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Pequenas e grandes trabalham juntas

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Direção<br />

Ano 37 | nº 1 | Novembro 2011<br />

www.pe.sebrae.com.br<br />

Entrevista | Aloísio Ferraz<br />

Tecnologia | E-Commerce para MPE<br />

Projeto Sebrae 2014 | Ações e oportunidades para MPE<br />

<strong>Pequenas</strong> e <strong>grandes</strong><br />

<strong>trabalham</strong> <strong>juntas</strong><br />

Encadeamento oferece oportunidades<br />

e impulsiona segmento da MPE em Pernambuco<br />

9912257775/2010 - DR/PE<br />

Sebrae - PE


4 Editorial Editorial 5<br />

Conselho Deliberativo | Pernambuco<br />

Banco do Brasil - BB<br />

Banco do Nordeste do Brasil - BNB<br />

Caixa Econômica Federal - CEF<br />

Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco - Faepe<br />

Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco - Facep<br />

Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco -<br />

Fecomércio<br />

Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco - Fiepe<br />

Instituto Euvaldo Lodi - IEL<br />

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e <strong>Pequenas</strong> Empresas - Sebrae<br />

Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco - SDE<br />

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Estado de Pernambuco-Senac/PE<br />

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Estado de Pernambuco-Senai/PE<br />

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado de Pernambuco - Senar/PE<br />

Sociedade Auxiliadora da Agricultura do Estado de Pernambuco<br />

Universidade de Pernambuco – UPE<br />

Presidente do Conselho Deliberativo Estadual<br />

Pio Guerra<br />

Diretor-superintendente<br />

Roberto Castelo Branco<br />

Diretor técnico<br />

Aloísio Ferraz<br />

Diretora administrativo-financeira<br />

Maria Cândida Moreira<br />

Comissão de Editoração Sebrae<br />

Aloísio Ferraz<br />

Ângela Miki<br />

Carla Almeida<br />

Eduardo Maciel<br />

Janete Lopes<br />

Jussara Leite<br />

Roberta Amaral<br />

Roberta Correia<br />

Tereza Nelma Alves<br />

Jornalista responsável<br />

Janete Lopes | DRT - 2232<br />

Revisão<br />

Betânia Jerônimo<br />

Capa<br />

Z.diZain Comunicação | www.zdizain.com.br<br />

Foto de capa<br />

Flávio Costa | Z.diZain Comunicação<br />

Projeto gráfico e diagramação<br />

Felipe Gabriele | Z.diZain Comunicação<br />

Tiragem<br />

5.000 exemplares<br />

Impressão<br />

CCS Gráfica<br />

Carta ao leitor<br />

A<br />

revista Direção, publicação do Sebrae Pernambuco, está<br />

de volta com a missão de ser uma leitura semestral sobre<br />

pequenos negócios e empreendedorismo em Pernambuco.<br />

Para este retorno, apresentamos uma edição repleta de<br />

novidades para o segmento de micro e pequenas empresas e do<br />

recém-criado Empreendedor Individual, que já soma mais de 52<br />

mil cadastrados em Pernambuco e mais de 1,5 milhão no Brasil.<br />

No entanto, o principal assunto não diz respeito apenas aos<br />

pequenos negócios. Na reportagem de capa, destacamos os resultados<br />

do projeto Vínculos com a materialização de ações que<br />

integram <strong>grandes</strong> e pequenas empresas, por meio da qualificação<br />

