. Tal método supôe implicitamente<br />

a possibilidade de uma estimativa prévia de A, possibilidade<br />

que só existe nos casos em que a lei de MITSCHERLICH se aplica com<br />

precisâo. O exemplo de JORET nos mostra claramente que isso nem<br />

sempre se dâ e que a escolha mais ou menos arbitrâria de uma estimativa<br />

para A pode conduzir a resultados inteiramente ilusórios. Com<br />

efeito, no referido exemplo o operador séria conduzido a tomar para<br />

A urn valor proximo da produçâo maxima obtida (55,4) e aplicaria<br />

inocentemente a lei de MITSCHERLICH a êsse caso em que ela nâo é aplicâvel.<br />

O câlculo algébrico, porém, pelos métodos por nos indicados, nos<br />

mostra imediatamente a impropriedade do uso da lei nesse caso.<br />

V — A diluiçâo da terra com areia é aconselhâvel nas experiências<br />

em vasos, a fim de permitir a aplicaçâo segura da lei de MITSCHERLICH.<br />

Nas experiências de campo, onde isso nâo é possivel, a aplicaçâo dessa<br />

lei pode ser, portante, indevida. Nelas sera imprescindivel a verificaçâo,<br />

pelo método dos momentos ou pelo método dos quadrados minimos,<br />

de que é licita a aplicaçâo da lei de MITSCHERLICH. Quanto mais rico<br />

fôr o solo, mais suspeita sera a sua aplicaçâo a experiências de campo.<br />

VI — No exemplo de JORET nos mostra a necessidade de uma critica<br />

judiciosa de tôda a bibliografia sobre o assunto, bibliografia essa quase<br />

tôda fundada em métodos grosseiros de interpolaçâo, em câlculos apenas<br />

baseados em médias, em dados cuja interpretaçâo estatistica é<br />

falha ou ausente.<br />

VII — O métedo de MITSCHERLICH sera de valor, sem duvida, como<br />

método auxiliar no estudo da necessidade de adubaçâo dos nossos solos.<br />

Para aplicâ-lo com critério entre nos torna-se necessârio, porém,<br />

estabelecer uma sólida base experimental para sua utilizaçâo.<br />

11. ABSTRACT<br />

This paper deals with some mathematical and statistical problems<br />

related to MITSCHERLICH'S theory of plant growth.<br />

When an experiment is made data are collected which give the<br />

amount (x,-) of fertilizer used and the corresponding yield (z/f) of the<br />

crop. What is required is to get a function y = f(x) that interpolates<br />

the data obtained. That function must:<br />

1. Fit reasonably well any similar experiment with any cultivated<br />

plant.<br />

2. Have only a few parameters easy to compute with the expehimental<br />

data.<br />

RIPPEL and MEYER (3) tried to use FOURIER series and also the<br />

series of LEGENDRE polynominals as interpolation functions. FRÖLICH (7)<br />

and PFEIFFER (8) tried polynominals. But all such functions are arbitrary.<br />

It is onl with theoretical considerations that such arbitrariness<br />

may be avoided. That is why MITSCHERLICH'S formula is generally


266 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

throught to be much better than other interpolation functions. MITS-<br />

CHERLICH started from the differential equation<br />

(10.1) ^<br />

ax<br />

where d and A are positive constants, x is the amount of fertilizer used<br />

and y is the yield produced. The solution of that equation, obtained<br />

by integration, is<br />

(10.2) y = A\_l — 10' c{x + b) ~\.<br />

Where A is the maximum production obtainable with the fertilizer<br />

in study, c = k.log e, where e is the basis of the NAPIERIAN system<br />

of logarithms, and b is the amount of fertilizer available in the soil.<br />

So MITSCHERLICH'S interpolation function depends only on three parameters.<br />

Besides that it was shown by numerous experiments that that<br />

function fits very well any data obtained with any cultivated plant<br />

except when- excessively large amounts of fertilizers are used. For the<br />

last case MITSCHERLICH got a second approach formula<br />

(10.3) y = A [l — 10~ c{x + b) ~\l0~ sx \<br />

where we have a fourth parameter s called "factor of injury". The<br />

corresponding differential equation is<br />

c(l + 6)<br />

y dx 1 — i0-<br />

We must note here that RUSSELL (10, p. 140) says that the corresponding<br />

differential equation is<br />

1 dy A — y<br />

= c<br />

y dx d y<br />

It is easy to see that this is not right and, by reading one of Mrr-<br />

CHERLICH'S articles (11, p. 276), to discover that the source of error was<br />

a careless study of that article.<br />

The authors showed in another paper (2) a very good method for<br />

fitting MITSCHERLICH'S first approach formula, a method based on the<br />

differential equation<br />

dy<br />

—— = k(A — y)<br />

dx<br />

and already used, with a few minor changes, by HANKINS (27).<br />

In this paper the authors discuss the fitting of MITSCHRLICH'S first<br />

approach formula with the aid of the method of least squares and<br />

PEARSON'S method of moments. By the first method we get the equations<br />

(10.4)<br />

2 yt —nA = A. 10 bc 2 10~ CIi = O<br />

i=l i=1<br />

n n n<br />

2 xiVi 10~ CXi — A 2 Xi 10~ CXi + A . 10~ bc 2 10~ ScXi x{ = O<br />

» n n<br />

2 yt 10~ CXi — A 2 10~ CXi + A . 10~ bc 2 10~ 2 " { = O<br />

i = l • i=l i = l


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 267<br />

From these equations we get by ROUCHÉ'S theorem<br />

(10.5) S Xi yt 10 c<br />

2Vi<br />

10'"*<br />

10'<br />

10'<br />

210 -BCX;<br />

= o<br />

Generally this equation in c can be solved only by methods of numerical<br />

approximation. When c is obtained it is easy to compute A and<br />

b with the aid of equations (10.4).<br />

With the use of the method of moments we get the equations<br />

(10.6)<br />

from which we get<br />

(10.7) Vi<br />

2yt = nA<br />

2 x,- yt = A 2 Xi<br />

2 x\ y,• = A 2 Xi<br />

n<br />

'2x;<br />

A .10 ch 210 "<br />

A. 10~ bc 2xt 10<br />

2 10<br />

2 x{ 1<br />

2x}yi 2x'l x] 10<br />

Equation (10.7) is much simpler than (10.5) . From it we compute<br />

c. The authors prove that besides c = 0 there is only one other real<br />

value of c satisfying (10.7) . When this value is obtained it is easy to<br />

compute<br />

A =<br />

2 Xi Vi<br />

n<br />

10'<br />

2x,10'<br />

2 10 CZ{<br />

2 x, 2 x,-10'<br />

1 / A2 10<br />

b = log<br />

c n A — 2 y,<br />

The authors show that the so-called "method of least squares" as<br />

applied to the interpolation of MITSCHERLICH'S first approach formula<br />

is not the true method of least squares. It is probable that the authors'<br />

is the first exposition of the true method of least squares applied to the<br />

interpolation of MITSCHERLICH'S function.<br />

Afterwards the authors criticize JORET'S (15) interpretation of experimental<br />

data obtained by him in France: They show by several<br />

methods of computation that MITSCHERLICH'S function cannot be applied<br />

to JORET'S data. The method of moments applied to them gives<br />

c = — 0,4546, that is, a negative value, and A = 25,92 ,that is a "maximum<br />

production" less than any observed yield. The authors could<br />

not explain how JORET, with is data, could obtain a positive mean value<br />

0,329 for c because JORET only says that his computations were made<br />

by numerical methods of approximation. JORET'S mistakes are important<br />

because DEMOLON (16) took.his experiments and computations as<br />

fundamental ones in his discussion on MITSCHERLICH'S theory.<br />

The authors discuss too the MITSCHERLICH'S pot experiment method,<br />

showing how data thus obtained are interpreted. They criticize MITS-<br />

CHERLICH'S rule of using as optimum amount of fertilizer the amount<br />

= O


268 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

sufficient to produce a yield equal to 95% of A. Of course the optimum<br />

amount of fertilizer for a given soil and crop must change with the<br />

price of manures and the price of the yield produced. They remember<br />

that in another paper (2) they presented a formula for computing the<br />

optimum amount x of fertilizer to be used. That formula is<br />

. it. 0,4343 .<br />

log — • = log A — c(x + 0),<br />

ec<br />

where t is the price of one hundred kilograms of fertilizer, s is the price<br />

of an equal amount of the crop yield and ƒ is a constant greater than<br />

one to be experimentally fixed.<br />

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O CÄLCIO NA AGRICULTURA (RESUMO)<br />

Apresentado pela Divisâo de Quimica<br />

Agricola, do Departamento de Produçâo<br />

Vegetal da Secretaria da Agricultura de<br />

Minas Gerais<br />

"Procurando-se mostrar o valor do câlcio, esta contribuiçâo o apresenta<br />

como notâvel corretivo em vârios paîses do mundo, precisando o<br />

seu substancial papel na lavoura mineira, como potencial imprescindivel<br />

na restauraçâo dos solos agricolas do Estado.<br />

Dividida em quatro partes — consideraçôes preliminares, o câlcio<br />

e suas relaçoes com os solos, as plantas e os animais, regiôes e terras<br />

calcârias e estudos expérimentais — envolvendo conhecimentos objetivos<br />

no seu vastissimo campo de açâo, o câlcio é detalhadamente estudado<br />

sob os seus vârios e mültiplos aspectos.<br />

Particularizada, assim, para Minas Gérais, esta contribuiçâo inclui<br />

indicativas analiticas em quadros, esquemas e grâficos, e na sua<br />

parte final apresenta resultados de experimentos em campo".<br />

* Publicado pela Secretaria de Agricultura, Indûstria, Comércio e Trabalho<br />

do Estado de Minas Gérais.


CONTRIBUIÇAO AO ESTU<strong>DO</strong> <strong>DO</strong> HUMUS BRASILEIRO<br />

APRESENTAÇÂO<br />

WILSON ALVES DE ARAÛJO<br />

OMAR VIANA<br />

WLADIMIR ILCHENKO<br />

SILVÉRIO DE LIMA VIANA<br />

Da Divisäo de Quimica Agricola<br />

de Minas Gérais<br />

Contribuiçao ao estudo do humus brasileiro, apresenta-se com dois<br />

objetivos: tornar mais. conhecido o panorama especifico em que êle se<br />

movimenta através dos vârios paises do mundo, onde hâ riqueza de bibliografia<br />

e notâveis estudos no seu complicado e amplo campo de pesquisas,<br />

e fornecer algumas investigaçôes realizadas na Divisäo de Quimica<br />

Agricola, extensivas aos restos orgânicos solûveis, assunto de maior<br />

relevâhcia, como perdas sensiveis dos solos brasileiros.<br />

Inicialmente, é feito ligeiro retrospecto sobre a história do humus<br />

desde a velha Roma até os grandes pesquisadores modernos, procurando-se<br />

firmar a sua personalidade quimica no revigoramento das nossas<br />

terras e seu proeminente papel nos solos improdutivos ou de baixo rendimento.<br />

Dentro dêste critério, sâo os capitulos descritivos e entremeados de<br />

observaçôes pessoais de "Contribuiçao ao Estudo do Humus Brasileiro":<br />

Matéria orgânica — Destruiçâo e humificaçâo —; Humificaçâo; Processos<br />

de humificaçâo; Restos orgânicos solûveis; e a sua parte final,<br />

Investigaçôes em laboratório, compreendendo estudos analiticos em<br />

terras de Minas Gérais.<br />

Estes estudos se referem ao hümus solüvel, hümus total, pH, matéria<br />

orgânica e câlcio; aos câlculos das relaçôes existentes entre tais<br />

elementos, acompanhados do quadro analitico, orientaçâo seguida para<br />

o hümus solüvel em tres perfis, comportamento do hümus em solo tratado<br />

com câlcio e o efeito da aplicaçâo de quantidades massiças de câlcio<br />

em solo sêco ao ar, com um aditivo, referente aos métodos empregados<br />

nas dosagens do hümus solüvel e hümus total.<br />

GENERALID ADES<br />

No presente trabalho, que elaboramos dentro de possibilidades e<br />

disponibilidades de serviço em fase de organizaçâo, procuramos dar<br />

inicio a estudos em tôrno dos restos orgânicos solûveis em âgua, que<br />

se perdem, em crescente assustador, nos solos de Minas Gérais, sugerindo<br />

meios e modos possiveis de se evitar tâo grande perda que dia a<br />

dia se avulta e se avoluma, como coeficiente tâo ponderâvel quanto


272 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

prejudicial nos plane j amen tos recuper adores das nossas terras agricolas.<br />

Nâo desconhecemos a relevância dêsse importante problema fundamentalmente<br />

econômico e que se liga a outros, nâo menos destacados,<br />

da politica financeira agricola da Secretaria da Agricultura, Indüstria,<br />

Comércio e Trabalho do Estado de Minas Gérais, quando é fato<br />

indiscutivel e se patenteia na consciência de todos a debilidade de<br />

nossas terras submetidas a aniquilamentos sistematizados, mutiladas<br />

e devoradas pelas devastaçôes impiedosas e rudimentäres, queimadas<br />

criminosas, erosöes infindâveis, pintando êsse panorama de desolaçâo<br />

que se estende e se divisa por todo Brasil, requerendo, portanto, medidas<br />

urgentes de amparo e proteçâo ao nosso solo, o maior patrimônio<br />

de urn povo organizado.<br />

Experiências que realizamos em laboratório forneceram-nos dados<br />

seguros de desperdicio, no periodo das chuvas, de cêrca de 500 quilos<br />

de residuos orgânicos soluveis em âgua, isto por hectare e em conseqüência<br />

de continuadas infiltraçôes, aqui nâo se computando as enormes<br />

perdas ocasionadas pelas erosôes, tudo perfazendo somas aniquilantes<br />

e elevadas, como que a formar um mostruârio de flagelo depauperante<br />

para a lavoura mineira e suas congénères de outros Estados.<br />

Êsse, o quadro lamentàvelmente sugestivo que se dépara em Minas<br />

Gérais e na quase totalidade de outras unidades brasileiras, porque,<br />

evidentemente, nâo seriamos exceçâo quando tais flagrantes, de absoluta<br />

realidade, nâo se restringem aos horizontes estreitos dêste ou daquele<br />

Estado em impressôes locais e sim se generalizam, em extensäo e<br />

profundidade, através de paisagens sombrias por todos os recantos do<br />

nosso pais.<br />

Torna-se, assim, imperativo e necessârio que se unam governos e<br />

governados, instituiçôes e laboratórios especializados, cooperando todos<br />

para o mesmo f im, ajudando-se uns aos outros e beneficiando-se mùtuamente<br />

para, com energia, patriotismo, dedicaçâo e desprendimento,<br />

atacar-se esta e varias tarefas especializadas de tâo alta magnitude e<br />

que ai se encontram interferindo diretamente na valorizaçâo racional<br />

dos nossos solos.<br />

Esta, a significaçâo da nossa modesta colaboraçâo que denominaremos<br />

— Contribuiçao ao Estudo do Humus Brasileiro —, desejando<br />

ardentemente encontre prosseguimento em trabalhos de melhor quilate,<br />

com riqueza em bibliografia estrangeira, quando hâ tanta pobreza em a<br />

nacional, enfeixando coletânea de no vos dados analiticos, observaçôes e<br />

investigaçôes inéditas, continuadores que serâo desta contribuiçao que,<br />

nâo tendo nenhum mérito, sera virtuosa porque représenta esfôrço e<br />

vontade de se produzir algo de util para a nossa agricultura, onde pouco<br />

se hâ produzido em matéria de tanto brilho.<br />

Esta, outrossim, a justa compreensâo que julgamos ter do sentimento<br />

de cooperaçâo, ao nos interessarmos por tarefa tâo sedutora<br />

como complexa e vastissima, procurando situar ou equacionar assunto<br />

de elevado valor cientifico, exatamente nesta fase em que a agricultura<br />

brasileira recebe métodos e processus transformadores em atos e medidas<br />

governamen tais, que redundarâo, sem dûvida, em se criar no<br />

nosso povo nova mentalidade agricola do amor ao solo, sem as falsas<br />

concepçôes de que a terra é dadivosa e boa, e dâ tudo.<br />

Façamos ligeiro retrospecto.<br />

Humus é palavra de origem latina, significando terra, tendo sido<br />

primitivamente empregada na velha Roma, na acepçâo de solo em<br />

gérai, recebendo, posteriormente, com os estudos de LINNEU, as deno-


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 273<br />

minaçôes do humus ruralis (solo agricola), humus daedalea (solo de<br />

j af dim) e humus domascena (solo argiloso).<br />

Coube a VALERIUS, em 1761, o seu emprêgo como sendo matéria<br />

orgânica decomposta, apresentando na Universidade de Upsala o trabalho<br />

De Humo.<br />

Devemos, no entanto, a SVEN ODEN e WAKSMANN traçarem o ciclo<br />

histórico da sua investigaçâo, e notâveis sâo suas pesquisas, sejam as<br />

de SVEN ODEN, tais como as realizadas em tôrno de condutividades elétricas,<br />

partindo do Sphagnum os estudos de sistematizaçâo da matéria<br />

humica, ou sejam as de WAKSMANN, em tôrno de nomes imprecisos<br />

do humus, contrapondo-se à sistematizaçâo de SVEN ODEN, bem<br />

como à sua classificaçâo em grupos, resultando a seguinte definiçâo<br />

do humus: a matéria orgânica do solo ou humus é uma mistura de<br />

combinaçôes orgânicas amorfas, de côr negra, originando-se em um<br />

solo como consequência da decomposiçâo pelos microrganismos de<br />

substâncias orgânicas dé origem vegetal e animal, em condiçôes de<br />

aerobiose e anaerobiose, constando, predominantemente, de materials<br />

resistentes à decomposiçâo (lignina) de matérias que se encontram em<br />

estado de decomposiçâo (âcidos orgânicos, bases etc.) e de matérias<br />

sintétizadas pelos microrganismos (combinaçôes nitrogenadas e hemiceluloses).<br />

PALLMANN considéra sua presença no solo como fator marcante de<br />

diferenciaçâo entre o solo e a rocha.<br />

ACHAR, em 1786 obteve extratos da turfa com alcali, SAUSSURE, no<br />

século XIX, realizou experiências quimicas e fisiológicas da decomposiçâo<br />

da matéria vegetal, e THAER, entre 1809 e 1812, expos a teoria do<br />

humus, considerando que a "fertilidade do solo dépende totalmente do<br />

humus", que o "humus é urn produto da vida e uma condiçâo de vida",<br />

que "sem o humus näo se pode pensar em vida de nenhuma espécie",<br />

formulando entäo LIEBIG, dentro dêste critério, a teoria mineral.<br />

DEMOLON (1), assinala as varias acepçôes da palavra humus ou<br />

âcido hûmico, reservando-lhe a fraçâo da matéria orgânica que passa<br />

em soluçâo no meio alcalino e sujeita a precipitaçâo por acidificaçâo<br />

subséquente.<br />

LYON e BUCKMAN (2) consider am o humus, especificadamente,<br />

como mistura complexa e bem resistente de substâncias amorfas e coloidais,<br />

de côr parda ou pardo escura, formada por sintese à medida que<br />

os tecidos orgânicos sofrem dissoluçâo enzimâtica, devido à açâo dos diferentes<br />

organismos do solo. É urn corpo natural, extremamente variâvel<br />

e heterogêneo, com propriedades que o diferenciam nitidamente dos<br />

outros agregados orgânicos naturais.<br />

<strong>DO</strong>ROFEFF (3) jâ o define como a parte da matéria orgânica do solo,<br />

cujos constituintes perderam, graças ao estado de decomposiçâo bem<br />

adiantado, todos os caractères fisicos e quimicos que possuiam primitivamente,<br />

escrevendo: "Podernos, pois, dizer que o humus é formado por<br />

um con junto de substâncias orgânicas proveniente da humificaçao dos<br />

resïduos dos sêres vivos, em grande maioria de procedência vegetal, decomposiçâo<br />

esta produzida pela açâo dos microrganismos".<br />

Para ALBAREDA (4), o humus é constituido de substâncias mortas<br />

végétais ou animais que se encontram no solo e sobre o solo, submetidas<br />

a continuo processo de destruiçâo, transformaçâo e nova formaçâo, ao<br />

passo que outros autores o admitem como sendo um anâlogo ao complexo<br />

que se conhece sob a denominaçâo global de argua.<br />

Transcrevendo varias definiçôes do humus, firmadas em tendências<br />

e vocaçôes restritas ou näo a ponto de vista doutrinal ou retiradas do<br />

— 18 —


274 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

campo de investigates próprias, subordinadas ao dogmatismo das ciências<br />

puras ou aplicadas que ditam principios e direcöes individualistas<br />

com a sua legiâo de adeptos, é fora de duvida a atençâo especial que hâ<br />

merecido o estudo detalhado e cientifico do humus em vârios paises do<br />

mundo, com figuras notâveis como THOMSON, BERZELIUS, SPRENGEL,<br />

MULDER, HERMANN, HOPPE, SEYLER, BERTHELOT e ANDRÉ, VAM BEMMELEM,<br />

BAUMANN e GULEY, TAKE, EHRENBERG e BAHR, FISCHER, HILGARD e muitos<br />

outros, imprimindo relêvo em vastissima bibliografia estrangeira,<br />

ja acrescida modernamente de um GEDROITZ(15), STEBUTT(9), ERVIN<br />

FREI (19), DEMOLON(I), KUBIENA(13), SIGMUND (18), VAGELER(7), RUS-<br />

SELL (8), MAIWALD (20), STREMME(21), JENNY (10), BENETT (22), ALBA-<br />

REDA(4, 11, 12), GALLAR<strong>DO</strong>(6), MILER(23), DUNNEWOLD(24), NIKI-<br />

FOROFF (25) e, entre nós, ALEX <strong>DO</strong>ROFEFF (3) que, no seu Curso de Solos,<br />

na Escola Superior de Agricultura, em Viçosa, abre capitulo em separado<br />

sobre o humus, para resumidamente fornecer comentârios próprios<br />

e observaçôes pessoais.<br />

Essa, a moldura magnifica que se nos dépara em vârios paises do<br />

mundo, imprimindo excepcional destaque as investigates e pesquisas<br />

sobre o humus, no seu papel de inegâvel importância nos solos agrïcolas,<br />

estabelecendo-se, até mesmo, principio bâsico de que para se ter<br />

solo fértil hâ exigências cientificas a serem cumpridas, como diz<br />

SCHEFER(5), atuando, decisivamente, na melhoria, construçâo e reconstruçâo<br />

das terras destruidas, provendo-lhes de matérias hûmicas suficientes.<br />

Interessantes sâo as consideraçôes de GALLAR<strong>DO</strong> (6) em tôrno do fenômeno<br />

da alcalinizaçâo, na adubaçâo agricola das terras salitrosas,<br />

como se infère das investigaçôes de PAUL DE MONDESIR, em 1888, e GE-<br />

DROITZ, na Russia, em 1912, conclusses posteriormente confirmadas por<br />

CUMMINS e KELLEY, na California, publicadas em 1922, quando, dentre<br />

varias determinaçôes preconizadas para o beneficiamento dêsses solos,<br />

destaca-se a de se melhorarem as suas caracteristicas fisicas e quimicas,<br />

aumentando-se o conteüdo em humus.<br />

Como clâssicas e preciosas, temos as experiências realizadas em<br />

Rothamsted, com adubos orgânicos, fornecendo resultados concludentes<br />

quanto à aplicaçâo sistematizada de adubaçôes racionais e cientificamente<br />

orientadas. E se, em 1871, essa influência se fazia sentir nos experimentos<br />

com estêrco, apresentando, de modo claro e preciso, o valor<br />

econômico do humus relacionado. ao valor-produçâo, outros exemplos<br />

expérimentais atestam sua decisiva interferência numa agricultura sàbiamente<br />

dirigida, alteando-se com predominância sua personalidade<br />

perfeitamente definida nas caracteristicas fisico-quimicas das terras de<br />

cultura.<br />

Para nâo citarmos muitos, ficamos com o que ocorreu na Alemanha,<br />

entre 1928 e 1930, onde as colheitas atingiram numéros compensadores,<br />

nâo mais suplantados e jamais registrados em anos anteriores, progressâo<br />

ascendente mantida até a grande guerra, isto em conseqiiência da<br />

influência decisiva do humus, adicionado nas suas terras, cujo efeito<br />

benéfico é tâo marcante, diz GALLAR<strong>DO</strong> (6), que atingindo nos solos riqueza<br />

em matéria orgânica de 15 a 20%, suas propriedades dominam as<br />

dos outros componentes, apresentando-se, distintamente, como solos humiferos,<br />

independentemente tratando-se de areia, limo ou argila.<br />

O mecanismo da açâo do humus nâo foi ainda satisfatôriamente<br />

esclarecido, podendo-se-lhe atribuir como influência benéfica o aumento<br />

da capacidade sortiva, a grumaçâo das terras por movimento floculador,<br />

a retençâo de elementos nutritivos végétais levados ao solo por adubaçôes,<br />

o enriquecimento em bases solûveis da parte solûvel que existe no


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 275<br />

solo, o fornecimento de maiores quantidades de anidrido carbônico, concorrendo<br />

assim para o aumento total de bases combinâveis, de indiscutiveis<br />

vantagens à nutriçâo vegetal.<br />

ALBAREDA (4), dissertando sobre a presença de bases no solo, escreve<br />

que ela détermina o carâter saturado do humus e que a elevada quantidade<br />

de bsses, proprias das regiôes semi-âridas, fornece-lhe coloraçâo<br />

mais escura, afigurando-se, à primeira vista, que essa quantidade de<br />

humus no solo é mais elevada do que em realidade a que êle possui, citando<br />

exemplos dos solos roxos de Barbados, Chernozem da Ucrânia,<br />

com variaçÔes de coloraçâo.<br />

No tocante à côr do humus, existem divergências dignas de anotaçôes.<br />

Em climas tropicais e subtropicais, a côr do humus é muito variâvel,<br />

nâo constituindo a falta de coloraçâo escura, indicativa da sua ausência.<br />

É bem verdade que nem sempre a matéria orgânica dos solos tropicais<br />

apresenta-se com coloraçâo escura, negra ou quase negra, comumente<br />

considerada como humus, existindo, porém, nesses solos,<br />

substâncias hümicas de coloraçâo clara, cuja presença nem sempre é<br />

percebida.<br />

Dai a assertiva de VAGELER(7) de que a maior parte do humus do<br />

solo tropical é incolor ou levemente escuro, quando exposto ao ar, afirmando<br />

ainda que certos solos tropicais, apesar de se apresentarem em<br />

coloraçôes amarelo-claro ou vermelho vivo, possuem quantidades apreciâveis<br />

de humus que se encontram invisiveis, em conseqiiência de<br />

serem substituïdas por substâncias do grupo do âcido fulvico, que lhes<br />

dâo caracteristicas de côres ciaras, fàcilmente mascaradas pelos matizes<br />

das substâncias minerais, présentes nesses solos.<br />

Em estudos realizados em diferentes perfis colhidos em varias regiôes<br />

dêste Estado, constatamos a presença da matéria orgânica humificada<br />

ou a do humus até a profundidade de 3,40 m, nâo apresentando<br />

os referidos perfis, nessa profundidade, tonalidades que denunciassem<br />

a presença do humus. Isto mostraremos em outro capitule<br />

Os pontos de vista sobre a côr do humus, correlacionada ao carbonato<br />

de câlcio e bases, afiguram-se-nos contrapor ao que escreve GALLAR-<br />

<strong>DO</strong>(6), afirmando textualmente que "o humus comunica côr negra ou<br />

café escuro aos solos, salvo quando existe excesso de carbonato de cal<br />

ocultando a tonalidade escura".<br />

MATÉRIA ORGÂNICA<br />

Destruiçâo e .humificaçâo<br />

A matéria orgânica existente em um solo — restos mortais de organismos<br />

végétais e animais — sob a açâo dos agentes de destruiçâo<br />

tais como oxigênio, temperatura, umidade e microrganismos, sofre alteraçôes,<br />

produzindo substâncias diversas que variam com o material primitivo<br />

e na intensidade dos agentes destruidores.<br />

A fonte original da matéria orgânica do solo sâo os tecidos animais<br />

e végétais, com predominâneia dos detritos do mundo vegetal.<br />

Representando uma mistura extraordinàriamente variada de substâncias<br />

orgânicas e de composiçâo assâs complexissima, no ponto de<br />

vista quimico, nunca o seu estado no solo é estâtico, e sim dinâmico, caracteristica<br />

que se lhe atribuem como fundamental.<br />

Os restos orgânicos, tâo depressa se incorporem ao solo, em condiçôes<br />

favorâveis de ambiente, submetem-se à açâo dos représentantes da


276 ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

microflora e da microfauna para gradativa decomposiçâo e consequente<br />

reduçâo a compostos de constituiçâo simples, em maioria, compostos minerais,<br />

quase todos sofrendo ataque imediato dos microrganismos do<br />

solo, verdadeiros agentes reguladores da qualidade e quantidade da matéria<br />

orgânica.<br />

A mineralizaçâo que tem lugar é resultante dos processus iniciados<br />

de sintese, sendo que as atividades quimicas complementares e aumentadas<br />

por outras de natureza bioquimica formam substancias intermediârias,<br />

inclusive o próprio humus, "massa coloidal escura, sem coesâo,<br />

heterogênea, de resistência variavel ao ataque microbiano" (2), etapa<br />

bem avançada nessa mineralizaçâo, com muitas das propriedades fisicas<br />

e quimicas peculiares do solo original.<br />

Nesta fase inicial de decomposiçâo, em que atuam, acentuadamente,<br />

os microrganismos formando humus, é que deparamos com o fenômeno<br />

biológico da humificaçâo, no quai entram como importantes agentes<br />

inûmeras espécies microbianas, micróbios aeróbios e anaeróbios, actinomicetes<br />

e hifomicetes diversos, em presença de umidade suficiente, arejamento<br />

moderado e fonte de nitrogênio fàcilmente utilizâvel pelos microrganismos.<br />

LYON e BUCKMAN (2) escrevendo sobre a decomposiçâo do tecido<br />

orgânico original do solo e a do tecido microbiano, processo de digestâo<br />

enzimätico e dividindo os produtos resultantes dessas atividades em tres<br />

grupos — energia absorvida pelos microrganismos ou libertada em forma<br />

de calor, produtos jinais simples e humus —, tecem consideraçôes oportunas<br />

em tôrno da energia potencial contida na matéria orgânica<br />

do solo.<br />

Assim é que nos dizem do poder calorifero de quatro a cinco calorias<br />

por grama do tecido vegetal incorporada ao solo sobre substancias<br />

sêcas ao ar, exemplificando na aplicaçâo de 10 toneladas de estêrco contendo<br />

cêrca de 2.000 kg de matéria sêca, como equivalendo a uma adiçâo<br />

de 9.000.000 a 12.000.000 de cal/kg de energia latente, para entâo<br />

apreciarem que urn solo com 4% de matéria orgânica, ou sejam, com,<br />

aproximadamente, noventa toneladas de matéria orgânica sêca por<br />

hectare, na sua espessura arâvel, possuindo, outrossim, esta quantidade<br />

de residuos orgânicos de 350.000.000 a 420.000.000 de calorias, energia<br />

potëncial equivalente em seu poder calorïfico a 50 ou 60 toneladas de<br />

antracito.<br />

A importância da conservaçâo da matéria orgânica no solo prepondera<br />

nâo só quanto ao seu estado fisico, acarretando elementos nutritivos,<br />

como também influência na fonte de energia para o terreno, facilitando<br />

os seus fenômenos transformadores.<br />

É de relevância saber-se a quantidade de energia e nutrientes fornecida<br />

ao solo, fator importante para o sustento dos örganismos e de<br />

acentuado reflexo na conservaçâo, em certa proporçâo, da matéria orgânica<br />

ativa, nos solos arâveis.<br />

É, diz RUSSELL (8), desconhecido urn método para determinaçâo rigorosa<br />

da avaliaçao dessa energia total para os microrganismos em determinado<br />

peso de solo, o que representaria uma das mais notâveis con-.<br />

quistas da microbiologia do solo. Combustâo em caloriâmetro, forneceria<br />

quantidade total mas nâo a aproveitâvel. Estimativa da energia<br />

compléta, transformada em determinado periodo, poderâ ser obtida<br />

pela determinaçâo de quantidades totais.<br />

Sâo, portanto, interessantes as estimativas realizadas por processos<br />

analiticos, em duas areas expérimentais de Broadbak, na Estaçâo Experimental<br />

de Rothamsted. Câlculos fornecidos, comentam LYON e<br />

BUCKMAN (2), positivam a perda anual de 25.000.000 de cal/kg por


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 277<br />

hectare de um solo em tratamento, estragando-se cêrca de 37.000.000<br />

em solo abundantemente estercado. De acôrdo com estes dados e admitindo-se,<br />

escrevem os referidos autores, que um solo médio contendo mais<br />

ou menos 380.000.000 de cal/kg de energia total por hectare e os estragos<br />

sejam, anualmente, de 25.000.000, a perda anual sera aproximada<br />

de 1/15, constituindo transformaçao bastanté râpida da matéria<br />

orgânica.<br />

Outro exemplo sugestivo é o de um solo pobre, nâo estercado do<br />

Institute Pasteur, onde WINOGRADSKI, — citaçâo de RUSSELL (8), encontrou<br />

sômente alguns organismos nativos, 3 ou 4 espécies de coccos, azotobacter<br />

em pequena quantidade, bem como micelas de actinomicetes,<br />

com ausência de bacilos ou bactérias.<br />

Em zonas tropicais e subtropicais, onde a temperatura elevada se<br />

faz sentir tanto no ar quanto no solo, hâ forte dissociaçâo electrolitica<br />

atuando diretamente na râpida decomposiçâo dos restos animais e végétais,<br />

que se humificam e se mineralizam, parte formando humus âcido,<br />

que no pensamento de VAGELER(7) résulta, principalmente, de protozoârios.<br />

STEBUTT (9) escreve que a humificaçâo e a mineralizaçâo dos restos<br />

de matéria orgânica em regiôes tropicais e subtropicais, sâo menores<br />

do que a perda total da matéria orgânica, conseqüência da intensa atividade<br />

microbiana, temper atur a e umidade peculiares dessas zonas, fatôres<br />

estes que, somados a outros, chegam a destruir compostos orgânicos<br />

os mais resistentes.<br />

JENNY (10), estudando o nitrogênio e a matéria orgânica em funçao<br />

da temperatura, assim resume sua açâo relevante na acumulaçâo<br />

da matéria orgânica e azôto nos solos:<br />

a) dentro do cinturâo de uniformes condiçôes de umidade e comparâvel<br />

vegetaçâo, a média do teor de nitrogênio e matéria orgânica decresce<br />

quando a temperatura anual se éleva, sendo a relaçâo entre essas<br />

grandezas exponencial e da seguinte forma:<br />

N — Ce~ KT<br />

onde N é o teor em nitrogênio ou matéria orgânica, T temperatura,<br />

C e K constantes;<br />

• b) a seguinte regra empirica se aplica: para cada queda de 10° C<br />

na temperatura, o teor médio de nitrogênio e matéria orgânica se éleva<br />

de duas a très vêzes, desde que a relaçâo entre a precipitaçâo e a evaporaçâo<br />

permaneça constante. Nos climas quentes, a decomposiçâo da<br />

matéria orgânica vegetal é acelerada e nos climas frios a acumulaçâo é<br />

f avorecida.<br />

STEBUTT, citaçâo de ALBAREDA(II), neste mesmo campo de apreciaçâo<br />

considéra que, diminuindo a intensidade dos fatôres de decomposiçâo,<br />

esta decresce mais ràpidamente do que a vegetaçâo, — "é o ótimo<br />

da macroflora predominando sobre a microflora" —, iniciando-se, entâo,<br />

a acumulaçâo dos restos végétais, destruidos em menor proporçâo do<br />

que produzidos, chegando mesmo a existir vegetaçâo onde havia apenas<br />

destruiçâo, desde que seja menor a temperatura, assim se acumulando o<br />

humus.<br />

Nessas acumulaçôes surge outra transformaçao — a carbonizaçâo<br />

— e entre os dois processus, combustâo e carbonizaçâo, é que se encontra<br />

a humificaçâo.<br />

DEMOLON(I), estudando quer em laboratório, quer em condiçôes naturais,<br />

a decomposiçâo dos residuos végétais existentes no solo, consl-


278 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÈNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

dera o clima exercendo importante açao nâo só na produçào quantitativa,<br />

bem como na constituiçâo do humus. A decomposiçâo das substâncias<br />

orgânicas incorporadas aos solos subtropicais, em temperatura média<br />

abaixo de 25° C, torna-se total em menos de um ano quando bém<br />

arejados, predominando a decomposiçâo sobre a produçào; dai a necessidade<br />

de periódicas renovaçôes dessas substâncias. Fenômenos inversos<br />

sâo os dos climas temperados, exigindo a transformaçâo da matéria<br />

orgânica periodo mais longo, porém limitado para a acumulaçâo, ao<br />

passo que é mâxima nos solos submersos e nas baixas temperaturas das<br />

altas altitudes, como no caso dos solos humiferos, onde hâ cêrca de 35%<br />

de matéria orgânica, apesar da fraca vegetaçâo.<br />

Os diferentes residuos végétais, prossegue DEMOLON, nâo têm o<br />

mesmo valor do ponto dé vista da produçâo do humus no solo. Com Du<br />

TOIT e PAGE, em Rothamsted, em resultados comparados obtidos após<br />

6 meses de enterrio de residuos végétais no solo, em condiçôes naturais,<br />

indica-nos DEMOLON, em dados analiticos, que a rapidez de decomposiçâo<br />

e a quantidade de materias hümicas produzida variam no mesmo<br />

sentido do teor de azôto das substâncias incorporadas.<br />

Considéra DEMOLON, em seguida, que a velocidade desta transformaçâo<br />

dépende da sua constituiçâo quimica, bem como nos adubos ver-<br />

C<br />

des, esta mtimamente ligada ao valor da sua relaçâo —, aumentando<br />

N<br />

numa mesma planta, com a idade. Fixa a açao benéfica dessa adubaçâo,<br />

alterando-se segundo as circunstâncias, e conclui que tais resultados<br />

exprimem variaçôes continuas que se produzem na evoluçâo da matéria<br />

orgânica dos solos, onde sômente uma parte se encontra em estado<br />

humificado, libertando, em quantidade variâvel, produtos soluveis em<br />

âgua, sem dûvida, insolubilizados nos solos calcâreos, porém passando<br />

nas âguas de drenagem, como no caso de solos graniticos. Quanto à<br />

parte do azôto ligada a êsse material hümico solüvel, deve ser a forma<br />

imediatamente utilizâvel pela planta, diminuindo a sua proporçâo à medida<br />

que se processa a decomposiçâo da matéria orgânica.<br />

Du TOIT, em Rothamsted, citaçâo de RUSSELL (8), misturando residuos<br />

végétais em solos, verificou, após seis meses, a percentagem perdida<br />

dos vârios constituintes e o aumento do humus solûvel. Ós furfuróides<br />

desapareceram quase completamente, permanecendo, por longo<br />

tempo, a celulose e a lignina. A perda da lignina foi proporcional ao<br />

aumento do hümus. Terminadas as experiências, Du TOIT concluiu que<br />

2,5 partes de lignina formaram uma parte de hümus, fato idêntico ao<br />

obtido por SCHARADER em laboratório, convertendo a lignina em hümus<br />

artificial, no tratamento com alcalis.<br />

Inümeras investigaçôes de WAKSMANN e TENNEY (12) demonstraram<br />

que a celulose e a hemecelulose sofreram quase totais decomposiçôes,<br />

o mesmo nâo acontecendo com a lignia; jâ as proteinas, nào<br />

se alterando, foram sensivelmente ressintetizadas pelos microrganismos.<br />

HUMIFICAÇÂO<br />

É complexo o processo bioquïmico da formaçâo do hümus.<br />

A matéria orgânica, âo ser incorporada ao solo, encontrando condiçôes<br />

apropriadas de temperatura, umidade, etc., é atacada por bactérias<br />

com associaçâo de fungos e actinomicetes, que destroem, inicialmente,<br />

substâncias de fâcil decomposiçâo, como, por exemplo, as proteinas, resultando,<br />

primeiramente, corpos complexos, em seguida produtos simples<br />

solüveis, atuando, posteriormente, sobre as graxas, résinas e ligni-


ANAIS DA SEGTJNDA RETJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 279<br />

nas, substâncias de grandes resistências, sem, no entanto, modificâ-las<br />

originàriamente. E assim se forma o humus.<br />

Este ataque da matéria orgânica, como é óbvio, processa-se onde ela<br />

se encontra, fornecendo produtos diferentes que variam de acôrdo com<br />

as condiçôes de arejamento e umidade e com as condiçôes intrinsecas<br />

do solo onde ela esta incorporada.<br />

Todos os solos produzem humus, escreve KUBIENA(13), até mesmo<br />

os mais pobres e aparentemente com carência dêsse elemento, pertencendo<br />

aos seus caractères diagnôsticos a maneira, modo e forma final a<br />

que tende um determinado solo, quando forma humus. Mesmo em linguagem<br />

edafológica corrente, admite-se que na conceituaçâo de solo<br />

entende-se o substrato, biótipo, as associaçôes biológicas dos seus organismos,<br />

respirando, nitrificando o solo e dando lugar à formaçao de sua<br />

caracteristica forma de humus.<br />

Participam mediata ou imediatamente da formaçao do solo, jamais<br />

se esgotando, mesmo sob a açâo transformadora de fenômenos do mais<br />

alto valor energético ou nutritivo, como no caso de carbono e nitrogênio,<br />

todos os organismos que "vivem nêle, bem como aquêles que vivem sobre<br />

êle e dêle'"(13), a total cobertura vegetal, o conjunto do mundo animal<br />

de habitat peculiar e finalmente o hörnern.<br />

Seja o papel de grande preponderância dos organismos ou sejam a<br />

desintegraçâo biológica das rochas e minerais produzida por atividade<br />

vital e ainda a aceleraçao da destruiçao dos minerais influenciada pela<br />

camada de humus, o solo nâo só é a principal e grande fonte de vida,<br />

como também resultante da própria vida (13).<br />

PROCESSUS DE HUMIFICAÇAO<br />

Destinguimos os seguintes processos de humificaçâo:<br />

Anaeróbia — que se processa em material subaquâtico, nos lagos e<br />

charcos, produzindo gases metano, hidrogênio, anidrido carbônico e o<br />

material escuro das turf as;<br />

Aeróbia — que tem lugar em solos, de modo geral, bem arejados,<br />

subdividindo-se segundo a sua natureza, em humificaçâo âcida e humificaçâo<br />

em condiçôes semi-âridas, desde que o solo contenha ou nâo cal;<br />

Humificaçao âcida — Na humificaçâo âcida, podem se formar solos<br />

turfosos, que sâo solos primârios orgânicos, de formaçao estritamente<br />

local das provincias ümidas, de clima médio ümido, com vegetaçâo de<br />

plantas aquâticas, de fertilidade mediana, quando as condiçôes de drenagem<br />

sâo boas, como escreve GLINKA;<br />

Humificaçao semi-ârida — Distingue-se das anteriores pela ausência<br />

de âgua estagnada e de âcido. Neste processo, deverâ existir sempre<br />

câlcio e apreciâvel soma de bases permutâveis. Havendo pequena umidade,<br />

é geralmente estepe ou campo com acumulaçao de matéria orgânica,<br />

porquanto o prolongamento da estiagem pelas estaçôes sêcas diminui<br />

a atividade bacteriana.<br />

Aqui poderiamos enquadrar os nossos campos e cerrados que, desenvolvendo-se<br />

em regiôes sujeitas a baixa precipitaçâo e de curto periodo,<br />

situados em altitudes relativamente elevadas — 500 a 800 m — cobertos<br />

de vegetaçâo natural, com exemplares tipicos da flora sub-xerófila, plantas,<br />

em grande percentagem, de fôlhas caducas, pequenos portes, tortuosas,<br />

nascendo, crescendo e vivendo em temperaturas de cinturâo<br />

acima de 20° C, êsses campos e cerrados deveriam apresentar aumento<br />

da matéria orgânica.<br />

Tal nâo acontece, porém, — acreditamos, — principalmente devido<br />

as devastaçôes e queimadas que se processam através dos tempos e à


.280 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

atuacäo de um agente auxiliador da oxidaçao da matéria orgânica, no<br />

caso o óxido de ferro, que existe em alto teor nessas vastas e improdutivas<br />

terras täo empobrecidas em câlcio e bases permutâveis, quer pelas<br />

erosôes superficiais ou quer pela percolaçâo constante.<br />

O exemplo que anotamos(14) fortalece as nossas consideraçôes. No<br />

municipio de Curvelo, neste Estado, onde o fogo é ateado em 9/10 dos<br />

seus cerrados e campos, imperando as devastaçôes para fins cornerciais,<br />

verificamos em determinada regiâo, em solo no seu conjunto perfeit^mente<br />

idêntico, um cerrado de bom aspecto' floristico, mostrando elementos<br />

mais altos e uniformes com apreciävel réserva de matéria orgânica<br />

em vias de decomposiçâo, que hâ anos nâo sofria a açâo maléfica<br />

do fogo. Êsse cerrado se destacava do outro, pobre, jâ sujeito as queimas<br />

anuais, onde vegetavam gramineas rij as com raizes desnudadas pela falta<br />

da camada de matéria orgânica e, em conseqüência, da lavagem pelas<br />

âguas da chuva.<br />

O quadro que se segue positiva, nas variaçôes comparadas dos seus<br />

indices analiticos, diferenciaçôes entre urn e outro cerrado.<br />

<strong>SOLO</strong><br />

Cerrado nâo queimado... J<br />

Cerrado queimado J<br />

Profundidade<br />

em cm<br />

0-30<br />

30-70<br />

70-110<br />

0-30<br />

30-60<br />

60-160<br />

H<br />

ME%<br />

ao ar<br />

5,78<br />

4,80<br />

4,85<br />

5,80<br />

4,29<br />

5,28<br />

S<br />

ME%<br />

ao ar<br />

5,30<br />

4,80<br />

2,78<br />

1,27<br />

0,32<br />

0,42<br />

H 2 O<br />

5,80<br />

5,50<br />

5,30<br />

5,00<br />

4,90<br />

5,00<br />

pH<br />

KC1 2N<br />

4,30<br />

4,00<br />

3,80<br />

4,05<br />

4,10<br />

4,10<br />

C<br />

%<br />

1,77<br />

0,79<br />

0,53<br />

1,00<br />

0,38<br />

0,30<br />

Mat. org.<br />

%<br />

3,08<br />

1,37<br />

0,92<br />

1,74<br />

0.66<br />

0,52<br />

RESTOS ORGÂNICOS SOLÜVEIS<br />

GEDROIZ (15), realizando experiências de laboratório em solo da<br />

Ucrânia, julgou suficientes 3 minutos de agitaçâo de uma soluçâo âgua<br />

e terra para que todo humus hidrossolüvel entrasse em dissoluçâo.<br />

Evidentemente, nesta dissoluçâo poderemos admitir, sem maiores<br />

consideraçôes, a existência dos restos de material nâo humificado e nâo<br />

mineralizado, também soluveis em âgua.<br />

RUSSELL (8), estudando o material fresco e transformado do solo,<br />

apresenta a tabela seguinte:<br />

Celulose<br />

Heminelulose<br />

Lignina<br />

Proteina<br />

Proteina solûvel em âgua.<br />

Material de<br />

planta viva<br />

20-40<br />

15-25<br />

10-30<br />

2-10<br />

15-30<br />

Matéria organica<br />

do solo<br />

3-5<br />

5-8<br />

40-50<br />

30-35<br />

A tabela acima demonstra a variaçao sofrida no processo de decomposiçâo<br />

dos restos orgânicos végétais, a partir do material fresco até a<br />

nihil


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 281<br />

matéria orgânica do solo. Ligeira anâlise dêsse quadro positiva que a<br />

celulose e a hemicelulose se decompöem quase completamente, ao passo<br />

que a lignina apresenta teor aumentado. As proteinas sâo grandemente<br />

sintetizadas pelos organismos.<br />

No processo de humificaçâo, anotamos ainda, formam-se substâncias<br />

hümicas que, sendo móveis e lavâveis (hidrosolüveis), desaparecem<br />

com facilidade das camadas superiores do solo. Essas substâncias existindo,<br />

por excelência, no humus âcido, nâo hâ razäo da sua exclusâo do<br />

humus. Pelo contrario, sua formaçâo é justamente caracteristica da humificaçâo<br />

âcida de pouco arejamento, porque em condiçôes aeróbias todos<br />

os restos orgânicos passariam, com facilidade, aos produtos finais<br />

H,O, CO,, N ou NHS.<br />

Na tabela abaixo, WAKSMANN, citaçâo de ALBAREDA(4), estuda a decomposiçâo<br />

da matéria orgânica, encontrando uma parte solûvel dentro<br />

dâTpropria matéria orgânica nâo decomposta e nâo humificada, que varia<br />

de 5,57% a 22,09%, apresentando média de 14%.<br />

MATERIAL<br />

Soja . . ...<br />

Palha de trigo. . . .<br />

Fôlhas de pinheiro<br />

Fôlhas de cevada<br />

madura<br />

VALORES<br />

Rico cm<br />

âgua e prot.eina<br />

hidrato de carbono<br />

lignina<br />

lignina<br />

MEDIOS<br />

Sol. em<br />

âgua<br />

22,09<br />

5,57<br />

13,02<br />

15,32<br />

14,00<br />

Sol. em<br />

éter<br />

3,80<br />

1,10<br />

7,65<br />

4,01<br />

4,14<br />

Hemicelulose<br />

11,08<br />

26,35<br />

14,68<br />

15,60<br />

16,93<br />

Celulose<br />

28,53<br />

39,10<br />

18,26<br />

17,18<br />

25,77<br />

Lignina<br />

13,84<br />

21,60<br />

27,63<br />

29,66<br />

23,18<br />

Proteîna<br />

11,04<br />

No tocante as substâncias hidrossolûveis, conclui WAKSMANN, elas<br />

desaparecem completamente, em primeiro lugar consumidas pelos mi-<br />

•crorganismos. Quando sâo encontradas partes hidrossolûveis em matérias<br />

que se acham em transformaçâo, sâo novas substâncias, provenientes<br />

de produtos de decomposiçâo (âcido fûlvico) ou intégrantes da matéria<br />

sintetizada pelos microrganismos.<br />

Na Europa o assunto tem sido meticulosamente estudado.<br />

ROMER-SCHEFFER(5) escreve que a solubilidade • ou insolubilidade<br />

do humus tem relaçâo com grau de dispersâo, sobre o quai êle se acha<br />

em forma de sais de açâo coagulante, especiàlmente cations bivalentes<br />

(Ca e Mg) que, ao passarem para a forma pouco dispersa, dâo a coagulaçâo<br />

e a precipitaçâo do humus.<br />

BRIOUX e Jouis (16), estudando a açâo comparada da câlcio e magnésio<br />

sobre os colóides argilosos, colóides hümicos ou mistura de ambos(<br />

fornecem-nos interessantes apreciaçôes assim resumidas:<br />

a) Açâo sobre a argua coloidal — Os cations Ca e Mg, na forma de<br />

carbonato, agem sensivelmente e do mesmo modo sobre a floculaçâo da<br />

argila, todavia com ligeiro retardamento para o Mg.<br />

Para se precipitar 5 mg de argila coloidal, foram necessârias 0,3<br />

e 0,5 mg de CaO e para idêntica quantidade de argila 1 mg de MgO.<br />

2,10<br />

8,53<br />

3,47<br />

6,29


282 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO BRASILEIKA DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

b) Açâo sobre o humus — Para os colóides hümicos os dois cations<br />

estudados apresentaram grande diferença de açâo.<br />

A cal, sob a forma de bicarbonato e de cloreto, provocou, fàcilmente,<br />

a precipitaçâo do humus, quando empregada em dosagem 10 vêzes maior<br />

do que a utilizada para os colóides argilosos.<br />

O bicarbonato de câlcio agiu mais ativamente do que o cloreto, porém<br />

o bicarbonato e o cloreto de Mg nâo flocularam o humus nas dosagens<br />

utilizadas pelos sais de câlcio. Para compléta floculaçâo foram empregadas<br />

doses cêrca de 10 vêzes mais fortes sob a forma de bicarbonato<br />

e 30 a 40 vêzes sob a forma de cloretos.<br />

c) Açâo sobre a mistura de argua e humus.<br />

1.° — Açâo do câlcio — O humus, junto à argila, exerce açao de<br />

retardamento sobre sua floculaçâo.<br />

Doses duplas de câlcio (bicarbonato) ou tripla (cloreto), tornaram-se<br />

necessârias para se obter efeito floculante idêntico ao conseguido<br />

com argila, quando usada em dose simples.<br />

2.° — Açao do magnésio — Com o bicarbonato e o cloreto de<br />

magnésio, a açao de retardamento provocada pelo humus, em face da<br />

floculaçâo da argila, foi muito mais pronunciada do que no caso de sais<br />

de câlcio. Sómente na proporçâo de 6 a 7 vêzes mais de bicarbonato de<br />

magnésio ou 4 a 5 vêzes mais na de cloreto de magnésio, obtiveram um<br />

precipitado da mistura dos colóides, no fim de uma hora, mesmo assim<br />

ficando boa parte do humus em soluçâo coloidal. Em situaçâo idêntica,<br />

a argila, isoladamente, precipitou-se completamente.<br />

A argila coloidal foi floculada na mesma intensidade pelos ions de<br />

Ca e Mg, os quais tiveram sobre o humus açâo diferente. O câlcio precipitou<br />

intensivamente o humus, tendo o magnésio agido lentamente,<br />

admitindo-se até mesmo, em certos casos, fosse êle, no seu comportamento,<br />

um solvente do humus.<br />

Os citados autores lixiviaram terra arenosa, humosa e âcida com<br />

soluçôes N/50 de bicarbonato de câlcio e magnésio, encontrando no liquido<br />

percolado 25 mg de humus por litro para o bicarbonato de câlcio<br />

e 92 mg, ao empregarem o bicarbonato de magnésio, elevando-se a<br />

quantidade de humus solubilizado para 225 mg por litro, com soluçâo<br />

mais forte de bicarbonato de magnésio (5 g por litro).<br />

Em conclusâo, a mistura de câlcio e magnésio deve exercer sobre a<br />

argila e o humus, nos terrenos cultivados, açao coagulante inferior ao<br />

câlcio puro.<br />

Outro nâo tem sido o nosso procedimento quando preconizamos o<br />

emprêgo, tâo sômente, do CaCO3 como corretivo dos nossos solos âcidos,<br />

procurando-se evitar excesso do Mg no solo, que poderia acarretar sérios<br />

danos ao encontrar Cl + , formando, conseqiientemente, MgCL, que é<br />

tóxico as plantas.<br />

Quanto a essa nossa orientaçâo, reservamo-nos a explanâ-la em trabalho<br />

que elaboramos, com maiores detalhes e observaçôes pessoais.<br />

SVEN ODEN, citaçâo de ALBAREDA(4), realizando amplos estudos em<br />

tôrno dos âcidos hümicos — tais como curva de valorizaçâo condutométrica<br />

e potenciométrica, viscossimetria, composiçâo — classificou-os


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 283<br />

como tetrabâsicos, oferecendo-nos a seguinte sistematizaçâo para o material<br />

hûmico:<br />

a) Existe uma parte que, tratada em âcido ou alcali, nâo se dissolve<br />

ao estado de sal e nem se dispersa como colóide. Somente por demorado<br />

tratamento com lixivia concentrada transforma-se, quiçâ por saponificaçâo<br />

hidrolitica, em materiais solûveis em âcidos, denominados por<br />

SPRENGEL e BERZELIUS carbono do humus e, posteriormente, ulmina e<br />

humina, em contraposiçâo ao carbono que embebe em âgua, de maneira<br />

que a matéria sêca forma 10 a 15% do peso total.<br />

b) Outra parte do humus forma com a âgua dissoluçôes verdadeiras,<br />

fàcilmente difusiveis, de côr amarela ou amarelo-parda, sendo sensiveis<br />

à oxidaçâo (âcido crênico), ou resistentes (âcido apocrênico). Na<br />

falta de nome que a reûna, por sua côr caracteristica, SVEN ODEN as<br />

denomina âcido fûlvico.<br />

c) Outra fraçâo soluvel em alcool é chamada por HOPPE-SYLER de<br />

âcido himatomelânico, que se origina, possivelmente, da decomposiçâo<br />

dos âcidos hümicos e com êles misturados, nâo solûveis em alcool.<br />

SVEN ODEN, estudando o comportamento dos referidos materiais<br />

hûmicos quando submetido a diferentes dissolventes, apresenta o quadro<br />

da pagina n.° 284.<br />

Os colóides do humus possuem na forma "sol", carga negativa, que<br />

pode ser neutralizada por ions positivos. Electrólitos que se compôem de<br />

uma base forte e de âcido fraco nâo neutralizam totalmente, o humus,<br />

porque os ions OH que se formam pela hidrólise, agindo em sentido contrario<br />

à precipitaçâo, évita que esta se realize e até aumentam a dispersâo<br />

do humus solûvel.<br />

Em solos das zonas tropicais e subtropicais nâo sâo encontrados<br />

electrólitos suficientes para coagularem os colóides hümicos, e a presença<br />

de colóides da forma, mSiO2nH2O, que tern no solo açâo protetora<br />

sobre os colóides, fortalece essa deficiência.<br />

Topow e REIFEMBERG, estudando a força coaguladora do câlcio sobre<br />

os colóides da terra, verificaram a açâo do CaCO:, em diferentes dosagens<br />

sobre o hidróxido de ferro e sobre o hidróxido de ferro mais silica<br />

hidratada.<br />

O quadro que se segue demonstra que o carbonato de câlcio, em<br />

quantidade de 0,1 g, coagula, ràpidamente, todos os colóides de hidróxido<br />

de ferro e que, após 20 minutos de contato, torna-se suficiente<br />

0,01 g de carbonato de câlcio para, totalmente, coagular os colóides.<br />

Quando ao colóide Fe (OH)3 ajuntàram silica hidratada — colóide<br />

protetor —, a açâo coaguladora do carbonato de câlcio, em idênticas<br />

dosagens, foi pràticamente nula. Sómente a dosagem de 1,0 g, após duas<br />

horas, conseguiu coagular uma parte dos colóides.<br />

Este colóide protetor, silica hidratada, in natura, vem quase sempre<br />

acompanhado de humus âcido, cujo comportamento é de açâo semelhante,<br />

contrapondo a coagulaçâo dos colóides e permitindo o seu fâcil<br />

arrastamento no solo.<br />

STEBUTT(9), estudando os processos de formaçao de certos tipos de<br />

solos, diz que o humus âcido tem enérgica açâo protetora sobre os colóides<br />

elètricamente sensiveis e que esta açâo é a melhor prova da natureza<br />

hidrófila de uma decomposiçâo, fato este que confirmou em experiências<br />

de laboratório.


284 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

FLOCULAÇÂO <strong>DO</strong> HIDRATO DE FERRO COLOIDAL COM CARBONATO<br />

DE CALCIO EM PÓ<br />

CaCO 3<br />

Imediatamente. .<br />

20 minutos<br />

2 horas<br />

8 dias<br />

0,001<br />

nâo<br />

nâo<br />

total<br />

total<br />

Fe (OH)3 somento<br />

0,01<br />

nâo<br />

• total<br />

total<br />

total<br />

0,1<br />

total<br />

total<br />

total<br />

total<br />

1,0<br />

total<br />

total<br />

total<br />

total<br />

0,001<br />

nâo<br />

nâo<br />

näo<br />

näo<br />

Fe (OH), + mSiOo + nH,0<br />

0,01<br />

nâo<br />

näo<br />

näo<br />

nâo<br />

0,1<br />

näo<br />

nâo<br />

näo<br />

näo<br />

1,0<br />

näo<br />

nâo<br />

em<br />

parte<br />

em<br />

parte<br />

Muitos autores que estudaram a matéria orgânica e o humus apresentam<br />

classificacöes incluindo ora o humus solüvel na âgua, or a substancias<br />

solûveis na âgua, como, por exemplo, WAKSMANN, que nos dâ<br />

os seguintes grupos de formaçao do humus:<br />

I — Substâncias solûveis em âgua<br />

II — Substâncias solûveis em éter e alcool<br />

III — Hemicelulose<br />

IV — Celulose<br />

V — Lignina<br />

VI — Proteina<br />

VII — Cinzas<br />

Estudos em tôrno do humus solûvel vêm sendo feitos, de hâ muito,<br />

existindo, até mesmo, vârios trabalhos que nos indicam a sua solubilidade<br />

em âgua, em diferentes tipos de solos.<br />

STEBUTT(9), por exemplo, verificou em laboratório que o humus do<br />

solo tipo podsol dâ maior percentagem de substâncias hidrosoluveis do<br />

que o do chernozem, importando em média de 1/20 a 1/50 (5 a 2%) do<br />

valor total do humus, podendo até atingir 1/10 (10%), ao passo que nos<br />

solos de tipo chernozem, ricos em humus bâsicos, foram encontrados<br />

cêrca de 1/200 (0,5%) de humus solüvel para o humus total e os solos<br />

do tipo solonez, jâ com percentagem maior de substâncias hûmicas hidrossolûvel<br />

de que os do podsol.<br />

Constituintes<br />

do humus<br />

Carbono do humus<br />

Acido hûmico<br />

Àcido himatomelânico<br />

Âcido fûlvieo<br />

COMPORTAMENTO EM DIFERENTES<br />

DISSOLVENTES<br />

H2O<br />

Insolûvel e indispersâvel<br />

Dificilmente solûvel.Dispersâ-velproduzindo<br />

suspensôes<br />

Dificilmente solûveis.facilmente<br />

dispersâveis<br />

podendo formar<br />

até soluçôes coloidais<br />

Dâo soluçâo facilmentedifundîvel<br />

C2H5OH<br />

Insolûvel<br />

Insolûvel mas pouco<br />

dispersa vel<br />

Faeihnente solûvel<br />

Facilmente solûvel<br />

Alcalis<br />

Insolûvel mas capaz<br />

de entumecer<br />

Solüvel<br />

Solûveis<br />

Solûveis<br />

Sais<br />

Conhecidos os<br />

complexos de ab<br />

. sorçâo<br />

Sais de dlcalis solûveis<br />

em HgO,<br />

dispersa vel em<br />

alcocl. Outros<br />

sais dificilmente<br />

solûveis<br />

Solûveis. EmHoO<br />

dispersâveis<br />

A maior parte solûvel<br />

em H2O<br />

Prêto<br />

Côr<br />

Prêto-marron<br />

com tendência<br />

para vermelho<br />

Marron com tendência<br />

para<br />

amarelo<br />

Amarelo-ouro até<br />

amarelo-p.'ilido


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 285<br />

STREMME (17), analisando o humus em solos do tipo chernozem,<br />

podsol e outros mais, osganizou a tabela que transcrevemos:<br />

TIPO DE TERRA<br />

Chernozem<br />

Terra castanha — Horizonte A<br />

Terra castanha — horizonte B<br />

Terra castanha — Laitia horizonteA<br />

Terra castanha — Laitia horizonte B<br />

Podsol rico cm ferro (Heinjôrvia) hte. B<br />

Podsol rico em ferro (Karjalohja) hte. A<br />

Podsol rico em ferro (Karjalohja) hte. B<br />

Podsol rico em humus (Heinjôrvia) hte. A<br />

Podsol rico em humus (Tickurilla) hte. A<br />

Podsol rico em humus (Tickurilla) hte. B<br />

Humus<br />

total<br />

%<br />

15,00<br />

9,69<br />

3,69<br />

10,51<br />

5,49<br />

7,28<br />

9,02<br />

2,18<br />

3,17<br />

4,87<br />

2,41<br />

Percentagem<br />

humus solüvel<br />

em âgua p/<br />

humus total<br />

0,02 a 0,05<br />

0,85<br />

1,05<br />

0,79<br />

0,78<br />

1,55<br />

2,05<br />

0,94<br />

7,03<br />

7,47<br />

6,83<br />

Humus<br />

solüvel<br />

p/litro<br />

em gramas<br />

0,0824<br />

0,0412<br />

0,0883<br />

0,0432<br />

0,1130<br />

0,1850<br />

0,0205<br />

0,2059<br />

0,6168<br />

0,1647<br />

STREMME (17), estudando ainda outros tipos de solos no quadro que<br />

se segue, apresenta grandes diferenciaçoes de dissolubilidade em tipos<br />

de solos que tomou para campo de suas observaçôes. Assim é que, no<br />

chernozem, o humus solüvel é 0,42% em relaçâo ao humus total, 2,2%<br />

no chernozem da mata, e no podsol 3,3%, aproximadamente, isto em<br />

referenda ao horizonte A, dados que confirmam as investigaçôes de<br />

STEBUTT.<br />

Al<br />

A2 :<br />

HORIZONTES<br />

Chernozem<br />

1/240<br />

1/137-1/116<br />

Chernozem<br />

de mata<br />

1/44<br />

1/20<br />

Podsol<br />

1/30<br />

1/16-1/12<br />

SIGMOND(18), investigando terras cinzentas de estepe, nas estaçôes<br />

de Ayres e Wrewskoe, fornece-nos resultados analiticos interessantes,<br />

principalmentes qùanto ao hümus solüvel em âgua, cuja transcriçào faremos<br />

a seguir, como documentaçao oportuna as nossas consideraçoes:<br />

LOCAL <strong>DO</strong><br />

PERFIL<br />

Parte Oeste da Estaçâo .<br />

de Ayres 1<br />

l<br />

f<br />

Parte Norte da Estaçâo {<br />

de Wrewskoe<br />

l<br />

f<br />

Profund.<br />

em<br />

0-7<br />

8-15<br />

15-20<br />

90-100<br />

137-145<br />

0-7<br />

13-26<br />

50-60<br />

103-110<br />

172-180<br />

Reslduo<br />

em<br />

b. maria<br />

0,0565<br />

0,0576<br />

0,0445<br />

0,0324<br />

0,0365<br />

0,0552<br />

0,0345<br />

0,0351<br />

0,0273<br />

0,0386<br />

Resîduo<br />

em<br />

calcinaçâo<br />

0,0354<br />

0,0465<br />

0,0364<br />

0,0283<br />

0,0314<br />

0,0281<br />

0,0254<br />

0,0290<br />

0,0188<br />

0,0267<br />

Material<br />

volatilizado<br />

0,0212<br />

0,0111<br />

0,0081<br />

0.0041<br />

0,0051<br />

0,0271<br />

0,0091<br />

0,0061<br />

0,0085<br />

0,0119<br />

Humus<br />

solûvel<br />

âgua<br />

1/76<br />

1/98<br />

—<br />

1/55<br />

1/41<br />

1/77<br />

1/50<br />

1/43<br />

1/27<br />

I'll<br />

Côr da<br />

soluçào<br />

amarelo<br />

sem côr<br />

sem côr<br />

sem côr<br />

sem côr<br />

amarelo<br />

som côr<br />

sem côr<br />

sem côr<br />

sem côr


286 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

INVESTIGATES EM LABORATÓRIO<br />

Após a explanaçào que acabamos de fazer concernente ao humus,<br />

procurando, o quanto possivel, documentar e fixar a sua justa posiçâo<br />

na ciência do solo como fator importante nos solos agricolas, desejamos<br />

concluir a presente Contrïbuiçâo com algumas experiências e estudos<br />

realizados em laboratório, que classificaremos como sendo iniciais em<br />

assunto de tanta complexidade e mesmo repleto de controvérsias.<br />

Pesquisando em terras dêste Estado, colhidas em regiôes onde procedemos<br />

a estudos mais detalhados, teriamos de lutscr, inicialmente, com<br />

a adaptaçâo de métodos analiticos existentes e jâ empregados em outros<br />

paises, realizando grande numéro de determinaçôes subsidiârias, para<br />

confrontos de resultados, comparaçôes de marchas analiticas, que nos<br />

conduzissem à adotar aquêle que melhores condiçôes nos oferecesse para<br />

o f im aime j ado.<br />

Como resultante das nossas investigaçôes passaremos ao quadro<br />

que se segue refer ente ao humus solûvel, humus total, pH, matéria orgânica<br />

e câlcio, calculando as relaçôes entre êsses elementos:<br />

AMOSTRA<br />

1439<br />

1443..<br />

1447<br />

1461<br />

1467<br />

1469<br />

1477<br />

1478<br />

1482<br />

1484<br />

1485<br />

1486<br />

1487<br />

1489<br />

1496<br />

Média.<br />

pH<br />

4,60<br />

4,60<br />

5,45<br />

5,30<br />

6,00<br />

5,00<br />

5,25<br />

4,90<br />

5,15<br />

4,40<br />

4,65<br />

6,80<br />

7,10<br />

6,50<br />

5,20<br />

Matéria<br />

orgânica<br />

%<br />

4,04<br />

3,53<br />

3,31<br />

2,59<br />

6,65<br />

4,59<br />

1,98<br />

2,04<br />

1,90<br />

3,59<br />

1,06<br />

2,82<br />

2,56<br />

2,80<br />

1,91<br />

3,02<br />

CaO<br />

%<br />

0,016<br />

0,070<br />

0,108<br />

0,076<br />

0,369<br />

0,127<br />

0,104<br />

0,122<br />

0,079<br />

0,021<br />

0,025<br />

0,432<br />

0,542<br />

0,358<br />

0,069<br />

0,167<br />

Humus<br />

total<br />

%<br />

3,51<br />

3,13<br />

2,91<br />

1,96<br />

3,37<br />

4,03<br />

1,50<br />

1,19<br />

1,32<br />

2,43<br />

0,75<br />

2,16<br />

1,14<br />

1,46<br />

1,42<br />

2,15<br />

Humus<br />

total na<br />

mat. org.<br />

%<br />

86,9<br />

88,7<br />

87,9<br />

85,7<br />

50,7<br />

87,7<br />

75,7<br />

58,3<br />

69,5<br />

67,7<br />

70,7<br />

76,6<br />

55,1<br />

52,1<br />

74,0<br />

71,8<br />

Humus<br />

solûvel<br />

%<br />

0,0352<br />

0,0153<br />

0,0150<br />

0,0157<br />

0,0133<br />

0,0093<br />

0,0116<br />

0,0112<br />

0,0150<br />

0,0173<br />

0,0144<br />

0,0140<br />

0,0176<br />

0,0162<br />

0,0252<br />

0,0164<br />

Humus<br />

solûvel no<br />

humus<br />

total<br />

% •<br />

1,00<br />

0,48<br />

0,51<br />

0,77<br />

0,39<br />

0,23<br />

0,77<br />

0,94<br />

1,13<br />

0,71<br />

1,92<br />

0,64<br />

1,25<br />

1,10<br />

1,07<br />

Em râpido exame das constantes obtidas, concluimos que a percentagem<br />

do humus total na matéria apresentou variaçôes de 50,7 a 88,7%,<br />

com indice médio de 71,8%.<br />

Outro aspecto observado nessa ligeira apreciaçao é a percentagem<br />

do humus solûvel no humus total, cuja variaçao foi de 0,39 a 1,92%, em<br />

média de 0,86%, numéro este em perfeita concordância com os jâ encontrados<br />

por diferentes autores mencionados no decorrer dêste subsïdio.<br />

Merece ainda ser anotada no quadro presente a percentagem do<br />

humus solûvel para humus total, apresentando-se mais baixa em solos<br />

de pH relativamente altos (pH igual a 6,00), com teor elevado de câlcio<br />

(CaO 0,369%), e a maior percentagem ser em solo fortemente âcido (pH<br />

4,65) e pobre em câlcio (CaO 0,025%).<br />

Essas verificaçôes, ressalvamos, nâo constituem regras, porquanto,<br />

no quadro em discussâo, hâ outros exemplos onde essa percentagem é<br />

relativamente alta em solos neutros e com elevado teor de câlcio, o mesmo<br />

sucedendo na relaçâo percentual do humus solûvel para humus total,<br />

0,86


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 287<br />

que nâp se apresenta constante, respondendo por essa variaçâo —• admite-se<br />

— a natureza do próprio solo ou a natureza do próprio hümüs.<br />

Situaçâo bem diferente deparamos em urn solo turfoso da regiâo do<br />

Triângulo Mineiro, que nos fornece dados interessantes. Êsse solo, com<br />

16,79% de matéria orgânica e 9,64% de humus total, deu apenas 0,0184%<br />

de humus solüvel, ou seja, a insigificância de 0,2% do humus total, nâo<br />

obstante apresentar-se com pH 4,85. O solo em referenda é medianamente<br />

rico em câlcio (CaO 0,210) e de apreciâvel total de bases no seu<br />

complexo sortivel (S 7,10 m, e. %), o que justifica, em parte, o baixo teor<br />

de humus solûvel. E, acrescente-se, a amostra dessa terra turf osa foi<br />

coletada em regiâo alagadiça, onde a drenagem séria a primeira prâtica<br />

agricola aconselhada.<br />

Realizamos, ainda, inümeras pesquisas analiticas em tôrno do humus<br />

soluvel e, no quadro que se segue, mostraremos sua percentagem<br />

em amostras de tres perfis do solo, onde se pode estudar a variaçâo do<br />

humus solûvel em relaçâo à profundidade.<br />

Estes resultados evidenciam o que comentamos na primeira parte<br />

desta Contribuiçao, de que em profundidades relativamente grandes<br />

(3,40 m) ainda encontra-se percentagem do humus solüvel bem acentuada.<br />

1272<br />

1273<br />

1274<br />

1275<br />

1276<br />

AMOSTRA<br />

1277.. . .'<br />

1278<br />

1279<br />

1280<br />

1281<br />

1282 :•-<br />

1283<br />

1530<br />

1531<br />

1532<br />

1533<br />

1534<br />

1535<br />

Profundidade<br />

cm.<br />

0-22<br />

22-82<br />

82-130<br />

130-200<br />

290-340<br />

0-13<br />

13-32<br />

32-65<br />

65-86<br />

86-140<br />

140-200<br />

200-300<br />

0-5<br />

5-12<br />

12-38<br />

38-72<br />

72-140<br />

140-200<br />

Humus<br />

total<br />

%<br />

2,68<br />

2,24<br />

1,93<br />

2,45<br />

1,00<br />

4,04<br />

4,64<br />

5,25<br />

0,43<br />

1,83<br />

0,80<br />

0,38<br />

1,76<br />

1,51<br />

1,03<br />

0,40<br />

0,57<br />

0,38<br />

Humus<br />

solûvel<br />

%<br />

0,0129<br />

0,0188<br />

0,0128<br />

. 0,0033<br />

0,0140<br />

0,0290<br />

0,0220<br />

0,0310<br />

0,0270<br />

0,0280<br />

0,0117<br />

0,0140<br />

0.0140<br />

0,0070<br />

Traços<br />

0,0080<br />

0,0070<br />

pH<br />

5,50<br />

6,00<br />

5,40<br />

5,60<br />

6,30<br />

5,60<br />

6,10<br />

5,60<br />

5,90<br />

6,50<br />

6,60<br />

6,00<br />

6,85<br />

6,65<br />

5,40<br />

4,90<br />

4,40<br />

4,50<br />

Orientando-nos no estudo do comportamento do humus solüvel em<br />

solo tratado com câlcio, realizamos experiências e estudos nesse sentido,<br />

cujos resultados estâo consignados no quadro seguinte e que, devidamente<br />

apreciados, sugerem novos estudos elucidativos, pela surprêsa<br />

que apresentam os seus dados analiticos.<br />

Mas, de modo gérai, o humus solüvel nos solos tratados com CaO<br />

ou com Ca (OH) a é em menor percentagem do que humus solûvel em<br />

solo in natura. Os resultados obtidos com Ca(OH)2 sâo mais positivos<br />

e o humus solüvel, encontrado nas amostras tratadas com as soluçôes<br />

dêsse hidróxido, foi em quantidade minima.<br />

Estes dados analiticos, apesar da ressalva jâ escrita, reforçam, nâo<br />

hâ dûvida, uma direçâo perceptiva bem aceita, de que o câlcio, dentre<br />

inümeras das suas funçôes, exerce no solo a de agente insolubilizador<br />

dessa destacâvel massa coloidal — o humus.


288<br />

1276<br />

1277<br />

1278<br />

1279<br />

A MOSTRA<br />

1280 ....<br />

1281<br />

1282<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Humus<br />

total<br />

%<br />

0,99<br />

4,40<br />

4,62<br />

5,26<br />

0,43<br />

1,83<br />

0,80<br />

Hiimus<br />

solüvel<br />

%<br />

0,023<br />

0,029<br />

0,031<br />

0,031<br />

0,027<br />

0,028<br />

0,012<br />

HUMUS SOLUVEL %<br />

Solo 4-3%<br />

de CaO<br />

3 mi nut os<br />

0,0140<br />

0,0207<br />

0,0219<br />

0,0129<br />

0,0184<br />

0,0190<br />

7 dias<br />

0,0124<br />

0,0248<br />

0,0331<br />

0,0219<br />

0,0141<br />

0,0171<br />

Solo + 3%<br />

de Ca (HO)2<br />

3 minutes<br />

0,0124<br />

0,0195<br />

0,0142<br />

0,0219<br />

0,0141<br />

0,0172<br />

7 dias<br />

0,0016<br />

0,0200<br />

0,0220<br />

0,0095<br />

0,0012<br />

0,0058<br />

Outrossim, quantidades massiças de cal nâo impedem a total perda<br />

de humus pela açâo da âgua. Isto verificamos, aplicando diferentes<br />

quantidades de CaCO3 — 1, 2, 3, 4 e 5% — em solo sêco ao ar, obtendo-se<br />

humus solûvel após 7 dias para um solo cujo teor dêste elemento era de<br />

0,26%, na percentagem de 0,024%, 0,013%, 0,012% e 0,015% —, respectivamente,<br />

para as quantidades 1, 2, 3, 4 e 5% de CaCO3.<br />

A explicaçâo de tal fato séria dificil, se nâo fôssem afirmaçoes de<br />

vârios autores considerando que o âcido crênico e o âcido apocrênico,<br />

formando crenato ou apocrenato de câlcio, em parte se solubilizam, perdendo-se,<br />

portante, na âgua de infiltraçâo.<br />

CONCLUIN<strong>DO</strong><br />

O que acabamos de escrever representarâ, julgamos, subsidio e cooperaçâo<br />

para trabalhos de maior amplitude no âmbito nacional em<br />

tôrno de futuras pesquisas sistemâticas, estudos expérimentais e investigaçôes<br />

em campo, dada a decisiva importâneia do humus para a agricultura,<br />

mormente tratando-se de culturas em solos tropicais e subtropicais,<br />

com diversos agentes de destruiçâo, atuando, em maioria, correlatamente<br />

com a formaçâo dessa importante massa coloidal;<br />

é fora de düvida que, no Brasil, sempre terâ de se lutar contra a<br />

destruiçâo do humus, bem como luta titânica teremos de encetar a favor<br />

da conservagäo da matéria orgânica;<br />

é fato que nâo se discute o depauperamento dos nossos solos, e medidas<br />

urgentes terâo de surgir de carâter prâtico e objetivo, nos patrióticos<br />

propósitos de lhes dar maior amparo e melhor proteçâo, inicialmente,<br />

confecionando-se cartas agrogeológicas, parciais ou totais, circunscritas<br />

a grandes ou pequenas areas, para se fornecerem elementos<br />

de apreciaçâo para as prâticas agricolas bem aplicadas, sejam elas derivadas<br />

para a conservaçâo dos solos, irrigaçâo e drenagem, ou conduzidas,<br />

principalmente, para as calagens tècnicamente orientadas que,<br />

elevando o pH e fornecendo câlcio ao complexo sortivo, concorrerâ para<br />

a transformaçâo de matérias hûmicas em forma de sais insoluveis ou<br />

poùco soluveis;


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 289<br />

procurando-se conservar cientificamente o solo, deveremos evitar as<br />

queimadas periódicas que, destruindo os macro e microrganismos, animais<br />

e végétais, ûteis, secando a âgua do solo e restringindo-a no subsolo,<br />

desequilibrando êsse importante balanço hidrico, destruindo a fertilidade,<br />

atuando na desintegraçâo das particulas da terra, influenciando<br />

até mesmo, em certos casos, na sua estrutura gérai, sâo essas queimas<br />

anuais fator decisivo na destruiçâo da matéria orgânica<br />

e, especialmente, terminando<br />

na destruiçâo do humus, grande e notâvel regulador das propriedades<br />

fisicas, quimicas e biölógicas do solo.<br />

MÉTO<strong>DO</strong> USA<strong>DO</strong> NA <strong>DO</strong>SAGEM <strong>DO</strong> HUMUS SOLÜVEL<br />

Segundo GEDROITZ (15)<br />

Colocar 50 g de terra fina sêca ao ar em urn erlenmeyer de 500 ml<br />

com 200 ml de âgua destilada e agitar durante 3 minutos. Filtrar em<br />

seguida, utilizando-se filtro e funil secos, assim como o vaso onde se<br />

recebe o filtrado. O liquido filtrado deve ficar limpido ou com leve opalescência.<br />

O filtro usado deve ser o "extra hart'" n.° 602.<br />

Do filtrado tornar 50 ml em urn erlenmeyer e adicionar ao mesmo<br />

5 ml de H2SO,, 1:1e KMnOj, 0,05 N, até coloraçâo rósea forte. Aquecer<br />

mais ou menos 10 minutos, adicionando-se mais KMnO,, 0,05 N, se a<br />

coloraçâo rósea desaparecer. Destruir o excesso de KMnO,, por meio de<br />

âcido oxâlico 0,05 N e adicionar novamente, no liquido quente, KMnO,,<br />

0,05 N até a coloraçâo rósea leve tornar a aparecer de modo persistente.<br />

(bl fp — al fa + b2fp) 0,000259 x«=% de humus solüvel<br />

bl — quantidade inicial de KMnO^ 0,05N adicionado<br />

al — quantidade de âcido oxâlico 0,05N empregado<br />

b2 — quantidade de KMnO,, 0,05N empregado para obtençâo da<br />

coloraçâo rósea final.<br />

fa e fp — f a tores de correçâo do âcido oxâlico e do KMnO,, utilizados<br />

nas dosagens. . .<br />

Observaçao — O laboratório, nâo dispondo do filtro preconizado pelo<br />

método descrito, usou o n.° 42W, repetindo a operaçâo até se obter liquido<br />

claro, como indica o método. Experimentou também centrifugar<br />

o liquido da primeira filtragem, obtendo-se bem menor percentagem de<br />

humus solüvel do que o obtido quando usou as repetidas filtraçôes.<br />

<strong>DO</strong>SAGEM <strong>DO</strong> HUMUS TOTAL<br />

Triturar em um gral de âgata mais ou menos 20 gramas de terra<br />

fina sêca ao ar.<br />

Colocar 2 gramas dessa terra em erlenmeyer de 500 ml e adicionar<br />

ao mesmo 50 ml de KMnO,, 0,2N, 20 ml de HSSO,, a 20% e 50 ml de H.O.<br />

Em um segundo erlenmeyer, idêntico ao primeiro, adicionar 50 ml<br />

de KMnO,, 0,2N, 50 ml de âgua e 20 de ff2SO4 (prova em branco).<br />

Ambos os erlenmeyers sâo colocados em uma chapa quente ou banho<br />

de'areia e levados a ebuliçâo moderada durante cêrca de 10 minu-<br />

— 19 —


290 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

tos. Apresentando-se reduçâo muito energica no erlenmeyer contendo<br />

a terra, convém adicionar mais KMnOk 0,2N e prolongar o aquecimento.<br />

Após êste tratamento, adicionar ao erlenmeyer contendo a terra, por<br />

meio de uma bureta, âcido oxâlico 0,2N, contendo 25 ml de âcido sulfürico<br />

concentrado por litro, em quantidade suficiente para reduzir o<br />

excesso de KMnO,, (a 1 ml). Como nâo é possivel adicionar âcido oxâlico<br />

em quantidade justa para reduzir o excedente de KMnOh, adicionar o<br />

mesmo em excesso.<br />

O conteüdo do erlenmeyer, contendo a terra fina, é transferido,<br />

quantitativamente, para urn balâo de 50 ml, completando-se o seu volume.<br />

Filtrar, utilizando-se filtro e funil secos, assim como o vaso onde<br />

se recebe o filtrado. Pode-se também, após haver completado o volume<br />

do baläo de 250 ml, deixar as substâncias em suspensâo depositarem-se,<br />

fazendo-se, em seguida, a decantaçâo do liquido limpido. Pipetar<br />

do filtrado ou decantado uma parte (V ml) que é colocado em urn<br />

erlenmeyer, levado a ebuliçâo, e no liquido quente gotejar KMnO,, 0,2N<br />

de uma bureta, até coloraçâo rósea leve (b, ml).<br />

Ao segundo baläo (prova em branco), também adicionar âcido oxalico<br />

em excesso (a2 ml), devendo o seu conteüdo, após essa adiçâo, apresentar-se<br />

limpido e incolor.<br />

Em seguida, levar à ebuliçâo, e no liquido gotejar KMnO,, 0,2N até<br />

leve coloraçâo rósea (ö2 ml).<br />

250<br />

(a2 U — b2 U — al fa H bl ƒ„) 0,0010362 X 50 = % de<br />

humus total.<br />

fa = fator de correçâo do âcido oxâlico 0,2N<br />

ƒ„ = fator de correçâo do KMnO,, 0,2N.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

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2. LYON, T. LYTTLETON e BÜCKMAN, HARRY O. "Edafologia", Buenos Aires —<br />

1947. .<br />

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4. ALBAREDA, HERRERA J. M. "El Suelo", Madri — 1940.<br />

5. ROMER, CHEFFER. "Ackerbaulehre", Berlim — 1933.<br />

6. GALLAR<strong>DO</strong>, ALFONSO GONZALEZ. "Introduccion al Estudio de los Suelos", México,<br />

D.C. — 1941.<br />

7. VAGELER PAUL. "Grundriss der Tropischen und Subtropischen Bodenkunde",<br />

Berlim — 1930.<br />

8. RUSSELL, E. J. "Soil Conditions and Plant Growth", Londres — 1932.<br />

9. STEBUTT, A. "Lehrbuch der Allgemeinen Bodenkunde", Berlim — 1930.<br />

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11. ALBAREDA, HERRERA J. M. e CASTRO, ANGEL HOYO DE. "Edafologia, Madri —<br />

1948.<br />

12. ALBAREDA, HERRERA J. M. "Origen Y Formación del Humus", Madri — 1945.<br />

13. KUBIENA, WALTER. "Suelo y Formación del Suelo desde el punto de vista<br />

Biológico" — Instituto Espafiol de Edafologia y Fisiologia Vegetal, Madri<br />

— 1944.<br />

14. VIANA, OMAR e ARAÛJO, WILSON ALVES DE. "Contribuiçâo para o Estudo dos<br />

Solos da Regiâo dos Campos de Minas Gérais", B. Horizonte — 1945<br />

(Inédito).<br />

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ANAIS DA SÈGUNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 291<br />

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17. STREMME, H. "Degradierte Boden", Berlim — 1930.<br />

18. SIGMOND, A. VON. "Steppen Bleicherden", Berlim — 1930.<br />

19. ERWIN Frei. "Morphologische, Chemische und Kolloidische, Untersuchung<br />

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Beitrag zur Humus Klassifizierung, Berlim — 1944.<br />

20. MAIWALD, K. "Organische Bestandteile des Boden", Berlim — 1931.<br />

21. STREMME, H. "Braunerden", Berlim — 1930.<br />

22. BENET, HUGH HAMMOND. "Soil Conservation", New York — 1939.<br />

23. MILLAR, C. E. and TURK, L. M. "Fundamentals of Soil Science", New York<br />

— 1943.<br />

24. DUNNEWOLD. "Organic Matter Effects on Soil" — Journal of the American<br />

Society of Agronomy, vol. 22 — 1930.<br />

25. NIKIFOROPF, CONSTANTIN C. "Soil Organic Matter and Soil Humus" — Soil<br />

e Men — Yearbook of Agriculture, 1938 — United States Department<br />

of Agriculture — 1938.<br />

26. HASELHOFF, E. und BLANCK, E. "Lehrbuck der Agriculturchemie", Berlim<br />

—1929.


EFEITOS <strong>DO</strong> NITROGÊNIO, FÖSFORO E POTÄSSIO<br />

SOBRE A CULTURA DA BATATA (RESUMO) *<br />

OLAVO JOSÉ BOOCK<br />

JORGE BIERRENBACH DE CASTRO<br />

da Secçâo de Raizes e Tubérculos<br />

do Institute Agronomico do Estado<br />

em Campinas<br />

"Os trabalhos relacionados com a adubaçâo da batata — Solarium<br />

tuberosum — foram iniciados em 1930, no Instituto Agronomico de<br />

Campinas, por T DE CAMARGO e C. A. KRUG.<br />

Em prosseguimento a esses estudos, muitos outros estâo sendo<br />

levados a efeito, na Secçâo de Raizes e Tubérculos do mesmo Instituto,<br />

dos quais alguns jâ publicados.<br />

No trabalho que citamos sobre o efeito do nitrogênio, fósforo e<br />

potâssio na cultura da batata, damos as conclusöes a que chegamos,<br />

estudando alguns tipos de solo do Estado de Sâo Paulo — Serra da<br />

Fartura, Sâo Joäo da Boa Vista, Sorocaba e Itapecerica — e que<br />

vêm confirmar os resultados obtidos pelos pesquisadores anteriormen<br />

te citados, em regiöes do Estado como as de: Monte Mor, Campinas,<br />

Tietê, etc.<br />

Antecedendo ao relato pormenorizado das experiências, é feito<br />

um estudo da literatura estrangeira sobre o assunto, a f im de esclarecer<br />

como têm-se comportado êsses elementos em relaçâo a essa cultura,<br />

em dif er entes paises.<br />

Citam-se também, de uma maneira sumâria, a funçâo do nitrogênio,<br />

fósforo e potâssio sobre o equilibrio funcional da planta da batata,<br />

salientando-se a influência sobre o desenvolvimento gérai da<br />

mesma, enriquecendo dos tubérculos, formaçâo da clorofila e de substâncias<br />

albuminóides, resistências as moléstias criptogâmicas, maturaçâo<br />

das plantas, etc.<br />

Na parte experimental relatam-se caractïsticos das experiências,<br />

as combinaçoes estabelecidas entre nitrogênio, fósforo e potâssio, a<br />

maneira como foram feitos os protocolos, as conclusôes tiradas, mostrando<br />

o papel relevante desempenhado pelo fósforo sobre o aumento<br />

da produçâo de tubérculos e sobre a reduçâo do ciclo vegetativo; do<br />

nitrogênio, sobre o desenvolvimento e colaboraçâo das plantas, predisposiçâo<br />

as moléstias, etc.; e da pequena influência do potâssio sobre<br />

a produçâo.<br />

Sâo mencionadas ainda os resultados das anâlises sumârias dos<br />

diversos solos em que foram realizadas as experiências, ilustrando-se<br />

o trabalho com fotografias e grâficos".<br />

* Publicado em Bragantia, 1950.


ADUBAÇÂO MINERAL <strong>DO</strong> MILHO EM TERRA ROXA<br />

MISTURADA (RESUMO) *<br />

G. P. VlÉGAS<br />

do Instituto Agronômico do Estado de<br />

Sâo Paulo, em Campinas<br />

"Estudo dos resultados expérimentais do ensaio de adubaçâo mineral<br />

do milho que vem sendo conduzido pela Secçao de Cereais e Leguminosas,<br />

na Estaçâo Experimental Central (Fazenda Santa Eliza),<br />

a partir de 1937-38, em parcela de terra roxa misturada.<br />

O ensaio foi plantado em 3 blocos ao acaso, com 12 tratamentos,<br />

isto é, as oito possiveis combinaçôes dos très elementos — fósforo, potâssio<br />

e azôto — em dois niveis e quatro formulas quantitativas.<br />

Foram feitas anâlises estatisticas da produçâo de gräos e outros caracteristicos,<br />

como altura de plantas, indice de espiga, rendimento de<br />

grâos, etc.; procurando-se apreciar os efeitos que cada elemento exerceu<br />

sobre o desenvolvimento do vegetal.<br />

Por f im, sâo feitas algumas consideracöes do pon to de vista econômico,<br />

procurando-se apreciar os resultados que as adubaçôes proporcionaram,<br />

atentando-se para a evoluçâo dos preços dos adubos e do<br />

produto obtido, no mercado de S. Paulo".<br />

* Publicado em Bragantia, 1950.


ADUBAÇÂO E CALAGEM DE TERRAS DE CERRA<strong>DO</strong><br />

INTRODUCÄO<br />

A. B. FAGUNDES<br />

W. CAR<strong>DO</strong>SO DE MENEZES<br />

R. E. KALCKMANN<br />

do Serviço Nacional de Pesquisas<br />

Agronômicas<br />

As âreas cobertas por vegetaçào de campo e de cerrado, que compreendem<br />

extensas regiôes de Minas Gérais e de Estados limitrofes, sâo<br />

caracterizados por uma topografia aproximadamente plana e pela ocorrência<br />

de raras ârvores de conformaçâo geralment tortuosa e de pequeno<br />

porte. Seus terrenos se prestam muito bem ao cultivo mecânico, nâo<br />

só pelo relêvo favorâvel e pela ausência de afloramentos, mas também<br />

pela simplicidade dos trabalhos de destocamento. Os solos sâo, em<br />

gérai, de textura leve e apresentam permeabilidade muito boa.<br />

Tais âreas .entretanto, têm permanecido pràticamente desaproveitadas,<br />

em virtude de sua baixa fertilidade. As anâlises quimicas dêstes<br />

solos têm revelado, como principais deficiências, baixos teores de raatéria<br />

orgânica e de fósforo e uma elevada acidez.<br />

Os ensaios relatados no presente trabalho tiveram por objetivo<br />

verificar quai a influência exercida pela correçâo das deficiências indicadas,<br />

sobre a elevaçâo do nivel de produtividade das terras em<br />

questâo.<br />

AMBIENTE<br />

A Estaçâo Experimental de Sete Lagoas esta situada no municipio<br />

do mesmo nome do Estado de Minas Gérais.<br />

Os terrenos que ocupa originam-se de rochas do periodo silurianq.<br />

Dentro da Estaçâo ocorre uma gruta calcâria.<br />

A topografia do terreno é levemente ondulada, o que faz pensar que<br />

os processos erosivos nâo tenham sido muito intensos.<br />

O solo do local do experimento é de coloraçâo castanho-avermelhada<br />

e textura franco arenosa. O perfil é pouco diferenciado e a estrutura<br />

é granulada, apresentando muito boa permeabilidade. A acidez<br />

é acentuada, os valores pH variando entre 4,5 e 5,5. Os teores em<br />

fósforo, carbono e nitrogênio sâo baixos.<br />

A cobertura vegetal é de cerrado. Na ârea do experimento, entretanto,<br />

em virtude de tentativas de cultivo anteriores, jâ nâo existiam<br />

mais ârvores ou arbustos. A cobertura do solo era constituida pelo capim<br />

gordura, formando, contudo, um pasto fraco.<br />

No Quadro n.° 1 figuram os valores médios dos dados de temperatura<br />

e precipitaçâo colhidos no pôsto meteorológico da Estaçâo Experimental,<br />

durante os anos de 1939 a 1948, inclusive.


296 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÈNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Janeiro<br />

QUADRO N.o 1<br />

Valores mensais de temperatura e precipitaçâo da E. E. de Sete Lagoas<br />

Médias do periodo 1939-1948<br />

Fevereiro..<br />

Marco<br />

Abril<br />

Maio<br />

Junho<br />

Jull:o<br />

Agôsto.. . .<br />

Setembro..<br />

Outuhro. ..<br />

Novembre.<br />

Dezembro.<br />

MESES Temperatura<br />

°C<br />

24,2<br />

24,8<br />

24,1<br />

22,9<br />

21,4<br />

20,7<br />

19,7<br />

21,6<br />

22,6<br />

23,5<br />

23,6<br />

23,2<br />

Chuva<br />

Ano 1 433<br />

De acôrdo com estes dados, a temperatura média do mes mais friö<br />

é sempre superior a 18°C. A precipitaçâo média anual e de 1433 mm<br />

e a média da precipitaçâo do mes mais sêco (junho) é de 3 mm.<br />

Aplicando-se o critério de classificaçao climatica de KOPPEN, O clima<br />

de Sete Lagoas ficarâ incluido no grupo Aw, isto é, clima de savana<br />

tropical.<br />

MÉTO<strong>DO</strong><br />

Em face das observaçôes anteriores, um dos requisitos à fertilizaçâo<br />

dos solos em questâo era a elevaçao de seu conteûdo de matéria<br />

orgânica, o que se procurou alcançar mediante o emprêgo de adubaçâo<br />

verde.<br />

A fim de oferecer à leguminosa escolhida para adubo verde um<br />

meio capaz de proporcionar-lhe maior desenvolvimento, foi necessârio<br />

neutralizar a acidez do solo e adubâ-lo com fósforo, que era apontado<br />

como o elemento mais déficiente.<br />

Surgiram assim os tratamentos A e B, sem leguminosa, e C a F<br />

com leguminosa (mucuna).<br />

A — Tratamen to que serviu de testemunha. Nâo recebeu lavra,<br />

senâo por ocasiâo da primeira cultura indicadora<br />

(amendoim).<br />

B — Solo sômente lavrado, para observar-se o efeito de mobilizaçâo<br />

do solo.<br />

C — Cultura de mucuna, sem adubaçâo alguma.<br />

mm<br />

285<br />

182<br />

186<br />

64<br />

8<br />

3<br />

9<br />

6<br />

43<br />

116<br />

205<br />

326


1<br />

c<br />

4<br />

D<br />

19<br />

B<br />

22<br />

E<br />

37<br />

A<br />

40<br />

B<br />

55<br />

B<br />

58<br />

D<br />

73<br />

E<br />

76<br />

F<br />

91<br />

E<br />

94<br />

B<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 297<br />

D — Cultura de mucuna, com aplicaçâo prévia de calcârio.<br />

E — Cultura de mucuna, com aplicaçâo prévia de farinha de<br />

ossos.<br />

F — Cultura de mucuna, com aplicaçâo prévia de calcârio e<br />

farinha de ossos.<br />

2<br />

A<br />

5<br />

F<br />

IV<br />

20<br />

C<br />

23<br />

F<br />

38<br />

D<br />

41<br />

E<br />

X<br />

56<br />

F<br />

59<br />

C<br />

XIII<br />

74<br />

C<br />

77<br />

D<br />

XVI<br />

92<br />

A<br />

95<br />

F<br />

VII<br />

3<br />

B<br />

6<br />

E<br />

21.<br />

D<br />

24<br />

A<br />

39<br />

C<br />

42<br />

F<br />

57<br />

E<br />

60<br />

A<br />

75<br />

A<br />

78<br />

B<br />

93<br />

C<br />

96<br />

D<br />

7<br />

A<br />

10<br />

C<br />

25<br />

D<br />

28<br />

F<br />

43<br />

A<br />

46<br />

E<br />

61<br />

F<br />

64<br />

A<br />

79<br />

B<br />

82<br />

C<br />

97<br />

C<br />

100<br />

B<br />

1." ensaio<br />

2 °<br />

II III<br />

8<br />

B<br />

11<br />

D<br />

V<br />

26<br />

E<br />

29<br />

B<br />

VIII<br />

44<br />

C .<br />

47<br />

F<br />

3.° ensaio<br />

9<br />

E<br />

12<br />

F<br />

27<br />

A<br />

30<br />

C<br />

45<br />

B<br />

48<br />

D<br />

13<br />

D<br />

16<br />

E<br />

31<br />

D<br />

34<br />

A<br />

49<br />

D<br />

52<br />

A<br />

14<br />

B<br />

17<br />

C<br />

VI<br />

32<br />

B<br />

35<br />

E<br />

IX<br />

50<br />

B<br />

53<br />

E<br />

XI XII<br />

62<br />

B<br />

65<br />

D<br />

XIV<br />

80<br />

A<br />

83<br />

F<br />

XVII<br />

98<br />

A<br />

101<br />

F<br />

-90m-<br />

63<br />

C<br />

66<br />

E<br />

81<br />

E<br />

84<br />

D<br />

99<br />

D<br />

102<br />

E<br />

67<br />

A<br />

70<br />

F<br />

85<br />

E<br />

88<br />

C<br />

103<br />

D<br />

106<br />

F<br />

68<br />

D<br />

71<br />

C<br />

XV<br />

86<br />

A<br />

89<br />

D<br />

XVIII<br />

104<br />

B<br />

107<br />

E<br />

15<br />

A<br />

18<br />

F<br />

33<br />

F<br />

36<br />

C<br />

51<br />

F<br />

54<br />

C<br />

69<br />

B<br />

72<br />

E<br />

87<br />

B<br />

90<br />

F<br />

105<br />

C<br />

108<br />

A<br />

20m


298<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Havendo incerteza sobre a suficiência da aplicaçâo dos tratamentos<br />

acima indicados, durante um ano apenas, procurou-se estabelecer o<br />

experimento de forma que pudesse ser apreciada separadamente a<br />

influência da adubaçâo verde quando aplicada durante um, dois e<br />

très anos.<br />

Foram, assim, conduzidos tres ensaios paralelos:<br />

— urn primeiro, para verificar os efeitos dos tratamentos logo<br />

depois de uma cultura de adubo verde;<br />

— urn segundo, no quai foram observados os efeitos dos tratamentos<br />

A a F e comparados os efeitos da cultura de mucuna<br />

durante um e dois anos;<br />

— um terceiro, no quai foram comparados os efeitos dos tratamentos<br />

A a F e os da cultura de mucuna feita durante um,<br />

dois e tres anos seguidos.<br />

O numero de repetiçôes foi fixado em tres. O piano adotado foi,<br />

em resumo, o seguinte:<br />

1944<br />

1945<br />

1946<br />

1947<br />

1948<br />

ANOS DE<br />

PLANTIO<br />

1.° ensaio<br />

Blocos<br />

I a III<br />

mucuna<br />

amendoim<br />

milho<br />

amendoim<br />

milho<br />

IV a VI<br />

mucuna<br />

mucuna<br />

amendoim<br />

milho<br />

amendoim<br />

2.° ensaio<br />

Blocos<br />

VII a IX<br />

mucuna<br />

amendoim<br />

milho<br />

amendoim<br />

X a XII<br />

mucuna<br />

-mucuna"<br />

mucuna<br />

amendoim<br />

milho<br />

3.° ensaio<br />

Blocos<br />

XIII a XV<br />

mucuna ~~<br />

mucuna<br />

amendoim<br />

milho<br />

XVI a<br />

XVIII<br />

mucuna<br />

amendoim<br />

milho<br />

No Quadro n.° 2 acham-se as producöes de cada ensaio. O croquis<br />

da distribuiçao no campo consta da fig. 1. A anâlise estatistica<br />

dos resultados foi feita separadamente para cada ensaio, em cada<br />

ano.<br />

EXECUÇÂO<br />

Em outubro de 1944 foi escolhida a ârea jâ descrita no capitulo<br />

sobre "Ambiente", e demarcado todo o experimento conforme a disposiçâo<br />

que consta da Fig. 1.<br />

Antes da descriçâo da marcha do experimento convém salientar<br />

os detalhes seguintes:<br />

a) O tratamento A corresponde à testemunha. Nâo recebeu adubo<br />

nem calagem e foi lavrado somente para receber a cultura indicadora<br />

que, no primeiro ano, foi do amendoim, seguindo-se no segundo<br />

ano, o milho.<br />

b) O tratamento B recebeu os preparos mecânicos de solo aplicados<br />

aos demais tratamentos, porém sem cultura de leguminosa,<br />

nem adubaçâo.<br />

c) O tratamento C compreendeu somente cultura de mucuna<br />

prêta, com o espaçamento de 0,40 m x 0,40 m.


ANAIS DA SEGÜNDA RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 299<br />

d) Nos tratamentos D e F fêz-se a cultura igual à do tratamento<br />

C e, um mes antes, aplicou-se, a lanço, calcârio moido à razâo de 4<br />

toneladas por hectare.<br />

e) Nos tratamentos E e F, também um mes antes da cultura da<br />

mucuna, distribuiu-se, a lanço, farinha de ossos autoclavada, à razâo<br />

de 500 kg/ha.<br />

A primeira cultura indicadora, em todos os ensaios, foi a do amendoim,<br />

da quai se empregou a variedâde Tatu, com o espaçamento de<br />

0,60 m x 0,40 m.<br />

A cultura seguinte foi a do milho. No primeiro ensaio empregou-se<br />

a variedâde Catete e no segundo a viedade Tuxpan, ambas no espaçamento<br />

de 1,00 m entre fileiras e 0,40 m entre covas de 2 plantas.<br />

Execuçao do primeiro ensaio<br />

O terreno dos blocos I, II e III foi lavrado em 3 de outubro de<br />

1944 e, a 13 do mesmo mes, aplicou-se o calcârio e a farinha de ossos.<br />

A14 de novembro plantou-se a mucuna prêta, que foi enterrada<br />

a 18 de julho de 1945.<br />

Em outubro de 1945 a ârea foi lavrada à enxada, plantando-se<br />

amendoim, a 24 de novembro. Este foi colhido em 23 de março de<br />

1946 (Quadro 2).<br />

A 22 de outubro do mesmo ano plantou-se milho Catete, com espaçamento<br />

de 1 m x 0,40 m e 2 plantas por cova, sendo colhido a 29<br />

de maio de 1947. No mesmo ano, em 10 de outubro, plantou-se, novamente,<br />

o amendoim que foi colhido em Janeiro de 1948.<br />

Execuçao do segundo ensaio<br />

O terreno dos blocos IV, V e VI, com exceçâo das parcelas A, foi<br />

lavrado a 3 de outubro de 1944 e a 13 aplicou-se o calcârio e a farinha<br />

de ossos. A mucuna foi plantada a 14 de novembro e enterrada em<br />

20 de julho de 1945. Nos blocos VII, VIII e IX, com exceçâo das parcelas<br />

A, fêz-se a lavra em 18 de setembro de 1945, aplicando-se o calcârio<br />

e a farinha de ossos em 25 do mesmo mes.<br />

A mucuna foi plantada em tôdas as parcelas C, D, E e F de todos<br />

os seis blocos dêste segundo ensaio, sendo enterrada, a enxadâo, a 21<br />

de julho de 1946, e, a 28 do mesmo mes, foi enterrada a vegetaçâo natural<br />

nas parcelas A e B.<br />

Em operaçâo manual plantou-se amendoim em tôda a ârea, em 8<br />

de novembro do mesmo ano, sendo colhido, por arrancamento, em 21<br />

de março de 1947. Os dados da produçâo constam do Quadro n.° 2.<br />

Em 10 de outubro planotu-se milho, da variedâde Tuxpan, que foi colhido<br />

em 24 de maio de 1948.<br />

Execuçao do terçeiro ensaio<br />

O solo ocupado pelos blocos X, XI e XII foi lavrado em 3 de outubro<br />

de 1944, aplicando-se-lhe o calcârio e a farinha de ossos no dia<br />

13 do mesmo mes. A lavraçâo nâo foi executada nas parcelas A. A<br />

mucuna foi plantada nas parcelas C, D, E, e F em 14 de novembro<br />

e enterrada em 20 de julho del945.<br />

Os blocos XIII, XIV e XV foram lavrados em 18 de setembro<br />

e o calcârio e a farinha de ossos aplicados em 25 do mesmo mes. Nos<br />

blocos X a XV dêste ensaio foi plantada a mucuna em 25 de outubro<br />

de 1945 e enterrada a 24 de julho de 1946.


300 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Nos blocos XVI, XVII e XVIII aplicou-se o calcârio e a farinha de<br />

ossos urn mês antes do plantio da mucuna, o que foi feito nas parcelas<br />

dévidas do bloco X a XVIII. O plantio da mucuna foi feito em outubro<br />

de 1946 e seu enterramento, juntamente com o mato das parcelas A e<br />

B, em 28 de julho de 1947.<br />

Em 10 de outubro dêsse ano plantou-se o amendoim em tôda area<br />

desta parte, colhendo-se em 28 de Janeiro de 1948.<br />

Os dados de produçâo constam do Quadro n.° 2.<br />

RESULTA<strong>DO</strong>S<br />

Resultados do primeiro ensaio<br />

Como vimos linhas atrâs, o primeiro ensaio teve inicio na primavera<br />

de 1944 e na mesma estaçâo de 1945 foi executada a primeira<br />

cultura, amendoim, cujas producöes constam do Quadro n.° 2.<br />

A anâlise estatistica dêstes resultados, bem como de todos os<br />

demais que serâo apresentados no presente trabalho, foi executada<br />

pelo agrônomo DIRCE P. PACCA DE SOUZA BRITTO, da Secçâo de Estatistica<br />

Experimental do S.N.P.A.<br />

CULTURA<br />

Amendoim<br />

Milho<br />

Amendoim<br />

Amendoim<br />

Milho<br />

Amendoim<br />

Anos de<br />

plantio<br />

1945<br />

1946<br />

1947<br />

1946<br />

1947<br />

1947<br />

QUADRO N.o 2<br />

Produçâo gérai em hg/100 m'<br />

Blocos<br />

I<br />

II<br />

III<br />

I<br />

II<br />

III<br />

I<br />

II<br />

III<br />

IV<br />

V<br />

VI<br />

• VII<br />

VIII<br />

IX<br />

IV<br />

V<br />

VI<br />

VII<br />

VIII<br />

IX<br />

X<br />

XI<br />

XII<br />

XIII<br />

XIV<br />

XV<br />

XVI<br />

XVII<br />

XVIII<br />

A<br />

21<br />

50<br />

58<br />

13<br />

67<br />

72<br />

18<br />

48<br />

65<br />

108<br />

135<br />

95<br />

135<br />

115<br />

95<br />

23<br />

50<br />

25<br />

20<br />

33<br />

10<br />

47<br />

86<br />

35<br />

62<br />

28<br />

70<br />

70<br />

53<br />

45<br />

B<br />

32<br />

105<br />

53<br />

14<br />

47<br />

15<br />

22<br />

45<br />

28<br />

180<br />

185<br />

165<br />

180<br />

135<br />

210<br />

30<br />

40<br />

80<br />

3<br />

12<br />

15<br />

120<br />

86<br />

73<br />

142<br />

92<br />

83<br />

97<br />

62<br />

53<br />

rilATAMENTOS<br />

C<br />

56<br />

94<br />

75<br />

26<br />

40<br />

29<br />

28<br />

51<br />

61<br />

140<br />

145<br />

90<br />

170<br />

200<br />

150<br />

20<br />

35<br />

50<br />

25<br />

25<br />

15<br />

98<br />

37<br />

47<br />

56<br />

41<br />

24<br />

85<br />

41<br />

27<br />

D<br />

186<br />

186<br />

218<br />

164<br />

140<br />

150<br />

111<br />

123<br />

145<br />

245<br />

230<br />

175<br />

215<br />

175<br />

220<br />

66<br />

58<br />

71<br />

25<br />

45<br />

55<br />

134<br />

124<br />

108<br />

110<br />

116<br />

114<br />

119<br />

121<br />

102<br />

E<br />

70<br />

116<br />

92<br />

24<br />

37<br />

32<br />

25<br />

61<br />

51<br />

135<br />

210<br />

95<br />

170<br />

170<br />

225<br />

50<br />

56<br />

0<br />

7<br />

25<br />

31<br />

63<br />

50<br />

85<br />

60<br />

55<br />

40<br />

98<br />

89<br />

69<br />

F<br />

176<br />

206<br />

161<br />

166<br />

167<br />

136<br />

130<br />

160<br />

163<br />

230<br />

215<br />

185<br />

180<br />

195<br />

160<br />

.47<br />

102<br />

47<br />

60<br />

45<br />

60<br />

113<br />

133<br />

95<br />

118<br />

120<br />

104<br />

144<br />

124<br />

122


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Esta anâlise revelou alta significaçâo entre os tratamentos e um<br />

coeficiente de variaçâo de sômente 16%. O stand foi muito uniforme,<br />

revelando, na média, 380 plantas por parcela, com C.V. = 2% e nenhuma<br />

significaçâo entre tratamentos.<br />

Em 1947 colheu-se dêste ensaio o milho. A variaçâo entre parcelas<br />

foi superior à da cultura de amendoim colhida no ano anterior, com<br />

CV = 24%, mas a significaçâo entre os tratamentos continuou al tarnen<br />

te significativa. Os dados figuram no Quadro n.° 3.<br />

O stand médio foi de 20 plantas por parcela, mas significativamente<br />

influenciado pelos tratamentos; C.V. = 16,5%.<br />

Stand médio do milho<br />

A — testemunha<br />

B — cultivado<br />

C — mucuna<br />

D — idem + cal<br />

E — idem -f- P<br />

F — idem + cal -f P<br />

=<br />

=<br />

=<br />

=<br />

=<br />

140<br />

96<br />

122<br />

361<br />

130<br />

359<br />

plantas/parcela<br />

Em 1948 foi recolhida uma boa produçâo de amendoim, embora inferior<br />

à de 1946 e com um êrro experimental muito elevado, C.V. =<br />

36,8%. Ainda assim, os resumos da tabela n.° 3 sâo significativos.<br />

O stand foi novamente uniforme com C.V. = 4% e sem significaçâo<br />

entre tratamento. O stand médio foi de 370 plantas por parcela.<br />

A — testemunha<br />

B — solo cultivado<br />

C — mucuna<br />

D — idem mais cal<br />

TRATAMENTOS<br />

E — idem mais far. ossos<br />

F — idem mais cal e far. ossos.<br />

QUADRO N.o 3<br />

Produçôes médias em kg/ha<br />

Amendoim<br />

1945<br />

430<br />

633<br />

749<br />

1 965<br />

926<br />

1 808<br />

Milho<br />

1946<br />

506<br />

253<br />

316<br />

1 512<br />

310<br />

1 562<br />

301<br />

Amendoim<br />

1947<br />

436<br />

316<br />

466<br />

1 262<br />

456<br />

1 508<br />

Os anos se referem aos de plantio. As produçôes nâo diferentes<br />

da maxima e classificadas em 1.° lugar acham-se sublinhadas.<br />

Os dados do Quadro n.° 3 sâo por demais evidentes. A aplicaçâo de<br />

cal foi o tratamento decisivo. A adubaçâo verde e a aplicaçâo de farinha<br />

de ossos degelatinada nâo conseguiram evidenciar vantagens<br />

sobre a testemunha.<br />

Resultado do segundo ensaio<br />

Este segundo ensaio de experimento diferencia-se do primeiro<br />

somente na duraçâo .Permite comparar os efeitos de adubaçâo verde<br />

durante um ano com o de dois anos de aplicaçâo.


302 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Plantou-se amendoim em 1946 e- milho em 1947.<br />

A anâlise da produçâo de amendoim revelou urn êrro experimental<br />

razoâvel, com C.V. = 15%. Houve alta significaçâo entre as produçôes<br />

dos tratamentos (Quadro n.° 4).<br />

As médias dos tratamentos de 1 e de 2 anos, quando comparados,<br />

nâo apresentam diferença significativa, o mesmo podendo dizer-se da<br />

interaçâo "tratamentos x anos". Este confronte indica que nâo houve<br />

vantagens na aplicaçâo do adubo verde durante dois anos. Os blocos<br />

que receberam adubo verde durante 1 ano produziram a média de<br />

1 722 kg/ha e os que receberam adubo verde durante 2 anos produziram<br />

1 646 kg/ha.<br />

A — Test<br />

B — Cultivo<br />

Mucuna.<br />

D c — M + Ca<br />

E — M + P.<br />

F — M + Ca + P<br />

Produçâo<br />

TRATAMENTOS<br />

QUADRO N.°<br />

de amendoim, em kg/ha<br />

4<br />

1 ano<br />

1 150<br />

1 750<br />

1 733<br />

? 033<br />

1 883<br />

1 783<br />

ADUBAÇAO<br />

2<br />

anos<br />

1 127<br />

1 767<br />

1 ?50<br />

2 167<br />

1 467<br />

2 100<br />

VERDE<br />

Médias<br />

1 136<br />

1 758<br />

1 491<br />

2 100<br />

1 675<br />

1 941<br />

O stand foi muito uniforme, com uma média de 311 plantas e um<br />

coeficiente de variaçâo de sômente 7 %. Houve diferença significativa<br />

entre blocos.<br />

Na çultura do milho que seguiu ao amendoim, o stand apresentou-se<br />

bastante heterogêneo, o que deve ter afetado a produçâo. Mas,<br />

além da variaçâo que pode ser atribuida ao solo, nota-se claramente<br />

uma influência dos tratamentos sobre o stand (Quadro n.° 5).<br />

As produçôes de milho foram afetadas, significativamente, pelos<br />

tratamentos. Tanto assim que os blocos onde os tratamentos foram<br />

aplicados durante 2 anos deram produçâo superior aos que receberam<br />

os tratamentos durante um so ano, näo havendo interaçâo significativa<br />

de tratamentos por anos.<br />

TRATAMENTOS<br />

A — Testes..<br />

B — Cultivo.<br />

f!DF, — Munin«.<br />

— M + Ca<br />

— M +P<br />

F — M +Ca +P....<br />

QUADRO N.° 5<br />

Dados de milho em 1947<br />

STAND TOTAL<br />

NOS BLOCOS<br />

VII a IX<br />

446<br />

563<br />

665<br />

765<br />

679<br />

741<br />

IV a VI<br />

434<br />

723<br />

368<br />

681<br />

763<br />

897<br />

1 ano<br />

kg/ha<br />

210<br />

100<br />

217<br />

417<br />

210<br />

550<br />

ADUBAÇAO<br />

2 anos<br />

kg/ha<br />

327<br />

500<br />

350<br />

650<br />

360<br />

653<br />

VERDE<br />

Médias<br />

kg/ha<br />

268<br />

300<br />

283<br />

533<br />

281<br />

602


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 303<br />

Resultado do terceiro ensaio<br />

Neste ensaio comparam-se entre si os efeitos da adubaçâo verde<br />

acumulada durante 3 anos, 2 anos e 1 ano.<br />

A primeira colheita foi obtida em 1948 com amendoim. A uniformidade<br />

näo foi ma, com C.V. = 20%. Existe elevada significaçâo<br />

entre os tratamentos, mas as diferenças entre os anos e a interaçâo<br />

de tratamentos x ano nâo foram significativos.<br />

.Para mostrar o quanto foram idênticas as produçôes, apesar de<br />

ter havido aplicaçâo prévia de adubaçâo verde por vârios anos, sâo<br />

apresentados os dados do Quadro n.° 6.<br />

A — Testes<br />

B — Cultivo<br />

C — Mucuna<br />

D — M +Ca<br />

E — M + P<br />

F — M +Ca + P<br />

Média<br />

TRATAMENTOS<br />

QUADRO N.o 6<br />

Produçao de amendoim, em kg/ha<br />

3 anos<br />

560<br />

930<br />

607<br />

1 220<br />

660<br />

1 137<br />

852<br />

ADUBAÇÂO VERDE<br />

2 anos<br />

533<br />

1 090<br />

403<br />

1 133<br />

517<br />

1 140<br />

791<br />

1 ano<br />

560<br />

707<br />

510<br />

1 140<br />

853<br />

1 300<br />

A média gérai dos tratamentos dêste terceiro ensaio, independentemente<br />

do numero de anos com aplicaçâo de adubo verde, foi a seguinte<br />

:<br />

1." lugar<br />

2.° lugar<br />

3.° lugar<br />

4." lugar<br />

CLASSIFICAÇAO<br />

QUADRO N.° 7<br />

Tratamentos<br />

F — mucuna + Ca + P<br />

D — mucuna + Ca<br />

B — cultivado<br />

E — mucuna + P<br />

A — testemunha<br />

C — mucuna<br />

DISCUSSÄO E CONCLUSÖES<br />

Produçao<br />

845<br />

1 191 kg/ha<br />

1 163 "<br />

897 "<br />

676 "<br />

560 "<br />

506 "<br />

O exame dos resultados dos très ensaios juntos révéla que a adubaçâo<br />

verde isolada ou conjugada à adubaçâo com farinha de ossos<br />

näo proporcionou aumento significativo de produçao.


304 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Por outro lado, a aplicaçâo de calcârio, conjugado com a de mucuna,<br />

ou com a de mucuna mais farinha de ossos, proporcionou um<br />

considerâvel aumento de produçâo, altamente significativo.<br />

Estes resultados parecem indicar que a acidez das terras de cerrado<br />

représenta um fator muito mais forte da baixa fertilidade destas<br />

terras do que seu baixo teor em fósforo ou sua deficiencia em materia<br />

organica.<br />

É possivel, entretanto, que os efeitos de aplicaçâo do calcârio nâo<br />

sejam devidos apenas à correçâo da acidez e ao fornecimento de câlcio<br />

as plantas, mas que sejam também relacionados com a influência daquele<br />

material sobre a decomposiçâo da materia organica oriunda da<br />

adubaçào verde ou sobre o mecanismo de fixaçâo de fósforo.<br />

Este assunto sera ainda objeto de estudos, através da continuaçâo<br />

dêste experimento e da instalaçâo de novos sob condiçôes semelhantes.<br />

Os resultados apontam ainda que os efeitos produzidos, após a<br />

aplicaçâo de um so ano de adubaçâo verde, nâo sâo significativamente<br />

inferiores aos de aplicaçôes por dois ou très anos consecutivos.<br />

Como conclusâo de ordern prâtica, os resultados indicam a conveniência<br />

da aplicaçâo da calagem seguida de adubaçâo verde para<br />

elevaçâo do nïvel de fertilidade das terras de cerrado.<br />

Ainda que a adubaçâo verde nâo tenha efeito direto sobre a fertilizaçâo,<br />

ela représenta uma compensaçâo indispensâvel para o provâvel<br />

desgaste de pequena réserva natural de materia organica dêstes solos,<br />

provocado pela exaltaçâo da atividade de sua flora microbiana em<br />

conseqiiência de reduçâo de acidez.


O EMPRÊGO <strong>DO</strong> CALCÄRIO NA CORRECÄO <strong>DO</strong>S <strong>SOLO</strong>S<br />

ÂCI<strong>DO</strong>S DA BAIXADA DE SEPETIBA<br />

OTTO LYRA SCHRAEDER, M. S. .A<br />

Eng.° Agrônomo<br />

Instituto de Ecologia e Experimentaçâo<br />

Agricola<br />

J<br />

INTRODUÇÂO<br />

O uso da calagem nos solos é jâ conhecida desde os tempos antigos,<br />

mas neste pais tem sido bastante relegada pela falta de conhecimentos<br />

adequados sobre as suas necessidades e métodos para o séu emprêgo.<br />

A necessidade de incorporar a cal torna-se em gérai mais importante<br />

nas regiôes ûmidas, onde a lavagem continua dos solos por percolaçâo<br />

(leaching) impede a acumulaçâo benéfica do câlcio (ions H)<br />

no solo.<br />

Para melhor julgamento da importância do seu emprêgo, basta tomarmos<br />

como exemplo as condiçôes citadas por HAMBIDGE (8) para o<br />

Estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, onde determinaram a necessidade<br />

de incorporar inicialmente 15 milhôes de toneladas de cal e mais<br />

um milhäo anualmente para manter a reaçâo dos solos num ponto desejado<br />

para a agricultura do Estado. O custo que isto acarretaria por<br />

hectare séria perfeitamente compensado com o aumento de produçâo<br />

resultante pelo melhoramento das condiçôes de fertilidade.<br />

Atualmente, a calagem dos solos é considerada por todos os técnicos<br />

no assunto como uma prâtica necessâria e fundamental.<br />

Se bem que ainda nâo sejam completos os conhecimentos sobre a<br />

sua influência, necessidades no solo, dos métodos para determinar as<br />

quantidades necessârias e as causas exatas das suas deficiências, pode-se,<br />

entretanto, afirmar que os conhecimentos bâsicos adquiridos sobre<br />

o assunto sâo suficientes para reconhecimento da sua importância<br />

na exploraçâo racional dos solos e na prâtica da agricultura sob bases<br />

cientificas.<br />

O que geralmente se recomenda para tais casos consiste em incorporar,<br />

de inicio, suficiente quantidade de cal para modificar a reaçâo<br />

do solo até o nivel desejado e depois procurar mantê-lo neste ponto,<br />

compensando sempre os decréscimos que periôdicamente se verificam.<br />

Como eram poucas as informaçoes disponïveis sobre o assunto no<br />

nosso pais e, principalmente, para as condiçôes da Baixada Fluminense,<br />

onde a necessidade de corretivos para os solos apresenta aspectos de capital<br />

importância, justificou iniciarmos em 1944 o presente estudo para<br />

promover o seu emprêgo e observar simultâneamente os efeitos decorrentes<br />

dêstes tratamentos para a cultura de espécies horticolas.<br />

As conclusôes tiradas dêste estudo é que nos propomos apresentar<br />

para conhecimento dos interessados.<br />

— 20 —


306 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

REVISÂO DE LITERATURA<br />

A acidez exerce diferentes influências sobre as condiçôes de fe'rtilidade<br />

do solo devido principalmente à sua açâo sobre suas propriedades<br />

fisicas, quïmicas e biológicas.<br />

Segundo TRUOG (29), verifica-se que o equilibrio existente entre os<br />

constituintes bâsicos e âcidos, disponiveis, a serem absorvidos pelas<br />

plantas, varia diretamente com a reaçâo do solo e talvez seja o f a tor<br />

mais importante para o bom desenvolvimento dos végétais.<br />

É óbvio que, se as plantas dependem inteiramente das soluçôes do<br />

solo para suprirem suas necessidades em elementos nutritivos e se as<br />

bases e âcidos säo absorvidos pelas mesmas em idênticas proporçôes<br />

conforme as quantidades présentes no solo, um excesso de âcidos sobre<br />

as bases sera absorvido pelas plantas nos casos de acidez, e vice-versa.<br />

Isto poderâ tornar-se mais ou menos favoraveis para as diferentes espécies<br />

végétais, dependendo naturalmente das quantidades de âcidos ou<br />

bases exigidas para o seu metabolismo.<br />

Jâ foi provado por TRUOG (28) que os solos âcidos säo resultantes<br />

do acûmulo de compostos orgânicos ou minerais derivados da transformaçâo<br />

dos diversos silicatos pelos agentes climâticos, em que as bases<br />

säo removidas por percolaçao (leaching).<br />

Quando estas, especialmente o câlcio, magnésio, potâssio e sódio,<br />

säo removidas por percolaçao durante a açâo dêsses agentes, o material<br />

trocâvel em formaçâo torna-se mais saturado de hidrogênio e, como<br />

mais recentemente admitem, de aluminio e ferro, promovendo maior<br />

acidez do solo.<br />

Se, na outra hipótese, as bases näo säo removidas e ficam saturando<br />

o material trocâvel à medida que se forma, elas se acumulam e os<br />

solos ficam menos âcidos e muitas vêzes até bastante alcalinos, especialmente<br />

se o sódio e o câlcio forem deixados para saturâ-los.<br />

Os meios ao alcance da técnica para corrigir os inconvenientes<br />

advindos das condiçôes de acidez excessiva dos solos säo conhecidos na<br />

prâtica pelo têrmo genérico de calagem, como o mais econômico e eficiente,<br />

consistindo principalmente na incorporacäo das quantidades de<br />

câlcio necessârias para compensar as deficiências existentes e restabelecer<br />

o equilibrio entre as bases e âcidos, próprio para o bom desenvolvimento<br />

vegetal.<br />

TRUOG (28) afirmou que "em agricultura, o têrmo calagem refere-se<br />

aos carbonatos, hidróxidos e óxidos de câlcio e, em menor escala,<br />

aos de magnésio que, incorporados ao solo, neutralizam sua acidez, suprindo-o<br />

ao mesmo tempo dêstes elementos nutritivos para as plantas".<br />

Segundo BYERS, ANDERSON e BRADFIELD (3), quando se adiciona a<br />

cal num solo, verifica-se imediatamente uma reaçâo de troca de bases<br />

tipica, tanto do hidrogênio como do aluminio do complexo coloidal do<br />

solo sendo substituido pelo câlcio.<br />

Por vârios motivos o uso da cal era sempre o tratamento preferido<br />

e indicado para corretivo dos solos, com prédominante reaçâo âcida.<br />

Mais tarde, para apurar o acêrto desta prâtica, foi constatado por<br />

FRIED e PEECH (7) que as plantas em solos corrigidos com a cal, sob a<br />

forma de hidróxido de clcio ou carbonato de câlcio, absorveram sempre<br />

maiores quantidades de câlcio e davam maior rendimento do que nos<br />

casos de tratamento com sulfato de câlcio gypsum e outros compostos<br />

reguladores da acidez, apesar da sua elevada concentraçâo em câlcio.


ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 307<br />

Verifica-se que o emprêgo do câlcio exerce uma açâo distinta no<br />

solo, que podemos ilustrar sob os seguintes aspectos:<br />

a) Como corretivo das condiçoes fisicas:<br />

Segundo TRUOG (29), as; propriedades fisicas dos solos argilosos tornam-se<br />

desfavorveis quando sob condiçoes âcidas, devido ao insuficiente<br />

suprimento de câlcio no complexo para manter as bases trocâveis sempre<br />

saturadas dêsse elemento e consequente coagulaçâo das particulas<br />

de argila (floculaçâo), condiçâo ûnica para se obter a tâo desejada estrutura<br />

permeâvel para as plantas.<br />

Por outro lado, a presença do carbonato de câlcio nos solos predominantemente<br />

arenosos melhoram as condiçoes fisicas, atuando como<br />

agente de coesâo entre as particulas.<br />

As condiçoes de acidez e alcalinidade excessivas induzem à separaçâo<br />

das particulas coloidais (defloculaçâo), facilitando o seu translocamento<br />

da superficie para o subsolo, onde se localiza, formando uma camada<br />

impermeâvel como nos casos de subsolos de tabatinga.<br />

Desta maneira, a presença do carbonato de câlcio melhora as condiçoes<br />

fisicas dos solos, promovendo a distribuiçâo conveniente dos su-<br />

primentos em ar e âgua por tôda a massa do solo.<br />

Bastarâ, finalmente, transcrever a opinaçâo de TRUOG (29) sobre o<br />

assunto, que diz: "A calagem é empregada no terreno para melhorar as<br />

suas condiçoes fisicas, fornecendo um elevado nivel de cations divalentes<br />

trocâveis, os quais tendem a coagular os colóides".<br />

b) Como corretivo das condiçoes quimicas:<br />

O meio âcido geralmente promove maior insolubilidade de grande<br />

parte dos elementos essenciais as plantas e favorece o acûmulo de<br />

substâncias tóxicas decorrentes da decomposiçâo orgânica que se processa.<br />

Além da açâo direta da cal sobre a reaçâo do solo alterando a concentraçâo<br />

dos ions-hidrogênio, isto é, o seu pH, ou modificando a estrutura<br />

fisica do solo, foi constatado ainda que as suas aplicaçoes no solo<br />

também modificam as condiçoes de solubilidade de certos elementos<br />

présentes, tais como do fósforo, verificada por KEDROV (11), BEATER (2)<br />

e NAFTEL (18) ; e do potâssio, constatada por Mc INTIRE e SANDERS (13).<br />

CAMARGO e MELLO (4), estudando o papel do câlcio na conservaçâo<br />

da "terra roxa" no Parana, provaram que a pobreza do solo em carbonato<br />

de câlcio, conseqüência das lavagens continuas pelas chuvas, pode<br />

contribuir para decompor os zeolitos, diminuindo consideràvelmente<br />

seu poder absorvente para o potâssio e a amônia".<br />

Nos solos extremamente âcidos hâ sempre um acümulo de elementos<br />

muito nocivos as plantas quando em dosagens elevadas, tais como<br />

o aluminio e o manganês, ligeiramente solûveis só quando em condiçoes<br />

de pouca acidez, conforme verificaram MORGAN, GOWLEY e ABLEI-<br />

TER (17). Êles constataram também que as condiçoes de solubilidade do<br />

fósforo e a intensidade com que as plantas assimilam pelas raizes o nitrato<br />

de sódio e de amônia sâo grandemente afetadas pela reaçâo do<br />

solo. O emprêgo de moderadas quantidades de cal em solos âcidos, durante<br />

diversos anos, résulta em tornar mais assimilâveis pelas plantas<br />

os compostos fosfatados do solo, além de aumentar o seu teor em câlcio,<br />

segundo nos afirmam PIERRE (24) e PEECH (21), para os terrenos arenosos<br />

do sul da Florida.<br />

c) Influência sobre as atividades dos microrganismos:<br />

Os mesmos fenômenos verificados anteriormente ocorrem com a<br />

parte orgânica do solo, quando as bases existentes ou as oriundas das<br />

3


308 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

âguas de irrigaçâo sâo insuficientes para neutralizar os âcidos formados<br />

com a decomposiçâo da matéria orgânica pela açâo dos microrganismos,<br />

promovendo a tendência para a acidez e, no caso contrario,<br />

para a alcalinidade.<br />

Os dados obtidos pela Estaçâo Experimental de Iowa (9) indicam<br />

categôricamente a necessidade de presença da cal para estimular as<br />

atividades dos microrganismos nitrificadores no solo e, neste caso,<br />

sendo o tratamento mais adequado para aumentar a produtividade<br />

dêsses solos.<br />

Assim corao foi constatada a açâo da acidez sobre as condiçôes do<br />

solo, ocorre também a sua influência, direta ou indiretamente, sobre o<br />

desenvolvimento da planta sob uma forma complexa e envolvendo uma<br />

série de fatôres. Assim, FRIED e PEECH (7) constataram que o desenvolvimento<br />

precârio de determinadas especies végétais nem sempre é resultante<br />

sômente do suprimento inadequado de câlcio ao solo, mas que o<br />

comportamento das culturas para este elemento nos solos âcidos encerra<br />

uma série de fatôres limitantes, tais como a fixidez do manganês, ferro<br />

e aluminio, cuja significância provàvelmente varia para cada condiçâo<br />

de solo e da planta.<br />

Vista gérai da area utilizada no expérimenta de calagem.<br />

Como as plantas reagem de maneira diferente em relaçâo à acidez,<br />

de acôrdo com as condiçôes de meio, segundo ARRHENIOUS (1), deduz-se<br />

que as culturas prefiram para o seu bom desenvolvimento, uma reaçao<br />

propria para as necessidades do seu metabolismo, de acôrdo com as<br />

condiçôes mesológicas. Isto significa que para cada condiçâo e espécie<br />

vegetal devemos determinar as exigências no que se réfère à reaçao do<br />

solo.<br />

Como a reaçao do solo pode ser medida pelo seu indice em pH, teremos<br />

que cada espécie hâ de exigir urn valor ótimo para o seu desenvolvimento.<br />

Assim é que MILLER (16) e vârios outros autores lograram<br />

determinar os limites de pH para algumas das principais especies horticolas,<br />

conforme consta do Quadro n.° 1, a seguir.<br />

ZIMMEELY (37) verificou que a beterraba e a alface sâo das<br />

especies mais sensiveis à acidez do solo, a maioria sucumbindo quando<br />

num pH — 5,0, enquanto que as cenouras säo tolerantes, resistindo a<br />

pH abaixo de 5,0.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 309<br />

Também a couve, como a cenoura, é tolerante para as condiçôes de<br />

acidez, sendo que ambas têm o seu desenvolvimento prejudicado em<br />

solos de reaçâo próxima do ponto neutro.<br />

Alguns dos autores verificaram que o ponto mais comum e favorâvel<br />

para a maioria das espécies horticolas esta entre os limites de<br />

pH = 6 e pH — 6,5. Ou tros, entretanto, divergem dos indicés citados,<br />

estabelecendo contradiçôes para as mesmas espécies horticolas, o que<br />

vem corroborar para a conclusäo a que chegaram TAIT e KNOTT (27),<br />

considerando impossivel generalizar a reaçâo ideal do solo para quaisquer<br />

condiçôes de meio de determinada cultura horticola.<br />

Pelo exposto chegamos à conclusâo de que a reaçâo do solo, avaliada<br />

pelo seu valor em pH, représenta direta ou indiretamente um dos<br />

fatôres limitantes no desenvolvimento dos végétais e da adaptabilidade<br />

das diferentes culturas a essas condiçôes.<br />

Em regioes de elevada precipitaçâo pluviométrica, os solos geralmente<br />

têm tendência para acidez elevada, a menos que a rocha matriz<br />

(parent material) seja de natureza calcâria. Aquelas condiçôes prevalecem<br />

de preferência nos terrenos de baixada acrescidas da circunstância<br />

de, nestes casos, afluirem sempre as âguas geralmerite muito âcidas,<br />

oriundas dos pontos mais elevados.<br />

A maioria dos solos das regiôes tropicais, graças as condiçôes mesológicas<br />

prédominantes, ficam enquadrados no caso citado, e os do<br />

Brasil nâo poderiam fazer exceçâo. Na verdade, a grande maioria dos<br />

nossos solos sâo predominantemente âcidos. Determinaçôes feitas pela<br />

Secçâo de Fertilizante dos Solos do I.E.Exp.A. (10), na regiäo da Baixada<br />

de Sepetiba, vieram confirmar esta hipótese, dada a sua riqueza<br />

em sesquióxidos (R2O3). Por meio do potenciômetro com eléctrodo de<br />

vidro, determinaram no laboratório o pH internacional de diversas<br />

amostras, e os resultados variaram entre 5,6 e 4,5.<br />

Alface....<br />

Beterraba. .<br />

Cebola.<br />

Couve—f lor<br />

Cenoura<br />

Couve<br />

Ervilha.. .<br />

Espinafre..<br />

Nabo<br />

Pimentâo<br />

Rabanete<br />

Repôlho. .<br />

Tomate..<br />

QUADRO N.° 1<br />

Relaçâo dos limites de pH para as principals espécies horticolas<br />

ESPÉCIE Limites de pH ótimo<br />

6,7 — 7,0<br />

6,8 — 7,5<br />

6,0 — 7,0<br />

5,5 — 6,6<br />

5,3 — 6,0<br />

5,2 — 6,0<br />

6,0 - 7,5<br />

6,0 — 6,7<br />

5,1 — 6,5<br />

5,5 — 6,5<br />

5,2 — 6,7<br />

5,5 — 6,7<br />

5,2 — 6,7<br />

Constatada a ocorrência da acidez na maioria dos casos e convencidos<br />

da necessidade de se recorrer à calagem para melhoria das condiçôes<br />

de fertilidade dêsses solos, era importante determinarem-se as<br />

exigências para o emprêgo dos corretivos, segundo cada condiçâo de<br />

meio. Um estudo realizado pela Estaçâo Experimental de Michigan (15)<br />

nos mostrou a importância de se determinarem as necessidades de cal<br />

no solo porque uma ûnica aplicaçâo moderada séria suficiente para<br />

manter colheitas satisfatórias durante uma série de anos em détermina-


310 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

das condiçôes, enquanto em outros casos, com solos de reaçâo idênticas,<br />

é comum obterem-se resultados precârios mesmo com aplicaçôes de fortes<br />

dosagens. Conclusôes idênticas foram colhidas na Virginia (32), Nebraska<br />

(19), e também quanto à velocidade de reaçâo do corretivo no<br />

solo, por WALKER e BROWN (33), VANDEFOKD (30) e vârios outros.<br />

Quarito a se saber quais as necessidades dos solos para o emprêgo<br />

da cal, constitui um problema a ser sempre estudado porque interdepende<br />

de uma série de fatôres gérais ou locais, tanto da natureza do<br />

solo como do clima ou da planta.<br />

A titulo de ilustraçâo, basta citar os ensaios feitos na Estaçâo Experimental<br />

de Massachussets (14), em que BEAUMONT e SNELL constataram<br />

uma produçâo cresc.ente de cebolas com a aplicaçâo de 2 até 6 t<br />

de cal por acre, provando que sempre onde exista quantidade insuficiente<br />

de câlcio no solo hâ necessidade de se incorporar o suficiehte para<br />

completar o total desejado e se obter uma produçâo econômica.<br />

Por outro lado, os prejuizos resultantes pelo abuso da calagem<br />

(overtiming), ocorridos quando ela é feita em proporçôes que ultrapassam<br />

as necessidades da planta ou da capacidade do solo em utilizâ-la,<br />

de modo a provocar reaçôes diversas, como os danos resul tantes<br />

da alcalinidade excessiva, promove a decadência compléta das culturas,<br />

conforme constatou NAFTEL (18), ou modifica o comportamento dos elementos<br />

nutritivos, como a fixaçâo do zinco e do cobre nos solos arenosos,<br />

citada por PEECH (21).<br />

LYNCH e TURK (12), por exemplo, recomendam para os solos arenosos<br />

e âcidos, de baixo poder tampâo (buffer capacity), a aplicaçâo de<br />

apenas uma tonelada de CaCO3 por acre para obter uma reaçâo desejada<br />

e ao mesmo tempo ficar protegido dos riscos decorrentes do excesso<br />

de calagem.<br />

Dai a necessidade sempre de estudos acurados, procurando os métodos<br />

para determinar as condiçôes em que séria necessâria a calagem<br />

e determinar a quantidade aproximada de cal a ser empregada como<br />

corretivo dos solos para a planta atingir o desenvolvimento mâximo.<br />

Vârios autores nos ensinam os métodos de laboratório para determinar<br />

as necessidades em cal dos solos, alguns mais râpidos, outros<br />

mais precisos, tais como os sugeridos por PEECH• e BRADFIELD (22),<br />

VETTORI (31), PIERRE (23, 24), WORLEY (36), PURI e VANSHYLLA (26), etc.,<br />

nâo se contando, porém, com qualquer processo universalmente adotado<br />

para identidade e melhor comparaçâo dos resultados.<br />

CHRISTIANSEN e JENSEN (5) observaram o fato de que "a laboratory<br />

test can give fairly reliable information as to the amount of lime to<br />

be added to a given soil in order to show an arbitrary pH value in the<br />

vicinity of the neutral point". Na maior parte das observaçôes feitas por<br />

estes autores em solos da Dinamarca, verificaram que os resultados<br />

obtidos pela determinaçâo de laboratório das quantidades de CaCOs a<br />

serem empregadas no solo, para atingir o pH desejado, eram muito inferiores<br />

as quantidades realmente necessârias no campo, estabelecendo<br />

naqueles casos, para atingir o mesmo resultado, uma proporçâo de 1:3,<br />

correspondente na média ao fator 2,9, denominado de liming factor.<br />

Concluiram dai que, mesmo com o emprêgo da melhor técnica de<br />

laboratório para a determinaçâo das necessidades de cal, nâo é admissivel,<br />

ainda que muitas vêzes aconteça, aplicar os mesmos resultados diretamente<br />

para as condiçôes de campo, tanto para os solos arenosos<br />

onde esta condiçâo foi prédominante como para os argilosos. É aparente<br />

que a necessidade em cal daqueles solos freqüentemente dependerâ<br />

de outros fatôres além da reaçâo resultante da acidez mineral (aluminio).


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 311<br />

MATERIAL E MÉTO<strong>DO</strong>S<br />

Convencidos, de inicio, da precariedade de informaçôes sobre a calagem<br />

para as nossas condiçôes, tratamos logo de promover um estudo<br />

no quai se avaliasse a importância da aplicaçâo do calcârio para a correçâo<br />

dos solos âcidos da Baixada de Sepetiba e as bases para o seu emprêgo<br />

em exploraçôes horticolas.<br />

Para este fim, escolheu-se um terreno que fosse o mais representativo<br />

da regiäo, tipico de baixada, piano, raso, de subsolo extremamente<br />

argiloso (tabatinga) pouco permeâvel, com a camada superficial predominantemente<br />

arenosa e alagadiça, motivo pelo quai, antes de iniciado<br />

o presente trabalho, foi feita a instalaçâo de pequenos drenos por<br />

tôda a ârea do expérimente para garantir o bom escoamento das âguas<br />

das chuvas.<br />

Quanto aos solos da Baixada de Sepetiba, um conjunto de técnicos<br />

do Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas, encabeçados pelo Diretor<br />

Dr. FAGÜNDES (6), fêz um estudo complete da genese e morfologia<br />

dos mesmos, chegando à conclusäo de que os tipos congénères ao utilizado.no<br />

presente experimento têm tendência para a podsolizaçâo.<br />

As determinaçôes feitas pelos citados técnicos nas amostras do perfil<br />

RJ.152 cavado em terrenos baixos, em todos os sentidos idêntico ao<br />

da area da Horta Experimental do I.E.Exp.A., onde foi realizado o presente<br />

trabalho, estâo agrupadas no Quadro n.° 2 que, para melhor ilustraçâo<br />

do trabalho, transcrevo a seguir".<br />

Pela Secçâo de Fertilidade do Solo do I.E. Exp. A. foi feita prèviamente,<br />

em abril de 1944, a anâlise fisica mima amostra de terra da area<br />

experimental, constatando a seguinte constituiçâo:<br />

fraçâo areia — 54,8%<br />

limo — 32,8%<br />

argila — 12,4%<br />

Ao mesmo tempo foi feita a verificaçâo da reaçâo do solo pelo potenciômetro<br />

com electrodo de vidro, acusando a reaçâo em tôrno do<br />

pH = 5,5 por tôda a ârea. Este dado foi constatado apôs très anos de<br />

ter sido estabelecido o sistema de drenagem na mesma.<br />

Como o solo analisado mostrou também um baixo indice de bases<br />

trocâveis, julgou-se bom alvitre fazer prèviamente uma aplicaçâo uniforme<br />

por todo o experimento do adubo 5-10-10, na base de 1.000 kg<br />

por hectare.<br />

De posse dêstes resultados, fêz-se a determinaçâo no laboratório<br />

das quantidades teóricas de CaO necessârias para serem incorporadas<br />

e diminuir a acidez para pH = 6,0, pH = 6,5 e pH 7,0 resultando respectivamente<br />

em 95, 180 e 270 kg por hectare por centïmetro de profundidade.<br />

O processo empregado pela citada Secçâo para determinar as necessidades<br />

em cal do solo consistiu no emprêgo da soluçâo do acetate de<br />

câlcio normal a pH = 7,0, porque por este processo determinam-se as<br />

correçôes tanto para a acidez atual (hidrogênio) como a nociva (aluminio).<br />

A variaçâo dos nïveis estabelecidos para diferentes reaçôes do solo se<br />

justificou pelo fato de nâo contarmos com dados de modo a fornecer os<br />

limites de pH exigidos pelas diversas espécies horticolas para as condiçôes<br />

prédominantes naquela Baixada.


312 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PROFUN-<br />

EM<br />

cm<br />

18<br />

40<br />

60<br />

100<br />

em<br />

H2O<br />

5,05<br />

5,10<br />

4,45<br />

4,75<br />

QUADRO N.° 2<br />

Resultado das anâlises das amostras do per fil R.J. 152<br />

PH<br />

em<br />

KC1<br />

0,IN<br />

4,30<br />

3,90<br />

4,05<br />

5,10<br />

C<br />

0,82<br />

0,35<br />

0,18<br />

0,06<br />

N<br />

0,08<br />

0.04<br />

0,04<br />

0,02<br />

N/C<br />

10,3<br />

8,8<br />

4,5<br />

3,0<br />

Complexo sortivo<br />

(me/100g)<br />

Ca<br />

1,21<br />

0.72<br />

1,12<br />

1,34<br />

Mg<br />

0,79<br />

0,68<br />

1,16<br />

1,01<br />

K<br />

0,05<br />

0,05<br />

0,05<br />

0,05<br />

SiO2<br />

6,29<br />

6,50<br />

9,99<br />

9,37<br />

Em H2SO4 D=l,47<br />

A12O3<br />

3,95<br />

4,17<br />

7,57<br />

6,89<br />

Fe2O3<br />

1,22<br />

1,27<br />

2,60<br />

1,88<br />

Ki<br />

2,7<br />

2,6<br />

2,2<br />

2,3<br />

Kr<br />

2,3<br />

2,2<br />

1,8<br />

2,0<br />

CaO<br />

0,05<br />

0,04<br />

0,05<br />

0,07<br />

HC1 D = l,10<br />

Como näo dispünhamos no momento de cal virgem, preferida para<br />

os estudos desta natureza, restringimo-nos ao emprêgo da concha<br />

moida de Cabo Frio, apresentando urn teor em CaO de 55% e-com<br />

85% do peso total em particulas até 2 mm de diâmetro.<br />

Em face das observacöes colhidas por POHLMAN (25) e NELSON (20),<br />

o câlculo de emprêgo do calcario foi determinado em quantidades suficientes<br />

para, depois de incorpo.rado e misturado com a grade de disco,<br />

atingir uma camada de 20 centimètres da espessura do solo.<br />

Observando também as recomendaçoes feitas por CHRISTIANSEN e<br />

JENSEN (5), de aplicar no solo o triplo da quantidade teórica de cal determinada<br />

no laboratório para se obter o resultado correspondente no<br />

campo para o pH pretendido, as quantidades entâo determinadas para<br />

serem incorporadas foram aumentadas por este fator.<br />

Resultou finalmente estabelecermos as aplicaçôes em aprêço distribuindo<br />

os très tratamentos e o testemunho em quadrado latino com<br />

quatro repetiçôes em parcelas medindo 7,00 x 8,20 m.<br />

As quantidades totais de calcârio efetivamente empregadas estâo<br />

transcritas no Quadro n.° 3, a seguir.<br />

QUADRO N.o 3<br />

Dosagens de calcârio que constituiram os tratamentos das parcelas no ensaio<br />

TRATAMENTO<br />

A (testemunha)<br />

B<br />

c<br />

D . . .<br />

pH<br />

esperado<br />

5,5<br />

6,0<br />

6,5<br />

7,0<br />

Quantidade<br />

de Ca.O<br />

kg/ha/cm<br />

95,0<br />

180.0<br />

270.0<br />

Quantidade<br />

de concha<br />

mofda/parcela<br />

p.20 cm de<br />

profundidade<br />

(kg)<br />

19,83<br />

39,66<br />

59,31<br />

Quantidade<br />

de concha<br />

mofda empregada<br />

na<br />

parcela<br />

(kg)<br />

59,50<br />

119,00<br />

178,00<br />

K2O<br />

0,01<br />

0,02<br />

0,01<br />

0,02<br />

P2O5<br />

0,02<br />

0,02<br />

0,02<br />

0,02<br />

Dosâgem<br />

equivalente<br />

de concha<br />

moida p/Ha<br />

(kg)<br />

10.370<br />

20.730<br />

31.000<br />

Como näo dispünhamos de dados sobre as espécies horticolas que<br />

melhor poderiam nos orientar quanto as possiveis oscilaçôes na pro-


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 313<br />

duçâo, decorrentes da modificaçâo provocada pela calagem, fê-se no<br />

primeiro ano a cultura simultânea das espécies de maior interesse econômico<br />

para a regiâo, como o tomate, vagem, cenoura, pimentâo, nabo,<br />

espinafre, alface, couve e beterraba. E nos anos seguintes, mediante o<br />

comportamento que se foi verificando com as mesmas, deu-se preferência<br />

pelo plantio das que mostrassem maior sensibilidade as modificaçoes<br />

na reaçâo, e assim apurar com mais eficiência os efeitos decorrentes<br />

daqueles tratamentos para as nossas condiçôes. Este artificio resultou<br />

das declaraçôes de ARRHENIUS (1) sobre "different plants react<br />

in different ways towards the soil acidity. In Agriculture one therefore<br />

is unable to use loving neutral and alkali plants for soils of different soil<br />

reaction."<br />

A cultura que mostrou as condiçôes mais desejadas e, portanto,<br />

escolhida para ser considerada na apuraçâo final dos resultados foi a<br />

beterraba, utilizando-se depois a couve para aproveitamento da mesma<br />

area como exploraçâo de entresafra. Esta escolha foi considerada muito<br />

feliz porque, devido as exigências de plantio das mesmas, elas podem ser<br />

plantadas em épocas diferentes, ocupando cada qual a mesma area sem<br />

haver conflito entre os periodos da safra e concorrência no solo, além<br />

de permitir a adubaçâo verde com 'cowpea", Vigna sinensis, que era<br />

sempre incorporada ao solo anteriormente ao plantio de cada ano.<br />

Sendo espécies que se completam culturalmente, pudemos desta maneira<br />

adotar urn programa ideal de rotaçâo, possivel para as condiçôes<br />

de clima da Baixada Fluminense e preferido como método recomendado<br />

para maior conservaçao do solo com a incorporaçao de matéria orgânica<br />

e preservaçâo do seu teor em azôto, ràpidamente destruido pela açâo<br />

dos agentes climâticos e o baixo poder retensivo do solo.<br />

Pretendemos, desta maneira, ter desenvolvido o presente ensaio<br />

sob normas exigidas pela boa técnica, atendendo ao mesmo tempo as<br />

condiçôes econômicas prépondérantes na regiäo, e dos resultados tirar<br />

uma melhor orientaçao aos desenvolvimentos futuros.<br />

A cultura citada foi sempre utilizada no experimento para melhor<br />

uniformidade na comparaçâo dos dados e mostrar o equilïbrio dos resultados<br />

entre as parcelas que, devido à calagem, tivessem sofrido alteracöes<br />

na reaçâo do solo em comparaçâo com o testemunho.<br />

A beterraba, como uma cultura sensivel as condiçôes de acidez.<br />

excesiva, foi representada pela variedade Detroit Dark Red, semeada<br />

densamente em abril de cada ano, em fileiras distanciadas de 30 centïmetros.<br />

As mudas novas eram deixadas até atingirem urn tamanho suficiente<br />

para serem desbastadas, mantendo sempre o espaçamento de 30<br />

centimetros entre os pés. Na colheita isolou-se em todo o perimetro de<br />

cada parcela uma bordura de 50 centimetros para anular a interferência<br />

das parcelas vizinhas, colhendo-se apenas as plantas do centro e<br />

desprezando as da margem. Para controle das produçôes de cada ano,<br />

contou-se o' numero e o peso total dos pés colhidos por parcela.<br />

Em todos os casos, para um melhor desenvolvimento vegetal o terreno<br />

foi mantido sempre limpo de mato e em bom estado de umidade,<br />

sendo irrigado quando necessârio graças as instalaçoes disponiveis para<br />

este fim.<br />

Para perfeita comparaçâo dos resultados obtidos, fêz-se anualmente<br />

coletas de amostras dos solos nas parcelas, antes de cada plantio, uma<br />

em abril e outra em outubro, para se procéder as determinaçôes de pH<br />

no laboratório.


314 ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

DISCUSSÄO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S<br />

Para tecer as necessârias consideraçôes em tôrno dos resultados<br />

alcançados no presente estudo, devemos objetivar os seguintes aspectos:<br />

1.°) Açao da calagem sobre o pH do solo — Como jâ foi dito anteriormente,<br />

depois de incorporadas ao solo as quantidades necessârias<br />

de calcârio, determinou-se periôdicamente a reaçâo do solo com o potenciômetro<br />

de elétrodo de vidro para avaliar o comportamento do solo<br />

decorrente dessas aplicaçôes.<br />

Os resultados obtidos foram bastante significativos, estando representados<br />

gràficamente na figura n.° 1 pelo pH médio das quatro repetiçôes<br />

de cada tratamento, onde se constata o seguinte:<br />

a) O aumento dos valores de pH da linha A correspondente as parcelas<br />

testemunhas e, portante, sem receberem qualquer tratamento com<br />

calcârio, foi muito lento, sendo necessârio de abril de 1944 a abril de<br />

1949 para atingir o pH = 6,2 mâximo.<br />

pH<br />

7.5<br />

6.5<br />

6.0<br />

55<br />

FIGURA N s 1<br />

INDICES DE ACIDES EH PH <strong>DO</strong>S <strong>SOLO</strong>S NAS PARCELAS QUE<br />

RECEBERAM DIFIRENTES <strong>DO</strong>SA6EHS DE CAL(B.CED) EM<br />

COMPARAÇÂO COMO TESTEMUNHO <br />

1944 1945 1946 1947 1948 1949<br />

Esta ocorrência é dévida talvez à manutençâo de drenagem melhorando<br />

as condiçôes de umidade do solo, aos trabalhos mecânicos de lavras,<br />

à adubaçâo verde no inicio de cada ano e as culturas empregadas.<br />

Estas prâticas adotadas como auxiliares na correçao da acidez nâo sâo<br />

as ûnicas recomendadas para os casos de se desejar uma modificaçâo<br />

râpida, conforme se pode avaliar a seguir.<br />

b) A reaçâo indicada pelo comportamento de tratamento em<br />

B (10.370 kg de concha moida por ha) mostra que o nivel esperado<br />

pH = 6,0 foi atingido dez meses após a calagem, ultrapassando em seguida<br />

até atingir o pH médio em tôrno do ponto neutro, correspondente<br />

exatamente ao pH desejado para o caso da maior aplicaçâo (D). Mas<br />

a quantidade de calcârio efetivamente aplicada para o tratamento em B<br />

iguala-se à que foi determinada no laboratório e que deveria ter consti-


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 315<br />

tuido o tratamento de D, resultando naquele caso o pH ter atingido exatamente<br />

o ponto para este, conforme nos mostra o Quadro n.° 1, caso<br />

nâo tivéssemos adotado as recomendaçôes de CHRISTIANSEN e JENSEN (5).<br />

Isto mostra que o fator indicado por estes autores para se obter o<br />

efeito esperado da calagem sob as condicöes de campo para os solos da<br />

Dinamarca, adotado neste estudo, nâo se justifica para as condiçôes da<br />

Baixada de Sepetiba, parecendo que devemos nos limitar sômente ao<br />

emprêgo das dosagens indicadas pelas determinaçoes de laboratório sem<br />

qualquer outro acréscimo.<br />

c) Tanto os tratamentos empregados nas parcelas em C como em D<br />

mostraram pràticamente o mesmo efeito final, ultrapassando os indices<br />

desejados, o que vem corroborar a opiniâo emitida no item anterior. Em<br />

ambos os casos, as reaçôes dos solos, como mostra a figura n.° 1, mantiveram-se<br />

em tôrno de pH = 7,5 e 7,7 para C e D, respectivamente, após<br />

uma ascensâo râpida durante seis meses. O fato de estas duas dosagens<br />

manterem-se pràticamente no mesmo nivel, em relaçâo as quantidades<br />

de calcârio que efetivamente receberam, pode ser explicado por ter sido<br />

atingido o ponto de saturaçâo ou de equilibrio do solo, isto é, a sua capacidade<br />

de absorçâo do Ca++, lembrado por NAFTEL (18), e cujos<br />

excessos de cal tenham sido decompostos por microrganismos que certamente<br />

utilizaram o seu Ca++, nâo se encontrando por isso uma reaçâo<br />

fortemente alcalina, como séria de esperar.<br />

2.°) Influenciez, da acidez na cultura da beterraba:<br />

Os resultados com a produçâo da beterraba, indicados em kg por<br />

hectare, acham-se reunidos no Quadro n.: 4, a seguir.<br />

O câlculo estatistico dêsses dados, desenvolvidos pela S. E. do S. N.<br />

P.A., mostrou que as diferenças constatadas eram altamente significativas,<br />

sendo a produçâo testemunha muito abaixo dos tratamentos<br />

com calcârio, provando assim a importâneia da calagem para a cultura<br />

em aprêço.<br />

Fazendo uma anâlise mais detalhada dos resultados indicados no<br />

Quadro n.° 4, verificamos o seguinte:<br />

a) Nos primeiros anos do ensaio, 1944, 1945 e 1946, as parcelas que<br />

receberam dosagens mais fortes de cal tiveram produçôes mais elevadas,<br />

em escala crescente, graças ao indice de acidez ter sido crescente,<br />

isto é, no sentido de pH = 6,0, pH — 7,0, conforme nos mostra o grâfico<br />

da figura n.° 1.<br />

A<br />

B<br />

C<br />

D<br />

QUADRO N.° 4<br />

Rendimento da cultura de beterraba das parcelas tratadas corn calcârio<br />

1944<br />

3.857<br />

3.993<br />

4.789<br />

4.472<br />

PRODUÇÂO AN UAL<br />

1945<br />

3.643<br />

4.505<br />

8.978<br />

9.048<br />

1946<br />

3.529<br />

5.846<br />

10.717<br />

10.246<br />

— kg/ha<br />

1947<br />

4.323<br />

7.574<br />

10.221<br />

9.517<br />

1948<br />

5.219<br />

9.773<br />

9.335<br />

7.915<br />

Os solos nas parcelas que receberam dosagens mais fracas reagiram<br />

lentamente em tôrno de pH = 5,7, pH = 5,9 e pH — 6,1 respectivamente,<br />

num nivel abaixo do exigido para esta planta, acusando por sua vez pro-


316 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

duçôes relativamente baixas. Faz exceçâo em 1946, quando jâ se nota<br />

uma reacao do tratamento de B sobre o de A na direçâo de C e D,<br />

quando também o seu pH começa a se elevar (pH = 6,5);<br />

b) nos Ultimos anos, 1947 e 1948, a produçào das parcelas em C<br />

e D, quando a reaçâo do solo das mesmas passou a ser alcalino, pH = 7,3<br />

e pH = 7,5 respectivamente, decresceu. A produçào mâxima dêsses anos<br />

foi constatada nas parcelas com reaçôes de pH — 7,0 e pH — 6,8, correspondentes<br />

ao tratamento de B.<br />

c) Os maiores rendimentos foram atingidos nas parcelas com a<br />

reaçâo entre pH = 7,0 e pH = 6,8, mostrando serem estes os limites exigidos<br />

para as condiçôes citadas, o que foi obtido mediante o emprêgo de<br />

10.370 kg de concha moida por ha.<br />

Esta prova vem corroborar a opiniäo de diversos autores, como<br />

MILLER (16), sobre a sensibilidade da beterraba para solos âcidos.<br />

CONCLUSÄO<br />

Do que ficou exposto anteriormente deduz-se o seguinte:<br />

1.°) É imprescindivel o emprêgo da calagem para corretivo dos solos<br />

âcidos da Baixada de Sepetiba, no sentido de aumentar o rendimento<br />

produtivo dos mesmos pelo melhoramento das suas condiçôes de fertilidade.<br />

2.°) Ser duvidosa para as mesmas condiçôes a necessidade de se<br />

adotar o emprêgo do fator recomendado pop CHRISTIANSEN e JANSEN (5)<br />

nas dosagens de cal empregadas para corretivo dos solos. Parece suficiente<br />

e necessârio o emprêgo simplesmente das quantidades determinadas<br />

pelos processus de laboratório, sem utilizar qualquer fator, que<br />

no presente casa equivaleram e 1 900 kg por hectare de CaO para<br />

atingir o ponto neutro.<br />

3.°) A beterraba mostrou ser sensivel as reaçôes excessivamente<br />

âcidas, em yista de as melhores produçôes terem sido verificadas em<br />

tôrno de pH = 6,8 e pH = 7,0, sendo assim grandemente beneficiada<br />

com a calagem.<br />

RESUMO<br />

Baseado em informaçôes colhidas nos levantamentos dos solos da<br />

Baixada de Sepetiba, feitas por diversos técnicos, o autor estabeleceu<br />

um estudo para determinar a importância do emprêgo do calcârio para<br />

correçâo dos solos âcidos que freqüentemente ocorrem nessa regiâo.<br />

Para este fim, promoveu um experimento de calagem com quatro tratamento<br />

para pH = 6,0, pH = 6,5, pH = 7,0 e pH = 5,5, correspondente<br />

ao testemunho, com quatro repetiçôes distribuidas em quadrado latino.<br />

Fêz verificaçôes periódicas das possiveis alteraçôes ocvorridas nos indices<br />

de acidez para cada tratamento e usou como cultura indicadora a<br />

beterraba.<br />

Constatou que, para as citadas condiçôes, deve-se limitar o emprêgo<br />

das dosagens de cal as determinaçôes das necessidades obtidas pelos métodos<br />

de laboratório, a fim de se lograr a reaçâo desejada no solo, sendo<br />

dispensâvel qualquer acréscimo de outro fator.<br />

A cultura da beterraba mostrou ser muito sensivel as condiçôes de<br />

acidez excessiva, com diferenças significativas para os tratamentos<br />

da calagem, dando maior produçào quando em tôrno de pH = 6,8<br />

e pH — 7,0.<br />

Ficou cabalmente demonstrada a importância significativa da cacalagem<br />

no melhoramento das condiçôes de fertilidade nos solos da<br />

Baixada de Sepetiba.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 317<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

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318 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

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Sta. Rept. — 1928-31: 21-24.<br />

33. WALKER, R. H. e BROWN P. E. "The Effects of Lime on the Hydrogen-ion<br />

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Sta. Rep. Bull., 178: 169-200. 1935.<br />

34. WALKER, R. H., BROWN P. E. e GREINER, L. M- "A Greenhouse Study of the<br />

Effects of Five Limestone Applied in the Row with Legume Seed on<br />

Acid Soil". Journ. Amer. Soc. Agron., 29:157-165. 1937.<br />

35. WILLIAMS, C. B., MANN H. B. e CLIVE A. S. "Some More Recent Lime Findings<br />

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Hydrogen for Estimating the Amounts of Lime Required to Bring Soils<br />

to a Definite pH Values". Soil Science, 26: 363-375. 1928.<br />

37. ZIMMERLY, H. H. "The Effects of Heavy Applications of Phosphorus on the<br />

Interelation of Soil Reaction, Growth and Partial Chemical Composition<br />

of Lettuce, Beets, Carrots and Snapp Bean". Virginia Truck. Sta. Bull.,<br />

73: 861-928. 1939.<br />

AGRADECIMENTO<br />

O autor deseja expressar o seu especial reconhecimento a todos que<br />

cooperaram na elaboraçao do presente estudo, principalmente aos técnicos<br />

ESTEVAM STRAUSS, pelos trabalhos preliminares, BEN-HUR RAMOS,<br />

pelas determinaçôes dos indices de pH, DYRCE PINTO PACCA DE SO'USA<br />

BRITTO, pela anâlise estatistica dos resultados, e WALDEMAR MENDES,<br />

pelas sugestöes apresentadas na elaboraçao dêste texto.<br />

Merecem também serem aqui lembrados os meus auxiliares diretos,<br />

AUGUSTO DE ALMEIDA e JADER DE CARVALHO, que contribuiram na<br />

coleta dos dados.<br />


ADUBAÇÂO DE BANANEIRA EM "TERRA ROXA"<br />

Resultado positivo do fósforo<br />

INTRODUÇAO<br />

JOÂO FERREIRA DA CUNHA<br />

Sec. Citricultura e F. T.<br />

Considerando que os estudos expérimentais relativos a cada cultura<br />

devem ser efetuados dentro do ambiente onde a espécie apresenta<br />

maior ârea cultivada em funçâo de sua significaçâo econômica, temos<br />

tido sempre em mente realizar os principais trabalhos relativos à bananeira,<br />

inicialmente, na regiâo litorânea paulista onde se estendem imensas<br />

plantaçôes.<br />

Hâ mais de 40 anos que ai säo produzidas as bananas exportadas<br />

por Säo Paulo e pode se dizer que pelo porto de Santos sai a maior parte<br />

da exportaçâo brasileira dessa fruta.<br />

No planalto säo feitas as culturas para o abastecimento interno do<br />

Estado, quer para suprir parcialmente o consumo da capital, quer<br />

para atender os centros populosos de todo o interior.<br />

Como planta de fâcil adaptaçâo e produtora da fruta mais consumida<br />

pela populaçao, a cultura da bananeira tem se expandido cada<br />

vez mais por todos os tipos de terra do interior, fornecendo colheitas<br />

certas durante tôdas as estaçôes do ano.<br />

Por varias razoes tivemos que instalar a experiência de adubaçâo<br />

de bananeira em primeiro lugar no planalto.<br />

Dentre as Estaçôes Experimentais subordinadas ao Institute Agronômico,<br />

escolhemos a que esta situada em Jaû, por encontrarmos nessa<br />

dependência, entre as demais do mesmo gênero, as condiçôes mais favorâveis<br />

na ocasiâo para a realizaçâo dos trabalhos de experimentaçâo.<br />

Na realizaçâo dêsse trabalho temos tido as colaboraçôes do Dr.<br />

ALFRE<strong>DO</strong> KÜPPER, da Secçâo de Agrogeologia do Instituto Agronômico,<br />

que procedeu à colheita das amostras de terra e procedeu as anâlises,<br />

do Dr. F. G. BRIEGER, da Secçâo de Citogenética da Escola Superior<br />

de Agricultura "Luiz Queiroz", na parte referente a planejamento de<br />

experiência, e do Dr. ARMAN<strong>DO</strong> CONAGIN, da Secçâo de Estatistica do<br />

Instituto Agronômico.<br />

MOTIVO<br />

A experiência de adubaçâo de bananeira, que instalamos em terra<br />

roxa da Estacäo Experimental em Jaû, tem por fim estudar a reaçao<br />

observada nas plantas em face das diferentes formulas de fertilizantes<br />

aplicadas no sentido de determinar quai a mais eficiente e econômica<br />

que se possa aconselhar para aumentar a produçâo dos bananais.<br />

Considerando-se a valorizaçâo das glebas situadas mais prôximas<br />

dos centros consumidores e de transporte, em que a cultura tem que<br />

ser mais racional e intensiva para que as safras possam proporcionar<br />

lucros compensadores, torna-se preciso determinar os recursos neces-


320 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

sârios que contrabalancem o decréscimo da fertilidade das terras cultivadas<br />

durante anos sucessivos.<br />

O objetivo dêste trabalho é colhermos os elementos com os quais<br />

possamos orientar bom segurança aquêles que desejam adubar as plantaçôes<br />

de bananeiras.<br />

Até entâo, a adubaçâo dos bananais em nosso meio tem sido feita<br />

sem dados seguros sobre os quais se possa basear para que a fertilizaçâo<br />

das terras cultivadas com bananeiras se faça racionalmente.<br />

O fornecimento dos elementos para preencher essa lacuna é que<br />

constituiu o motivo do trabalho a que nos propusemos.<br />

Experiência de adubaçâo de bananeira nanica.<br />

TERRA<br />

A ârea escolhida para a experiência faz parte dos blocos II e III,<br />

os quais medem juntos 82.880 métros quadrados.<br />

Dentro desta ârea demarcamos uma faixa com 268 métros de lado<br />

por 130, ou sejam 34.840 métros quadrados, onde fizemos a instalaçâo<br />

da experiência.<br />

A topografia pouco acidentada dêsses lotes, situados em urn dos<br />

pontos mais elevados da estaçâo e, portanto, menos expostos ao perigo<br />

das geadas, além de nâo ter recebido adubaçôes durante vârios anos,<br />

de aspecto mais regular e proximo à sede, fêz com que déssemos preferênciaao<br />

local citado.<br />

A formaçâo geológica da regiâo é da série de Botucatu e a rochamâter<br />

é constituida por diabase e arenito Säo Bento.<br />

O solo é do tipo terra roxa misturada. Na superficie encontra-se<br />

maior quantidade de areia, em virtude da açâo da erosâo que arrastou<br />

a argila para as partes mais baixas do terreno.<br />

A anâlise mecânica média procedida pela Secçâo de Agrogeologia<br />

apresentou os seguintes resultados:<br />

Areia grossa 44,5%<br />

Areia fina -f- limo 34,5%<br />

Argila 21,0%<br />

Dessa forma considera-se, de acôrdo com a classificaçâo internacional,<br />

como barro arenoso, tendo por indice B.A..


