ASCIDIACEA - Ministério do Meio Ambiente
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Autores<br />
Tito Monteiro da Cruz Lotufo<br />
Departamento de Engenharia de Pesca<br />
Universidade Federal <strong>do</strong> Ceará<br />
Arihana Marreiro Bezerra e Silva<br />
Departamento de Biologia<br />
Universidade Federal <strong>do</strong> Ceará<br />
Família Polycitoridae possui poucos representantes no litoral<br />
paulista, quan<strong>do</strong> se compara com o litoral nordestino.<br />
É importante salientar também algumas diferenças<br />
existentes entre as faunas de diferentes locais no próprio litoral<br />
cearense. A diferença mais evidente diz respeito à fauna das<br />
regiões portuárias (Porto <strong>do</strong> Mucuripe, em Fortaleza e Porto <strong>do</strong><br />
Pecém, em São Gonçalo <strong>do</strong> Amarante). Em tais regiões se pode<br />
encontrar em abundância espécies solitárias de ascídias como<br />
Phallusia nigra, Microcosmus exasperatus e Herdmania pallida,<br />
nunca coletadas nos arenitos entremarés das praias.<br />
Nos locais inventaria<strong>do</strong>s, as praias que apresentaram<br />
maior riqueza foram Paracuru e Mundaú, possivelmente por<br />
apresentarem um maior número de pedras soltas, tornan<strong>do</strong><br />
mais acessíveis estes animais que preferem viver sob as rochas.<br />
Um exame da tabela 1 torna claro também que, em média, foram<br />
encontradas mais espécies no perío<strong>do</strong> chuvoso que no perío<strong>do</strong><br />
seco. Uma explicação para este fato não é óbvia, principalmente<br />
porque os efeitos das chuvas no entremarés rochoso <strong>do</strong> Ceará<br />
não são conheci<strong>do</strong>s. É claro, contu<strong>do</strong>, que no perío<strong>do</strong> chuvoso<br />
há um maior aporte de material terrígeno, trazen<strong>do</strong> matéria<br />
orgânica, nutrientes e sedimentos.<br />
Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s e aqui apresenta<strong>do</strong>s representam<br />
um grande avanço com respeito ao conhecimento da fauna<br />
marinha <strong>do</strong> Ceará, mas ainda assim as coletas realizadas<br />
devem ser consideradas pontuais, de maneira que um esforço<br />
continua<strong>do</strong> deverá certamente ampliar substancialmente a lista<br />
de ascídias para o esta<strong>do</strong> e, por consequência, para a região<br />
nordestina e para o Brasil.<br />
Fotografias: Didemnum psammatodes, Trididemnum orbiculatum e Polyclinum constellatum<br />
por Sérgio de Almeida Rodrigues, demais espécies por Tito M. C. Lotufo.