empresarial para conquistar novos mercados e incrementar as<br />

possibilidades para o empreendedorismo. O projeto conta com<br />

o apoio do Sistema Fiepe - Senai, Sesi e IEL/PE, além do Sebrae<br />

Pernambuco. Atualmente tem a participação de cinco empresas<br />

âncoras: Gerdau Açonorte, Alcoa, Philips, Estaleiro Atlântico Sul<br />

e Copergás.<br />

O programa de qualificação desse projeto aborda a gestão<br />

da qualidade, gestão ambiental, saúde e segurança do trabalho,<br />

responsabilidade social empresarial e gestão empresarial. Capacitação<br />

e consultoria são oferecidas com o objetivo de preparar<br />

as empresas participantes para obterem certificações como ISO<br />

9000 e ISO 14000.<br />

Como esses, outros temas importantes são ainda tratados<br />

nesta edição, entre eles o projeto Sebrae 2014, que prevê estratégias<br />

e ações para potencializar e preparar pequenos negócios no<br />

período do mundial de futebol.<br />

Há também a entrevista com o diretor técnico do Sebrae<br />

Pernambuco, Aloísio Ferraz, que dá uma visão geral dos projetos<br />

e programas técnicos desenvolvidos pelo Sebrae no Estado.<br />

Os quatro anos do Simples Nacional são outro destaque, ao<br />

apresentar como e quando se deve fazer a opção por este tributo.<br />

Também estão nas páginas da Direção os aspectos mais relevantes<br />

do 19º Agrinordeste, seminário voltado para o segmento<br />

do agronegócio, que a cada ano inova com a participação de mais<br />

produtores e segmentos da atividade rural.<br />

Por fim, são apresentadas experiências bem-sucedidas de<br />

pequenas empresas e plataformas de educação empresarial oferecidas<br />

pelo Sebrae, que dotam o empresário pernambucano de<br />

instrumentos para fazer face aos <strong>grandes</strong> desafios do crescimento<br />