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 321<br />

O indice pH de acidez variou entre 5,7 e 6,8 nos exames realizados<br />

nas diferentes amostras.<br />

De acôrdo com os resultados obtidos na anâlise mecanica, quimica<br />

e mineralógica, deduz-se que a terra é de textura considerada boa para<br />

os trabalhos comuns de agricultura.<br />

O indice de acidez é médio.<br />

É solo pobre em azôto e potâssio, sofrivel quanto ao câlcio e magnésio<br />

e médio com relaçâo ao fósforo.<br />

Ni/N.»<br />

"T"<br />

1323.<br />

1324<br />

1325<br />

1320<br />

1327<br />

1328<br />

1329<br />

1330<br />

1331<br />

1332<br />

1333<br />

1334<br />

1335<br />

1336....<br />

1337.<br />

1338<br />

1339<br />

1340<br />

1>H<br />

receinterbidonaoio no nal<br />

campo<br />

1<br />

lb<br />

2<br />

3<br />

3b<br />

4<br />

5<br />

6<br />

0b<br />

7<br />

8<br />

8b<br />

9<br />

9b<br />

10<br />

11<br />

lib<br />

12<br />

6,01<br />

5,16<br />

6,19<br />

5,68<br />

6,46<br />

5,79<br />

5,82<br />

5,94<br />

5,86<br />

0,64<br />

6,03<br />

0,05<br />

G,24<br />

0,57<br />

6.81<br />

0,34<br />

0,55<br />

6,20<br />

% de g solo<br />

Maorganica<br />

0,99<br />

0,46<br />

1,17<br />

0,88<br />

0,34<br />

1,07<br />

1,00<br />

1,17<br />

0,54<br />

1,00<br />

1,10<br />

0,46<br />

' 1,31<br />

0,53<br />

1,34<br />

1,07<br />

0,49<br />

1,07<br />

N<br />

total<br />

0,070<br />

0,039<br />

0,086<br />

0,062<br />

0,019<br />

0,078<br />

0,074<br />

0,090<br />

0,039<br />

0,09<br />

0,074<br />

0,035<br />

0,105<br />

0,051<br />

0,113<br />

0,082<br />

0,043<br />

0,090<br />

X<br />

PO4""" Mg»<br />

0,51<br />

0,68<br />

0,58<br />

0,77<br />

0,76<br />

0.56<br />

0,63<br />

0,90<br />

0,78<br />

0,74<br />

0,65<br />

0,04<br />

0,72<br />

0,88<br />

0,99<br />

0,03<br />

0,72<br />

0,84<br />

ME % de POj *~ ' muJtiplicado por 0,023 =<br />

X? c "<br />

>- "<br />

" de MB*'<br />

" do Ca++<br />

"<br />

"<br />

0.020 =<br />

0.023 =<br />

XXX « "<br />

xxxx c "<br />

" de K*<br />

" de Mn++<br />

"<br />

"<br />

0.047 =<br />

0.035 =<br />

1323<br />

1324<br />

1325<br />

1326<br />

1327<br />

1328<br />

1329<br />

1330<br />

1331<br />

1332<br />

1333<br />

1334<br />

1335<br />

1336<br />

1337<br />

1338.<br />

1339<br />

1340<br />

— 21 —<br />

N/N »<br />

' ; T"<br />

XX<br />

0,72<br />

0,30<br />

0,58<br />

0,37<br />

0,34<br />

0,57<br />

0,60<br />

0,03<br />

0,56<br />

0,92<br />

0,72<br />

0,37<br />

1,07<br />

0,46<br />

0,70<br />

0,40<br />

0,44<br />

0,54<br />

K de<br />

" "<br />

ME % g de solo sêco a 110° C<br />

XXX<br />

Ca + +<br />

2,23<br />

1,25<br />

4,25<br />

3,35<br />

2,60<br />

1,89<br />

1,58<br />

2,10<br />

1.75<br />

4,10<br />

2,50<br />

1,43<br />

3,92<br />

3,15<br />

5,40<br />

2,82<br />

2,70<br />

2,75<br />

l«O5%<br />

Mef)%<br />

CaO%<br />

K 2 O%<br />

MnO%<br />

xxxx<br />

K-!<br />

0,17<br />

0,08<br />

0,23<br />

0,19<br />

0,14<br />

0,19<br />

0,17<br />

0,14<br />

0,12<br />

•0,35<br />

0,10<br />

0,10<br />

0,12<br />

0,17<br />

0,12<br />

0,25<br />

0,08<br />

'0,12<br />

xxxxx<br />

Mu"<br />

0,042<br />

0,016<br />

0,028<br />

0,035<br />

0,009<br />

0.042<br />

0,037<br />

0,054<br />

0,016<br />

0,028<br />

0,054<br />

0,039<br />

0,094<br />

0,053<br />

0,069<br />

0,076<br />

0,022<br />

0,100<br />

S<br />

3,16<br />

1,65<br />

5,09<br />

3,94<br />

3,09<br />

2,69<br />

2,39<br />

2,92<br />

2,45<br />

5,40<br />

3,37<br />

1,94<br />

5.20<br />

3,83<br />

6,29<br />

3,55<br />

3,24<br />

3,51<br />

ANÂLISE MECANICA DAS AMOSTRAS "T"<br />

Colhida na Subestaçâo Experimental de Jaû<br />

Numéro<br />

recebido<br />

no campo<br />

1<br />

b 23<br />

b 456b78<br />

b 9b<br />

10<br />

11 b<br />

12<br />

Argila<br />

%<br />

22,0<br />

25,0<br />

24,0<br />

39,0<br />

18,8<br />

16,5<br />

23,0<br />

18,5<br />

21,5<br />

19,0<br />

17,3<br />

12,5<br />

18,8<br />

30,8<br />

16,0<br />

17,5<br />

18,8<br />

15,0<br />

Areia<br />

grossa<br />

%<br />

36,5<br />

35,4<br />

42,1<br />

44,0<br />

40,1<br />

52,0<br />

35,2<br />

41,0<br />

35,4<br />

46,7<br />

44,7<br />

44,9<br />

33,1.<br />

28,3<br />

34,5<br />

41,5<br />

37,0<br />

37,5<br />

Limo<br />

e areia<br />

fina<br />

%<br />

41,5<br />

39,6<br />

33,9<br />

17,0<br />

41,0<br />

31,5<br />

41,8<br />

40,5<br />

43,1<br />

34,3<br />

38,0<br />

42,6<br />

. 48,1<br />

40,9<br />

49 5<br />

41,0<br />

44,2<br />

47,5<br />

T<br />

11,56<br />

10,55<br />

13,89<br />

12,24<br />

9,59<br />

12,59<br />

12,89<br />

12,82<br />

11,85<br />

15,20<br />

14,17<br />

12,04<br />

13,00<br />

13,85<br />

16,49<br />

14,15<br />

12,44<br />

13,41<br />

T-S<br />

8,4<br />

8,9<br />

8,8<br />

8,3<br />

6,5<br />

9,4<br />

10,5<br />

9,9<br />

9,4<br />

9,8<br />

10,8<br />

10,1<br />

8,4<br />

10,0<br />

10,2<br />

10,6<br />

9,2<br />

9,9<br />

Classificaçâo<br />

mecanica<br />

V<br />

%<br />

27,4<br />

15,6<br />

36,4<br />

32,2<br />

32,2<br />

21,4<br />

18,5<br />

22,8<br />

20,7<br />

36,1<br />

23,7<br />

16,1<br />

38,2<br />

27,7<br />

38,1<br />

. 25,1<br />

26.0<br />

26,1<br />

BL (Barro limoso)<br />

BL (Barro limoso)<br />

BA (Barro arenoso)<br />

BA (Barro arenoso)<br />

BL (Barro limoso)<br />

AL (Areia limosa)<br />

BL (Barro limoso)<br />

BL (Barro limoso)<br />

BL (Barro limoso)<br />

BA (Barro arenoso)<br />

BA (Barro arenoso)<br />

BA (Barro arenoso]<br />

BL (Barro limoso)<br />

BL (Barro limoso)<br />

LA (Limo arenoso)<br />

BA (Barro arenoso)<br />

BL (Barro limoso)<br />

BL (Barro limoso)


322 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PLANO DA EXPERIÊNCIA DE ADUBAÇÂO<br />

A experiência compreende 4 séries:<br />

Série de Azôto<br />

Série de Fósforo<br />

Série de Potâssio<br />

Série de Adubos Orgânicos<br />

Cada série foi instalada em uma quadra compacta, a quai compreende<br />

4 blocos e cada um dêstes com 8 parcelas.<br />

O numero de plantas por parcela submetida a tratamento é 9.<br />

Foram feitas 4 repetiçôes por tratamento.<br />

Cada parcela ficou separada das circunvizinhas por uma fileira<br />

isolante da mesma variedade de bananeira. As fileiras marginais de<br />

isolamento sâo duplas.<br />

De acôrdo com as exigências relativas à cultura e considerando fatôres<br />

diversos, organizamos uma formula de adubaçâo que julgamos<br />

ideal para as bananeiras.<br />

Para estudar os efeitos das dosagens dos adubos aplicados, fizemos<br />

variar a quantidade, reduzindo a dose normal à sua metade, e elevamos<br />

também ao dôbro.<br />

Na série orgânica calculamos a quantidade de adubos a aplicar correspondendo<br />

à dosagem de formula mineral considerada ideal. Foi<br />

feita também uma aplicaçao de adubos mistos constituidos das mesmas<br />

quantidades de matérias orgânicas usadas e mais um complemento quimico<br />

correspondente à dose minima, mineral, compléta.<br />

Os adubos utilizados na experiência foram os sèguintes:<br />

Salitre do Chile<br />

Superfosfato<br />

Sulfato de potâssio<br />

Torta de Mamona<br />

Feijâo de porco (adubaçâo verde)<br />

Estêrco de curral<br />

A formula ideal para ser aplicada semestralmente foi a seguinte:<br />

Salitre do Chile 140 g — 21,7 g de N<br />

Superfosfato 120 g — 21,6 g de P3O.-,<br />

Sulfato de potâssio 135 g — 64,8 g de K2O<br />

Série de Azôto<br />

NI — 70 g de Salitre do Chile<br />

N 2 — 140 g de Salitre do Chile<br />

N 3 — 280 g de Salitre do Chile<br />

ƒ 120 g de Superfosfato<br />

\ 135 g de Sulfato de potâssio<br />

70 g de Salitre do Chile<br />

N1P2K2<br />

120 g de Superfosfato<br />

135 g de Sulfato de potâssio<br />

140 g de Salitre do Chile<br />

N2P2K2<br />

120 g de Superfosfato<br />

135 g de Sulfato de potâssio<br />

N3P2K2<br />

280 g de Salitre do Chile<br />

120 g de Superfosfato<br />

135 g de Sulfato de potâssio


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 323<br />

PI — 60 g de Superfosfato<br />

P 2 — 120 g de Superfosfato<br />

P 3 — 240 g de Superfosfato<br />

N2P1K2<br />

N2P3K2<br />

Série de Fósforo<br />

f140 g de Salitre do Chile<br />

\ 135 g de Sulfato de potâssio<br />

140 g de Salitre do Chile<br />

60 g de Superfosfato<br />

135 g de Sulfato de potâssio<br />

1<br />

140 g de Salitre do Chile<br />

120 g de Superfosfato<br />

135 g de Sulfato de potâssio<br />

140 g de Salitre do Chile<br />

240 g de Superfosfato<br />

135 g de Sulfato de potâssio<br />

Série de Potâssio<br />

Kl — 67,5 g de Sulfato de potâssio<br />

K2 — 135 g de Sulfato de potâssio<br />

K 3 — 270 g de Sulfato de potâssio<br />

f 140 g de Salitre do Chile<br />

\ 120 g de Superfosfato<br />

N2P2K1<br />

140 g de Salitre do Chile<br />

120 g de Superfosfato<br />

67,5 g de Sulfato de potâssio<br />

1140 g de Salitre do Chile<br />

120 g de Superfosfato<br />

135 g de Sulfato de potâssio<br />

1<br />

140 g de Salitre do Chile<br />

120 g de Superfosfato<br />

270 g de Sulfato de potâssio<br />

Série Orgânica e Mista<br />

Torta de mamona — 413,4 g<br />

Feijâo de porco — o que fôr colhido no local<br />

Estêrco de curral — 5.000 g<br />

Dosagem complementar de adubaçâo quimica<br />

!<br />

70 g de Salitre do Chile<br />

60 g de Superfosfato<br />

67,5 de Sulfato de potâssio<br />

A fotograf ia anexa mostra o piano da experiencia de adubaçâo.<br />

A distribuiçâo de adubos e plantio das mudas teve inicio no dia 15<br />

e terminou em 16 de dezembro de 1943.


324 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RËUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

I •9<br />

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î S S S<br />

0 0 0 0<br />

Sendo a variedade Nanica (Musa cavendishii) a mais plantada no<br />

Estado, usamos essa para a instalaçâo da experiência.<br />

As mudas destinadas à experiência foram arrancadas do bananal<br />

existente na Fazenda Mandaguari, de propriedade do Dr. P10 DE AL-<br />

MEIDA PRA<strong>DO</strong>.<br />

Foram tiradas 3.000 mudas escolhidas entre os brotos mais vigorosos<br />

do tipo conhecido por "chifre de veado".<br />

ï ?<br />

i- ;


ANATS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 325<br />

As mudas extraidas durante a segunda quinzena de novembre ficaram<br />

parcialmente imersas em âgua por espaço de 15 dias, na Estaçâo<br />

Experimental, a fim de destruir qualquer infestaçâo de Cosmopolitus<br />

sordidus existente em algumas mudas.<br />

Findo êsse prazo, foram retiradas da âgua e eliminadas as fôlhas<br />

apodrecidas, assim como o raizame estragado e aparadas as pontas, fazendo-se<br />

uma limpeza perfeita.<br />

Procedeu-se a um minucioso exame para verificar as que eram portadoras<br />

de vestigios de ataque pela broca (Cosmopolitus sordidus) . As<br />

que tinham sinais de galerias foram cortadas para observaçào, encontrando-se<br />

tôdas as larvas mortas.<br />

Dessa forma, temos a certeza de que, se porventura foi plantada<br />

alguma muda sem apresentar sinal externo de galeria, as larvas que<br />

poderiam encerrar estariam mortas.<br />

Procedemos à mediçâo em altura e à pesagem de uma centena de<br />

mudas, entre as de tamanhos extremos e médios, depois de limpas e<br />

convenientemente aparadas as pontas. Pela observaçào dos dados colhidos<br />

concluimos que os pesos extremos, minimos e mâximos eram,<br />

respectivamente, 200 g e 3.000 g. e mediam de 20 até 60 centimetres.<br />

Fizemos a pesagem de tôdas as mudas, classificando-as em 6 grupos,<br />

a saber:<br />

2.°<br />

3.°<br />

4.°<br />

5.°<br />

6.°<br />

— Mudas com menos de 500 g<br />

— Mudas<br />

— Mudas<br />

•— Mudas<br />

— Mudas<br />

— Mudas<br />

com<br />

com<br />

com<br />

com<br />

com<br />

Total<br />

500<br />

1.020<br />

1.520<br />

2.020<br />

2.520<br />

g<br />

g<br />

g gg<br />

até<br />

até<br />

até<br />

até<br />

até<br />

1.000<br />

1.500<br />

2.000<br />

2.500<br />

3.000<br />

g<br />

g<br />

g gg<br />

— 1<br />

—<br />

.160 —<br />

839 —<br />

339 —<br />

29 —<br />

6 —<br />

2 .378<br />

48,9%<br />

35,2%<br />

14,2 %<br />

.1,2%<br />

0,2%<br />

99.7%<br />

Tôdas as mudas com menos de 500 gramas foram refugadas.<br />

Vista geral da experiência de adutaçao de bananeira nanlca.


326 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PLANTIO<br />

O plantio da experiência foi feito em covas de 0,60m x 0,60m de<br />

bôca e 0,60m de profundidade eqüidistante de 4 métros. •<br />

As dosagens dos adubos, devidamente pesadas, foram distribuidas<br />

nas covas em mistura com a terra na ocasiâo de se efetuar o plantio das<br />

mudas, procurando-se fazer essa operaçâo de maneira mais regular e<br />

perfeita possivel.<br />

Terminado o plantio, fêz-se o coroamento das covas e marcaçâo.das<br />

Séries e Parcelas com tabuletas apropriadas.<br />

TRATOS CULTURAIS<br />

Foram dispensados tratos culturais comuns à lavoura bananeira,<br />

os quais constaram de capinas em numero suficiente para manter sempre<br />

livre de plantas estranhas a ârea em que foi instalada a experiência.<br />

Desbastes de brotos também foram praticados a fim de conservar<br />

numero de plantas por touceira mais ou menos constante.<br />

Foram tomadäs medidas de proteçâo contra a erosâo, circundando<br />

cada touceira com um camalhäo de terra de forma retangular.<br />

COLHEITA DE DA<strong>DO</strong>S<br />

Instalada a experiência em 15 de dezembro de 1943, as primeiras<br />

plantas iniciaram o florescimento em 12 de outubro do ano seguinte<br />

para começar a colheita no dia 15 de fevereiro de 1945. As colheitas posteriores<br />

foram efetuadas quinzenalmente.<br />

Os dados utilizados sâo os que resultam da pesagem dos cachos das<br />

quatro primeiras produçôes observadas em cada touceira.<br />

Processadas as anâlises estatisticas dos dados de cada série, obser-'<br />

vou-se que as séries de azôto, potâssio e adubos orgânicos nâo apresentaram<br />

resultados concordantes e significativos.<br />

Na série de fósforo, a aplicaçâo de superfosfato revelou resultados<br />

altamente signif icativos.<br />

O grâfico anexo mostra os resultados colhidos com a aplicaçâo dêsse<br />

elemento.<br />

Examinando o grâfico, pode-se verificar que a adiçâo de 480 gramas<br />

de superfospato por touceira, anualmente, resultou em aumento<br />

de produçâo de 5.250 gramas por cacho.<br />

Como o comércio de bananas no interior é feito geralmente sob a<br />

base de milheiro de frutas, convertendo-se 5.250 gramas de aumento<br />

por cacho em numero de bananas equivalente, verifica-se que em cada<br />

cacho sâo acrescidas 41 bananas em média.<br />

Computando-se o preço médio de Cr$ 50,00 por milheiro, quantia<br />

pela quai o produtor costuma vender suas colheitas, conclui-se que 41<br />

bananas representam Cr$ 2,05.<br />

Deduzindo-se dessa importância as despesas correspondentes ao<br />

custo de adubo, transporte, aplicaçâo e juros de capital, conforme relaçâo<br />

abaixo, verifica-se que ainda resta urn saldo de Cr| 1,00 por cacho.<br />

Despesa<br />

480 g de superfosfato por touceira Cr$ 0,72<br />

Transporte e aplicaçâo do adubo por touceira Cr§ 0,288<br />

Juros do capital aplicado Cr§ 0,042<br />

Total Cr$ 1,050


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 327<br />

Receita<br />

Aumento de produçâo com aplicaçâo de adubo Cr$ 2,05<br />

Despesas totais com a adubaçâo Cr$ 1,05<br />

Qaäos<br />

/a -i<br />

/e-<br />

/o -<br />

8 -<br />

S -<br />

o -<br />

Saldo liquido por cacho resultante da<br />

aplicaçâo de adubo Cr| 1,00<br />

SERIE DE FOSFORO<br />

Estaçdo Expérimental de JAÜ-1945-1948<br />

•'•'."'".-'*<br />

1:<br />

16615 »4.676 14.64« 13.551 IÎ465 I3J79 11.788 11.365


328 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

De conformidade com o espaçamento adotado para plantio de bananeira<br />

Nanica, urn .alqueire paulista (24.200 m 2 ) poderâ comportar<br />

1.512 a 1.975 touceiras, se forem observadas as distâncias de 4 ou 3,5<br />

métros, respectivamente, conforme a fertilidade do solo.<br />

Considerando-se a produçâo minima de 1.500 a 2.000 cachos por<br />

alqueire, anualmente, conclui-se que, aplicando-se o fertilizante utilizado<br />

na experiência, o lucro poderâ ser acrescido de CrS 1.500,00 a<br />

2 000,00 por alqueire em cada ano.<br />

CONCLUSÖES<br />

I — A experiência de adubaçào de bananeira realizada em<br />

terra roxa misturada revelou resultado positivo, quando<br />

se fêz aplicaçâo de fósforo sob a forma de superfosfato.<br />

II — As dosagens crescentes de superfosfato proporcionaram<br />

maior produçâo.<br />

III — A adubaçào da bananeira em terra roxa misturada pode<br />

proporcionar aumento liquido de Cr$ 1,00 por cache,<br />

quando se fizer a aplicaçâo de 480 gramas de superfosfato<br />

por touceira, anualmente.<br />

IV — Dentro das bases consideradas, a aplicaçâo da metade da<br />

dosagem de superfosfato limita o lucro liquido a Cr$ 0,74<br />

por cacho.


O ALUMÎNIO TROCÄVEL, POSSÎVEL CAUSA<br />

<strong>DO</strong> CRESTAMENTO <strong>DO</strong> TRIGO<br />

JOSÉ EMÎLIO GONÇALVES ARAXJJO<br />

Prof. Cat. de Geologia Agricola da E.A.E.M.<br />

Chef e da Secçâo de Solos do I.A. S.<br />

SUMÄRIO<br />

Introduçâo<br />

Crestamento em Passo Fundo e Encruzilhada<br />

Dados de laboratório<br />

a) valor es de pH e Al<br />

b) caracteristicas gérais: arguas, C, S, T-S, V<br />

Correçao do crestamento<br />

a) necessidade em cal<br />

b) ensaio em Passo Fundo<br />

Experimento em vasos<br />

Conclusôes<br />

Bibliografia<br />

INTRODUÇÂO<br />

Hâ algum tempo vem sendo observado pelos técnicos do Sul do<br />

pais uma doença do trigo, que se caracteriza por apresentar dificuldades<br />

de desenvolvimento das plantas logo após a germinaçâo, donde résulta<br />

em muitos casos nenhum desenvolvimento das plantas ou, se o conseguem,<br />

atingem mais ou menos 20 cm. Quando cresce um pouco mais<br />

e chega a emitir espiga, os gräos da mesma nâo se desenvolvem.<br />

O mal se verifica em extensôes de tamanho variâvel, aparecendo<br />

como manchas no meio da lavoura de desenvolvimento normal.<br />

Recebeu a denominaçâo de "crestamento" e vem sendo considerada<br />

por vârios au tores (1, 2), nâo tendo porém esclarecidas suas causas.<br />

Diversas verificaçôes foram feitas quanto a serem biológicos os agentes<br />

patogênicos, quer no Brasil, quer no Uruguai, mas nada foi constatado.<br />

Como jâ tivemos oportunidade de escrever (3), resolvemos procurar no<br />

solo a causa da doença e parece-nos encontrar na quantidade de aluminio<br />

trocâvel uma relaçâo bem evidente, com o aparecimento do crestamento,<br />

conforme publicamos no trabalho citado.<br />

Como verificaçôes posteriores confirmaram a tese inicial, resolvemos<br />

reunir estes dados para conhecimento dos interessados.<br />

Jâ em maio de 1944, BENEDITO PAIVA (1), em trabalho que desconheciamos<br />

até depois de ter tratado inicialmente do assunto, citava o<br />

pH como causa do crestamento, chegando mesmo a fazer uma escala<br />

de variedades de trigo quanto à resistência ao mesmo. Também na


330 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Estaçâo Experimental de Curitiba apareceu numa pequena area o crestamento,<br />

que desapareceu após a aplicaçâo de cinzas de madeira.<br />

CRESTAMENTO EM PASSO FUN<strong>DO</strong> E ENCRUZILHADA<br />

Na Estaçâo Experimental de Passo Fundo, do Institute Agronômico<br />

do Sul e no Campo de Multiplicaçâo de Sementes de Encruzilhada, da<br />

Secretaria da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, f or am os<br />

lugares onde estivemos para observar o "crestamento", sendo que na<br />

primeira este ocorre intensamente, jâ abrangendo apreciâvel ârea util<br />

da Estaçâo. À Estaçâo de Passo Fundo fomos duas vêzes em novembro<br />

de 1947 e de 1948, tendo constatado um aumento lento, mas progressivo,<br />

do mal. Na Estaçâo de Encruzilhada, onde estivemos em outubro<br />

de 1948, a ocorrência é muito menor, só sendo observado em areas muito<br />

pequenas. Em ambas coletamos material para analisar, cujos resultados<br />

aparecem a seguir.<br />

Inicialmente, os nossos trabalhos foram coordenados pelo Eng. 0<br />

Agr.° RUBENS BENATAR, chefe da Estaçâo Experimental de Passo Fundo,<br />

recentemente falecido, e com o Professor MANOEL ALVES DE OLIVEIRA,<br />

da cadeira de Fitopatologia da E.A.E.,M., com quern fomos por duas<br />

vêzes à Estaçâo' Experimental de Passo Fundo. O primeiro, que deixou<br />

um lugar dificil de substituir no campo da técnica agronomica nacional,<br />

tendo sido um dos idealizadores desta pesquisa, nâo pôde ver os<br />

frutos que porventura delà possam vir a resultar. O segundo realizou<br />

algumas observaçoes interessantes em busca de um fator biologico como<br />

causa da doença, nâo o constatando. Em Encruzilhada, o Dr. IWAR<br />

BECKMAN orienta um campo experimental localizado sobre uma mancha<br />

de crestamento, destinado a testar as seleçôes que realiza, quanto<br />

à resistência ao crestamento.<br />

Tanto das lavouras de Passo Fundo, em manchas de crestamento<br />

e em lavoura de desenvolvimento normal, como em Encruzilhada, no<br />

local do experimento e na lavoura ,colhemos amostra que submetemos<br />

a anâlises diversas abaixo relatadas.<br />

Entre os trabalhos feitos pelo Prof. MANOEL ALVES DE OLIVEIRA, a<br />

respeito do crestamento do trigo, ressalta uma observaçâo em que tomou<br />

solo em que se verificava o crestamento e de desenvolvimento normal,<br />

tendo esterilizado parte de ambos. A esterilizaçâo foi feita por<br />

aquecimento de 90° a 100°.<br />

Foi plantado trigo nos quatro tipos resultantes e yerificou-se que a<br />

esterilizaçâo nâo alterou o aparecimento do crestamento.<br />

DA<strong>DO</strong>S DE LABORATÓRIO<br />

Em uma série de amostras que coletamos em Passo Fundo, fizemos<br />

algumas determinaçôes de laboratório que nos orientaram para as pesquisas<br />

posteriores. Verificamos inicialmente que, apesar do pH dos solos<br />

onde se apresentavam o crestamento serem mais baixos, nâo era<br />

bastante a diferença para provocar o comportamento citado.<br />

Dado a observar que, de um modo gérai, solos de baixo pH apresentam<br />

elevada quantidade de aluminio trocâvel, resolvemos examinar este<br />

ponto.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 331<br />

Assim, tratando-se de amostras tiradas até a profundidade de 30<br />

cm (zona de exploraçâo da maior parte das raizes do trigo, segundo<br />

observamos) obtivemos em me. para 100 g de solo os valores de Al e<br />

H + Al trocâveis, apresentados no Quadro I :<br />

Solo com crestamento<br />

(<br />

Solo normal J<br />

1<br />

Solo n.°<br />

33<br />

35<br />

37<br />

45<br />

91<br />

93<br />

39<br />

47<br />

94<br />

96<br />

QUADRO I<br />

pH<br />

. 5,9<br />

4,3<br />

4,9<br />

5,6<br />

5,5<br />

5,4<br />

5,4<br />

5,5<br />

5,8<br />

4,4<br />

AI<br />

2,64<br />

4,61<br />

5,18<br />

7,22<br />

6,49<br />

5,26<br />

1,24<br />

0,23<br />

0,05<br />

0,05<br />

H + AI<br />

8,81<br />

10,88<br />

12,94<br />

10,42<br />

9,61<br />

11,11<br />

7,33<br />

7,47<br />

4,76<br />

3,73<br />

Posteriormente fizemos iguais verificacöes em solos de Encruzilhada,<br />

também em amostras tiradas até a profundidade de 20 cm, e os resultados<br />

apresentavam-se com os valores citados no Quadro II:<br />

Solo com crestamento J<br />

Solo normal. J<br />

Solo-n."<br />

144<br />

146<br />

147<br />

148<br />

145<br />

149<br />

150<br />

151<br />

QUADRO II<br />

pH<br />

4,9<br />

5,0 ff<br />

4,8<br />

5,2<br />

4,9<br />

6,0<br />

0,0<br />

5,9<br />

AI<br />

3,40<br />

3,02<br />

3,36<br />

4,20<br />

2,44<br />

2,51<br />

2,34<br />

1,78<br />

H + AI<br />

8,70<br />

8,77<br />

8,26<br />

6,85<br />

5,71<br />

7,14<br />

7,94<br />

6,37<br />

Os métodos usados para extraçâo do Al e H+Al foram a agitaçâo<br />

com KC1 normal e acetato de câlcio normal, respectivamente, em 2<br />

agitaçôes com quantidades em dôbro e posterior aplicaçâo da formula<br />

hiperbólica de VAGELER. O pH citado é obtido em soluçâo aquosa 1:1,<br />

após 24 horas, com potenciômetro.<br />

Procuramos entâo analisar alguns perfis de Passo Fundo, dos quais<br />

algumas caracteristicas sâo apresentadas no Quadro III. Pensamos realizar<br />

idênticas anâlises em solos de Encruzilhada, mas nào nos foram<br />

fcrnecidas em tempo as amostras necessârias.<br />

Desejarîamos apresentar os dados de fósforo total e solüvel para<br />

êsses diversos solos, dado alguns autores referirem-se ao fato de grandes<br />

quantidades de aluminio serem responsâveis pela insolubilizaçâo do


332 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

fósforo. Nao o faremos, entretanto, pois por dificuldades técnicas nâo<br />

foram concluidos.<br />

Como podemos ver pelos grâficos I e II, correspondentes aos quadros<br />

I e II, os solos em que se verifica o crestamento apresentam sua<br />

quantidade muito maior de Al trocâvel que os solos de boa produçao.<br />

Nos solos de Encruzilhada, que têm origem diferente dos de Passo<br />

Fundo — pois estes sâo formados sobre o derrame de trapes do Sul do<br />

Brasil, enquanto que aquêles estâo na zona em qe o complexo cristalino<br />

emerge no Rio Grande do Sul — nâo é grande a diferença entre os solos<br />

com e sem crestamento, mas parece que os valor es algo acima de 3 me.<br />

sào responsaveis pelo aparecimento do' crestamento. Nos solos de Passo<br />

Fundo as diferenças sâo bem maiores, mesmo no caso do solo n.° 33,<br />

que corresponde a uma mancha löcalizada em urn antigo alfafal, onde<br />

jâ havia sido aplicado, por certo, pequena quantidade de cal.<br />

O Quadro III também permite verificar quanto ao horizonte I, isto<br />

é, o de 0 a 30 centimetros, que os valor es de Al trocâvel acompanham<br />

as consideraçôes feitas. É interessante observar que nos solos de produçao<br />

normal, nas secçôes abaixo de 30 centimetros, a quantidade Al<br />

trocâvel cresce, crescimento este que se verifica também nos perfis de<br />

solo onde o crestamento se apresenta.<br />

i;* i«. f- i«. M.,


Solo com crestamento<br />

Solo norniül .<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 333<br />

Hor.<br />

1-T<br />

II<br />

III<br />

2-1<br />

II<br />

III<br />

3—1<br />

"il<br />

III<br />

4-1<br />

11<br />

III<br />

5-1<br />

II<br />

III<br />

* :<br />

10<br />

9<br />

8<br />

<strong>SOLO</strong><br />

prof. hor.<br />

0-30<br />

30-80<br />

80-200<br />

0-30<br />

30-S0<br />

80-150<br />

0-30<br />

30-80<br />

80-200<br />

0-30<br />

30-80<br />

80-150<br />

0-30<br />

30-80<br />

80-150<br />

N.°<br />

49<br />

50<br />

51<br />

117<br />

118<br />

119<br />

52<br />

53<br />

54<br />

120<br />

121<br />

122<br />

123<br />

124<br />

125<br />

/ittmero de am os/ra<br />

/fu/nero


334<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

ricrmente e que sâo apresentados no Quadro IV, com exceçào dos solos<br />

de Encruzilhada, em que a diferença é pequena.<br />

Solos de crestamento. . ,<br />

Solos normais<br />

Solo n.°<br />

33<br />

35<br />

37<br />

45<br />

91<br />

93<br />

144<br />

146<br />

147<br />

148<br />

39<br />

47<br />

94<br />

96<br />

145<br />

149<br />

150<br />

151<br />

QUADRO IV<br />

Al<br />

2,64<br />

4,61<br />

5,18<br />

7,22<br />

6,49<br />

5,26<br />

3,40<br />

3,02<br />

3,36<br />

4:20<br />

1,24<br />

0,23<br />

0,05<br />

0,05<br />

2,44<br />

2,51<br />

2,34<br />

1,78<br />

H + Al<br />

8,81<br />

10,88<br />

12,94<br />

10,42<br />

9,61<br />

11,11<br />

8,70<br />

8,77<br />

8,26<br />

6,85<br />

7,33<br />

7,47<br />

4,76<br />

3,73<br />

5,71<br />

7,14<br />

7,94<br />

6,37<br />

S<br />

10,20<br />

7,44<br />

5,84<br />

4,26<br />

5,25<br />

4,20<br />

2,80<br />

3,19<br />

3,19<br />

16,32<br />

16,52<br />

15,78<br />

15,16<br />

3,79<br />

3,20<br />

3,61<br />

2,62<br />

V<br />

53<br />

36<br />

35<br />

30<br />

32<br />

32<br />

24<br />

28<br />

32<br />

69<br />

68<br />

76<br />

1 80<br />

39<br />

31<br />

31<br />

29<br />

Também para o experimento do Prof. ALVES DE OLIVEIRA, acima<br />

citado, tivemos oportunidade de determinar o Al troeâvel, a fim de<br />

constatar a sua existência que déterminasse o crestamento mesmo depois<br />

de esterilisado. Os resultados sâo apresentados no Quadro V, e<br />

observa-se que o Al troeâvel permanece em grande quantidade, apesar<br />

de ter diminuido no solo esterilizado, por causas qeu nâo pesquisamos<br />

ainda.<br />

Com crestamento, esterilizado<br />

<strong>SOLO</strong><br />

Com crestamento, sem esterilizaçâo<br />

Sem crestamento, esterilizado<br />

Sem crestamento, sem esterilizaçâo<br />

QUADRO V<br />

CORREÇÔES <strong>DO</strong> CRESTAMENTO<br />

Al ME/100<br />

• 3,22<br />

Procuramos verificar a quantidade de cal necessâria e para isso<br />

recorremos ao trabalho de SETZER (4), onde fizemos neutralizaçâo de<br />

100 gramas de solo, com quantidades progressivas de Ca(OH)2, obtendo<br />

os grâficos 3 e 4, para os solos de Passo Fundo, sem crestamento e com<br />

crestamento, respectivamente, onde obtemos indicaçôes bem significativas<br />

quanto à quantidade de cal a empregar.<br />

Vemos assim que, para uma camada de 20 cm de espessura do solo,<br />

serâo necessârios, para os solos em que o crestamento nâo aparece, 200<br />

5,30<br />

0,16<br />

0,96


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 335<br />

kg de CaCO3 por hectare e 20.000 kg de CaCO3 por hectare para os solos<br />

em que êste se verifica.<br />

Quanto à necessidade em cal, é interessante lembrar que no campo<br />

a necessidade em cal é mais do que a determinada em laboratório (5)<br />

(veja-se grâfico, 5), mas por sua vez o solo nâo tem capacidade de usar<br />

uma grande quantidade de cal em pouco tempo e, assim, para o caso<br />

do solo com crestamento, cremos deva o mesmo ser aplicado em partes.<br />

,6<br />

Co 7/<br />

Também da cal aplicada ao solo apenas 25% vai neutralizar Al<br />

trocâvel, enquanto o restante neutralizava o H trocâvel (acidez inócua),<br />

que nos solos crestados é bastante elevado, o que concorrerâ para melhorar<br />

o solo do ponto de vista quimico, aumentando S e diminuindo<br />

H-f Al, por conseguinte aumentando V, indice de fertilidade de HISSINK,<br />

que nos nossos solos de clima umido indica qualidades melhores, quanto<br />

mais alto fôr.<br />

Procurando encontrar um meio de- corrigir a causa que admitimos<br />

para o crestamento do trigo, fizemos instalar ein Passo Fundo, segundo<br />

piano e sob a orientaçâo do Eng.° Agr.° RUBENS BENATAR, um<br />

experimento permanente, com os seguintes tratamentos:<br />

1 — Testemunha<br />

2 — Cal (3000 kg/ha)<br />

3 — Estêrco (20.000 kg/ha)<br />

4 — Adubo verde (feijâo de porco)<br />

5 — Adubo quimico (300 kg farinha de ossos, 150 kg salitre e 50 kg<br />

cloreto de potâssio)<br />

6 — Adubo verde -f adubo quimico<br />

7 — cal + estêrco<br />

O experimento foi instalado numa das manchas maiores existentes<br />

na Estaçào (onde foram tiradas as amostras 35 e 37), e foram empregadas<br />

6 variedades de trigo: Rio Negro, Frontana, Sinvalocho, Lajeadinho,<br />

Planalto e Petiblanco, com a finalidade de testar a resistência<br />

dessas variedades, as mais cultivadas no Estado do Rio Grande do Sul.<br />

Os resultados do 1.° ano de experimento, nâo podem ainda ser levados<br />

em grande conta, pois o efeito do cal nâo é imediato, dâo indicaçôes<br />

de que os tratamentos que derem os valores melhores que a testemunha<br />

foram as de cal + estêrco e o de estêrco, ùnicamente. Isso poderâ<br />

explicar-se pelas pequenas quantidades de humus dos solos da Esta-


336 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

çâo (vejam valores de C, no Quadro III), especialmente nos de crestamento,<br />

bem como os efeitos fisico-quimicos de humus no solo, especialmente<br />

nos solos muito argilosos como aquêles.<br />

O expérimente sera repetido, no mesmo local, por mais 4 anos no<br />

minimo, e a partir do segundo ano serâo analisados os solos submetidos<br />

aos diversos tratamentos.<br />

Experimento em Vasos<br />

Procurando ainda confirmar a hipótese que haviamos levantado,<br />

organizamos um experimento em vasos, utilizando terra de Passo Fundo,<br />

com os seguintes tratamentos:<br />

1) Sem crestamento, com cal<br />

2) Sem crestamento, com sulfate de aluminio<br />

3) Sem crestamento (testemunha)<br />

4) Com crestamento, com cal<br />

5) Com crestamento, com sulfato de aluminio<br />

6) Sem crestamento (testemunha) .<br />

A quantidade de sulfato de aluminio usada foi de 5,5 g para 500 g<br />

de terra, ou seja, 10 me. por 100 g de terra. A cal foi aplicada na base<br />

de 800 quilos de CaO por ha/1 cm, de acôrdo com a exigência do grâfico<br />

4.<br />

Plantados os vasos com trigo, em 4 de maio do corrente ano, nâo<br />

se obteve ainda o resultado final, mas, quanto à germinaçâo, os vasos<br />

que receberam aluminio apresentaram-se muito menos, apenas 30%,<br />

enquanto nos outros era de 90%, nâo se desenvolvendo as plantas dos<br />

vasos de terra de crestamento com sulfato de aluminio. As plantas que<br />

germinaram em vasos de terra normal com aluminio continuam a<br />

desenvolver-se.<br />

0 aspecto gérai das plantas até o presente é o seguinte:<br />

a) plantas bem desenvolvidas, com 18 cm de altura e hastes de<br />

2 mm de diâmetro nos vasos que contêm solos sem crestamento com e<br />

sem cal e solos com crestamento com cal.<br />

b) plantas de desenvolvimento menor, com 11 cm de altura e<br />

haste de 1 mm de diâmetro nos vasos de solos com crestamento e sem<br />

crestamento com aluminio.<br />

As observaçôes acima levam a admitir uma influência do aluminio<br />

na germinaçâo e no desenvolvimento das plantas, que nos solos de crestamento,<br />

ou com aluminio, jâ começa a apresentar os caracterïsticos da<br />

doença.<br />

CONCLUSÖES<br />

Do exposto acima permitimos concluir que:<br />

1 — Considerando a toxidez jâ comprovada do aluminio para as<br />

plantas (6, 7), a relaçâo entre o aparecimento do crestamento e a quantidade<br />

apreciâvel dêste elemento que aparece nos solos correspondentes<br />

as manchas de crestamento permite admitir que seja a causa da doença.<br />

2 — A verificaçâo em laboratório, provocando o crestamento e mostrando<br />

sua correçâo, esta correspondendo à tese levantada, isto é, o aluminio<br />

causa crestamento e a cal o corrige.<br />

Estes trabalhos sâo continuados, e pensamos, dentro de 5 anos,<br />

a,o concluir-se o experimento em Passo Fundo, apresentar os resultados<br />

definitivos.


— 22 —<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÉNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 337<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

PAIVA, BENEDITO DE O. — 1944; "Seleçâo e Adubo". Ediçâo particular —<br />

R. G. Sul — pg. 5.<br />

BOERGER, ALBERTO — 1948; "Organizaçao do Trabalho Cientifico e Cooperaçâo<br />

Internacional em Matérias Agronômicas", in Agros, Pelotas, R. G. Sul<br />

vol. I, n.° 2 — pâg. 59.<br />

ARAÜJO, J. EMÎLIO G. — 1948; "A Reaçao do Solo. Sua possivel influência no<br />

"Crestamento" do trigo", in Agros, Pelotas, R. G. Sul, vol. I, n.° 2 —<br />

päg. 81.<br />

SETZER, JOSÉ — 1941; "Neutralizaçâo da Acidez do. Solo", in Revista de Agricultura,<br />

Piracicaba, S. Paulo, vol. XVI, ns. 5-6 — pâgs. 119-120.<br />

RÜSSEL, E. JOHN— 1934; "Condiciones del Suelo y Crescimiento de las Plantas".<br />

Traduçâo de S. E. GARCIA Y STJBERO — Editorial Publet, Madri —<br />

pâg. 174.<br />

SETZER, JOSÉ — 1941; "Avaliaçao de Fertilidade do Solo", in Bragantia, Campinas,<br />

S. Paulo, vol. I, n.° 5 — pâg. 369.<br />

PEMBER, F. R. and HARTWELL, B. L. — 1918; "The Presence of Aluminium as<br />

a Reason for the Difference in the Effect of So-Called Acid Soil" ou<br />

Barley and Rye, in Soil Science, U.S.A., vol. VI, n.° 4 — pâgs. 259-279.


EFEITOS <strong>DO</strong> ARSÊNICO SOBRE A CULTURA<br />

<strong>DO</strong> ALGO<strong>DO</strong>EIRO EM TERRA ARENOSA *<br />

J. MELLO MOEAES e TUFI COURY<br />

Prof. e Assist, de Quimica Agricola<br />

na Escola Superior de Agricultura<br />

"Luiz de Queiroz"<br />

SOBRE O TEOR EM AZÔTO EM <strong>SOLO</strong> CULTIVA<strong>DO</strong> COM<br />

ESSÊNCIAS FLORESTAIS IND1GENAS E EXÖTICAS * *<br />

J. MELLO MORAES, T. COURY,<br />

G. RÀNZANI e J. KIEHL<br />

da Escola Superior de Agricultura<br />

"Luiz de Queiroz"<br />

* Publicado nos Anais da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz",<br />

(1945) — 2:393-422. Foi apresentado à I Reuniâo Brasileira de Ciência do Solo<br />

e deixou de constar dos seus Anais.<br />

** Trabalho apresentado à I Reuniâo Brasileira de Ciência do Solo e que<br />

deixou de constar dos seus Anais.


V COMISSAO<br />

GENESE, MORFOLOGIA E CARTOGRAFIA<br />

<strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>


ESTU<strong>DO</strong> PE<strong>DO</strong>LÖGICO DA ESTAÇÂO EXPERIMENTAL<br />

DE RIBEIRÄO PRÊTO<br />

J. E. DE PAIVA NETO, A. KÜPPER,<br />

RENATO A. CATANI e H. PENNA MEDINA<br />

da Seccäo de Agrogeologia do Institute)<br />

Agronômico de Campinas<br />

INTRODUCÄO<br />

O primeiro. levantamento pedológico minucioso executado pela<br />

Secçâo de Agrogeologia foi o da Estaçâo Experimental de Ribeirâo<br />

Prêto.<br />

Dentre as razôes que determinaram essa preferêneia, destacam-se:<br />

1.°) encontrar-se essa propriedade agricola do Estado assentada sobre<br />

o tipo de solo "terra-roxa-legitima" que, universalmente, muito pouco<br />

foi estudado; motivo também que nos impeliu a pesquisar meticulosamente<br />

grande série de perfis ai retirados, atingindo profundidade de<br />

cinco métros, cada um compreendendo cinco camadas; 2.°) por apresentar<br />

a "terra-roxa-legitima" mancha de solo de elevado valor para o<br />

Estado, ocupando cêrca de 7,3% de sua ârea total, ou melhor, cêrca de<br />

1.800.000 hectares.<br />

O mapa dos grandes tipos de solo do Estado, apenso ao presente<br />

trabalho, indica a localizaçâo dessa Estaçâo Experimental e délimita<br />

as âreas de solo por ela abrangida. Constitui particular valor para as<br />

experimentaçôes agricolas em gérai.<br />

Inferem-se dos dados ai apresentados noçôes prâticas de grande<br />

utilidade, indicando-se até onde podem ser generalizadas as conclusses<br />

obtidas nos resultados de ensaios agricolas, efetuados nesta Estaçâo<br />

Experimental no referente a solo, quer sejam êles de adubaçâo, tratos<br />

culturais, quer de irrigaçâo, etc.<br />

Tudo indica havermos, dentro de um ano, também levantado a ârea<br />

da Estaçâo Experimental de Jau, cujas teras, em parte, pertencem ao<br />

mesmo tipo dessas de Ribeirâo Prêto. Assim se obterâ idéia de provâveis<br />

influências atribuidas a diferenças de clima.<br />

A farta documentaçâo, consistindo em tabelas e, sobretudo, em<br />

grâficos e mapas, resultou mâxima restriçâo do texto proprimente dito.<br />

O numéro de dados pode parecer, à primeira vista, excessivo para o<br />

trabalho em questâo. Sua reproduçâo, todavia, se fêz necessâria, visto<br />

tratar-se de trabalho bâsico, de levantamento pedológico, de ârea relativamente<br />

pequena. Além disso, achamos de interesse satisfazer a todos<br />

os consulentes, porquanto oferece campo para investigaçôes aos<br />

estudiosos no assunto.


342 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Esperamos possa orientai" aos nossos colegas, sobretudo no tocante<br />

a solo, nos seus trabalhos de experimentaçâo agricola.<br />

LOCALIZAÇÂO DA ESTAÇÂO EXPERIMENTAL DE RIBEIRÄO PRÊTO<br />

A Estaçâo Experimental de Ribeirâo Prêto se encontra localizada<br />

na Alta Mojiana, aproximadamente a 21°12' latitude sul e 47°53' W.<br />

do meridiano de Greenwich e a cêrca de 3 km da cidade de Ribeirào<br />

Prêto. A altitude da Estaçâo Expérimental varia entre 560-700 m acima<br />

do nivel do mar.<br />

A Estaçâo Expérimental représenta tipicamente o grande tipo de<br />

solo em que se assenta, isto é, a "Terra-roxa-legitima", proveniente da<br />

decomposiçâo de rochas do magma diabâsico. A ârea dêste grande tipo<br />

de solo perfaz cêrca de 7,3% da ârea total do Estado, ou sejam,<br />

1.800.000 hectares. Nestes solos existem atualmente cêrca de 22 % dos<br />

cafeeiros do Estado e isto équivale aproximadamente a 220.000.000 de<br />

pés. Cêrca de 90% das culturas canavieiras do Estado medram nesse<br />

grande tipo de solo; assim como cêrca de 5 a 10% de nossa cultura algodoeira.<br />

Êsses dados dâo idéia da importância econômica que représenta<br />

êsse grande tipo de solo para o Estado.<br />

DA<strong>DO</strong>S METEOROLÓGICOS *<br />

Com as tabelas que seguem, apresentamos os dados meteorológicos<br />

existentes, da Estaçâo Experimental de Ribeirâo Prêto. Êles se referem<br />

a um espaço de tempo de seis anos, sendo de 1943 a 1948, e constam do<br />

seguinte:<br />

Pressâo barométrica; temperaturas mâximas, minimas e médias do<br />

ar; umidade relativa percentual; nebulosidade; primeira e segunda direçâo<br />

prédominantes dos ventos e velocidade em metro, por segundo;<br />

evaporaçâo em milimetros de chuva; queda pluviométrica mâxima, em<br />

24 horas; respectivas datas; numero de dias de chuva; dias claros, nebulosos<br />

e encobertos.<br />

* Os dados meteorológicos foram fornecidos pelo Dr. HERNANI GODÔI, encarregado<br />

do Serviço Meteorológico do Instituto Agronômico de Campinas.


Janeiro<br />

MESES<br />

Fevereiro<br />

Marco .. .<br />

Abril<br />

Maio<br />

Tunho<br />

Julho<br />

Agôsto .<br />

Setembro<br />

Outubro<br />

Novembro<br />

Dezembro<br />

AN UAL. . .<br />

OBSERVAÇÔES METEOROLÓGICAS DA ESTACÄO EXPERIMENTAL DE RIBEIRÄO PRÊTO — ANO DE 1943<br />

TEMPERATURAS<br />

(médias)<br />

°C<br />

I'<br />

27,2<br />

29,9<br />

29,5<br />

27,8<br />

27,6<br />

25,9<br />

26,6<br />

28,5<br />

27,2<br />

28,8<br />

29,4<br />

28,7<br />

28,1<br />

o<br />

'S<br />

§<br />

18,3<br />

18,7<br />

18,7<br />

14,9<br />

12 8<br />

12,6<br />

10,5<br />

12,4<br />

143<br />

16,6<br />

17,4<br />

17,8<br />

15,4<br />

&<br />

I*<br />

22,2<br />

23,4<br />

23,4<br />

21 2<br />

19 8<br />

18,8<br />

18,7<br />

20,2<br />

20 6<br />

22,3<br />

23,7<br />

23,2<br />

21,5<br />

Umidadcrelativa<br />

por %<br />

85,1<br />

77,3<br />

79,4<br />

70 6<br />

64 7<br />

69,0<br />

54,3<br />

50,3<br />

52 3<br />

71 8<br />

68,9<br />

75,0<br />

08,2<br />

Umidadeabsoluta<br />

(mg H20<br />

por<br />

litro<br />

de ar)<br />

16,9<br />

16,3<br />

16 7<br />

12 8<br />

10 7<br />

10 8<br />

8,2<br />

82<br />

10 0<br />

14 0<br />

14,7<br />

15,6<br />

12,9<br />

Nebulosidade<br />

10 = céu<br />

coberto<br />

0 = céu<br />

limpo<br />

7,3<br />

5,8<br />

5 5<br />

34<br />

2 5<br />

4,0<br />

3,4<br />

3 5<br />

50<br />

5 8<br />

5,0<br />

6,1<br />

4,8<br />

1° direçâoprédominante<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

SE<br />

SE<br />

C<br />

E<br />

C<br />

SE<br />

VENTO<br />

2° direçâoprédominante<br />

SE<br />

S<br />

SE<br />

SE<br />

E<br />

S<br />

S<br />

C<br />

c<br />

SE<br />

C<br />

SE<br />

SE<br />

Veloeidade<br />

m/s<br />

1,4<br />

1,4<br />

1,3<br />

1,4<br />

1 3<br />

1,2<br />

2,4<br />

3,5<br />

27<br />

2,4<br />

3,1<br />

2,7<br />

2,1<br />

Evaporaçao<br />

em mm<br />

de chuva<br />

54,2<br />

75,3<br />

77,8<br />

109 8<br />

121 5<br />

105,8<br />

165,9<br />

109 9<br />

181 5<br />

123 1<br />

133,0<br />

99,4<br />

1 447,2<br />

Total •<br />

cm mm<br />

464,1<br />

201,4<br />

149 0<br />

44 4<br />

02<br />

23,2<br />

0,0<br />

0,0<br />

50 1<br />

170,0<br />

89,5<br />

279,5<br />

1 471,4<br />

CHUVA<br />

Mâximo<br />

em 24 h<br />

70,0<br />

55,0<br />

30 5<br />

38 2<br />

02<br />

16,8<br />

0,0<br />

00<br />

20 8<br />

38 1<br />

24,2<br />

50,4<br />

70,0<br />

Data<br />

8<br />

21<br />

16<br />

16<br />

10<br />

8<br />

25<br />

28<br />

19<br />

29<br />

8/1<br />

Dias<br />

chuvosos<br />

24<br />

13<br />

18<br />

2<br />

1<br />

2<br />

0<br />

0<br />

5<br />

17<br />

11<br />

20<br />

113<br />

Claros<br />

0<br />

1<br />

4<br />

13<br />

13<br />

8<br />

18<br />

11<br />

8<br />

1<br />

2<br />

0<br />

79<br />

DIAS<br />

Nublados<br />

17<br />

22<br />

24<br />

16<br />

17<br />

20<br />

12<br />

18<br />

16<br />

22<br />

22<br />

22<br />

228<br />

Encobertos<br />

14<br />

5<br />

3<br />

2<br />

1<br />

2<br />

0<br />

2<br />

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8<br />

6<br />

9<br />

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W<br />

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•2,<br />

O<br />

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O


Janeiro<br />

MESES<br />

Fcvcroii'O<br />

Marco<br />

Abril<br />

Maio<br />

Junho<br />

Julho<br />

Agôsto<br />

Setcmbro<br />

Outubro<br />

Novembre<br />

Dezembro<br />

ANUAL. . .<br />

OBSERVAÇÔES METEOROLÓGICAS DA ESTAÇAO EXPERIMENTAL DE RIBEIRÄO PRÊTO — ANO DE 1944<br />

TEMPERATURAS<br />

(médias)<br />

°C<br />

30,4<br />

29,8<br />

30,3<br />

27,9<br />

27,2<br />

27,4<br />

25,9<br />

30,0<br />

31,2<br />

32,8<br />

27,9<br />

30,3<br />

29,3<br />

18,3<br />

18,9<br />

18,3<br />

14,7<br />

12,6<br />

10,8<br />

10,8<br />

13,8<br />

15,4<br />

19,0<br />

17,1<br />

17,7<br />

15,6<br />

24,2<br />

23,7<br />

23,6<br />

20,9<br />

19,6<br />

19,0<br />

18,1<br />

21,7<br />

23,5<br />

25,8<br />

22,9<br />

24,1<br />

22,3<br />

Umfdaderelativa<br />

por %<br />

72,2<br />

91,7<br />

76,2<br />

70,1<br />

63,7<br />

59,4<br />

56,8<br />

42,0<br />

44,0<br />

54,5<br />

72,7<br />

66,2<br />

64,1<br />

Umidadeabsoluta<br />

(mg H,0<br />

por<br />

litro<br />

de ar)<br />

16,1<br />

16,5<br />

16,1<br />

12,6<br />

10,4<br />

9,1<br />

8,3<br />

7,5<br />

8,8<br />

12,4<br />

.14,8<br />

14,7<br />

12,3<br />

Nebulosidade<br />

10 = cou<br />

coberto<br />

0 = céu<br />

limpo<br />

4,7<br />

6,4<br />

4,5<br />

3,6<br />

2,5<br />

2,4<br />

2,6<br />

2,1<br />

2,6<br />

4,3<br />

5,0<br />

3,6<br />

3,7<br />

1° direçàoprédo-<br />

minante<br />

C<br />

c<br />

c<br />

c<br />

c<br />

c<br />

c<br />

c<br />

c<br />

cc<br />

c<br />

c<br />

VENTO<br />

2° direçàoprédominante<br />

SB<br />

SE<br />

NVV<br />

SE<br />

SE<br />

SE<br />

SE<br />

SE<br />

SE<br />

SE<br />

SE<br />

SE<br />

SE<br />

Velocidade<br />

m/s<br />

1,9<br />

1,3<br />

1,4<br />

1,4<br />

1,7<br />

2,3<br />

2,2<br />

2,6<br />

2,1<br />

2,7<br />

2,1<br />

Evaporaçào<br />

cm mm<br />

do chuva<br />

17,1<br />

15,1<br />

11,3<br />

19,7<br />

23,9<br />

25,8<br />

34,4<br />

51,8<br />

52,9<br />

37,1<br />

22,9<br />

24,2<br />

336,2<br />

Total<br />

cm mm<br />

211,9<br />

160,5<br />

118,1<br />

78,6<br />

0,0<br />

0,0<br />

1,2<br />

0,0<br />

6,2<br />

26,4<br />

99,5<br />

33,0<br />

735,4<br />

CHUVA<br />

Maximo<br />

em 24 h<br />

91,8<br />

32,6<br />

34,9<br />

28,7<br />

0,0<br />

0,0<br />

1,2<br />

0,0<br />

6,2<br />

9,1<br />

36,6<br />

19,5<br />

91,8<br />

Data<br />

25<br />

22<br />

15<br />

15<br />

3<br />

29<br />

8<br />

10<br />

25/1<br />

Dias<br />

ehuvosos<br />

11<br />

15<br />

13<br />

6<br />

0<br />

0<br />

1<br />

0<br />

1<br />

8<br />

12<br />

7<br />

77<br />

Claros<br />

2<br />

1<br />

2<br />

9<br />

14<br />

14<br />

14<br />

16<br />

16<br />

8<br />

6<br />

12<br />

114<br />

DIAS<br />

Nublados<br />

27<br />

20<br />

28<br />

' 21<br />

17<br />

16<br />

17<br />

15<br />

12<br />

20<br />

19<br />

16<br />

228<br />

I!>ncobertos<br />

2<br />

8<br />

1<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

2<br />

3<br />

5<br />

3<br />

24<br />

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01<br />

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S 1<br />

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P<br />

o<br />

O<br />

o<br />

s


Janeiro<br />

MESES<br />

Fevcreiro<br />

Marco<br />

Abril<br />

Maio<br />

Junho<br />

Julho<br />

Agósto<br />

Setembro<br />

Ou tu bro<br />

Novembre<br />

Dezembro<br />

ANUAL. . .<br />

OBSERVACÖES METEOROLÓGICAS DA ESTAÇAO EXPERIMENTAL DE REBEIRÄO PRÊTO — ANO DE 1945<br />

TEMPERATURAS<br />

(médias)<br />

°C<br />

o<br />

'P,<br />

28,8<br />

29,1<br />

29,0<br />

28,5<br />

25,4<br />

25,4<br />

26,2<br />

31,2<br />

31,2<br />

30,4<br />

28,7<br />

28,7<br />

28,6<br />

o<br />

'5<br />

17,6<br />

18,5<br />

18,6<br />

16,2<br />

10,1<br />

11,5<br />

11,5<br />

14,7<br />

15,2<br />

16,8<br />

18,2<br />

17,4<br />

15,5<br />

o<br />

Q<br />

23,1<br />

22,9<br />

23,1<br />

21,3<br />

17,3<br />

17,8<br />

18,5<br />

22,7<br />

22,6<br />

23,0<br />

22,6<br />

22,6<br />

21,5<br />

Umidaderelativa<br />

por %<br />

76,6<br />

80,6<br />

77,5<br />

74,5<br />

68,8<br />

67,2<br />

59,4<br />

48,4<br />

54,1<br />

65,5<br />

76,8<br />

79,5<br />

69,1<br />

Umidadeabsoluta<br />

(mgH20|<br />

por<br />

litro<br />

de ar)<br />

16,1<br />

16,9<br />

16,4<br />

14,0<br />

9,9<br />

9,9<br />

9,0<br />

9,3<br />

10,4<br />

13,7<br />

15,8<br />

16,4<br />

13,1<br />

Nebulosidade<br />

6,4<br />

5,9<br />

5,7<br />

4,4<br />

2,7<br />

3,5<br />

3,1<br />

3,4<br />

4,0<br />

5,5<br />

6,4<br />

6,3<br />

4,8<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

VENTO<br />

10 = céu<br />

1° dire-|2° dire-<br />

coborto<br />

Vcloçào<br />

0 = cóu çâo<br />

cidadeprédo-<br />

limpo<br />

prédo-<br />

m/s<br />

minanteminante SE<br />

W<br />

SE<br />

SE<br />

E<br />

SE<br />

SE<br />

E<br />

SE<br />

SE<br />

SE<br />

SE<br />

SE<br />

2,0<br />

0,7<br />

1,3<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,7<br />

1,2<br />

1,0<br />

1,9<br />

1,3<br />

1,5<br />

1,9<br />

Evaporaçâo<br />

e m mm<br />

de chuvai<br />

23,0<br />

15,0<br />

24,4<br />

16,4<br />

21,4<br />

36,9<br />

34,0<br />

48,0<br />

49,5<br />

31,8<br />

16,9<br />

11,4<br />

328,7<br />

Total<br />

em mm<br />

303,4<br />

256,5<br />

279,5<br />

45,1<br />

4,1<br />

35,4<br />

11,8<br />

0,0<br />

22,6<br />

157,6<br />

240,9<br />

299,6<br />

656,5<br />

CHUVA<br />

Mâximo<br />

em 24 h<br />

92,1<br />

82,3<br />

98,6<br />

15,2<br />

4,1<br />

24,0<br />

6,7<br />

0,0<br />

16,5<br />

30,9<br />

67,4<br />

57,5<br />

98,6<br />

Data<br />

31<br />

2<br />

25<br />

5<br />

18<br />

20<br />

7<br />

16<br />

9<br />

1<br />

31<br />

25/3<br />

Dias<br />

ehuvosos<br />

16<br />

17<br />

15<br />

6<br />

1<br />

3<br />

2<br />

0<br />

4<br />

11<br />

18<br />

17<br />

110<br />

Claros<br />

1<br />

0<br />

4<br />

2<br />

14<br />

13<br />

12<br />

12<br />

3<br />

3<br />

0<br />

2<br />

66<br />

DIAS<br />

Nublados<br />

22<br />

26<br />

18<br />

26<br />

17<br />

14<br />

17<br />

16<br />

. 25<br />

20<br />

22<br />

18<br />

241<br />

Encobertos<br />

2<br />

9<br />

2<br />

0<br />

3<br />

2<br />

3<br />

2<br />

8<br />

8<br />

11<br />

58<br />

en<br />

w<br />

a<br />

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M<br />

c<br />

M<br />

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M<br />

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s<br />

u ht-


Janeiro<br />

MESES<br />

]/e vcroi ro<br />

Marco<br />

Abril<br />

M aio<br />

Junho<br />

Julho<br />

Agôsto<br />

Sotembro<br />

Outubro<br />

Dczcmbro<br />

AN UAL. ..<br />

OBSERVAÇOES METEOROLÓGICAS DA ESTAÇAO EXPERIMENTAL DE RIBEIRÄO PRÊTO — ANO DE 1946<br />

TEM<br />

Maximo<br />

30,5<br />

31,1<br />

29,5<br />

29,4<br />

28 5<br />

27,1<br />

26,2<br />

30 2<br />

31,0<br />

31 5<br />

30 !)<br />

30,3<br />

29,7<br />

PERATURAS<br />

(médias)<br />

"C<br />

Mini mo<br />

18,7<br />

19,2<br />

.17,8<br />

13,5<br />

14 0<br />

11,1<br />

11,1<br />

13,9<br />

15,2<br />

172<br />

17 9<br />

18,1<br />

15,0<br />

a<br />

o<br />

q<br />

23,6<br />

24,3<br />

22,7<br />

19,9<br />

20 4<br />

18,0<br />

18,2<br />

21 6<br />

22,6<br />

24 2<br />

24 9<br />

24,1<br />

22,0<br />

Umidadcrelativa<br />

por %<br />

79,2<br />

78,9<br />

80,1<br />

73,7<br />

67,5<br />

63,2<br />

63,8<br />

49,0<br />

54,4<br />

61 3<br />

63 6<br />

72,0<br />

67,2<br />

Umidadeabsoluta<br />

(mgH20<br />

por<br />

litro<br />

de ar)<br />

17,3<br />

17,9<br />

16,5<br />

12,6<br />

11 9<br />

9,4<br />

9 5<br />

9 0<br />

10,7<br />

130<br />

152<br />

16,6<br />

13,3<br />

Ncbulosidade<br />

10 = céu<br />

cobcrto<br />

0 = ceu<br />

limpo<br />

5,6<br />

5,8<br />

5,9<br />

3,0<br />

3,3<br />

2,8<br />

3,6<br />

2,6<br />

3,2<br />

44<br />

5 3<br />

6,0<br />

4,3<br />

I" dire-<br />

Cti o<br />

prédominante<br />

C<br />

C<br />

c<br />

c<br />

c<br />

c<br />

c<br />

c<br />

c<br />

c<br />

c<br />

c<br />

c<br />

VEN TO<br />

2" direçâoprédominante<br />

N<br />

N<br />

SE<br />

SE<br />

W<br />

NW<br />

SE<br />

SE<br />

E<br />

K<br />

E<br />

E<br />

E<br />

Velocidadc<br />

m/s<br />

0,7<br />

0,6<br />

0,7<br />

0,8<br />

07<br />

0,9<br />

1,3<br />

1 2<br />

1,4<br />

1 8<br />

1 8<br />

0,8<br />

1,1<br />

Evaporaçfio<br />

em mm<br />

de chuva<br />

6,6<br />

S,2<br />

13,3<br />

25,2<br />

23 6<br />

22,2<br />

31,1<br />

46,2<br />

51,3<br />

42 4<br />

134 6<br />

103,7<br />

508,4<br />

Total<br />

e m mm<br />

202,5<br />

197,7<br />

.174,0<br />

52,6<br />

30<br />

6,0<br />

60,0<br />

0,0<br />

30,7<br />

105 2<br />

170 5<br />

233,7<br />

1 236,5<br />

CHUVA<br />

Mäximo<br />

cm 24 11<br />

05,0<br />

42,1<br />

32,4<br />

19,0<br />

2,4<br />

3,0<br />

24,2<br />

0,0<br />

23,0<br />

49 0<br />

40 0<br />

53,0<br />

65,0<br />

Data<br />

28<br />

10<br />

17<br />

2<br />

13<br />

10<br />

16<br />

29<br />

10<br />

3<br />

23<br />

28/1<br />

Dias<br />

chuvosos<br />

10<br />

12<br />

.18<br />

4<br />

2<br />

3<br />

7<br />

0<br />

4<br />

10<br />

11<br />

12<br />

99<br />

Clai'os<br />

1<br />

0<br />

1<br />

10<br />

11<br />

17<br />

11<br />

17<br />

13<br />

5<br />

3<br />

1<br />

90<br />

DIAS<br />

Nublados<br />

27<br />

24<br />

24<br />

20<br />

12<br />

17<br />

12<br />

12<br />

24<br />

24<br />

24<br />

238<br />

18<br />

Encobertos<br />

3<br />

4<br />

6<br />

0<br />

2<br />

1<br />

3<br />

2<br />

5<br />

2<br />

3<br />

6<br />

37<br />

w<br />

O<br />

50<br />

w<br />

c!<br />

M<br />

S<br />

Ü<br />

w<br />

o<br />

Ö<br />

o<br />

O


Janeiro<br />

MESES<br />

Eevereiro<br />

Maroo<br />

Abril<br />

Maio<br />

Junho<br />

Julho<br />

A^osto<br />

Setembro<br />

Outubro<br />

Novembre..<br />

Dczembro<br />

ANUAL.<br />

OBSERVACÖES METEOROLÓGICAS DA ESTAÇÂO EXPERIMENTAL DÈ RIBEIRAO PRÊTO — ANO DE 1947<br />

TEMPERATUHAS<br />

(médias)<br />

°C<br />

Maximo<br />

25,9<br />

30,7<br />

28,3<br />

29,6<br />

28,2<br />

28,1<br />

25 5<br />

28 2<br />

29,4<br />

28,4<br />

29,0<br />

29,2<br />

28,4<br />

Mini mo<br />

18,4<br />

19,0<br />

17,8<br />

.15,0<br />

13,7<br />

11,7<br />

10 5<br />

124<br />

14,7<br />

14,6<br />

15 4<br />

17,9<br />

15,1<br />

d<br />

O<br />

0<br />

23 5<br />

24,8<br />

23 0<br />

23,1<br />

22,0<br />

20,8<br />

19 5<br />

21 7<br />

23,1<br />

22,7<br />

23 4<br />

24,2<br />

22,7<br />

Umidaderelativa<br />

por %<br />

80 4<br />

75,1<br />

78 5<br />

64,5<br />

65,7<br />

56,3<br />

57 9<br />

53 2<br />

64,3<br />

61,7<br />

62 4<br />

73,2<br />

66,1<br />

Umidadeabsoluta<br />

(mg H20<br />

por<br />

litro<br />

de ar)<br />

17 8<br />

17,7<br />

16 8<br />

13,9<br />

13 2<br />

10,4<br />

')8<br />

100<br />

13,3<br />

12,9<br />

13 7<br />

16,8<br />

13,8<br />

Nebulosidade<br />

10 = céu<br />

coberto<br />

0 = céu<br />

limpo<br />

65<br />

55<br />

5 9<br />

3,7<br />

43<br />

3,4<br />

4 4<br />

3 8<br />

4,7<br />

5,3<br />

5 1<br />

5,8<br />

4,9<br />

1" direçâoprédominante<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

VENTO<br />

2" direçàoprédominante.<br />

NW<br />

W<br />

E<br />

E<br />

E<br />

E<br />

i 1 :<br />

E<br />

SE<br />

SE<br />

E<br />

SE<br />

E<br />

Volocidade<br />

m/s<br />

1 2<br />

0,0<br />

1 3<br />

1,0<br />

05<br />

1,2<br />

1 8<br />

1 6<br />

1,4<br />

2,6<br />

20<br />

3,8<br />

1,6<br />

Evaporaçâo<br />

em mm<br />

de ehuva<br />

138 ( )<br />

77 8<br />

67 4<br />

107,9<br />

104 6<br />

131,5<br />

125 3<br />

158 4<br />

118,7<br />

134,3<br />

119 4<br />

85,3<br />

.1 369,5<br />

Total<br />

em mm<br />

341 7<br />

162 4<br />

384 5<br />

7,0<br />

15 0<br />

25,6<br />

18 9<br />

62 2<br />

92,4<br />

142,6<br />

121 9<br />

177,1<br />

1 551,3<br />

CHUVA<br />

Maxime<br />

em 24 h<br />

77 9<br />

31,5<br />

78 0<br />

3,5<br />

6,4<br />

20,8<br />

11 8<br />

26 3<br />

20,8<br />

50,6<br />

21 0<br />

• 44,9<br />

78,0<br />

Data<br />

1<br />

15<br />

14<br />

16<br />

4<br />

23<br />

10<br />

G<br />

9<br />

23<br />

26<br />

27<br />

14/3<br />

Dias<br />

chuvosos<br />

23<br />

14<br />

21<br />

2<br />

4<br />

2<br />

2<br />

'7<br />

13<br />

11<br />

12<br />

17<br />

128<br />

Claros<br />

1<br />

0<br />

3<br />

G<br />

G<br />

8<br />

8<br />

11<br />

6<br />

5<br />

3<br />

0<br />

57<br />

DIAS<br />

Nublados<br />

21<br />

25<br />

18<br />

23<br />

22<br />

20<br />

17<br />

14<br />

19<br />

22<br />

22<br />

26<br />

249<br />

Encobortos<br />

9<br />

3<br />

10<br />

1<br />

3<br />

2<br />

G<br />

G<br />

5<br />

4<br />

5<br />

5<br />

• 59<br />

g<br />

c!<br />

SI<br />

O<br />

00<br />

a<br />

o<br />

co<br />

O


Janeiro<br />

MESES<br />

Fevereiro<br />

Marco<br />

Abril<br />

Maio<br />

Junho<br />

Ju ho<br />

Agôsto<br />

Sstombro<br />

Outubro...'<br />

Novembre<br />

Dezembro<br />

• ANUAL. . .<br />

OBSERVACÖES METEOROLÓGICAS DA ESTACÄO EXPERIMENTAL DE RIBEIRÄO PRÊTO — ANO DE 1948<br />

TEMPERATURAS<br />

(médias)<br />

°C<br />

o<br />

'y.<br />

öS<br />

31,0<br />

29,9<br />

30,1<br />

30,6<br />

28,5<br />

28,2<br />

28,7<br />

29,6<br />

32,0<br />

30,2<br />

29,6<br />

29,5<br />

29,8<br />

o<br />

§<br />

18,5<br />

18,6<br />

16,9<br />

13,7<br />

12,9<br />

10,3<br />

12,7<br />

13,6<br />

14,4<br />

16,6<br />

18,0<br />

17,4<br />

15,3<br />

IM<br />

SS<br />

O<br />

Q<br />

24,8<br />

24,4<br />

24,2<br />

24,1<br />

22,1<br />

21,2<br />

21,5<br />

22,9<br />

25,0<br />

24,4<br />

24,2<br />

24,8<br />

23,6<br />

Umidaderelativa<br />

por %<br />

71,9<br />

77,3<br />

72,8<br />

57,4<br />

60,4<br />

52,0<br />

59,0<br />

45,9<br />

43,6<br />

58,0<br />

69,8<br />

65,2<br />

61,1<br />

Umidadeabsoluta<br />

(mgH20<br />

por<br />

litro<br />

de ar)<br />

17,0<br />

17,9<br />

16,8<br />

13,1<br />

12,1<br />

9,8<br />

11,2<br />

9,5<br />

10,0<br />

13,0<br />

15,9<br />

15,3<br />

13,5<br />

Nebulosidade<br />

10 = céu<br />

coberto<br />

0 = céu<br />

limpo<br />

5,3<br />

5,9<br />

4,7<br />

2,2<br />

3,7<br />

2,0<br />

4,1<br />

3,0<br />

3,2<br />

4,5<br />

5,8<br />

4,6<br />

4,1<br />

1° direçâoprédominante<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

VENTO<br />

2° direcäoprédominante<br />

N<br />

E<br />

SE<br />

E<br />

SE<br />

E<br />

E<br />

E<br />

E<br />

SW<br />

SE<br />

E<br />

E<br />

Velocidade<br />

m/s<br />

0,6<br />

0,6<br />

1,2<br />

1,7<br />

1,8<br />

1,1<br />

0,0<br />

2,7<br />

2,6<br />

2,6<br />

4,1<br />

4,0<br />

2,1<br />

Evaporaçâo<br />

em mm<br />

de chuva<br />

90,7<br />

24,7<br />

82,8<br />

133,8<br />

128,3<br />

148,1<br />

151,7<br />

195,9<br />

232,1<br />

172,9<br />

100,6<br />

120,0<br />

1 581,6<br />

Total<br />

em mm<br />

170,7<br />

309,9<br />

228,3<br />

0,0<br />

17,1<br />

0,0<br />

17,7<br />

8,7<br />

12,0<br />

66,6<br />

144,8<br />

189,5<br />

1 165,3<br />

CHUVA<br />

Mäximo<br />

em 24 h<br />

50,5<br />

102,7<br />

54,4<br />

0,0<br />

8,4<br />

0,0<br />

8,8<br />

5,5<br />

5,5<br />

18,7<br />

35,8<br />

69,0<br />

102,7<br />

Data<br />

16<br />

11<br />

11<br />

00<br />

20<br />

25<br />

12<br />

28<br />

13<br />

17<br />

19<br />

11/2<br />

Dias<br />

chuvosos<br />

17<br />

20<br />

15<br />

00<br />

3<br />

0<br />

5<br />

3<br />

4<br />

11<br />

15<br />

11<br />

104<br />

Claros<br />

3<br />

1<br />

3<br />

15<br />

8<br />

18<br />

9<br />

12<br />

12<br />

6<br />

2<br />

3<br />

92<br />

DIAS<br />

Nublados<br />

24<br />

24<br />

24<br />

15<br />

. 22<br />

12<br />

18<br />

17<br />

17<br />

22<br />

21<br />

26<br />

242<br />

Encobertos<br />

4<br />

4<br />

4<br />

0<br />

1<br />

0<br />

4<br />

2<br />

1<br />

3<br />

7<br />

2<br />

32<br />

><br />

M<br />

CA<br />

O<br />

i i<br />

en<br />

P<br />

M<br />

o<br />

M<br />

O<br />

M<br />

M<br />

><br />

Ir 1<br />

O


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 349<br />

DA<strong>DO</strong>S GEOLÓGICOS **<br />

A Estaçâo Experimental de Ribeirâo Prêto se assenta sobre diabâsios<br />

de granulaçâo fina e melâfiros. Somente pequena faixa do subsolo<br />

de sua parte baixa é formada por arguas aluviais.<br />

Os diabâsios aparecem na superficie da parte mais alta da Estacäo<br />

Experimental, num estado pouco atingido pela decomposiçâo. Ai, as<br />

âguas superficiais pene tram na rocha, pelas inumeras fendas, oxidando<br />

os minerais componentes, com formaçâo de argila e limonita. Na<br />

parte inferior da Estaçâo Experimental, nas extensas pedreiras superficiais,<br />

o diabâsio ocorre em camadas de vârios métros de espessura e<br />

de côr cinzenta, bastante atingido pela decomposiçâo.<br />

Na parte central, onde se estende uma terraça de 0,8 a 1 km de<br />

largura, separando o território em duas partes — superior e inferior —<br />

a rocha viva nâo foi encontrada nos poços de 20 e 30 m de profundidade;<br />

nas suas superficies, porém, se observavam pedaços de melâfiro<br />

completamente decompostos e jâ sem vestigios de feldspatos e piroxênios.<br />

Com evidência, a terraça cobre uma faixa onde a intrusâo diabâsica<br />

foi transformada em rocha melafirica porosa, em contato com a<br />

intrusâo anterior. Este fenômeno ficou comprovado pela composiçâo<br />

mineralógica diferente do diabâsio da parte superior, comparada com o<br />

diabâsio da parte inferior da Estacäo Experimental.<br />

TRABALHO DE CAMPO<br />

Em se tratando de um estudo pedológico minucioso, temos que,<br />

primeiramente, executar o levantamento altimétrico da area em questâo,<br />

se ainda nâo o possuimos. Após este levantamento, que poderâ ser<br />

mais ou menos detalhado, dependendo naturalmente de cada caso, sera<br />

assinalado no mapa, nâo em carâter definitivo, o piano gérai de retirada<br />

de perfis e amostras superficiais "T". A direçâo das "catenas" deverâ<br />

ser, o quanto possivel, normal as curvas de nivel e, se necessârio, podemos<br />

mesmo curvâ-las.<br />

Neste esbôço prévio, executado em escritório, deverâo ser traçadas<br />

as' direçôes das principals "catenas", com os diversos pontos, localizado<br />

cada perfil a ser retirado, bem como as amostras superficiais "T". Estes<br />

pontos serâo tanto intercalares, isto é, dentro da "catena", como extraintercalares,<br />

ou melhor, fora da "catena". A localizaçâo dêstes Ultimos<br />

deve seguir, tanto quanto possivel, a curva de nivel dos pontos intercalares<br />

.<br />

MIINE (1) aplicou a técnica da "catena" para a retirada de perfis<br />

e amostras de solos, considerando, no gérai, grandes extensôes, ou sejam,<br />

quilómetros e dezenas de quilômetros. Nos as temos usado muito,<br />

e com bons resultados, principalmente em extensôes relativamente pequenas.<br />

O numero de catenas, perfis e amostras superficiais "T" a serem<br />

retirados, por unidade de superficie, de ârea a ser estudada, varia, sobretudo<br />

diante de dois fatos: 1.°) o grande tipo de solo a que pertence<br />

a ârea a ser estudada. Hâ tipos de solo relativamente homogêneos; 2.°)<br />

as minücias exigidas no trabalho. De posse do mapa, contendo a localizaçâo<br />

prévia dos pontos de retirada de amostras, e jâ considerados os<br />

dois fatôres acima citados, vamos para o campo. In loco, o mapa é re-<br />

** Os dados geológicos foram fornecidos pelo Dr. MARGER GUTMANS, geólogo<br />

e petrógrafo da Secçâo de Agrogeologia, do Instituto Agronômico do Estado,<br />

em Campinas.


350 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

estudado, e dai entâo localizados, mais ou menos definitivamente, os<br />

pontos de retirada de perfis e amostras superficiais "T".<br />

Nâo é demais, entretanto, executar corao "teste", para provar o<br />

grau de homogeneidade da ârea a ser estudada pedolôgicamente, a retirada<br />

preliminar compléta de uma das "catenas", como ficou previsto.<br />

As amostras serâo enviadas para o laboratório, onde seräo analisadas.<br />

Diante dos resultados, isto é, diante do grau de homogeneidade das<br />

anâlises, poderemos aumentar ou diminuir os pontos, tanto intercalares<br />

como extra-intercalares de retirada de amostra.<br />

Em gérai, este "teste" prévio résulta em grandes beneficios na<br />

execuçâo do trabalho, quer de ordern técnica, quer de ordern econômica,<br />

considerando material e tempo.<br />

De posse do grau de homogeneidade, podemos entâo localizar, definitivamente,<br />

os pontos de retirada dos perfis e das amostras superficiais<br />

"T". Forçoso é esclarecer agora como sâo colhidos os perfis e as<br />

amostras superficiais "T", bem como sâo divididas e definidas as diversas<br />

camadas e os horizontes pedológicos.<br />

Na literatura (2 a 10) hâ, no gérai, alguma confusâo no referente<br />

à divisào, simbolismo e descriçâo dos horizontes pedológicos própriamente<br />

ditos.<br />

A nosso ver, isto tem sua origem na existência de duas escolas, completamente<br />

opostas em suas teorias, com relaçâo à gênese do solo. A<br />

mais antiga relaciona a gênese exclusivamente à rocha-mâter, enquanto<br />

que a considerada mais moderna, ou russa, dâ paternidade exclusiva<br />

aos fatôres climâticos.<br />

Acreditamos que sômente urn misto balanceado dessas duas teorias<br />

poderâ funcionar a contento, tendendo mais para uma ou para<br />

outra, segundo a regiâo do globo, em que o solo fôr estudado. Quando<br />

muito, poderâ dizer-se, de forma gérai, que nossos solos sào do tipo lateritico.<br />

Entretanto, para sistematizaçâo de nossos trabalhos, isto em<br />

absoluto nâo satisfaz. Necessârio, e de grande importância, que se levem<br />

também em consideraçâo os fatôres litológicos ou, pelo menos no<br />

nosso caso, as diversas formaçôes geológicas, por nâo dispormos ainda<br />

de mapas litológicos.<br />

Na questâo da demarcaçâo e simbolizaçâo das camadas e horizontes<br />

pedológicos, resolvemos adotar um critério que sistematiza e simplifica<br />

bem os trabalhos de solo que vêm de ser executados no Estado.<br />

Adotamos os seguintes simbolos e significaçâo :<br />

A, — Horizonte pedológico mais influenciado pela matéria orgânica.<br />

Em nosso caso, nem sempre é fâcil essa observaçâoe, como exemplo,<br />

podemos citar a terra-roxa-legitima.<br />

A.2 —Se, abaixo de 40 cm, que é a espessura do A,, existir ainda matéria<br />

orgânica visivel a ôlho nû.<br />

B — Tôda a espessura do solo, entre Ax e A2 e o horizonte jâ influenciado<br />

pela rocha, podendo, entretanto, ses subdividido, em alguns casos,<br />

em Bi e B2.<br />

I — Horizonte aluvial bastante adensado por particulas de argua<br />

e que se pode encontrar dentro do horizonte B, a maior ou menor distância<br />

de Ai ou A-2. É, em gérai, nos nossos casos, de formaçâo relativamente<br />

recente, devido, principalmente, à utilizaçâo agricola do solo.<br />

G — Horizonte ou zona do perfil do solo, periôdicamente saturado<br />

de umidade, podendo, por esta razâo, desenvolverem-se reaçôes de oxireduçâo.


ANAIS DA SEGUISiDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 351<br />

C — Horizonte apresentando, pràticamente, só rocha alterada.<br />

C, — Rocha viva.<br />

BC — Parte do horizonte B misturado com rocha alterada.<br />

Além da anotaçâo do horizonte pedológico propriamente dito, e<br />

como, no gérai, sâo retiradas amostras em camadas outras, nâo bem<br />

definidas pedologicamente, sâo ëlas anotadas de urn modo geral, e de<br />

cima para baixo, com as letras minüsculas do alfabeto.<br />

Assim, por exemplo, é retirado urn perfil de 5 camadas. Estas seräo<br />

anotadas, em sentido decrescente, com as letras a; b; c; d; e. Pedologicamente,<br />

a poderâ ser o horizonte A1; e b, c, d, e fazerem parte do<br />

horizonte B. Se, entre essas camadas, encontrarmos urn horizonte adensado,<br />

este sera designado pela letra maiüscula I, isto é, urn horizonte<br />

iluvial, dentro do horizonte B.<br />

Devemos, também, prestabelecer tenham essas camadas espessura<br />

a mais baixa possivel, ou melhor, a — 0 a 40; b— 40 a 80; c — 80 a<br />

150; d —150 a 250 cm, etc.<br />

As nossas amostras superficiais "T" equivalem ao horizonte Ai.<br />

Principalmente na questâo do mapeamento dos diversos elementos quimioos,<br />

a retirada dessas amostras têm grande importância, pois podem<br />

ser retiradas séries elevadas, com relativamente pouco trabalho. Em<br />

parte, portanto, substituir a retirada de maior numéro de perfis.<br />

O presente trabalho esta dentro dessas consideraçoes com relaçâo<br />

a perfis e amostras superficiais "T".<br />

TOMADA DE PERFIL DE <strong>SOLO</strong><br />

Para a tomada de amostras de um perfil de solo procede-se da maneira<br />

seguinte:<br />

Preliminarmente, abre-se uma cova com cêrca de 1 m- de bôca.<br />

A profundidàde, se a rocha nâo aflora antes, sera de cêrca de 1,50 m.<br />

Uma das paredes da cova deve ser bem a prumo e bem cortada. Nesta<br />

parede seräo estudadas, ràpidamente, "a ôlho", as camadas do solo<br />

do quai vâo ser retiradas as amostras.<br />

Demarcadas as espessuras de cada camada, que, no geral, sâo:<br />

a— 0 a 0,40; b — 0,40 a 0,80 e c — 0,80 a 1,50 m, retiramos cêrca de<br />

5 kg de amostra de cada camada além de uma amostra volumétrica de<br />

100 ml de solo, com sua estrutura natural (11).<br />

As amostras de cêrca de 5 kg as quais devem répresentar a média<br />

da camada de solo em questâo, sâo acondicionadas em saquinhos de<br />

pano e seguem para o laboratório, onde seräo espalhadas em tabuleiro<br />

e postas ao ar ou à estufa a ar quente (55°C) para secar.<br />

Depois de sêcas, essas amostras sâo peneiradas em tamises, sendo<br />

uma de 20 e outra de 2 mm,, separando-se, assim, pedras e seixos da<br />

terra fina.<br />

Essa "terra-fina", cuja granulaçâo possui diâmetro médio de 2 mm<br />

para menos, sera empregada em tôdas as anâlises fisicas e quimicas<br />

que seguem neste trabalho.<br />

A amostra volumétrica vai servir para determinaçâo da massa especifica<br />

aparentefbem como da porcentagem de poros do solo..<br />

Baseiam-se nesta amostra volumétrica todos os câlculos em volume<br />

de solo, tanto nas tabelas dos dados fisicos como nos grâficos fisicos e<br />

quimicos.<br />

Como vemos no mapa n.ô 2, retiramos 23 perfis e 206 amostras superficiais<br />

"T", das quais parte se encontra dentro das 5 "catenas" delineadas.


352 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

DA<strong>DO</strong>S FfSICOS<br />

Comentaremos neste trabalho, ràpidamente, os dados fisicos estampados<br />

nas tabelas sob a epigrafe "Fisica do Solo".<br />

Esclarecimentos de ordern teórica sobre fisica do solo e, sobretudo,<br />

referentes aos pontos por nós abordados, podem ser consultados entre<br />

os numéros 11 e 21 de nossa parte bibliogrâfica.<br />

As tabelas se referem, exclusivamente, aos perfis, e se dividem em<br />

très porçôes: a primeira refere-se à "fase sólida", a segunda, à "fase<br />

liquida", e a terceira, à "fase gasosa e porosa" do solo.<br />

Na "fase sólida" vamos encontrar os seguintes dados: profundidade<br />

e, portanto, espessura das diversas camadas do perfil; massa especifica<br />

real e aparente; volume de matéria sólida e indices de côr de cada<br />

camada, quer ümida quer sêca, segundo a tabela de côres de OSTWALD.<br />

Terminamos os dados da "fase sólida" com a anâlise mecânica ou granulométrica,<br />

constando estes dados em peso e volume, bem como os<br />

indices de classificaçâo mecânica de solo, segundo BUITENZORG. Na<br />

"fase liquida" todos os dados sâo calculados em peso e volume de solo<br />

natural, com exceçâo da "umidade higroscópica".<br />

A higroscopicidade, segundo dado da "fase liquida", é obtida de<br />

acôrdo com MITSUHERLICH . Esta determinaçâo 6 por nós considerada<br />

de certa importância, sobretudo para os estudos teóricos de solo. Este<br />

teor em umidade nâo entra em cogit'açâo nos problemas do sistema<br />

"âgua-solo-planta", maxime em se tratando de groblemas de irrigaçao.<br />

Vem, em seguida, o teor de "umidade de murchamento" ("Wilting<br />

point" dos americanos) ; é o teor de umidade do solo em que as plantas<br />

começam a sentir falta d'âgua, apresentando os primeiros caractères<br />

de murchamento. Nos solos da Éstaçâo Experimental de Ribeiräo Prêto,<br />

este teor é da ordern de 18%, em peso.<br />

A outra determinaçâo seguinte é a "umidade equivalente" ("moiscure<br />

equivalent" dos am&ricanos) . O método por nós usado é, pràticamente,<br />

o mesmo de BRIGGS e MACLANE (13, 14) e BRIGGS e SHANT (15).<br />

Nos solos em questâo, o teor de umidade equivalente é da ordern de<br />

27%, em peso.<br />

Outra determinaçâo que segue é a "âgua capilar maxima", teor<br />

êsse que équivale ao que os americanos chamam de "Field Capacity";<br />

é o teor de umidade de urn solo, acima do quai passa a existir "âgua<br />

gravitativa". Na literatura americana encontramos, comumente, a designaçâo<br />

de "Free Water" para designar o que chamamos de âgua gravitativa<br />

.<br />

Nos solos da Estaçâo Experimental, o teor ern "âgua capilar mâxima"<br />

é da ordern de 35%, em peso. Nos grâficos fisicos encontramos a<br />

higroscopicidade, a umidade equivalente e a âgua capilar maxima, representadas,<br />

volumètricamente, no perfil. A umidade de murchamento<br />

é obtida multiplicando a umidade equivalente por 0,68 (20) ; seja em<br />

peso, seja em volume.<br />

Ainda na "fase liquida" vamos encontrar os valores mâximos de<br />

ascensâo e obsorçâo de âgua no solo, e que sâo os segulntes:<br />

1) Ascensâo capilar maxima* — hTmm. E' a ascensâo maxima<br />

em milïmetros que a âgua pode alcançar no solo por meio das "forças<br />

* O têrmo "ascensâo", embora seja aceito, no gérai, pelos pedologistas, a<br />

nosso ver nâo esclarece o fenômeno em sua maior amplitude. O fenômeno<br />

processa-se em tôdas as direçôes e nâo apenas de baixo para cima como significa<br />

b têrmo. A nosso ver, parece que séria mais razoâvel e lógico o têrmo "caminhamento",<br />

e lugar de "ascensâo". Séria para nosso caso, portanto, "caminhamento<br />

capilar mâximo".


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 353<br />

capilares". Constitui urn dado de grande interesse nos problemas de<br />

irrigaçâo, em geral, seja para o câlculo da quantidade de âgua a ser<br />

utilizada, seja também no planejamento da distribuiçâo, profundidade<br />

e extensâo dos canais.<br />

A formula por nós utilizada (20) para o câlculo de ascensâo capilar<br />

mâxima em milimetros é a seguinte:<br />

- h m<br />

h"o4 e /1T20 representam, respectivamente, a altura em milimetros da<br />

unidade alcançada no "tubo", depois de 24 e 120 horas.<br />

2) A formula utilizada para o câlculo da velocidade mâxima de<br />

ascensâo capilar em mm/hora é a seguinte:<br />

vh =<br />

3) A formula usada para o câlculo da altura mâxima de âgua<br />

absorvida em milimetros é a seguinte:<br />

/ TJ TJ<br />

H 4-Hg4 • tl120<br />

5En - H no<br />

onde H24 é a altura em milimetros de camada de âgua que o solo absorve<br />

em 24 horas, e vale, para nosso caso, que usamos tubos para ascensâo<br />

capilar de 1 cm de raio, 3,188 A24, sendo que H]20 tem valor anâlogo.<br />

A24 e A120 = peso de âgua absorvida no tubo, em 24 horas e 120 horas.<br />

4) Para o câlculo de velocidade mâxima de absorçâo da "lamina"<br />

de âgua em mm/hora, usamos a formula seguinte:<br />

TT TT<br />

Tr JJ Q/. • 11 ion<br />

I'H = 30(Hm-HH)<br />

5) A âgua capilar mâxima, equivalente ao "Field capacity" dos<br />

americanos, calculamos pela formula seguinte:<br />

A % = joo_j±<br />

900 • hm<br />

Este dado, como se observa, identificamos com os numéros de gramas<br />

de âgua absorvida porcentualmente em terra-fina sêca ao ar, em<br />

120 horas.<br />

p — peso da coluna de 900 milimetros de terra-fina sêca ao ar e<br />

existente no tubo (20) .<br />

Os dados que acabamos de citar sâo de mâxima importância na<br />

soluçâo da dinâmica da âgua no solo.<br />

Através dessas cinco formulas pode ser colhido o seguinte:<br />

1.° hT mm — ascençâo capilar maxima ou caminhamento capilar<br />

mâximo da âgua no solo.<br />

2.°, Vh — velocidade mâxima de ascensâo capilar ou velocidade<br />

mâxima do caminhamento capilar.<br />

3.°, HT — altura mâxima de âgua absorvida, em milimetros.<br />

4.°, VH — velocidade mâxima de absorçâo de uma camada de âgua,<br />

em milimetros.<br />

— 23 —


354 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

5.°, A% — percentagem de âgua calculada sobre o peso de terrafina<br />

sêca ao ar.<br />

Portanto, A% équivale à âgua capilar maxima que o solo pode reter.<br />

Além dêsses dados, para solver problemas de irrigaçâo, ainda sâo<br />

de grande importância: a umidade de murchamento ("Wilting point"<br />

dos americanos) e a umidade equivalente ("Moisture equivalent" dos<br />

americanos).<br />

Logo adiante, sâo encontradas as tabelas de "Fisica do Solo".<br />

Como têrmo médio das constantes acima mencionadas, podem ser<br />

citados os seguintes, para o solo em questâo, ou melhor, a "terra-roxalegitima".<br />

Umidade de murchamento 18,5%<br />

Umidade equivalente 27%<br />

Âgua capilar maxima 35%<br />

Ascensâo capilar maxima 660 mm<br />

Velocidade de ascensâo cap. Vhmm/hora ... 46 mm<br />

Altura mâx. de âgua absorvida HTmm .... 295 mm<br />

Velocidade mâx. de absorçâo VHmm/hora . . 25 mm<br />

Os dados acima variam pouco, relativamente, como pode ser visto<br />

nas tabelas de "Fisica do Solo", sobretudo em se tratando dos primeiros<br />

40 cm, como é o caso para os problemas de irrigaçâo.<br />

Pelos dados médios acima ficamos sabendo: 1.°) que, a cêrca de<br />

18,5% de umidade, êsse solo jâ nâo possui mais âgua disponivel para<br />

as plantas, em gérai (principalmente culturas anuais, cujo sistema radicular,<br />

em grande percentagem, esta situado nos primeiros 40 cm de<br />

solo) ; 2.°) que o mâximo de retençâo de âgua dêsse solo é de cêrca de<br />

35%; acima dêsse teor jâ inicia o aparecimento de "âgua gravitativa";<br />

3.°) que a ascensâo ou caminhamento capilar mâximo de âgua nesse<br />

solo é da ordern de 660 mm. Este dado, como jâ foi frisado, é de grande<br />

valor no estabelecimento da distribuiçao, profundidade e distância dos<br />

sulcos, nos problemas de irrigaçâo e drenagem; 4.°) que a velocidade<br />

maxima de ascensâo é da ordern de 46 mm por hora; significa isso que<br />

a velocidade maxima de caminhamento de âgua nesse solo pode atingir<br />

o numero acima citado; 5.°) que a altura maxima de uma camada<br />

de âgua que êsse solo pode absorver, sem que ha ja âgua gravitativa, é<br />

da ordern de 295 mm. Este numero calculado vai fornecer o teor de<br />

âgua capilar maxima, isto é, A%; 6.°) que a velocidade maxima de absorçâo<br />

de camada de âgua é da ordern de 25 mm por hora, ou melhor,<br />

uma queda pluviométrica até 60 mm/hora pode, com tôda certeza, ser<br />

absorvida por êsse solo sem que haja sobra para enxurradas.<br />

Constituem dados de grande interesse para a soluçâo prâtica dos<br />

problemas que dizem respeito à dinâmica da âgua no solo.<br />

DA<strong>DO</strong>S QUÎMICOS<br />

No presente trabalho serâo apenas observados, em linhas gérais,<br />

os resultados aplicados as anâlises de solo. Minûcias podem ser<br />

encontradas em "Contribuiçao para a Caracterizaçao dos Solos de Sâo<br />

Paulo" (14) .<br />

MÉTO<strong>DO</strong>S QUÎMICOS USA<strong>DO</strong>S<br />

Determinaçao do indice pH international — relaçâo entre terra<br />

finâ e âgua destilada 1:1, durante 18 horas, usando eléctrodo de vidro.<br />

Determinaçao do pH em KC1 N — percolar 100 ml da soluçâo de<br />

KC1 N por 10 g de terra-fina; em uma parte dessa soluçâo (cêrca de<br />

20 ml), determinar o pH, usando eléctrodo de vidro.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 355<br />

Determinaçao do C total — método por combustâo e volumetria<br />

do CO2 desenvolvido ou, entâo, por via ümida, usando a mistura sulfocrômica.<br />

Determinaçao do N total — por Kjeldalizaçâo.<br />

Extraçao das bases trocâveis: K, Na, Mg e Ca — percolando o solo<br />

com HNO3 N/20; relaçâo terra-fina, soluçâo 1:10.<br />

Extraçao do POk- trocâvel — mediante soluçâo de âcido oxâlico N<br />

e oxalato de potâssio N, na proporçâo, respectivamente, de 1:3, em volume;<br />

o pH desa soluçâo é da ordern de 3,8.<br />

Extraçao do AI+ + + trocâvel — 10 g de terra-fina, percolada, sucessivamente,<br />

duas vêzes por 100 ml de uma soluçâo de KC1 N, titulando<br />

uma parte aliquota de cada percolaçâo e calculado o valor final pela<br />

formula de VAGELER.<br />

Extraçao do H+ trocâvel — Sem remover a terra-fina do tubo percolador<br />

usado na extraçao do A1+ + + trocâvel, fazemos passar ainda,<br />

sucessivamente, duas vêzes, 100 ml de uma soluçâo de Ca(CH3COO)2 N.<br />

É tomada uma parte aliquota de cada percolaçâo, titulada separadamente,<br />

e o valor final calculado como para o caso do A1+ + + trocâvel.<br />

Extraçao do manganês trocâvel — Percolar por 10 g de terra-fina,<br />

100 ml de uma soluçâo de HNO3 N/100. Todos os dados quimicos que<br />

fazem parte da tabela n.° 3 foram encontrados usando os métodos acima<br />

descritos.<br />

ANÄLISE MINERALÓGICA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

A anâlise mineralógica do solo assume posiçâo sempre mais destacada<br />

na Pedologia moderna, nâo apenas para o estudo da genese do<br />

solo mas, todo em particular, para esclarecer a existência de maior ou<br />

menor teor em elementos quimicos em estado de réserva ou potencial.<br />

A tabela n.° 1 reproduz série elevada dessas anâlises, distribuidas<br />

em cinco colunas. A primeira, à esquerda, indica o numero do perfil,<br />

sendo a letra alusiva à camada de solo analisada. Os simbolos A—P e<br />

L—P representam, respectivamente, "areia grossa" e "areia fina mais<br />

limo", da anâlise mecânica total. A segunda descreve os minerais encontrados;<br />

a terceira, a densidade média dos mesmos. A quarta, a percentagem<br />

em volume na referida fraçâo, e a quinta, a percentagem em<br />

peso na terra-fina.<br />

Examinando, ràpidamente, a tabela n.° 1, nota-se grande homogeneidade<br />

do material. Observa-se também nâo existirem, ai, minerais<br />

primârios, o que demonstra ausência de réservas em elementos quimicos<br />

importantes para as culturas. Ao contrario, os resultados vem de denotar<br />

tratar-se de solo lateritizado por excelência; entre todos do Estado,<br />

é êsse o mais tipico nesse particular. Também confirmam êsse ponto<br />

de vista os resultados das anâlises reproduzidas nas tabelas ns. 4a e 4b<br />

e que representam a relaçâo entre silica e sesquióxidos.<br />

Infere-se, mais além, que nas capas de decomposiçâo das rochas<br />

diabâsicas geradoras dêsse grande tipo de solo, o grau de "lateritizaçâo"<br />

atinge proporçôes excessivas.<br />

Foi efetuado numero elevado de anâlises mineralógicas visando,<br />

•exclusivamente, ao estudo aprofundado dêsse fenômeno.<br />

Procedeu-se a meticuloso exame dos vârios constituintes. A série<br />

de resultados assim obtida esta representada na primeira coluna do<br />

mapa n. °1.<br />

Nâo deve, pois, ser esquecido que as terras aqui focalizadas se<br />

distinguem pela ausência absolu ta de réservas em elementos nobres,<br />

para as plantas.


356 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

AN ALISE MINERALÖGICA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

AN ALISE MINERALÓGICA DE <strong>SOLO</strong><br />

400a. A—P Magnetita ilmenïtica, cm f ragmcntos de cristais, raramente<br />

em octaedros<br />

óxidos de ferro complexos de limonita, getita e magnetita,<br />

porosos, de côr castanho-vermelha, em glóbulos elipsoidais<br />

e informes, contendo impurezas<br />

Quartzo hialino, em gràos rolados, corroïdos, com poucos<br />

indutos superficiais ferrîferos, vermelhos<br />

Restos de plantas e insetos (na maior parte carbonizados)<br />

Arenito silicificado e esbranquiçado, em fragmentos<br />

400b. A—P Magnetita, anâloga â anterior<br />

óxidos de ferro, anâlogos â anterior<br />

Quartzo, anâlogo â anterior<br />

Restos orgânicos, anâlogos â anterior<br />

Arenito, anâlogo â anterior<br />

400c. A—P Magnetita, anâloga A anterior<br />

óxidos de ferro, anâlogos a anterior<br />

Quartzo, anâlogo â anterior<br />

Restos de plantas e insetos<br />

Arenito silicificado e esbranquecido, em fragmentos<br />

400c. L—P Magnetita, anâloga as anteriores<br />

óxidos de ferro, anâlogos as anteriores<br />

Quartzo hialino, era fragmentos, angulados, corroîdos...<br />

Arenito, anâlogo ao anterior<br />

Restos orgânicos<br />

400d . A—P Óxidos de ferro, idênticos aos anteriores<br />

Quartzo hialino, angulado e corroîdo<br />

Arenito silicificado e esbranquecido, em fragmentos angulados<br />

Magnetita Ümenïtica, em fragmentos facetados, raramente<br />

octaedros complexos<br />

400d. L—P Óxidos de ferro, anâlogos aos anteriores<br />

Quartzo, anâlogos aos anteriores<br />

Magnetita, anâlogos aos anteriores<br />

Arenito, anâlogos aos anteriores<br />

400e. A—P Magnetita ilmenïtica, em fragmentos de cristais, raramente<br />

em octaedros<br />

óxidos de ferro complexos de limonita, getita e magnetita,<br />

porosos, de côr castanho-vermelha, em glóbulos elipsoidais<br />

e informes, contendo impurezas<br />

Quartzo hialino, em grâos rolados, corroïdos<br />

Arenito silicificado e esbranquiçado, em fragmentos angulados<br />

Plantas earbonizadas<br />

400e. L—P Magnetita, idêntica â anterior<br />

óxidos de ferro, idônticos aos anteriores<br />

Quartzo, idêntico ao anterior<br />

Arenito, idêntico ao anterior<br />

Plantas earbonizadas<br />

40la. A—P Magnetita, idêntica â anterior ,.<br />

óxidos de ferro, idênticos aos anteriores<br />

Quartzo hialino, em gràos angulados e limpos<br />

401a. L—P Magnetita, idêntica à anterior<br />

óxidos de ferro, idênticos aos anteriores<br />

Quartzo, idêntico ao anterior<br />

Restos orgânicos<br />

40lb. A—P Magnetita, idêntica â anterior<br />

Óxidos de ferro, idênticos aos anteriores<br />

Quartzo hialino, angulado e corroîdo. em grâos avermelhados<br />

pelos indutos ferrîferos<br />

Arenito de grâos finos, silicificado<br />

401b. L—P Magnetita, idêntica â anterior<br />

óxidos de ferro, idênticos aos anteriores<br />

Arenito, idêntico ao anterior<br />

Quartzo, idêntico ao anterior<br />

401c. A—P Magnetita ilmenïtica, em fragmentos de cristais, raramente<br />

em octaedros<br />

óxidos de ferro, complexos de limonita., getita e magnetita,<br />

porosos, de côr castanho-vermelha, em glóbulos elipsoidais<br />

e informes, contendo impurezas<br />

Restos de plantas carbonizadas (em parte)<br />

Quartzo hialino, angulado e corroîdo, em gràos avermelhados<br />

pelos indutos ferrîferos<br />

Arenito silicificado, de grâos finos<br />

Oensidade<br />

do<br />

mineral<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

1,2<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

1,2<br />

2,05<br />

4,5<br />

4.5<br />

2,65<br />

2,65<br />

4.5<br />

4,5<br />

2,65<br />

2,65<br />

4.5<br />

2,65<br />

2.05<br />

4,8<br />

4,5<br />

2,65<br />

4,8<br />

2,65<br />

4,5<br />

2,65<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

1,7<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

2,65<br />

4.5<br />

4,5<br />

2,65<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

1,2<br />

2,65<br />

2,65<br />

40<br />

25 55<br />

25<br />

25<br />

141<br />

35<br />

30<br />

25<br />

30<br />

traços<br />

15<br />

40<br />

50 10<br />

traços<br />

72<br />

10<br />

10<br />

8<br />

50 2<br />

43 5<br />

30<br />

40<br />

20<br />

10<br />

traços<br />

20<br />

70 19<br />

traços<br />

00<br />

355<br />

31<br />

65 2<br />

2<br />

20<br />

55<br />

20 5<br />

45<br />

45 55<br />

40<br />

28<br />

20<br />

10<br />

2<br />

Minerais<br />

g %<br />

de solo<br />

2,1<br />

3,0<br />

1.12<br />

0,10<br />

0,22<br />

2,4<br />

2,2<br />

0,71<br />

0,02<br />

1,78<br />

3,13<br />

2,36<br />

16,7<br />

0,83<br />

17,6<br />

19,9<br />

0,23<br />

2,11<br />

2,6<br />

0,2<br />

0.2<br />

0.3<br />

2,62<br />

0,6<br />

23,3<br />

1.5<br />

2,4<br />

3,0<br />

0,8<br />

0,4<br />

10,6<br />

35,2<br />

0,3<br />

2,7<br />

3,33<br />

1,82<br />

0,15<br />

17,1<br />

33,7<br />

0,6<br />

0,2<br />

0,9<br />

2,4<br />

0,5<br />

0,1<br />

25,2<br />

23,7<br />

1,6<br />

1,6<br />

3,5<br />

2,4<br />

0,4<br />

0,5<br />

0,1


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 357<br />

ANÄLISE MINERALÓGICA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

ANÄLISE MINERALÓGICA DE <strong>SOLO</strong><br />

401e. L—P Magnetita, idêntica â anterior<br />

Óxidos de ferro, idênticos aos anteriores<br />

Restos de plantas, idênticos aos anteriores<br />

Quartzo, idêntico ao anterior<br />

Arenito, idêntico ao anterior<br />

401d . A—P Magnetita, idêntica â anterior<br />

Óxidos de ferro, idênticos aos anteriores<br />

Quartzo, idêntico ao anterior<br />

Arenito, idêntico ao anterior<br />

401d. L—P Magnetita, anâloga â anterior<br />

Óxidos de ferro, anâlogos aos anteriores<br />

Arenito, anâlogo ao anterior<br />

401e. A—P Magnetita, anâloga â anterior<br />

Óxidos de ferro compllos, em part« esbranquiçados<br />

Quartzo, idêntico ao anterior<br />

401e. L—P Magnetita, anâloga â anterior<br />

Óxidos de ferro complexos (em grande parte, esbranquiçados)<br />

Quartzo, idêntico ao anterior<br />

402a. A—P Magnetita, idêntica â anterior<br />

Óxidos de ferro, complexos de magnetita, getita e limonita,<br />

em glóbulos contendo impurezas<br />

Quartzo hialino, era grâos rolados<br />

402a. L—P Magnetita, ilmenîtica, em fragmentos facetados, com octaedros<br />

complexos raros<br />

Óxidos de ferro complexos, idênticos ao anterior<br />

Quartzo hialino, em grâos rolados corroîdos<br />

402b. A—P Magnetita ilmenîtica, em fragmentos facetados, com octaedros<br />

complexos raros<br />

Óxidos de ferro complexos de magnetita, getita e limonita,<br />

era glóbulos contendo impurezas<br />

Quartzo hialino, em grâos rolados corroîdos<br />

Restos carbonizados<br />

402b. L—P Magnetita, idêntica â anterior<br />

Óxido? de ferro, idênticos aos anteriores<br />

Quartzo hialino, idêntico ao anterior<br />

402c. A—P Magnetita, idêntica â anterior<br />

Óxidos de ferro, idênticos aos anteriores<br />

Quartzo, idêntico ao anterior<br />

Restos de plantas<br />

402c. L—P Magnetita, idêntica a anterior<br />

Óxidos de ferro, idênticos aos anteriores<br />

Quartzo, idêntico ao anterior<br />

Restos orgânicos<br />

402d. A—P Magnetita, idêntica a anterior<br />

Óxidos de ferro, idênticos aos anteriores<br />

Quartzo, idêntico ao anterior<br />

402d . L—P Magnetita, anâloga â anterior<br />

Óxidos de ferro, anâlogos aos anteriores<br />

Quartzo, anâlogo ao anterior<br />

402e. A—P Magnetita, anâloga â anterior<br />

Óxidos de ferro, anâlogos aos anteriores<br />

Quartzo, anâlogo ao anterior<br />

402e. L—P Magnetita, anâloga â anterior<br />

Óxidos de ferro, anâlogos aos anteriores<br />

Quartzo, anâlogo ao anterior<br />

403a. L—P Magnetita, anâloga â anterior<br />

Óxidos de ferro, 'anâlogoa aos anteriores<br />

Quartzo, anâlogo ao anterior<br />

Restos orgânicos de plantas, etc<br />

Densidade<br />

do<br />

mineral<br />

4,5<br />

4,5<br />

1,2<br />

2,65<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

1,2<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

1.2<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,05<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

1,2<br />

14<br />

73 355<br />

40<br />

30<br />

25 5<br />

20<br />

60<br />

20<br />

29<br />

70 1<br />

20<br />

75<br />

30<br />

50<br />

20<br />

20<br />

60<br />

20<br />

50<br />

40<br />

10<br />

traços<br />

45<br />

45<br />

10<br />

45<br />

45<br />

49<br />

48<br />

36<br />

58 6<br />

45<br />

52 3<br />

60<br />

30<br />

10<br />

27<br />

70 3<br />

10<br />

75<br />

10<br />

Minerais<br />

g %<br />

de solo<br />

6,8<br />

33,1<br />

0,4<br />

1,3<br />

1,3<br />

3,9<br />

2,8<br />

1,4<br />

0,3<br />

9,8<br />

27,8<br />

5,5<br />

2,70<br />

5,90<br />

0,05<br />

9,3<br />

33,1<br />

1,3<br />

4,1<br />

6,3<br />

1,5<br />

6,4<br />

32,4<br />

10,8<br />

5,/<br />

4,6<br />

0,7<br />

17,4<br />

17,4<br />

2,3<br />

2,94<br />

2,94<br />

0,30<br />

0,03<br />

17,8<br />

17,4<br />

0,4<br />

0,1<br />

2,5<br />

4,2<br />

0,3<br />

17,4<br />

19.7<br />

0,6<br />

4,9<br />

2,4<br />

0,5<br />

9,2<br />

23,9<br />

0,6<br />

6,2<br />

46,5<br />

3,6<br />

0,8


358<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

ANÄLISE MINEHALÖGICA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

ANÂLISE MINERALÓGICA DE <strong>SOLO</strong><br />

403b. A—P Magnetita ilmenîtica, ein fragmentos facetados, com octaedros<br />

complexos raroe<br />

Óxidos de ferro complexos de magnetita, getita e limonita,<br />

em glóbuios contendo impurezas<br />

Quartzo hialino, em grüos rolados e corroïdos, com superficie<br />

reluzente ou fôsca<br />

403b. L—P Magnetita, idêntica à anterior<br />

Oxid os de ferro, idênticos aos anteriores<br />

Quartzo, idêntioo ao anterior<br />

Casquinhas prêtas de limonita impura<br />

403c. A—P Magnetita, idêntica â anterior<br />

óxidos d ferro, complexos, em glóbuios informes, amarelos<br />

e castanhos<br />

Quartzo hialino em grâos rolados e angulados<br />

Casquinhas prêtas, limonîticas<br />

403c. L—P Magnetita, idêntica A anterior<br />

óxidos de ferro, idênticos aos anterioros<br />

Quartzo, idêntico ao anterior<br />

Casquinhas prêtas, felpudas, limonîticas<br />

403d . A—P Magnetita ilmenîtica, em fragmentos facetados, com grande<br />

parte octaédrica<br />

Óxidos de ferro, em fragmentos facetados, com grande<br />

parte octao'drica<br />

Casquinhas prêtas, limonîticas<br />

Restos orgTnicos, na maior parte carbonizados<br />

Quartzo, em sua maior parte hialina e em graos rolados,<br />

fóscos<br />

403d . L—P Magnetita ilmenîtica, em fragmentos angulados e facetados<br />

óxidos de ferro, em fragmentos angulados e facetados. . .<br />

Quartzo hialino, em fragmentos angulados e corroïdos. . .<br />

Casquinhas prêtas, limonîticas<br />

Restos orgTnicos<br />

403e. A—P Magnetita ilmenîtica, em fragmentos angulados e facetados<br />

óxidos de ferro, complexos em glóbuios informes, amarelos<br />

e castanhos<br />

Casquinhas prêtas limonîticas<br />

Quartzo hialino em grâos rolados, corroïdos<br />

Restos de plantas carbonizadas<br />

403e. L—P Magnetita ilmenïica, em fragmentos angulados e facetado<br />

óxidos de ferro complexos, em glóbuios informes, amarelos<br />

e castanhos<br />

Quartzo hialino em grâos angulados<br />

404a. A—P Magnetita ilmenîtica, em fragmentos angulados e facetados<br />

óxidos de ferro complexos, em glóbuios informes, amarelos<br />

e castanhos<br />

Casquinhas prêtas limonîticas<br />

Quartzo hialino em grâos rolados corroïdos<br />

Restos orgânicos, em sua maior parte carbonizados<br />

404a. L—P Magnetita ilmenîtica, em fragmentos angulados e facetados<br />

óxidos de ferro complexos, em glóbuios informes, amarelos<br />

e castanhos<br />

Casquinhas prêtas limonfticas<br />

Quartzo hialino, em grâos angulados<br />

Restos orgânicos<br />

404b. L—P Magnetita ilmenîtica, em gräos angulados ,com facetas de<br />

clivagem reluzentes<br />

óxidos de ferro complexos de getita, limonita e magnetita,<br />

em glóbuios informes, castanhos, contendo impurezas<br />

Casquinhas prêtas limonîticas<br />

Restos orgânicos<br />

404c. A—P Magnetita ilmenîtica, em gräos rolados, com raras facêtas<br />

de cristalizaçào<br />

óxidos de ferro complexos, como acima<br />

Quartzo hialino, em grâos rolados e angulados, com indu tos<br />

vermelhos e ferruginosos<br />

Restos orgânicos<br />

Casquinhas prêtas limonîticas<br />

Densidade<br />

do<br />

minerai<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

3,87<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

3,87<br />

4.Ô<br />

4,5<br />

2,68<br />

3,87<br />

4,5<br />

4,5<br />

3,87<br />

1,2<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

3,87<br />

1.2<br />

4,5<br />

4,5<br />

3,87<br />

2,65<br />

1,2<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

3,87<br />

2,65<br />

1.2<br />

4,5<br />

4,5<br />

3,87<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

3,87<br />

1,2<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

1,2<br />

3,87<br />

e m<br />

volume<br />

S0<br />

20<br />

73<br />

20<br />

35<br />

20<br />

10<br />

25<br />

10<br />

20<br />

10<br />

60<br />

20<br />

20<br />

75 1<br />

3<br />

1<br />

32<br />

30 2<br />

351<br />

20<br />

75<br />

10<br />

25<br />

8<br />

87 32<br />

t raços<br />

25<br />

67 14<br />

3<br />

56<br />

30 1<br />

10<br />

Minerais<br />

g %<br />

de solo<br />

0,4<br />

6.4<br />

0.7<br />

10,0<br />

33,8<br />

1,5<br />

O.fl<br />

10,0<br />

4,3<br />

1,4<br />

1,0<br />

17,0<br />

6,8<br />

4,0<br />

5,9<br />

0,5<br />

4,6<br />

0.3<br />

0,1<br />

0,9<br />

8.0<br />

33,2<br />

0,3<br />

1,1<br />

0.3<br />

" 1,6<br />

1.4<br />

0,08<br />

1,0<br />

0,1<br />

9.3<br />

34,8<br />

1.4<br />

0,4<br />

4,9<br />

0.8<br />

1.3<br />

0,1<br />

5,4<br />

59,2<br />

18 0,8<br />

10,9<br />

.'10,0<br />

0,4<br />

0,5<br />

0.2<br />

4,4<br />

1,4<br />

0,02<br />

0,6


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 359<br />

AN ALISE MINERALÓGICA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

ANÂLISE MINERALÓGICA DE <strong>SOLO</strong><br />

404c. L—p Magnetita ilmenïtica, em gräos rolados com raras facêtas<br />

de cristalizacäo<br />

óxidos de ferro complexos de getita, limonita e magnetita,<br />

em glôbulos informes, castanhos, contendo impurezas<br />

Quartzo hialino, em gräos angulados e avermelhados. .. .<br />

Casquinhas prêtas limonîticas<br />

404d. A—Pu Magnetita ilmenîtica, em gràos rolados com raras facêtas<br />

de cristalizacäo<br />

óxidos de ferro complexos de getita, limonita e magnetita,<br />

em glóbulos informes, castanhos, contendo impurezas<br />

Quartzo hialino, em grâos pouco rolados, corrofdos<br />

Casquinhas prêtas limonîticas<br />

Restos orgânicos<br />

404d. L—P Magnetita ilmenïtica, em gräos rolados, com raras facêtas<br />

de cristalizacäo<br />

óxidos de ferro complexos de getita, limonita e magnetita,<br />

em glóbulos informes, castanhos, contendo impurezas<br />

Casquinhas prêtas limonîticas<br />

Quartzo hialino, em gràos angulados<br />

Restos de plantas fibrosas<br />

404e. A—P Magnetita ilmenïtica, em gräos rolados, com raras facêtas<br />

de cristalizacäo<br />

óxidos de ferro complexos de getita, limonita e magnetita,<br />

em glóbulos informes, castanhos, contendo impurezas<br />

óxidos de ferro hidratados pretos, em esférulas maiores<br />

do que os glôbulos de óxïdo de ferro complexos<br />

Quartzo hialino, em gräos rolados<br />

Restos orgânicos carbonizados<br />

404e. L—P Magnetita ilmenîtica, em grâos rolados, com raras facêtas<br />

de cristalizacäo<br />

Óxidos de ferro complexos de getita, magnetita e limonita,<br />

em glóbulos informes, castanhos<br />

Casquinhas prêtas, limonîticas<br />

Quartzo hialino, em grâos angulados e pouco rolados. . . .<br />

405a. A—P óxidos de ferro compiexos, idênticos aos anteriores<br />

óxidos de ferro complexos, sem magnetita, em glôbulos<br />

informes e amarelos<br />

Quartzo hiaüno, em gräos angulados e corroïdos<br />

Restos de plantas nâo carbonizadas<br />

Raramente, apola verde, em fragmentos<br />

405a. L—P Magnetita ilmenîtica, em fragmentos com raras facêtas. .<br />

Glóbulos informes, Umonîticos<br />

Opala, parci al mente em forma de diatoméias<br />

Quartzo hialino, em grâos subangulados, corroïdos<br />

Restos orgânicos<br />

405b. A—P Magnetita ilmenîtica, em fragmentos com raras facêtas. .<br />

óxidos de ferro, em glóbulos informes, castanhos e amarelos<br />

Casquinhas prêtas, limonîticas<br />

Quartzo hialino, em gràos rolados e corroïdos, de tamanhos<br />

vârios, contendo indutos vermelhos, ferruginosos<br />

405b. L—P Magnetita ilmenîtica, em fragmentos com raras facêtas. .<br />

óxidos de ferro complexos, em glóbulos informes, castanhos<br />

e amarelos<br />

Quartzo hialino, em gräcs angulados e corroïdos<br />

Opala branca, em fragmentos<br />

Restos carbonizados<br />

405c. A—P óxidos de ferro complexos, em glóbulos informes vermelhos,<br />

castanhos e amarelos<br />

Quartzo em gràos rolados,. corroïdos<br />

Restos orgânicos<br />

405c. L—P Magnetita ilmenîtica, em fragmentos com raras facêtas. .<br />

óxidos de ferro, complexos em glóbulos informes vermelhos,<br />

castanhos e amarelos<br />

Quartzo hialino em gràos angulados<br />

Opala branca, em fragmentos<br />

Restos carbonizados<br />

Densidade<br />

do<br />

mineral<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

3,87<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

3,87<br />

1,2<br />

4,5<br />

4,5<br />

3,87<br />

2,65<br />

1,0<br />

4,5<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,05<br />

1,2<br />

4,5<br />

4,5<br />

3,87<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

1,2<br />

4,5<br />

3,87<br />

2,14<br />

2,65<br />

1,2<br />

4,5<br />

4,5<br />

3,87<br />

2,65<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

2,14<br />

1,2<br />

4,5<br />

2,65<br />

1,2<br />

4,5<br />

4,5<br />

2,65<br />

2,14<br />

1.2<br />

em<br />

volume<br />

30<br />

67 21<br />

27<br />

39<br />

25<br />

20<br />

74<br />

2<br />

20<br />

35<br />

35 2<br />

20<br />

74 1<br />

25<br />

10<br />

10<br />

10<br />

50 5<br />

10<br />

25<br />

10<br />

45 5<br />

40<br />

23"<br />

40<br />

30 52<br />

97 21<br />

10<br />

45<br />

30<br />

105<br />

Minerais<br />

g %<br />

de solo<br />

15,1<br />

33,0<br />

0,6<br />

0,4<br />

4,0<br />

5,4<br />

2,0<br />

0,9<br />

0,4<br />

8,9<br />

32,1<br />

0,7<br />

0,5<br />

0,2<br />

1,4<br />

2,5<br />

0,06<br />

1,5<br />

0,04<br />

8,9<br />

32,6<br />

0,03<br />

1,3<br />

1,5<br />

3,3<br />

0,3<br />

0,2<br />

10,3<br />

44,3<br />

2,4<br />

6,1<br />

6,9<br />

0,6<br />

2,7<br />

0,3<br />

1,4<br />

18,8<br />

33,8<br />

14,9<br />

2,0<br />

0,4<br />

7,7<br />

0,09<br />

0,02<br />

7,6<br />

34,5<br />

13,5<br />

3,6<br />

1,0


360 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

ANÄLISE QUÎMICA <strong>DO</strong> COMPLEXO DE LATERITIZAÇAO<br />

(Componentes minerais da argua e produtos de lateritizaçâo)<br />

As tabelas de ns. 4a e 4b reproduzem os resultados das analises do<br />

complexo dé lateritizaçâo.<br />

Os dados contidos na de n.° 4a, à esquerda, indicam o ataque com<br />

H2SO4 concentrado e fervendo, que desintegrou todos os constituintes<br />

do complexo, inclusive a "caolinita", silicato hidratado de aluminio<br />

(Al2O32SiO2. 2H2O), bem como a ilmenita e a magnetita. Os da direita<br />

sofreram ataque com HC1, também concentrado e fervendo, desintegrando<br />

todos os óxidos mais ou menos hidratados, sobretudo de ferro<br />

e de aluminio.<br />

Examinando, ràpidamente, a tabela n.° 4b, nota-se considerâvel<br />

homogeneidade nas amostras, o que nâo se observa em qualquer outro<br />

tipo de solo, em area equivalente.<br />

SiO..<br />

As relaçôes moleculares encontradas nas colunas ou<br />

RO<br />

— demonstram tratar-se de solo tipicamente lateritico. Re-<br />

R2O3+TiO2<br />

presentam os indices mais baixos de todos os tipos de solo do Estado.<br />

• _. • • SiO2 AI0O3 livre<br />

As colunas referentes as relaçôes moleculares e<br />

Al f") A1 (""V frits 1<br />

denotam que, na maioria dos casos, quantidades superiores de 70% de<br />

AI2O3 estâo livre, o mesmo acontecendo com a silica, a quai se encontra<br />

na forma coloidal.<br />

ALO3<br />

As relaçôes moleculares da coluna , quando inferiores a 1,5,<br />

Fe2O3<br />

indicam haver o solo se originado de eruptivas bâsicas (magma diabâsico)<br />

sendo essencialmente rico em FeL.Os.<br />

TiOo<br />

A relaçâo da-nos ideia do teor em Fe2O8, ligado ao TiO2,<br />

ou seja, ilmenita ou titanato de ferro. No nosso caso, oscila em cêrca<br />

de 40 %. Boa parte dos restantes 60 % de Fe2O8 encontra-se, possivelmente,<br />

na forma de limonita ou magnetita. Estudos especializados sobre<br />

este problema ainda se encontram em andamento na Secçâo. Parte<br />

do SiO2 se encontra na forma coloidal. Como é sabido, todos êsses constituintes,<br />

pràticamente, encontram-se desprovidos de propriedades sortivas,<br />

portanto, nâo retêm bases. Nesses solos o valor de S esta, na<br />

sua quase totalidade, relacionado à matéria orgânica.


465 a.<br />

b.<br />

c.<br />

cl.<br />

0.<br />

466a.<br />

b.<br />

c.<br />

d.<br />

e.<br />

400a.<br />

b.<br />

c.<br />

d.<br />

e.<br />

401a.,<br />

b.<br />

o.<br />

d.<br />

c.<br />

402a.<br />

b.<br />

NUMERO<br />

H2SO., EM 100 GRAMAS DE TERRA FINA, SECA A 110° C. H CL<br />

Desagregaçâo com âcido sulfûrico concentrado o fervendo<br />

-SOLUBILIZAÇAO TOTAL <strong>DO</strong> COMPLEXO-<br />

Fe2O3<br />

32,4<br />

34,6<br />

34,0<br />

35,6<br />

34,1<br />

34,0<br />

33,2<br />

32,5<br />

34,6<br />

33,3<br />

28,5<br />

32,0<br />

32,0<br />

33,6<br />

34,2<br />

28,5<br />

30,7<br />

32,0<br />

33,0<br />

30,7<br />

28,2<br />

28,8<br />

A1,O,<br />

24,7<br />

26,3<br />

26,7<br />

27,5<br />

27,0<br />

26,9<br />

26,6<br />

27,0<br />

27,7<br />

26,6<br />

22,2<br />

25,5<br />

25,3<br />

25,1<br />

26,9<br />

23,1<br />

24,3<br />

24,9<br />

25,9<br />

23,7<br />

22,5<br />

20,8<br />

SiO2<br />

12,1<br />

12,0<br />

11,0<br />

10,9<br />

11,7<br />

11,8<br />

12,1<br />

12,6<br />

13,0<br />

13,1<br />

14,1<br />

15,2<br />

14,8<br />

14,6<br />

12,1<br />

19,3<br />

16,4<br />

17,0<br />

15,8<br />

19,7<br />

18,2<br />

18,0<br />

TiO,<br />

7,4<br />

7,3<br />

7,2<br />

7,1<br />

7,4<br />

7,3<br />

7,3<br />

7,3<br />

7,2<br />

6,8<br />

6,5<br />

6,6<br />

6,8<br />

6,8<br />

6,9<br />

6,1<br />

6,0<br />

6,4<br />

6,5<br />

6,2<br />

6,6<br />

6,6<br />

H2O de<br />

const.<br />

11,7<br />

11,2<br />

12,6<br />

12,5<br />

12,2<br />

12,0<br />

12,0<br />

12,1<br />

12,4<br />

12,1<br />

16,4<br />

16,0<br />

16,3<br />

16,5<br />

16,7<br />

14,2<br />

13,7<br />

14,3<br />

15,2<br />

14,3<br />

13,4<br />

13,8<br />

Mat.<br />

org.<br />

3,39<br />

1,07<br />

0,90<br />

0,70<br />

0,55<br />

2,37<br />

1,26<br />

0,98<br />

0,71<br />

0,67<br />

3,90<br />

1,30<br />

0,90<br />

0,70<br />

0,60<br />

2,20<br />

1,50<br />

1,10<br />

0,30<br />

0,30<br />

2,10<br />

1,40<br />

Resid.<br />

inat.<br />

6,6<br />

6,4<br />

5,5<br />

5,0<br />

4,4<br />

5,0<br />

5,8<br />

5,2<br />

4,2<br />

7,2<br />

1,9<br />

2,8<br />

1,9<br />

2,7<br />

1,5<br />

1,5<br />

3,0<br />

3,1<br />

2,0<br />

2,7<br />

3,9<br />

4,0<br />

Desagregaçâo com âcido clorîdrico concentrado o fervendo<br />

-SOLUBILIZAÇAO <strong>DO</strong>S ÓXI<strong>DO</strong>S<br />

E HIDRATOS LIVRES-<br />

Fe2O3<br />

31,1<br />

28,8<br />

29,4<br />

31,0<br />

28,7<br />

30,0<br />

28,5<br />

27,9<br />

27,2<br />

32,0<br />

28,8<br />

31,0<br />

32,0<br />

33,9<br />

32,3<br />

28,5<br />

29,4<br />

30,4<br />

31,4<br />

29,1<br />

27,5<br />

27,5<br />

A12O3<br />

18,8<br />

20,0<br />

22,2<br />

21,8<br />

19,0<br />

22,1<br />

18,6<br />

18,0<br />

19,1<br />

21,8<br />

19,0<br />

19,8<br />

20,0<br />

19,7<br />

21,0<br />

16,7<br />

17,1<br />

17,7<br />

17,9<br />

15,9<br />

15,6<br />

16,7<br />

5,2<br />

4,7<br />

4,6<br />

4,5<br />

4,2<br />

5,3<br />

4,8<br />

3,5<br />

3,1<br />

3,2<br />

TiO2<br />

1,20<br />

0,51<br />

0,71<br />

0,63<br />

0,68<br />

1,12<br />

0,84<br />

0,77<br />

0,56<br />

0,83<br />

H2O de<br />

const.<br />

11,7<br />

11,2<br />

12,6<br />

12,5<br />

12,2<br />

12,0<br />

12,0<br />

12,1<br />

12,4<br />

12,1<br />

Mat.<br />

org.<br />

3,39<br />

1,07<br />

0,90<br />

0,70<br />

0,55<br />

2,37<br />

1,26<br />

0,98<br />

0,71<br />

0,67<br />

Resid.<br />

inat<br />

ELEMENTOS NÄO DETERMINA<strong>DO</strong>S<br />

29,0<br />

32,8<br />

28,4<br />

29,1<br />

34,8<br />

28,7<br />

34,5<br />

37,2<br />

35,5<br />

28,7<br />

><br />

2|<br />

><br />

en<br />

ö<br />

en MO<br />

d 21<br />

a><br />

po<br />

M<br />

2M<br />

S'<br />

P0<br />

a<br />

n<br />

o<br />

B.<br />

o M<br />

><br />

a<br />

o<br />

a>


362 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

D<br />

Ü<br />

o<br />

X<br />

s<br />

o<br />

o<br />

Q<br />

p<br />

p<br />

p<br />

p<br />

cc<br />

CO 00 G5 00 00 CM O —I O t— O CO ïfflCOOO IM CÎ CO 00 • t~ t~ co co * N c- r~ oo t~ b- oo to co co oo<br />

o"o"o"o"o" o"o"o"o"o" o"o" o"o"o"o"o" o"o"o"o"o"<br />

CM 00 CO O >O . _ _ _<br />

coc^ooc: o t- NOO oo oc oo<br />

»O CM CM — *-i c; o r- co<br />

o"o"o"o"o" o"o"o"o"o"<br />

CO ^J<br />

o~o~ o~o~o~o~o~ o"o"o"o"o"<br />

1 "^ ^<br />

. _ _ . t^ CO C^ CO ^^ ^0 ^ O O CO CM ^ ^ CO O 'O 'O<br />

(NCMCM'-^CM CMIMCMCMCM CMCM (M^^CMCMCM CNCMCOCM(N<br />

'co c; CM .. CMOOCOO^O<br />

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CO (M 00 »O CM i •ONOONO<br />

CO CO CO CO CO<br />

•*-aï-*-*co œiôiATfo ^.^ co co co co co co_co_co. co co<br />

o"o"o"o"o" o"o"o"o"o" o~o" o"o"o"o"o~ o~o"o"o"o"<br />

OCOIO^CM C-.CO-*!<br />

ooooo ooooo oo ooooo ooooo<br />

00 00


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 363<br />

ANÂLISE ESPECTOGRAFICA<br />

Näo se tratando de casos especiais, usamos, comumente, a "fraçâo<br />

argila" do solo para a pesquisa dos "elementos menores", através da<br />

anâlise espectrogrâfica.<br />

As tabelas 5 e 5a, das anâlises espectrogrâficas, apresentam cinco<br />

colunas: a primeira, da esquerda para a direita, indica o numero do<br />

perfil, das amostras "T" (tabela n.° 5) e das rochas (tabela n.° 5a);<br />

na segunda coluna encontramos o numero de espectrografia, referente<br />

ao nosso arquivo; na terceira, os diversos elementos quimicos revelados<br />

pela espectrografia e, algumas vêzes, seguidos de estimativa relativa;<br />

na quarta, a localidade, e na quinta, observaçôes diversas.<br />

Em algumas das espectrografias em questâo, nota-se a presença de<br />

cobalto, elemento êsse de grande importância ,sobretudo na fisiologia<br />

animal. Ho je, sabemos que certas moléstias ósseas, em alguns animais,<br />

provêm da deficiência em cobàlto.<br />

Entre os elementos menores, o vanâdio, gâlio, titânio, niquel, manganês,<br />

cobre e crômo, estâo sempre présentes na "terra-roxa-legitima".<br />

Na tabela 5a, cujas espectrografias foram tiradas de rochas e seus<br />

produtos de decomposiçâo, dos quais provém a "tera-roxa-legitima",<br />

também confirmam o que acaba de ser enunciado.<br />

Essa mesma tabela dénota a presença de chumbo que, na tabela<br />

5, nâo aparece. Na "tera-roxa-legitima" êsse elemento é fàcilmente localizado<br />

através da espectrografia, quando se pratica a "anâlise de concentraçâo".<br />

O mesmo se oferece ao boro, elemento êsse muito disperso,<br />

tanto nas rochas diabâsicas como no solo; assim, sem "anâlise de concentraçâo"<br />

näo se pode observar sua presença.<br />

A anâlise de concentraçâo pode ser conseguida quer por meios puramente<br />

quimicos, quer biológicos. Isto, quando sâo utilizados orgâos<br />

de plantas, onde podemos encontrar o elemento em maior concentraçâo.<br />

Tratando-se de boro, podemos utilizar fôlhas velhas de Citrus, no<br />

gérai, no caso de bârio e estrôncio, a epiderme do tronco; para rubidio,<br />

sementes de milho, além de sementes e fibras de algodâo; para chumbo,<br />

entretanto, os métodos quimicos têm dado melhor resultado.<br />

O elemento zinco, nesse particular, se coloca entre o chumbo e o<br />

boro.<br />

MATERIAL<br />

Perfi! 404A<br />

> 4O4B<br />

> 4O4C<br />

> 406A<br />

» 406U<br />

» 406E<br />

• 407A<br />

3spectrografia<br />

2/64<br />

3/64<br />

4/64<br />

2/3S<br />

3/38<br />

4 ,'3 S<br />

2/65<br />

Elementos encontrados<br />

Si; Fe; AI; Mg; V; Cu; Ti; Ni;<br />

baixo); Ca; Mn<br />

Si; Fe; AI; Mg; Ga; V; Cu (teor<br />

K (teor baixo); Ca (teor baixo)<br />

K (teor<br />

llto)<br />

Mn<br />

Si; Fe; AI; Mg; Ga; V; Cu(teor alto;<br />

K (teor baixo) Ca (teor baixo); Mn,<br />

Si; Fe; Mn; Mg; AI; V; Cu; Ti; Ni; K;<br />

(pouco; Cr (traços) W (traços)<br />

Si; Fe; Mn; Mg; AI; V; Cu; Ti<br />

K; Ca (pouco): Ga; Cr; Vf.<br />

Si; Fe; Mn; Mg; AI; V; Cu; Ti;<br />

K; Ca; Ga; Cr.<br />

Si; Fe; Mn; Mg; AI; V; Cu; Ti;<br />

K; Ca: Ga: Cr<br />

Co<br />

Ni<br />

Cr<br />

Ni;<br />

Cr<br />

Ca<br />

Ni;<br />

Co; Ni;<br />

Co; Ni;<br />

Localidado<br />

E. Exp. de Ribeirâo<br />

Prêto<br />

»<br />

><br />

><br />

Observaçôes<br />

Notar ausência de Na; Cr; e Co<br />

Argila N.<br />

» Notar ausência de Na<br />

><br />

»<br />

><br />

» Ga (traços); Cu (teor alto!<br />

e Ca (teor baixo


364 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

MATERIAL<br />

> 4O7B<br />

> 407C<br />

» 410A<br />

> 414A<br />

> 415A<br />

» 41.5B<br />

Rocha 1181<br />

> 1219<br />

> 1221<br />

» 1225<br />

> 1229<br />

> 1229<br />

> 1229<br />

> 1230<br />

» 1230<br />

> 1468<br />

» 1511<br />

> 1511<br />

> 1518<br />

» 151S<br />

> 1519<br />

Sspectroqrafia<br />

3/65<br />

4/65<br />

3/46<br />

4/46<br />

3/76<br />

4/76<br />

5/204<br />

4/43<br />

2/44<br />

2/74<br />

1/213<br />

1/214<br />

4/215<br />

4/14<br />

2/214<br />

2/26<br />

3/193<br />

5/213<br />

4/193<br />

3/214<br />

4/214<br />

Elementos encontrados<br />

Si; Fe; AI; Mg; V; Cu (teor alto); Ti; Ni;<br />

K; Câ (teor baixo); Mn; Cr<br />

Si; Fe; Al; Mg; V; Cu (teor alto); Ti; Ni;<br />

K: Ca (teor baixo); Mn; Cr<br />

Si; Fe; Mg; Ga (Teor alto);( Al; V; Cu; Ni<br />

(teor elevado); K; Co; Ga (teor baixo);<br />

Mn; Cr<br />

Si; Fe; Mg; Ga; Al; V; Cu; Zn; Ti; Ni;<br />

(teor elevado); K; Ca (teor baixo);<br />

Mn; Cr<br />

Si; Fe; Al; Mg; Ga (teor baixo) V; Cu;<br />

Os; Zn (tracos); Rh; Ti; Ni; Ca; Mn;<br />

K (teor baixo); Cr (teor baixo)<br />

Si; Fe; Al; Mg; Ga (teor alto); V; Cu; Os;<br />

Zn; Rh; Ti; Ni; Ca; (teor baixo); Mn;<br />

K (teor muito baixo); Cr<br />

Si; Mg; Fe; V; Cu; Ti; Ca; (teor baixo);<br />

Al; Mn; Ga; Cr; (teor bâixo)<br />

Si; Fe; Mn; Mg; Al; V; Cu; Ti (muito) :<br />

Co; Ni; Ca; Al (bastante); Cr<br />

Si; Fe; Mg; Al; V; Cu Zn; Na; Ti; Co;<br />

Ni; K; Ca; Mn;.Ga; Cr;<br />

Si; Fe; Al; Mg; Mn; Ga (tracos); V; Cu;<br />

Zn; Ti; Ni; (teor baixo); Co; (teor baixo);<br />

Ca (teor baixo); Mn; W.<br />

Si; Fe; Mg; V; Cu; Na; Ti; Ca; Al; Mn;<br />

K; Ga; Cr.<br />

Si; Fe; Mg; V; Cu; Na; Ca; Al: Ti; Ni;<br />

Mn; K (teor baixo) Pb; Ga; Cr.<br />

Si; Fe; Mg; V; Cu (teor alto); Zn; Ni<br />

(aïto teor); Co; Al; Ca; Mn; Pb; K (Teor<br />

baixo); Ga; Cr; Ti; (alto teor)<br />

V; Fe; Cr; Ca; Mn; Al; Mg; Ni; Ti; K; Na;<br />

Cu; Si.<br />

Si; Fe; Mg; V; Cu; Na; Ti; Ni; Mn; K<br />

(teor baixo): Cr<br />

Si; Fp; Mn; Mg; Al; V; Cu; Zn; Ti; Co; Ni;<br />

K (pouquissimo) Ca; Cr (pouquissimo)<br />

Si; Mn; Fe; Mg; Al; V; Cu; Ti; Ni; Co;<br />

Ca (teor baixo); Ga; Cr<br />

Si; Mg; Fe; V; Cu; Na; Ti; Ca; Ni; (teor<br />

alto); Al: Mn; K; Ga; Cr.<br />

Si; Mn; Mg; AI; V; Cu; Ti; Zn; Ni; Co;<br />

Ca; Ga; Cr; Pb; K (teor baixo); Fe<br />

Si; Mg; Fe; Cu; Na; Ni; Co; Ca; Al; Mn;<br />

K (teor baixo); Ga; Cr<br />

Si; Fe; Mg; Cu; Na; Ti; Ni; Co; Ca; Al;<br />

Mn; K (teor baixo); Ga; Cr.<br />

Localidade<br />

E. Exp. de Ribeiräo<br />

Prêto<br />

><br />

><br />

»<br />

><br />

><br />

*<br />

><br />

»<br />

,<br />

Observacöes<br />

Melâfiro decomposto<br />

Ganga lateritica<br />

Diabâsio decomposto<br />

Diabâsio<br />

Diabâsio<br />

Diabâsio semidecomposto<br />

Diabâsio decomposlo<br />

Diabasio<br />

Diabâsio Semidecomposto<br />

Diabâsio dedomposto<br />

Diabâsio<br />

Diabâsio semidecomposto<br />

Diabâsio<br />

Diabâsio semidecomposto<br />

Diabâsio semidecomposto


ü<br />

o<br />

ü o<br />

§8<br />

o<br />

po<br />

-<br />

NUMERO<br />

+<br />

+ +<br />

1<br />

+<br />

+<br />

+<br />

+<br />

ü<br />

Z<br />

O<br />

7;<br />

KCl<br />

C<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO ERASILEIRA DE CIÈNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 365<br />

80,1<br />

54,3<br />

35,0<br />

30,0<br />

34,1<br />

5,00<br />

1<br />

,00<br />

CO 9© 00 CO<br />

•ra ei<br />

CD CO CM<br />

30<br />

932<br />

© O O<br />

G4<br />

,11<br />

(M<br />

297<br />


366 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

> SS<br />

o<br />

è<br />

J a<br />

" o<br />

t TR<br />

de so<br />

T<br />

mu por 1<br />

_,<br />

TEOR<br />

GRAM<br />

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S<br />

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x<br />

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ai<br />

S<br />

o<br />

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o<br />

Ü<br />

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CC 00 O CO O<br />

CC CO CC iß Cï<br />

CC iß CJ — —<br />

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-r oo co cc —<br />

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l l l l I 1 1° 1 ! 1 1 1 1 1 1 1 1 1<br />

00 iß iCNN<br />

T O0 CO CC —'<br />

cc


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 367<br />

> •<br />

o<br />

o<br />

I'EOR TROCÀVEL<br />

100 g de solo sêco a<br />

me por<br />

h<br />

TEOR<br />

GRAM<br />

0.<br />

NUMERO<br />

+<br />

+ + +1V<br />

T-S<br />

+<br />

s<br />

Ö<br />

o<br />

o<br />

G<br />

-<br />

5,30<br />

3,53<br />

1 1<br />

O CO<br />

CO >B<br />

O CC<br />

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Tf<br />

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949<br />

128<br />

o o<br />

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o o<br />

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-t CD<br />

r- c m<br />

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0,40<br />

4,28<br />

2,44<br />

0,01<br />

^- 00 't<br />

t Cl t<br />

m o co<br />

iO CÛ t<br />

034<br />

122<br />

068<br />

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CC -H 't<br />

CC — CO<br />

o o o<br />

CO CO O<br />

CO 'M —H<br />

184<br />

001<br />

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o o o<br />

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0,01<br />

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316<br />

349<br />

274<br />

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097<br />

072<br />

o o o<br />

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3,84<br />

3,21<br />

0,01<br />

00 't --I<br />

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o m oo<br />

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00 ^ —'<br />

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00 CO M<br />

O O O<br />

CC O O<br />

277<br />

08(><br />

071<br />

o o o<br />

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cc — O<br />

097<br />

033<br />

032<br />

o o o<br />

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368 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

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ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 369<br />

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372 ANAIS DA SEGUNDÀ REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

MAPAS<br />

Apresentamos, a seguir, a descriçâo dos seis mapas apensos ao<br />

trabalho e que indicam: o n.° 1, os grandes 10 tipos de solo do Estado,<br />

visando a ilustrar a localizaçâo exata da Estaçâo Experimental de<br />

Ribeiräo Prêto; o n.° 2, o trabalho de campo, isto é, as direçôes das<br />

"catenas", bem como o ponto de retirada de cada perfil e das amostras<br />

superficiais "T". Além disso, représenta também um mapa altimétrico,<br />

contendo as curvas de nivel, de 5 era 5 métros. O n.° 3 représenta a<br />

distribuiçao da matéria orgânica nos primeiros 40 cm de solo. O mapa<br />

n.° 4 nos mostra a variaçâo de indice pH. A variaçâo excessiva de indice<br />

pH nâo permitiu que se desenhasse prôpriamente um mapa idêntico<br />

aos déniais. O de n.° 5 représenta a distribuiçao de iônio PO4<br />

câvel, e o de n.° 6, a distribuiçao do iônio Ca++ trocâvel.<br />

Devido à grande homogeneidade dêsse solo com relaçao à composiçâo<br />

mecânica e o iônio K+, nâo foi necessâria a confecçâo de mapas.<br />

Os mapas ns. 3, 4, 5 e 6 representam o estudo da primeira camada<br />

de solo até 40 cm de profundidade e todos êles estäo na escala de<br />

1:5000.<br />

SUMARIO<br />

A ârea estudada pedolôgicamente compreende 593,4 hectares, na<br />

quai foram retirados 23 perfis e 206 amostras superficiais "T".<br />

A maior parte dos perfis coletados atingiu profundidades desde<br />

3,5 até, aproximadamente, 5 métros.<br />

Sâo apresentados grande numéro de anâlises mineralógicas, espectrogrâficas,<br />

quimicas e fïsicas, bem como grâficos e mapas ilustrando<br />

a distribuiçao de cada elemento.<br />

O estudo em aprêço représenta, de forma caracteristica, o nosso<br />

grande tipo de solo "terra-roxa-legitima", procedente de rochas do<br />

magma diabâsico.<br />

Constitui solo lateritizado, muito fértil enquanto virgem, nâo possuindo<br />

réserva em elementos quimicos nobres.<br />

Sua estrutura e textura fisicas sâo as melhores possiveis para o<br />

desenvolvimento das raizes das plantas.<br />

Todos os dadós de experimentaçâo agricola, obtidos na Estaçâo Experimental<br />

de Ribeirâo Prêto, podem ser generalizados para êsse grande<br />

tipo de solo do Estado, que perfaz uma ârea aproximada de 1.800.000<br />

hectares.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

tro-<br />

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ao estudo dos métodos analiticos e de extraçâo para a caracterizaçâo<br />

quimica dos solos do Estado de Sâo Paulo". Revista da Agricultura,<br />

XXI: (ns. 11 e 12) (1946).