do nosso Estado.<br />

Pio Guerra<br />

Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae<br />

Agência Rodrigo Moreira<br />

Lana Pinho<br />

Agência Rodrigo Moreira<br />

Agência Rodrigo Moreira Divulgação | site<br />

15 | Capa<br />

<strong>Pequenas</strong> e <strong>grandes</strong> empresas<br />

<strong>trabalham</strong> <strong>juntas</strong> no Projeto Vínculos<br />

6 | Entrevista<br />

O diretor técnico do Sebrae<br />

Pernambuco, Aloísio Ferraz, fala sobre<br />

os projetos técnicos da entidade<br />

11 | Pequenos negócios<br />

Conheça a Protec, empresa que já<br />

participou do Sebrae Mais<br />

19 | Projeto Sebrae 2014<br />

Saiba o que está previsto para os<br />

pequenos negócios no mundial de<br />

futebol<br />

26 | Políticas públicas<br />

O Simples Nacional completa quatro<br />

anos. Veja como fazer parte deste<br />

benefício<br />

28 | Negócios<br />

Mais um ano de sucesso do<br />

Agrinordeste<br />

9 | Inovação<br />

Agentes Locais de Inovação<br />

21 | Educação empresarial<br />

Próprio: uma metodologia a<br />

serviço da sua empresa<br />

22 | Empreendedor<br />

Individual<br />

Como se tornar um integrante<br />

da nova figura jurídica<br />

24 | Tecnologia<br />

Quais os cuidados no comércio<br />

eletrônico<br />

30 | Notas<br />

www.pe.sebrae.com.br<br />

Ano 37 | nº 1 | Novembro 2011<br />

9912257775/2010 - DR/PE<br />

Sebrae - PE<br />

Edição 1 | Novembro 2011<br />

facebook.com/SebraePE<br />

@sebraepe<br />

Flávio Costa


6 Entrevista Entrevista 7<br />

Inovação e empreendedorismo<br />

precisam andar juntos<br />

O diretor técnico do Sebrae em Pernambuco, Aloísio Ferraz,<br />

fala sobre os projetos desenvolvidos este ano<br />

pela instituição de apoio aos pequenos negócios<br />

D<br />

iretor técnico do Sebrae em<br />

Pernambuco no quadriênio<br />

2011-2014, o engenheiro agrônomo<br />

pela UFRPE Aloísio Ferraz é pós-<br />

-graduado em Planejamento Agrícola e<br />

Agroindustrial. Além do campo acadêmico,<br />

possui experiência na elaboração<br />

de estudos e projetos, levantamento socioeconômico,<br />

estudos de conjuntura e de<br />

mercado, e na programação, coordenação<br />

e execução de políticas públicas – com<br />

destaque nas áreas de irrigação, reforma<br />

agrária, implantação de obras hídricas e<br />

pesquisa agropecuária, entre outras.<br />

Foi, por duas vezes, secretário<br />

de Estado em Pernambuco<br />

(Agricultura - 1993/1994;<br />

e Recursos Hídricos -<br />

2002/2003) e presidente<br />

do IPA, em 2006, tendo<br />

desenvolvido funções<br />

em entidades como<br />

Conselho Nacional<br />

de Recursos Hídricos<br />

(CNRH), Conselho<br />

Estadual de Meio<br />

Ambiente (Consema)<br />

e Conselho de<br />

Desenvolvimento<br />

da Região Metropolitana<br />

do Recife (Conderm).<br />

Na área de<br />

consultoria, prestou<br />

serviços na organização<br />

e promoção<br />

de eventos, e formulação<br />

de estudos<br />

socioeconômicos.<br />

Na entrevista a<br />

TEXTO ANDERSON LIMA<br />

FOTO RODRIGO MOREIRA<br />

seguir, Aloísio Ferraz fala sobre os projetos<br />

desenvolvidos pelo Sebrae, a atuação<br />

junto à micro e pequena empresa, e o trabalho<br />

que está sendo realizado pela nova<br />

gestão do Sebrae, entre outros pontos.<br />

Agronegócios, artesanato, comércio<br />

e serviços são apenas algumas áreas<br />