374<br />

Profundidade em cm....<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTAÇAO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

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Classificaçào internacional<br />

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(Mitscherlich) I.Hy % volume<br />

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Umidade de murchamento..<br />

U. Mu % volume<br />

Umidade equivalente<br />

Ägua capilar maxima<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Per f il: 400 abc<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

40<br />

2,91<br />

0,91<br />

0,31<br />

piô<br />

pi5<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

0,0<br />

61,9<br />

31,5<br />

L. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

2,1<br />

19,4<br />

9,8<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

JU. Ed % peso<br />

l U. E


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 375<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTAÇAO E P.ESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Profundidade em cm..<br />

— 3<br />

Massa especifica real: s = g cm<br />

> > apareiite s<br />

Volume de s = —<br />

s<br />

Cor do solo ûmido (Ostvvald)<br />

» » »• sêco »<br />

Areia grossa 2 — 0,2 nun<br />

•Limo 0,2 — 0,002 nun<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçâo internacional<br />

Umidade higroscópica \V% em TFSA<br />

Higroscopicidade.<br />

(Mitscherlich)<br />

(Ü. Mu % peso. iso<br />

Umidade de murchamento.. .<br />

\u. Mu % volun urne....<br />

Umidade equivalente<br />

Àgua capilar maxima<br />

Ascensâo 'capilar maxima: h-pmm<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Perfil: 401 a-c<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

30<br />

2,93<br />

0,90<br />

0.33<br />

piG<br />

ngO<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

5,3<br />

51,7<br />

.43,0<br />

L. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

1,7<br />

16,9<br />

14,1<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

fHy % peso<br />

\rly % volume. .<br />

JU. Eq % peso<br />

I.U. Eq % volume<br />

ƒ A % peso<br />

l A % volume<br />

Velocidade maxima de ascensâo capilar V^mm/hora...<br />

Alt ura maxima de agua absorvida: Hjmm<br />

Velocidade maxima de absorçâo: Vjjmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat<br />

Porosidade minima: P. nun<br />

Porosidade relativa: P. Rel. = P - nat -<br />

P. mln.<br />

5,2<br />

15,4<br />

14,S<br />

19,3<br />

18,6<br />

28,4<br />

27,3<br />

32.4<br />

32,8<br />

834<br />

55<br />

371<br />

28<br />

peso<br />

3,9<br />

52,1<br />

44,0<br />

L. Arg.<br />

B<br />

120<br />

3,00<br />

0,90<br />

0,30<br />

piG<br />

ngB<br />

%<br />

5,3<br />

17,1<br />

15,4<br />

19,4<br />

17,3<br />

28,5<br />

25,4<br />

36,4<br />

34,G<br />

Ascensâo e absorçâo — Valores mâximos<br />

Fase gasosa e porosa<br />

50.0<br />

«7,2<br />

33,8<br />

2,0<br />

892<br />

85<br />

394<br />

44<br />

49,0<br />

70,0<br />

44,7<br />

1,0<br />

volume<br />

1,2<br />

15,0<br />

13,2<br />

peso<br />

7,1<br />

42,9<br />

50,0<br />

B. Arg.<br />

C<br />

180<br />

3,03<br />

0,90<br />

0,30<br />

piC<br />

nsrG<br />

%<br />

4,3<br />

18.0<br />

16,2<br />

19.0<br />

17.1<br />

27,9<br />

25,2<br />

34,4<br />

32,3<br />

1 011<br />

volume<br />

08<br />

440<br />

45<br />

54,0<br />

70.3<br />

45,5<br />

1,5<br />

2,1<br />

12,7<br />

14.8<br />


376<br />

Profundidade em cm...<br />

ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTACÄO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Massa especffica real: s = g cm "<br />

> » aparente s . .<br />

Volume (ie s =<br />

s<br />

Côr do solo ümido (Ostwald)<br />

> > > sêco »<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm '<br />

Classificaçâo internacional<br />

Umidade higroscópica W% em TFSA<br />

Higroscopicidade Hy % peso<br />

(Mitscherlich) Hy % volume<br />

Umidade de nutrchamunto..<br />

Umidade equivalente<br />

Âgua capilar mâxima<br />

Ascensâo capilar maxima: hfinm<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Per f il: 402 a-c<br />

Fase sólida — Dados gerus<br />

A<br />

25<br />

2,93<br />

0,99<br />

0,34<br />

pi6<br />

ng6<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

11,9<br />

49,6<br />

38,5<br />

L. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

4,0<br />

16,8<br />

13.0<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

ƒ U." Mu % peso. . .<br />

I U. Mu % volume<br />

ƒ U. Eq % peso....<br />

llJ. Eq % volume.<br />

JA % peso<br />

t A % volume<br />

Velocidade maxima de ascensâo capilar V^mm/hora. . .<br />

Altura maxima de dgiia absorvida: Hjram<br />

Velocidade maxima de absorçào: Vjjmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat..<br />

Porosidade mînima: P. min.,<br />

Porosidade relativa: P. Rel. :<br />

3,3<br />

16,2<br />

16,0<br />

18,6<br />

18,4<br />

27,4<br />

27,1<br />

36,8<br />

37,6<br />

peso<br />

11,0<br />

37,1<br />

51,9<br />

Arg. L.<br />

B<br />

65<br />

2,98<br />

0,97<br />

0,32<br />

Ascensâo e absorçâo — Valores mâximos<br />

P. nat.<br />

P. min.<br />

Fase gasosa<br />

496<br />

40<br />

239<br />

27<br />

e porosa '<br />

50,0<br />

66,2<br />

48,6<br />

1,4<br />

piG<br />

ngG<br />

%<br />

3,7<br />

16,5<br />

16,0<br />

19,0<br />

18,4<br />

28,0<br />

27,1<br />

36,2<br />

30,4<br />

676<br />

01<br />

338<br />

34<br />

50,0<br />

67,5<br />

46,8<br />

volume<br />

1.4<br />

3,6<br />

12,0<br />

16,9<br />

peso<br />

6,2<br />

35,7<br />

55,0<br />

Arg. L.<br />

C<br />

160<br />

3,07<br />

0,91<br />

0,30<br />

pi6<br />

ng6<br />

%<br />

3,1<br />

19,1<br />

17,4<br />

19,3<br />

17,C<br />

28,4<br />

25,9<br />

40,1<br />

37,6<br />

888<br />

71<br />

691<br />

volume<br />

24<br />

54,0<br />

70,4<br />

48,2<br />

1,5<br />

1,8<br />

10,6<br />

16,3


Profundidade em cm.<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 377<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTACÄO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Massa especîfica real: s = g cm<br />

» » aparente s 1 . .<br />

Volume de s' =<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald).<br />

> » » sêco ><br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm.<br />

Limo 0,2 — 0.002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçào international..<br />

Umidade higroscópica W% cm TFSA<br />

Higroscopicidade Hy % peso<br />

(Mitscherlich) Hy % volume<br />

(U. Mu % peso<br />

Umidade de m<br />

murchamento.. . J<br />

^ U. Mu % volume...<br />

,- -, . - , t (U. Eq % peso<br />

Umidade equivalente ) \\J. Eq % volume. . .<br />

i ., . . f A % peso<br />

Àgua capilar maxima )<br />

t A % volume<br />

Ascensào capilar maxima: h-pinm<br />

Velocidade maxima de ascensâo capilar V^mm/hora...<br />

Altura maxima de agua absorvida: H-pmrn<br />

Velocidade maxima de absorçâo: Vjjmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat.<br />

Porosidade minima: P. min... .<br />

Porosidade relativa: P. Rel. = —'• '—<br />

P. min.<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Perfil: 403 a-c<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

35<br />

2,92<br />

0,96<br />

0,32<br />

pi6<br />

ng6<br />

Analise mecânica<br />

peso<br />

6,1<br />

57,4<br />

33,2<br />

L. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

2,1<br />

18,6<br />

10,8<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

3,3<br />

17,3<br />

16,4<br />

19,8<br />

18,8<br />

29,2<br />

27,7<br />

32,4<br />

31,8<br />

peso<br />

7,5<br />

48,2<br />

41,0<br />

L. Arg.<br />

Ascensâo e absorçâo — Valores mâximos<br />

Fase gasosa<br />

710<br />

32<br />

301<br />

22<br />

e porosa<br />

52,0<br />

Ü7,3<br />

50.0<br />

1,3<br />

13<br />

90<br />

2,94<br />

0,95<br />

0,32<br />

pi6<br />

ng6<br />

%<br />

3,3<br />

17,3<br />

lfi.O<br />

18,7<br />

17,7<br />

27,5<br />

26,1<br />

36,5<br />

35,8<br />

778<br />

81<br />

355<br />

22<br />

47,0<br />

67,7<br />

59,5<br />

1,1<br />

volume<br />

2,4<br />

15,6<br />

13,2<br />

peso<br />

11,1<br />

33,8<br />

52,2<br />

Arg. L.<br />

160<br />

2,97<br />

0,87<br />

0,29<br />

pi6<br />

ng6<br />

%<br />

3,0<br />

C<br />

17,1<br />

14,9<br />

19,4<br />

16,9<br />

28,5<br />

24,8<br />

40,9<br />

36,7<br />

880<br />

. 85<br />

423<br />

53<br />

52,5<br />

70,7<br />

58,7<br />

1,2<br />

volume<br />

3,2<br />

9,9<br />

If) 3


378 ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÉNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Profundidade em cm.<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTAÇAO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Massa especïfica real: s = g cm — 3<br />

» » aparente s. .<br />

Volume de s 1 = —-—<br />

s<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald).<br />

> » » sêco »<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçâo internacional<br />

Umidade hïgroscópica W% e m TFSA<br />

Higroscopicidade Hy % peso<br />

(Mitscherlich)<br />

Umidade de murchamento.<br />

Umidade equivalente<br />

Âgua capilar maxima<br />

Ascensâo capilar maxima: h-pmm<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Perfil: 404 a-c<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A .<br />

35<br />

2,93<br />

0,99<br />

0.34<br />

piO '<br />

piO<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

7,5<br />

07,3<br />

25,2<br />

L. Ar«.<br />

%<br />

volume<br />

2,5<br />

22,8<br />

8,5<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

Hy % volume........<br />

JU. Mu % peso<br />

I.U. Mu % volume<br />

{ U. Eq % peso<br />

U Eq % volume. . . .<br />

f A % peso<br />

LA % volume<br />

Velocidade maxima de ascensâo capilar V^inm/hora...<br />

Altura mAxima de âgua absorvida: H^mm<br />

Velocidade maxima de absorçâo: V|jmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat..<br />

Porosidade minima: P. min.<br />

Porosidade relativa: P. Rel. =<br />

peso<br />

10,0<br />

41,8<br />

48.2<br />

B. Arg.<br />

Ascensâo e absorçâo — Valores mâximos<br />

P. nat.<br />

P. min.<br />

3,4<br />

16,0<br />

10,4<br />

18,4<br />

18,2<br />

27,1<br />

20,8<br />

34.3<br />

35,1<br />

732<br />

34<br />

389<br />

14<br />

Fase gasosa e porosa<br />

49,0<br />

06,2<br />

45,3<br />

J,5<br />

B<br />

120<br />

3.01<br />

1,01<br />

0.33<br />

piO<br />

IIKO<br />

%<br />

3.4<br />

17,0<br />

17,8<br />

•18.7<br />

18,1)<br />

27,5<br />

27,8<br />

34,8<br />

3(i,4<br />

874<br />

08<br />

303<br />

35<br />

40.0<br />

Gü,ö<br />

49,5<br />

1,3<br />

volume<br />

3,4<br />

14,0<br />

10,1<br />

peso<br />

0,0<br />

49,4<br />

44,0<br />

B. L.<br />

C<br />

210<br />

3,00<br />

0,93<br />

0,31<br />

piO<br />

ng(><br />

%<br />

2,7<br />

16.7<br />

15,5<br />

18,1<br />

10,9<br />

20,7<br />

24.8<br />

39.8<br />

38,0<br />

807<br />

85<br />

405<br />

57<br />

50,0<br />

09,0<br />

47,9<br />

1.4<br />

volume<br />

2,0<br />

15.4<br />

13,0<br />


Profundidade em cm<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 379<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTACÄO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Massa especîfica real: s = g cm" "•<br />

> » aparente s .. . .<br />

Volume de s' = —'<br />

s<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald). . .<br />

> » » sêco »<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçâo internacional<br />

Umidade higroscópica \V% ein TFSA<br />

Higroscopicidade Hy % peso<br />

(Mitscherlich) Hy % volume<br />

„ . , , . . fU. Mu % peso<br />

umidade de murchamento... )<br />

\\J. Mu % volume<br />

TT . , , . . , fU. Eq % peso<br />

Umidade equivalente J<br />

\XJ. Eq % volume<br />

Agua capilar maxima<br />

Ascensâo capilar maxima: h'pmm<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisiea do solo — Per f il: 405 a-c<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

40<br />

2,91<br />

1,20<br />

0,41<br />

pi»<br />

])iô<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

5,3<br />

70.2<br />

24,0<br />

L. B.<br />

%<br />

volume<br />

2,2<br />

28,9<br />

10,1<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

fA % peso....<br />

^A % volume<br />

Velocidade maxima de ascensâo capilar V^mm/hora...<br />

Altura maxima de agua absorvida: Hrpmm<br />

Velocidade maxima de absorçâo: Vjjmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat<br />

Porosidade minima: P. min<br />

Porosidade relativa: P. Rel. =—'• '—<br />

P. min.<br />

•5,7<br />

14,5<br />

17,4<br />

20,1<br />

24,1<br />

29,6<br />

35..5<br />

31.4<br />

39.9<br />

peso<br />

5,1<br />

68,9<br />

26.0<br />

L. Arg.<br />

Ascensâo e absorçâo — Valores mâximos<br />

845<br />

31<br />

401<br />

17<br />

Fase gasosa e porosa<br />

12,0<br />

58,8<br />

41,6<br />

1.4<br />

B<br />

90<br />

2.83<br />

1,05<br />

0,37<br />

pi4<br />

niô<br />

%<br />

ö 2<br />

13,-5<br />

14,2<br />

22,0<br />

23,0<br />

32,3<br />

33.9<br />

37,4<br />

41,4<br />

8(10<br />

24<br />

396<br />

volume<br />

12<br />

1G,O<br />

62,9<br />

44,0<br />

1,4<br />

1,9<br />

25,0<br />

9,6<br />

peso<br />

7,8<br />

00.2<br />

32,0<br />

L. Arg.<br />

C<br />

120<br />

2,78<br />

0,88<br />

0,32<br />

pn3<br />

ni3<br />

%<br />

volume<br />

2,5<br />

19.0<br />

' 10,1<br />

6,0<br />

13,8<br />

12,1<br />

19,3<br />

17,0<br />

28,4<br />

25,0<br />

34,7<br />

32.5<br />

007<br />

42<br />

408<br />

21<br />

18.0<br />

68,4<br />

45,0<br />

l.ó


380<br />

Profundidade em cm<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTAÇAO E PESQUTSAS<br />

CAMADA<br />

Massa especîfica real: s = g cm .<br />

» » aparente s'<br />

Volume de s' = —-—<br />

s<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald)<br />

» > » sêco »<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm !<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0.002<br />

Classificaçâo internacional<br />

Umidade hïgroscópica \V% em TFSA<br />

Higroscopicidade Hy % peso<br />

(Mitscherlich) Hy % volume<br />

TT ._, J , . t (U. Mu % peso<br />

Umidade de murchamento... )<br />

I.U. Mu % volume<br />

Umidade equivalente<br />

U. Eq % peso...<br />

J<br />

Eq % volume<br />

lu.<br />

A % peso<br />

Âgua capiiar mdxima J<br />

% volume<br />

U<br />

Ascensâo capiiar màxima: h-janm<br />

Velocidade maxima de ascensâo capiiar V^mm/hora...<br />

Altura maxima de âgua absorvida: H-jimm<br />

Velocidade maxima de absorçâo: VHmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat<br />

Porosidade mïöima: P. min<br />

Porosidade relativa: P. Rel. =—'•—r—<br />

P. min.<br />

Secçao de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Per f il: 406 a-b<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

60<br />

2,81<br />

0,86<br />

0,30<br />

pi6<br />

ngô<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

2,2<br />

70,1<br />

27,7<br />

L. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

0,8<br />

22,1<br />

8,7<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

4,0<br />

16,4<br />

14,1<br />

20,0<br />

17,1<br />

29,3<br />

25,2<br />

35,4<br />

31,9<br />

peso<br />

6,5<br />

49,8<br />

43,7<br />

B. h.<br />

Ascensâo e absorçâo — Valores mâximos<br />

Fase gasosa e<br />

291<br />

17<br />

149<br />

71<br />

porosa<br />

54,0<br />

68,7<br />

37,2<br />

1,8<br />

B<br />

110<br />

2,98<br />

0,91<br />

0,30<br />

pi6<br />

ng6<br />

%<br />

3,9<br />

18,0<br />

16,4<br />

18,7<br />

17,0<br />

27,5<br />

25,0<br />

39,5<br />

37,4<br />

791<br />

67<br />

395<br />

62<br />

54,5<br />

69,3<br />

53,8<br />

1.3<br />

volume<br />

2,0<br />

15,2<br />

13.3<br />

—<br />

peso<br />

3,2<br />

45,3<br />

51,5<br />

Arg. L.<br />

C<br />

170<br />

3,00<br />

0,90<br />

0,30<br />

pi6<br />

ng6<br />

%<br />

3,9<br />

17,1<br />

15.4<br />

19,1<br />

17,2<br />

28,1<br />

25,3<br />

38,1<br />

35,7<br />

994<br />

07<br />

48.5<br />

35<br />

52,0<br />

70,0<br />

54,2<br />

1.3<br />

volume<br />

1,0<br />

13,6<br />

15.4


Profuüdidade era cm.<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 381<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTACÄO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Massa especîfica real: s = g cm<br />

» » aparente s .. . .<br />

s 1<br />

Volume de s 1 =<br />

Côr do solo ûmido (Oatwald).<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçâo internacional<br />

Umidade higroscópica W% em TFSA<br />

Higroscopicidade Hy % peso<br />

(Mitseherlich) Hy % volume<br />

Umidade de murchamento.<br />

Umidade equivalente<br />

Ägua eapilar maxima<br />

9<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Perfil: 407 a-c<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

50<br />

2,94<br />

0,89<br />

0,30<br />

pi6<br />

nK6<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

4,3<br />

49,5<br />

44,8<br />

L. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

1,7<br />

15,0<br />

13,6<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

JU. Mu % peso<br />

I.U. Mu % volume<br />

lu.<br />

Ascensâo capîlar maxima: h^mni<br />

Eq % peso<br />

Eq % volume<br />

ƒ A % peso..<br />

(.A % volumi<br />

Velocidade maxima de ascensäo eapilar V^mm/hora...<br />

Altura maxima de âgua absorvida: Hipmm<br />

Velocidade maxima de absorçâo: VHmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat..<br />

Porosidade minima: P. min<br />

Porosidade relativa: P. Rel.<br />

3,1<br />

11,0<br />

9,8<br />

17,2<br />

15,3<br />

25,3<br />

22,5<br />

32,8<br />

29,5<br />

peso<br />

4,5<br />

43,0<br />

51,0<br />

Arg. L.<br />

Ascensäo e absorçâo — Valores mâximos<br />

P. nat.<br />

P. ;<br />

642<br />

23<br />

311<br />

12<br />

Fase gasosaa<br />

e porosa<br />

55,5<br />

69,7<br />

44,4<br />

1,6<br />

B<br />

110<br />

2,96<br />

0,95<br />

0,32<br />

pi6<br />

ng6<br />

%<br />

3,2<br />

13,6<br />

12,6<br />

19,7<br />

18,8<br />

29,0<br />

27.6<br />

40,5<br />

39,8<br />

863<br />

77<br />

408<br />

43<br />

48,0<br />

67,9<br />

43,4<br />

1,6<br />

volume<br />

2,0<br />

13,8<br />

16,4<br />

peso<br />

7,0<br />

35,7<br />

55,0<br />

Arg. L.<br />

C<br />

170<br />

2,99<br />

0,93<br />

0,31<br />

pi6<br />

ng6<br />

%<br />

3,4<br />

13,7<br />

13,0<br />

19,4<br />

18,0<br />

28,5<br />

26,5<br />

41,4<br />

39,8<br />

1 005<br />

volume<br />

72<br />

509<br />

40<br />

48,0<br />

68.9<br />

45,7<br />

1,5<br />

2,9<br />

11,1<br />

17,1


382 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Profundidade em ein<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTAÇAO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Massa especîfica real: s = g cm<br />

» » aparente 9<br />

1<br />

Volume de s =<br />

si<br />

s<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald)<br />

> > > sêco ><br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçâo internaciona!<br />

Umidade higroseópica W% em TFSA<br />

Higroscopicidade ( Hy % peso<br />

(Mitscherlich) (, Hy % volume<br />

T, ., , , , (V. Mu % peso<br />

Umidade de murchamento.. . )<br />

lu. Mu % volume<br />

T. . , , . , , f U. Eq % peso<br />

Umidade equivalente......... )<br />

lu. Eq % volume<br />

f .. , . [ A % peso<br />

Agua capilar maxima J<br />

\A % volume<br />

Ascensâo capilar maxima: h-j-nim<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Per fil: 408 abc<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

30<br />

2,91<br />

1,05<br />

0,30<br />

pi6<br />

ngô<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

6,5<br />

54,1<br />

37,2<br />

h. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

3,1<br />

19,5<br />

13,4<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

2,2<br />

16,0<br />

16,8<br />

18,8<br />

19,7<br />

27,6<br />

29,0<br />

34,6<br />

37,1<br />

peso<br />

7,7<br />

39,0<br />

50,7<br />

Arg. L.<br />

Ascensâo e absorçâo — Valores mâximos<br />

Velocidade maxima de ascensâo capilar Vjjinm/hora...<br />

Altura maxima de âgua absorvida: H-pmm<br />

Velocidade maxima de absorçâo: VJJ mm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat<br />

Porosidade minima: P. min<br />

Porosidade relativa: P. Rel.<br />

P. nat.<br />

P. min<br />

903<br />

42<br />

423<br />

23<br />

Fase gasosa e porosa<br />

46,0<br />

63,9<br />

47,1<br />

1.4<br />

B<br />

70<br />

3,01<br />

0,97<br />

0,32<br />

pi6<br />

ngo<br />

1,6<br />

18,1<br />

17,6<br />

18,1<br />

17,0<br />

26,7<br />

25,9<br />

39,0<br />

38,4<br />

974<br />

76<br />

509<br />

40<br />

52,0<br />

67,8<br />

49,2<br />

1,4<br />

volume<br />

3,4<br />

12,5<br />

16,3<br />

—<br />

peso<br />

5,3<br />

39,8<br />

53,2<br />

Arg. L.<br />

C<br />

1Ö0<br />

3,00<br />

0,96<br />

0,32<br />

piC<br />

ngô<br />

%<br />

1,8<br />

18,5<br />

17,8<br />

18,4<br />

17,7<br />

27,1<br />

26,0<br />

37,9<br />

37,0<br />

965<br />

89<br />

505<br />

31<br />

51,0<br />

68.0<br />

45,5<br />

1,5<br />

volume<br />

2,2<br />

12,7<br />

17,0


Profundidade em cm<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 383<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTAÇAO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Massa especîfica real: s = g cm -3<br />

Volume de s' = ——<br />

aparente s<br />

Cor do solo ûmido (Ostwald)<br />

> » » sêco »<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçào internacional<br />

Umidade hïgroscópica W% ein TFSA<br />

Hi»roscopieidade .. ƒ ( Hy % peso<br />

(Mitscherlich)<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Per fil: 409 abc<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

60<br />

2,82<br />

0,93<br />

0,33<br />

pi6<br />

nog<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

19,3<br />

48,2<br />

32,5<br />

B. L.<br />

%<br />

volume<br />

6,4<br />

15,9<br />

10,7<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

• • l.Hy % volume<br />

CU. Mu % peso<br />

Umidade de<br />

murchamento... )<br />

\u. Mu % volume. ...<br />

..... . . . fU. Eq % peso<br />

umidade equivalente )<br />

V.U. Eq % volume....<br />

î .. , . f A % peso<br />

Agua capilar maxima )<br />

l A % volume<br />

Ascensào capilar maxima: h


384<br />

Prof undidade em cm...<br />

ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTAÇAO E PESQUISAS<br />

CAM ADA<br />

-3<br />

Massa especîfica real: 8 = s cm<br />

» » aparente s . .<br />

1 si<br />

Volume de s' =<br />

s<br />

Côr do soio ûmido (Ostwald).<br />

» > » sêco »<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm.<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçâo internacional.<br />

Umidade higroscopica W% em TFSA<br />

Higroscopicidade . . . .<br />

(Mitscherlich)<br />

Umidade de murchamento..<br />

Umidade equivalente<br />

Âgua capilar maxima<br />

Ascensào capilar maxima: h-pintn<br />

Secçâo de Agrogeologla<br />

Fisica do solo — Perfil: 410 abc<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

50<br />

2,98<br />

0,99<br />

0,33<br />

pi6<br />

ngö<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

23,0<br />

35,3<br />

39,5<br />

B. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

7,6<br />

11,7<br />

13,1<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

ƒ Hy % peso<br />

\H.V % volume<br />

f U. Mu % peso<br />

\u. Mu % volume.<br />

JU. Eq % peso<br />

lu. Eq % vnluinn. .<br />

f A % peso<br />

y A % volume<br />

Velocidade maxima de ascensào capilar V^mm/hora..<br />

Altura maxima de àgua absorvida: HTmm<br />

Velocidade maxima de absorçâo: Vjjmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat '<br />

Porosidade natural: P. nat..<br />

Porosidade minima: P. min.<br />

Porosidade relativa: P. Rel.<br />

2,2<br />

14,3<br />

14,1<br />

17,9<br />

17,7<br />

26,4<br />

26,1<br />

32,9<br />

33,3 .<br />

peso<br />

25,7<br />

29,7<br />

43,0<br />

B. Arg.<br />

Ascensao e absorçâo — Valores mâximos<br />

P. nat.<br />

P. min.<br />

832<br />

34<br />

369<br />

14<br />

Fase gasosa e porosa<br />

54,0<br />

66,8<br />

36,2<br />

1,8<br />

B<br />

110<br />

3,05<br />

0,95<br />

0,31<br />

piG<br />

ng5<br />

%<br />

1,6<br />

16,2<br />

15,4<br />

16,S<br />

17,9<br />

24,7<br />

26,4<br />

36,7<br />

35.4<br />

940<br />

74<br />

446<br />

39<br />

52,0<br />

68,9<br />

39,6<br />

1,7<br />

volume<br />

8,0<br />

9,2<br />

13,4<br />

peso<br />

22.5<br />

24,7<br />

51,2<br />

Arg. L.<br />

C<br />

190<br />

3.07<br />

0,94<br />

0,30<br />

pi6<br />

ngö<br />

%<br />

1,0<br />

14,0<br />

13,1<br />

16,4<br />

15,4<br />

24,1<br />

22.0<br />

32,4<br />

30,9<br />

993<br />

80<br />

440<br />

34<br />

53,0<br />

69,4<br />

40,0<br />

1.7<br />

volume<br />

6,9<br />

7,5<br />

15,7


Profundidade em cm..<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 385<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTAÇAO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Massa especffica real: 3 = g cm -3<br />

Volume de s =<br />

aparente s<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald).<br />

» » » sêco »<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm.<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila .— 0,002 mm<br />

Classif icaçâo internacional.<br />

Umidade higroscópica W% em TFSA<br />

Higroscopicidade ƒ Hy % peso<br />

(Mitecherlich) l Hy % volume<br />

....... . f U. Mu % peso<br />

Umidade de murchamento.. . J<br />

tu. Mu % volume<br />

Umidade equivalente<br />

• ( TI<br />

J<br />

Eq E % peso<br />

Eq % volume<br />

lu. E<br />

A % peso<br />

Âgua capilar maxima J A % volume<br />

Ascensäo capilar maxima: h-pmrn<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Perfil: 411 abc<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

35<br />

3.02<br />

1,08<br />

0.30<br />

pi6<br />

ng5<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

21,2<br />

30,0<br />

41,0<br />

B. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

7,6<br />

12,9<br />

14,7<br />

Pase liquida — Dados gérais<br />

1,8<br />

15,1<br />

16,3<br />

18,0<br />

19,5<br />

26,6<br />

28,7<br />

34,8<br />

3S.2<br />

peso<br />

24,0<br />

29,9<br />

44,5<br />

B. Arg.<br />

B<br />

70<br />

3,00<br />

1,02<br />

0,34<br />

pi6<br />

ng5<br />

%<br />

1,6<br />

13,6<br />

15,9<br />

17,7<br />

17,3<br />

25,5<br />

'26,0<br />

Ascensâo e absorçâo — Valores mâximos<br />

Velocidade maxima de ascensäo capilar Vnmm/hora...<br />

Altura maxima de âgua 'absorvida: H-prnm<br />

Velocidade maxima de absorçâo: Vjjmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat....<br />

Porosidade mînima: P. min...<br />

Porosidade relativa: p. Rel. —<br />

— 23 —<br />

P. nat.<br />

P. min.<br />

775<br />

53<br />

351<br />

24<br />

Fase gasosa e porosa<br />

46,0<br />

64,2<br />

40,8<br />

1,6<br />

32,4<br />

33,6<br />

909<br />

volume<br />

85<br />

431<br />

42<br />

50,0<br />

66,0<br />

39,8<br />

1,7<br />

8,2<br />

10,2<br />

15,1<br />

peso<br />

21,0<br />

32,9<br />

44,5<br />

B. Arg.<br />

C<br />

150<br />

3,02<br />

1,00<br />

0.33<br />

pi6<br />

ng5<br />

%<br />

1,6<br />

15,7<br />

15,7<br />

17,4<br />

17,4<br />

25,6<br />

25,6<br />

34,8<br />

35,3<br />

977<br />

volume<br />

67<br />

401<br />

26<br />

52,0<br />

66,9<br />

44,8<br />

1,5<br />

6,9<br />

10,9<br />

14,7


386<br />

Profundidade em cm<br />

ANAIS.DA <strong>SEGUNDA</strong>- REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTACÄO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Massa especîfica real: s — g cm .<br />

Volume de<br />

aparente s<br />

6l<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald).<br />

> > > sêco »<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm....<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçâo internacional. .. .<br />

s<br />

Umidade higroscôpica W% em TFSA<br />

Higroscopicidade ( Hy % peso<br />

(Mitecherlichi ^Hy % volume.<br />

fU. Mu % peso<br />

Umidade de murchamen ento... J<br />

Umidade equivalent«<br />

lu. Mu % volui<br />

i<br />

'lu.<br />

Âgua capilar maxima J P S me<br />

Eq % peso<br />

Eq % volume<br />

°<br />

\A % volu;<br />

Ascensâo capilar maxima: h-pmm<br />

Velocidade maxima de ascensâo capilar V^mm/hora...<br />

Altura maxima de âgua absorvida: H-j^mm<br />

Velocidade maxima de absorçâo: Vjjmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat..<br />

Porosidade minima: P. min.<br />

Porosidade relativa: P. Rel.<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Perfil: 412 abc<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

50<br />

2,99<br />

1,05<br />

0,35<br />

pi6<br />

ng5<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

8,5<br />

58,2<br />

31,7<br />

L. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

3,0<br />

20,4<br />

11,1<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

1,6<br />

15,6<br />

16,4<br />

16,7<br />

17,5<br />

24,5<br />

25,7<br />

32,7<br />

34,9<br />

peso<br />

18,0<br />

25,1<br />

55,5<br />

Arg. L.<br />

B<br />

120<br />

3,00<br />

1,03<br />

0,34<br />

Ascensâo e absorçâo — Valores mâximos<br />

P. nat,<br />

P. min.<br />

734<br />

44<br />

301<br />

22<br />

Fase gasosa e porosa<br />

49,0<br />

64,9<br />

39,5<br />

1.6<br />

pi6<br />

ng5<br />

%<br />

1,4<br />

16,3<br />

16,8<br />

17,5<br />

18,3<br />

25,7<br />

26,9<br />

36,3<br />

37,9<br />

890<br />

volume<br />

48<br />

442.<br />

27<br />

39,0<br />

65,7<br />

40,6<br />

1,6<br />

6,2<br />

8,6<br />

19,0<br />

peso<br />

18,2<br />

30,2<br />

50,2<br />

Arg. L.<br />

180<br />

3,04<br />

0,98<br />

0,31<br />

pi6<br />

ng5<br />

%<br />

1,4<br />

16,7<br />

16,4<br />

18,7<br />

18,3<br />

27.5<br />

26,9<br />

39,3<br />

39.1<br />

977<br />

volume<br />

66<br />

494<br />

37<br />

43,0<br />

68,3<br />

44,5<br />

1.5<br />

5,8<br />

9,6<br />

15,9


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 387<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTAÇAO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Profundidade em cm..<br />

-3<br />

Massa especîfica real: s = gcm'<br />

» 7 aparente s<br />

Volume de s =<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald)<br />

» > » sêco »<br />

Areia grosaa 2 — 0,2 mm.<br />

Limö 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçâo international.<br />

Umidade higroseópica W% em TFSA<br />

Higroscopicidade 'igroscopicidade f (ïHy<br />

% peso...<br />

(Mitscherlich) klitscherlich) (. (.1Hy<br />

% volume<br />

fU. Mu % peso<br />

Umidade de murchamen<br />

;nto... J<br />

Umidade equivalente<br />

\XJ. Mu % volume<br />

J. Eq % peso<br />

J. Eq % volume.. : ..<br />

Âgua capilar mâxima ( A % peso.<br />

A % volun<br />

Ascensäo capilar maxima: h-prnm<br />

Velocidade mâxima de ascensao capilar Vnmm/hora...<br />

Altura maxima de âgua absorvida: H'pmin<br />

Velocidade mâxima de absorçâo: Vjjmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat..<br />

Porosidade minima: P. min.<br />

Porosidade relativa: P. Rel.<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Per f il: 413 ab<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

50<br />

2,93<br />

0,98<br />

0,33<br />

pi6<br />

ng5<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

7,0<br />

60,3<br />

30,2<br />

L. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

2,3<br />

19,9<br />

10,0<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

2,5<br />

15,5<br />

15,0<br />

19,2<br />

18,8<br />

28,3<br />

27,7<br />

34,9<br />

35,1<br />

peso<br />

11,2<br />

40,7<br />

46,2<br />

B. Arg.<br />

Ascensäo e absorçâo — Valores mâximos<br />

P. nat.<br />

P. min.<br />

625<br />

45<br />

301<br />

22<br />

Fase gasosa e porosa<br />

54,5<br />

66,6<br />

49,7<br />

1,4<br />

B<br />

180<br />

3,07<br />

0,87<br />

0,28<br />

pi6<br />

ng5<br />

%<br />

1,9<br />

17,3<br />

15,0<br />

18,6<br />

16,2<br />

27,4<br />

23,9<br />

40,5<br />

35,9<br />

971<br />

70<br />

463<br />

50<br />

55,0<br />

71,7<br />

49,6<br />

1,4<br />

volume<br />

3,2<br />

11,5<br />

13,1<br />

C<br />

%<br />

peso volume


388<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTACÄO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Profundidade em cm<br />

Massa especifica real: s = gcm .<br />

Volume de s 1<br />

aparente s ... .<br />

si<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald).<br />

» » » sêco »<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm...<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

C lassificaçâo internacional. . .<br />

Umidade higroscôpica W% em TFSA<br />

Higroscopicidade f Hy % peso<br />

(Mitscherlich) 1 Hy % volume..<br />

Umidade de murchamento....{<br />

U. Mu % peso<br />

U. Mu % volume<br />

Umidade equivalente J ' °<br />

\u. Eq % volume<br />

, . . . . f A % peso<br />

Ägua capilar maxima )<br />

\ A % volume<br />

Ascensäo capilar maxima: h'pmm<br />

Velocidade maxima de ascensäo capilar V^mm/hora...<br />

Altura maxima de âgua absorvida: Hjmm<br />

Velocidade maxima de absorçâo: V^jmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat..<br />

Porosidade minima: P. min.<br />

Porosidade relativa: P. Rel.<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Perfil: 414 abc<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

60<br />

2,88<br />

1,03<br />

0,36<br />

pi6<br />

ng5<br />

Ànâlise mecânica<br />

peso<br />

5,7<br />

63,4<br />

28,5<br />

L. Arg.<br />

volume<br />

2,0<br />

22,7<br />

10,2<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

2,4<br />

15,3<br />

15,7<br />

18,6<br />

19,1<br />

27,3<br />

28,1<br />

36,4<br />

38,4<br />

11,2<br />

51,4<br />

35,7<br />

L. Arg.<br />

Ascensâo e absorçâo — Valores mâximos<br />

P. nat.<br />

, P. min.<br />

657<br />

57<br />

308<br />

34<br />

Fase gasosa e porosa<br />

46,0<br />

65,0<br />

52,0<br />

1,2<br />

B<br />

110<br />

2,97<br />

0,90<br />

0,30<br />

pi6<br />

ng5<br />

1,7<br />

12,7<br />

11,5<br />

18,6<br />

16,7<br />

27,3<br />

24,6<br />

39,2<br />

35,9<br />

1 105<br />

volume<br />

36<br />

548<br />

20<br />

54,0<br />

70,7<br />

53,9<br />

1,3<br />

3,3<br />

15,1<br />

10,5<br />

peso<br />

5,5<br />

54,6<br />

38,2<br />

L. Arg.<br />

C<br />

200<br />

2,99<br />

0,93<br />

0,31<br />

pi6<br />

ng5<br />

1,7<br />

16,1<br />

15,0<br />

17,9<br />

16,7<br />

26,3<br />

24,5<br />

39,2<br />

37,1<br />

1 043<br />

41<br />

520<br />

21<br />

54,0<br />

68,9<br />

55,3<br />

' 1,2<br />

1,7<br />

17,0<br />

11,9


Profundidade em cm<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 389<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTAÇAO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Massa especîfica real: s = gcm ".<br />

> > aparente s'.<br />

Volume de s' = ——<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald)...<br />

» » » sêco »<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm.<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçao intemacional.<br />

Umidade higroscôpica W% em TFSA<br />

Higroscopicidade f Hy % peso....<br />

(Mitscherlich) l.Hy % volume.<br />

fU. Mu % peso<br />

Umidade de murchame<br />

:nto... )<br />

lu. Mu % volume<br />

Umidade equivalente<br />

Âgua capilar maxima<br />

lu.<br />

Ascensäo capilar maxima: h-pmrn<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Per fil: 415 abc<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

80<br />

3,00 o<br />

0,95<br />

0,32<br />

pi6<br />

ng5<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

17,0<br />

37,0<br />

44,2<br />

B. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

5,4<br />

11,7<br />

14,0<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

Eq % peso<br />

Eq % volume<br />

(A % peso...<br />

I.A % volume<br />

Velocidade maxima de ascensäo capilar Vnmm/hora...<br />

Altura maxima de âgua absorvida: Hjmm<br />

Velocidade maxima de absorçâo: Vymm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat..<br />

Porosidade minima: P. min.<br />

Porosidade relativa: P. Rel. =<br />

1,8<br />

13,8<br />

13,1<br />

17,0<br />

16,2<br />

25,1<br />

23,9<br />

39,2<br />

38,2<br />

peso<br />

16,7<br />

36,9<br />

44,2<br />

B. Arg.<br />

Ascerisâo e absorçâo — Valores màximos<br />

P. nat.<br />

P. min.<br />

674<br />

65<br />

347<br />

32<br />

Fase gasosa e porosa<br />

53,0<br />

68,3<br />

54,9<br />

1,2<br />

B<br />

130<br />

3,06<br />

0,91<br />

0,30<br />

pi6<br />

ng5<br />

%<br />

2,2<br />

13,9<br />

12,6<br />

17,7<br />

16,1<br />

26,0<br />

23,7<br />

36,9<br />

34,3<br />

821<br />

85<br />

380<br />

81<br />

53,0<br />

70,3<br />

42,8<br />

1,6<br />

volume<br />

4,9<br />

10,9<br />

13,1<br />

peso<br />

12,7<br />

28,2<br />

57,7<br />

Arg. L.<br />

C<br />

210<br />

3,06<br />

0,96<br />

0,31<br />

pi6<br />

ng5<br />

%<br />

1,4<br />

15,5<br />

14,9<br />

17,1<br />

16,4<br />

25,1<br />

24,1<br />

39,8<br />

38,7<br />

928<br />

44<br />

408<br />

21<br />

51,0<br />

68,6<br />

53,2<br />

1,3<br />

volume<br />

4,0<br />

8,8<br />

18,1


390<br />

Profundidade em cm.<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> KEUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTAÇAO E PESQUISAS<br />

• CAM AD A<br />

Massa especïfica real: s = g cm .<br />

» » aparente s . . . .<br />

1<br />

Volume de s<br />

si 1 =<br />

s<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald)...<br />

sêco<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçào international<br />

Umidade higroscópica W% em TFSA<br />

Higroscopicidade (Hy % peso<br />

(Mitscherlich) [Hy % volume<br />

Umidade de murchamen ento...( U - Mu%pêS °<br />

Umidade equivalente<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Per f il: 416 ab<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

80<br />

2,99<br />

0,97<br />

0,32<br />

pi6<br />

ng5<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

4,2<br />

59,6<br />

34,2<br />

h. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

1,4<br />

19,3<br />

11.1<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

IU. Mu % volume<br />

{ U. Eq % peso<br />

Ü. Eq % volume<br />

Âgua capilar mâxima J<br />

(. A % volume<br />

Âscensâo capilar mâxima: h-pmm<br />

Velocidade mâxima de ascensäo capiLar V^mm/hora...<br />

Altura mâxima de âgua absorvida: H-^mm<br />

Velocidade mâxima de absorçâo: Vjjmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat..<br />

Porosidade minima: P. min.<br />

Porosidade relativa: P. Rel. =<br />

2,0<br />

13,0<br />

12,6<br />

17,5<br />

17,1<br />

25,8<br />

25,1<br />

32,2<br />

31,8<br />

peso<br />

9,2<br />

42,0<br />

47,5<br />

L. Arg.<br />

Ascensäo e absorçâo — Valores mâximos<br />

P. nat.<br />

P. min.<br />

656<br />

39<br />

273<br />

16<br />

Fase gasosa e porosa<br />

55,0<br />

67,6<br />

46,3<br />

1,5<br />

B<br />

200<br />

3,10<br />

0,94<br />

0,30<br />

pi6<br />

ngô<br />

%<br />

1,3<br />

14,1<br />

13,2<br />

17,6<br />

16,6<br />

25,9<br />

24,4<br />

39,4<br />

37,5<br />

685<br />

55<br />

324<br />

37<br />

52,0<br />

69,7<br />

52,8<br />

1.3<br />

volume<br />

2,7<br />

12,5<br />

14,2<br />

C<br />

%<br />

peso volume


Profundidade em cm.<br />

Massa especîfica real: s= g cm' ,-3<br />

Volume de s —<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 391<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTACÄO E PESQUISAS<br />

aparente s<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald)...<br />

» » » sêco »<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm..<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçâo internacional. .<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Perfil: 417 abc<br />

CAMADA: " '<br />

Umidade higroscópica W% em TFSA<br />

Higroscopicidade ƒ Hy % peso<br />

(Mitscherlich) l. Hy % volume.. .<br />

Umidade de murchame: {<br />

U. Mu % peso<br />

U. Mu % volume<br />

Umidade equivalente<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

50<br />

2,94<br />

1,00<br />

0,34<br />

pi7<br />

ngO<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

8,2<br />

63,8<br />

26,0<br />

L. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

1,9<br />

14,7<br />

6,0<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

J. Eq % peso<br />

J. Eq % volume<br />

i y A - f A % peso.<br />

Àgua capilar maxima l LA % volume.<br />

Ascensâo capilar maxima: h-pmm<br />

Velocidade maxima de ascensâo capilar V^mm/hora...<br />

Altura maxima de âgua absorvida: H^mm<br />

Velocidade maxima de absorçâo: Vjjmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat<br />

Porosidade minima: P. min...<br />

Porosidade relativa: P. Rel. =<br />

2,0<br />

12,3<br />

12,3<br />

18,5<br />

18,5<br />

27,2<br />

27,2<br />

33,7<br />

34,3<br />

peso<br />

19,0<br />

37,8<br />

41,7<br />

B. Arg.<br />

Ascensâo e absorçâo — Valores mâximos<br />

P. nat.<br />

P. min.<br />

419<br />

79<br />

142<br />

57<br />

Fase gasosa e porosa<br />

54,0<br />

66,0<br />

35,3<br />

1,9<br />

B<br />

120<br />

3,07<br />

1,03<br />

0,33<br />

pi6<br />

ng5<br />

%<br />

1,5<br />

14,9<br />

15,3<br />

17,2<br />

17,7<br />

25,3<br />

26,0<br />

38,8<br />

40,5<br />

669<br />

71<br />

308<br />

34<br />

49,0<br />

65,5<br />

52,7<br />

1,3<br />

volume<br />

6,4<br />

12,7<br />

14,0<br />

peso<br />

15,0<br />

38,1<br />

45,5<br />

B. Arg.<br />

C<br />

180<br />

3,06<br />

0,97<br />

0,32<br />

pi6<br />

ng5<br />

1,4<br />

14,8<br />

14,4<br />

18,1<br />

17,6<br />

26,7<br />

25,9<br />

41,0<br />

40,3<br />

877<br />

66<br />

417<br />

38<br />

53,0<br />

68,3<br />

49,9<br />

1.4<br />

volume<br />

4,7<br />

12,1<br />

14,4


392 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> KEUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Profundidade em cm<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTAÇÂO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Massa especffica real: s = g cm" .<br />

aparente s 1.<br />

si<br />

Volume de s<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald).<br />

» > » sêco »<br />

Arcia grossa 2 — 0,2 mm.<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçâo internacioûal.<br />

Umidade higroscôpica W% em TFSA<br />

Higroscopicidade ƒ Hy % peso<br />

(Mitscherlich) l.Hy % volume.<br />

Umidade de murchamento.... JU. Mu % peso<br />

\v. Mu % volume<br />

IT ., , . . . fU- Eq % peso<br />

Umidade equivalente )<br />

tu. Eq % volume<br />

, . . . . f A % peso<br />

Agua capilar maxima J<br />

( A % volume<br />

Ascensâo capilar maxima: h-pinm<br />

o<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Per f il: 418 abc<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

40<br />

2,95<br />

0,92<br />

0,31<br />

pi7<br />

ng5<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

21,5<br />

30,6<br />

44,2<br />

B. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

6,7<br />

9,5<br />

13,8<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

3,7<br />

12,9<br />

11,9<br />

19,1<br />

17,6<br />

28,1<br />

25,9<br />

32,2<br />

30,7<br />

peso<br />

20,5<br />

35,8<br />

41,0<br />

B. Arg.<br />

Ascensâo e absorçâo — Valores mâximos<br />

Velocidade maxima de ascensâo capilar V^mm/hora...<br />

Altura maxima de .âgua absorvida: H-prnm<br />

Velocidade maxima de absorçâo: Vjjmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat..<br />

Porosidade minima: P. min.<br />

Porosidade relativa: P. Rel.<br />

P. nat.<br />

P. min.<br />

663<br />

30<br />

266<br />

12<br />

Fase gasosa e porosa<br />

56,0<br />

68,8<br />

41,1<br />

1,7<br />

B<br />

100<br />

3,07<br />

0.98,<br />

0,32<br />

pi6<br />

ng5<br />

%<br />

2,7<br />

13,0<br />

12,7<br />

17,3<br />

17,0<br />

25,5<br />

25,0<br />

35,4<br />

35,6<br />

946<br />

79<br />

423<br />

53<br />

55,0<br />

68,1<br />

39,2<br />

1,7<br />

volume<br />

6,5<br />

11,4<br />

13,1<br />

peso<br />

7,7<br />

13,9<br />

38,2<br />

B. A.<br />

C<br />

140<br />

3,07<br />

0,92<br />

0,30<br />

pi6<br />

ng5<br />

%<br />

2,6<br />

14,1<br />

13,0<br />

17,5<br />

9,9<br />

25,7<br />

14,6<br />

36,7<br />

21,8<br />

932<br />

215<br />

531<br />

29<br />

55,0<br />

70,0<br />

42,4<br />

1,6<br />

volume<br />

2,3<br />

4,2<br />

11,5


Profundidade em cm<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 393<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTAÇAO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Massa especîfica real: s = g cm .<br />

Volume de s<br />

aparente<br />

si<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald).<br />

» » » sêco ><br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm.<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçâo internacional.<br />

Umidade higroseópica W% em TFSA<br />

Higroscopicidade (Hy % peso....<br />

(Mitscherlich) \rly % volume.<br />

(U. Mu % peso<br />

Unùdade de murchamei<br />

:nto... )<br />

lu. Mu % volume...<br />

Umidade equivalente<br />

Âgua capilar maxima<br />

„l<br />

lu.<br />

Ascensâo capilar maxima: h-pinm<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Per f il: 419 abc<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

110<br />

2,97<br />

0,98<br />

0,33<br />

piO<br />

ng5<br />

Anâlïse mecânica<br />

peso<br />

14,7<br />

46,5<br />

37,0<br />

B. L.<br />

%<br />

volume<br />

4,8<br />

15,3<br />

12,2<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

. Eq % peso<br />

% volume<br />

{<br />

A % peso<br />

A % volu<br />

Velocidade maxima de ascensâo capilar V^mm/hora...<br />

Altura maxima de àgua absorvida: H^ram<br />

Velocidade maxima de absorçâo: Vjjmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat..<br />

Porosidade mfnima: P. min.<br />

Porosidade relativa: P. Rel.<br />

1,8<br />

14,5<br />

14,2<br />

17,9<br />

17,5<br />

26,4<br />

25,8<br />

36,9<br />

36,8<br />

peso<br />

15,0<br />

39,8<br />

42,5<br />

B. Arg.<br />

Ascensâo e absorçâo — Valores mâximos<br />

732<br />

80<br />

324<br />

37<br />

Fase gasosa e porosa<br />

55,0<br />

67,0<br />

46,0<br />

1,5<br />

B<br />

180<br />

3,02<br />

0,96<br />

0,32<br />

pi6<br />

ng5<br />

%<br />

2,7<br />

15,4<br />

14,8<br />

18,9<br />

18,1<br />

27,8<br />

26,6<br />

41,4<br />

40,9<br />

890<br />

66<br />

440<br />

34<br />

50,0<br />

68,2<br />

• 41,5<br />

1,6<br />

volume<br />

4,8<br />

12,6<br />

13,5<br />

peso<br />

14,5<br />

29,5<br />

54,5<br />

Arg. L.<br />

C<br />

220<br />

3,06<br />

0,94<br />

0,31<br />

pi6<br />

ng5<br />

%<br />

1,5<br />

12,7<br />

12,0<br />

18,1<br />

17,1<br />

26,7<br />

25,1<br />

32,9<br />

31,4<br />

816<br />

51<br />

378<br />

39<br />

50,0<br />

69,3<br />

40,0<br />

1,7<br />

volume<br />

4,7<br />

9,6<br />

17,8


394 ANAIS DA SEGTJNDA REtTNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Profundidade em cm<br />

DIVISÂO DE EXPERIMENTAÇAO E PESQUISAS<br />

CAMADA -<br />

Massa especîfica real: s = gcm~ 3 .<br />

» » aparente s<br />

Volume de s' =<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald).<br />

» » > sêco »<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm...<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila — 0,002 mm<br />

Classificaçâo international. . .<br />

Umidade higroscópica W% era TFSA<br />

Higroscopicidade ƒ Hy % peso<br />

(Mitscherlich) (.Hy % volume<br />

Umidade de murchamento {<br />

Umidade equivalente<br />

U. Mu % peso<br />

U. Mu %' volume<br />

{ U. Eq % peso<br />

U. Eq % volume<br />

j ., , . f A % peso<br />

Agua capilar maxima )<br />

IA % volume<br />

Ascensäo capilar maxima: h-pmrn<br />

Velocidade maxima de ascensäo capilar Vnmm/hora...<br />

Altura maxima de ägua absorvida: H-pinm<br />

Velocidade maxima de absorçào: Vjjmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat..<br />

Porosidade minima: P. min.<br />

Porosidade relativa: P. Rel.<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo —- Perfil: 420 abc-<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

40<br />

3,06<br />

1,14<br />

0,37<br />

pi6<br />

ng5<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

21,7<br />

38,0<br />

38,5<br />

P. L.<br />

%<br />

volume<br />

8,1<br />

14,1<br />

14,3<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

peso<br />

19,5<br />

28,4<br />

50,7<br />

Arg. L.<br />

Ascensäo e absorçào — Valores mâximos<br />

P. nat.<br />

P. min.<br />

1,8<br />

13,2<br />

15,0<br />

16,7<br />

19,2<br />

24,6<br />

28,2<br />

37,1<br />

43,0<br />

548<br />

54<br />

254<br />

32<br />

Fase gasosa e porosa<br />

42,8<br />

62,8<br />

43,5<br />

1,4<br />

B<br />

160<br />

3,06<br />

0,91<br />

0,30<br />

pi6<br />

ng5<br />

%<br />

1,4<br />

13,6<br />

12,4<br />

17,9<br />

16,2<br />

26,3<br />

23,9<br />

39,9<br />

36,8<br />

907<br />

47<br />

492<br />

28<br />

.55,3<br />

70,2<br />

43,0<br />

1,6<br />

volume<br />

5,5<br />

8,2<br />

14,7<br />

peso<br />

19,0<br />

30,1<br />

49,7<br />

B. Arg.<br />

C<br />

200<br />

3,06<br />

0,84<br />

0,27<br />

pi6<br />

ngô<br />

%<br />

1,2<br />

13,9<br />

11,7<br />

19,2<br />

16,1<br />

28,3<br />

23,7<br />

41,1<br />

39,0<br />

1 0122<br />

volume<br />

34<br />

* 472<br />

19<br />

55,6<br />

72,5<br />

42,4<br />

1,7<br />

5,1<br />

8,1<br />

13,3


Profundidade em cm...<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 395<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTAÇAO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

•Massae specifica real: s = g cm'<br />

,-3<br />

» » aparente s<br />

si<br />

Volume de s = —<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald).<br />

» » » sêco »<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm.<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçao intemacional.<br />

Umidade higroscópica W% em TFSA<br />

Higroscopicidade f Hy % peso<br />

(Mitscherlich) l Hy % volume<br />

fU. Mu % Peso<br />

Umidade de murchamemito...<br />

)<br />

lu. Mu % volume<br />

Umidade equivalente<br />

Âgua capilar maxima<br />

lu.<br />

Ascensâo capilar maxima: hfnim<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Per f il: 465 abc<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

40<br />

2,98<br />

115<br />

38,6<br />

pi6<br />

pi6<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

3,0<br />

21,0<br />

36,0<br />

L. Arg.<br />

%<br />

volume<br />

1,2<br />

23,5<br />

13,9<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

Eq % peso<br />

Eq % volume<br />

JA % peso.<br />

IA % volun<br />

5,1<br />

11,3<br />

13,0<br />

18,2<br />

20,9<br />

26,8<br />

30,8<br />

36,5<br />

44,2<br />

peso<br />

2,0<br />

43,2<br />

54,8<br />

Arg. L.<br />

B<br />

90<br />

3,10<br />

90<br />

29,1<br />

pi6<br />

pi6<br />

%<br />

2,8<br />

13,6<br />

12,2<br />

18,8<br />

16,9<br />

27,7<br />

24,9<br />

43,4<br />

40,2<br />

Ascensâo e absorçâo — Valores mâximos<br />

Velocidade maxima de ascensâo capilar V^mm/hora...<br />

Altura maxima de agua absorvida: H«jimm<br />

Velocidade maxima de absorçâo: Vjjmm/hora<br />

Ar natural : Ar nat<br />

Porosidade natural: P, nat.<br />

Porosidade minima: P. min<br />

Porosidade relativa: P. Rel.<br />

P. nat.<br />

841<br />

51<br />

426<br />

31<br />

Fase gasosa e porosa<br />

36,0<br />

61,4<br />

41,2<br />

1,5<br />

862<br />

110<br />

386<br />

57<br />

51,0<br />

70,9<br />

45,7<br />

1,5<br />

volume<br />

0,6<br />

12,6<br />

15,9<br />

peso<br />

1,8<br />

49,4<br />

48,8<br />

L. Arg.<br />

C<br />

150<br />

3,10<br />

90<br />

29,1<br />

pi6<br />

pi6<br />

9<br />

5,0<br />

13,7<br />

12,3<br />

18,8<br />

16,9<br />

27,7<br />

24,9<br />

38,0<br />

36,1<br />

828<br />

150<br />

396<br />

59<br />

45,0<br />

70,9<br />

47,4<br />

1,5<br />

volume<br />

0,5<br />

14,4<br />

13,6


396 ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Profundidade em cm<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTAÇAO E PESQUISAS<br />

CAMADA<br />

Massa especffica real: s=gem"°..<br />

> » aparente s ....<br />

I si<br />

Volume de s' =<br />

s<br />

Côr do solo ûmido (Ostwald)...<br />

» » » séco » ...<br />

Areia grossa 2 — 0,2 mm.<br />

Limo 0,2 — 0,002 mm<br />

Argila < 0,002 mm<br />

Classificaçâo internacional.<br />

Umidade higroscôpica W% em TFSA<br />

Higroscopicidade ( Hy % peso...<br />

(Mitscherlich) t[ Hy % volume<br />

fU. Mu % peso<br />

Umidade de murchamei<br />

>nto... J<br />

lU. Mu % volume<br />

Umidade equivalente<br />

Àgua capilar maxima<br />

lu.<br />

I<br />

Ascensäo capilar maxima: h-pmrn<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Fisica do solo — Per f il: 466 abc<br />

Fase sólida — Dados gérais<br />

A<br />

40<br />

2,99<br />

105<br />

35,1<br />

pi6<br />

pi5<br />

Anâlise mecânica<br />

peso<br />

1,6<br />

46,8<br />

51,5<br />

Arg. L.<br />

%<br />

volume<br />

0,6<br />

16,4<br />

18,1<br />

Fase liquida — Dados gérais<br />

. Eq % peso<br />

Eq % volume<br />

A % peso<br />

A % volume<br />

Velocidade maxima de ascensäo capilar V^mm/hora.<br />

Altura maxima de âgua absorvida: H^mm<br />

Velocidade maxima de absorçao: Vjjmm/hora<br />

Ar natural: Ar nat<br />

Porosidade natural: P. nat..<br />

Porosidade minima: P. min.<br />

Porosidade relativa: P. Rel. =<br />

5,0<br />

12,2<br />

12,8<br />

18,8<br />

19,7<br />

27,7<br />

29,0<br />

40,0<br />

44,2<br />

peso<br />

1,4<br />

49,3<br />

49,3<br />

L. Arg.<br />

Ascensäo e absorçâo — Valores màxlmos<br />

P. nat.<br />

P. min.<br />

633<br />

94<br />

302<br />

48<br />

Fase gasosa e porosa<br />

40,0<br />

64,9<br />

41,7<br />

1,5<br />

B<br />

90<br />

3,03<br />

85<br />

38,0<br />

pi6<br />

pi5<br />

%<br />

7,4<br />

12,1<br />

10,3<br />

19,4<br />

16,2<br />

28,6<br />

23,9<br />

32,6<br />

30,2<br />

742<br />

77<br />

332<br />

60<br />

47,0<br />

12,0<br />

40,9<br />

1,8<br />

volume<br />

0,4<br />

13,8<br />

13,8<br />

peso<br />

1,3<br />

47,4<br />

51,3<br />

Arg. L.<br />

C<br />

150<br />

3,04<br />

85<br />

27,9<br />

pi6<br />

pi5<br />

%<br />

4,2<br />

12,4<br />

10,5<br />

19,4<br />

16,4<br />

28,5<br />

24,2<br />

40,2<br />

35,7<br />

746<br />

93<br />

339<br />

44<br />

47,0<br />

12,1<br />

42,5<br />

1.7<br />

volume<br />

0,4<br />

13,2<br />

14,3


ANAIS DA SEGtTNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong>, <strong>SOLO</strong> 397<br />

INSTITUTO AORONOMICO do ESTA<strong>DO</strong> DE S.PAUIO<br />

SECÇÂO DE AOROOEOLOOIA<br />

PERFIL N?465 a-e<br />

DIAGRAMA VOLUMÉTRICO QUI'MICO<br />

IdnioS trociveis Iônîbs tot dis<br />

a<br />

6.0<br />

b<br />

c<br />

5.7 6.2<br />

d<br />

5.»<br />

5.6 5,6 5.6 5.7 5.3<br />

l? ft IA 1 ?04 vtn «71<br />

ii,6 11.7 ».' 7.9<br />

a<br />

6.1


398<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

lônios trocdveis<br />

INSTITUTO A0RONÔMICO do ESTA<strong>DO</strong> DE'S.PAULO<br />

SECÇÂO DE AGROOEOIOGIA<br />

PERFIL N?466ae<br />

OIAGRAMA VOLUMETRICO<br />

: : ; i ; ;<br />

äK.Na<br />

inn<br />

Escal«-. i


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 399<br />

Instituto Agronômico<br />

Secçào de Agrocfeologia.<br />

Perfil n? 4OO<br />

DIAGRA7KA VOLUTttf/TRICO QUITttlCO<br />

P04<br />

KfNa<br />

Mn<br />

Ca* mg<br />

1 1 r r-<br />

H (ocidezinócuj)<br />

Escal«: 1 cm?. 50KE/Ha<br />

susp<br />

p H m-oi<br />

Troc^veis - Indi'ce<br />

Indice do soturoçôo V<br />

2n)<br />

a<br />

6,9<br />

0.7<br />

lôrtîos totals<br />

b<br />

6.4<br />

C<br />

6.O<br />

5.6<br />

d<br />

6.O<br />

e<br />

6.4<br />

5,6 5.7


400 ANAIS DA SEGTJNDA REtTNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

fnsliiuto Agronômico<br />

Secçâo de Agrogeologia.<br />

Per/il nS 4O/<br />

DIAGRA7KA VOLU7RÓTRICO QULTCLICO<br />

lônk» troeâveis<br />

Mn<br />

H (jCKfez inócua)<br />

Al (ecïdex nod«^<br />

Esoala : 1 cm ? . 50 KE/Ha<br />

AIQÎ(<br />

Azôro<br />

5USp€r>«ÖO 1<br />

PH m;n;„<br />

Trocâve ij f<br />

Indice C/N<br />

Indice de soturaçôo V<br />

2fl)<br />

a<br />

«.'<br />

5.9<br />

b<br />

6,6<br />

6.4<br />

C<br />

6,1<br />

lônios totals<br />

d<br />

5,6<br />

e<br />

6,0<br />

5.6


— 26 —<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 401<br />

Jnsiiiuio<br />

Secçao de Agrogeolotjia.<br />

Per/il T&4O2<br />

DIAGRA7&A VOLUTKEtfRICO<br />

Escala : 1 cm ? - 50 KE/Ha<br />

lônios tnocaveis „ Iônios totais<br />

3PO4<br />

Mn<br />

H (acidei inócuaj<br />

Al (actdez. nocivaj<br />

suspensao 1: 1<br />

P mfnimo (sol.KCl 2n)<br />

Indice C/N<br />

Indice de saturaçao V<br />

a<br />

5.«<br />

5.6<br />

t><br />

5.«<br />

5.6<br />

C<br />

6.2<br />

5.»<br />

d<br />

5.2<br />

5.1<br />

r<br />

6,3


402 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Insbibxxio Agronômico<br />

Secçâo de Agrogeolocfia.<br />

Fer/il rë 4O3<br />

DIAGRA7ÄA VOLUTKÉtfRICO QUI7SHCO<br />

lônîos trocâveis<br />

I PQ,<br />

Mn<br />

H (icidei inócua)<br />

Al(idd«inocivi)<br />

1 cm?- 50 KE/Ha<br />

P " m,-ni^(<br />

Trocâveis fn


AN AIS DA SEGXJNDA REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 403<br />

Insiiiu.io jAcfronômico<br />

Seccäo de<br />

Ion tos trocaveis<br />

K+Na<br />

A\n<br />

I •' i i'""*i r~<br />

^H A1 (acid«, noctva)<br />

Perfil n?4O4-<br />

Qufmico<br />

Escala : 1 cm? - 5OK£/Ha<br />

1<br />

.' * '<br />

Iönios totais<br />

_L<br />

pH mr„i„o (sol.KCl<br />

Indice C/N<br />

Indies de saturoçâo V<br />

S<br />

6.5<br />

5.9<br />

b<br />

6.3<br />

c d<br />

6.1 6.1


404<br />

O <<br />

ANAIS DA SEGXJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Institizio<br />

Secçâo de Acjrogeo*<br />

Per f LI TL* 4O5<br />

DIAGRA7ÄA VObUTEBTRICO QUÙVdCO<br />

lônios trocâveis<br />

PQ,<br />

K+Na<br />

Mn<br />

H (acidez inócuaj<br />

A1 [acidez noeivaj<br />

Escala: 1 cm?=5OKE/Ha<br />

I, suspensâo 1:1<br />

mmimo(sol. KC1 2n)<br />

Trocéveis indice C/N<br />

Indice de saturaçâo V<br />

a<br />

6,0<br />

5, a<br />

t<br />

5,1<br />

5,1<br />

O<br />

4,7<br />

4,7<br />

lônios totais


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 405<br />

lnsiiiu.to Agronômico<br />

Seccäo de Agrogeologia<br />

Perfiln? 406<br />

DIAGRA7&A VOLU7&ÉTRICO QUI7flICO<br />

lônios trocaveis<br />

Mn<br />

(scidei. inócus)<br />

i^B AI fandet oocivaj<br />

Trocéveîs<br />

E'sula : 1 cm ? » 5O KE/Ha<br />

suspens so l: t<br />

•nmimofsol. KCl ?n)<br />

Indice C/N<br />

, Indice de saturacäo V<br />

Iónios totais<br />

« 7 •<br />

a b<br />

6,0<br />

5.«<br />

c<br />

6,J<br />

6.'<br />

c<br />

6,9<br />

6,0


406 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

In.siiiu.io Agroïnômico<br />

Secçao de /icjrogeolocjia.<br />

Perfil n.3 4O7<br />

DIAQRA25LA VOLUTflÉTRICO QUI7WCO<br />

Iônios trocaveis „<br />

Mn<br />

Hfacidei indcua)<br />

Alfacideintxrva)<br />

Escala; 1 cm? = 5OKE/Ha .<br />

M suspensâo 1:1<br />

p n<br />

mi'nimofsol.KCl 2n)<br />

Trocaveis Indice C/N<br />

Indice de saturaçao V<br />

a<br />

6,5<br />

b<br />

5.7<br />

Iônios totais<br />

C d<br />

6,o<br />

6.O<br />

5.«<br />

5,0


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 407<br />

fnstiiwbo<br />

Secçao de Açfrogeolocfia.<br />

Terfilnß4O8<br />

DIAGRA2&A VOLUmÉTRICO QUI7RICO<br />

lönios trocavds<br />

Al(«idei nociva)<br />

Escala: 1 cm?» 5OKE/Ha<br />

„ •u.p.ntóo 1:1<br />

pH , . / i vt-\ «„»<br />

Trocâveis minimo (SOI. n\*l 6nJ<br />

fndic« C/M<br />

fndica da icluro«ôo V<br />

a b C<br />

6.' 6,0 6.1 5.7 6.0<br />

6.' 6,0 5.« '.«


408 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Insliiiziro Agronômico<br />

Secçâo de Agrogeologia<br />

Terfil n? 409<br />

DIAQRA7ÄA VOLU7ttÉ


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 409<br />

Âcjronômieo<br />

Secçâo de Agrogeolocpia.<br />

Perfil xi? 41O<br />

DIAGRA7&A VOLU7KÉTRICO QUUfilCO<br />

Escsla : 1 cm? . SO KE/Ha<br />

lônîos trocaveis lônios totais<br />

? : ? r.<br />

KtNa<br />

«n<br />

H faeider ïnôcua)<br />

Al jacidu noclv»)<br />

miniaa<br />

suspensio I: 1<br />

P M mmi.no (sol. KC1 Zn)<br />

Trocaveis f ^ C/N<br />

Indice de satura


410 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

fnsiiiuïo Agronômico<br />

Seccäo de Agrogeolocjia.<br />

Per/il n* 411<br />

DIAGRA7ÏLA VOLUTRÉqRICO QUI7MCO<br />

I cm? -<br />

lónios trocaveis Iônîos totais<br />

PO,<br />

K«Na<br />

Mn •<br />

H (acid« ioócua)<br />

Al (acidez nociva)<br />

P H<br />

m.-nlmo (sol. KC1 2n)<br />

I rocave.s fndIce C/N<br />

p<br />

fndice de soturoçôo V<br />

3<br />

5.9<br />

5,6<br />

b c<br />

6,5<br />

•>.9<br />

i<br />

6,6 6.5<br />

5.9


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 411<br />

Tnsiiiuio<br />

Secçào de Acjrogeolocjia.<br />

Per/il nS 4t2<br />

DIAGRA7RA VO1>U7ÄBTRICO QUITftlCO<br />

E scala : t cm? = 50 KE/Ha<br />

Iônîos trocaveis Iônios totais<br />

PO,<br />

K»Na<br />

Mn<br />

'acidez indcua)<br />

•Trocaveis ,-„„,.„ C/N<br />

SLispensäo 1: 1<br />

P H ,',» (sol. KCI ?n)<br />

Indice de saturaçâo V<br />

a<br />

5,0<br />

V<br />

b<br />

V V<br />

c<br />

1.9<br />

5.4<br />

d<br />

6,0<br />

e<br />

6,5<br />

5,9


412<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

. Insiiiizio Agronom le o<br />

SecçêLo de r\.Qroc[eolocfia.<br />

Perfiln?4>13<br />

DIAGRA/RA VOL>U/tt&


ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 413<br />

Instituto j/iofronômico<br />

Secçdo de Acjrogeolocfia<br />

PerfLln?4f4<br />

DIAGRA7XSA VOL>U/ttBTRICO QUI/ttICO<br />

Iônios trocâveis<br />

w^Si H (acrdet Ïnócua)<br />

^^H Al (acidez nociva)<br />

\ minima<br />

Escala : 1 cm? = 5O KE/Ha Ionios totais<br />

2 3 4 5 fe 7 ô 9 1O ctll<br />

AZOTO Humus<br />

suspensâo 1 : t<br />

P mfnimo (sol. KCI.<br />

frocaveis fndrce C/N<br />

Indice de saturaçâo V<br />

a<br />

5,6<br />

5,1<br />

b<br />

5,5<br />

5,0<br />

c<br />

5,5<br />

4,9


414<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

fnsèièizio Agronom, ie o<br />

Secçâo de /KcjrocfeolocjLa.<br />

Per f il n ?f/5<br />

DIAGRA7ÜA VObUTWTRICO QUI/ttICO<br />

Iônios<br />

a ? 6 *<br />

A<br />

a<br />

H (acidez \nôcua)<br />

^H Al facîdez nociva)<br />

V < •<br />

\minuna<br />

B S<br />

£ scala: 1 cm ? = 5O KE/Ha<br />

Trocaveis fndl-ea C/N<br />

"<br />

I 2 3<br />

AZOTO Humus<br />

5usp«n5âo l:1<br />

mfnimo (sol. KCl<br />

indice de ôaturaçao V<br />

6 7<br />

_J I<br />

-<br />

6,1<br />

5.4<br />

_<br />

6,0<br />

5,4<br />

Iônios totais


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 415<br />

Instiiixio jAcfronômlco<br />

Secçâo de Agrogreolo<br />

Perfiln?416<br />

DIAGRA/ftA VOL>U7ttB


416 ANAIS DA SEGXJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Insiilu.bc> Acfronôinico<br />

Secçëio de /Kcfrocfeolocfia<br />

Perfiln?417<br />

DIAGRAJflA VOl>U7tt5TRICO QUI/tf ICO<br />

Escala: 1 cm? = 5O KE/Ha<br />

Iônios trocaveis Iônios totais<br />

i * S *• 7 a 9 to<br />

PO,<br />

K+Na<br />

Mn<br />

H (acides inócua)<br />

A] (acidez nocivaj<br />

minima<br />

• Trocaveis<br />

Cd + Hid AZOTO Hunius<br />

pH<br />

Indice<br />

Indice<br />

SUSpensso 1: 1<br />

(timimo (sol. KCi<br />

C/N<br />

de saturaçâo V<br />

A,<br />

5,8<br />

5,5<br />

A,<br />

6.'<br />

5.7<br />

B<br />

6,7<br />

sa


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> .417<br />

Irtshliixho<br />

Secçâ-o de jQgrrogreoZogrù<br />

Perfil Tz°-4-18<br />

DI AGRA7SA VOJjUTXrâTRICO QUITttlCO<br />

- . . . . Escala: 1 cm ? = 5O KE/Ha ...<br />

lônios rmins trrtravfli« trocâveis lônios onios total totais<br />

— 27 —<br />

H (acidez inôcua)<br />

A\ (acidez nociva)<br />

Ca t<br />

5C<br />

Cat<br />

pH<br />

Azofo<br />

AIOTO<br />

AZOTO<br />

fndice C/N<br />

humus<br />

I I I I I<br />

suspensöo ] : 1<br />

mfnimo (sol. KC1 2n)<br />

Indice de saturaçôo V<br />

A<br />

5.4<br />

B<br />

6.0<br />

5.4<br />

B-C<br />

6,2<br />

5.7


418<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Insiiiu.ïo jAcfronôinico<br />

Secçâo de Acfrogeolocjta.<br />

Perfiln?479<br />

DIAGRA7SA VOhUKLUIRICO QUI7CICO<br />

lonios trocaveis<br />

PQ<br />

Mn<br />

2 H (acïdez inócud)<br />

1<br />

|Al [sc'tdez no ci* va)<br />

*• minima<br />

E scala: 1 cm? = 5OKE/Ha<br />

suspensäo 1 : '<br />

Dn _.<br />

• • mimmo (SOI. r\CJ<br />

• Trocaveis fOdïce C/N<br />

Indice de saturaçâo V<br />

a<br />

5,6<br />

Sb<br />

Iónios rotais<br />

7 e 9 «o cm<br />

b<br />

6.O 6.'<br />

3.7<br />

c


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 419<br />

Secçâo de<br />

Agronomico<br />

DIAGRA7RA VODU7&BTRICO QUI7UICO<br />

Iônios trocaveis<br />

A<br />

a<br />

g H (acidez. inócua)<br />

IAl (acidez nociva)<br />

i : i<br />

B <<br />

Escala : 1 cm î = 5O KE/Ha<br />

pH<br />

AZOTO<br />

-Trocavcis ïnd'xci C/N<br />

suspcnsào 1: 1<br />

mmîmo (sol. KCl<br />

Indice de saturaçâoV<br />

lônios totais<br />

1 1 1 1 1 1 r-<br />

3<br />

5,6<br />

5 5<br />

b<br />

6,3<br />

c<br />

6.6


420 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

IIMSTITUTO AGRONOMICO do ESTA<strong>DO</strong> DE S.PAULO<br />

SECÇAO DE AOROOEOLOOPA<br />

PER FIL. 465 a-e<br />

:RibeiraoPrsto LOCALIDADE. : Estaçjo Experimental<br />

DIAGRATttA VOLU7flÉTRICO ffSlCO<br />

ALTITUDE: 605 m.<br />

ZONA ötoidüiCA : Öotucatu- Lava<br />

RocHAMATtR: Diabasîo<br />

VEGETAÇAO: Terreno de cultura CTalhéo47)<br />

Tipo oo <strong>SOLO</strong>: Terra roxa légitima<br />

A, b.<br />

e O IO ÎO 3O 4O SO 6O 7O 6O »O lOO^<br />

1O<br />

no<br />

Î2O .<br />

2SO .<br />

1 cm 2 . tO »m Chuvo<br />

Sei*os<br />

j A»;?<br />

| Lîmo<br />

| Argila<br />

^^H Higroscopicidadc 1 -J Umidadc equivalente<br />

I 1 M I Agua capilar maxirro | | Ar


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 421<br />

INSTITUTO AQRONOMICO do ESTA<strong>DO</strong> DE S.PAUIO<br />

SECÇÀO Dt AOROûCOlOOl A<br />

PERFIL466 ae<br />

mUMICl'PIO:Ribe;nJoPreto LOCAUDADt : fstaçâo expérimental<br />

DIAQRAA\A VOLU7ttÊTR!CO ffSICO<br />

ALTITUDE: 59Om,<br />

TDNA OÏOLOCICA : Botucatü - Lava<br />

RocMAMATEft.: Diabasio<br />

V(OETAÇÀO: Terreno de cultura ( T


422<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

//isiitutoAgronômico - Secçâo de Agrogeologia<br />

PerfuL n' 4OO<br />

AVJNIcfpiOTRibeiraoPreto LOCALIDADE.: £sl.Experimental<br />

DIAGRAAÎA VOLÜ7aÉTRlCO FISICO<br />

ALTITUDE; 701,2m.<br />

?O»JA CtOLOOiCA; Botucdtû<br />

ROCHA JT14TER : DidbdS'O<br />

IIPO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: Ferra »"Oxa 'egitim<br />

0 2O bO 4O SO 6O 7O BO 9° >OO<br />

I I Ar<br />

yGO% raîies finas<br />

Umîdad« equivalente


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

InstitutoAgronômico - Secçao deA$ _<br />

, Jkrfil n?4O/<br />

7WUriICfPIO : "'beifào ^«'o LOC ALIDADE : Est. Experimental<br />

DIAGRAÄiA VOLümÉTRICO FfSICO<br />

ALTITUDE: 6ô7,^ «-<br />

ZONA GEOLÓCICA: Öotucatu<br />

ROCHA MATER: D'âbaSlO<br />

VEGETAÇÀO: Cafesal<br />

Tipo <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: Terra raxa légitima<br />

PERHEAB. ennnde chuva por hora:<br />

COLHEITA FISICAMENTE POSSÏVEL [Sekera):<br />

(O 20 30 40 SO 6O 70 80 90 100?i<br />

423


424<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

fastitutoAgronomico - SecçSo deAgrogeologia<br />

ÄlUniCfPIOlffibeiräoPreto LOCAL.IDADE: Est. Experimental '<br />

DIA0RA7ÏÏA VOLUAIÊTRICO FISICO<br />

ALTITUDE: 660m.<br />

ZONA GEOLOGIC»: 5otucatû<br />

ROCH» MATER: Diabas!»<br />

VECETAÇÂO: Pasto com capim gordurd<br />

TfPO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: Terra ro*a légitima<br />

PERMEAB. m mm de chuva por hora:<br />

COLHEITA FISICAMENTE PO5SÎVEL (Sekera):<br />

20<br />

30<br />

40<br />

b<br />

50<br />

60<br />

70<br />

60<br />

90<br />

100<br />

TTO<br />

130<br />

H0<br />

150<br />

160<br />

170<br />

ieo<br />

190<br />

220<br />

230<br />

240<br />

250<br />

260<br />

270<br />

2fiO<br />

290<br />

300<br />

310<br />

^- 32O<br />

330<br />

310<br />

350<br />

to ?0 30 40 50 6O 70 SO 90 1OOX<br />

1 cm 2 = 10 mm Chu<br />

i<br />

I<br />

ED<br />

70% rafces<br />

IO%raize5 fîna<br />

•artes Pa-<br />

Seïxos<br />

Areia<br />

Limo<br />

Argils


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 425<br />

institutoAgronômico - Secçâo de Agrogeologia.<br />

Ffil4O3<br />

7nUniCfPIO:RibeiraoPrclo LOCALIDADE: Est Experimental<br />

DIAQRA7ÜA VOLUTttÉTRICO f I5ICO<br />

ALTITUDE: 639 m.<br />

ZONA QEOLÓGICA; Botucatu<br />

ROCHA WATER: Diäbds>o<br />

VEGETAÇÂO: Cafesdl abandonado<br />

T1PO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: Terra ro*a légitima<br />

PERMEAB. «m mm de chuva por hora.:<br />

COLHEITA FIS1CAMENTE POSSIVEL (Sekera):<br />

0 10 20 30 40 50 60 TO 8O SO 100%<br />

1 cm 2 » 10 mm Chuva<br />

Xgua capîlar mi*im«<br />

I I


426<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REXJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

/nstitutoAcjronômîco - SecçaodeAgrogeologia.<br />

r U 4 O 4<br />

I Ritwirâo Preto LOC ALIDADE : Est.Experimei.tal<br />

DIÄQRAÄIA VOLU7ÎIÉTRICO f ISICO<br />

ALTITUDE: 6'9,5 ni.<br />

ZONA GEOLÓCICA: Botucatu<br />

ROCHA MATER: Diâbasio<br />

VEGETAÇÂO: Cultures diverses<br />

TIPO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: Terra ro*a légitima<br />

PERWEAB . en nm de chuv* por hora:<br />

COLHEITA FISICAMENTE POSSIVEL (Sekera):<br />

1O 20 30 40 50 60 70 60 90 100%<br />

(-} ) \\ Âgua capïldr<br />

lo pun Chuva<br />

Argi la<br />

f


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 427<br />

InstitutoAgronômico - Secçao deAgrogeologla<br />

Perfil nt4OS<br />

A\UniCl'PIO:RibeiräoPreto LOCALIDADE: Est.[xperimental<br />

DIAGRAÄIA VOLUAIÉTRICO FÏ5ICO<br />

ALTITUDE: 550 m.<br />

ZONA GEOLÓGICA: BotucatÛ<br />

ROCHA MATER: Diâbasio<br />

VEGETAÇÂO: Pasto<br />

Tl PO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: Terra rox a légitima<br />

PERMEAB. era mm de chuva por hora:<br />

COLHEITA FISICAMENTE POSSl'vEL {Sekera):<br />

0 <<br />

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90<br />

n<br />

1 cm = 10 mm Chuva<br />

Hi^roscopicidade<br />

Agua capildr maxima<br />

100% rai'zes finas<br />

Li no<br />

Argila<br />

| i LJmidade equivalente<br />

I I Ar


428 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

InstitutoAgronômico - Secçâo deAgrogeologia<br />

fcrfU m 4O6<br />

7nUNICfPIO: RibeirâoPrtto LOCALIDADE: Est. Experimental<br />

DIAGRAÄ\A VOLUmÉTRICO FfSICO<br />

ALTITUDE: 701 in.<br />

ZONA CEOLÓCICA: Botucotû<br />

ROCHA MATER: DidbaStO<br />

VEGETAÇÂO: Capoeird<br />

TIPO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: Terra ro*0 légitima<br />

PERMEAB. e m mm de chuva por hora:<br />

COLHEITA riSICAMENTE POSSl'VEL (Sekera):<br />

10 ZO 30 40 50 60 70 00 SO 100 X<br />

\\ m \ H Âgua caprlar<br />

I —1 (Jmlddde equivalente<br />

EU Ar


ANAIS DA SEKUNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 429<br />

InstituteAgronômico - Seccäo<br />

ferfi[a<br />

mUniCfPIOlR'beîrâoPreto LOCALIDAD5: Est. Experinental<br />

DIAGRAÄIA. VOLUÄIETRICO FfSICO<br />

ALTITUDE: 663,1m<br />

ZONA GEOLÓGICA: 5otucdtó<br />

ROCHA MATER: DidbaSIO<br />

VEGETAÇÀO: Cafesal<br />

IIPO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: Terra roxa légitima<br />

PERMEAB. cm mm de chuva por hora:<br />

COLHEiTA riSiCAMENTE POS S l'VEL (Sekera):<br />

0 10 20 30 AO 50 60 70 80 90 100JS<br />

Hi^roecopîcidade<br />

• = 10 mm Chu va<br />

Âgua capitdr méx'tma<br />

70 %rafzes Tinas<br />

Argila<br />

k \ Umîddde équivalent«<br />

I I Ar


430<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

/nstitufoAgronômîco - Secçâo deAgrogeologia.<br />

r l 4 Ô<br />

flVUNICIPIO : Kbslrào Prcto LOCAL1DADL : Estljperimental<br />

DIAGRAÄYA VOLUMÊTRICO FfSICO<br />

ALTITUDE: 627, 6 m.<br />

7ONA CEOLÓG1CA : Botucdtu<br />

ROCHA MATER: Diabasio<br />

VEGtTAçÂo: Cafesal<br />

TIPO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: Terra roxa légitima<br />

PERMEAB. en mm de chuwa por hora :<br />

COLHEITA fISICAMENTE POSSÏVEL (Sekera) :<br />

l 10<br />

10 2O 30 40 SO 60 7O ÔO 90 IOO%<br />

«m Chuva<br />

Mi^roscopicidade , Um id d de equivalente<br />

| | Ar


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 431<br />

InstitutoAgronômico - Secçâo deAgrogeologia<br />

Fer f il n ? 4O9<br />

/nUniCfPIO I Ribeirào Preto LOCALIDADE. : Est. Expérimental<br />

DIA


432<br />

ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

InstitutoAgronômico - SecçâodeAgrogeologia.<br />

ffilt4?O<br />

7ï\UniCÎPIO: RibeirâoPreto LOCAUDADE : Est. Experimental<br />

DIAQRA7UA VOLUmÉTRICO f fôlCO<br />

ALTITUDE: 6?0m.<br />

ZONA GEOLÓGICA: &Otucatu<br />

ROCHA MATEfl: Diâbasio<br />

VEGETAÇÂO: CafeSdl<br />

T1PO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: hrra roxa légitima<br />

PFRMFAn f m nrii ^c? ch^vâ por 1 Hoi^9 •<br />

COLHEITA F[SICAKEr/TE POSSIVEL (Sekera):<br />

)O 2O JO 40 50 60 70 8O 90 1OO%<br />

1 cm* = 1O mm Chuva<br />

Hi^roscopicidadfi<br />

• •r<br />

ArÄila


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434<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REÜNIAO BRASILEISA DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

InslilaioAgronômico - SecçaodeAgrogeologia<br />

fei-filn?4I2<br />

ttlUNICIPlO: Ribeiräo Preto LOCALIDADE, : Est Experimental<br />

DIAGRA/ftA VOLUA\ÉTRICO fl'SICO<br />

ALTITUDE: btjfi m.<br />

ZONA GEOLOG 1CA: Botucdtu<br />

ROCHA MATER: Diabasio<br />

VEGETAÇÂO; Cultura de ciclo curto<br />

TIPO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: Terra ro*a légitima<br />

PERMEAB. em mm de chu va por hora :<br />

C0LHE1TA FISICAMENTE POSSÏVEL (Sekera):<br />

20 30 40 50 60 70 60 90 100%<br />

1 cm 2 = 10 mm Chuva<br />

HigToscopicidade<br />

a Côpilar<br />

•£0% raizes Çn»i<br />

\2b% rai'zes finis<br />

raizes pnas<br />

Umiaade equivalente


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

InslituioAgronômico - Secçâo deAgrogeologià<br />

P L 4 1 3<br />

; Ribeirào Preto LOCALIDADE, : Est.Experimental<br />

DIAGRAÄ1A VOLUALÉTRICO FI5IÇO<br />

ALTITUDE: 650 m.<br />

ZONA GEOLÓGICA: Botucatû<br />

ROCHA MATER: Diabasio<br />

VEGETAÇÂO: Cdmpo - Ha 5 anos sem cultura<br />

TIPO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: Terra roxa légitima<br />

PERMEAB. em mm de chuva por hora:<br />

COLHEITA FISICAMENTE POSSl'vEL (Sekera):<br />

B b<br />

40 50 6O 70 80 90 100%<br />

1 cm 10 mm Chuva<br />

Hi^roscopicidade<br />

Agio capilar maxima I I Ar<br />

f 60% raizes finas<br />

?0% raizes finas<br />

Sei xos<br />

Areia<br />

Limo<br />

Argila<br />

Umidade equivalente<br />

435


436 ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

lnsliiuLtoA.gronôinico - Secçâo<br />

Terfii n<br />

7ÏUIÏÏICIPIO .'Ribeirio Preto LOCALIDADE : Est. Experimental<br />

DIAORA7ÜA VOLUAIÊTRICO FI5ICO<br />

ALTITUDE: 635 m.<br />

ZONA GEOLÓGICA: Botucatu<br />

ROCHA MATER: Diabasio<br />

VEGETAÇÂO: Tefrosia Candida<br />

TiPO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: Terra roxa légitima<br />

PERMEAB. e m mm de chuva por hora:<br />

COLHEITA fISICAMENTE- POSSIVEL (Sekera):<br />

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100%<br />

n<br />

1 cm ~ )O mm Chuva<br />

Hig-roscopicidade<br />

Agua capilar maxima<br />

60%, rafzes nnas<br />

I5%> fanes V'mas<br />

•b% raîzes f mas<br />

Seixos<br />

Arei a<br />

Li m o<br />

Argila<br />

I I Umiddde equivalente,<br />

I I Ar


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Institu.toAgronôm,lco - Secçâo deAg<br />

AVUÏÏICfPIO : Ribeirâo Preto LOCALIDADE : Est. Experimental<br />

DIAGRAÄIA VOLUAIÉTRICO FfSICO<br />

ALTITUDE: 626,9 m.<br />

ZONA GEOLOG ICA: Botucatû<br />

ROCHA MATER: Didbdsio<br />

VEGETAÇÀO: Cafesal<br />

Tipo <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: Terra roxa légitima<br />

PERMEAB. em mm de chuva por hora:<br />

COLHEITA FISiCAMENTE POSS IVE.L (Sekera) :<br />

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100%<br />

I cm = 10 mm Chuva<br />

Higroscopicidade<br />

Âgua capildr maximd<br />

I I<br />

70% raizes fïnas<br />

20% raizes fînas<br />

rai'zes finas<br />

Seixos<br />

A'reia<br />

Limo<br />

Argila<br />

umiddde equiVdlente<br />

437


438 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

nstiiizËaAgroizâfnico - Secçao<br />

ferfil n<br />

TÏUiniCfPIO : Ribeirao Preto LOC ALIDADE : Est. Experimental<br />

DIAGRAÄVA VOLUTflÉTRICO FÏ5ICO<br />

ALTITUDE: 614m.<br />

7ONA GEOLÓGICA: Botucatû<br />

ROCHA MATER: Diabasio<br />

VEGETAÇÂO: Cafesal<br />

TIPO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: Terra roxa légitima<br />

PERMEAB. em mm de chuva por hora :<br />

COLHEITA FISICAMENTE POSSIVEL (Sekera):<br />

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100%<br />

l cm' - 10 mm Chuva<br />

Higroscopicidade<br />

Âgua capildr maxima<br />

CD<br />

' raizes fine tmas<br />

10% rèîzes finas<br />

Seixos<br />

Arei a<br />

Limo<br />

Argila<br />

Umidade equivalente


ANAIS DA SËGUNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 439<br />

InstHuioAgronômico - Secçâo deAgrogeologia<br />

Pex-fil n?4f7<br />

7ïlUniCfPIO:f?ibeirâoPreto LOCALIDADE : Est. Experimental<br />

DIA


440 ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Institute»Agronômico - Secçëo de Agrogeologia.<br />

Perfil n? 4/â<br />

MüMICIPrO '. Ribeirâo Preto LOCALIDADE : Est. Experimental<br />

DIAGRAÄtA VOLÜAiÉTRICO FI5ICO<br />

AL riTuDE: 611 m.<br />

ZOMA GEOLÓCICA: BotuCdtÛ<br />

ROCHA MATER: Didbasio<br />

VEOETAÇÂO: Cafesal<br />

TiPo Do <strong>SOLO</strong>: Terra roxa légitima<br />

PERMEAB. e m mm de chuv/a por hora:<br />

COLHEITA FISICAMENTE POSSIVEL (Sekera):<br />

6<br />

bC c<br />

10 20 3O 4O 50 60 7O 80 90 IOO%<br />

I cm = 1O min Chuva<br />

Hi^jroscopicidcjde<br />

^ua capildr tn


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 441<br />

InstiiuioAgronômico - Secçào deAgrogeologia,<br />

lez-fil xz?4/9<br />

mUHICÎPIO ! Ribeirâo Preto LOCALIDADE, : Est. Experimental<br />

DIAQRA7ÜA VOLUAiÊTRICO FfSICO<br />

ALTITUDE: 580m.<br />

ZONA GEOLOG ICA: Botucatû<br />

ROCHA MATER: Didbasio<br />

VEGETAÇÂO: Pasto<br />

TIPO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>: Terra roxa légitima<br />

PERMEAB. em mm de chuva por hora:<br />

COLHEI TA F IS I CAMENTE POSSl'vEL (Sekera) :<br />

10 20 30 40 SO 60 70 SO 90<br />

I cm = 10 mm Chuva<br />

Higroscopicidâde<br />

Agua cdpilâr maxi<br />

frna<br />

15% rahes {mai<br />

Wi Seixos<br />

'\i% rahei finas<br />

^ Areia<br />

%%1 Li mo<br />

^ Argila<br />

1 1 Umiddde equivalente<br />

I I Ar


442<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

- Secçào<br />

Pexfùln?42O<br />

AttJHICÏPIO : Ribeirâo Preto LOCALIDADE. : Est. Experimental<br />

DIAQRAAIA VOLUTftÉTRICO FI5ICO<br />

ALTITUDE: J6^ m.<br />

ZONA CEOLÓGICA: Botucatu<br />

ROCHA MATER: Diabasio<br />

VEGETAÇAO: Past o<br />

TiPO oo <strong>SOLO</strong>: ferra roxa légitima<br />

PERMEAB. em mm de chuva por hora :<br />

COLHEITA FI5ICAMENTE POSSl'vEL ^Sekera):<br />

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100%<br />

1 cm = 1 O mm Chuva<br />

! ! • Hi^roscopicidade<br />

I I 1 I I Agua capilar maxima<br />

raizes<br />

rai'ies fmas fma<br />

Seixos<br />

5% raizes pnas<br />

I I Umidade equivalente<br />

I I Ar<br />

A rei a<br />

Li mo<br />

Argila


ESTU<strong>DO</strong> PE<strong>DO</strong>LÖGICO DA ESTAÇÂO EXPERIMENTAL<br />

DE MONTE ALEGRE (RESUMO)<br />

J. E. DE PAIVA NETTO, A. KÜPPER,<br />

RENATO A. CATANI e H. PENNA MEDINA<br />

da Secçâo de Agrogeologia do Instituto<br />

Agronômico do Estado, em Campinas •<br />

"A Estaçâo Experimental de Monte Alegre encontra-se assentada<br />

sobre o grande tipo de solo salmoiräo e massapé, formaçâo geológica<br />

pré-devoniana; sua ârea é de 351,7 hectares e sua altitude varia entre<br />

750 e 1 030 métros acima do nivel do mar.<br />

As rochas principals que deram origem a êsses solos sâo as seguintes:<br />

gnaisse, granito, micaxistos, quartzito micâceo, etc.<br />

Da area em questâo foram retirados 24 perfis com 2 e 3 camadas,<br />

atingindo, em geral, 1,5 métros de profundidade, além de mais 158<br />

amostras superficiais "T". No trabalho em questäo encontramos uma<br />

série de tabelas revelando as anâlises mineralógicas, espectrogrâficas,<br />

quimicas e fisicas.<br />

Todos os perfis sâo representados por meio de grâficos volumétricos<br />

fisicos e quimicos.<br />

Sao os solos, em geral, ricos em minerais primârios e, portanto, possuindo<br />

elementos quimicos em réserva. É pràticamente o ünico tipo de<br />

solo do Estado com estas caracteristicas.<br />

Apresentamos uma série de 8 mapas: o primeiro indica o ponto da<br />

localizaçâo da Estaçâo Experimental no Estado; o segundo, os trabalhos<br />

de campo; o terceiro, composiçâo mecânica do solo; o quarto, distribuiçâo<br />

de matéria orgânica; o quinto indica pH; o sexto, a distribuiçâo<br />

de fósforo; o sétimo, a distribuiçâo de câlcio; o ultimo, a distribuiçâo do<br />

potâssio.<br />

Esta grande documentaçâo em grâficos e mapas nos permitiu a<br />

condensaçâo maxima do texto.


FORMAÇAO GLACIAL DE GONDWANA<br />

NO ESTA<strong>DO</strong> DE SÄO PAULO<br />

MARGER GUTMANS<br />

Da Secçâo de Agrogeologia, do<br />

Instituto Agronômico do Estado<br />

de S. Paulo<br />

MANIFESTACÖES E AFLORAMENTOS DA FORMAÇAO GLACIAL<br />

NO ESTA<strong>DO</strong> DE SÄO PAULO<br />

A formaçao glacial no Estado de Sâo Paulo forma üm arco, que no<br />

Oeste continua no Estado do Parana e no Norte pénétra no Estado de<br />

Minas Gerais, perdendo a sua largura maxima de 55 km (no Sul-Oeste<br />

do Estado de Sâo Paulo) até desaparecer na altura de Monte Santo, em<br />

Minas Gérais.<br />

As formaçôes de Tatui e de Corumbatai, que seguem a formaçao<br />

glacial, formam dois arcos paralelos, mas de largura menor.<br />

Em conjunto, as très formaçôes, glacial, Tatui e Corumbatai, destacam-se<br />

por suas formas de quadrantes entre as formaçôes metamórficas<br />

mais antigas no Sul-Leste, e a formaçao Triâsica no Norte-Oeste.<br />

Só esta formaçao conserva ainda certo paralelismo à faixa glacial,<br />

os xistos metamórficos formam faixas paralelas retas orientadas para<br />

o Norte-Leste em gérai, manifestando uma discordância bastante<br />

nitida com aquela.<br />

A composiçâo litológica da formaçao é tipicamente glacial — tilitos,<br />

conglomerados, arenitos, peloditos e varvitos.<br />

Embora a composiçâo litológica seja muito variada, a superficie<br />

da formaçao é uma planicie, em contraste nïtido com formaçôes glaciais<br />

pleistocênicas.<br />

Os milhôes de anos transcorridos desde a sua formaçao tiraram aos<br />

tilitos e conglomerados todos os elementos de resistência à erosâo.<br />

Importante era também a falta de processos orogênicos, que pudessem<br />

transformar os tilitos em xistos mais resistentes à erosâo.<br />

Devemos logo anotar que tôda a formaçao glacial foi cortada por<br />

falhas verticals ou fortemente inclinadas. A maior parte dessas falhas<br />

formou-se durante a época triâsica ou no inicio da época jurâssica.<br />

Assim, os desnivëis produzidos pelas falhas jâ desapareceram, destruidos<br />

pela erosâo pós-triâsica.<br />

A diferença entre as formas orogrâficas da faixa glacial e da regiäo<br />

pré-devoniana é notâvel, porque nessa regiäo os mórros sâo fréquentes<br />

e os vales estreitos.<br />

Relativamente ao nivel da formaçao glacial, os xistos metamórficos<br />

foram levantados. Assim, podia a erosâo eliminar as partes superiores<br />

e descompostas de rochas e penetrar em rocha viva.<br />

Os gnaisses, os granitos e os quartzitos formaram os morros entre<br />

as baixadas onde predominam os xistos micâceos e os tilitos.


446 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

A influência da composiçâo litológica do terreno na forma de erosâo<br />

aparece também nos cursos dos rios. Na faixa pré-devoniana, formada<br />

por gnaisses e granitos o rio Tietê, corre pelos "Canyons" estreitos e profundos,<br />

mas na faixa glacial a sinuosidade do leito aumenta consideràvelmente,<br />

o vale alarga-se e as orlas altas, abruptas, desaparecem. Como<br />

qualquer outra rocha, os granitos e os gnaisses sucumbem à erosâo do<br />

rio, mas resistem à erosâo direta da chuva melhor que as areias e as<br />

argilas da faixa glacial, onde as orlas abruptas têm duraçâo muito<br />

menor.<br />

A falta de consistência das rochas glaciais dificulta a delimitaçâo<br />

de aluviôes récentes acima da base paleozóica, de outros sedimentos,<br />

mais antigos.<br />

Até agora, em mapa nenhum geológico do Estado se fêz tentativa<br />

de dividir a faixa glacial em subfaixas ou delimitar nesta faixa algumas<br />

regiôes de caracteristicos litológicos especiais.<br />

A formaçâo pré-devoniana fica agora dividida, por trabalhos assiduos<br />

de geólogos paulistas, em nove regiôes de rochas diversas, mas a<br />

faixa glacial conserva ainda sua uniformidade inicial, em todos os mapas<br />

publicados até agora. A formaçâo glacial nâo tem diversidade de<br />

rochas da zona pré-devoniana, mas para os fins prâticos as diferenças<br />

entre os sedimentos glaciais têm considerâvel importância.<br />

Na faixa glacial existem campos extensos de vegetaçâo riquissima<br />

entre os campos de vegetaçâo raquitica.<br />

Essas diferenças sâo produzidas por diferenças litológicas do subsolo.<br />

Os tilitos decompostos e os diabâsios fornecem os melhores solos,<br />

mas as areias eólicas fortemente lavadas, os solos paupérrimos, igualados<br />

sômente por solos dos arenitos triâsicos.<br />

O primeiro passo considerâvel para divisâo de formaçâo foi dado<br />

pelo mapa geológico do Instituto Geológico Geogrâfico do ano de 1947,<br />

com indicaçôes de diabâsios da faixa glacial entre Sorocaba e Casa<br />

Branca.<br />

COMPOSIÇÂO PETROGRÄFICA DA FORMAÇÂO GLACIAL<br />

O poço mais f undo do Estado de Säo Paulo, 7 km aosul da cidade<br />

de Säo Pedro, perfurou 1.143 m da formaçâo Itararé, alcançando a base<br />

da formaçâo.<br />

Temos entâo uma série de espessura considerâvel que contém muitas<br />

variedades de rochas. As formaçôes de menor tamanho, no Estado<br />

de S. Paulo, como, por exemplo, o permiano, divide-se litológica e paleontologicamente<br />

em vârios andares.<br />

A espessura total de permiano no Estado de S. Paulo näo supera<br />

350 a 400 m.<br />

Em poço de Pitanga observaram-se 4 camadas de tilitos (duas dessas<br />

têm as espessuras notâveis de 104 e 110 m). O resto é em maior<br />

parte areia e arenito, com argila e diabâsio subordinados (Lit. 1). Acima<br />

do poço, em afloramentos da estrada, aparece a camada superior do tilito,<br />

de 2 m de espessura, formando a capa da formaçâo Itararé. Nos<br />

mesmos casos aparecem ainda 54 m dos arenitos de cores e granulaçôes<br />

diversas.<br />

Em outras entre os tilitos faltam indicaçôes de clima menos vigoroso<br />

— arenitos, varvitos, areias e argilas, intercalados entre os tilitos,<br />

que foram depositados à distância de algumas centenas de quilômetros<br />

da f rente do gêlo, segundo CHESTER WASHBURNE (1930).


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 447<br />

Assim deduz CH. WASHBURNE que, em total, a duraçâo da époça<br />

glacial no Brasil nâo supera poucas centenas de milhares de anos, em<br />

contraste com a Australia, onde o periodo glacial gondwânico durou<br />

muitos milhôes de anos.<br />

Evidentemente, CH. WASHBURNE escrevia sob a impressâo de que o<br />

poço de Pitanga atravessou a formaçao glacial até a base.<br />

Jâ mencionamos que em Sâo Pedro a espessura da formaçao sobrepassa<br />

1.000 m e é dificil admitir que, em Pitanga, à distância de 25 km<br />

apenas do poço de Sâo Pedro, a espessura do glacial séria só 460 m,<br />

aproximadamente. Para uma mudança dêste tamanho em espessura, a<br />

tetômica do lugar deveria ser muito mais perturbada. Nâo excluimos a<br />

possibilidade das falhas de rejeito 500-600 m na faixa glacial do Estado,<br />

mas falhas tais nâo aparecem no suposto "anticlinal" de Pitanga.<br />

Temos ali urn horst complexo de rejeito total de apenas algumas<br />

dezenas de métros nos flancos, com eixo dirigido paralelamente ao Rio<br />

Corumbatai. Falhas mais considerâveis da faixa glacial conservam-se<br />

em proximidades da faixa pré-devoniana limitrofe. Em outra oportunidade<br />

jâ mencionamos a existência dessas falhas ali. (Lit. 2).<br />

Só observamos que, sem falhas de rejeito considerâvel nas orlas<br />

oriental e meridional da faixa glacial, nâo é possivel explicar a relativa<br />

estreiteza da mesma faixa, em comparaçâo com a faixa do arenito Tatui.<br />

Por exemplo, na altura do Itapetininga, a faixa glacial tem a largura<br />

de 33 km quando, no mesmo corte, o arenito Tatui alarga-se até 9 km.<br />

A relaçâo 9/33 é muito menor que a relaçâo das espessuras: 1/10.<br />

Estudos detalhados dos afloramentos glaciais nas proximidades de<br />

Campinas pelo autor dessas linhas, durante vârios anos, para elucidar a<br />

genese dos vârios tipos de solos, revelaram a existência de tilito muito<br />

mais antigo que os tilitos estratigràficamente superiores. Êsse tilito antigo<br />

aparece em vârios niveis hipsométricos. A regiâo de Campinas é<br />

limitrofe da formaçao pré-devoniana e por isso, como nos jâ indicamos<br />

acima, foi cortada por falhas numerosas em todos os rumos e com rejeitos<br />

considerâveis.<br />

Nâo obstante a diversidade de niveis dos afloramentos do tilito antigo,<br />

que oscilam entre 500-700 m, trata-se dum tilito ou de tilitos de<br />

um andar só.<br />

A base cristalina sempre esta imediatamente debaixo do tilito ou<br />

separada apenas por camada de depósitos glaciais de proximidade genetica<br />

dos tilitos. O tilito mesmo destaca-se de outros tilitos mais novos<br />

por decomposiçâo quase compléta dos seixos. Conservam-se ainda intatas<br />

só as partes centrais dos "boulders" de rochas quartziticas. Os<br />

"boulders" das rochas bâsicas separam-se em fragmentos com facilidade.<br />

Os seixos de rochas bâsicas sâo decompostos de modo tal que só as<br />

linhas finissimas de seus contornos indicam sua existência.<br />

O degrau de decompoiçâo fica sempre o mesmo, sem relaçâo alguma<br />

com a situaçâo geológica e orogrâfica do afloramento. O tilito,<br />

coberto por argilito e protegido assim contra a oxidaçâo, manifesta a<br />

mesma decomposiçâo como o tilito na superficie do solo. Fica evidente<br />

que a decomposiçâo aconteceu muito tempo antes da formaçao da superficie<br />

atual.<br />

Os tilitos superiores da faixa glacial permitem a identificaçâo dos<br />

seus componentes, porque mesmo os seixos de diabâsio sâo decompostos<br />

só na camada superficial de alguns milimetros de espessura.<br />

Podemos afirmar agora que a época glacial permocarbonifera no<br />

Brasil também se divide em duas partes de glaciaçâo, com um periodo


448 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

interglacial de duraçâo considerâvel. O paralelismo com a geologia<br />

glacial sul-africana da mesma época é surpreendente.<br />

Em proximidades de Keetmanshoop, WAGNER observou dois tilitos<br />

separados por depósitos flüvio-glaciais (Lit. 3). Entre Keetmanshoop e<br />

Seeheim e ao Norte-Leste de Warmbad, A. DU-TOIT anota estrias glaciais<br />

de dois rumos: um do Norte 67 Leste, outro aproximadamente do<br />

Norte. Em seu mapa, DU-TOIT indica (pâg. 245, Lit. 3) 3 pontos onde<br />

observaram-se estrias do rumo quase meridional e 2 pontos onde o rumo<br />

das estrias era Leste-Norte-Leste. É possivel que estrias de um rumo<br />

das duas variedades pertençam a uma rêde ampla que cobre regiäo<br />

extensa, como, por exemplo, a rêde de estrias do Transvall ou do Natal.<br />

É dif icil admitir a possibilidade de duas rêdes extensas com rumos que<br />

se cruzassem em ângulo de 90°.<br />

Observamos em varias regiôes de glaciaçâo pleistocênica que, em<br />

gérai, existem estrias dando uma imagem nitida dum leito da geleira.<br />

Ademais, aparecem mültiplas estrias de outros rumos, as vêzes normais<br />

as estrias do rumo principal, mas estas estrias, por assim dizer, secundârias,<br />

nunca se integram num quadro extenso. A razâo dêste fenômeno<br />

é simples. As estrias cruzadas podem formar-se só nas extremidades<br />

das geleiras, onde a mudança do rumo da geleira foi um resultado<br />

de fenômenos passageiros, como, por exemplo, de acumulaçôes de morenas.<br />

Mais dentro da regiâo glaciada, as estrias de glaciaçâo anterior, em<br />

gérai, desaparecem pela erosâo da glaciaçâo nova.<br />

A explicaçâo mais natural de estrias cruzadas da Africa do Sul-<br />

Oeste é a suposiçâo da parada das ultimas geleiras durante o regresso.<br />

RUMO GERAL DAS GELEIRAS<br />

Com a apariçâo da teoria de ALFRE<strong>DO</strong> WEGENER sobre imigraçâo dos<br />

continentes, os rumos das geleiras gondwânicas adquiriram um intéresse<br />

especial. Entre os fenômenos geológicos, as geleiras sâo capazes de<br />

fornecer as provas mais convincentes da existencia em periodos geológicos<br />

anteriores dum continente-mâter, que se separou depois em continentes<br />

menores de formas atuais.<br />

Alguns "boulders" da origem sul-africana nos tilitos sul-americanos<br />

seriam uma prova cabal da teoria de WEGENER. Infelizmente, ainda estamos<br />

longe da posibilidade de hallazgo tal. Primeiramente, os estudos<br />

petrogrâficos das rochas sul-africanas ainda nâo alcançaram o nivel,<br />

onde os caracteristicos locais das rochas säo nitidamente postos em evidêneia.<br />

Exceçâo formam os kimberlitos, estudados em tôdas suas mûltiplas<br />

variedades, mas os kimberlitos nâo entram na composiçâo dos tilitos<br />

tanto sul-africanos como sul-americanos. Outras rochas mais antigas,<br />

eruptivas, sedimentais e metamórficas, säo caracterizadas em suas<br />

estruturas e composiçôes mineralógicas para clasificâ-las como granitos,<br />

gnaisses, dolomitos, etc., mas nâo para distingui-las das mesmas rochas<br />

sul-americanas. Em segundo lugar, o estudo petrogrâfico dos tilitos<br />

sul-americanos esta ainda no seu comêço.<br />

Sabemos que os tilitos contêm os "boulders" de granitos, gnaisses,<br />

quartzitos, arenitos, micaxistos, etc., mas as variedades dessas rochas<br />

necessitam estudos mais aprofundados para sua determinaçâo compléta.<br />

Um dos obstâculos sérios é a falta quase compléta da literatura petrogrâfica<br />

sul-africana em bibliotecas brasileiras.<br />

Mais promissora parece outra manifestaçâo da atividade das geleiras<br />

— raspagem das rochas que formaram a base dos leitos destas. As


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 449<br />

estrias glaciais, quando raspadas nas rochas graniticas e cobertas por<br />

tilitos, conservam-se intactas por muitos milhöes de anos, como comprovado<br />

por descoberta das estrias glaciais no granito de Itu, pelo autor<br />

destas linhas. Descobertas estas, estendidas por urn pais inteiro, indicam<br />

uma geleira jâ desaparecida com a mesma claridade como se esta<br />

ainda existisse.<br />

As estrias säo os fósseis-guias das épocas glaciais, com caracteristicos<br />

geométricos, que indicam as linhas-mestras dos continentes, ainda<br />

unidos ou separados por vastidâo do oceano.<br />

A. WEGENER tentou em vâ'o encontrar estas linhas-mestras nos contornos<br />

dos continentes.<br />

Mais êxito teria a tentativa de unir a Sul America e a Africa por<br />

uma linha-mestra formada pelos dobramentos — elementos-componentes<br />

de cordilheiras.<br />

A tetômica de uma cordilheira apresenta um quadro muito peculiar<br />

e inconfundivel, mas a anâlise estrutural compléta da mesma é<br />

uma tarefa sumamente dificil. Os Alpes, as montanhas melhor estüdadas,<br />

näo säo ainda explicadas satisfatôriamente, mesmo em seus caractères<br />

gérais.<br />

Em comparaçâo com a tetônica, cujas raizes estäo perdidas nas<br />

profundidades, os leitos das geleiras ao contrario estâo completamente<br />

descobertos ou cobertos apenas por depósitos glaciais ou póst-glaciais de<br />

pouca espessura. Em nosso clima é preferivel que algum argilito ou tilito<br />

protege as estrias, que ràpidamente desapareceriam se deixadas à<br />

açâo demolidora de chuvas e do sol tropicais. Para compreender a tetônica<br />

das cordilheiras necessitamos mapear espaços enormes em très<br />

dimensôes. Ao contrario, estudando os leitos das geleiras ficamos prâticamente<br />

sempre em primeiro piano. A parte austral das Serras Bonasenses,<br />

na sua prolongaçâo para Leste, esta cortada pela costa atlântica.<br />

Ainda fica em pendência o problema se as raizes das serras continuam<br />

pelo oceano ou sâo interrompidas para depois aparecerem novamentë<br />

na costa africana, isto é, do outro lado do Atlântico, depois da<br />

interrupçâo de milhares de quilômetros.<br />

As estrias de Salto de Itu têm o rumo gérai para Norte 37°-38°<br />

Oeste, quando a costa atlântica paulista tem o rumo ""Norte 52°-53°<br />

Leste. Em outras palavras, o rumo das geleiras e o desenvolvimento da<br />

orla marïtima paulista jâ foi predeterminado por deslocamentos prédevonianos,<br />

que formaram as dobras do rumo Norte 52°-53° Leste. As<br />

geleiras movimentaram-se normalmente a estas dobras, como os rios<br />

ficam rientados normalmente aos alticlinais, que formam as barras<br />

na base de seus leitos.<br />

Mais ao Sul, A. DU-TOIT observou as estrias no Uruguai do rumo<br />

Norte-40-Oeste, e na Serra de La Ventana — do rumo Norte-65-Oeste.<br />

Neste ultimo ponto, o rumo das estrias corta a costa atlântica diagonalmente.<br />

A faixa glacial näo termina na Serra de La Ventana, onde aflora<br />

só a ala Norte do anticlinal que forma a montanha. Do outro lado, no<br />

extremo norte da faixa no Estado de Minas Gérais, no divisor dos rios<br />

Pardo e Grande, a faixa fica muito mais estreita que na parte central<br />

do Estado de S. Paulo. Em parte, esta diminuiçao de largura foi originada<br />

por falhas, desaparecendo uma grande parte da formacäo por erosäo<br />

póst-glacial. A terminaçao setentrional da faixa glacial é também<br />

produto duma série de falhas que cortam o vale do Rio Grande.<br />

O nosso êrro näo pode ser grande se, em base destas consideraçôes,<br />

admitimos a largura total da geleira ou dum sistema de geleiras paralelas,<br />

de 2.400 km. Trata-se entäo duma geleira continental, de dimensôes<br />

gigantescas, näo superadas por geleiras maiores da época pleisto-<br />

— 29 —


450 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

cênica. A heterogeneidade extrema dos "boulders" e dos seixos dos tilitos<br />

também indica que a geleira dévia percorrer grandes areas, antes de<br />

alcançar o território do Estado de Sâo Paulo.<br />

Ao lado dos "boulders" grandes e angulados dos granitos tipicos<br />

paulistas contêm os tilitos em abundância os seixos elipsoidais das rochas<br />

xistosas silicificadas. Estas rochas chegaram de longe, entretanto<br />

nâo é possivel determinar sua origem por falta de caracteristicos necessârios.<br />

Assim — parece — é possivel admitir que o ponto de partida da<br />

geleira estava a Sul-Leste da faixa glacial paulista, na distância de<br />

4.00O-5.000 km.<br />

Chegamos à conclusäo de que a parte Sul do Oceano Atlântico, onde<br />

agora observam-se as maiores profundidades do mesmo, estava ocupado<br />

durante a época gondwânica por um continente, que desapareceu em<br />

algum periodo geológico posterior.<br />

Admitir algum continente que afundou, formando agora o f undo<br />

do oceano, é impossivel, por inexistência de forças que poderiam propiciar<br />

tal afundamento. Entre os continentes existentes, o proximo é o<br />

continente africano, que possui dimensôes suficientes para desenvolver<br />

as supergeleiras continentais. Alguns geólogos consideram improvâvel a<br />

possibilidade de formarem-se geleiras em pontos centrais dum continente<br />

considerâvel, e, portanto, distante do oceano. SALOMON CALVI<br />

(Lit. 3) nâo acha possivel colocar os continentes sul-americano e sulafricano<br />

em contato estreito, mas introduz entre êles e entre outros<br />

continentes mares gondwânicos antârticos de cêrca de 4.000 km de diâmetro.<br />

Assim, assegura SALOMON-CALVI, séria possivel a formaçâo de<br />

precipitaçôes atmosféricas em quantidades grandes e suficientes para a<br />

formaçâo das geleiras.<br />

Nâo podemos aceitar esta idéia do SALOMON-CALVI. Seu mar hipotético<br />

antârtico séria uma copia dum oceano ârtico atual, coberto todo o<br />

ano em 3/4 partes de sua ârea por gêlo. A evaporaçâo total é minima e<br />

näo supera 50 mm por ano. A neve caida durante o ano supera ainda<br />

esta evaporaçâo, porque os gelos flutuantes carregam as camadas de<br />

neve, que descem até o nivel do mar. É evidente que o oceano ârtico<br />

näo tem umidade alguma para "exporte". A precipitaçâo pluviométrica<br />

total na Groenlândia é da ordern de 250 mm anuais, e estas precipitaçôes<br />

sâo trazidas do oceano Atlântico pelas correntes de ar nas camadas<br />

superiores da atmosfera. Nas camadas inferiores predominam os<br />

ventos que descem do planalto composto de geleiras.<br />

O continente africano dévia estar em contato estreito com a America<br />

do Sul, pelo menos em tôda a linha costeira, desde Santos até Baia<br />

Bianca. Em frente à cidade de Salto de Itu, no outro lado do rio Tietê,<br />

estende-se um campo de "roches moutonnées" na extensâo de 2-3 km<br />

quadrados. A maior parte destas rochas foi eliminada por erosâo, deixando<br />

sô as bases graniticas em forma de suaves ondulaçôes, mas observamos<br />

duas "rochas moutonnées" bem protegidas por uma cobertura de<br />

tilito, à distância de 500-600 m uma da outra. Ambas estas rochas indicam<br />

formas ogivais a rumo Sul-Este, a direçâo do mar, que esta a<br />

118 km de distância. A maior parte das estrias, gravadas pela geleira<br />

no granito muito consistente, indicam o mesmo rumo.<br />

É absolutamente impossivel a admissâo de que a geleira de 2.400<br />

km de largura poderia formar-se em faixa estreita litorânea de 100-<br />

200 km de largura. Näo temos indicios algum da existência duma cordilheira<br />

nesta faixa em periodo gondwânico.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 451<br />

TETÔNICA DA FAIXA GLACIAL<br />

Uma olhada sobre o mapa geológico do Estado de Säo Paulo sugere<br />

a idéia da existência de um sinclinal de considerâveis dimensöes.<br />

A faixa glacial entre os limites do Estado do Parana e do Estado de<br />

Minas Gerais forma na superficie um arco de 90° aproximadamente,<br />

com a convexidade central apontada para Sul-Leste. As outras faixas<br />

gondwânicas, compostas de arenito de Tatui, do xisto de Irati e da<br />

série de Corumbataï, amoldam-se em arcos paralelos à faixa glacial,<br />

mas o arenito de Botucatù acima jâ nâo mais morma arco algum, cobrindo<br />

assim a parte Oeste do Estado em manchas de configuraçôes<br />

complexas. Mais ao Sul, a faixa glacial forma outros très arcos. No<br />

Estado do Parana o arco glacial dirige sua convexidade para Norte-<br />

Oeste.<br />

É interessante que aqui o devoniano também forma um arco,<br />

orientado paralelamen te ao arco glacial, do lado Sul-Leste. Nos Estados<br />

de Santa Catarina e Rio Grande do Sul juntam-se mais dois arcos do<br />

glacial, um do tamanho do arco paulista, apontado para Sul-Leste e<br />

outro, extremo do tamanho do arco paranaense, apontado, como este,<br />

para Norte-Oeste.<br />

Nossos estudos de vârios anos na Secçâo de Agrogeologia, do Instituto<br />

Agronômico, no Estado de S. Paulo, com algumas excursöes pelos<br />

Estados limitrofes, r e velar am a ausência dos sinclinais, no sentido<br />

clâssico, desta palavra. O sinclinal clâssico é uma conseqiiência do<br />

dobramento da crosta terrestre.<br />

As formaçôes geológicas, que compôem a bacia do rio Parana nâo<br />

foram dobradas, mas quebradas por inümeras falhas (step-faults),<br />

agrupando-se as mesmas como degraus de um anfiteatro. Como resultado<br />

formaram-se très bacias que assemelham-se aos sinclinais, colocados<br />

em uma série paralela do rio Parana.<br />

A bacia ou pseudo-sinclinal mais setentrional abränge quase todo<br />

o Estado de Säo Paulo e a parte Sul-Leste do Mato Grosso. A segunda<br />

bacia abränge os Estados de Parana, Santa Catarina e Rio Grande do<br />

Sul e a parte Norte-Oeste do Uruguai.<br />

A terceira bacia, a menor de tôdas, contém a parte Norte-Oeste<br />

do Uruguai e a provincia Entre Rios, da Argentina.<br />

Os contornos e os tamanhos das bacias correspondem perfeitamente<br />

aos limites das efusôes basâlticas réticas. Os mapas geológicos<br />

publicados mostram esta conexâo interessante só em linhas gérais,<br />

mas mesmo assim a coincidência salta à vista.<br />

Sabemos que a faixa glacial do Estado de Säo Paulo contém numerosos<br />

afloramentos diabâsicos, que representam raizes de extensas<br />

efusôes, eliminadas por erosäo posterior. A Leste da faixa glacial, na<br />

zona pré-devoniana, as raizes diabâsicas ficam muito mais raras.<br />

A ârea diabâsica nos Estados do Parana, Santa Catarina e Rio<br />

Grande do Sul é maior que a do Estado de Sâo Paulo. O raio daquela<br />

bacia é maior, como résulta do maior tamanho do arco, formado ali<br />

pela faixa glacial. A menor superficie de tôdas estas bacias é do Uruguai,<br />

onde as efusôes e intrusôes diabâsicas säo as menores em seu<br />

total.<br />

A comparaçâo do Estado de Säo Paulo com Mato Grosso é bastante<br />

instrutiva. As formas anfiteâtricas das faixas glaciais näo se<br />

manifestam do outro lado do rio Parana, e desaparecem ali também<br />

as cachoeiras nos afluentes principals dêste rio. Enquanto que o rio<br />

Tietê tem inümeras cachoeiras desde o limite de Leste da faixa gla-


452 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

cial até sua desembocadura, o rio Verde do outro lado é perfeitamente<br />

navegâvel nos seus cursos inferior e médio. As cachoeiras sâo manifestaçôes<br />

de falhas, que formaram o anfiteatro da bacia.<br />

CH. WASHBURNE considéra que as maiores cachoeiras do Estado<br />

de S. Paulo e mesmo a grande cachoeira de Sete Quedas correspondem<br />

aos dobramentos das camadas de lava basâltica, produzidos pelo<br />

diatrofismo permiano observado na Serra de La Ventana, na Argentina.<br />

Esta suposiçâo de CH. WASHBURNE nâo tem razâo de ser. A formaçâo<br />

glacial jaz discordante sobre a pré-devoniana. Os dobramentos<br />

orientados paralelamente à Serra de La eVntana, que WASHBURNE conridera<br />

como geradoras das cachoeiras, näo aparecem na base pré-devoniana,<br />

mesmo nas regiôes onde esta base foi coberta por efusôes basâlticas,<br />

erodidas posteriormente.<br />

A unica manifestaçâo de diastrofismo, que é comum à formaçâo<br />

glacial e à base pré-devoniana, sâo as- falhas, mas nâo dobramentos.<br />

As falhas considerâveis foram descobertas por método magnetométrico<br />

nas cachoeiras de Avanhandava (Lit. 4).<br />

A comparaçâo com a Africa do Sul, onde temos as mesmas formaçoes<br />

e a mesma tetônica, permite trazer esclarecimentos a este problema.<br />

A serra de La Ventana corresponde as cadeias do Cabo da Africa<br />

do Sul, com a diferença de aparecerem em todos os detalhes as estruturas<br />

do subsolo ao Norte destas. Falta na Africa do Sul os espessos<br />

depósitos quaternârios que se intercalam entre a serra La Ventana e<br />

a Serra Tandil, e continuam depois até o Uruguai. A Serra Tandil näo<br />

tem vestigios de dobramento permiano. A distância de 200-220 km<br />

entre a Serra de la Ventana e Serra Tandil corresponde bem à largura<br />

da faixa dobrada da Africa do Sul, nos af lor amentos à superficie<br />

da terra, excluindo a prolongaçâo submarina do "shelf" sul-africano.<br />

Os dobramentos permianos e triâsicos sul-africanos foram intensos,<br />

evoluindo até a formaçâo de carreaçôes. Contudo, jâ antes de alcançar<br />

o limite Sul da série Beaufort, todos os dobramentos desaparecem,<br />

assumindo as formaçoes a situaçao horizontal.<br />

Se na Africa do Sul o dobramento nâo progrediu mais que 30-40<br />

km ao Norte, consideramos impossivel que dobramento da mesma<br />

época e nas mesmas condiçôes tetônicas na Sul America pudesse estender-se<br />

por distância de 2.000 km.<br />

Podemos traçar mais longe ainda o paralelismo instrutivo entre<br />

a America e a Africa. Também na Africa do Sul os diabâsios e os doleritos<br />

estendem-se por milhares de quilômetros ao Norte das dobras<br />

permianas, e sâo mültiplas e variadas as formas desenvol vidas por<br />

intrusôes e efusöes. Entre essas formas aparecem também pseudoanticlinais,<br />

em gérai em discordancia com formaçoes da lapa e da capa.<br />

Dizemos "pseudo-anticlinais" por estarem êles sem relaçâo alguma<br />

com a tetônica de dobramentos.<br />

DU-TOIT menciona os distritos Queenstown e Glen Grey, onde doleritos<br />

formaram intrusôes em forma de bacias, ligadas por intermédio<br />

de "domos" e aparecendo na superficie como circulos.<br />

No Estado de Säo Paulo as intrusôes e as efusôes basâlticas também<br />

ostentam formas muito variadas, mas seu descobrimento é mais<br />

dificil por causa do clima quente e ümido, que cria vegetaçâo densa.<br />

Os indïcios comuns das falhas em forma de pendentes, brechas e<br />

espelhos de fricçâo nâo aparecem na faixa glacial do Estado de Sâo<br />

Paulo. As rochas que entram na composiçao desta formaçâo säo, em


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 453<br />

gérai, de consistência fôfa e näo podem produzir este fenômeno geo.<br />

lógico. As vêzes, os argilitos, varvitos e tilitos ficam transformados em<br />

rochas resistentes por contato com diabâsios. Essas rochas endurecidas<br />

formam uma parte insignificante da faixa glacial gondwânica,<br />

porque as zonas do contato dos diabâsios raramente alcançam espessuras<br />

de alguns métros. Ademais, as falhas mais considerâveis foram<br />

criadas antes do paroxismo vulcânico rético, que produziu os diabâsios.<br />

As intrusoes diabâsicas têm inûmeras fendas, mais raramente falhas<br />

de rejeito que pudesse ser medido.<br />

Ao contrario, falhas que facilitarem a saida do magma basâltico<br />

até a superficie da terra têm rejeitos notâveis.<br />

A falha de mâximo rejeito até agora observado no Estado de Sâo<br />

Paulo foi descoberta na regiâo de Ribeirâo Prêto. Nessa cidade, o arenito<br />

Botucatu encontra-se em nivel de 450 m sobre o mar.<br />

À distância de alguns quilômetros da estaçâo Visconde de Parnaiba,<br />

na orla direita do Rio Verde, aparece, em corte da estrada de<br />

ferro, a base do arenito Botucatu em nivel de 760 m.sn.m.<br />

A distância entre Visconde de Parnaiba e Ribeirâo Prêto é de 20<br />

km. Em ambos os pontos a orientaçâo do arenito de Botucatu é perfeitamente<br />

horizontal. O nivel de 450 m constatado para o arenito de<br />

Botucatu na cidade dé Ribeirâo Prêto corresponde provàvelmente à<br />

parte superior dessa formaçâo, porque debaixo dêste nivel encontra-se<br />

uma camada arenitica que fornece grandes quantidades de âgua artesiana<br />

para a cidade. Assim podemos deduzir que entre Ribeirâo Prêto<br />

e Visconde de Paranaiba passa uma falha ou uma série de falhas de<br />

rejeito de 350-450 m, aproximadamente.<br />

Falha de rejeito tâo considerâvel e excepcional para a regiâo pouco<br />

perturbada post-devoniana do Estado de S. Paulo deve manifestar-se<br />

na superficie por vârios fenômenos geológicos, de extensäo regional.<br />

A falha forma o óxido do maciço intrusivo-efusivo diabâsico, que<br />

é o maior do Estado. Os afloramentos dêste maciço, segundo o mapa<br />

geológico do Institute Geografico e Geológico, ocupam duas regiôes.<br />

Uma forma urn quadrilatero irregular entre Ibitiuva, Rincâo, S. Simâo<br />

e Brodosqui. Depois de uma lacuna, onde os mantos diabâsicos foram<br />

eliminados por erosâo intensa no lado levantado da falha, aparece<br />

outra regiâo entre Rio Grande do Norte e Morro Agudo, Orlândia, Batatais<br />

e Patrocinio do Sapucai no Sul.<br />

É muito provâvel que essas enormes intrusöes e efusôes tenham<br />

sido resultados da falha que apareceu no fim da época triâsica ou no<br />

inicio da iurâssica.<br />

Ligados genèticamente à falha ou a uma série de falhas sâo as famosas<br />

cachoeiras de Maribondo e de Ferrador, localizadas no fundo<br />

duma curvatura, que desvia o Rio Grande por 40 km ao Sul do seu<br />

curso. Aguas acima, aparece uma outra curvatura da mesma amplitude,<br />

mas mais cerrada. Os desvios dessa amplitude sobre uma distância<br />

de 41 km do trecho desviado näo se repetem mais em rio algum<br />

da bacia do Parana.<br />

É surpreendente o modo repentino de apariçâo dos desvios do rio,<br />

depois dum trecho quase retilineo de 60 km. Depois das curvas, o rio<br />

Grande continua novamente seu curso quase retilinio.<br />

A conexäo dos saltos, das cachoeiras e das corredeiras com as falhas<br />

aparece na zona glacial com muita clareza. No limite entre a zona<br />

pré-devoniana e a zona glacial aparecem os saltos maiores, nos rios<br />

Mogi-Guaçu, Tietê (Salto de Itu), Paranapanema e outros.


454 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

IDADE DA FORMAÇÂO GLACIAL<br />

A formaçâo glacial ou Itararé foi chamada muitas vêzes na literatura<br />

cientifica a formaçâo permocarbonifera. Nâo convém usar este<br />

têrmo, que pode ter urn duplo significative Alguns chamam a formaçâo<br />

permocarbonifera a série intermédia, iniciada no fim do periodo<br />

carbonifero e terminada no comêço do periodo permiano. Outros, principalmente<br />

na literatura geológica australiana, chamam permocarbonifera<br />

à formaçâo. que abränge duas formaçoes complétas, carbonifera<br />

e permiana.<br />

Para evitar esta confusâo, devemos estabelecer definitivamente se<br />

os tilitos, que foram a base da série Godwana, sâo da época carbonifera<br />

ou permiana.<br />

E. P. OLIVEIRA (Lit. 5) considerava-os como copermianos. Ao contrario,<br />

OTHON HENRY LEONAR<strong>DO</strong>S (idem) . de acôrdo com A. DU-TOIT, COloca-os<br />

no carbonifero superior.<br />

A. DU-TOIT (Lit. 6) observa com razäo que a exata colocaçâo duma<br />

formaçâo continental é sempre dificil por exigüidade de fósseis bem<br />

conservados. A exigüidade de fósseis fica compensada por extensäo extraordinâria<br />

da formaçâo Gondwana, que ocupa regiôes considerâveis<br />

na America, Africa, Asia e Australia. Em todos os continentes onde<br />

esta formaçâo aflora, ela contém entre seus tilitos algumas camadas<br />

fossiliferas de origem maritima, que permitem estabelecer sua idade.<br />

No Estado de Säo Paulo nâo foram encontradas camadas de origem<br />

maritima entre os tilitos de Gondwana. ANIBAL BASTOS (Lit. 7)<br />

achou fósseis bastante bem conservados, em andar Tubarâo, que forma<br />

a capa da formaçâo glacial no Estado de Santa Catarina. Este andar<br />

é simultâneo ao andar Tatui, de S. Paulo.<br />

A maior parte dos fósseis nâo podia ser classificada definitivamente<br />

por falta de especimens completes (Lit. 7). Os mais completes<br />

sâo:<br />

Aviculopecten Catharinae<br />

" Relegatus<br />

" Unicus<br />

" Miscellus<br />

Stutchburia Brasiliensis<br />

Spathella Tayonsis.<br />

Tôdas estas espécies têm espécies semelhantes em permocarbonifero<br />

australiano, com exceçâo do Aviculopecten unicus, que tem alguma<br />

semelhança com conchas do carbonifero superior dos Urais.<br />

O permocarbonifero australiano é uma formaçâo complexa de<br />

muitos milhôes de anos. Assim, a correlaçâo do andar Tubarâo ainda<br />

nâo alcançou uma precisâo maior, que permitiria localizar definitivamente<br />

a formaçâo glacial do Estado de S. Paulo na coluna geológica.<br />

Nos Ultimos anos progrediu muito a geologia dos Estados Para e<br />

Amazonas, onde A. G. DUARTE encontrou muitas novas espécies carboniferas.<br />

Foram identificados Aviculopecten Occidentalis Shumard e<br />

Aviculopecten Carboniseras Stevens, ambos muito diferentes do Aviculopecten<br />

do Estado de S. Catarina.<br />

Em resumo, os fósseis maritimos recentemente encontrados nâo<br />

permitem ainda introduzir mais precisâo em determinaçâo da idade<br />

da formaçâo glacial.<br />

Em 1888, DERBY (Lit. 5) obteve, em S. Paulo, troncos de coniferas<br />

e hastes e fôlhas de uma licopodiâcea (Lycopodiopsis Derbyi). Desde


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 455<br />

entâo, DERBY passou a considerar a formaçâo glacial (incluindo o andar<br />

Tatui) como permocarbonifera.<br />

Parece que este ponto de vista ainda persiste, confirmado por fósseis<br />

novos maritimos. A expressâo "formaçâo permocarbonifera" entende-se<br />

como a formaçâo intermédia, nâo como uma formaçâo que<br />

contém duas formaçôes intégras.<br />

<strong>SOLO</strong>S DA FORMAÇÂO GLACIAL<br />

Passando da regiâo pré-devoniana para a faixa glacial, o contraste<br />

entre campos de vegetaçâo rica e pobre fica mais forte. Em outras palavras,<br />

nessa faixa aparecem campos extensos de vegetaçâo raquitica,<br />

nâo encontrada na regiâo dos xistos antiquissimos.<br />

Entre os xistos nâo faltam as camadas areniticas e silicosas, tâo<br />

abundantes na formaçâo glacial e propicias para o desenvolvimento<br />

das terras pobres. A diferença résulta dos movimentos da crosta, que<br />

produziram uma mistura intima das camadas, mais variadas nas formaçôes<br />

arqueana e algonqueana. Ao contrario, as camadas glaciais<br />

nâo foram dobradas ou intensamente comprimidas, conservando sua<br />

posiçâo inicial pràticamente intata de formaçâo sedimentär horizontal<br />

ou de pouca inclinaçâo. O diastrofismo limitou-se à fragmentaçâo<br />

extensa pelas f allias, que nâo modificou em nada a composiçâo mineralógica<br />

dos sedimentos, com execçâo de zonas de contato com diabâsios,<br />

de espessuras insignificantes era relaçâo com area da formaçâo<br />

total.<br />

Assim, os arenitos glaciais podiam conservar campos grandes, onde<br />

elemento estranho algum modificou a composiçâo inicial do solo, com<br />

a preponderância do quartzo. O resultado foi uma vegetaçâo paupérrima<br />

que, por exemplo, aparece na superficie de vârios quilômetros<br />

quadrados ao sul de Indaiatuba. De acôrdo com o nome dessa cidade,<br />

o indaiâ domina nestes campos, desde os tempos pre-históricos. Abandonando<br />

a faixa glacial, devemos ir bem longe para Oeste e Norte-<br />

Oeste, até encontrar novamente, na formaçâo triâsica, os arenitos estéreis<br />

com indaiâ e as povoaçôes, como Indaiâ no planalto de França.<br />

Os solos arenosos pobres sâo abundantes na faixa glacial. Por<br />

falta de mapas litológicos do Estado de S. Paulo, näo podemos dar a<br />

superficie total dos solos arenosos desta faixa. SÓ podemos determinar<br />

esta superficie com bastante aproximaçâo, em base dos dados petrogrâficos<br />

e litológicos de poços perfurados dentro da formaçâo.<br />

O poço do Dr. MARTINHO LEVY, na fazenda Pitanga, que jâ mencionamos<br />

antes, perfurou 460 m da formaçâo glacial, encontrando 4<br />

camadas areniticas, com 131 m de espessura total.<br />

Podemos deduzir que os campos areniticos ocupam a superficie<br />

de 28,5% da faixa glacial.<br />

Anteriormente, nos jâ anotamos a tetônica peculiar da faixa glacial,<br />

composta de colunas verticals que terminam acima numa semiplanïcie<br />

comum. Esta planicie fica assim composta, como um mosaico,<br />

de âreas de situaçôes estratigrâficas diferentes. Todos os andares da<br />

formaçâo encontram-se representados na superficie, mesclados.<br />

A porcentagem de maior precisâo poderia resultar observando o<br />

perfil litológico complete da formaçâo glacial. Infelizmente, o perfil<br />

litológico do poço em Araquâ, de 1,143 m, que alcançou a base da formaçâo<br />

näo foi publicado ainda.<br />

A faixa glacial fornece também as amostras excelentes da terra<br />

roxa légitima,' (o melhor solo do Estado de S. Paulo).


456 ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Os diabâsios, que sâo a rocha-mâter da terra roxa, aparecem na<br />

faixa glacial em formas lacoliticas, sills e de diques bastante espessos.<br />

As lavas faltam na faixa glacial, eliminadas por erosâo pos-triâsica,<br />

logo depois da erupçâo. Os lacolitos medem em gérai alguns quilômetros<br />

de diâmetro. As maiores escavaçôes artificais do Estado sâo localizadas<br />

nestes lacolitos, como em Tatu e Laranjal, onde o diabâsio é<br />

retirado para o calçamento das ruas e das estradas.<br />

Nâo podemos avaliar a extensao das terras foxas por método usado<br />

para determinaçâo dos solos areniticos em base de perfis dos poços. Os<br />

diabâsios nâo têm as formas reguläres de camadas horizontals, com<br />

exceçâo de alguns sills. Medindo as espessuras de diabâsios, encontrados<br />

em um poço, nâo podemos dizer se estas espessuras correspondem<br />

a urn sill ou a algum lacolito. Só o minimo de très poços, näo muito<br />

distanciados entre si, dariam. dados bastante seguros. Um poço em<br />

combinaçâo com bons afloramentos em profundidades também séria<br />

satisfatório. Sem estes pormenores, a avaliaçâo litológica por um poço<br />

é condenada ao fracasso.<br />

No municipio de Campinas, as intrusôes diabâsicas ocupam aproximadamente<br />

15% da superficie total da faixa glacial. Este numéro<br />

é também um têrmo médio para a extensao dos diabâsios em tôda a<br />

faixa glacial do Estado.<br />

Os afloramentos diabâsicos na faixa glacial nâo têm extensao de<br />

centenas de quilômetros quadrados, como mais a Oeste, na zona triâsica,<br />

onde predominant os sills. Os sills sâo as extremidades superiores<br />

e os leucocitos os corpos intermédios das intrusöes diabâsicas. Os sills<br />

sâo caracteristicos do arenito de Botucatu, separado da formaçâo glacial<br />

pelos andares Tatui, Irati e Corumbatai, que medem em total<br />

500 m de espessura, aproximadamente. '<br />

Os tilitos têm a mesma extensao superficial, aproximadamente,<br />

que os diabâsios, isto é, 15%, aproximadamente.<br />

Como um exemplo interessante, temos a composiçâo quimica do<br />

tilito de Ipanema (Lit. 8) :<br />

SiO,<br />

TiO2<br />

ALOs<br />

80,34<br />

0,42<br />

7,66<br />

FevOj<br />

FeO<br />

MgO<br />

CaO<br />

Na,O<br />

KSO<br />

PoOr,<br />

1,39<br />

0,72<br />

0,83<br />

' 1,51<br />

2,13<br />

1,94<br />

Traços<br />

SO3<br />

P.F<br />

Traços<br />

2,63<br />

99,59<br />

Entre os seixos, os quartzitos ocupam o primeiro lugar. V. LEINZ<br />

opina que a composiçâo quimica do tilito de Ipanema, que se destaca<br />

por riqueza de silica, é uma exceçâo entre os tilitos de Gondwana em<br />

Brasil.<br />

A maioria dos tilitos do Estado de S. Paulo aproxima-se, pela composiçâo<br />

quimica, do tilito da Barra Bonita, que contém só 59,32% de<br />

silica, segundo a opiniâo de LEINZ (Lit. 8). Devemos observar que 2%<br />

de quartzitos entre os seixos do tilito de Barra Bonita nâo correspon-


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 457<br />

dem a um tilito tipico da formaçâo glacial. Nunca observamos uma<br />

porcentagem täo baixa em tilitos do Estado de S. Paulo.<br />

A composiçâo litológica de tilito de Ipanema, com 45% de quartzitos,<br />

aproxima-se mais ao têrmo médio do conteüdo dos tilitos.<br />

Neste tilito temos um exemplo interessante da insuficiência da<br />

anâlise quimica total para avaliaçâo agrogeológica da rocha.<br />

Pela sua composiçâo quimica, o tilito de Ipanema contém mais silica<br />

que qualquer granito, menos câlcio que muitos granitos, e só traços<br />

de fósforo, sempre presente em granitos (as vêzes também só em<br />

traços). Sâo raros os granitos que contêm só 1,94% de óxido de potâssio.<br />

Em gérai, esta porcentagem alcança 3-5% em granitos. Contudo,<br />

as terras eluviais, formadas acima dos tilitos, sâo mais favorâveis<br />

para vegetaçâo florestal que os solos graniticos.<br />

Esta diferença notâvel explica-se por condiçôes fisicas dos tilitos.<br />

A silica abundante dos tilitos esta concentrada nos seixos, boulders e<br />

em grâos isolados, portanto, em formas inócuas para a vegetaçâo. Ao<br />

contrario, em granitos, a silica esta inteiramente ligada aos elementos<br />

de fertilidade, potâssio, câlcio, fósforo, etc.<br />

Necessitam à vêzes milhares de anos da açâo atmosférica para<br />

separar estes elementos do abraço firme dos âtomos de silicio.<br />

Os seixos de quartzito sâo os ûnicos, nos velhos tilitos, que conservam-se<br />

ainda intatos. Os seixos de outras rochas sâo geralmente<br />

decompostos até o nücleo.<br />

Como jâ anotamos acima, existem tilitos duma geraçao mais nova,<br />

onde mesmo os seixos de rochas bâsicas conservam seus componentes<br />

minerais, apenas ligeiramente atingidos pela oxidaçâo superficial.<br />

Depois de sua deposiçâo, os tilitos foram cobertos por 500-1 000 m<br />

de formaçôes sedimentäres, eliminados depois pela erosâo em ârea da<br />

faixa glacial do Estado de S. Paulo. Esta camada agora desaparecida<br />

nâo tinha bastante peso para solidificar os tilitos, transformando-os em<br />

xistos duros. Assim, os tilitos pertencem à classe de rochas que, pelos<br />

seus caracteristicos, aproximam-se de terra da superficie. Quase tôdas<br />

as plantas rüsticas penetram e mtilito sem dificuldade. Observamos<br />

raizes perfurando os tilitos por dezenas de métros.<br />

Os varvitos e peloditos (argilitos) sempre sâo menos silicosos que<br />

os tilitos, que descarregam para os lagos próximos todos seus coponentes,<br />

com exceçâo de seixos e boulders. Predominando entre estes os<br />

quartzitos, fica evidente a composiçâo mais bâsica dos varvitos e peloditos.<br />

É interessante a presença constante de fósforo em todos os varvitos<br />

e peloditos, de acôrdo com as anâlises executadas no Instituto de Biologia,<br />

em Curitiba, por L. S. WEBER e A. LEPROVOST (Lit. 9). O conteüdo<br />

de óxido de fósforo oscila entre 0,03-0,39%; portanto, alcança os numéros<br />

mais altos que nos tilitos, onde em gérai aparecem traços de fósforo.<br />

Temos um exemplo de concentraçâo natural de certos minerais por<br />

intermédio de âgua corrente. O fósforo provém da apatita, disperso em<br />

forma de finïssimas agulhas em tôdas as rochas 0 eruptivas. O peso especifico<br />

mais alto de apatita nâo era um obstâculo para transporte nas<br />

âguas do degêlo, porque a relaçâo entre a superficie dos cristais-agulhas<br />

e seu peso era maior que em grâos doutros minerais.<br />

Paralelamente, mas em menor proporçâo, ficam mais concentrados<br />

nos varvitos e peloditos os minerais calcïferos e potâssicos.<br />

' A maior riqueza dos varvitos e peloditos em elementos minerais de<br />

fertilidade näo produz os solos melhores, era comparaçâo com os tilitos.


458 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Ainda faltam os estudos detalhados da vegetaçâo natural e cultivada<br />

nos solos tiliticos e varviticos do Estado de S. Paulo. Nossas observacöes<br />

limitaram-se, por falta de especializaçâo botânica, a observar o<br />

aspecto geral e a mataria da f aixa'glacial.<br />

A vegetaçâo natural nos solos varviticos ocupa o lugar intermédio<br />

entre a vegetaçâo raquitica, baixa e tortuosa dos campos areniticos glaciais<br />

e a vegetaçâo bastante densa das zonas tiliticas. Um exemplo<br />

destas sâo os campos densamente cultivados entre Monte Mor e Capivari.<br />

LITERATURA<br />

1. CHESTER WASHBURNE. "Petroleum Geology of the State of Säo Paulo", com<br />

3 mapas, 10 esc. e 60 fig., 1-282 pâgs. Sâo Paulo — 1930.<br />

2. MARGER GUTMANS. "Tetônica da bacia do Parana. Mineraçâo e Metalurgia".<br />

No prelo.<br />

3. WILHELM SALOMON CALVI. "Die Permokarbonischen Eiszeiten", pâgs. 1-156.<br />

8 figs., Leipzig — 1933.<br />

4. MARGER GUTMANS e PAULO VAGELER. "Contribuiçâo para o conhecimento das<br />

anomalias magnetométricas do Brasil Central". 2 Perfis, pâgs.' 441-451.<br />

Bragantia, 1941, vol. I.<br />

5. AVELINO IGNACIO DE OLIVEIRA e OTHON HENRY LEONAR<strong>DO</strong>S. "Geologia do Brasil".<br />

2. a ediçâo, pâgs. 1-813, com 1 mapa. pâgs. 1-812, Rio de Janeiro — 1943.<br />

6. A. DU-TOIT. "The Geology of South Africa", pâgs. 1-539, 1 mapa e XLI grav.,<br />

Londres — 1939.<br />

7. F. R. COWPER REED. "Uma nova fauna permocarbonifera do Brasil", pâgs. 1-45,<br />

VIII estampas, Rio de Janeiro — 1930.<br />

8. V. LEINZ. "Estudos sobre a glaciaçâo permocarbonifera do Sul do Brasil".<br />

pâgs. 1-47, XII estampas. Rio de Janeiro — 1937.<br />

9. REINHARD MAACK. "Geologia e Geografia da regiäo de Vila Velha". pâgs. 1-305,<br />

2 anexos com perfis, 12 esboços, 44 figs, e 115 estampas. Curitiba — 1946.


ESTU<strong>DO</strong> PE<strong>DO</strong>LÖGICO DA ESTAÇAO EXPERIMENTAL<br />

DE CAPÄO BONITO (RESUMO)<br />

PAIVA NETTO, A. KÜPPER,<br />

R. A. CATANI e H. PENNA MEDINA<br />

da Secçâo de Agrogeologia do Institute»<br />

Agronômico do Estado, em Campinas<br />

"Esta Estaçâo Experimental esta assentada sobre o grande tipo de<br />

"solo glacial"", levemente influenciada por restos de rochas pre-devo-.<br />

nianas. Sua ârea é de 97,7 hectares; sua altitude oscila entre 704 e 752<br />

métros acima do nivel do mar.<br />

Para o estudo pedologico da Estaçao foram retirados 8 perfis com 2<br />

e 3 camadas e, no gérai, até 1,5 métros de profundidade e 33 amostras<br />

superficiais 'T". O trabalho apresenta uma série grande de tabelas com<br />

tôdas as anâlises mineralógicas, espectrogrâficas, quimicas e fisicas das<br />

amostras em questâo. Os perfis estào representados fisica e quimicamente<br />

por grâficos volumetricos. Sâo solos lateriticos, pobres, e nâo<br />

apresentam pràticamente elementos minerais em réserva para as plantas.<br />

O trabalho apresenta alguns mapas indicando os vârios pontos de<br />

retirada de amostras, assim como a variaçâo de diversos elementos<br />

quimicos."


ESTU<strong>DO</strong> PE<strong>DO</strong>LÖGICO DA ESTAÇÂO EXPERIMENTAL<br />

DE PIN<strong>DO</strong>RAMA (RESUMO)<br />

PAIVA NETTO, A. KÜPPER,<br />

R. A. CATANI e H. PENNA MEDINA<br />

da Secçâo de Agrogeologia do Instituto<br />

Agronômico do Estado, em Campinas<br />

'O presente trabalho visa a apresentar a sümula das pesquisas pedológicas<br />

empreendidas na Estaçâo Experimental de Pindorama, gleba<br />

essa assentada sobre o grande tipo de solo "Arenito Bauru".<br />

Perfaz esta mancha de solo cêrca de 25,1% da area total do Estado<br />

de Sâo Paulo, ou sejam, 6.200.000 hectares.<br />

Constituem terras essencialmente arenosas, permeâveis e fàcilmente<br />

inutilizâveis pela açâo nefasta da erosäo.<br />

A Estaçâo Experimental de Pindorama cobre uma ârea de 532,8<br />

hectares, variando sua altitude entre 498 e 594 m, acima do nivel<br />

do mar.<br />

Para consecuçâo de seu levantamento agrogeológico foram retirados<br />

23 perfis, no gérai abrangendo tres camadas e atingindo 1,5 m de<br />

profundidade cada um.<br />

Além disso, ainda foram coletadas 103 amostras superficiais "T".<br />

Todo êsse vasto material foi submetido as anâlises mineralógicas,<br />

espectrogrâficas, quimicas e fisicas, cujos resultados se encontram reproduzidos<br />

na série de tabelas inseridas no corpo do presente trabalho.<br />

À guisa de ilustraçâo e para facilidade de consulta, as propriedades<br />

quimicas e fisicas dos perfis citados foram representados na forma de<br />

grâficos volumétricos, particularidade essa que reduz consideràvelmente<br />

o texto literârio, pröpriamente dito.<br />

Finaliza o trabalho em aprêço uma série de mapas ilustrados a distribuiçâo<br />

das amostras estudadas, bem como de cada elemento quimico<br />

de importância para as plantas."


<strong>SEGUNDA</strong> CONTRIBUIÇÂO PARA O ESTU<strong>DO</strong> <strong>DO</strong>S <strong>SOLO</strong>S<br />

DA BAIXADA DE SEPETIBA<br />

1 — INTRODUCÄO<br />

A. B. FAGUNDES, L. VETTORI,<br />

DEL NEGRO e F. RAMOS<br />

Serviço Nacional de Pesquisas<br />

Agronômicas<br />

A — Referências ao trabalho anterior<br />

Quando se realizou, em 1947, a Primeira Reuniäo Brasileira de<br />

Ciência do Solo, apresentaram os autores, sob o titulo "Contribuiçâo<br />

para o Estudo dos Solos da Baixada de Sepetiba", descriçâo e anâlise<br />

de 18 perfis, integrando duas catenas que se denominaram Linhas 1 e<br />

2, do km 47.<br />

O presente trabalho encerra o estudo da terceira linha (Linha 3),<br />

constituida por cinco perfis e, também, mais quatro perfis de solos<br />

de baixadas, colhidos na mesma area da Estaçâo Experimental Central,<br />

do Instituto de Ecologia e Experimentaçâo Agricolas do S.N.P.A.<br />

Os métodos de campo foram os mesmos usados no primeiro trabalho,<br />

fazendo-se sempre a descriçâo dos caractères morfológicos do<br />

perfil em trincheira de dois métros de profundidade. Com o auxilio do<br />

trado, • foram alguns perfis sondados a profundidades maiores, atingindo-se<br />

em urn dêles 5.50 métros.<br />

No registro das caracterïsticas dos perfis da Linha 3 utilizaram-se<br />

as fichas e notaçao preconizadas pela Comissâo de Solos do CNEPA,<br />

como tentativa para futura adoçâo nos trabalhos de prospecçâo pedológica,<br />

embora figurem na presente contribuiçâo as descriçôes habituais,<br />

para confronto e esclarecimento daquelas fichas.<br />

Em relaçâo aos métodos de laboratório mantiveram-se igualmente<br />

os mesmos empregados no estudo das Linhas 1 e 2, sendo os resultados<br />

analiticos e grâficos apresentados de modo semelhante. O processo de<br />

determinaçâo de SiO2 teve sua técnica aperfeiçoada na parte referente<br />

à solubilizaçâo da silica pelo carbonato de sódio, obtendo-se assim valores<br />

muito mais exatos e concordantes.<br />

A Linha 3, partindo do alto da pedreira da Fazenda Moura Costa,<br />

vai terminar em terrenos da antiga cocheira do Instituto de Ecologia,<br />

achando-se os cinco perfis localizados nas quotas de 71, 78, 47, 38 e 32<br />

métros. No primeiro perfil desta linha a escavaçâo atingiu a rocha-matriz<br />

na profundidade de 2.5 métros. Sâo estes os perfis RJ 172 a RJ 176.<br />

Os perfis RJ 168 e RJ 169 foram colhidos na baixada da antiga Fazenda<br />

Patioba, formando, com os perfis RJ 152 (Linha 1) e RJ 160 (Linha<br />

2), uma secçâo transversal as duas linhas principals.<br />

Na parte drenada pelo Canal do Pirarema colheram-se os perfis RJ<br />

170 e RJ 171, afastados das Linhas principals e representando solos de<br />

baixada, ricos em matéria orgânica.


462 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÈNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Com o objetivo de facilitar o exame dos dados morfológicos e analiticos<br />

referentes aos nove perfis estudados no presente trabalho, reproduzem-se<br />

a seguir as observaçôes sobre os métodos e caracteristicos regionais,<br />

tais como se divulgaram na primeira contribuiçao.<br />

B — Métodos<br />

Através da area bâsica escolhida foram traçadas linhas imaginârias<br />

cortando os principals acidentes topogrâficos. Ao longo destas linhas<br />

foram, de distância em distância, conforme as variaçôes de altitude,<br />

localizados os pontos para o estudo dos perfis.<br />

Abertas as trincheiras, com a profundidade de 2 m, exceto nos casos<br />

em que era atingida a rocha ou o lençol d'âgua, eram feitas as observaçôes<br />

morfológicas dos perfis e descritas as diversas secçôes, antes da retirada<br />

das amostras.<br />

Para colher amostras de profundidade maiores do que a das trincheiras,<br />

era usado um trado de 4 polegadas. Por este meio foram em<br />

alguns casos retiradas amostras até 9 métros de profundidade.<br />

Em cada perfil foram observadas e anotadas as seguintes caracteristicas<br />

externas:<br />

localizaçâo<br />

altitude<br />

geologia<br />

relêvo<br />

drenagem<br />

cobertura vegetal<br />

nome local do solo<br />

cultura e produtividade<br />

histórico<br />

As caracteristicas internas de cada perfil, também examinadas e<br />

anotadas no campo, foram as seguintes:<br />

Côr<br />

Umidade<br />

Presença de raizes<br />

Pedras<br />

Textura<br />

Estrutura<br />

Consistência<br />

Porosidade<br />

Permeabilidade<br />

Formaçôes especiais<br />

Nome local do material das diferentes secçôes<br />

Resistência ao trabalho<br />

Como o material das diferentes secçôes de cada perfil foram realizadas,<br />

nos laboratories do I.Q.A., as seguintes determinaçôes:<br />

Anâlise mecânica:<br />

Calhaus<br />

Cascalho<br />

Areia grossa<br />

Areia fina<br />

Limo<br />

Argila


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 463<br />

Peso especifico (apàrente e real)<br />

Elevaçâo hidrica<br />

Ägua natural<br />

Umidade residual<br />

Capacidade hidrica (Ch)<br />

Higroscopicidade (Hy)<br />

pH em HSO e KCl Normal<br />

Complexo sortivo:<br />

Ca<br />

Mg<br />

K<br />

H Soma das bases (S)<br />

Carbono (C)<br />

Nitrogênio (N)<br />

Ataque cloridrico (D = 1.1)<br />

CaO<br />

K2O<br />

Ataque cloridrico (D = 1.19)<br />

SiO2<br />

AhOs<br />

Fe2O3 .<br />

Ataque sulfürico (D = 1.47)<br />

SiO2<br />

AWs<br />

Fe2O3<br />

Anâlise mineralógica das pedras<br />

Anâlise mineralógica da areia grossa<br />

Os métodos utilizados para as determinaçôes de laboratório, assim<br />

como as normas adotadas nas descriçô.es de campo, constam de um<br />

trabalho apresentado em separado (e).<br />

C — CARACTERÎSTICOS REGIONAIS<br />

a) Localizaçao<br />

Os estudos que constituem o objeto do presente trabalho foram<br />

realizados nos solos da Estaçâo Experimental Central, do Institute de<br />

Ecologia 'e Experimentaçâo Agricolas, situada à margem da Estrada<br />

Rio-Säo Paulo, na altura do km 47, no Municipio de Itaguai, do Estado<br />

do Rio de Janeiro.<br />

Estas terras fazem parte da Baixada de Sepetiba, uma das importantes<br />

subdivisöes da grande Baixada Fluminense.<br />

As coordenadas geogrâficas aproximadas da zona estudada sâo:<br />

Latitude (S) ....<br />

Longitude (W.G.)


464 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

A altitude varia entre 15 e 78 métros acima do nivel do mar. A<br />

menor distância da Baia de Sepetiba é de 19 km, e do mar é de 30. km,<br />

aproximadamente.<br />

b) Clima<br />

O Instituto de Ecologia e Experimentaçâo Agricolas mantém no<br />

local, desde 1939, uma estaçâo meteorológica. Os valores médios dos<br />

dados colhidos na aludida estaçâo, durante o periodo de 1939 a 1946,<br />

sâo apresentados no Quadro 1.<br />

0 exame dêstes dados révéla uma estaçâo sêca, que se estende de<br />

maio a agôsto, com precipitaçôes mensais inferiores a 50 mm, e uma<br />

estaçâo chuvosa, que se estende de dezembro a março, com precipitaçôes<br />

mensais superiores a 150 mm. A maior média mensal é de<br />

213,2 mm, no mes de Janeiro, e a menor é de 22,1, no mes de agôsto.<br />

Em relaçâo à temperatura, verifica-se que os meses mais quentes<br />

sâo os de Janeiro, fevereiro e março, cujas médias sâo, respectivamente:<br />

26,7°, 27,5° e 26,7°C. As médias dos meses mais frios (junho e julho)<br />

sâo 21,8° e 20,7°C, respectivamente; e as médias de suas minimas: 15,0°<br />

e 13,6°C, respectivamente.<br />

Os ventos dominantes sopram do quadrante N, isto é, do continente,<br />

nos meses de inverno, e do quadrante S, isto é, do mar, nos meses<br />

de primavera e verâo.<br />

De acôrdo com o sistema de classificaçâo de KOPPEN (a), (b), o<br />

clima da regiäo pertence ao grupo A (clima tropical pluvioso), porque<br />

apresenta as seguintes caracterïsticas :<br />

1 — a temperatura média do mes mais frio (julho = 20,7° C) esta<br />

acima.de 18° C.<br />

2 — a precipitaçâo média anual, expressa em milimetros, é superior<br />

ao valor 20 t + 144, em que t représenta' a temperatura<br />

média anual em °C.<br />

Os climas do grupo A sâo divididos, ainda segundo a classificaçâo<br />

de KOPPEN, em Af, Am e Aw.<br />

Quando a precipitaçâo do mes mais sêco é superior a 60 mm, o clima<br />

é do tipo Af, e représenta uma caracterïstica das regiôes de floresta<br />

pluvial.<br />

Nos climas do tipo Am, embora a precipitaçâo do mes mais sêco<br />

seja inferior a 60 mm, a quantidade de chuva que cai nos meses pluviosos<br />

deixa no solo um excesso d'âgua, suficiente para permitir a sobrevivência<br />

da floresta através dp curto periodo de sêca. KOPPEN define as<br />

condiçôes de pluviosidade dêste tipo de clima pela formula:<br />

r<br />

a 100 , em que r é a precipitaçâo anual e a é a precipita-<br />

25<br />

çâo do mes mais sêco, ambas expressas em milimetros.<br />

Quando a chuva caida nos meses mais pluviosos é insuficiente<br />

para neutralizar a influência dos meses secos, temos um clima do tipo<br />

Aw (clima de savana tropical), cujas condiçôes se exprimem pela<br />

formula:<br />

a 100 — — 25<br />

No caso da area estudada, verificamos, no Quadro 1, que a = 22,1<br />

mm e r = 1 263,4 mm. Teremos, portanto :<br />

22,1 100 - l<br />

25


ANAIS DA S2GUNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 465<br />

o que corresponde ao clima do tipo Aw, caracteristico das regiöes de<br />

savana, com estaçâo sêca definida.<br />

Constata-se, entretanto, que os vestigios de vegetaçào primitiva<br />

existentes na regiâo, assim como sua vegetaçâo atual, subespontânea,<br />

nâo apresentam, como veremos mais tarde, caracteristicas de savana. É<br />

provâvel que esta aparente discrepância seja devido a condiçôes especiais<br />

de microclima, porquanto as condiçôes de drenagem déficiente<br />

provocam a retençâo de tal quantidade d'âgua sobre o solo, que fica<br />

parcialmente neutralizada a influência que séria exercida pela baixa<br />

precipitaçâo dos meses de inverno.<br />

c) Geologia<br />

A geologia da regiäo cujos solos foram estudados é aparentemente<br />

simples e se manifesta principalmente através de formaçôes de dois periodos:<br />

o arqueano e o quaternârio. Ao primeiro sâo atribuidos os terrenos<br />

das elevaçôes maiores. Ao segundo pertencem as extensas vârzeas,<br />

formadas por aluviôes que se mantiveram, até hâ pouco, sob um regime<br />

de submersâo periódica e, ainda hoje, apesar dos extensos trabalhos de<br />

drenagem da regiâo, ficam cobertas pela âgua, durante as grandes<br />

chuvas.<br />

Originam-se do primeiro as serras que limitam a Baixada de Sepetiba,<br />

tais como a das Lajes, das Araras, da Estrêla e da Pedra Branca,<br />

e os morros que emergem da vârzea.<br />

Naquelas, como nos Ultimos, ocorrem com freqüência afloramentos<br />

gnâissicos. Dentro da própria area estudada esta localizada uma grande<br />

pedreira de gnâisse, que tem fornecido tôda a pedra necessâria as obras<br />

do C.N.E.P. A. Em alguns outros pontos, afloram lajes de gnaisse, mais<br />

ou menos esfoliado. Em vârios perfis foram atingidas camadas profundas<br />

constituidas por moledo ou material gnaissico em decomposiçao.<br />

Grande parte das trincheiras foi, entretanto, aberta em terrenos<br />

de aluviâo que representam a maior extensao da area estudada.<br />

d) Relêvo<br />

A caracteristica dominante do relêvo da regiâo é a de baixada. Säo<br />

terrenos pianos ou levemente ondulados e baixos, geralmente sujeitos<br />

a inundaçôes. Esta é uma condiçâo gérai da Baixada de Sepetiba, de<br />

cujo seio emergem raras elevaçôes, tais como as de Igrejinha, Queimado,<br />

Cabuçu, Paciência e Cafèzal, apesar de circundada por um conjunto de<br />

serras pertencentes aos maciços das Lajes a Oeste, das Araras a Noroeste,<br />

de Gericinó a Nordeste, e da Pedra Branca a Sudeste, que formam<br />

uma espécie de anfiteatro, deixando desimpedida apenas a saida<br />

para o mar, ao Sul.<br />

Dentro da própria area da E.E.C, os terrenos estäo, em sua maioria,<br />

abaixo da cota 30. Ocorrem alguns morros, geralmente arredondados,<br />

cuja elevaçâo varia entre 33 e 45 m. O perfil mais alto até agora<br />

estudado, cujos resultados, entretanto, nâo foram ainda incluidos no<br />

presente trabalho, foi localizado a uma altitude de 78 m. Dos perfis<br />

considerados no presente trabalho, possuem cotas mais altas os de numéros<br />

163 (44.6 m), 154 (40.8 m) e 162 (39.7 m) .<br />

A pequena elevaçâo da maioria de suas terras e a distância de mais<br />

de 18 km que as sépara da Baia de Sepetiba, para onde correm suas<br />

âguas, é responsâvel, pela lenta drenagem da regiäo e o consequente<br />

encharcamento do solo depois de qualquer chuva forte.<br />

Tais caracteristicas microclimâticas têm, de certo, uma forte influência<br />

modificadora sobre o clima da regiäo que, embora, de acôrdo<br />

com os fatôres precipitaçâo e temperatura, esteja incluido no tipo Aw,<br />

assume a feiçao de Am, em virtude.da retençâo de umidade pelo solo<br />

— 30 —


466 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

de drenagem lenta. Isto explicaria a ocorrência de vegetaçâo florestal na<br />

regiäo, em lugar de savana, que é a formaçâo caracteristica das regiöes<br />

em clima Aw.<br />

e) Hidrografia<br />

As âguas da area estudada sâo escoadas pela Vala do Pilôto e pelo<br />

Canal do Piranema, pertencentes ambos à bacia do rio Itaguai, que se<br />

lança na Baia de Sepetiba.<br />

O canal de Piranema nasce da Serra do Caçador, do maciço das<br />

Lajes, com o nome Valâo dos Bois, dirigindo-se para NE e depois para<br />

E, SE e S, atravessando a estrada Rio-Säo Paulo em dois pontos, primeiro<br />

na altura do km 53 e depois no km 42.<br />

A Vala do Pilôto nasce mesmo dentro da antiga Fazenda Patioba,<br />

cujas terras pertenc.em atualmente à E.E.C., atravessa a estrada.Rio-<br />

Sâo Paulo no km 45 e, depois de receber a drenagem da area ocupada<br />

pela E.N.A., lança-se finalmente no Rio Cai Tudo, antes de este receber<br />

as âguas do Piranema e de tornar o nome de Itaguaî (c).<br />

f) Cobertura vegetal<br />

A cobertura vegetal primitiva da regiäo foi presumivelmente a<br />

floresta.<br />

Hoje, quase tôda a ârea jâ esta devastada. Como formaçôes arbôreas<br />

secundârias aparecem ainda raras capoeiras nas encostas de alguns<br />

mörros, ricas em leguminosas e bignoniâceas e, nas zonas parcialmente<br />

inundadas, algumas ilhas de mata palustre, onde se encontram représentantes<br />

de espécies dos gêneros Tabebuia, Talauma, Genipa e algumas<br />

palmeiras do gênero Bactris.<br />

Em certas partes que estavam, até hâ pouco, permanentemente alagadas,<br />

ocorriam densas formaçôes de tabua (Typha dominguensis). O<br />

desaparecimento destas formaçôes, em virtude dos récentes trabalhos<br />

de drenagem, deixou um solo enriquecido em matéria orgânica por uma<br />

densa trama de raizes mortas e outros residuos végétais.<br />

A formaçâo vegetal prédominante na regiâo é do tipo II B le: secundâria,<br />

inculta, herbâcea, capinzal (e).<br />

Nos altos, prédomina o capim jaraguâ (Hyparrhenia rufa), com<br />

manchas fréquentes de sapé (Imperata brasiliensis) e raras de gordura<br />

(Melinis minutiflora). Nas partes mais baixas dominam os capins angolinha<br />

(Panicum laxum) e murumbu (Panicum maximum). Ocorrem<br />

ainda exemplares dos gêneros Andropogon, Eragrostes, Leptochloa, etc.<br />

Além das gramineas, encontram-se, nestes relvados secundârios,<br />

muitas ervas subespontâneas, pertencentes, principalmente, as familias<br />

das ciperâceas, compostas, malvâceas, convolvulâceas, melastomatâceas<br />

e comelinâceas.<br />

A flora leguminosa herbâcea é numerosa, representada principalmente,<br />

por Zornia diphyla, Centrosema brasiliensis, Phaseolus semierectus,<br />

Vigna luteola, Desmodium incanum e Galactia jussieiana. Encontram-se,<br />

ainda com menor frequêneia, exemplares de Crotalaria<br />

striata, C. incana, Mimosa pudica, Schrankia leptocarpa e varias espécies<br />

de Cassia, Stylosanthes e Indigofera.<br />

g) Agricultura<br />

A ârea estudada pertenceu à Fazenda »Imperial de Santa Cruz que,<br />

segundo historiadores, foi, inicialmente (no século XVI), uma sesmaria<br />

de CRISTOVÂO MONTEIRO (d), prosperou durante o periodo colonial e no<br />

Império, e entrou em decadência logo após o advento da Repüblica.<br />

Embora tenham florescido, na antiga fazenda, que cobria uma extensâo<br />

de 12 léguas quadradas, diversas culturas tropicais, como as de


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 467<br />

cana, café e do arroz, conforme descreve PIRES BRANDÂO em seu interessante<br />

trabalho ainda näo publicado (d), näo hâ segurança se na area<br />

em estudo chegou, naquela época, a ser localizada alguma cultura. É<br />

certo que estas terras foram, durante longo tempo, ocupadas por pastagens<br />

que cobriam, alias, uma grande parte da Fazenda Imperial, cujos<br />

rebanhos chegaram a atingir, no século XVII, o impressionante numero<br />

de 13.000 cabeças de bovinos.<br />

A fraçâo da antiga Fazenda Imperial de Santa Cruz em que se instalou<br />

a Estaçâo Experimental Central do I.E.Exp.A. chamava-se, em<br />

1939, Fazenda Patioba.<br />

Existia ali um extenso laranjal, que ocupava näo só as elevaçôes<br />

mas a propria baixada. Embora nos primeiros fosse regular o desenvolvimento<br />

das laranjeiras, sua aparência era muito inferior na baixada,<br />

onde as condiçôes de drenagem e arejamento déficientes ofereciam<br />

urn ambiente impróprio as suas raizes.<br />

A nâo ser pelos laranjais entâo existentes, a ünica exploraçâo regular<br />

destas terras era, naquela época, representada por extensas pastagens<br />

de jaraguâ, nos altos, e capim de planta nos baixos, com pequenas<br />

manchas de capim gordura nas âreas mais sêcas .<br />

A predominância, ou quase exclusividade, da exploraçâo pastoril<br />

na regiâo, näo indicava, entretanto, que as pastagens constituissem a<br />

ûnica vegetaçao capaz de medrar em suas terras. É que, apesar da incidência<br />

de malaria, decorrente das precârias condiçôes de drenagem<br />

da baixada, näo permitiam, até hâ pouco, qualquer exploraçâo que se<br />

apoiasse em numeroso operariado.<br />

Com os trabalhos de saneamento levados a efeito pelo D.N.C.S.<br />

e principalmente em virtude da desobstrucäo da Vala do Pilôto, da<br />

abertura do canal do Piranema e da regularizaçâo do rio Guandu, diminuiu<br />

o indice malârico da regiâo e sera possïvel o seu povoamento<br />

com o braço necessârio ao desenvolvimento da lavoura.<br />

Pelo I.E.Exp.A. têm sido cultivados; com bons resultados, em<br />

carâter experimental, arroz, algodâo, gergelim, mandioca, guando, batata<br />

doce, girassol, trigo sarraceno e hortaliças.<br />

Entre as fruteiras, têm-se comportado bem na regiâo, além dos<br />

citrus, as mangueiras, bananeiras, goiabeiras, mamoeiros, abacateiros,<br />

(nos terrenos mais bem drenados). A amoreira végéta bem nas terras<br />

da zona estudada, conforme se verifica nas plantaçôes do I. Z. destinadas<br />

à criaçâo do bicho da sêda.<br />

2 — RESULTA<strong>DO</strong>S<br />

Sâo considerados no presente trabalho, como ficou esclarecido na<br />

Introduçâo, très grupos de perfis: o primeiro, representado por dois<br />

perfis (RJ 168 e RJ 169), localizados na baixada da Fazenda Patioba,<br />

proximo à Vala do Pilôto; o segundo representado pelos perfis RJ 170<br />

e RJ 171, situados na baixada drenada pelo Canal do Piranema e, finalmente,<br />

o terceiro, que constitui a Linha 3, formada pelos cinco perfis<br />

RJ 172 a RJ 176 .<br />

A — Representaçao individual.<br />

O estudo de cada perfil compreende:<br />

1 — Fôlha de descriçao dos caractères morfológicos;<br />

2 — Fôlha de anâlise fisico-mecânica;<br />

3 — Fôlha de anâlise quimica;<br />

4 — Fôlha de anâlise mineralógica;<br />

5 — Grâfico da representaçao volumétrica.