que são abrangidas pelos projetos<br />

técnicos desenvolvidos pelo Sebrae<br />

em Pernambuco. Como os projetos<br />

estão atualmente estruturados pela<br />

entidade?<br />

O Sebrae é um agente de desenvolvimento<br />

que contribui para a promoção da micro e<br />

pequena empresa no Brasil e nos Estados<br />

- no caso, em Pernambuco. É uma organização<br />

que tem quase 40 anos e que acumulou<br />

experiência na área de apoio às micro<br />

e pequenas empresas. Ele tem uma série<br />

de desafios, como toda organização, entre<br />

os quais promover o desenvolvimento das<br />

empresas. Promover o desenvolvimento<br />

nos seus vários aspectos. Desde o aumento<br />

do faturamento à participação do universo<br />

das pequenas empresas no produto<br />

gerado no país. Em Pernambuco, cerca de<br />

98% das empresas são micro e pequenas,<br />

mas elas geram apenas 20% do PIB. Então<br />

qual é o grande desafio? Elevar essa participação<br />

das micro e pequenas empresas<br />

na geração de riqueza. Como é na Itália,<br />

na França e em outros países, onde as micro<br />

e pequenas têm uma expressão muito<br />

maior. Para isso, o Sebrae tem uma equipe<br />

preparada e dedicada, com uma característica<br />

importante, que é ter o cuidado<br />

de manter os seus recursos humanos per-<br />

manentemente capacitados e treinados.<br />

O Sebrae investe muito nesta linha de<br />

trabalho. Nós temos cerca de 100 projetos<br />

sendo executados no Sebrae. Desde a<br />

Região Metropolitana até as mais diversas<br />

O Sebrae é uma instituição que tem responsabilidade<br />

com o desenvolvimento econômico e social<br />

regiões de desenvolvimento, tais como a<br />

região de Araripina, que é estratégica. Lá<br />

dispomos de um potencial muito grande<br />

a partir da cadeia do gesso; ou a região do<br />

Vale do São Francisco, onde temos uma<br />

importância significativa a partir da fruticultura,<br />

com produtos de exportação que<br />

têm alto valor agregado; além de outras<br />

áreas como o Agreste meridional, onde<br />

atuamos fazendo um trabalho de apoio<br />

à gestão das micro e pequenas empresas<br />

na área de leite e laticínios. Em Caruaru,<br />

temos um trabalho forte de apoio ao comércio<br />

varejista e à indústria de confecções,<br />

inclusive nos municípios de Santa<br />

Cruz do Capibaribe e Toritama, onde a<br />

indústria de confecções tem sido objeto<br />

de apoio ao desenvolvimento das micro e<br />

pequenas empresas; o entorno de Suape e<br />

as regiões de Itaparica e Pajeú, que também<br />

são objetos do esforço do Sebrae.<br />

Em sua distribuição geográfica, Pernambuco<br />

é composto por regiões com<br />

características bem distintas, tanto nas<br />

questões climáticas como nas sociais e<br />

econômicas. Em quais locais a atuação<br />

do Sebrae tem se mostrado mais marcante,<br />

de modo a poder equilibrar essas<br />

desigualdades?<br />

O Sebrae segue a linha das vocações econômicas<br />

e das necessidades recentes das<br />

MPE. Se eu tenho a economia de Pernambuco<br />

concentrada aqui na Região Metropolitana<br />

do Recife em 70%, então o grosso<br />

do trabalho do Sebrae é aqui nessa região.<br />

Mas sem deixar de levar em conta as vocações<br />

regionais como a questão do gesso,<br />

do polo de confecções de Caruaru e do<br />

leite e da caprinocultura na área de Serra<br />