468 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Nos cinco perfis da Linha 3 figura ainda a ficha com o registro das<br />

observaçôes feitas no campo. Além disso, urn dos perfis (RJ 172), onde<br />

a trincheira alcançou a rocha-matriz, traz uma fôlha com a anâlise<br />

quimica do material esfoliado e de fragmentos extraidos da rocha, assim<br />

como sua classificaçâo e anâlise quantitativa dos minerais essenciais.<br />

PERFIL RJ 168<br />

COLETA:- 17/10/45<br />

AMOSTRAS: 23.664 a 23.672<br />

É o primeiro perfil de uma catena lateral que, ligando as Linhas I<br />

e II, atravessa a baixada da Patioba na altura dos perfis RJ 152 (linha<br />

I) e RJ 160 (linha II).<br />

A trincheira foi aberta entre 4 bananeiras, em terreno jâ lavrado<br />

mais de uma vez, e dista cêrca de 400 m da Linha IL<br />

A 15 métros corre uma vala do sistema de drenagem .<br />

Antigo laranjal; baixada plana, hoje coberta por capim de planta<br />

e cultivada com bananeiras.<br />

Descriçao das secçôes<br />

I 0 — 19 cm — Cinza muito escuro, arenosa, sôlta e pouco<br />

ümida. Raizes abundantes.<br />

II 19 — 52 cm — Cinza claro amarelada, arenosa, friâvel e<br />

mais sêca. Raizes reguläres.<br />

III 52 — 68 cm — Cinza com manchas côr de ferrugem;<br />

terra argilosa, firme e pouco plâstica; dura de cortar.<br />

Presença de calhaus e poucas raizes. Transiçâo<br />

entre II e IV.<br />

IV 68 — 75 cm — Cinzento com tonalidade violâcea e manchas<br />

amareladas; argilosa, ûmida, firme e plâstica;<br />

estrutura fragmentai; finamente porosa; algum<br />

quartzo com poucas pedras e raizes .De II até IV<br />

desce uma fenda cheia de material arenoso.<br />

V 95 — 130 cm — Côr idêntica, sem amarelo; argilosa, firme,<br />

menos plâstica e estrutura semelhante a IV; poucas<br />

raizes; mais quartzo, porém em grâos menores. Raras<br />

manchas de côr cinza esverdeada.<br />

VI 130 — 183 cm — Mesma côr que as anteriores, com maior<br />

ocorrência de manchas esverdeadas; muito mais<br />

ûmida e plâstica que V; argilosa com muito poucas<br />

raizes.<br />

VII 183 — 223 cm — Transiçâo de côr semelhante com manchas<br />

pardo amareladas; argilosa, com muito cascalho,<br />

firme e pouco plâstica; raizes raras. Manchas<br />

esverdeadas alternando com as pardas.<br />

VIII 223 — 312 cm — Manchado de verde azulado, côr de ferrugem<br />

e cinzento, com aspecto brilhante pela presença<br />

de grande quantidade de mica; textura limosa, aparência<br />

esponjosa e consistência friâvel, apesar de<br />

ùmido; plâstico, quando comprimido.<br />

IX 312 — 367 cm — Cinza ligeiramente esverdeado, rico em<br />

mica; encharcado.<br />

Obs. — Desbarrancamento de parte da trincheira mostrou a presença<br />

de largas veias verticals, cheias de material arenoso, que vâo até<br />

o comêço da seçâo VIII, parecendo provir de fendilhamento da argila<br />

na estaçâo sêca.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 469<br />

PERFIL: RJ 168<br />

Data: 18/10/45<br />

Amostras: 23.664/672<br />

Profundidade<br />

cm<br />

19<br />

52<br />

68<br />

95<br />

130<br />

183<br />

223<br />

312<br />

367<br />

Agua<br />

11.64<br />

5.49<br />

9.15<br />

12.75<br />

11.33<br />

13.36<br />

16.10<br />

28.15<br />

31.36<br />

Calhaus<br />

0<br />

0<br />

5.86<br />

0.80<br />

1.79<br />

1.70<br />

0.61<br />

0<br />

0<br />

Cascalho<br />

0.20<br />

3.30<br />

4.30<br />

3.05<br />

3.35<br />

3.50<br />

5.94<br />

0.62<br />

0<br />

Terra<br />

fina<br />

88.16<br />

91.21<br />

80.69<br />

83.40<br />

83.53<br />

81.44<br />

77.35<br />

71.23<br />

68.64<br />

Umidade<br />

residual<br />

2.83<br />

0.93<br />

3.23<br />

3.15<br />

2.76<br />

3.34<br />

4.30<br />

7.19<br />

5.79<br />

pH<br />

em âgua<br />

5.70<br />

5.90<br />

6.40<br />

6.60<br />

6.85<br />

6.75<br />

6.45<br />

6.20<br />

6.35<br />

emKCI n<br />

5.20<br />

5.40<br />

5.45<br />

5.50<br />

5.70<br />

5.45<br />

4.80<br />

4.20<br />

4.40<br />

Areia<br />

grossa<br />

46.72<br />

62.81<br />

58.06<br />

38.21<br />

42.13<br />

43.76<br />

37.54 .<br />

24.35<br />

22.76<br />

Areia<br />

fina<br />

36.19<br />

26.08<br />

10.11<br />

18.97<br />

18.26<br />

18.30<br />

21.71<br />

40.53<br />

51.23<br />

Limo<br />

11.94<br />

6.26<br />

6.82<br />

7.71<br />

7.68<br />

8.14<br />

12.54<br />

20.90<br />

19.11<br />

Argila<br />

5.15<br />

4.85<br />

25.01<br />

35.11<br />

31.93<br />

29.80<br />

28.21<br />

14.22<br />

6.90<br />

Classif.<br />

mecânica<br />

R<br />

R<br />

RT<br />

RG<br />

RG<br />

RG<br />

RG<br />

RT<br />

RT<br />

Argila<br />

natural<br />

2.26<br />

3.23<br />

26.66<br />

31.39<br />

24.89<br />

22.55<br />

22.36<br />

11.42<br />

7.43<br />

Indice de<br />

estrutura<br />

56.1<br />

33.4<br />

0<br />

10.6<br />

22.0<br />

24.3<br />

20.7<br />

19.7<br />

0<br />

Perda<br />

ao rubro<br />

4.12<br />

1.44<br />

4.23<br />

5.01<br />

4.30<br />

3.89<br />

4.81<br />

5.52<br />

5.35<br />

Ch<br />

16.84<br />

15.51<br />

31.26<br />

45.72<br />

38.21<br />

41.12<br />

43.33<br />

49.94<br />

39.66<br />

Hy<br />

2.82<br />

1.32<br />

5.93<br />

7.43<br />

7.22<br />

7.07<br />

8.77<br />

11.54<br />

9.40<br />

ELEVAÇAO HÎDRICA<br />

1 hora<br />

150<br />

165<br />

55<br />

65<br />

33<br />

42<br />

57<br />

61<br />

90<br />

1 dia<br />

330<br />

339<br />

. 68<br />

85<br />

177<br />

244<br />

220<br />

193<br />

347<br />

5 dias<br />

394<br />

402<br />

95<br />

128<br />

324<br />

347<br />

345<br />

410<br />

663<br />

^mm)<br />

Terminal<br />

414<br />

422<br />

105<br />

147<br />

409<br />

388<br />

'402<br />

577<br />

858.<br />

PESO ESPECIFICO<br />

aparentc<br />

1.25<br />

1.46<br />

1.35<br />

1.37<br />

1.41<br />

. 1.38<br />

1.33<br />

1.15<br />

1.06<br />

real<br />

2.46<br />

2.56<br />

2.52<br />

2.54<br />

2.49<br />

2.55<br />

2.49<br />

2.62<br />

2.60


470<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PERFIL: RJ 168<br />

Data: 18/10/45<br />

Amostras : 23.664/672<br />

COMPLEXO SORTIVO (ME%)<br />

Ca<br />

4.26<br />

1.50<br />

3.69<br />

4.14<br />

3.74<br />

4.20<br />

5.21<br />

14.36<br />

12.31<br />

• Mg<br />

1.47<br />

0.28<br />

1.41<br />

1.82<br />

1.76<br />

2.06<br />

2.95<br />

7.59<br />

6.33<br />

K<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.02<br />

0.01<br />

0.02<br />

0.01<br />

0.02<br />

0.10<br />

0.12<br />

S<br />

5.35<br />

1.72<br />

5.58<br />

6:35<br />

5.81<br />

6.41<br />

9.09<br />

23.44<br />

18.87<br />

H<br />

2.34<br />

0.63<br />

0.45<br />

0.35<br />

0.25<br />

0.24<br />

0.42<br />

0.68<br />

0.56<br />

T<br />

7.69<br />

2.35<br />

6.03<br />

6.70<br />

6.06<br />

6.65<br />

9.51<br />

24.12<br />

19.43<br />

V<br />

69.6<br />

73.2<br />

92.5<br />

99.3<br />

95.9<br />

96.4<br />

95.6<br />

97.2<br />

97.1<br />

Cl<br />

0.62<br />

0.69<br />

0.52<br />

0.46<br />

0.26<br />

0.36<br />

0.26<br />

0.32 .<br />

0.27<br />

HC<br />

CaO<br />

0.13<br />

0.06<br />

0.14<br />

0.18<br />

0.17<br />

0.18<br />

0.27<br />

0.71<br />

0.55<br />

D = 1.10<br />

K2O<br />

X<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.02<br />

0.08<br />

0.77<br />

1.04<br />

P2O5<br />

0.02<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.02<br />

0.03<br />

0.03<br />

0.07<br />

0.03<br />

SiO,<br />

3.23<br />

1.71<br />

1.86<br />

3.17<br />

2.31<br />

3.94<br />

6.38<br />

18.38<br />

18.22<br />

HC1<br />

A1,O3<br />

0.23<br />

0.07<br />

0.18<br />

1.55<br />

0.52<br />

1.73<br />

2.73<br />

7.14<br />

7.55<br />

D<br />

Fe<br />

0.<br />

0.<br />

0.<br />

0.<br />

0<br />

0<br />

1<br />

7<br />

7<br />

=<br />

2O3<br />

31<br />

20<br />

41<br />

41<br />

38<br />

83<br />

88<br />

42<br />

21<br />

1.19<br />

ki<br />

—<br />

—<br />

3.48<br />

7.55<br />

3.87<br />

3.97<br />

4.3S<br />

4.10<br />

kr<br />

—<br />

—<br />

2.97<br />

5.13<br />

2.96<br />

2.75<br />

2.63<br />

2.55<br />

1<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

c<br />

.12<br />

.23<br />

.11<br />

.07<br />

.03<br />

.02<br />

.01<br />

.04<br />

.02<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

N<br />

.14<br />

.06<br />

.04<br />

.03<br />

.02<br />

.02<br />

.02<br />

.02<br />

.04<br />

C/N<br />

8.0<br />

3.8<br />

2.8<br />

2.3<br />

1.3<br />

1.0<br />

0.5<br />

2.0<br />

0.5<br />

SiO2<br />

5.61<br />

3.03<br />

11.35<br />

14.15<br />

14.01<br />

13.43<br />

17.97<br />

29.74<br />

26.96<br />

A12O3<br />

1.98<br />

1.12<br />

7.76<br />

10.29<br />

9.88<br />

9.86<br />

11.59<br />

14.00<br />

12.61<br />

O4 D =<br />

Fe2O3<br />

0.72<br />

0.30<br />

1.65<br />

2.17<br />

2.06<br />

2.38<br />

3.44<br />

9.03<br />

8.58<br />

1.47<br />

ki<br />

4.83<br />

4.59<br />

2.49<br />

2.34<br />

2.41<br />

2.32<br />

2.04<br />

3.61<br />

3.63<br />

kr<br />

3.91<br />

3.91<br />

2.19<br />

2.06<br />

2.13<br />

2.01<br />

2.22<br />

2.56<br />

2.53


PERFIL: RJ 168<br />

Data: 18/10/45<br />

Âgua<br />

natural<br />

16.5<br />

8.6<br />

14.3<br />

20.4'<br />

18.5<br />

21.9<br />

26.5<br />

45.3<br />

48.5<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 471<br />

METROS<br />

Porös<br />

livres<br />

32.6<br />

33.5<br />

26.2<br />

24.6<br />

23.4<br />

22.5<br />

18.1<br />

10.6<br />

10.7<br />

ANÂLISE<br />

Quartzo<br />

22.0<br />

34.7<br />

29.1<br />

20.0<br />

22.8<br />

22.7<br />

19.0<br />

5.6<br />

3.7<br />

CÜBICOS / HECTARE<br />

Calhaus<br />

0<br />

0<br />

3.6<br />

0.5<br />

1.2<br />

1.1<br />

0.4<br />

0<br />

0<br />

Cascalho<br />

0.1<br />

2.0<br />

2.7<br />

1.9<br />

2.2<br />

2.2<br />

3.9<br />

0.4<br />

MINERALÖGICA DA<br />

Oligoclâsio<br />

X<br />

0.4<br />

X<br />

X<br />

0.2<br />

0.2<br />

0.2<br />

3.8<br />

4.3<br />

0<br />

Ortoclasio<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

0<br />

0<br />

Areia<br />

grossa<br />

23.7<br />

35.1<br />

29.1<br />

20.0<br />

23.0<br />

22.9<br />

19.2<br />

10.7<br />

9.3<br />

/ CENTÎMETRO<br />

Areia<br />

fina<br />

18.4<br />

14.6<br />

5.1<br />

10.0<br />

10,00<br />

9.5<br />

11.1<br />

17.7<br />

20.9<br />

AREIA GROSS A<br />

Biotita<br />

0<br />

0<br />

0'<br />

0<br />

0<br />

0<br />

X<br />

1.3<br />

1.3<br />

Limo<br />

6.1<br />

3.5<br />

3.4<br />

4.1<br />

4.2<br />

4.3<br />

6.4<br />

9.1<br />

7.8<br />

Amostras: 23.664/672<br />

Argila<br />

2.6<br />

2.7<br />

12.6<br />

18.5<br />

17.5<br />

15.6<br />

14.4<br />

6.2<br />

2.8<br />

(2 — 0,2 mm)<br />

Detritos<br />

végétais<br />

ANÂLISE MINERALÖGICA DAS PEDRAS (acima de 2 mm)<br />

Quartzo<br />

Quartzo. Ortoclasio (X); calcedônia (X).<br />

Quartzo. Ortoclasio (X)<br />

Quartzo. Ortoclasio (X); calcedônia (X).<br />

Quartzo. Calcedônia<br />

Quartzo. Ortoclasio<br />

Quartzo. Ortoclasio. Calcedônia<br />

•Quartzo. Oligoclâsio<br />

1.7<br />

X<br />

X<br />

X<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

fidade<br />

cm<br />

19<br />

52<br />

68<br />

95<br />

130<br />

183<br />

223<br />

312<br />

367<br />

So ma<br />

23.7<br />

35.1<br />

29.1<br />

20.0<br />

23.0<br />

22.9<br />

. 19.2<br />

10.7<br />

9.3<br />

0.1<br />

2.0<br />

6.3<br />

2.4<br />

3.4<br />

3.3<br />

4.3<br />

0.4


472 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PERFIL RJ 169<br />

COLETA: 26/10/45<br />

AMOSTRAS: 23.677/23.686<br />

Segundo perfil da catena lateral da Patioba, proximo à Linha I, na<br />

altura do perfil RJ 152. Baixada plana, com dominância de capim de<br />

planta e exemplares de malvâceas, ciperâceas e erva canudo. Agua brotando<br />

na trincheira, a partir de 152 cm.<br />

Descrigäo das secgöes<br />

I 0 — 20 cm — Cinza com manchas escuras (camada lavrada),<br />

arenosa, friâvel e porosa; torröes de 1-2 cm.<br />

Raizes abundantes.<br />

II 20 — 53 cm — Pardo-acinzentada, arenosa, friâvel, sem<br />

estrutura; muito porosa e poucas raizes.<br />

III 53 — 130 cm — Fundo cinzento-claro com manchas ocreavermelhadas,<br />

difusas e em forma de linguas; arenosa,<br />

com alguma argila, friâvel, muito porosa e sem<br />

estrutura. Poucas raizes. A seçâo vai se tornando<br />

progressivamente argilosa, com tonalidade azul-violâcea<br />

e menos manchas.<br />

IV 130 — 150 cm — Cinza violâceo com manchas ocre-avermelhadas<br />

mais nitidas; areia argilosa, sem estrutura,<br />

firme e pouco porosa. Muito poucas raizes.<br />

•V 150 — 180 cm — Cinza claro-violâcea com manchas ocreavermelhadas,<br />

nitidas; areia mais argilosa, sem estrutura,<br />

mais firme e um pouco mais plâstica; raizes<br />

raras .Encontradas nesta seçâo uma pedra rolada de<br />

5 cm e uma raiz morta. Olhos d'âgua no limite<br />

com VI.<br />

VI 180 — 210 cm — Cinza com violâceo mais intenso; areia argilosa,<br />

mais grosseira, sem estrutura, porosa, pouco<br />

firme e raras raizes.<br />

VII 210 — 256 cm — Areia cinzenta com manchas ocre acentuando-se<br />

para o fundo. Molhada.<br />

VIII 256 — 290 cm — Areia argilosa, dum cinzento levemente<br />

azulado, misturada com amarelo-ocre. Cascalho no<br />

fundo.<br />

IX 290 — 325 cm — Argila arenosa com pequenos calhaus;<br />

relo-ocre, com alguma mistura de azul na parte inferior<br />

da seçâo.<br />

X 325 — 371 cm — Argila amarela misturada com azul esverdeado<br />

e pontos vermelhos. Molhada.<br />

XI 371 — 433 cm — Material muito misturado de azul, amarelo<br />

e vermelho. Muito molhado. Alguma mica presente.<br />

XII 433 — 488 cm — Idêntica à anterior.<br />

XIII 488 — 550 cm — Material misturado com mica, relativamente<br />

sêco e talvez impurificado por material das<br />

paredes.<br />

Obs. — Para a anâlise foram reunidas as seçôes VIII e IX —<br />

(= VIII — N.° 23.684); X e XI (= IX — N.° 23.685) e XII e XIII<br />

. (= X —N.o 23.686).


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 473<br />

PERFIL: RJ 169<br />

Data: 1/11/45<br />

Amostras: 23.677/686<br />

Profundidade<br />

cm<br />

20<br />

53<br />

130<br />

150<br />

180<br />

210<br />

256<br />

325<br />

433<br />

550<br />

Ägua<br />

5.48<br />

6.73<br />

10.19<br />

10.00<br />

13.83<br />

14.00<br />

12.83<br />

27.24<br />

33.46<br />

33.94<br />

Calhaus<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0.79<br />

0<br />

0<br />

1.91<br />

0<br />

0<br />

Cascalho<br />

0.56<br />

0.77<br />

2.50<br />

2.23<br />

2.29<br />

2.39<br />

1.52<br />

1.40<br />

0<br />

0<br />

Terra<br />

fna<br />

93.96<br />

92.50<br />

87.31<br />

87.77<br />

83.09<br />

83.61<br />

85.65<br />

69.45<br />

66.54<br />

66.06<br />

Umidade<br />

residual<br />

0.50<br />

0.52<br />

1.24<br />

2.36<br />

3.05<br />

1.34<br />

1.22<br />

3.27<br />

5.82<br />

5.09<br />

pH<br />

em âgua<br />

4.45<br />

4.20<br />

4.15<br />

4.20<br />

4.25<br />

4.20<br />

4.20<br />

4.30<br />

4.35<br />

4.60<br />

emKCI n<br />

3.80<br />

3.70<br />

3.65<br />

3.60<br />

3.60<br />

3.60<br />

3.65<br />

3.50<br />

3.45<br />

3.20<br />

Areia<br />

grossa<br />

02.28<br />

56.16<br />

58.44<br />

41.58<br />

47.88<br />

58.60<br />

55.33<br />

32.00<br />

18.81<br />

26.41<br />

Areia<br />

fina<br />

28.27<br />

32.58<br />

19.69<br />

17.56<br />

17.36<br />

16.87<br />

23.34<br />

26.44<br />

38.07<br />

40.09<br />

.Limo<br />

3.62<br />

3.22<br />

0.61<br />

1.02<br />

1.86<br />

1.22<br />

2.02<br />

13.23<br />

26.12<br />

21.70<br />

Argila<br />

5.83<br />

8.04<br />

21.26<br />

39.84<br />

32.90<br />

23.31<br />

19.31<br />

28.33<br />

16.99<br />

11.80<br />

Classif.<br />

mecânica<br />

R<br />

R<br />

RG<br />

RG<br />

R<br />

R<br />

RG<br />

RL<br />

RT<br />

Argila<br />

natural<br />

2.81<br />

4.82<br />

13.77<br />

0.41<br />

0.62<br />

0.08<br />

1.21<br />

16.13<br />

14.23<br />

10.54<br />

Indice de<br />

estrutura<br />

51.8<br />

40.0<br />

35.2<br />

99.0<br />

98.1<br />

99.7<br />

93.7<br />

43.1<br />

16.2<br />

10.7<br />

Perda'<br />

ao rubro<br />

1.86<br />

. 1.66<br />

3.11<br />

5.43<br />

3.17<br />

3.14<br />

2.49<br />

6.18<br />

9.03<br />

8.89<br />

Ch •<br />

19.66<br />

19.50<br />

14.76<br />

21.69<br />

19.52<br />

12.90<br />

14.72<br />

34.64<br />

48.33<br />

43.28<br />

Hy<br />

1.17<br />

1.58<br />

4.94<br />

8.56<br />

6.91<br />

5.57<br />

4.07<br />

7.88<br />

10.72<br />

9.57<br />

ELEVAÇAO HlDRICA<br />

1 hora<br />

215 -<br />

189<br />

223<br />

238<br />

234<br />

262<br />

236<br />

80<br />

40<br />

59<br />

1 dia<br />

294<br />

327<br />

410<br />

447<br />

443<br />

489<br />

449<br />

337<br />

295<br />

398<br />

5 dias<br />

314<br />

385<br />

473<br />

535<br />

510<br />

590<br />

495<br />

545<br />

598<br />

724<br />

mm)<br />

Terminal<br />

319<br />

403<br />

492<br />

563<br />

530<br />

622<br />

508<br />

644<br />

805<br />

910<br />

PESO ESPECÏFICO<br />

aparente<br />

1.51<br />

1.42<br />

1.24<br />

1.15<br />

1.21<br />

1.31<br />

1.32<br />

1.19<br />

0.97<br />

0.99<br />

real<br />

2.67<br />

2.69<br />

2.60<br />

2.62<br />

2.60<br />

2.61<br />

2.53<br />

2.63<br />

2.59<br />

2.63


474 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PERFIL: RJ 169<br />

Data: 1/11/45<br />

Ca<br />

0.26<br />

0.20<br />

0.08<br />

0.12<br />

0.09<br />

0.10<br />

0.18<br />

1.67<br />

5.14<br />

' 6.65<br />

Mg<br />

0.23<br />

0.24<br />

0.27<br />

0.50<br />

0.54<br />

0.46<br />

0.60<br />

2.74<br />

5.68<br />

6.04<br />

COMP LEXO SORTIVO (ME%)<br />

0<br />

K<br />

0<br />

0.01<br />

0.04<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.04<br />

0.05<br />

0.07<br />

0.14<br />

S<br />

0.60<br />

0.45<br />

0.23<br />

0.41<br />

0.57<br />

0.49<br />

0.50<br />

4.20<br />

11.63<br />

12.85<br />

H<br />

2.28<br />

1.87<br />

2.94<br />

4.31<br />

3.54<br />

2.55<br />

1.92<br />

4.64<br />

6.98<br />

4.59<br />

T<br />

2.88<br />

2.32<br />

3.17<br />

4.72<br />

4.11<br />

3.04<br />

2.42<br />

8.84<br />

18.61<br />

17.44<br />

HC1 D 1.10 HC1 D = 1.19<br />

CaO<br />

0.02<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.06<br />

0.20<br />

0.25<br />

c<br />

0.68<br />

0.33<br />

0.15<br />

0.15<br />

0.10<br />

0.07<br />

0.05<br />

0.06<br />

0.11<br />

0.09<br />

K2O<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.02<br />

0.17<br />

0.42<br />

N<br />

0.07<br />

0.06<br />

0.04<br />

0.04<br />

0.03<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.03<br />

0.02<br />

P2O5<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.03<br />

0.11<br />

0.23<br />

C/N<br />

9.7<br />

5.5<br />

3.8<br />

3.8<br />

3.3<br />

3.5<br />

2.5<br />

3.0<br />

3.7<br />

4.5<br />

SiO2<br />

1.28<br />

1.58<br />

1.57<br />

2.56<br />

2.68<br />

1.93<br />

1.57<br />

5.53<br />

12.55<br />

12.37<br />

SiO-2<br />

2.72<br />

3.31<br />

9.00<br />

15.57<br />

11". 72<br />

9.01<br />

8.16<br />

18.93<br />

29.89<br />

28.91<br />

A1,O3<br />

0.11<br />

0.11<br />

0.71<br />

1.96<br />

2.35<br />

1.47<br />

0.32<br />

3.56<br />

7.77<br />

8.30<br />

A12O3<br />

1.57 •<br />

2.07<br />

6.84<br />

11.26<br />

8.77<br />

6.70<br />

5.84<br />

12.96<br />

18.62<br />

18.01<br />

Fe2O3<br />

0.30<br />

0.40<br />

1.32<br />

1.67<br />

1.44<br />

0.41<br />

1.39<br />

5.40<br />

9.75<br />

11.41<br />

H2SO4 D = 1.47<br />

FeoOa<br />

0.30<br />

0.45<br />

1.92<br />

2.86<br />

2.06<br />

1.32<br />

2.23<br />

7.69<br />

11.87<br />

13.67<br />

Amostras : 23.677/686<br />

V<br />

20.8<br />

19.4<br />

7.3<br />

8.7<br />

13.9<br />

16.1<br />

20.7<br />

47.5<br />

62.5<br />

73.7<br />

ki<br />

3.76<br />

2.22<br />

1.94<br />

2.23<br />

8.34<br />

2.64<br />

2.75<br />

2.53<br />

ki<br />

2.95<br />

2.72<br />

2.24<br />

2.35<br />

2.27<br />

2.29<br />

2.37<br />

2.48<br />

2.73<br />

2.73<br />

Cl<br />

0.40<br />

0.55<br />

0.71<br />

1.08<br />

0.83<br />

0.51<br />

0.56<br />

0.93<br />

1.01<br />

1.16<br />

kr<br />

1.71<br />

1.44<br />

1.40<br />

1.89<br />

3.01<br />

1.34<br />

1.53<br />

1.35<br />

kr<br />

2.63<br />

2.38<br />

1.90<br />

2.02<br />

1.98<br />

2.03<br />

1.91<br />

1.80<br />

1.94<br />

1.84


PERFIL: RJ 169<br />

Data: 1/11/45<br />

Ägua<br />

natural<br />

8.S<br />

10.3<br />

14.3<br />

13.0<br />

19.8<br />

21.6<br />

19.6<br />

45.7<br />

48.8<br />

50.8<br />

Quartzo<br />

35.1<br />

29.5<br />

27.5<br />

18.0<br />

21.9<br />

29.0<br />

28.6<br />

14.2<br />

4.3<br />

4.4<br />

Quartzo. .<br />

Quartzo. .<br />

Quartzo. .<br />

Quartzo. .<br />

Quartzo. . .<br />

Quartzo. .<br />

Quartzo. .<br />

Quartzo. . .<br />

Quartzo. . .<br />

Quartzo. . .<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 475<br />

METROS CÜBICOS / HECTARE<br />

Poros<br />

livres<br />

34.6<br />

36.8<br />

37.3<br />

42.6<br />

32.6<br />

27.5<br />

27.8<br />

7.8<br />

13.6<br />

11.6<br />

Calhaus<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0.4<br />

0<br />

0<br />

1.2<br />

0<br />

0<br />

Cascalho<br />

0.3<br />

0.4<br />

1.3<br />

1.1<br />

1.3<br />

1.4<br />

0.9<br />

0.9<br />

Analise mineralogica<br />

Biotita<br />

(alterada)<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

o-<br />

0<br />

0<br />

X<br />

2.8<br />

5.5<br />

0<br />

0<br />

Areia<br />

grossa<br />

35.1<br />

29.5<br />

27.5<br />

18.0<br />

21.9<br />

29.0<br />

28.6<br />

14.2<br />

7.1<br />

9.9<br />

/ CENTIMETRO<br />

. Areia<br />

fina<br />

15.9<br />

17.1<br />

9.3<br />

7.6<br />

8.0<br />

8.4<br />

12.1<br />

11.7<br />

14.3<br />

15.1<br />

da areia grossa<br />

Oligoclâsio<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

X<br />

X<br />

Limo<br />

2.0<br />

1.7<br />

0.3<br />

0.4<br />

0.9<br />

0.6<br />

1.0<br />

5.9<br />

9.8<br />

8.2<br />

Amostras : 23.677/686<br />

Argila<br />

3.3<br />

4.2<br />

10.0<br />

17.3<br />

15.1<br />

11.5<br />

10.0<br />

12.6<br />

6.4<br />

4.4<br />

(2-0,2 cm)<br />

Limonita<br />

Ilmenita<br />

Analise mineralogica das pedras (acima de 2 mm)<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

X<br />

X<br />

X<br />

Profundidade<br />

cm<br />

20<br />

53<br />

130<br />

150<br />

180<br />

210<br />

256<br />

325<br />

433<br />

550<br />

Soma<br />

35.1<br />

29.5<br />

27.5<br />

18.0<br />

21.9<br />

29.0<br />

28.6<br />

14.2<br />

7.1<br />

9.9<br />

0.3<br />

0.4<br />

1.3<br />

1.1<br />

1.7<br />

1.4<br />

0.9<br />

2.1<br />

0<br />

0


476<br />

AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong>. REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PERFIL RJ 170<br />

COLETA: 28/12/45<br />

AMOSTRAS: 23.724/23.731<br />

Perfil isolado, colhido em baixada rica em matéria orgânica para<br />

comparaçâo com os solos das zonas mais drenadas. O local escolhido<br />

foi urn tabual (Tipha domingensis Pers.) situado à margem do Canal da<br />

Ecologia, na altura aproximada da marca 220 métros. As seçôes do perfil<br />

foram colhidas com o trado em ponto distante 30 m da borda do<br />

canal e 100 m mais ou menos do limite do tabual, junto ao morro.<br />

Descrigäo das seçôes:<br />

I 0 — 15 cm — Amostra superficial, constituida principalmente<br />

de raizes e talos emaranhados; ûmida,<br />

prêta. Colhida com a pâ de corte; nâo foi analisada.<br />

II 15 — 21 cm — Cinza escura, ûmida, plâstica, com menos<br />

raizes.<br />

III 21 — 80 cm — Cinzento plümbeo, argilosa, muito ümida,<br />

plâstica, com raizes.<br />

IV 80 — 132 cm — Material idêntico ao de III, escurecendo<br />

para o f undo. Ägua jorrando lateralmente no buraco.<br />

V 132 — 187 cm — Cinza mais escuro com alguns pontos<br />

pardos ferruginosos; na parte inferior aumentam as<br />

manchas, ao mesmo tempo que clareia o material<br />

cinzento. A presença da âgua no fundo da perfuraçâo<br />

nâo afeta sensivelmente o material colhido.<br />

VI 187 — 232 cm — Cinza amarelado, com um pouco de areia<br />

fina. Semelhante ao anterior.<br />

VII 232 — 284 cm — Argila arenosa, cinzenta com menos manchas<br />

amarelas; aparece na parte inferior tonalidade<br />

azul esverdeada.<br />

VIII 284 — 336 cm — Coloraçâo mais uniforme, cinza levemente<br />

azul-violâceo com alguns pontos violâceos; presença<br />

de algum cascalho fino e menos areia em cima que<br />

em baixo.


PERFIL: RJ 170<br />

Data: 2/1/46<br />

Profund.<br />

cm<br />

15<br />

21<br />

80<br />

132<br />

187<br />

232<br />

284<br />

336<br />

Aroia<br />

grossa<br />

8.00<br />

0.53<br />

0.42<br />

1.33<br />

2.70<br />

6.20<br />

20.43<br />

76.12<br />

53.70<br />

50.80<br />

46.03<br />

40.27<br />

32.30<br />

34.20<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 477<br />

Âgua<br />

78.08<br />

60.85<br />

35.08<br />

39.40<br />

31.63<br />

30.20<br />

25.09<br />

24.81<br />

Areia<br />

fina<br />

14.08<br />

0.52<br />

0<br />

7.77<br />

30.76<br />

43.57<br />

20.52<br />

H,<br />

19.43<br />

22.39<br />

21.23<br />

18.80<br />

14.12<br />

10.14<br />

11.37<br />

Calhaus<br />

—<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0.10<br />

Limo<br />

23.40<br />

15.15<br />

9.81<br />

13.37<br />

19.19<br />

17.30<br />

18.24<br />

Cascalho<br />

—<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

o •<br />

0.20<br />

2.33<br />

Argila<br />

54.52<br />

83.80<br />

89.77<br />

77.53<br />

47.35<br />

32.93<br />

• 40.81<br />

Terra<br />

fina<br />

—<br />

39.15<br />

64.92<br />

60.60<br />

68.37<br />

69.80<br />

74.71<br />

72.76<br />

Clâssif.<br />

mecânica<br />

GT<br />

G<br />

G<br />

G<br />

TG<br />

TR<br />

TRG<br />

Umidade<br />

residual<br />

—<br />

6.83<br />

6.29<br />

6.26<br />

5.33<br />

4.82<br />

4.05<br />

4.60<br />

Argila<br />

• natural<br />

20.18<br />

7.68<br />

1.71<br />

3.17<br />

31.52<br />

26.37<br />

30.82<br />

Amostras: 23.724/731<br />

em âgua<br />

—<br />

4.60<br />

4.35<br />

4.15<br />

4.10<br />

4.50<br />

4.90<br />

5.55<br />

Indice de<br />

estrutura<br />

63.0<br />

90.8<br />

98.1<br />

95.9<br />

33.4<br />

19.9<br />

24.5<br />

pH<br />

emKCI n<br />

—<br />

3.80<br />

3.60<br />

3.40<br />

3.30<br />

3.60<br />

3.90<br />

4.65<br />

Perda<br />

ao rubro<br />

ELEVAÇAO HlDRICA (mm) PESO ESPECÎFICO<br />

1 hora<br />

99<br />

43<br />

40<br />

49<br />

47<br />

43<br />

66<br />

1 dia<br />

225<br />

170<br />

224<br />

187<br />

165<br />

194<br />

266<br />

5 dias<br />

281<br />

303<br />

392<br />

367<br />

350<br />

367<br />

452<br />

Terminal<br />

300<br />

377<br />

482<br />

483<br />

486<br />

472<br />

548<br />

aparente<br />

0.69<br />

0.98<br />

1.06<br />

1.10<br />

1.18<br />

1.23<br />

1.21<br />

22.60<br />

13.52<br />

12.87<br />

11.27<br />

real<br />

7.88<br />

5.55<br />

5.84<br />

2.22<br />

2.47<br />

2.53<br />

2.56<br />

2.55<br />

2.56<br />

2.53


478 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PERPIL: RJ 170<br />

Data: 2/1/46<br />

Ca<br />

7.60<br />

6.09<br />

6.02<br />

5.48<br />

5.15<br />

4.70<br />

4.84 '<br />

CaO<br />

0.24<br />

0.19<br />

0.21<br />

0 20<br />

0.20<br />

0.17<br />

0.18<br />

C<br />

6.53<br />

1.12<br />

0.89<br />

0.68<br />

0.30<br />

0.16<br />

0.18<br />

HCI<br />

Mg<br />

3.60<br />

4.15<br />

4.27<br />

4.01<br />

4.07<br />

3.66<br />

3.64<br />

D = 1.10<br />

K2O<br />

0.07<br />

0.02<br />

0.02<br />

0 01<br />

0.04<br />

0.05<br />

0.03<br />

N<br />

0 .61<br />

0 .14<br />

0 .09<br />

0 .07<br />

0 .06<br />

0 .04<br />

0 .03<br />

COMPLEXO SORTIVO (ME%)<br />

K<br />

0.28<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.04<br />

P2O5<br />

0.21<br />

0.05<br />

0.03<br />

0 03<br />

0.06<br />

0.04<br />

0.04<br />

C/N<br />

10.7<br />

8.0<br />

9.9<br />

9.7<br />

6.0<br />

4.0<br />

6.0<br />

S<br />

11.7<br />

9.23<br />

9.85<br />

9.75<br />

8.93<br />

8.75<br />

8.68<br />

SiO2<br />

15.24<br />

9.28<br />

5.65<br />

5 55<br />

6.48<br />

7.45<br />

4.87<br />

SiO2<br />

31.66<br />

37.56<br />

34.35<br />

29.68<br />

21.64<br />

17.93<br />

19.71<br />

H<br />

19.26<br />

5.09<br />

6.08<br />

6.72<br />

2.71<br />

1.53<br />

1.21<br />

A12O3<br />

8.89<br />

6.58<br />

5.26<br />

4 71<br />

4.31<br />

4.46<br />

•3.06<br />

AI2O3<br />

19.85<br />

27.96<br />

26.58<br />

22.46<br />

15.86<br />

11.68<br />

12.80<br />

HCI<br />

H2SO4<br />

T<br />

30.98<br />

14.32<br />

15.93<br />

16.47<br />

11.64<br />

10.28<br />

9.89<br />

D =<br />

Fe2O3<br />

1.82<br />

0.85<br />

0.64<br />

1.90<br />

3.25<br />

1.98<br />

0.84<br />

D =<br />

Fe2O3<br />

3.64<br />

3.51<br />

2.98<br />

4.48<br />

5.14<br />

3.64<br />

2.26<br />

Amostras: 23.724/731<br />

1.19<br />

1.47<br />

V<br />

37.8<br />

64.5<br />

61.8<br />

59.2<br />

76.7<br />

85.1<br />

87.8.<br />

ki<br />

2.91<br />

2.40<br />

1.83<br />

2.00<br />

2.56<br />

2.84<br />

2.71<br />

ki<br />

2.71<br />

2.28<br />

2.20<br />

2.25<br />

2.32<br />

2.61<br />

2.62<br />

Cl<br />

1.29<br />

0.80<br />

0.89<br />

0.24<br />

0.32<br />

0<br />

0.63<br />

kr<br />

0 .88<br />

2 .22<br />

1 .69<br />

1 .59<br />

1.73<br />

2 .21<br />

2 .30<br />

kr<br />

2.43<br />

2.11<br />

2.05<br />

1.99<br />

1.92<br />

2.18<br />

2.32


PERFIL: RJ 170<br />

Data: 2/1/46<br />

Agua<br />

natural<br />

—<br />

68.9<br />

53.0<br />

58.1<br />

50.9<br />

51.1<br />

41.3<br />

40.6<br />

Quartzo<br />

0.10<br />

0.06<br />

0.13<br />

0.40<br />

0.83<br />

2.37<br />

8.25<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 479<br />

METROS CUBICOS / HECTARE<br />

Poros<br />

livres<br />

0<br />

—<br />

7.3<br />

0<br />

6.2<br />

2.6<br />

10.6<br />

10.7<br />

Calhaus<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0.1<br />

—<br />

Casealho<br />

—<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0.1<br />

1.5<br />

Areia<br />

grossa<br />

—<br />

2.5<br />

0.2<br />

0.2<br />

0.6<br />

1.3<br />

3.0<br />

9.6<br />

/ CENTIMETRO<br />

Areia<br />

fÏBâ<br />

—<br />

4.3<br />

0.2<br />

0<br />

3.3<br />

14.2<br />

20.9<br />

9.7<br />

Limo<br />

—<br />

7.3<br />

6.0<br />

4.1<br />

5.7<br />

8.9<br />

8.3<br />

8.6<br />

Amostras: 23.724/731<br />

Argila<br />

Analise mineralogica da areia grossa (2-0,2 cm)<br />

Microclina<br />

0<br />

X<br />

X<br />

0.02<br />

0.12<br />

0.21<br />

0.48<br />

Oligoclasio<br />

0<br />

X<br />

X<br />

0.05<br />

0.14<br />

0.24<br />

0.77<br />

Substânciaargilohumica<br />

1.80<br />

0.05<br />

0.02<br />

0.07<br />

0.13<br />

0.18<br />

0<br />

Biotita<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

0.10<br />

Substânciaferruginosa<br />

0<br />

X<br />

X<br />

0.01<br />

0.04<br />

0<br />

0<br />

Dctritos<br />

végétais<br />

0.60<br />

0.09<br />

0.05<br />

0.05<br />

0.04<br />

Analise mineralogica das pedras (acima de 2 mm)<br />

Quartzo. Microclina. Oligoclâsio (X) Substância argilosa<br />

Quartzo. Microclina. Oligoclâsio (X)<br />

X<br />

0<br />

—<br />

17.0<br />

3.33<br />

37.6<br />

33.3<br />

21.9<br />

15.8<br />

19.2<br />

Carvâo<br />

X<br />

X<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

Profundidadc<br />

cm<br />

15<br />

21<br />

80<br />

132<br />

187<br />

232<br />

284<br />

336<br />

Sonia<br />

2.50<br />

0.2<br />

0.2<br />

0.6<br />

1.3<br />

3.0 "<br />

9.6<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0.1<br />

0.6


480 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PERFIL RJ 171<br />

COLETA: 22/2/46<br />

AMOSTRAS: 23.772/23.777<br />

Trincheira aberta na margem do Canal da Ecologia, a 1.140 m da<br />

confluência com o Piranema, em frente ao arrozal. Solo muito ümido,<br />

em virtude de ter chovido na véspera.<br />

Descricäo das secöes:<br />

I 0 —19 cm — Prêto-acinzentada, argilo-humosa, encharcada,<br />

plâstica, compacta e com muitas raizes.<br />

II 19 — 92 cm — Cinza claro, com manchas ocres difusas,<br />

passando gradualmente a cinza-violâceo, argilosa,<br />

plâstica, e poucas raizes. As manchas ocres têm origem<br />

nas raizes mortas, sendo mais intensas no meio<br />

da seçâo.<br />

III 92 — 128 cm — Cinza violâceo-escuro com manchas ferruginosas,<br />

plâstica, quase sem raizes. Mais compacta e<br />

sêca que a anterior.<br />

IV 128 — 170 cm — Cinza violâceo-claro com manchas ocreamarelas,<br />

nitidas; argilosa, plâstica, mais ümida e<br />

raras raizes.<br />

V 170 — 196 cm — Cinza claro com leve tonalidade azul, sem<br />

manchas; mais ümida, com raizes mortas. Zona de<br />

transiçâo entre o material plâstico e a seçâo arenosa<br />

subjacente.<br />

VI 196 — 262 cm — Areia grossa, amarelada .Colhida com o trado,<br />

achando-se o nivel da âgua a 30 cm do fundo.


PERFIL: RJ 171<br />

Data: 11/3/46<br />

Profundidade<br />

cm<br />

19<br />

92<br />

128<br />

170<br />

196<br />

262<br />

Areia<br />

grossa<br />

3.15<br />

1.09<br />

5.50<br />

10.66<br />

31.99<br />

92.14<br />

Ch<br />

63.23<br />

46.88<br />

38.53<br />

30.90<br />

21.41<br />

8.05<br />

— 31 —<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 481<br />

Ägua<br />

37.76<br />

29.20<br />

23.31<br />

19.21<br />

13.22<br />

17.11<br />

Areia<br />

fina<br />

11.32<br />

5.72<br />

18.43<br />

30.27<br />

34.49<br />

Hy<br />

4.65<br />

14.36<br />

14.86<br />

12.96<br />

9.66<br />

6.92<br />

0.79<br />

Calhaus<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

Limo<br />

23.42<br />

10.14<br />

7.33<br />

8.53<br />

5.11<br />

0<br />

1 hora<br />

Cascalho<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0.48<br />

Argila<br />

62.11<br />

83.05<br />

68.74<br />

50.54<br />

28.41-<br />

3.21<br />

Terra<br />

fina<br />

62.24<br />

70.80<br />

76.69<br />

80.79<br />

86.78<br />

82.41<br />

Classif.<br />

mecânica<br />

GT<br />

G<br />

GT<br />

GR<br />

RG<br />

11<br />

ELEVAÇAO HÏDRICA<br />

87<br />

77<br />

115<br />

139<br />

228<br />

197<br />

1 dia<br />

218<br />

322<br />

432<br />

479<br />

507<br />

228<br />

5 dias<br />

254<br />

443<br />

638<br />

709<br />

618<br />

295<br />

Umidade<br />

residual<br />

6.93<br />

5.36<br />

4.56<br />

. 3.85<br />

2.16<br />

0.27<br />

Argila<br />

natural<br />

(mm)<br />

29! 23<br />

32.54<br />

0.42<br />

0.83<br />

3.68<br />

3.21<br />

Terminal<br />

265<br />

.489<br />

724<br />

806<br />

654<br />

318<br />

Amostras: 23.772/777<br />

cm âgua<br />

4.80<br />

4.70<br />

4.40<br />

4.20<br />

4.70<br />

6.10<br />

Indice de<br />

estrutura<br />

52.9<br />

60.8<br />

99.4<br />

98.4<br />

87.0<br />

0<br />

pH<br />

emKCI n<br />

4.05<br />

3.70<br />

3.45<br />

3.45<br />

3.95<br />

6.15<br />

Perda<br />

ao rubro<br />

17.55<br />

12.08<br />

9.94^<br />

6.57<br />

3.77<br />

0.43<br />

PESO ESPECiFICO<br />

aparente<br />

0.88<br />

1.02<br />

1.08<br />

1.16<br />

1.23<br />

1.38<br />

real<br />

2.31<br />

2.49<br />

2.53<br />

2.58<br />

2.64<br />

2.63


482 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PERFIL: RJ 171<br />

Data: 11/3/46<br />

Amostras: 23.772/777<br />

COMPLEXO SORTIVO (ME %)<br />

Ca<br />

6.01<br />

3.63<br />

2.83<br />

2.07<br />

1.66<br />

0.51<br />

Mg<br />

3.77<br />

3.01<br />

2.35<br />

2.01<br />

1.66<br />

0.48<br />

K<br />

0.54<br />

0.06<br />

0.03<br />

0.03<br />

0<br />

0<br />

S<br />

10.00<br />

6.64<br />

4.72<br />

3.92<br />

2.91<br />

0.53<br />

H<br />

11.41<br />

4.11<br />

4.32<br />

3.36<br />

0.85<br />

0.17<br />

T<br />

21.41<br />

10.75<br />

9.04<br />

7.28<br />

3.76<br />

0.70<br />

V<br />

46.7<br />

61.8<br />

52.2<br />

53.8<br />

77.4<br />

75.7<br />

Cl<br />

1.86<br />

1.74<br />

1.66<br />

1.18<br />

0.61<br />

0.38<br />

HC1<br />

CaO<br />

0.20<br />

0.12<br />

" 0.09<br />

0.06<br />

0.06<br />

0.02<br />

D = 1.<br />

K2O<br />

0.11<br />

0.07<br />

0.05<br />

0.04<br />

0.01<br />

0.01<br />

10<br />

P2O5<br />

0.15<br />

0.07<br />

0.04<br />

0.04<br />

0.02<br />

0.01<br />

SiO2<br />

9.67<br />

7.63<br />

5.92<br />

4.46<br />

2.56<br />

0.60<br />

Al<br />

7<br />

7<br />

5<br />

4<br />

1<br />

0<br />

HCI<br />

O3<br />

47<br />

45<br />

99<br />

02<br />

53<br />

15<br />

D =<br />

Fe2O3<br />

1.50<br />

2.08<br />

1.62<br />

2.42<br />

0.41<br />

0.27<br />

1.19<br />

2<br />

1<br />

1<br />

1<br />

2<br />

6<br />

ki<br />

.20<br />

.74<br />

.68<br />

.89<br />

.84<br />

.80<br />

1<br />

1.<br />

1.<br />

1.<br />

1.<br />

1.<br />

3.<br />

;r<br />

95<br />

48<br />

43<br />

36<br />

00<br />

13<br />

C<br />

3.71<br />

0.64<br />

0.41<br />

0.26<br />

0.09<br />

0.02<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

N<br />

.42<br />

.10<br />

.06<br />

.04<br />

.04<br />

.02<br />

C/N<br />

8.8<br />

6.4<br />

6.8<br />

6.5<br />

2.3<br />

1.0<br />

SiO2<br />

31.83<br />

35.11<br />

28.70<br />

21.59<br />

11.96<br />

1.80<br />

Al<br />

22<br />

26<br />

23<br />

16<br />

8<br />

1<br />

H2SO4<br />

2O3<br />

.49<br />

.82<br />

.65<br />

.37<br />

79<br />

.11<br />

D =<br />

Fc2O3<br />

3.21<br />

4.43<br />

3.55<br />

4.25<br />

1.23<br />

2.41<br />

1.47.<br />

ki<br />

2.41<br />

2.23<br />

2.06<br />

2.24<br />

2.31<br />

2.76<br />

kr<br />

2.21<br />

2.01<br />

1.88<br />

1.92<br />

2.12<br />

1.16


PERFIL: RJ 171<br />

Data: 11/3/46<br />

Âgua<br />

natural<br />

53.4<br />

42.1<br />

32.8<br />

27.6<br />

18.7<br />

28.5<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 483<br />

METROS CUBICOS / HECTARE<br />

Poros<br />

livres<br />

8.5<br />

16.9<br />

24.5<br />

27.5<br />

34.7<br />

18.9<br />

Quartzo Microolina<br />

0.34<br />

0.27<br />

1.97<br />

4.13<br />

13.56<br />

44.34<br />

Calhaus<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

Casoalho<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0.3<br />

Areia<br />

grossa<br />

1.2<br />

0.4<br />

2.3<br />

4.8<br />

14.9<br />

48.2<br />

/ CENTIMETRO<br />

Areia<br />

fina<br />

4.3<br />

2.3<br />

7.9<br />

13.6<br />

16.1<br />

2.4<br />

Limo<br />

8.9<br />

4.2<br />

3.1<br />

3.8<br />

2.4<br />

0<br />

Amostras: 23.772/777<br />

Argila<br />

23.7<br />

34.1<br />

29.4<br />

22.7<br />

Anâlise mineralogica da areia grossa (2-0,2 mm)<br />

X<br />

X<br />

0.05<br />

0.19<br />

0.30<br />

1.45<br />

Oligoclâsio<br />

X<br />

0.02<br />

0.05<br />

0.19<br />

1.04<br />

2.41<br />

Biotita Ilmenita Limo-<br />

•nita<br />

0.01<br />

0.01<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

Anâlise mineralogica<br />

Quartzo. Microclina. Oligoclâsio..<br />

o<br />

X<br />

X<br />

X<br />

o<br />

o<br />

X<br />

X<br />

o<br />

o<br />

o<br />

o<br />

Substânciaargilosa<br />

0.29<br />

0.02<br />

0.18<br />

X<br />

o<br />

o<br />

Substànciaferruginosa<br />

X<br />

0.03<br />

0.05<br />

0.24<br />

das pedras (acima de 2 mm)<br />

0<br />

0<br />

13.2<br />

1.7<br />

Detritos<br />

végétais<br />

0.56<br />

0.05<br />

X<br />

0.05<br />

X<br />

o<br />

Profundidado<br />

cm<br />

19<br />

92<br />

128<br />

170<br />

196<br />

262<br />

Soma<br />

1.2<br />

0.4<br />

2.3<br />

4.8<br />

14.9<br />

48.2<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0.3


484 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PERFIL RJ 172<br />

COLETA: 17/5/46<br />

AMOSTRAS: 23.835/23.840<br />

Primeiro perfil da Linha III, localizado na parte do morro que fica<br />

sobre pedreira em exploraçao na Fazenda Moura Costa. Relêvo local levemente<br />

inclinado (3-5%).<br />

A rocha subjacente é gnaisse.<br />

Solo com boa drenagem, livre de pedras e coberto de vegetaçâo arbustiva,<br />

localmente chamada "capoeira baixa".<br />

A escavaçâo atingiu a rocha a 250 cm de profundidade, tendo sido<br />

colhidas, nesse ponto, amostras de rocha alterada e da rocha viva, para<br />

anâlise total (23.841 e 23.842).<br />

Descriçao das secçoes:<br />

I 0 — 12 cm — Terra arenosa, castanho clara, sêca, maciça,<br />

pouco friâvel, porosa e permeâvel; poucas raizes<br />

e ausência de pedras;<br />

II 12 — 66 cm —; Terra franca, castanho avermelhado-claro,<br />

menos sêca, maciça, pouco friâvel, finamente porosa<br />

e permeâvel; raizes raras e ausência de pedras.<br />

III 66 — 129 cm — Terra franca, castanho avermelhado-escuro,<br />

ümida, maciça, mais friâvel, finamente porosa e<br />

permeâvel; raizes raras e sem pedras .<br />

IV 129 — 175 cm — Zona de transiçâo entre III e V, menos ümida<br />

,sem pedras e com raras raizes; a côr é uma mistura<br />

de manchas castanho-avermelhadas e amareloacinzentadas<br />

V 175 — 212 cm — Areia (molëdo) amarela levemente acastanhada,<br />

muito menos ümida, com muito cascalho; estrutura<br />

incoerente, sôlta, porosa e muito permeâvel.<br />

Raizes raras, encontrando-se a mais profunda a<br />

192 cm.<br />

VI 212 — 250 cm — Areia amarelo-acastanhada, passando a<br />

castanho-acinzentada; sêca, incoerente, sôlta, porosa<br />

e muito permeâvel; muito cascalho e ausência de<br />

raizes.


PERFIL: RJ 172<br />

Data:. 18/5/46<br />

Profund.<br />

cm<br />

12<br />

66<br />

129<br />

'175<br />

212<br />

250<br />

Areia<br />

grossa<br />

42.38<br />

37.34<br />

33.40<br />

55.82<br />

62.06<br />

57.44<br />

Ch<br />

33.20<br />

27.52<br />

23.83<br />

18.18<br />

18.87<br />

14.77<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 485<br />

Âgua<br />

10.37<br />

10.39<br />

11.01<br />

7.52<br />

6.53<br />

7.51<br />

Areia<br />

fina<br />

22.46<br />

21.84<br />

23.56<br />

26.68<br />

30.1)<br />

32.01<br />

Hy<br />

5.92<br />

6.96<br />

7.33<br />

3.50<br />

1.81<br />

1.80<br />

Galhaus<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0.08<br />

0<br />

0<br />

Limo<br />

• 15.83<br />

14.93<br />

19.56<br />

9.36<br />

4.72<br />

7.01<br />

1 hora<br />

Cascalho<br />

0.82<br />

1.83<br />

2.16<br />

5.47,<br />

2.22<br />

7.43<br />

Argila<br />

19.33<br />

25.89<br />

23.48<br />

8.14<br />

3.03<br />

3.54<br />

Terra<br />

fina<br />

88.81<br />

87.78<br />

86.33<br />

86.93<br />

91.25<br />

85.06<br />

Classif.<br />

mecânica.<br />

RT<br />

RG<br />

RT<br />

Rg<br />

Rg<br />

R<br />

ELEVAÇAO HÎDRICA<br />

160<br />

203<br />

294<br />

225<br />

242<br />

190<br />

1 dia<br />

272<br />

378<br />

414<br />

406<br />

458<br />

412<br />

5 dias<br />

296<br />

450<br />

523<br />

5031<br />

583<br />

547<br />

Umidade<br />

residual<br />

2.72<br />

2.66<br />

2.88<br />

1.66<br />

1.02<br />

1.13<br />

Argila<br />

natural<br />

mm)<br />

10.69<br />

15.20<br />

14.00<br />

5.69<br />

2.63<br />

3.24<br />

Terminal<br />

303.<br />

473<br />

560<br />

535<br />

626<br />

596<br />

Amostras: 23.835/840<br />

em âgua<br />

5.25<br />

5.50<br />

5.90<br />

5.95<br />

5.95<br />

6.10<br />

Indice de<br />

estrutura<br />

44.7<br />

41.3<br />

40.4<br />

30.1<br />

13.2<br />

8 .5<br />

pH<br />

emKCI n<br />

4.50<br />

4.50<br />

4.75<br />

4.40<br />

4.20<br />

3.80<br />

Perda<br />

ao rubro<br />

6.01<br />

5.08<br />

5.33<br />

2.90<br />

1.95<br />

2.21<br />

PESO ESPECÏFICO<br />

aparente<br />

1.08<br />

1.14<br />

1.12<br />

1.22<br />

1.29<br />

1.25<br />

real<br />

2.49<br />

2.57<br />

2.57<br />

2.59<br />

2.63<br />

2.63


486<br />

PERFIL: RJ 172<br />

Data: 18/5/46<br />

Ca<br />

4.73<br />

4.04<br />

3.39<br />

2.04<br />

1.67<br />

1.57<br />

CaO<br />

0.15<br />

0.12<br />

0.11<br />

0.06<br />

0.05<br />

0.09<br />

C<br />

1.52<br />

0.68<br />

0.35<br />

0.14<br />

0.04<br />

0.06<br />

HC1<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

g<br />

3.01<br />

2.22<br />

3.33<br />

2.75<br />

2.42<br />

3.40<br />

D =<br />

K2O<br />

0.52<br />

0.63<br />

0.57<br />

0.70<br />

0.62<br />

0.72<br />

N<br />

0.17<br />

0.11<br />

0.06<br />

0.03<br />

0.02<br />

0.02<br />

1.10<br />

0 .05<br />

0<br />

COMPLEXO<br />

K<br />

0 .03<br />

0 .05<br />

0 .04<br />

0 .03<br />

P2<br />

o5<br />

0. 05<br />

0. 04<br />

0. 04<br />

0. 03<br />

0. 03<br />

0. 02<br />

C/N<br />

8.9<br />

6.2<br />

5.8<br />

4.7<br />

2.0<br />

3.0<br />

S<br />

7.02<br />

6.01<br />

6.02<br />

4.58<br />

3.94<br />

5.85<br />

SiO2<br />

8.70<br />

9.83<br />

12.55<br />

6.46<br />

5.82<br />

7.45<br />

SiO2<br />

12.39<br />

14.84<br />

16.99<br />

10.07<br />

7.83<br />

10.11<br />

SORTIVO<br />

H<br />

3.18<br />

1.91<br />

1 33<br />

0.88<br />

0.38<br />

0.50<br />

A12O3<br />

5.37<br />

7.07<br />

8.65<br />

4.10<br />

3.24<br />

3.53<br />

AI2O3<br />

6.91<br />

9.24<br />

11.54<br />

5 .88<br />

4.44<br />

5.06<br />

(ME%)<br />

T<br />

10.20<br />

7.92<br />

7.35<br />

5.46<br />

4.32<br />

6.35<br />

HC1 D = 1 .19<br />

Fe2O3<br />

3.07<br />

3.59<br />

4.45<br />

2.80<br />

2.42<br />

3.43<br />

H2SO4 D = 1 .47<br />

Fe2O3<br />

3.48<br />

4.30<br />

4.83<br />

3.24<br />

2.53<br />

3.93<br />

Amostras: 23.835/840<br />

V<br />

68. 8<br />

75. 9<br />

81. 9<br />

83. 9<br />

91. 2<br />

92. 1<br />

ki<br />

2.75<br />

2.36<br />

2.47<br />

2.68<br />

3.05<br />

3.59<br />

ki<br />

3.05<br />

2.73<br />

2.50<br />

2.91<br />

3.00<br />

3.40<br />

Cl<br />

1.16<br />

0.85<br />

1.70<br />

7.84<br />

0.69<br />

0.61<br />

kr<br />

2.02<br />

1.79<br />

1.86<br />

1.87<br />

2.07<br />

2.22<br />

kr<br />

2.31<br />

2.11<br />

1.98<br />

2.15<br />

2.20<br />

2.27


PERFIL: RJ 172<br />

Data: 18/5/46<br />

Ägua<br />

natural<br />

12.6<br />

13.4<br />

14.0<br />

10.2<br />

9.1<br />

10.6<br />

Quartzo<br />

12.6<br />

10.5<br />

8.4<br />

11.0<br />

12.3<br />

10.7<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 487<br />

METROS CÜBICOS / HECTARE<br />

Poros<br />

livres<br />

43.8<br />

41.7<br />

41.8<br />

41.2<br />

41.2<br />

3». 8<br />

Calhaus<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

Casoalho<br />

0.4<br />

0.9<br />

1.1<br />

2.9<br />

1.2<br />

4.0<br />

Areia<br />

grossa<br />

18.3<br />

16.4<br />

14.4<br />

25.5<br />

30.1<br />

26.2<br />

/ CENTlMETRO<br />

Areia<br />

fina<br />

9.7<br />

9.6<br />

10.2<br />

12.2<br />

14.6<br />

14.6<br />

Limo<br />

6.8<br />

6.6<br />

8.4<br />

4.3<br />

2.3<br />

3.2<br />

Amostras: 23.835/840<br />

Argila<br />

Anâlise mineralogica da areia grossa (2-0,2 mm)<br />

Microclina<br />

2.0<br />

2.8 .<br />

2.2<br />

4.1<br />

4.5<br />

4.3<br />

Oligoclâsio<br />

3.3<br />

2.8<br />

3.5<br />

8.4<br />

9.9<br />

8.6<br />

Biotita<br />

0.4<br />

0.3<br />

0.3<br />

2.0<br />

3.4<br />

2.6<br />

Ilmenita<br />

X<br />

X<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

Detritos<br />

végétais<br />

Anâlise mineralogica das pedras (acima de 2 mm)<br />

Quartzo. Microclina. Oligoclâsio (X) Biotita (X)<br />

Quartzo. Microclina. Oligoclâsio. Biotita (X)<br />

Microclina. Quartzo. Oligoclâsio. Biotita (X)<br />

Microclina. Quartzo. Oligoclâsio. Biotita (X) Muscovita (X)<br />

Microclina. Quartzo. Oligoclâsio. Biotita (X) Muscovita (X)<br />

Microclina. Quartzo. Oligoclâsio. Biotita (X) Muscovita (X)<br />

X<br />

X<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

8.4<br />

11.4<br />

10.1<br />

3.7<br />

1.5<br />

1.6<br />

Profundidade<br />

cm<br />

12<br />

66<br />

129<br />

175<br />

212<br />

250<br />

Soma<br />

18.3<br />

16.4<br />

14.4 •<br />

25.5<br />

30.1<br />

26.2<br />

0.4<br />

0.9<br />

1.1<br />

2.9<br />

1.2<br />

4.0


488 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PERFIL RJ 172<br />

DATA: 18/5/46<br />

AMOSTRAS: 23.841/842<br />

Anâlise mineralogica das amostras de rocha que servem de base ao<br />

perfil RJ 172.<br />

As duas amostras foram classificadas como gnaisse, cujos componentes<br />

essenciais säo o quartzo, a microclina, o oligoclâsio e a biotita.<br />

SiOo<br />

A12O3<br />

Fe2O3<br />

TiO2<br />

MnO<br />

CaO<br />

MgO<br />

K2O<br />

Na?O<br />

P*O,<br />

H2O<br />

ki<br />

N.° 23.841<br />

Exfoliaçâo<br />

69.92<br />

14.73<br />

1.94<br />

0.26<br />

—<br />

2.96<br />

1.13<br />

5.72<br />

2.77<br />

0.07<br />

0.60<br />

100. -10<br />

8.07<br />

NP 23.842<br />

fragmentes da rocha<br />

66.56<br />

14.52<br />

3.52<br />

0.58<br />

2.94<br />

1.28<br />

8.72<br />

2.18<br />

0.15<br />

0.25<br />

100.70<br />

7.79


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 489<br />

PERFIL RJ 173<br />

COLETA: 31/5/46<br />

AMOSTRAS: 23.971/23.978<br />

Segundo perfil da Linha III, distante 126 m de RJ 172, na direçâo<br />

NE.<br />

Trincheira aberta na parte mais elevada do morro em piano de<br />

40 x 15 m. Pasto sujo, com muitas vassouras. Boa dreriagem.<br />

Descrigäo das segöes:<br />

I 0 — 14 cm — Terra arenosa, castanho claro acinzentada,<br />

muito pouco ümida, maciça, (estrutura em torröes,<br />

nos primeiros 5 cm), friâvel, porosa e muito permeâvel;<br />

poucas raizes e ausência de pedras.<br />

II 14 — 54 cm — Terra franca, castanho claro amarelada,<br />

com manchas cinzento-escuras, muito pouco ümida,<br />

maciça firme, finamente porosa e permeâvel; boisas<br />

de matéria orgânica na parte superior da seçâo; poucas<br />

raizes e rar o cascalho.<br />

III 54 — 82 cm — Terra; franca, castanho claro avermelhada<br />

com manchas brancas, muito pouco ümida, maciça,<br />

mais firme, finamente porosa, franco permeâvel; raras<br />

raizes e veios de cascalho grosso.<br />

IV 82 — 119 cm — Terra franca, castanho-avermelhada com<br />

muitos pontos brancos, pouco ümida, maciça, firme,<br />

finamente porosa e permeâvel; muito cascalho fino e<br />

raras raizes.<br />

V 119 — 143 cm — Terra arenosa, castanho com manchas<br />

amarelas e ocre-escuras (côr de ferrugem) ; pouco<br />

ümida, maciça com boisas incoerentes, menos firme,<br />

finamente porosa e muito permeâvel; moledo com raras<br />

pedras e raizes.<br />

VI 143 — 194 cm — Areia, ocre-clara com manchas claras e escuras,<br />

ümida, maciça com boisas incoerentes, friâvel,<br />

finamente porosa e muito permeâvel.<br />

VII 194 — 215 cm — Areia, ocre-escura com manchas ferruginosas,<br />

ümida, maciça com boisas incoerentes, friâvel, finamente<br />

permeâvel; moledo com raras raizes.<br />

VIII 215 — 238 cm — Areia, ocre mais claro, quase sêca, maciça,<br />

dura, finamente porosa e pouco permeâvel; moledo.<br />

Raiz mais profunda a 216 cm.


490<br />

PERFIL: RJ 173<br />

Data: 1/6/46<br />

Profundidade<br />

cm<br />

14<br />

54<br />

82<br />

119<br />

143<br />

194<br />

215<br />

238<br />

Arcia<br />

grossa<br />

51.06<br />

45.83<br />

38.83<br />

34.90 •<br />

53.35<br />

62.75<br />

67.00<br />

74.63<br />

Oh<br />

28.91<br />

23.98<br />

21.13<br />

21.99<br />

21.12<br />

17.16<br />

20.69<br />

13.95<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Âgua<br />

7.99<br />

5.10<br />

7.09<br />

8.94<br />

8.11<br />

6.70<br />

5.57<br />

3.17<br />

Areia<br />

fina<br />

24.34<br />

26.72<br />

20.54<br />

18.92<br />

20.56<br />

25.29<br />

23.69<br />

19.93<br />

Hy<br />

3 09<br />

3.17<br />

7.12<br />

8.00<br />

5.41<br />

2.68<br />

2.32<br />

1.19<br />

Calhaus<br />

0<br />

0<br />

0.71<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0.55<br />

Limo<br />

13.01<br />

10.37<br />

15.39<br />

17.32<br />

12.74<br />

5.07<br />

3.44<br />

2.22<br />

1 hora<br />

Cascalho<br />

2.88<br />

5.35<br />

13.83<br />

9.58<br />

15.66<br />

8.45<br />

9.97<br />

31.69<br />

Argila<br />

11.59<br />

17..08<br />

25.24<br />

28. 86<br />

13.35<br />

6.89<br />

5.87<br />

3.22<br />

Terra<br />

fina<br />

89.13<br />

89.55<br />

78.37<br />

81.48<br />

76.23<br />

84.85<br />

84.46<br />

64.59<br />

Classif.<br />

mooânica<br />

Rg<br />

RT<br />

RG<br />

RG<br />

RT<br />

Rg<br />

Rg<br />

Rg<br />

ELEVAÇÂO HÎDRICA<br />

169<br />

189<br />

228<br />

191<br />

171<br />

187<br />

190<br />

170<br />

1 dia<br />

293<br />

344<br />

392<br />

325<br />

322<br />

343<br />

325<br />

271<br />

5 dias<br />

330<br />

385<br />

486<br />

438<br />

404<br />

427<br />

395<br />

348<br />

Umidade<br />

residual<br />

1.62<br />

1.62<br />

2.55<br />

2.99<br />

2.64<br />

1.32<br />

1.19<br />

0.70<br />

Argila<br />

natural<br />

mm)<br />

'5.90<br />

10.37<br />

14.98<br />

14.23<br />

7.19<br />

4.86<br />

3.85<br />

2.42<br />

Terminal<br />

341<br />

397<br />

517<br />

480<br />

431<br />

455<br />

417<br />

375<br />

Amostras: 23.971/978<br />

cm àgua<br />

5.55<br />

5.45<br />

5.40<br />

5.00<br />

4.80<br />

5.05<br />

5.50<br />

5.75<br />

Indice de<br />

estrutura<br />

49.. 1<br />

39.3<br />

40.6<br />

50.7<br />

46.1<br />

29.5<br />

34 ?4<br />

24.8<br />

pH<br />

emKCI n<br />

5.05<br />

4.65<br />

4.40<br />

4.00<br />

3.60<br />

3.60<br />

3.80<br />

4.15<br />

Perda<br />

ao rubro<br />

3.92<br />

3.44<br />

4.99<br />

6.64<br />

4.56<br />

2.02<br />

2.04<br />

1.01<br />

PESO ESPECÎFICO<br />

aparente<br />

1.29<br />

1.33<br />

1.26<br />

1.20<br />

1.24<br />

1.33<br />

1.35<br />

1.42<br />

real<br />

2.54<br />

2.49<br />

2.58<br />

2.64<br />

2.63<br />

2.58<br />

2 60<br />

2.60


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 491<br />

PERFIL: RJ 173<br />

Data: 1/6/46<br />

Amostras: 23.971/978<br />

Ca<br />

2.88<br />

2.33<br />

2.23<br />

1.59<br />

0.62<br />

0.46<br />

0.28<br />

0.34<br />

Mg<br />

1.77<br />

1.37<br />

2.03<br />

3.0.5<br />

4.47<br />

2.96<br />

3.17<br />

2.57<br />

0<br />

" 0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

3OMPLEXO<br />

K<br />

.20<br />

.09<br />

.08<br />

.07<br />

.05<br />

.04<br />

.05<br />

.03<br />

S<br />

4.73<br />

2.90<br />

3.62<br />

4.38<br />

4.78<br />

2.29<br />

2.85<br />

2.49<br />

SORTIVO<br />

H<br />

1.91<br />

1.58<br />

1.43<br />

1.98<br />

1.85<br />

0.71<br />

0.56<br />

0.43<br />

(ME%)<br />

T<br />

6.64<br />

4.48<br />

5.05<br />

6.36<br />

6.63<br />

3.00<br />

3.41<br />

2.92<br />

\<br />

71<br />

64<br />

71<br />

68<br />

72<br />

76<br />

83<br />

85<br />

.2<br />

7<br />

.7<br />

.9<br />

.1<br />

.3<br />

.6<br />

.3<br />

Cl<br />

0.59<br />

0.84<br />

1.49<br />

1.27<br />

0.77<br />

0.56<br />

0.46<br />

0.15<br />

HC1<br />

CaO<br />

0.09<br />

0.06<br />

0.06<br />

0.04<br />

0.02<br />

0.01<br />

0.01<br />

X<br />

D = 1.10<br />

K,0<br />

0.19<br />

0.20<br />

0.34<br />

0.44<br />

1.31<br />

0.67<br />

0.79<br />

0.54<br />

P2O5<br />

0.03<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.03<br />

0.01<br />

0.02<br />

0.01<br />

SiO2<br />

3.71<br />

4.41<br />

6.35<br />

8.34<br />

12.30<br />

7.05<br />

7.37<br />

3.65<br />

HC1 D = 1.<br />

A12O3<br />

1.35<br />

2.26<br />

5.07<br />

6.52<br />

7.07<br />

3.46<br />

3.72<br />

0.90<br />

Fc2O3<br />

0.91<br />

1.37<br />

2.21<br />

2.53<br />

2.77<br />

2.63<br />

3.58<br />

1.56<br />

19<br />

ki<br />

4.67<br />

3.32<br />

2.13<br />

2.17<br />

2.96<br />

3.46<br />

3.37<br />

6.89<br />

kr<br />

3.27<br />

2.39<br />

1.67<br />

1.74<br />

2.37<br />

2.34<br />

2.08<br />

3.27<br />

1<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

C<br />

.08<br />

.50<br />

.32<br />

.30<br />

.14<br />

.07<br />

.07<br />

.03<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

N<br />

.12<br />

.08<br />

.05<br />

.03<br />

.02<br />

.01<br />

.02<br />

.01<br />

C/N<br />

9.0<br />

6.3<br />

6.4<br />

10.0<br />

7.0<br />

7.0<br />

3.5<br />

3.0<br />

SiO2<br />

7.13<br />

8.90<br />

15.90<br />

18.39<br />

17.90<br />

10.01<br />

10.34<br />

6.95<br />

H2SO<<br />

A12O3<br />

4.33<br />

5.70<br />

11.66<br />

13.84<br />

11.12<br />

5.96<br />

6.18<br />

3.56<br />

D =<br />

Fo2O3<br />

1.22<br />

1.58<br />

2.86<br />

3.44<br />

5.23<br />

2.53<br />

3.63<br />

2.22<br />

1.47<br />

ki<br />

2.80<br />

2.65<br />

2.32<br />

2.26<br />

2.74<br />

2.86<br />

2.84<br />

3.31<br />

kr<br />

2.37<br />

2.26<br />

2.00<br />

1.95<br />

2.11<br />

2.25<br />

2.07<br />

2.37


492 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PERFIL: RJ 173<br />

Data: 1/6/46<br />

Agua<br />

natural<br />

11.4<br />

7.3<br />

10.5<br />

12.5<br />

12.0<br />

10.0<br />

8.4<br />

. 5.5<br />

Quart zo<br />

16.8<br />

15.4<br />

9.9<br />

7.1<br />

5.3<br />

7.4<br />

10.8<br />

11.2<br />

METROS CÜBICOS / HECTARE<br />

Poros<br />

livres<br />

37.0<br />

37.9<br />

36.4<br />

39.3<br />

36.3<br />

36.1<br />

36.8<br />

30.2<br />

Calhuas<br />

0<br />

0<br />

0.4<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0.4<br />

Casoalho<br />

1.6<br />

3.1<br />

7.9<br />

5.1<br />

8.8<br />

4.9<br />

5.8<br />

21.0<br />

Areia<br />

grossa<br />

25.5<br />

23.7<br />

17.4<br />

15.0<br />

22.9<br />

30.7<br />

32.8<br />

32.0<br />

/ CENTÎMETRO<br />

Areia<br />

fina<br />

12.2<br />

13.8<br />

9.2<br />

8.2<br />

' 8.8<br />

12.4<br />

11.6 •<br />

'8 ."5<br />

Limo<br />

6.5<br />

5.4<br />

6.9<br />

7.5<br />

5.5<br />

2.5<br />

1.7<br />

1.0<br />

Amostras: 23.971/978<br />

Argila<br />

5.8<br />

. 8.8<br />

Anâlise mineralogica da areia grossa (2-0,2 mm)<br />

Microclina<br />

3.3<br />

3.6<br />

4.7<br />

5.4<br />

1.8<br />

8.3<br />

4.6<br />

7.7<br />

Oligoclâiso<br />

4.4<br />

4.7<br />

2.8<br />

2.5<br />

9.2<br />

r.2<br />

12.5<br />

10.6<br />

Hornblenda<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

Biotita<br />

0<br />

0<br />

0<br />

X<br />

6.6<br />

5.8<br />

4.9<br />

2.5<br />

Detritos<br />

végétais<br />

Anâlise mineralogica das pedras (acima de 2 mm)<br />

Quartzo. Microclina. Oligoclasio (X)<br />

Quartzo. Microclina. Oligoclasio (X)<br />

Quartzo. Microclina. Oligoclasio (X)<br />

Quartzo. Microclina. Oligoclasio (X) Biotitâ (X)<br />

Quartzo. Microclina. Oligoclasio. Biotita<br />

Microclina. Quartzo. Oligoclasio. Biotita (X)<br />

Microclina. Quartzo. Oligoclasio. Biotita (X) Muscovita (X)<br />

Microclina. Quartzo. Oligoclasio. Muscovita (X)<br />

1.0<br />

X<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0 •<br />

11.3<br />

12.4<br />

5.7<br />

3.4<br />

2.9<br />

1.4<br />

Profundidade<br />

cm<br />

14<br />

• . 54<br />

• 82<br />

..vil!)<br />

;. 143<br />

. 194<br />

215<br />

' 238<br />

Soma<br />

25.5<br />

23.7<br />

17.4<br />

15.0<br />

22.9<br />

30.7<br />

32.8<br />

32.0<br />

1.6<br />

3.1<br />

8.3<br />

5.1<br />

8.8<br />

4.9<br />

5.8<br />

21.4


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 493<br />

PERFIL RJ 174<br />

COLETA: 14/6/46<br />

AMOSTRAS: 23.985/994<br />

Quarto perfil da Linha III situado no sopé do morro em encosta de<br />

60 m de extensao com inclinaçao aproximada de 8%.<br />

A trincheira dista 15 m da parte superior, que coincide com a base<br />

da encosta do morro, que tem inclinaçao de 26%. Terreno em pasto, sem<br />

cuidados hâ muito tempo. Pasto sujo com associaçâo de gramineas, predominando<br />

o capim rabo-de-burro e algum sapé. Compostas, malvâceas<br />

e algumas leguminosas subarbustivas sâo também encontradas. Drenagem<br />

livre (deflûvio e percolaçâo) havendo material de aluviâo na superficie.<br />

Descrigäo das secçôes:<br />

I 0 — 25 cm — Areia, cinza escuro-amarelada, ûmida, incoerente,<br />

sôlta, porosa e muito permeâvel; muitas<br />

raïzes e ausência de pedras.<br />

II 25 — 50 cm — Areia, amarelo-acinzentada, menos ûmida,<br />

incoerente, sôlta, porosa e muito permeâvel; poucas<br />

raizes, sem pedras.<br />

III 50 — 60 cm — Zona de transiçâo, amarelo-acinzentada,<br />

com abundância de pedras, algumas de grandes dimensôes.<br />

IV 60 — 100 cm — Terra argilosa, muito manchada, com veios<br />

verticals cinzento-azulados, separados por zonas amareladas<br />

com manchas sanguineas e ferruginosas; a<br />

textura dos veios é mais argilosa que a das manchas<br />

vermelhas; ûmida, maciça, pouco firme, finamente<br />

porosa, pouco permeâvel, com raras raizes.<br />

V 100 — 150 cm — Terra de côr variegada como a anterior,<br />

ûmida, maciça, friâvel, finamente porosa, permeâvel;<br />

raras raizes e pedras ausentes.<br />

VI 150 — 200 cm — Terra arenosa de côr semelhante as anteriores,<br />

ûmida, maciça, friâvel, finamente porosa e permeâvel;<br />

sem pedras e com raras raizes, estando a mais<br />

profunda a 190 cm.<br />

VII 200 — 250 cm — Saibro fino de côr variegada (amarelo, vermelho<br />

e azul), pouco ûmido e friâvel.<br />

VIII 250 — 300 cm — Semelhante à anterior, com pontos brancos<br />

e quase sem vermelho.<br />

IX 300 — 340 cm — Material idêntico ao VIII.<br />

X 340 — 360 cm — Material semelhante,-mais claro que o anterior.<br />

No fundo, material duro, que nâo foi possivel<br />

colhêr com o trado.


494 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PBRFIL: RJ 174<br />

Data: 15/6/46<br />

Amostras: 23.985/994<br />

Piofundidade<br />

cm<br />

25<br />

50<br />

60<br />

100<br />

150<br />

200<br />

250<br />

300<br />

340<br />

360<br />

Âgua<br />

8.23<br />

6.32<br />

3.82<br />

12.85<br />

13.17<br />

11.40<br />

10.47<br />

10.68.<br />

10.41<br />

9.67<br />

Calhaus<br />

0<br />

0<br />

7.86<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

Cascalho<br />

1.40<br />

3.15<br />

11.40<br />

2.47<br />

0.29<br />

1.18<br />

0.37<br />

1.90<br />

2.92<br />

2.50<br />

Terra<br />

fina<br />

' 90.37<br />

90.53<br />

76.92<br />

84.68<br />

86.54<br />

87.42<br />

89.16<br />

87.42<br />

86.67<br />

87.83<br />

Umidade<br />

residual<br />

1.90<br />

1.53<br />

2.02<br />

6.12<br />

4.82<br />

3.41<br />

2.31<br />

2.37<br />

1.74<br />

1.00<br />

pH<br />

em âgua<br />

5.30<br />

5.30<br />

5.10<br />

4.70<br />

4.50<br />

4.40<br />

4.55<br />

4.65<br />

4.80<br />

5.00<br />

emKCI n<br />

4.60<br />

4.25<br />

4.00<br />

3.55<br />

3.35<br />

3.25<br />

3.25<br />

3.00<br />

3.00<br />

3.15<br />

Areia<br />

grossa •<br />

43.67<br />

44.64<br />

38.90<br />

22.31<br />

25.78<br />

35.70<br />

44.98<br />

47.67<br />

51.62<br />

54.22<br />

Areia<br />

fina<br />

36.07<br />

34.24<br />

31.71<br />

15.91<br />

23.24<br />

28.27<br />

'31.27<br />

32.94<br />

31.69<br />

33.26<br />

8.84<br />

7.31<br />

8.16<br />

11.08<br />

12.32<br />

11.39<br />

10.65<br />

9.01<br />

9.09<br />

7.07<br />

Argila<br />

11.42<br />

13.81<br />

21.23<br />

50.70<br />

38.66<br />

24.64<br />

13.10<br />

10.38<br />

7.60<br />

5.45<br />

Classif.<br />

mecânica<br />

R<br />

R<br />

RT<br />

GR<br />

TRG<br />

RT<br />

R<br />

R<br />

R<br />

R<br />

Argila<br />

natural<br />

5.10<br />

7.51<br />

14.08<br />

16.19<br />

13.45<br />

12.42<br />

5.12<br />

6.15<br />

3.87<br />

3.64<br />

Indice de<br />

estrutura<br />

55.3<br />

45.6<br />

33.7<br />

68.1<br />

65.2<br />

49.6<br />

60.9<br />

40.8<br />

49.1<br />

33.2<br />

Perda<br />

ao rubro<br />

3.08<br />

2.77<br />

3.64<br />

8.20<br />

7.10<br />

5.16<br />

3.79<br />

3.57<br />

3.61<br />

2.21<br />

Ch<br />

16.38<br />

20.13<br />

22.59<br />

31.26<br />

28.08<br />

22.18<br />

16.96<br />

17.88<br />

15.16<br />

14.59<br />

H,<br />

2.84<br />

3.11<br />

4.70<br />

11.27<br />

9.38<br />

6.09<br />

3.90<br />

3.54<br />

2.92<br />

1.94<br />

ELEVAÇAO HÏDRICA<br />

1 hora<br />

192<br />

188<br />

198<br />

121<br />

. . 180<br />

198<br />

231<br />

199<br />

240<br />

219<br />

1 dia<br />

297<br />

325<br />

298<br />

323<br />

362<br />

433<br />

405<br />

359<br />

389<br />

346<br />

5 dias<br />

318<br />

357<br />

391<br />

475<br />

515<br />

590<br />

529<br />

476<br />

493<br />

457<br />

mm)<br />

Terminal<br />

324<br />

366<br />

424<br />

538.<br />

576<br />

649<br />

573<br />

518<br />

528<br />

4.97<br />

PESO ESPECÏFICO<br />

aparente<br />

1.29<br />

• 1.29<br />

1.26<br />

1.15<br />

1.14<br />

1.18<br />

1.13<br />

1.17<br />

1.18<br />

1.22<br />

real<br />

2.58<br />

2.61<br />

2.58<br />

2.65<br />

2.64<br />

2.63<br />

2.64<br />

2.61<br />

2.64<br />

2.57


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REXJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 495<br />

PERFIL: RJ 174<br />

Data: 15/6/46<br />

Amostras: 23.985/994<br />

Ca<br />

2.64<br />

1.82<br />

1.86<br />

1.91<br />

0.81<br />

0.28<br />

0.26<br />

0.14<br />

0.27<br />

0.26<br />

Mg<br />

1.03<br />

0.86<br />

1.38<br />

2.81<br />

2.24<br />

1.50<br />

1.18<br />

1.43<br />

1.63<br />

1.36<br />

COMP<br />

K<br />

0.11<br />

0.05<br />

0.06<br />

0.04<br />

0.06<br />

0.06<br />

0.06<br />

0.06<br />

0.07<br />

0.07<br />

LEXO SORTIVO (ME%)<br />

S<br />

3.21<br />

2.39<br />

2.74<br />

4.40<br />

2.63<br />

1.27<br />

1.10<br />

1.59<br />

1.68<br />

1.77<br />

H<br />

2.14<br />

1.95<br />

1.58<br />

3.32<br />

4.35<br />

4.59<br />

3.40<br />

3.79<br />

3.08<br />

2.11<br />

T<br />

5.35<br />

4.34<br />

4.32<br />

7.72<br />

6.98<br />

5.86<br />

4.50<br />

5.38<br />

4.76<br />

3.88<br />

V<br />

60.0<br />

55.1<br />

63.4<br />

57.0<br />

37.7 .<br />

21.7<br />

24.4<br />

29.6<br />

35.3<br />

45.6<br />

Cl<br />

0.64<br />

0.61<br />

0.92<br />

1.86<br />

1.58<br />

0.93<br />

0.61<br />

0.70<br />

0.46<br />

0.38<br />

HC<br />

CaO<br />

0.07<br />

0.05<br />

0.05<br />

0.05<br />

0.02<br />

0.01<br />

0.01<br />

X<br />

X<br />

0.01<br />

1 D = 1.10<br />

K2O<br />

0.23<br />

0.22<br />

0.25<br />

0.37<br />

0.38<br />

0.40<br />

0.46<br />

0.84<br />

1.02<br />

0.80<br />

P2O.5<br />

0.04<br />

0.05<br />

0.05<br />

0.05<br />

0.04<br />

0.03<br />

0.03<br />

0.03<br />

0.02<br />

0.03<br />

SiO2<br />

2.94<br />

3.48<br />

5.55<br />

10.55<br />

8.19<br />

6.56<br />

5.75<br />

7.70<br />

8.58<br />

6.51<br />

HC1<br />

A12O3<br />

1.42.<br />

2.85<br />

3.81<br />

8.54<br />

6.43<br />

4.73<br />

3.68<br />

4.46<br />

4.82<br />

3.07.<br />

D =<br />

Fc2O3<br />

1.33<br />

1.52<br />

2.04<br />

4.04<br />

3.49<br />

2.68<br />

2.18<br />

3.13<br />

3.25<br />

2.63<br />

1.19<br />

ki<br />

3.52<br />

2.08<br />

2.48<br />

2.10<br />

3.44<br />

2.36<br />

2.66<br />

2.93<br />

3.03<br />

3.60<br />

kr<br />

2.21<br />

1.55<br />

1.84<br />

1.61<br />

1.61<br />

1.73<br />

1.93<br />

2.03<br />

2.12<br />

2.33<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

C<br />

.86<br />

.45<br />

.36<br />

.36<br />

.28<br />

.14<br />

.07<br />

.05<br />

.07<br />

.04<br />

N<br />

0.10<br />

0.07<br />

0.05<br />

0.05<br />

0.03<br />

0.02<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.02<br />

0.01<br />

C/N<br />

8.6<br />

6.4<br />

.. 7.2<br />

7.2<br />

9.3<br />

7.0<br />

7.0<br />

5.0 •<br />

3.5<br />

4.0<br />

SiO2<br />

5.20<br />

7.03<br />

9-52<br />

23,56<br />

20.91<br />

15.21<br />

1.1.63<br />

12.65<br />

13.07<br />

9.27<br />

H2SO4<br />

A13O,<br />

3.71 .<br />

5.0<br />

7.65<br />

18.92<br />

16.21<br />

11.73<br />

8.29<br />

8.38<br />

8.37<br />

6.28<br />

D =<br />

Fe2O,<br />

1.83<br />

1.55<br />

2.64<br />

5.42<br />

4.56<br />

3.72<br />

2.46<br />

3.57<br />

3.65<br />

3.27<br />

1.47<br />

ki<br />

2.38<br />

2.39<br />

2.11<br />

2.12<br />

2.19<br />

2.20<br />

2.38<br />

2.57<br />

2.66 .<br />

2.51<br />

kr<br />

1.81<br />

1.99<br />

1.73<br />

1.79<br />

1.86<br />

1.-83<br />

2.01<br />

2.02<br />

2.08<br />

1.88


496 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PERFIL: RJ 174<br />

Data: 15/6/46<br />

Ägua<br />

natural<br />

11.7<br />

8.9<br />

5.6<br />

17.3<br />

17.3<br />

15.3<br />

13.2<br />

14.2<br />

14.0<br />

13.3<br />

Quartzo<br />

' 17.8<br />

18.0<br />

13.9<br />

8.9<br />

8.4<br />

9.7<br />

10.2<br />

9.5<br />

• 8.6<br />

8.6<br />

METROS<br />

Porös<br />

livres<br />

37.8<br />

40.8<br />

40.1<br />

38.5<br />

39.5<br />

39.5<br />

43.9<br />

40.4<br />

40.6<br />

38.5<br />

CÜBICOS / HECTARE /<br />

Calhaus<br />

0<br />

0<br />

4.4<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

Cascalho<br />

0.8<br />

1.7<br />

6.5<br />

1.2<br />

0.1<br />

0.6<br />

0.2<br />

1.0<br />

1.5<br />

1.3<br />

Are) a<br />

grossa<br />

21.7<br />

21.7<br />

16.9<br />

9.6<br />

11.1<br />

15.9<br />

19.2<br />

21.2<br />

22.7<br />

25.4<br />

CENTlMETRO<br />

Areia<br />

fina<br />

17.9<br />

16.6<br />

13.8<br />

6.8<br />

10.0<br />

12.6<br />

13.4<br />

14.6<br />

13.9<br />

15.6<br />

Limo<br />

4.4<br />

3.6<br />

3.5<br />

4.8<br />

5.3<br />

5.1<br />

4.5<br />

4.0<br />

4.0<br />

3.3<br />

Amostras: 23.985/994<br />

Argila<br />

5.7<br />

6.7<br />

9.2<br />

21.8<br />

16.7<br />

11.0<br />

Anâlise mineralogica da areia grossa (2-0,2<br />

mm)<br />

Microclina<br />

2.4<br />

2.6<br />

2.3<br />

0.6<br />

2.0<br />

5.4<br />

7.7<br />

6.4<br />

6.8<br />

10.4<br />

Oligocâlsio<br />

1.5<br />

1.1<br />

0.7<br />

0.1<br />

0!2<br />

0.2<br />

0.6<br />

1.9<br />

3.4<br />

3.8<br />

Limonita<br />

X<br />

X<br />

0<br />

X<br />

X<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

Biotita<br />

X<br />

X<br />

0<br />

X<br />

0.5<br />

0.6<br />

0.7<br />

3.4<br />

3.9<br />

2.6<br />

Ilmenita<br />

X<br />

X<br />

.0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

. 0<br />

0<br />

0<br />

Muscovita<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

5.6<br />

4.6<br />

3.3<br />

2.6<br />

Detritos<br />

végétais<br />

Anâlise mineralogica das pedras (acima de 2 mm)<br />

Quartzo. Limonita. Microclina (X)<br />

Quartzo. Limonita. Microslina (X) Muscosita (X)<br />

Quartzo. Limonita. Microclina (X).<br />

Quartzo. Limonita. Microclina.<br />

Quartzo. Microclina. Muscovita. Limonita. Biotita (X).<br />

Quartzo. Microclina. Muscovita. (X) Biotita (X)..<br />

Quartzo. Microclina. Muscovita (X) Biotita (X)<br />

Quartzo. Microclina. Biotita (X) Muscovita (X)...<br />

Quartzo. Microclina. Biotita (X) Muscovita (X)...<br />

Quartzo. Microclina. Biotita (X) Muscovita (X)...<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

0<br />

X<br />

X<br />

0<br />

0<br />

Profundidadu<br />

cm<br />

25<br />

50<br />

60<br />

100<br />

150<br />

200<br />

250<br />

300<br />

340<br />

360<br />

Soma<br />

21.7<br />

21.7<br />

16.9<br />

9.6<br />

11.1<br />

15.9<br />

19.2<br />

21.2<br />

22.7<br />

25.4<br />

0.8<br />

1.7<br />

10.9<br />

1.2<br />

0.1<br />

0.6<br />

0.2<br />

1.0<br />

1.5<br />

1.3


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 497<br />

PERFIL RJ 175<br />

COLETA: 21/6/46<br />

AMOSTRAS: 23.998/24.003<br />

Terceiro perfil da Linha III, localizado na encosta do morro da pedreira.<br />

Solo dificil de escavar, sendo necessârio o emprêgo da picareta.<br />

A trincheira fica a 87 m do cume, tendo a encosta 116 m com inclinaçâo<br />

de 26%.<br />

Pasto sujo com mancha dominante de sapê em tôrno da trincheira.<br />

Drenagem livre por deflüvio.<br />

— 32 —<br />

Descrigäo das seccöes:<br />

I 0 — 12 cm — Terra arenosa, cinzento-escura amarelada,<br />

quase sêca, incoerente, sôlta, porosa e muito permeävel;<br />

muitas raizes e ausência de pedras.<br />

II 12 — 31 cm — Terra arenosa, cinzento-amarelada, pouco<br />

ümida, incoerente, menos sôlta, finamente porosa e<br />

muito permeâvel; poucas raizes e sem pedras.<br />

III 31 — 64 cm — Terra arenosa com pedregulho, castanho<br />

clara com inclusöes circulares, quase sêca, em torröes<br />

(estrutura aparente causada pelas pedras), friâvel,<br />

porosa e permeâvel; poucas raizes e muitas pedras<br />

(cascalho e alguns calhaus pequenos).<br />

IV 64 — 100 cm — Moledo, castanho claro com manchas e estrias<br />

esbranquiçadas e castanho-escuras, pouco ümida,<br />

passando a sêca, friâvel, finamente porosa e pouco<br />

permeâvel; raras raizes .<br />

V 100 — 150 cm — Moledo em faixas alternadas de castanhoamareladas<br />

e esbranquiçadas, firme, finamente poroso<br />

e pouco permeâvel. Raizes raras.<br />

VI 150 — 200 cm — Moledo semelhante ao anterior, duro e pouco<br />

permeâvel; raizes raras, indo até 200 cm.


498 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PERFIL: RJ 175<br />

Data: 22/6/46<br />

Profund.<br />

cm<br />

12<br />

31<br />

64<br />

110<br />

150<br />

200<br />

Areia<br />

grossa<br />

42.63<br />

42.06<br />

49.44<br />

76.95<br />

68.42<br />

68.14<br />

Ch<br />

23.58<br />

23.31<br />

26.24<br />

21.31<br />

30.84<br />

30.23<br />

Âgua<br />

8.74<br />

7.86<br />

4.74<br />

3.11<br />

4.02<br />

2.54<br />

Areia<br />

fina<br />

33.98<br />

33.55<br />

28.61<br />

15.34<br />

24.67<br />

24.14<br />

Hy<br />

2.97<br />

3.07<br />

3.20<br />

2.09<br />

2.21<br />

2.31<br />

Calhaus<br />

0<br />

0<br />

7.28<br />

0<br />

0.90<br />

0.33<br />

Limo<br />

12.00<br />

9.55<br />

7.72<br />

2.23<br />

2.03<br />

2.03<br />

1 hora<br />

Cascalho<br />

2.24<br />

4.03<br />

20.50<br />

19.91<br />

6.68<br />

14.10<br />

Argila<br />

11.39<br />

14.84<br />

14.23<br />

5.48<br />

4.88<br />

5.69<br />

Terra<br />

fina<br />

89.02<br />

88.11<br />

67.48<br />

76.98<br />

88.40<br />

83.03<br />

Classif.<br />

mecânica<br />

ELEVAÇAO HÏDRICA ( mm)<br />

151<br />

180<br />

175<br />

186<br />

162<br />

87<br />

1 dia<br />

224<br />

277<br />

334<br />

287<br />

210<br />

131<br />

R<br />

II<br />

R<br />

R<br />

R<br />

R<br />

5 dias<br />

254<br />

311<br />

410<br />

350<br />

229<br />

138<br />

Umidade<br />

residual<br />

Amostras: 23.998/24.003<br />

1.68<br />

1.59<br />

1.61<br />

1.50<br />

1.59<br />

1.54<br />

Argila<br />

natural<br />

5.09<br />

7.32<br />

8.94<br />

4.47<br />

4.67<br />

5.89<br />

Terminal<br />

263<br />

321<br />

435<br />

370<br />

234<br />

140<br />

cm âgua<br />

5.50<br />

5.05<br />

4.90<br />

5.20<br />

5.75<br />

6.95<br />

Indice de<br />

cstrutEra<br />

55.3<br />

50.7<br />

37.2<br />

18.4<br />

0<br />

4.3<br />

pH<br />

emKCI n<br />

4.60<br />

3.75<br />

3.40<br />

2.75<br />

2.90<br />

4.60<br />

Perda<br />

ao rubro<br />

4.07<br />

3.20'<br />

4.33<br />

3.98<br />

3.89<br />

3.65<br />

PESO ESPECÎFICO<br />

aparente<br />

1.23<br />

1.26<br />

1.19<br />

1.28<br />

1.23<br />

1.27<br />

real<br />

2.56<br />

2.60<br />

2.50<br />

2.65<br />

2.63<br />

2.66


PERFIL: RJ 175<br />

Data: 22/6/46<br />

Ca<br />

3.97<br />

2.29<br />

1.90<br />

8.22<br />

7.21<br />

7.18<br />

CaO<br />

0.11<br />

0.07<br />

0.06<br />

0.58<br />

0.31<br />

0.26<br />

C<br />

1.22<br />

0.69<br />

0.26<br />

0.10<br />

0.06<br />

0.08<br />

ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 499<br />

Mg<br />

2.35<br />

1.68<br />

3.23<br />

5.06<br />

5.88<br />

5.27<br />

HC1 D = 1.10<br />

K,0<br />

0.49<br />

0.53<br />

0.75<br />

1.93<br />

1.98<br />

2.03<br />

N<br />

0.11<br />

0.10<br />

0.05<br />

0.01<br />

0.01<br />

0.01<br />

COMPLEXO<br />

K<br />

0.36<br />

0.10<br />

0.08<br />

0.08<br />

0.04<br />

0.08<br />

P2O5<br />

0.05<br />

0.05<br />

0.04<br />

0.49<br />

0.21<br />

0.22<br />

C/N<br />

11.1<br />

6.9<br />

5.2<br />

10.0<br />

6.0<br />

8.0<br />

S<br />

6.10<br />

4.42<br />

4.88<br />

12.11<br />

13.21<br />

12.88<br />

SiO2<br />

5.88<br />

6.47<br />

6.95<br />

9.24<br />

12.22<br />

11.16<br />

SiO2<br />

7.19<br />

8.17'<br />

9.35<br />

12.59<br />

13.11<br />

12.70<br />

SORTIVO<br />

H<br />

2.48<br />

2.94<br />

2.95<br />

2.82<br />

1.60<br />

0.49<br />

A12OS"<br />

1.95<br />

2.91<br />

3.38<br />

4.17<br />

5.14<br />

4.46<br />

Al2<br />

O,,<br />

4 01<br />

4<br />

5 42<br />

6<br />

5<br />

5<br />

75<br />

14<br />

59<br />

(ME%)<br />

T<br />

8.58<br />

7.36<br />

7.83<br />

14.93<br />

14.81<br />

13.37<br />

HC1 D = 1.19<br />

H2SO4<br />

59 _<br />

Fe2O3"<br />

1.98<br />

1.98<br />

2.94<br />

2.94<br />

6.19<br />

6.29<br />

Amostras: 23.998/24.003<br />

D =<br />

Fe2O,<br />

2.44<br />

2:44<br />

2.63<br />

6.59<br />

6.24<br />

6.29<br />

1.47'<br />

V<br />

71. 1<br />

60. 1<br />

62. 3<br />

81. 1<br />

89. 2<br />

96. 3<br />

ki<br />

5.13<br />

3.78<br />

3.50<br />

3.77<br />

4.04<br />

4.25<br />

ki<br />

3.05<br />

2.93<br />

2.93<br />

3.49<br />

3.99<br />

3.86<br />

Cl<br />

0.92<br />

0.61<br />

0.30<br />

0.15<br />

0<br />

0<br />

kr<br />

3.11 .<br />

2.64<br />

2.25<br />

2.60<br />

2.29<br />

2.24<br />

kr<br />

2 .20<br />

2 .20<br />

2 .24<br />

2 .07<br />

2 .33<br />

2 .25


500 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PERFIL: RJ 175<br />

Data: 22/6/46<br />

Ägua<br />

natural<br />

11.9<br />

11.0<br />

5.9<br />

4.6<br />

5.4<br />

3.6<br />

Quartzo<br />

11.3<br />

11.3<br />

8.1<br />

6.6<br />

11.1<br />

11.7<br />

METROS CÜBICOS / HECTARE / CENTlMETRO<br />

Porös<br />

livres<br />

39.5<br />

39.5<br />

48.5<br />

41.3<br />

45.8<br />

44.7<br />

Calhaus<br />

0<br />

0<br />

3.5<br />

0<br />

0.5<br />

0.2<br />

Cascalho<br />

1.2<br />

2.2<br />

9.8<br />

11.1<br />

3.4<br />

7.5<br />

Areia<br />

grossa<br />

20.2<br />

19.9<br />

16.0<br />

33.0<br />

30.7<br />

30.0<br />

Areia<br />

fina<br />

16.1<br />

15.9<br />

9.2<br />

6.6<br />

11.1<br />

10.6<br />

Amostras: 23.998/24.003<br />

Limo<br />

5.7<br />

4.5<br />

2.5<br />

1.0<br />

0.9<br />

0.9<br />

Argila<br />

Analise mineralogica da areia grossa (2-0,2 mm)<br />

Oligoclâsio Microclina<br />

6.7<br />

5.6<br />

5.3<br />

9.6<br />

8.3<br />

7.8<br />

2.0<br />

3.0<br />

1.8<br />

2.6<br />

2.1<br />

0.3<br />

Biotita<br />

X<br />

X<br />

0.8<br />

14.2<br />

9.2<br />

10.2<br />

Ilmenita<br />

X<br />

X<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

Granada<br />

X<br />

X<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

5.4<br />

7.0<br />

4.6<br />

2.4<br />

2.2<br />

2.5<br />

Dctritos<br />

végétais<br />

Analise mineralogica das pedras (acima de 2 mm)<br />

Quartzo. Microelina. Oligoclâsio. Carvâo (X)<br />

Quartzo. Microclina. Oligoclâsio. Biotita (X)<br />

Quartzo. Microclina. Oligoclâsio. Biotita<br />

Microclina. Oligoclâsio. Quartzo. Biotita<br />

Quartzo. Micloclina. Biotita Oligoclâsio<br />

Quartzo. Microclina. Biotita. Oligoclâsio<br />

0.2<br />

X<br />

X<br />

0<br />

0<br />

0<br />

Profundidado<br />

cm<br />

12<br />

31<br />

64<br />

110<br />

150<br />

200<br />

So ma<br />

20.2<br />

19.9<br />

16.0<br />

33.0<br />

30.7<br />

30.0<br />

1.2<br />

2.2<br />

13.3<br />

11.1<br />

3.9<br />

7.7


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 501<br />

PERFIL RJ 176<br />

COLETA: 19/7/46<br />

AMOSTRAS: 24.023/24.031<br />

Quinto perfil da Linha III, em terrenos do Instituto de Ecologia e<br />

Experimentaçâo Agricolas, junto à antiga Fazenda Moura Costa.<br />

Trincheira aberta em baixada, nos fundos da Cocheira da Ecologia,<br />

proximo à cêrca de cimento armado. Vârzea a mais ou menos 10<br />

métros da parte mais baixa, inclinaçâo de 4-5% na direçâo NO. Aluviâo<br />

recobrindo o solo original. Drenagem lenta (deflûvio e percolaçao). Pasto<br />

sujo com vegetaçâo subarbustiva.<br />

Descriçao das secçôes:<br />

I 0 — 20 cm — Areia, cinzenta, incoerente, friâvel, porosa,<br />

muito permeâvel, com poucas raizes e sem pedras.<br />

II 20 — 56 cm — Areia, cinzenta levemente amarelada, incoerente,<br />

friâvel, finamente porosa, muito permeâvel;<br />

raras raizes e pedras ausentes.<br />

III 56 — 93 cm — Terra arenosa, castanho-amarelada com<br />

manchas difusas cinzento-azuladas, ümida, incoerente,<br />

friâvel, finamente porosa, permeâvel, sem pedras e<br />

raras raizes.<br />

IV 93 — 118 cm — Transiçâo entre III e V.<br />

V 118—153 cm — Terra argilosa, cinza-azulado clara, com<br />

manchas de um sangüineo claro, ümida, maciça, firme,<br />

plâstica, finamente porosa e pouco permeâvel.<br />

Sem pedras e raizes raras.<br />

VI 153 — 221cm — Argila arenosa, cinza-azulada mais clara e<br />

manchas ocre-avermelhadas; veios finos cinza-violâceos<br />

na parte cinzenta, berço de raizes em decomposiçâo.<br />

ümida, maciça, firme e plâstica, finamente porosa<br />

e pouco permeâvel. A 200 cm encontram-se blocos<br />

de quartzo de cêrca de 8 cm.<br />

VII 221 — 268 cm — Argila arenosa, mistura de cinzento-azulado,<br />

cinzento-escuro e ocre-amarelado, mostrando o<br />

desenho da rocha; mais ûmida, maciça, firme, finamente<br />

porosa e pouco permeâvel, porém mais que V<br />

e VI.<br />

VIII 268 — 313 cm — Moledo.<br />

IX 313 —328 cm — Moledo.


502 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PERFIL: RJ 176<br />

Data: 20/7/46<br />

Profund.<br />

cm<br />

20<br />

56<br />

93<br />

118<br />

153<br />

221<br />

268'<br />

313<br />

328<br />

Areia<br />

grossa<br />

64.01<br />

60.26<br />

53.63<br />

• 46.30<br />

27.08<br />

31.51<br />

53.76<br />

• 46.97<br />

50.18<br />

Ch<br />

15.50<br />

8.96<br />

17.96<br />

20.92<br />

35.34<br />

30.44<br />

35.24<br />

57.67<br />

47.40<br />

Âgua<br />

4.09<br />

3.39<br />

7.41<br />

10.48<br />

15.72<br />

13.62<br />

10.65<br />

13.28<br />

11.47<br />

Areia<br />

fina<br />

25.34<br />

29.10<br />

21.13<br />

17.73<br />

11.75<br />

15.27<br />

21.86<br />

25.19<br />

26.05<br />

Hy<br />

1.05<br />

1.03<br />

4.59<br />

7.27<br />

12.30<br />

10.66<br />

5.97<br />

7.99<br />

5.81<br />

Calhaus<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0.21<br />

0<br />

0<br />

Limo<br />

6.23<br />

5.22<br />

3.23<br />

2.03<br />

10.06<br />

10.60<br />

8.68<br />

11.72<br />

5.79<br />

1 hora<br />

Cascalho<br />

1.81<br />

2.33<br />

11.21<br />

12.02<br />

1.83<br />

1.52<br />

6.77<br />

3.85<br />

6.46<br />

Argila<br />

4.42<br />

5.42<br />

22.01<br />

33.94<br />

51.11<br />

42.62<br />

15.70<br />

16.12<br />

17.98<br />

Tei'ra<br />

fina •<br />

94.10<br />

94.28<br />

81.38<br />

77.50<br />

82.45<br />

84.86<br />

82.37<br />

82.87<br />

82.07<br />

Classif.<br />

mecânica<br />

R<br />

R<br />

RT<br />

RG<br />

GR<br />

TRG<br />

R<br />

RT<br />

R<br />

ELEVAÇÂO HÎDRICA<br />

179<br />

186<br />

217<br />

204<br />

114<br />

122<br />

131<br />

39<br />

70<br />

1 dia<br />

249<br />

350<br />

376<br />

364<br />

343<br />

3S2<br />

313<br />

66<br />

133<br />

5 dias<br />

274<br />

397<br />

463<br />

494<br />

472<br />

514<br />

453<br />

99<br />

184<br />

Umidadc<br />

residual<br />

0.55<br />

0.38<br />

0.95<br />

1.60<br />

4.53<br />

3.81<br />

3.20<br />

4.45<br />

3.23<br />

Argila<br />

natural<br />

mm)<br />

2.01<br />

3.41 .<br />

14.54<br />

17.89<br />

16.76<br />

16.43<br />

11.36<br />

15.91<br />

15.29<br />

Terminal<br />

281<br />

411<br />

491<br />

542<br />

521<br />

563<br />

510<br />

113<br />

204<br />

Amostras: 24.023/031<br />

em âgua<br />

5.80<br />

5.90<br />

5.00<br />

4.70<br />

4.60<br />

4.65<br />

4.90<br />

4.80<br />

5.00<br />

pH<br />

Indice de<br />

ustrutura-<br />

54.5<br />

37.1<br />

33.9<br />

47.3<br />

67.2<br />

61.5<br />

37.1<br />

1.3<br />

15.0<br />

emKCI n<br />

5.00<br />

5.00<br />

3.90<br />

3.60<br />

3.25<br />

3.30<br />

3.05<br />

3.05<br />

3.40<br />

Pei-da<br />

ao rubro<br />

1.65<br />

1.21<br />

2.84<br />

4.42<br />

7.36<br />

6.49<br />

2.99<br />

2.89<br />

2.50<br />

PESO ESPECiFICO<br />

aparcntc<br />

1.37<br />

1.38<br />

1.24<br />

1.13<br />

1.15<br />

1.16<br />

1.20<br />

1 .12<br />

1.12<br />

real<br />

2.59<br />

2.62<br />

2.58<br />

2.59<br />

2.60<br />

2.63<br />

2.60<br />

2.52<br />

2.52


PERFIL: RJ 176<br />

Data: 20/7/46<br />

Ca<br />

1.99<br />

0.87<br />

0.91<br />

0.70<br />

0.66<br />

0.34<br />

0.84<br />

1.35<br />

1.29<br />

CaO<br />

0.05<br />

0.03<br />

0.04<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.01<br />

0.02<br />

0.04<br />

0.03<br />

C<br />

0.39<br />

0.25<br />

0.15<br />

0.19<br />

0.22<br />

0.09<br />

0.03<br />

0.07<br />

0.08<br />

HC1<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 503<br />

Mg<br />

0.87<br />

0.27<br />

0.45<br />

0.76<br />

2.39<br />

2.68<br />

4.86<br />

7.05<br />

5.69<br />

D = 1.10<br />

K2O<br />

0.03<br />

0.03<br />

0.07<br />

0.04<br />

0.07<br />

0.16<br />

0.38<br />

0.38<br />

0.35<br />

N<br />

0.06<br />

0.03<br />

0.03<br />

0.03<br />

0.04<br />

0.03<br />

0.02<br />

0.03<br />

0.01<br />

COMPLEXO SORTIVO (ME%)<br />

K<br />

0.08<br />

0.04<br />

0.08<br />

0.08<br />

0.08<br />

0.12<br />

0.13<br />

0.19<br />

0.21<br />

P2O5<br />

0.03<br />

0.02<br />

0.03<br />

0.03<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.03<br />

0.04<br />

C/N<br />

6.5<br />

8.3<br />

5.0<br />

6.3<br />

5.5<br />

3.0<br />

1.5<br />

2.3<br />

8.1<br />

S<br />

2.61<br />

1.56<br />

1.67<br />

1.78<br />

4.14<br />

4.26<br />

6.51<br />

9.12<br />

7.75<br />

SiO2<br />

1.15<br />

0.95<br />

2.78<br />

3.93<br />

7.02<br />

5.83<br />

8.68<br />

11.41<br />

6.61<br />

SiO2<br />

2.71<br />

2.71<br />

9.09<br />

14.63<br />

25.56<br />

22.87<br />

14.26<br />

13.50<br />

12.71<br />

H<br />

1.51<br />

0.89<br />

1.62<br />

2.89<br />

• 8.47<br />

6.23<br />

4.82<br />

6.27<br />

3.55<br />

A12O3"<br />

' 0.06<br />

0.06<br />

1.69<br />

3.11<br />

5.65<br />

4.84<br />

3.78<br />

3.14<br />

1.73<br />

Al, O,"<br />

1.57<br />

1.62<br />

7.29<br />

11.62<br />

17.90<br />

16.50<br />

7.86<br />

5.81<br />

5.74<br />

T<br />

4.12<br />

2.45<br />

3.29<br />

4.67<br />

12.61<br />

10.49<br />

11.33<br />

15.39<br />

11.30<br />

HC1 D 1.19<br />

Fe2O3"<br />

0.35<br />

0.55<br />

1.62<br />

2.19<br />

6.06<br />

2.39<br />

4.23<br />

5.33<br />

2.27<br />

H2SO< D = 1 .47<br />

FcoOr,"<br />

0.50<br />

0.50<br />

2.02<br />

3.34<br />

7.85<br />

4.15<br />

5.16<br />

5.43<br />

2.78<br />

Amostras: 24.023/031<br />

V<br />

63.3<br />

63.7<br />

50.8<br />

38.1<br />

32.8<br />

40.6<br />

57.5<br />

59.3<br />

68.6<br />

ki<br />

—<br />

—<br />

2.80<br />

2.15<br />

2.11<br />

2.05<br />

3.90<br />

6.18<br />

6.50<br />

ki<br />

2.93<br />

2.84<br />

2.12<br />

2.14<br />

2.43<br />

2.36<br />

3.08<br />

3.95<br />

3.76<br />

Cl<br />

0.08<br />

0.15<br />

0.23<br />

1.00<br />

1.41<br />

0.78<br />

0.31<br />

0<br />

0<br />

kr<br />

6.86<br />

3.95<br />

1.73<br />

1.48<br />

• 1.25<br />

1.56<br />

2.28<br />

2.97<br />

3.53<br />

kr<br />

2.44<br />

2.38<br />

1.80<br />

1.81<br />

1.90<br />

2.03<br />

2.18<br />

2.48<br />

2.88


504 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PERFIL: RJ 176<br />

Data: 20/7/46<br />

Ägua<br />

natural<br />

5.9<br />

4.9<br />

10.6<br />

14.3<br />

21.7<br />

18.5<br />

14.9<br />

17.6<br />

15.1<br />

Quartzo<br />

33.5<br />

31.3<br />

24.2<br />

18.9<br />

11.9<br />

13.6<br />

9.6<br />

11.9<br />

8.0<br />

METROS CÜBICOS / HECTARE<br />

Poros<br />

livres<br />

40.7<br />

41.9<br />

38.1<br />

38.5<br />

33.5<br />

36.9<br />

36.9<br />

36.8<br />

38.6<br />

Analise<br />

Microclina<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

0.1<br />

10.7<br />

6.2<br />

8.6<br />

Calhaus<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0.1<br />

0<br />

0<br />

Cascalho<br />

1.0<br />

1.3<br />

6.2<br />

6.3<br />

1.0<br />

0.8<br />

3.7<br />

2.0<br />

3.4<br />

mineralogica da<br />

Biotita<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

0.1<br />

2.4<br />

1.4<br />

3.0<br />

Areia<br />

grossa<br />

33.5<br />

31.3<br />

24.2<br />

18.9<br />

11.9<br />

13.8<br />

23.9<br />

20.5<br />

21.5<br />

Oligocläsio<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

X<br />

1.2<br />

1.0<br />

1.9<br />

/ CENTIMETRO<br />

Areia<br />

fina<br />

13.3<br />

15.1<br />

9.5<br />

7.3<br />

5.1<br />

6.7<br />

9.6<br />

11.0<br />

11.2<br />

Li mo<br />

3.3<br />

2.7<br />

1.5<br />

0.8<br />

4.4<br />

4.6<br />

3.9<br />

5.1<br />

2.5<br />

Amostras: 24.023/031<br />

Argila<br />

2.3<br />

2.8<br />

9.9.<br />

13.9<br />

22.4<br />

18.7<br />

7.0<br />

7.0<br />

7.7<br />

areia grossa (2-0,2 mm)<br />

Ilmenita<br />

0<br />

X<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

Hematita Musoovita<br />

Anâlise mineralogica das pedras (acima de 2 mm)<br />

Quartzo :<br />

Quartzo<br />

Quartzo<br />

Quartzo<br />

Quartzo<br />

Quartzo. Microclina<br />

Quartzo. Microclina. Biotita (X)....<br />

Microclina. Quartzo. Oligoclasio (X)<br />

Microclina. Quartzo<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

X<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

X<br />

Profundidade<br />

cm<br />

20<br />

56<br />

93<br />

118<br />

153<br />

221<br />

268<br />

313<br />

328<br />

Sonia<br />

33.5<br />

31.3<br />

24.2<br />

18.9<br />

11.9<br />

13.8<br />

23.9<br />

20.5<br />

21.5<br />

1.0<br />

1.3<br />

6.2<br />

6.3<br />

1.0<br />

0.8<br />

3.8<br />

2.0<br />

3.4


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 505<br />

B — Representagäo da Linha 3<br />

A Linha 3'parte do alto da pedreira da antiga Fazenda Moura Costa<br />

e se estende, na direçâo NEE, para os fundos da area ocupada pela Estacäo<br />

Experimental Central, do Instituto de Ecologia e Experimentaçâo<br />

Agricolas. Seu traçado foi determinado pela conveniência de passar pelo<br />

ponto mais elevado da area estudada, cuja altura é de 78 métros sobre<br />

o nivel do mar. A direçâo desta Linha forma, com as Linhas 1 e 2, ângulos<br />

de.. e.. respectivamente.<br />

A fim de salientar as variaçôes dos resultados analiticos ao longo<br />

da Linha, é ela apresentada, de acôrdo com os dados fornecidos pelo levantamento<br />

topogrâfico, em seçâo longitudinal, com escala horizontal<br />

de 1:2.000, e vertical de 1:1.000, sendo as quotas referidas ao nivel do<br />

mar. Abaixo da representaçâo topogrâfica, sobre linha horizontal, localizam-se<br />

os cinco perfis e, em escala vertical, dez vezes maior que a anterior,<br />

registam-se os dados analiticos obtidos para as diversas seçôes.<br />

Utilizando convençâo adequada, ligaràm-se, para cada uma das propriedades<br />

examinadas, as seçôes que apresentam valor es idênticos, de<br />

maneira a pôr em relêvo sua variaçâo em funçâo da profundidade e ao<br />

longo da Linha, obtendo-se assim 12 grâficos que sintetizam os caracteristicos<br />

mais interessantes dos perfis.<br />

O grâfico de pH foi excluido do trabalho, por nâo ter havido tempo<br />

de corrigir falha notada à ultima hora. Os resultados desta determinaçâo<br />

figuram, entretanto, nos quadros analiticos correspondentes a cada<br />

um dos perfis.<br />

3 — DISCUSSÄO E CONCLUSÖES<br />

a) Relaçao silica/'alumina.<br />

Seguindb a mesma norma adotada na primeira contribuiçâo, procurou-se<br />

determinar a relaçâo molecular SiO2/Al2Os, ou indice ki, dada<br />

a importância que tem no estudo da intensidade de degradaçâo dos silicatos<br />

do solo.<br />

Estudo detalhado dos métodos de anâlise recomendados para a determinaçâo<br />

dessa relaçao constitui trabalho que sera apresentado nesta<br />

Segunda Reuniâo de Ciência do Solo, pelos quïmicos A. G. KEHRIG e H.<br />

DE AGUIAR.<br />

De modo gérai, confirmaram-se as conclusôes apresentadas na primeira<br />

contribuiçâo, ou seja: "valores de ki pouco maiores que 2.0 nas<br />

seçôes intermediärias, com tendência a crescerem ligeiramente na superficie;<br />

horizonte de rocha alterada com valores de ki superior es a 2.5."<br />

(vide grâfico de ki).<br />

Os perfis RJ 172, 173 e 175, que atingiram a rocha em estado de<br />

moledo, forneceram nas ultimas secçôes os indices ki, variando entre 3.3<br />

e 4.0. Entretanto, a rocha alterada do perfil RJ 172 tem ki igual a 4.8<br />

no ataque sulfürico e 8.1 na anâlise total. Êsses numéros se referem aos<br />

teores de SiO2 e A12O3 obtidos após solubilizaçâo pelo tratamento com<br />

âcido sulfûrico de densidade 1.47 durante uma hora, salvo a anâlise<br />

total que foi feita pelo método habituai de fusäo com carbonato de sódio.<br />

O grâfico da soma SiO2 + A12O3 -\~ Fe2O3 mostra que, inversamente<br />

ao que se observa para o valor ki, aumenta a quantidade de material<br />

atacado pelo H2SO,, nas secçôes intermediârias, indicando a existência<br />

de um horizonte iluvias confirmado pelos grâficos de argua e argila +<br />

limo. O perfil RJ 175, localizado na encosta do morro, com inclinaçâo<br />

aproximada de 25%, diverge inteiramente dos demais, levando a crer


506 ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÈNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

na destruiçâo de seu horizonte superficial em virtude de erosäo. Nesse<br />

perfil, embora se manifeste a mesma tendência para diminuir o ki nas<br />

secçôes intermediârias, o menor valor alcançado é 2.9.<br />

A açâo do âcido cloridrico de densidade 1.19 sobre os silicatos do<br />

solo forneceu teores de silica e alumina sempre inferiores aos do ataque<br />

sulfürico, como é habitual. Da comparaçâo dos dois ataques verifica-se<br />

que nos solos de baixada apenas 25 a 30% do material solubilizado pelo<br />

H.SOj,, (SiO2 + ALOs), pode ser igualmente obtido pela açâo do HCl.<br />

Mesmo incluindo nessa comparaçâo o óxido de ferro, mais fàcilmente<br />

dissolvido por HCl, a porcentagem média de ataque nâo ultrapassa 45%.<br />

Verdade que em raras amostras hâ elevada solubilizaçâo pelo âcido cloridrico,<br />

principalmente em secçôes de perfil muito profundas.<br />

Nos perfis das elevaçôes, isto é, nos quatro primeiros da Linha 3, a<br />

porcentagem média do ataque varia de 50 a 77% para SiOs + Al,O3 e de<br />

55-78% quando se adiciona o teor em Fe2O3.<br />

Outro detalhe interessante é que a intensidade do ataque cloridrico<br />

é tanto mais forte quanto mais próxima a secçâo do horizonte de rocha<br />

alterada, sendo insignificante nos solos de baixadas na regiâo de acumulaçâo<br />

de sesquióxidos, o que a torna de certo modo diretamente proporcional<br />

ao valor ki.<br />

De modo gérai, os indices do HCl sâo superior es aos que se obtêm<br />

pelo ataque sulfürico, nâo se afastando, entretanto, de mais de 0.5 em<br />

42 das 71 secçôes analisadas. Eliminadas 9 amostras em que os indices<br />

obtidos nâo têm significaçâo, em vista da escassa quantidade de material<br />

atacado pelo HCl, aparecem apenas 7 amostras em que os valores<br />

de ki divergem de 0.6 a 0.9. Em secçôes superiores e inferiores ocorrem<br />

afastanientos maiores que 1.0 em 13 amostras.<br />

Procurando conhecer a natureza do material que résiste à açâo do<br />

HCl, concentrado e quente, recalcularam-se os valores de ki do ataque<br />

sulfürico, subtraindo prèviamente as porcentagens de SiO2 e AhO3 fornecidas<br />

pelo âcido cloridrico. Os numéros assim obtidos f or am os seguintes,<br />

para 69 secçôes de perfis:<br />

ki inferior a 1.7 em 3 amostras<br />

ki entre 1.7 e 2.3 em 40 amostras<br />

ki entre 2.4 e 3.0 em 22 amostras<br />

ki superior a 3.0 em 4 amostras<br />

Considerando que afastamentos de 0.3 no valor ki podem ser résultantes<br />

de er ros analïticos, conclui-se que a maioria das amostras tem<br />

indice 2.0, encontrando-se nas demais valores sempre superiores. Isto<br />

confirma a asserçâo feita na primeira contribuiçâo. O fato de a Linha 3<br />

cobrir solos muito mais prôximos da rocha-matriz justifica encontrarem-se<br />

indices mais elevados que 2.0 nas secçôes profundas dos perfis.<br />

A anâlise mineralógica identificou sempre minerais primârios nessas<br />

secçôes.<br />

Podem-se grupar as 69 amostras, comparando os ki calculados para<br />

o material nâo atacado pelo HCl com os fornecidos pelo ataque sulfürico,<br />

do seguinte modo:<br />

3 com valores superiores<br />

35 com valores iguais<br />

31 com valores inferiores<br />

Também neste caso consideram-se iguais os valores cuja diferença<br />

nâo ultrapasa 0.3. Em gérai, os valores inferiores se encontram nas<br />

secçôes superficiais e nas mais profundas dos perfis.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 507<br />

InvestigaçÔes mais complétas sobre a possivel utilizaçâo dos dados<br />

fornecidos pelos ataques cloridrico e sulfûrico, assim como sua significaçâo<br />

nos estudos de gênese do solo, serâo objeto de futuros trabalhos que<br />

terâo por base as determinaçôes realizadas em algumas centenas de<br />

amostras analisadas no I. Q. A. A anâlise das arguas pelo raio X poderâ<br />

ser de grande auxilio no esclarecimento das anâlises quimicas.<br />

b) Relaçâo silica/'sesquióxidos.<br />

[ A relaçâo silica/sesquióxidos, denominada por nos indice kr, serve<br />

para medir a influência do óxido de ferro e sua distribuiçâo através do<br />

perfil. Valores muito baixos de kr, em relaçâo aos correspondentes valores<br />

de ki, indicam presença de grandes quantidades de óxido de ferro,<br />

com suas conhecidas conseqiiências desfavorâveis para o valor agricola<br />

do solo.<br />

A comparaçâo dos grâficos de ki e kr ilustra, no presente caso, o paralelismo<br />

existente entre os dois indices, mostrando que o enriquecimento<br />

em ferro acompanha o do aluminio.<br />

O teor em Fe,Os é muito pequeno em tôdas as amostras analisadas,<br />

exceto nas duas ûltimas secçôes dos perfis RJ 168 e 169.<br />

Os valores de kr nos solos estudados na presente contribuiçâo, calculados<br />

a partir das* determinaçôes obtidas no ataque pelo HoSO,, de densidade<br />

1.47, oscilam entre 1.8 e 2. 4rexcetuadas apenas 9 amostras em<br />

71 secçôes de perfis analisadas. Metade dêsses valores corresponde a kr<br />

de 2.0-2.2, distribuindo-se a outra metade igualmente entre os valores<br />

de 1.8.1.9.<br />

A diferença entre ki e kr, no ataque sulfûrico, apresenta valor médio<br />

de 0.4 para as secçôes superficiais, sendô que o teor em Fe,2O3 raramente<br />

excède de 5%. Nas secçôes profundas observam-se diferenças<br />

maiores (até 1.7) que correspondem em très perfis (RJ 168 e 169, na<br />

baixada, e RJ 175 na encosta do morro), a teor mais elevado em óxido<br />

de ferro nos perfis. Em outros casos, o afastamento é causado pela diminuiçâo<br />

do teor em SiO2 e ALO3, mantendo-se o ferro mais ou menos constante<br />

no perfil.<br />

No ataque pelo âcido cloridrico os indices kr sâo sensivelmente paralelos<br />

aos valores de ki, oscilando entre 1.5 e 3.0. A diferença entre ki<br />

e kr, bem maior que a que se observa no ataque sulfûrico, corresponde<br />

na maioria dos casos a menor solubilizaçâo de SiO» e A12O3 proporcionadamente<br />

ao ferro, que se mantém pràticamente constante no perfil.<br />

c) Limo e argua<br />

O grâfico da Linha 3 indica claramente um ilûvio com espessura<br />

variâvel, cujo teor em limo 4- argila varia de 40 a 60%. Faz exceçâo o<br />

perfil RJ 175, em virtude de sua posiçâo topogrâfica em que prédomina<br />

o deflûvio.<br />

A presença dêsse ilûvio é também claramente evidenciada pelo grâfico<br />

de A12O3 + FesO;h onde se vê que o fenômeno é mais intenso nos<br />

perfis mais baixos da Linha.<br />

Os perfis RJ 168 e 167, na baixada da Patioba, evidenciam também<br />

o horizonte iluvial, embora com menos nitidez. Os perfis RJ 170 e 171<br />

pertencentes a terrenos postos a sêco recentemente mostram sedimentaçâo<br />

de material mais fino sobre areia.<br />

d) Argila<br />

O grâfico da argila confirma inteiramente o que foi dito acima sobre<br />

a Linha 3. O teor da argila na zona de maior concentraçâo oscila


508 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

de 25 a 30% nos 2 perfis mais altos, atingindo 50% nos 2 perfis mais<br />

baixos.<br />

e) SiO2 + R2OS<br />

Ao contrario do que se observou nas outras Linhas o grâfico de<br />

SiOs +R2O3 esta em concordância com o de argila, e nâo com o de limo<br />

+ argila. Na zona de alteraçâo da rocha, entretanto, os resultados säo<br />

superiores aos de limo + argila, confirmando o que se disse na primeira<br />

contribuiçâo sobre o ataque das fraçôes" mais grosseiras da analise mecânica<br />

pelo âcido sulfûrico de densidade 1.47.<br />

ƒ) PH<br />

Do estudo do pH observa-se que, de modo gérai, êsse valor decresce<br />

onde existe acumulaçâo de particulas mais finas. Quando se tratou da<br />

argila e do limo + argila indicou-se que o ilûvio ocorria com maior intensidadè<br />

nos perfis mais baixos.<br />

O mesmo se pode afirmar quanto ao decréscimo do valor de pH, mais<br />

evidente nesses perfis.<br />

Em- todos os perfis estudados o ilûvio veio acompanhado de diminuiçâo<br />

dos valores de ki, kr, pH e S ou, por outras palavras, acréscimo de<br />

alumina e óxido de ferro e pobreza relativa de bases.<br />

Os primeiros perfis da Linha 3, situados mais próximos da rocha,<br />

apresentam nas secçôes inferiores pH vizinho de 6. Nos dois perfis da<br />

parte baixa, embora se atingissem profundidades maiores que 3 métros,<br />

o pH oscila em tôrno de 5, por nâo se ter ultrapassado a zona de ilûvio.<br />

Na baixada da Patioba o per f il RJ 168 escapa à regra, porquanto<br />

apresenta pH elevado (6-7), proveniente de proximidade de rocha, confirmada<br />

pela analise mineralogica que revelou a presença de quantidades<br />

apreciâveis de minerais primârios .<br />

Os perfis RJ 170 e 171, correspondentes a solos recentemente drenados<br />

pelo Canal da Ecologia, mantêm-se dentro daquela regra, mostrando<br />

maior acidez na zona onde as anâlises quimica e mineralogica evidenciavam<br />

maior concentraçâo de óxido de ferro.<br />

g) Bases permutâveis e bases totais<br />

Comparando os resultados da analise quimica com os da anälise mineralogica<br />

da areia grossa, verificou-se que o magnésio permutâvel<br />

acompanha sensivelmente as variaçôes da mica biotita. O mesmo nâo se<br />

pode dizer do potâssio permutâvel, cujo teor é muito pequeno, relativamente<br />

ao magnésio, embora ocorram simultâneamente feldspatos alcalinos<br />

na maioria dos perfis. Êsse fenômeno deve ser atribuido à facilidade<br />

de deslocamento dêste cation do complexo.<br />

O câlcio permutâvel é encontrado nas secçôes superficiais em maior<br />

quantidade que o magnésio, variando seu comportamento à medida que<br />

se aprofunda o perfil.<br />

Pelo exame do grâfico pode-se observar que os maiores valores de S<br />

se localizam na zona da rocha alterada; além disso, nota-se teor elevado<br />

em bases nas secçôes superficiais, especialmente nos perfis mais<br />

altos. Os maiores valores do H säo encontrados no horizon te iluvial da<br />

parte baixa salientando a diferença existente entre êsses solos e os mais<br />

elevados.<br />

Na analise pelo âcido cloridrico de densidade 1.10 o aumento do<br />

teor em K2O coincide com maior riqueza em biotita, parecendo nâo sofrer<br />

influência dos feldspatos alcalinos, encontrados em abundância na


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 509<br />

areia grossa de quase todos os perfis. A mesma concordância nâo se encontrou<br />

entre o câlcio e o oligoclâsio determinado quantitativamente na<br />

anâlise mineralógica da areia grossa. Infelizmente consideraçôes semelhantes<br />

nâo podem ser feitas a respeito do magnésio, por nâo ser o<br />

mesmo incluido na anâlise pelo âcido cloridrico.<br />

h ) Materïa orgânica<br />

Os solos estudados na presente contribuiçâo sâo pobres na matéria<br />

orgânica, sendo o teor mâximo em carbono igual a 1.52%. É preciso<br />

mencionar, à parte, os perfis RJ 170 e RJ 171, antigos tabuais, recentemente<br />

postos a sêco, onde as porcentagens de carbono säo 6.53 e 3.71,<br />

respectivamente.<br />

O nitrogênio nas secçôes superficiais acompanha regularmente o<br />

carbono, encontrando-se para a relaçao C/N o valor medio de 9.5. Como<br />

os teores em carbono e nitrogênio säo muito pequenos no subsolo, essas<br />

relaçôes perdem a significaçâo nas secçôes inferiores.<br />

i) Higroscopicidade<br />

Observando-se a relaçao nota-se que nas secçôes onde o ki é<br />

Argüa<br />

ligeiramente superior a 2.0 ela oscila entre 0.2 e 0.3, confirmando o que<br />

foi encontrado nas Linhas 1 e 2. Também aqui esta relaçao varia de 0.4<br />

a 0.6 no horizonte C, acompanhando o aumento do indice ki. Excepcionalmente,<br />

os perfis RJ 168 e 169 forneceram relaçôes 0.8 e 1.4, o que<br />

pode ser explicado pelos altos teores em câlcio e magnésio encontrados<br />

nas ültimas secçôes.<br />

RESUMO<br />

Esta segunda contribuiçâo compléta o estudo dos solos da Estaçâo<br />

Experimental Central, do Instituto de Ecologia e Experimentaçâo Agricolas,<br />

situado na Baixada de Sepetiba.<br />

Säo apresentados resultados de cinco per f is situados na Linha 3,<br />

que passa pelos pontos mais elevados da ârea em questâo. Além disso,<br />

escolheram-se os perfis RJ 168 e 169, entre as Linhas 1 e 2, por serem<br />

solos tipicos de baixada, e os perfis RJ 170 e 171, que representam solos<br />

de tabuais recentecentemente drenados pelo Canal da Ecologia.<br />

Confirmaram-se as observaçôes anteriores sobre o valor ki, obtido<br />

pelo ataque sulfûrico, que é pouco maior que 2.0, nas secçôes intermediârias,<br />

com tendência a crescer ligeiramente na superficie; no horizonte<br />

•de rocha alterada êsse indice é superior a 2.5.<br />

A soma do material (SiO2 + A12O3 -f- Fe2O3) atacado pelo H2SO,, D<br />

~ 1,47 é, ao contrario do ki, maior nas secçôes intermediârias dos perfis,<br />

indicando presença do horizonte iluvial, confirmado igualmente pela<br />

anâlise mecânica.<br />

Éxaminou-se o comportamento dêsses solos em relaçao ao âcido cloridrico<br />

concentrado, verificando que a soma de material solubilizado<br />

(SiO2 -f- RjOs) é menor nas baixadas que nos perfis do morro.<br />

A relaçao süica/sesquióxidos (kr) manteve-se paralela aos correspondentes<br />

ki, tanto no ataque sulfûrico quanto no cloridrico.<br />

Confrontando os resultados da anâlise mecânica com os numéros<br />

obtidos para o pH e a soma das bases permutâveis, mostrou-se que, se-


510 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

melhantemente afcie kr, êsses valores decrescem onde existe acumulaçâo<br />

de participas mais finas.<br />

O fenômeno é mais acentuado nos perfis das baixadas que nas elevaçôes<br />

da Linha 3.<br />

Dos très cations determinados no complexo, o ûnico que varia em<br />

concordância com os teores quantitativos da anâlise mineralógica é o<br />

magnésio, que provém da biotita.<br />

O câlcio aparece em maior quantidade nas secçôes superiores, e o<br />

potâssio sempre em quantidades minimas, embora ocorram feldspatos<br />

alcalinos, além da mica biotita.<br />

Na anâlise pelo H Cl de densidade 1.10, o potâssio, encontrado em<br />

teores bem mais elevados que no complexo, acompanha a riqueza em<br />

biotita, parecendo nâo sofrer influência dos teores de feldspatos alcalinos.<br />

O mesmo acontece com o câlcio em relaçâo ao oligoclâsio identificado<br />

na areia grossa.<br />

O teor em carbono na camada humosa é muito variâvel, dependendo<br />

das condiçôes locais do solo (0.4 a 1.5%), e em solos de antigo<br />

brejo chega a atingir 6.5.<br />

A relaçâo C/N apresenta valor médio de 9.5 na secçâo superficial.<br />

O clima da regiâo é de savana, segundo a classificaçâo de KOPPEN,<br />

com estaçâo sêca definida, embora a vegetaçâo seja representativa de<br />

ambiente mais umido.<br />

O estudo dêstes nove perfis confirmou a possibilidade de fraca podzolizaçâo<br />

sugerida na primeira contribuiçâo. De qualquer maneira, ficou<br />

demonstrado que se deve excluir tôda idéia de laterizaçâo, em vista<br />

dos indices ki, sempre superiores a 2.0 nos diversos horizontes do perfil,<br />

assim como presença de apreciâveis quantidades de minerais primârios<br />

e teor minimo em Fe2O3.


I I<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 511<br />

S.N.P.A. INSTITUTO DE QUIMICA AGRICOLA<br />

PERFIL RJ. 168<br />

ESCALA -^ 1:2<br />

S.N.RA. INSTITUTO DE QUIMICA AGRICOLA<br />

PERFIL RJ 169<br />

ESCALA _ 1:2<br />

•vj O<br />

ll!W«!iJillli!i!i!i!!»<br />

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ï'r-ï.<br />

IIIIIMI


512 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

S. NR A. INSTITÜTO DE QUIMICA AGRICOLA<br />

PERFIL R.J. 170<br />

S.N.RA. INSTITÜTO DE QUIMICA AGRICOLA<br />

PER FIL R.J. 171


vomtrib aa omiiiswi vaNS<br />

2ZI T»<br />

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£TS oios oa VI0N3I0 aa VHiansvaa oyiNnan vaNnoas va SIVNV


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SN PA. INSTITUTO DE ßUIMICA AGRICOLA<br />

PERFIL R.J. 174<br />

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ESCALA __ 1:2<br />

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S.N.PA. INSTITUTO DE £UIMICA AGRICOLA<br />

PERFIL R.J. 175<br />

NIIIIIIIIIIMIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIlllllllll i


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 515<br />

S N.PA INSTITUTO DE OUIMICA ACRiCOLA<br />

PERFIL RJ ne><br />

**.**• "•*** r***


516<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

* • ' ' • • • • • ' • ' ' ' ' ' » i i i i t<br />

•• «w m


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 517


518 ANAIS DA SEGÜNDA REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong>. <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 519<br />

111111111 11111111 i 111 us


520 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

-si


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DK CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 521


522 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 523


524 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

I I I I 11 11 111 I I I 111 I 111 I I 111 I I 111 I


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 525


526 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÉNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

' ' ' ' ' ' ' I t i i i I i i i i I i i i i


AS RELAÇÔES M E kr NO <strong>SOLO</strong> * (RESUMO)<br />

ADALGISO GALLOTTI KEHEIG<br />

HILDA ALMEIDA DE AGUIAR<br />

do Institute de Quimica Agricola,<br />

do Ministério da Agricultura<br />

"Consta o presente trabalho de très partes. Na l. a parte, intitulada<br />

"Generalidades sobre a formaçâo de solos", é abordada a questâo da influência<br />

dos fatôres do intemperismo e säo analisados os resultados da<br />

sua açâo. Especialmente sâo feitas referências à composiçâo, natureza e<br />

propriedades do complexo coloidal minerai.<br />

A 2. a parte, "Investigaçâo quimica nos solos e relaçôes ki e kr", mostra<br />

a conveniência de ser o estudo baseado nas relaçôes acima.<br />

Na ultima parte, "A anâlise quimica e as relaçôes ki e kr", faz-se<br />

uma exposiçao dos vârios métodos empregados na anâlise da terra fina<br />

e do complexo coloidal minerai, seguida da critica dos mesmos, para<br />

entâo apresentarem-se dados analiticos sobre 37 amostras de terra e seus<br />

colóides.<br />

Sendo amostras correspondentes a vârios Estados do Brasil e em<br />

face da concordância aceitâvel quanto as relaçôes ki e kr, determinadas<br />

no colóide e verificadas na terra fina, mediante o uso do método 25.13<br />

do I. Q. A., concluimos pela aplicaçâo dêste processo no estudo de perfis<br />

brasileiros.<br />

* Boletim n.° 12 de 1949 do Institute de Quimica Agricola do Min. Agric.<br />

Rio de Janeiro.


CONTRIBUIÇÂO AO ESTU<strong>DO</strong> <strong>DO</strong>S <strong>SOLO</strong>S<br />

DE ERUPTIVAS ALCALINAS<br />

INTRODUÇÀO<br />

Prof. ALCIDES FRANCO<br />

Da Escola Nacional de Agronomia<br />

Eng. agr. WALDEMAR MENDES<br />

Do Institute de Ecclogia<br />

e Experimentaçâo Agricolas<br />

A regiâo onde esta localizada a Universidade Rural, na zona limitrofe<br />

do Distrito Federal com o Estado do Rio, apresenta mültiplos<br />

aspectos de interesse geogrâfico, geológico e petrológico, merecendo<br />

registo a correlaçâo que guardam as formas do relêvo com as formaçôes<br />

geológicas e os solos correspondentes. De outro lado, a ocorrência<br />

de grande numero de rochas cristalinas e de sedimentos torna a<br />

regiâo ainda mais interessante e digna de estudo.<br />

Buscando o conhecimento da regiâo, foi iniciado o estudo dos<br />

solos provenientes de rochas alcalinas, que ocupam grande ârea na<br />

vizinhança da sede da Universidade. Surge a presente contribuiçâo<br />

como resultado de trabalho realizado nos Cursos de Aperfeiçoamento<br />

e Especializaçâo. E' nosso pensamen to que, em futur o proximo, possamos<br />

prosseguir nos estudos a fim de caracterizar e delimitar os vârios<br />

grupos de solos da regiâo.<br />

Foram localizados dois perfis, um dos quais à altura do km 34<br />

da antiga rodovia Rio-Säo Paulo, nas fraldas da serra da Mendanha,<br />

e outro na reprêsa do rio do Prata, em Campo Grande.<br />

ASPECTOS DA GEOLOGIA E PETROLOGIA DA REGIÄO<br />

A zona limitrofe do Distrito Federal com o Estado do Rio se caracteriza<br />

pela ocorrência de très formaçôes geológicas distintas, correspondentes<br />

as eras arqueológica (complexo cristalino), mesozóica (neo-jurâssica?).e<br />

cenozóica (planicies, vârzeas, restingas e alûvios récentes).<br />

Paralelamente a cada uma dessas formaçôes correspondem as formas<br />

geogrâficas da serra do Mar, serra da Mendanha e a chamada<br />

Baixada de Sepetiba.<br />

Predominam na serra do Mar rochas metamórficas, especialmente<br />

gnaisse leucocrâtico, passando para biotita-gnaisse, melanocrâtico,<br />

atravessando por pegmatites, granites e rochas bâsicas, ocorrendo,<br />

também, pequenos diques de eruptivas alcalinas (sienito, fonolito) .<br />

A serra da Mendanha é constituida de rochas bem diferentes.<br />

Sâo eruptivas alcalinas, plutônicas e vulcânicas, das mais variadas<br />

familias, guardando, entretanto, certa uniformidade quanto à composiçâo<br />

mineralógica. Hâ entre elas ocorrências locais de tufos vulcânicos,<br />

conforme verificou LAMEGO (1).<br />

1 LAMEGO, A. R., 1948 — "O Hörnern e a Guanabara". Publicaçâo n.° 5 da<br />

Biblioteca Geogrâfica Brasileira, pâg. 30.<br />

— 34 —


530 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO BRASILEIHA DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

A area da Baixada de Sepetiba, do ponto de vista fisiogrâfico,<br />

pode ser dividida em: 1) pequenas ondulaçôes, cuja altitude média<br />

é de 30 a 40 métros acima do nivel do mar; 2) planicies e vârzeas de<br />

altitude média de cêrca de 15 métros, também em relaçâo ao nïvel<br />

do mar.<br />

Constituem as ondulaçôes, localmente chamadas meia-laranjas,<br />

rochas metamôrficas jâ completamente decompostas, formando solos<br />

in situ, eluviais, fato que decorre da ausência de erosâo intensa.<br />

As planicies e vârzeas compreendem sedimentos modernos, arenosos,<br />

aqui e ali com maior proporçâo de argua, de origem aluvial,<br />

marinha e eólica, assim como antigos restos de dunas, restingas, depositos<br />

dos mangues e sambaquis, turf as e diatomitos.<br />

Fica esboçada, assim, em linhas gérais, a correlaçâo que guardam<br />

as formas geogrâficas com a geologia e a petrologia da regiâo, tornando<br />

possivel distinguir, a priori, quatro grupos gerias de solos, a saber:<br />

a) os da serra do Mar; b) os da serra da Mendanha( inclusive<br />

todo o maciço de eruptivas alcalinas) ; c) os das elevaçôes da Baixada;<br />

d)os das planicies e vârzeas.<br />

TRABALHOS REALIZA<strong>DO</strong>S<br />

Os trabalhos realizados dizem respeito à localizaçâo dos perfis,<br />

coleta de amostras, inclusive volumétricas, e anâlises fisicas e quimicas<br />

correspondentes. Por gentileza do engenheiro ALEXANDRE GI-<br />

EOTTO, diretor do Laboratório da Prodçâo Mineral, anexamos as anâlises<br />

quimicas das rochas prédominantes no local onde se acham os<br />

dois perfis de solos, objeto dêste trabalho (v. Quadro n.° 1) .<br />

Perfil I — Solo eluvial, no sitio do sr. VICTOR ELOY, à altura do<br />

km 34 da antiga rodovia Rio-S. Paulo, cultivado com laranjeiras.<br />

Constituido de quatro secçôes, a saber:<br />

N.° 306 — de 0 a 0,12 m — ümido, castanho-escuro, com muitas<br />

raizes. Estrutura em torrôes fàcilmente desmanchâveis sob pequena<br />

pressâo dos dedos.<br />

n.° 307 — De 0.12 m a 0.42 m •— Pouco mais ümido, castanho-<br />

-avermelhado, ainda com muitas raizes. Torröes consistentes, embora<br />

friâveis.<br />

N.° 308 — De 0.42 m a 0.92 m — Mais ümido, plâstico, amarelo-<br />

-castanho. Poucas raizes finas. Torrôes consistentes, como no horizon<br />

te anterior.<br />

N.° 309 — De 0.92 m a 1.20 m — Mais plâstico, amarelado. Ainda<br />

com torröes consistentes.<br />

Perfil II — Localizado no morro da reprêsa do rio do Prata, a<br />

150 m de altitude. Vegetaçâo natural constituida de essências florestais:<br />

garapa, vinhâtico, mangalô, cedro vermelho, vassourinha, tapinhoa,<br />

cârrapeta, aroeira cedro. Velhos cafeeiros, esparsos. Constituido<br />

de cinco secçôes:<br />

N.° 313 — De 0 a 0.15 m — ümido, castanho-escuro, permeâvel,<br />

com abundância de raizes.<br />

N:° 314 — De 0.15 m a 0.35 m — Menos ümido, castanho-amarelado,<br />

abundantes raizes finas, ainda bem permeâvel, com ocorrência<br />

de concreçôes ferruginosas.<br />

N.° 315 — De 0.35 m a 0.85 m — Amarelo-castanho, mais ümido,<br />

com raizes finas até 0.60 m e grossas dai para baixo, dificultando<br />

a açâo da ferramento. Ocorrências de pedras em decomposiçâo (fonolito?)<br />

e concreçôes f erruginosas.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 531<br />

N.° 316 — De 0.85 m a 1.40 m — Ümido, amarelo com manchas<br />

azuladas esparsas. Raizes muito grossas.<br />

N.° 317 — De 1.40 m a 1.80 m — Rocha em decomposiçâo. Fonolito.<br />

Determinou-se a composiçâo quimica do complexo coloidal (Quadro<br />

n.° 2), assim como a soma das bases permutâveis e outros indices<br />

importantes que permitem avaliaçâo das condiçôes quimicas dos solos<br />

(Quadro n.° 3).<br />

As anâlises fisicas compreendem a composiçâo mecânica e respectiva<br />

classificaçâo dos solos (Quadro n.° 4) e a determinaçâo de constantes<br />

relativas à economia d'âgua nos solos (Quadro n.° 5). Para facilitar<br />

a compreensâo dêste ultimo Quadro, damos abaixo a significaçâo<br />

das abreviaçôes usadas :<br />

Anat. — .Agua natural determinada na amostra de volume colhida;<br />

Pnat. — Volume natural de poros;<br />

C — Capacidade de retençâo de âgua;<br />

Eq. Um. — Equivalente de umidade ("Moisture equivalent") determinado<br />

na centrifuga, com rotaçâo equivalente a 1.000 vêzes a aceleraçâo<br />

da gravidade;<br />

Ain. — Agua inativa. Valor calculado, equivalente a dois têrços<br />

do equivalente de umidade;<br />

Po — Volume de poros livre de tensâo, correspondente ao valor<br />

Pnat — C;<br />

Ad. — Agua disponivel, correspondente ao valor C —Ain;<br />

Hy. — Higroscopicidade de MITSCHERLICH, determinada em ambiente<br />

saturado de umidade, com âcido sulfûrico a 7.3%;<br />

Pot. cap. — Potencial de capilaridade, em atmosferas;<br />

Asc. cap. — Ascensâo capilar, em centimetros de coluna d'âgua;<br />

RiO2<br />

Al>03<br />

FO<br />

FeO<br />

CaO<br />

MgO<br />

K2O<br />

NajO<br />

H2O<br />

CO2 + H2O<br />

TiO2<br />

P.O»<br />

P2O5<br />

30S<br />

307<br />

308<br />

309<br />

313<br />

314<br />

315<br />

316<br />

317<br />

NUMERO DE<br />

REGISTRO<br />

COMPOSIÇÂO QUÎMICA DA ROCHA-MATRIZ<br />

COMPOSIÇÂO QUIMICA <strong>DO</strong> COMPLEXO COLOIDAL<br />

100 g DE <strong>SOLO</strong> SECO A 105°C.<br />

SiO2<br />

g<br />

10,80<br />

20,01<br />

20,30<br />

18.31<br />

9,58<br />

10.9S<br />

10,43<br />

10,72<br />

11,16<br />

AI2O3<br />

9,44<br />

10,43<br />

8,69<br />

1 1,97<br />

3,02<br />

4,25<br />

5,92<br />

4,61<br />

3,58<br />

F2O3<br />

Si<br />

7,28<br />

03<br />

5,76<br />

6,89<br />

1,21<br />

2,04<br />

3,42<br />

2,30<br />

2,20<br />

Reprêsa do Prata<br />

51,24<br />

17,33<br />

3,08<br />

3,02<br />

4,08<br />

1,9 +<br />

6,54<br />

4,22<br />

0,46<br />

5,08<br />

1,64<br />

0,75<br />

0,15<br />

Relaçâo molecular<br />

ki<br />

3,5<br />

3 2<br />

3,8<br />

2,0<br />

4,8<br />

4,4<br />

3,0<br />

3,9<br />

5,3<br />

kr<br />

2,4<br />

2,3<br />

2,8<br />

1,9<br />

3,8<br />

3,3<br />

2 2<br />

5!ô<br />

3,6


ANÄLISE QUÎMICA<br />

Ui<br />

CO<br />

IN3<br />

NUMERO<br />

DE<br />

REGISTRO<br />

306<br />

307<br />

308<br />

309<br />

313<br />

314<br />

315<br />

310<br />

317<br />

Espessura<br />

em<br />

cm<br />

0-12<br />

12-42<br />

42-92<br />

92-120<br />

0-15<br />

15-35<br />

35-85<br />

85-140<br />

140-180<br />

DH em<br />

âgua<br />

1:1<br />

5,8<br />

6,5<br />

6,0<br />

6,2<br />

4,9<br />

4,9<br />

4,7<br />

4,2<br />

5,1<br />

EM mE<br />

Acidez<br />

Inócua<br />

2,9<br />

1,8<br />

2,6<br />

2,7<br />

6,1<br />

4,7<br />

6,3<br />

3,5<br />

3,9<br />

Nociva<br />

1,0<br />

0,4<br />

0,3<br />

0,1<br />

0,7<br />

2,0<br />

1,4<br />

3,7<br />

7,9<br />

POR 100 g Dit<br />

S-F<br />

8,0<br />

4,7<br />

4,2<br />

4,5<br />

15,0<br />

5,8<br />

5,9<br />

7,5<br />

3,9<br />

Ca++<br />

4,5<br />

2,2<br />

0,9<br />

1,1<br />

12,0<br />

3,1<br />

3,2<br />

5,5<br />

0,7<br />

<strong>SOLO</strong><br />

Mg++<br />

2,0<br />

1,1<br />

0,7<br />

1,0<br />

1,4<br />

1,2<br />

1,4<br />

0,5<br />

1,0<br />

SËCO<br />

K+<br />

1,1<br />

1,1<br />

2,1<br />

1,8<br />

1,3<br />

0,9<br />

1,0<br />

1,0<br />

1,1<br />

A 105°C<br />

Na+<br />

0,4<br />

0,3<br />

0,5<br />

0,6<br />

0,3<br />

0,6<br />

0,3<br />

0,5<br />

1,1<br />

T<br />

11,9<br />

6,9<br />

7,1<br />

7,3<br />

21 8<br />

12 5<br />

13,6<br />

14,7<br />

15,7<br />

%<br />

67<br />

68<br />

59<br />

62<br />

70<br />

46<br />

43<br />

51<br />

25<br />

mg/lOOg<br />

C<br />

1 904<br />

300<br />

196<br />

71<br />

1 314<br />

749<br />

458<br />

131<br />

169<br />

N<br />

196<br />

83<br />

62<br />

H<br />

100<br />

49<br />

100<br />

49<br />

24<br />

DE <strong>SOLO</strong> SÊCC<br />

P2O5<br />

0,24<br />

0,04<br />

0,02<br />

0,21<br />

0 83<br />

0 22<br />

0,34<br />

0,33<br />

0,28<br />

K2O<br />

52<br />

52<br />

99<br />

85<br />

61<br />

42<br />

47<br />

47<br />

52<br />

) A 105<br />

C/N<br />

9,7<br />

3,6<br />

3,1<br />

1,3<br />

13,1<br />

15,3<br />

4,6<br />

2,7<br />

7,0<br />

°C<br />

Hqmus<br />

14,1<br />

2,2<br />

1,4<br />

0,5<br />

07<br />

55<br />

3,4<br />

1,0<br />

1,2<br />

a<br />

><br />

M<br />

r<br />

M<br />

M<br />

o<br />

M<br />

><br />

S<br />

s


306<br />

307<br />

308<br />

309<br />

313<br />

314<br />

315<br />

316<br />

317<br />

NUMERO<br />

DE<br />

REG1STRO<br />

Argila<br />

22,9<br />

30,9<br />

30,9<br />

17,4<br />

15,3<br />

22,4<br />

20,8<br />

12,6<br />

15,0<br />

Silte<br />

D1SPERSÄO TOTAL<br />

21,0<br />

16,6<br />

26,5<br />

38,5<br />

21,9<br />

27,9<br />

34,2<br />

22,0<br />

18,4<br />

Areia<br />

53,7<br />

50,3<br />

38,1<br />

42,1<br />

57,0<br />

45,8<br />

42,2<br />

57,3<br />

47,7<br />

ANÄLISE MECÂNICA<br />

Seixos<br />

2,0<br />

2,0<br />

2,6<br />

1,7<br />

5,6<br />

3,6<br />

2,7<br />

5,6<br />

8,6<br />

Pedras<br />

0,4<br />

0,2<br />

1,9<br />

0,3<br />

0,2<br />

0,3<br />

0,1<br />

2,5<br />

10,3<br />

Argila<br />

DISPERSÄO NATURAL<br />

13,6<br />

0,6<br />

0,6<br />

0,4<br />

9,0<br />

12,4<br />

3,9<br />

0,4<br />

2,7<br />

Silte<br />

15,5<br />

0,8<br />

0,2<br />

0,6<br />

28,9<br />

£9,6<br />

1,5<br />

1,5<br />

42,2<br />

Areia<br />

68,5<br />

96,4<br />

94,7<br />

97,0<br />

56,3<br />

54,1<br />

. 91,8<br />

90,0<br />

36,2<br />

Coagulaçào<br />

FATOR<br />

40<br />

98<br />

98<br />

97<br />

41<br />

44<br />

81<br />

97<br />

82<br />

Dispersäo<br />

60<br />

2<br />

2<br />

3<br />

59<br />

56<br />

19<br />

3<br />

18<br />

Classificaçâo<br />

mecânica<br />

Areia barrenta<br />

Areia argilosa<br />

Barro arenoso<br />

Barro siltoso<br />

Areia barrenta<br />

Barro arenoso<br />

Barro arenoso<br />

Areia barrenta<br />

Barro arenoso<br />

en<br />

o<br />

01 MOÜ2<br />

2<br />

M<br />

M<br />

w<br />

Z<br />

o<br />

o<br />

[A<br />

O<br />

u CO


ANÄLISE FÎSICA<br />

UI<br />

00<br />

(P.<br />

NUMERO<br />

DE<br />

REGISTRO<br />

300 !<br />

307<br />

308<br />

309<br />

313<br />

314<br />

315<br />

316<br />

317<br />

Espessura<br />

em<br />

cm<br />

0-12<br />

12-42<br />

42-92<br />

92-120<br />

0-15<br />

15-35<br />

35-85<br />

85-140<br />

140-180<br />

P. especifico<br />

Aparente<br />

0,87<br />

1,07<br />

1,24<br />

1,39<br />

1,20<br />

1,20<br />

1,28<br />

1 29<br />

1,21<br />

Real<br />

2,55<br />

2,62<br />

2,52<br />

2,63,<br />

2,03<br />

2,f6<br />

2,55<br />

2,57<br />

2,61<br />

A nat<br />

18<br />

22<br />

27<br />

33<br />

29<br />

25<br />

35<br />

33<br />

34<br />

I' nat<br />

6C<br />

59<br />

51<br />

47<br />

53<br />

53<br />

50<br />

50<br />

54<br />

C<br />

37<br />

42<br />

33<br />

33<br />

32<br />

35<br />

39<br />

33<br />

34<br />

Eq.<br />

Um.<br />

33<br />

39<br />

32<br />

23<br />

25<br />

07<br />

33<br />

29<br />

30<br />

A in<br />

22<br />

27<br />

99<br />

15<br />

17<br />

18<br />

22<br />

19<br />

20<br />

Ad.<br />

15<br />

15<br />

U<br />

18<br />

15<br />

17<br />

12<br />

14<br />

14<br />

Po<br />

29<br />

17<br />

18<br />

14<br />

21<br />

IS<br />

11<br />

17<br />

20<br />

Hy<br />

9,8<br />

135<br />

133<br />

12,8<br />

80<br />

10,1<br />

8,5<br />

10,1<br />

Asc.<br />

cap.<br />

24,1<br />

37,6<br />

84 5<br />

77,6<br />

199<br />

29 1<br />

50,5<br />

94,2<br />

65,0<br />

R e 1 a ç à o<br />

Hy<br />

' Arg. T<br />

42<br />

44<br />

43<br />

72<br />

52<br />

26<br />

50<br />

G6<br />

67<br />

Pot.<br />

cap.<br />

160<br />

608<br />

878<br />

984<br />

16S<br />

66<br />

400<br />

245<br />

292<br />

ö<br />

en M<br />

O<br />

Cl<br />

2<br />

3<br />

m<br />

a<br />

M<br />

Sx<br />

o<br />

Cd<br />

><br />

M<br />

O<br />

M<br />

M'<br />

a<br />

o<br />

CA<br />

O<br />

o


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÈNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 535<br />

APRECIAÇÀO <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S<br />

A rocha-matriz de ambos os perfis é muito semelhante na composiçâo<br />

quimica e constituiçâo mineralógica. Trata-se, no perfil I, de<br />

uma rocha do tipo nefelita-sienito e, no perfil II, de um fonolito. Em<br />

ambas, a relaçâo molecular Si0L./Al203 é 5,0 e a relaçâo molecular SiO2/<br />

R2Oa e 4,2 e 4,1, respectivamente, o que evidencia a asserçâo acima.<br />

No horizon te superficial do perfil I, a relaçâo molecular SiOo/ALOa<br />

é 3,5 e a SiOo/RaO;: é 2,4. Trata-se de solo que vem sendo cultivado<br />

com laranjeiras durante vârios anos sucessivos, encontrando-se em<br />

fase de evoluçâo mais adiantada em relaçâo ao perfil II, em cujo<br />

horizonte superficial aquelas relaçôes moleculares sâo, respectivamente,<br />

4,8 e 3,8. Este solo é revestido de grande numéro de essências florestais.<br />

O enriquecimento de humus fixou maior teor de coloide minerai<br />

.<br />

Ambos os perfis sâo quimicamente bons, sendo apreciâvel a riqueza<br />

em bases trocâveis, a saturaçâo do complexo sortivo e os baixos valor<br />

es de acidez nociva (Al) nos horizontes super f iciais.<br />

Os teores em potâssio sâo particularmente bons, sobretudo quando<br />

comparados com os correspondentes encontradiços nos outros solos<br />

da regiâo. O mesmo pode dizer-se quanto ao câlcio, cujos valores<br />

oscilam entre ótimo e regular em todos os horizontes. Quanto ao fósforo,<br />

sâo ambos pobres dêsse elemento, particularmente o perfil I.<br />

Cumpre notar, entretanto, que a rocha-matriz do morro da Prata, com<br />

0,75% de P205, empresta ao solo correspondente teor mais elevado '<br />

nesse elemento.<br />

A relaçâo C:N é mais elevada no perfil II nos horizontes superficiais,<br />

indicando teor relativamente alto de matéria orgânica.<br />

As anâlises quimicas foram feitas.pelos processos usuais adotados<br />

no Institute de Quïmica Agricola, excetuada a determinaçâo do valor<br />

T, na quai foi usado o acetado de amônia N/l. Cumpre referir que o<br />

valor S+ foi obtido pela soma da Ca+ + , Mg+ + , K+ e Na+.<br />

Quanto as condiçôes fisicas, trata-se de solos de boa capacidade<br />

de retençâo e circulaçâo de âgua e bem arejados, com elevado volume<br />

natural de poros (maior do que 50%) .


536 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong>. REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

C<br />

Per fil nrWülD" do Pî-iatoL<br />

Dtclafdmól volunnctPlco -fis le o<br />

AtiHude: \6>O 6 ro.<br />

Zona Çaolopica.: Néo -i<br />

RochQ mcxtrÛH : Süzruki e<br />

Vepeiaçâo: Qar>ap<br />

cßcirK? e<br />

10<br />

2O ÎO 4O 5O 60 7O 80 CO lOO^<br />

Ad<br />

10 20 30 4O 50 óo<br />

80<br />

70 80 ç)o 1005/<br />

Ore ia<br />

Seixoz<br />

Pedro/<br />

Inbliva<br />

Q$ug<br />

disponibel


O 0 0 O O 0 O 0 0<br />

><br />

> M<br />

m ö<br />

M<br />

o ci<br />

o<br />

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1 X<br />

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50<br />

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B M<br />

2<br />

en<br />

O<br />

O<br />

en<br />

-4


538 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

DLdgfännö volumétPlco QuLmLco<br />

EscaLa: lcm'=3OKE/HQ<br />

Ions trocóveis kE/Ha Ions toiais<br />

17 25 -21 18 15 12 9 6 3 3 6 9 12 15 18 21 25 27<br />

2? 25 21 18 15 12 9 6 12 15 18 21 25 2?<br />

Ca<br />

'•==•1 T pocavei s<br />

NQ<br />

Acidez inócua<br />

/\cidcz nociva


An/ O<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 539<br />

PerfiL:<br />

MuNÎcipio de JMovfcL IQUO/ÓÓU. - km.O4<br />

Dlâgrdmcl volumétPlco flslco<br />

Altitude: 7Om.<br />

RochoL md/lniz,: Sleniioep>r\o££cy<br />

; A'rved cuüCfxA^axfct com Laîuxrad.<br />

IO -<br />

2O -<br />

30 -<br />

4O -<br />

50 -<br />

60 -<br />

A 3 7O -<br />

A4<br />

8O -<br />

90 -<br />

IOO -<br />

120<br />

o -<br />

o 10 20 30 4O 50 60 ?o 60 90 100%<br />

o<br />

I O<br />

20 SiLte<br />

3O<br />

4O<br />

5O<br />

60<br />

k ne.ta.<br />

Agua.<br />

80 natlva<br />

90 AQUCL<br />

disponivel<br />

II O<br />

120<br />

O IO 2O 3O 4O 3O f o 00 90 100%


NOTAS PRELIMINARES SOBRE CLIMA, <strong>SOLO</strong>S<br />

E VEGETACÄO NO ESTA<strong>DO</strong> <strong>DO</strong> PARANA •<br />

Publicado pela Secretaria de Agricultura do Parana.<br />

REINHARD MAACK


RECONHECIMENTO AGROLÖGICO PARA FIM<br />

DE IRRIGAÇÔES<br />

F. E. DE SOUZA MELLO<br />

Secçâo de Solos<br />

Institute "José Auguste Trindade'<br />

A jusante das grandes obras de irrigaçâo ou dos locais de estudo<br />

dos açude püblicos do Nordeste, jâ fizemos, num periodo de 12 anos,<br />

quinze reconhecimentos agrológicos em vales de rios nos Estados do<br />

Piaui, Cearâ, R. G. do Norte, Paraiba e Pernambuco, a f im de conhecer<br />

os solos sob o ponto de vista da sua irrigabilidade e opinar sobre<br />

a conveniência ou nâo do seu aproveitamento à cultura irrigada,<br />

tendo em vista também a qualidade da âgua do rio, cujo vale se estuda.<br />

Sâo confecionados mapas agrológicos para que sobre êles sejam<br />

planificadas as rêdes de irrigaçâo, drenagem, terraplenagem, enfim,<br />

para que se organizem pianos de correçâo e conservaçâo da f ertilidade<br />

dos solos.<br />

Estes reconhecimentos têm tido prioridade sobre os trabalhos de<br />

solos de natureza puramente experimental, dada a urgência que o<br />

D.N.O.C.S. tem em conhecer, sob o ponto de vista agrológico, os<br />

vales de mui tos dos rios do Nordeste, nos projetos de aproveitamento<br />

dos mesmos com grandes obras de irrigaçâo.<br />

Após a conclusâo do reconhecimento agrológico, o agrônomo encarregado<br />

do serviço apresenta um relatório ao Chef e, descrevendo<br />

os principals tipos de solo encontrados, concluindo por dizer da possibilidade<br />

ou nâo do aproveitamento do vale, para irrigaçâo.<br />

Quando uma ligeira inspeçâo é bastante para nos convencer das<br />

reais possibilidades do aproveitamento de urn vale à cultura irrigada<br />

fazemos, juntamente com o levantamento agrológico minucioso,<br />

um levantamento cadastral complete de formas a conhecer das disposiçôes<br />

dos proprietârios de terras com relaçâo à irrigaçâo, suas possibilidades<br />

econômicas, seus métodos de cultura, regime de exploraçâo<br />

da terra, etc.<br />

Quando aquela inspeçâo mostra que o aproveitamento do mesmo<br />

à cultura irrigada parece ser inexeqüivel, estes reconhecimentos sâo<br />

feitos de maneira mais resumida e râpida.<br />

Apresentamos a seguir dois tipos de relatórios sobre reconhecimentos<br />

agrológicos apresentados à Chefia do Serviço pelo agrônomo<br />

FRANCISCO EDMUN<strong>DO</strong> DE SOUZA MELLO, urn no vale do rio Moxoto, no<br />

Estado de Pernambuco, onde se estuda a construçâo de uma barragem,<br />

e outro a jusante do açude publico Lima Campos, jâ construido, no<br />

Estado do Cearâ. No primeiro nâo fizemos levantamento topogrâfico e,<br />

consequentemente, nâo acompanha mapa agrológico; no segundo, os<br />

trabalhos de campo foram mais minuciosos, acompanhando um mapa<br />

agrológico da regiäo estudada.


542 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Relatório do reconhecimento agrologico no vale do rio Moxotó, em trecho<br />

compreendido entre Poço da Cruz e Formosa, apresentado ao Sr. Chef e<br />

do Instituto, JOSÉ ÂUGUSTO TRINDADE, pelo agrônomo FRANCISCO<br />

EDMUN<strong>DO</strong> DE SOUZA MELLO<br />

Em junho de 1948, fizemos um ligeiro reconhecimento das terras<br />

à jusante do local do estudo da barragem do açude Poço da Cruz.<br />

Este reconhecimento estendeu-se até a localidade de Formosa, distante,<br />

aproximadamente, 24 quilômetros do ponto de partida. Como<br />

nâo levantamos a area reconhecida, seguem algumas consideraçôes:<br />

Fisionomia do Vale: A partir do local da barragem, êle apresenta-se<br />

estreito nos 2 primeiros quilômetros, começando a se alargar<br />

à proporçâo que se aproxima de Mirim, distante 5 quilômetros de Poço<br />

da Cruz. Desta localidade até Formosa, ponto terminal do nosso<br />

reconhecimento, a largura do vale varia de 2 a 3 quilômetros e, segundo<br />

informaçôes colhidas, esta permanece até o povoado de Pernambuquinho,<br />

distante 36 quilômetros do nosso ponto de partida,<br />

quando entâo começa novamente o vale a se estreitar. Assim, os baixios,<br />

apesar de nâo serem largos, nâo podemos considerâ-los estreitos,<br />

para fins de irrigaçâo.<br />

Limitando-se com o vale do rio Moxotó pelo lado direito, constituindo<br />

as terras mais altas da regiäo, encontramos, em tôda a extensâo<br />

reconhecida, tabuleiros de areia, (areiüscos) impróprios à lavoura<br />

irrigada; jâ para o lado esquerdo, as terras altas säo constituidas, na<br />

sua maioria, de tabuleiros cristalinos muitos razos e pedregosos, e que<br />

também foram considerados impróprios à lavoura irrigada.<br />

Passaremos, era seguida, a fazer uma apreciaçâo dos tipos de solo<br />

que ocupam as maiores areas do Vale.<br />

Tipos de solo: Os tipos de solo mais representatives säo: Aluviäo<br />

Fluvial, Vârzea, Aluviâo Salgado e Massapê Salgado.<br />

Uma grande mancha de Aluviäo Fluvial foi encontrada no trecho<br />

reconhecido, cuja mancha se estende, pela margem esquerda do<br />

rio, das proximidades de Mirim até as proximidades de S. Rafael, numa<br />

extensäo de 11 quilômetros e pela margem direita, das proximidades<br />

de Mirim até uns 6 quilômetros abaixo dessa localidade. Quanto<br />

à largura da mancha, nâo podemos precisar num reconhecimento<br />

desta natureza, mas é provâvel que de, em média, 300 a 400 métros.<br />

Grande parte do Aluviäo Fluvial é ocupada por mata virgem, cujo<br />

limite, de uma maneira grosseira, é o seguinte: ela tem inicio aproximadamente<br />

a 7 quilômetros abaixo de Poço da Cruz e acompanha as<br />

margens direita e esquerda do rio, ora alargando-se para um lado,<br />

ora estreitando-se para outro, estendendo-se pela margem direita até<br />

11 quilômetros de Poço da Cruz; dai em diante, ela continua sômente<br />

pela margem esquerda do rio até aproximadamente 16 quilômetros<br />

do nosso ponto de partida (Poço da Cruz) .<br />

A largura desta mata, segundo informaçôes colhidas, é, em média,<br />

de 400 métros. A vegetaçâo é constituida de Pajeû, Quixabeira, Catinga<br />

Branca, Pereiro, Juàzeiro, Palmatória, etc.<br />

No ponto terminal da mata começam a desaparecer as areas de<br />

Aluviäo Fluvial para dar lugar tâo somente a Vârzea e Aluviäo Salgado.<br />

Estes tipos de solo, que se localizam em tôda a zona reconhecida,<br />

nas adjacências do Aluviäo Fluvial, permanecem em areas afastadas<br />

do curso do rio até aquêle ponto, quando penetram profundamente


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 543<br />

no vale, passando entâo a ocupar tôda a extensâo do mesmo até Formosa,<br />

juntamente com o Massapê Salgado.<br />

Passamos em seguida a fazer urn estudo detalhado sobre estes<br />

tipos de solo.<br />

Aluviäo Fluvial: Fizemos 2 sondagens neste tipo de solo, as de<br />

numéros 2 a 3. A primeira nas proximidades de Mir im, numa cultura<br />

de milho e mamona; a segunda foi localizada na Mata Virgem, a que<br />

nos referimos atrâs.<br />

Acompanham êste relatório diagramas fisicos e quimicos das duas<br />

sondagens, sendo que no diagrama quimico da sondagem 2 achase<br />

representada também a réserva nutritiva do solo (iônios totais) ;<br />

no quadro de analise junto, sob o numero 1, acham-se outras determinaçôes<br />

que nâo podem ser Hdas nos diagramas.<br />

Os diagramas fisicos e demais determinaçôes fisicas do quadro nos<br />

mostram que êste tipo de solo tem boas propriedades fisicas e que<br />

os perfis apresentaram horizontes arenosos, sendo que no de n.° 2 encontramos<br />

um horizonte arenoso a 2 métros de profundidades. O horozinte<br />

3 do per f il n.° 3 é uma areia lavada.<br />

Nos diagramas quimicos e demais determinaçôes quïmicas do<br />

quadro de analise n.°l podemos observar que, a nâo ser os horizontes<br />

arenosos, os demais horizontes apresentam-se bastante ricos, principalmente<br />

em câlcio e magnésio. Os horizontes superficiais das duas<br />

sondagens têm muita matéria orgânica e possuem urn regular teor<br />

em azôto; também é digno de nota a riqueza em fósforo da sondagem<br />

2, principalmente nos dois horizontes inferiores. O pH variou de<br />

6.75 a 7.40.<br />

O Aluviâo Fluvial do Moxotó é, pois, um solo fértil, como nos<br />

mostram os dados analiticos e as boas culturas que tivemos ocasiâo<br />

de ver no campo, em terrenos dêste tipo. Deve ser, pois, incluido entre<br />

os tipos de solo próprio à lavoura irrigada.<br />

Värzea: Fizemos 3 sondagens neste tipo de solo; as de n.° 1, 5 e<br />

8, cujos diagramas fisicos e quimicos acompanham o relatório. Outros<br />

dados analiticos encontramos no quadro de analise n.° 1. Aquelas<br />

sondagens nos mostram que estes solos sâo aluvioes em comêço de salinizaçâo.<br />

Chamaremos aqui impropriamente de Vârzea por serem assim<br />

conhecidas na regiâo. A vegetaçâo nativa neste tipo de solo consta<br />

de Pereiro, Favela, Xiqui-Xiqui, Quixabeira, Pinhâo, Mandacarû, Catingueira,<br />

Pau Ferro, Bom Nome, etc.<br />

Pelo diagrama e dados analiticos fisicos do quadro, vemos que<br />

as propriedades fisicas dos perfis sâo, de uma maneira gérai, reguläres,<br />

apesar de alguns horizontes apresentarem-se pouco permeâveis.<br />

O coeficiente de dispersäo da argila relativamente baixo, a altura<br />

da ascensäo capilar urn tanto elevado e o relativo espaço de ar que<br />

ainda resta nos horizontes para aeraçâo dêstes e movimento da âgua<br />

gravitativa no solo, depois que os mesmos retêm a sua âgua capilar<br />

mâxima, sâo os dados que nos levam àquela afirmativa.<br />

Pelo diagrama e dados analiticos quimicos vemos que êste tipo<br />

de solo possui bons teores de, câlcio e magnésio e reguläres em potâssio;<br />

os horizontes inferiores possuem bons teores de fósforo; sâo, entretanto,<br />

relativamente pobres em matéria orgânica e azôto.<br />

Uma observaçâo digna de nota é que em muitos dos horizontes<br />

dêstes perfis, como de outros, as anâlises nos revelaram um baixo<br />

grau de saturaçâo do complexo e, consequentemente, uma boa dose


544 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

de quilo — équivalentes de hidrogênio trocâvel nos complexos. Esta dessaturaçâo<br />

do complexo é rara nos solos do Nordeste.<br />

Também achamos interessante observar que as relaçôes Ca/Na<br />

na vârzea sâo muito elevadas, e maiores ainda no perfil 8; o complexo<br />

do solo possui, em adsorçâo, pequenos teores de sódio; apresentaram<br />

teores relativamente baixos de sais solûveis (vide determinaçôes<br />

de salinidade e NaCl), e o pH variou de 6.40 a 7.98.<br />

Comparando-se todos estes dados analiticos da vârzea do Moxotó<br />

corn, a vârzea de Sâo Gonçalo, verificamos que aquelas sâo inteiramente<br />

dif eren tes destas. As vârzeas do Moxotó das sondagens 1, 5<br />

e 8 podem ser consideradas solos de melhor qualidade, em relaçâo as<br />

de Sâo Gonçalo, tanto do ponto de vista fisico como quimico. Acreditamos<br />

que o seu aproveitamento, como solo agricola, requeira muito<br />

menos trabalho de correçâo e conservaçào do que as vârzeas de<br />

Sâo Gonçalo.<br />

Do exposto concluimos que as areas da vârzea, representadas pelas<br />

sondagens supramencionadas, devem ser incluidas no aproveitamento<br />

agricola do vale.<br />

Aluviäo Salgado: Fizemos as sondagens 4 e 6 neste tipo de solo.<br />

Construimos diagramas fisicos e quimicos da sondagem 6 e registramos<br />

dados analiticos desta e da sondagem 4, em quadros 1 e 2 que<br />

acompanham o relatório.<br />

A vegetaçâo nativa dêste tipo de solo consta de Xique-Xique, Palmatória,<br />

Quixabeira, Favela, Pereiro, etc.<br />

Pelo diagrama e dados analiticos fisicos da sondagem 6 observamos<br />

que o primeiro horizonte é pouco permeâvel e argiloso, eriquanto<br />

que o segundo é mais poroso e arenoso (areia fina) . O coeficiente<br />

de dispersäo da argua neste horizonte é muito elevado e, se a porcentagem<br />

desta fosse elevada, o horizonte séria muito impermeâvel.<br />

A ascensâo capilar é baixa para os dois horizontes. Concluimos que<br />

este tipo de solo nâo tern boas propriedades fisicas.<br />

O diagrama e dados analiticos quimicos nos mostram que o complexo<br />

tem um teor elevado de sódio, principalmente no segundo horizonte;<br />

a relaçâo Ca/Na é muito baixa; o grau de saturaçâo dp complexo<br />

também é baixo, tendo, em conseqiiência, elevado teor de hidrogênio<br />

trocâvel; tem um bom teor de potâssio no 1.° horizonte; o perfil<br />

possui urn regular teor de fósforo e é pobre em matéria orgânica e<br />

azôto. O pH deu mais elevado do que a Vârzea e encontramos um<br />

alto teor de sais solûveis, donde concluimos que este tipo de solo é<br />

bastante salgado e alcalino.<br />

Pelo estudo fisico e quimico dos perfis, consideramos os Aluviôes<br />

Salgados das sondagens 4 e 6 impróprios à lavoura irrigada.<br />

Massapê Salgado: Fizemos as sondagens 7 e 9 neste tipo de solo;<br />

os diagramas e dados fisicos e quimicos destas sondagens acompanham<br />

o relatório.<br />

A vegetaçâo nativa neste tipo de solo, consta de Mata-Pasto, Pinhâo,<br />

Juàzeiro, Quixabeira, etc.<br />

Os diagramas e dados analiticos fisicos nos mostram alta porcentagem<br />

de argua e limo e muito pouca areia; se o solo estiver com<br />

sua âgua capilar maxima, restarâ muito pouco espaço de ar para o<br />

movimento da âgua gravitativa no solo, dai este tipo de solo ser mui-,<br />

to pouco permeâvel; possui alto teor de higroscopicidade, coeficiente<br />

de dispersäo da argila relativamente elevado, principalmente no per-


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 545<br />

fil 9, e ascensâo capilar baixa. Concluimos que o Massapê Salgado tem<br />

mâs propriedades fisicas.<br />

O diagrama e dados analiticos quimicos nos mostram, que (chamamos<br />

a atençâo para a diferença de escala dos 2 diagramas) os perfis<br />

sâo ricos em câlcio e magnésio; a relaçâo Ca/Na relativamente<br />

baixa; grau de saturaçâo do complexo baixo para todos os horizontes e,<br />

conseqüen temen te, uni elevado teor de hidrogênio trocâvel; rico em<br />

fósforo assimilâvel e muito pobre em matéria orgânica, azôto e manganês,<br />

regular a fraco no teor de potâssio. Apresentaram al ta salinidade.<br />

Estes solos sâo mais salgados do que o Aluviâo Salgado.<br />

Pelo estudo fisico-quimico dos perfis, consideramos os Massapês<br />

Salgados das sondagens 7 e 9 impróprios à lavoura irrigada.<br />

Estrutura do Complexo: Fizemos determinaçôes das relaçôes<br />

SiO2/R2O3 e SiO2/Al2O3 em algumas arguas dos solos do vale do Moxotó,<br />

cujos resul tados se encontram no quadro anexo. Procuramos localizar<br />

os resultados das anâlises no diagrama triangular idealizado por P.<br />

VALEGER para a classificaçâo minerai. Verificamos que as mesmas se<br />

localizaram na ârea compreendida entre o Ferralsilito e o Sialito.<br />

Naturesa da ägua do Rio Moxotó: Colhemos a âgua do rio Moxoto<br />

no local do estudo da barragem, em pequena correnteza do rio, a<br />

f im de fazermos a anâlise do residuo minerai. Segue-se os dados da<br />

anâlise :<br />

(Anâlise n.° 25)<br />

AMOSTRA: — Em garrafâo de 5 litros de rôlha esmerilhada.<br />

PROCEDÊNCIA: — Rio Moxotó — Pernambuco — Local do estudo<br />

da barragem do Açude Poço da Cruz.<br />

COLETOR: — Dr. FRANCISCO DE SOUZA MELLO.<br />

DATA: — 25 de junho de 1948, as 14,30.<br />

OUTROS DA<strong>DO</strong>S: — Colhida no rio em pequena correnteza.<br />

ASPECTO "IN-NATURA" : — Ligeiramente türva.<br />

Dados analiticos em p.p.m. sobre a âgua.<br />

pH 8,30<br />

Residuo à 105° C<br />

Cloretos (Ci-)<br />

Sulfatos (SO,, — )<br />

Carbonatos (CO3-~ )<br />

Câlcio (Ca++)<br />

R2O3 (Fe+Al)<br />

Magnésio (Mg + + )<br />

562,20<br />

196,02<br />

7,74<br />

75,18 (CO3H)<br />

50,44<br />

3,60<br />

20,31<br />

Silica (SiO.)<br />

Alealis (Na+K) (Na)<br />

10,60<br />

84,42<br />

Fe2O3<br />

A12O3<br />

0,60<br />

3,00<br />

Com estes dados analiticos calculamos o coeficiente alcalino de<br />

SCOTT (Standard Methods of Chemical Analysis — 5th edition, vol.<br />

*2, pg. 2 098) e encontramos urn coeficiente K = 10.41. Para este valor<br />

3. âgua é considerada fraca para irrigaçâo, tolerando-se o seu aproveitamento<br />

quando se precavém contra o acümulo gradual de alcalis,<br />

exceto para os solos muito permeâveis.<br />

Estes dados se referem à âgua colhida na correnteza do rio Moxoto,<br />

em época de fins de inverno. Devemos ter em mente ser mui-<br />

— 35 —


546 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

to provâvel que esta âgua, uma vez represada, as suas condiçôes de<br />

salinidade se agravem sobremodo. Como ilustraçâo, citamos o exemple»<br />

da âgua represada no Choró; a anâlise desta âgua, colhida em<br />

1943 acusou 234 p.p.m. de cloretos (Cl-), um poueo mais elevado do<br />

que a âgua corrente do rio Moxotó, que foi de 196 p.p.m. de cloretos<br />

(CI-). Quando colhemos a âgua do açude Choró, fizemos também<br />

a colheita da âgua a montante do acûde, para têrmos conhecimento<br />

do grau de salinidade da âgua que entrava para o mesmo. Como na<br />

ocasiâo, (maio de 1943) nâo encontramos mais âgua corrente no leito<br />

do rio Choró e afluentes, colhemos a âgua deixada pelo rio e riachos<br />

em cacimbas nos seus respectivos leitos. Retiramos 5 amostras<br />

d'âgua, 2 em cacimbas do leito do rio Choró, uma no riacho da Cruz,<br />

uma no riacho Queimadas e uma no riacho Juàzeiro. Tirando uma<br />

média da concentraçâo de cloretos nas âguas destas cacimbas, encontramos<br />

78 p.p.m. de Cl-. Assim verificamos que a âgua represada<br />

esta 4 vêzes mais concentrada do que a âgua que entra, isto na melhor<br />

das hipóteses, pois, se a âgua que colhemos a montante nâo<br />

fosse de cacimba e sim âgua da correnteza dos cursos que alimentam<br />

o acude Choró, é provâvel que esta fosse menos concentrada em cloretos.<br />

E' verdade que este açude nunca sangrou. Mas, guardando<br />

as mesmas proporçôes, chegaremos à conclusâo de que a âgua do Moxotó<br />

represada aumentarâ consideràvelmente a sua concentraçâo em<br />

sais tanto mais quanto menos sangrias o açude tiver.<br />

Segundo informaçôes colhidas, as cheias do riacho do Mel elevam<br />

sobremodo a concentraçâo de sais na âgua do Moxotó.<br />

E' provâvel que esta informaçâo tenha fundamento, pois, jâ tivemos<br />

ocasiâo de fazer anâlises da âgua de uma cacimba no leito<br />

dêste riacho proximo de Rio Branco, que acusou 1.049 p.p.m. de cloretos<br />

.<br />

CONCLUSÂO<br />

Pelo estudo das sondagens e observaçôes de campo, 2 tipos de solo<br />

poderiam ser aproveitados na lavoura irrigada:<br />

O Aluviâo Fluvial e a Vârzea, este com alguns trabalhos de correçâo<br />

e conservaçâo.<br />

Nâo podemos precisar que ârea reünem estes 2 tipos de solo, pois,<br />

como jâ dissemos, nâo foi feito levantamento. Acreditamos, entretanto,<br />

que compreenda mais de 50% da ârea total reconhecida.<br />

Os outros 2 tipos de solo, Aluviâo Salgado e Massapê Salgado sâo<br />

solos muito inferiores pela sua alta salinidade, mâs propriedades fisicas,<br />

etc.; nâo devemos pensar no seu aproveitamento para irrigaçâo.<br />

Do exposto, aconselhariamos a irrigaçâo do vale do Moxotó para<br />

o aproveitamento do Aluviâo Fluvial e da Vârzea, nâo fora as mâs<br />

condiçôes de salinidade em que, acreditamos, ficarâ a âgua do rio<br />

Moxotó, depois de represada.<br />

Apesar de SCOTT fazer restriçôes no uso da âgua colhida na correnteza<br />

do rio Moxotó para fins de irrigaçâo, se esta se conservasse<br />

depois de represada com a mesma concentraçâo de cloretos encontrada<br />

na amostra analisada, coisa que julgamos nâo acontecerâ, poderiamos<br />

ainda pensar no aproveitamento desta âgua na irrigaçâo daqueles<br />

2 tipos de solo — Aluviâo Fluvial e Vârzea.<br />

A parte analitica constante dêste relatório estêve a cargo dos<br />

quimicos ARCHIBAL<strong>DO</strong> CAMPBELL, LUIZ BEZEREA, JOÂO PEDRO DE OLIVEIRA<br />

FILHO, ARÂO HOROWITZ e agrônomo EDUAR<strong>DO</strong> OLIVEIRA.


4-1<br />

4- Tl<br />

4-UI<br />

4- I<br />

4- II<br />

4-in<br />

bOlYIJAl.il.Mvl<br />

oOiNDAOlMVi<br />

Âgllil<br />

natural<br />

G 397<br />

9.208<br />

10.800<br />

Ca<br />

0.04<br />

8 20<br />

7.31<br />

Ar<br />

natural<br />

35 9<br />

22.5<br />

18.2<br />

Na<br />

2.26<br />

2 32<br />

1.96<br />

QUADRO DE ANÄLISES N.° 2<br />

Outras determinacöes da sondagem n.° 4<br />

Porosidade<br />

natural<br />

42 3<br />

31.7<br />

29.0<br />

DETERMINACOES FÏSICAS<br />

Matéria<br />

sólida<br />

57 7<br />

08.3<br />

71.0<br />

Porosidadc<br />

relativa<br />

1.07<br />

1.00<br />

1.00<br />

Dcnsidadc<br />

aparcntc<br />

1 552<br />

1.74.1<br />

.1 .725<br />

DETERMINACÖES QUl.MlCAS<br />

BASES TROCÄVEIS<br />

Mg<br />

3.50<br />

3 94<br />

6.45<br />

K<br />

0.27<br />

0.22<br />

0.22<br />

Mn<br />

0.11<br />

0 09<br />

0.04<br />

Dcnsidadc<br />

real<br />

2.09<br />

2.55<br />

2.43<br />

S<br />

11.00<br />

13.14<br />

15.98<br />

Higroscopicidadc<br />

7 33<br />

7.58<br />

9.48<br />

Matcria<br />

orgânica<br />

912<br />

398<br />

143<br />

ANÂLISE MECÂNICA<br />

(Dispersào Total)<br />

Arcia<br />

%<br />

33.4<br />

42.1<br />

31.4<br />

]/imo<br />

%<br />

38 2<br />

27.8<br />

39.0<br />

Caibono<br />

orgûniœ<br />

530<br />

234<br />

84<br />

Argila<br />

%<br />

28.4<br />

30.1<br />

29.0<br />

Azôlo<br />

total<br />

76.2<br />

38.8<br />

17.2<br />

NomenclaturaTntcrnacional<br />

T-Î<br />

H<br />

B<br />

Fósforo<br />

assimila vd<br />

3.32<br />

1 02<br />

0.47<br />

01 MO<br />

z<br />

g<br />

M<br />

ci<br />

2<br />

M<br />

S'<br />

o<br />

M<br />

z<br />

O<br />

O<br />

CO<br />

.O fO


548 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

M.V. O.P. 5- A. 1. O.K.0.C.S. M-V. 0.*. S.À.l. &.N.Q.C.S.<br />

INSTITUTO tlOS^ AU6UST0 TDlNDA©E INSTITUTO CJOSET ÛU6USTO TRINDÄDE<br />

seCpÄO DC <strong>SOLO</strong>S 5CCCÂO DE SOL09<br />

Bûcia de irri^ûcâo-Poçodû Cruz- Tipo de solo- V a r z e a Bdcia de'irripaçâo-Poçoàa Crtz Tïpo de »do- Aluviab Fluvial<br />

DIAGRAMA VOLUMET0CO FISICO <strong>DO</strong> PERFIL N e 1 DIA6RAMA VOLUMETCICO FISICO <strong>DO</strong> PERFIL H S 2<br />

liCàLC le«' • loo..'/»C»»«cnrra; rsuu ic->.|oo~yii» C'»-» «•«•)<br />

• CONVENÇÔES =-<br />

sruos<br />

I*O Z<br />

— CONUEINÇOES —<br />

»,. IUTWL stiros E<br />

MEU 6« E<br />

A8EU E-UH0I3<br />

JP6ILJ E


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 549<br />

U.V. 0/ S.A.I. M. O.C. 3<br />

1N5TITUTO JOScf AUGUSTO TRINDADC<br />

5C.CÇÂO DC <strong>SOLO</strong>S<br />

bacia de irrijfaçâo-Voço da Ctvz Tipo de solo-Aluviöb Fltrvial<br />

DIAffiAUA VOLUMETßlCO FI5IC0 <strong>DO</strong> PERFIL N' 5<br />

C5CAL&. I Cn* - iOOmyWCfOmnCUma)<br />

Hy- NATUUL |<br />

»0 (<br />

— CONUENÇOES —<br />

SEIMS C<br />

AEEU 6! E<br />

«esm E


550 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DS <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

MV. O.P. S.A.I. 0KO.C.5 M.V/.O.P. ' S.A.I. &K.O.C.S.<br />

INSriTUTO CJOSE' AUSUSTO raNDAOE INSTITUTO JOSÉ" iU6U5TO TBINDiDE<br />

1ECÇ&O OC <strong>SOLO</strong>S SCCÇÂO DC <strong>SOLO</strong>S<br />

bada de imjSaç So- toço da Cruz TIpo de solo- V a r z e a 6acio deirrijIaçao-Poçoda Cra Tipo de solo- Aluviâo 5al/(ado<br />

OIAGRAMA VOLUMETßICO FISICO <strong>DO</strong> PEBFIL N S 5 DI4GRAMA VOLUMETßICO FI5ICO <strong>DO</strong> PERFIL N'6<br />

O H ) K) M -0 5O MJ TO SO »O *>o7-<br />

-= C0MUETNÇ0E5 — -= COMUENÇOE5 ^


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 551<br />

MV.O». S.A.I. D.I.O.C.S. u.V. O.P. S.A. I. H.O.C.S.<br />

IN5TITUTO JOSE 4USU3TO TBINOiDE; 1KSTITUTO aOSE aUSUSTO TBIND4DE<br />

SfCÇAO OC <strong>SOLO</strong>S SECpÄO OE <strong>SOLO</strong>S<br />

bacia àeinipaçâo-Poçoàa Cnra-Tipo ie solo -Hassapé Saljlado Bodo de irri/acöo- Poco da Cmz- Tipo desoio- Va r z e a<br />

DIAGRAM* VOLUMETQICO FIS1CO <strong>DO</strong> PERFIL N s ? DIA6RAMA" VOLUMETRICO FI5ICO <strong>DO</strong> PERFIL N 2 Ô<br />

UUCiMit KIE<br />

U Z<br />

ISCALi I Cm*t loowy«*. C'0»» Cm/Va) ISCALI I C- 1 -


552 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

. S.A.I.<br />

INSTITUTO dO5€ AU6USTO TBINDAD£<br />

SCCCÄO O£ <strong>SOLO</strong>S<br />

baéa de irripaçâo-Poço do Cruz- Tlpo de solo Masjpé 5a I fad o<br />

DlâGRAMA VOLUMETRICO FI5IC0 <strong>DO</strong> PERFIL N s 9<br />

-= CONUEINÇOES ^


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÉNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 553<br />

M.V. 0. P 5- A I. . O.N.O.C.S<br />

INSTITUTO JOSîf AUGUSTO TRINDÄDE<br />

SCCÇ^O OC 3OLOS<br />

Bacia de irrîgaçao Poçc da Cruz Tipo de soJo V a r z. e a<br />

DIAGRAMA VOLUMETRICO QUIMICO <strong>DO</strong> PERFIL M' i<br />

CSCALA 1 Cm' - 25<br />

-^COMVEflÇOES<br />

coLcio Y / / / ; i somo c<br />

MflGNESJO 1 ^ MQM60NEZ Ë<br />

rosroso — ^ 1 nzoTo c<br />

H. TßOCÖVLL T"frltl ? I f H ' H P HUMUS Q]


554 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÈNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 555<br />

M.V. O.P. S.A.I. O.N. O.C. S<br />

IN5TITUTO JOSE AUeUSTO TEIND4DE<br />

SETCÇÂO D£ <strong>SOLO</strong>S<br />

bacia de irrtgaçâo Poço da Cruz Tipo de solo-4luviöo Fluvial<br />

DIAGRAMM VOLUMETßICO 0UIMICO <strong>DO</strong> PEPHL N 2 3<br />

ESCALA < Cm*= 28<br />

13 (O<br />

-= CONUENÇOEIS =-<br />

COLCIO Y / / / / À SODIO<br />

MflGNESIO E 3 MONSRNEZI<br />

FOSrORO I M ^ — flZOTO<br />

u TBnr.avFi n-niiniiiiia HUMUS


556 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

20<br />

30<br />

MV. O.P. S.A./. &N.QC.S<br />

INSTITUTO JOSE AUGUST0 TßlNDADE<br />

 DE <strong>SOLO</strong>S<br />

Bace de irnfaçâo-Poço da Cruz Tipo de solo Va r Z e a<br />

DIAGßAMA VOLUMETBICO 0UIM/CO <strong>DO</strong> PEßflL H fi 5<br />

ESCÛLA 1 Cm 1 = 25 Kz/ua.<br />

CflLCIO y / / / / ~\ SODIO k \ \ \ \^<br />

MflSKESlO<br />

fosroßo<br />

H. TROCPVCl


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

MV. O.p. S.A. I.<br />

INSTITUTO JOSEft AUÖUSTO TRINDADE<br />

SCCCÄO DE 3OUOS<br />

Bacia de irn/laçao-Poço da Cruz Tipo de solo Aluviâo Sal^ado<br />

DIAGPAMA VOLUMETß/CO 0ÜIMICO <strong>DO</strong> PtßFIL N-° 6<br />

ESCALÛ I Cm' ' 25<br />

COLCIO<br />

M8GRESI0<br />

rosFORO<br />

H. TROCOVEL I<br />

SODIO<br />

nzoro<br />

HUMUS<br />

557


558 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

u.v. op. S.A.I. aic.o.c.s.<br />

IN5TITUTO JOSÉ AUGUSTO TBINDADE<br />

SfCCAO OC <strong>SOLO</strong>S<br />

Bacia de «nfaçao-foçooaCrvz Tipo de solo Massapè Sàfedo<br />

DIAGCAMA VOLUMETßICO ÇUIMICO <strong>DO</strong> PERFIL N s ?<br />

ESCALA I cm' • 25 KE/«J.<br />

—= CONy EINÇÔES =-<br />

MDMCSUI I— 1 UOVtOKEZ ^ ' '^<br />

rosrooo M ^ — ozoro l'yVsXVvl<br />

».TeocavELumi niim HUMUS llillHlllin<br />

txm TQTUS


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 559<br />

M.V.O.p. S.A.I. DH.O.CS.<br />

INSTITUTO ciOSEf AUGUSTO TBINDADE<br />

SECpÄO DC <strong>SOLO</strong>S<br />

bacia de irrifavio-totoéa Crvz- Tïpo de solo Var z e a<br />

DIA6RAMA VOLUMETRICO 0ÜIMICO <strong>DO</strong> PERFIL H s Ô<br />

ESC1LA l Cm 1 * 26 Kc/lê.<br />

' KE/«a.<br />

-^ CON\?ENÇOES ^~<br />

CflLCIO Y / / / /i 30PIO<br />

MDGÜESIO<br />

miuus IMIIIIIIIIIin


560 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> D2 <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

M.V.O.p. S.A.I. BH.O.C.S.<br />

INSTITUTO dOsé AUGUSTO TONDADE<br />

SCCCAO DC SOI.OS<br />

Bada de órijiacdo-Poco


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 561<br />

RELATÓRIO <strong>DO</strong>RECONHECIMENTO AGROLÓGICO DA BACIA DE<br />

IRRIGAÇÂO <strong>DO</strong> AÇUDE PÜBLICO "LIMA CAMPOS"<br />

A serviço de campo do levantamento agrológico da Bacia de Irrigaçâo<br />

do Açude Pûblico "Lima Campos" foi executado de março a<br />

julho de 1944 e compreendeu uma ârea de 863,6075 ha. Além do reconhecimento<br />

agrológico, fizemos também o levantamento do lençol<br />

d'âgua e da salinidade, para melhor podermos projetar a rêde de<br />

drenagem das areas onde mais se faz necessârio medidas de correçâo<br />

e precauçâo contra a saïga dos solos. Entre estas medidas incluimos<br />

apropriados sistemas de drenagem e aplicaçâo de gêsso ao solo. Aquêle<br />

levantamento compreendeu a abertura de 137 fur os com o trado, distantes<br />

100 a 200 métros urn do outro, em 25 linhas transversais ao<br />

riacho Mucururé. A profundidade dos furos nâo foram além de 2<br />

métros, sendo anotadas a profundidade da rocha ou do lençol d'âgua,<br />

camadas de solos compactos ou impermeâveis, etc. A determinaçâo<br />

da salinidade é feita no campo com a ponte electrolitica (medida da<br />

condutividade elétrica), no ato da abertura dos furos.<br />

As amostras colhidas correspondem as profundidades de 0-20 cm,<br />

20-70 cm, 70-1,50 m, 1,50-2 métros.<br />

As linhas de furos com o trado foram desenhadas no mapa agrológico;<br />

por meio de uma convençâo podemos localizar os furos de<br />

trados que apresentaram lençol d'âgua a menos de 2 métros de profundidade.<br />

Nestes furos sâo instalados manilhas para observaçâo do<br />

movimento ascendente e descendente do lençol d'âgua.<br />

Fêz parte também dos trabalhos de campo o rëcenseamento agricola<br />

e o levantamento cadastral da regiâo estudada. Na Secçâo acham-<br />

-se arquivadas as fichas do rëcenseamento.<br />

Foram aber tas 47 sondagens para reconhecimento de tipos de solo.<br />

As amostras destas sondagens foram analisadas, bem como a âgua do<br />

açude.<br />

Os tipos de solos mais representativos foram (vide mapa agrológico)<br />

: Aluviâo Fluvial, Argiloso e Salgado, Massapê Salgado e de<br />

Tabuleiro e o Tabuleiro Arenitico. Em menores areas encontramos<br />

os Aluviôes de Riacho, e de Encosta, Vârzea e Tabuleiro Aluvial.<br />

Acompanham este relatório diagramas volumétricos fisicos e quimicos<br />

de algumas sondagens; nos quadros de anâlises n.° 1 e 2 achamse<br />

registradas as anâlises fisicas e quimicas de tôdas as sondagens<br />

estudadas.<br />

Em seguida, vamos fazer uma apreciaçâo dos tipos de solo mais<br />

representativos da area estudada.<br />

Aluviôes Fluviais, Argilosos e Salgados: No quadro do estudo agrológico,<br />

no mapa, as âreas dêstes tipos de solo estâo assim distribuidas:<br />

Aluviào Fluvial com 127,3000 ha, Aluviâo Argiloso com 11,9750 ha,<br />

Aluviâo Argiloso Salgado com 47,5000 ha, Aluviâo Salgado com<br />

199,3000 ha, num total de mais de 380 ha; como vemos, mais da metade<br />

desta ârea é ocupada por solos salgados.<br />

Nos Aluviôes nâo salgados encontramos como vegetaçâo nativa<br />

Oiticica, Canafistula, Cajàzeira, Angico, Capim Mimoso, Melâo caetano,<br />

etc.; nos Aluviôes Salgados encontramos, além daquela, Carnaü-<br />

— 36


562 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

ba, Melosa, Salsa, Capim de burro, Beldroeguinha, Malva, Mata-pastc,<br />

etc.<br />

As manchas de Aluviäo Fluvial säo formadas pelo riacho S. Joâo<br />

e a maior parte do Aluviäo Salgado é formado pelo riacho Mucururé.<br />

Em tôdas as sondagens abertas nos aluviöes näo salgados observamos<br />

fragmentes de micaxisto, as vêzes em grande quantidade, e concressöes<br />

ferruginosas.<br />

Das 23 sondagens abertas nos Aluviöes Salgados, 20 apresentaram<br />

fragmentes de micaxisto no perfil; 13, concressöes ferruginosas<br />

bem volumosas; — 7, lençol d'âgua a menos de 2 métros de profundidade<br />

e 1, concressöes da CaCO3.<br />

Fizemos diagramas volumétricos fisicos e quimico das sondagens<br />

n.° 9 em Aluviâo Fluvial e n.° 31 em Aluviäo Salgado; no quadro de<br />

anâlises n.° 1 e 2 encontramos as anâlises das sondagens supracitadas<br />

e das de ns. 20, 35, 25, 36, 41, 18 e 11.<br />

Os diagramas fisicos e determinaçôes fisicas do quadro de anâlises<br />

nos mostram que este tipo de solo tem, de uma maneira gérai,<br />

boas propriedades fisicas, os aluviöes Salgados säo quase sempre mais<br />

argilosos, de drenagem natural mais dificil, algumas vêzes apresentando<br />

lençol d'âgua elevado, corn relaçâo aos Aluviöes nâo salgados.<br />

Os diagramas quimicos e determinaçôes quimicas dos quadros<br />

nos mostram que os Aluviöes näo salgados säo ricos em câlcio, magnésio,<br />

possuem bons teores de potâssio e, das 5 sondagens estudadas<br />

nestes Aluviöes, 2 deram m.uito fraco em fósforo, e 3, rico neste elemento;<br />

sâo pobres em matéria orgânica e azôto; o pH variou de 6.65<br />

a'7.40.<br />

Os Aluviöes Salgados sâo ricos em câlcio e magnésio, com doses<br />

elevadas de sôdio no ccmplexo, tem bom teor de potâssio. Das 4 sondagens<br />

estudadas, 3 deram muito fraco em fósforo e sômente uma<br />

é rica neste elemento; säo muito pobres em matéria orgânica e azôto.<br />

O pH variou de 6.93 a 9.50.<br />

Massapê: No quadro do estudo agrolôgico, no mapa, encontramos<br />

as âreas de Massapê assim distribuidas: Massapê com 2,2000 ha;<br />

Massapê Salgado com 57,3500 ha; e Massapê de Tabuleiro com<br />

146,8200 ha. Como vemos, a maior ârea é ocupada pelo Massapê de<br />

Tabuleiro e, quase na sua totalidade, näo se acha dominada pelos<br />

canais de irrigaçâo (vide mapa agrolôgico) com exceçâo de uns 10<br />

hectares, aproximadamente.<br />

A vegetaçâo nativa dos Massapês consta de Pinhäo, Mata-pasto,<br />

Canafistula, Melosa, Carnaüba, Salsa, Mofumbo, Relôgio, etc., predominando<br />

mais o Pinhâo e o Mata-pasto nos Massapês de Tabuleiro.<br />

As observaçôes dignas de nota no estudo dos perfis, no campo,<br />

sâo: no Massapê Salgado, das 5 sondagens abertas, 2 apresentaram<br />

fragmentes d'âgua, 1, concressöes de CaCO3.<br />

No Massapê de Tabuleiro, das 3 sondagens abertas, tôdas apresentaram<br />

concressöes ferruginosas em abundância, tanto no perfil<br />

como na superficie do solo (o diâmetro destas concressöes variaram<br />

entre 0,5 cm a 1 cm) ; também encontramos concressöes de CaCO3<br />

no perfil e seixos rolados tanto no perfil como superficie do solo. Nâo<br />

foram encontrados fragmentes de micaxisto nem lençol d'âgua, e nu-


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 563<br />

ma sondagem encontramos xisto argiloso a menos de 2 métros de<br />

prof undidade.<br />

Nos Massapês de Tabuleiro do Lima Campos o xisto argiloso achase<br />

geralmente abaixo de 2 métros, o que näo acontece com os Massapês<br />

de Tabuleiro de S. Gonçalo, onde o encontramos regularmente<br />

entre 60 a 80 cm de profundidade.<br />

Fizemos diagramas volumétricos fïsico e quimico da sondagem<br />

n.° 19 em Massapê Salgado; nos quadros de anâlises acham-se as<br />

anâlises feitas nas sondagens 19, 44 e 14.<br />

O diagrama fisico e determinaçôes fïsicas do quadro de anâlises<br />

nos mostram ser solos muito argilosos, de mâs propriedades fisicas<br />

e de drenagem natural déficiente.<br />

O diagrama quimico e determinaçôes quimicas dos quadros de<br />

anâlises nos mostram que os Massapês sao ricos em calcio e magnésio,<br />

têm elevado teor de sôdio no complexo; das 3 sondagens estudadas,<br />

uma apresentou riqueza em potâssio, e as duas restantes deram bom<br />

teor neste elemento; quanto ao fósforo, duas deram teor fraco e uma<br />

muito bom; säo pobres em matéria orgânica e azôto. O pH variou<br />

de 6.65 a 8.90.<br />

Tabuleiro Arenitico: Este tipo de solo ocupa 142 hectares da area<br />

estudada. As maiores manchas acham-se localizadas ao longo dos canais<br />

principals (Norte e Sul).<br />

A vegetaçâo nativa consta de Jurema Mofumbo, Mata-pasto, Relógio,<br />

Malicia, Malva, Carrapicho, Beldroeguinha, etc.<br />

As observaçoes dignas de nota no estudo dos perfis no campo säo:<br />

das 3 sondagens estudadas. uma apresentou fragmentos de micaxisto<br />

e concressöes ferruginosas e tôdas apresentaram seixos rolados, (também<br />

na superficie do solo) e concressöes de CaCO3. A rocha em decomposiçâo<br />

foi encontrada a profundidade variando de 50 cm a 1<br />

metro.<br />

Fizemos diagramas volumétricos fisico e quimico da sondagem 28.<br />

Nos quadros de anâlises encontramos tôdas as determinaçôes feitas<br />

nas sondagens 28 e 29.<br />

O diagrama fisico e determinaçôes fisicas do quadro de anâlises<br />

nos mostram ser solos de mâs propriedades fïsicas e de drenagem natural<br />

dificil.<br />

O diagrama quimico e determinaçôes quimicas dos quadros de<br />

anâlises nos mostram que o Tabuleiro tem teor muito bom em calcio<br />

e magnésio; das duas sondagens estudadas, uma apresentou riqueza<br />

em potâssio e a outra bom teor neste elemento; sâo pobres em azôto<br />

e muito pobres em matéria orgânica e fósforo. O pH variou de 5,25<br />

a 6,68.<br />

Aluviäo de Riacho: No quadro do estudo agrológico encontramos<br />

2 classes de aluviäo de Riacho; o de 2. a com 17,3000 ha e o de 3. a<br />

com 58,8500 ha.<br />

Säo aluviöes formados por pequenos riachos, afluentes do riacho<br />

S. Joäo.<br />

A vegetaçâo nativa consta de Juàzeiro, Jurema, Pereiro, Velame,<br />

Mororó, Mofumbo, Catingueira, Pega-pinto, etc.


564 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÈNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

As observaçôes dignas de nota no estudo do perfil no campo, sâo:<br />

das 6 sondagens estudadas, 5 apresentaram fragmentas micâceos em<br />

abundância no perfil; 3 concressôes ferruginosas; 5 apresentaram cascalho;<br />

2, concressôes de CaCO3 e lençol d'âgua a menos de 2 métros<br />

de profundidade.<br />

Fizemos diagramas volumétricos fisico e quimico da sondagem<br />

n.° 43; nos quadros de anâlises estâo tôdas as determinaçôes feitas<br />

nas sondagens 43 e 5.<br />

O diagrama fisico e determinaçôes fisicas do quadro de anâlises<br />

nos mostram reguläres propiïedades fisicas, apresentando algumas<br />

vêzes horizontes impermâveis ou pouco permeâveis no perfil; este, como<br />

vimos, apresenta quase sempre cascalho.<br />

O diagrama quimico e determinaçôes quimicas dos quadros de<br />

anâlises nos mostram riqueza em câlcio e teor regular em magnésio<br />

e potâssio, sendo o horizonte superficial da sondagem 43 rico neste elemento;<br />

sâo pobres em azôto e matéria orgânica; quanto ao fôsforo,<br />

o estudo daquela sondagem apresentou riqueza. O pH variou de 6,94<br />

a 8,20.<br />

Aluviäo de Encosta: Encontramos uma pequena mancha de ...<br />

4,3750 ha, na quai fizemos a sondagem n.° 40. A ficha de campo assinala<br />

presença de concressôes de ferro e de CaCO3. A ficha de laboratôrios<br />

nos mostra riqueza em câlcio e magnésio; teor de sôdio no complexo,<br />

um tan to elevado; regular teor de potâssio; pobres em matéria<br />

orgânica e azôto; quanto ao fósforo, o horizonte superficial é mui to pobre,<br />

porém os dois horizontes inferiores sâo muito ricos; o pH variou<br />

de 7,40 a 7,83.<br />

Sâo solos de boas propriedades fisicas.<br />

Ainda poderemos ver no quadro agrolôgico 2 tipos de solo, além<br />

dos jâ descritos. A Vârzea com 4,3000 ha e o tabuleiro äluvial com<br />

3,5000 ha. Em virtude de se tratar de pequenas manchas, näo foram<br />

colhidas amostras.<br />

(Anâise n.° 28)<br />

ANÄLISE DA AGUA <strong>DO</strong> AÇUDE "LIMA CAMPOS"<br />

AMOSTRA: — Em garrafäo n.° 5 de vinho de mais ou menos 5<br />

litros, revestido de vime e arrolhado com borracha.<br />

PROCEDÊNCIA: — Açude "Lima Campos"; comporta<br />

COLETOR: — Agr.° SOUZA MELLO.<br />

DATA: — 25-3-942<br />

TIPO DE ANÄLISE: — Potabilidade<br />

ASPECTO "IN NATURA": — Clara e turva<br />

ASPECTO APÓS FILTRACÄO: — Clara e ligeiramente turva<br />

ASPECTO APÓS FERVURA: — O mesmo<br />

CHEIRO: — Nenhum<br />

SABOR: —<br />

SÓLI<strong>DO</strong>S EM SUSPENSÄO: — Quantidade regular


pH<br />

Dureza total<br />

Dureza permanente<br />

Dureza temporaria<br />

Nitritos (NO2)<br />

Cloretos (Cl)<br />

Nitratos (NO3)<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 565<br />

Dados analiticos em p.p.m. sobre a âgua filtrada<br />

8.2<br />

9.5<br />

9.0<br />

0.5<br />

Nihil<br />

17.1<br />

Matéria org. em 0 consumido (meio âcido) 2.1<br />

Matéria org. em 0 consumido (meio alcalino) 1.8<br />

Residuo a 105°C 178.0<br />

Residuo a 180° C 162.0<br />

Residuo ao verm. sombrio 97.0<br />

Per da ao verm. sombrio 34.0<br />

Alcalinidade (CaCO3) 130.0<br />

Nitrogênio amoniacal (N) 0.10<br />

Nitrogênio albuminóide (N) 0.30<br />

Esta anâlise nos mostra baixo teor de cloretos; é classificada como<br />

boa para irrigaçâo.<br />

Estrutura do complexo: Fizemos determinaçoes das relaçoes SiO2/<br />

R2O3 e SiO2/Al2O3 em algumas arguas dos solos de "Lima Campos",<br />

cujos resultados se encontram no quadro de anâlise n.° 2. Procuramos<br />

localizar êstes resultados no diagrama triangular idealizado por<br />

P. VAGELER, para a classificaçâo mineral. Verificamos que os mesmos<br />

se localizaram mais freqüentemente na area compreendida entre<br />

o Ferralsilito e o Sialito, havendo, entretanto, amostras que cairam<br />

proximo ao centro do triângulo do Ferralsilito.<br />

CONCLUSÖES<br />

Pelo estudo que acabamos de fazer podemos concluir que os solos<br />

da bacia de irrigaçâo do açude püblico "Lima Campos" säo, de uma<br />

maneira gérai, pobres em matéria orgânica e azôto; possuem bons<br />

teores de potâssio, säo ricos em câlcio e magnésio; quanto ao fósforo,<br />

algumas sondagens apresentaram riquezas e outras pobreza.<br />

Em alguns horizontes dos perfis estudados, as anâlises revelaram<br />

grau relativamente baixo de saturaçâo dos complexos e, conseqüentemente,<br />

uma boa dose de quiloequivalentes de hidrogênio trocâvel<br />

nos referidos complexos.<br />

Grande parte da area estudada é ocupada por solos salgados.<br />

Aconselhamos adubaçâo orgânica e fosfórica, drenagem e gessagem<br />

dos solos salgados e alcalinos.<br />

Contribuiram para este trabalho os agrônomos SOUZA DANTAS,<br />

e PEDRO BARROS CORRÊA, aquêle como encarregado do levantamento<br />

agrológico, e este como auxiliar; os quimicos JOÂO PEDRO DE OLIVEIRA<br />

FILHO, Luiz BEZERRA, ARQUIBAL<strong>DO</strong> CAMPBELL, ARÂO HOROWZ'TZ e o agronomo<br />

EDUAR<strong>DO</strong> PEIXOTO, todos como analistas.


566 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

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ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 567<br />

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568 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

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ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 569<br />

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IMOTITQTO JOSE' Aosoaio TeiMbA.bE.<br />

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570 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

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ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REÜNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 571<br />

M.V.O.R t)Al- v &.N.Q.C.O.<br />

IN'OTITUTD ilo*oi AOGUPTO TginbAbE<br />

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572 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REÛNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

M.V.O.P. S.A.I. D.M.O.C.b.<br />

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ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 573<br />

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574 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

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ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong>' DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 575<br />

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576 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

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<strong>SOLO</strong> E ÄGUA NO POLIGONO DAS SÊCAS<br />

J. G. DUQUE<br />

Serviço Agro-Industrial do D.N.O.C.S.<br />

A Natureza, na sua quietude construtiva, na sua lentidäo de criar<br />

e de transformar, na paz da elaboraçâo clorofiliana, no sossêgo das reaçôes<br />

biológicas e quimicas que demoram séculos, é urn exemplo admirâvel<br />

de equilibrio funcional, de sincronizaçâo de movimentos e de<br />

combinaçâo de côres. Os minerais, as sociedades vegetativas e os animais,<br />

formando o triângulo de sustentaçâo da vida no Universo, se<br />

congregam harmônicamente, na cooperaçâo mais intima e mais grandoisa<br />

conhecida com o fator clima, para atingir o mâximo da perfeiçâo<br />

funcional, o sublime da beleza e o mais elevado padrâo de utilidade.<br />

No viver coletivo dos végétais inferiores e superiores, na adaptaçâo<br />

das diversas espécies de plantas no mesmo solo, no amparo sombrio que<br />

as espécies prestam umas as outras, na simbiose, que é o cooperativismo<br />

vegetal, na proteçâo que a manta verde proporciona à Fauna, nós encontramos<br />

o rnais edificante ensinamento de solidariedade organizada.<br />

A Agricultura, filha dileta da Natureza, é o traço de uniâo entre o<br />

Reino Minerai, quase imutâvel, e o Mundo Animal, inquieto, buliçoso e<br />

insatisfeito nas suas necessidades e ambicöes.<br />

Dir-se-ia que a Agricultura é o braço natural, é a solidariedade oferecida<br />

em dois braços, um à calma dormência da Terra e outro à sofreguidào<br />

da Humanidade, como que para conciliar a estâtica e a dinâmica<br />

da obra do Onipotente.<br />

Limitaçoes naturais: A interdependência entre o solo, a planta<br />

e o clima estabeleceu limites ao trabalho do homem na Agricultura. As<br />

limitaçoes naturais impôem um cerceamento na liberdade ou no direito<br />

de exploraçâo dos recursos naturais. O desrespeito ao código da Natureza<br />

produz efeitos imediatos ou tardios, sutis ou graves, conforme a<br />

intensidade da transgressâo.<br />

A- erosibilidade do solo, o desaparecimento de espécimes da fauna, o<br />

empobrecimento da flora, sâo exemplos de limitaçoes sutis e perigosas<br />

impostas pela Natureza, como castigo à populaçâo, causando a subalimentaçào,<br />

a emigraçâo ou a extinçâo.<br />

Uma aglomeraçâo humana vive, na sua regiâo natal, mediante uma<br />

adaptaçâo empirica ou intuitiva, adquirida através dos anos ou de<br />

geraçâo em geraçâo, como o solo, o abrigo, o clima, o trabalho, etc..<br />

Para garantir a sua perpetuidade, uma comunidade humana précisa<br />

viver em harmonia com o código da Naturezä do seu meio. As transgressâo<br />

do jôgo harmonioso das forças naturais importam em penalidades<br />

que primam pela crueldade e imutabilidade. Se a terra é desnudada,<br />

a erosâo aparece com o empobrecimento do SGIO, as inundaçôes, etc.,<br />

e o resultado é a fome e o perecimento da populaçâo, nâo importando<br />

quem tenha sido o causador do désastre.<br />

— 37 —


578 ANAIS DA SEGÜNDA REÜNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

O hörnern näo é livre no meio ecológico que êle bem conhece, porque<br />

o solo é instâvel, nasce, vive e morre, conforme a proteçâo, o repous.o<br />

que se lhe dâ em retribuiçâo à entrega generosa da sua fertilidade.<br />

A adaptaçâo dos sêres vivos ao ambiente é requisite fundamental<br />

para a sobrevivência, porém o sincronismo funcional ou o modus operandi<br />

acompanha as variaçôes edafo-climatéricas de cada zona.<br />

ZONAS ECOLÓGICAS<br />

O estudo do solo e da âgua na regiâo semi-ârida e os seus usos para<br />

lavoura abrangem as vegetaçôes nativas e nos obrigam à divisäo da<br />

regiâo em zonas ecológicas, ainda que entre algumas a diferença seja<br />

pequena.<br />

O Dr. P. VON LUETZELBURG estudou a flora do Nordeste e, nas suas<br />

valiosas publicaçôes, classificou-a com o critério do botânico.<br />

Nos procuramos uma diferenciaçâo de zonas dentro do Poligono,<br />

tendo em vista, além de vegetaçâo, também o clima e o solo refletidos<br />

no julgamento com que o matuto define a paisagem e' o uso da terra.<br />

Nos nâo poderiamos définir ou identificar uma zona, mesmo com conhecimentos<br />

cientificos, se o nosso critério näo fosse ampliado e completado<br />

com a impressäo, com a experiência e as sensaçôes que aquêle ambiente<br />

impregnou nos seus habitantes.<br />

Ousamos separar o Poligono das Sêcas em: caatinga, sertâo, seridó,<br />

agreste, carrasco e serras, nomes que vieram da lingua indigena ou foram<br />

escolhidos pelas populaçôes locais.<br />

Cada zona do Nordeste sêco tem as suas espécies végétais acomodadas<br />

compensadamente nas necessidades de luz, de nutriçâo, de âgua,<br />

etc.; as espécies, os solos e os climas locais procuram manter equilibrio<br />

fisiológico, quando deixados em abandono.<br />

As plantas, heterogêneas nas espécies, nos portes e nas exigências,<br />

cobrindo o solo numa acomodaçâo admirâvel, as raizes estabelecendo-se<br />

em niveis diferentes, a participaçâo da luz e da umidade em concordância<br />

com os hâbitos de cada espécie, a densidade da massa vegetal<br />

escondendo o châo dos efeitos do intemperismo, formam o complexo<br />

solo-planta-clima caracteristico de cada zona. Este complexo zonal é<br />

o climax de estabilizaçâo do ambiente, é o conjunto de forças postas<br />

em equilibrio pela plasticidade dos sêres vivos e rigidez das leis naturais<br />

do mundo fisico.<br />

O climax de estabilizaçâo é o estado adulto atingido pela populaçâo<br />

vegetal na sua evoluçâo e que näo toléra nenhuma concorrência.<br />

No Nordeste sêco, o climax de estabilizaçâo é o xerofilismo, é a caatinga,<br />

ou cerrado, ou sertâo, vegetaçâo xerófila, baixa, unida, espinhenta e<br />

agressiva, em solo raso, pedregoso, sêco, quase sem humus. Esta vegetaçâo<br />

natural tem muita importância na restauraçao do solo cultivâvel.<br />

Caatinga — Dentre os agrupamentos floristicos ou associaçôes vegetativas<br />

naturais do Nordeste sêco (sertâo, carrasco, seridó, agreste, etc.)<br />

a caatinga é aquêle que ocupa ou domina maior area. A caatinga é um<br />

conjunto de arbustos e ârvores espontâneas, densos, baixos, retorcidos,<br />

de carâter xerófilo revelado pelos espinhos, pelo lâtex, de fôlhas pequenas,<br />

caducas, que caem no verâo sêco para protéger a planta contra a<br />

desidrataçao pelo calor é o ven to; as raizes säo engrossadas eu entumescidas<br />

ou os caules se alargam para guardar réservas nutritivas para<br />

a planta no veräo e permitir a râpida brotaçâo nas primeiras chuvas; o<br />

solo da caatinga é silicoso, ou silico-argiloso muito sêco, razo, de pedregulho,<br />

quase sem humus, pobre em azôto, contendo regular teor de<br />

câlcio e potâssio, como atesta a produçao de algodâo e de caroâ.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 579<br />

Na. caatinga, a associaçâo floristica com o solo e a atmosfera é<br />

quase uma simbiose, tal é o regime de economia rigida da âgua para<br />

entreter as funcöes em equilibrio; com as chuvas, as plantas aparentemente<br />

sêcas soltam uma brotaçâo intensa, gérai e râpida, de modo que<br />

em duas semanas o manto de folhagem verde jâ cobriu o solo, sombreou-o,<br />

procurando reter e manter a umidade; as réservas nutritivas<br />

que as plantas mantinham em hibernaçao nas raizes foram mobilizadas<br />

e metabolizadas para proporcionar os elementos da brotaçâo, da<br />

floraçâo e da frutificaçâo no mais curto periodo de tempo que permite<br />

o mâximo teor de umidade, no inverno, no solo e na atmosfera, atenuando<br />

o excessivo calor. A vegetaçao unida, fechada, de caatingueiras,<br />

acacias, imbuzeiros, maniçobas, macambira, caroâ, cactâceas, pereiro,<br />

etc., soltam as fôlhas na estaçâo sêca, o châo fica coberto de uma camada<br />

de fôlhas fenadas que sâo, em parte, comidas pelo gado, e o restante se<br />

transforma em pó pela secura e pelo vento. Por deficiência de umidade<br />

no verâo, na caatinga ou no sertâo, a decomposiçâo da matéria orgânica<br />

é incompleta e râpida com a formaçâo de massa pulverulenta que<br />

logo desaparece. As primeiras chuvas no ano seguinte vêm encontrar<br />

o solo sêco em dormência, porém as raizes la estâo cheias de alimentos<br />

para asegurar a multiplicaçâo e a perpetuaçâo das espécies através dos<br />

anos. A caatinga esta em perfeita harmonia fisiológica com o solo e o<br />

clima; com o amontoado de plantas, ela protege o solo contra a erosäo<br />

no inverno e contra a insolaçâo no verâo, ela atravessa as sêcas com<br />

as réservas de amido, de albuminas, de açûcares, que o solo lhe facilita<br />

acumular nas raizes, ela absorve umidade do ar quando o châo sêco<br />

lhe nega âgua para o seu sono de repouso anual. Este é o seu climax de<br />

estabilizaçâo. A caatinga nâo pode evoluir para a floresta porque lhe<br />

f al ta o fator limitante — âgua; nâo regride a uma associaçâo vegetativa<br />

efêmera, anual, subarbustiva, porque perderia os xüopódios das<br />

raizes, para guardar as réservas.<br />

Uma floresta é mais sensivel à duraçâo e ao rigor da estaçâo sêca<br />

do que à quantidade total de chuva durante o ano. Para a formaçâo<br />

de uma floresta sâo imprescindiveis nâo menos de 1.400 mm de chuvas<br />

anuais e, sobretudo, que elas sejam bem distribuidas e com um estreito<br />

periodo de sêcas. Estas condiçôes sâo exatamente o oposto do que existe<br />

no Nordeste semi-ârido.<br />

Portanto, a lavoura na zona das caatingas tem de ser feita respeitando<br />

êsse climax de estabilizaçâo porque êle é que permite a recuperaçâo<br />

da fertilidade do solo quando em repouso com a sua vegetaçao tipica.<br />

A chuva média nas caatingas nâo foge muito de 500 a 700 mm;<br />

a temperatura do ar varia entre 18° a 35°C. A extraçâo de caroâ nas<br />

caatingas, observando certos cuidados, pode ser feita indefinidamente<br />

sem perigos de extinguir a cultura nativa ou de empobrecer o solo,<br />

porque esta planta esta em equilibrio biológico com o seu ambiente.<br />

Uma vez que a caatinga foi roçada, queimada e plantada quebrou-se<br />

a harmonia do sistema e inicia-se o processo do desgaste do solo até<br />

que providencias sejam tomadas contra a erosäo ou que se permita, depois<br />

de um periodo de lavoura, o restabelecimento da caatinga tipica.<br />

Ainda nâo foi atingido o climax da estabilizaçâo da lavoura nos trópicos.<br />

Ainda temos de recorrer, periodicamente, as associaçôes vegetativas,<br />

naturais, tipicas, para restabelecer ou melhorar a fertilidade, porque<br />

nenhuma adubaçâo quimica, até hoje, conseguiu assegurar um<br />

nivel proveitoso de colheitas seguidas nos paises quentes.<br />

Sertâo — O sertâo é a zona do Nordeste mais quente, de solo duro,<br />

pedregoso, de gnaisse, granito, sienito aflorando aqui e acolâ, com vegetaçao<br />

mais râla ou menos densa do que a caatinga; diz o matuto que<br />

o sertâo tem menos espinho do que a caatinga e o cariri velho; a alti-


580 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

tude do sertâo é baixa, 200 a 300 m ou nâo mais do que 400 m; a.caatinga<br />

e o cariri podem alcançar até 600 m. A vegetaçâo tipica do sertâo<br />

varia entré os solos de aluviôes e baixios e os altos secos das colinas;<br />

os aluviôes de beira de rios sâo inundados ou inundâveis na época das<br />

enchentes, sào férteis, duros, mais profundos, muito heterogêneos na<br />

sua composiçâo minerai e a vegetaçâo é de ârvores, arbustos e plantas<br />

efêmeras, como: oiticica, carnaûba, juàzeiro, canafïstula, angico, pinhào<br />

bravo, jurema, mata-pasto, pereiro, algumas cactâceas, muitas leguminosas<br />

forrageiras anuais, etc.; estes aluviôes do sertâo sâo os solos<br />

mais férteis e menos secos do Nordeste, säo os produtores de milho, feijâo,<br />

arroz, banana, etc., e formam as bacias de irrigaçâo dos açudes publicos;<br />

as colinas do sertâo sâo muito sêcas e quentes no verâo, säo<br />

vestidas de faveleiros, jurema, mofumbo, marmeleiros, aroeira, cactâceas,<br />

maniçoba, pinhâo bravo, capim panasco, mimoso, etc.<br />

Os solos do sertâo, pelo grande numero de anâlises feitas pelo Serviço<br />

Agro-Industrial, mostram grande pobreza em matéria orgânica,<br />

umidade e elevado teor de minerais.<br />

Devido ao solo mais compacto e vegetaçâo mais rarefeita, a erosâo<br />

tem sido mais forte, no passado, no sertâo do que na caatinga. Segundo<br />

observaçôes do Agronome CARLOS BASTOS TIGRE, a jurema é o arbusto-mor,<br />

invasor, o primeiro que se estabelece na colina erodida do sertâo<br />

para preparar o ambiente para as outras espécies e que, no fim de<br />

3 anos, a manta formada pela queda das fôlhas em cada verao proporciona<br />

ambiente para germinaçâo, com as chuvas, das sementes das outras<br />

ârvores e arbustos nativos em conjunto com os capins e leguminosas<br />

anuais.<br />

Partindo da jurema — pioneira, da faveleira, da flôr-de-cêra e outras<br />

espécies — a vegetaçâo tipica do sertâo evolui até atingir o seu climax<br />

estâvel no conjunto de muitos arbustos, ârvores, plantas anuais<br />

e capins diversos, formando na estaçâo chuvosa uma vegetaçâo rica,<br />

luxuriante, colorida de flores e no verâo um esqueleto de plantas perenes,<br />

ârvores e arbustos, secos, espinhentos, de solo nu, devido ao desaparecimento<br />

dos capins, dos cipós, das trepadeiras, do mata-pasto, etc.,<br />

comidos pelo gado ou reduzidos a pó e carregados pelo vento.<br />

Seridó — Abrangendo a maior parte do Estado do Rio Grande do<br />

Norte e pequenina fraçâo da Paraiba, esta zona se caracteriza por uma<br />

vegetaçâo baixa, muito espaçada, com capim de permeio em solo de<br />

gnaisse, granito e micaxisto muito erodido, arenoso e sêco; as espécies<br />

mais comuns sâo: faveleiro, umbuzeiro, maniçoba, pinhâo bravo, pereiro,<br />

cereus e pilocereus, gramineas silicosas, mimosas e caesaîpinâceas,<br />

representando as Leguminosas; os seixos rolados existem por tôda<br />

parte e as massas de granito redondo sobressaem aqui e ali, demonstrando<br />

como a erosâo lenta, através de séculos, deixa vestigios ciclopicos.<br />

Habitat do algodâo mocó com clima de particular secura no verâo,<br />

o Seridó é a zona mais erodida do Nordeste; ja nâo existe solo nas colinas<br />

e as ârvores e os arbustos se localizam muito distanciados pela<br />

dificuldade de enraizamento. Os terrenos para as culturas sâo procurados<br />

à margem dos rios ou a montante dos açudes e säo aluviôes carregados<br />

pelas âguas. As culturas mais importantes säo: algodäo, batata<br />

doce, feijâo macassar, milho, arroz, jerimum, etc.<br />

A geologia da zona nâo facilita a obtençâo de âgua por meio de<br />

poço. Os açudes pequenos e médios constituem o meio mais prâtico de<br />

guardar âgua; o grande açude nâo encontra extensôes de solo para<br />

irrigar e a âgua represada cobre respeitavel ârea indispensavel para a<br />

lavoura de chuvas.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 581<br />

Agreste — É a zona intermediâria que existe sempre entre duas<br />

outras, uma ümida e outra sêca. Assim, entre Litoral ou Brejo ou Mata<br />

e a Caatinga hâ o Agreste como tipo de transiçâo. O Agreste caracteriza-se<br />

pela verdura parcial da vegetaçâo no verâo; nem tôdas as fôlhas<br />

sâo caducas e os portes das plantas sâo mais desenvolvidos, o ar é mais<br />

fresco e o solo menos raso.<br />

Esta zona récupéra com facilidade a sua vestimenta arbórea e<br />

arbustiva quando agredida pela roçagem ela nâo forma pastagem e a<br />

tendência é para a cobertura lenhosa mista, porém nâo tâo densa<br />

nem tâo espinhosa quanto a da Caatinga. Sua pluviosidade média fica<br />

em redor de 800 a 900 mm anuais e a zona participa dos ventos ûmidos<br />

das precipitaçôes no .Sertâo e, mais tarde, absorve também as sobras<br />

das chuvas do Brejo ou da Mata ou do Litoral. As aroeiras, os jacarandâs,<br />

os cajueiros, os pau-d'arco, cassias diversas, etc., se misturam<br />

com cacto, leguminosas efêmeras, arbustos, palmeiras rasteiras, sem<br />

epifitismo em solo salpicado de pedras e coberto de relva dura.<br />

No Agreste a proporçâo de ârvores é muito maior do que a de arbustos<br />

e' o largo distanciamento facilita a penetraçâo da luz e a expansäo<br />

das copas em tôdas as direçoes com a formaçao de troncos linheiros.<br />

Carrasco — É o agrupamento botânico muito denso, apertado, de<br />

2 a 5 m de altura, formado de arbustos e àrvores entrelaçadas de fôlhas<br />

duras, coriâceas, de châo arenoso, sem verdura.<br />

Dez a quinze arbustos em um metro quadrado disputam o alimente<br />

no solo e a luz no espaço para sobreviverem. Espécies végétais mais<br />

constantes no carrasco: banha de galinha, marmeleiro, jiquiri, jurubeba,<br />

alecrim, canela de veado e subvegetaçâo efêmera de capins silicosos<br />

e ervas que desaparecem na estaçâo sêca por falta de âgua.<br />

Serras — As montanhas que na Regiâo Sêca atingem mais de 600<br />

m de altitude, com temperatura mais amena e com a condensaçâo dos<br />

vapores dâgua varridos do mar pelos ventos, principalmente nos maciços<br />

paralelos ao mar, têm formado uma vegetaçâo mais alta, de crescimento<br />

mais râpido, atingindo nalguns pontos o carâter de matas.<br />

A encosta da Borburema formando o Brejo Paraibano, a Serra do<br />

Araripe dando origem ao Cariri Cearense, a Serra de Guaramiranga<br />

com a lavoura de café e da Ibiapaba com os engenhos de cana, os cafeeiros<br />

e as pontes d'âgua, sâo exemplos do valor econômico dos maciços<br />

que se levantam no meio da terra sêca.<br />

Araripe e Ibiapaba sâo montanhas constituidas de arenito, dando<br />

origem a solos arenosos, fracos, pouco retentores de âgua e muito sujeitos<br />

à erosào nas encostas. Borburema e Guaramiranga sâo formadas<br />

de granito, gnaisse, micaxistos, etc., produzindo solos que nâo se podem<br />

chamar de férteis.<br />

As lavouras seculares de cana que se mantêm no pé destas serras<br />

têm sido garantidas pelo humus e detritos trazidos pela erosäo das encostas.<br />

As serras têm permitido uma maior diversificaçao das culturas<br />

no Nordeste, porque elas se prestam bem para o cafeeiro, a cana, as<br />

hortaliças, as fruteiras, a batatinha, etc.. Pela permanência da folhagem<br />

na vegetaçâo nativa durante o verâo, pelas fontes perenes d'âgua,<br />

pelo clima ameno, elas sâo verdadeiros oasis pingados na terra escaldante.<br />

Os ventos maritimos, depois de atingirem os topos das serras e de<br />

ai lançarem as cargas d'âgua na forma de chuvas ou neblinas, tornam-se<br />

secos e, continuando a soprar pela chapada afora, geram carrascos e<br />

caatingas no lado oposto.


582 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

No Poligono das Sêcas o xerofilismo é o caräter dominante de todos<br />

os agrupamentos botânicos, com exceçâo dos de algumas serras; estas<br />

sociedades floristicas vivem sedentas de âgua, sâo de porte reduzido,<br />

de folhagem caidiça, irritadas contra a avareza do céu, sobre solo ressequido,<br />

em luta constante pela umidade. O clima absolutamente irregular<br />

oscila da chuva de duzentos a mil milimetros, da neblina à<br />

tempestade violenta, do rio sêco à cheia mais repentina.<br />

Este xerofilismo no Nordeste é quase ànfibio, pois sâo 4 meses de<br />

chuva para 8 meses de sêca, e êle permite uma economia de nutrientes<br />

no solo pela dormência parcial das plantas ou estagnaçâo vegetativa<br />

sob condiçôes naturais. Este climax de vegetaçâo, paradoxal, com um<br />

periodo hidrófilo, megatérmico e outro xerófilo no mesmo ano e com<br />

ciclos de sêcas anuais maiores, em intervalos irreguläres, foi atingido<br />

graças a uma "ponte" que a Natureza criou — a adaptaçâo — para<br />

perpetuar espécies de plantas perenes e anuais. A agricultura da regiâo<br />

sêca précisa considérai' estes fatôres na pesquisa de melhores métodos<br />

culturais e no tratamento do solo.<br />

Esta terra, recebendo quase 3.000 horas de luz solar por ano, castigada<br />

por ventos de 2 a 20 km por hora, aquecida até 60°C à N superficie<br />

do solo sêco no verâo e sujeita a um deflûvio médio de 73.000 métros<br />

cûbicos d'âgua por quilômetro quadrado de captaçâo, nos révéla a intensidade<br />

da força do intemperismo.<br />

A rapidez com que desapareceram as fôlhas e detritos caidos no solo,<br />

as vêzes em ocasiôes de deficiência hidrica, lembra uma combustâo parcial<br />

causada pela elevaçâo de temperatura na superficie.<br />

O xerofilismo e o megatermismo, ao lado de associaçôes arborescentes,<br />

perfeitamente adaptadas a uma vida de saltos vegetativos e<br />

recuos de hibernaçâo hidrica, tornam dificeis a manutençâo de uma<br />

lavoura estâvel em condiçôes naturais.<br />

As zonas mais caracteristicas do Nordeste sêco têm nas plantas lenhosas<br />

os seus elementos dominantes de vestimenta. É por esta razâo<br />

que a matéria orgânica da vegetaçâo tipica, sendo mais celulósica, tem<br />

uma elevada proporçâo de carbono e baixo conteûdo de azôto.<br />

O longo periodo em que o meio permanece desidratado impede maior<br />

atividade de bactérias fixadoras de azôto.<br />

Existe um limiar térmico e higroscópico nas regiôes do solo, além<br />

do quai a mineralizaçâo dos colôides orgânicos é mais ativa e intensa<br />

do que a sua sintetizaçâo nos tecidos végétais. A desintegraçâo de matéria<br />

orgânica é tâo ou mais râpida quanto a sua elaboraçâo pela planta;<br />

contra 6 meses de atividade clorofiliana ha 12 meses de consumo<br />

organizado.<br />

As soluçôes nutritivas dentro dos solos de clima semi-ârido sofrem<br />

continuas oscilaçôes em quantidade, composiçâo e concentraçâo; elas<br />

sâo altamente dinâmicas. Os ions movem-se das particulas coloidais<br />

para a soluçâo e destas para os colôides. Até recentemente, prevaleceu<br />

a idéia de que o ion tinha de passar para a soluçâo do solo antes de<br />

ser assimilado pelas raizes; ùltimamente, R. OVEESTEEET afirmou que<br />

as raizes, em contacto intimo com a particula do colôide, podem absorver,<br />

também, diretamente, os ions nutrientes. Esta teoria contribui<br />

para esclarecer, parcialmente, a nutriçâo da flora do sertäo mantida na<br />

maior parte do ano em condiçôes do mais baixo teor hidrico.<br />

A capilaridade, que era julgada de grande valor na agrologia, a<br />

ponto de dar origem ao aparecimento do "dry farming", foi estudada<br />

por B. A. KEEN, e esta demonstrando que ela, para fins prâticos, na<br />

areia, nâo éleva a âgua a mais de 35 cm, na areia fina, atinge 70 cm e<br />

na argila sô alcança 85 cm.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 583<br />

Em mais de 100 determinaçoes de capilaridade, feitas no laboratório<br />

da S.A.I., com solos das bacias de irrigaçâo, a ascensâo capilar média<br />

foi de 47 cm; sômente em um caso excecional, de solo com 86% de<br />

limo e 10% de argila, a ascensâo capilar ultrapassou 1 metro ou 111 cm.<br />

Este fraco poder de ascensâo da umidade ao lado de solos pouco<br />

profundos e intensa evaporaçâo nâo facilitou o desenvolvimento da<br />

lavoura sêca no Nordeste. A nossa lavoura sêca tem de ser baseada no<br />

xerof ilismo.<br />

Tomando a âgua como fator de classificaçâo da lavoura no Nordeste,<br />

nos estabelecemos 3 categorias: l. a — lavoura xerófila — carnauba,<br />

oiticica, caroâ faveleiro, maniçoba, pequi, etc.; 2. a — lavoura de inverno<br />

ou de chuva — aquela que pode desenvolver o ciclo com precipitaçôes<br />

irreguläres no inverno, sendo anuais, e atravessar verôes secos,<br />

sendo perenes (algodâo mocó, etc.) ; 3. a — lavoura de irrigaçâo e vazantes.<br />

Fauna — Regiâo semi-ârida, com falta d'âgua e sem alimento verde<br />

durante parte de cada ano, o Nordeste possui uma fauna pobre em espécies<br />

e em quantidade. Observando a terra no seu uso agricola e no<br />

proveito mais complete dos recursos naturais renovâveis, nos temos<br />

de tomr na dévida conta os animais selvagens nos seus hâbitos, alimentaçâo,<br />

reproduçâo e refügios. Assim, os herbivoros, carnivoros, însetivoros,<br />

os terrestres, os aquâticos, aves e os quadrupèdes numa regiâo,<br />

devem proporcionar caça e manter as pragas da agricultura em estado<br />

de balanço biológico. No Nordeste, os insetos, melhor adaptados ao<br />

clima sêco com reproduçâo no inverno, e em face do pequeno numero<br />

de animais insetivoros, passaram a predominar e constituem os maiores<br />

inimigos das plantas cultivadas. Os pâssaros, em gérai bons catadores<br />

de insetos nâo acham bons refügios e sementes florestais na vegetaçâo<br />

nativa periodicamente sem fôlhas e sem sombra. Daï predominarem<br />

as aves migradoras que aqui vem para aproveitar uma esporâdica<br />

abundância de alimentos naturais. A dominância dos insetos,<br />

das rapôsas e dos roedores prova a perturbaçâo da fauna neste clima<br />

sêco e terra nua. A vegetaçâo baixa, escassa, de pouca folhagem, insuficiente<br />

cobertura para uma bicharia de maior porte, e as queimadas periódicas,<br />

formaram ambiente sem confôrto e tolerado apenas por animais<br />

de organizaçâo inferior e näo exigentes d'âgua.<br />

No passado, muitas âreas foram desbravadas para grandes lavouras,<br />

e os resutlados da erosäo, dos baixos rendimentos e do desabrigo<br />

dos animais vêm provar que, se tivesse havido um momento de reflexâo,<br />

ter-se-ia percebido a imprestabilidade para o cultivo e a necessidade<br />

de se manterem os locais imperturbados.<br />

Os terenos desnudos favorecem a reproduçâo de determinados insetos,<br />

especialmente dos de postura no solo.<br />

A importância biológica da fauna, a sua posiçâo como elo da complexa<br />

cadeia de interrelaçôes, os seres vivos ao clima pode ser avaliada<br />

pela perturbaçâo e desconfôrto das pragas violentas, quando dominam<br />

uma zona.<br />

Os animais, por menores e insignificantes que sejam, afetam o<br />

ambiente e promovem alteraçoes na sobrevivência ou aniquilamento de<br />

outras espécies animais ou végétais, de adensamento ou rareamento da<br />

populaçâo animal ou vegetal, e podem exercer profundas influências<br />

sobre a Humanidade.<br />

O uso econômico do solo implica na coordenaçâo das medidas de<br />

conservaçao da produtividade da terra com a proteçâo dos animais silvestres,<br />

da flora e do controle da ägua.


584 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

A fauna é um produto da terra, e ela tem o seu lugar especifico e<br />

insubstituivel entre o solo, a âgua e as plantas, de modo gérai, e o primeiro<br />

lugar no aproveitamento daquêles lotes da fazenda cheios de<br />

pedra, acidentados ou erodidos, onde nem a lavoura e nem a pastagem<br />

podem prosperar para competir com os beneficios diretos e indiretos<br />

dos animais silvestres.<br />

Em cada fazenda hâ terrenos ingremes, locais pedregosos, cantos<br />

. de cêrcas, altos de morros, terrenos erodidos, locais para açudes onde,<br />

nâo compensando na ocasiâo fazer lavouras ou estabelecer pastos, podem<br />

produzir caças ou animais uteis que controlem o aparecimento<br />

de pragas ou inimigos da lavoura.<br />

Os animais silvestres também protegem a flora destruindo os inimigos<br />

das plantas, transportando sementes de um local para outro,<br />

e contribuindo para polinizaçâo das flores. Os tipos de vegetaçôes mistas,<br />

como as florestas tropicais variadas em espécies e com plantas de<br />

diferentes idades formando uma série de tetos verdes, sâo os que melhor<br />

estimulam o desenvolvimento da fauna, especialmente nas margens<br />

ou limites entre a mata e o campo. A margem constitui o ambiente<br />

mais propicio para as aves.<br />

A* tarefa de suprimir indesejaveis formas de vida apresenta um desafio<br />

aos nossos conhecimentos das afinidades e das incompatibilidades<br />

entre os sêres vivos.<br />

As tentativas para controlar roedores nocivos, insetos prejudiciais,<br />

ervas daninhas, etc., têm sido feitas freqüentemente por métodos diretos.<br />

Nem sempre säo os mais econômicos e eficazes.<br />

Fomentar o desenvolvimento dos inimigos naturais das pragas pode<br />

ser mais econômico, porém é arriscado porque é dificil ou impossivel<br />

prever o que acontecerâ, quando uma planta ou um animal é introduzido<br />

numa zona estranha.<br />

A luz, a umidade, o calor, o vento, as plantas nativas e os animais<br />

locais podem aceitar, estimular, impugnar ou restringir parcialmente<br />

a participaçâo daquele sêr vivo no ambiente.<br />

Em paises novos, o equilibrio biológico entre os sêres vivos nâo esta<br />

bem estudado, razâo porque as consequências da introduçâo de novas<br />

espécies nâo podem ser previstas devido à possibilidade de surgirem<br />

complicadas interaçôes biológicas.<br />

Os requisites indispensâveis para o crescimento da fauna util sâo<br />

a cobertura, o alimento e a âgua:<br />

O represamento de rios e riachos, o cerceamento e proteçâo dos<br />

agrupamentos arbustivos e arbóreos, contribuem para formar os microclimas<br />

locais; a intercalaçâo de campos cultivados e de pastagens ,originando<br />

muitas margens, tendem para o estimulo e desenvolvimento da<br />

fauna proveitosa.<br />

O declinio da fauna ou o seu esgotamento em espécies e quantidades<br />

sâo causados pela perturbaçâo ou pela destruiçâo do habitat. A<br />

conservaçâo do solo, procurando protéger a vegetaçâo, é a melhor raedida<br />

para resguardar a vida da bicharia. É possivel cultivar as terras<br />

da fazenda conservando-lhes a fertilidade e ao mesmo tempo préservai'<br />

a fauna.<br />

A caça e a pesca säo colheitas que se podem fazer entre e acima das<br />

lavouras na mesma terra. Ainda que os animais silvestres necessitem<br />

de adequados territórios dentro do piano de exploraçâo da Fazenda, esta<br />

como um todo pode servir a seus fins.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 585<br />

Dedicando areas especiais para os animais, nós estamos formando<br />

refügios, porém tôda a propriedade é usada e aproveitada como habitat<br />

da fauna.<br />

Prendendo a âgua por meio de açudes, lagoas, e. evitando a colmatagem<br />

pelo controle da enxurrada, nós estamos criando peixes e abrigando<br />

as aves aquâticas; cercando terenos destinados as matas, nós<br />

formamos refügios para os pâssaros insetivoros: as culturas em faixas<br />

multiplicam as margens e proporcionam confôrto a todos os animais;<br />

plantando quebra-ventos, evitando a poluiçâo da âgua, combatendo o<br />

desnudamento dos pastos, nós estaremos dando melhores oportunidades<br />

à fauna para prosperar.<br />

Interpretaçao da lavoura matuta — A necessidade de alimentaçâo<br />

forçou populaçôes primitivas ou civilizadas a dedicarem-se à Agricultura;<br />

com o tempo, surgiram processos empiricos que passaram de geraçâo<br />

a geraçâo, até tornarem- se tradicionais para aquelas coletividades<br />

e ambientes.<br />

Citado por E. H. GRAHAM hâ o caso dos indigenas da Nova Guiné,<br />

tâo primitivos que ainda usam machados de pedra, mas que como lavradores<br />

desenvolveram métodos agricolas baseados no alqueive, em terracos,<br />

e na adubaçâo verde em terras elevadas e em canais e drenos<br />

nos baixios. Hâ tribos af ricanas, em Tanganica, que plantam o milho<br />

e, quando este esta com 30 cm de altura, semeiam a crotalaria intercalar;<br />

depois da colheita do milho, enterram o adubo verde e plantam o<br />

sorgo. Antes da colheita do sorgo, outra leguminosa é plantada no meio.<br />

E, assim, seguindo a rotaçâo com adubo verde, construindo terraços e<br />

drenos de pedra, alimentando o gado em currais, estes indigenas conseguem<br />

viver, nos trópicos, com alta densidade de populaçâo : 2 pessoas<br />

por hectare.<br />

Dadas as dificuladades de uma lavoura sistemâtica, em condiçôes<br />

ordinârias, passaram a predominar na regiâo sêca as colheitas de produtos<br />

nativos, como: carnaüba, caroâ, oiticica, maniçoba, pequi, etc.,<br />

com um minimo de trabalho por parte do homem durante longos anos,<br />

sem alterar as relaçôes solo-planta-clima e sem enfraquecer a terra.<br />

A lavoura matuta do algodâo mocô, sem capina, com um simples<br />

roço, permitindo o mato cobrir o solo, com o minimo de trabalho, baixo<br />

rendimento e carâter extensivo, é outra forma embrionâria de lavoura<br />

nascida da intuiçâo ou da preguiça, e que conserva a fertilidade,<br />

quando depois do ciclo da cultura vem o alqueive demorado com a vegetaçâo<br />

regional. Esta forma de lavoura nitidamente extensiva, permitindo<br />

muito módico rendimento por ârea, 200 kg/ha de algodâo mocô,<br />

com mudanças sucessivas de talhôes e restauraçâo da produtividade<br />

primitiva do solo pelos alqueives com plantas espontâneas — esta modalidade<br />

da lavoura rudimentär, repetimos — sômente pode ser mantida<br />

em regiös de populaçâo escassa; quando a densidade da populaçâo<br />

cresce e obriga a adoçâo de cultura intensiva, a sua repetiçâo com intervalos<br />

curtos conduz ao desgaste e ao empobrecimento do solo. A cultura<br />

da cana nos baixios de Maranguape esta se mantendo em produçâo<br />

através de decênios por causa da matéria orgânica que as âguas<br />

trazem das serras adjacentes. A mesma coisa se dâ com a cana nos<br />

baixios do cariri cearense.<br />

As colheitas dos produtos nativos, a lavoura matuta nomade, pôsto<br />

tenham surgido do empirismo e deixem muito a desejar quanto ao<br />

rendimento por ârea sâo, entretanto, formas de agricultura menos<br />

instâveis, em melhor equilibrio biológico, porque sâo adaptaçôes seculares<br />

do trabalho do homem com o meio. Com o avanço da civilizaçâo, aumento<br />

de consumo, transportes, etc., estas modalidades agricolas jâ nâo


586 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

bastam por si sós para satisfazer as exigências de uma coletividade multiplicada.<br />

A lavoura moderna, mecanizada, introduzida pelo agrônomo, é<br />

intensiva e mais ajustada as necessidades da populaçâo atual pela rapidez<br />

das operaçoes; permite lavouras grandes, busca producöes maiores<br />

por area, etc., porém é mais agressiva, rompe os laços amistosos do<br />

solo com a vestimenta floristica natural da regiäo, desprotege o chäo e<br />

abre uma brecha para o seu desgaste.<br />

A lavoura matuta ou nomade, na seqüência das suas operaçoes<br />

afetando grandes areas e no uso das queimadas, realiza o esgotamento<br />

do solo em extensâo, com a cultura mecânico descuidada, nos trópicos,<br />

o faz em intensidade (profundidade. )<br />

A agricultura é o aproveitamento sincronizado de muitas leis biológicas<br />

correlacionadas com fenômenos fisicos para alcançar o ótimo<br />

fisiológico; entretanto, e sobretudo nos trópicos, muitos fatôres ultrapassam<br />

o limite critico e passam a reagir por execesso, perturbando o<br />

desenvolvimento de processos que tanto têm de natural como de artificial<br />

pela intervençâo humana!<br />

No Nordeste semi-ârido a luz solar e o calor estâo em atuaçao excessiva<br />

em face dos outros fatôres.<br />

Se até ho je o agrônomo dedicou especial atençâo à seleçâo e ao<br />

aproveitamento das plantas cultivadas, a desproporçâo da intensidade<br />

dos fatôres da produçâo nos trópicos nos convence da imperiosidade de<br />

devotarmos mais estudos as associaçôes vegetativas dos alqueives recuperativos<br />

e à proteçao do solo como parte de um sistema criador permanentemente<br />

em açâo.<br />

MÉTO<strong>DO</strong>S CULTURAIS EM CLIMAS QUENTES<br />

Desde o estabelecimento dos povos europeus na America Latina por<br />

rrieio de governos coloniais, iniciou-se a exploraçâo da cana de açûcar,<br />

do cafeeiro, do cacaueiro, óleos végétais, fibras, etc., por métodos agricolas<br />

criados para climas temperados e frios. Aproveitando os africanos<br />

submissos e os indios que puderam amansar, os europeus derrubaram<br />

matas, fizeram lavouras nomades, aproveitaram o humus onde êle existia,<br />

queimaram a vegetaçâo para formar pastagens, saquearam os recursos<br />

naturais, mas nâo conquistaram a America Tropical com métodos<br />

agricolas adequados ao meio e ao organismo humano submetido ao<br />

trabalho pesado em clima tórrido.<br />

Trazendo para aqui os cientistas de mistura com aventureiros e<br />

condenados, êles generalizaram a prâtica agricola européia na terra<br />

escaldante, näo suspeitaram da erosâo causada pelas chuvas torrenciais,<br />

araram morros e baixadas indistintamente, ensinaram que o solo<br />

precisava de arejamento, de insolaçâo e de vento para provocar reaçôes.<br />

Através do ensino agricola saturado com idéias e teorias expostas<br />

por professores estrangeiros, de publicaçôes difundindo as ultimas novidades<br />

agricolas em continentes frios, foi a nossa Agricultura orientada,<br />

embora bem intencionadamente, para um choque com o ambiente.<br />

Com o correr do tempo, foram verificados os conflitos com as observaçôes<br />

de campo, os rendimentos das colheitas baixaram, as feridas<br />

da enxurrada começaram a aparecer na superficie do terreno e os agrônomos<br />

mais curiosos principiaram a pensar em estudos locais, investigaçôes<br />

e possiveis modificaçôes de métodos.<br />

Ficou esclarecido, entäo, que os colonizadores europeus agiram inconscientemente,<br />

arbitràriamente, porque nâo conheciam o meio; a<br />

Agrologia Tropical nasceria séculos depois.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 587<br />

Os solos de climas temperados e frios, cultivados na sua maior extensäo<br />

com cereais menores (trigo, aveia, centeio, cevada, etc.), de plantios<br />

densos, com raizes pouco profundas, de ciclos vegetativos curtos,<br />

precisam de ter grande riqueza quimica, elevado teor de matéria orgânica<br />

para a solubilizaçâo mineral e intensificar as reaçôes quimicas.<br />

Estes solos têm a sua estrutura estâvel em conseqüência do equilibrio<br />

existente entre os minerais e a matéria orgânica pela açao biológica e<br />

condiçôes climâticas favorâveis; o complexo argilo-humoso age como<br />

exclusivo mecanismo controlador da nutricäo das plantas. Êle retém<br />

na terra, sem diluir no momento, os elementos que se tornarào solûveis<br />

progressivamente, mais tarde.<br />

O clima normal, com as estaçôes se repetindo em ritmo certo, os<br />

estudos e as investigaçoes cientificas durante dois séculos, o estabelecimento<br />

de rotaçôes culturais, de adubaçôes, de alqueives, etc., criaram<br />

nas regiôes temperadas uma agricultura estâvel, porque ela esta em<br />

harmonia com o meio, com os hâbitos e as necessidades do hörnern. O<br />

solo, a planta, as medidas conservadoras e os métodos do lavrador formam<br />

um ciclo fechado, compensado, estabilizado.<br />

Ao contrario, no trópico chuvoso, as forças dispersivas-desintegrantes<br />

da terra, como a umidade, a temperatura, a açao microbiana e o<br />

vento atuam 365 dias por ano, acelerando tremendamente a solubilizaçâo<br />

dos minerais, nutrientes que sâo arrastados pelos aguaceiros, deixando<br />

o esqueleto-silica, aluminio e ferro. Resultam dai solos de fraco<br />

poder absorvente, indice baixissimo de bases trocâveis e escassez de matéria<br />

orgânica.<br />

O intemperismo demasiado do clima quente e ûmido sobre terra<br />

geologieamente veinas, rompeu as ligaçôes moleculares dos minerais<br />

deixando um residuo de silica etc., nos complexos.<br />

Nos solos lateritizados, com o deslocamento das bases e acidificaçâo,<br />

a argila tornou-se hidrogenada, indicando que os nutrientes se dissolveram<br />

lentamente e a soluçâo do solo é diluida. A lateritizaçâo dos terrenos<br />

de climas ümidos constitui o maior obstâculo à lavoura de elevados<br />

rendimentos, porque a sua fertilidade dura enquanto existe o<br />

humus fugidio que lhe empresta o poder de sorçâo.<br />

A intensidade da influência climâtica em duraçâo e grau é o fator<br />

decisivo que faz a diferenciaçâo dos solos temperados e tropicais, considerando<br />

em igualdade de condiçôes as rochas-mâes.<br />

A tendência do clima chuvoso para criar uma vegetaçâo arbórea e<br />

ervas daninhas, a recente introduçâo dos estudos do solo e dos métodos<br />

culturais, a ignorâneia do lavrador, o desgaste do terreno pela erosâo,<br />

tornaram dificeis, até hoje, o estabelecimento, no trópico, de um sistema<br />

de lavoura permanente, equilibrado e com bons rendimentos.<br />

No Nordeste desigualmente sêco os solos sâo alcalinos ou salinos,<br />

pouco profundos, pouco permeâveis, ricos em bases trocâveis, com menos<br />

de 1% de matéria orgânica, as argilas sâo sódicas e êles estâo sujeitos<br />

a urn regime de chuvas incertas quanto à época (mes) do ano,<br />

as vêzes sâo inundados e outras vêzes ficam sêcos; recebem excesso de<br />

calor e luz no verâo, motivo porque é fâcil a carbonizaçâo dos residuos<br />

orgânicos e a dispersâo das particulas pelo vento; a razâo da sua fertilidade<br />

esta na riqueza de bases e alcalinidade, dando reaçôes râpidas e<br />

soluçôes mais concentradas.<br />

Nos climas quentes, a planta cultivada, o solo, a vegetaçâo nativa<br />

e os métodos culturais carecem de urn modus operandi, de uma harmonia<br />

funcional, para equilibrar a produçâo à vista de uma inexauribilidade<br />

de recursos que é mais aparente do que real. O ciclo biológico<br />

compensado da exploraçâo agrïcola tropical esta sendo buscado num


588 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

sistema de lavoura intercalai', na cobertura viva e "morta" do solo por<br />

longo tempo e no estudo das melhores condiçôes do barbecho com plantas<br />

da regiâo, tudo isto em funçâo do menor trabalho humano. Todos os<br />

métodos de lavouras que se desenvolveram com a intuiçâo e com o empirismo<br />

das populacöes nativas dos trópicos sâo baseados num minimo<br />

de trabalho, de operaçôes, devido à fadiga causada pelo calor e na menor<br />

perturbaçâo possivel do meio biológico. Produzir conservando mais,<br />

deve ser o lema de nossa Agricultura. Para conseguir êsse fim é preciso<br />

estudar o alqueive ou repouso com plantas mistas semeadas, o<br />

barbecho com vegetaçâo nativa, e procurar esclarecer a duraçâo da<br />

rotacäo das culturas comerciais com a extensâo do periodo de restaura -<br />

çâo do solo por grupos arborescentes, ou arbustivos ou herbâceos.<br />

Cientificamente o preparo do solo é a operaçâo que oferece maior<br />

dificuldade porque êle exige conciliar a formaçâo do melhor leito para<br />

a germinaçâo das sementes e enraizamento das mudinhas com a menor<br />

alteraçào possivel do meio e o minimo de esfôrço humano. Devido à<br />

facilidade com que o solo cede sua fertilidade sob a pressâo do intemperismo,<br />

o revolvimento excessivo da superficie nas operaçôes do preparo<br />

esta em antagonismo com a quietude habitual dêste "caldo de cultura".<br />

A araçâo moderada nos baixios, a substituiçâo do arado pela grade<br />

sempre que possivel, a supressâo do fogo, a cobertura verde no verâo,<br />

a alternativa de lavoura e pastos periódicos no mesmo terreno, a adoçâo<br />

da curva de nivel em lugar da linha reta, sào recursos que se devem<br />

adotar numa possivel correçâo dos desajustes de uma agricultura quadrada<br />

num mundo redondo.<br />

O sistema radicular das plantas cultivadas e das ervas daninhas<br />

tem importância especial quanto aos métodos culturais. A profundidade,<br />

o espalhamento, a absorçâo de minerais, sâo decisivos no rendimento,<br />

quando a vegetaçâo nativa cede lugar à primeira cultura na<br />

rotaçâo ou quando as ervas invadem as fileiras pela germinaçâo das<br />

sementes trazidas pelo vento, pelos animais, ou pelas âguas jâ ai existentes<br />

aguardando chance para surgir. As ervas ou mato das culturas compôem-se<br />

de espécies que se moldaram as condiçôes do ambiente através<br />

de séculos e elas germinam, crescem e frutificam com assombrosa rapidez<br />

aproveitando momentos favorâveis, sem concorrência, enquanto o<br />

terreno esta limpo, com muita luz, com boa umidade, rico de nutrientes,<br />

etc., vencendo e abafando pela competiçâo a planta cultivada, menos<br />

adaptada e ainda vacilante no tïmido enraizamento inicial.<br />

As raizes das ervas, além de resistentes, sâo profundas, tentando<br />

obter no subsolo a garantia da sua frutificaçâo para reproduzir a espécie.<br />

As ervas sâo plantas de ciclo vegetativo mais curto do que o da cultura<br />

comercial; quando as plantas cultivadas soltam as flores, o mato<br />

jâ esta amadurecendo as sementes.<br />

Por diversos modos as sementes destas espécies efêmeras guardam<br />

o poder germinativo para alcançar as chuvas do ano seguinte: 1)<br />

cuticula endurecida em redor da semente para evitar o apodrecimento;<br />

2) capa suberosa ou invôlucro de ar para isolar o calor; 3) vitalidade<br />

mantida por demorado periodo de germinaçâo; 4) resistência contra a<br />

secura por dispositivo contra a transpiraçâo. A brotaçâo dos rizomas<br />

dormentes é ourto meio. O comportamento dominante das raizes destas<br />

ervas oportunistas permitiu formar o tapête de gramineas, leguminosas,<br />

etc., que cobriu os campos através de décadas e acumulou toneladas<br />

de massa orgânica para beneficio do solo.<br />

No Nordeste as raizes atravessam a piçarra, as fendas das rochas<br />

em busca da âgua e da sobrevivência. Além de servir para a ancoragem


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE-<strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 589<br />

das plantas no solo, as raizes absorvem nutrientes, seguram o terreno e<br />

Servern de deposito, de alimentos para a longa "travessia" do veräo sêco.<br />

Na irrigaçâo é contraproducente manter a superficie do solo permanentemente<br />

ümida, porque desenvolve raizes muito superficiais, impotentes<br />

para explorar a riqueza mineral do subsolo.<br />

O desenvolvimento de raizes profundas na lavoura irrigada significa<br />

explorar o perfil do solo e manter o lençol d'âgua. Para êsse fim<br />

sâo necessârias doses pequenas e drenagem.<br />

As raizes crescem na direçâo do estêrco, do adubo ou da umidade.<br />

A capina mecânica em clima temperado esta racionalizada porque<br />

as ervas crescem mais lentamente e o clima permite escolher a ocasiâo<br />

propria de passar o cultivador quando a umidade no solo esta no ponto<br />

ótimo e o mato iniciando o desenvolvimento.<br />

No Nordeste, com as chuvas depois do plantio, as ervas germinam<br />

mais depressa do que as sementes plantadas; vêm os aguaceiros, o<br />

solo encharca-se, o mato cobre prontamente o terreno e raramente se<br />

consegue um ponto adequado no estado do solo, com o mato pequeno,<br />

para cultivar a lavoura. Sendo a cultivador uma mâquina preventiva<br />

do mato, que nâo arranca ervas enraizadas, é necessârio, para o êxito,<br />

que êle se ja passado quando as plantas adventicias estäo novinhas.<br />

O emprêgo de "ervicidas", tratamento moderno, tem o grave inconveniente<br />

de desnudar o solo, expondo-o mais à erosâo, e de privâ-lo<br />

de sua fonte de matéria orgânica, natural.<br />

Podemos classificar as ervas daninhas como "pragas", mas também<br />

devemos confessar que elas protegem o solo e contribuem, com os seus<br />

"cadâveres", para adubâ-lo.<br />

A capina ou cultivaçâo profunda é uma poda nas raizes da cultura<br />

comercial e nâo tern valor como meio de guardar âgua no solo para<br />

aumentar o rendimento.<br />

Os povos primitivos usam meras escarificaçôes superficiais como<br />

arremêdo de capina; alguém pode alegar que êles assim procedem porque<br />

nâo inventaram ou nâo obtiveram melhor equipamento, porém é<br />

mais racional pensarmos que êles verificaram a sabedoria de nâo perturbar<br />

o meio biológico.<br />

A prâtica da cultura intercalar de gramineas e leguminosas nâo<br />

deixa de ser uma rotaçao baseada na diferença da organizaçao radicular,<br />

nutrindo-se em camadas superpostas no solo. O plantio de uma cultura<br />

entre as fileiras de uma lavoura em amadurecimento é outra prâtica<br />

que visa a cobertura permanente e aproveitamento da superficie<br />

por raizes novas, enquanto as veinas alimentam-se no subsolo.<br />

O murchamento do solo ou cobertura com qualquer espécie de<br />

matéria orgânica retém umidade na superficie e estimula a formaçâo<br />

de radicelas neste ponto, impedindo a cultivaçâo.<br />

A Agricultura tropical atingiu, por motivos de ordem econômica e<br />

social, a fase de evoluçâo premente em que a experimentaçâo e a ciência<br />

devem nortear a sua orientaçâo com rumos seguros, embora aproveitando<br />

algumas prâticas originadas da intuiçào e mantidas pela tradiçâo.<br />

Antes de inovar, de introduzir processus que carecerâo de ajuste<br />

aos hâbitos da populaçâo, é mais prudente verificar se a rotina local esta<br />

em conflito com as necessidades do momento, em desarmonia com o<br />

sincronismo do meio ou com o trabalho humano. Aquilo que a tradiçâo<br />

tem de respeitâvel, após passar pelo crivo da anâlise, depois de aferido<br />

pela investigaçâo, merece a sançâo do fundamento cientifico.<br />

Nâo existindo outras regiôes tropicais para serem descobertas, diminuindo<br />

cada vez mais as terras virgens disponiveis, aumentando o


590 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO BRASILEIHA DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

consumo de produtos agricolas pelo crescimento progressivp da populaçâo,<br />

hâ necessidade da criaçâo de métodos culturais mais racionais,<br />

mais conservadores, e que êles sejam acatados e empregados pelos lavradores<br />

num esfôrço coletivo de cooperaçâo para o progresso da civilizaçâo<br />

nos climas quentes.<br />

Nunca como na época atual houve tanta necessidade de compreensâo<br />

por parte de lavradores, agricultures e fazendeiros de melhorar a<br />

Agricultura, seus métodos, e de conservar os recursos naturais garantidores<br />

da vida no futuro.<br />

A incompreensâo e a falta de cooperaçâo do hörnern rural, nesta<br />

questâo essencial para todos, sâo dévidas à deficiência de educaçâo, de<br />

preparo para a profissào e de conhecimentos gérais.<br />

Para generalizar o emprêgo de uma prâtica agrïcola, melhorada<br />

mima regiâo, importa em convencer uma multidâo de operârios e lavradores<br />

da sua eficâcia, das suas vantagens e da sua exeqüibilidade.<br />

É preciso propaganda e demontraçâo e, mais do que isto, é necessâria<br />

a experimentaçâo. Técnicos, materials, aparelhamentos, instalaçôes,<br />

etc., custam muito dinheiro quando se quer eficiência. Nos trópicos,<br />

os homens de Govêrno nâo perceberam ainda a importância dos<br />

recursos naturais que estâo sendo dissipados; como imediatistas, nâo<br />

pesam o valor de uma Agricultura cientificamente orientada e por isto<br />

nâo crêem na palavra dos técnicos. As certezas convencionais sâo mais<br />

fâceis de aceitar e armam efeito mais râpido do que as verdades cientificas.<br />

Um hörnern de Govêrno que nâo tiver convicçôes inabalâveis na<br />

grandeza do trabalho cientifico, honestamente conduzido, pode, com<br />

um ato, inutilizar uma geraçâo de agrônomos. Mais de uma vez isto<br />

jâ aconteceu no Brasil.<br />

Desde os primeiros dias da colonizaçâo por gente nâo aborigène,<br />

o Nordeste sêco tem vivido da pecuâria, da indüstria extrativa e da lavoura<br />

de inverno.<br />

Com a açudagem, com as estradas, com os canais de irrigaçâo, com<br />

o desenvolvimento comercial e aumento da populaçâo, surgiu a imperiosidade<br />

do estabelecimento de uma lavoura intensiva pela irrigaçâo para<br />

garantir a subsistência da populaçâo nos anos sêcos. Esta forma de<br />

cultura continua, no inverno e verâo, com duas safras por ano e sempre<br />

nas mesmas areas, aflorou o problema da conservaçâo da fertilidade<br />

dos solos das bacias de irrigaçâo.<br />

Além da dificuldade natural da preservaçâo da produtividade dos<br />

terrenos nos climas quentes, por falta ainda de processos culturais econômicos<br />

e sancionados pela prâtica, existe o fato de que estas terras<br />

sâo de propriedade de homens ignorantes quanto as questâo de agrologia,<br />

de irrigaçâo e, acima de tudo, inconscientes do perigo da destruiçâo<br />

do solo destas areas privilegiadas pela açâo da erosäo, pelo esgotamento<br />

e pela salinizaçâo. As reduzidas vârzeas de aluviâo que podem<br />

ser irrigadas, a sua fertilidade natural, o valor que elas representam<br />

como fonte de alimentos para as geraçôes futuras, nos forçam a gerar<br />

desde jâ pela manutençâo da sua produtividade. Neste ponto, o direito<br />

irrestrito do uso da tera pelo seu dono esta em conflito com as necessidades<br />

da populaçâo.<br />

Com os trabalhos realizados na defesa contra as sêcas, o meio fisico<br />

nordestino evoluiu muito; barragens, estradas e obras diversas alteraram<br />

a fisionomia do ambiente, mas o hörnern comum, no interior, permaneceu<br />

o mesmo, sem compreender o significado econômico e social<br />

das obras e sem poder atuar como elemento positivo de progresso. Dai


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 591<br />

existirem terras dominadas por cariais de irrigaçâo e com cultivo apenas<br />

parcial. Nâo sendo o Nordeste permanentemente sêco existindo culturas<br />

xerófilas que produzem mesmo sem chuvas, a lavoura irrigada<br />

pouco se estendeu porque, como forma de cultura especializada, exige<br />

elevada soma de conhecimentos que ainda nâo existem no meio rural.<br />

Por estas razöes a irrigaçâo cobre limitada superficie das terras<br />

privadas.<br />

Aquêles proprietârios que irrigam nâo praticam a rotaçâo cultural,<br />

näo proporcionam o repouso periódico aos talhöes, näo fazem a adubacäo<br />

e estäo certos.que poderäo colher continuamente suas safras e que<br />

as advertências dos agrônomos sobre drenagem, salinizaçâo, conservaçâo<br />

do solo, sâo teorias tolas.<br />

É este o grande perigo que ameaça as melhores terras do Nordeste.<br />

Se näo fôr sancionada uma lei de irrigaçâo, se näo forem aplicados métodos<br />

de conservaçâo dos solos, êles se arruinarâo antes que a irrigaçâo<br />

possa se ampliar.<br />

O atraso mental da populaçâo nativa é a pedra de tropêço dêste<br />

problema porque, em ultima instância, quem terâ de aplicar os principios<br />

cientificos da lavoura irrigada sera o irrigante.<br />

Preparar esta massa de populaçâo para explorar eficientemente<br />

as obras e conservar os recursos naturais é desenvolver extensivamente<br />

uma forma de ensino técnico ainda näo conhecido no Brasil.<br />

O Nordeste, na sua evoluçâo econômica, esta passando por 3 fases<br />

bem caracterizadas: l. a ) a invasâo antiga pelos vaqueiros e colonizaçao<br />

por povos nâo aborigènes; 2. a ) o estudo do meio fisico e o desenvolvimento<br />

das obras contra as sêcas; 3. a ) o prepare da populaçâo sertaneja<br />

para o aproveitamento racional das obras e dos recursos naturais, mantendo<br />

a sua explorabilidade em base econômica e conservadora para as<br />

geraçôes futuras.<br />

Näo precisamos frisar que a fase mais dificil e mais lenta é aquela<br />

de disseminar entre a populaçâo rurïcula, irrigantes, etc., as noçôes do<br />

cultivo consciencioso da terra, do cuidado na utilizaçâo das obras, a<br />

economia da âgua, a importância de evitar a saïga do solo, a necessidade<br />

de manter a terra produzindo através das geraçôes, etc. Além disto,<br />

a irrigaçâo nécessita de estudos locais e objetivos, de planejamento, de<br />

operaçôes sincronizadas com mais rigor e de uma universalidade de<br />

conhecimentos que as outras formas de lavoura näo carecem.<br />

O hörnern do campo tem o sentido macroscópico das coisas, êle näo<br />

se impressiona com o detalhe e, como as vêzes a regiâo é molhada demais,<br />

êle se esquece da irrigaçâo e passa a considerar a pecuâria e a<br />

lavoura de chuvas como fontes fundamentals, ünicas, da vida econômica.<br />

Quando surge uma sêca, o hörnern é novamente surpreendido sem<br />

réservas alimentares para si e para seus gados.<br />

As oscilaçôes bruscas do ambiente criam complexos de exaltaçao<br />

emotiva e de imprevidência econômica na populaçâo sertaneja. A abundância<br />

e a prosperidade causadas pelos bons invernos alternando-se<br />

com as misérias das sêcas formaram a alma pródiga, despreocupada e<br />

sofredoura do povo que aceita a desgraça como imposiçao periodica do<br />

Destino.<br />

Irrigaçâo é método, é racionalizaçâo, é correçao de fatôres fisicos,<br />

é minûcia, é previsâo, é coordenaçâo sistemâtica de todos os fatôres<br />

da produçâo em justa proporçâo, pela açâo do hörnern. Ora, os predicados<br />

do lavrador sâo exatamente opostos aos atributos requeridos pela<br />

irrigaçâo. Para criarmos uma mentalidade irrigatória teremos de,<br />

através da educaçao e do ensino técnico, contornar e moldar o carâter<br />

e as idéias das gentes que exploram os açudes.


592 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DS <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Nâo se faz Agricultura de emergência, nem se podem improvisar as<br />

operaçôes de uma elaboraçâo comandada pelo ritmo lento e imperturbâvel<br />

da Natureza.<br />

Todos nós, da comunidade nordestina, homens e mulheres, professores<br />

e alunos, padres ou comerciantes/ chefes de govêrno ou governados,<br />

devemos nos convencer de que o Nordeste sêco é urn meio instâvel fisica<br />

e biologicamente, cujo equilibrio econômico sómente sera conseguido e<br />

mantido pela técnica aplicada com a cooperaçâo de todos; que os principios<br />

naturais têm de governar a Agricultura para que ela se ja conservadora;<br />

que hâ necessidade de planejar as operaçôes, de dominai- a<br />

âgua com a proteçâo da flora, de estimular a fauna com o cuidado do<br />

solo; que é preciso separar os altos de morros para a formaçao de matas<br />

e impedir a erosâo, reservar os terrenos pedregosos para o abrigo dos<br />

animais nâo domesticados, deixar para pastos as areas suscetiveis de<br />

erosâo e fazer lavouras naqueles campos menos sujeitos à lavagem.<br />

O aspecto biologico do uso da terra esta adquirindo importância<br />

muito especial. Desde hâ muitos séculos temos aperfeiçoado algumas<br />

plantas e melhorado uma düzia de espécies de animais domésticos.<br />

Preocupados com estas poucas plantas e animais, nos nos esquecemos<br />

dêste outro mundo vivo que esta em redor de nós, representado por milhares<br />

de espécies de végétais e animais que sâo outros tantos fatôres de<br />

reaçâo no imenso cadinho do mundo biologico, porque a Natureza os<br />

criou com comportamento e funçôes especificas, apesar de as desconhecermos.<br />

Algum dia os estudos planej ados poderâo estabelecer as regras do<br />

uso natural da tera e, entâo, nâo sômente culturas e animais de caça,<br />

mas também indiretamente, sera determinada a ocorrência de.outros<br />

sêres vivos no piano consciencioso do hörnern.<br />

Uma época sera atingida em que a intensificaçâo cultural e o plane<br />

jamento da administraçâo dos bens naturais forçarâo o agrônomo a<br />

incluir plantas, insetos, pâssaros, mamiferos e outros sêres vivos em<br />

diversificaçâo cultural no conjunto das operaçôes agricolas para buscar<br />

o equifibrio biologico que preside à exploraçao natural do solo.<br />

A esta tarefa dificil de interprétai' as leis da conveniência e as<br />

exigências de habitat dos sêres vivos o biologista responderâ com a<br />

habilidade de manipular interaçôes complexas, estabelecendo as proporçôes<br />

e a intensidade no ajustamento das espécies.<br />

<strong>SOLO</strong>S DAS BACIAS DE IRRIGAÇÂO <strong>DO</strong> NORDESTE<br />

A Secçâo de Solos do S.A.I, conta jâ dez anos de estudos das terras<br />

irrigâveis. Sinto-me bem, falando sobre este trabalho, porque nada dêle<br />

é devido a mim; êle resultou do esfôrço de colegas dedicados e compétentes<br />

que o organizaram baseado na experiencia de outros povos.<br />

Os estudos de solos no Nordeste começaram com agrônomos de<br />

grande valor, como: JOSÉ FERREIRA DE CASTRO, ESTEVAM STRAUSS, ED.<br />

SOUZA MELO, EDILBERTO AMARAL, LUIZ RAINHO CARNEIRO, etc., e os quimicos<br />

NICOLAU BRAILE, WALTER MOTA, LUIZ AUGUSTO, e hoje sâo dirigidos<br />

pelo agrônomo ED. SOUZA MELO, auxiliado pelo agrônomo OSWAL<strong>DO</strong><br />

SOUZA DANTAS e quimicos: JOÂO PEDRO FILHO, ARCHIBAL<strong>DO</strong> CAMPBEL,<br />

LUIZ BEZERRA e ARÂO HOROWITZ, homens estudiosos e dedicados ao trabalho<br />

.<br />

Êie é feito do seguinte modo: 1.°) levantamento agrológico e cadastral<br />

da bacia; 2.°) anâlises das amostras colhidas; 3.°) confecçâo<br />

do mapa e do relatório, contendo todos os dados agrológicos e censitârios.<br />

A turma de campo se estabelece no terreno em barracas; o mar-


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 593<br />

cador de manchas de solo diferencia os tipos e coloca estacas nos limites,<br />

o taqueometrista levanta, por irradiaçâo, cada tipo de solo, anotando<br />

em caderneta os dados, inclusive divisas de propriedades; o agrônomo<br />

détermina a abertura de sondagens onde necessârias, estuda o perfil do<br />

solo dentro da sondagem aberta, colhe amostras para o laboratório e<br />

enche a ficha da sondagem; o recenseador acompanha o serviço colhendo<br />

dados de âreas cultivadas, produçâo, numero de propriedades, numéro<br />

de pessoas, cabeças de gado, etc.; o desenhista, no campo mesmo, recebe<br />

as cadernetas dos taqueometristas, calcula os erros de fechamento<br />

dos poligonos, faz o desenho dos tipos de solo em côr, incluindo o curso<br />

dos rios, riachos, estradas, divisas de propriedades, etc.. Terminado o<br />

serviço de campo, que dura, as vêzes, dois anos em uma bacia de irrigaçao,<br />

os elementos säo levados para Sâo Gonçalo e ali o mapa é passado<br />

a limpo, feitas as anâlises das ämostras de terra e organizado o relatório<br />

com informaçôes sobre as terras, as anâlises e o recenseamento agroeconômico.<br />

O mapa com o relatório agrológico säo enviados ao Sr.<br />

Diretor Geral do D.N.O.C.S. com o parecer da chef ia sobre a possibilidade<br />

de irrigar tal bacia, suas vantagensou inconveniências. Procedendo<br />

dêste modo, jâ f or am estudadas as seguintes basias de irrigaçâo<br />

no Nordeste: Sâo Gonçalo, Condado, Itans, Assû, Lima Campos,<br />

Jaibara, Caldeirâo, Pôsto Sâo Francisco, Boqueirâo do Diamante, Choró,<br />

General Sampaio, Moxotó e Gargalheira, no total superior a 54.000<br />

ha com os respectivos mapas, anâlises, relatórios e pareceres.<br />

À vista dêstes dados é que säo feitos os projetos de açudes pûblicos,<br />

canais e drenos. Atualmente, nenhum açude püblico é projetado sem<br />

antes ser feito o estudo agrológico e cadastral da bacia de irrigaçâo.<br />

O açude Caldeirâo, no Piaui, sômente foi projetado após o estudo<br />

das terras. Outra bacia que foi estudada antes de serem feitos os projetos<br />

das obras é a do Baixo Assû, no Rio Grande do Norte.<br />

Tipos de solos — Devido à acumulaçâo de serviço e deficiência numérica<br />

de pessoal, o S.A.I, ainda nâo tem uma classificaçâo dos tipos<br />

de solos que ocorrem nas bacias de irrigaçâo. O agrônomo EDMUN<strong>DO</strong><br />

SOUZA MELO, chefe da Secçâo de Solos, esta estudando o agrupamento<br />

em classes das muitos denominaçoes dadas aos solos nos trabalhos de<br />

campo. Os principais nomes dados aos tipos de solos pelos técnicos que<br />

fizeram os estudos de campo e também as denominaçoes dadas nos locais<br />

pelos habitantes säo: aluviâo, massapê, salâo, tabuleiro, vârzea e<br />

areiûscô. Apesar das variaçoes com que êles se apresentam em diferentes<br />

bacias de irrigaçâo, nós vamos tentar defini-los.<br />

Aluviâo — É o tipo de solo formado nos baixios, beira de rio ou<br />

de riacho, mediante transporte pelas âguas durante anos; é piano, côr<br />

escura, profundo, de regular drenagem, fértil devido as misturas de<br />

materials diferentes, de l. a classe para a irrigaçâo. É o melhor solo,<br />

fisica e quimicamente, de tôda a Regiâo Seca. O aluviâo pode tomar<br />

as especificaçôes de: fluvial — quando formado em beira de rio; salgado<br />

— qando contém sal; argiloso — se a percentagem de argua é<br />

maior do que a de limo; de encosta — se êle é depositado pela cheia<br />

em lançamento de morros.<br />

Massapê — É originado pela deposiçâo de material fino em baixios<br />

ou lagoas que secam no verâo; é barrento no inverno e cheio de rachaduras<br />

no verâo; mas propriedades fisicas e elevado teor de minerais<br />

nobres, como câlcio, fósforo, magnésio, e também potâssio. Sendo de<br />

permeabilidade quase nula, o massapê submetido à irrigaçâo exige<br />

drenagem imediata para evitar a salinizaçâo. O massapê salgado é o<br />

que, sendo antigo, foi submetido as evaporaçôes continuadas durante<br />

muitos veröes e precipitaçôes de sal até tornar-se salgado. O massapê<br />

— 38 —


594 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÉNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

de tabuleiro deve a sua denominaçao à decomposiçao do xisto argiloso,<br />

em topografia ondulada, razâo porque é melhor drenado do que o massapê<br />

legitimo.<br />

Saläo — SOUZA MELO explica a gênese do salâo como uma provavel<br />

retrogradaçâo do aluviâo que se salgou e, sob a açâo do clima, secou,<br />

endureceu e cimentou. É um solo de côr cinza, piano, impermeâvel,<br />

pH até 9, dispersâo elevada da argila; pôsto tenha mâs propriedades<br />

fisicas para irrigaçâo, êle tern regular fertilidade pelo elevado teor de<br />

bases trocâveis em Ca, Na, K, e regular em P, Mg e Mn. Êste solo é<br />

ocupado na lavoura matuta com algodâo, carnaûba ou pasto. Nêle nâo<br />

pode ser feita a lavoura mecânica devido à compacidade, salvo se houver<br />

um tratamento prévio com gesso moido aplicado na proporçâo de 5 a<br />

10 toneladas por ha. O sulfato do gêsso se combina com o sódio, formando<br />

sulfato de sódio, que deve ser retirado pela drenagem; a argila,<br />

de sódica que era torna-se câlcica, hâ mudança na estrutura do solo<br />

e êste, com o tempo, permeabiliza-se.<br />

Tabuleiro — É o solo vermelho, ondulado ou piano, com seixos rolados<br />

de todos os tamanhos, contendo arenito e xisto argiloso entremeados<br />

ou misturados.<br />

Pelo maior teor de areia, o tabuleiro apresenta melhor permeabilidade<br />

do que os outros tipos de solo; êle é usado para a cultura do algodäo<br />

e para pastagens. O tabuleiro pode ser aluvial, cristalino ou arenitico<br />

e gnâissico.<br />

Vdrzea -^ Sâo solos derramados de partes mais altas sobre lagoas<br />

ou terras baixas, onde o empoçamento d'âgua no inverno e a secura<br />

no verâo conduziram à formaçâo inicial do salâo. A vârzea contém<br />

regular riqueza quimica, porém endurecida, nâo tem permeabilidade<br />

e nem drenagem natural. Êste tipo de solo salga-se com facilidade<br />

quando irrigado, salvo quando precauçôes especiais de escoamento, gessagem,<br />

etc., sâo tomadas.<br />

Areiûsco — É um tipo de solo que nâo ocorre em tôdas as bacias<br />

de irrigaçâo; até agora êle apareceu em maior escala no Baixo Assu<br />

e na bacia do Sâo Gonçalo. Êle se forma pelo derrame de material grosso,<br />

lavado, em camada espêssa sobre outros solos mais baixos. É pobre<br />

em elementos nutritivos, com exceçâo do câlcio; é muito drenante, nâo<br />

tem matéria orgânica, seca com rapidez e nâo se presta para cultura.<br />

Bacia de irrigaçâo do açude pûblico General Sampaio — Cearâ<br />

Foram estudados 5.169 hectares de terras, desde o local denominado<br />

Santo Antonio, passando pelas vilas de Pentecoste e Curu, até<br />

Serrote, numa distância de 25 quilômetros. Estas terras distam 77 km<br />

de Fortaleza e sâo atravessadas pelos trilhos da R.V.C, e pela rodovia<br />

Fortaleza-Sobral.<br />

Para a colheita de amostras de solos para anâlises foram feitas<br />

177 sondagens com 2 métros de profundidade. Junto com o levantamento<br />

agrológico foi também feito um inquérito cadastral das propriedades<br />

e censo agro-econômico. As terras pertencem a 482 proprietârios,<br />

a populaçâo é de 2.952 pessoas (adultos e menores), inclindo as duas<br />

vilas, existindo 1.242 casas de alvenaria e de taipa.<br />

O rebanho encontrado no Vale foi de: 4.205 bovinos, 3.515 lanigeros,<br />

3.827 caprinos, 1.354 suinos, 446 eqiiinos, 424 muares, 1.430 asininos,<br />

13.718 aves.<br />

Existem ainda as seguintes ârvores nativas: 111.772 carnaubeiras<br />

e 2.891 oiticicas.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 595<br />

Os solos foram assim classificados :<br />

Solos de l. a classe para irrigaçâo — aluviâo fluvial e<br />

argiloso 2.818 hectares<br />

Solos de 2. a classe para irrigaçâo — massapê, aluviâo<br />

argiloso e salgado .' 1.073 "<br />

Solos de 3. a classe para irrigaçâo — aluviâo salgado,<br />

vârzea, massapê salgado e tabuleiro 437 "<br />

Solos de 4. a classe para irrigaçâo — tabuleiro cristalino<br />

38<br />

Leitos de rios e de riachos 803 "<br />

Total 5.169<br />

Anâlise da âgua do açude püblico "General Sampaio"<br />

Amostra • Em garrafäo de 5 litros, rôlha de borracha<br />

e amarrada com. barbante.<br />

Procedência Açude Püblico General Sampaio<br />

Coletor ANTONIO FERREIRA <strong>DO</strong> NASCIMENTO<br />

Data 15 de outubro de 1943<br />

Outros dados hora — 9,5<br />

cota — 102,480<br />

altura — 10,48<br />

Profundidade — 1,00 m do nivel<br />

Tipo de anâlise Potabilidade<br />

Aspecto in natura ligeiramente esverdeada e limpida<br />

Aspecto após filtraçâo o mesmo<br />

Cheiro nenhum<br />

Sabor ligeiramente alcalino<br />

Sólidos em suspensâo pequena quantidade<br />

Dados analiticos em p.p.m. sobre a ägua fütrada<br />

pH 7,95 Residuo a 105°C 828<br />

Dureza total (graus fran-<br />

ceses)<br />

Dureza permanente<br />

31 2,5<br />

Dureza temporaria 28,5<br />

Cloreto (Cl) 24,8<br />

Residuo a 180°C 744<br />

Residuo ao vermelho sombrio<br />

548<br />

Perda ao vermelho sombrio<br />

196<br />

Alcalinidade (CaCO3) ind.<br />

Metilorange 177,5<br />

Nitritos nihil Nitrogênio amoniacal . . 0,174<br />

Nitratos Nitrogênio albuminóide . 0,16<br />

Matéria orgânica em 0 consumido{^j° ^ ^ ;;;;;;;;;" J ^<br />

Conclusâo — Nâo se pode tirar conclusâo, para o ponto de vista de<br />

potabilidade, por se tratar de amostra velha. Note-se o teor do N amoniacal<br />

muito elevado.<br />

RESIDUO MINERAL<br />

Dados analiticos em p.p.m. sobre a âgua filtrada<br />

pH 7,95<br />

Residuo a 105°C 828,00<br />

Cloretos (Cl) 248,00<br />

Carbonatos (CO8) 106,50<br />

Sulfatos (SO4) 87,54<br />

Câlcio (Ca) 78,96<br />

Sódio (Na) 122,69<br />

Analisada em 5-11-43, pelo quimico industrial WALTER MOTA.<br />

Laboratório do Serviço Agro-Industrial do D.N.O.C.S.


12<br />

26<br />

141<br />

142<br />

DETERMINATES FISICAS<br />

SONDAGEM<br />

Horizonte<br />

I<br />

II<br />

III<br />

I<br />

II<br />

III<br />

I<br />

II<br />

III<br />

I<br />

II<br />

III<br />

I<br />

II<br />

III<br />

Espessura<br />

50<br />

30<br />

90<br />

30<br />

20<br />

80<br />

50<br />

50<br />

70<br />

60<br />

50<br />

90<br />

30<br />

80<br />

90<br />

Ägua<br />

natural<br />

0,126<br />

1,676<br />

0,890<br />

3,740<br />

ANÄLISE FlSICA E QUÏMICA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Densidade<br />

aparente<br />

1,377<br />

1,385<br />

1,411<br />

1,478<br />

ANÄLISE MECÂNICA<br />

Densidade<br />

real<br />

2,60<br />

2,64<br />

2,73<br />

2,75<br />

2,72<br />

2,76<br />

2,67<br />

2,68<br />

2,70<br />

2,64<br />

2,51<br />

2,57<br />

2,50<br />

Areia<br />

0,4%<br />

9,0-<br />

9,4<br />

73,4<br />

11,4<br />

17,7<br />

4,0<br />

10,6<br />

4,7<br />

55,5<br />

39,7<br />

3,7<br />

8,4<br />

4,8<br />

4,9<br />

DISPERSÂO TOTAL DISPERSÄO NATURAL<br />

Limo<br />

78,2<br />

76,9<br />

20,1<br />

21,7<br />

63,1<br />

47,4<br />

79,7<br />

71,7<br />

30,5<br />

42,2<br />

50,6<br />

85,8<br />

85,2<br />

76,5<br />

82,7<br />

Argila<br />

21,4<br />

14,1<br />

70,5<br />

4,9<br />

25,5<br />

34,9<br />

16,3<br />

17,7<br />

14,8<br />

2,3<br />

10,4<br />

10,5<br />

6,4<br />

18,7<br />

12,4<br />

Argila<br />

8,7<br />

11,4<br />

27,6<br />

2,8<br />

13,4<br />

34,5<br />

7,0<br />

9,6<br />

13,3<br />

1,5<br />

3,7<br />

2,8<br />

1,9<br />

5,0<br />

3,2<br />

Coeficiente<br />

dispersâo<br />

Laboratório do Serviço Agro-Industrial do D.N.O.C.S.<br />

Dados extrafdos do "Estudo Agrológioo da Baoia de Irrigaçûo do Açude General Sampaio" — Agrônomo Osivahlo Sousa Dantas.<br />

40,65<br />

80,85<br />

39,14<br />

57,14<br />

52,54<br />

98,85<br />

42,94<br />

54,23<br />

65,21<br />

35,57<br />

26,66<br />

29,68<br />

26,73<br />

25,80<br />

ALUVIÂO FLUVIAL<br />

Nomenolatura<br />

Internacional<br />

L<br />

L<br />

Arg. B<br />

AB<br />

L. Arg.<br />

BL Arg.<br />

I,<br />

LB<br />

L<br />

Ali<br />

LA<br />

L<br />

L<br />

L<br />

L<br />

Higroscopicidado<br />

6,51<br />

4,19<br />

7,57<br />

1,09<br />

6,74<br />

8,45<br />

2,11<br />

6,94<br />

6,05<br />

ca<br />

PI<br />

o<br />

cj<br />

Z<br />

2w M<br />

d<br />

as<br />

O<br />

M<br />

as<br />

o<br />

i o


9 . . .<br />

»<br />

12 .<br />

><br />

26<br />

><br />

SONDAGEM<br />

Horizonte<br />

I<br />

II<br />

III<br />

I<br />

II<br />

III<br />

I<br />

II<br />

III<br />

RESISTENCIA<br />

ELÉTRICA<br />

Ohms.<br />

30" C<br />

370<br />

162<br />

93<br />

1.028<br />

68<br />

74<br />

Salinidade<br />

%<br />

0.028<br />

0.148<br />

0.205<br />

0.180<br />

0.292<br />

0.271<br />

Indice<br />

alcóxico<br />

380<br />

'220<br />

280<br />

120<br />

360<br />

340<br />

400<br />

360<br />

300<br />

DETERMINAÇOES FlSICO-QUÎMICAS E QUÎMICAS<br />

Valor<br />

A1+ H<br />

180<br />

120<br />

160<br />

40<br />

210<br />

270<br />

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1.06<br />

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4.85<br />

MILEQUIVALENTES POR<br />

100g DE <strong>SOLO</strong><br />

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ALUVIÄO FLUVIAL<br />

• MILIGRAMOS POR<br />

100g DE <strong>SOLO</strong><br />

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total<br />

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47<br />

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3


598 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

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SONDAGEM<br />

Horizonte<br />

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III<br />

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II<br />

III<br />

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RESIST ÊNCIA<br />

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Salinidade<br />

%<br />

0.028<br />

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0.143<br />

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0.015<br />

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0.195<br />

0.123<br />

0.289<br />

DETERMINATES FlSICO - QUfMICAS E QUIMICAS<br />

Indice<br />

alcóxico<br />

520<br />

440<br />

440<br />

400<br />

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360<br />

400<br />

520<br />

300<br />

Valor<br />

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260<br />

260<br />

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360<br />

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BASES T.ROCÄVEIS<br />

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MILEQUIVALENTES POR<br />

100 g DE <strong>SOLO</strong><br />

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1.06<br />

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0.37<br />

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17.00<br />

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ALUVIAO ARGILOSO<br />

MILIGRAMAS POR<br />

100 g DE <strong>SOLO</strong><br />

Azóto<br />

total<br />

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62<br />

68<br />

55<br />

74<br />

33<br />

50<br />

90<br />

27<br />

Fósforo<br />

assimilâve<br />

P2O5<br />

17<br />

9<br />

21<br />

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22<br />

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600 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REÜNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÉNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

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SONDAGEM<br />

Horizonte<br />

I<br />

II<br />

III<br />

I<br />

II<br />

III<br />

RESISTÊNCIA<br />

ELÉTRICA<br />

Ohms.<br />

30-C<br />

520<br />

310<br />

205<br />

550<br />

• 850<br />

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Salinidade<br />

%<br />

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0.021<br />

Indice<br />

alcóxico<br />

280<br />

260<br />

240<br />

200<br />

• 220<br />

320<br />

DETERMINAÇOES FÎSICA - QUlMICAS E QUIMICAS<br />

Valor<br />

A1+ H<br />

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BASES TROCÂVEIS<br />

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MILEQUIVALENTES •<br />

100 g DE <strong>SOLO</strong><br />

Mg<br />

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13.40<br />

16.40<br />

ALUVIÂO DE RIACHO<br />

MILIGRAMAS POR<br />

100 g DE <strong>SOLO</strong><br />

Azóto<br />

total<br />

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Fosforo<br />

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P2O5<br />

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602 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

ESTU<strong>DO</strong> AGROLÓGICO E RECENSEAMENTO AGRO-ECONÔMICO<br />

<strong>DO</strong> VALE ASSÜ — R. G. <strong>DO</strong> NORTE<br />

Duraçâo do estudo 2 anos<br />

Propriedades recenseadas . 1.101<br />

Area total das propriedades 69.600 ha (incluindo<br />

terras altas)<br />

.<br />

Area do vale no mapa agrológico 34.000 ha<br />

Area com carnaüba no vale 10.760 ha<br />

Area sem carnaüba no vale 16.777 ha<br />

Area le lagoas, rios, riachos 6.500 ha<br />

Numero de carnaùbas no vale 28.000.000 de ârvores<br />

Numero de carnaübas plantadas de 1936 a 1945 312.998 pés<br />

Produçâo de cêra, calculada 1.839.000 kg<br />

Produçâo de cêra, fornecida pelos donos de<br />

carnaubais 1.839.000 ks<br />

Numero de bovinos, lanigeros, caprinos, suinos,<br />

eqüinos, muares, asininos e aves .... 41.253 cabeças<br />

Area cultivada cöm milho, arroz, feijâo, sorgo,<br />

batata doce 6.717 ha<br />

Valor da produçâo de cereais, oiticica, algodâo,<br />

peixe, cêra de carnaüba e gado 43.747.000,00 (CrS)<br />

Populaçâo total do vale 16.898 pessoas<br />

% de analfabetes sobre os adultes 68%<br />

Os tipos de solos encontrados foram:<br />

Aluviâo fluvial, aluviâo silicoso, aluviâo argiloso, aluviâo salgado,<br />

areiûsco, massapê e tabuleiro cristalino. A ârea total que pode ser irrigada<br />

é de 12.000 ha numa extensâo de 60 km, distribuida em trechos<br />

entre carnaubais, o que dificulta a irrigaçao.<br />

A extensâo total do vale é de 100 km e a largura média de 6 km,<br />

todo êle de solo com grande profundidade. No estudo das bacias de<br />

irrigaçao temos constatado o efeito ciclopico da erosâo na formaçao dos<br />

aluviôes marginais dos rios.<br />

Pelo rio Assu, passam anualmente, a caminho do mar, mais de<br />

1.200.000 m :i d'âgua de chuvas caidas em mais de 12.000 km 2 do sertâo<br />

potiguar e paraibano.<br />

Através de séculos, as enchentes carrearam do alto sertâo as argilas,<br />

os limos, a matéria orgânica, o azôto, o fósforo e o p'otâssio que o<br />

intemperismo conseguiu em milênios arrancar das rochas para a formaçao<br />

dos solos locais. Êste material transportado pelas correntes,<br />

ano após ano, colmataram o Baixo Assu em camadas estratificadas até<br />

completar uma grande profundidade de aluviâo. Do mesmo modo formaram-se<br />

os imensos aluviôes do Jaguaribe, do Acaraü, do General<br />

Sampaio, do Rio Paraiba, nas vârzeas de Joâo Pessoa, etc.. A declividade<br />

média dos rios do Nordeste é de 1 m por km de comprimento e os<br />

solos rasos do alto sertâo ,nâo tendo uma boa vestimenta de vegetaçâo,<br />

proporcionam as chuvas possibilidade de arrastar para o mar todos os<br />

nutrientes do solo.


Horizonte<br />

I.<br />

II.<br />

III.<br />

IV.<br />

I<br />

II<br />

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ZONTE<br />

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ZONTE<br />

HORI-<br />

ZONTE<br />

HORI-<br />

ZONTE<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 603<br />

Espessura<br />

(cm)<br />

25<br />

60<br />

80<br />

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Espessura<br />

(cm)<br />

25<br />

60<br />

80<br />

Espessura<br />

(cm)<br />

25<br />

60<br />

80<br />

35<br />

Espessura<br />

(cm)<br />

25<br />

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Espessura<br />

(cm)<br />

25<br />

60<br />

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BAIXO ASSÜ<br />

Aluviâo silicoso<br />

HIGROSCOPICIDADE<br />

ANÂLISE<br />

1.82<br />

1.10<br />

1.02<br />

0.27<br />

DISPERSÄO<br />

Areia % Limo<br />

5.0 89<br />

8.0 89<br />

14.4 82<br />

MECANICA<br />

TOTAL<br />

% Argila %<br />

9 5.1<br />

3 2.7<br />

4 3.2<br />

DISP.<br />

NAT.<br />

Argila<br />

1.9<br />

0.9<br />

1.2<br />

DETERMINATES FÏSICO-QUÎMICAS<br />

pH<br />

7,40<br />

7,50<br />

6,90<br />

6,80<br />

RESISTENCIA<br />

Ohms. 30° C |<br />

1.359<br />

2.279<br />

2.796<br />

4.040<br />

BASES TROCÄVEIS<br />

COEF.<br />

DISP.<br />

37.25<br />

3.33<br />

37.50<br />

ELÉTRICA<br />

Salinidado %<br />

Nihil<br />

N.<br />

INTER.<br />

-<br />

Ca Na Mg K Mn S<br />

3.42 0.05 0.48<br />

2.56 0.03 0.38<br />

2.23 0.12 0.28<br />

mE por 100 g de solo<br />

0.04<br />

0.07<br />

0.03<br />

DETERMINATES QUlMICAS<br />

Azôto Total<br />

Fósforo assimilàvel<br />

(P2Oä)<br />

28 40<br />

11 18<br />

11 20<br />

L L<br />

L<br />

0.16 3.88<br />

0.07 1.36<br />

0.09 1.76<br />

Na Cl<br />

Nihil<br />

»


604 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

BAIXO ASSÜ<br />

Sondagem 15 e 16 — Arenisco- vermelho — Sondagem 14 e 21 Arenisco<br />

HORI-<br />

ZONTE<br />

I<br />

II. ...<br />

III<br />

1<br />

II<br />

ITI<br />

I<br />

II<br />

III<br />

IV<br />

HORI-<br />

ZONTE<br />

Espessura Sondagem<br />

25<br />

35<br />

140<br />

30<br />

130<br />

40<br />

30<br />

30<br />

60<br />

80<br />

Espessura<br />

cm.<br />

15<br />

16<br />

21<br />

1 25 15<br />

II 35<br />

III 140<br />

1 30 16<br />

II 130<br />

III 40<br />

1 14<br />

II<br />

III<br />

1 30 21<br />

II 30<br />

III 60 •<br />

IV 60<br />

I<br />

II<br />

Ill<br />

I<br />

II<br />

Ill<br />

I<br />

II<br />

Ill<br />

I<br />

II<br />

Ill<br />

HORI-<br />

ZONTE<br />

HORI-<br />

ZONTE<br />

Espessura<br />

cm.<br />

25<br />

35<br />

140<br />

30<br />

130<br />

40<br />

Espessura<br />

cm.<br />

25<br />

35<br />

140<br />

ANÂLISE MECANICA<br />

DISPERSÄO TOTAL<br />

Areia<br />

%<br />

53.5<br />

57.0<br />

48.9<br />

41.7<br />

66.5<br />

53.3<br />

66.5<br />

72.8<br />

17.9<br />

67.8<br />

DETERMINAÇOES<br />

Sondagem pH<br />

Sondagem<br />

15<br />

16<br />

14<br />

6,80<br />

7,30<br />

6,70<br />

6,10<br />

5,10<br />

5,10<br />

Limo<br />

%<br />

42.3<br />

34.4<br />

43.6<br />

55.0<br />

26.2<br />

38.0<br />

25.4<br />

24.9<br />

74.8<br />

30.5<br />

Argila<br />

%<br />

4 .2<br />

8 .6<br />

7 .5<br />

3 .3<br />

7 .3<br />

8 .7<br />

8 .1<br />

2 .3<br />

7 .3<br />

1 .7<br />

FÎSICO-QUÎ MICAS<br />

BASES TROCÂVEIS<br />

DISP.<br />

NAT.<br />

Argila<br />

%<br />

3.0<br />

1.7<br />

1.2<br />

3.2<br />

2.6<br />

2.7<br />

1.2<br />

1.6<br />

2.0<br />

1.3<br />

RESISTÉNCIA<br />

Ohms 30° C<br />

3.443<br />

3.492<br />

3.589<br />

3.879<br />

3.492<br />

3.249<br />

4.435<br />

7.520<br />

6.364<br />

6.185<br />

6.970<br />

13.077<br />

8.682<br />

Coef.<br />

Disp.<br />

71.42<br />

19.76<br />

16.00<br />

96.96<br />

35.61<br />

31.03<br />

14.81<br />

69.56<br />

27.39<br />

76.47<br />

N.<br />

Intern.<br />

AL<br />

AL<br />

BAI<br />

LA<br />

AL<br />

AL<br />

AL<br />

AB<br />

L<br />

AL<br />

ELÉTRICA<br />

Saliniadde %<br />

Nihil<br />

><br />

»<br />

Nihil<br />

»<br />

Nihil<br />

»<br />

Nihil<br />

><br />

Ca Na Mg K Mn s •<br />

0.87<br />

0.81<br />

0.88<br />

1.18<br />

0.75<br />

0.98<br />

1.05<br />

0.48<br />

0.80<br />

DETERMINAÇOES<br />

Sondagem Azôto<br />

Total<br />

15 32<br />

16<br />

32<br />

0.12<br />

0.16<br />

0.15<br />

0.09<br />

0.05<br />

0.09<br />

0.18<br />

0.19<br />

0.16<br />

Fosforo<br />

Assim.<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

mE por 100 g de Solo<br />

0.45<br />

0.45<br />

0.50<br />

0.38<br />

0.48<br />

0.25<br />

Traços<br />

0.80<br />

0.50<br />

QUÎMICAS<br />

m,<br />

42.170<br />

40.650<br />

42.480<br />

A1,O3<br />

3,48<br />

2,05<br />

1,85<br />

0.02<br />

Traços<br />

»<br />

0.02<br />

0.04<br />

0.08<br />

0.02<br />

Nihil<br />

Traços<br />

SiO,<br />

RA<br />

2,74<br />

1,74<br />

1,75<br />

0.35<br />

0.90<br />

0.49<br />

0.16<br />

0.17<br />

0.04<br />

Traços<br />

Nihil<br />

AloOs<br />

20.590<br />

33.690<br />

38.880<br />

0.98<br />

0.98<br />

0.00<br />

0.49<br />

1.76<br />

0.78<br />

_ _ _<br />

Fe2O3<br />

8.680<br />

7.840<br />

3.570


HORI-<br />

ZONTE<br />

I ....<br />

II<br />

Ill<br />

HORI-<br />

ZONTE<br />

ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 605<br />

HIGROSCOPICIDADE<br />

Sondagem<br />

1<br />

Espessura<br />

cm<br />

30<br />

60<br />

60<br />

BAIXO ASSÜ<br />

Solo de aluviâo fluvial<br />

2.49<br />

3.04<br />

4.35<br />

DISPERSÄO<br />

Areia<br />

4.7<br />

4.1<br />

2.3<br />

DETERMINAÇOES FÎSICO-QUÏMICAS<br />

Sondagem Espessura pH<br />

ANÄLISE<br />

Limo<br />

85.9<br />

86.1<br />

84.9<br />

RESISTÊNCIA<br />

ELÉTRICA<br />

Ohms<br />

30»C<br />

TOTAL<br />

Argila<br />

9.4<br />

9.8<br />

12.8<br />

Salinidade%<br />

1 1 30 7,10 1.598 Nihil<br />

II 60 6,60 1.765<br />

III 60 7,40 1.581<br />

I<br />

II<br />

Ill<br />

HORI-<br />

ZONTE<br />

• HORI-<br />

ZONTE<br />

I...<br />

II...<br />

I.<br />

II.<br />

Espessura Sondagem<br />

30<br />

60<br />

60<br />

HIGROSCOPICIDADE<br />

Sondagem Espessura<br />

DETERMINAÇOES QUÏMICAS<br />

Ca<br />

4 .09<br />

5 .02<br />

7 .76<br />

MECANICA<br />

DISP.<br />

NAT.<br />

Argila<br />

2.8<br />

2.1<br />

2.1<br />

BASES TROCÄVEIS<br />

ME por 100 g. de Solo<br />

Coef.<br />

Disp.<br />

29.78<br />

21.43<br />

16.41<br />

N.<br />

Intern.<br />

L<br />

L<br />

L<br />

DETERMINAÇOES<br />

QUÏMICAS<br />

AZOTO<br />

TOTAL FOSF.<br />

ASSIM. NaCl<br />

Miligramos por 100 g<br />

de Solo<br />

40 44 Nihil<br />

29 39<br />

38 38<br />

Na Mg K Mn S<br />

0. 33<br />

0. 20<br />

0. 37<br />

3. 12<br />

2. 94<br />

3. 88<br />

DISPERSÄO TOTAL<br />

Areia<br />

%<br />

Limo<br />

%<br />

0 .56<br />

0 .21<br />

0 .37<br />

0.34<br />

0.37<br />

0.26<br />

ANÄLISE MECANICA<br />

Argila<br />

%<br />

DISP.<br />

NAT.<br />

Argila<br />

%<br />

Coef.<br />

Disp.<br />

8 .47<br />

8 .86<br />

8 .92<br />

N.<br />

Intern.<br />

18 60 20.15 4.9 45.5 49.6 37.5 75.60 B.L.Arg.<br />

40 21.42 3.7 53.5 42.8 27.1 63.31 L.Arg.<br />

DETERMINAÇOES<br />

FlSICO-QUlMICAS<br />

HORI-<br />

ZONTE Sondagem Espessura pH<br />

18 60<br />

40<br />

8.50<br />

8.50<br />

RESISTÊNCIA<br />

ELÉTRICA<br />

(Ohms<br />

30° C<br />

288<br />

93<br />

Salinidade<br />

%<br />

0.042<br />

0.205<br />

DETERMINAÇOES<br />

QUÏMICAS<br />

Azôto<br />

Total<br />

30<br />

40<br />

Fósf.<br />

Assim.<br />

(P2O5)<br />

20<br />

13


606 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÉNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

HORI-<br />

ZONTE<br />

I.<br />

II.<br />

III.<br />

IV.<br />

HORI-<br />

ZONTE<br />

I..<br />

II..<br />

III..<br />

IV..<br />

HORI-<br />

ZONTE<br />

I<br />

II<br />

III<br />

IV<br />

HORI-<br />

ZONTE<br />

I<br />

II<br />

Ill<br />

HORI-<br />

ZONTE<br />

I<br />

II<br />

Ill<br />

HORI-<br />

ZONTE<br />

I.<br />

II.<br />

III.<br />

HIGROSCOPICIDADE<br />

Sondagcm<br />

Espessura<br />

10 10<br />

60<br />

40<br />

90<br />

SondagemEspessura<br />

10 10<br />

60<br />

40<br />

90<br />

BAIXO ASSÛ<br />

Solo de aluviäo salgado<br />

2.41<br />

3.8S<br />

3.29<br />

6.52<br />

DISPERSÀO TOTAL<br />

Arcia<br />

%<br />

0.6<br />

2.8<br />

7.4<br />

5.4<br />

Limo<br />

%<br />

92.4<br />

83.2<br />

83.4<br />

87.9<br />

ANÄLISE MECANICA<br />

Argila<br />

%<br />

7.0<br />

14.0<br />

9.2<br />

6.7<br />

DETERMINACÖFJS QUÏMICAS<br />

BASES TROCÂVEIS<br />

ME por 100 g. de Solo<br />

Ca Na Mg Mn S<br />

6.58<br />

8.68<br />

4.12<br />

4.97<br />

0.59<br />

0.54<br />

0.86<br />

7.26<br />

0.88<br />

0.88<br />

1.17<br />

1.46<br />

1.49<br />

0.43<br />

0.48<br />

0.48<br />

0.23<br />

0.52<br />

0.55<br />

0.42<br />

DISP.<br />

NAT.<br />

Argila<br />

%<br />

1.5<br />

3.8<br />

5.5<br />

11.9<br />

10.24<br />

11.41<br />

6.84<br />

11.31<br />

DETERMINATES FÎSICO-QUÎMICAS<br />

Sondagem<br />

Espes- RESISTENCIA ELETRICA<br />

Ohms 30° C Salinidade %<br />

10<br />

60<br />

10<br />

60<br />

40<br />

90<br />

Solo de aluviâo argiloso.<br />

HIGROSCOPICIDADE<br />

SondagemEspessura<br />

Sondagem<br />

5<br />

Sondagem<br />

35<br />

65<br />

100<br />

Espessura<br />

35<br />

65<br />

100<br />

Espessura<br />

35<br />

65<br />

100<br />

4.43<br />

7.40<br />

10.93<br />

824<br />

834<br />

135<br />

37<br />

Traços<br />

.127<br />

.590<br />

DISPERSAO TOTAL<br />

Areia<br />

%<br />

0.0<br />

0.0<br />

0.0<br />

Limo<br />

%<br />

85.5<br />

74.7<br />

62.7<br />

Azôto<br />

Total<br />

63<br />

20<br />

63<br />

32<br />

ANÂLISE MECANICA<br />

Argila<br />

%<br />

14.5<br />

25.3<br />

37.3<br />

DETERMINATES QUÏMICAS<br />

Ca<br />

6.97<br />

8.15<br />

7.40<br />

BASES TROCÄVEIS<br />

ME 1x>r<br />

100g-<br />

de Solo<br />

Na<br />

0.31<br />

2.90<br />

7.79<br />

M g<br />

3.12<br />

3.55<br />

5.34<br />

K<br />

0.58<br />

0.10<br />

0.50<br />

Mn<br />

0.25<br />

0.19<br />

0.12<br />

DE7TERMINACOES FISICO-QUÏMICAS<br />

RESISTÉNCIA ELETRICA<br />

Ohms 30" C Salinidade %<br />

1.028<br />

163<br />

63<br />

Nihil<br />

0.97<br />

0.325<br />

DISP.<br />

NAT.<br />

Argila<br />

%<br />

1.2<br />

2.4<br />

S<br />

10.57<br />

13.28<br />

13.30<br />

Azôto<br />

Total<br />

39<br />

53<br />

42<br />

Coef.<br />

Disp.<br />

21.43<br />

27.14<br />

59.78<br />

37.25<br />

N. Inter.<br />

L<br />

L L<br />

L<br />

F. Ass.<br />

(P2O5) NaCl<br />

52 Nihil<br />

26 6<br />

15 105<br />

15 262<br />

pH<br />

7,20<br />

7,20<br />

7,00<br />

Coef.<br />

Disp.<br />

8.27<br />

34.78<br />

6.43<br />

F. Ass.<br />

(P2O5)<br />

58<br />

37<br />

26<br />

pH<br />

6,90<br />

6,40<br />

7,75<br />

N. Inter.<br />

L<br />

L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

NaCl<br />

Nihil<br />

94<br />

319


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 607<br />

BACIA DE IRRIGAÇÂO <strong>DO</strong> AÇUDE PÜBLICO SÄO GONÇALO<br />

As terras da bacia de irrigaçâo dêste açude foram as primeiras a<br />

serem estudadas, em 1935.<br />

Esta bacia esta situada no municipio de Souza, Paraiba, nas duas<br />

margens do rio Piranhas, e é, parcialmente, irrigada com as âguas dos<br />

açudes Piranhas e Sâo Gonçalo. Até o momento foram estudados e<br />

desenhados 7.823 ha desta bacia, cuja ârea é maior de 20.000 ha e<br />

liga-se com a outra grande bacia do Rio do Peixe.<br />

Ao lado dos estudos topogrâficos, os levantamentos e estudos agrológicos<br />

com os recenseamentos agricolas completam as informaçôes de<br />

campo mais importantes que o D.N.O.C.S. emprega para a organizaçâo<br />

de seus pianos.<br />

Os estudos objetivos e locais para o planejamento das obras de irrigaçâo<br />

e sua exploraçâo econômica e social, em base conservadora, foram<br />

inovaçôes das mais fundamentals introduzidas para a soluçâo do<br />

grande problema regional das sêcas.<br />

Sendo o problema do Nordeste sêco, em grande parte, uma questâo<br />

de preservaçâo dos recursos silvestres e proteçâo dos bens naturais,<br />

renovâveis, é evidente que, atuando em tâo grande superficie, a repartiçâo<br />

teria de lançar mâo de uma pluralidade de tecnicos, representando<br />

êles uma universalidade de conhecimentos imprescindiveis para a melhor<br />

soluçâo fisica, econômica e social.<br />

A hostilidade primitiva com que o meio fisico recebia o hörnern,<br />

definida no grande calor, na secura e na falta de confôrto, sômente<br />

poderia ser vencida através de profundo exame dos processus de guardar<br />

âgua, de esconder o solo do desgaste, de economizar a vegetaçâo<br />

espontânea e de abrigar os animais uteis.<br />

Para procéder a estes estudos de solos, plantas, âguas e animais<br />

foi criado o Instituto José Augusto Trindade, neste açude, composto de<br />

laboratórios completos, secçôes de agronomia, horti-pomi-silvicultura,<br />

zootecnia, botânica e fitossanidade, etc.; para conduzir o grande programa<br />

de estudos das terras hâ a secçâo dos solos.<br />

Tôdas as amostras de terras colhidas pelos peritos de campo sâo<br />

analisadas neste laboratório; também as experiências, investigaçoes e<br />

ensaios cultrais säo executados nos campos do Instituto e os resultados<br />

levados à aplicaçâo nos sistemas de irrigaçâo dos outros açudes.<br />

CLASSIFICAÇAO <strong>DO</strong>S <strong>SOLO</strong>S DA BACIA DE IRRIGAÇÂO<br />

<strong>DO</strong> AÇUDE PÜBLICO SÄO GONÇALO<br />

Iß classe para irrigaçâo<br />

Aluviâo fluvial e argiloso 1 220,005 ha<br />

2." classe<br />

Aluviâo de encosta 296,800 "<br />

Massapê 657,867 "<br />

Aluviâo de riacho 276,837 "<br />

3." classe<br />

Aluviâo salgado 429,350 "<br />

Massapê de tabuleiro 1.330,025 "<br />

Vârzea e vârzea de tabuleiro 822,172 "<br />

Tabuleiro aluvial 44,719 "<br />

4." classe<br />

Salâo 140,825 "<br />

Tabuleiro ' 2.362,400 "<br />

Areiûsco 117,125 "<br />

Leitos de rios, riachos, lagoas 126,662 "<br />

Total 7.824,787 "


608 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Solos da bacia de irrigaçao da açude pûblico Santo Antonio de Russas<br />

l. a e 2. a classes para irrigaçao — aluviäo fluvial 206,3000 ha<br />

3. a classe para irrigaçao — vârzeas 131,8000 "<br />

4. a classe para irrigaçao — tabuleiro 77,0000 "<br />

Leito de rio 41,0500 "<br />

Total ha , 456,1500 "<br />

Cumpre notar que a denominaçâo vulgar dos tipos de solos nâo<br />

pode ser uniformemente classificada em ordern de irrigaçao porque,<br />

por exemplo, um aluviäo que figura na l. a classe de um determinado<br />

açude, em outro poderâ ser classificado na 2. a classe, devido à presença<br />

de sal ou falta de drenagem natural, ou escassa profundidade, etc.<br />

SONDAGEM<br />

10<br />

I l<br />

i<br />

l<br />

SONDAGEM<br />

Horizonte<br />

I<br />

II<br />

Ill<br />

I<br />

II<br />

Ill<br />

IV<br />

V<br />

VI<br />

I<br />

II<br />

Ill<br />

' 1Ill<br />

10 •<br />

• {<br />

Horizonte<br />

I<br />

II<br />

I...<br />

II<br />

Ill<br />

IV<br />

V<br />

VI<br />

I<br />

II<br />

Ill<br />

Soma<br />

de<br />

bases<br />

8.3<br />

2.2<br />

4.0<br />

4.!)<br />

3.1<br />

2 2<br />

l.S<br />

2.2<br />

3.9<br />

3. (i<br />

2.2<br />

Areia %<br />

16.9<br />

24.2<br />

20.4<br />

23.7<br />

20.9<br />

18.6<br />

19.7<br />

20.2<br />

17.0<br />

37.6<br />

21.5<br />

<strong>SOLO</strong> DE ALUVÄO FLUVIAL<br />

Na<br />

traços<br />

0.30<br />

1.70<br />

1.40<br />

1.50<br />

1.10<br />

0.70<br />

0.50<br />

0.00<br />

0.25<br />

0.80<br />

0.30<br />

BASES TROCAVEIS<br />

K<br />

0.14<br />

0.12<br />

0.11<br />

0.13<br />

0.14<br />

0.07<br />

0.11<br />

0.10<br />

0.15<br />

0.14<br />

0.10<br />

0.19<br />

ME/100 g solo<br />

Ca<br />

4.88<br />

1.28<br />

1.36<br />

2.08<br />

0.75<br />

0.66<br />

0.80<br />

0.60<br />

0.73<br />

1.68<br />

1 .22<br />

0.60<br />

ANÄLISE MECANICA<br />

Limo %<br />

80.6<br />

74.0<br />

77.2<br />

74.2<br />

77.7<br />

80.0<br />

79.2<br />

79.0<br />

82.2<br />

59.3<br />

77.2<br />

Argila %<br />

2.5<br />

1.8<br />

2.4<br />

2.1<br />

1.4<br />

1.4<br />

1.1<br />

0.8<br />

0.8<br />

3.1<br />

1.3<br />

Mg<br />

2.43<br />

0.30<br />

0.73<br />

1.20<br />

0.23<br />

0.09<br />

0.43<br />

0.47<br />

0.62<br />

1.35<br />

1.01<br />

0.81<br />

Mn<br />

0.97<br />

0.29<br />

0.24<br />

0.31<br />

0.12<br />

0.09<br />

0.07<br />

0.09<br />

0.11<br />

0.51<br />

0.38<br />

0.28<br />

Classificaçâo<br />

international<br />

Limo<br />

Limo barrento<br />

Limo<br />

Limo barrento<br />

Limo<br />

Limo<br />

Limo<br />

Limo<br />

Limo<br />

Limo barrento<br />

Limo<br />

Humus<br />

%<br />

1.54<br />

0.30<br />

0.19<br />

0.30<br />

0.11<br />

0.10<br />

0.09<br />

0.09<br />

0.07<br />

0.49<br />

0.16<br />

0.06<br />

N%<br />

0.076<br />

0.016<br />

0.014<br />

0.021<br />

0.010<br />

0.008<br />

0.008<br />

0.006<br />

0.006<br />

0.028<br />

0.016<br />

0.004<br />

Higroscopicidade<br />

Laboratório do Serviço Agro-Industrial doD.N.O.C.S.<br />

Dados extraidos do "Estudo Agrológico da bacia de irrigaçao do<br />

açude S. Antonio de Russas" Agrônomo Edilberto da Costa Amaral.<br />

2.18<br />

0.64<br />

0.79<br />

0.87<br />

0.70<br />

0.66<br />

0.61<br />

0.48<br />

0.56<br />

1.15<br />

0.50<br />

Obs.<br />

YY


SONDACEM<br />

- {<br />

SONDAGEM<br />

» I<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 609<br />

Horizonte<br />

I<br />

II<br />

Ill<br />

IV<br />

Horizonte<br />

1 :<br />

II.<br />

Ill<br />

IV<br />

So ma<br />

do<br />

bases<br />

8.0<br />

11.3<br />

11.3<br />

2.7<br />

Areia %<br />

2.5<br />

1.5<br />

6.7<br />

C.3<br />

Na<br />

1.80<br />

3.80<br />

4.57<br />

Traços<br />

ALUVIÄO SALGA<strong>DO</strong><br />

BASES TROCÂVEIS<br />

K<br />

Traços<br />

Traços<br />

0.11<br />

0.10<br />

Ca<br />

2.64<br />

2.82<br />

2.56<br />

0.84<br />

ANALISE MECANICA<br />

Limo %<br />

71.0<br />

70.6<br />

78.0<br />

87.1<br />

Argila %<br />

26.5<br />

27.9<br />

15.3<br />

6.6<br />

Mg<br />

3.77<br />

4.22<br />

3.37<br />

1.20<br />

Mn<br />

Classificacao<br />

internacional<br />

0.37<br />

0.56<br />

0.36<br />

0.21<br />

Limo argiloso<br />

Limo argiloso<br />

Limo<br />

Limo<br />

Humus %<br />

0.41<br />

0.27<br />

0.14<br />

0.08<br />

N%<br />

0.030<br />

0.032<br />

0.023<br />

0.017<br />

Higroscopicidade<br />

6.70<br />

7.15<br />

5.53<br />

2.60<br />

Solos da bacia de irrigaçao do Açude "Engenheiro Arcoverde"<br />

Situadas no sertâo do Estado da Paraiba, Municipio de Pombal, as<br />

'terras desta bacia foram estudadas na ârea de 855 ha, na parte mais<br />

próxima da barragem e dominada pelos canais de irrigaçao. Quase<br />

a metade dos solos sâo de tabuleiro cristalino, derivado do pegmatito<br />

e do gnaisse; os aluviöes e os massapês sâo férteis, embora jâ existissem<br />

algumas manchas saunas desde antes da irrigaçao.<br />

A classificaçâo das terras feita no campo, durante o levantamento<br />

agrológico, foi a seguinte:<br />

l. a e 2. a classes — Aluviôes: fluvial e de riacho 294,3500 ha<br />

2. a e 3. a classes — Aluviâo salgado, massapê salgado,<br />

tabuleiro aluvial 116,5500 "<br />

4. a classe — Tabuleiro cristalino 422,7250 "<br />

— Leitos de rio e de riacho 21,8250 "<br />

Total 855,4500 "<br />

<strong>SOLO</strong>S DA BACIA DE IRRIGAÇAO <strong>DO</strong> AÇUDE "LIMA CAMPOS"<br />

Os terrenos pianos, no Municipio de Icó, Cearâ, a jusante do Boqueirào<br />

Estreito, sâo aluviôes antigos formados pelos materials transportados<br />

pelo Rio Sâo Joâo e Riacho Mucururé.<br />

— 39


610 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Sâo terras férteis quimicamente, porém suas qualidajdes fisicas<br />

deixam a desejar quanto à permeabilidade e drenagem.<br />

Fazendo parte do sistema do Orós, esta bacia de irrigaçâo abränge<br />

uma ârea de 10.000 ha.<br />

Entretanto, como no momento a irrigaçâo se faz sômente com<br />

âgua do Lima Campos, o estudo agrológico atual atingiu sômente 863<br />

hectares.<br />

A classificaçâo provisória foi a seguinte:<br />

l. a e 2. a classes — Aluviôes: fluvial, argiloso, salgado,<br />

de riacho 403,3750 ha<br />

2. a e 3. a classes — Massapês: verdadeiro, salgado e ta-<br />

• buleiro 206,3700 "<br />

3. a classe — Vârzea, aluviâo encosta, aluviäo de<br />

riacho e tabuleiro 71,0250 "<br />

4. a classe — Tabuleiro arenitico 142,0000 "<br />

— Leitos de rio e de riacho 40,8375 "<br />

Total 863,6075 "<br />

<strong>SOLO</strong>S MARGINAIS <strong>DO</strong> RIO SÄO FRANCISCO<br />

Hâ dez anos o Serviço Agro-Industrial instalou e vem mantendo o<br />

Pôsto Agricola do rio Sâo Francisco, no local denominado Icó, entre<br />

Petrolândia e Jatinâ. Apesar das grandes dificuldades iniciais daquele<br />

trabalho, hoje só parcialmente removidas, algumas informaçôes foram<br />

conseguidas sobre solos e culturas irrigadas.<br />

As âguas do rio Sâo Francisco, através de séculos, obedecendo à<br />

dinâmica fluvial, vaguearam para a direita e para a esquerda em procura<br />

de leito e lavaram os solos marginais em longa extensâo. Os elementos<br />

mais solüveis foram arrastados, deixando urn deposito de areia,<br />

silica e argila lixiviados. Com a presença do calcârio derramado aqui e<br />

ali, do tabuleiro superior, sobre o vale, a argila tornou-se câlcica, a desintegraçâo<br />

foi intensa, resultando solos fôfos ou permeâyeis, com<br />

muita areia e silica, profundos, secos, pobres de humus, de fósforo, de<br />

potâssio.<br />

O grande problema do Vale do Sâo Francisco, no trecho que conhecemos<br />

entre Petrolândia e Petrolina, nâo é sômente o impaludismo<br />

e falta de transporte, e sim, principalmente, o solo pobre de elementos<br />

nutritivos, com rendimento muito baixo por unidade de area. A pobreza<br />

de matéria orgânica e de azôto é visivel no aspecto das culturas<br />

irrigadas e foi confirmada pelas anâlises do S.A.I., no quadro anexo.<br />

O teor de fósforo assimilâvel é baixissimo. É verdade que a permeabilidade<br />

e a profundidade dos solos marginais sâo boas, porém o rendimento<br />

das lavouras dépende muito das bases trocâveis. O câlcio é o<br />

elemento que existe em maiores proporçôes ali, e êle e o clima quentesêco<br />

sâo os responsaveis pelo râpido desaparecimento da matéria orgânica.<br />

Os rendimentos das culturas irrigadas no Pôsto Agricola do Rio<br />

Sâo Francisco sâo os seguintes, em quilos por hectare: Cana — 28.094<br />

kg; batata doce — 9.297 kg; hortaliças, com adubo animal — 6.116 kg;<br />

laranjeiras — 10.523 laranjas por ha; amendoim — 430 kg de vagens;<br />

milho — 450 kg de grâos. Estes numéros provam a necessidade da<br />

adubaçâo daqueles solos para culturas irrigadas.