Talhada, Floresta e Petrolina. O Sebrae<br />

vem intensificando seus trabalhos, visando<br />

a dar um atendimento especial ao en-<br />

torno da região de Suape, em função das<br />

demandas geradas a partir dos projetos<br />

estruturados que vêm sendo implantados<br />

naquela região, a exemplo da Refinaria<br />

Abreu e Lima.<br />

Como esses projetos têm contribuído para<br />

integrar essas regiões como um todo?<br />

Existe o cuidado do Sebrae de verificar<br />

as transformações econômicas que Pernambuco<br />

está vivendo e direcionar seu<br />

trabalho também para atender a essa demanda.<br />

Pernambuco vem crescendo acima<br />

dos padrões normais, em relação aos<br />

demais Estados do país. Isto é um desafio<br />

para o Sebrae, que precisa atender a essa<br />

demanda derivada do crescimento. E as<br />

empresas precisam estar preparadas de<br />

forma adequada para dar uma resposta<br />

a esse crescimento econômico. Sobre a<br />

questão da inovação nas empresas, ela é<br />

de grande significado para o desenvolvimento<br />

empresarial. Sobretudo porque<br />

contribui para garantir sustentabilidade<br />

para as organizações e viabilizar novos<br />

negócios e empreendimentos. É um<br />

conceito que está sendo aplicado em nível<br />

empresarial e que transcende aquela<br />

questão que, no passado, a gente via quase<br />

que exclusivamente a inovação como<br />

uma ação de pesquisa e desenvolvimento.<br />

Hoje extrapola esse universo. Você<br />

pode inovar a partir de novos modelos<br />

de negócios. Isso não está associado só<br />

à questão dos processos de produção<br />

industrial. A inovação também é muito<br />

importante porque inovação e empreendedorismo<br />

andam juntos.<br />

Dentro desse trabalho desenvolvido<br />

pelo Sebrae no Estado, quais regiões alcançaram<br />

maior destaque?<br />

Inovação e sustentabilidade são traba-<br />

lhos recentes e um desafio no mundo<br />

todo. Não me arriscaria a fazer comparações.<br />

Por exemplo, inovar na área<br />

de Suape é uma coisa; inovar na área<br />

da caprinocultura é outra. O que eu<br />

posso dizer é que os setores representativos<br />

da economia de Pernambuco<br />

são prioritários na atuação do Sebrae.<br />

E aí entra a construção civil, o agronegócio,<br />

o turismo, o artesanato, a fruticultura,<br />

o polo de gesso, o comércio<br />

e os serviços. Agora mesmo vamos<br />

ter mais um desafio, que é a questão<br />

da preparação das micro e pequenas<br />

empresas do polo farmacoquímico<br />

na região de Goiana. Não é papel do<br />

Sebrae prestar assistência técnica aos<br />

<strong>grandes</strong> conglomerados empresariais,<br />

mas é verdade que o Sebrae tem que se<br />

preocupar com isso, porque as <strong>grandes</strong><br />

empresas vão demandar negócios<br />

das pequenas empresas.<br />

Esse processo ainda está na fase de discussão?<br />

A gente está iniciando os trabalhos.<br />

Tem que atualizar estudos básicos. O<br />

Sebrae vai aprofundar os estudos para<br />

identificar as necessidades demandadas<br />

pelo polo de Goiana, de modo<br />

que essas micro e pequenas empresas<br />

possam ampliar suas atuações. Por<br />

exemplo, eu chego à conclusão que<br />

preciso de uma empresa de distribuição<br />

em Goiana. Pode ser que essa<br />

empresa venha do Rio de Janeiro, São<br />

Paulo ou pode ser que Pernambuco<br />

possa atender.