SON-<br />

DAG E M<br />

9 — I<br />

9 — n<br />

9 — m<br />

25 —<br />

25 —<br />

25 —<br />

11<br />

11<br />

11<br />

11<br />

19 —<br />

19 —<br />

28 —<br />

°ß —<br />

I<br />

IT<br />

III<br />

Espessura<br />

0.45<br />

0.70<br />

0.85<br />

1.00<br />

0.40<br />

0.60<br />

I 0.20<br />

II 0.50<br />

HI 0.20<br />

IV 1.10<br />

I<br />

11<br />

I<br />

II<br />

0. 30<br />

• 0. 40<br />

0. 10<br />

0. 40<br />

Nîio foi feita. aniUi.se<br />

SiO-, . A1...O,<br />

46.11<br />

45.09<br />

44.30<br />

46.63<br />

46.24<br />

45.01<br />

44.28<br />

44.11<br />

44.15<br />

44. £7<br />

46. 12<br />

43. 38<br />

38. 18<br />

45. 17<br />

Miligramas/100 g do<br />

29.29<br />

23.15<br />

27.25<br />

21.52<br />

21.89<br />

18.66<br />

27.07<br />

28.46<br />

30.45<br />

21.76<br />

27.86<br />

14.25<br />

22.86<br />

28.37<br />

7.23<br />

12.25<br />

10.11<br />

14.50<br />

12.80<br />

11.40<br />

8.66<br />

8.19<br />

8.79<br />

13.97<br />

9. 83<br />

17. 95<br />

11. 06<br />

8. 64<br />

QUADRO DE AN ALISES N." 2<br />

Anâliscs de solos da Bacia de Irrigaçâo do Açude "Lima Campos"<br />

solo<br />

TiO,<br />

0.37<br />

0.54<br />

0.68<br />

0.84<br />

0.83<br />

0.36<br />

0.08<br />

0.19<br />

0.59<br />

0.30<br />

0. 74<br />

0. 98<br />

0. 37<br />

0. 30<br />

SiO2<br />

ALOj<br />

2.67<br />

3.31<br />

2.76<br />

3.71<br />

3.67<br />

4.17<br />

2.78<br />

2.63<br />

2.47<br />

3.48<br />

2. 81<br />

5. 14<br />

2. 83<br />

2. 70<br />

SiO,<br />

R2O3<br />

22.70<br />

2.414<br />

2.180<br />

2.576<br />

2.567<br />

3.000<br />

2.303<br />

2.210<br />

2.041<br />

2.435<br />

2. 232<br />

2. 769<br />

2. 130<br />

2. 240<br />

ANÄLISE TOTAL NO ESTRATO<br />

CLORIDRICO METO<strong>DO</strong> INTERNACIONAL<br />

Ca Mg Na Mn K<br />

15.61<br />

14.68<br />

21.11<br />

53.35<br />

20.82<br />

21.55<br />

25.63<br />

16. 31<br />

15. 48<br />

*<br />

*<br />

38.29<br />

40.82<br />

69.53<br />

30.02<br />

16.50<br />

30.22<br />

61.40<br />

ME/100 g de solo Milg. %<br />

7.12<br />

6.29<br />

9.59<br />

7.77<br />

12.68<br />

19.13<br />

9.08<br />

45. 81<br />

*<br />

44. 25 14 .51<br />

Rclatôrio do reconhucimentoa grológico do açude "Lima Campos" — Agio. FRANCISCO EDMÜN<strong>DO</strong> SOÜZA MELO.<br />

*<br />

=t=<br />

*<br />

0.55<br />

0.67<br />

1.13<br />

1.02<br />

0.14<br />

0.16<br />

0.80<br />

1. 95<br />

0. 57<br />

*<br />

0.78<br />

3.07<br />

6.78<br />

9.55<br />

1.95<br />

12.41<br />

1.76<br />

1. 98<br />

6. 76<br />

*<br />

*<br />

31<br />

*<br />

50<br />

TIPO DE<br />

<strong>SOLO</strong><br />

Aluviâo Fluvial<br />

Aluviâo Argiloso<br />

33 AluviiTo Argiloso Salgado<br />

24 » "» »<br />

45 »<br />

* Massapê<br />

* »<br />

* Tabuloiro<br />

* »<br />

Salgado<br />

Arenîtico<br />

><br />

><br />

en<br />

M<br />

O<br />

0<br />

td<br />

a)<br />

><br />

M<br />

f<br />

m<br />

2<br />

O M><br />

§


612 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

O agronomo Ivo FALCÂO fêz mais de 100 determinaçôes de umidade<br />

nos solos irrigados e nâo irrigados naquele Pôsto. Para dar uma idéia<br />

da questäo hidrica, resumimos uma parte destas dosagens no quadro<br />

abaixo, feitas em terrenos argiloso-silicoso, sem vegetaçâo com déclive<br />

de 0,5 a 2%, sulcos com 2 a 5 litros por segundo, amostras tomadas 48<br />

horas depois da rega:<br />

P.ROFUNDIDADE DA AMOSTKA<br />

10 em<br />

20 cm<br />

30 cm<br />

40 cm<br />

50 cm ...<br />

60 cm<br />

70 cm<br />

80 cm<br />

1)0 cm<br />

100 cm<br />

PEUCENTAGEM<br />

UELAÇAO AO<br />

Solo nào irrigado<br />

1,4%<br />

4,8%<br />

3.2%<br />

ô',0%<br />

4,7%<br />

5,3%<br />

6,2%<br />

7,0%<br />

6,2%<br />

7.0%<br />

DE ÂGUA EM<br />

PESO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Solo irrigado<br />

12%<br />

0,5%<br />

10,0%<br />

0,5%<br />

8,ô%<br />

8,0%<br />

Os dados acima revelam que a umidade natural dos solos marginais<br />

do grande rio sômente pode manter uma vegetaçâo desértica no<br />

periodo chuvoso com 400 m/m de pluviosidade e com paralisia vegetativa<br />

no verâo sêco. Outro agrupamento botânico diferente do faveleiro,<br />

da imburana, do pinhâo, quipâ, do pereiro, da aroeira, etc., nâo<br />

resistiria ao baxo teor hidrico do solo e nem à soalheira do verâo.<br />

, A quase ausência de capins e de outras plantas efêmeras, como subvegetaçâo<br />

protetora do solo no meio das espécies arbustivas e arbóreas,<br />

deixam a terra exposta ao desgaste pelas âguas e pelo vento. O aspecto<br />

de abandono das terras ao longo do rio é devido em grande parte à<br />

erosâo. Nos leitos dos riachos e no talude ümido do rio existem ârvores<br />

nativas do porte das craibeiras, angicos, quixabeiras, etc., e é ai que<br />

a populaçâo local cultiva o amendoim, milho, cana, feijâo, etc., para a<br />

sua subsistência.<br />

<strong>SOLO</strong>S DA SERRA DE GUARAMIRANGA<br />

Pela grande declividade dos terrenos nesta serra, devido aos métodos<br />

culturais inadequados e à cultura secular do café e da cana sem<br />

rotaçâo e sem adubaçâo, as colheitas diminuiram e a serra regrediu<br />

econômicamente.<br />

Os terraços, os plantios e curva de nivel, a defesa contra a erosâo<br />

de modo gérai, sâo desconhecidos ali.<br />

Os solos nâo sâo suficientemente profundos para a lavoura do café,<br />

os teores de matéria orgânica, de azôto e de fósforo assimilâvel sâo baixos<br />

para colheitas elevadas.<br />

As adubaçôes pesadas contendo muita matéria orgânica, a proteçâo<br />

contra a enxurrada, sâo indispensâveis ali, para as culturas do<br />

café, da cana, das fruteiras e das hortaliças.<br />

O quadro que segue anexo dâ o resultado de anâlises das amostras<br />

de terras tiradas pelo autor em Guaramiranga e analisadas no Laboratório<br />

do Serviço Agro-Industrial.


SONDAGEM<br />

Espessura<br />

cm<br />

Umidade<br />

îcco ao ar<br />

Agua<br />

natural<br />

Ar<br />

natural<br />

Porosidade<br />

natural<br />

Volume<br />

mînimo<br />

de poro?<br />

Por Cento do Volume<br />

Matéria<br />

sólida<br />

ANÂLISES DE <strong>SOLO</strong> <strong>DO</strong> PÔSTO AGRÎCOlk <strong>DO</strong> RIO SÄO FRANCISCO<br />

Matéria<br />

sólida<br />

teor<br />

mâximo<br />

DETERMINAÇÔES FÎSICAS<br />

Porosi<br />

dade<br />

relativa<br />

Densidade<br />

aparente<br />

Densidade<br />

real<br />

Higroscopicidade<br />

Pedra<br />

%<br />

Dispersâo total<br />

Areia<br />

%<br />

ANALISE MECANICA<br />

Limo Argih<br />

%<br />

Disp.<br />

latural<br />

Argila<br />

%<br />

Coeficiente<br />

de<br />

dîspersào<br />

Nomenclaturainternational<br />

Permeabilidade<br />

K<br />

1000<br />

ASCENSAO CAPILAR<br />

1— 1 0,70 1.95 7.70 25.90 33.6 30.20 66.4 69.80 1.11 1.712 2.58 2 59 5.4 52.1 39.6 8.3 6.17 74.34 A.L. 8.696 58.4 13272.7 39.3 115.0<br />

1— II 0,80 1.66 9.32 23.68 33.0 30.89 67.0 69.11 1.07 1.762 2 63 2 16 5.2 49.3 41.5 9.2 6.11 66.41 B.A.L. 13.158 61.7 21275.9 49.0 76.0<br />

1 — III 0,40 1.90 13.08 26.12 39.2 30.24 60.8 69.76 1.30 1.580 2.60 2.72 2.2 46.8 42'4 10.8 7.29 67.50 B.A.L. 15.015 65.8 20562.5 47.6 66.6<br />

2— 1 0,40 9.26 23.74 14.86 38.6 29.37 61.4 70.63 1.31 1.541 2.51 11.41 — 4.8 53.3 41.9 20.53 49.00 L. Arg. 0.212 34.7 421.6 30.9 4709.8<br />

2— II 0,40 11.23 16.38 15.52 31.9 28.55 68.1 71.45 1.12 1.730 2.54 13.10 — 1.9 64:5 33.6 17.86 53.15 L. Arg. 0.056 35.0 199.4 26.2 17895.6<br />

2 — III 1,20 8.29 IS.81 11.29 30.1 30.43 69.9 69.57 T 1.810 2.59 10.63 — 3.1 82.^2 14.7 8.54 58.09 L. 0.077 25.8 350.5 22.8 13045.9<br />

3— 1 0,20 0.76 1.75 41.05 42.8 35.70 57.2 64.30 1.20 1.481 2.59 130 — 4.7 89,9 5.4 2.81 52.04 L. 217.391 95.7 19140.0 63.5 4.6<br />

3— II 0,60 3.30 5.14 34.16 39.3 36.20 60.7 63.80 1.09 1571 2 59 5 14 — 3.0 86.7 10.3 2.96 28.74 L. 2.321 111.0 6379.3 119.6 430.8<br />

3 — III 1,20 2.04 6.77 30.93 37.7 32.99 62.3 67.01 1.14 1.633 2.62 3.27 — 3.0 81.8 14.6 6.13 41.99 L. 6.983 90.9 18551.0 68.6 143.2<br />

4— 1 0,80 11.29 20.80 14.70 35.5 20.70 64.5 73.30 1.33 1631 2 53 12 82 — 8.2 49.9 41.9 21.22 50.64 B.L. Arg. 0.098 33.7 426.0 29.6 10216.8<br />

4— II 1,20 13.99 18.98 15.72 34.7 32.37 65.3 67.63 1.07 1.646 2.52 17.34 — 4.6 57.4 38.0 31.09 81.81 L.Arg. 0.036 13.5 63.7 13.7 27770.6<br />

5— 1 1,35 1.81 6.61 30.29 36.9 26.96 63.1 73.04 1.37 1.641 2.60 2 52 10.7 42.7 52i2 5.1 3.99 78.23 L. A. 14.245 85.6 15563.6 48.7 70.2<br />

5— II 0,55 3.33 12.73 18.37 31.1 30.09 68.9 69.91 1.03 1.764 2.56 4.21 10.7 45.5 40J3 14.2 5.15 36.27 B.A.L. 1.465 79.1 14924.5 56.1 682.6<br />

6— 1 0,20 3.97 6.79 42.41 49.2 36.61 50.8 63.39 1.34 1.261 2 48 7 67 — 0.3 73.16 26.1 10.32 39.54 L. Arg. 2.616 53.2 2171.4 50.8 382.3<br />

6— II 0,65 5.00 8.60 35.50 44.1 37.75 55.9 62.25 1.17 1.432 2.56 6.34 — 0.1 76i2 23.7 8.70 36.71 L. 2.288 50.3 1159.0 46.4 437.1<br />

6 — III 0,30 3.05 5.86 36.64 42.5 37.07 57.5 62.93 1.15 1.466 2.55 5.02 — 0.1 87


HIGROSCOPICIDADE<br />

4.74<br />

4.08<br />

0.52<br />

Areia %<br />

51.8<br />

46.0<br />

65.7<br />

ANÄLISES DE <strong>SOLO</strong>S DA SERRA DE GUARAMIRANGA — CEARÄ<br />

DETERMTNACÖES FÎSICAS<br />

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614 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

CONSERVACÄO DA FERTILIDADE <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

As causas do empobrecimento do solo<br />

Podemos resumir, a grosso modo, os seguintes fatôres principals<br />

que contribuem para a reduçâo da fertilidade do solo: 1.° erosâo pela<br />

âgua e pelo vento; 2.°) queimadas; 3.°) revolvimento do solo na estaçào<br />

sêca, deixando-o nu e exposto ao sol e ao vento; 4.°) ma colocaçâo<br />

das lavouras, dos pastos e das capoeiras em relaçâo à topografia do<br />

terreno, ao tipo do solo; 5.°) falta de rotaçâo das culturas e método irracional<br />

de cultivar; 6.°) déficiente e escasso emprêgo dos adubos; 7.°)<br />

falta de medidas gérais dé proteçâo do solo contra a açâo destrutiva<br />

do clima tropical; 8.°) desprêzo da vegetaçâo nativa.<br />

Raramente um solo é destruido por uma causa unica, geralmente<br />

vârios fatôres se conjugam para empobrecê-lo. Do mesmo modo, dificilmente<br />

se poderâ manter a fertilidade de uma terra ou restaurar a<br />

sua produtividade usando-se um processo sômente. Sempre teremos<br />

de recorrer aos meios ou processus completivos que convirjam para a<br />

proteçâo do solo, visando evitar a sua destruiçâo. Também nâo podemos<br />

gêneralizar os processus de melhoramento do solo; cada caso deverâ<br />

ser estudado in loco, tomando-se em consideraçâo a declividade, a<br />

intensidade das chuvas, o fini a que se destina o talhâo, as propriedades<br />

fisicas do solo, etc.<br />

A açâo da erosâo no solo<br />

A âgua e o vento säo as forças ativas da erosâo; atuam de modo<br />

diferentes, porém seus efeitos säo semelhantes. A eficiência dêstes<br />

agentes no transporte de materials da terra aumenta com a velocidade.<br />

As gôtas de âgua da chuva caindo com velocidade sobre a terra<br />

martelam as particulas do solo com um bombardeio, atirando-as para<br />

o ar numa açâo désintégrante, e a parte mais fina, os colóides, säo mantidos<br />

em suspensâo na gôta d'âgua. Se a chuva é forte, os milhôes de<br />

gôtas d'âgua vâo se unindo formando uma pelicula liquida, nadante,<br />

instâvel, carregada de poeira; com a continuaçâo da chuva sendo lenta<br />

a infiltraçâo da âgua no solo, a capa liquida engrossa, rompe o equilibrio,<br />

procura os pontos mais baixos, aos poucos inicia o movimento descendente,<br />

conforme a declividade, carregando material em suspensâo<br />

até que a uniâo das porçôes liquidas, aumentando o peso, causam a<br />

corrida e estabelece-se a enxurrada em fileté.<br />

De fileté em fileté vai crescendo a massa liquida em movimento até<br />

formar a enxurrada grossa que leva o estêrco, a poeira, os detritos orgânicos<br />

e o barro para os riachos e rios. Nesta mistura prêta, vermelha<br />

ou amarela, de âgua, terra e matéria orgânica, säo levados também os<br />

micróbios üteis e os minerais solûveis de fôsforo, potâssio, câlcio, nitratos,<br />

etc., que säo os nutrientes diretos das plantas.<br />

Dia após dia, anos seguidos, vai levando a terra, transportando o<br />

solo superficial prêto, esponjoso, nutritivo, e o subsolo que fica, cada vez<br />

menos retém a âgua porque perdeu o poder sortivo, a manta protetorâ<br />

que a natureza elaborou em milhares de anos.<br />

Por isto a enxurrada nâo tem a côr da âgua e sim a côr do solo que<br />

ela lavou.<br />

Quanto mais forte for a chuva, mais ingreme o terreno e mais nu<br />

o solo, mais impetuosa é a força da enxurrada, maior a turbulência da<br />

massa e maior o arrastamento da terra.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 615<br />

Erosâo na Paraïbo.<br />

Erosäo no sertâo Pernambucano.


616 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO BRASILEI3A DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

As capoeiras queimadas, os pastos superpastados, as lavouras plantadas<br />

em fileiras de morro abaixo, os caminhos descendu colinas sâo<br />

pontos favorâveis para inicio ou intensificaçâo da erosâo.<br />

O solo erodido pela âgua, que perdeu a manta esponjosa protetora,<br />

resseca fàcilmente, désintégra as particulas sem coesâo e torna-se vitima,<br />

na sêca, da erosâo eólia. O vento baixo em solo nu fabrica o<br />

deserto.<br />

Mas os efeitos da erosâo nâo sâo sömente o empobrecimento do solo,<br />

o aparecimento do deserto; hâ ainda os estragos das estradas; o entupimento<br />

de drenos, a colmatagem dos baixios, a obstrûçâo dos rios, a<br />

inundaçâo de lavouras, de cidades e os estragos das barragens.<br />

Milhôes de toneladas de terras férteis, de nutrientes, sâo levados<br />

anualmente dos campos para os rios e dai para o fundo do mar.<br />

Mas, o Govêrno nâo vê, ó leigo nâo acredita e fazendeiro nâo pensa<br />

na erosâo — a ruina da atual civilizaçâo.<br />

DA<strong>DO</strong>S HIDROLÓGICOS <strong>DO</strong> NORDESTE, EXTRAÎ<strong>DO</strong>S <strong>DO</strong>S TRABALHOS <strong>DO</strong><br />

ENG. F. G. DE AGUIAR, BOL. DE IFOCS, VOLS. 12 E 13, N.° 1 1939, 1940<br />

RIOS<br />

Jaguaribe, Orós<br />

Curema-Aguiar (Curema-Mâe<br />

D'âgua)<br />

Quixeramobim (Poço dos Paus)<br />

Moxotó (Poço da Cruz)<br />

Curu (Genural Sampaio)<br />

Piranhas (Barragem)<br />

Sâo Joào (Lima Campos)<br />

Lucrécia (açude)<br />

Tortuliano (açude particular). • •<br />

Sitiâ (Cedro)<br />

Bacia<br />

captaçào<br />

km'<br />

25.100<br />

8.050<br />

7.700<br />

5.000<br />

1 .745<br />

1.120<br />

350<br />

92<br />

75<br />

210<br />

Chuvas<br />

média das<br />

mâximas;<br />

média das<br />

minimas<br />

m/m<br />

1.050-635<br />

1.558-215<br />

1.200-650<br />

1.160-645<br />

1.125-560<br />

Cocficionto<br />

velocidado<br />

1,15<br />

1,15<br />

1,15<br />

1,15<br />

1,05<br />

1,00<br />

1,15<br />

0,85<br />

1,00<br />

Knchcnto<br />

normal<br />

ordinâriii<br />

mm 3<br />

1.200<br />

555<br />

450<br />

345<br />

155<br />

100<br />

20<br />

10<br />

7,8<br />

13<br />

Dofliivio<br />

por<br />

km 2<br />

47.808<br />

68.941<br />

58.441<br />

69.000<br />

88.825<br />

89.285<br />

57.142<br />

108.695<br />

104.000<br />

61.900<br />

Deflüvio módio 75.403 m 3<br />

A citaçâo das chuvas em média das mâximas e média das minimas<br />

é uma idéia da irregularidade das chuvas e da altura das precipitaçôes.<br />

Jâ houve chuvas diârias de 244 mm e 240 mm, em Fortaleza, 20-3-1870<br />

e 16-4-1855 (Boletim da I.F.O.C.S. citado). Em seus estudos, F. G.<br />

AGUIAR divide as bacias de captaçâo em 8 tipos, conforme a topografia<br />

geologia, vestimenta de vegetaçâo, etc., e calcula os coeficientes do<br />

def lüvio.<br />

Calculamos pelos dados das Estaçôes Meteorológicas que a média<br />

de chuvas anuais do sertâo do Cearâ, da Paraiba e do R. G. do Norte,<br />

é de 700 mm.<br />

A média pluviométrica do norte da Bahia e oeste de Pernambuco<br />

oscila entre 400 a 500 mm; no Pôsto Agricola do Rio Sâo Francisco, situado<br />

entre Petrolândia e Floresta, a chuva média de 8 anos deu<br />

408 mm.<br />

Do câlculo de repleçâo dos açudes e da mediçâo da âgua acumulada<br />

nos reservatórios, atrâs citados, achamos a média de 74.000 m 3 d'âgua<br />

como deflüvio, por quilômetro quadrado de captaçâo. Este volume


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 617<br />

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618 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

d'âgua nos dâ uma idéia da erosâo e dos materials que podem ser transportados<br />

causando a destruiçâo do solo, tendo em vista que a declividade<br />

média dos rios é de urn metro por quilômetro.<br />

Pelo defluvio podemos imaginär a capacidade irrigatória total, mâxima<br />

e teórica, por gravidade, da area compreendida no poligono das<br />

sêcas (834.666 km 2 ).<br />

Se fosse possivel represar tôda a âgua de chuva que escorre na<br />

regiâo, terïamos cêrca de 60 bilhöes de métros cübicos d'âgua. Pelas<br />

mediçôes de âgua de irrigaçâo feitas pelo S.A.I, nos açudes, sâo necessârios<br />

70.000 m 3 de âgua, dentro da reprêsa, para garantir a irrigaçào<br />

de um hectare em um ano, incluindo as perdas por evaporaçâo,<br />

infiltraçâo, em transito nos canais e a âgua aplicada nas culturas.<br />

Assim, nesta hipótese teórica de acumulaçâo, o Nordeste sêco poderia<br />

irrigar com âgua de chuva cêrca de 800.000 hectares, por gravidade,<br />

no mâximo. •<br />

Campo de feijâo Macassar, selecionado, irrigado. Açûde de Sâo Gonçalo do Institute José Augusto<br />

Trïndade.<br />

Insistimos em dizer que a erosâo, no passado, nâo deixou semelhante<br />

ârea em condiçôes de ser irrigada por gravidade. Além disto, uma<br />

parte dos baixios férteis esta ocupada com carnaùbas, oiticicas, lagoas,<br />

etc., que reduzem de muito a superficie aproveitâvel. Verificamos, assim,<br />

que o fator limitante da produçâo, no futuro, sera o <strong>SOLO</strong> e nâo<br />

a ÂGUA. Por mais êsse motivo, urge defender a terra de lavoura como<br />

sustentâculo econômico da regiâo.<br />

Dos dados acima se conclui que o defluvio médio é pràticamente<br />

igual à dose bruta de irrigaçâo por hectare-ano.<br />

Pelos dados da erosâo do solo na America do Norte, e tomando para<br />

o Nordeste numéros muito inferiores, concluimos que, se nâo foram represados<br />

os 60 bilhöes de métros d'âgua, perderemos, anualmente, 33<br />

milhôes de toneladas de terra e fertilizantes, que continuarâo a ser<br />

lançados no fundo do mar.


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 619<br />

A importância maior das reprêsas, de qualquer tamanho,, é reter<br />

no continente o solo para a manutençâo das geraçôes futuras. Os 124<br />

açudes püblicos e as 253 barragens por cooperaçào, construidos pelo<br />

D.N.O.C.S., no Nordeste, têm uma capacidade total de acumulaçâo de<br />

3 bilhöes de métros cûbicos d'âgua. No programa governamental de<br />

recuperaçâo ecpnômica e aproveitamento dos recursos naturais, é urgentissima<br />

a aplicaçâo desta âgua para fins produtivos. Se nâo fosse<br />

o fato de muitos açudes de cooperaçào serem pequenos demais, poderiamos<br />

irrigar com esta âgua aproximadamente 40.000 hectares. As<br />

barragens construidas estâo retendo, no interior, nada menos de<br />

1.500.000 toneladas de solo e nutrientes para usos futuros.<br />

Açao do intemperismo sobre rochas no Seridô.<br />

A erosâo atua muito lentamente nas terras cobertas de capim ou<br />

de matas. O crescimento unido do capim, as raizes fibrosas e numerosas,<br />

espalhadas no solo, protege a terra com muita eficiência. Entretanto,<br />

quando o capim é superpastado (overgrazed) ou pisoteado em<br />

extremo pelos animais, eliminando o manto protetor, começa a ruina<br />

do solo pela lavagem.<br />

Nas capoeiras e florestas a proteçâo é dupla: 1.°) pela folhagem verde<br />

e ramos que amortecem a força da chuva, fazendo as gôtas d'âgua<br />

cairem lentamente sobre a terra, permitindo absorçâo vagarosa; 2.°)<br />

pelo manto de fôlhas sêcas, detritos, debaixo da mata, absorvendo muita<br />

âgua, nâo deixando saturar a embebiçâo, de modo que a terra tenha<br />

tempo para sugar tôda a âgua que cai.<br />

Vârios outros fatôres além dos indicados contribuem para retardar<br />

a erosâo e a perda d'âgua; os restos de culturas, as ervas, os quebraventos,<br />

etc.<br />

Além da vegetaçâo, tipo de solo e topografia, a erosâo é muito reforçada<br />

pela velocidade do vento, pela intensidade da chuva e a temperatura<br />

do ambiente ressecando o solo. Estes très agentes climâticos,<br />

no Nordeste, säo muito desfavorâveis à manutençâo do solo fértil. Jâ<br />

houve no Nordeste chuva de 200 mm em 24 horas, 200 litros d'âgua por<br />

metro quadrado no espaço de 1 dia; a temperatura anual, média das<br />

mâximas, é 33°C e a média das minimas 22°C, umidade relativa média


620 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

68, velocidade do vento no inverno 2 a 10 quilômetros por hora e, no<br />

verâo, 10 a 20 quilômetros numa hora.<br />

Além de os elementos climâticos serem desfavorâveis à conservaçâo<br />

do solo, hâ ainda a circunstância de serem rasos os solos do Nordeste,<br />

de a vegetaçâo perder a folhagem no verâo, possibilitando o vento<br />

atingir o châo.<br />

A terra nua no verâo, a evaporaçâo, o vento constante, causam,<br />

nesta estaçâo, a erosâo eólia, vento com poeira do solo. No inverno o<br />

estrago é pela enxurrada, que se inicia com as primeiras chuvas, que<br />

encontra a vegetaçâo sêca, solo quase nu, periodo em que as âguas barrentas<br />

transportam maior quantidade de terra e de estêrco. Efetivamente,<br />

os solos do Nordeste estâo submetidos ao desgaste durante 12 meses<br />

cada ano, mesmo sem incluir os nutrientes arrancados do solo pelas<br />

colheitas.<br />

A temperatura alta influi na desintegraçâo fisica e solubilizaçâo dos<br />

minerais do solo e das rochas que a enxurrada transporta no inverno;<br />

no verâo ela contribui para o secamento superficial e desagregaçâo das<br />

particulas que a força do vento levanta e carrega.<br />

Absorçao da âgua pelo solo — Tôda âgua que cai no solo continua<br />

em movimento: uma parte evapora-se na superficie da terra mais quente,<br />

outra fraçâo pénétra para o subsolo, uma porçâo é absorvida pela<br />

primeira camada e, apôs saturaçâo, o restante escorre como enxurrada.<br />

A permeabilidade da terra é que comanda a absorçao da âgua, mas<br />

também dépende da rapidez com que a chuva cai. Äs chuvas levés e<br />

continuadas sâo sugadas pela terra era maior proporçâo do que as chuvas<br />

fortes, porque a. âgua tem de forçar a saida do ar do solo para ela<br />

entrar. Teôricamente, a porosidade de um solo pode atingir 50% do seu<br />

volume, mas é muito problemâtico que urn metro cübico de terra possa<br />

chupar 500 litros de âgua, em condiçôes normais de chuvas. O regime<br />

de chuvas irreguläres e torrenciais do Nordeste, a alternativa de excesso<br />

de âgua e excesso de sêca complicam muito a questâo da economia hidrica.<br />

Também, nem sempre o solo mais poroso é o mais permeâvel. A<br />

cultivaçào altera muito a absorçao da âgua pelo solo. O Jour. Am. Soc.<br />

Agr., vol. 28 — 1936, cita os seguintes dados expérimentais: solo arado<br />

a 10 cm de profundidade absorveu 25 mm em uma hora; o arado a 15<br />

cm sugou 30 mm e o nâo arado tomou sômente 19 mm por hora. Cumpre<br />

notar que o aumento do poder de tomar âgua é transitório no solo<br />

pelo efeito das mâquinas. Com o tempo, os solos cultivados tornam-se<br />

mais compactos do que os solos virgens de vegetaçâo nativa; a razâo é<br />

que, em igualdade de composiçâo fisica, a vegetaçâo nativa mais densa<br />

perfura o solo em tôdas as direçôes, de modo ininterrupto, formando<br />

canais de penetraçâo da âgua.<br />

Este, entre outros, é um dos motivos porque a erosâo é maior nos<br />

terrenos cultivados do que nos de vegetaçâo nativa.<br />

Os talhôes que recebem matéria orgânica na forma de adubo verde,<br />

restos de cultras, estrume, etc., adquirem, pela funçâo coloidal, a<br />

estrutura granular, tornam-se mais abertos, mais esponjosos, sâo capazes<br />

de alojar mais âgua e mais ràpidamente.<br />

A conservaçâo da âgua no solo significa aumentar a chuva, e tem<br />

como vantagens diminuir a erosâo e fornecer mais âgua as plantas.<br />

As âguas limpas penetram no solo mais depressa e em maior proporçào<br />

do que as barrentas ou lodosas. A enxurrada, carregando material<br />

fino ou suspensâo, quando perde a velocidade forma sedimentos<br />

que obstruem os porös superficiais da terra e dificultam a infiltraçâo<br />

da âgua.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

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621


622 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

regiâo, para a proteçâo das obras construidas pelo Govêrno, defesa das<br />

estradas e pontes, para evitar a inundaçâo das bacias de irrigaçâo, estragos<br />

dos canais, colmatagem das reprêsas, inundaçâo das culturas<br />

e, acima de tudo isto, préservât a produtividade da terra para as geraçôes<br />

futuras. Este piano tem de começar separando os altos para o<br />

crescimento de capoeiras ou de vegetaçôes nativas que retenham as<br />

chuvas, destinar para pastos os campos de menor declividade com valetas<br />

ou terraças em curvas de nivel e permitir lavouras sômente nos<br />

baixios, usando os meios de proteçâo adiante citados.<br />

O sistema desordenado e irracional até agora usado na agricultura<br />

conduziu à erosâo desenfreada, ao desnudamento da terra, rompendo<br />

o equilibrio criado pela natureza entre o solo, a flora, a âgua, a fauna<br />

e a vida econômica do hörnern.<br />

A devastaçâo da vegetacäo nativa pelo hörnern traz milhares de<br />

conseqüências prejudiciais quando näo säo usados os métodos racionais<br />

de man ter o jôgo harmonioso das forças do clima, da terra, das<br />

plantas, das âguas e dos animais.<br />

Outra conseqüência desta desarmonia incide sobre a fauna aquâtica;<br />

a desproteçâo do solo, as chuvas excessivas, as inundaçôes, o<br />

arrombamento de açudes particulares levam os peixes para o mar, ficando<br />

os outros animais aquâticos sem refügio. A estaçâo sêca força a<br />

emigraçâo dêstes animais.<br />

Definiçao de "Conservaçâo do Solo"<br />

Conservaçâo do solo é o uso eficiente da terra, sob os diversos sistemas<br />

agricolas, que a salvaguarda do empobrecimento. A conservaçâo<br />

implica no aproveitamento de cada lote da fazenda para o fim que êle<br />

melhor possa servir, tendo em vista as necessidades do proprietârio,<br />

a topografia, a fertilidade, etc., de modo que se mantenha em produtividade.<br />

Alguns talhöes säo demais inclinados para serem cultivados,<br />

outros sâo fàcilmente erôdidos devido as suas propriedades fisicas e<br />

devem ser, ambos, destinados para f lor estas ou pastagens; um terreno<br />

poderâ ser bom para lavoura se fôr drenado; um solo endurecido poderâ<br />

dar bons rendimentos se fôr devidamente tratado; se a terra estiver<br />

valorizada ou se o preço dos produtos compensar a adubaçâo, sera a<br />

prâtica aconselhada. Se a propriedade näo dispöe de terras planas, as<br />

culturas poderäo ser feit as nos menor es déclives, mediante plantio em<br />

curva de nivel, cultura em faixas, sulco horizontal ou em terraças.<br />

Conservaçâo significa lançar mâo de meios técnicos, administratives ou<br />

quimicos capazes de fazerem cada quadra produzir aquilo que ela esta<br />

em condiçôes de dar para a economia da emprêsa. A conservaçâo do<br />

solo é o uso cientifico da terra, é o seu aproveitamento para aquêle fim a<br />

que ela esta natural e econômicamente indicada, porém de modo a que<br />

as operaçôes e a administraçâo da exploraçâo sejam orientadas no sentido<br />

de perpetuar a produtrv idade, de melhorâ-la ou de restaurâ-la.<br />

Certos fatôres de ordern econômica e social têm influência no uso<br />

da terra. Existem criadores que insistem em criar gado de corte em<br />

sitios que melhor seriam explorados com lavoura intensiva; outro exemplo<br />

säo as fazendas grandes demais, em que 80% da area näo produz<br />

nada.<br />

Todo terreno deve produzir alguma coisa; näo hä terra inütil. Tôda<br />

questâo esta em pensar e descobrir o uso econômico de cada talhäo e<br />

aplicar-lhes os meios técnicos de aproveitâ-lo melhor. Muitos homens<br />

entram na Agricultura para se enriquecerem o mais depressa possivel,<br />

näo se importando se deixam o deserto atrâs de si; estes estäo trocando


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 623<br />

os reccursos naturais pelo dinheiro. Nâo lhes intéressa o futuro dos<br />

seus descendentes e nem o da nacionalidade. Sâo exploradores e nâo<br />

cidadâos.<br />

O fazendeiro normal é conservador, salvo quando a ignorância o<br />

impede de conhecer e aplicar os métodos tendentes a garantir a sua<br />

economia e dos filhos.<br />

O bom senso da conservaçâo do solo obriga a cada cidadâo consciente<br />

a lutar contra os fatos fisicos da erosâo e contra o complexo de consideraçôes<br />

econômicas e socias que afetam o uso dos recursos naturais.<br />

Nâo existe justificativa técnica, juridica ou moral para a atual geraçâo<br />

arruinar os recursos naturais do solo que a Natureza acumulou<br />

em milênios para o beneficio da Humanidade.<br />

Sertäo Cearense no periodo chuvoso.<br />

Como individuos, somos meros convivas instantâneos neste banqueté<br />

milenar da Natureza, onde as geraçôes se sucedem no determinismo<br />

da sobrevivência perpétua da espécie humana.<br />

Ainda que a Agricultura seja exercida por milhöes de individuos,<br />

apesar de existir a propriedade particular, hâ, acima de tudo, o bom<br />

senso, a consciência nacional que ordena salvaguardar o interesse e o<br />

futuro da economia do pais com a aplicaçâo de principios cientificos<br />

de modo integral na prâtica agricola.<br />

É verdade que nem todos os individuos sâo iguais na sociedade em<br />

conhecimentos e qualidades morais, mais a responsabilidade dos Governos,<br />

o saber dos técnicos e os deveres civicos dos cidadâos obrigam<br />

moralmente a formaçao de uma consciência nacional em favor da riqueza<br />

pûblica, que défende a terra, as âguas, as plantas, o bem-estar coletivo,<br />

contra a ruina, o deserto e a miséria.<br />

Especificando detalhadamente, a conservaçâo do solo tem por fim<br />

protéger todos os recursos naturais contra o desgaste e empobrecimento<br />

causados por:<br />

1 — Remoçâo dos solos pela erosâo;<br />

2 — Deposiçâo de produtos da erosäo;


624 AKAIS DA S3GUNDA REUNIÄO B3ASILEIRA D2 CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

3 — Exaustäo de nutrientes pela cultura excessiva ou pelo pasto<br />

rapado;<br />

4 — Acumulaçâo de sais tóxicos;<br />

5 — Cultivo impróprio;<br />

6 — Drenagem inadequada.<br />

A Conservaçâo do solo é realizada por diversos meios:<br />

1) Usando prâticas adaptâveis de conservaçâo e estruturas de<br />

engenharia para evitar a erosäo e os depósitos desta.<br />

2) Empregando cultivos melhorados, o molchamento, culturas<br />

em faixas, o sulco em nivel e a terraça para conservar a<br />

chuva.<br />

3) Aplicando âgua, adubos, estrume, matéria orgânica com a<br />

mâxima eficiência.<br />

4) Drenando e corrigindo sais nocivos.<br />

5) Plantando ârvores e capins contra a erosâo, reservando a vegetaçâo<br />

espontânea em determinados pontos estratégicos para<br />

reter a âgua, cêrcas e pastos, controlando e mudando o gado<br />

das pastagens para evitar o demasiado pisoteio, mantendo<br />

sempre uma cobertura de capim para segurar a chuva e impedir<br />

a enxurrada; arrancar dos pastos o mofumbo, o marmeleiro,<br />

etc, passar o subsolador e semear capins resistentes.<br />

6) Protéger os terrenos altos, cheios de pedras, contra a entrada<br />

do gado, para nâo estragar as florestas novas em formaçâo,<br />

porque evitam a erosâo, sâo fontes de lenha e abrigo para a<br />

fauna.<br />

7) Irrigar as culturas metodicamente, fazer a rotaçâo, nâo queimar<br />

os restos culturais e ervas; permitir o repouso de cada<br />

talhâo irrigado no terceiro ano para crescer o capim que restaura,<br />

em parte, a fertilidade; enterrar adubo yerde, aproveitar<br />

o estrume de curral nos lotes cuja produçâo esta decaindo;<br />

nâo arar o mesmo terreno todos os anos seguidamente; quando<br />

arar no verâo, plantar logo adubo verde para cobrir o<br />

terreno.<br />

8) Plantar quebra-ventos nos pontos necessârios, seja nos campos<br />

de culturas ou nos pastos.<br />

9) Construir diques pequenos nas grutas e nos lugares iniciais<br />

de enxurrada; pequenas barragens ao longo dos riachos para<br />

evitar que os cursos d'âgua se juntem, formando cheias maiores.<br />

Os riachos maiores e rios exigirâo barragens médias e<br />

grandes.<br />

10) No cultivo das terras de bacias hidrâulicas dos açudes é preciso<br />

usar faixas em curva de nivel alternadas de capim e de<br />

lavoura, sulcos horizontals, terraças, etc. Os talhôes de bacia<br />

hidrâulica que nâo servirem para lavoura ficarâo para<br />

pastos ou para formaçâo de bosques.<br />

11) Retirai- as culturas de terras erodidas, semear capim para<br />

pasto e fixaçâo do solo.<br />

O planejamento da conservaçâo do solo e da âgua<br />

A prevençâo eficiente, o contrôle da erosäo do solo e a preservaçâo<br />

adequada da chuva numa parcela da fazenda, exigem o uso e o tratamento<br />

de todos os tipos de terra compreendendo aquela ârea de acôrdo<br />

com as necessidades e capacidade de cada um dos tipos de solo.


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 625<br />

A aplicaçâo racional das medidas de conservaçâo obrigam a presença<br />

do técnico no campo.<br />

O técnico e o fazendeiro precisam examinar cada trecho de terra,<br />

o que fica para capoeira, o que serve para pasto, onde localizar as lavouras,<br />

os estragos existentes, os meios possiveis de proteçâo, os desvios<br />

para as âguas, o numero de animais em relaçâo as pastagem, as<br />

mâquinas que sâo necessârias, para onde serâo mudadas ou construidas<br />

novas cêrcas, etc. Em gérai, cada trecho de terra nécessita de medidas<br />

proprias para sua proteçâo.<br />

É, entâo, feito um mapa da fazenda com a reorganizaçâo dos campos,<br />

desenho de estradas, drenos, cêrcas, capoeiras, pastes, açudes, casas,<br />

pomares, rios, de cada local onde serâo plantados os quebra-ventos,<br />

construidos os diques de represamento, as faixas de culturas em curva<br />

de nivel ou sulcamento horizontal ou terraças, os bebedouros do gado,<br />

os canais de irrigaçâo, se houver, etc.<br />

Carnaùta em solo de aluviâo fluvial no Cearâ.<br />

Este piano é um arranjamento inteiramente novo na administraçâo<br />

da fazenda, é uma organizaçâo em base cientifica permanente das<br />

operaçôes agricolas, visando a obter uma produçâo duradoura com o<br />

minimo de desgaste do solo.<br />

O trabalho e as despesas decorrentes da execuçâo do piano serâo<br />

compensados pela regularidade das safras com melhor rendimento e<br />

pela contribuiçâo ao piano gérai de preservaçâo dos recursos naturais<br />

de utilidade coletiva.<br />

Os pianos de conservaçâo do solo e da âgua e as suas execuçôes requerem<br />

conhecimentos muito vastos de agrologia, engenharia, silvicultura,<br />

biologia da fauna, agronomia, quimica, etc. A conservaçâo dos<br />

recursos naturais é a mais nova das ciências agricolas. Ela tem-se desenvolvido<br />

muito. À custa de pesquisas, ensaios e experiências de campo,<br />

surgiram novos métodos de cultura, estruturas, novas mâquinas estâo<br />

sendo inventadas para preencher as necessidades variaveis de cada<br />

localidade. Novas culturas entram em uso (Kudsu, lespedesa, etc.), e<br />

aos poucos se esta delineando uma nova forma de agricultura em substituiçâo<br />

da velha, que era especulativa, destruidora e irracional.<br />

— 40 —


626 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Os principios da conservaçâo seguem a Natureza, colocam as primeiras<br />

coisas em primeiro lugar e näo generalizam o emprêgo dos<br />

meios de defesa porque näo hâ um ûnico remédio para todos os maies<br />

da terra devastada. Cada caso de erosâo tem os seus remédios especificos,<br />

dai a razâo do exame local.<br />

Os pianos de conservaçâo agricola sâo baseados também na aptidâo<br />

ou capacidade do solo. Tomando em consideraçâo as informaçoes<br />

obtidas no campo, é feita uma classificaçâo da aptidäo das terras nos<br />

seus caracteristicos de declividade, erosibilidade, presença de pedras,<br />

salinidade, nivel subterrâneo da âgua, perigo de inundaçâo, textura e<br />

profundidade do solo, umidade natural e grau de fertilidade. Estes sâo<br />

os fatos fisicos mais importantes para guiar o desenho do mapa de<br />

conservaçâo. A classificaçâo da aptidäo do solo pode ser feito em 3 grupos<br />

e classes.<br />

1) Terras aptas para lavoura:<br />

Classe A — Solos de boa produtividade, pianos, livres de erosào e<br />

próprios para lavoura sem serem précisas prâticas especiais; älguns<br />

talhôes podem precisar de adaptaçâo para lavoura, como: roçagem,<br />

destocamento, drenagem.<br />

Classe B — Terrenos de regular fertilidade, aptos para lavoura,<br />

quase pianos, onde se pode prévenir a erosâo simplesmente pelo plantio<br />

em contôrno, culturas.de cobertura ou drenagem superficial.<br />

Classe C — Terra de moderada fertilidade, que pode ser cultivada<br />

mediante prâticas intensivas de proteçâo pelo plantio em faixas, adubaçâo<br />

ou drenagem.<br />

2) Terrenos adaptâveis para limitada cultivaçâo:<br />

Classe D — De fertilidade média, inclinaçao de causar erosâo, propria<br />

para pastos ou para culturas de feno em fileira. Devem ser tomadas<br />

medidas contra a erosâo, se esta classe fôr cultivada.<br />

3) Terras que nâo servem para cultivo:<br />

Classe E — Näo adaptâveis para cultivo, porém üteis para pastos<br />

ou florestas, tomando-se precauçôes normais quanto à erosâo.<br />

Classe F — Imprópria para lavoura, erosivel, mas servindo para<br />

pasto e florestas, desde que se adotem extremas medidas preventivas<br />

ou prâticas contra a destruiçâo.<br />

Classe G — Terra sem valor para lavoura, pasto ou mata, cheia<br />

de pedras, ingreme, arenosa ou erodida. Pode ser destinada para abrigo<br />

da fauna.<br />

O critério a ser adotado na classificaçâo de terras, sob o ponto de<br />

vista da conservaçâo, é igual ao usado para os mapas agrológicos, se<br />

incluirmos as curvas de nivel.<br />

Com o cercamento das bacias hidrâulicas dos açudes e com a exploraçâo<br />

sistemâtica dos lotes, teremos de adotar ai uma classificaçâo,<br />

tendo em vista a conservaçâo do solo. Nem tôda a terra das bacias hidrâulicas<br />

servem para lavoura; seremos obrigados a separar as âreas<br />

que possam ser aproveitadas em pastos e aquelas que devem ser reflorestadas<br />

natural ou artificialmente. Em todos os terrenos de montante,<br />

sera conveniente fazer esta classificaçâo desenhando-a no mapa da<br />

bacia hidrâulica para ficar definitive<br />

Sempre que possivel, as âreas de pasto pertencentes à Uniâo devem<br />

ser aproveitadas com o gado dos postos, porque só assim sera possivel<br />

controlar o limite de pastejamento para näo causar erosâo.<br />

Feito o piano de conservaçâo das terras e âguas da fazenda, êle<br />

servira de guia e orientador para as operaçoes e decisóes administrati-


ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 627<br />

vas no future Os pianos das propriedades formam o piano geral do<br />

municipio, os dos municipios, completam o do Estado e assim por diante,<br />

ünico modo pelo quai é possivel perpetuar a fertilidade do soto para<br />

uma Agricultura permanente suportar a naçâo financeiramente" estabilizada.<br />

Aspectos do sertâo Pernambucano, bacia do rio Säo Francisco, Petrolândia.<br />

Verdadeiramente, o planejamento da conservaçao dos recursos naturais<br />

é uma combinaçào do bom uso da terra com apropriada administraçâo<br />

e adequada defesa do solo, tanto na fazenda individual como<br />

no conjunto da regiâo ou pais.


628 ANAIS DA SEGTJNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

O emprêgo da vegetagäo como meio de protéger o solo e a âgua<br />

A terra coberta de capins, arbustos ou arvoredos, esta em condiçâo<br />

ótima para resistir aos estragos e para absorver a chuva. O desgaste<br />

acelerado é proveniente do desnudamento, da araçâo continuada e do<br />

pastejamento demasiado. Pelas necessidades, o hörnern é forçado a cultivar<br />

a terra e, como este cultivo traz destruiçâo, urge copiar os processos<br />

de defesa da natureza e introduzir os meios técnicos conhecidos<br />

para salvar a economia agricola nacional.<br />

Isto quer dizer que devemos lançar mâo de plantas de crescimento<br />

denso, manter coberturas de vegetaçâo ou molene vegetativo, na maior<br />

superficie possivel e no maior espaço de tempo.<br />

Hâ diversas razöes porque vegetaçôes densas e detritos orgânicos<br />

controlam as perdas de solo e de âgua.<br />

Quando a gôta d'âgua bate no solo nu, as particuias sólidas sâo<br />

agitadas, afofadas e suspendidas. A cobertura da vegetaçâo évita este<br />

primeiro ataque, a velocidade da âgua é amortecida pelas fôlhas, galhos,<br />

ou manta orgânica, a âgua tem mais tempo para infiltrar na terra que,<br />

dêste modo, pode sugâ-la mais.<br />

Estes princïpios sâo bâsicos e êles governam o emprêgo da vegetaçâo<br />

como meio de guardar solo e âgua.<br />

O uso da vegetaçâo para este fim tem limites e sempre teremos de<br />

combinâ-lo com os meios técnicos de engenharia.<br />

Como exemplos de proteçâo vegetativa temos os métodos: repouso<br />

do solo com mato nativo, cobertura, adubo verde, rotaçâo, culturas em<br />

faixas alternadas, quebra-ventos, pastagens controladas, prados e matas.<br />

Com métodos técnicos de engenharia sâo empregados: a subsolagem,<br />

o contôrno, o sulcamento, as terraças, os drenos, diques e barragens.<br />

Poderiamos acrescentar aqui os métodos quïmicos, que sâo<br />

adubaçâo e a correçâo das propriedades fisicas do solo.<br />

O repuoso do solo com mato nativo, seja barbâceo ou arbustivo, é<br />

o processo mais usado pelo matuto quando êle roça cada ano terreno<br />

novo e deixa o ultimo roçado entregue as plantas espontâneas. É o processo<br />

natural; porém, com a repetiçâo constante das queimadas, inclinaçâo<br />

do terreno e abandono, sem outros meios de proteçâo, o terreno<br />

acaba se transformando em deserto. Inegàvelmente, o poiso, alqueive<br />

ou repouso, com cobertura de mato, evitando-se a erosâo, é um meio<br />

muito prâtico de reste \irar ou melhorar periôdicamente a fertilidade<br />

parcial de uma terra. Os agrologistas ainda nâo sabem explicar a razâo<br />

disto.<br />

A teoria da eliminaçâo de toxinas das plantas cultivadas, a oportunidade<br />

de solubilizaçâo de minerais, a subtraçâo do solo a açâo direta<br />

do intemperismo tropical, a formaçâo do manto orgânico, etc., devem<br />

ser fatôres de açâo completiva na recuperaçâo temporâria do solo agricola.<br />

O abandono do terreno em estado nu, seja êle piano ou morro, é<br />

prejudicial por causa do sol, do vento e da enxurrada. PAUL VAGELER<br />

comenta o caso de solos cultivados intensamente com fumo na Sumatra,<br />

que näo mantiveram a produçâo com repetidas dosagens de adubos<br />

quimicos; foi preciso introduzir a prâtica do repouso periódico do<br />

solo com cobertura, mato nativo, combinado com a adubaçâo do fumo,<br />

para manter o rendimento desta solanâcea esgotante.<br />

Nas bacias de irrigaçâo, os talhôes têm de descançar um ano em<br />

cada quatro, com proteçâo superficial de leguminosas ou de ervas, ou<br />

entäo um semestre em cada dois anos de cultivo. O alqueive auxilia<br />

no melhoramento momentâneo da fertilidade, mas êle, por si só, nâo


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 629<br />

asegura a produçâo continua e demais intensiva das bacias de irrigaçao,<br />

se nâo fôr completado com a adubaçâo, afolhamento, etc. As plantas<br />

espontâneas, herbâceas principalmente, devido à densidade vegetativa,<br />

absorve nutrientes nas camadas inferiores do solo e os deixam na su-<br />

Seridó — vegetaçâo de jurema, faveleiro, vinhâo, pereiro, capins em solo pedregoso e ondulado;<br />

cêrca de pedras.<br />

perficie incorporados na matéria organica, à disposiçâo da cultura seguinte,<br />

quando, depois do poiso, o terreno é gradeado ou capinado com<br />

o cultivador.<br />

A açâo benéfica do alqueive é anulada se o mato fôr queimado. É<br />

o êrro do matuto queimando a matéria organica todos os anos. FAULK-<br />

NER condena a araçâo que enterra os detritos orgânicos.


630 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

As plantas nativas de cobertura sâo sempre capins, ervas e leguminosas,<br />

misturadas, ao passo que as de adubaçâo verde sâo sempre leguminosas<br />

simples ou combinadas, exercendo também a funçââo de cobertura<br />

.<br />

As culturas de cobertura tornam solüveis os minerais, evitando o<br />

seu arrastamento pelas chuvas, e aumentam a matéria orgânica; as<br />

de adubo verde, além destas funçôes, adicionam azôto ao solo.<br />

A Estaçâo Experimental de Nova Jersey provou que, quando o terreno<br />

é alqueivado com 2 anos de capim, a matéria orgânica é aumentada<br />

de 1.311 quilos por hectare. Os capins sâo boas plantas de cobertura<br />

quanto à erosâo e quanto à elaboraçâo de matéria orgknica. A funçâo<br />

importantissima da cobertura vegetativa é, no verâo, evitar o meteorismo<br />

escaldante causticando o solo. Nunca é demais frisar esta açâo. Os<br />

terrenos cultivados no inverno, cujas colheitas foram feitas em maiojunho,<br />

nunca devem ficar desabrigados até Janeiro nas bacias de irrigaçâo.<br />

Se êle fôr destinado ao alqueive, neste verâo, procure-se semeâ-lo<br />

de leguminosas, faça-se a irrigaçâo para o crescimento das plantas cobri-lo<br />

depressa. Na preparaçâo de terenos para plantio no verâo, devemos<br />

usar mais a grade e menos o arado. Quando a ârea fôr grande,<br />

devemos preparâ-lo por partes, acompanhando logo com o plantio<br />

para nâo trazer muita exposiçâo do solo nu ao clima.<br />

Fora da vegetaçâo verde, que é a mais barata, a cobertura do solo<br />

também se pode fazer com serragem, lixo das cidades, estêrco, palha<br />

de carnaüba, bagaço de cana e papel. Sâo meios caros e de muito limitada<br />

aplicaçâo.<br />

Para os talhôes das bacias de irrigaçâo o mais prâtico é permitir<br />

crescer capins, ervas, ou entâo semear mucuna ou feijâo macassar.<br />

O agrônomo MOACIR DE BRITO, da Fâbrica Peixe, de Pesqueira, nos<br />

seus trabalhos admirâveis de conservaçâo do solo para cultura de tomate,<br />

encontrou no feijâo de porco, por falta de irrigaçâo, a melhor<br />

planta de cobertura, para o verâo, nas faixas de contôrno em repouso.<br />

Nos pomares das bacias de irrigaçâo, exceto bananeiras e mangueiras,<br />

o solo fica muito exposto no verâo; o problema da cobertura,<br />

neste caso, complica-se um pouco; enquanto se descobre uma planta<br />

melhor, pode-se usar o mucuna ou macassar, apesar de serem trepadeiras.<br />

Pomicultores americanos estâo obtendo bons resultados com<br />

capins e ervas gradeados de vez em quando. Precisamos experimentar<br />

este recurso.<br />

Inümeros fatos mostram que as verdades cientificas aparentemente<br />

mais firmes eram apenas certezas convencionais.<br />

Os adubos verdes constituem a melhor combinaçâo prâtica de cobertura<br />

do solo com adubaçâo, tanto para fins de proteçâo como para<br />

o de melhoramento ou restauraçâo de terras cansadas. Para as bacias<br />

de irrigaçâo, onde se dispôe de umidade durante o ano inteiro, é preferivel<br />

escolher as leguminosas de maior massa como mucunas, crotalârias,<br />

macassar, etc., a fim de que o volume de matéria orgânica e<br />

azôto, incorporados ao solo, seja o maior possivel. Para terreno nâo irrigado,<br />

as melhores leguminosas para adubo verde sâo o feijâo de porco,<br />

o guandu, porque resistem mais à falta d'âgua. Para adubo verde<br />

de pomares talvez as crotalârias satisfaçam por nâo serem trepadeiras.<br />

A rotaçâo ou sucessâo regular de culturas diferentes no mesmo lote,<br />

que os Portugueses chamam de afolhamento, é outro meio usado para<br />

evitar, até certo ponto, o esgotamento do terreno.<br />

Ela tern as vantagens ainda de sistematizar as operaçôes agricolas,<br />

economizar trabalhos de preparaçâo, auxiliar no contrôle das pragas<br />

(insetos ou plantas daninhas) e equilibrar a produçâo.


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 631<br />

Nâo é fâcil estabelecer uma rotaçào de culturas para o Nordeste,<br />

por causa do clima e das culturas permanentes.<br />

A rotaçao ganhou grande popularidade nos climas frios porque ali<br />

hâ elevado numéro de culturas de ciclo curto, como: trigo, aveia, centeio,<br />

cevada, batatinha, linho, hortaliças de grande cultivo, e nâo menor<br />

numero de leguminosas adaptâveis, como: muitas alfafas, muitos trevos,<br />

lespedesa, cowpeas, sojas, amendoim, etc., que se prestam bem para<br />

intercalar a adubaçâo verde no piano do afolhamento.<br />

Para o Nordeste irrigado talvez se pudesse fazer uma rotaçao assim:<br />

1.° ano — milho no inverno e feijäo no verâo; 2.° ano — mandioca;<br />

3.° ano — arroz no inverno e repouso com adubaçâo verde no verâo.<br />

O outro exemplo seria: 1.° ano — mandioca; 2.° ano — feijäo no inverno<br />

e arroz no verâo; 3.° ano — repouso e adubaçâo verde com aplicaçâo<br />

de farinha de ossos; 4.° ano — milho.<br />

Para lavoura näo irrigada, com chuva, em terreno de baixio, pode-se<br />

usar urn af olhamento de ; 1.° ano — arroz; 2.° ano •— adubo verde; 3.°<br />

ano — milho; 4.° ano — algodäo; 5.° ano — repouso e pasto para o gado.<br />

Culturas em faixa — A âgua em colina desprotegida adquire velocidade<br />

e avoluma-se; por isto, o poder erosivo da enxurrada aumenta<br />

com a extensâo do déclive. A cultura em tiras ou faixas transforma as<br />

inclinaçôes longas numa série de déclives cuftos. Seu valor esta no<br />

fato de que qualquer coisa que detém a descida da âgua reduz a capacidade<br />

desta de recolher detritos e transportâ-los. Plantas de crescimento<br />

unido e de raizes fibrosas, em faixas, atravessando o greide do<br />

terreno, quebram a velocidade da âgua, forçam a sedimentaçâo do<br />

material sólido neste ponto, nâo permitindo que o fluxo da âgua atinja<br />

a faixa de terra cultivada mais em baixo. Porque a cultura em faixa é<br />

uma série quase paralela de panos de terra cultivados e em poisio, intercalados<br />

horizontalmente ou cortando a inclinaçâo do solo.<br />

A cultura em faixa é um sistema agricola em que as cultras sâo<br />

plantadas em tiras ou menos estreitas, através do greide do solo, em<br />

que a parte plantanda é seguida logo abaixo de uma parte em repouso<br />

com ervas nativas ou leguminosas, de modo que a faixa erosivel seja<br />

sustentada por outra resistente à erosâo.<br />

A cultura em faixa também pode ser feita em contôrno, acompanhando<br />

a curva do nivel, quando houver maior perigo de erosâo. Neste<br />

caso, a tira de terra nâo cultivada fica em ângulo reto com a declividade<br />

do solo e as fileiras da plantaçâo comercial acompanham a curva de<br />

nivel. Como esta descrito acima, a cultura em faixas é uma combinaçâo<br />

de cultivo e de repouso no mesmo terreno porque a faixa que ficou<br />

em descanso este ano sera plantada no ano seguinte e onde foi lavoura<br />

este ano deixaremos em poiso no ano proximo com cobertura de plantas<br />

nativas ou com leguminosas plantadas para adubo verde.<br />

Hâ, também, a combinaçâo de culturas em faixas com diferentes<br />

lavouras, como: uma faixa de milho, outra logo abaixo de feijäo, e<br />

assim por diante; do mesmo modo. uma tira de algodäo pode ser alternada<br />

com outra de batata ou mandioca. É claro que duas ou très plantas<br />

cultivadas em faixas protegem muito menos o terreno do que quando<br />

uma faixa é deixada com capim.<br />

Quando o terreno é muito sujeito à erosâo, é imprescindivel recorrer<br />

ao teraceamento para auxiliar as faixas.<br />

Conforme a topografia, as faixas de repouso podem ter 10 métros<br />

de largura no sentido do déclive e os "panos" cultivados ficarem com<br />

30 métros de largura no mesmo sentido. Adotando-se duas lavouras<br />

em faixa alternadas, a largura de cada uma vai depender do greide e<br />

da erosibilidade do solo.


632 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

O piano das lavouras em faixas deve ser feito sempre de acôrdo<br />

com a rotaçào das culturas, nunca repetir a mesma cultura na mesma<br />

faixa senâo depois de 3 ou 4 anos, excluindo-se as permanentes.<br />

No caso do sertâo, séria aconselhâvel a lavoura do algodâo em faixas<br />

com capim e, depois da colheita, pôr o gado para aproveitar os restos<br />

da cultura e o pasto.<br />

Salvo condiçôes especiais, as faixas nâo devem ter mais de 30 métros<br />

de largura nem menos de 10 métros.<br />

As culturas em faixas alternadas sâo usadas nos terrenos pianos<br />

com o f im de quebrar a força dos ventos baixos; as plantas de maior<br />

porte servem de quebra-vento para as pequenas, controlando um pouco<br />

a erosâo eólia, Neste caso, as fileiras deverâo ficar em ângulo reto com<br />

a direçâo dominante do vento.<br />

Em um campo de cultura pode existir uma faixa erodida que compensa<br />

cultivar mas que nécessita ser protegida por causa dos terrenos<br />

adjacentes. Em tal caso, usa-se a faixa permanente, ou o plantio de<br />

capins, leguminosas, arbustos ou ârvores que detenham a destruiçâo.<br />

Esta vegetaçâo sera mantida ai por muitos anos e a faixa nâo sera plantada<br />

com lavoura. Esta ârea terâ ainda a funçâo de abrigar a fauna,<br />

servir de quebra-vento e de fonte de lenha.<br />

Em algumas bacias de irrigaçâo onde hâ muita pedra, como na<br />

do Açude Itans, talvez fosse melhor fazer carreiras de pedra em curva<br />

de nivel para defender o solo do que transportar as pedras para fora.<br />

Estas linhas de pedra seriam como que faixas permanentes cortando<br />

a enxurrada.<br />

O lote alternado é outro meio de controlar a erosâo usando as plantas;<br />

sâo retângulos de meio hectare ou um quarto de hectare cada um,<br />

disposto no terreno com o comprimento no sentido horizontal e a largura<br />

menor, no déclive. Um lote cultivado é rodeado nos quatro lados<br />

por quatro lotes em repouso com capim. Assim, a enxurrada iniciada<br />

no lote capinado é paralizada pelo capim do lote abaixo. No ano seguinte<br />

gradeia-se o capim dos lotes em repouso. até apodrecer a matéria<br />

orgânica, plantam-se estes lotes e deixam-se os recém-cultivados ficarem<br />

em alqueive. Alternando-se desta maneira as lavouras, nos lotes,cada<br />

ano, estaremos plantando sempre terra descansada. É um processo<br />

ótimo para os terrenos de montante dos açudes. Tem este processo o<br />

defeito de permitir cultivar cada ano sômente a metade da ârea, porque<br />

a outra estarâ em descanso. O agrônomo MOACIR BRITO usa este<br />

método, em terreno de encosta, numa parte da ârea cultivada com tomate<br />

pela Fâbrica "Peixe".<br />

O quebra-vento é o emprêgo de fileiras ou renques de ârvores nativas<br />

ou plantadas, dispostas de modo que interrompam ou atenuem a<br />

velocidade do vento ou obstruam a descida da âgua na superficie de<br />

solo inclinado. O quebra-vento tem uma funçâo especial na defesa do<br />

solo porque serve de barreira contra a erosâo aérea e contra a enxurrada.<br />

No Posto Agricola do Rio Sâo Francisco é onde, entre outros lugares,<br />

o quebra-vento tem a sua aplicaçâo mais acertada e em maior<br />

escala. Os solos marginais do rio Sâo Francisco, trecho do sertâo, para<br />

serem cultivados, necessitam de quebra-ventos cada duzentos métros<br />

de intervalo. Os ventos quentes, soprando numa direçâo constante,<br />

além de transportarem a terra de cima, o estêrco, aceleram a evaporaçâo<br />

da umidade, impedem o enraizamento das plantinhas, dâo uma forma<br />

defeituosa as ârvores dos pomares desprotegidos, etc. As melhores<br />

ârvores para estes renques sâo o eucalipto, canafistula, oiti, tamarindo,<br />

craibeira, bambu, kapok. Para terrenos nâo irrigados, o melhor quebra-


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 633<br />

vento é deixar uma faixa de 10 métros de largura de capoeira sem roçar,<br />

disposta em ângulo reto em direçâo dominante do vento. A largura<br />

total do quebra-vento dépende 'muito das condiçôes locais e do intervalo<br />

entre cada faixa de ârvores.<br />

Uma largura de 10 m com intervalos de 100 a 200 m é ótima.<br />

Quanto mais altas sâo as ârvores, mais elas anteparam a corrente<br />

aérea. Este é outro fator a ser tornado em consideraçao, além do tamanho<br />

que se der aos talhöes cultivados entre as séries de faixas arborizadas.<br />

Hâ a objeçâo de que os quebra-ventos tomam muito espaço nas<br />

bacias de irrigaçâo, porém suas vantagens superam estas perdas. Com<br />

o aumento da populaçâo, nos terrenos irrigados, tornar-se-â critico o<br />

abastecimento de lenha e madeira; estas faixas arbqrizadas podérâo<br />

atenuar esta escassez.<br />

Na verdade, para a boa localizaçâo dos quebra-ventos é absolutamente<br />

indispensâvel que êles se jam plane j ados e pro j etados na mesma<br />

planta dos canais de irrigaçâo, na quai também devem figurar os drenos,<br />

as estradas, e a disposiçâo dos talhôes de cultura em relaçâo ao<br />

vento e à âgua.<br />

Os melhores quebra-ventos sâo aquêles que contêm duas ou mais<br />

espécies de ârvores, porque assim é possivel adensar mais a vegetaçào,<br />

conseguir uma parede mais alta e mais igualmente fechada, formando<br />

um anteparo mais eficiente contra o vento. O eucalipto em plantio<br />

puro nâo é perfeito quebra-vento, porque as ârvores adultas perdem<br />

os galhos inferiores e deixam passar o vento rasteiro. O ideal é plantar<br />

fileiras de ârvores de grande altura no centro e dos lados outras ârvores<br />

de porte médio e baixo; é conveniente também que ambas forneçam<br />

lenha ou madeira, cujas raizes nâo ataquem os canais quando prôximos<br />

e nâo se estendem muito lateralmente para nâo invadir os campos<br />

cultivados.<br />

A pastagem controlada significa transferir os animais de um pasto<br />

para outro, em rotaçâo sistemâtica, a fim de que nunca os capins desapareçam,<br />

que fique sempre um manto protetor na superficie, evitandose<br />

chegar ao "pasta rapado", que é o limite para o inicio da erosäo. A<br />

primeira medida necessâria para o contrôle dos pastos é a divisâo, por<br />

cêrcas, das grandes "mangas" da fazenda em pastos, com as areas determinadas<br />

pelo numéro de animais que se pode criar e o tempo de pastejamento<br />

que cada um pode proporcionar. Sem düvida que cercar uma<br />

fazenda nos seus limites e dividir duas ou très "mangas" jâ é alguma<br />

coisa, porém isso nâo é tudo; é preciso que o cercamento dos pastos e<br />

sua distribuiçâo sejam feitos tomando em consideraçao os bebedouros<br />

do gado, as estradas, os currais, os terrenos destinados as culturas e<br />

os que devem ficar para capoeiras e matas. As vêzes, a falta de forragem<br />

força o criador a pôr o gado no lote de capoeira em formaçâo, com<br />

o estrago de muitas mudas.<br />

O limite mâximo do pastejamento é o fator mais importante na<br />

conservaçâo do solo das invernadas, porque tôdas as vêzes que o terreno<br />

começa a desnudar-se manifesta-se nêle a erosâo e torna-se, depois, muito<br />

dificil a obtençâo de boa forragem.<br />

No pasto erodido, as leguminosas. desaparecem e os capins silicosos<br />

e as ciperâceas invadem o campo.<br />

Pior do que o excessivo pastejamento sâo as queimadas dos campos,<br />

sejam elas ocasionais ou propositais.<br />

O campo queimado no verâo é vitima do vento e no inverno é lavado<br />

pela enxurrada; nos dois casos, a cinza, o estêrcó, o câlcio e o fósforo<br />

sâo perdidos para a nutriçâo das plantas forrageiras e, portanto, para<br />

o gado.


634 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

O pasto demais pisoteado, de châo endurecido, pode ser melhorado<br />

também pela araçâo, plantio e cultura de urn ano e semeadura de capins.<br />

Na aracao de pastos em morro, teremos de cortar a erosâo com<br />

terraças.<br />

Para a boa exploraçâo das pastagens e eficiente conservaçâo do<br />

solo é preciso estabelecer o regime de pastejamento, ou melhor, o numero<br />

de animais e o numero de dias que podem pastar em cada divisâo de<br />

invernada ou campo, sem causar a destruiçâo da vegetaçâo ou do solo.<br />

A duraçào do pastejamento, por- sua vez, dépende da estaçâo do ano.<br />

No inverno, o mesmo pasto suporta o dôbro de reses do que no verâo.<br />

Nâo foi ainda fixada a capacidade de sustentaçâo dos pastos do<br />

Nordeste. Alias,.este é um assunto dificil por causa das sêcas, do tipo<br />

de solo, da umidade natural e da vegetaçâo forrageira. MAURO LADEIRA<br />

pesou, em Sâo Gonçalo, a produçâo de algumas forrageiras e encontrou<br />

os seguintes dados, por hectare: capins nativos verdes — 6 a 7 toneladas;<br />

feno de capim panasco — 11 toneladas; feno de ervanço — 5,4 toneladas;<br />

feno de capim milhâ — 5,3 toneladas; feno de diversos capins<br />

nativos associados — 5,0 toneladas. Um corte ünico de forragem, depois<br />

do inverno, nâo atinge a capacidade mâxima de produçâo de um<br />

hectare, porém é preciso esclarecer que os dados acima sâo de terreno<br />

de baixio, aluviâo; nos tabuleiros areniticos e nos altos, a produçâo de<br />

forragem anual é mais baixa do que a citada acima. É preciso. tomar<br />

em consideraçâo também a "rama" da vegetaçâo arbustiva, forrageira.<br />

Por outro lado, devemos deduzir a forragem apodrecida pelas chuvas<br />

ocasionais de verâo, os capins secos e fôlhas arrastadas pelo vento,<br />

o que foi pisoteado pelos animais, etc.<br />

O agrônomo FERNAN<strong>DO</strong> RAMOS fêz, no Pôsto Agricola de Condado,<br />

um ensaio para determinar a capacidade de pastar dos garrotes, na idade<br />

de 1 ano àté 2 anos. Esta experiência foi feita mediante pesagens<br />

cuidadosas antes e depois do pastejamento, controlando a âgua bebida<br />

e o pasto de capim rhodes. Resultou que os garrotes de 2 anos comeram<br />

quinze quilos de capim diàriamente.<br />

Significa um consumo de 5.500 kg de pasto por ano para bovines<br />

desta idade; mas com o crescimento aumentam as necessidades alimenticias<br />

até 30 kg diârios para o bovino adulto ou 9.000 kg por ano.<br />

Podemos calcular, para os pastos nativos do Nordeste, que um boi<br />

nécessita de dois a très hectares de pasto durante o ano, e um garrote,<br />

um hectare, em média. Haverâ, sem dûvida, lugares de aluviâo fértil<br />

e ümido em que um hectare sustenta um boi, porém sâo casos excepcionais.<br />

Estabelecida a capacidade de sustençâo dos pastos, em média, de<br />

dois hectares para um bovino adulto, poderemos considerar a rotaçâo<br />

do pastejamento.<br />

Adotando-se um sistema de pastejamento rotativo-intermitente,<br />

periodo em que certo numéro de reses é pôsto a aproveitar determinado<br />

pasto de ârea conhecida e depois é mudado para outro campo, ficando<br />

aquêle em repouso, os animais encontram cada dia forragem suficiente,<br />

sem andar mui to e sem prejudicar a cobertura do solo. Mudando-se<br />

cada dois ou très meses os animais para pastos diferentes, estariamos<br />

fornecendo forragem melhor e defendendo o solo contra o desnudamento<br />

e a erosâo. Assim, durante 12 meses do ano, os lotes de animais<br />

deverâo pastar em periodos diferentes nos diversos campos da fazenda,<br />

com intervalos de descanso para cada pasto. Por este motivo é indispensâvel<br />

que, em vez de poucas "mangas" muito grandes, tenhamos<br />

maior numero de pastos cercados com area menor. Nesta distribuiçâo<br />

de pastos é de tôda conveniência reservar uma ârea para os prados de


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 635<br />

fenacäo ou um cercado com boa vegetaçao de forrageiras para corte em<br />

maio-junho e armazenamento do feno em medas no próprio campo.<br />

Esta sera a réserva forrageira de sêca ou periodos escassos. No Pôsto<br />

Agricola de Condado, a meda de capins nativos, feita no campo, durou<br />

9 anos e, após este tempo, foi totalmente consumida pelo gado.<br />

Ficou provado que quem faz feno guarda alimento para qualquer<br />

falta futura.<br />

A boa conservaçâo dos pastos, além de garantir a saûde e a reproduçào<br />

dos animais, é o meio mais econômico de conservar o solo de<br />

mais de metade da area das fazendas. O abandono dos campos destinados<br />

aos pastos, a falta de cêrcas divisórias para sistematizar o pastejamento,<br />

a criaçâo de maior numero de animais do que a ârea comporta,<br />

sâo as causas mais fréquentes do desnudamento da terra e for-<br />

'maçâo das enxurradas que deixam o solo cada vez mais pobre.<br />

O arrancamento das plantas tóxicas, dos arbustos inüteis do grupo<br />

mofumbo — marmeleiro e outros — deve ser feito periôdicamente com<br />

a semeadura de capins para aumentar a densidade vegetativa das forrageiras<br />

e, conseqüentemente ,evitar mais a erosâo e produzir mais forragem<br />

por unidade de ârea.<br />

Com exceçâo da introduçào de algumas forrageiras exóticas e do<br />

cultivo limitado de algumas gramineas, os criadores do Nordeste nâo<br />

têm dedicado nenhuma atençâo ao melhoramento das pastagens, apesar<br />

da importância da pecuâria e da colossal superficie de terra explorada<br />

pelo gado.<br />

Nâo é possivel melhorar os pastos sem cuidarmos da conservaçâo<br />

do solo. Nâo pode existir pastagem boa e permanente na terra erodida.<br />

A divisâo dos pastos, o seu cercamento, a rotaçâo do pastejamento,<br />

o arrancamento das plantas nocivas e inüteis, a semeadura de forrageiras,<br />

sâo providências iniciais para a conservaçâo do solo e proteçâo dos<br />

recursos naturais que devem ser completadas, onde fôr necessârio, com<br />

o sulcamento em curva de nivel, gradeaçâo ou araçâo para facilitar a<br />

absorçâo e economia da âgua.<br />

Nos terrenos da Uniâo, nos açudes publicos, os trechos escolhidos<br />

para pastos devem ser tratados e zelados conforme o programa acima<br />

traçado.<br />

Capoeiras ou matas — Sabendo que a caatinga, a capoeira e a mata<br />

protegem o solo com maior eficiência contra a erosâo, devemos procurar<br />

reflorestar os terrenos mais suscetiveis le lavagem pelas âguas.<br />

Em tôda fazenda existem talhôes que, devido à presença de pedras,<br />

ao déclive, à pobreza do solo, etc., nâo servem para pastos nem para<br />

culturas. Êles devem ser tratados para a formaçâo de matas. As primeiras<br />

providências consistem no cercamento, na proteçâo da vegetaçao<br />

nativa que jâ existir e no plantio dos "claros" com ârvores aconselhâveis,<br />

por meio de sementes, no inverno.<br />

Outra medida é evitar a queima e a entrada do gado.<br />

Auxiliando a Natureza, em pouco tempo um stand florestal estarâ<br />

formado, com o triplice beneficio de protéger o solo, abrigar a fauna<br />

util e fornecer lenha e madeira que tôda fazenda nécessita muito.<br />

Meios técnicos de engenharia usados para a proteçâo do solo e da âgua<br />

Além do emprêgo de plantas e de métodos culturais para a defesa<br />

do solo e economia da âgua, existem, até hoje jâ comprovados como<br />

eficientes, os processus de engenharia, conhecidos sob os nomes de contôrno,<br />

sulcamento, subsolagem, terraças, drenos, diques e barragens.


636 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

A aplicaçào de cada um dêstes processos dépende das condiçôes locais<br />

e, muitas vêzes, é preciso o emprêgo conjugado de dois dêles.<br />

O sulco em contôrno, oü o sulcamento do solo em curva de nivel,<br />

é um meio que se pode empregar para diminuir a erosâo em terreno<br />

de pasto, solo profundo. Estes sulcos, acompanhando o contôrno do<br />

terreno, podem ser feitos com o arado ou qualquer sulcador comum,<br />

porém é mais eficiente fazê-los com o subsolador Killefer na profundidade<br />

de vinte centïmetros. Estes cortes transversais ao greide do terreno<br />

sâo feitos com o intervalo de 1 a 2 m, em série de 3 sulcos paralelos, e<br />

deixa-se em baixo um trato de terra de 10 a 20 m de largura sem sulcar,<br />

em seguida outra série de 3 sulcos em contôrno, e assim por diante.<br />

A enxurrada que tem inicio na faixa livre é absorvida pelos sulcos<br />

de baixo.<br />

A finalidade dos sulcos, sejam êles feitos com arado, sulcador ou<br />

aparelho especial, é obrigar a âgua a penetrar no solo, o que significa<br />

uma economia de chuva. Esta penetraçâo da âgua mais ràpidamente<br />

e em maior quantidade no solo résulta em umidade mais duradoura e<br />

melhor vegetaçâo.<br />

Apesar de o sulcamento ser mais próprio para pastagens, é êle também<br />

utilizado para campos de cultra sob o nome de "sistema Killefer",<br />

originârio da California.<br />

Como o sulco tem grande influência na penetraçâo da âgua na terra,<br />

êle é usado também para terrenos pianos, sejam de pastos ou de<br />

lavouras, desde que a compacidade do solo exija o seu emprêgo. É o<br />

caso do tratamerito do "Salâo" pela subsolagem "Killefer", que deve ser<br />

completada com o tratamento quimico da gessagem. Uma correçâo desta<br />

natureza é uma verdadeira recuperaçâo ou restauraçâo do solo.<br />

Em solo arenoso, de déclive nâo muito acentuado, é posïvel fazer<br />

camalhôes em curva de nivel, usando uma grade de disco com o ângulo<br />

bem fechado. A âgua infiltrar-se-â na concavidade dos camalhôes<br />

sem escorter.<br />

Terraços ou terraceamento sâo banquetas de terra ajustadas ao<br />

greide do tereno, destinadas principalmente a deter o curso da enxurrada<br />

resultante das chuvas torrenciais e manter maior teor de umidade<br />

nos solos de clima pouco chuvoso. É, portanto, urn meio artificial usado<br />

para climas ümidos e secos. O teraço pode ser feito em forma de rêgo,<br />

de vala, de canal ou de trincheira, dependendo de se o tereno exige um<br />

contrôle mais brando ou mais enérgico da enxurrada.<br />

A forma bâsica do tereno de campo é um leito de terra feito artificialmente<br />

corn arado e triângulo de madeira ou com plaina terraceadora,<br />

em que a terra removida é encostada para o lado de baixo, mantendo<br />

o comprimento sempre em nivel ou com pequeno escoamento depois dos<br />

primeiros cem métros de extensâo.<br />

O espaçamento de um terraço para outro e a secçâo transversal do<br />

corte na terra (largura e altura) sâo determinados pela topografia do<br />

terreno,, clima e cultura que sera plantada. Jâ foram feitos estudos<br />

expérimentais nos EE.UU. e as tabelas organizadas dâo tôdas as informaçôes<br />

para o caso.<br />

Quando construidos em zonas chuvosas, os terraços devem despejar<br />

o excesso d'âgua nâo absorvido pelo solo em uma canaleta ou coletor<br />

que conduza este excesso para os riachos; estes coletores devem<br />

ser sempre gramados ou cobertos de capim para nâo serem erodidos e<br />

forçar a deposiçâo do material sólido contido na âgua. A âgua excedente<br />

dos terraços também pode ser derivada para uma floresta ou um<br />

campo bem empastado.


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 637<br />

Os terraços podem ser divididos em 3 tipos: 1) terraço de banqueta;<br />

2) terraço ondulado; 3) terraço simples. O tipo de banqueta é próprio<br />

para morro onde vai se fazer plantio de pomares,, porque permite operaçôes<br />

culturais na linha horizontal. É o tipo mais eficiente no contrôle<br />

da erosâo e o mais caro porque, em gérai, é construido manualmente.<br />

O tipo de terraço ondulado é totalmente feito com a plaina ou o<br />

triângulo de madeira, em terrenos sujeitos à erosâo e onde outros processos<br />

de contrôle nâo foram suficientes; emprega-se este tipo em solos<br />

de mais de 4% de déclive.<br />

O terraço simples é usado em solo ameaçado pela enxurrada como<br />

auxïlio aos outros meios e onde a mâquina pode passar sem dificuldade.<br />

O terraço pode ser em nivel ou com pequena declividade para uma<br />

das extremidades. Em gérai, a declividade do canal dentro do terraço<br />

aumenta cada 100 m ou 150 m de "extensâo na direçâo do despejo no<br />

coletor de enxurrada.<br />

Nas zonas de muita chuva e solo de média capacidade de absorçâo,<br />

usa-se uma queda de 10 cm para os primeiros 150 m de extensâo, depois<br />

de 20 cm para os segundos 150 m de comprimento, 30 cm para os<br />

terceiros 150 m, e assim por diante.<br />

Para os climas pouco chuvosos, os primeiros 150 m sâo construidos<br />

em nivel, depois de 12 cm de queda para 180 m de extensâo é 24 cm<br />

de inclinaçâo para outros 180 m de comprimento.<br />

A extensâo, ou comprimento total de um terraço, tem limites: 500<br />

m é o mâximo permitido para um terraço que transporta âgua. Se o<br />

campo fôr mais extenso, é preciso colocar um coletor recebendo âgua<br />

dos terraços em cada 500 m de comprimento.<br />

O espaço entre um terraço e outro é regulado pela inclinaçâo do<br />

solo e erosibilidade. O principio que governa este espaçamento é construir<br />

os terraços de modo tal que a chuva caida nâo forme enxurrada e<br />

seja detida antes de adquirir velocidade. Um terreno com 6% de déclive<br />

terâ um espaço mâximo de 22 m e minimo de 16 m entre dois terraços.<br />

A secçâo transversal dos terraços esta sujeita a très requisites principals:<br />

1) ter ampla capacidade de canal para deter a enxurrada; 2)<br />

taludes suaves para evitar o caimento da terra no f undo e para permitir<br />

o cultivo mecânico; 3) ser de construçâo econômica.<br />

A ârea da secçâo transversal dos terraços sera de mais ou menos<br />

um metro quadrado, ou sejam 1,20 m de largura no fundo, 3,60 m de<br />

largura do tôpo e 0,37 m de profundidade no canal. A capacidade de<br />

transporte de âgua no fundo dêste terraço sera de 375 mm a 500 mm<br />

e a largura total do terraço sera de 4,5 m a 12 m, dependendo<br />

do greide do terreno e o tipo de maquinaria agricola usada na cultivaçâo.<br />

A inclinaçâo dos taludes pode ser de 1,5. Na conservaçâo de pastos<br />

a secçâo do terraço póde ser bem menor.<br />

O primeiro passo no planejar o terraceamento de um terreno é<br />

fazer um mapa topogrâfico com as curvas de nivel de 25 em 25 cm da<br />

linha vertical. Como nem sempre é possivel conseguir este mapa, os<br />

terraços também podem ser feitos mediante um reconhecimento da<br />

ârea, e depois marcar o primeiro terraço em cima, colocando estacas de<br />

10 em 10 m de distância, com a declividade exigida. Quando nâo se<br />

tem um instrumento de nivel, usa-se uma régua comprida, de madeira,<br />

com nivel de pedreiro. É conveniente marcar todos os terraços com estacas,<br />

depois verificar se nâo hâ necessidade de mudar algumas devido<br />

as dobras do terreno. Depois que todos os terraços estâo estaqueados<br />

inicia-se a construçâo, começando de cima.


638 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Quando a construçâo vai demorar, usa-se fazer um sulco com o<br />

arado, passando pelas estacas do nivelamento, e este rêgo mantém a<br />

marcaçâo por muito tempo.<br />

As mâquinas para construir terraços sâo: o arado e o triângulo de<br />

madeira para quem nâo tem outro equipamento; o arado vai na f rente,<br />

cortando e afofando a terra, e o triângulo vem atrâs, puxado por outra<br />

junta de bois, encostando a terra para o lado de baixo. Continua-se a<br />

passai' o arado e o triângulo até que o terraço tenha a largura e a profundidade<br />

convenientes; entâo, faz-se novo nivelamento no sentido do<br />

comprimento para correçâo dos pontos altos e baixos no fundo da terraça.<br />

Esta correçâo é feita a enxada.<br />

Para serviço de vulto na construçâo de terraços recorre-se à mâquina<br />

terraceadora, à plaina, acionadas a trator ou a boi; com este equipamento<br />

a confecçâo de terraços é mais râpida, mais barata e mais<br />

perfeita. A "pâ de cavalo" e o scraper também sâo mâquinas auxiliares<br />

dêste serviço. Para boa conservaçâo do terraceamento é preciso que,<br />

no caso de o tereno ser destinado à lavoura, a araçâo, o plantio e o cultivo<br />

sejam feitos em linhas paralelas com o terraço.<br />

Drenagem — Para as terras de baixio das zonas ûmidas ou para<br />

terrenos irrigados näo é possivel a conservaçâo das boas propriedades<br />

do solo ou o seu melhoramento sem a execuçâo de serviços de drenagem<br />

. •<br />

Ela tem por fim remover o excesso d'âgua do solo para que as raizes<br />

possam respirar, lavar as impurezas ou sais nocivos que se formam e<br />

se acumulam na zona das raizes, permitir a oxidaçâo, o aumento da<br />

porosidade nos terenos endurecidos e proporcionar culturas em terras<br />

antes enxarcadas ou aumento de ârea .util.<br />

Hâ duas classes de drenos: os superficiais e os subterrâneos. Os<br />

primeiros têm a funçâo de facilitar a saida da âgua de chuvas empoçadas<br />

nas depresöes, e os segundos, retirar a âgua em demasia, que se<br />

acumula dentro do solo, em nivel capaz de ofender as raizes.<br />

Os drenos subterrâneos podem ser abertos ou encobertos, dependendo<br />

se queremos ou näo que as mâquinas tenham livre movimento sobre<br />

a faixa drenada. O dreno subterrâneo pode também funcionar como<br />

esgotante da âgua superficial, dependendo da sua construçâo.<br />

O teor de âgua no solo e a presença de sais nocivos é o que détermina<br />

a necessidade da drenagem, sua profundidade, distância e secçâo dos<br />

drenos. Nas bacias de irrigaçâo, a drenagem compléta as outras medidas<br />

que devem ser tomadas para a boa conservaçâo do solo agricola.<br />

O primeiro conhecimento que é preciso ter do solo irrigado, antes<br />

de estabelecer um projeto de drenagem, é localizar o nivel do lençol subterrâneo<br />

da âgua e as manchas salgadas ou onde hâ a tendência para<br />

a saïga. Estes dois pontos criticos merecem ser conhecidos para poupar<br />

trabalho, despesas e corrigir com rapidez as manchas de terra mais sujeitas<br />

à açâo dos cloretos ou dos carbonatos de sódio.<br />

Sabendo-se a profundidade da âgua e os pontos de concentraçâo<br />

dos sais, nos estamos em condiçôes de evitar a subida da âgua subterrânea<br />

para a superficie, causa da saiga, e os tratos de terra em salgamento,<br />

que exigem a nossa imediata atençâo para correçâo. Hâ trechos<br />

de terra jâ salgados antes da irrigaçâo, hâ outros com propensäo a salgar<br />

e ainda terceiros que nunca salgarâo. Nâo é necessârio e nem podemos<br />

econômicamente drenar intensivamente todos os trechos cultivados<br />

de uma bacia de irrigaçâo. O problema consiste em saber onde<br />

estâo os pontos criticos da salinizaçâo é procurar evitâ-la ou corrigi-la.<br />

A formaçâo dos alcalis nos climas semi-âridos é explicada pelos<br />

agrologistas como dévida à abu-ndància dêstes sais nas rochas desinte-


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 639<br />

gradas com deficiência de lavagem. Com a açâo continua do intemperismo,<br />

combinada com uma evaporaçâo maior do que a precipitaçâo, hâ<br />

acumulaçâo de sais diversos, dentre os quais os alcalis se sobressaem<br />

pela tendência de saturaçâo. Este problema da salinizaçâo é comum<br />

a tôdas as zonas sêcas do mundo submetidas à irrigaçâo.<br />

A drenagem, corrigindo a saïga ou evitando-a, permite manter o<br />

solo em produçâo, desde que outras medidas complementares de conservaçâo<br />

sejam providenciadas; ela é uma medida especifica para terra<br />

enxarcada ou salinizada e é insuficiente por si só para manter a fertilidade<br />

de um solo.<br />

Tôdas as vêzes que a âgua do subsolo aproxima-se de urn metro<br />

da superficie e que o solo ou a âgua contenham sais nocivos, a drenagem<br />

précisa ser feita para afastar o nivel hidrico a 1 1/2 metro de profundidade.<br />

Devido a que as camadas impermeâveis do solo variam de profundidade<br />

e de espessura, o nivel da âgua subterrânea esta sujeita a<br />

imensas graduaçôes de profudidade a curta distância.<br />

A razâo porque alguns trechos irrigados nâo salgam é a boa permeabilidade<br />

do subsolo com escoamento direto para leitos de rios ou drenos.<br />

A vigilância do nivel d'âgua no solo e da salinizaçâo é exercida<br />

pelas observaçôes constantes das sondagens de trado feitas nas bacias<br />

de irrigaçâo.<br />

A distância entre cada dreno coletor aberto esta subordinada à<br />

topografia e à vazâo da âgua a escoar; a profundidade nunca sera inferior<br />

a 2 m porque os coletor es recebem âgua dos drenos encobertos (subterrâneos),<br />

que precisam ter, no minimo, urn e meio metro de profundidade<br />

.<br />

O intervalo entre urn e outro dreno subterrâneo varia conforme o<br />

grau de salinizaçâo, a intensidade da cultura, o custo e a topografia;<br />

pode ser de dez a cinqüenta métros.<br />

A cobertura do dreno com terra basea-se na necessidade da movimentaçâo<br />

de mâquinas nas operaçôes culturais, na presença de canais<br />

e na economia de ârea.<br />

O material drenante do fundo dos drenos cobertos pode ser pedra<br />

arranjada com brita ou manilha com camada de cascalho.<br />

Quando os drenos cobertos sâo longos, urge contrui-los com boa<br />

declividade para que a velocidade da âgua escoante nâo facilite a sedimentaçâo<br />

de material silicoso ou argiloso no interior.<br />

Para drenos de manilha ou de pedra, uma declividade de 10 a 20 cm<br />

por 100 é boa, se a topografia do terreno assim o permite; os drenos<br />

abertos, por causa da erosäo nos taludes, nâo devem ter mais de 5 a 10<br />

cm de queda para cada 100 de comprimento.<br />

A seleçâo das manilhas para os drenos é muito importante, pois<br />

elas devem ser porosas, para resistir a pressâo da terra, e nâo serem<br />

desintegrâveis pelo sal. A manilha de barro é mais resistente ao sal e à<br />

pressào, porém sâo muito mais caras.<br />

O nivelamento do fundo do dreno e a retidâo da base de manilha<br />

sâo fatôres essenciais para o bom funcionamento e para a conservaçâo<br />

do sistema. Para melhor garantia, é prudente que a manilha seja<br />

assentada em calçamento de pedra e coberta de brita para retençâo da<br />

silica.<br />

DIQUES E BARRAGENS<br />

Além dos meios jâ citados para economizar solo e aproveitar a âgua,<br />

temos nos diques e barragens um dos meios mais eficientes. Em muitos<br />

casos nào basta evitar a enxurrada, o transporte do solo; é preciso<br />

também reter a âgua para aplicaçâo posterior. Por isto lançamos mâo<br />

dos diques de terra, de pedras, de madeira, de tijolos nas gargantas ou


640 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

grotas apertadas ou onde um curso d'âgua passa estrangulado entre<br />

dois morros.<br />

O dique quebra a velocidade da âgua, estanca-a, força a deposiçao<br />

do material sólido, evitando a erosâo, formando uma réserva d'âgua<br />

como lagoa ou açude. A parede pode ser larga ou estreita, alta ou baixa,<br />

dependendo da vazäo do córrego, da prâtica de construçâo, do capital<br />

disponivel, do material que se tem e das caracteristicas do local. Em<br />

gérai, os diques e baragens construidos por fazendeiros tem desde 1<br />

até 10 m de altura, dependendo se os mesmos se destinam para bebedouro,<br />

contrôle de erosâo, vazantes, irrigaçâo, etc. Qualquer reservatório<br />

d'âgua représenta um grande melhoramento na fazenda. Na construçâo<br />

de um dique ou barragem temos de antes considerar ou estudar a fundaçào<br />

(material e profundidade), o sangradouro (custo e resistência do<br />

material), o volume do dique da barragem, a facilidade de material da<br />

construçâo no local, a vazäo do curso d'âgua em relaçâo ao reservatório<br />

que queremos formar, a existência ou nâo de terras a jusante para<br />

culturas, terras de montante para vazante, etc.<br />

Além da conservaçâo do solo e da âgua, o açude possibilita o plantio<br />

de vazantes nas terras frescas, permite a irrigaçâo e produz o peixe.<br />

Na fazenda sertaneja, a vida humana e animal gira em tôrno do<br />

açude; êle é o centro de interesse econômico que garante a estabilidade<br />

da emprêsa.<br />

Mas a barragem näo é sómente um retentor do solo; ela exerce uma<br />

funçâo prépondérante na economia da regiâo e na preservaçâo dos recursos<br />

materials do pais. Prendendo a âgua e fixando a terra agricola,<br />

ela cria um conjunto de condiçôes favorâveis à vida animal e<br />

vegetal em tôrno; ela permite urn adensamento de populaçâo humana,<br />

vegetal e animal que forma centros de interesses produtivos, educativos<br />

e sociais; ela faz convergir forças naturais e humanas em harmonia<br />

com as necessidades essenciais da vida para um progresso e bem-estar<br />

gérais de modo mais racional e permanente. Estreitando as relaçôes<br />

entre a terra, a âgua, a planta, o animal, o hörnern, a escola, a igreja,<br />

a técnica e a cooperativa, o açude atrai os fatôres mais decisivos do<br />

melhoramento em tôrno de si para congregar a açâo sincronizada na<br />

conquista econômica da zona sêca.<br />

O açude é muito mais do que uma obra de engenharia; êle é um<br />

mundo em miniatura onde, à exuberância da Natureza, se aliam as<br />

emoçôes humanas, nem sempre conciliâveis, em procura do confôrto, do<br />

bem-estar e da Felicidade.<br />

Entretanto, a localizaçâo da obra tem de ser estudada para o mâximo<br />

proveito dos recursos naturais; näo basta conhecer o boqueirâo,<br />

a descarga, o solo, o material de construçâo; é preciso, hoje, com a descoberta<br />

de grande riqueza minerai do Nordeste, saber também que tesouro<br />

se esconderâ debaixo da bacia hidrâulica, se a âgua näo vai cobrir<br />

uma jazida de elevado valor mineral e estratégico, uma riqueza<br />

maior do que aquela que a obra iria nos proporcionar.<br />

A iniciativa particular, construindo diqües, levantando barragens,<br />

aproveitando lagoas, muito ajuda a açâo do Govêrno no piano de defesa<br />

contra o clima.<br />

Na escolha do local adequado para construir um dique ou barragem,<br />

o fazendeiro précisa considerar a existência de uma "garganta",<br />

a capacidade de armazenamento d'âgua em relaçâo ao volume do maciço,<br />

a topografia a montante e a jusante, a acessibilidade do material<br />

de construçâo, as condiçôes do sangradouro, o comprimento e a altura<br />

do maciço, etc., antes de qualquer decisâo. Os locais de construçâo mais<br />

econômicos sâo sempre as grotas apertadas com boa fundaçâo e terrenös<br />

pianos a jusante. A capacidade de armazenamento dépende da<br />

vazâo do riacho a ser pinçado, descarga esta que é derivada do deflûvio


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 641<br />

medio. De modo geral, podemos dizer que a ârea de captaçâo d'âgua,<br />

em quilômetro quadrado, multiplicada por 70.000 m* d'âgua, darâ, com<br />

certa aproximaçâo, o volume d'âgua armazenâvel cada ano pelo reservatório.<br />

Achado o volume provâvel d'âgua que o riacho darâ por ano,<br />

poderemos calcular a altura, o comprimento e a largura da barragem,<br />

conforme o material de construçâo: terra, tijolo ou pedra.<br />

A capacidade de repleçâo pode ser estimada, depois do estudo topogrâfico,<br />

multiplicando-se o comprimento da linha d'âgua no eixo do<br />

córrego pela largura média do reservatório, vêzes um têrço da altura<br />

da âgua. Formula: CxLx = V.<br />

3<br />

A decisâo do material a ser empregado na construçâo de uma barragem<br />

dépende das condiçôes da fundaçâo revelada pelas sondagens,<br />

do material mais barato encontrado no local e da capacidade do reservatório.<br />

Pode existir muita pedra no local, mas a fundaçâo nâo permitir<br />

o emprêgo da alvenaria. Se o alicerce assentar em boa rocha e se<br />

a pedra tiver de ser trazida de longe, o fazendeiro deverâ adotar uma<br />

barragem de terra.<br />

A classificaçâo das barragens pode ser feita, a grosso modo, em dois<br />

tipos: 1) acumulaçâo acima do solo; 2) subterraneas. Na verdade, tôdas<br />

as barragens acumulam âgua acima do solo ou dentro da terra. As<br />

barragens de derivaçâo e vertedoras sâo as do primeiro tipo e nelas o<br />

sangradouro é lateral, no primeiro caso, e por cima do maciço, no<br />

segundo.<br />

Queremos chamar a atençâo dos particulares para as grandes vantagens<br />

das barragens subterrâneas tâo pouco empregadas no Nordeste,<br />

ïödas as vêzes que acumulamos âgua acima do solo nos a expomos a<br />

uma grande evaporaçâo.<br />

Para darmos uma idéia de como é grande a evaporaçâo nos açudes<br />

citamos que, pelas mediçôes de âgua do S.A.I., os açudes püblicos<br />

de capacidade de 30 milhôes a 68 milhôes evaporam por ano 8 milhôes<br />

a 15 milhôes de métros cübicos d'âgua, ou sejam, 22 mil a 41 mil métros<br />

cûbicos d'âgua por dia, variando com as condiçôes locais de topografia<br />

mais aberta ou mais fechada, altura d'âgua, direçâo e intensidade dos<br />

ventos, temperatura, etc. Sendo a dose liquida de âgua de irrigaçâo<br />

aplicada nas culturas, média dos açudes, por hectare-ano, de 8.000 m 3 ,<br />

e sendo a dose bruta, média, de 70.000 rn s , vemos que a evaporaçâo e<br />

infiltraçâo dentro do reservatório e em transito nos canais somam 8<br />

a 9 vêzes mais do que a âgua aplicada nas culturas.<br />

Considerando o fator "evaporaçâo", é preciso que uma reprêsa tenha<br />

uma capacidade razoâvel para poder irrigar. Por este motivo é<br />

que as barragens subterrâneas, acumulando âgua dentro do solo e no<br />

subsolo com muito menor exposiçâo à evaporaçâo, levam uma grande<br />

vantagem em relaçâo as reprêsas comuns.<br />

A segunda comparaçâo — custo: as subterrâneas podem ser executadas<br />

com menos material, menor tempo e menos despesa porque elas<br />

consistem apenas numa cortina impermeabilizadora interceptando o<br />

lençol freâtico de um córrego, riacho ou rio. Considerando a localizaçâo,<br />

as subterrâneas nem sempre precisam de um boqueirâo; basta encontrar-se<br />

urn baixio profundo, bom de cultura, que, em certo ponto abaixo,<br />

tenha a camada impermeâvel aflorando, ou perto da superficie.<br />

Por meio de sondagens ao longo e através de baixios ou vales de aluviöes,<br />

o hörnern procura conhecer a qualidade do solo, sua profundidade<br />

e em que ponto a camada impermeâvel ou a pedra estâo mais perto<br />

da superficie; ai faz-se um valado transversal ao eixo do córrego ou<br />

do baixio até descobrir-se bem a pedra, ou piçarra ou a argua compacta<br />

desde uma ombreira até a outra. Dentro dêste valado ou fundaçâo cons-<br />

— 41 —


642 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

troi-se uma parede de terra ou de alvenaria capaz de vedar a passagem<br />

da âgua, levantando-a até um metro ou mais acima do chäo. Ai teremos<br />

urn açude de vazantes.<br />

As âguas das chuvas e do córrego sâo represadas até a altura da<br />

parede, infiltram-se no solo e subsolo até saturâ-lo, e o excesso passa<br />

por cima da parede no ponto em que deseja e onde se tornar am as precauçôes<br />

para a sangria.<br />

Depois do inverno, a vârzea ümida é plantada de cima para baixo,<br />

à medida que a âgua superficial vai-se evaporando e deixando o solo<br />

saturado de uma umidade para a planta desenvolver-se durante o verâo.<br />

Deve-se dar preferência a uma vârzea bem plana, na quai um represamento<br />

minimo possa umedecer e saturar uma grande planicie.<br />

Na barragem subterrânea prôpriamente dita, o coroamento respalda<br />

com o nivel do chäo, nâo havendo acumulaçâo d'âgua acima do<br />

solo como no açude de vazantes. Entretanto, o efeito é o mesmo nos<br />

dois casos: armazenamento da âgua abaixo do châo para aproveitamento<br />

com culturas de verâo. O açude de vazantes, dada a pequena<br />

altura da parede acima do châo, é feito de propósito para secar a âgua<br />

superficial no verâo e permitir usar o solo fresco com lavouras. G açude<br />

particular, como construido atualmente, devido à elevaçâo da parede,<br />

nâo facilita a sangria anual, e dai résulta, as vêzes, uma formaçâo<br />

de salinidade a montante. Por outro lado, o açude particular proporciona<br />

excelente meio para a criaçâo de peixes, o que nâo acontece com o<br />

açude de vazantes e com a barragem subterrânea. Enfim, a adoçâo de<br />

qualquer processo para o aproveitamento da âgua no Nordeste sêco é<br />

uma questâo que dépende do local, das necessidades da fazenda e do<br />

gôsto do fazendeiro.<br />

Continuando com a comparaçâo, firmamos que no açude de vazantes<br />

ou na barragem subterrânea nâo hâ o perigo de saïga das terras,<br />

nâo hâ necessidade de drenagem, porque o sal que porventura acumular<br />

na superficie, num verâo, sera levado pelas âguas do proximo inverno<br />

e lançado para fora pela cheia, na sangria. Cumpre notar que<br />

devemos prever a sangria todos os anos mediante o câlculo da altura<br />

da parede do châo em funçâo da descarga do riacho. Se acontecer,<br />

com o tempo, que a montante da parede seja aterrada, colmatada pelo<br />

material carregado pelas âguas, levantaremos mais a parede e ficaremos<br />

com um solo "mais profundo a montante e maior porçâo de umidade<br />

retida.<br />

Outra conveniência dêste tipo de represamento é que a terra coberta<br />

d'âgua provisôriamente é tôda plantada no verâo, o aluviâo é<br />

todo utilizado, ao passo que no açude o aluviâo fica perdido debaixo<br />

d'âgua.<br />

Um caracteristico que nâo deve ser esquecido no emprêgo da barragem<br />

subterrânea é que ela aproveita bacias de captaçâo muito pequenas,<br />

de 5, 10, 15, 20 quilômetros quadrados de captaçâo, que dâo<br />

enxurradas de 350 mil métros cubicos a 1.500.000 m 3 anuais, volume<br />

que uma barragem de derivaçâo perde por evaporaçâo.<br />

Numa zona em que o solo de aluviâo existe em pequena proporçâo,<br />

a barragem subterrânea facilita o seu cultivo quase integral porque<br />

onde näo der barragem subterrânea o fazendeiro farâ lavouras de inverno,<br />

e nos locais apropriados para este tipo de reprêsa êle usarâ culturas<br />

de verâo. A barragem subterrânea é um açude de vazantes. O<br />

criador de gado tem nestas areas umedecidas um grande refrigério no<br />

verâo para produzir enormes quantidades de forragem verde para os<br />

animais, podendo ainda preparar muito feno na estaçâo sêca para as<br />

épocas de escassez. Além do emprêgo de barragem, sob as suas diversas<br />

modalidades, como meio de reter âguas, hâ, ainda, outros processus


ALVENARIA<br />

DI<br />

PEDRA<br />

I/IOO<br />

Esc. HORIZONTAL //5oo<br />

ACUDE DE VA SANTES<br />

VA'RZEA DE 4ooxtooo-40 HECTARES<br />

VOLUME PROVAVEL DAGUA ACUMULA<strong>DO</strong> ACIMA 00<strong>SOLO</strong> 200.000m*<br />

" >_l Z '1 DENTRO '• 4OO.OOO ni *<br />

SANGRIA ANUAL PROVAVEL PARA LAVAQEM <strong>DO</strong> SAL 200.000 t.i »<br />

BAC/A DE CAPTAÇÂO 30 KM 2<br />

D'jtOUA


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ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 643<br />

mais simples, menos eficientes, porém que servem sempre para aproveitar<br />

as menores areas. Säo os diques, as levadas, as marächas, etc.,<br />

que podem favorecer os desvios de âguas de córregos ou riachos para<br />

terrenos com condiçôes de embebê-las para aumentar a umidade natural<br />

da terra a pon to de garantir o êxito de uma cultura. Os croquis<br />

anexos däo uma idéia do emprêgo dêstes processos, cuja aplicaçâo dépende<br />

absolutamente das condiçôes locais.<br />

Apresentando as vantagens da barragem subterrânea e de açude<br />

de vazantes como meios prâticos no aproveitamento de pequenas âreas,<br />

de condiçôes especiais de topografia local, queremos frisar que nâo somos<br />

exclusi vistas a ponto de julgar que estes meios se jam bastantes para<br />

resolver os problemas da terra sêca. Somos de opiniâo que säo necessârias<br />

as grandes, médias e pequenas barragens na luta contra as sêcas,<br />

mas que também os fazendeiros nâo estâo dando a dévida importância<br />

ao processo mais simples de aproveitar o solo e economizar a<br />

àgua por meio das barragens subterrâneas, dos diques, das marächas,<br />

dos desvios dos cursos d'âgua, etc., que facilitam o espalhamento do<br />

lïquido sobre as vârzeas, procurando armazenâ-lo no solo ou conseguir<br />

terra mais ûmida.<br />

CONCLUSÖES<br />

1) A ârea compreendida no poligono das sêcas é de uma instabilidade<br />

biológica extrema em face da irregularidade climâtica<br />

e do impreparo da populaçâo para usar métodos agricolas<br />

protetores do solo, da vegetaçâo nativa, da âgua e da fauna<br />

util.<br />

2) Urge estudar o aproveitamento da flora nativa como meio de<br />

protéger, melhorar ou de restaurar a produtividade da terra<br />

num sistema de lavoura racional.<br />

3) A formaçâo de caatingas, de agrestes, de vegetaçôes arbóreas<br />

e arbustivas devem ser estimuladas por meio de plantios, de<br />

cêrcas, ou de proteçâo das espécies nativas para o fornecimento<br />

de madeiras, para a cobertura do solo e para o abrigo<br />

da fauna.<br />

4) O aumento das populaçôes humana e animal na regiäo sêca<br />

ao lado da sua irnportância geografica obriga a cada servïço<br />

agricola a incluir nos seus programas trabalhos de conservaçâo<br />

dos recursos naturais, renovâveis.<br />

5) As âreas cultivadas com irrigaçâo e irrigâveis säo muito pequenas,<br />

em face das necessidades alimentares da populaçâo;<br />

representam grandes valores pelo vulto das obras de deîesa<br />

contra as sêcas e continuam na posse de proprietaries que nâo<br />

acreditam nos efeitos da erosâo, da salinidade e do empobrecimento<br />

do solo.<br />

6) Os solos das bacias de irrigaçâo dos açudes püblicos säo quimicamente<br />

férteis, porém explorados intensivamente nâo dispensam<br />

os corretivos, a vigilâneia continua e o emprêgo de métodos<br />

conservadores, assim como têm exigido tôdas as âreas<br />

irrigadas em qualquer parte do mundo.<br />

7) A fazenda sertaneja, fora do perîmetro dos açudes pûblicos,<br />

deve ter grande ârea para justificar uma organizaçâo em<br />

moldes conservadores; deve se basear no açude particular por<br />

cooperaçâo como garantia de sêca, na pecuâria e na réserva<br />

de forragens, na cultura de agave, ou de moeô, cana, etc.<br />

8) Deve ser intensificada a construçâo de todos os tipos de barragens<br />

e diques como meios de reter o solo e armazenar a âgua.


644 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

CORTES TRANSVERSA/S DE TERRACOS<br />

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TERRAÇO DE BANQUETA PARA POMAR<br />

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ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 645<br />

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646 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

ÙISPOSICÂO <strong>DO</strong>S TERRACOS-DAS FAIX AS<br />

DE REPOUSO E CULTURAS PARA CONTR0-<br />

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648<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

NORDESTE<br />

<strong>DO</strong><br />

BRASIL.<br />

ZONA SECA<br />

R I A - 63.1.6*6 k<br />

C U TA <strong>DO</strong> p t L O C O N S E<br />

Q R A F I A NO ANO DS 194'<br />

(COPIA I M P H E S t A )<br />

C S C A L A I : 5 . I 97.5 O 5


VI COMISSAO<br />

APLICAÇAO DA <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> AO<br />

MELHORAMENTO DAS TERRAS


LEVANTAMENTO CONSERVACIONISTA.<br />

LEVANTAMENTO E CLASSIFICAÇAO DE TERRAS<br />

PARA FINS DE CONSERVAÇAO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

I — INTRODUÇAO<br />

Engs. Agrs.: J. QUINTILIANO A.<br />

MARQUES, FRANCISCO GROHMANN<br />

e JOSÉ BERTONI<br />

da Secçâo de Conservaçâo do Solo,<br />

do Institute Agronômico do Estado,<br />

em. Campinas<br />

A conservaçâo do solo constitui, sem dûvida alguma, um dos aspectos<br />

mais importantes da agricultura moderna, hoje jâ fartamente<br />

alertada pelo exemplo do passado e pelos avanços da técnica agronômica.<br />

A segurança da coletividade e os próprios interesses imediatos dos<br />

agricultores requerem se ja dada uma nova orientaçao para a nossa<br />

agricultura, eliminando de vez os processos primitivos e vandâlicos que<br />

a caracterizavam .<br />

Essa nova orientaçao a ser impressa em nossa agricultura terâ que<br />

ser radical e ampla. Todos os recursos naturais de carâter renovâvel, ou<br />

sejam, o solo propriamente dito, as florestas, a fauna silvestre e a âgua<br />

dos mananciais terâo que ser protegidos de tal modo a proporcionarem<br />

bem-estar as geraçôes atuais e futuras de nossa pâtria.<br />

As atividades do hörnern que trabalha a terra, assim como dos responsâveis<br />

pelo bem-estar coletivo, terâo que se pautar dentro dos principios<br />

conservacionistas como garantia para a propria estabilidade da<br />

Naçâo.<br />

A fim de que as exploraçôes agricolas possam se fazer em bases<br />

conservacionistas, sem descurar, ao mesmo tempo, dos interesses financeiros<br />

dos agricultores, necessârio se torna uma planificaçâo racional do<br />

uso a ser dado a cada gleba de terra, tendo-se em vista o conjunto de<br />

suas principals caracteristicas fisicas, ecológicas e econômicas.<br />

Para a realizaçâo de um planejamento de tal natureza, planejamento<br />

que vimos denominando de conservacionista, faz-se necessârio, portanto,<br />

o levantamento das caracteristicas condicionadoras da capacidade de<br />

uso do solo, jâ que o uso racional terâ que levar em conta a potencialidade<br />

de exploraçâo de cada gleba.<br />

Tal levantamento, para ser acessivel à generalidade dos agricultores<br />

e para ser prontamente realizâvel, como requer a urgência do problema<br />

da conservaçâo do solo, terâ que ser sumârio e expedite Terâ que<br />

ser feito apenas com elementos reconheciveis num exame râpido de


652 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

campo. Terâ que prescindir de tôdas as anâlises e exames mais detalhados,<br />

e por isso mesmo mais demorados e mais complicados, que um levantamento<br />

acurado de solos requereria.<br />

A este tipo de levantamento sumârio e expedito, que vimos denominando,<br />

também, de conservacionista, posteriormente ou mesmo concomitantemente<br />

poderâo ser acrescidos detalhes dos levantamentos acurados<br />

de tipos de solo, conforme interesse ou possibilidade de trabalhos.<br />

O que é importante considerar, entretanto, é que qualquer detalhe ou<br />

especificaçâo a mais introduzida no levantamento conservacionista poderâ<br />

dificultar a sua execuçao e diminuir a sua generalizaçâo para fins<br />

de planejamento conservacionista.<br />

Sem dûvida alguma, quanto mais bem estudado fôr o solo e quanto<br />

maior soma de detalhes e indicaçôes se recolher no seu levantamento,<br />

tanto mais solidas serâo as bases para um planejamento de seu uso racional.<br />

Entretanto, também fora de dûvida é que para as condiçôes brasileiras<br />

dificil séria uma pronta e extensa realizaçâo de levantamentos<br />

acurados de solos.<br />

Assim, embora com deficiências e lacunas sensiveis, um levantamento<br />

conservacionista, em razâo de sua propria simplicidade, sera a<br />

ûnica maneira de se assegurar com a urgência e extensäo requeridas<br />

pelas exigências prementes e inadiâveis da conservaçâo de nosso solo,<br />

uma base racional para sua planificaçâo.<br />

Com o tempo, à medida que levantamentos mais detalhados e acurados<br />

puderem ir sendo realizados para a generalidade dos agricultures, os<br />

pianos de uso também irâo sendo devidamente adaptados. O que é certo<br />

é que tais adaptaçôes e mudanças que tiverem que ser feitas como resultado<br />

de um melhor conhecimento do solo serâo mudanças locais e<br />

restritas, sem-afetar ou, pelo menos, afetando apenas ligeiramente o<br />

esquema gérai traçado para o piano de uso do solo, pois que, para o traçado<br />

dêsse esquema gérai, suficientes sao as indicaçôes recolhidas no<br />

levantamento conservacionista.<br />

As indicaçôes que um levantamento acurado de solos adiciona ao<br />

levantamento conservacionista sâo especialmente aquelas referentes à<br />

constituiçâo quimica do solo, e estas afetam mais as operaçôes de adubaçâo<br />

e correçâo do solo que, de um modo gérai, podem se enquadrar sem<br />

profundas modificaçôes em qualquer planejamento conservacionista.<br />

O presente trabalho, em que os autores apresentam delineamentos<br />

e bases para execuçao de levantamentos conservacionistas, é trazido a<br />

esta II Reuniâo Brasileira de Ciência do Solo com o objetivo de recolher<br />

sugestôes e criticas dos colegas especialistas e melhor conhecedores dos<br />

solos brasileiros.<br />

O trabalho em questâo reune elementos de estudos e observaçôes levados<br />

a efeito em alguns levantamentos conservacionistas jâ realizados<br />

pela Secçâo de Conservaçâo do Solo, do Institute Agronômico, na Estaçâo<br />

Expérimental Central, em Campinas (10), na Estaçâo Experimental<br />

de Mococa (8), na Remonta do Exército, em Campinas (11, 13) e,<br />

em parte, na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", de Piracicaba<br />

(12). Reûne, também, observaçôes colhidas pelo primeiro dos<br />

autores em levantamentos realizados nos Estados Unidos da America do<br />

Nor te (2).<br />

As suas bases sâo, de um modo gérai, as mesmas atualmente em<br />

uso nos Estados Unidos da America do Nor te, bem como no México e<br />

outros paises (4, 5, 6, 9, 15, 16, 19, 20, 22) . O nosso trabalho foi mais<br />

uma adaptaçâo do sistema para as nossas condiçôes.<br />

Sem a veleidade de pretender um trabalho definitivo, mesmo porque<br />

os poucos anos de experiência que pudemos enfeixar sobre o assunto,


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 653<br />

em nossas condiçoes, sâo ainda insuficientes, esperam os autores, entretanto,<br />

contribuir para o inicio da aplicaçâo dos levantamentos conservacionistas<br />

em nosso pais, pretendendo continuar os estudos em andamento,<br />

de modo a ir cada vez mais aperfeiçoando o sistema.<br />

II — CRITÉRIOS E CONVENÇÔES PARA OS LEVANTAMENTOS<br />

CONSERVACIONISTAS<br />

Entende-se por planejamento conservacionista o estabelecimento de<br />

um esquema de trabalhos para a propriedade agricola, de tal modo que<br />

se assegure a conservaçao de seu solo juntamente com sua exploraçâo<br />

lucrativa.<br />

Redundarâ o planejamento conservacionista numa compléta renovaçào<br />

dos sistemas de trabalho, das prâticas agricolas, e mesmo da organizaçâo<br />

da propriedade. Culturas e exploraçôes serâo trocadas de lugar,<br />

banidas completamente ou introduzidas. Caminhos e cêrcas serâo<br />

trocados de posiçâo. Barragens, canais e diques serâo construidos. Tudo<br />

dentro das normas econômicas e em escalonamento compativel com as<br />

possibilidades do agricultor.<br />

Para conseguir seu desiderato terâ, entâo, o planejamento conservacionista<br />

que se basear no conhecimento de tôdas as condiçoes de ordem<br />

fisica, econômica e social que se inter-relacionam dentro da propriedade<br />

de modo a afetar a sua exploraçâo.<br />

Êsse conhecimento se adquire mediante o que se denomina "levantamento<br />

conservacionista", que nada mais é do que um inventârio sumârio<br />

e expedito de tôdas as condiçoes que podem afetar o uso do solo.<br />

As principals caracteristicas condicionadoras da capacidade de uso<br />

do solo e que, como tal, deverâo ser tomadas como base na execuçâo<br />

do planejamento conservacionista, sâo: o tipo de solo, o grau de déclive<br />

e a conformaçâo topogrâfica do terreno, a intensidade dos estragos por<br />

erosâo jâ ocorridos, a presença de sulcos, pedras e outros obstâculos fisicos<br />

capazes de impedir a mecanizaçâo dos trabalhos agricolas, a maior<br />

ou menor fertilidade do solo, o tipo de uso que vem sendo dado ao<br />

mesmo, etc.<br />

1 — Tipo de solo<br />

O conhecimento do tipo de solo de cada uma das glebas da propriedade<br />

é essencial para qualquer piano de conservaçao do solo. Com efeito,<br />

sômente conhecendo-se a natureza e as caracteristicas do solo é que se<br />

poderâo, com segurança, traçar normas para sua conservaçao. Qualquer<br />

piano de exploraçâo racional de um solo terâ que se fundamentar<br />

no seu conhecimento o mais aprofundado possivel.<br />

Por tipo de solo entende-se, geralmente, as diferenciaçôes de origem<br />

geológica e textura. Para fins de levantamento conservacionista temos<br />

diferenciado os tipos de solo em funçâo de tôdas as principais caracteristicas<br />

reconheciveis em exame sumârio de campo.<br />

As principais diferenciaçôes que têm sido usadas para distinçâo dos<br />

tipos de solo nos levantamentos conservacionistas têm sido a origem<br />

geológica, a textura, a estrutura, o perfil, a côr, a vegetaçâo espontânea,<br />

a fertilidade aparente, a presença de pedras, a drenagem, etc.<br />

Nos levantamentos até agora realizados pela Secçâo de Conservaçao<br />

do Solo tem sido dada uma seqiiência de numeraçâo especial para cada<br />

ârea levantada, correspondendo a cada numéro uma descriçâo o mais<br />

detalhada possivel (8,10,11, 12, 13,14).


654 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Entretanto, para uma uniformizaçâo de critério e generalizaçâo das<br />

bases estudadas para cada area individualmente, sera de maxima importância<br />

o estabelecimento de urn sistema especial de nomenclatura e<br />

identificaçâo dos tipos de solo que possa servir, se possivel, para todo o<br />

Brasil.<br />

Numa tentativa de obter tal sistema, apresentamos a seguir, a titulo<br />

de sugestäo e com intuito de receber a critica dos colegas nessa II Reuniâo<br />

Brasileira de Ciência do Solo, algumas idéias para identificaçâo<br />

das caracteristicas principals do solo pelo sistema decimal.<br />

Cbrrespondendo a cada caracteristica uma graduaçâo de no mâximo<br />

10 algarismos, poder-se-âo associar as diferentes caracteristicas<br />

em numéros identificadores fâceis de interpretar (20).<br />

Vejamos, entâo, a escala de numeraçâo que corresponderia a cada<br />

uma das principals caracteristicas do solo.<br />

a — Pedogenia — Os solos das diferentes formacöes geológicas que<br />

ocorrem no Brasil seriam agrupados da seguinte maneira (7,17,18) :<br />

0 — Solos de formaçâo geológica ou rocha-mâter näo identificada.<br />

1 — Solos do complexo fundamental, ou complexo cristalino,<br />

também conhecido por Idade Criptozóica ou Pré-cambriana,<br />

abrangendo os solos gerados por rochas dos perïodos arqueano<br />

e algonqueano. Seriam especialmente as terras<br />

vulgarmente denominadas por massapê e salmourâo, resultantes<br />

da metassomatose de rochas, tais como granitos,<br />

gnaisses, pegmatitos, xistos, quartzitos, etc.<br />

2 — Solos do Paleozóico Inferior, abrangendo os solos oriundos<br />

dos periodos Cambriano, Ordoviciano, Siluriano e Devoniano.<br />

Seriam solos formados de rochas metamórficas e sedimentäres,<br />

especialmente do tipo de quartzitos, ardósias,<br />

folhelhos, calcârios e arenitos.<br />

3 — Solos dos Sedimentos Gonduânicos, abrangendo os periodos<br />

Carbonifero, Permiano e Triâssico. Seriam os solos<br />

originados pelas rochas sedimentäres do tipo de calcârios,<br />

folhelhos e arenitos, especialmente. Abrangeria, por exemplo,<br />

as terras da formaçâo Glacial, Tatui, Corumbatai e<br />

Botucatu, em Sâo Paulo.<br />

4 — Solos das Efusivas Triâssicas, representados pelas terras<br />

roxas oriundas das lavas bâsicas derramadas na chamada<br />

Provincia Magmâtica do Brasil Meridional.<br />

5 — Solos do Cretâceo, resultantes dos arenitos ricos em cimento<br />

calcârio ou argiloso, especialmente os das formacöes<br />

Bauru, Parecis, etc.<br />

6 — Solos do Periodo Terciârio.<br />

7 — Solos do Periodo Quaternârio.<br />

Em caso de ser possivel a identificaçâo da rocha-mâter e das subdivisöes<br />

de cada uma das divisöes geológicas acima especificadas, ao invés<br />

do nümero identificador, lançar-se-â mäo das letras simbólicas adotadas<br />

nos levantamentos geológicos (1).<br />

Assim, por exemplo, seräo usadas as seguintes letras e conjuntos de<br />

letras, a maiüscula para eras e periodos e as minûsculas para rochas,<br />

séries e formacöes dentro de cada era ou periodo :<br />

Pc — Idade Pré-cambriana ou Criptozóica, abrangendo, de<br />

uni modo gérai, todo o Complexo Fundamental Brasileiro.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REXJNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 655<br />

AR — Era Arqueozóica, representada pelo periodo Arqueano.<br />

PR — Era Proterozóica, representada pelo periodo Algonqueano.<br />

p — Pegmatitos<br />

gr — Granitos<br />

gn — Gnaisses<br />

m — Micaxistos<br />

a — Anf ibolitos<br />

c — Calcârios metamórficos<br />

eg — Conglomerados<br />

xf — Xistos e filitos<br />

ad — Ardósias<br />

bx — Biotitas xistos<br />

q — Quartzitos<br />

ic — Itacolomitos<br />

ib — Itabiritos<br />

P — Era Paleozóica<br />

Cb — Periodo Cambriano<br />

S — Periodo Siluriano<br />

f 1 — Folhelhos<br />

D — PeriodoDevoniano<br />

Pg — Série Glacial (Itararé) da Era Paleozóica<br />

ar — Arenitos<br />

Pt — Série Tatui (Tubaräo) da Era Paleozóica<br />

Pc — Série Corumbatai da Era Paleozóica (Passa Dois)<br />

TR — Periodo Triâssico<br />

TR bp — Formaçôes Botucatu e Pirambóia do periodo Triâsico<br />

TR eb — Eruptivas bâsicas do periodo Triâsico<br />

TR ea — Eruptivas alcalinas do periodo Triâsico<br />

C — Periodo Cretâceo<br />

Ce — Formaçâo Caiuâ do periodo Cretâceo (?)<br />

Cb — Formaçâo Bauru do periodo Cretâceo<br />

T — Periodo Terciârio<br />

Tt — Formaçâo Taubaté do periodo Terciârio<br />

Q — Periodo Quaternârio<br />

Qal — Aluviôes do periodo Quaternârio<br />

Qel — Eluviâo do periodo Quaternârio<br />

b — Textura — A classificaçâo textural possivel de ser feita em<br />

um exame de campo, de acôrdo com o sistema Krasiuk (5), séria a<br />

seguinte, com os respectivos numéros indicadores a serem empregados<br />

no levantamento:<br />

0 — Solos de textura nâo identificada.<br />

1 — Solos argilosos, identificados por serem muito compactos<br />

quando secos e serem dificilmente esboroâveis. Umedecidos,<br />

formam massa plâstica e pegajosa, fàcilmente moldâvel<br />

em filamentos alongados, que podem ser recurvados<br />

sem se fendilharem.<br />

2 — Solos barrentos, identificados por serem plâsticos e ligeiramente<br />

pegajosos quando umedecidos, formando rolos<br />

com dificuldade; quebram-se ao serem recurvados para<br />

formar argolas. Se uma bola de barro umedecida fôr deixada<br />

cair, ela se quebrarâ. Quando sêco, nâo se tornam<br />

muito âsperos e duros, tendendo a permanecer sofrivelmente<br />

soltos e friâveis. Sao macios ao tato, com alguma<br />

consistência, mas esboroando com relativa facilidade.


656 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

3 — Solos areno-barrentos, identificados por serem semelhantes<br />

aos barrentos, com a diferença apenas de serem mais<br />

compactos e menos homogêneos. Säo apenas ligeiramente<br />

plâsticos, formando filamentos com grande dificuldade.<br />

Secos, säo de compacidade heterogênea.<br />

4 — Solos barro-arenosos, identificados por serem constituidos<br />

por grâos de areia e por um material mais fino, macio ao<br />

tato. Sâo muito fàcilmente esboroâveis. Umedecidos, nâo<br />

formaräo filamentos quando enrolados na palma da mâo.<br />

Quando secos, formam torröes mal definidos de cuja superficie<br />

a areia pode ser fàcilmente destacada.<br />

5 — Solos arenosos, identificados por serem âsperos ao tato e<br />

soltos, percebendo-se claramente as particulas individualmente.<br />

Quando secos, escorrem livremente entre os dedos<br />

da mâo. Umedecidos, nào apresentam consistência. .<br />

6 — Solos pedregosos, apresentando, além das particulas de<br />

argila, limo e areia, também seixos (2 a 2Ô müimetros)<br />

e até mesmo pedras (maior que 20 müimetros).<br />

c — Côr Principal — Poder-se-â identificar a coloraçâo principal<br />

do solo pelas seguintes convençôes numéricas:<br />

0 — Solos de côr nâo identificada.<br />

1 — Solos pretos.<br />

2 — Solos cinza.<br />

3 — Solos pardos.<br />

4 — Solos roxos.<br />

5 — Solos vermelhos.<br />

6 — Solos rosa<br />

7 — Solos alaranjados.<br />

8 — Solos amarelos.<br />

9 — Solos esbranquiçados.<br />

d — Tonalidade e Graduaçôes de Côr — Um segundo algarismo<br />

completarâ a identificaçâo da côr dada pelo anterior, nas seguintes<br />

bases :<br />

0 — Tonalidade nâo identificada.<br />

1 — Tonalidade escura.<br />

2 — Tonalidade acinzentada.<br />

3 — Tonalidade pardacenta.<br />

4 — Tonalidade arroxeada.<br />

5 — Tonalidade avermelhada.<br />

6 — Tonalidade rosada.<br />

7 — Tonalidade alaranjada.<br />

8 — Tonalidade amarelada.<br />

9 — Tonalidade clara.<br />

e — Fertilidade Aparente — Tomando como base a natureza e o<br />

desenvolvimento da vegetaçâo ou das culturas que recobrem o solo,<br />

far-se-â uma avaliaçâo sumâria de sua fertilidade aparente, nas seguintes<br />

bases (20):<br />

0 — Solos de fertilidade nâo identificada.<br />

1 — Solos excepcionalmente férteis.<br />

2 — Solos muito férties.<br />

3 — Solos medianamente férteis.<br />

4 — Solos pöuco férteis.<br />

5 — Solos muito pouco férteis.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 657<br />

f — Quantidade de Pedros — Como base para a facilidade de cultivos,<br />

far-se-â uma avaliaçâo da presença e da freqüência de pedras<br />

na seguinte escala (20):<br />

0 — Solos sem pedras.<br />

1 — Solos pràticamente sem pedras, com pedras ou blocos de<br />

rochas ocasionais, ocupando menos de 1% da area.<br />

2 — Solos ligeiramente pedregosos, com pedras ou blocos de<br />

rocha ocupando de 1 a 10% da area.<br />

3 — Solos pedregosos, com pedras ou blocos de rocha ocupando<br />

de 10 a 30% da area.<br />

4 — Solos muito pedregosos, com pedras ou blocps de rocha<br />

ocupando de 30 a 50% da area.<br />

5 — Solos com rocha dominante, em que as pedras ou blocos<br />

de rocha ocupam mais de 50% da area.<br />

g — Profundidade do Solo — Também como indicaçâo para melhor<br />

tipo de uso a ser dado, sera necessârio avaliar a profundidade do<br />

solo, numa escala, como a seguinte (20) :<br />

0 — Solos de profundidade näo identificada.<br />

1 — Solos profundos, de profundidade superior a 2 métros.<br />

2 — Solos moderadamente profundos, de profundidade entre<br />

1 e 2 métros.<br />

3 — Solos de profundidade média, entre 0,5 e 1 metro.<br />

4 — Solos rasos, de profundidade entre 0,25 e 0,50 métros.<br />

5 — Solos muito rasos, com profundidade inferior a 0,25 metro.<br />

h — Drenagem — Especialmente nas terras de topografia plana<br />

mais argilosas, sera de grande importância avaliar-se a drenagem do<br />

solo, o que poderâ ser feito dentro da seguinte escala numérica (20) :<br />

— 42 —<br />

0 — Solos de drenagem näo identificada.<br />

1 — Solos de drenagem excessiva, indicando insuficiente capacidade<br />

de retençâo de âgua para as culturas. Esta condiçâo<br />

é geralmente associada com os solos pedregosos,<br />

muito inclinados, erosados e rasos.<br />

2 — Solos de drenagem adequada, que normalmente näo apresentam<br />

problemas, podendo, todavia, em chuvas intensas<br />

e continuadas, prejudicar os trabalhos de campo com mâquinas<br />

por demora de infiltracäo das âguas acumuladas.<br />

3 — Solos de drenagem fraca, apresentando em condiçôes normais,<br />

sérios problemas para o emprêgo de mäquinas e<br />

para o cultivo da maioria das plantas. Tais solos, na maioria<br />

dos casos, poderäo ser utilizados para plantió normal<br />

de culturas como arroz, ou entäo para formaçao de pastagens.<br />

4 — Solos de drenagem muito fraca, a ponto de näo poderem<br />

ser cultivados mecânicamente, podendo, entretanto, ainda<br />

favorecer o desenvolvimento de certas plantas forrageiras.<br />

É o caso dos brejos e pântanos.


658 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

___ .<br />

i — Descrigäo do Perfil — Completando as indicaçôes anteriores,<br />

registradas por letras ou numéros simbólicos, far-se-â uma descriçâo,<br />

tâo detalhada quanto possivel, do perfil do solo. Nesta descriçâo serâo<br />

assinalados os horizon tes distinguiveis, suas profundidades médias e<br />

suas caracteristicas de textura, estrutura, consistência, côr, presença<br />

de concreçôes ou pedras, etc. (2).<br />

Na carta...<br />

j — Resumo — Para maior facilidade de execuçâo do mapa poderâ<br />

ser conveniente, ao invés de fazer figurar no mesmo todos os<br />

simbolos das principals caracteristicas do solo, resumi-las em urn numero<br />

de um ou dois algarismos, fixado arbitràriamente para cada regiâo<br />

levantada (2).<br />

A este numéro, entâo, corresponderia a descriçâo detalhada segundo<br />

os critérios dados anterior mente.<br />

Até agora, a Secçâo de Conservaçâo do Solo, em seus levantamentos,<br />

usou de uma numeraçâo especial para identificaçâo dos tipos de<br />

solo encontrado em cada uma das areas levantadas (8, 10, 11, 12, 13, 14).<br />

Este critério simplista é mais fâcil e acessivel, atendendo de um modo<br />

gérai as exigências do levantamento de cada propriedade. Para comparaçâo<br />

de uma area com outra e para uniformizaçâo de informaçôes, este<br />

critério é inteiramente falho. Assim, embora mais complicado, sera preferivel<br />

adotar o critério de identificaçâo isolada das principals caracteristicas<br />

do tipo de solo.<br />

Neste caso, ao tipo de solo, em vez de apenas um numéro de um<br />

ou dois algarismos, corresponderia um numéro de vârios algarismos,<br />

completado se possivel com as letras indicadoras da formaçâo geológica<br />

(20). Para evitar urn numero muito grande e dificil de leitura,<br />

convenciona-se dispor os algarismos de que se compôe sob a forma de<br />

uma fraçâo, em cujo numerador fiquem as caracteristicas mais ligadas<br />

ao tipo prôpriamente dito do solo e, no denominador, aquelas mais<br />

ligadas à sua capacidade de utilizaçâo agricola<br />

Assim, teriamos no numerador, em ordern fixa, a indicaçâo de<br />

pedogenia; em algarismo, ou, se possivel, em letras simbólicas, a indicaçâo<br />

da textura e a indicaçâo da côr e sua tonalidade. No denominador<br />

figurariam, também em ordern fixa, a fertilidade aparente, a<br />

quantidade de pedras, a profundidade do solo e a drenagem.<br />

Esta fraçâo simbólica do tipo de solo séria adotada uniformemente<br />

para todo o pais<br />

As delimitaçôes entre os tipos de solo no mapa sâo representadas<br />

por uma linha prêta cheia ( ).<br />

2 — Declividade<br />

A declividade do terreno é de grande importância na determinaçâo<br />

de sua capacidade de uso e, especialmente, das prâticas conservacionistas<br />

a serem empregadas.<br />

Para fins de planejamento conservacionista nâo hâ necessidade,<br />

de um modo gérai, de discriminar no levantamento os graus de déclive<br />

do terreno em suas minimas variaçôes. Sera suficiente delimitar as<br />

zonas em que ocorrem determinadas classes de déclive e, bem assim,<br />

a direçâo e o sentido das declividades.<br />

. . As classes de déclive sâo representadas simbôlicamente no mapa<br />

por letras maiûsculas e a direçâo e o sentido dos déclives por setas convenientemente<br />

distribuidas.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 659<br />

As classes de déclive a serem adotadas serâo as seguintes:<br />

A — Terrenos de declividades inferiores a 2%, correspondendo<br />

ao que se pode denominar de topografia plana.<br />

B — Terrenos de declividades entre 2 e 5 %, correspondendo<br />

ao que se pode denominar por topografia suavemente ondulada.<br />

C — Terrenos de declividades entre 5 e 10%, correspondendo ao<br />

que se pode denominar por topografia ondulada.<br />

D — Terrenos de declividades entre 10 e 20%, correspondendo<br />

ao que se pode denominar por topografia fortemente ondulada.<br />

E— Terrenos de declividades entre 20 e 40%, correspondendo<br />

ao que se pode denominar por topografia amorrada.<br />

F — Terrenos de declividades acima de 40 %, correspondendo<br />

ao que se pode denominar por topografia montanhosa.<br />

As delimitaçôes entre as classes de déclive sâo representadas por<br />

uma linha prêta interrompida ( ).<br />

Em caso de ser possivel a determinaçâo das curvas de nïvel do terreno,<br />

o que acontece, por exemplo, quando se emprega a alidade de<br />

luneta auto-redutora, estas serâo representadas no mapa por linhas<br />

cheias de côr sépia, identificadas por um numero indicador da quota<br />

respectiva ( 375 ).<br />

3 — Erosao<br />

O conhecimento do desgaste jâ produzido no solo pela erosao, em<br />

suas diferentes formas, sera de mâximo interesse para o planejamento<br />

futuro, indicando nâo apenas a resistência dö solo, como a sua diminuiçâo<br />

de capacidade e, também, as prâticas a serem associadas para<br />

evitar a sua continuaçâo.<br />

A erosao provocada pela açâo mecânica das âguas de chuva em<br />

seu impacto ou em seu escoamento sobre o solo é, aqui no Brasil, pràticamente<br />

a ûnica forma séria de erosao, pois que os déniais agentes<br />

atmosféricos, quais sejam o vento e o gêlo, em sua açâo mecânica sobre<br />

o solo, pouca importância apresentam para a maior parte do pais.<br />

A erosao pelas âguas de chuva se manifesta sob très formas principais,<br />

ou sejam, a erosao laminar — desgastando uniformemente camadas<br />

de solo superficial —, a erosao em sulcos — concentrada em<br />

faixa de largura limitada do terreno —, e a erosao em vassorocas, —<br />

desabamentos, desbarrancamentos e translocaçâo de massas de terra.<br />

Para a avaliaçâo do grau de erosao laminar toma-se como base a<br />

profundidade média restante do solo superficial (horizonte A). Aqui<br />

no Brasil, em virtude da própria natureza dos solos e dos agentes de<br />

sua formaçâo, é algumas vêzes dificil reconhecer, em exame expedite<br />

de campo, os diferentes horizontes do perfil, devido à grande uniformidade<br />

de côr e textura com que, em gérai, se apresentam. Em tais casos,<br />

difîcilmente se pode avaliar a profundidade da camada removida pela<br />

erosao laminar.<br />

A erosao em sulcos, entretanto, é fàcilmente reconhecïvel, podendo<br />

sua intensidade ser avaliada pela profundidade e freqüência dos sulcos.


660 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

As convençôes que temos adotado para avaliaçâo dos graus de erosâo<br />

tem sido aproximadamente as mesmas usadas nos Estados Unidos<br />

da America do Norte, ou sejam (2, 6, 9, 15, 16) :<br />

0 — Erosâo nâo aparente, condiçâo encontrada em terras<br />

virgens.<br />

0 — Erosâo existente, mas de tipo e grau nâo identificados.<br />

Erosâo Laminar:<br />

1 — Erosâo laminar ligeira, restando mais de 15 cm do solo<br />

superficial (horizonte A).<br />

2 — Erosâo laminar moderada, restando de 5 a 15 cm de solo<br />

superficial (horizonte A).<br />

3 — Erosâo laminar severa, restando menos de 5 cm de solo<br />

superficial (horizonte .4).<br />

4 — Erosâo laminar muito severa, nâo restando mais vestigios<br />

do solo superficial (horizonte A) e jâ tendo sido atingido<br />

o subsolo.<br />

5 — Erosâo laminar extremamente severa, encontrando-se o<br />

solo destruido para fins agricolas.<br />

Erosâo em vassorocas:<br />

6 — Erosâo do tipo de vassorocas, desbarrancados, desmoronamentos<br />

e translocaçôes de massas de terra.<br />

Erosâo em sulcos:<br />

7 — Erosâo em sulcos, repetidos ocasionalmente sobre o terreno,<br />

a distâncias superiores a 30 métros entre si.<br />

8 — Erosâo em sulcos, repetidos com freqüência, a distâncias<br />

inferiores a 30 métros, mas ocupando menos de 75% (%)<br />

da area do terreno.<br />

9 — Erosâo em sulcos, repetidos com muita freqüência, ocupando<br />

mais de 75% (%) da area do terreno. Este simbolo 9,<br />

ao contrario dos simbolos 7 e 8, de ver â ser usado sem simbolos<br />

de erosâo laminar complementares.<br />

Acumulaçoes:<br />

— Acumulaçâo recente por deposiçâo de colûvio.<br />

— Acumulaçâo mais velha, mas ainda sem diferenciaçâo<br />

de horizontes em seu perfil.<br />

— Acumulaçâo e depósitos de terra nocivos ou prejudiciais<br />

as exploraçôes agricolas.<br />

Profundidade dos Sulcos:<br />

7, 8 ou 9 — (Sem qualquer outro simbolo) — Sulcos rasos, que<br />

podem ser cruzados por mâquinas agricolas e que serâo<br />

desfeitos pelas prâticas normais de preparo do<br />

solo.<br />

7, 8 ou 9 — Sulcos profundos, que podem ser cruzados por mâquinas<br />

agricolas, mas que nâo serâo desfeitos pelas<br />

prâticas normais de preparo do solo. No mapa, estes


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 661<br />

sulcos säo representados por uma linha vermelha<br />

mista com um ponto, terminada por uma seta indicadora<br />

do sentido do caimento ( • ).<br />

7, 8 ou 9 — Sulcos profundos, que näo podem ser cruzados por<br />

mâquinas agricolas, mas que ainda näo penetraram<br />

no horizonte friâvel C. No mapa, êstes sulcos säo representados<br />

por uma linha vermelha mista com dois<br />

pontos, terminada por uma seta indicadora do sentido<br />

de caimento ( >• ).<br />

7V, 8V ou 9V — Sulcos profundos, que näo podem ser cruzados por<br />

mâquinas agricolas e que ja penetraram no horizonte<br />

friâvel C. No mapa, êstes sulcos säo representados<br />

por por uma linha vermelha cheia e sinuosa, terminada<br />

por uma seta indicadora do sentido de caimento<br />

( •—' >- ).<br />

3, 7, 37, etc. — Erosäo parcialmente estabilizada.<br />

if, 7, 31, etc. — Erosäo completamente estabilizada.<br />

— Trecho estabilizado em um sulco de erosäo.<br />

As delimitacöes entre os tipos e graus de erosäo no mapa säo apresentados<br />

por uma linha prêta pontilhada (... ; ).<br />

4 — Uso ou Cobertura Atual do Solo<br />

Para se determinar a capacidade de uso do solo, assim como se<br />

planejar as necessârias mudanças no uso do solo, é de grande importância<br />

o conhecimento do uso atual do solo.<br />

No levantamento, entäo, seräo delimitados os diferentes tipos de<br />

uso do solo, assinalando-os por letras simbólicas convencionais.<br />

Säo os seguintes os simbolos que temos adotado para caracterizaçâo<br />

dos diferentes tipos de uso ou cobertura do solo (2, 3, 4, 21) :<br />

Moto:<br />

F — Floresta ou mata nativa näo pastoreada, entendendo-se<br />

por floresta ou mata o conjunto de vegetaçao em que<br />

mais de 50% da ârea se apresenta sombreada por ârvores<br />

de qualquer idade.<br />

Fx — Floresta ou mata nativa queimada ou cortada e näo restaurada.<br />

Fp — Floresta ou mata nativa pastoreada.<br />

Fr — Reflorestamento artificial.<br />

Fre — Reflorestamento com eucalipto.<br />

Frpi — Reflorestamento com pinheiro.<br />

Frx — Reflorestamento cortado ou queimado e näo restaurado.<br />

Frp — Reflorestamento pastoreado.<br />

Co — Cocais, caracterizados pelo predominio de coqueiros, especialmente<br />

carnaûbas, buritis e açais.<br />

Pi — Pinhais ou pinheirais, caracterizados pela predominância<br />

de pinheiros, especialmente Araucarias.<br />

Ct — Caatingas, ou sejam, associaçoes ou formaçôes lenhosas<br />

dos terrenos secos e que perdem as fôlhas no estio.<br />

Sa — Savanas ou campos cerrados, ou cerrados, ou ainda, campos<br />

cobertos.


662 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Cam — Campinas, ou campos sem ârvores, ou ainda, campos<br />

limpos.<br />

Vm — Vegetaçao maritima, compreendendo a flora halófila ou<br />

litorânea.<br />

Pastagens:<br />

Pn — Pastagem nativa, com vegetaçao espontânea.<br />

Pc — Pastagem cultivada.<br />

Pr — Pastagem em rotaçâo.<br />

Pnx — Pastagem nâo arâvel.<br />

Cg — Capim gordura<br />

Cj — Capim jaraguâ.<br />

Cc — Capim coloniâo.<br />

Ck — Capim kikuio.<br />

Culturas:<br />

Ca — Culturas anuais.<br />

Cp — Culturas permanentes.<br />

Caf — Cafèzal.<br />

Can — Cana de açûcar.<br />

Alf — Alfafa.<br />

Kz — Kudzu. .<br />

Gd — Guandu.<br />

Mn — Mucuna.<br />

Fep — Feijâo de porco.<br />

Fern — Feijào de mesa.<br />

Cro — Crotalâria.<br />

Soj —Soja.<br />

Ame — Amendoim.<br />

Te — Tefrósia.<br />

Ra — Ramie.<br />

Si — Sisal.<br />

Sor — Sorgo.<br />

Mi — Milho.<br />

Gi — Girassol.<br />

Mam — Mamona.<br />

Man — Mandioca.<br />

Fu — Fumo.<br />

Fo — Fórmio.<br />

Bd — Batata doce.<br />

Bi — Batata inglêsa.<br />

Ar — Arroz.<br />

Tu — Tungue.<br />

Po — Pomar.<br />

Ci — Pomar de Citrus.<br />

Abe — Abacate.<br />

Abx — Abacaxi.<br />

Ba — Bananeiras.<br />

Vi — Videiras.<br />

H — Horta.<br />

Diversos:<br />

B — Terreno baldio.<br />

E — Edificaçôes.


ANA IS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 663<br />

As delimitaçôes entre diferentes tipos de uso atual do solo, serâo<br />

feitas por linhas interrompidas de côr verde ( ).<br />

5 — Acidentes Topograficos<br />

Para orientaçao do planejamento conservacionista é necessario, também,<br />

o conhecimento dos acidentes topograficos mais importantes da<br />

ârea a ser planejada.<br />

Estes acidentes topograficos principals sâo locados no mapa atendendo-se<br />

as seguintes convençôes (2, 3, 6, 16) :<br />

Edificaçôes:<br />

vtt — Habitaçôes e construçôes.<br />

g| — Igreja.<br />

^ — Escola.<br />

y —Moinho de vento para eletricidade.<br />

— Moinho de vento para âgua.<br />

— Olaria.<br />

! ~t" I — Cemitério.<br />

KMjfcli —Ruinas.<br />

•:, | —Cruzeiro.<br />

I I I I —Linha telefônica.<br />

T T TI — Linha de baixa tensâo.<br />

il il — Linha de alta tensâo.<br />

— Estrada de ferro.<br />

— Estrada de rodagem federal ou estadual.<br />

— Estrada de rodagem municipal.<br />

= = = = = = = = = = — Estrada de rodagem particular.<br />

=—=-=—= — Estrada de rodagem abandonada.<br />

Trilho.


664 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

:)----------=(=<br />

nr '<br />

A-<br />

-H-<br />

iit-Mi. JU—Ui<br />

— Viaduto.<br />

— Tünel.<br />

— Atêrro.<br />

— Corte.<br />

Detalhes:<br />

— Caminho com canais escoadouros laterais.<br />

— Cruzamento de nivel de estrada de rodagem<br />

com estrada de ferro.<br />

— Cruzamento superior de estrada de ferro.<br />

— Cruzamento inferior de estrada de ferro.<br />

— Parada de estrada de ferro.<br />

Obras de Arte e Passos:<br />

— Ponte.<br />

— Pinguela.<br />

— Passagem a vau.<br />

— Boeiro.<br />

Hidrografia:<br />

— Nascente de grande rendimento, com mais de 10<br />

litros por minuto.<br />

— Nascente de pequeno rendimento, com menos de<br />

10 litros por minuto.<br />

Poço de grande rendimento.<br />

Poço de pequeno rendimento.<br />

Cisterna de grande rendimento.<br />

Cisterna de pequeno rendimento.<br />

Brejo ou pântano.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 665<br />

9 9<br />

Y 9 9 9


666<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Divisas e Limites:<br />

— Divisa com cêrca de arame.<br />

— Divisa sem cêrca.<br />

— Divisa de arrendatârios.<br />

— Divisa de arrendatârios sem cêrca.<br />

Terraços:<br />

— Terraços nivelados com as duas pontas fechadas.<br />

— Terraços nivelados com uma ponta aberta.<br />

— Terraços nivelados com as duas pontas abertas.<br />

— Terraços com caimento num ûnico sentido.<br />

— Terraços com caimento para os dois lados.<br />

— Terraços de diversäo.<br />

Diversos:<br />

— Marco simples.<br />

— Marco numerado.<br />

— Arvores destacadas.<br />

El 672 — Pontos nivelados com a sua quota respectiva.<br />

(f) — Retiradas de amostras de solo.<br />

O — Estaçoes quaisquer ou objetos locados no levantamento.<br />

(4) — Numero do campo ou gleba.<br />

9,6 Ha —Area do campo ou gleba.<br />

", '^v —Terreno pedregoso.<br />

O<br />

I<br />

A,<br />

— Blocos de pedra ou rocha exposta.<br />

— Pedregulho.<br />

— Pedreira.<br />

— Barreirä ou solapado com a quota do desnivel.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 667<br />

Cores dos Traços:<br />

Prêto — Planimetria.<br />

Azul — Hidrografia.<br />

Vermelho — Caminhos e sulcos de erosâo.<br />

Sépia — Relêvo.<br />

Verde — Vegetaçâo e tipos de uso do solo.<br />

6 — Capacidade de Uso do Solo:<br />

Baseando-se nas caracteristicas levantadas e em mais alguma observaçâo<br />

extra que puder ser .feita por ocasiâo do levantamento, determinar-se-â<br />

a capacidade de uso de cada gleba.<br />

Segundo sua capacidade de uso, os solos seräo classificados nas seguintes<br />

classes (6, 8, 9,10,11,12,13,14, 15,16, 19) :<br />

Terras de cultura:<br />

I — Terras de cultura aparentemente sem problemas especiais<br />

de conservaçâo. No mapa, tais terras serâo coloridas de<br />

verde claro.<br />

II — Terras de cultura com problemas simples de conservaçâo.<br />

No mapa, tais terras seräo coloridas de amarelo.<br />

III — Terras de cultura com problemas complexos de conservaçâo.<br />

No mapa, tais terras seräo coloridas de vermelho.<br />

IV — Terras de cultura com sérios problemas de conservaçâo, ou<br />

se jam, terras apenas cultivâveis ocasionalmente ou em extensâo<br />

limitada. No mapa, tais terras serâo coloridas<br />

de azul.<br />

Terras impróprias para cultura e próprïas para pastag ens ou<br />

reflorestamento:<br />

V — Terras de pastagem ou reflorestamento sem necessidade de<br />

prâticas especiais de conservaçâo. No mapa, estas terras seräo<br />

coloridas de verde escuro.<br />

VI — Terras de pastagem ou reflorestamento com problemas<br />

simples de conservaçâo. No mapa, estas terras seräo coloridas<br />

de alaranjado.<br />

VII — Terras de pastagem ou reflorestamento com problemas<br />

complexos de conservaçâo. No mapa estas terras seräo coloridas<br />

de marrom.<br />

Terras impróprias para vegetaçâo produtiva:<br />

VIII — Terras impróprias para cultura, pastagem ou reflorestamento,<br />

podendo servir apenas como abrigo da fauna silvestre<br />

(caça e pesca). No mapa, estas terras seräo coloridas<br />

de roxo.<br />

7 — Resumo<br />

No mapa que se obtém pelo levantamento conservacionista figuram,<br />

entâo, as diferenciaçôes de tipos de solo, de declividade, de tipos e graus<br />

de erosâo, de uso e cobertura atual e de acidentes topogrâficos principals.<br />

A f im de se evitar confusâo entre os numéros e letras simbólicos,<br />

sera necessârio a fixaçao de um critério constante de sua distribuiçâo<br />

relativa.


668 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Nos levantamentos até agora realizados pela Secçao de Conservaçao<br />

do Solo tem sido adotado a distribuiçao em que um algarismo romano,<br />

indicando a capacidade de uso, é seguido por uma fraçâo, em cujo numerador<br />

figura o tipo de solo e em cujo denominador figura a classe de<br />

déclive separada por um traço de uniâo do grau de erosâo.<br />

O sïmbolo de tipo de uso atual fica isolado no meio da area representada,<br />

uma vez que nâo influi muito diretamente na capacidade de<br />

uso do solo.<br />

Ao se adotar o sistema de representaçâo detalhada do tipo de solo,<br />

entretanto, haverâ necessidade de se usarem duas fraçôes, uma longa,<br />

na frente, para os diversos sîmbolos das caracteristicas do tipo de solo,<br />

na forma jâ indicada anteriormente, e outra curta, em seguida, tendo<br />

no numerador a classe de déclive e no denominador o grau de erosâo.<br />

A capacidade de uso vira na frente da fraçâo longa e o tipo de uso<br />

vira isolado. Um exemplo de tal' sistema de representaçâo séria :<br />

III<br />

ARgn 235<br />

2132<br />

D<br />

388<br />

Isto representaria, segundo os critérios indicados, o seguinte:<br />

III — Terra de cultura com problemas complexos de conservaçao<br />

do solo.<br />

ARgn — Origem de gnaisses arqueanos.<br />

2 — Textura barro-arenosa.<br />

35 — Côr pardo-avermelhada.<br />

2 — Solo aparentemente muito fértil.<br />

1 — Solo pràticamente sem pedras, com pedras ou blocos de<br />

rocha ocasionais, ocupando menos de 1% da area.<br />

3 — Solo de profundidade média, entre 0,5 e 1 metro.<br />

2 — Drenagem adequada.<br />

D — Declividade entre 10 e 20%.<br />

3 — Erosâo laminar severa, mas estabilizada, restando menos<br />

de 5 cm de solo superficial (horizonte A).<br />

8 — Erosâo em sulcos repetidos com freqüência, a distâncias<br />

inferiores a 30 métros, mas ocupando menos de 75% da<br />

ârea (8).<br />

8 — Os sulcos sâo profundos, podendo ser cruzados çor mâquinas<br />

agricolas mas nâo serâo desfeitos pelas prâticas normais<br />

de preparo do solo.<br />

Caf — O solo esta coberto com cafèzal.<br />

III — ELEMENTOS NECESSARIOS PARA O<br />

LEVANTAMENTO CONSERVACIONISTA<br />

Para execuçâo do levantamento conservacionista hâ necessidade de<br />

pessoal e equipamento especializado. Conforme as necessidades e disponibilidades,<br />

entretanto, poderâ ser empregada uma grande variaçâo de<br />

equipamento e de pessoal.<br />

Caf<br />

1 — Pessoal<br />

De capital importância para o bom êxito de levantamento e para<br />

a sua validade sera o pessoal empregado. Uma soma de conhecimentos


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 669<br />

e técnicas especializadas précisa ser enfeixada, o que se consegue somente<br />

com educaçâo e treinamento adequados.<br />

Para execuçâo dos levantamentos conservacionistas o técnico terâ<br />

que ser urn especialista, ao mesmo tempo, em solos, em conservaçâo do<br />

solo e em topografia. Terâ que ter também bons conhecimentos de economia<br />

rural e ser maneiroso para tratar e conviver com os agricultures.<br />

A fim de distribuir melhor as especialidades e, também, de facilitar<br />

a execuçâo dos trabalhos, sera conveniente sempre associar dois ou mais<br />

engenheiros-agrônomos, um para a parte topogrâfiâca e de engenharia<br />

e outro para a parte de solos e agronomia. Um ou dois operârios seriam<br />

empregados para serviços tais como transporte de equipamento, escavaçâo<br />

de perfis, aberturas de picadas, mediçâo de distâncias, etc.<br />

A este conjunto de pessoal empregado no levantamento conservacionista<br />

temos dado a denominaçâo de "brigada de campo".<br />

Foto 1 — Uma brigada para levantamento conservacionista na Estaçâo Experimental de Mococa.<br />

2 — Mapa-Base<br />

Dispondo-se de ùm mapa topogrâfico da area a ser levantada para<br />

fins de conservaçâo do solo, logicamente, bastante facilitado sera o<br />

service<br />

Este mapa, que se pode chamar de "mapa-base", poderâ ser um<br />

simples levantamento topogrâfico planimétrico, um levantamento topogrâfico<br />

altimétrico, ou uma fotografia aérea.<br />

Jâ estando representados os principals acidentes topogrâficos do terreno<br />

em um mapa-base, restarâ ao levantador conservacionista apenas<br />

caracterizar e delimitar os tipos de solo, as classes de déclive, se o mapa<br />

nâo representar a altimetria, os graus dé erosâo e o uso atual, também<br />

se o mapa fôr omisse<br />

Boas escalas para os mapas a serem utilizados no levantamento conservacionista<br />

sâo as de 1:5 000 ou de 1:10 000.<br />

3 — Aparelhamento Topogrâfico<br />

Uma grande variaçâo poderâ existir entre os aparelhos topogrâficos<br />

empregados em um levantamento conservacionista.<br />

O caso mais simples de locaçôes topogrâficas sobre o mapa do levantamento<br />

sera aquêle em que se empregar como mapa-base uma fotografia<br />

aérea, ou seja, um levantamento topogrâfico aerofotogramétrico.<br />

Neste caso, o equipamento topogrâfico necessârio para o levantador conservacionista<br />

sera um simples clinômetro ou eclimetro de mâo, para a<br />

determinaçâo das classes de déclive.<br />

O melhor tipo de clinômetro de mâo é aquêle em que as declividades<br />

sâo representadas em percentagem ( % ).