8<br />

Entrevista<br />

A respeito do crescimento local, como o<br />

Sebrae está inserido nessa nova realidade<br />

econômica?<br />

Pernambuco cresceu algo como 9%, em<br />

2010, ligeiramente mais do que a média<br />

nacional, o que expressa uma tendência<br />

de desenvolvimento. O Sebrae tem<br />

uma experiência acumulada, com cerca<br />

de 100 projetos em execução. E as suas<br />

unidades de trabalho, no interior de<br />

Pernambuco, vêm trabalhando permanentemente<br />

nessa linha. Nessa administração,<br />

estamos dando destaque à questão<br />

do entorno de Suape, pela expressão<br />

econômica que a região tem. Mas sem<br />

prejuízo de atuar nos arranjos produtivos<br />

do Estado. Quais são eles? Os APLs<br />

de leite, caprinocultura, fruticultura,<br />

gesso e confecções, além de turismo<br />

e artesanato. O Sebrae tem uma participação<br />

muito grande na realização de<br />

feiras, missões empresariais, congressos,<br />

seminários e rodadas de negócios,<br />

que são instrumentos que permitem à<br />

micro e pequena empresa capacitação e<br />

competitividade.<br />

Que importância possuem as micro e pequenas<br />

empresas dentro do atual desenvolvimento<br />

econômico pernambucano?<br />

A importância delas é muito grande.<br />

Elas têm uma participação muito expressiva<br />

em termos de geração de emprego:<br />

cerca de 50% da mão de obra com<br />

carteira assinada e de 20% do PIB. Em<br />

outros países, a participação é maior. E<br />

este é um desafio para o Sebrae. Não é<br />

somente o de melhorar a gestão da micro<br />

e pequena empresa. É também o de<br />

aumentar a sua participação na economia<br />

do Estado.<br />

Que comportamento esse empresário<br />

deve ter para poder melhorar sua inserção<br />

nesse cenário de desenvolvimento?<br />

O Sebrae é um facilitador. Temos aqui<br />

o Centro de Educação Empresarial, que<br />

é um instrumento valiosíssimo para as<br />

micro e pequenas empresas. O Centro<br />

de Educação Empresarial, um dos projetos<br />

estratégicos do Sebrae, desenvolve<br />

uma série de projetos de orientação e<br />

tem produtos que permitem melhorar<br />

as condições das micro e pequenas empresas,<br />

tornando-as mais aptas para disputar<br />

no mercado.<br />

Os benefícios proporcionados pelo Sebrae<br />

a essas empresas, quando presenciados<br />

por outros micro e pequenos empresários,<br />

podem levar à criação de um<br />

círculo virtuoso?<br />

O Sebrae é uma instituição que tem responsabilidade<br />

com o desenvolvimento<br />

econômico e social. Então, muitas vezes,<br />

pode até não ter uma atuação específica<br />

em um determinado município<br />

ou em uma determinada região, mas, de<br />

forma indireta, ele tem efeito indutor no<br />

aperfeiçoamento dessas organizações.<br />

O senhor teve uma importante atuação<br />

na área das políticas públicas<br />

em Pernambuco, tendo exercido, por<br />

duas vezes, o cargo de secretário de<br />

Estado. De que forma essa experiência<br />

pode ser aplicada no trabalho que<br />

está sendo desenvolvido no Sebrae<br />

em Pernambuco?<br />

É gratificante trabalhar no Sebrae. E<br />

esta satisfação é expressa, sobretudo,<br />

pela qualidade do conjunto diretivo da<br />

entidade. Desde o seu Conselho Deliberativo,<br />

que é presidido pelo Dr. Pio<br />

Guerra, um empresário experiente e<br />

orientador da diretoria. E ele, pela experiência,<br />

sempre soma e orienta novas<br />

O Centro de Educação Empresarial do Sebrae desenvolve projetos de<br />

orientação e tem produtos que permitem melhorar as condições<br />

das micro e pequenas empresas, tornando-as mais aptas para o mercado<br />

ações para o Sebrae. Além do mais, os<br />

companheiros de diretoria também<br />

são pessoas qualificadas. O superintendente,<br />

Roberto Castelo Branco, é<br />

um homem preparado. Conhece vários<br />

países e tem experiência internacional.<br />

A diretoria administrativa é exercida<br />

por Maria Cândida Moreira, que<br />

faz um trabalho destacado. Não posso<br />

deixar de destacar que a qualidade dos<br />

recursos humanos do Sebrae é de alto<br />

significado. A experiência que eu acumulei,<br />

ao longo desse tempo, é muito<br />

positiva. Até porque, através dela, eu<br />

desempenhei minha vida profissional<br />

muito voltada para o agronegócio.<br />

Tenho passagem também pelas áreas<br />

de recursos hídricos e meio ambiente.<br />

Tudo isso me trouxe elementos que auxiliam<br />

meus trabalhos.<br />

Quais os <strong>grandes</strong> desafios esperados para<br />

os próximos anos à frente do cargo?<br />

Continuar auxiliando a melhoria da qualidade<br />

dos nossos trabalhos e contribuir<br />

para acompanhar e estruturar o Sebrae<br />

nas respostas às transformações econômicas<br />

que Pernambuco vem vivendo.<br />

E o que a atual gestão espera deixar<br />

como herança do seu trabalho para o<br />

povo e a economia local?<br />

Espero que o Sebrae continue atuando,<br />

para que continue dando respostas que<br />

garantam o crescimento das micro e pequenas<br />

empresas, contribuindo dessa forma<br />

para a sociedade.<br />

Agentes<br />

da inovação<br />

O Programa Agente Local de Inovação já conta com 25 Estados<br />

brasileiros. Qualificar a micro e pequena empresa é a missão desses novos<br />

protagonistas do crescimento dos pequenos negócios<br />

DÉBORA PEREIRA<br />

B<br />

aixa produtividade, preferência<br />

pelo mercado de menor preço,<br />

recursos tecnológicos menos<br />

atualizados e deficiência na qualidade<br />

dos produtos são características das micro<br />

e pequenas empresas. De um modo<br />

geral, elas não são estimuladas a melhorar<br />

seus produtos e a realizar inovações.<br />

Sendo assim, o Programa ALI (Agente<br />

Local de Inovação) vem apoiar a qualificação<br />

das MPE.<br />

“O Programa ALI tem o objetivo de<br />

desmistificar o que é inovação e cultuar<br />

as empresas nesse processo de aperfeiçoamento,<br />

com um diferencial de mercado”,<br />

definiu o gestor do ALI do Sebrae<br />

em Pernambuco, Péricles Negromonte.<br />

O programa, atualmente, conta com um<br />

grupo de 25 Estados e um total de 432<br />

ALI que, através de soluções ligadas à<br />

gestão e ao desenvolvimento de produtos<br />

e serviços, são responsáveis por levar<br />

inovação às empresas.<br />

O Sebrae em Pernambuco, basean-<br />

do-se nos destaques da economia do<br />

Estado, selecionou empresas dos seguintes<br />

setores para participar do programa:<br />

construção civil, comércio varejista,<br />

panificação, confecções, gesso, móveis,<br />

Tecnologia da Informação e Comunicação<br />

(TIC), plástico, metal-mecânico,<br />

turismo e gastronomia. Segundo Péricles<br />

Negromonte, o principal motivo da<br />

escolha destes segmentos foi decorrente<br />

da existência de projetos setoriais estruturados<br />

para esses campos beneficiados.<br />

Foram definidas mil empresas, sendo 50<br />

delas, em média, analisadas pelo ALI.<br />

Para iniciar o projeto, foi realizada<br />

uma seleção pública para a escolha dos<br />

Agentes Locais de Inovação que iriam<br />

atuar nas empresas. O Sebrae, através do<br />

Nectar (Núcleo de Empreendimentos<br />

em Ciência, Tecnologia e Artes), fez um<br />

processo seletivo. “A priori, foi publicado<br />

o edital da seleção simplificada, onde<br />

fizemos uma prova. Após os resultados,<br />

tivemos outras fases eliminatórias, que se<br />

Inovação 9<br />

estenderam durante o processo de capacitação”,<br />

explicou a ALI Aline Ramos. Os<br />

agentes receberam uma capacitação, onde<br />

foram trabalhadas várias temáticas visando<br />

à preparação e atuação no projeto.<br />

Projeto<br />

Os Agentes Locais de Inovação são<br />

direcionados às empresas e fazem a abordagem<br />

explicando o que é o programa,<br />

qual a sua finalidade e os possíveis resultados<br />

obtidos. Iniciado o projeto, é realizado<br />

um diagnóstico empresarial e um<br />

de inovação. Após esta etapa, é feita uma<br />

devolutiva ao gestor da empresa, apontando<br />

as principais áreas onde deverá<br />

existir um maior investimento, baseando-se<br />

em um plano de ação que contém<br />

vários serviços, não só do Sebrae como<br />

também de outros provedores de solução<br />

do mercado (Senac e Senai).<br />

Em um período de dois anos, cada<br />

agente acompanha 50 empresas, re-<br />

Lana Pinho


10<br />

Inovação<br />

Flávio Costa<br />

aliza um levantamento do setor responsável<br />

e elabora uma metodologia<br />

de trabalho. Janaína do Monte, agente<br />

que acompanhou a empresa Gesso<br />

Rosarinho, explicou o processo: “Trabalhamos<br />

com dois diagnósticos - um<br />

empresarial e um de grau de inovação;<br />

depois cada empresa recebe um plano<br />

de ação, que será executado por nossa<br />

supervisão para implantação da cultura<br />

inovadora”.<br />

As empresas conseguem visualizar<br />

o progresso desde as primeiras ações do<br />

projeto. Os avanços na estrutura e nos<br />

lucros são reconhecidos pelos empresários.<br />

“Ao longo de conversas e análises, o<br />

agente consegue captar as dificuldades da<br />

empresa. Através deste trabalho, ele coloca<br />

em prática um planejamento que contribui<br />

para o crescimento e a organização<br />