670 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

As determinacöes entre tipos de solo, classes de déclive e graus de<br />

erosâo, em tal caso, serâo feitas a ôlho na fotografia, tendo-se em vista<br />

os acidentes naturais do terreno que na mesma apareçam.<br />

Outro caso também relativamente simples é aquêle em que urn<br />

mapa-base detalhado e com altimetria possibilité locar, mesmo sem auxilio<br />

de prancheta com alidade, as delimitaçôes entre tipos de solo,<br />

graus de erosâo e uso atual, esta ultima em casos omissos no mapa-base.<br />

Entre nos, onde os levantamentos aerofotogramétricos e os próprios<br />

levantamentos topogrâficos com altimetria ainda sâo raros, a regra gérai<br />

para os levantamentos conservacionistas é partir de um papel em branco<br />

e nêle locar, além dos tipos de solo, classes de déclive, graus de erosâo<br />

e tipos de uso atual, também os acidentes topogrâficos principais.<br />

Foto 2 — Levantamento conservacionista corn prancheta e alidade de luneta auto-redutora.<br />

Apresentando o mapa-base, como muitas vêzes acontece, apenas alguns<br />

poucos elementos de planimetria, os demais acidentes topogrâficos<br />

necessarios terâo que ser adicionados ao levantamento conservacionista<br />

para se completar o mapa.<br />

Para locaçâo dos acidentes do terreno sobre o mapa, lança-se mâo<br />

de uma prancheta de campo, munida de alidade e büssola. Vârios tipos<br />

de prancheta de campo e de alidade existem, desde aquelas rudimentäres<br />

feitas em oficinas comuns, até aquelas de alta precisâo.<br />

A Secçào de Conservaçâo do Solo tem empregado, a titulo experimental,<br />

très tipos de prancheta e outros tantos de alidade.<br />

O tipo mais simples de conjunto consiste de uma prancheta de construçâo<br />

caseira e de uma alidade de janela e pinula, também construida<br />

em uma oficina nacional.<br />

O segundo tipo, em principio, é inteiramente semelhante ao primeiro,<br />

diferindo apenas no fato de ter sido importado e de a prancheta<br />

possuir, encaixada na madeira, uma büssola declinatória especial.<br />

O terceiro tipo de conjunto é bastante preciso e expedite em seu<br />

funcionamento. A prancheta em tripe extensivel é fàcilmente nivelada<br />

com auxilio de parafusos de chamada e parafusos de fixaçâo. A alidade<br />

é do tipo de luneta auto-redutora de grande alcance, fornecendo diretamente<br />

pela leitura da mira, as distâncias verticals e horizontals. Acessórios<br />

especiais de traçado de paralelas, de fixaçâo do papel, etc., simplificam<br />

e dâo precisâo ao trabalho.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 671<br />

No caso das alidades de pinulas e janelas, a mediçâo das distâncias<br />

horizontals terâ que ser feita diretamente sobre o terreno pelo sistema<br />

de passo aferido com ou sem o auxilio de um podômetro, ou mesmo de<br />

trenas ou correntes. A mediçâo das declividades sera feita com auxilio<br />

de um clinômetro manual.<br />

Foto 3 — Levantamento conservacionista corn prancheta e alidade de janela e pinula. Fazenda<br />

Santa Elisa, Campinas.<br />

4 — Equipamento para exame do solo<br />

Para o levantamento de tipos de solo sera necessârio examinar o<br />

perfil do solo em diferentes pontos da area. Este exame sera feito, usualmente,<br />

com auxilio de uma pâ de cavar reta e de uma sonda tipo trado<br />

rosqueado.<br />

Com a pâ reta e, eventualmente, com algum outro instrumento de<br />

escavaçâo, seräo abertos os perfis para estudo e descriçâo dos diferentes<br />

tipos de solo encontrados.<br />

Com a sonda tipo trado far-se-âo as perfuraçoes de reconhecimento<br />

daqueles perfis jâ examinados em cova especialmente aberta com a pâ<br />

de cavar. A sonda tem um cabo extensivel e marcado de 10 em 10 cm,<br />

que permite fazer perfuraçoes a profundidades até 2 métros ou mais, se<br />

necessârios. Usualmente, as perfuraçoes sâo feitas até cêrca de 80 centimetros<br />

ou 1 metro. A sonda apresenta na exteremidade uma rôsca que<br />

vâi trazendo, para ser examinado, material de diferentes profundidades<br />

do solo. Este material ira sendo examinado pelo aspecto, pela consistência,<br />

pela textura, pela côr, etc.<br />

. Em casos especiais poderâo ser empregados métodos auxiliares de<br />

exame do solo, como sejam, métodos de determinaçâo em campo do pH<br />

e da riqueza nos principals elementos nutritivos, com auxilio de estojos<br />

apropriados. .. .. . . ' . . . . ,


672 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

5 — Material de desenho<br />

Para confecçâo do mapa no campo hâ necessidade de se empregar<br />

um papel de desenho resistente e de lapis de diferentes côres.<br />

Depois de terminado o serviço de campo, o mapa obtido poderâ ser<br />

passado a limpo. Para tal empregar-se-â, de preferência, papel vegetal,<br />

do quai se poderâo, depois, tirar tantas copias heliogrâficas quantas se<br />

desejarem.<br />

Poto 4 — Escavaçâo para reconhedmento do perfil, em solo arenoso oriundo de sedimenios<br />

Gonduânicos. Municipio de Tieté, Estado de Sâo Paulo.<br />

A distinçâo de graus ou tipos dentro de cada uma das caracteristicas<br />

levantadas, especialmente, da capacidade de uso, poderâ ser realçada<br />

com auxilio de côres especiais, a lapis, a aquärela ou a guache.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 673<br />

IV — EXEMPLO DE UM LEVANTAMENTO CONSERVACIONISTA<br />

À guisa de exemplo, apresentamos o levantamento conservacionista<br />

que a Secçâo de Conservaçâo do Solo realizou, em 1946, na Estaçâo Experimental<br />

de Mococa, do Institute Agronômico do Estado de Sâo<br />

Paulo (8).<br />

Este levantamento foi feito por uma brigada de campo composta de<br />

2 engenheiros agrônomos (os dois Ultimos autores dêste trabalho) e 3<br />

operârios.<br />

Foi usado um mapa-base que em cêrca de 112 hectares apresentava<br />

os detalhes dos principals acidentes topogrâficos, inclusive curvas de<br />

nivel, e que nos restantes 360 hectares apresentava apenas o perimetro<br />

externo.<br />

Foi empregada uma prancheta com alidade de lurieta auto-redutora<br />

de grande precisâo, locando, além das distâncias horizontals, também<br />

as verticais, na ârea que ainda nao havia sido levaïitada altimètricamente.<br />

Um clinômetro manual tipo Abney, graduado em percentagem,<br />

foi usado para locar as classes de déclive. .<br />

Os tipos de solo foram identificados com auxïlio de uma pâ de cavar<br />

reta e de uma sonda tipo trado, com rôsca de '\W de diâmetro.<br />

O serviço de campo foi feito em 22 dias de trabalho, dando, por conseguinte,<br />

uma média de 21,5 hectares lëvantados para cada dia de trabalho.<br />

• - • . . .<br />

Em mapas especialmente feitos sâo apresentados separadamente<br />

cada uma das caracteristicas levantadas, bem como um esbôço de plane<br />

jamento conservacionista e um detalhe ilustrando a intensidade e a<br />

maneira de distribuiçâo dos simbolos adotados.<br />

1 — Tipo de Solo<br />

Foram discriminados 8 tipos de solo na ârea levantada, tipos êsses<br />

que no mapa foram representados por uma numeraçâo especial sömente<br />

para o caso em questâo: :<br />

1 — Massapê avermelhado, pobre em pedregùlhos finos.<br />

2 — Salmourâo médio, pardo-claro, de subsolo avermelhado,<br />

com presença de pedras grandes.<br />

3 — Salmourâo médio, pardo-claro, de subsolo amarelado, com<br />

presença de pedras grandes. . ......<br />

4 — Salmourâo grosso, pardo-claro, com cascalho grosso.<br />

5 — Salmourâo fino, pardo-avermelhado.<br />

6 — Terra de brejo cinza-escura, drenagem imperfeita.<br />

7 — Salmourâo fino, pardo-claro, com presença de pedras<br />

grandes.<br />

8 — Terra de vârzea cinza-clara, drenagem imperfeita.<br />

2 — Declividade<br />

Foram discriminados para aquela ârea, especialmente, as seguintes<br />

•classes de déclive:<br />

A — Déclives inferiores a 3%.<br />

B — Déclives entre 3 e 8%.<br />

C — Déclives entre 8 e 15%.<br />

D — Déclives entre 15 e 25%.<br />

E — Déclives superiores a 25%;.<br />

43 —


674 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

3 — Erosäo<br />

Foram discriminados os seguintes graus de erosäo:<br />

7A, 7, 7, 8A, 8 e +, de acôrdo com a convençâo jâ descrita anteriormente.<br />

4 — Uso e cobertura atual do solo<br />

Foram discriminados os seguintes tipos de uso e cobertura do solo<br />

na ocasiäo do levantamento:<br />

F — Mata.<br />

Pc — Reflorestamento com Eucalipto.<br />

Caf — Pastagem cultivada.<br />

Po — Cafèzal.<br />

Fre — Pomar.<br />

Cp — Culturas Permanentes.<br />

Ca — Culturas Anuais.<br />

E — Edif icaçôes.<br />

B — Baldio.<br />

5 — Capacidade de uso do solo<br />

Foram encontradas classes de capacidade de uso do solv, de I até V.<br />

A relaçâo entre as caracteristicas de tipo de solo, classe de déclive<br />

e grau de erosäo com a classe de capacidade de uso do solo foi apresentada<br />

no quadro anexo.<br />

6 — Resumo<br />

Para ilustrar a intensidade e freqüência de elementos levantados<br />

e, ao mesmo tempo, as convençôes adotadas em sua representaçâo, em<br />

um mapa especial figura a ampliaçâo da area de 1 (um) alqueire<br />

paulista (24.200 m 2 ), que no mapa de capacidade de uso do solo esta<br />

assinalada por um pequeno quadrado.<br />

7 — Planejamento<br />

Esquemàticamente, e para fins de exemplo apenas, esta representado<br />

em dois mapas especiais o planejamento conservacionista feito<br />

para a ârea em questäo. Em um dos mapas sâo representados os escoadouros<br />

os caminhos projetados e em outro a distribuiçâo dos tipos de<br />

uso do solo e de algumas prâticas conservacionistas aos mesmos associadas.<br />

V — SUMARIO<br />

Os autores apresentam neste trabalho algumas bases para execuçâo<br />

de levantamento e classificaçâo de terras para fins de conservacäo<br />

do solo, como resultado de estudos e levantamentos realizados pela<br />

Seccäo de Conservacäo do Solo do Instituto Agronômico em pontos representativos<br />

do Estado de Säo Paulo, e pelo prüneiro dos autores, nos<br />

Estados Unidos da America do Norte.<br />

Depois de consideraçoes acêrca da importancia dos plane jamentos<br />

conservacionistas de propriedades agricolas, mostram os autores a necessidade<br />

de serem os mesmos baseados na capacidade de uso do solo.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 675<br />

Para a determinaçâo da capacidade de uso do solo é que se faz o<br />

chamado "levantamento conservacionista'", distinguido pelo seu carâter<br />

sumârio e expedito.<br />

Os elementos considerados bâsicos na determinaçâo da capacidade<br />

de uso do solo e que, como tais, sâo levantados, sâo o tipo de solo, a declividade,<br />

a erosäo, o uso atual do solo e os principals acidentes topogrâficos<br />

do terreno.<br />

Sâo apresentados os critérios e as convençôes adotados para o levantamento<br />

e representaçâo de tais elementos. Para tipos de solo é feita<br />

uma sugestâo de uniformizaçâo de critério para todo o pais. Segundo<br />

esta sugestâo, cada uma das principals caracteristicas condicionadoras<br />

do tipo de solo séria representada por uma escala numérica decimal,<br />

podendo, para representaçâo da pedogenia, ser adotada também uma<br />

série de letras simbólicas especiais. Sâo também apresentados os elementos<br />

necessârios para execuçâo do levantamento, ou sejam, o pessoal,<br />

o mapa-base, o aparelhamento topogrâfico, o equipamento para exame<br />

de solo no campo e o material de desenho.<br />

À guisa de exemplo, descrevem com uma série de mapas e quadros<br />

ilustrativos o levantamento conservacionista realizado na Estaçâo Experimental<br />

de Mococa, do Institute Agronômico.<br />

VI — SUMMARY<br />

In this work the authors present some bases for the soil mapping<br />

and classification for soil conservation purposes, as the result of studies<br />

and surveys performed by the Soil Conservation Section of the<br />

Agronomic Institute of the State of Säo Paulo, and by the first author<br />

in the United States of America.<br />

After considerations about the importance of the conservationist<br />

plannings of farms, the authors show the necessity of basing them on<br />

the land use capacity.<br />

For determining the land use capacity that is performed the conservationist<br />

survey, identified by its character of superficiality and<br />

promptness.<br />

The elements considered as basics on determining the land use<br />

capacity, and that, as so are mapped, are the soil type, the land slope,<br />

the erosion, the present use of the soil, and the main topographical<br />

features of the land.<br />

The criteria and conventions adopted for the mapping and representing<br />

of such elements are presented. For soil types is presented<br />

one suggestion of standardizing the criterion for the whole country.<br />

Accordingly this suggestion, each one of the main soil type conditioning<br />

characteristics would be represented by one decimal scale of numbers,<br />

being possible, for the representation of the pedogeny, to adpt also a<br />

series of special simbolic letters.<br />

It is also presented the necessary elements for performing the<br />

survey, that is, the men, the basic map, the topographical equipment,<br />

the equipment for examining the soil on the field, and the drawing<br />

material.<br />

As an example, the authors describe, with one series of illustrative<br />

maps and plates, the conservationist survey performed at the Mococä<br />

Experiment Station, of the Agronomic Institute.


676 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

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11. MARQUES, J. Q. A.; GROHMANN, F.; BERTONI, J.; e ALENCAR, F. M. A. — "Relatório<br />

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pp. dactilografadas, mapas, grâficos.<br />

12. MARQUES, J. Q. A.; GROHMANN, F.; BERTONI, J.; e ALENCAR, F. M. A. — "Relatório<br />

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(Em execuçâo).<br />

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Série 5. a , Brasiliana, vol. 35, 2. a ed., 1938, 334 pp.<br />

22. STOBBE, P. C. and LEAHEY, A. — "Guide for the Selection of Agricultural<br />

Soils", Dom. Canada, Dep. Agric, Pub. 748, Farmers' Bui. 117, July, 1944,<br />

21 pp.


•<br />

LEVANTAMENTO CONSERVACIONISTA DA<br />

ESTAÇÂO EXPERIMENTAL DE MOCOCA<br />

\ O<br />

CAPACIDADE DE USO<br />

I-TERRAS DE CUITURA S€M PRAT1CAS ESPECIA1S,<br />

DECLIVES SUAVES COM AUSEWCIA DE EROSÄO,<br />

PtDRAS, TOCO5, ETC., FÉRTEIS E ORENA<strong>DO</strong>S.<br />

Il - TERRAS DE CULTURA COM PRÂTICA SIMPLES<br />

(PLANTIO EM CONTÔRNO. CULTURA EM FAIX AS,<br />

CANAIS ESCOA<strong>DO</strong>UROS VEGETA<strong>DO</strong>S, DRENA-<br />

GEM »MPUS, DIQUES CONTRA INUNDAÇÂO.I<br />

Illl -TERRAS DE CUITURA COM PRÂT1CAS INTËNSI-<br />

I VAS (FAIXA DE RETENÇÂO PERMANENTE, TERRA-<br />

CEAMENTO, ESTABILIZAÇÀO DE GROTA5. DR6-<br />

NAGEM COMPLEX A. REMOÇÂO DE PEDRAS.)<br />

I IV-TERRAS QUE S« PRESTAM PARA CULTURA OCA-<br />

I SIONALMÏNTÏ OU §M EXTENSÄO UMCTADA.<br />

1.000 m.


LEVANTAMENTO CONSERVACIONISTA<br />

DE 1 (UM) ALQUEIRE PAULISTA (24200 m 2 )<br />

TRECHO DA ESTAÇAO EXPERIMENTAL DE MOCOCA<br />

E S C A L A — 0 20 40 60 80 100 m.<br />

Ill -UCAPACIDADE DE USO TIP ° DE 5 ° L °<br />

B-7A DECLIVE -EROSAO


•<br />

•<br />

LEVANTAMENTO CONSERVACIONISTA DA<br />

ESTACAO EXPERIMENTAL DE MOCOCA<br />

\ o<br />

TIPOS DE <strong>SOLO</strong><br />

1 MASSAPÊ AVERMELHADA POBRE EM PEDREGU-<br />

LHO5 FINOS.<br />

1 SAIMOURÄO MEDIO, PAR<strong>DO</strong> CLARO. DE 5UB-<br />

<strong>SOLO</strong> AVERMEIHAOO, COM PRE5ENÇA DE PEDRAS<br />

GRANDES.<br />

3 SALMOURÄO MEDIO, PAS<strong>DO</strong> CLARO, DE SUB-<br />

5OL0 AMARELA<strong>DO</strong>, COM PRESENTA M PEDRAS<br />

GRANDES.<br />

* SALMOUBÄO GROSSO, PAR<strong>DO</strong> CLARO, COM<br />

CASCAlhO GROSSO.<br />

S SAIMOURÄO FtNO. PAR<strong>DO</strong> AVERMELHA<strong>DO</strong>.<br />

6 TERRA DE BREJO. CINZA tSCURO, DRENAGEM<br />

IMPÉWEITA.<br />

7 SALMOURÄO HNO, PAR<strong>DO</strong> CLARO, COM PRE-<br />

SÉNÇA DE PEDRAS GRANDES.<br />

B TERRA DE VÄRZEA, CINZA CLAKO, DRENAGEM<br />

IMFERFEtTA.<br />

1.000 m.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÈNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 677<br />

LEVANTAMENTO CONSERVACIONISTA<br />

DA<br />

ESTAÇAO EXPERIMENTAL DE MOCo'cA<br />

CLASSES DE DECLIVE<br />

A - 0 a 3 %<br />

B - 3 a 8 %<br />

C - 8 a 15 %<br />

D -15 a 25<br />

E - Mais de 25%<br />

1000


678<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

LEVANTAMENTO CONSERVACIONISTA<br />

DA<br />

ESTAÇAO EXPERIMENTAL DE MOCOCA<br />

GRAUS DE EROSAO<br />

SULCOS RASOS QUE SE-<br />

Tj ENTUPJOOS PELAS<br />

\'/'JPRÄTrcAS NOHMAIS DE PRE-<br />

^ ^ 00 <strong>SOLO</strong><br />

© SULCOS HASOS QUE<br />

SER CRUZAD03 POR<br />

AGRTCOLAS<br />

[f] SULCOS PROFUN<strong>DO</strong>S<br />

IQUE NÄO PO DE M SER CRU-<br />

] ZA<strong>DO</strong>S POR MAOUINAS<br />

AGRr'COLAS<br />

8 SULCOS RA505 QUE<br />

1SERÄ0 E«TUP1<strong>DO</strong>S PELAS<br />

JPRÄTfCAS ftORNAlS DE<br />

PREPARO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

(g) SULCOS RASOS QUE<br />

ÏPODE:« SER CRUZA<strong>DO</strong>S<br />

JPORUAQUINAS AGRt'cO-<br />

LAS<br />

[5] SULCOS PROFUNPOS<br />

QUE M KO PODEM SE"<br />

CRUZA<strong>DO</strong>S POR MAÜUI-<br />

NAS AGRl'cOLAS.<br />

ACUMULACÂO RECEN-<br />

TE- 3EDIMENTAÇA0<br />

3ULC0 5<br />

ESPAÇA<strong>DO</strong>S<br />

DE 30 ME-<br />

TROS OU<br />

MAIS.<br />

SULCOS<br />

ESPAÇA<strong>DO</strong>S SUL-<br />

DE MENOS<br />

COS<br />

DE 30 ME-<br />

TROS SEH<br />

COMTU00<br />

ABRAN GER<br />

MAIS DE<br />

75% DE<br />

AREA.<br />

100 0


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> SOLD 679<br />

LEVANTAMENTO CONSERVACIONISTA<br />

DA<br />

ESTAÇÂO EXPERIMENTAL DE MCCOCA<br />

PLANEJAMENTO<br />

MATA NATIVA E REFLORESTAMEN-<br />

TO.<br />

PASTO (COM PIQUETES PARA<br />

RODi'SIO E SULCOS EM CONTÔRNOJ<br />

LEGUMINOSAS PERMANENTES<br />

PARA A RE.STAURACAO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>.<br />

POMAR (PLANTl'o EM CONTÔRNQ E<br />

TERRAÇOS CAMALHOES DE BASE<br />

ESTREITA.<br />

CAFEZALf PLANTIO EM CONTOR-<br />

NO E TERRACOS CAMALHÖES DE<br />

BASE ESTREITA.<br />

AREA DRENADA E IRRIGAOA<br />

CULTURAS EM FA1XA COMBINADAS<br />

COM TERRAÇOS.<br />

CULTURAS AHUAIS COM PRATICAS<br />

SIMPLES (PLANTIO EM CONTORNO<br />

E FAIXAS DE RETENS&O<br />

«lEOIFlCACÖES.PARQUES ETC.<br />

N.


680 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

LEVANTAMENTO CONSERVACIONISTA<br />

DA<br />

ESTAÇAO EXPERIMENTAL DE MOCOCA<br />

USO ATUAL<br />

F - MATA<br />

Fr«-REFLORESTAMENTO COM<br />

EUCAL1PTOS<br />

Pc-PASTAGEM CULTIVADA<br />

Cof-CAFEZAL<br />

I Po-POMAR<br />

Cp-CULTURAS PERMANENTES<br />

Co-CULTURAS ANUA1S<br />

E- EDIFICAÇÔES<br />

B - BALDl'o<br />

N.<br />

1OOO


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNTAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> Do <strong>SOLO</strong> 681<br />

LEVANTAMENTO CONSERVACIONISTA DA<br />

ESTAÇÂO EXPERIMENTAL DE<br />

MOCOCA<br />

LEGENDA<br />

EDIFICACOES<br />

CERCA<br />

DIVISA CCRCAOA<br />

ESTRAOA DE PERRO<br />

RIO<br />

CORREGO<br />

CAMINHOS PARTICULARES<br />

ESTRADA MUNICIPAL<br />

CAMINHOS PARTICULARES COM<br />

CANA13 ESCOAOOUROS<br />

lOOOm.


6S2 ANAIS DA SEGUKDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

TIPOS<br />

DE<br />

<strong>SOLO</strong><br />

GRUPO 1<br />

1- MASSAPE AVER-<br />

MELHAOO<br />

5-SALM0URÄ0 FINO<br />

PAR<strong>DO</strong>-AVERME-<br />

LHA<strong>DO</strong><br />

GRUPO 2<br />

2-SALMOURAO ME-<br />

DIO AVERMELHAOO<br />

3- SALMOURAO ME-<br />

DIO AMARELA<strong>DO</strong><br />

7- SALMOURAO FINO<br />

PAROO-CLARO<br />

GRUPO 3<br />

4-SAUMOURÂO<br />

GROSSO PAR<strong>DO</strong>-<br />

CLARO<br />

GRUPO 4<br />

6-TERRA DE BREJO<br />

CINZA-ESCURO<br />

GRUPO 5<br />

8- TERRA DE VAR -<br />

ZEA CINZA-CLA-<br />

RO<br />

CLASSES DE CAPACIDADE DE USO<br />

Verde I<br />

A- o<br />

A mare 1 o II<br />

A- 7û, 8, 8A<br />

8-0<br />

A-O<br />

B-0<br />

A-0.+<br />

Vermelho III<br />

B-7A, 7, (7),8A,<br />

8,(8).<br />

8<br />

B-O.ÖA<br />

C-0.7A, 7,8A,8<br />

*<br />

B-0, &A, 8<br />

C-0, 7A<br />

C-0,8<br />

D-0<br />

A-O, BREJO<br />

C-®<br />

Azul IV<br />

D-0.7A,®, BA,<br />

8,®,<br />

E-0<br />

D-0, 7A, 8<br />

E-O<br />

D-0, 7A<br />

E-O


PESQUISAS SOBRE CONSERVAÇÀO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

JOÄO QUINTILIANO DE AVELLAR MARQUES<br />

Engenheiro Agrônomo e "Master of Science"<br />

Chefe da Secçâo de Conservaçâo do Solo<br />

do Institute Agronômico do Estado<br />

de Sâo Paulo<br />

I — INTRODUÇÂO<br />

A conservaçâo do solo, embora em alguns de seus elementos fundamentals<br />

tenha sido conhecida e adotada pelos agricultures desde<br />

épocas remotas, vem, entretanto, tomando ùltimamente o carâter de<br />

uma nova ciência, tal a sua importância para a sobrevivência das civilizaçôes,<br />

tal a complexidade dos assuntos envolvidos e tal a soma de conhecimentos<br />

que modernamente vem reunindo.<br />

A importância da conservaçâo do solo se patenteia pelo interesse<br />

despertado hoje no mundo inteiro, alertado pelos fartos e vivos exemplos<br />

de civilizaçôes que declinaram e mesmo desapareceram com o declinio<br />

e desaparecimento de seus recursos naturais renovâveis.<br />

A complexidade do problema redunda da amplitude e diversificaçâo<br />

dos recursos naturais renovâveis, nctadamente o solo agricola, as florestas,<br />

a fauna silvestre e os mananciàis e réservas de âgua, a par dos<br />

intrincados interesses econômicos e sociais envolvidos.<br />

A_soma_de conhecirnentos que modernamente vem sendo~réürïidö~s<br />

no âmbito da conservaçâo do solo, como resultado da sistematizaçâo dos<br />

trabalhos e pesquisas desenvolvidos no mundo inteiro, é de tal ordern<br />

que para o pleno dominio de suas mültiplas ramificaçôes jâ sâo necessârias<br />

outras tantas especializaçôes dos técnicos que a ela se dedicam.<br />

No Brasil, infelizmente, ao contrario de outros paises de agricultura<br />

adiantada, pequena importância tem sido dada à conservaçâo do<br />

solo, muito embora as estatisticas e a experimentaçâo agricola estejam<br />

a evidenciar, em numéros verdadeiramente impressionantes, a relevância<br />

do problema. /<br />

Desde os tempos dos primeiros colonizadores que a agricultura brasileira<br />

vem se caracterizando por tudo tirar e pouco restituir, num verdadeiro<br />

esbanjamento de nossos recursos naturais renovâveis. E, como<br />

conseqiiência dêsse carâter de verdadeira exploraçâo até hoje dado à<br />

nossa agricultura, temos assistido a um incessante nomadismo daß<br />

principals culturas do pais, em busca permanente de terras onde os<br />

recursos armazenados pela natureza ainda nâo tivessem sido delapidados.<br />

Atualmente, o declinio de produçâo de nossas principals culturas,<br />

notadamente o café e o algodâo, e o esgotamento das réservas de terra<br />

virgem dentro da faixa de condiçôes ecológicas exigidas pela agricultura,<br />

jâ estâo alarmando os dirigentes do pais e os représentantes das<br />

classes interessadas e, em conseqiiência, temos assistido ao promissor<br />

despertar de uma consciência conservacionista entre tôda a populaçâo<br />

nacional (15).


684 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

É de se esperar que, de agora em diante, a nossa agricultura tome<br />

novos rumos, preocupando-se em preservar o solo e os demais recursos<br />

naturais renovaveis como meio de aumentar seu rendimento imediato e<br />

de garantir o bem-estar das geracÖes futuras.<br />

Para a soluçao do complexo problema da conservacao de nosso solo,<br />

em seus aspectos técnicos, econômico e social, valiosos elementos têm<br />

sido importados de outros paises. No entretanto, as peculiaridades de<br />

nosso ambiente restringem a generalizaçâo de muitas conclusöes tiradas<br />

em terras alienigenas. Dai a importância das pesquisas especializadas<br />

conduzidas nas diversas regiöes e condicöes do pais. Qualquer<br />

campanha de conservacao do solo entre nós sômente poderâ ter êxito<br />

se baseada em dados seguros e fornecidos pelas pesquisas especializadas<br />

(15, 16).<br />

Conscientes dessa verdade, ao ensejo de uma viagem de especializados<br />

nos Estados Unidos da America do Norte em 1940 e 1941, escolhemos<br />

como urn dos temas principals de nossos estudos e observaçoes êsse<br />

das pesquisas em conservacao do solo (16) .<br />

Voltando ao Brasil, tivemos oportunidade de instalar, em 1942, na<br />

Escola Superior de Agricultura do Estado de Minas Gerais, em Viçosa,<br />

os primeiros talhöes expérimentais munidos de coletores para estudo<br />

das perdas por erosäo no Brasil, delineando ao mesmo tempo a organizacäo<br />

da primeira Estaçâo Experimental de Conservacao de Solds e<br />

Aguas do pais (13, 16).<br />

Em principios de 1943 fomos convidados para organizar e instalar<br />

a Secçâo de Conservacao do Solo do Instituto Agronômico do Estado<br />

de Sâo Paulo, onde temos realizado a maior parte de nossas pesquisas<br />

sobre conservacao do solo (17).<br />

Tratando-se de um assunto novo, com alguns métodos expérimentais<br />

ainda pouco conhecidos, julgamos de interesse para essa II Reuniäo<br />

Brasileira de Ciência do Solo fazer um relato sucinto dos trabalhos que<br />

temos realizado sobre o assunto.<br />

Ao fazê-lo, queremos deixar consignados os nossos agradecimentos<br />

aos dedicados colaboradores que temos tido em nossos trabalhos e que<br />

sâo, em Viçosa o engenheiro agrônomo ANTONIO REZENDE, no periodo<br />

final de instalaçâo dos talhöes com coletores, e, na Secçâo de Conservacao<br />

do Solo, até fins de 1943, o engenheiro agrônomo JOSÉ CARLOS MA-<br />

CHA<strong>DO</strong> NOGUEIRA, e, de meados de 1944 em diante, os engenheiros agrônomos<br />

FRANCISCO GROHMANN, JOSÉ BERTONI e FRANCISCO MOACYR AYRES<br />

DE ALENCAR. Nas Estaçôés Experimentais do Instituto Agronômico temos<br />

tido a colaboraçâo especialmente dos engenheiros agrônomos RU-<br />

BENS ÄLVARO BUENO e JoÂo ALOISI SOBRINHO, em Pindorama, LINEU CAR-<br />

LOS DE SOUZA DIAS e MARIO VIEIRA DE MORAIS, em Mococa, OSWAL<strong>DO</strong> AU-<br />

GUSTO MAMPEIM e DIRCEU PAES DE BARROS, em Ribeirâo Prêto, e ANTO-<br />

NIO GENTIL GOMES, em Monte Alegre.<br />

II — MODALIDADES <strong>DO</strong>S TRABALHOS DE PESQUISA SOBRE<br />

CONSERVACAO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

A extensâo e a complexidade dos problemas envolvidos pela conservacao<br />

do solo obriga a uma grande diversificaçâo de trabalhos de<br />

pesquisa. Neste capitulo procuraremos delinear, em traços gérais, os<br />

principals campos em que tal pesquisa se verifica e bem assim os métodos<br />

especiais de trabalho usados em cada caso.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 685<br />

1 — Objetivos dos órgaos de Pesquisas sobre Conservaçào do Solo<br />

De capital importância para qualquer trabalho de pesquisa é o<br />

delineamento claro dos objetivos visados. Este delineamento, lôgicamente,<br />

deverâ representar a sistematizaçâo mais fiel possivel dos problemas<br />

que ocorrem na aplicaçâo prâtica da conservaçào do solo.<br />

Em nossos trabalhos de pesquisa temos tomado como diretriz os<br />

seguintes objetivos principais (2, 13, 14, 17, 22) :<br />

a) Estudar a natureza, as causas, a extensâo e os efeitos dos processos<br />

de depauperamento da produtividade nas divprsas condiçôes<br />

de uso do solo.<br />

b) Determinar e experimentar as medidas fundamentals e as<br />

prâticas econômicas de conservaçào, restauraçâo e conquista<br />

do solo, inclusive a pesquisa de plantas e métodos para utilizaçâo<br />

econômica de terrenos de campo e outros naturalmente<br />

pouco produtivos.<br />

c) Investigar as bases para levantamentos e planejamentos conservacionistas<br />

de fazendas, em funçâo da capacidade de uso<br />

de cada gleba.<br />

d) Inter-relacionar diversos ramos da ciência e da prâtica envolvidos<br />

nos problemas de conservaçào do solo, desenvolvendo uma<br />

estreita cooperaçâo com entidades correlatas, e tomando parte<br />

na adaptaçâo dos resultados expérimentais as di versas capacidades<br />

de uso do solo.<br />

e) Colaborar no estudo da economia da conservaçào do solo e dos<br />

seus efeitos, no que diz respeito as terras de cultura, aos mananciais<br />

e cursos d'âgua, as réservas de flora e fauna silvestre,<br />

etc., sobre a estabilidade e prosperidade das populaçoes, sobre<br />

os sistemas de exploraçâo do solo e sobre o equilibrio econômico<br />

e social da-coletividade, procurando, ao-mesmo- tempo, a-melhor<br />

politica a ser seguida.<br />

2 — Estudos Agrogeológicos<br />

Os primeiros passos nas pesquisas sobre conservaçào do solo sâo,<br />

sem dûvida, os estudos agrogeológicos. Com efeito, para se obter uma<br />

racional conservaçào do solo, sera necessârio preliminarmente conhecê-lo<br />

tâo detalhadamente quanto possivel, desde a sua origem e formaçâo<br />

até as caracteristicas apresentadas no momento.<br />

Um planejamento de uso para fins de conservaçào do solo sômente<br />

poderâ ser seguro e eficiente se baseado no levantamento agrogeológico<br />

e se fundamentado na capacidade de uso do solo.<br />

O perfeito conhecimento dos fatôres de depauperamento do solo,<br />

imprescindivel para a determinaçâo das prâticas adequadas de contrôle,<br />

também sômente poderâ ser atingido pelo estudo dos processus<br />

de formaçâo do solo e das suas caracteristicas fisicas, quimicas e biológicas.<br />

Estes estudos agrogeológicos fundamentals para a conservaçào do<br />

solo, inclusive o levantamento agrogeológico, jâ vem sendo feito por<br />

algumas organizaçôes governamentais brasileiras.<br />

Em nossas pesquisas sobre conservaçào do solo temos nos utilizado<br />

dos estudos de agrogeologia realizados por organizaçôes especializadas,<br />

destacando-se, dentre elas, a Secçâo de Agrogeologia do Instituto Agronômico,<br />

em Campinas.


686 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

3 — Estudos Meteorológicos e Hidrológicos<br />

Como base para o conhecimento e projeto de certas prâticas conservacionistas,<br />

especialmente daquelas de carâter mecânico destinadas<br />

à retençâo ou abrandamento das enxurradas, é de capital importância<br />

o conhecimento do regime pluviométrico e das caracteristicas do ciclo<br />

hidrológico. Além de conhecer bem as caracteristicas meteorológicas da<br />

regiâo, é necessârio ter em mäo, também, os coeficientes de drenagem<br />

de areas e bacias hidrogrâficas de diferentes condiçôes de solo, topografia,<br />

conformaçâo, cobertura vegetal e tratos culturais.<br />

Serviços especializados têm colhido dados meteorológicos no Brasil<br />

inteiro. Faltam-nos, entretanto, especialmente dados de intensidade<br />

de chuvas para periodos curtos, correspondentes aos tempos de<br />

concentraçâo mais comuns no câlculo de prâticas conservacionistas.<br />

Em nossos trabalhos, com auxilio de pluviômetros e pluviógrafos<br />

e de coletores de material erosado, temos obtido, também, dados meteorológicos<br />

e hidrológicos. Estes Ultimos têm sido uma conseqüência natural<br />

dos estudos de erosäo, sendo devidamente tratados em outros capitulos.<br />

Estamos com instalaçoes em construçâo na Estaçâo Experimental<br />

Central do Instituto Agronômico, em Campinas, para o estudo de perdas<br />

por evaporaçâo em evaporimetros de solo saturado, de solo sêco com<br />

pesagem e de superficie livre de âgua (17).<br />

4. Determinaçao de perdas por erosäo<br />

Talvez se jam estes os principals estudos a serem feitos nas pesquisas<br />

sobre conservaçâo do solo. Dêles dependerâ a avaliaçâo dos prejuïzos<br />

ocorridos por efeito da erosäo nos diferentes sistemas culturais, a<br />

susceptibilidade à erosäo dos diferentes tipos de solo, a eficiência das<br />

diferentes prâticas conservacionistas, etc..<br />

Tivemos oportunidade de iniciar tais estudos aqui no Brasil, instalando<br />

em 1942, na Escola Superior de Agricultura do Estado de Minas<br />

Gérais, em Viçosa, 12 talhôes expérimentais munidos de coletores, distribuidos<br />

em 3 grupos de experiência e variando em tamanho desde<br />

37,5 m 2 (2,5 x 15 m) até 1000 m 3 (10 x 100 m e 20 x 50 m), destinados<br />

especialmente à determinaçao dos efeitos de direçao de fileiras, comprimento<br />

de rampa, cobertura vegetal e rotaçao de culturas (13).<br />

Em seguida, a partir de principios de 1943, na Secçao de Conservaçâo<br />

do Solo do Instituto Agronômico do Estado de Sâo Paulo, pudemos<br />

ampliar bastante os nossos trabalhos. Ho je jâ contamos, na referida<br />

Secçâo, com 107 talhoes expérimentais munidos de coletores, distribuidos<br />

em 4 estaçoes expérimentais representativas dos principals<br />

tipos de solo do Estado e abrangendo os diferentes tipos de uso do<br />

solo (18), conforme trataremos com mais detalhe em outro capitulo.<br />

Além dêsses talhôes instalados diretamente, sob nossa orientaçâo,<br />

tivemos oportunidade, também, de contribuir com os projetos de instalaçâo<br />

para os talhôes instalados no Horto Florestal de Belo Horizonte<br />

pela Divisâo de Conservaçâo de Solos, Irrigaçâo e Drenagem do Estado<br />

de Minas Gérais.<br />

Além dêsses talhôes expérimentais instalados com a nossa participaçâo,<br />

hâ também no Brasil, ao que temos noticias, as instalaçoes do<br />

Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas do Ministério da Agricultura,<br />

nas Estaçoes Experimentais de Sete Lagoas, Agua Limpa e Lavras,<br />

e as instalaçoes das Indüstrias Peixe, em Pesqueira, no Estado de<br />

Pernamubuco (15).


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 687<br />

Em virtude da sua importância e dos métodos de trabalho pouco<br />

conhecidos entre nos, ampliaremos este assunto em outros capitulos a<br />

seguir.<br />

5. Estudo das Prdticas Conservacionistas<br />

sob o Ponto de Vista da Produgäo<br />

Para se aquilatar da conveniência de certas prâticas conservacionistas<br />

em diferentes condiçôes de solo e culturas, de grande importância<br />

é a determinaçâo do seu efeito sobre a produçâo das culturas em diferentes<br />

tipos de uso do solo em que sâo empregadas. Esta determinaçâo<br />

se faz, experimentalmente, através de ensaios devidamehte plane] ados<br />

e conduzidos de acôrdo com as normas da moderna experimentaçâo<br />

agricola.<br />

Em quase tôdas as instituiçôes brasileiras de pesquisas agronômicas<br />

encontram-se trabalhos dessa natureza, notadamente com referência<br />

à adubaçâo, à correçâo do solo e à rotaçâo de culturas.<br />

Em nossos trabalhos, como complemento dos estudos sob o ponto<br />

de vista da erosâo, as principals prâticas de manejo e conservaçâo do<br />

solo sâo estudadas, também, sob o ponto de vista da produçâo, para ver<br />

de que forma se poderâ conciliar os critérios de defesa do solo e de produçâo<br />

econômica.<br />

Em ensaios devidamente planejados, de acôrdo com os ensinamentos<br />

da Estatistica Aplicada, temos conduzido, nas estaçôes expérimentais<br />

representativas dos très grandes tipos de solo do Estado de Sâo<br />

Paulo (massapê e salmourâo, roxa e arenosa de Bauru), estudos de efeito<br />

sobre a produçâo, especialmente das seguintes prâticas: preparo do<br />

solo, alternância de capinas, direçâo de fileiras, tratos e prâticas conservacionistas<br />

em cafèzal e diferentes tipos de rotaçâo de cultura.<br />

6. Observaçôes sobre a Adaptabilidade de Prâticas Conservacionistas<br />

em Escala de Campo<br />

Visando a completar os estudos feitos sob os critérios de erosäo e<br />

de produçâo, é necessârio instalar as diferentes prâticas conservacionistas<br />

em escala de campo ( nas diferentes condiçôes de solo e cultura, e,<br />

entâo, observar o seu comportamento e os seus efeitos com relaçâo à<br />

economia da produçâo, à administraçâo da fazenda, ao trabalho dos<br />

operârios, ao emprêgo da mâquinas, etc.<br />

Estas observaçôes assim em escala de campo temos feito utilizando<br />

as areas destinadas à produçâo gérai nas diversas estaçôes expérimentais<br />

do Instituto Agronômico e, mesmo, em algumas propriedades particulares<br />

representativas das principals condiçôes do Estado de Sâo<br />

Paulo.<br />

As prâticas conservacionistas que temos observado com este critério<br />

sâo principalmente os diferentes tipos e sistemas de culturas em<br />

faixas, a alternância de capinas, os diferentes tipos de secçâo e de revestimento<br />

de canais escoadouros vegetados, os diferentes tipos de revestimento<br />

de taludes em cortes e aterros , os diferentes tipos e sistemas<br />

de terraceamento, os caminhos em contôrno, a disposiçâo racional dos<br />

tipos de exploraçâo segundo a capacidade de uso do solo, etc.<br />

Sempre que possivel, temos procurado determinar nestas observaçôes<br />

o custo de instalaçâo e de manutençâo das principals prâticas conservacionistas,<br />

notadamente daquelas de carâter mecânico.


688 ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

7. Estudo de Plantas üteis para Conservaçao do Solo<br />

A vegetaçâo représenta, sem dûvida, o melhor auxiliar do hörnern<br />

na conservaçao do solo. Com efeito, o seu emprêgo para tal f im vai<br />

desde a cobertura contra os efeitos da erosâo e da combustäo acelerada<br />

da matéria orgânica até o melhoramento e enriquecimento do solo e<br />

ao fornecimento de abrigo e alimento para a fauna silvestre.<br />

A escolha de melhor vegetaçâo para cada caso dépende do conhecimento<br />

da biologia, dos hâbitos de propagaçâo e crescimento, da resistência<br />

a condiçôes de solo fraco e falta d'âgua, da utilizaçâo para fins<br />

econômicos, da utilizaçâo pela fauna silvestre.<br />

Para estudos dessa natureza torna-se necessârio reunir e comparar<br />

plantas nativas e importadas em coleçôes vivas sistematizadas ou jâ em<br />

aplicaçâo nas diferentes prâticas conservacionistas de carâter vegetativo,<br />

estudando-as do ponto de vista botânico e do ponto de vista de<br />

utilizaçâo prâtica.<br />

É o que temos procurado fazer nas Estaçoes Experimentais do Instituto<br />

Agronômico mais representativas das condiçôes ecológicas do<br />

Estado de Sâo Paulo. .<br />

Nesta II Reuniâo Brasileira de Ciênciado Solo, o colega F. M. A.<br />

ALENCAR focaliza um dos detalhes 'de' tais pesquisas, representado pelo<br />

estudo de cobertura e tratamento do solo por diferentes espécies végétais<br />

.<br />

8. Estudo de Equipamentos para Conservaçao do Solo<br />

Nas condiçôes peculiares de nossa agricultura, muito pouco se sabe<br />

ainda sobre os melhores tipos de.mâquinas e. instrumentes usados na<br />

construçâo e na manutençâo de prâticas conservacionistas de carâter<br />

mecânico, tais como canais escoadouros, terraços, sulcos, diques, etc.<br />

Também os niveis ê equipamentos especiais de locaçâo de curvas de<br />

nivel precisam ser, as vêzes, adaptadas para as nossas condiçôes.<br />

Temos dedicado uma parte de nosso tempo a tais estudos e jâ pudemos<br />

desenvolver urn novo con junto mecânico para terraceamehto e<br />

trabalhos similar es (12), e também simplificaçôes e adaptaçôes especiais<br />

em tipos de nivel de construçâo caseira (11).<br />

Para o fim especial de pesquisa, tivemos oportunidade de introduzir<br />

algumas adaptaçôes especiais • para as nossas condiçôes nos sistemas<br />

coletores de material erosado.<br />

9. Estudos de Irrigaçào, Drenagem e Defesa Contra Inundaçôes<br />

Nos pianos globais de conservaçao do solo é, muitas vêzes, imprescindivel<br />

a inclusäo das pfâticas de irrigaçâo, drenagem e defesa contra<br />

inundaçôes. Entretanto, atualmente, muito pouco se sabe, ainda, sobre<br />

as necessidades de âgua de nossas principals culturas sobre os melhores<br />

sistemas de irrigaçâo e drenagem, sobre a economia de seu emprêgo<br />

em nossas condiçôas, etc.<br />

Um campo grande de pesquisas esta aberto e inexplorado neste<br />

setor. Em nossos trabalhos na Secçao de Conservaçao do Solo nada temos<br />

feito a respeito, mesmo porque tal atribuiçâo tem ficado afeta a<br />

outras dependências. ~


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 689<br />

10. Pesquisas de Bases para Levantamentos e Planejamentos<br />

Conservacionistas<br />

Visando a colhêr os elementos bâsicos indispensâveis para que os<br />

técnicos encarregados da assistência direta aos agricultures possam realizar<br />

os levantamentos e planejamentos conservacionistas globais de fazèndas<br />

e de bacias hidrogrâficas complétas, vimos realizando, na Secçâo<br />

de Conservaçâo do Solo, em Carâter experimental, trabalhos dessa<br />

natureza. Tais trabalhos que vêm sendo realizados desde 1943, sâo conduzidos<br />

tanto em Estaçôes Experimentais, do Instituto Agronômico,<br />

como em algumas outras propriedades agricolas representativas das<br />

principals condiçôes do Estado de Sào Paulo.<br />

Em outro trabalho apresentado a esta II Reuniâo Brasileira de<br />

Ciência do Solo, em companhia dos colegas F. GEOHMANN e J. BERTONI,<br />

apresentamos alguns detalhes de tais pesquisas.<br />

11. Pesquisa sobre a Economia e a Necessidade da Conservaçâo do Solo<br />

Para orientaçâo dos próprios trabalhos de pesquisa, asim como para<br />

fornecimento de bases seguras aos trabalhos de fomento, aos zoneamentos<br />

rurais e, enfim, ao traçado da politica de conservaçâo do solo<br />

a ser seguida pelo govêrno, é imprescindivel levantar e estudar as condiçôes<br />

econômicas e sociais que influenciam e justificam a conservaçâo<br />

do solo e que decorrem da sua adoçâo.<br />

As condiçôes de uso do solo nas diferentes zonas agricolas precisam<br />

ser estudadas antes e depois da aplicaçâo das prâticas conservacionistas,<br />

a fim de que se possa avaliar melhor os seus beneficios e as suas<br />

limitaçôes.<br />

O sistema em gérai adotado para tais pesquisas é o dos levanta-<br />

-mentos-econômicos-por-meio-de-amostras-em-qualidade—quant-idade-edistribuiçâo<br />

représentativa das condiçôes da regiâo em estudo.<br />

Em tais amostras sâo feitos estudos e levantamentos completes dos<br />

tipos de solo, das classes de déclive, dos tipos e graus de erosâo, dos<br />

tipos de


690 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Em meados de 1947, entretanto, os tres técnicos que em meados<br />

de 1944 haviam sido admitidos como nossos colaboradores jâ estavam<br />

perfeitamente capacitados do assunto em seu aspecto geral. Cuidouse,<br />

entâo, de distribuir as atribuiçôes de tal forma a permitir a especializaçâo<br />

de cada um dos principals ramos da pesquisa sobre conservaçâo<br />

do solo. Dessa forma seria possivel uma maior profundidade de conhecimento<br />

e, por conseguinte, uma maior eficiência de trabalhos.<br />

Foi posta, entâo, em vigor a distribuiçâo de atribuiçôes entre os<br />

técnicos, jâ traçada por ocasiâo da instalaçâo da Secçâo (17), que consisitiu<br />

do seguinte (19) :<br />

I — Agronomia, abrangendo:<br />

a) Pesquisa e experiências sobre prâticas conservacionistas de<br />

carâter vegetativo;<br />

b) Estudo de plantas ûteis para conservaçâo do solo;<br />

c) Pesquisas sobre medidas auxiliares de preservaçâo da fauna<br />

silvestre;<br />

d) Investigaçâo dos fatôres de ordern biológica que afetam a erosâo<br />

do solo;<br />

e) Pesquisas e observaçôes sobre plantas para aproveitamento<br />

econômico de terras de baixa fertilidade ou muito inclinadas.<br />

II — Agrologia, abrangendo:<br />

a) Pesquisas e experiências sobre prâticas conservacionistas de<br />

carâter edafológico;<br />

b) Estudo da erodibilidade do solo em funçâo de suas caracteristicas<br />

fisicas e quimicas;<br />

c) Investigaçâo de bases para levantamentos expeditos de tipos<br />

de solo e graus de erosâo;<br />

d) Estudo e determinaçâo da capacidade de uso do solo;<br />

e) Colaboraçâo na investigaçâo de bases para os planejamentos<br />

conservacionistas.<br />

III — Engenharia, abrangendo:<br />

a) Pesquisas e experiências sobre prâticas conservacionistas de<br />

carâter mecânico;<br />

b) Estudo de equipamentos para locaçâo, construçâo e manutençâo<br />

de prâticas conservacionistas;<br />

c) Estudo e projeto de aparelhos e equipamentos utilizados nos<br />

trabalhos de pesquisa da Secçâo;<br />

d) Investigaçâo de bases para levantamentos topogrâficos expeditos;<br />

e) Investigaçâo de bases para planejamento do arcabouço de<br />

propriedades agricolas;<br />

ƒ) Execuçâo dos trabalhos topogrâficos da Secçâo.<br />

IV — Hidrologia, abrangendo:<br />

a) Determinaçâo de perdas de solo, âgua e elementos nutritivos,<br />

por erosâo superficial e por percolaçâo;<br />

b) Pluviometria e determinaçâo das perdas de âgua por evaporaçâo<br />

e transpiraçâo;<br />

c) Investigaçâo dos efeitos das caracteristicas fisicas dos terrenos<br />

e de seu uso sobre as enxurradas, sobre os cursos d'âgua e<br />

sobre as inundaçôes;


AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 691<br />

d) Investigaçâo dos principios hidrâulicos envolvidos na desagregaçâo,<br />

no transporte e na sedimentaçâo das particulas do<br />

solo.<br />

V — Economia, abrangendo:<br />

a) Determinaçâo do valor dos prejuizos por erosäo;<br />

b) Determinaçâo do custo das diversas prâticas conservacionistas;<br />

c) Avaliaçâo da intensidade da assistência financeira (financiamento,<br />

prêmios, isençôes de impostos, etc.) que o govêrno deverâ<br />

estabelecer para as diversas medidas de conservaçâo de<br />

solos e âguas;<br />

d) Estudp das prâticas conservacionistas com relaçâo à organizaçâo<br />

e à administraçâo das propriedades agricolas;<br />

e) Estudo do aspecto social do problema da conservaçâo do solo<br />

e das alteraçôes necessârias na legislaçao vigente;<br />

ƒ) Colaboraçâo na investigaçâo de bases para planejamentos conservacionistas<br />

.<br />

Dessa forma, cada um dos técnicos da Secçâo ficou com uma das<br />

especialidades acima discriminadas, ficando, ainda, responsâvel pelos<br />

trabalhos da Secçâo em andamento em uma parte das estaçôes expérimentais,<br />

distribuidas principalmente segundo o critério de tipo de<br />

solo (19).<br />

III — MÉTO<strong>DO</strong>S DE DETERMINAÇÂO DE PERDAS POR EROSÄO<br />

Sâo vârios os processus em uso para o estudo da erosäo. A escolha<br />

de cada processo dépende principalmente do tipo de perdas a se determinar,<br />

do tipo de prâticas a estudar, das œndiçôes ecológicas locais<br />

e das possibilidades-do-experimentador._ '<br />

Poder-se-iam classificar da seguinte maneira os métodos de determinaçâo<br />

de perdas por erosäo (5, 6, 7, 8, 9, 14, 17, 21) :<br />

A — Métodos Dîretos.<br />

a — Volume das perdas.<br />

1. Erosäo por impacto;<br />

2. Erosäo por arrastamento superficial.<br />

i — Coleta do total;<br />

ii — Coleta de uma fraçâo;<br />

iii — Registro da passagem.<br />

3. Perdas por percolaçao.<br />

b. Intensidade das perdas.<br />

c. Teor das Substâncias e Elementes Transportados.<br />

1. Determinaçâo de umidade;<br />

2. Anâlise mecânica;<br />

3. Anâlise quimica.<br />

B — Métodos Indiretos<br />

a. Mudanças no Relêvo do Solo.<br />

1. Levantamentos de graus de erosäo;<br />

2. Levantamento topogrâfico;<br />

3. Documentaçâo fotogrâfica.


692 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

b. Alteracäo na Constituigäo do Solo.<br />

1. Anâlise fisica;<br />

2. Anâlise quimica.<br />

Vejamos resumidamente, em que consiste cada urn dêsses métodos<br />

e em que caso se aplicam.<br />

A — Métodos Diretos — Tais métodos estudam a erosâo coletando<br />

e analisando o material pela mesma arrastado do solo. Sâo, em geral,<br />

mais exatos porque permitem isolar melhor os fatôres em estudo.<br />

a. Volume das perdas — O estudo da erosäo por meio da mediçâo<br />

direta do volume do material erosado é urn dos mais üteisna avaliaçâo<br />

do efeito dos diversos tipos de solo, de uso do solo e de prâticas conservacionistas.<br />

1. Erosäo por impacto — Para avaliar o efeito da erosâo provocada<br />

pelo impacto das gôtas de chuva sobre a superficie do solo, utilizam-se<br />

pequenos depósitos enterrados no solo e munidos de anteparo<br />

para recolherem os respingos carregados de particulas de terra (5, 6).<br />

Este método se aplica especialmente ao estudo do efeito de cobertura<br />

e travamento superficial do solo proporcionado por certas prâticas<br />

de carâter vegetativo e de carâter edâfico. É um complemento dos<br />

demais estudos; principalmente visando a determinar a extensâo da<br />

desagregaçâo provocada no solo superficial e o seu efeito na erosâo por<br />

arrastamento.<br />

Ainda nâo temos usado este método em nossos trabalhos.<br />

2. Erosäo por arrastamento superficial — Constitui a determinaçâo<br />

das perdas por arrastamento superficial o método mais util e<br />

acessivel de se estudar o efeito das caracteristicas de solo, cobertura,<br />

prâticas culturais e prâticas conservacionistas. É precisamente o método<br />

que temos adotado quase que em todos os nossos estudos dessa<br />

natureza. Determinando o volume do material arrastado superficialmente<br />

de uma determinada area, tem-se ao mesmo tempo o efeito da<br />

erosâo por impacto, da erosâo laminar e das demais formas de erosäo<br />

superficial (sulcos, esburacados, etc.).<br />

Para mediçâo do volume de perdas por arrastamento superficial<br />

lança-se mäo de talhöes ou areas circundadas ou delimitadas por paredes<br />

ou divisores de âgua artificiais ou naturais. Tôda e sômente a enxurrada<br />

formada em tais âreas limitadas é, entâo, medida por processos<br />

vârios em coletores e medidores especiais (7, 8, 14, 17, 22).<br />

i. Coleta total — Tanques de capacidade suficiente recolhem<br />

tôda a enxurrada escorrida do talhâo experimental em 1 dia (24 horas).<br />

Este sistema nâo pode, em geral, ser usado para talhôes de ârea superior<br />

a cêrca de 80 m 2 (22), pois do contrario, os tanques ficariam excessivamente<br />

grandes.<br />

Os tanques sâo feitos e calibrados de tal forma que uma simples<br />

leitura da altura da âgua depositada forneça o seu volume total.<br />

Temos usado tal sistema apenas nos talhoes em mata virgem, de<br />

Viçosa e de Pindorama. Ao que estamos informados, foi este o sistema<br />

adotado em Pesqueira para culturas anuais.<br />

ii. Coleta. de uma fraçao — Apenas uma fraçâo aliquota da enxurrada<br />

é coletada, e por essa fraçao avalia-se o volume total. Dentre<br />

os vârios sistemas de determinaçâo das perdas por arrastamento superficial,<br />

este é o mais util e acessivel para as nossas condiçôes, tendo<br />

sido o método usado, até agora, em quase todos os nossos estudos de<br />

perdas por erosäo.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 693<br />

Êste método temos usado para talhöes desde 80 m 2 até 10.000 m 2 .<br />

Utiliza-se um tanque, em geral um pouco maior e mais raso que<br />

os demais, equipados com telas'retentoras da palha e restos de cultura,<br />

para funcionar como tanque de decantaçâo. Neste tanque fica depositada<br />

a maior parte do solo arrastado e, se a chuva nâo foi muito forte,<br />

tôda a enxurrada escorrida. Nas enxurradas volumosas êste tanque de<br />

decantaçâo extravasa, e no seu vertedouro instala-se urn divisor especial<br />

que sépara e conduz uma fraçâo aliquota do extravasado para urn<br />

segundo tanque ou para urn segundo divisor. Em alguns sistemas coletores,<br />

especialmente em areas maiores de 200 m 2 , hâ conveniência de<br />

se acrescentar um terceiro tanque, recebendo a fraçâo separada por um<br />

segundo, ou mesmo terceiro divisor (7, 8, 14, 17, 22).<br />

Os divisores usados sâo do tipo Geib (7), com janelas perfeitamente<br />

iguais, cortadas ou armadas em chapa metâlica, em numero impar,<br />

em geral inferior a 11 (7, 8, 14, 17, 22, 23).<br />

O volume recolhido em um tanque final multiplicado pelo numero<br />

de janelas do divisor imediatamente précédente, ou pelo produto dos<br />

numéros de janelas dos divisores imediatamente précédentes, no caso<br />

de nâo serem os mesmos separados por um tanque, acrescido ao volume<br />

depositado no tanque précédente, e assim por diante, até o tanque de<br />

decantaçâo, darâ o volume total escorrido do talhâo experimental.<br />

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Figura 1 — Instalaçôes para determinaçâo de perdas por erosâo na Estaçâo Experimental Central<br />

do Instituto Agronômico do Estado de Säo Paulo, Campinas (Foto do autor).<br />

iii. Registro da passagem — Em vertedouros especiais, ligados<br />

por um sistema de vasos comunicantes, a urn limnigrafo, faz-se passar<br />

tôda a enxurrada escorrida do talhâo ou area experimental. O limnigrafo,<br />

por intermédio de sua bóia indicadora da altura da âgua no vertedouro,<br />

vai registrando as oscilaçôes de nivel da âgua, em urn tambor<br />

acionado por um mecanismo de relojoaria, que dâ uma volta em um<br />

espaço de tempo determinado.<br />

O vertedouro é instalado de maneira a dar uma velocidade constante<br />

de escoamento da enxurrada, e é, em geral, do tipo triangular ou em<br />

"V", de modo a dar sensibilidade para as pequenas vazôes sem perder,<br />

também, as grandes.,<br />

Conhecendo-se as vazôes correspondentes as diferentes alturas de<br />

âgua registradas no vertedouro e conhecendo-se o tempo decorrido, é<br />

fâcil determinar-se o volume total de enxurradas escorrido pelo vertedouro<br />

. .


694 ANAIS DA SECUNDA REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Para determinaçâo do teor de elementos transportados na enxurrada<br />

recolhe-se, com o auxilio de uma pequena calha e de um tanque<br />

de armazenamento, uma amostra da enxurrada escorrida.<br />

Este método de avaliacäo do volume de erosäo laminar é o mais<br />

adequado para areas expérimentais grandes e para certos tipos de estudo<br />

de perdas em pontas de terraço (7, 13, 16, 21).<br />

Até agora nâo temos utilizado este método em nossos estudos porque<br />

sômente em data recente recebemos a primeira partida de limnigrafos<br />

da Suiça.<br />

3. Perdas por percolaçao — Embora nâo sendo provocadas por<br />

fenômenos de erosäo propriamente dita, as. perdas, tanto em âgua como<br />

em elementos nutritivos que se verificam no solo por açâo das âguas de<br />

percolaçao, costumam também ser determinadas juntamente com aquelas<br />

da erosäo propriamente dita, em virtude de sua estreita ligaçâo.<br />

Para tais determinates lança-se mâo dos lisimetros, que consistem,<br />

de uma maneifa gérai, em receptâculos especiais para coleta e<br />

mediçâo da âgua e dos elementos nutritivos que atravessam verticalmente<br />

uma camada mais ou menos profunda de solo.<br />

Existe uma grande diversidade de tipo de lisimetros e para cada<br />

estudo hâ um tipo mais indicado (9). Hâ desde os tipos simples, destinados<br />

a medir apenas a âgua de percolaçao, com tubos maiores ou menores<br />

cheios de terra desagregada (1, 9), ou entäo com bandêjas de coleta<br />

introduzidas no perfil do solo (9, 10) até os tipos complexos, destinados<br />

a medir a um so tempo as perdas por erosäo superficial, percolaçao,<br />

evaporaçao e transpiraçao, utilizando. blocos de solo sem alteraçao<br />

de estrutura (9, 21). Os mais complexos sâo aquêles de grandes<br />

blocos com dispositivos de pesagem (9).<br />

Estamos iniciando na Estaçâo Experimental Central do Instituto<br />

Agronômico, em Campinas, a instalaçao de uma bateria de lisimetros<br />

do tipo de bloco de solo inalterado e com dispositivos para medir a erosäo<br />

superficial e as perdas por percolaçao (20, 21).<br />

No Brasil ja existe em funcionamento uma bateria de lisimetros<br />

instalada em Sâo Gonçalo pela Inspetoria Federal de Obras Contra as<br />

Sêcas.<br />

b. Intensidade das Perdas — Visando a correlacionar a velocidade<br />

das perdas por erosäo com a intensidade da chuva, em diferentes condiçôes<br />

de uso do solo, lança-se mäo de limnigrafos instalados nos vertedouros<br />

da base dos talhöes ou areas expérimentais, ao mesmo tempo<br />

que se instalam pluviógrafos em pontos representatives da area experimental.<br />

Assim, os pluviógrafos registram a intensidade das chuvas e<br />

os limnigrafos registram a intensidade das enxurradas escorridas.<br />

Este estudo da intensidade de perdas permite verificar o efeito de<br />

certas prâticas de uso do solo no retardamento das enxurradas.<br />

Pode ser feito tanto em talhöes pequenos como em areas expérimentais<br />

ou bacias hidrogrâficas grandes.<br />

No caso do emprêgo dos limnigrafos para determinaçâo do volume<br />

das perdas, jâ se obtém simultâneamente o estudo da intensidade de<br />

perdas (8, 14, 17, 23).<br />

c. Teor das Substâncias e Elementos Transportados — O caso<br />

mais simples de estudo das perdas por erosäo é aquêle em que se fazem<br />

mediçôes apenas das quantidades de lama e de enxurrada arrastadas,<br />

sem determinaçâo dos teores de substâncias e elementos transportados.<br />

Este método serve para fins de comparaçâo prâtica dos efeitos de tipos<br />

de solo, de cobertura, de tratamentos do solo, ou de prâticas conserva-


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 695<br />

cionistas diversas. Pelos totais de lama e enxurrada arrastadas podemse<br />

avaliar com alguma aproximaçâo os efeitos da erosâo, especialmente<br />

em se tratando de comparaçâo de tratamentos sob condiçoes semelhantes<br />

de solo.<br />

Para uma avaliaçâo mais précisa das perdas torna-se necessârio, entretanto,<br />

associar as mediçôes de volume ou de peso do material transportado<br />

também as determinaçôes do teor com que nas mesmas figurem<br />

as principals substâncias e elementos transportados. Estas determinaçôes<br />

vâo desde a simples secagem para verificaçâo do teor de<br />

umidade até as anâlises mecânicas e quimicas complétas (14, 17, 23).<br />

Figura 2 — Um dos grupos de talhóes expérimentais de 100 m' (4m x 25m), com coletores de<br />

•material erosado da Divisâo de Conservaçâo de Solos, Irrigaçâo e Drenagem do Estado de Minas<br />

Gerais, Horto Florestal, Belo Horizonte. (Foto do autor).<br />

1. Determinaçao de Umidade — Do material erosado, depois das<br />

dévidas mediçôes de volume ou peso, retiram-se amostras representativas,<br />

com as quais, por pesagem e secagem em estufa, determina-se o<br />

teor de umidade na lama decantada e o teor de terra na enxurrada.<br />

Dessa forma pode-se avaliar as perdas em solo sêco e em âgua limpida.<br />

Estas determinaçôes temos f eito em quase tôdas nossas determinaçoes<br />

de perdas por erosâo. Sempre que possivel, para cada mediçâo de perdas<br />

nos tanques sâo tomadas amostras da lama decantada e da enxurrada<br />

com terra em suspensâo, para determinaçao da umidade.<br />

Os dados obtidos sâo, em gérai, utilizados para determinaçao de<br />

teores médios utilizâveis nos câlculos (11 a 17) .<br />

2. Anâlise mecânica — Do material sólido arrastado sâo tiradas<br />

amostras para anâlise mecânica, determinando-se assim a textura do<br />

solo arrastado. Tal anâlise ajuda no estudo da erosibilidade dos diferentes<br />

tipos de solo. Em nossos trabalhos, tais anâlises deverâo ser realizadas<br />

pela Secçâo de Agrogeologia do Institute Agronômico.<br />

3. Anâlise quimica — Do mesmo modo que a anâlise mecânica, a<br />

anâlise quimica do material erosado, tanto lama como enxurrada, fornece<br />

dados valiosos no estudo da erodibilidade dos solos e na comparaçâo<br />

de certas prâticas, especialmente daquelas que interferem diretamente<br />

na fertilidade do solo (14, 17). Em nossos trabalhos, tais anâlises<br />

têm sido feitas, também, pela Secçâo de Agrogeologia.


696 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Em trabalho apresentado a esta II Reuniäo Brasileira de Ciência<br />

do Solo, os colegas FRANCISCO GROHMANN e RENATO A. CATANI, baseados<br />

em tais anâlises, estudam o problema da erodibilidade e da conservaçâo<br />

do solo arenoso do tipo Bauru,. representado pela Estaçâo Experimental<br />

de Pindorama.<br />

B — Métodos indiretos — A erosäo pode também ser estudada por<br />

métodos indiretos de avaliaçao de sua intensidade, baseados nos vestigios<br />

deixados no solo ou nas diferenças apresentadas em relacäo ao<br />

solo näo erosado.<br />

De um modo gérai, tais processos säo mais imprecisos do que aquêles<br />

que se baseam no estudo do material erosado, mesmo porque quase<br />

sempre outros fatôres se associam à erosâo, somando com a mesma os<br />

seus efeitos sobre o relêvo ou sobre a constituiçâo do solo, de tal modo<br />

que é dificil isolar e diferençar as causas primârias.<br />

Constituem, em gérai, processos auxiliares de estudo da erosäo.<br />

a. Mudanças no Relêvo do Solo — Em periodos longos, é algumas<br />

vêzes possivel diferenciar os efeitos da erosâo e mesmo avaliar a extensâo<br />

dos danos provocados, em funçâo das mudanças e alteraçôes apresentadas<br />

pelo relêvo do solo.<br />

1. Levantamento de graus de erosäo — Uma comparaçâo de<br />

levantamentos de graus de erosâo realizados em épocas diferentes sobre<br />

uma mesma ârea pode indicar o progresso ou a estabilizaçâo da erosäo,<br />

algumas vêzes possibilitando até mesmo a avaliaçao quantitativa<br />

das perdas sof ridas por efeito da mesma.<br />

O levantamento de graus de erosâo, conforme é tratado com mais<br />

detalhe em trabalho que, em companhia dos colegas FRANCISCO GROH-<br />

MANN e JOSÉ BEKTONI, apresentamos a esta II Reuniäo Brasileira de<br />

Ciência do Solo, baseia-se especialmente na camada de solo virgem remanescente<br />

e na profundidade e proximidade dos sulcos.<br />

Assim, por exemplo, se o levantamento de uma determinada ârea<br />

indicou, em determinada época, uma erosäo laminar de grau 1 (mais<br />

de 15 cm de solo remanescente), e o levantamento realizado alguns anos<br />

mais tarde assinalou uma erosäo laminar de grau 3 (apenas 5 cm de<br />

solo remanescente), é sinal de que durante êsse perïodo de tempo foram<br />

desgastados cêrca de 10 cm de camada de solo. Poder-se-ia, entäo, determinar<br />

a profundidade gasta anualmente, ou mesmo a tonelagem de<br />

terra arrastada por unidade de ârea, se conhecido o peso especifico aparente<br />

do solo em questâo.<br />

2. Levantamento topogrâfico — Algumas vêzes, com auxilio de<br />

levantamentos altimétricos de grande precisäo, consegue-se avaliar a<br />

camada de solo arrastado pela erosäo. Para tal, alguns marcos especiais<br />

säo instalados em pontos convenientes da ârea e, de tempos em tempos,<br />

säo feitos levantamentos altimétricos de grande precisäo.<br />

Êste método é adotado, em certos casos, de avaliaçao das mudanças<br />

de forma no perfil da superficie do terreno, especialmente, em talhöes<br />

expérimentais munidos de coletores de material erosado, como<br />

urn complemento dos trabalhos. Pode-se verificar, por exemplo, se um<br />

perfil reto altera-se para côncavo ou convexo, e assim por diante (14,17).<br />

Em casos especiais, marcos ocasionalmente existentes no terreno<br />

podem servir como indicadores da camada de solo arrastada pela erosäo.<br />

É o caso ocorrido na antiga Secçao Etnológica do Institute Agronômico,<br />

em Campinas, na Fazenda Santa Eliza, e a que se réfère F. W.<br />

DAFERT no seu relatório de 1893 (4). "Em um déclive de 10°, foram<br />

enterrados em 1889 canos do encanamento d'âgua de 34 cm de profundidade.<br />

Estes canos apareceram em grande parte em 1893. A âgua


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 697<br />

tinha, pois, numa ârea de 1 hectare, carregado para fora pelo menos<br />

2.000 a 3.000 métros cûbicos de terra ou 500 a 700 métros cûbicos por<br />

ano!".<br />

3. Documentaçao fotogrâfica — Fotografias tomadas a intervalos<br />

reguläres, de pontos e direçôes fixas, poderâo indicar variaçôes e progresso<br />

em certas formas de erosâo, notadamente naquelas que se apresentam<br />

em sulcos, desbarrancados, sedimentaçâo, etc. (14, 17).<br />

b. Alteraçôes na Constituiçâo do Solo — Em certos casos a erosâo<br />

pode ser reconhecida e avaliada em sua extensâo pelas mudanças<br />

assinaladas na propria constituiçâo fïsica e quùnica do solo.<br />

1. Anâise fisica — O exame do perfil dö solo, da textura, da permeabilidade,<br />

etc., podem, em alguns casos, auxiliar na avaliaçâo da<br />

camada de solo superficial jâ arrastada pela erosâo. Completam, em<br />

gérai, as informaçôes fornecidas pelo levantamento de graus de erosâo,<br />

pois que nestas nem sempre se podem conhecer os horizontes do solo.<br />

Apenas o levantamento expedite de campo pode ser insuficiente, exigindo,<br />

entâo, anâlises fisicas mais detalhadas e précisas, em laboratório.<br />

Figura 3 — Diversos iipos de cultura em faixas sendo observados em escala de campo, na Estaçâo<br />

Experimental de Pindorama, Instituto Agronômico do Estado de Sâo Paulo. (Foto do autor).<br />

2. Anâlise quimica — Analisando-se um solo a intervalos reguläres,<br />

pode-se determinar a variaçâo de sua riqueza em elementos nutritivos.<br />

Descontando-se, nas perdas verificadas, a quantidade consumida<br />

e retirada pelas colheitas obtêm-se, com bastante aproximaçâo, as<br />

perdas ocasionadas pela erosâo, uma vez que esta é quase sempre o<br />

principal fator de desgaste do solo.<br />

P. VAGELER, em seu relatório de 1935 sobre a Secçâo de Solos do<br />

Instituto Agronômico, em Campinas, apresenta uma comparaçâo de<br />

anâlises quimicas feitas por R. BOLLIGER de uma terra roxa quando<br />

virgem e depois de explorada durante 22 anos com cafèzal (25). Até a<br />

profundidade de 120 cm as perdas de elementos nutritivos do solo f or am<br />

de 85% em 22 anos, ou sejam, de 4% por ano, sem contar os danos<br />

acarretados, também, para as propriedades fisicas do solo.<br />

Tais perdas decorreram especialmente da erosäo.<br />

Recentemente, a Secçâo de Agrogeologia do Instituto Agronômico,<br />

em Campinas, vem repetindo tais comparaçôes para os principals tipos


698 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>'<br />

de solo do Estado de Sâo Paulo, obtendo, dessa forma, uma avaliaçâo<br />

bastante segura das perdas anuais em elementos nutritivos.<br />

Embora a erosâo nâo seja o ünico responsâvel por tais perdas, é,<br />

pelo menos, um dos principals, servindo, portante, tais anâlises comparadas<br />

como uma boa indicaçâo da intensidade de seus efeitos.<br />

IV — CÂLCULO, PROJETO E CONSTRUÇÂO<br />

<strong>DO</strong>S SISTEMAS COLETORES DE MATERIAL EROSA<strong>DO</strong><br />

Conforme jâ tivemos oportunidade de assinalar, o sistema que temos<br />

usado até o presente, na determinaçâo das perdas por erosâo é o<br />

dos tanques coletores do total ou de uma fraçao aliquota da enxurrada<br />

perdida de cada talhäo experimental.<br />

O câlculo, o projeto e a construçâo de tais sistemas coletores têm<br />

sido variâveis, em funçâo das condiçôes de pluviosidade, de solo, de<br />

déclive, de estudos a serem feitos e de possibilidades em meios de trabalho.<br />

A base de nossos conhecimentos a respeito foi feita nos Estados<br />

Unidos da America do Norte, principalmente nos estudos que tivemos<br />

oportunidade de realizar no Texas Agricultural and Mechanical College,<br />

sob a orientaçào de D. CHRISTY, e nas visitas feitas a algumas estaçôes<br />

expérimentais especializadas.<br />

O principio gérai do câlculo dos sistemas coletores é o mesmo dos<br />

câlculo de vazâo de uma determinada ârea para projeto de canais escoadouros,<br />

boeiros, etc.<br />

A capacidade de coleta dos tanques faz-se na base de urn dia (24 horas),<br />

uma vez que as mediçôes sâo diârias. A ârea dos vertedouros, das<br />

bicas, das janelas dos divisores, etc., é determinada em funçâo da intensidade<br />

maxima de enxurrada provâvel de ocorrer na ârea do talhäo.<br />

Assim sendo, para câlculo do volume mâximo de enxurradas possivel<br />

de escorrer em 24 horas, toma-se como base a precipitaçâo maxima<br />

diâria da regiâo, a extensâo do talhâo e o coeficiente de enxurrada da<br />

ârea, este variando em funçâo do tipo de solo, da cobertura, do uso do<br />

solo, do déclive, do comprimento da rampa, etc. (3, 11).<br />

A precipitaçâo maxima diâria multiplicada pelo coeficiente de enxurrada<br />

e pela ârea do talhäo dâ o volume mâximo de enxurrada a ser<br />

recolhido em 1 dia.<br />

Para o câlculo da vazäo maxima, isto é, do mâximo volume por<br />

unidade de tempo necessârio para determinaçâo da ârea dos vertedouros,<br />

toma-se como base o tempo de concentraçâo do talhäo, e para este<br />

tempo determina-se a mâxima intensidade de chuva possivel, dentro do<br />

periodo de segurança desejado. Conhecendo-se essa intensidade mâxima<br />

de chuva, assim como o coeficiente de enxurrada e a ârea do talhâo,<br />

determina-se a vazäo mâxima utilizando-se, por exemplo, do método<br />

racional (3, 11) .<br />

Obtida a vazäo mâxima, é fâcil determinar as âreas dos vertedouros,<br />

em funçâo da velocidade de escoamento. Nos nossos câlculos temos<br />

utilizado uma velocidade de 1,2 m/seg., de acôrdo com H. V. GEIB (7).<br />

No câlculo do sistema coletor procura-se fazer com que os tanques<br />

apresentem, de preferência, âreas de exposiçâo em numéros inteiros,<br />

para facilitar nâo só as mediçôes dos volumes de enxurrada recolhida<br />

como desconto da chuva direta, no caso de nâo serem tampados.<br />

O tanque de decantaçao procura-se fazer mais comprido do que<br />

largo, de cêrca de 2 vêzes, para facilitar a quebra de velocidade de escoamento<br />

e consequente decantaçao dos sedimentos transportados. Em


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 699<br />

nossos projetos temos feito os tanques de decantaçâo com uma area<br />

de exposiçâo de 0,05 a 0,0012 da area do talhâo, sendo, entretanto, em<br />

média ao redor de 0,01.<br />

Os tanques de armazenamento, isto é, aquêles que vêm em seguida<br />

aos divisores — ou, no caso de coleta total, o ünico tanque existente —<br />

devem ser calculados também com area de exposiçâo em numéros inteiros<br />

e o mais profundamente possivel, com o fito de reduzir os erros<br />

de mediçâo de altura. Sendo mais profundos, uma determinada altura<br />

lida na escala representarâ um volume maior de enxurrada. Esta profundidade,<br />

entretanto, fica condicionada ao déclive do terreno.<br />

Figura 4 — Terraços patamar para fruticultura construidos a titulo experimental pela Secçao<br />

de Conservaçâo do solo, na Estaçâo Experimental de Monte Alegre, Instituto Agronômico do<br />

Estado de Säo Paulo. (Foto do autor).<br />

Para fracionar o volume total de enxurrada escorrido de uma determinada<br />

area de talhâo, de modo a que tanques de proporçôes convenientes<br />

possam comportar as fraçôes recolhidas, lança-se mâo dos chamados<br />

divisores. Dêstes, os mais indicados sâo os de janelas mültiplas<br />

verticals do tipo Geib (7). Consistem em janelas em numero impar<br />

e de ârea.perfeitamente igual, compondo um vertedouro para as enxurradas,<br />

de tal forma que em cada janela passe uma mesma vazâo.<br />

Recolhendo-se a enxurrada que passa na janela mediana, tem-se, assim,<br />

uma fraçâo aliquota do total escorrido.<br />

As janelas que compöem o divisor devem apresentar uma proporçào<br />

de altura para largura de cêrca de 8:1 ou 10:1. O seu numero deve<br />

ser, em gérai, inferior a 15, para que nâo seja grande o êrro de divisâo<br />

(7) . Em nossos trabalhos temos usado no mâximo 11.<br />

Para obter fraçôes menores que 1/11, 1/13 ou mesmo 1/15, basta<br />

instalar 2 ou mais divisores em série. Assim, por exemplo, urn divisor<br />

de 1/9 associado em série com um divisor de 1/7 fornece uma fraçâo<br />

aliquota final de 1/63.<br />

Em nossos projetos com mais de urn divisor temos colocado sempre<br />

depois de cada divisor um tanque de armazenamento, de tal modo<br />

a evitar uma associaçâo em série direta de dois divisores. Com isso


700 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

procuramos obter uma maior precisäo na mediçâo das perdas de volume<br />

intermediârio. Com efeito, enquanto uma associaçâo em série direta<br />

só permite a mediçâo da fraçâo final recolhida no ultimo tanque<br />

de armazenamento, uma associaçâo em série de tal modo que entre<br />

dois divisores fique um tanque de armazenamento permite mediçôes<br />

também da primeira fraçâo dividida,, antes de somar o êrro natural<br />

de uma segunda divisâo. Dessa forma, o segundo o divisor só funcionarâ<br />

no caso das chuvas muito pesadas.<br />

O câlculo de um sistema coletor é feito-por tentativas, fixando-se<br />

ora a fraçâo que se deseja recolher, ora o volume dos tanques, etc., até<br />

que se obtenha um conjunto de dimensôes de tanques, de numéro de<br />

divisores, de tamanho de divisores, etc., que seja satisfatório e equilibrado.<br />

Exemplo de Câlculo de um Sistema Coletor.<br />

Para melhor compreensâo do método adotado no câlculo de um sistema<br />

coletor de material erosado figuraremos, a seguir, um exemplo.<br />

Suponhamos que se queira instalar uma série de talhôes expérimentais<br />

para determinaçâo do efeito sobre a erosâo de alguns sistemas<br />

de prépara do solo, plantio e cultivos em culturas anuais. Devendo os<br />

trabalhos ser feitos tanto quanto possivel iguais aos usuais nas culturas<br />

da regiâo, com o emprêgo de mâquinas, estes talhôes deverâo ser grandes,<br />

suponhamos 1000 m 2 , com dimensôes de 20 x 50 m, respectivamente<br />

na direçâo das curvas de nivel e do maior "déclive do terreno.<br />

A precipitaçâo diâria maxima registrada para a regiâo foi, suponhamos,<br />

de 140 milimetros, dentro do periodo de segurança desejado.<br />

As condiçôes de solo, de déclive, de cobertura e de tratos culturais<br />

dâo, em média, suponhamos, um coeficiente de enxurrada de 0,65, a<br />

se esperar nas maiores perdas. Isso indica que, da area em questâo,<br />

pode-se esperar um mâximo de enxurrada correspondente a 65% da<br />

chuva caida (3, 11) .<br />

Dessa forma, o volume mâximo de enxurradas possivel de escorrer,<br />

com a segurança desejada, da area de cada talhâo experimental, séria:<br />

0,140 m X 1.000 m- X 0,65 = 91 m 3 .<br />

O sistema coletor, entâo, teria que ter uma capacidade para recolher<br />

91 m 3 de enxurrada, embora fracionadamente.<br />

Suponhamos que o tanque de decantaçâo, isto é, o primeiro tanque<br />

do sistema, fosse ser construido com uma ârea de exposiçâo de 8 m 2 ,<br />

sendo 2 m de largura e 4 m de comprimento, internamente. A ârea do<br />

tanque de decantaçâo sera, assim, cêrca de 0,008 da ârea do talhâo. Suponhamos<br />

que o déclive do tereno permita a construçâo de um tanque<br />

assim de 4 m de comprimento com uma profundidade total de 0,9 m<br />

e uma profundidade util de armazenamento de 0,6 m, internamente.<br />

O volume de enxurrada armazenado sera, entâo, de 4,8 m 3 , ou sejam,<br />

2 x 4 X 0,6.<br />

Dos 91 m 3 restam, por conseguinte,, ainda 86,2 m 3 , ou sejam, 91 —<br />

4,8, para serem recolhidos ou fracionados.<br />

Lançando-se mäo de um divisor de 11 janelas instalado na saida<br />

do tanque de decantaçâo, teremos uma fraçâo de 1/11 para recolher,<br />

ou sejam, 7,82 m 3 , ou sejam, 86,2 -4- 11. Esta fraçâo ainda é muito grande<br />

para se recolher integralmente. Faz-se necessârio, entâo, uma segunda<br />

divisâo. Antes dessa segunda divisâo, entretanto, convém, conforme<br />

jâ foi explicado, usar um tanque intermediârio de armazenamento<br />

.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 701<br />

Façamos, por exemplo, êste tanque com uma area de exposiçâo de<br />

1,5 m 2 , com lados iguais de 1,225 m. Construindo-o com uma altura total<br />

interna de 0,90 m e uma altura util de armazenamento de 0,75 m, teremos<br />

um volume util de armazenamento de 1,125 m 3 .<br />

Dessa forma, restarâo ainda 6,695 m 3 ou sejam, 7,82 — 1,125, para<br />

dividir e recolher.<br />

Instalando-se urn divisor de 7 janelas na saida dêste tanque de armazenamento<br />

intermediârio, obter-se-â uma fraçao final de apenas<br />

0,956 m 8 , ou sejam 6,695 -f- 7.<br />

Para recolher esta graçâo final sera necessârio, entâo, um tanque<br />

de armazenamento com capacidade util para cêrca de 1 m 3 . Êste tanque<br />

poderâ ser, por exemplo, de 1 m- de superficie livre com lados iguais<br />

de 1 m, e uma profundidade total de 1,10 m e util interna de 1,00 m.<br />

Dessa forma ficou tôda a enxurrada recolhida com o artificio de<br />

uma divisâo total, de 1/77, ou sejam, 1/11 x 1/7.<br />

Resta agora determinar as âreas dos vertedouros e janelas_e as<br />

dimensôes dos divisores.<br />

Figura 5 — Uma plaina de madeira adaptada ao arado de disco reversivel, idealizada e experimentada<br />

pelo autor, para construçâo de terraços e outras prâticas mecânicas de conservaçao do<br />

solo. Estaçâo Experimental de Tatui, Instituto Agronômico do Estado de Sâo Paulo. {Foto do<br />

autor).<br />

Para tais determinaçôes, o passo inicial sera o câlculo da vazäo maxima<br />

de enxurradas esperada, ou se ja, do mâximo volume de enxurradas<br />

a se esperar na unidade de tempo.<br />

Para o câlculo desa vazâo mâxima utiliza-se, conforme foi dito, o<br />

método racional, expresso pela equaçào (3, 11) :<br />

36.000<br />

em que:<br />

Q = vazâo mâxima em mVseg.;<br />

I = intensidade mâxima de chuva para o tempo de concentraçao<br />

da area, em mm/Hr;<br />

C = coeficiente de enxurrada em %;<br />

A r= ârea do talhâo em ha.<br />

Para êste câlculo jâ conhecemos a ârea do talhâo (A = 0,1 ha). O<br />

coeficiente de enxurrada C faz-se, em gérai, igual a 100%, consideran-


702 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

do-se que em periodos curtos tôda a âgua caida em chuvas fortes possa<br />

escorrer. Resta, portante, determinar a intensidade maxima de chuva<br />

(I).<br />

Para conhecer a intensidade maxima de chuva, capaz de provocar<br />

a maxima vazâo no talhâo em questâo, torna-se necessârio determinar,<br />

em primeiro lugar, o seu tempo de concentraçâo. Este corresponderä<br />

ao tempo necessârio para que em uma determinada chuva todos os<br />

pontos da area estejam contribuindo com enxurrada na extremidade<br />

inferior em que serâo colocados os coletores (3, 11).<br />

Supondo de 7% o déclive do terreno, verifica-se que a velocidade<br />

média de escoamento da enxurrada sobre a sua superficie, coberta de<br />

culturas anuais, é de cêrca de 1,5 m/seg. (3, 11). Assim sendo, para<br />

percorrer os 50 m de comprimento do talhâo a enxurrada gastarâ cêrca<br />

de 33 segundos, ou seja, 50 -H 1,5. Este sera o tempo de concentraçâo<br />

do talhâo.<br />

Procurando-se em tabelas de precipitaçâo mâxima em tempos curtos,<br />

correspondentes à regiâo, encontra-se a intensidade mâxima provâvel<br />

de ocorrer neste tempo de concentraçâo (3, 11). Suponhamos<br />

que, para os 33 segundos, seja possivel na regiâo uma precipitaçâo mâxima,<br />

dentro de um periodo de segurança de cêrca de 25 anos, que é<br />

o geralmente adotado em tais câlculos, de cêrca de 335 mm/Hr, ou<br />

seja, o 7 da formula citada.<br />

Dessa forma, a vazâo mâxima possivel de ocorrer no talhâo sera:<br />

335 X 100 X 0,1<br />

Q = = 0,093 mVseg.<br />

36.000<br />

Conhecida a vazâo mâxima, sera fâcil, entâo, determinar a ârea<br />

dos vertedouros ao longo de todo o sistema coletor. Para efeito do câlculo<br />

considera-se uma velocidade de escoamento dentro do sistema coletor<br />

de 1,2 m/seg (7).<br />

Assim, a ârea da calha que recebe tôda a enxurrada do talhâo,<br />

como urn funil na soleira concentradora, terâ uma ârea de 0,077 m 2 ,<br />

ou seja, 0,093 m 3 -^ 1,2 m.<br />

Conhecida a ârea da calha ou bica, é fâcil determinar-se suas dimensôes.<br />

Supondo, por exemplo, uma calha de secçâo retangular e<br />

fixando em 40 centimetros a sua largura, teriamos uma altura util de<br />

19 cm, ou seja, 0,077 m 2 -^ 0,4 m, altura esta que para segurança aumentarïamos,<br />

por exemplo, para 30 centimetros.<br />

O proximo vertedouro a calcular séria o primeiro divisor, instalado<br />

no fim do tanque de decantaçâo. A ârea total das janelas dêste divisor<br />

séria, também, de 0,077 m 2 . Sendo 11 o numero de suas janelas, séria<br />

de 0,007 m 2 , ou seja, 0,077 m 2 -^ 11, a ârea de cada uma das janelas.<br />

As dimensôes das janelas seriam determinadas de tal modo que a<br />

altura fosse de cêrca de 8 ou 10 vêzes a largura. Fixando-se, por exemplo,<br />

em 30 mm a largura das janelas, teriamos uma altura util calculada<br />

de 233 mm, ou seja, 7 000 mm 2 -^ 30 mm. Para maior segurança<br />

poder-se-ia aumentar esta altura util, por exemplo, para 250 mm.<br />

Conhecidas as dimensöes das janelas, determinam-se, a seguir, as<br />

dimensôes de todo o divisor.<br />

Fazendo-se, por exemplo, de 35 mm o intervalo entre as janelas e de<br />

25 mm o intervalo da ültima janela à parede interna da calha divisora,<br />

tem-se uma largura interna desta igual a 730 mm, ou seja, (30 mm x<br />

X 11) + (35 mm x 10) + (25 mm X 2) .<br />

Fazendo-se de 40 mm a altura acima e abaixo das janelas, ter-se-â,<br />

por exemplo, uma altura interna da calha do divisor de 330 mm, ou seja,<br />

40 mm -f 250 mm + 40 mm.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 703<br />

O comprimento da calha divisora faz-se aproximadamente 1,5, ou<br />

2 vêzes a largura. Para o caso suponhamos, por exemplo, um comprimento<br />

de 1 100 mm.<br />

Finalmente, teriamos que calcular o ultimo divisor do sistema, a<br />

ser instalado entre o segundo e o terceiro tanque de armazenamento.<br />

A area total de suas janelas ser ia a mesma de uma das janelas do<br />

divisor anterior, ou seja, 7 000 mm 2 . Sendo 7 o numéro de suas janelas,<br />

cada uma teria uma ârea de 1 000 mm 2 . Fazendo de 12,5 mm a largura<br />

das janelas, teriamos uma altura util calculada para as janelas de 80<br />

mm, ou seja 1 000 mm 2 -f- 12,5 mm. Para segurança, aumentariamos<br />

esta altura, por exemplo, para 100 mm.<br />

Figura 6 — Detalhe mostrando a parede divisora dos talhôes, a soleira coneentradora coherta,<br />

a maniUia de ligaçâo para o tanque de concentraçao etc. Grupo I da Estaçâo Experimental de<br />

Pindorama, Instituto Agronômico do Estado de Säo Paulo. (Foto do autor).<br />

As dimensôes da calha do divisor seriam obtidas em funçâo dessas<br />

dimensöes das janelas.<br />

Fixando-se em 19 mm o intervalo entre janelas e em 12,5 mm o<br />

intervalo entre as janelas later ais e a parede interna da calha do divisor,<br />

séria de 226,5 mm a largura interna da calha, ou seja, (12,5<br />

mm X 7) + (19 mm X 6) + (12,5 mm X 2).<br />

Fixando-se em 45 mm a altura acima das janelas e em 50 mm a<br />

altura abaixo das mesmas, obtem-se uma altura interna de 195 mm<br />

para a calha do divisor, ou seja, 45 mm + 100 mm -f- 50 mm.<br />

O comprimento da calha do divisor poderâ ser, por exemplo, de<br />

500 mm.<br />

Resumo dos Projetos e Sistemas Coletores<br />

Até o presente temos utilizado vârios tamanhos e tipos de sistemas<br />

coletores. Julgando de utilidade para orientaçâo de futuros projetos,<br />

apresentamos a seguir urn resumo dos mesmos, esclarecendo que, naqueles<br />

referentes a efeito de cobertura em Ribeiräo Prêto e Monte Alegre,<br />

naqueles de comprimento de rampa em Pindorama e naqueles de<br />

cafèzal e pastagem em Ribeiräo Prêto e Pindorama, tivemos a colaboraçâo<br />

do colega JOSÉ BERTONI, O quai executou todos os câlculos e projetos<br />

respectivos e mais alguns desenhos de outros sistemas coletores<br />

cujos resumos de projeto säo aqui apresentados.


704 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

1. SISTEMAS COLETORES PARA ESTU<strong>DO</strong> <strong>DO</strong> EFEITO DE COBERTURA<br />

EM MATA<br />

CARACTBRISTICAS PRINCIPAIS<br />

Talhöes<br />

Area (m2)<br />

Largura (m)<br />

Comprimcnto (m)<br />

Doclive (%)<br />

Tipo de solo<br />

Câlculo de enxurrada<br />

Cocficientc de enxurrada<br />

Chuva maxima diâria (mm)<br />

Defluvio total (m3)<br />

Tanque<br />

Superficie (m2)<br />

Compriment« (m)<br />

Largura (m)<br />

Profundidade (m)<br />

Volume util (m3)<br />

ESTAÇÀO EXPERIMENTAL<br />

Viçosa<br />

M. G.<br />

37,5<br />

2,5<br />

15,0<br />

33,9<br />

argiloso<br />

0,30<br />

1,70<br />

1,91<br />

2<br />

2 11<br />

2<br />

Pindorama<br />

S. P.<br />

100 4<br />

25<br />

17<br />

arenoso<br />

2. SISTEMAS .COLETORES PARA ESTU<strong>DO</strong> <strong>DO</strong>S EFEITOS DE COBERTURA,<br />

DE ROTACÄO, DE ADUBACÄO, ETC.<br />

CARACTERtSTICAS<br />

PRINCIPAIS<br />

Talhôrx<br />

Area (m2)<br />

Largura (in)<br />

Comprimento (m)<br />

Déclive (%)<br />

Tipo de solo<br />

Câlculo de enxurrada<br />

Coeficiente de enxurrada<br />

Chuva maxima diâria (mm)..<br />

Intensidade maxima (mm/Hr).<br />

Deflûvio total (m3)<br />

Vazâo maxima (l)seg)<br />

Tanque de decanlaçâo<br />

Superficie (m2)<br />

Comprimento (m)<br />

Largura (m)<br />

Profundidade util (m)<br />

Volume util (m3)<br />

Tanque de armazenamento<br />

Superficie (ni2)<br />

Lado (m)<br />

Diâmetro (m)<br />

Profundidade util (m)<br />

Volume util (m3)<br />

Janelas do divisor<br />

Numero<br />

Largura (mm)<br />

Area util (mm)<br />

Intervalo (mm)<br />

Distância parede (mm)<br />

Distância superior (mm)<br />

Calha do divisor<br />

Largura interna (mm)<br />

Altura interna (mm)<br />

Comprimento (mm)<br />

Viçosa<br />

M. G.<br />

80<br />

3,20<br />

25<br />

23,0<br />

argiloso<br />

0,80<br />

170,0<br />

300<br />

13,0<br />

5,3<br />

1,5<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,50<br />

0,75<br />

1,0<br />

1,000<br />

1,00<br />

1,00<br />

11<br />

7,0<br />

70<br />

11<br />

8,0<br />

35<br />

203,0<br />

150<br />

500<br />

ESTAÇÀO EXPERIMENTAL<br />

Pindorama<br />

e Mococa<br />

S. P.<br />

100<br />

4,00<br />

25<br />

12<br />

9,4<br />

arenoso<br />

e argiloso<br />

0,80<br />

150,0<br />

350<br />

12,0<br />

0,7<br />

1,0<br />

1,25<br />

0,80<br />

0,50<br />

0,50<br />

1,0<br />

1,225<br />

0,90<br />

1,35<br />

7<br />

12,5<br />

100<br />

19<br />

12,5<br />

45<br />

226,5<br />

195<br />

500<br />

Campinas<br />

S. P.<br />

100<br />

4,00<br />

25<br />

9,8 e 12,8<br />

roxa<br />

misturada<br />

0,80<br />

142,4<br />

350<br />

11,4<br />

9,7<br />

1,0<br />

1,25<br />

0,80<br />

0,50<br />

0,50<br />

2,0<br />

1,596<br />

0,85<br />

1,70<br />

7<br />

12,5<br />

100<br />

19<br />

12,5<br />

45<br />

226,5<br />

195<br />

500<br />

Ribeirào<br />

Prêto<br />

S. P.<br />

100<br />

4,00<br />

25<br />

0,55<br />

120,0<br />

350<br />

6,6<br />

9,7<br />

1,0<br />

1,25<br />

0,80<br />

0,50<br />

0,50<br />

1,5<br />

1,225<br />

0,70<br />

1,05<br />

7<br />

12,5<br />

100<br />

19<br />

12,5<br />

45<br />

220,5<br />

195<br />

500<br />

0,14<br />

1,40<br />

1,96<br />

2<br />

2 11<br />

2<br />

Monte<br />

Alegre,<br />

S. P.<br />

(ainda nào<br />

instalado)<br />

100<br />

4,00<br />

25<br />

40,0<br />

argiloso<br />

0,90<br />

285,0<br />

450<br />

25,0<br />

11,2<br />

1,0<br />

1,25<br />

0,80<br />

0,50<br />

1,00<br />

2,0<br />

1,414<br />

1,20<br />

2,40<br />

11<br />

12,5<br />

100<br />

19<br />

12,5<br />

45<br />

226,5<br />

195<br />

500


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 705<br />

3. SISTEMAS COLETORES PARA ESTU<strong>DO</strong> <strong>DO</strong> EFEITO DE COMPRIMENTO<br />

DE RAMPA<br />

Talhies<br />

CARACTERÎSTICAS<br />

PRINCIPAIS<br />

Numéros<br />

Area (m2)<br />

Largura (mm)<br />

Comprimento (m)<br />

Déclive (%)<br />

Tipo de solo<br />

Càlculo de enxurrada<br />

Coeficiente de enxurrada<br />

Chuva. maxima diâria (mm). .<br />

Intensidade maxima (mm/Hr)<br />

Deflûvio total (m3)<br />

Vazâo maxima (l)seg)<br />

Tangue de decantaçao<br />

Superficie (m2)<br />

Comprimento (m). .'<br />

Largura (m)<br />

Profundidade util (m)<br />

Volume util (m3)<br />

1.° tanque de armazenamento<br />

Superficie (m2)<br />

Lado (m)<br />

Diâmetro (m)<br />

Profundidade util (m)<br />

Volume util (m3)<br />

2.° tangue de armazenamento<br />

Superficie (m2)<br />

Lado (m)<br />

Diâmetro (m)<br />

Profundidade util (m)<br />

Volume util (m3)<br />

Janelas do l. a divisor<br />

Numéro<br />

Largura (mm)<br />

Altura util (mm)<br />

Intervalo (mm)<br />

Distância parede (mm)<br />

Distância superior (mm)<br />

Distância inferior (mm)<br />

Calha do 1.° divisor<br />

Largura interna (mm)<br />

Altura interna (mm)<br />

Comprimento (mm)<br />

Janeïas do 2.° divisor<br />

Numero<br />

Largura (mm) ;<br />

Altura (mm)<br />

Intervalo (mm)<br />

Distância parede (mm)<br />

Distância superior (mm)<br />

Distância inferior (mm)<br />

Calha do 2.° divisor<br />

Largura interna (mm)<br />

Altura interna (mm)<br />

Comprimento (mm)<br />

— 45 —<br />

ESTACÂO EXPERIMENTAL<br />

Viçosa, M. G. Campinas, S. P. Pindorama, S. P.<br />

1 2 3<br />

250 — 500 — 100<br />

10m<br />

25 — 50 — 100<br />

16,5<br />

argiloso<br />

0,80<br />

170,0<br />

300<br />

34 — 68 — 136'<br />

5 — 10 — 20<br />

3,0 — 4,8 — 8,0<br />

2,5 — 3,0 — 4,0<br />

1,2 — 1,6 — 2,0<br />

0,5 — 0,625 — 0,75<br />

1,5 — 3,0 — 6,0<br />

7 —<br />

1<br />

1,0<br />

0,75<br />

0,75<br />

1<br />

1,0<br />

1,0<br />

1,0<br />

11 —<br />

15<br />

150<br />

22<br />

15<br />

35<br />

45<br />

267 — 415 — 563<br />

230<br />

600 — 800 — 1 000<br />

5 — 7 —<br />

7 — 6 —<br />

70 — 60 —<br />

11 — 10 —<br />

8 — 7 —<br />

35<br />

45<br />

9<br />

5<br />

50<br />

9<br />

6<br />

95 — 116 — 129<br />

150 — 140 — 130<br />

400<br />

1 2 3<br />

200 — 400 — 600<br />

8m<br />

25 — 50 — 75<br />

6,8<br />

roxa misturada<br />

0,80<br />

142,4<br />

350 — 334 — 317<br />

22,8 — 46,0 — 68,4<br />

19,4 — 37,2 — 52,8<br />

2 — 4— 6<br />

2,0 — 2,828 — 3,462<br />

1,0 — 1,411 — 1,731<br />

0,60<br />

1,2 — 1,4 — 3,6<br />

1,596<br />

0,65<br />

1,3<br />

1,596<br />

0,85<br />

1,7<br />

5 _ 5 - 5<br />

20 — 27 — 27<br />

160 — 220 — 220<br />

25 — 32 — 32<br />

18 — 22 —<br />

40<br />

40<br />

22<br />

236 — 307 — 425<br />

240 — 300 — 300<br />

500 — 600 — 750<br />

100,5<br />

3<br />

400<br />

— 5 —<br />

12,5<br />

100<br />

19<br />

12,5<br />

45<br />

50<br />

— 163,5 —<br />

195<br />

— 450 —<br />

5<br />

163,5<br />

450<br />

1 2 3<br />

250 — 500 — 1 000<br />

10m<br />

25 — 50 — 100<br />

10,0<br />

arenoso<br />

0,70<br />

140,0<br />

350 — 334 — 300<br />

24,5 — 49,0 — 98,0<br />

24,25 — 46,5 — 83,5<br />

2 — 4 — i<br />

2,0 --<br />

2,828 - 4,0<br />

1,0 --<br />

1.414 - 2,0<br />

0,5 --<br />

0,6 - 0,7<br />

1,0 — - 2,4 - 5,6<br />

1,5<br />

1,225<br />

0,75<br />

1,125<br />

1<br />

1,0<br />

0,9<br />

0,9<br />

5 - 7 — • 11<br />

18 - 23 — 25<br />

150 - 190 — • 200<br />

23 --<br />

28 — • 30<br />

15 -—<br />

18 — •<br />

40<br />

40<br />

20<br />

212 — 365 — 615<br />

230 — 270 —4280<br />

500 — 700 — 900<br />

5 —<br />

130 —<br />

400 —<br />

7 —<br />

10<br />

80<br />

15<br />

10<br />

45<br />

50<br />

180 —<br />

175<br />

450 —<br />

9<br />

230<br />

500


706 ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

4. SISTEMAS COLETORES PARA O ESTU<strong>DO</strong> <strong>DO</strong>S EFEITOS DE DIREÇAO<br />

DE PILEIRAS, DE CULTIVOS, DE TRATOS DE CAFÈZAL, DE PRATICA<br />

EM PASTAGENS, ETC.<br />

CARACTERÎSTICAS PRINCIPAIS<br />

Objetivos.<br />

Talhôes<br />

Area (m2)<br />

Largura (m)<br />

Comprimento (ni)<br />

Déclive (%)<br />

Tipos de solo<br />

Câlculo de enxurrada<br />

Coeficiente de enxurrada<br />

Chuva maxima diâria (mm)<br />

Intensidade maxima (mm/Hr)...<br />

Deflûvio total (m3)<br />

Vazâo maxima (I/aeg)<br />

Tanque de decantaçâo<br />

Superficie (m2)<br />

Comprimento (m)<br />

Largura (m)<br />

Profundidade util (m)<br />

Volume util (m3)<br />

1.° tanque de armazenomento<br />

Superficie (m2)<br />

Lado (m)<br />

Diâmetro (m)<br />

Profundidade util (m)<br />

Volume util (m3)<br />

B.° tanque de armazenamento<br />

Superficie (m2)<br />

Lado (m)<br />

Diâmetro (m)<br />

Profundidade util (m)<br />

Volume util (m3)<br />

Janelas do i.° divisor<br />

Numero<br />

Largura (mm)<br />

Altura util (mm)<br />

Intervalo (mm)<br />

Distância parede (mm)<br />

Distância superior (mm)<br />

Distância inferior (mm)<br />

Calha do 1.° divisor<br />

Largura interna (mm)<br />

Altura interna (mm)<br />

Comprimento (mm)<br />

Janelas do 2.° divisor<br />

Numéro<br />

Largura (mm)<br />

Altura util (mm)<br />

Intervalo (mm)<br />

Distância parede (mm)<br />

Distância superior (mm)<br />

Distância inferior (mm)<br />

Calha do 2.° divisor<br />

Largura interna (mm)<br />

Altura interna (mm)<br />

Comprimento (mm)<br />

Janelas do 3.° divisor<br />

Numéro<br />

Largura (mm)<br />

Altura util (mm)<br />

Intervalo (mm)<br />

Distância parede (mm)<br />

Distância superior (mm)<br />

Distância inferior (mm)<br />

Calha do 3.° divisor<br />

Largura interna (mm)<br />

Altura interna (mm)<br />

Comprimento (mm)<br />

Espalhador do 3.° divisor<br />

Largura dos canais (mm)<br />

Altura (mm)<br />

Comprimento do 1.° lance (mm).<br />

Comprimento dos canais (mm)..<br />

Comprimento do 2.» lance (mm).<br />

Viçosa<br />

M. G.<br />

Dir. fileira<br />

1.000<br />

20<br />

50<br />

18<br />

argil oso<br />

0,80<br />

170<br />

300<br />

136<br />

20<br />

8<br />

4,00<br />

2,00<br />

0,75<br />

6,0<br />

1,0<br />

1,000<br />

0,75<br />

0,750<br />

1,0<br />

1,000<br />

1,00<br />

1,00<br />

15<br />

15<br />

150<br />

22<br />

15<br />

35<br />

45<br />

563<br />

230<br />

1.000<br />

9 5,0<br />

50 96,0<br />

35<br />

45<br />

129,0<br />

130<br />

400<br />

ESTAÇÀO EXPERIMENTAL<br />

Campinas<br />

S. P.<br />

Dir. fileiras<br />

Cultivos<br />

1.875<br />

25<br />

75 6,3<br />

roxa<br />

misturada<br />

0,70<br />

142,4<br />

315<br />

187,5<br />

163<br />

12,5<br />

5,00<br />

2,50<br />

0,60<br />

7,5<br />

2,0<br />

1,596<br />

0,65<br />

1,300<br />

2,0<br />

1,596<br />

0,85<br />

1,70<br />

11<br />

35<br />

290<br />

40<br />

28<br />

40<br />

40<br />

841<br />

370<br />

1.100<br />

9<br />

12,5<br />

100<br />

19<br />

12,5<br />

45<br />

50<br />

289,5<br />

195<br />

550<br />

Pindorama<br />

S. P.<br />

Dir. fileira<br />

Cultivos<br />

Cafézal<br />

1.000<br />

20<br />

50<br />

10<br />

arenoso<br />

0,65<br />

140<br />

335<br />

91<br />

93<br />

8<br />

4,00<br />

2,00<br />

0,60<br />

4,8<br />

11<br />

30<br />

250<br />

35<br />

25<br />

40<br />

40<br />

730<br />

330<br />

1.100<br />

1,5<br />

1,225<br />

0,75<br />

1,125<br />

1,0<br />

1,000<br />

1,00<br />

1,00<br />

7<br />

12,5<br />

100<br />

19<br />

12,5<br />

45<br />

50<br />

226,5<br />

195<br />

500<br />

Ribeirâo<br />

Prêto<br />

S. P.<br />

Cafézal<br />

1.000<br />

20<br />

50 6,5<br />

roxa<br />

0,45<br />

120<br />

334<br />

54<br />

93<br />

4,00<br />

2,00<br />

0,60<br />

4,8<br />

1,5<br />

1,225<br />

0,75<br />

1,125<br />

1,0<br />

1,000<br />

0,90<br />

0,90<br />

11<br />

25<br />

200<br />

30<br />

20<br />

40<br />

40<br />

615<br />

280<br />

900<br />

5<br />

12,5<br />

100<br />

19<br />

12,5<br />

45<br />

50<br />

163,5<br />

195<br />

450<br />

Pindorama<br />

S. P.<br />

Pastagein<br />

10.000<br />

36<br />

277,7<br />

8<br />

0,60<br />

140<br />

130<br />

840<br />

216,6<br />

12,5<br />

5,00<br />

2,50<br />

0,60<br />

7,5<br />

2,0<br />

1,414<br />

0,75<br />

1,500<br />

1,5<br />

1,225<br />

1,00<br />

1,50<br />

11<br />

45<br />

400<br />

54<br />

37,5<br />

40<br />

40<br />

1.110<br />

480<br />

600<br />

11<br />

15,0<br />

120<br />

22<br />

12,5<br />

45<br />

50<br />

415<br />

215<br />

600<br />

5<br />

10<br />

80<br />

15<br />

10<br />

45<br />

50<br />

130<br />

175<br />

600<br />

12<br />

160<br />

190<br />

120<br />

250


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 707<br />

Construçâo dos Sistemas Coletor es<br />

A grande maioria dos sistemas coletores de material erosado que<br />

tivemos oportunidade de construir foi instalada durante o perïodo da<br />

ültima guerra, razâo pela quai tivemos que fazer algumas adaptaçôes<br />

sobre os tipos usados nos Estados Unidos da America do Norte.<br />

Figura 7 — Um tanque de decantaçâo cheio de material erosado, vendo-se as telas para retençâo<br />

da palha. Grupo 1 da Estaçâo Experimental de Pindorama. Instituto Agronómico do Estado de<br />

Säo Paulo. (Foto do autor).<br />

A principal alteraçâo introduzida foi a construçâo das paredes divisoras,<br />

das soleiras, das bicas maiores e dos tanques, com tijolos e manilhas<br />

rejuntados com alvenaria de tijolos e com concreto moldado de<br />

paredes delgadas. Nos Estados Unidos, para o mesmo f im tem sido<br />

utilizada especialmente a chapa de ferro galvanizado.<br />

No talhâo em mata de Viçosa utilizamos tâboas para as paredes<br />

divisoras.


708 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Em todos os talhöes de 80 a 100 m 2 até agora instalados temos<br />

usado tijoio em espêlho rejuntado com argamassa de cimento para as<br />

paredes divisoras.<br />

Nos talhöes maiores de 100 m 2 as paredes têm sido em camalhäo de<br />

terra batida.<br />

Tôdas as soleiras têm sido de al venaria de tijolos. Em Viçosa esta<br />

soleira consistiu de uma simples parede vertical, mas nas demais estaçoes<br />

expérimentais foi incluida também uma canaleta calçada com<br />

inclinaçâo para a bica central.<br />

Em Viçosa construimos os tanques de decantaçâo diretamente ligados<br />

à soleira, mas nas estaçôes expérimentais do Instituto Agronômico<br />

do Estado de Sâo Paulo temos colocado entre os dois uma bica<br />

de alvenaria ou um encanamento de manilha, prevendo a possibilidade<br />

de instalar, em futuro, limnigrafo para registro da intensidade de escoamento<br />

da enxurrada. Esta bica ou este encanamento tem um comprimento<br />

e uma queda adequada para a instalaçâo do vertedouro dos<br />

limnïgraf os.<br />

Os tanques de decantaçâo, com exceçâo daqueles dos talhöes de<br />

100 m 2 em Campinas, os quais sâo de concreto, têm sido construidos<br />

sempre de alvenaria de tijolos. O mesmo acontece com os tanques de<br />

armazenamento, com exceçâo daqueles de todos os grupos instalados em<br />

Campinas, os quais sâo de concreto em forma cilindrica.<br />

Alguns tanques têm sido construidos com tampa, para evitar a<br />

chuva direta, especialmertte os tanques pequenos de decantaçâo e os<br />

tanques de armazenamento. Foram tampados todos os tanques dos<br />

talhöes de 100 m- de Pindôrama e todos os tanques de armazenamento<br />

de Campinas, os primeiros com tampas de madeira e os segundos com<br />

tampas de concreto.<br />

Todos os tanques sâo bem impermeabilizados com massa fina de<br />

cimento. Apresentam queda de 1% para um dreno tampado com tampâo<br />

de madeira ou plug rosqueado.<br />

Para quebrar a velocidade da enxurrada no tanque de decantaçâo,<br />

facilitando a deposiçâo dos sedimentos transportados, e para reter as<br />

palhas e restos de cultura que poderiam obstruir as janelas dos divisores,<br />

temos usado um conjunto de duas telas armadas verticalmente<br />

com auxilio de um caixilho colocado aproximadamente no ultimo têrço<br />

do comprimento do tanque. A primeira tela é mais grossa, com malha<br />

aproximadamente n.° 3 e fio n.° 18, e a outra é mais fina, com malha<br />

de aproximadamente n.° 10 e fio n.° 25.<br />

As calhas divisoras e as bicas que descarregam a fraçâo dividida<br />

para o tanque seguinte têm sido construidas com chapa de ferro galvanizado<br />

e com cantoneiras de ferro.<br />

Temos adotado dois tipos de divisores. Urn em que as janelas sâo<br />

cortadas com estampa especial em chapa n.° 16, e outro em que sâo<br />

cortadas em tiras, com auxilio de moldes espaçadores, pregadas com<br />

arrebites e soldadas em cantoneiras de 1 3/4" x 1 3/4" x 1/8". O primeiro<br />

tipo de divisor tem sido usado para os tamanhos pequenos e o<br />

segundo para os tamanhos grandes, em gérai nos primeiros divisores<br />

dos sistemas coletores de talhöes maiores de 100 m 2 .<br />

No primeiro tipo de divisor temos usado uma tira de precisâo, de<br />

25 milimetros de largura, convenientemente aplainada, que é pregada<br />

na base das janelas, pelo lado interno, com uma sobra de 5 milimetros<br />

sobre o nivel em que as~mesmas foram cortadas. No segundo tipo, a


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 709<br />

cantoneira do lado de baixo é aplainada para que sua superficie fique<br />

a 40 milimetros da base, internamente.<br />

Para construçâo da calha do divisor e das bicas de ligaçâo entre<br />

os tanques temos usado chapa galvanizada de numero entre 22 e 26,<br />

conforme o tamanho da peça e a possibilidade de deformaçâo.<br />

V — MEDIÇAO E ANOTAÇAO <strong>DO</strong>S DA<strong>DO</strong>S EXPERIMENTAIS<br />

Nas determinacöes de perdas por erosäo o primeiro cuidado a se<br />

tornar sera, lógicamente, o do planejamento das pesquisas a serem conduzidas,<br />

tendo-se em consideracao a sua utilidade prâtica e o seu interesse<br />

na elucidaçao dos problemas da conservaçâo do solo.<br />

Os pianos terâo que ser bem estudados a fim de garantir a validade<br />

dos dados obtidos dentro das possibilidades em material e pessoal.<br />

Uma grande consideracao deverâ ser dada à escolha das areas em<br />

que seräo instalados os talhöes expérimentais, procurando-se uniformidade<br />

de condiçôes dentro dos grupos e, ao mesmo tempo, caracteristicas<br />

representativas da regiäo visada.<br />

Figura 8 — Sistema coletor de material erosado com 3 tanques e 2 divisores para talhöo de<br />

500 m' (10m x SOm). Grupo I da Escola Superior de Agrlcultura de Viçosa, Minas Gerais. (Foto<br />

do autor).<br />

Depois de instalados os talhöes expérimentais com os seus sistemas<br />

coletores de material erosado, viräo os cuidados na tomada no registro<br />

e na intérpretaçâo dos dados.<br />

Em se tratando de mediçâo de perdas por erosäo, sera necessârio<br />

anotar-se todos os fatôres e condiçôes que em cada talhâo experimental<br />

possam afetar os dados obtidos (11 a, 14, 17, 23).<br />

Para tal registro das condiçôes de cada talhäo experimental e dos<br />

dados obtidos temos utilizado dois livros especiais, em que para cada<br />

talhäo e para cada ano sào reservadas uma ou mais paginas.<br />

Um dos livros é para "Tabulaçâo de Dados Bâsicos" e outro é para<br />

"Histôrico Anual de Area Experimental" (17) .<br />

Os livros säo compostos de fôlhas impressas, sôltas e em tamanho<br />

grande, que se prendem por parafusos dentro de uma capa reforçada.


710 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Cada fôlha traz no cabeçalho caracterizaçâo da dependência e, a<br />

seguir, os dizeres seguintes:<br />

1° Livro.<br />

a) No cabeçalho:<br />

TABULAÇAO DE DA<strong>DO</strong>S BÄSICOS<br />

Area em ares<br />

Tipo de Solo<br />

Déclive em %<br />

Experiências para as quais os resultados se destinam.<br />

Ano<br />

Designaçâo da area<br />

Local<br />

b) 15 colunas numeradas para as seguintes informaçôes:<br />

1. Datas;<br />

2. Precipitaçâo total em milimetros;<br />

3. Duraçâo da precipitaçâo em horas e minutos;<br />

4. Intensidade média da precipitaçâo em milimetros por hora;<br />

5. Maxima intensidade de precipitaçâo para um periodo de 5 minutos,<br />

em milimetros por hora.<br />

6. Idem, idem, para um periodo de 15 minutos;<br />

7. Idem, idem, para um periodo de 30 minutos;<br />

8. Informacöes concernentes :<br />

a) à condiçâo do terreno na ocasiâo da chu va;<br />

b) as alteraçôes na condiçâo do terreno entre;<br />

c) à limpeza de tanques — numero de ordern das chuvas que<br />

contribuiram.<br />

9. Volume da enxurrada em litros;<br />

10. Altura da enxurrada em milimetros;<br />

11. Enxurrada em fraçâo da precipitaçâo, em percentagem;<br />

12. Razâo mâxima de enxurrada, em milimetro por hora;<br />

13. Perda de solo total, em quilogramas;<br />

14. Perda de solo em toneladas por hectare;<br />

15. Perda de solo em quilogramas por metro cûbico de âgua.<br />

c) 90 linhas numeradas em cada extremidade com o respectivo numero<br />

de ordern.<br />

d) 4 linhas na base da fôlha para:<br />

Totais da fôlha<br />

Transporte<br />

Transportado<br />

Totais anuais<br />

2.° Livro:<br />

HISTÓRICO ANUAL DE AREA EXPERIMENTAL<br />

Experiências para as quais os resultados se destinam<br />

Ano<br />

Designaçâo da area<br />

Local<br />

1. DESCRIÇAO DA AREA: k<br />

a) Tamanho: (1) dimensôes em métros (2) ârea em ares (3) "como medida<br />

(segundo déclive ou na horizontal)<br />

b) Solo: (1) formaçâo geológica (2) tipos<br />

(3) uniformidade<br />

c) Déclive: (1) grau médio em % (2) direçâo com referência à bûssola<br />

(3) perfil morro abaixo (reto, côncavo, convexo) (4)<br />

perfil transversal<br />

d) Erosâo, segundo levantamento conservacionista: (1) no inicio das determinaçôes<br />

(2) no fim do<br />

presente ano


ANAIS DA SEGÜNDA REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 711<br />

e) Caracteristicas dos terraços: (1) tipo (2) comprimento (3) espaçamento<br />

vertical<br />

(4) perfil do canal (uniforme, variâvel, nivelado)


712 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

4. TRATAMENTO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

a) Matéria orgânica como cobertura de inverno: (1) espécie (2) quantidade<br />

(3) data de enterrio<br />

b) Matéria orgânica como residuo de cultura: (1) espécie (2) quantidade<br />

(3) data do enterrio<br />

c) Matéria orgânica como adubo verde: (1) espécie (2) quantidade (3)<br />

data do enterrio<br />

d) Estêrco de curral: (1) quantidade (2) datas de aplicaçâo<br />

e) Outras aplicaçôes de matéria orgânica: (1) espécie (2) quantidade<br />

(3 data „<br />

f) Adubos quimicos: (1) espécies (2) quantidade (3) datas de aplicaçâo<br />

g) Cal: (1) formas (2) quantidade (3) datas de aplicaçâo<br />

h) Outras aplicaçôes inorgânicas: (1) espécie (2) quantidade (3) data<br />

i) Referências para anotaçôes sobre detalhes de tratamento e tratamentos<br />

especiais<br />

5. SUMARIO <strong>DO</strong>S RESULT A<strong>DO</strong>S PARA O ANO:<br />

a) Precipitaçâo em milimetros<br />

b) Enxurrada: (1) total em milimetros (2) total em percentagem de precipitaçâo<br />

.... :<br />

c) Perda de solo: (1) total em toneladas por hectare (2) quilogramas por<br />

metro cübico de enxurrada<br />

d) Data do inicio das mensuraçôes reguläres para esta area<br />

6. MENSURAÇÔES<br />

a) Mensuraçôes da ârea: (1) data (2) medidas por (3) ârea em ares (4)<br />

como medida<br />

(5) areas anteriormente usadas e periodo de uso<br />

b) Precipitaçâo: (1) designaçâo dos medidores servindo a ârea e data de<br />

instalaçâo _.<br />

(2) método de mediçao das chuvas<br />

(3) método de computaçâo da precipitaçâo sobre a ârea<br />

c) Enxurrada: (1) método de determinaçâo da enxurrada total<br />

(2) método de mediçao das intensidades de enxurrada<br />

(3) tipo do dispositivo de mediçao da intensidade<br />

(4) tipo do registradór<br />

(5) determinaçâo das quantidades (por volume, por peso)<br />

d) Perda de solo: (1) método de mediçao das perdas de solo<br />

(2) tipo de divisor ou coletor de amostras<br />

(3) determinaçâo das quantidades (por peso, por volume)<br />

(4) métodos ou mediçôes especiais<br />

e) Mudanças verificadas nos métodos ou nos fatôres de correçâo durante<br />

o ano: (1) espécies<br />

(2) datas<br />

f) Referências para anotaçôes sobre métodos e fatôres de correçâo usados<br />

7. AVALIAÇÂO <strong>DO</strong>S RESULT A<strong>DO</strong>S<br />

a) Êrro provâvel na determinaçâo da ârea, em percentagem<br />

b) Dados de precipitaçâo: (1) datas de dados incorretos ou duvidosos<br />

(2) razôes para a incorreçâo ou dûvida dos dados<br />

(3) avaliaçâo gérai (excelente, boa, sofrivel, ma)<br />

c) Dados de enxurrada: (1) datas de dados incorretos ou duvidosos ....<br />

(2) razôes para a incorreçâo ou dûvida dos dados<br />

(3) avaliaçâo' gérai excelente, boa, sofrivel, ma<br />

d) Dados de perda de solo: (1) datas de dados incorretos ou duvidosos ...<br />

(2) razôes para a incorreçâo ou dûvida dos dados<br />

(3) avaliaçâo gérai (excelente, boa, sofrivel, ma)<br />

e) Trabalhos de laboratório: (1) grau de precisäo das anâlises<br />

(2) tipo do dispositivo fracionador de amostras usado em laboratório<br />

(3) métodos especiais usados<br />

f) Principals fatôres tendentes a reduzir a precisäo dos resultados<br />

g) Referências para anotaçôes sobre dados perdidos, precisäo de mensuraçôes,<br />

etc<br />

Observaçôes :


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 713<br />

Estes livros ficam no escritório, onde vâo sendo completados à<br />

medida que os dados e observaçôes vâo sendo obtidos no campo.<br />

Para registro dos dados no campo utiliza-se uma caderneta de<br />

campo com fôlhas destacadas, segundo o modêlo anexo.<br />

Os dados de secagem de amostra em laboratório serâo anotados<br />

em um livro próprio, sendo a primeira têrça parte de suas fôlhas destinada<br />

as anotaçôes de secagem de enxurrada, e a segunda têrça parte<br />

seguinte destinada as anotaçôes de secagem de lama arrastada. A ultima<br />

têrça parte sera destinada a eventuais secagens de terra de amostras<br />

colhidas dentro dos talhôes.<br />

As fôlhas dêste livro serâo divididas em colunas com os seguintes<br />

dizeres, respectivamente, para a primeira, segunda e têrça partes.<br />

REFERÊNCIAS<br />

Data<br />

N.° do<br />

vidro<br />

REFERÊNCIAS<br />

Data<br />

N.° do<br />

vid ro<br />

a) Secagem de enxurrada<br />

PESAGENS<br />

Peso bruto<br />

Enxurrada Terra sêca<br />

PESAGENg<br />

Peso bruto<br />

Enxurrada Terra sêca<br />

Tara<br />

(vidro)<br />

Tara<br />

(vidro)<br />

CÂLCULOS<br />

Peso liquid o<br />

Enxurrada Terra sêca<br />

CÂLCULOS<br />

Peso lîquido<br />

Enxurrada Terra sêca<br />

Teor déterra<br />

%<br />

Teor d2<br />

terra<br />

%<br />

OBSERVAÇOES<br />

OBSERVAÇÔES<br />

Nos livros de tabulaçâo de dados bâsicos vâo sendo anotadas as<br />

perdas diârias verificadas em cada talhâo experimental.<br />

De acôrdo com a determinaçâo de teores de terra na enxurrada e<br />

de âgua na lama, calculam-se os dados de solo sêco e de âgua lïmpida<br />

arrastados.<br />

Em nossos trabalhos temos em gérai adotado em tais câlculos os<br />

teores médios obtidos nas diversas secagens de amostra dos talhôes de<br />

um mesmo tipo de solo ou uma mesma estaçâo experimental.<br />

Para avaliaçâo das perdas de âgua é necessârio descontar a chuva<br />

direta caida nos tanques descobertos.<br />

As perdas diârias sâo somadas para dar as perdas mensais anuais<br />

e médias de cada talhâo.<br />

Maiores detalhes a respeito poderâo ser encontrados no trabalho<br />

apresentado a esta II Reuniâo Brasileira de Ciência do Solo pelo colega<br />

JOSÉ BEBTONI.


714 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

VI — EXPERIÊNCIAS INSTALADAS COM SISTEMAS COLETORES<br />

DE MATERIAL EROSA<strong>DO</strong><br />

Atualmente, sâo as seguintes as experiências com sistemas coletores<br />

de material erosado que jâ pudemos instalar ou colaborar diretamente<br />

na instalaçâo:<br />

A — VIÇOSA — Escola superior de Agricultura do Estado de Minas<br />

Gerais — Solo argiloso tipo massapê: Instalaçâo em fins de 1942, com a<br />

colaboraçâo dos engenheiros agrônomos ANTONIO REZENDE e JARDEL M.<br />

NERY (13).<br />

a. GRUPO I — Determinaçao do Efeito de Comprimento de Rampa<br />

e de Direçâo de Fileiras — Constituïdo de 4<br />

talhôes, em déclive de 16,5%, com culturas<br />

anuais:<br />

1. Talhâo de 10 m X 25 m, plantado morro<br />

abaixo;<br />

2. Talhâo de 10 m x 50 m, plantado morro<br />

abaixo;<br />

3. Talhâo de 10 m X 75 m ou 100 m, plantado<br />

morro abaixo;<br />

4. Talhâo de 20 m x 50 m, plantado em contôrno.<br />

b. GRUPO II — Determinaçao do Efeito de Cobertura e Rotaçao<br />

de Culturas — Constituido de 7 talhôes de 80 m 2<br />

(3,20 m x 25 m), em déclive de 23%, com as<br />

seguintes culturas:<br />

1. Milho em rotaçao;<br />

2. Algodâo em rotaçao;<br />

3. Soja em rotaçao;<br />

4. Mandioca;<br />

5. Capim gordura;<br />

6. Cana de açûcar;<br />

7. Milho continuo.<br />

c. GRUPO III — Efeito de Cobertura em Mata — Constituido de<br />

1 talhâo de 2,5 m x 15 m, em déclive de 34%.<br />

B — PIN<strong>DO</strong>RAMA — Estaçâo Experimental do Instituto Agronômico<br />

— Trabalhos da Secçâo de Conservaçâo do Solo. Terra arenosa<br />

do tipo Bauru.<br />

a. GRUPO I — Determinaçao do Efeito de Cobertura, Rotaçao e<br />

Conservaçâo de Cultura e Incorporaçâo de Matéria<br />

Orgânica. Instalado em fins de 1943 com a<br />

colaboraçâo dos engenheiros agrônomos J. C.<br />

MACHA<strong>DO</strong> NOGUEIRA e RUBENS A. BUENO (17, 19a).<br />

Constituïdo de 15 talhôes de 100 m 2 (4 X 25 m),<br />

em déclive de 12%;<br />

1. Mandioca;<br />

2. Batata doce;<br />

3. Capim gordura;<br />

4. Arroz;<br />

5. Feijâo de mesa;<br />

6. Algodâo continuo;


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 715<br />

7. Rotaçâo trienal de leguminosa para gräos<br />

(amendoim e depois soja), milho e algodâo;<br />

8. Rotaçâo trienal de algodâo, leguminosa para<br />

grâos e milho;<br />

9. Rotaçâo trienal de milho, algodâo e leguminosa<br />

para gräos;<br />

10. Milho continuo;<br />

11. Milho e feijäo consorciados;<br />

12. Milho e mucuna consorciados;<br />

13. Milho com adubo verde transportado para<br />

o talhâo;<br />

14. Milho com estêrco de curral;<br />

15. Milho corn, palha queimada.<br />

o. GRUPO II — Determinaçâo do Efeito das Principals Prdticas<br />

Conservacionistas em Cafèzal. TalhÔes de 1 000<br />

m 2 (20 m x 50 m) em déclive de 10%. Constituido<br />

de 9 talhôes instalados em principio de<br />

1945, com a colaboraçao dos engenheiros agrônomos<br />

F. GROHMANN, JOSÉ BERTONI e RUBENS A.<br />

BUENO, de mais 4 talhôes instalados em principios<br />

de 1947, com a colaboraçao dos engenheiros agrônomos<br />

FRANCISCO GROHMANN, JOÂO ALOISI SOBRI-<br />

NHO e JOSÉ BERTONI, e de 1 talhâo para ser instalado.<br />

Atualmente, é a seguinte a distribuiçâo (17a,<br />

17b, 7a, 19a, 20) :<br />

1. Alternância de capinas;<br />

2. Adubaçâo verde permanente;<br />

3. Adubaçâo verde anual:<br />

4. Ceifa do Mato;<br />

5. Cobertura com palha;<br />

6. Testemunha;<br />

7. Covas em rodisio;<br />

8. Enleiramento permanente;<br />

9. Cordôes em contôrno;<br />

10. Sombreamento (em instalaçâo) :<br />

11. Encordoamento do mato;<br />

12. Sem arruaçâo;<br />

13. Mato selecionado;<br />

14. Cultivos mecânicos.<br />

c. GRUPO III — Determinaçâo do Efeito de Cobertura em Mata<br />

Virgem. Constituido de 1 talhâo de 100 m 2<br />

(4 m x 25 m) em déclive de 17%, instalado em<br />

principios de 1945, com a colaboraçao dos engenheiros<br />

agrônomos FRANCISCO GROHMANN e RU-<br />

BENS A. BUENO (17b, 19a).<br />

d. GRUPO IV — Determinaçâo do Efeito de Sistemas de Preparo e<br />

Cultivo do Solo e de Direçâo de Fileiras. Constituido<br />

de 5 talhôes de 1 000 m 2 (20 m X 50 m)<br />

em déclive de 10%, instalado em principios de<br />

1945, com a colaboraçao dos engenheiros agrôno-


716 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

mos F. GROHMANN, RUBENS A. BUENO e JOSÉ<br />

BERTONI (17b, 19a):<br />

1. Uma araçâo, plantio morro abaixo e cultivos<br />

maciços;<br />

2. Uma araçâo, plantio em contôrno e alternância<br />

de capinas;<br />

3. Uma araçâo, plantio em contornos e cultivos<br />

maciços;<br />

4. Uma araçâo de sub-superficie, plantio em<br />

contôrno e cultivos maciços;<br />

5. Duas aracöes, plantio em contôrno e cultivos<br />

maciços;<br />

e. GRUPO V — Determinaçao do Efeito de Comprimento de Rampa.<br />

Constituido de 3 talhöes de 10 m de largura<br />

em déclive de 8%, instalado em fins de 1945, com<br />

a colaboraçâo dos engenheiros agrônomos FRAN-<br />

CISCO GROHMANN, JOSÉ BERTONI, RUBENS A. BUE-<br />

NO e JOÂO ALOISI SOBRINHO (17a, 19a) :<br />

1.<br />

2.<br />

3.<br />

Talhâo de 25 métros de rampa;<br />

Talhâo de 50 métros de rampa;<br />

Talhâo de 100 métros de rampa.<br />

ƒ. GRUPO VI — Determinaçao do Efeito de Prâticas Conservacionistas<br />

em Pastagem. Constituido de 7 talhöes<br />

de 10.000 m 2 (36 m X 277,7 m) em déclive de 8%.<br />

Instalaçao apenas iniciada com a colaboraçâo dos<br />

engenheiros agrônomos F. GROHMANN, JOSÉ BER-<br />

TONI e JoÂo ALOISI SOBRINHO (20), com a seguinte<br />

distribuiçâo provâvel:<br />

1. Pastoreio de intensidade normal;<br />

2. Pastoreio de intensidade dupla;<br />

3. Rodisio de pastagens;<br />

4. Queima de pastagens;<br />

5. Ressemeio de pastagens e adubaçâo;<br />

6. Sulcos em pastagens;<br />

7. Camalhoes em pastagens.<br />

C — CAMPINAS — Estaçâo Experimental Central do Instituto<br />

Agronômico. Trabalhos da Secçâo de Conservaçâo do Solo. Terra roxa<br />

misturada. Instalaçao terminada em principios de 1945, com a colaboraçâo<br />

do engenheiro agrônomo J. C. MACHA<strong>DO</strong> NOGUEIRA (17, 17a, 17b,<br />

19a).<br />

a. GRUPO I — Determinaçao do Efeito de Cobertura. Constituido<br />

de 8 talhôes de 100 m 2 (4 m x 25 m) em<br />

déclive de 12,8%:<br />

1.<br />

2.<br />

3.<br />

4.<br />

5.<br />

6.<br />

7.<br />

8.<br />

Tephrosia Candida;<br />

Mamona anâ;<br />

Cana de açûcar;<br />

Mandioca;<br />

Algodâo;<br />

Ramie;<br />

Capim gordura;<br />

Kudzu comum.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUN1ÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 717<br />

b. GRUPO II — Determinaçâo do Efeito de Cobertura, de Incörporaçâo<br />

de Matéria Orgânica e de Rotacao e Consorciaçâo<br />

de Culturas. Constituido de 14 talhöes<br />

100 m 2 (4 m x 25 m) em déclive de 9,8%:<br />

1. Milho continuo;<br />

2. Rotaçâo trienal de milho, algodäo e soja<br />

para gräos;<br />

3. Soja para grâos continua;<br />

4. Rotaçâo trienal de algodäo, soja para gräos<br />

e milho;<br />

5. Algodäo continuo;<br />

6. Rotaçâo trienal de soja para gräos, milho<br />

e algodäo;<br />

7. Milho continuo;<br />

8. Rotaçâo trienal de algodäo, mucuna para<br />

enterrio e milho;<br />

9. Milho e mucuna consorciados com palha<br />

deixada sobre a superficie do solo;<br />

10. Milho e mucuna consorciados com palha<br />

enterrada;<br />

11. Milho e feijäo de mesa consorciados;<br />

12. Feijäo de mesa;<br />

13. Arroz;<br />

14. Batatinha em duas épocas.<br />

c. GRUPO III — Determinaçâo do Efeito de Comprimento de Rampa.<br />

Constituido de 3 talhöes de 8 m de largura<br />

em déclive de 6,5 %. Na locaçâo dêste grupo contamos<br />

com a colaboracao do engenheiro agrônomo<br />

F. GROHMANN (19a) :<br />

1. Rampa de 25 métros de comprimento;<br />

2. Rampa de 50 métros de comprimento;<br />

3. Rampa de 75 métros de comprimento.<br />

d. GRUPO IV — Determinaçâo do Efeito de Direçao de Fileiras,<br />

Alternância de Capinas e Faixas de Vegetaçâo<br />

Permanente. Constituido de 4 talhôes de 1 875<br />

m 2 (25 m X 75 m) em déclive de 6,3 % :<br />

1. Algodâo em contôrno com faixas permanentes<br />

de cana, cultivos maciços;<br />

2. Algodäo em contôrno com alternância de<br />

capinas;<br />

3. Algodäo em contôrno com cultivos maciços;<br />

4. Algodâo morro abaixo com cultivos maciços.<br />

D — MOCOCA — Estaçao Experimental do Instituto Agronômico<br />

do Estado de Säo Paulo. Solo do tipo Massapê do Arqueano. Instalaçâo<br />

terminada em fins de 1945, com a colaboracao dos engenheiros agrônomos<br />

F. GROHMANN e LINNEU C. SOUZA DIAS (17a, 19a) :<br />

a. GRUPO I — Determinaçâo do Efeito de Cobertura, de Incorporaçâo<br />

de Matéria Orgânica e de Rotaçâo e Conservaçâo<br />

de Culturas. Constituido de 13 ta-


718 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

lhôes de 100 m 2 (4 m x 25 m) em déclive de<br />

9,4%:<br />

1. Capim gordura;<br />

2. Cana de açûcar;<br />

3. Mandioca;<br />

4. Milho com estêrco de curral;<br />

. 5. Milho e mucuna consorciados, com a palha<br />

deixada na superficie do solo;<br />

6. Milho e mucuna consorciados, com a palha<br />

enterrada;<br />

7. Milho e feijâo de mesa consorciados;<br />

8. Milho continuo;<br />

9. Rotaçâo trienal de milho, algodâo e soja<br />

para grâos;<br />

10. Algodâo continuo;<br />

11. Rotaçâo trienal de algodâo, soja para grâos<br />

e milho;<br />

12. Soja para grâos continua;<br />

13. Rotaçâo trienal de soja para grâos, milho<br />

e algodâo.<br />

E — RIBEIRÄO PRÊTO — Estaçâo Experimental do Instituto<br />

Agronômico do Estado de Säo Paulo. Terra roxa.<br />

a. GRUPO I — Determinaçâo do Efeito de Prâticas Conservacionistas<br />

em Cafèzal. Constituïdo de 13 talhôes de<br />

1.000 m 2 (20 m x 50 m) em déclive de 6,5%.<br />

Instalaçao terminada em meados de 1947, com<br />

a colaboraçâo dos engenheiros agrônomos JOSÉ<br />

BERTONI, F. GROHMANN e OSWAL<strong>DO</strong> A. MAMPRIM<br />

(17b, 7a, 19a) :<br />

1. Alternância de capinas;<br />

2. Cultivos mecânicos;<br />

3. Ceifa do mato;<br />

4. Cobertura com palha de capim;<br />

5. Adubaçâo verde permanente;<br />

6. Adubaçâo verde anual;<br />

7. Testemunha;<br />

8. Covas em rodisio;<br />

9. Enleiramento permanente;<br />

10. Cordôes em contôrno;<br />

11. Sem arruaçâo;<br />

12. Encordoamento do mato em contôrno;<br />

13. Sombreamento.<br />

b. GRUPO II — Determinaçâo do Efeito de Cobertura, de Adubaçâo<br />

Orgânica e de Calagem. Constituïdo de 15<br />

talhôes de 100 m 2 (4 m X 25 m) em déclive de<br />

8.5% . Instalaçao terminada em fins de 1947, com<br />

a colaboraçâo dos engenheiros agrônomos JOSÉ<br />

BERTONI, F. GROHMANN, OSWAL<strong>DO</strong> A. MAMPRIM e<br />

MILTON ALCOVER (17b, 7a, 19a, 20).


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> RETJNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 719<br />

1. Tephrosia Candida;<br />

2. Mamona anâ;<br />

3. Cana de açûcar;<br />

4. Mandioca;<br />

5. Ramie;<br />

6. Arroz;<br />

7. Feijäo de mesa;<br />

8. Amendoim;<br />

9. Capim jaraguâ;<br />

10. Algodäo;<br />

11. Milho com palha enterrada;<br />

12. Milho com palha queimada;<br />

13. Milho e mucuna consorciados, com palha<br />

enterrada;<br />

14. Milho com estêrco de curral;<br />

15. Milho com calagem.<br />

VII — ALGUNS RESULTA<strong>DO</strong>S EXPERIMENTAIS<br />

JA OBTI<strong>DO</strong>S PELA SECÇÂO DE CONSERVAÇÂO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Os dados até entâo obtidos pela Secçâo de Conservaçâo do Solo do<br />

Instituto Agronômico, em suas determinaçôes de perdas por erosâo e em<br />

seus outros trabalhos expérimentais, embo-ra ainda nâo inteiramente conclusivos,<br />

jâ tem levado a algumas conclusôes preliminares de grande<br />

interesse.<br />

Verificou-se, por exemplo, que o Brasil, na base das areas cobertas<br />

com as principals culturas e tipos de exploraçâo de solo, perde anualmente,<br />

por erosâo laminar, cêrca de 500 milhôes de toneladas de terra.<br />

O montante dêsse prejuizo, na base do valor atual dos adubos necessârios<br />

para repor os elementos nutritivos que se encontram nesta terra em<br />

condiçôes de pronta assimilaçâo pelas plantas, é de cêrca de Cr$<br />

6.500.000.000,00 (seis bilhôes e quinhentos milhôes de cruzeiros), ou<br />

seja, mais do que o orçamento do Estado de Säo Paulo (15).<br />

Figura 10 — Sistemas coletores de material erosado dos talhôes expérimentais para determinaçâo<br />

do efeito de cobertura, incorporaçao de matéria orgânica, rotaçâo e consorciaçâo de culturas da<br />

Estaçâo Experimental de Mococa. Instituto Agronômico do Estado de Säo Paulo. (Foto do autor).


720 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

Para o Estado de Säo Paulo toca cêrca de 17,3% dêsse prejuizo, ou<br />

sejam, cêrca de 86 milhöes de toneladas de terra anualmente, num valor<br />

aproximado de Cr§ 1.100.000.000,00 (um bilhäo e cem milhöes de cruzeiros)<br />

(15).<br />

Sômente a cultura de algodâo é responsâvel por quase a metade dêsse<br />

prejuizo no Estado. Com efeito, para dar um exemplo comparativo,<br />

enquanto a mata virgem perde anualmente cêrca de 0,01 toneladas de<br />

terra por alqueire paulista, a pastagem perde 2,5, o cafèzal 5,0 e o algodoal<br />

90,00.. Enquanto o valor das perdas, apenas em elementos nutritivos<br />

prontamente assimilâveis, é de cêrca de Cr§ 0,15 para mata virgem,<br />

para a pastagem é de Cr§ 35,00, para o cafèzal é de Cr§ 60,00 e para o<br />

algodoal é de Cr§ 1.000,00 (20).<br />

Os nossos tipos de solo se comportam diferentemente quanto as perdas<br />

por erosäo. Assim, por exemplo, enquanto a terra roxa, em culturas<br />

anuais, com uma declividade de cêrca de 10%, perde cêrca de 7 toneladas<br />

de terra por hectare, a massapê e salmouräo perdem cêrca de 20 e a<br />

arenosa do tipo Bauru perde cêrca de 27. Em âgua perdida, expressa em<br />

porcentagem sobre a chuva caida anualmente, enquanto a roxa perde<br />

cêrca de 3%, a arenosa do tipo Bauru perde cêrca de 5%, a massapê<br />

e salmouräo perdem cêrca de 9% (20).<br />

Uma grande reduçâo nas perdas por erosäo pode oferecer certas<br />

prâticas agricolas. É o caso, por exemplo, do simples plantio em contôrno.<br />

Enquanto uma cultura anual plantada a favor das âguas tem<br />

perdido cêrca de 17 toneladas de terra por hectare, a mesma cultura, em<br />

idênticas condiçôes de déclive de tipo de solo, quando plantada contra as<br />

âguas, tem perdido apenas cêrca de 8 toneladas de terra por hectare,<br />

proporcionando, portante, uma reduçâo de cêrca de 50% nas perdas de<br />

terra por erosäo (20).<br />

Uma outra prâtica muito simples, inteiramente sem ônus extra<br />

para o agricultor e bastante eficiente, é também a alternância de capinas.<br />

Em cafèzal, enquanto as lavouras capinadas a eito maciço têm<br />

perdido cêrca de 2,7 toneladas de terra por hectare e por ano, aquelas<br />

capinadas em ruas alternadas têm perdido apenas cêrca de 1,6 toneladas<br />

de terra. Em culturas anuais com o algodâo e o milho, a diferença<br />

das capinas maciças para as alternadas tem sido de cêrca de 8,2 para<br />

4,7 toneladas de terra por hectare e por ano (20) .<br />

As faixas permanentes de cana em contôrno dentro do algodoal têm<br />

proporcionado uma reduçâo de perdas de terra de cêrca de 27 para cêrcà<br />

de 1 tonelada de terra por hectare e por ano (20).<br />

A mecanizaçâo exagerada tem se mostrado prejudicial do ponto de<br />

vista da erosäo. Um terreno preparado com duas aracöes, tem perdido<br />

cêrca de 5,7 toneladas de terra por hectare e por ano, enquanto outro,<br />

em idênticas condiçôes, preparado com uma unica araçao, tem perdido<br />

cêrca de 3,4 toneladas de terra por hectare e por ano. Por outro lado,<br />

em ensaios de producäo, o sistema de preparo com duas aracöes sômente<br />

tem levado vantagem sobre o de uma unica araçao nos terrenos argilosos<br />

pesados do tipo masapê e salmouräo, perdendo nos terenos arenosos do<br />

tipo Bauru e na roxa (20).<br />

Uma rotacao de cultura trienal, incluindo milho, algodâo e soja para<br />

gräos, tem proporcionado urn aumento médio sobre as mesmas culturas<br />

plantadas continuadamente num mesmo terreno, de cêrca de 31% para<br />

o milho, 16% para o algodâo e 11% para a soja (20).


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 721<br />

VIII — RESUMO<br />

Neste trabalho o autor delineia as diferentes modalidades de pesquisas<br />

sobre conservaçâo do solo, mostrando, em traços gérais, a sua importância,<br />

a maneira de serem conduzidas, e indicando aquelas que devem<br />

ser realizadas e aquelas que, juntamente com os seus colaboradores,<br />

jâ realizou ou vem realizando na Escola Superior de Agricultura do Estado<br />

de Minas Gérais, em Viçosa, e na Secçâo de Conservaçâo do Solo do<br />

Instituto Agronômico do Estado de Säo Paulo.<br />

Sâo destacados especialmente os estudos agrogeológicos fundamentals,<br />

os estudos meteorológicos e hidrológicos, a determinaçâo de perdas<br />

por erosâo, os ensaios de produçâo, as observaçôes sobre adaptabilidade<br />

de prâticas, o estudo de plantas ûteis, o estudo de equipamento especializado,<br />

os estudos de irrigaçâo, drenagem e defesa contra inundaçôes, a<br />

pesquisa de bases para levantamentos e planejamentos conservacionistas<br />

e os estudos econômicos.<br />

A seguir, o autor apresenta com maiores detalhes os métodos expérimentais<br />

usados para o estudo da erosâo, discutindo os limites de aplicaçâo<br />

de cada um.<br />

Mostra, em traços gérais, como säo calculados e proj etados os sistemas<br />

coletores de material erosado, salientando, em especial, as adaptaçôes<br />

que teve que introduzir.<br />

Descreve os trabalhos de mensuraçâo de perdas e de anotaçâo dos<br />

dados essenciais nos talhôes expérimentais para estudo da erosâo, no<br />

campo, no laboratório e no escritório.<br />

Enumera as diversas experiências com coletores instaladas, tanto<br />

em Viçosa como na Secçâo de Conservaçâo do Solo.<br />

Apresenta, resumidamente, alguns dos principais resultados jâ obtidos,<br />

tanto nestas experiências com coletores como em outras que as<br />

completaram.<br />

0<br />

S<br />

o o<br />

0<br />

<<br />

<<br />

ir<br />

UI<br />

CONS<br />

SECÇAO DE<br />

EST. EXP._.<br />

NUMERO<br />

<strong>DO</strong><br />

TAIHÄO<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

6<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

11<br />

12<br />

13<br />

14<br />

16<br />

— 46 —<br />

!.• TANQUE<br />

M/M « • •<br />

ENXURRADA<br />

J.» TANQUE<br />

MfM H.»<br />

GRUPO<br />

3.« TANQUE<br />

H/H<br />

VOLUME<br />

L<br />

<strong>SOLO</strong><br />

LAT A<br />

HORA<br />

DA<br />

LEITURA<br />

PLUVIOMETRO : M / M ANOTAfÖ£S POR:<br />

[<br />

? A T A —<br />

OBSERVAÇÔES


722 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

IX — SUMMARY<br />

In this work the author presents an outline of the different types<br />

of soil conservation research, giving a general idea about its importance<br />

and about the way they are performed, indicating those that must be<br />

done and those already performed or beeing performed by him and his<br />

colaborators at the Superior School of the State of Minas Gérais, in<br />

Viçosa, and at the Soil Conservation Section of the Agronomic Institute<br />

of the State of Sâo Paulo.<br />

The basic agrogeological studies, the meteorologie and hidrologic<br />

studies the measuring of the erosion losses, the production experiments,<br />

the observations about the adaptability of practices, the study of useful<br />

plants, the study of especialized equipment, the studies of irrigation,<br />

drainage and flood control, the research of bases for the soil conservation<br />

surveys and planning, and the economical studies, are especially<br />

mentioned.<br />

Following the author presents with more details the methods used<br />

for the experiments and studies of the erosion, discussing the limits of<br />

aplicability of each one.<br />

A general illustration is given of the way of calculating and blue<br />

printing the installations for measuring soil and water losses, beeing<br />

pointed specially the adaptations that had to be introduced.<br />

A description is given of the methods for measuring the losses and<br />

plotting the essential data of the soil erosion control plots, on the field<br />

on the laboratory and on the office.<br />

A brief presentation is given of some of the results already obtained<br />

on these experiments with measuring installations and on others that<br />

complemented them.<br />

LITERATURA CITADA<br />

1. BARKER, J. F. — "Facilities For Lysimeter and Out-door Pot Culture at the<br />

Station", Cornell Univ. New York Agr. Exp. Sta. Techn. Bul. n.° 61,<br />

March, 1917, 10 pp.<br />

2: BENNETT, H. H. — "Soil Conservation", McGraw Hill Book Co. Inc., chapter<br />

XLIII, First Edition, 1939.<br />

3. CHRISTY, D. — "Terracing", Edwards Brother Inc., Ann. Arbor. Michigan,<br />

1940, Inst, ed., 172, pp., Exercises, etc., Lithoprint reproduction.<br />

4. DAFFERT, F. W. — "Observaçâo Sobre a Fortificaçâo da Terra nos Cafèzais",<br />

Relatório de 1893 do Instituto Agronômico, Campinas, em Experiências<br />

de Adubaçâo e Estudos Sobre a Cultura do Cafeeiro, Diretoria de Publicidade<br />

— Secretaria da Agricultura, Indûstria e Comércio do Estado de<br />

Sâo Paulo, 1929, 3. a ediçâo, 200 pp.<br />

5. ELLISSON, W. D. — "Soil Detachment Hazard by Raindrop Splash", Agric.<br />

Eng., vol. 28, n.° 5, May, 1947, 197-201.<br />

6. ELLISSON, W. D. — "Soil Transportation in the Splash Process", Agric. Eng.,<br />

vol. 28, n.° 8, Aug., 1947: 349-357.<br />

7. GEIB, H. V. — "A New Type of Installation For Measuring Soil and Water<br />

Losses From Control Plats", Reprint from Jour. Amer. Soc. Agron., vol.<br />

25, n.° 7, July, 1933: 429-440.<br />

7a. GROHMANN, F., BERTONI, J. e ALENCAR, F. M. A. — "Relatório das Atividades<br />

da Secçâo de Conservaçâo do Solo Durante o Ano Agricola de 1945-1946",<br />

Instituto Agronômico do Estado de Sâo Paulo, 62 pp. dactilografadas.<br />

8. HARROLD, L. L. and KRIMGOLD, D. B. — "Devices for Measuring Rates and<br />

Amount of Runoff Employed In Soil Conservation", U.S.D.A., S.C.S.,<br />

Research Water Conservation and Disposal Praties Division, SCS-TP-51,<br />

July, 1943, 42 pp.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 723<br />

9. KOHNKE, H., DREIBELBIS, F. R. and DAVIDSON, J. M. A. — "A Survey and<br />

Discussion of Lysimeters and a Bibliography on Their Construction and<br />

Performance", U.S.D.A. Misc. Pub., n.° 372, May, 1940, 67 pp.<br />

10. LUNT, H. A. — "Forest Lysimeter Studies Under Hardwoods", Connecticut<br />

Agr. Exp. Sta. Bul. 449, Sept., .1941: 521-572.<br />

11. MARQUES, J. Q. A. — "Conservaçâo do Solo em Cafèzal". Boletim da Superintendência<br />

dos Serviços do Café, Ano XXI, n.° 233. Julho, 1946 em<br />

diante (ainda em publicaçâo).<br />

lia. MARQUES, J. Q. A. — "Instruçôes Para a Coleta e Anotaçâo de Dados e<br />

Observaçôes nos Talhôes de Determinaçâo de Perdas Por Erosâo", 7 pp.<br />

dactilograf adas.<br />

12. MARQUES, J. Q. A. — "Nota Prévia Sobre urn Novo Conjunto Mecânico para<br />

Terraceamento e Trabalhos Similares". Bragantia, vol. 4, n.° 10, out.,<br />

1944: 593-625, ilust.<br />

13. MARQUES, J. Q. A. — "Organizaçâo Gérai de Estaçâo Experimental de Conservaçâo<br />

de Solos da E.S.A.V.", Bol. 5, Assoc. Ex-Alun. E.S.A.V., 1942:<br />

22-32, e Ceres, vol. V, n.° 25, set.-out., 1943: 46-52.<br />

14. MARQUES, J. Q. A. — "Organization of a Soil Conservation Experiment Station<br />

in the United States", Seminar. Report of the Agric. Engin. Course n.°<br />

426, Texas Agric. and Mech. College, May, 27th, 1941, 13 pp., 10 pictures.<br />

15. MARQUES, J. Q. A. — "Politica de Conservaçâo do Solo". Tese apresentada<br />

à I Mesa Redonda da Conservaçâo do Solo, Sâo Paulo, fev., 1949, 74 pp.<br />

mimeograf adas.<br />

16. MARQUES, J. Q. A. — "Problemas do Brasil — O Problema da Erosäo no<br />

Brasil e a Nova Estaçâo Experimental de Conservaçâo de Solos da E.S.A.",<br />

Seiva, Ano 3, n.° 10, 1942: 8-11, Viçosa.<br />

17. MARQUES, J. Q. A. — "Relatório das Atividades da Secçâo de Conservaçâo<br />

do Solo Durante o Ano de 1943", Instituto Agronômico do Estado de Säo<br />

Paulo, 28 pp. dactilografadas, 19 fotografias, 1 projeto de coletor, 2 fôlhas<br />

de anotaçâo e tabulaçâo de dados.<br />

17a. MARQUES, J. Q. A. — "Relatório dos Trabalhos da Secçâo de Conservaçâo<br />

do Solo Durante o Ano de 1944", Instituto Agronômico do Estado de Säo<br />

Paulo. 57 pp. dactilografadas.<br />

17b. MARQUES, J. Q. A. — "Relatório das Atividades da Secçâo de Conservaçâo<br />

do Solo Durante o Ano de 1945", Instituto Agronômico do Estado de Sâo<br />

Paulo, 198 pp. dactilografadas, inclusive grâficos e fotografias.<br />

18. MARQUES, J. Q. A. — "Traga a Erosäo Oito Milhôes de Cruzeiros Por Ano".<br />

Entrevista ao "Diârio de Sâo Paulo", em 10-2-49.<br />

19. MARQUES, J. Q. A., GROHMANN F., BERTONI, J. e ALENCAR F. M. A. — "Regula -<br />

mento Interno da Secçâo de Conservaçâo do Solo", Instituto Agronômico<br />

do Estado de Säo Paulo, 12 pp. dactilografadas, 1 quadro, junho, 1947.<br />

19a. MARQUES, J. Q. A., GROHMANN, F., BERTONI, J. e ALENCAR, F. M. A. — "Relatório<br />

da Secçâo de Conservaçâo do Solo em 1946-47", Instituto Agronômico<br />

do Estado de Sâo Paulo, 59 pp. dactilografadas, inclusive grâficos.<br />

20. MARQUES, J. Q. A., GROHMANN, F., BERTONI, J. e ALENCAR, F. M. A. — "Relatório<br />

das Atividades da Secçâo de Conservaçâo do Solo em 1947-48", Instituto<br />

Agronômico do Estado de Sâo Paulo (em preparo).<br />

21. MUSGRAVE, F. W. — "A Device For Measuring Precipitation Waters lost From<br />

the Soil as Surface Runoff, Percolation, Evaporation and Transpiration",<br />

Soil Science, vol. 40, n.° 5, nov., 1935: 391-401.<br />

22. NICHOLS, M. L. — "Recherches Concernant La Conservation du Sol Aux<br />

Etats-Unis", Bulletin Mensuel de Lenseignements Techniques, Institute<br />

International D'Agriculture, Année XXXII, n.° 11, Novembre, 1941: 369-<br />

381.<br />

23. "Soil Conservation Service, Methods and Equipment Employed in the Erosion<br />

Control Studies at the United States of America", 6 pp. dactilografadas<br />

fornecidas diretamente ao autor em 1941 pelo S. C. S. em Washington,<br />

D.C.<br />

24. "Soil Conservation Service — Specification for Multislot Divisors Having<br />

Slots One-Half Inch Wide", U.S.D.A. Mimmeographed (1148), 6 pp.<br />

25. VAGELER, P. — "Secçâo de Solos", Instituto Agronômico de Campinas. Rela-<br />

. tório Anual de 1935. Campinas, 1936, 32 pp. Grâficos.


724<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

AGRQNOMIA<br />

—IF.M.A.ALENCÄRI——I<br />

AGROLOGIA<br />

F.OROHMANN<br />

CAMPINAS<br />

MARQUES<br />

RIBEIRÄO PRETO<br />

BERTONI<br />

PIRACICABA.<br />

I- | BERTONI 1 — '•<br />

lMOCÓCA<br />

ALENCAR|<br />

I MONTE ALE6RE<br />

I<br />

1 - i ALENCABI -<br />

JpRES. PRUDENTE»'<br />

i - »<br />

•- I OWOMMAwil - •<br />

ECONOMIA<br />

IJ.Q.A.MARQUESI<br />

SECÇAO<br />

ÎONSERVAÇXO<br />

<strong>DO</strong><br />

<strong>SOLO</strong><br />

DETERMINAÇÂO<br />

DE<br />

PERDAS<br />

POR<br />

EROSÂO<br />

CHEPE :<br />

J.QAMARQUES<br />

\ /<br />

SERVIÇOS<br />

ANEXOS<br />

—JAUXIUARESJC-<br />

/<br />

ENGENHARIA<br />

J.BERTONI<br />

HIDROLOGIA<br />

W.Q.A.MARQUESt<br />

LABORATÓRIO tio<br />

JUNQUEIRAl<br />

ENSAIOS<br />

DE<br />

CAMPO<br />

•I. A. SANTOSt-<br />

TOPOGRAFIA<br />

J—'<br />

s ' (J. A. SANTOS)—I<br />

K \ i<br />

CÂLCULO<br />

DESENHO<br />

L—HPICCOLOTOI—1


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 725<br />

SECÇAO DE CONSERVAÇÂO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> <strong>DO</strong><br />

INSTITUTO AGRONÔMICO («) ,<br />

PERDAS ÇOMPENSADAS DE TERRA E AGUA<br />

NOS PRINCIPAI8 TIPOS DE <strong>SOLO</strong> <strong>DO</strong> E STA <strong>DO</strong><br />

NA BASE DE 1.300 MM. Dl CHUVA<br />

ANOS A6RICGLAS DE 1943/44 s 1947/48<br />

DECLIVES ENTRE 8,5 e 12,6 %<br />

ALGODSO MILHO<br />

UU SOJA HH<br />

MEDIA PAS C0BERTURA3 MEDIA <strong>DO</strong>S TALHOES<br />

ENXURRADA<br />

M.M.<br />

TIPOS DE<br />

<strong>SOLO</strong><br />

ARENOSA<br />

PIN<strong>DO</strong>RAMA<br />

1943/44 A 194 7/46<br />

MASSAPE<br />

E<br />

SALMOURSO<br />

MOCOCA<br />

I94S/46 A I94T/43<br />

RÔXA<br />

CAMPINAS<br />

1944/45 A 1947/49<br />

RIBEIRÄO PRETO<br />

1947/48<br />

(») MARQUES, J. 0. A.; 6R0HMANN, F.; BERTONI, J.; E ALENCAR, F. M. A. RELATORIO <strong>DO</strong>S<br />

TRABALHOS DA SECÇfo OE CONSERVAÇÂO OE <strong>SOLO</strong> EM 1947/48.


726 ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

PROPORÇÂO APROXIMADA DAS PERDAS POR EROSÂO NOS<br />

PRINCIPAIS TIPOS DE USO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> <strong>DO</strong><br />

ESTA<strong>DO</strong> DE SAC PÂULG<br />

SEGUN<strong>DO</strong> 0A0OS COLHIOOS PELA<br />

SECÇÂO DE CONSERVAÇAO 00 <strong>SOLO</strong> 00 INSTITUTO A6R0NOMIC0 00<br />

ESTAOO OE SÂO PAULO<br />

ATE' 1947/48 (•)<br />

PERDA OE TERRA EM TONELADAS<br />

POR HECTARE POR ANO.<br />

VALOR EM CRUZEIROS <strong>DO</strong>S ELEMENTOS<br />

NUTRITIVOS (NJ»K.) CONTI<strong>DO</strong>S EM FORMA<br />

ASSIMILAVEL NA TERRA ARRASTAOA POR<br />

HECTARE POR ANO<br />

TEMPO GASTO EM ANOS PARA OESGASTE OE<br />

UMA CAMAOA DE <strong>SOLO</strong> DE 15cm. OE PROFUNOIQADE<br />

PEROA OE AGUA EM PERCENTAGEM SOBRE A CHUVA<br />

CAIDA ANUALMENTE.<br />

90,0<br />

350.000<br />

(») MARQUES, J. 0. A.; GROHMANN, F., BERTONI,J.;E ALENCAR, F. M. A. RELATORIO <strong>DO</strong>S<br />

TRABALHOS DA SECÇÂO DE CONSERVAÇAO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> EM 1947/48<br />

0,9<br />

1,6


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 727<br />

SECÇAO DE CONSERVAÇÂO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> <strong>DO</strong><br />

INSTITUTO AGRONÔMICO (*)<br />

EFEITO SOBRE A PRODUÇAO DA ROTAÇÂO TRIENAL DE MILHO,<br />

ALGODÂO E SOJA, ME'DIA <strong>DO</strong>S TRES ULTIMOS ANOS<br />

(1945/46, 1946/47 e 1947/48).<br />

CONTINUO« PRODUÇAO EM K/Ho ROTACSO M<br />

ESTAÇAO EXPERIMENTAL<br />

(*) MARQUES, J. O.A.; GROHMANN, F.: BERTONI. J.; E ALENCAR, F. M. A . RELATORIO <strong>DO</strong>S<br />

TRABALHOS OA SECÇAO DE CONSERVAÇÂO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> EM 1947/46.


728 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

SECÇÂO DE CONSERVAÇÂO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> <strong>DO</strong><br />

INSTITUTO A6R0NÔMIC0 (*)<br />

PERDAS COMPENSADAS DE TERRA E AGUA<br />

NOS DIVERSOS SISTEMAS DE PREPARO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> EM<br />

CULTURA DE MILHO — DECLIVE 11%<br />

NA BASE DE 1300mm. DE CHUVA ANUAL.<br />

ATE' I947/48<br />

TERRA ARRASTADA<br />

EM T/Ho.<br />

SISTEMAS DE<br />

PREPARO <strong>DO</strong><br />

<strong>SOLO</strong><br />

DUAS<br />

ARAÇOES<br />

AGUA ESCORRIDA EM<br />

% SOBRE ACHUVA<br />

5,67 3,10<br />

3,37<br />

1,65<br />

UMA<br />

ARACÄO<br />

SUB-<br />

SUPERFICIE<br />

(•) MARQUES, J.Q. A.; GROHMANN, F.; BERTONI, J.; E ALENCAR, F M. A. RELATORIO <strong>DO</strong>S<br />

TRABALHOS DA SECÇÂO CONSERVAÇAO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> EM I947/4B


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 729<br />

SECÇAO DE CONSERVAÇAO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> <strong>DO</strong> *»<br />

INSTITUTO AGRONOMICO (*><br />

EFEITO DE VÂRIOS SISTEMAS DE PREPARO <strong>DO</strong><br />

<strong>SOLO</strong> SOBRE A PRODUÇAO DE MILHO<br />

MEDIA <strong>DO</strong>S ANOS AGRICOLAS DE 1944/45 a 1947/48<br />

V.<br />

100<br />

90<br />

80 —<br />

70—<br />

60<br />

TIPO DE<br />

TERRA<br />

—<br />

COMPARAÇAO PERCENTUAL<br />

CAMPINAS<br />

ESTAÇAO EXPERIMENTAL<br />

^ /<br />

V<br />

N<br />

ROXA<br />

/<br />

/<br />

RIBEIRÂO<br />

PRETO<br />

rA<br />

1 \<br />

1 \ 1<br />

\ 1 \ /<br />

\ ; /<br />

v - \ A .•<br />

\ \<br />

i \<br />

6-<br />

CONVENCSES<br />

DUAS ARAÇSES<br />

UMA ARAÇÎO<br />

SUB-SUPERFICIE<br />

SULCOS<br />

6RA0E<br />

ENXADA<br />

ROXA<br />

PINOORAMA<br />

'i<br />

/A<br />

/ \<br />

/ \ \<br />

s*.<br />

y \<br />

\<br />

\ \ /<br />

* /•-.<br />

\ / "••<br />

N /<br />

V<br />

ARENOSA<br />

MOCOCA<br />

A<br />

A X<br />

J V<br />

h<br />

' \ /<br />

V"<br />

\ \ /<br />

V<br />

MÀSSAPE'<br />

\<br />

\ /<br />

/ \ \<br />

ME'DIA<br />

(*) MARQUES, J.O.A.; 6ROHMAN, F.; BERTONI.J.; E ALENCAR, F.M.A. RELATORIO<br />

<strong>DO</strong>S TRA8ALH0S DA SECÇÂO DE CONSERVAÇÂO 00 <strong>SOLO</strong> EM 1947/48.<br />

/<br />

.0


730<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

SEGCÄO DE CONSERVAÇÂO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> <strong>DO</strong><br />

INSTITUTO AGRONOMIGO (*)<br />

PERDAS COMPENSADAS DE TERRA E AGUA<br />

MOSTRAN<strong>DO</strong> O EFEITO <strong>DO</strong> SISTEMA<br />

DE CULTURAS EM FAIXAS<br />

ATE 7 1947/48, NA BASE DE 1.300mm. DE CHU VA<br />

TERRA ARRASTAOA<br />

EM T/Ho.<br />

27,06<br />

96,64%<br />

0,91<br />

PROPORCÂO RELATIVA 00<br />

CONTRÔLE DE EROSÂO COM A<br />

PRÂTICA DAS FAIXAS<br />

PERMANENTES DE CANA<br />

ALGODÄO COM<br />

COROÖES DE CANA<br />

AGUA ESCORRIOA EM<br />

% SOBRE A CHUVA<br />

3,22%<br />

68,6%<br />

1,0 IV,<br />

Piece/otto<br />

(•) MARQUES, J. 0. A.; GROHMANN, F, BERTONI, J., ALENCAR, F M. A. RELATORIO <strong>DO</strong>S TRA-<br />

BALHOS DA SECCÎO DE CONSERVAÇÎO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> EM 1947/48


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 731<br />

SECÇÂO DE CONSERVAÇÀO Do S0L0 D0<br />

INSTITUTO A6R0NÔMIC0 (*)<br />

PERDAS COMPENSADAS DE TERRA E AGUA EM CULTURAS<br />

PLANTADAS EM CONTÔRNO E MORRO ABAIXO<br />

ATE' 1.947/48<br />

NA BASE DE 1.300 mm. DE CHUVA<br />

TERRA ARRASTAOA<br />

EM T/Ha.<br />

17,22<br />

52,4%<br />

8,20<br />

PROPORÇÂO RELATIVA 00<br />

CONTRÔLE DE EROSÂO COM<br />

A PRÂTICA <strong>DO</strong> PLANTIO EM<br />

CONTÔRNO<br />

AGUA ESCORRIOA EM<br />

% SOBRE A CHUVA<br />

471%<br />

57,5%<br />

205%<br />

(•) MARQUES J. Q. A., GROHMANN. F; BERTONI J., E ALENCAR F M. A. RELATORIO OOS<br />

TRABALHOS DA SEGÇÏO COMSERVAÇÂO 00 <strong>SOLO</strong> EM 1947/4 8


732<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

SECÇÂO DE CONSERVAÇÂO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> <strong>DO</strong><br />

INSTITUTO AGRONÔMICO (*)<br />

PERDAS COMPENSADAS DE TERRA E AGUA EM CULTURAS<br />

ANUAIS CULTIVADAS DE UMA SO VEZ E ALTERNADAMENTE<br />

ATE'1947/48<br />

NA BASE DE 1.300mm. DE CHUVA<br />

TERRA ARRASTAOA<br />

EM T/Ho<br />

8,20<br />

42,8%<br />

4,69<br />

PROPORCAO RELATIVA 00<br />

CONTRÔLE DE EROSÂO COM<br />

A PRATICA 00 CULTIVO<br />

ALTERNA<strong>DO</strong><br />

AGUA ESCORRIOA EM<br />

% SOBRE A CHUVA<br />

205%<br />

5,5%<br />

1,96%<br />

»ccch/t"<br />

(*) MARQUES, J. Q. A.; GROHMANN, F., BERTONI, J., E ALENCAR, F. M. A. RELATORIO <strong>DO</strong>S<br />

TRABALHOS DA SECÇÂO DE CONSERVAÇÎO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> EM 1947/48


O EMPOBRECIMENTO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> CAUSA<strong>DO</strong> PELA<br />

EROSÄO E PELA CULTURA ALGO<strong>DO</strong>EIRA NO <strong>SOLO</strong><br />

<strong>DO</strong> ARENITO BAURU (RESUMO)<br />

FRANCISCO GROHMANN e RENATO A. CATANI<br />

do Institute Agronômico do Estado de Säo Paulo,<br />

em Campinas<br />

"De acôrdo com os dados até agora obtidos experimentalmente, pela<br />

Secçâo de Conservaçao do Solo do Institute Agronômico, por meio de<br />

sistemas coletores, o solo arenoso, proveniente do Arenito Bauru, é o mais<br />

erosivo entre os principais tipos de solo do Estado de Sâo Paulo. Os autores<br />

apresentam alguns dados, preliminares sobre a riqueza do material<br />

erosado, colhidos nos talhöes expérimentais na Estaçao Experimental<br />

de Pindorama, que représenta, satisfatôriamente, as condiçôes do Arenito<br />

Bauru.<br />

Os dados da anâlise quimica, obtidos pela Secçâo de Agrogeologia,<br />

revelam que, em comparaçâo com o solo original, o material erosado contém:<br />

2,1 vêzes mais matéria orgânica; 2,8 vêzes mais fôsforo; 2,3 vêzes<br />

mais potâssio e 1,9 vêzes mais câlcio que o solo original, respectivamente.<br />

Pelos dados apresentados, vemos que o empobrecimento do solo por<br />

meio da erosâo é elevado, e maior que o consumo feito pelas colheitas, na<br />

cultura algodoeira. Este f ato é de suma importância, e suas conseqüências<br />

envolvem diretamente o problema da adubaçâo, em gérai, nesse<br />

tipo de solo."<br />

Publicado em Bragantia (1949)9; ns. 5 e 8, pâgs. 125-132.


AS DETERMINATES DE PERDAS POR EROSÂO<br />

(RESUMO)<br />

JOSÉ BERTONI<br />

da Secçâo de Conseryaçâo do Solo<br />

do Instituto Agronômico do Estado,<br />

em Campinas.<br />

"Nesse trabalho o autor descreve os principals métodos para a<br />

determinaçâo das perdas por erosâo, sendo descrito com maiores detalhes<br />

o método da coleta de uma fraçâo aliquota de enxurrada que passa<br />

por divisores do tipo Geib.<br />

O câlculo das perdas de terra e âgua é desenvolvido pelas perdas<br />

ocorridas em urn dia num ensaio de prâticas conservacionistas em cafèzal,<br />

da Secçâo de Conservaçâo do Solo, instalado na Estaçâo Experimental<br />

de Ribeirâo Prêto, em terra do tipo roxa légitima e déclive de 6,5%.<br />

Pelos dados obtidos durante o ano de 1947/48, naquele tipo de terra,<br />

foi determinado 0,2344% como sendo o teor de terra na enxurrada, numa<br />

média de 120 determinaçôes. Foi também determinado 1,0821 como fator<br />

de conversâo de volume para peso da terra arrastada que é decantada,<br />

numa média de 455 determinaçôes."<br />

Publicado em Bragantia (1950), vol. XI.


ESTU<strong>DO</strong> DE COBERTURA E TRAVAMENTO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

(RESUMO)<br />

FRANCISCO MOACYR AIRES DE ALENCAR<br />

da Secçâo de Conservacäo do Solo,<br />

do Instituto Agronômico, Campinas<br />

"O autor descreve neste trabalho investigaçôes realizadas sobre as<br />

caracteristicas de cobertura e fixaçâo do solo, de dez espécies végétais.<br />

A técnica e o método que empregou consistiram, em sintese, em fazer cortes<br />

da parte aérea e escavar blocos de terra com raizes a determinadas<br />

alturas e profundidades, numa area, de 0,25 m 2 , de forma a obter a densidade<br />

de cobertura do solo pela parte aérea e de travamento pela parte<br />

subterrânea, a diferentes distâncias da superficie do solo.<br />

Em quadros e graficos apresenta os dados obtidos para cada espécie.<br />

Estes dados sâo expressos em peso e volume por metro cûbico das partes<br />

aéreas e subterrânea de cada bloco, em percentagem sobre o total de<br />

cada bloco e em total obtido para o vegetal, em quilos e litros. Os resultados<br />

obtidos levaram as seguintes conclusöes preliminares : 1 — A espécie<br />

(Paspalum notatum, Flügge) compreendendo duas variedades: Batatais<br />

de fôlha larga e a Grama Americana apresentaram a maior percentagem<br />

em peso e volume da parte aérea e subterrânea a 2 e 6 centimetres,<br />

acima e abaixo do nivel do solo. 2 — A Grama das Roças (Paspalum<br />

dilatatum, Poir) oferece boa cobertura, mas o efeito de travamento<br />

é fraco para tôdas as profundidades. 3 — O Capim Kikuio (Penniseturn<br />

clandestinum, Chiov.), a Grama Tio Pedro (Paspalum convexum,<br />

H. B.) e o Capim Gengibre (Paspalum maritimum, Trin.) proporcionam<br />

boa cobertura e sofrivel tratamento do solo. 4 — A Grama Sêda (Cynodon<br />

dactylon, Pers.) e a Grama Portuguêsa (Panicum repens, L.)<br />

deram dados satisfatórios para tôdas as alturas e profundidades. 5 —<br />

A Margaridinha (Wedelia paludosa, L.) possibilita ôtima cobertura e<br />

bom travamento a tôdas profundidades. 6 — O Kudzu Comum (Pueraria<br />

thurribergiana, Benth) forneceu dados bem elevados, mesmo para o<br />

ultimo bloco subterrâneo, que atinge 80 centimetros de profundidade.<br />

Em face dos dados obtidos, o autor faz consideraçôes sobre a utilizaçào<br />

das vegetaçoes estudadas em praticas conservacionistas de carâter<br />

vegetativo."


CONSERVAÇÂO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> E DA ÄGUA PELO<br />

TERR ACE AMENTO (RESUMO)<br />

JOÄO ABRAMIDES NETO<br />

Secretaria de Agricultura de Säo Paulo<br />

"O autor inicia referindo-se ao principio em que se baseia o terraceamento.<br />

Relata uma série de vantagens ocasionadas por êsse processo<br />

de conservaçâo do solo, destacando como conseqüências imediatas o<br />

atenuamento do fenômeno da erosäo e o aumento da produçâo.<br />

Em seguida, reporta-se a dados expérimentais comprovantes de suas<br />

afirmaçôes, assim como a testemunho de lavradores que introduziram em<br />

suas terras tal prâtica conservacionista.<br />

Finaliza o seu trabalho estabelecendo a melhor oportunidade para a<br />

aplicaçâo dos terraços."


ENSAIO SOBRE A RELAÇÂO ENTRE AS PRÄTICAS<br />

CULTURAIS E A INTENSIDADE DA EROSÄO<br />

PLANO DA DIRETORIA <strong>DO</strong> S.N.P.A.<br />

JOSÉ MARIA DE ALMEIDA CRUZ<br />

da Estaçâo Experimental de Patos<br />

de Minas<br />

ALBERTO CARVALHO JR.<br />

Técnico Agricola da Subestaçâo<br />

Experimental de Lavras, M.G.<br />

Adotar/com ensaios bâsicos: 1.°) Um grupo de 4 tratamentos relativos<br />

ao cultivo do solo; corn 3 repetiçoes, e 2.°) 3 tratamentos relativos à<br />

extensâo das encostas, sem repetiçâo.<br />

0 ensaio pode ser dividido em duas partes. .<br />

1 Tratamentos relativos. ao cultivo do solo. Parcelas de 5 m x 20 m<br />

com 3 repetiçoes.<br />

A — Solo sem lavras. Preparo do solo e prâticas culturais<br />

usuais na regiâo (queima dos restos de cultura, coveamento<br />

à enxada, capinas). Culturas que favoreçam a<br />

erosâo (milho, algodâo, mandioca, feijâo).<br />

B — Solo lavrado. Preparo do solo e prâticas culturais racionais<br />

(enterrio, dos restos de culturas, aradura em<br />

curvas, capinas). ; Culturas que favoreçam a erosâo (milho,<br />

algodâo, mandioca, feijâo).<br />

C — Solo lavrado.. Culturas nâo capinadas (nas Estaçôes do<br />

Sul: trigo, linho ou alfafa; nas Estaçôes do Nor te: têxteis<br />

liberianas ou leguminosas para corte).<br />

D — Pasto -r-, Cercado para contençâo de bezerros — Manter<br />

o pasto cortado diretamente^pelo pastoreio.<br />

2 Tratamentos relativos à extensâo da encosta. Parcelas com 5<br />

métros de largura, sem repetiçâo. Enrcada uma destas 3 parcelas<br />

haverâ uma rotaçâo dos tratamentos acima, na seguinte<br />

ordern: 1.° ano — 4.° tratamento; 2.° ano — 3.° tratamento;<br />

3.° ano — 2.° tratamento; 4.° ano-— 1.° tratamento.<br />

E — Par cela com 10 m de comprimento.<br />

F — Parcela com 20 m de comprimento.<br />

G — Parcela com 40 m de comprimento.<br />

O ensaio compreenderâ, portante, 15 parcelas, entre as quais deverâ<br />

haver ruas de 1 m de largura, e ocuparâ uma ârea.de 89.x 20 m,<br />

— 47 —


738 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

tendo em uma das extremidades uma saliência de 40 m x 5 m, conforme<br />

figura elucidativa abaixo:<br />

o<br />

-T<br />

E<br />

1,00<br />

F<br />

E<br />

O<br />

D A C B C A B D C B A D<br />

As parcelas ficarâo cercadas por divisôes feitas de tâbua ou de tijolos,<br />

colocados em pé, ficando a parte superior da parede divisória<br />

aproximadamente 10 cm acima do nivel do solo. Na parte inferior de<br />

cada parcela sera instalado o dispositivo para captar e medir o deflüvio<br />

e o sedimento arrastado.<br />

É necessario evitar que se acumule muita âgua no solo na parte inferior<br />

de cada parcela. Para isto convém: 1) deixar livre a passagem<br />

das âguas que correm sob o solo, e 2) deixar as âguas que correm sobre<br />

o solo passar por uma laje antes de serem recolhidas pela caixa de sedimentaçâo.<br />

Detalhe do dispositivo para captar e medir o deflüvio e o sedimento<br />

arrastado:<br />

Lage<br />

Caixa de<br />

Sedimentaçio<br />

Divisor<br />

Ca i xa de med ida<br />

5,00<br />

1,00<br />

89 m<br />

TerreiTO p a se<br />

? ca de sedi -<br />

o mentos<br />

5 1,00<br />

A fim de evitar que a âgua infiltrada na encosta, acima das parcelas,<br />

venha interferir com o deflüvio que se verifica nas mesmas, convém<br />

protéger a face superior do talhäo experimental por meio de uma<br />

valeta de escoamento que atinja a camada impermeâvel, desde que<br />

esta nâo esteja a mais de 1 m de profundidade.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIËNCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 739'<br />

O dispositivo para a coletà e medida do deflüvio é cönstituido por:<br />

(1) Uma caixa de sedimentaçâo e de mediçâo;<br />

(2) Um divisor (Geib);<br />

(3) Uma caixa de medida. •<br />

As dimensôes das caixas (1) e (3) devem ser tais que comportem a<br />

maxima precipitaçâo pluvial possivel na regiâo em que esta localizado o<br />

expérimente.<br />

Em Cel. Pacheco, por exemplo, podemos, exagerando, limitar em<br />

200 mm a mâxima precipitaçâo que se pode esperar em urn dia de chuva<br />

continua e admitir que, nestas condiçôes, haja urn deflüvio de 40%.<br />

Desta forma teremos, como deflüvio mâximo por parcela :<br />

0,200 por 0,40 x 100 = 8,000 litros.<br />

Com uma caixa de sedimentaçâo de 1 m 3 teremos: 8,000-1.000<br />

= 7.000 litros, que passarâo pela caixa de sedimentaçâo.<br />

Com um divisor de 1/9 teremos 7.000 + 9 = 777, 8 litros, que passarao<br />

por uma das aberturas de divisor para a caixa de medida.<br />

o<br />

Nestas condiçôes, poderemos adotar:<br />

(1) Uma caixa de sedimentaçâo de 1 m 3 ;<br />

(2) Urn divisor de 1/9;<br />

(3) Uma caixa de medida de 1 m 3 .<br />

Detalhes da caixa de sedimentaçâo:<br />

Planfa baixa<br />

2,00 m<br />

Copte longitudinal<br />

—<br />

0,20 m<br />

Carte transversal<br />

Os detalhes do divisor figuram anexo. A caixa de medida (3) poderâ<br />

ter a forma cûbica (lxlxl m).<br />

Os processos culturais aplicados a cada parcela deyem se aproximar<br />

tanto quanto possivel das prâticas usuais adotadas para as culturas representadas<br />

pelas mesmas.<br />

Proximo ao local do ensaio devem ser instalados urn pluviômetro e<br />

um pluviógraf o.<br />

Depois de cada chuva devem-se medir e remover, das caixas de sedimentaçâo<br />

e de medida, a âgua e os sedimentos que se acumularam nas<br />

mesmas. A quantidade de âgua deve ser expressa em volume e a de sedimento<br />

em peso, depois de sêco. Do ultimo deve ser colhida uma amostra<br />

para as anâlises mecânica e quimica, caso sejam necessârias.


740 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

O volume de material coletado em cada caixa poderâ ser medido em<br />

funçâo do nivel atingido pelo mesmo. Para esta mediçâo sera conveniente<br />

uma régua que, ajustada a um suporte prêso a uma trave horizontal<br />

apoiada nas bordas da caixa, possa deslisar pelo mesmo até atingir<br />

à superficie liquida.<br />

Os dados de profundidade fornecidos pela régua deverâo ser transformados<br />

em dados de volume por meio de uma tabela especifica para<br />

cada caixa.<br />

~"~ O talhäo escolhido para o ensaio deve ter a maior uniformidade<br />

possivel, em constituiçâo e declividade. Esta deve ser determinada com<br />

precisâo. Devem ser colhidas amostras do solo, em perfis abertos nas<br />

imediaçôes do local do expérimente, para os exames quimicos e fisicos.<br />

A produçâo das culturas das diferentes parcelas deve ser medida.<br />

No caso do tratamento 4, a vegetaçâo (grama, etc.) deve ser pastada<br />

por bezerros e mantida à pequena altura.<br />

No intervalo entre os periodos de cultura nâo se deve permitir o<br />

desenvolvimento excessivo de mato a fim de que isto nâo contribua para<br />

diferenças entre os graus de revolvimento da terra para os plantios<br />

seguintes.<br />

PROJETO E ESPECIFICAÇOES<br />

Consta o ensaio das seguintes obras:<br />

1 — Mur os protetores de parcelas;<br />

2— Lajes de captaçâo;<br />

3 — Tubo de ligaçâo da laje à caixa de sedimentaçâo;<br />

4 — Caixa de sedimentaçâo;<br />

5 — Caixas de medida;<br />

6 — Caixas de esgôto;<br />

7 — Rêdes de esgôto.<br />

Muros protetores das parcelas<br />

De alvenaria de tijolos assentados "em pé" com 2/3 livres e 1/3 enterrados,<br />

revestidos com argamassa de areia e cimento. Tijolos requeimados<br />

e com 0,30 m de comprimento.<br />

Lajes de captaçâo<br />

De alvenaria de tijolos requeimados, rejuntados e revestidos com<br />

argamassa de cimento e areia (1x3).<br />

Tubos de ligaçâo da laje à caixa de sedimentaçâo<br />

De manilha de barro queimado, com 0,30 m de diâmetro.<br />

Caixas de sedimentaçâo de medida e de esgôto<br />

Fundo de concreto apoiado em calçada de pedras fincadas e rejuntadas<br />

com cimento e areia.<br />

Paredes de alvenaria de tijolos requeimados, rejuntados com argamassa<br />

de cal e areia e revestidos com argamassa de cimento e areia.<br />

Rêdes de esgôto<br />

De manilha de barro queimado, de 0,10 m de diâmetro.


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIAO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 741<br />

Quantidade aproximada de material para a execuçâo de 1/15 das<br />

obras acima:<br />

Uma parcela de 20 métros de compriment*) 405 tijolos<br />

Uma laje de captaçâo 160 tijolos<br />

Um tubo de ligaçâo, etc 2 manilhas de 0,30 m<br />

de diâmetro<br />

Très caixas (de sedimentacäo, de medida e<br />

de esgôto) 900 tijolos<br />

6 carroças de pedra<br />

2 canos de ferro galvanizado<br />

de 1" com<br />

0,50 m de comprimento<br />

2 idem, de 0,80 m de<br />

comprimento<br />

2 joelhos, idem<br />

2 tampöes de 1"<br />

Rede de esgôto .. ; 3 manilhas de 0,10 m<br />

de diâmetro<br />

Nota: Cimento, cal, pedra e areia para as<br />

obras de alvenaria acima:<br />

Cimento 6 sacos de 50 quilos<br />

Areia 1 metro cûbico<br />

Cal 200 quilos<br />

Pedra '. 2 métros cûbicos<br />

Utensüios e material de trabalho<br />

a) 15 armaçôes de chapa de ferro de 1" com 50x30x15 cm,<br />

revestiveis de tela de arame, conforme projeto anexo.<br />

b) 17 métros lineares de tela de arame galvanizado n.° 19, com<br />

malhas de 6 mm, com 15 cm de altura, para as armaçôes<br />

acima.<br />

c) 8 métros lineares de tela de arame galvanizado n.° 19, com<br />

malhas de 6 mm, com 50 cm de altiira para as armaçôes<br />

d)<br />

e)<br />

f)<br />

h)<br />

9)<br />

i)<br />

i)<br />

acima.<br />

divisöes Geib.<br />

chapas de ferro zincado n.° 24, com 1,20 m x 1,20 m.<br />

la tas de querosene.<br />

balança romana de precisâo, tipo I.Q.A.<br />

latas de chapa de ferro estanhado, tipo lata de leite, com<br />

asas e alças reforçadas, de gargalo com 0,22 m de diâmetro,<br />

com as respectivas tampas de pressäo, de 30 litros<br />

de capacidade.<br />

baldes de chapa de ferro estanhado com 14 cm de f undo<br />

e 37 cm de diâmetro, com asas.<br />

baldes de chapa de ferro estanhado, com 10 litros de capacidade.<br />

k) 1 escala de aço inoxidâvel de 1 metro.<br />

l) 2 pas de lixo.<br />

m) 1 funil de chapa de ferro estanhado com saida de diâmetro<br />

correspondente ao diâmetro interno do gargalo da lata<br />

n)<br />

o)<br />

V)<br />

15<br />

30<br />

30 1<br />

2<br />

5<br />

5<br />

de 30 litros de capacidade.<br />

Chapas de ferro zincado n.° 24 para cobertura das lajes de<br />

captaçâo.<br />

1 pluviomètre<br />

1 pluviógrafo.


MINI5TÉRID DH flDRICULTURn<br />

CNEPH<br />

><br />

3<br />

ü<br />

><br />

PO<br />

B<br />

n >l<br />

o<br />

o<br />

o<br />

H<br />

B><br />

O<br />

ü<br />

O<br />

CA<br />

o<br />

O


ANAIS DA SEGÜNDA REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 743<br />

a<br />

• i<br />

Œ<br />

üj<br />

i.1<br />

co<br />

a<br />

in<br />

a<br />

V-<br />

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Œ<br />

LJ<br />

a<br />

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in<br />

S-<br />

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OCE<br />

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un<br />

zUJ<br />

t—<br />

Z<br />

Œ<br />

F<br />

' '1


744 AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

u5


I<br />

TOTAL DAS DU AS CAI X AS<br />

2.« CAIXA<br />

g<br />

S<br />

•8.<br />

S<br />

1o<br />

Peso do<br />

sedimento<br />

séco<br />

El<br />

~>«<br />

Peso do<br />

sedimento<br />

sêco<br />

Peso do<br />

ssdimento<br />

n'âgua<br />

s ll»<br />

j: =7:<br />

Peso do<br />

sedimenio<br />

sêco<br />

Peso do<br />

sedimento<br />

n'âgua<br />

Litros<br />

d'âgua<br />

corrigidos<br />

Tratamento<br />

Litros<br />

d'âgua corn<br />

sedimento<br />

Altura da<br />

coluna<br />

d'âgua<br />

îl<br />

z' |<br />

ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂo" <strong>BRASILEIRA</strong> DE CIÊNCÏA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 745<br />

1<br />

j<br />

1<br />

.<br />

1


746 AN AIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

lu<br />

ii<br />

•i<br />

a.


N.o de<br />

ordern<br />

M. A. — C. N. E. P. A. — S. N. P. A. — Dados de Experiments sobre Erosào<br />

Estaçâo Exp. de —.—.—.<br />

Tratamento<br />

i<br />

Datas<br />

2 1 3 4 5 6 7<br />

Total<br />

Duraçâo<br />

Dia Hora Milimetros H. Min:<br />

PRECIPITAÇÂO<br />

Média<br />

Milimetros<br />

por hora<br />

INTENSIDADES<br />

Periodo de<br />

S minutos<br />

Milimetros<br />

por hora<br />

Mâximas<br />

Periodo de Periodo de,<br />

15 minutos 30 minutos<br />

Milimetros<br />

por hora<br />

Milimetros<br />

por hora<br />

— — -<br />

'<br />

Ano<br />

Mes<br />

Tîpo de solo..<br />

8<br />

OBSERVAÇÔES:<br />

•<br />

9 10 11 | ' 12<br />

Volume<br />

' Litros<br />

-<br />

DEF LU VI0<br />

Altura<br />

Milimctros<br />

Perda de<br />

precîpitaçào<br />

Pereentagem<br />

Razâo<br />

mâxima<br />

Milimetros<br />

por hora<br />

__<br />

N.° do Expt. ...<br />

N.o da Parcela.<br />

Déclive<br />

13 1 14 15<br />

PERDA DE <strong>SOLO</strong><br />

Total<br />

Quilogramas<br />

Por<br />

hectare<br />

Quilogramas<br />

j<br />

Por metro<br />

cûbico de<br />

deflûvio<br />

Quilogramas<br />

N.o de<br />

ordern<br />

><br />

d<br />

Q 1<br />

a<br />

n<br />

H<br />

n<br />

M<br />

j><br />

Ö<br />

O<br />

en<br />

O


N.» de<br />

ordern<br />

M. A. — C. N. E. P. A. — S. N. P. A. — Dados rie Expérimentas sobre Erosào<br />

Estaçào E\-p. de—.— .—. •<br />

Tratamento<br />

1<br />

Datas<br />

2<br />

Total<br />

Dià Hora Milimctros H. Min. Milimetros<br />

' por hora<br />

.<br />

3 4 5 6 7<br />

Duraçào<br />

.<br />

PRECIPITAÇAO<br />

—<br />

Média<br />

INTENSIDADES<br />

Periodo de<br />

S minutos<br />

Milimetros<br />

por hora<br />

• —<br />

Mâximas<br />

Periodo de Periodo de<br />

15 minutos 30 minutos<br />

Milimetros<br />

por hora<br />

Milimetroe<br />

por hora<br />

Ano<br />

Mes<br />

Tipo de solo.<br />

8<br />

OBSERVAÇÔES:<br />

9 10 11 12<br />

Volume<br />

Litros<br />

DEFLÛVIO<br />

Altura<br />

Milimetros<br />

Perda de<br />

precipitaçâo<br />

Pereen<br />

tagem<br />

Razâo<br />

maxima<br />

Milimetros<br />

por hora<br />

N.» do Expt. .<br />

N.» da Parcela<br />

Déclive<br />

13 14 15<br />

PERDA DE <strong>SOLO</strong><br />

Total<br />

Quilogramas<br />

Por<br />

hectare<br />

Quilogramas<br />

Por metro<br />

cûblco de<br />

deflûvio<br />

Quilogramas<br />

N.o de<br />

ordem<br />

-4<br />

OO<br />

5!<br />

M<br />

CO<br />

ai<br />

g<br />

O<br />

B)<br />

i<br />

M<br />

O<br />

m<br />

w><br />

S<br />

o


VII COMISSAO<br />

UNIFORMIZAÇAO <strong>DO</strong>S MÉTO<strong>DO</strong>S DE ESTU<strong>DO</strong><br />

E DE REPRESENTAÇAO <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>.<br />

ENSINO DA CIENCIA <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong>


O ENSINO DA <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> NAS ESCOLAS<br />

DE AGRONOMIA <strong>DO</strong> BRASIL<br />

FLÄVIO DIAS TAVARES<br />

Prof. de Geologia Agricola<br />

Escola Agronômica da Bahia<br />

Varios motivos justificam o assunto do presente trabalho. Em primeiro<br />

lugar, o desejo de contribuir para melhor divulgaçâo do Ensino da<br />

Ciência do Solo. Por outro lado, considerar que êsse estudo nos oferece<br />

conhecimentos de ordern cientifica e técnica, como econômica. Ver-se-â<br />

que ambos nos conduzem à mesma condiçâo: as escolas de agronomia<br />

do Brasil precisam desenvolver os métodos de erisino da Ciência do Solo,<br />

os quais nâo podem permanecer sem orientaçâo especializada.<br />

SITUAÇÂO DAS ESCOLAS DE AGRONOMIA<br />

Em gérai, o ensino da Ciência do Solo na escola-padrâo, a Escola<br />

Nacional de Agronomia da Universidade Rural, é estudado nas cadeiras<br />

seguintes: Geologia Agricola (geologià, mineralogia, gênese, fisica e<br />

classificaçâo do solo) ; Quimica Agricola (quimica do solo e adubos) ;<br />

Agricultura Gérai (aplicaçâo da Ciência do Solo à técnica agricola) ; Fitopatologia<br />

e Microbiologia Agricola (parte de biologia).<br />

Para avaliar o. nosso grau de desenvolvimento, basta confrontar corn<br />

outras escolas estrangeiras, como a Faculdade de Agronomia e Veterinâria<br />

de Buenos Aires, centro de grande cultura agropecuâria, na quai<br />

tem o curso de Edafologia Agricola, em associaçâo com o Instituto de<br />

Quimica e Investigaciones Agropecuârias.<br />

Nas Universidades e Colégios da America do Norte, a variedade de<br />

cursos constitui um dos caracterïsticos, em que é tido o alto conceito de<br />

especializaçâo. Assim, podemos informar que na Universidade da California,<br />

em Berkley, o estudo da Ciência do Solo, em linhas gérais, é ensinado<br />

da seguinte forma:<br />

1) Morfologia e Fisica do Solo;<br />

2) Quimica, Microbiologia e Nutriçâo das Plantas;<br />

3) Curso Gérai de Ciência do Solo.<br />

Na Escola Agricola e Mecânica do Colégio de Texas, no Departamento<br />

de Agronomia, säo oferecidos diversos cursos de solo. Além disso,<br />

o ensino tem grande relaçâo com a pesquisa.<br />

PROJETO <strong>DO</strong> ENSINO<br />

Nâo é demais insistirmos sobre a reforma do ensino agronômico,<br />

umavez que é de conveniência para a evoluçâo das escolas de agronomia<br />

do Brasil. A organizaçâo do ensino tem sido fundamentada na cultura


752 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

gérai é teórica, de certo modo satisfatória pela base sólida de matemâtica<br />

e ciências naturais. Mas o conceito hodierno é o do ensino técnico<br />

especializado; por conseguinte, apresenta vantagens sobre o primeiro,<br />

pelos conhecimentos profundos e utilitârios. E, segundo a opiniâo do Dr.<br />

APOLÔNIO SALLES, em sua conferência realizada na Universidade de Porto<br />

Alegre, "Ensino e Experimentaçâo" : "É déficiente entre nos a cultura<br />

especializada, faltam-nos especialistas nos intricados problemas da<br />

terra".<br />

Poderiamos citar como um dos exemplos de escolas de agronomia<br />

do Brasil contendo especializaçâo, a Escola Agricola da Bahia, no periodo<br />

de 1932 até 1938, os 3 primeiros anos e o 1.° semestre do 4.° ano, de curso<br />

gérai, e o ultimo semestre, dedicado à especializaçâo em:<br />

1) Fitotecnia e Produçào Vegetal;<br />

2) Zootécnia e Produçào Animal;<br />

3) Quimica Agricola e Tecnologia Rural.<br />

Os resultados ioram apreciâveis, e os diplomados tiveram êxito nos<br />

setpres de suas especialidades.<br />

Ao tratarmos do projeto de ensino da Ciência do Solo, quer nos parecer<br />

prematuro emitir nossa opiniâo sobre tâo delicado assunto, uma<br />

vez que a questâo esta pendendo da reforma do ensino. Nâo obstante o<br />

estudo da Ciência do Solo na maioria das escolas de agronomia do Brasil<br />

oferecer um conjunto de conhecimentos üteis, julgamos, a titulo de sugestâo,<br />

que os assuntos das cadeiras em aprêço poderiam ser desdobradas<br />

para constituir os seguintes cursos:<br />

1) Introduçâo ao Estudo do Solo;<br />

2) Fisica e Quimica do Solo;<br />

3) Microbiologia do Solo;<br />

4) Classificaçâo e Mapa do Solo;<br />

5) Fertilidade do Solo;<br />

6) Conservaçâo do Solo.<br />

Do exposto, pensamos que os cursos reguläres deveriam ter a duraçâo<br />

de cinco anos, compreendendo uma parte gérai, comum, durante os<br />

4 primeiros anos, uma parte especial no ultimo ano, orientada no sentido<br />

de especializaçâo em um dos seguintes grupos:<br />

1) Agronomia;<br />

2) Zootécnia;<br />

3) Engenharia Rural.<br />

Conforme o piano escolhido de especializaçâo, seriam organizados<br />

os programas. Assim, para agronomia ou zootécnia, as matérias seguintes:<br />

Introduçâo ao Estudo do Solo, Classificaçâo e Mapa do Solo, Fertilidade<br />

do Solo, Conservaçâo do Solo, nos 3.° e 4.° anos. No caso de especializaçâo<br />

em Ciência do Solo, as matérias de Fïsica e Quimica do Solo,<br />

Mierobiologia 'do Solo, no 5.° ano. Para Engenharia Rural, os mesmos<br />

cursos indicados para Agronomia e Zootécnia, porém o curso de Conservaçâo<br />

do Solo mais desenvolvido no que diz respeito à construçâo de terraços<br />

,irrigaçâo e drenagem, no 5.° ano.<br />

As escolas de agronomia do Brasil adotariam a organizaçâo universitâria,<br />

e os cursos poderiam ser administrados por Departamentos. E,<br />

na opiniâo do Professor HEITOR GRILLO, na aula inaugural da Universidade<br />

Rural, "O Ensino e Pesquisas Agronômicas no Brasil": "A organizaçâo<br />

preçonizada é de departamentos, constituido de uma cadeira ou


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 753<br />

con junto de cadeiras af ins, com o objetivo de manter a cooper açâo cientifica,<br />

quer em relaçâo ao ensino, quer as pesquisas, incluindo todos os<br />

trabalhos complementares relativos ao material e a bibliografia."<br />

Näo resta a menor dûvida de que a tendência é para a reforma do<br />

ensino, com um piano capaz de oferecer conhecimentos mais profundos<br />

e imprescindiveis na vida prâtica.<br />

Concluimos que o projeto se justifica pela possibilidade da modificaçâo<br />

do curso em técnico especializado para o desenvolvimento da Ciência<br />

do Solo nas Escolas de Agronomia do Brasil.<br />

SUMÄRIO<br />

1 — O Brasil précisa desenvolver o ensino da Ciência do Solo com orientaçâo<br />

especializada.<br />

2 — Os assuntos de Ciência do Solo na escola-padrâo, a Escola Nacional<br />

de Agronomia da Universidade Rural, estâo distribuidos em diversas<br />

cadeiras. Confrontando o ensino com os de outros paises, observamos<br />

a necessidade de uma reforma.<br />

3 — O ensino no Brasil oferece conhecimentos gérais, sendo de mais utilidade<br />

o ensino técnico especializado. No projeto da reforma do ensino<br />

agronômico, os cursos reguläres teriam duraçâo de 5 anos, compreendendo<br />

uma parte gérai, durante 4 anos, e a parte especial no<br />

ultimo ano.<br />

4 — A 2. a Reuniâo Brasileira de Ciência do Solo no Institute Agronômico<br />

do Estado de Sâo Paulo, na cidade de Campinas, apela para os<br />

poderes compétentes de todo o Brasil no sentido de cuidarem da reforma<br />

do ensino agronômico fundamentada na organizaçâo universitâria,<br />

constituido de departamento, com vârios cursos de solos entrosados<br />

com a pesquisa.<br />

— 48 —<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

GRILO, H. — "O Ensino e as Pesquisas Agronômicas no Brasil" — Revista de<br />

Agronomia — abril e junho de 1946.<br />

SALLES, A. — "Ensino e Experimentaçâo" — Serviço de Documentaçâo, Ministério<br />

da Agricultura, 1945.<br />

ANNOS, G. P. — "Notas de Viagens: Agricultura e Pecuâria nos Estados Unidos"<br />

— Livraria Continente, 1947.<br />

PAVAGEAU, M. — "Da Organizaçâo do Ensino Agricola no Brasil", 2.° vol.,<br />

Anais do 2.° Congresso Rio-Grandense de Agronomia, 1940.<br />

TORRES, F. A. — "O Ensino Agricola no Brasil", 1926.<br />

"Cartilla del Estudiante" — Universidad de Buenos Aires — Facultad de<br />

Agronomia y Veterinaria, 1946.<br />

"Anuârio da Escola Agricola da Bahia", 1934.<br />

"Catalogue Number 5" — Bulletin of the Agricultural and Mechanical College<br />

of Texas, 1944.<br />

"Catalogue", University of California, 1941.


SUGESTÖES SOBRE CERTOS TERMOS EMPREGA<strong>DO</strong>S<br />

NA <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

SUGESTÖES<br />

LABIENO JOBIM<br />

Engenheiro-Agrônomo<br />

Na literatura sobre o solo existem alguns termos atualmente empregados,<br />

aos quais se deve dar uma interpretaçâo mais exata, a fim de<br />

evitar as confusöes. Com esta finalidade apresentamos as seguintes sugestôes:<br />

Ao I Congresso Internacional da Ciência do Solo, realizado a 23 de<br />

junho de 1927, em Washington, C. E. SHAW, como membro da V Comissâo<br />

— Classificaçao do Solo — apresentou uma contribuiçâo sobre<br />

a definiçâo dos têrmos .usados na literatura do solo. Como chefe da Comissâo<br />

de Nomenclatura da Associaçâo Americana de Pesquisas do Solo,<br />

SHAW compilou um glossârio de têrmos usados na pesquisa e classificaçao<br />

do solo. Estes têrmos e suas definiçôes foram compilados duma lista<br />

submetida pelos membros da Associaçâo de Pesquisa do Solo, e dum estudo<br />

publicado sobre pesquisas do solo e trabalhos referentes à classificaçao<br />

dos solos. As def iniçôes dos têrmos f oram cuidadosamente estudados,<br />

num esfôrço para expressar a média do que foi estabelecido pelo<br />

uso gérai.<br />

EDAFOLOGIA E PE<strong>DO</strong>LOGIA<br />

"Muita dificuldade é encontrada no inïcio. O nome desta ciência relativamente<br />

nova esta em duvida. Os autores europeus empregaram durante<br />

alguns anos Pédologie (ou Pedology) para indicar a ciência do<br />

solo. Este têrmo tem muitas objeçôes. É aparentemente um hibrido de<br />

duas palavras clâssicas, ped ou pedis, do latim, e logos (em pé) do grego.<br />

Nos Estados Unidos o têrmo Pedology foi adotado por uma organizaçâo<br />

destinada ao estudo da criança, derivando a mesma palavra de outras<br />

duas do grego pais (criança) e logos".<br />

Edafologia, do grego edaphos (solo), é um têrmo mais aconselhâvel<br />

para indicar a "Ciência do Solo", pois jâ era usada, particularmente, na<br />

botânica e outras ciências, e a palavra edâfico para indicar a influência<br />

do solo, relaçôes do solo, etc. O cientista ou especialista em solo sera designado<br />

edafologista ou edafista. As sugestoes de Edafologia e seus derivados<br />

para a ciência do solo nâo sâo novas. Em 1910, BALL e PIPER SUgeriram<br />

o seu emprêgo neste sentido. LYON e BUCKMAN, em 1922, designaram<br />

o seu livro A Textbook of Edaphology. Outros autores sugeriram<br />

o seu uso e agora é recomendado para que Edafologia seja adotada,<br />

de um modo gérai, como têrmo aplicado ao ramo da ciência que diz respeito<br />

ao solo. É também aconselhâvel que edafologista seja empregado<br />

para designar o "cientista em solos". Estes têrmos sâo incluidos no glos-


756 ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

särio, em lugar de pedologia ou pedologista, que sera retirado do uso,<br />

pelo menos em inglês."<br />

Em 1931, EMÎLIO H. DEL VILAR, referindo-se a este assunto, disse:<br />

"Nas linguas germânicas foram dadas denominaçôes équivalentes<br />

à expressâo Soil Science em inglês, Bodenkunde em alemäo (Boden —<br />

solo; kunde — conhecimento). Nas linguas latinas foi empregada a etimologia<br />

grega para sintetizar a denominaçao de uma ünica palavra. Ao<br />

castelhano proponho a palavra Edafologia, hoje adotada em geral e oficialmente,<br />

do grego edafos — solo. Esta denominaçao tem a favor de<br />

seu emprêgo o fato de que desde muito tempo em geobotanica e biologia<br />

terem sido empregados derivativos de edafos, por exemplo o fator edâfico.<br />

Apesar da maioria dos idiomas estrangeiros que adotam etimologia<br />

grega, têm prevalecido as formas équivalentes de Pedologia (Pédologie<br />

— em francês, etc.), esta palavra tem o mesmo valor etimológico, pois<br />

deriva-se de pedos, que significa igualmente solo. Porém oferece a ambigiiidade<br />

de confundir-se, fonèticamente, em alguns casos até com a<br />

ortografia, com o correspondente pais, paidos — criança, pois o ditongo<br />

grego ai passou a œ para o latim, e como e nas linguas neolatinas. (.Pedologia,<br />

mais corretamente que Paidologia, ciência da criança). Por isto<br />

nâo tivemos escrûpulos em utilizar também esta etimologia, para formar<br />

derivados que resultam, dêste modo, mais breves e eufônicos, como epitetos<br />

de oropédico, agropédico, etc.".<br />

LYON e BUCKMAN, no livro The Nature and Properties of Soils, 1943,<br />

dizem:<br />

"Antes de estudar em detalhes as fases mültiplas da ciência do solo,<br />

converti considerar este corpo natural chamado solo em uma forma mais<br />

ampla, porém ao mesmo tempo critica. Um conceito bem equilibrado,<br />

uma vez atingido, evitarâ muitas interpretaçôes errôneas de dados cientificos<br />

e prevenirâ certas concepçôes erradas, em relaçâo a coisas de importância<br />

prâtica. Dois métodos de aproximar-se ao problema, ou melhor,<br />

duas atitudes distintas de encarâ-lo apresentam-se imediatamente<br />

— uma, a do pedologista, e a outra, do edafologista".<br />

"Certas fases, tais como a origem do solo, suas diferentes caracteristicas,<br />

sua classificaçâo e descriçâo, estào compreendidas na parte designada<br />

como pedologia. A pedologia considéra o solo exclusivamente<br />

como um corpo natural e pouca atençâo dâ à sua utilizaçâo prâtica. É<br />

a ciência do solo em sua forma mais restrita. Um pedologista deve ser<br />

um sistemâtico".<br />

"Se bem que a pedologia tenha fornecido valiosas informaçoes, a investigaçâo<br />

do solo, a fim de satisfazer o hörnern comum, deve ser lançada<br />

a campos mais amplos e mais prâticos. Como todo alimento humano e<br />

animal provém direta ou indiretamente do solo, continuamente procuram-se<br />

no vos conhecimentos para aplicar à produçâo das colheitas. Em<br />

vista disso, o estudo do solo, em ultima anâlise, deve fornecer informaçoes<br />

de natureza agricola e econômica. A Edafologia- é o estudo do solo<br />

sob o ponto de vista das plantas, abränge este conceito mais amplo,<br />

porém nâo menos cientifico do conhecimento do solo. O objetivo final do<br />

edafologista, se bem que nâo imediato, é a produçâo agricola."<br />

HAROLD J. LUTZ e ROBERT F. CHANDLER JR., no Forest Soils, 1946,<br />

dizem:<br />

"Nos Ultimos anos tem sido dado urn grande impeto à investigaçâo<br />

do solo, como fase especifica da fisiologia natural. Em outras palavras,<br />

o interesse tem sido sobre o estudo cientifico do solo como urn corpo que<br />

ocorre naturalmente, comparâvel ao estudo dos minerais ou rochas, inteiramente<br />

aparte das consideraçôes econômicas. O têrmo Pedologia foi


ANAIS DA <strong>SEGUNDA</strong> REUNIÂO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong> 757<br />

proposto para êste estudo cientifico e obteve grande aceitaçâo. Näo menos<br />

cientificos e näo menos importantes sâo as investigaçôes do solo em<br />

relaçâo à produçâo agricola. O têrmo Edafologia tem sido empregado<br />

para designar o estudo do solo sob êste ponto de vista. Alguns autores<br />

preferem a expressâo Ciência do Solo a qualquer um outro dos termos."<br />

TERRA E <strong>SOLO</strong><br />

Quanto aos termos terra e solo, concordamos com o eng. agr. AN-<br />

TONIO ARENA, chefe da Divisâo de Solos do Ministério da Agricultura, da<br />

Argentina, que disse numa conferência realizada em 13 de junho de<br />

1940, no Colégio Livre de Estudos Superiores:<br />

"Terra e Solo näo constituem, sem embargo, termos sinônimos. Compreendendo<br />

o primeiro o panorama integral do pais com todos os fatôres<br />

que incidem sobre a economia da agricultura e da pecuâria, e que definem<br />

a vida rural. O segundo se refere, em troca, as propriedades intrinsecas<br />

que condicionam a produtividade e que, junto com o clima e a<br />

planta, constituem os fatôres naturais da economia agropecuaria".


NORMAS PARA A APRESENTAÇÂO DE TRABALHOS<br />

ÄS REUNIÖES DA S.B.C.S.<br />

0 Conselho Diretor da S. B. C. S. aprovou os seguintes têrmos para<br />

apresentaçâo de contribuiçôes as Reuniôes Brasileiras de Ciência do Solo.<br />

1 — O trabalho a ser apresentado deverâ ser inédito e conter resultados<br />

ou conceitos próprios sobre qualquer ramo da ciência do solo.<br />

2 — Sua apresentaçâo deverâ obedecer, tanto quanto possivel, ao<br />

esquema comumente usado:<br />

a) Introduçâo ou Histórico.<br />

b) Objetivo.<br />

c) Material e Métodos.<br />

d) Apresentaçâo de Resultados.<br />

e) Discussâo.<br />

f) Conclusses.<br />

g) Sumârio (Resumo).<br />

h) Bïbliografia.<br />

3 — Os trabalhos deverâo ser dactilografados só no anverso da fôlha,<br />

em espaço duplo, e suas tabelas deverâo limitar-se à apresentaçâo dos<br />

dados fundamentals, indispensâveis à justificaçâo dos conceitos ou fatos<br />

nêles apresentados.<br />

4 — Para publicaçâo é necessârio que grâficos, mapas, desenhos e<br />

fotografias sejam em prêto e branco, colocados em fôlhas separadas do<br />

texto, contendo numéros e legendas. Impressäo em cores poderâ, todavia,<br />

ser feita quando a policromia fôr indispensâvel à campreensäo do trabalho<br />

apresentado.<br />

5 — Como contribuiçâo cientifica, o trabalho nâo deverâ afastar-se<br />

do objetivo colimado de trazer algo de novo à ciência do solo, evitando<br />

repetiçôes e detalhes de métodos plenamente divulgados na leitura.<br />

6 — Sumârios em inglês, francês ou alemäo facilitaräo melhor divulgaçâo<br />

do trabalho.<br />

7 — A grafia sera a oficiàl e as abreviaçôes das unidades seräo as<br />

recomendadas pela Comissâo de Metrologia.<br />

8 — As contribuiçôes seräo julgadas pelas Comissôes Técnicas prèviamente<br />

designadas pelo Conselho Diretor da Sociedade, as quais, em<br />

seu parecer, indicarâo :<br />

o trabalho deve ser publicado na intégra; ou<br />

o trabalho deve ser publicado em resumo; ou<br />

o trabalho nâo deve ser publicado.<br />

9 — Os trabalhos aceitos seräo relatados, sempre que possivel e resumidamente,<br />

pelo autor.


760 ANAIS DA SEGÜNDA REÜNIÄO <strong>BRASILEIRA</strong> DE <strong>CIÊNCIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SOLO</strong><br />

10 — Além dos trabalhos'originais, que seräo denominados Teses,<br />

e de Notas prévias, de resultados parciais de trabalhos em andamento,<br />

poderäo ser apresentadas Comunicaçôes, Moçôes, Consultas e Propostas<br />

de interesse gérai para a ciência do solo.<br />

11 — As teses nâo poderäo excéder de 20 paginas dactilografadas,<br />

incluindo-se as tabelas e grâficos. As notas prévias serâo limitadas a 5<br />

paginas dactilografadas.<br />

12 — Todos os trabalhos deverâo ser enviados em duas vias à Secretaria<br />

da Sociedade, pelo menos um mes antes da reuniâo.<br />

13 — A Sociedade Brasileira de Ciência do Solo terâ direito de publicaçâo<br />

sobre os trabalhos apresentados e nâo se compromete a devolver<br />

os originais.<br />

14 — A diretoria poderâ autorizar, excepcionalmente, a publicaçâo<br />

dos trabalhos, antes de sua impressâo nos Anais da Reuniâo, quando<br />

solicitada pelo autor. Nesse caso, figurarao nos Anais apenas os trabalhos<br />

em resumo.


? (P. w)<br />

DIVKAO DE EXPERIMENTACAO E PESQUISAS<br />

INSTITUTO ACRONÓMICO — SECCAO DE AGROCEOLOCIA<br />

ESTACAO EXPERIMENTAL DE RIBEIRAO PRETO<br />

^ariacäo da<br />

materia organ ica<br />

no solo da Estacäo Experimental<br />

de Ribeiräo Preto<br />

Area levantada-593,4 hectares<br />

F*<br />

fsi D A a 6 ^ v / s r A


#27 U^ 2 )<br />

D1VISÄO DE EXPERIMENTACAO E PESQUISAS<br />

INSTITUTO AGRONÓMICO — SECCAO DE AGROOEOLOOIA<br />

EfTACAO EIPERIMENTAL DE RIBEIRAO PRETO<br />

^ariacoo do catiönio K*<br />

no solo da Esta


B27<br />

DIVISAO DE EXPERIMENTACAO E PESQUISAS<br />

INSTITUTO AGRONOMICO — SECCAO DE AGROGEOLOGIA<br />

ESTACAO EXPERIMENTAL DE RIBEIRAO PRETO<br />

^ariQ^äo do catiónio Co<br />

no solo da Estcxpäo Experimental<br />

de Ribeiräo Preto<br />

Area levantada - 593.4 hectares<br />

Escala - P-5 ooo<br />

F*<br />

Junho -1941<br />

£ N O A<br />

6 * VISTA<br />

(florwcka<br />

LEGE! NDA<br />

nflE d« Co** por<br />

100 grs. de solo<br />

Area aprox.<br />

em. kectare« Percentages<br />

Y/A 0,5 -2.0 45, 1 7.6 %<br />

kWI 3.0 7.0 437.9 73.6 %<br />

V///Ä 6.0 15,0 95.5 16.1 %<br />

^M 16,0 23.0 1 2.5 2, 1 %<br />

• 24,0 3 2.0 2,4 0,4%


DIVISAO DE EXPERIMENTACAO E PESQUISAt<br />

INSTITUTO AGRONÖMICO — SECCAO DE AGROGEOLOGIA<br />

— ESTACAO EXPERIMENTAL DE RIBEIRAO PRETO<br />

^ariaQäo<br />

do i'ndice pH int.<br />

no solo da Esta


DIVISAO DE EXPERIMENTACÄO E PESQUISAS<br />

INSTITUTO AGRONOMIC O — SECCAO DE AGROGEOLOGIA<br />

— ESTACAO EXPERIMENTAL DE RIBEIRAO PRETO<br />

Varia


k é<br />

91? Lp W)<br />

DIVISÄO DE EXPERIMENTÄCAO E PESQUISÄS<br />

INSTITUTO ÄGRONOMICO — SECCAO DE ÄGROGEOLOGIA<br />

ESTACÄO EXPERIMENTAL DE RIBEIRAO PRETO<br />

Locolizacóo<br />

das amostras de solo<br />

da Esta^öo Experimental<br />

de<br />

Ribeirao Preto<br />

Area Ievantada5°34hectares<br />

Iseala- h5ooo<br />

" / s<br />

r j<br />

Legenda<br />

de 2 horizontes<br />

Permis j « 3<br />

I« o « 0<br />

Amostros 'T" o


$Tï(v 5H^ -ip 5<br />

SONDAGEM<br />

1 — I<br />

1 — II<br />

1 — III<br />

2— I<br />

2 — II<br />

2 — III<br />

2 — IV<br />

3— I<br />

3 — II<br />

3 — III<br />

3 — IV<br />

4— I<br />

4 — II<br />

4 — III<br />

5— I<br />

5 — II<br />

5 — III<br />

5 — IV...<br />

5— V<br />

6 — I<br />

6 — II<br />

7 — I<br />

7 — II<br />

7 — III<br />

8— I<br />

8 — II<br />

8 — III<br />

8 — IV<br />

8— V<br />

9— I<br />

9 — II<br />

9 — III<br />

Umidade<br />

sêco<br />

ao ar<br />

2.29<br />

3.77<br />

1.97<br />

4.16<br />

2.71<br />

6.74<br />

4.87<br />

1.98<br />

1.72<br />

0.55<br />

2.00<br />

4.66<br />

5.59<br />

5.52<br />

2.51<br />

3.82<br />

6.43<br />

7.90<br />

6.02<br />

9.02<br />

4.77<br />

11.30<br />

10.05<br />

7.56<br />

3.46<br />

6.08<br />

3.70<br />

8.03<br />

3.45<br />

11.78<br />

11.12<br />

10.99<br />

Volume<br />

mfnimo<br />

de poros<br />

32.6<br />

39.7<br />

33.4<br />

35.4<br />

31.8<br />

33.6<br />

37.3<br />

40.6<br />

40.9<br />

38.8<br />

36.7<br />

39.7<br />

31.7<br />

29.0<br />

38.1<br />

31.7<br />

31.5<br />

43.4<br />

Materia<br />

sólida<br />

teor<br />

mäximo<br />

67.4<br />

60.3<br />

66.6<br />

64.6<br />

68.2<br />

66.4<br />

62.7<br />

59.4<br />

59.0<br />

61.2<br />

63.3<br />

60.3<br />

68.3<br />

71.0<br />

61.9<br />

68.3<br />

68.4<br />

56.6<br />

53.8<br />

29.7 70.3<br />

48.7<br />

31.3<br />

24.5<br />

32.5<br />

39.1<br />

41.6<br />

41.3<br />

41.2<br />

45.2<br />

38.3<br />

42.9<br />

35.6<br />

68.7<br />

75.5<br />

67.5<br />

60.9<br />

58.4<br />

58.7<br />

58.8<br />

54.8<br />

61.7<br />

57.1<br />

64.4<br />

QUADRO DE ANÄLISES N.° 1<br />

DETERMINAgÖES FÏSICAS DETERMINACÖES FÏSICO-QUÏMICAS DETERMINACÖES QUÏMICAS<br />

Argila<br />

total<br />

%<br />

7.3<br />

13.6<br />

8.9<br />

23.2<br />

13.9<br />

32.2<br />

24.2<br />

16.8<br />

11.2<br />

3.2<br />

11.6<br />

28.4<br />

30.1<br />

29.0<br />

15.0<br />

22.0<br />

24.1<br />

13.7<br />

6.5<br />

40.7<br />

23.1<br />

46.3<br />

43.0<br />

30.5<br />

18.7<br />

22.7<br />

15.8<br />

22.0<br />

15.2<br />

54.8<br />

40.5<br />

49.9<br />

Argila<br />

natural<br />

%<br />

4.5<br />

5.6<br />

5.0<br />

6.9<br />

5.8<br />

10.0<br />

7.1<br />

6.8<br />

5.3<br />

2.7<br />

5.6<br />

16.3<br />

16.5<br />

1.6<br />

7.1<br />

10.1<br />

10.3<br />

7.7<br />

26.7<br />

22.6<br />

31.3<br />

24.8<br />

18.8<br />

8.3<br />

8.0<br />

5.0<br />

12.2<br />

4.6<br />

49.9<br />

37.3<br />

42.6<br />

Coef.<br />

dispersäo<br />

61.6<br />

41.2<br />

56.2<br />

29.7<br />

41.7<br />

31.0<br />

29.3<br />

40.5<br />

47.3<br />

84.4<br />

48.3<br />

57.4<br />

54.8<br />

5.5<br />

47.3<br />

45.9<br />

42.7<br />

56.2<br />

65.6<br />

97.8<br />

67.6<br />

57.7<br />

61.6<br />

44.4<br />

35.2<br />

31.6<br />

55.4<br />

30.3<br />

91.1<br />

92.1<br />

85.4<br />

S. Cms.<br />

60.4<br />

100.3<br />

93.1<br />

44.0<br />

70.7<br />

66.3<br />

82.6<br />

63.1<br />

82.0<br />

44.6<br />

102.5<br />

44.6<br />

44.7<br />

40.6<br />

64.6<br />

46.8<br />

53.9<br />

59.6<br />

61.2<br />

11.0<br />

7.4<br />

9.4<br />

9.3<br />

8.0<br />

75.4<br />

73.8<br />

111.7<br />

67.3<br />

100.5<br />

9.7<br />

8.6<br />

7.8<br />

AI tu ra Peso<br />

Mobilidade<br />

S<br />

Q.<br />

4793.6<br />

11662.7<br />

25162.2<br />

2458.1<br />

14140.0<br />

4875.0<br />

5195.0<br />

9417.9<br />

16078.4<br />

31857.1<br />

14436.6<br />

1866.1<br />

3386.4<br />

1617.5<br />

7783.1<br />

4293.6<br />

5444.4<br />

7641.0<br />

6652.2<br />

2505.7<br />

52.0<br />

109.2<br />

1243.3<br />

70.3<br />

3989.4<br />

4730.8<br />

7922.0<br />

4054.2<br />

17496.4<br />

134.3<br />

64.2<br />

54.7<br />

S. Grs.<br />

de<br />

H20<br />

39.4<br />

107.6<br />

97.3<br />

37.3<br />

60.3<br />

64.9<br />

74.0<br />

47.3<br />

83.4<br />

30.6<br />

75.5<br />

34.4<br />

35.4<br />

31.9<br />

45.1<br />

30.6<br />

59.3<br />

46.1<br />

44.3<br />

9.6<br />

5.3<br />

11.7<br />

7.9<br />

6.0<br />

53.4<br />

59.8<br />

98.2<br />

57.0<br />

87.9<br />

10.5<br />

9.1<br />

8.2<br />

pH<br />

6.70<br />

6.85<br />

6.90<br />

6.95<br />

7.00<br />

6.75<br />

7.00<br />

7.30<br />

7.25<br />

7.30<br />

7.40<br />

7.05<br />

7.75<br />

7.80<br />

7.10<br />

6.40<br />

0.98<br />

7.20<br />

7.98<br />

7.15<br />

7.40<br />

7.30<br />

7.10<br />

7.05<br />

6.45<br />

6.75<br />

7.10<br />

. 7.10<br />

7.32<br />

7.20<br />

7.05<br />

6.90<br />

Resistência<br />

elétrica T<br />

mc/100<br />

Ohms.<br />

30°<br />

C<br />

Salinidade<br />

%<br />

g<br />

solo<br />

186.5<br />

203.7<br />

206.0<br />

527.0<br />

1446.8<br />

742.8<br />

886.5<br />

848.2<br />

1226.4<br />

2827.3<br />

1082.6<br />

249.2<br />

158.1<br />

57.9<br />

397.7<br />

263.6<br />

407.3<br />

512.8<br />

498.4<br />

45.3<br />

84.4<br />

81.5<br />

67.0<br />

72.4<br />

484.0<br />

210.9<br />

575.0<br />

479.2<br />

1053.8<br />

91.1<br />

64.2<br />

56.1<br />

0.080<br />

0.071<br />

0.069<br />

0.015<br />

Nihil<br />

0.009<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

0.052<br />

0.103<br />

0.355<br />

0.025<br />

0.048<br />

0.024<br />

0.016<br />

0.017<br />

0.455<br />

0.235<br />

0.243<br />

0.300<br />

0.250<br />

0.018<br />

0.067<br />

0.013<br />

0.018<br />

Nihil<br />

0.222<br />

0.420<br />

0.360<br />

7.49<br />

9.82<br />

6.18<br />

17.80<br />

9.90<br />

22.00<br />

15.80<br />

13.16<br />

7.09<br />

2.02<br />

8.10<br />

12.95<br />

13.65<br />

15.98<br />

9.60<br />

10.20<br />

16.42<br />

19.33<br />

16.18<br />

25.55<br />

19.50<br />

35.80<br />

31.15<br />

20.65<br />

12.55<br />

11.65<br />

12.88<br />

24.19<br />

9.80<br />

37.19<br />

37.97<br />

33.04<br />

V<br />

SxlOO<br />

T<br />

97.86<br />

88.70<br />

99.35<br />

94.16<br />

97.47<br />

85.14<br />

79.75<br />

89.16<br />

96.90<br />

100.00<br />

96.30<br />

84.94<br />

96.26<br />

100.00<br />

98.54<br />

95.29<br />

66.56<br />

68.08<br />

100.00<br />

74.36<br />

62.05<br />

69.83<br />

83.53<br />

89.44<br />

91.07<br />

96.57<br />

75.08<br />

68.62<br />

76.53<br />

64.72<br />

64.52<br />

65.74<br />

NaCl<br />

23<br />

56<br />

68<br />

12<br />

9<br />

6<br />

12<br />

Nihil<br />

3<br />

3<br />

3<br />

35<br />

106<br />

209 .<br />

6<br />

12<br />

6<br />

6<br />

Nihil<br />

517<br />

229<br />

206<br />

399<br />

252<br />

6<br />

12<br />

6<br />

3<br />

3<br />

211<br />

476<br />

540<br />

Sioj> AL203 Fe203<br />

j<br />

mmg/100 g de solo<br />

!<br />

1<br />

l<br />

1<br />

44.16<br />

42.10<br />

44.44<br />

42:38<br />

44.32<br />

41.72<br />

40.52<br />

1<br />

1<br />

26.08<br />

25.04<br />

25.70<br />

26.85<br />

24.51<br />

26.86<br />

28.69<br />

11.54<br />

12.47<br />

11.52<br />

10.83<br />

11.69<br />

11.77<br />

10.84<br />

Si02 Si02<br />

A1203 A1203<br />

2.87<br />

2.85<br />

2.94<br />

2.68<br />

3.08<br />

2.64<br />

2.40<br />

Si02 Si02<br />

R203 R203<br />

•<br />

2.149<br />

2.014<br />

2.151<br />

2.035<br />

2.260<br />

1.963<br />

1.854<br />

Varzea<br />

><br />

TIPOS<br />

DE<br />

<strong>SOLO</strong><br />

Aluviäo Fluvial<br />

» »<br />

> »<br />

Aliviäo Fluvial<br />

> »<br />

» S><br />

Aluviäo Salgado<br />

> »<br />

> »<br />

Varzea<br />

><br />

><br />

Aluviäo Salgado<br />

Massapê Salgado<br />

» »<br />

Varzea<br />

Massapê<br />

>


•217 ( p 5 êl -56 s)<br />

SONDAGE.M<br />

9 — I ...<br />

9 — II ...<br />

9 — III<br />

2 0 — 1<br />

20—11<br />

20 — III ...<br />

20 — IV<br />

35 — I<br />

35 — II<br />

35 — HI<br />

2 5 — 1<br />

25 — II<br />

25 — III<br />

36 — I<br />

36 — II<br />

36 — III<br />

36 — IV<br />

11 — I<br />

11 — II<br />

11 — III<br />

11 — IV<br />

18 — I<br />

18— II<br />

18 — III<br />

18 — IV<br />

31 — I<br />

31 — II<br />

31 — III<br />

41 — I<br />

41 — II<br />

41 — III<br />

44 — I<br />

44 — II<br />

44 — III<br />

14 — I<br />

14 — II<br />

14 — III<br />

14 — IV<br />

19 — I<br />

19 — 11<br />

19 — III<br />

28 — I<br />

28 — II<br />

29 — I. . .<br />

29 — II<br />

5 — I<br />

5 — II<br />

5 — III<br />

43 — I<br />

43 — 11<br />

43 — III<br />

43 — IV<br />

43 — V<br />

40 — T<br />

40 — II<br />

40 — III<br />

Espessura<br />

cm<br />

0.45<br />

0.70<br />

0.85<br />

0.50<br />

0.30<br />

0.40<br />

0.80<br />

0.30<br />

1.00<br />

0.70<br />

1.00<br />

0.40<br />

0.60<br />

0.30<br />

0.40<br />

0.40<br />

0.60<br />

0.20<br />

0.50<br />

0.20<br />

1.10<br />

0.40<br />

0.40<br />

0.30<br />

0.90<br />

0.60<br />

0.50<br />

0.90<br />

0.20<br />

0.70<br />

0.60<br />

0.30<br />

0.60<br />

1.10<br />

0.60<br />

0.20<br />

0.30<br />

0.90<br />

0.30<br />

0.40<br />

1.30<br />

0.10<br />

0.40<br />

0.20<br />

0.80<br />

0.40<br />

0.50<br />

0.83<br />

0.20<br />

0.30<br />

0.50<br />

0.40<br />

0.60<br />

0.40<br />

0.30<br />

1.30<br />

1 4- Näo fo feita amili c.<br />

Umidade<br />

sêeo<br />

ao ar<br />

3.78<br />

3.27<br />

5.95<br />

4.25<br />

3.80<br />

2.64<br />

5.20<br />

5.15<br />

4.24<br />

2.54<br />

5.27<br />

5.88<br />

3.57<br />

6.04<br />

6.51<br />

5.03<br />

2.85<br />

3.86<br />

3.53<br />

4.43<br />

4.66<br />

5.24<br />

4.08<br />

3.57<br />

6.21<br />

5.11<br />

4.78<br />

7.71<br />

6.30<br />

6.39<br />

5.74<br />

0.74<br />

6.69<br />

9.62<br />

6.29<br />

2.05<br />

1.76<br />

5.47<br />

6.74<br />

5.95<br />

9.99<br />

1.19<br />

7.77<br />

0.87<br />

9.02<br />

1.07<br />

1.23<br />

1.03<br />

2.34<br />

2.07<br />

2.04<br />

1.99<br />

5.54<br />

5.46<br />

6.72<br />

7.16<br />

Ägua<br />

natural<br />

23.22<br />

16.29<br />

14.00<br />

10.60<br />

11.28<br />

16.32<br />

19.58<br />

34.08<br />

21.50<br />

23.12<br />

14.07<br />

24.27<br />

27.95<br />

20.23<br />

22.32<br />

+<br />

9.32<br />

13.18<br />

29.95<br />

29.74<br />

17.68<br />

18.80<br />

20.64<br />

21.96<br />

13.93<br />

14.11<br />

15.29<br />

15.23<br />

6.75<br />

6.21<br />

18.40<br />

10.23<br />

10.05<br />

20.27<br />

19.10<br />

19.25<br />

22.30<br />

17.82<br />

8.07<br />

8.77<br />

18.05<br />

24.63<br />

4.32<br />

17.C9<br />

13.57<br />

18.98<br />

28.70<br />

4.54<br />

4.30<br />

2.75<br />

3.03<br />

9.72<br />

14.23<br />

14.81<br />

12.91<br />

Ar<br />

natural<br />

Por cento do volume<br />

13.88<br />

18.81<br />

11.60<br />

20.10<br />

22.32<br />

17.18<br />

10.32<br />

3.22<br />

10.60<br />

9.58<br />

19.13<br />

10.43<br />

12.95<br />

22.67<br />

12.28<br />

+<br />

20.18<br />

24.02<br />

1.75<br />

3.96<br />

16.92<br />

16.50<br />

13.80<br />

8.44<br />

14.37<br />

15.99<br />

18.31<br />

20.47<br />

27.45<br />

28.79<br />

22.00<br />

17.27<br />

24.35<br />

4.83<br />

12.44<br />

0.95<br />

0.10<br />

15.98<br />

26.73<br />

23.23<br />

13.05<br />

4.97<br />

33.18<br />

9.91<br />

23.93<br />

15.72<br />

3.10<br />

31.46<br />

45.50<br />

41.55<br />

33.87<br />

21.28<br />

14.17<br />

16.49<br />

16.79<br />

Porosidade<br />

natural<br />

37.1<br />

35.1<br />

25.6<br />

30.7<br />

33.6<br />

33.5<br />

29.9<br />

37.3<br />

32.1<br />

32.7<br />

33.2<br />

34.7<br />

40.9<br />

42.9<br />

34.6<br />

18.8<br />

17.8<br />

29.5<br />

37.2<br />

31.7<br />

33.7<br />

34.6<br />

35.3<br />

34.5<br />

30.4<br />

28.3<br />

30.1<br />

33.6<br />

35.7<br />

34.2<br />

35.0<br />

40.4<br />

27.5<br />

34.4<br />

• 25.1<br />

31.6<br />

20.2<br />

22.4<br />

33.8<br />

34.8<br />

32.0<br />

31.1<br />

29.6<br />

37.5<br />

27.0<br />

37.5<br />

34.7<br />

31.8<br />

36.0<br />

49.8<br />

44.3<br />

36.9<br />

31.0<br />

28.4<br />

31.3<br />

29.7<br />

Materia<br />

sólida Densidade<br />

aparente<br />

02.9<br />

64.9<br />

74.4<br />

69.3<br />

66.4<br />

66.5<br />

70.1<br />

62.7<br />

67.9<br />

67.3<br />

66.8<br />

65.3<br />

59.1<br />

57.1<br />

65.4<br />

81.2<br />

82.2<br />

70.5<br />

62.8<br />

68.3<br />

66.3<br />

65.4<br />

64.7<br />

65.5<br />

69.6<br />

71.7<br />

69.9<br />

66.4<br />

64.3<br />

65.8<br />

65.0<br />

59.6<br />

72.5<br />

65.6<br />

74.9<br />

68.4<br />

79.8<br />

77.6<br />

66.2<br />

65.2<br />

68.0<br />

68.9<br />

70.4<br />

62.5<br />

73.0<br />

62.5<br />

65.3<br />

68.2<br />

64.0<br />

50.2<br />

55.7<br />

63.1<br />

69.0<br />

71.6<br />

68.7<br />

70.3<br />

1.610<br />

1.688<br />

1.837<br />

1.824<br />

1.719<br />

1.736<br />

1.831<br />

1.467<br />

1.643<br />

1.715<br />

1.764<br />

1.705<br />

1.578<br />

1.462<br />

1.727<br />

1.973<br />

1.890<br />

1.601<br />

1.457<br />

1.736<br />

1.664<br />

1.680<br />

1.660<br />

1.683<br />

1.795<br />

1.763<br />

1.796<br />

1.832<br />

1.544<br />

1.625<br />

1.573<br />

1.507<br />

1.850<br />

1.733<br />

1.678<br />

1.684<br />

1.932<br />

1.738<br />

1.676<br />

1.656<br />

1.713<br />

1.805<br />

1.767<br />

1.650<br />

1.957<br />

1.569<br />

1.658<br />

1.747<br />

1 .594<br />

1.335<br />

1.459<br />

1.451<br />

1.780<br />

1.732<br />

1.593<br />

1 .058<br />

Densidade<br />

real<br />

2.56<br />

2.60<br />

2.47<br />

2.63<br />

2.59<br />

2.61<br />

2.61 '<br />

2.34<br />

2.42<br />

2.55<br />

2.64<br />

2.61<br />

2.67<br />

2.56<br />

2.64<br />

2.43<br />

2.30<br />

2.27<br />

2.32<br />

2.54<br />

2.51<br />

2.57<br />

2.57<br />

2.57<br />

2.58<br />

2.46<br />

2.57<br />

2.76<br />

2.40<br />

2.47<br />

2.42<br />

2.53<br />

2.55<br />

2.64<br />

2.24<br />

2.46<br />

2.42<br />

2.24<br />

2.53<br />

2.54<br />

2.52<br />

2.62<br />

2.61<br />

2.64<br />

2.68<br />

2.51<br />

2.54<br />

2.56<br />

2.49<br />

2.66<br />

2.62<br />

2.30<br />

2.58<br />

2.42<br />

2.32<br />

2.36<br />

QUADRO DE ANÄLISES N.° 1<br />

DETERMINACOES FiSICAS DETERMINACOES FiSICO-QUt.MICAS DETERMINACOES QUÏMICAS<br />

Higroscopicidade<br />

5.38<br />

5.14<br />

8.60<br />

6.01<br />

5.79<br />

4.00<br />

7.30<br />

11.45<br />

8.52<br />

5.62<br />

8.58<br />

9.99<br />

6.29<br />

9.23<br />

8.11<br />

5.62<br />

6.06<br />

5.79<br />

6.12<br />

6.67<br />

7.48<br />

7.84<br />

7.28<br />

5.22<br />

8.12<br />

6.87<br />

7.40<br />

11.75<br />

7.55<br />

8.40<br />

8.45<br />

8.74<br />

9.66<br />

10.42<br />

8.94<br />

3.29<br />

2.91<br />

8.33<br />

8.34<br />

8.10<br />

13.04<br />

2.06<br />

14.30<br />

1.85<br />

14.65<br />

2.87<br />

2.61<br />

1.70<br />

3.22<br />

3.35<br />

3.14<br />

3.13<br />

6.69<br />

8.55<br />

12.27<br />

9.15<br />

Pedra<br />

%<br />

—<br />

Dispersäo Total<br />

Areia<br />

%<br />

2.3<br />

2.2<br />

3.1<br />

1.6 . 20.2<br />

11.3<br />

20.0<br />

4.2<br />

1.2<br />

6.8<br />

19.0<br />

43.4<br />

— 0.1<br />

0.6<br />

0.4<br />

3.7<br />

6.0<br />

—<br />

1.4<br />

5.8<br />

1.2<br />

E<br />

E<br />

15.0<br />

2.5<br />

2.0<br />

3.4<br />

12.0<br />

27.1<br />

30.5<br />

2.3<br />

4.6<br />

5.1<br />

9.7<br />

2.8<br />

10.8<br />

39.8<br />

12.0<br />

4.6<br />

6.5<br />

1.7<br />

1.4<br />

0.8<br />

1.4<br />

7.8<br />

16.1<br />

14.0<br />

9.9<br />

55.8<br />

52.9<br />

14.5<br />

1.5<br />

0.6<br />

0.0<br />

10.54 22.5<br />

4.4<br />

28.4<br />

30.8<br />

5.8<br />

16.6<br />

6.1<br />

—<br />

—<br />

25.3<br />

11.5<br />

38.2<br />

29.9<br />

49.1<br />

9.5<br />

14.8<br />

21.9<br />

. 39.5<br />

5.4<br />

15.2<br />

11.3<br />

9.2<br />

Limo<br />

%<br />

81.0<br />

83.0<br />

73.1<br />

63.5<br />

63.9<br />

65.1<br />

69.9<br />

65.5<br />

55.8<br />

41.9<br />

71.4<br />

66.2<br />

81.7<br />

72.0<br />

51.0<br />

49.4<br />

42.4<br />

71.5<br />

68.6<br />

68.6<br />

59.0<br />

08.8<br />

67.8<br />

34.6<br />

62.2<br />

67.8<br />

74.1<br />

62.4<br />

82.4<br />

64.6<br />

64.9<br />

57.8<br />

38.4<br />

47.6<br />

52.1<br />

19.9<br />

33.8<br />

51.8<br />

65.7<br />

69.1<br />

51.1<br />

59.4<br />

47.6<br />

40.9<br />

17.1<br />

51.4<br />

47.8<br />

40.2<br />

77.9<br />

71.3<br />

65.7<br />

48.9<br />

71.2<br />

59.8<br />

57.9<br />

58.1<br />

Anälise Mecanica Ascensäo Capilar<br />

Argila<br />

%<br />

16.7<br />

14.8<br />

23.8<br />

24.7<br />

24.6<br />

15.0<br />

25.9<br />

27.7<br />

24.0<br />

14.7<br />

28.5<br />

33.2<br />

17.9<br />

24.6<br />

37.0<br />

19.8<br />

21.1<br />

26.2<br />

26.8<br />

26.3<br />

31.3<br />

+<br />

20.0<br />

19.8<br />

+<br />

27.0<br />

19.4<br />

35.9<br />

16.2<br />

34.6<br />

33.7<br />

34.4<br />

45.5<br />

38.4<br />

38.0<br />

9.3<br />

10.8<br />

31.7<br />

32.8<br />

30.3<br />

48.3<br />

7.6<br />

48.0<br />

5.4<br />

40.6<br />

4.6<br />

5.7<br />

4.6<br />

12.6<br />

13.9<br />

12.4<br />

11.6<br />

23.4<br />

25.0<br />

30.8<br />

32.7<br />

Dispersäo<br />

Natural<br />

Argila<br />

%<br />

5.1<br />

6.2<br />

9.0<br />

9.2<br />

12.8<br />

11.5<br />

10.1<br />

8.8<br />

10.2<br />

8.3<br />

11.4<br />

13.9<br />

9.8<br />

9.4<br />

13.0<br />

11.2<br />

9.4<br />

17.8<br />

25.5<br />

25.2<br />

27.5<br />

+<br />

17.8<br />

13.8<br />

+<br />

11.8<br />

17.8<br />

28.5<br />

9.7<br />

8.8<br />

8.3<br />

0.4<br />

0.5<br />

2.5<br />

32.5<br />

+<br />

22.4<br />

28.2<br />

46.6<br />

3.3<br />

13.0<br />

3.2<br />

17.7<br />

2.4<br />

3.8<br />

3.8<br />

4.7<br />

5.8<br />

6.4<br />

7.5<br />

8.4<br />

12.9<br />

8.1<br />

1 .0<br />

Coef.<br />

dispersäo<br />

30.54<br />

41.89<br />

37.82<br />

37.24<br />

52.03<br />

76.67<br />

39.00<br />

31.77<br />

42.50<br />

56.46<br />

40.00<br />

41.87<br />

54.75<br />

38.21<br />

35.13<br />

56.56<br />

44.55<br />

67.94<br />

95.15<br />

95.82<br />

87.86<br />

+<br />

89.00<br />

100.00<br />

+ '<br />

42.75<br />

91.75<br />

79.39<br />

59.88<br />

25.43<br />

24.63<br />

22.67<br />

35.38<br />

36.46<br />

85.53<br />

+<br />

68.29<br />

93.07<br />

96.48<br />

43.42<br />

27.08<br />

59.25<br />

43.59<br />

52.17<br />

66.66<br />

82.60<br />

37.30<br />

41.73<br />

51.01<br />

04.66<br />

35.90<br />

51.60<br />

26.30<br />

39.76<br />

Nomen­<br />

Altura Peso<br />

clatureinter-<br />

Mobilidade S. Crs.<br />

nacional S. Cms. S<br />

de<br />

Q<br />

H20<br />

L<br />

L<br />

L.B.<br />

L.B.<br />

L.B.<br />

L.B.<br />

L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

L.B.<br />

B.A.L.<br />

L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

L<br />

L.B.<br />

L. Arg.<br />

B.A.L.<br />

B.A.L.<br />

L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

L. Arg.'<br />

L. Arg.<br />

L.B.<br />

B.A.L.<br />

L.B.<br />

L. Arg.<br />

L.B.<br />

L. Arg.<br />

L<br />

L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

B.L. Arg.<br />

B.L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

A.B.<br />

A.L.<br />

L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

L.A.<br />

B.L. Arg.<br />

A.L.<br />

B.A. Arg.<br />

L.A.<br />

B.A.L.<br />

B.A.L.<br />

L<br />

L.B.<br />

L.B.<br />

B.A.L.<br />

L.B.<br />

L.B.<br />

L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

69.4<br />

77.5<br />

61.4<br />

42.7<br />

71.2<br />

68.1<br />

59.8<br />

58.1<br />

55.8<br />

68.6<br />

35.9<br />

26.2<br />

35.6<br />

32.9<br />

35.1<br />

48.8<br />

55.6<br />

12.2<br />

5.4<br />

4.7<br />

5.6<br />

7.8<br />

10.8<br />

6.3<br />

4.7<br />

14.6<br />

13.2<br />

8.9<br />

32.2<br />

20.0<br />

17.4<br />

38.2<br />

15.1<br />

10.7<br />

6.4<br />

13.5<br />

8.1<br />

+<br />

9.6<br />

8.6<br />

8.1<br />

47.2<br />

46.0<br />

38.0<br />

7.4<br />

03.2<br />

63.9<br />

60.7<br />

72.7<br />

64.5<br />

41.3<br />

. 38.7<br />

100.0<br />

4.4<br />

73.4<br />

78.3<br />

4200.1<br />

10473.0<br />

3910.8<br />

2235.6<br />

4910.3<br />

8011.8<br />

2502.1<br />

2209.1<br />

3225.4<br />

8794.9<br />

525.0<br />

301.8<br />

685.9<br />

1227.6<br />

2853.6<br />

5609.2<br />

5560.0<br />

164.0<br />

25.0<br />

9.4<br />

29.2<br />

74.9<br />

125.9<br />

52.5<br />

25.1<br />

295.5<br />

267.2<br />

84.7<br />

817.2<br />

487.8 -<br />

371.0<br />

2098.0<br />

150.1<br />

100.7<br />

49.3<br />

33.9<br />

11.1<br />

+<br />

148.1<br />

64.2<br />

26.0<br />

7044.8<br />

1299.4<br />

2261.9<br />

30.1<br />

7614.5<br />

9000.0<br />

9790.3<br />

11918.0<br />

13723.4<br />

875.0<br />

897.9<br />

8547.0<br />

8.1<br />

9657.9<br />

10500.7<br />

60.1<br />

70.9<br />

85.1<br />

35.6<br />

64.1<br />

52.5<br />

55.8<br />

56.9<br />

45.1<br />

51.2<br />

34.4<br />

23.6<br />

31.0<br />

31.5<br />

30.5<br />

39.4<br />

42.3<br />

13.1<br />

7.7<br />

5.5<br />

7.7<br />

6.3<br />

8.4<br />

4.5<br />

5.1<br />

12.1<br />

9.9<br />

7.6<br />

29.1<br />

19.0<br />

14.2<br />

36.8<br />

15.1<br />

11.1<br />

6.3<br />

7.8<br />

4.7<br />

+<br />

8.9<br />

8.7<br />

7.7<br />

38.4<br />

46.7<br />

27.6<br />

8.4<br />

41.9<br />

47.3<br />

40.6<br />

58.17<br />

50.81<br />

38.40<br />

36.52<br />

97.81<br />

8.0<br />

63.46<br />

67.03<br />

pH<br />

7.30<br />

7.12<br />

0.95<br />

7.20<br />

7.00<br />

7.10<br />

7.40<br />

6.91<br />

6.70<br />

6.88<br />

+<br />

0.80<br />

6.65<br />

6.90<br />

6.95<br />

7.95<br />

9.30<br />

9.50<br />

9.05<br />

7.70<br />

7.80<br />

8.50<br />

8.90<br />

7.42<br />

7.50<br />

7.25 .<br />

7.10<br />

6.93<br />

+<br />

6.65<br />

6.80<br />

7.10<br />

6.90<br />

8.00<br />

8.60<br />

8.90<br />

8.50<br />

8.50<br />

7.90<br />

6.68<br />

5.90<br />

6.55<br />

5.25<br />

7.50<br />

8.20<br />

7.55<br />

6.94<br />

7.10<br />

7.08<br />

7.08<br />

7.17<br />

7.40<br />

7.50<br />

7.83<br />

Resis tência<br />

El é trie a<br />

Ohms.<br />

30°<br />

C<br />

1.028<br />

1.222<br />

1.020<br />

568<br />

531<br />

710<br />

4J64<br />

756<br />

1.230<br />

1.815<br />

752<br />

638<br />

1.022<br />

i<br />

422<br />

697<br />

2.2,74<br />

891<br />

260<br />

192<br />

192<br />

199<br />

104<br />

66<br />

104<br />

322<br />

104<br />

57<br />

3 50<br />

1 S9<br />

1<br />

P<br />

4 S2<br />

4 i2<br />

5 74<br />

170<br />

161<br />

129<br />

80<br />

206<br />

104<br />

P<br />

1.917<br />

677<br />

i<br />

2.5^9<br />

483<br />

1.226<br />

1.182<br />

1.222<br />

2.074<br />

1.820<br />

1.497<br />

2.100<br />

1.140<br />

449<br />

2p7<br />

188<br />

l<br />

Salinidade<br />

%<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

0.015<br />

0.016<br />

0.009<br />

0.018<br />

tracos<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

tracos<br />

0.011<br />

Nihil<br />

0.022<br />

0.008<br />

Nihil<br />

tracos<br />

0.049<br />

0.077<br />

0.077<br />

0.072<br />

0.178<br />

0.300<br />

0.178<br />

0.270<br />

0.035<br />

0.178<br />

0.400<br />

0.031<br />

0.078<br />

0.130<br />

0.018<br />

0.018<br />

0.014<br />

0.092<br />

0.099<br />

0.132<br />

0.245<br />

0.069<br />

0.176<br />

0.345<br />

Nihil<br />

0.003<br />

Nihil<br />

0.021<br />

Nihil<br />

' Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

0.020<br />

0.047<br />

0.079<br />

T'<br />

me/100<br />

14.26<br />

13.07<br />

20.05<br />

13.95<br />

13.30<br />

9.20<br />

17.90<br />

22.20<br />

16.41<br />

9.82<br />

'• 19.25<br />

25.08<br />

13.31<br />

29.85<br />

22.00<br />

14.70<br />

10.80<br />

18.45<br />

25.53<br />

+<br />

17.55<br />

13.60<br />

12.40<br />

22.00<br />

17.56<br />

15.34<br />

23.40<br />

22.50<br />

21.60<br />

19.60<br />

28.30<br />

30.15<br />

31.80<br />

21.95<br />

6.80<br />

7.60<br />

19.10<br />

26.08<br />

21.86<br />

32.53<br />

4.24<br />

19.80<br />

4.24<br />

26.48<br />

+<br />

10.08<br />

8.88<br />

9.18<br />

9.68<br />

19.45<br />

21.03<br />

20.68<br />

26.23<br />

V<br />

SxlOO<br />

T<br />

80.36<br />

84.93<br />

74.96<br />

94.62<br />

90.22<br />

100.00<br />

82.68<br />

77.47<br />

87.75<br />

85.43<br />

78.86<br />

73.76<br />

83.39<br />

' 77.72<br />

83.64<br />

87.07<br />

100.00<br />

96.04<br />

92.11<br />

+<br />

93.05<br />

100.00<br />

100.00<br />

100.00<br />

92.46<br />

100.00<br />

78.38<br />

80.00<br />

85.18<br />

81.53<br />

75.05<br />

73.50<br />

73.58<br />

98.40<br />

100.00<br />

100.00<br />

99.16<br />

80.75<br />

100.00<br />

69.75<br />

78.77<br />

53.58<br />

82.07<br />

46.56<br />

+<br />

87.30<br />

99.10<br />

82.79<br />

82.54<br />

67.30<br />

66.86<br />

88.45<br />

99.85<br />

-<br />

Bases Trocaveis<br />

Ca Na Mg K Mn S<br />

8.13<br />

7.53<br />

9.55<br />

7.74<br />

8.07<br />

5.96<br />

9.71<br />

12.96<br />

9.27<br />

5.78<br />

8.60<br />

9.34<br />

5.78<br />

16.36<br />

11.58<br />

7.87<br />

6.81<br />

8.65<br />

8.62<br />

9.80<br />

5.67<br />

7.92<br />

4.46<br />

2.63<br />

12.05<br />

8.58<br />

6.45<br />

. 5.82<br />

9.85<br />

9.80<br />

8.23<br />

14.07<br />

13.03<br />

13.85<br />

8.30<br />

3.10<br />

1.64<br />

8.64<br />

9.39<br />

8.10<br />

5.30<br />

1.61<br />

2.35<br />

1.69<br />

4.58<br />

+<br />

6.43<br />

7.54<br />

5.68<br />

6.OS<br />

9.45<br />

8.30<br />

14.10<br />

13.74<br />

0.75<br />

0.93<br />

0.87<br />

1.97<br />

0.61<br />

1.18<br />

2.05<br />

1.03<br />

0.84<br />

1.11<br />

0.88<br />

2.42<br />

1.78<br />

3.27<br />

2.51<br />

2.45<br />

1.50<br />

4.59<br />

7.07<br />

7.17<br />

7.45<br />

6.00<br />

5.07<br />

4.20<br />

5.82<br />

4.47<br />

4.90<br />

7.41<br />

2.30<br />

2.95<br />

3.89<br />

3.15<br />

1.95<br />

2.72<br />

5.29<br />

2.01<br />

3.40<br />

6.59<br />

4.09<br />

8.60<br />

10.00<br />

1.21<br />

2.24<br />

1.13<br />

2.32<br />

+<br />

1.05<br />

0.99<br />

1.03<br />

0.88<br />

1.30<br />

2.27<br />

4.21<br />

5.22<br />

Materia<br />

orgänica<br />

Carbono<br />

orgänico<br />

Azoto<br />

total<br />

Fósforo<br />

assimilävel Carbonato<br />

Fósforo<br />

assimilävel Carbonato<br />

Fósforo<br />

assimilävel Carbonato<br />

Fósforo<br />

assimilävel Carbonato<br />

Fósforo<br />

assimilävel Carbonato<br />

Fósforo<br />

assimilävel Carbonato<br />

me por 100 g de solo Miligramas por 100 g de solo<br />

1.73<br />

0.37<br />

2.12<br />

4.43<br />

3.43<br />

3.43<br />

5.32<br />

1.34<br />

1.76<br />

0.99<br />

3.72<br />

5.38<br />

2.03<br />

5.92<br />

5.48<br />

3.84<br />

2.09<br />

3.20<br />

5.74<br />

5.62<br />

4.48<br />

3.95<br />

3.15<br />

3.07<br />

3.77<br />

5.32<br />

5.54<br />

4.69<br />

5.46<br />

0.13<br />

6.36<br />

7.04<br />

7.05<br />

4.72<br />

5.60<br />

1.00<br />

0.83<br />

3.51<br />

5.95<br />

5.22<br />

0.40<br />

1.48<br />

5.05<br />

0.90<br />

2.60<br />

+<br />

+<br />

+<br />

0.52<br />

0.50<br />

1.23<br />

0.94<br />

1.87<br />

1.08<br />

3.44<br />

8.32<br />

0.54<br />

0.11<br />

0.77<br />

0.48<br />

0.19<br />

0.19<br />

0.45<br />

0.47<br />

0.30<br />

0.26<br />

0.23<br />

0.25<br />

2.57<br />

0.18<br />

0.30<br />

0.32<br />

0.24<br />

0.89<br />

0.16<br />

0.18<br />

0.16<br />

0.13<br />

0.59<br />

0.41<br />

0.23<br />

0.20<br />

0.19<br />

0.26<br />

0.28<br />

0.18<br />

0.19<br />

0.21<br />

0.24<br />

0.20<br />

0.31<br />

0.10<br />

0.09<br />

0.10<br />

0.42<br />

0.48<br />

0.41<br />

0.27<br />

0.20<br />

0.98<br />

1.03<br />

+<br />

+<br />

+<br />

0.91<br />

0.09<br />

0.05<br />

0.17<br />

0.19<br />

0.18<br />

0.26<br />

0.13<br />

0.13<br />

0.14<br />

0.16<br />

0.14<br />

0.16<br />

0.13<br />

0.13<br />

0.28<br />

0.18<br />

0.08<br />

0.23<br />

0.25<br />

0.19<br />

0.18<br />

0.22<br />

0.10<br />

0.10<br />

0.23<br />

0.12<br />

0.11<br />

0.12<br />

0.10<br />

0.05<br />

0.16<br />

0.13<br />

0.14<br />

0.10<br />

0.06<br />

0.14<br />

0.16<br />

0.13<br />

0.26<br />

0.23<br />

0.11<br />

0.32<br />

0.09<br />

0.06<br />

0.10<br />

0.24<br />

0.14<br />

0.10<br />

Nihil<br />

0.06<br />

0.03<br />

0.03<br />

+<br />

0.12<br />

0.14<br />

0.11<br />

0.09<br />

0.32<br />

0.18<br />

0.09<br />

0.12<br />

11.46<br />

11.10<br />

15.03<br />

13.20<br />

12.00<br />

9.20<br />

14.80<br />

17.20<br />

14.40<br />

8.39<br />

15.18<br />

18.40<br />

11.10<br />

23.20<br />

18.40<br />

12.80<br />

10.80<br />

17.72<br />

23.35<br />

21.40<br />

21.17<br />

16.33<br />

13.60<br />

12.40<br />

22.00<br />

16.18<br />

15.34<br />

18.34<br />

18.00<br />

18.40<br />

15.98<br />

21.24<br />

22.16<br />

23.40<br />

21.60<br />

6.80<br />

7.60<br />

18.91<br />

21.06<br />

21.86<br />

22.69<br />

3.34<br />

10.59<br />

3.48<br />

12.33<br />

+<br />

8.80<br />

8.80<br />

7.60<br />

7.99<br />

13.09<br />

14.10<br />

23.60<br />

26.20<br />

.<br />

2.242<br />

1.949<br />

1.917<br />

666<br />

433<br />

288<br />

404<br />

2.371<br />

1.086<br />

527<br />

690<br />

4.210<br />

494<br />

275<br />

1.061<br />

454<br />

444<br />

2.213<br />

683<br />

483<br />

477<br />

842<br />

368<br />

295<br />

315<br />

991<br />

298<br />

418<br />

663<br />

510<br />

507<br />

2.301<br />

692<br />

510<br />

1.296<br />

212<br />

165<br />

249<br />

2.796<br />

520<br />

845<br />

921<br />

987<br />

775<br />

512<br />

1.383<br />

724<br />

360<br />

1.547<br />

1 .054<br />

855<br />

057<br />

328<br />

1.120<br />

1.711<br />

1.020<br />

1.319<br />

1.147<br />

1.128<br />

392<br />

255<br />

169<br />

238<br />

1.395<br />

639<br />

310<br />

406<br />

2.480<br />

291<br />

162<br />

624<br />

267<br />

261<br />

1.302<br />

402<br />

284<br />

280<br />

495<br />

210<br />

173<br />

185<br />

583<br />

175<br />

246<br />

390<br />

300<br />

333<br />

1.353<br />

407<br />

300<br />

702<br />

125<br />

97<br />

146<br />

1.645<br />

306<br />

497<br />

542<br />

581<br />

454<br />

298<br />

814<br />

426<br />

212<br />

910<br />

620<br />

503<br />

387<br />

193<br />

659<br />

1.007<br />

000<br />

52<br />

49<br />

59<br />

51<br />

40<br />

22<br />

35<br />

91<br />

46<br />

24<br />

54<br />

81<br />

24<br />

26<br />

01<br />

40<br />

38<br />

94<br />

32<br />

24<br />

27<br />

47'<br />

11<br />

32<br />

16<br />

55<br />

23<br />

30<br />

50<br />

35<br />

34<br />

32<br />

40<br />

28<br />

62<br />

13<br />

9<br />

11<br />

117<br />

39<br />

42<br />

40<br />

02<br />

44<br />

58<br />

56<br />

28<br />

18<br />

57<br />

38<br />

23<br />

28<br />

19<br />

38<br />

50<br />

32<br />

30.99<br />

31.63<br />

38.58<br />

1.3<br />

1.6<br />

2.0<br />

1.3<br />

21.92<br />

20.85<br />

28.68<br />

38.95<br />

22.79<br />

44.60<br />

0.9<br />

1.5<br />

0.9<br />

1.5<br />

19.44<br />

24.19<br />

23.67<br />

36.89<br />

2.2<br />

1.8<br />

3.5<br />

1.4<br />

• 1.8<br />

2.8<br />

1.2<br />

0.7<br />

1.4<br />

5.1<br />

4.8<br />

2.3<br />

4.8<br />

1.3<br />

0.6<br />

1.2<br />

0.6<br />

14.05<br />

13.07<br />

29.45<br />

tracos<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

tracos<br />

+<br />

32.69<br />

31.03<br />

33.-72<br />

34.62<br />

29.19<br />

3.18<br />

23.97<br />

48.99<br />

co3 co3 co3 co3 co3 co3<br />

lig.<br />

forte<br />

forte<br />

Hß.<br />

tracos<br />

Idem<br />

Idem<br />

iig'.<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

tracos<br />

fraco<br />

forte<br />

forte<br />

NaCl<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

6<br />

10<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

4<br />

4<br />

Nihil<br />

32<br />

26<br />

23<br />

35<br />

190<br />

340<br />

140<br />

190<br />

50<br />

240<br />

380<br />

20<br />

110<br />

160<br />

4<br />

6<br />

10<br />

80<br />

80<br />

80<br />

160<br />

50<br />

116<br />

215<br />

Nihil<br />

3<br />

Nihil<br />

18<br />

3<br />

6<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

3<br />

22<br />

44<br />

TIPOS<br />

DE<br />

<strong>SOLO</strong><br />

Aluviäo Fluvial<br />

> ><br />

> ><br />

Aluviäo Fluvial<br />

> ><br />

> ><br />

Aluviäo Fluvial<br />

Aluviäo Argiloso<br />

> ><br />

> ><br />

Aluviäo Argiloso<br />

> ><br />

» ><br />

Aluviäo Argiloso Salgado<br />

> > »<br />

> > »<br />

> » ><br />

Aluviäo Argiloso Salgado<br />

> » »<br />

> » ><br />

» > ><br />

Aluviäo Salgado<br />

> ><br />

> ><br />

Aluviäo<br />

><br />

»<br />

Fluvial<br />

><br />

Salgado<br />

><br />

Massapê<br />

><br />

><br />

Massapê Salgado<br />

» ><br />

> ><br />

Massapê Salgado<br />

> ><br />

Tabuleiro Arenïtico<br />

> ><br />

Tabuleiro Arenït. Salgado<br />

> > ><br />

Aluviäo Riacho 3. a<br />

> > ><br />

> > ><br />

Aluviäo Riacho 3. a<br />

> » ><br />

> » ><br />

Aluviäo de Encosta<br />

» » »


SONDAGEM<br />

579 Al..<br />

579 A2..<br />

579 A3..<br />

303 Al..<br />

303 A2..<br />

272 Al..<br />

272 A2..<br />

272 A3..<br />

242 AAI..<br />

242 AA2..<br />

242 AA3..<br />

242 AA4..<br />

242 AA5..<br />

583 BI..<br />

583 Al..<br />

583 A2.<br />

552 BI..<br />

552 Al..<br />

552 A2..<br />

552 A3.<br />

82 BI..<br />

82 B2..<br />

82 Al..<br />

584 BI..<br />

584 B2..<br />

584 B3..<br />

527 BI..<br />

122 BI..<br />

122 B2..<br />

122 C ..<br />

29 Al..<br />

78 Al..<br />

78 A2..<br />

78 BI..<br />

197 Al..<br />

197 A2..<br />

197 A3..<br />

281 Al..<br />

281 A2..<br />

281 A3..<br />

298 Al..<br />

298 A2..<br />

442 Al..<br />

442 A2..<br />

442 A3..<br />

581 BI..<br />

581 B2..<br />

581 B3..<br />

51 BI..<br />

372 BI..<br />

372 B2..<br />

Umidade<br />

sèco ao ar<br />

3.0<br />

2.1<br />

1.9<br />

5.4<br />

2.6<br />

4.5<br />

4.1<br />

4.7<br />

4.3<br />

3.7<br />

9.9<br />

5.1<br />

4.0<br />

2.3<br />

3.7<br />

4.4<br />

7.4<br />

8.0<br />

2.3<br />

4.0<br />

5.2<br />

9.1<br />

9.0<br />

1.7<br />

1.1<br />

1.8<br />

Ägua<br />

natural<br />

2.7<br />

5.1<br />

13.7<br />

17.2<br />

18.0<br />

13.3<br />

13.8<br />

14.1<br />

13.4<br />

14.8<br />

16.9<br />

15.4<br />

14.S<br />

8.5<br />

20.3<br />

16.4<br />

17.5<br />

18.9<br />

17.1<br />

16.7<br />

10.2<br />

9.3<br />

7.8<br />

3.5<br />

10.6<br />

11.9<br />

8.8<br />

11.1<br />

11.5<br />

Ar<br />

natural<br />

Ó03<br />

Porosidade<br />

natural Iff Iff Iff<br />

POR CENTO <strong>DO</strong> VOLUME<br />

38.3<br />

38.0<br />

29.6<br />

23.3<br />

24.4<br />

28.S<br />

30.0<br />

30.4<br />

13.6<br />

15.1<br />

17.3<br />

15.7<br />

15.1<br />

23.9<br />

13.4<br />

22.1<br />

17.8<br />

25.6<br />

17.4<br />

17.0<br />

16.5<br />

26.1<br />

20.0<br />

38.2<br />

14.6<br />

25.7<br />

22.6<br />

41.0<br />

43.7<br />

43.2<br />

40.5<br />

42.4<br />

42.1<br />

43.S<br />

44.5<br />

27.0<br />

29.9<br />

34.2<br />

31.1<br />

29.9<br />

32.4<br />

33.7<br />

38.5<br />

35.3<br />

44.5<br />

34.5<br />

33.7<br />

32.7<br />

35.4<br />

27.8<br />

41.7<br />

25.2<br />

37.6<br />

32.2<br />

32.8<br />

30.2<br />

33.4<br />

29.4<br />

38.8<br />

33.1<br />

40.1<br />

41.5<br />

16.0<br />

26.7<br />

28.5<br />

28.7<br />

15.5<br />

32.4<br />

33.7<br />

36.4<br />

28.9<br />

36.8<br />

28.1<br />

33.7<br />

32.7<br />

24.3<br />

27.8<br />

31.4<br />

25.2<br />

32.1<br />

Materia<br />

snlida<br />

59.0<br />

56.3<br />

56.S<br />

59.5<br />

57.6<br />

57.9<br />

56.2<br />

55.5<br />

73.0<br />

70.1<br />

65.8<br />

68.9<br />

70.1<br />

67.6<br />

66.3<br />

61.5<br />

64.7<br />

55.5<br />

65.5<br />

66.3<br />

67.3<br />

64.6<br />

72.2<br />

58.3<br />

74.8<br />

62.4<br />

ANÄLISE DE <strong>SOLO</strong>S DA BACIA DE IRRIGACÄO <strong>DO</strong> ACUDE PUBLICO SAO GONCALO<br />

DETERMINACÖES FÏSIOAS ASCENSÄO CAPILAR<br />

Materia<br />

sulida<br />

teor<br />

m;')ximo Porosidade<br />

Materia<br />

sulida<br />

teor<br />

m;')ximo<br />

Densidade<br />

relativa »parent c<br />

Densidade<br />

veal<br />

Higroscopicidadt'<br />

Porosidade<br />

Materia<br />

sulida<br />

teor<br />

m;')ximo<br />

Densidade<br />

relativa »parent c<br />

Densidade<br />

veal<br />

Higroscopicidadt'<br />

Porosidade Densidade<br />

relativa »parent c<br />

Densidade<br />

veal<br />

Higroscopicidadt'<br />

67.1<br />

69.8<br />

66.6<br />

70.6<br />

61.2<br />

66.9<br />

59.9<br />

58.5<br />

84.0<br />

73.3<br />

71.5<br />

71.3<br />

84.5<br />

67.6<br />

66.3<br />

63.6<br />

71.1<br />

63.2<br />

71.9<br />

66.3<br />

67.3<br />

75.7<br />

72.2<br />

68.6<br />

74.8<br />

67.9<br />

1.25<br />

1.45<br />

1.29<br />

1.38<br />

1.09<br />

1.27<br />

1.09<br />

1.07<br />

1.69<br />

1.12<br />

1.20<br />

1.09<br />

1.93<br />

1.00<br />

1.00<br />

1.06<br />

1.22<br />

1.21<br />

1.23<br />

?<br />

1.00<br />

1.45<br />

1.00<br />

1.33<br />

1.00<br />

1.17<br />

1.458<br />

1.414<br />

1.466<br />

1.422<br />

1.422<br />

1.466<br />

1.466<br />

1.466<br />

1.606<br />

1.606<br />

1.606<br />

1.615<br />

1.597<br />

1.512<br />

1.637<br />

1.421<br />

1.637<br />

1.637<br />

1.615<br />

1.511<br />

1.784<br />

6.7 11.5 24.8 36.6 34.4 63.4 65.6 1.05 1.541 2.43 9.1<br />

9.6 16.2 16.5 32.7 23.7 67.3 76.3 1.38 1.683 2.50 10.6<br />

10.8 12.1 27.2 39.3 33.0 60.7 67.0 1.19 1.628 2.6S 12.0<br />

1.8<br />

2.8<br />

5.9<br />

3.0<br />

3.5<br />

0.3<br />

3.2<br />

4.1<br />

3.8<br />

8.1<br />

0.3<br />

0.4<br />

0.3<br />

0.3<br />

2.5<br />

2.2<br />

4.8<br />

11.3<br />

9.4<br />

16.8<br />

15.0<br />

11.4<br />

11.0<br />

11.1<br />

11.7<br />

16.9<br />

17.6<br />

11.2<br />

11.4<br />

11.4<br />

2.4<br />

5.6<br />

10.7<br />

25.4<br />

22.7<br />

17.2<br />

21.3<br />

24.1<br />

25.0<br />

36.7<br />

32.1<br />

34.0<br />

30.1<br />

35.2<br />

36.5<br />

27.4<br />

23.7<br />

27.4<br />

20.3 35.3 34.8<br />

24.7 36.1 33.3<br />

Näo tem mais amostra<br />

24.7<br />

25.1<br />

25.4<br />

22.S<br />

23.9<br />

28.8<br />

29.4<br />

29.4<br />

37.9<br />

33.1<br />

23.2<br />

35.7<br />

36.2<br />

37.1<br />

39.7<br />

41.5<br />

40.0<br />

40.7<br />

40.7<br />

40.3<br />

38.7<br />

33.9<br />

34.6<br />

33.0<br />

31.9<br />

36.4<br />

32.7<br />

28.0<br />

29.1<br />

30.0<br />

31.5<br />

33.2<br />

29.4<br />

33.6<br />

29.0<br />

63.3<br />

67.9<br />

66.0<br />

64.7<br />

63.9<br />

64.3<br />

63.8<br />

62.9<br />

60.3<br />

58.5<br />

60.0<br />

59.3<br />

59.3<br />

59.7<br />

61.3<br />

66.1<br />

64.8<br />

63.6<br />

72.6<br />

76.3<br />

72.6<br />

65.2<br />

76.7<br />

65.4<br />

67.0<br />

68.1<br />

63.6<br />

67.3<br />

72.0<br />

70.9<br />

70.0<br />

68.5<br />

66.8<br />

70.6<br />

66.4<br />

70.4<br />

1.02<br />

1.34<br />

1.36<br />

1.24<br />

1.01<br />

1.0S<br />

?<br />

1.03<br />

1.10<br />

1.16<br />

1.09<br />

1.27<br />

1.43<br />

1.40<br />

1.36<br />

1.28<br />

1.17<br />

1.15<br />

1.05<br />

1.23<br />

1.569<br />

1.677<br />

1.637<br />

1.455<br />

1.541<br />

1.716<br />

1.589<br />

1.589<br />

1.466<br />

1.422<br />

1.422<br />

1.523<br />

1.523<br />

1.523<br />

1.559<br />

1.594<br />

1.639<br />

1.639<br />

1.639<br />

2.47<br />

2.51<br />

2.5S<br />

2.39<br />

2.47<br />

2.53<br />

2.61<br />

2.64<br />

2.20<br />

2.29<br />

2.44<br />

2.33<br />

2.29<br />

2.39<br />

2.41<br />

2.46<br />

2.53<br />

2.56<br />

2.50<br />

2.47<br />

2.40<br />

2.34<br />

2.47<br />

2.30<br />

2.30<br />

2.47<br />

2.48<br />

2.48<br />

2.47<br />

2.48<br />

2.25<br />

2.41<br />

?<br />

2.47<br />

2.49<br />

2.33<br />

2.36<br />

2.43<br />

2.54<br />

2.57<br />

2.57<br />

2.61<br />

2.60<br />

2.48<br />

2.53<br />

2.58<br />

6.1<br />

4.3<br />

3.7<br />

5.7<br />

10.5<br />

4.6<br />

4.4<br />

3.3<br />

9.5<br />

9.0<br />

9.6<br />

9.1<br />

10.0<br />

10.8<br />

6.4<br />

8.2<br />

5.4<br />

7.6<br />

8.0<br />

11.0<br />

13.3<br />

6.6<br />

8.3<br />

S.l<br />

7.8<br />

11.9<br />

2.5<br />

5.2<br />

9.0<br />

5.8<br />

4.2<br />

0.4<br />

4.1<br />

4.7<br />

5.3<br />

7.1<br />

6.3<br />

0.7<br />

0.6<br />

0.7<br />

5.6<br />

5.2<br />

5.8<br />

2.7<br />

2.2<br />

4.6<br />

Pedra<br />

/c<br />

1.5<br />

1.0<br />

ANÄLISE MECÄNICA<br />

Dispersäo total Dispersüo natural<br />

A re ia<br />

%<br />

2.7<br />

8.3<br />

15.7<br />

5.0<br />

2.8<br />

17.6<br />

17.8<br />

19.9<br />

4.0<br />

2.5<br />

0.3<br />

13.1<br />

2.2<br />

3.8<br />

1.3<br />

1.1<br />

1.9<br />

5.0<br />

2.2<br />

0.3<br />

2.3<br />

2.8<br />

29.0<br />

18.7<br />

17.8<br />

2.6<br />

13.5<br />

18.6<br />

9.9<br />

27.4<br />

55.6<br />

37.7<br />

39.5<br />

6.0<br />

3.3<br />

19.9<br />

89.4<br />

27.0<br />

26.7<br />

19.5<br />

1.6<br />

2.5<br />

59.9<br />

71.8<br />

69.1<br />

2.3<br />

19.6<br />

24.1<br />

40.6<br />

24.7<br />

21.8<br />

Limo<br />

%<br />

74.4<br />

75.1<br />

71.0<br />

75.5<br />

79.1<br />

70.7<br />

62.5<br />

72.3<br />

73.4<br />

55.4<br />

68.6<br />

69.3<br />

S2.6<br />

76.5<br />

71.0<br />

72.2<br />

57.9<br />

44.4<br />

38.6<br />

57.4<br />

56.5<br />

73.4<br />

47.6<br />

61.4<br />

63.0<br />

58.0<br />

35.7<br />

54.1<br />

48.2<br />

63.3<br />

84.5<br />

65.2<br />

9.4<br />

54.5<br />

51.6<br />

58.8<br />

78.7<br />

37.0<br />

25.1<br />

29.8<br />

74.7<br />

59.7<br />

54.3<br />

49.0<br />

58.7<br />

58.7<br />

Argila<br />

%<br />

22.9<br />

16.6<br />

13.3<br />

19.5<br />

18.1<br />

15.1<br />

15.9<br />

9.4<br />

33.5<br />

25.2<br />

26.3<br />

31.5<br />

34.5<br />

27.6<br />

27.9<br />

15.3<br />

29.3<br />

18.5<br />

26.8<br />

27.5<br />

39.8<br />

52.8<br />

32.4<br />

23.9<br />

25.7<br />

24.0<br />

20.0<br />

27.1<br />

14.6<br />

8.7<br />

8.2<br />

12.3<br />

30.7<br />

12.2<br />

14.9<br />

1.2<br />

18.5<br />

21.7<br />

21.7<br />

19.7<br />

14.6<br />

3.1<br />

3.1<br />

1.1<br />

23.0<br />

20.7<br />

21.6<br />

10.4<br />

16.6<br />

19.5<br />

Argiia<br />

%<br />

5.1<br />

5.3<br />

4.9<br />

12.0<br />

13.9<br />

15.1<br />

9.7<br />

4.6<br />

12.9<br />

11.7<br />

15.8<br />

25.5<br />

29.1<br />

18.1<br />

26.8<br />

11.5<br />

7.8<br />

5.3<br />

7.4<br />

5.4<br />

22.0<br />

36.7<br />

30.4<br />

14.2<br />

13.8<br />

5.4<br />

18.5<br />

13.9<br />

18.0<br />

10.9<br />

5.2<br />

4.8<br />

10.0<br />

28.6<br />

5.4<br />

12.0<br />

0.2<br />

13.0<br />

14.9<br />

15.4<br />

15.4<br />

7.3<br />

1.8<br />

2.3<br />

f<br />

20.8<br />

16.6<br />

19.5<br />

7.3<br />

2.8<br />

16.6<br />

Coeficienïe<br />

de<br />

dispersa"<br />

22.2<br />

31.9<br />

36.8<br />

61.5<br />

76.8<br />

96.2<br />

61.0<br />

48.9<br />

38.5<br />

46.4<br />

60.1<br />

81.0<br />

84.3<br />

65.6<br />

94.7<br />

74.2<br />

26.6<br />

28.7<br />

27.6<br />

19.6<br />

55.3<br />

69.5<br />

93.8<br />

59.4<br />

53.7<br />

22.5<br />

47.6<br />

69.5<br />

66.4<br />

74.6<br />

59.8<br />

58.5<br />

81.3<br />

93.2<br />

44.3<br />

80.5<br />

16.7<br />

51.4<br />

80.5<br />

71.0<br />

78.2<br />

50.0<br />

58.1<br />

74.2<br />

?<br />

90.4<br />

80.2<br />

90.3<br />

70.2<br />

16.9<br />

85.1<br />

N.J.<br />

LB<br />

L<br />

LB<br />

L<br />

L<br />

LB<br />

LB<br />

LB<br />

LARG<br />

LARG<br />

LARG<br />

LARG<br />

LARG<br />

LARG<br />

LARG<br />

L<br />

LARG<br />

L<br />

LARG<br />

LARG<br />

ArG.L<br />

B<br />

LB<br />

LARG<br />

LB<br />

B.LARG<br />

LB<br />

L.ARG<br />

LA<br />

AL<br />

LA<br />

BAL<br />

L.ARG<br />

L<br />

LB<br />

A<br />

LA<br />

LA<br />

LB<br />

L<br />

L<br />

AL<br />

AL<br />

AL<br />

LB<br />

LB<br />

LB<br />

BAL<br />

LB<br />

LB<br />

Permcabilidade<br />

K<br />

1000<br />

::p<br />

1.98<br />

7.45<br />

10.49<br />

2.45<br />

0.45<br />

4.88<br />

6.17<br />

16.31<br />

0.11<br />

0.17<br />

0.22<br />

0.20<br />

0.13<br />

0.49<br />

0.15<br />

1.25<br />

0.36<br />

3.93<br />

0.43<br />

0.34<br />

0.13<br />

OU<br />

0.27<br />

1.07<br />

0.10<br />

0.62<br />

0.0S<br />

0.35<br />

0.13<br />

0.16<br />

17.27<br />

0.97<br />

0.25<br />

1.45<br />

3.37<br />

!<br />

3.26<br />

2.36<br />

2.16<br />

1.21<br />

2.04<br />

1111.11<br />

1666.67<br />

1250.00<br />

1.96<br />

2.01<br />

1.05<br />

20.00<br />

2.22<br />

S.Cms<br />

85.1<br />

76.8<br />

89.2<br />

52.1<br />

50.0<br />

70.0<br />

81.6<br />

79.6<br />

23.6<br />

22.6<br />

16.3<br />

9.3<br />

14.8<br />

/. /<br />

5.6<br />

16.1<br />

57.5<br />

68.5<br />

84.8<br />

86.9<br />

12.5<br />

6.9<br />

?<br />

23.9<br />

26.7<br />

54.8<br />

47.1<br />

28.4<br />

39.0<br />

16.8<br />

26.0<br />

26.7<br />

12.3<br />

26.5<br />

7.6<br />

43.5<br />

61.3<br />

65.6<br />

68.3<br />

68.5<br />

59.7<br />

76.7<br />

67.5<br />

10.6<br />

17.2<br />

15.8<br />

35.5<br />

ALTURA<br />

Mobilidadc<br />

S<br />

Q<br />

5350.7<br />

5096.1<br />

11584.4<br />

2357.4<br />

2192.9<br />

4761.9<br />

7351.3<br />

22111.1<br />

462.7<br />

397.9<br />

243.3<br />

88.0<br />

81.2<br />

79.0<br />

20.2<br />

180.1<br />

4389.3<br />

4892.9<br />

8926.3<br />

5203.6<br />

153.5<br />

36.4<br />

?<br />

694.8<br />

1051.2<br />

1957.1<br />

533.8<br />

304.2<br />

192.7<br />

566.8<br />

184.1<br />

36.4<br />

686.5<br />

83.3<br />

5723.7<br />

4442.0<br />

3009.2<br />

11982.5<br />

3512.8<br />

5234.9<br />

7557.0<br />

12371.0<br />

9000.0<br />

129.9<br />

76.6<br />

59.2<br />

188.0<br />

293.0<br />

1<br />

•1<br />

PESO<br />

1<br />

HJQ<br />

1<br />

1<br />

11718<br />

73U<br />

5712<br />

67'. 7<br />

64' 0<br />

18.5<br />

1913<br />

I3J- 9<br />

7.9<br />

67.7<br />

s'.o<br />

9.4<br />

16' 9<br />

55.7<br />

68.9<br />

77|.3<br />

88(.8<br />

11!. 6<br />

5.2<br />

t<br />

23.9<br />

26.6<br />

51'. 1<br />

27.9<br />

41J-2<br />

25.0<br />

16.5<br />

1S\0<br />

8;6<br />

5'8<br />

23.7<br />

6.2<br />

23.1<br />

47i.5<br />

59.9<br />

63.2<br />

S4J.2<br />

27,.2<br />

36.1<br />

32.7<br />

21.9<br />

11.9<br />

14'. 2<br />

27.9<br />

Potcncial<br />

de . Diametro<br />

capila- dos<br />

ridadc CP capilares<br />

em cm.<br />

d'aeua<br />

m/m<br />

503.9<br />

134.3<br />

95.3<br />

407.0<br />

2182.5<br />

204.8<br />

162.1<br />

61.3<br />

6970.3<br />

5633.9<br />

4586.7<br />

5092.4<br />

7829.5<br />

2035.4<br />

«750.3<br />

800.2<br />

2787.1<br />

254.4<br />

2352.3<br />

2929.6<br />

7829.5<br />

9114.2<br />

3730.9<br />

951.7<br />

9605.0<br />

1623.1<br />

2875.6.<br />

$005.2<br />

6101.2<br />

95.3<br />

57.9<br />

102S.5<br />

4059.1<br />

691.2<br />

296.5<br />

306.4<br />

424.5<br />

463.1<br />

829.1<br />

490.1<br />

0.9<br />

0.6<br />

0.8<br />

510.9<br />

496.9<br />

95.2<br />

50.0<br />

449.9<br />

0.0060<br />

0.0223<br />

0.0315<br />

0.0074<br />

0.0049<br />

0.0146<br />

0.01S5<br />

0.0489<br />

0.0003<br />

0.0005<br />

0.0007<br />

0.0006<br />

0.0004<br />

0.0015<br />

0.0004<br />

0.0037<br />

0.0011<br />

0.0018<br />

0.0013<br />

0.0010<br />

0.0004<br />

0.0003<br />

0.0008<br />

0.0032<br />

0.0003<br />

0.0018<br />

11916.4- 0.0003<br />

0.0010<br />

0.0004<br />

0.0005<br />

0.0518<br />

0.0029<br />

0.0007<br />

0 0043<br />

0.0101<br />

?<br />

0.0098<br />

0.0071<br />

0.0065<br />

0.0036<br />

0.0061<br />

3.3333<br />

5.0000<br />

3.7500<br />

0.0059<br />

0.0060<br />

0.0032<br />

0.0600<br />

0.0067<br />

pH<br />

7.1<br />

7.1<br />

7.3<br />

7.1<br />

7.2<br />

6.S<br />

7.2<br />

9.6<br />

9.4<br />

5.5<br />

8.4<br />

7.6<br />

7.4<br />

7.4<br />

7.0<br />

8.7<br />

9.2<br />

6.4<br />

6.0<br />

6.5<br />

7.4<br />

9.2<br />

S.8<br />

S.l<br />

o<br />

7.4<br />

8.9<br />

DETERMINACÖES<br />

FiSICO-QUiMICAS<br />

RESISTÊNCIA<br />

ELÉTRICA<br />

V<br />

T<br />

ME/IOC<br />

sXlOO<br />

Sali- g<br />

Ohms<br />

nidade solo T<br />

30" C<br />

941<br />

1183<br />

20S5<br />

1190<br />

1600<br />

1380<br />

1800<br />

2040<br />

863<br />

100<br />

115<br />

157<br />

91<br />

257<br />

130<br />

332<br />

863<br />

1103<br />

1093<br />

693<br />

130<br />

286<br />

328<br />

978<br />

1048"<br />

539<br />

280<br />

260<br />

112<br />

906<br />

6950<br />

180<br />

704<br />

260<br />

3424<br />

420<br />

490<br />

380<br />

470<br />

930<br />

4940<br />

6930<br />

5000<br />

159<br />

184<br />

318<br />

%<br />

Traco<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

0.128<br />

0.186<br />

0.155<br />

0.103<br />

0.214<br />

15.08<br />

10.28<br />

10.65<br />

9.41<br />

5.93<br />

20.86<br />

14.76<br />

12.94<br />

13.91<br />

14.69<br />

0.050 16.46<br />

0.133 25.42<br />

0.034 11.99<br />

Traco 17.61<br />

Nihil 11.99<br />

» 15.93<br />

0.008 15.49<br />

0.136 31.50<br />

0.043 33.75<br />

0.035 ?<br />

Traco 20.19<br />

Nihil 18.33<br />

0.015 20.38<br />

BASES TKOCAVÉIS<br />

Ca Na Mg K Mn s<br />

94.16 9.21 0.40 0.10<br />

91.54 S.54 0.41 0.11<br />

? 8.44 0.62 0.S3<br />

81.SS 9.41<br />

79.44 7.10<br />

0.35<br />

0.06<br />

S0.94 6.92 0.27<br />

90.33 6.87 0.31<br />

98.31 4.03 0.29<br />

67.11<br />

88.08<br />

92.74<br />

97.70<br />

81.69<br />

94.65<br />

90.09<br />

95.91<br />

82.00<br />

70. S9<br />

72.25<br />

83.86<br />

76.30<br />

97.30<br />

?<br />

7.45<br />

4.95<br />

4.76<br />

4.72<br />

6.26<br />

9.89<br />

0.83<br />

11.60<br />

7.06<br />

8.71<br />

9.10<br />

14.21<br />

18.01<br />

17.05<br />

1.85<br />

4.05<br />

3.77<br />

5.5S<br />

4.63<br />

5.70<br />

8.27<br />

7.02<br />

0.30<br />

0.41<br />

0.39<br />

0.50<br />

2.6S<br />

3.97<br />

3.35<br />

DETERMINACÖES QUÏMICAS<br />

Materiaorgänica <br />

Carbonoorgänico<br />

Azóto<br />

total<br />

Fósforoassimilävel<br />

mE/por 100 g de solo Miligramas por 100 g. de solo<br />

2.19<br />

1.97<br />

1.6»<br />

1.15<br />

0.41<br />

6.42<br />

4.74<br />

4.IS<br />

4.32<br />

3.S7<br />

0.44<br />

4.10<br />

3.11<br />

2.60<br />

2.07<br />

2.38<br />

1.77<br />

6.08<br />

9.53<br />

8.55<br />

82.52 11.93 0.74 4.93<br />

77.96 9.97 1.08 5.14<br />

99.90 14.56 1.20 5.77<br />

419 0.022 35.93 93.77 25.00 1.04<br />

1125 Nihil<br />

0.044 25.70<br />

0.048 28.21<br />

0.160 31.48<br />

Traco<br />

Nihil<br />

0.086<br />

Traco<br />

0.049<br />

Nihil<br />

0.023<br />

0.018<br />

0.027<br />

0.018<br />

Traco<br />

Nihil<br />

0.101<br />

0.082<br />

0.037<br />

310 0.038<br />

S00<br />

290<br />

Traco<br />

0.042<br />

13.41<br />

11.15<br />

?<br />

1 98<br />

1.98<br />

1.23<br />

11.94<br />

18.69<br />

16.15<br />

9.54<br />

13.36<br />

2.19<br />

1.51<br />

2.84<br />

1.31<br />

3.19<br />

6.18<br />

0.07<br />

2.70<br />

0.6S<br />

80.84 5.81 1.26 3.77<br />

92.91 3.76 4.21 3.OS<br />

Näo tem mais amostra<br />

8.73<br />

9.91<br />

11.23<br />

12.00<br />

10.41<br />

1.08<br />

0.96<br />

98.99 0.87 0.29<br />

98.99 1.00 0.28<br />

91.06 0.76 0.40<br />

98.83 4.51 5.14<br />

91.28 7.85 6.96<br />

86.25 5.14 5.94<br />

5.42<br />

0.08<br />

8.63<br />

3.21<br />

3.14<br />

0.09<br />

0.11<br />

0.14<br />

2.61<br />

2.99<br />

3.35<br />

0.16<br />

0.20<br />

0.10<br />

0.15<br />

0.12<br />

0.08<br />

0.08<br />

0.0S<br />

0.32<br />

0.28<br />

0.21<br />

0.10<br />

0.22<br />

0.0S<br />

0.50<br />

0.44<br />

0.17<br />

0.57<br />

0.17<br />

0.48<br />

0.33<br />

0.38<br />

0.32<br />

0.11<br />

0.21<br />

0.21<br />

95.95 17.25 0.65 6.64 0.04<br />

98.55 15.71 2.18 9.45 0.27<br />

94.98 13.77 4.69 10.77 0.47<br />

? 8.78 0.64 1.32 0.71<br />

0.22<br />

0.20<br />

0.34<br />

0.23<br />

0.17<br />

0.83<br />

0.46<br />

0.00<br />

0.06<br />

0.02<br />

0.12<br />

0.11<br />

0.20<br />

0.35<br />

Nihil<br />

0.44<br />

0.27<br />

0.29<br />

0.26<br />

0.14<br />

0.23<br />

0.17<br />

0.15<br />

0.12<br />

0.12<br />

0.29<br />

0.14<br />

0.10<br />

0.25<br />

0.16<br />

0.16<br />

Nihil<br />

0.74<br />

0.95<br />

0.17<br />

0.46<br />

0.26<br />

0.12<br />

0.29<br />

0.19<br />

0.20<br />

0.76<br />

Traco<br />

0.30<br />

0.19<br />

0.42<br />

0.36<br />

0.34<br />

0.31<br />

0.32<br />

Traco<br />

0.14<br />

Traco<br />

0.17<br />

0.14<br />

0.14<br />

4.47 3.86 1.40 0.55 0.11<br />

81.13 3.08 1.01<br />

98.80 5.58 2.48<br />

2.22<br />

4.49<br />

0.28<br />

0.54<br />

0.20<br />

0.11<br />

14. IS<br />

9.41<br />

11.24<br />

14.00<br />

13.00<br />

8.02<br />

8.50<br />

5.83<br />

14.00<br />

13.00<br />

12.00<br />

13.60<br />

12.00<br />

15.5S<br />

22.90<br />

11.50<br />

14.44<br />

8.50<br />

11.51<br />

12.99<br />

24.30<br />

33.60<br />

30.30<br />

16.66<br />

14.29<br />

20.36<br />

24.66<br />

27.80<br />

29.90<br />

7.12<br />

11.20<br />

8.00<br />

1.00<br />

16.30<br />

17.80<br />

23.20<br />

14.54<br />

1.96<br />

1.96<br />

1.12<br />

11.92<br />

17.06<br />

13.93<br />

8.14<br />

7.74<br />

13.20<br />

1921<br />

1365<br />

1605<br />

405<br />

1319<br />

655<br />

371<br />

1155<br />

535<br />

483<br />

198<br />

371<br />

1943<br />

867<br />

231<br />

2743<br />

1324<br />

1526<br />

1132<br />

1114<br />

152<br />

28<br />

3685<br />

1099<br />

601<br />

i.44 0.22 0.57 33.69 1099<br />

4026<br />

429<br />

190<br />

11.50 1880<br />

379<br />

397<br />

353<br />

3095<br />

819<br />

259<br />

1640<br />

420<br />

375<br />

1982<br />

931<br />

328<br />

198<br />

1232<br />

469<br />

436<br />

155<br />

555<br />

198<br />

1130<br />

803<br />

510<br />

930<br />

235<br />

765<br />

380<br />

215<br />

670<br />

310<br />

280<br />

115<br />

215<br />

1143<br />

510<br />

136<br />

1614<br />

779<br />

898<br />

666<br />

646<br />

88<br />

16<br />

2168<br />

647<br />

354<br />

647<br />

2335<br />

280<br />

110<br />

1090<br />

219<br />

230<br />

204<br />

1795<br />

475<br />

150<br />

950<br />

245<br />

220<br />

1150<br />

515<br />

540<br />

190<br />

115<br />

725<br />

276<br />

257<br />

90<br />

327<br />

117<br />

84<br />

62<br />

54<br />

82<br />

32<br />

23<br />

65<br />

29<br />

26<br />

23<br />

23<br />

67<br />

112<br />

58<br />

60<br />

52<br />

42<br />

91<br />

22<br />

74<br />

38'<br />

23<br />

264<br />

53<br />

31<br />

85<br />

12<br />

6<br />

6<br />

110<br />

26<br />

•7<br />

87<br />

41<br />

31<br />

127<br />

68<br />

33<br />

21<br />

19<br />

46<br />

23<br />

21<br />

66<br />

26<br />

27<br />

37<br />

40<br />

f<br />

T<br />

NaCl<br />

Nihil<br />

17 Traco<br />

5<br />

9<br />

13<br />

12<br />

1<br />

10<br />

38<br />

28<br />

43<br />

41<br />

36<br />

22<br />

30.5<br />

42.6<br />

18.5<br />

5<br />

11<br />

30<br />

20<br />

74<br />

8<br />

Traco<br />

44<br />

13<br />

7<br />

13<br />

3<br />

2<br />

15<br />

13<br />

16<br />

22<br />

24<br />

Traco<br />

38<br />

24<br />

17<br />

27<br />

16<br />

144<br />

144<br />

136<br />

94<br />

222<br />

28<br />

14<br />

3<br />

Nihil<br />

96<br />

60<br />

Nihil<br />

» 6<br />

7<br />

5<br />

3<br />

83<br />

Traco<br />

Traco<br />

><br />

59<br />

10<br />

42<br />

Trajo<br />

20<br />

4<br />

Nihil<br />

61<br />

39<br />

11<br />

TIPOS DE <strong>SOLO</strong><br />

Aluviäo Fluvial<br />

Aluviäo Fluvial<br />

> »<br />

Aluviäo Fluvial<br />

> »<br />

Aluviäo Fluvial de Saläo<br />

» > » »<br />

> » > ><br />

> > » ><br />

Aluviäo Fluvial Salgado<br />

> » ><br />

> » ><br />

Aluviäo Argiloso*<br />

> ><br />

> ><br />

Massapê<br />

Massapê de Tabuleiro<br />

> ><br />

> ><br />

Aluviäo de Encosta<br />

Aluviäo de Encosta<br />

Aluviäo de Riaeho<br />

> > ><br />

Aluviäo do Matumbo<br />

Aluviäo do Matumbo<br />

Värzea<br />

SALAO


»u J^? Ap ^/O-éli)<br />

SONDAGEM<br />

Espeseura<br />

Umidadc<br />

sêco<br />

ao ar<br />

Agua<br />

natura!<br />

Ar<br />

natural<br />

Forosidade<br />

natural<br />

Materia<br />

solid a<br />

For cento do volume<br />

Densidade<br />

aparente<br />

Densidade<br />

real<br />

DETERMINACÖES F f SI C A S<br />

Higroscopicidade<br />

Fedra A rei a<br />

' %<br />

Dispcrsäo Total<br />

Li mo<br />

%<br />

ANÄLISES DE <strong>SOLO</strong>S DA BACIA DE IRRIGACAO <strong>DO</strong> ACUDE PUBLICO "LIMA CAMPOS ,!<br />

A n a 1 i s e M e c a n i c a<br />

Argila<br />

Dispersäo<br />

Natural<br />

Argila<br />

%<br />

Coef.<br />

dispcrsäo<br />

Nomenklaturainternacional<br />

ASCENSAO CAPILAR<br />

S. Cms.<br />

Altura<br />

Mobilidade<br />

S<br />

Peso<br />

S. Grs.<br />

de<br />

H-O<br />

pH<br />

DETERMINATES FfSICO-QUlMICAS<br />

Resist, ência<br />

E 1 é t r i c a<br />

Ohms.<br />

30»<br />

C<br />

Salinidade<br />

de<br />

%<br />

T<br />

ME/100<br />

V<br />

SxlOO<br />

Bases Trocdveis<br />

Na Mg<br />

ME por 100 g de solo<br />

D E T E R MINA C O E S QUfMICAS<br />

Materia<br />

organica<br />

Carbono<br />

organieo<br />

Azotó<br />

total<br />

Fósforo<br />

assimiliivel<br />

Miligramos por 100 g de solo<br />

9 — I<br />

9 — II<br />

9 — III<br />

0.45 "<br />

0.70<br />

0.85<br />

3.78<br />

3.27<br />

5.95<br />

23.22<br />

16.29<br />

14.00<br />

13.88<br />

18.81<br />

11.60<br />

37.1<br />

35.1<br />

25.6<br />

62.9<br />

«4.9<br />

74.4<br />

1.610<br />

1.688<br />

1.837<br />

2.5«<br />

2.60<br />

2.47<br />

5.38<br />

5.14<br />

8.60 —<br />

2.3<br />

2.2<br />

3.1<br />

81.0<br />

83.0<br />

73.1<br />

16.7<br />

14.8<br />

23.8<br />

5.1<br />

«.2<br />

9.0<br />

30.54<br />

41.89<br />

37.82<br />

L<br />

L<br />

L.B.<br />

69.4<br />

77.5<br />

01.4<br />

420«.1<br />

10473.0<br />

3910.8<br />

60.1<br />

70.9<br />

86.1<br />

7.30<br />

7.12<br />

6.95<br />

1.028<br />

1 .222<br />

1.020<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

14.20<br />

13.07<br />

20.05<br />

80.36<br />

84.93<br />

74.96<br />

8.13<br />

7.53<br />

9.55<br />

0.75<br />

0.93<br />

0.87 .<br />

1.73<br />

0.37<br />

2.12<br />

0.54<br />

0.11<br />

0.77<br />

0.13<br />

0.14<br />

0.16<br />

11.40<br />

11.10<br />

15.03<br />

2.242<br />

1.949<br />

1.917<br />

1 .319<br />

1.147<br />

1.128<br />

52<br />

49<br />

59<br />

30.99<br />

31.63<br />

38.58<br />

.Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Aluviao Fluvial<br />

» ><br />

» *<br />

20 — I<br />

20 — II<br />

20 — III<br />

20 — IV<br />

0.50<br />

0.30<br />

0.40<br />

• 0.80<br />

4.25<br />

3.80<br />

2.64<br />

5.20<br />

10.60<br />

11.28<br />

16.32<br />

19.58<br />

20.10<br />

22.32<br />

17.18<br />

10.32<br />

30.7<br />

33.6<br />

33.5<br />

29.9<br />

69.3<br />

«6.4<br />

66.5<br />

70.1<br />

1.824<br />

1.719<br />

1.736<br />

1.831<br />

2.63<br />

2.59<br />

2.61<br />

2.61<br />

6.01<br />

5.79<br />

4.00<br />

7.30<br />

1 .«<br />

—<br />

20.2<br />

11.3<br />

20.0<br />

4.2<br />

53.5<br />

03.9<br />

65.1<br />

09.9<br />

24.7<br />

24.«<br />

15.0<br />

25.9<br />

9.2<br />

12.8<br />

11 .5<br />

10.1<br />

37.24<br />

52.03<br />

76.67<br />

39.00<br />

L.B. 42.7<br />

L.B. 71.2<br />

L.B. 68.1<br />

L. Arg. - 59.8<br />

2235.0<br />

4910.3<br />

8011.8<br />

2502.1<br />

35.«<br />

64.1<br />

52.5<br />

55.8<br />

7.20<br />

7.00<br />

7.10<br />

7.40<br />

568<br />

531<br />

710<br />

464<br />

0.015<br />

0.016<br />

0.009<br />

0.018<br />

13.95<br />

13.30<br />

9.20<br />

17.90<br />

94.62<br />

90.22<br />

100.00<br />

82.6S<br />

7.74<br />

8.07<br />

5.96<br />

9.71<br />

1.97<br />

0.61<br />

1.18<br />

2.05<br />

4.43<br />

3.43<br />

3.43<br />

5.32<br />

0.48<br />

0.10<br />

0.19<br />

0.45<br />

0.14<br />

0.16<br />

0.13<br />

0.13<br />

13.20<br />

12.00<br />

9.20<br />

14.80<br />

666<br />

433<br />

288<br />

404<br />

392<br />

255<br />

lfiü<br />

238<br />

51<br />

40<br />

22<br />

35<br />

1 .3<br />

1.«<br />

2.0<br />

1.3<br />

6<br />

10<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Aluviao Fluvial<br />

» » •<br />

»<br />

* »<br />

35 — I<br />

35 — 11<br />

35 — III<br />

0.30<br />

1.00<br />

0.70<br />

5.15 .<br />

4.24<br />

2.54<br />

34.08<br />

21.50<br />

23.12<br />

3.22<br />

10.60<br />

9.58<br />

37.3<br />

32.1<br />

32.7<br />

02.7<br />

«7.9<br />

47.3<br />

1.467<br />

1.643<br />

1.715<br />

2.34<br />

2.42<br />

2.55<br />

11.45<br />

8.52<br />

5.62<br />

1.2<br />

—<br />

6.8<br />

19.0<br />

43.4<br />

65.5<br />

55.8<br />

41 .9<br />

27.7<br />

24.0<br />

14.7<br />

8.8<br />

10.2<br />

8.3<br />

31.77<br />

42.50<br />

56.46<br />

L. Arg.<br />

L.B.<br />

B.A.L.<br />

58.1<br />

55.8<br />

68.6<br />

2209.1<br />

3225.4<br />

8794.9<br />

56.9<br />

45.1<br />

51.2<br />

6.91<br />

6.70<br />

6.88<br />

756<br />

1.230<br />

1.815<br />

tracos<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

22.20<br />

16.41<br />

9.82<br />

77.47<br />

87.75<br />

85.43<br />

12.96<br />

9.27<br />

5.78<br />

1.03<br />

0.84<br />

1.11<br />

1.34<br />

1.76<br />

0.99<br />

0.47<br />

0.30<br />

0.26<br />

0.28<br />

0.18<br />

0.08<br />

17.20<br />

14.40<br />

8.39<br />

2.371<br />

1.080<br />

527<br />

1 .395<br />

«39<br />

310<br />

91<br />

46<br />

24<br />

21.92<br />

20.85<br />

28.68<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Aluviao Fluvial<br />

» »<br />

> *<br />

25 — I<br />

25 — II<br />

25 — III<br />

1.00<br />

0.40<br />

0.60<br />

5.27<br />

5.88<br />

3.57<br />

14.07<br />

24.27<br />

27.95<br />

19.13<br />

10.43<br />

12.95<br />

33.2<br />

34.7<br />

40.9<br />

«6.8<br />

«5.3<br />

59.1<br />

1.764<br />

1.705<br />

1.578<br />

2.64<br />

2.61<br />

2.07<br />

8.58<br />

9.99<br />

6.29 —<br />

0.1<br />

0.6<br />

0.4<br />

71.4<br />

66.2<br />

81.7<br />

28.5<br />

33.2<br />

17.9<br />

11.4<br />

13.9<br />

9.8<br />

40.00<br />

41.87<br />

54.75<br />

• L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

L<br />

35.9<br />

26.2<br />

35.6<br />

525.6<br />

301 .8<br />

685.9<br />

34.4<br />

23.6<br />

31.0<br />

+<br />

+<br />

752<br />

638<br />

1.022<br />

tra cos<br />

0.011<br />

Nihil<br />

19.25<br />

25.08<br />

13.31<br />

87.8«<br />

73.76<br />

83.39<br />

8.60<br />

9.34<br />

5.78<br />

0.88<br />

2.42<br />

1.78<br />

3.72<br />

5.38<br />

2.03<br />

0.23<br />

0.25<br />

2.57<br />

0.23<br />

0.25<br />

0.19<br />

15.18<br />

18.40<br />

11.10<br />

690<br />

4.210<br />

494<br />

40«<br />

2.480<br />

291<br />

54<br />

81<br />

24<br />

38.95<br />

22.79<br />

44.60<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Nihil<br />

Aluviao Argiloso<br />

» ><br />

* *<br />

36 — I<br />

36 — II<br />

36 — III<br />

36 — IV<br />

0.30<br />

0.40<br />

0.40<br />

0.60<br />

6.04<br />

6.51-<br />

5.03<br />

2.85<br />

20.23<br />

22.32<br />

+<br />

22.67<br />

12.28<br />

+<br />

42.9<br />

34.6<br />

18.8<br />

17.8<br />

57.1<br />

65.4<br />

81.2<br />

82.2<br />

1.462<br />

1.727<br />

1.973<br />

1.890<br />

2.56<br />

2.04<br />

2.43<br />

2.30<br />

9.23<br />

8.11<br />

5.62<br />

6.06<br />

— 3.7<br />

6.0<br />

3.4<br />

12.0<br />

28.1<br />

30.5<br />

72.0<br />

51.0<br />

49.4<br />

42.4<br />

24.6<br />

37.0<br />

19.8<br />

21.1<br />

9.4<br />

13.0<br />

11.2<br />

9.4<br />

38.21<br />

35.13<br />

56.56<br />

44.55<br />

L.B.<br />

L. Arg.<br />

BAL.<br />

B.A.L.<br />

32.9<br />

35.1<br />

48.8<br />

55.6<br />

1227.«<br />

2853.«<br />

5609.2<br />

5560.0<br />

31.5<br />

30.5<br />

39.4<br />

42.3<br />

6.80<br />

6.65<br />

6.90<br />

6.95<br />

422<br />

697<br />

2.274<br />

891<br />

0.022<br />

0.008<br />

Nihil<br />

tracos<br />

29.85<br />

22.00<br />

14.70<br />

10.80<br />

77.72<br />

83.64<br />

87.07<br />

100.00<br />

16.36<br />

11.58<br />

7.87<br />

6.81<br />

3.27<br />

2.51<br />

2.45<br />

1.50<br />

. 5.92<br />

5.48<br />

3.84<br />

2.09<br />

0.18<br />

0.30<br />

0.32<br />

0.24<br />

0.18<br />

0.22<br />

0.10<br />

0.10<br />

23.20<br />

18.40<br />

12.80<br />

10.80<br />

275<br />

1.061<br />

454<br />

444<br />

162<br />

624<br />

267<br />

261<br />

26<br />

61<br />

40<br />

38<br />

0.9<br />

1.5<br />

0.9<br />

1.5<br />

. Nihil<br />

4<br />

4<br />

Nihil<br />

Aluviao Argiloso<br />

» ><br />

» ><br />

> »<br />

11 — I<br />

11 — II<br />

11 — III<br />

11 — IV<br />

0.20<br />

0.50<br />

0.20<br />

1.10<br />

3.86<br />

3.53<br />

4.43<br />

4.66<br />

9.32<br />

13.18<br />

29.95<br />

29.74<br />

20.18<br />

24.02<br />

1.75<br />

3.96<br />

29.5<br />

37.2<br />

31.7<br />

33.7<br />

70.5<br />

62.8<br />

08.3<br />

66.3<br />

1.601<br />

1.457<br />

1.736<br />

1.664<br />

2.27<br />

2.32<br />

2.54<br />

2.51<br />

5.79<br />

6.12<br />

6.67<br />

7.48<br />

—<br />

2.3<br />

4.6<br />

5.1<br />

9.7<br />

71.5<br />

68.0<br />

68.6<br />

59.0<br />

26.2<br />

26.8<br />

26.3<br />

31.3<br />

17.8<br />

25.5<br />

25.2<br />

27.5<br />

67.94<br />

95.15<br />

95.82<br />

87.86<br />

L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

L. Arg.<br />

12.2<br />

5.4<br />

4.7<br />

5.0<br />

164.9<br />

25.0<br />

9.4<br />

29.2<br />

13.1<br />

7.7<br />

0.»<br />

7.7<br />

7.95<br />

9.30<br />

9.50<br />

9.05<br />

260<br />

192<br />

192<br />

199<br />

0.049<br />

0.077<br />

0.077<br />

0.072<br />

18.45<br />

25.53<br />

+<br />

96.04<br />

92.11<br />

+<br />

8.65<br />

8.62<br />

9.80<br />

5.67<br />

4.59<br />

7.07<br />

7.17<br />

7.45<br />

3.20<br />

5.74<br />

5.62<br />

4.48<br />

0.89<br />

0.10<br />

0.18<br />

0.10<br />

0.23<br />

0.12<br />

0.11<br />

0.12<br />

17.72<br />

.23.35<br />

21.40<br />

21.17<br />

2.213<br />

6S3<br />

483<br />

477<br />

•1.302<br />

402<br />

284<br />

280<br />

94<br />

32<br />

24<br />

27<br />

19.44<br />

24.19<br />

23.67<br />

30.89<br />

ligforte<br />

forte<br />

lig-<br />

32<br />

26<br />

23<br />

35<br />

Aluviao Argiloso Salgado<br />

» > ><br />

» > ><br />

* » ><br />

18 — I 0.40 5.24 17.68 16.92 34.6 65.4 1.680 . 2.57 7.84 2.8 68.8 + • + + L. Arg. 7.8 74.9 6.3 . 7.70 104 0.178 17.55 93.05 7.92 6.00 3.95 0.13 0.10 16.33 842 495 47 2.2 190 Aluviao Argiloso Salgado<br />

18 — II 0.40 4.08 18.80 16.50 35.3 64.7 1.660 2.57 7.28 1 .4 10.8 07.8 20.0 17.8 89.00 L.B. 10.8 125.9 8.4 7.80 66 0.300 13.60 100.00 4.46 5.07 3.15 0.59 0.05 13.60 368 210 11 1.8 340 » > ><br />

18 — III 0.30 3.57 20.64 13.80 34.5 65.5 1.683 2.57 5.22 5.8 39.8 34.6 19.8 19.8 100.00 BAL. 6.3 52.5 4.5 8.50 104 0.178 12.40 100.00 2.63 4.20 3.07 0.41 0.16 12.40 295 173 32 3.5 140 » > ><br />

18 — IV 0.90 6.21 21.96 8.44 30.4 69.6 1.795 2.58 8.12 1.2 12.0 62.2 + + + L.B. 4.7 25.1 5.1 8.90 71 0.270 22.00 100.00 12.05 5.82 3.77 0.23 0.13 22.00 315 185 16 1.4 190 * > »<br />

31 — I 0.60 5.11 13.93 14.37 28.3 71.7 1.763 2.46 6.87 4.6 • 67.8 27.6 11.8 42.75 L. Arg. 14.6 295.5 12.1 . 7.42 322 0.035 17.56 92.46 8.58 4.47 5.32 0.20 0.14 16.18 991 583 55 1.8 50 Aluviao Salgado<br />

31 — II 0.50 4.78 14.11 15.99 30.1 69.9 1.796 2.57 7.40 — 6.5 74.1 19.4 17.8 91.75 L.B. 13.2 207.2 9.9 7.50 104 0.178 15.34 100.00 6.45 4.90 5.54 0.19 0.10 15.34 298 175 23 2.8 240 > »<br />

31 — III 0.90 7.71 15.29 18.31 33.6 66.4 1.832 2.70. . 11.75 ' — 1.7 62.4 35.9 28.5 79.39 L. Arg. 8.9 84.7 7.6 .7.25 57 0.400 23.40 78.38 5.82 7.41 4.69 0.26 0.06 18.34 418 246 30 1.2 380 > »<br />

41 — I 0.20 6.30 15.23 20.47 35.7 64.3 1.544 2.40 7.55 1.4 82.4 16.2 9.7 59.88 L 32.2 817.2 29.1 7.10 350 0.031 22.50 80.00 9.85 2.30 5.46 0.28 0.14 18.00 663 390 50 0.7 20 Aluviao Fluvial Salgado<br />

41 — II 0.70 6.39 6.75 27.45 34.2 65.8 1.625 2.47 8.40 — . 8.0 64.6 34.6 8.8 25.43 L. Arg. 20.0 487.8 19.0 6.93 189 0.078 21.60 85.18 9.80 2.95 6.13 0.18 0.16 18.40 510 300 35 1.4 110 » » ><br />

41 — III 0.60 5.74 6.21 28.79 35.0 05.0 1.573 2.42 8.45 — 1.4 64.9 33.7 8.3 24. G3 L. Arg. 17.4 371.0 14.2 + . 133 0.130 19.60 81.53 8.23 3.89 6.36 0.19 0.13 16.98 567 333 34 5.1 160 * > ><br />

44 — I 0.30 6.74 18.40 22.00 40.4 59.6 1.507 2.53 8.74 7.8 57.8 34.4 0.4 22.67 L. Arg. 38.2 2098.0 36.8 0.65 482 0.018 28.30 75.05 14.07 3.15 7.04 0.21 0.26 21.24 2.301 1.353 32 4.8 tragos 4 Massa pé<br />

44 — 11 0.60 6.69' 10.23 17.27 27.5 72.5 1.850 2.55 9.60 — 16.1 38.4 45.5 0.5 35.38 B.L. Arg. 15.1 150.1 15.1 6.80 482 0.018 30.15 73.50 13.03 1.95 7.05 0.24 0.23 22.16 692 407 46 2.3 . Idem 6 »<br />

44 — III 1.10 9.62 10.05 24.35 34.4 65.6 1.733 2.64 10.42 — 14.0 47.0 38.4 2.5 36.48 B.L. Arg. 10.7 100.7 11.1 7.10 574 0.014 31.80 73.58 13.85 2.72 4.72 0.20 0.11 23.40 510 300 28 4.8 Idem 10 *<br />

14 — I 0.60 6.29 20.27 4.83 25.1 74.9 1.678 2.24 8.94 — 9.9 52.1 38.0 32.5 85.53 L. Arg. 0.4 49.3 6.3 6.90 170 0.092 21.95 98.40 8.30 5.29 5.60 0.31 0.32 21.60 1.296 762 62 1.3 80 Massapê Salgado<br />

14 — II 0.20 2.05 19.16 • 12.44 31.6 68.4 1.684 2.40 3.29 15.0 55.8 19.9 9.3 + + A.B. 13.5 33.9 7.8 8.00 101 0.099 6.80 100.00 3.10 2.01 • 1.00 0.10 0.09 0.80 212 125 13 0.« 80 » ><br />

14 — III 0.30 1.76 19.25 0.95 20.2 79.8 1.932 2.42 2.91 2.5 52.9 33.8 10.8 + + AL. 8.1 11.1 4.7 8.60 129 0.132 7.60 100.00 1.64 3.40 0.83 0.09 0.06 7.00 165 97 9 1.2 80 » »<br />

14 — IV 0.90 5.47 22.30 0.10 22.4 77.« 1.738 2.2-1 8.33 2.0 14.5 51 .8 31.7 + - + L. Arg. + + + 8.90 80 0.245 19.10 99.16 8.64 6.59 3.51 0.10 0.10 18.94 . 249 146 11 0.6 100 > *<br />

19 — I 0.30 6.74 17.82 15.98 33.8 66.2 1.676 2.53 8.34 1 .5 «5.7 32.8 22.4 «8.29 L. Arg. 9.0 148.1 8.9 8.50 200 0.069 26.08 80.75 9.39 4.09 5.95 0.42 0.24 21.06 2.796 1.645 117 14.05 50 Massapê Salgado-<br />

19 — II 0.40 5.95 8.07 26.73 34.8 05.2 1.656 2.54 8.10 — 0.0 09.1 30.3 28.2 93.07 L. Arg. 8.6 04.2 8.7 8.50 104 0.176 21.86 100.00 8.10 8.60 5.22 0.48 0.14 21.86 520 306 39 13.07 hg. 116 > »<br />

19 — III 1.30 9.99 8.77 23.23 32.0 «8.0 1.713 2.52 13.04 " — 0.0 51 .1 48.3 4«. 0 96.48 L. Arg. 8.1 26.0 7.7 7.90 57 0.345 32.53 69.75 5.30 10.00 6.40 0.41 0.16 22.69 845 497 42 29.45 215 > »<br />

28 — I 0.10 1.19 18.05 13.05 31.1 68.9 1 .805 2. «2 2.06 10 54 22.5 59.4 7.6 3.3 43.42 LA. 47.2 7044.8 38.4 6.68 1.917 Nihil 4.24 78.77 1.61 1.21 1.48 0.27 Nihil 3.34 921 542 40 traeos Nihil Tabuleiro Arenïtico<br />

28 — II 0.40 7.77 24.63 4.97 29.6 70.4 1.767 2.01 14.30 — 4.4 47.0 48.0 13.0 27.08 B.L. Arg. 46.0 1299.4 46.7 5.90 677 0.009 19.80 53.58 2.35 2.24 5.05 0.20 0.06 10.59 987 581 62 Nihil 3 * »<br />

29 — I 0.20 0.87 4.32 33.18 37.5 62.5 1 .650 2.04 1.84 28.4 25.3 40.9 5.4 3.2 59.25 A.L. 38.0 2261.9 27.6 6.55 2.529 Nihil 4.24 82.07 1.69 1.13 0^90 0.98 0.03 3.48 775 454 44 Nihil Nihil Tabuleiro Arenït. Salgado<br />

29 — II 0.80 9.02 17.09 9.91 27.0 73.0 1 .957 2. «8 14.65 30.8 11.5 17.1 40.0 17.7 43.59 B.A. Arg. 7.4 30.1 8.4 5.25 433 0.021 26.48 46.56 4.58 2.32 2.60 1.03 0.03 12.33 512 298 58 ' tracos 18 » »<br />

5 — I 0.40 1.07 13.57 23.93 37.5 «2.5 1.569 2.51 2.87 5.8 38.2 51 .4 4.« 2.4 52.17 L.A. 63.2 7614.5 41.9 7.50 1.226 Nihil + + + + + + + + 1.383 814 56 + 3 Aluviao Riaeho 3. n<br />

0 — II 0.50 1.23 18.98 15.72 34.7 65.3 1.058 2.54 2.61 10.0 29.9 47.8 5.7 3.8 06.66 BAL. 63.9 9000.0 47.3 8.20 1.132 Nihil + + + + + + ' + + 724 426 28 + 6 » > »<br />

0 — III 0.80 1.03 28.70 3.10 31 .8 68.2 1.747 2.50 1.70 0.1 49.1 40.2 4.0 3.8 82.60 BAL. 60.7 9790.3 40.6 7.55 1.222 Nihil + - + + + + + + + 360 212 18 + Nihil » > »<br />

43 — I 0.20 2.34 4.54 31.40 36.0 64.0 1.594 2.49 3.22 9.5 77.9 12.6 4.7 37.30 L 72.7 11918.0 58.17 6.94 2.074 Nihil 10.08 87.30 6.43 1.05 0.52 0.91 0.12 8.80 1.547 910 57 32.69 Nihil Nihil Aluviao Riaeho 3»<br />

43 — 11 0.30 2.07 4.30 45.50 49.8 50.2 1.335 2.66 3.35 — 14.8 71.3 13.9 5.8 41.73 L.B. 64.5 13723.4 50.81 7.10 1.820 Nihil 8.88 99.10 7.54 0.99 0.50 0.09 0.14 8.80 1.054 020 38 31.03 Nihil Nihil » » ><br />

43 — III 0.50 2.04 2.75 41.55 44.3 55.7 1.459 2.62 . 3.14 — 21.9 «5.7 12.4 «.4 51.61 L.B. 41.3 875.0 38.40 7.08 1.497 Nihil 9.18 82.79 5.68 1.08 1.23 0.05 0.11 7.60 855 503 23 33.72 tra cos Nihil » » ><br />

43 — IV 0.40 1.99 3.03 33.87 36.9 63.1 1.451 2.30 3.13 — 39.5 48.9 11.0 7.5 64.66 BAL. 38.7 897.9 36.52' 7.08 2.100 Nihil 9.6S 82.54 6.08 0.88 0.94 0.17 0.09 7.99 657 387 28 34.62 Nihil » > »<br />

43 — V 0.60 5.54 9.72 21.28 31.0 69.0 1.780 2.58 0.69 — 5.4 71.2 23.4 8.4 35.90 L.B. 100.0 8547.0 97.81 7.17 1.140 Nihil 19.45 67.30 9.45 1.30 1.87 0.19 0.32 13.09 328 193 19 29.19 Nihil » > ><br />

40 — I 0.40 5.46 14.23 14.17 28.4 71.6 1.732 2.42 8.55 — 15.2 59.8 25.0 12.9 51.60 L.B. 4.4 8.1 8.0 7.40 449 0.020 21.09 66.86 8.30 2.27 1.08 0.18 0.18 14.10 1.120 059 38 3.18 fraco 3 Aluviao de Enoosta<br />

40 — II 0.30 6.72 14.81 16.49 31.3 68.7 1.593 2.32 12.27 — 11.3 57.9 30.8 8.1 26.30 L. Arg. 73.4 9657.9 63.46 7.50 267 0.047 26.68 88.45 14.10 4.21 3.44 0.20 0.09 23.60 1.711 1.007 50 23.97 forte 22 » » ><br />

40 — III 1.30 7.16 12.91 16.79 "29.7 70.3 1.658 2.36 9.15 9.2 58.1 32.7 13.0 39.76 L. Arg. 78.3 10506.7 67.03 7.83 188 0.079 26.23 99.85 13.74 5.22 8.32 0.13 0.12 26.20 1.020 600 32 48.99 forte 44 * » »<br />

+ Nflo foi feita analise.<br />

LABORATÓRIO <strong>DO</strong> SERVICO A GRO-I N D U STRI AL <strong>DO</strong> D. N. O. C. S<br />

Carbonato<br />

C03<br />

NaCl<br />

TI POS<br />

DE<br />

<strong>SOLO</strong><br />

| JoXo PEDRO DE OLIVEIRA FILHO<br />

QOfMICOs| ABCH " AL<strong>DO</strong> CAMPBELL<br />

* I Luis BEZERRA<br />

VAARÄO HOROWITZ

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