da empresa”, destacou o dono da empresa<br />

Gesso Rosarinho, Inaldo Francisco.<br />

Point do Açaí:<br />

uma microempresa de sucesso<br />

Passar de vendedor ambulante para<br />

um microempresário não foi uma tarefa<br />

fácil. Vendendo cocos na praia de Boa<br />

Viagem, o baiano Aracê dos Santos decidiu<br />

mudar de vida e investir no seu dom<br />

de empresário. Tudo começou em 1999,<br />

quando ele comprou um quiosque e continuou<br />

a vender o seu produto.<br />

Acompanhando os clientes e analisando<br />

a concorrência, percebeu a ne-<br />

cessidade de inovar. Em uma viagem ao<br />

Pará, o baiano descobriu o produto que<br />

faltava no seu quiosque. O açaí, além<br />

de garantir o diferencial, transformou o<br />

Point do Açaí em um dos pontos mais<br />

frequentados da orla.<br />

Porém, ter o produto certo, no lugar<br />

certo, ainda não era o bastante. Foi<br />

com o apoio e a orientação do Programa<br />

ALI que ele conseguiu organizar<br />

suas ideias, detectar os problemas e<br />

investir no que era necessário. Com<br />

o acompanhamento da agente, “Seu”<br />

Aracê organizou os controles da empresa,<br />

capacitou os funcionários e realizou<br />

reformas significativas no empreendimento.<br />

O produto passou a ser comercializado<br />

em barras, já que o transporte comprometia<br />

o sabor; então instalou câmeras<br />

para reforçar a segurança no local, investiu<br />

no sistema de senhas para organizar os<br />

pedidos, disponibilizou Internet sem fio,<br />

acrescentou o serviço de autofalante, além<br />

de acolchoar os bancos e oferecer um excelente<br />

atendimento.<br />

A ousadia e a vontade de ver o empreendimento<br />

crescer foram suficientes para<br />

garantir o sucesso do Point do Açaí. Hoje<br />

em dia, o empresário tem 14 funcionários.<br />

“Trabalhar com o Senhor Aracê foi fantástico,<br />

porque ele é um exemplo de empreendedor<br />

nato. A visão dele contribuía<br />

muito para as práticas adotadas em prol<br />

de melhorias para a sua empresa, contou<br />

a agente Aline Ramos.<br />

Flávio Costa<br />

Trabalho e qualificação:<br />

ingredientes de sucesso<br />

Por meio de capacitações contínuas, o engenheiro<br />

mecânico André Carvalho levou a Protec para o hall<br />

dos empreendimentos no setor de peças industriais<br />

“<br />

Sou muito suspeito para falar da<br />

Protec e da nossa história. Acho<br />

melhor consultar os nossos colaboradores<br />

e buscar a opinião deles, pois<br />

todas nossas conquistas são fruto de um<br />

trabalho em equipe”. Estas foram as primeiras<br />

palavras do engenheiro mecânico<br />

André Carvalho, ao ser perguntado sobre<br />

a razão pela qual os ventos continuavam<br />

soprando a favor da sua empresa,<br />

a Protec Comércios e Serviços Ltda. O<br />

empreendimento localizado no bairro<br />

de São José, um pedaço do Recife Antigo,<br />

atua no segmento de venda de peças<br />

para manutenção industrial, abrangendo,<br />

além de Pernambuco, os Estados do<br />

Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,<br />

André Carvalho:<br />

“Conseguimos<br />

reverter o quadro e<br />

hoje somos referência<br />

no segmento”<br />

Alagoas e Sergipe. Em seu início, no ano<br />

de 1997, a empresa contava apenas com<br />

clientes da capital pernambucana, mas o<br />

crescimento da demanda em toda a Região<br />

Nordeste gerou a possibilidade de<br />

expandir negócios.<br />

Mas para Carvalho, a história nem<br />

sempre foi assim. Há 11 anos, a firma estava<br />

sendo posta à venda, devido a falhas<br />

que comprometeram a sua sobrevivência.<br />

Ele ainda era um vendedor, cujo cargo foi<br />

conquistado pela boa comunicação e atitudes<br />

empreendedoras. O raciocínio rápido<br />

o fez tomar uma decisão que mudaria<br />

toda a sua vida. “A correria era grande no<br />

dia em que as demissões seriam comunicadas<br />

aos colaboradores. Decidi tomar<br />

Pequenos negócios 11<br />

TEXTO FAUSTO MUNIZ<br />

FOTOS LANA PINHO<br />

a iniciativa e me ofereci para comprar a<br />

empresa, usando os recursos que possuía<br />

na época”, revela. A ousadia foi essencial<br />

para que a atitude se revertesse em uma<br />

nova gestão, focada em uma contínua reciclagem<br />

de conhecimentos e capacitação<br />

dos funcionários.<br />

“Conseguimos reverter o quadro<br />

e hoje somos referência no segmento.<br />

Muitas pessoas que <strong>trabalham</strong> comigo<br />

estão desde esse período, ou seja, mais<br />

de dez anos”, pontua. E investir em qualificação<br />

tornou-se uma filosofia. Ainda<br />

quando estava começando na empresa, o<br />

engenheiro já era frequentador assíduo<br />

dos mais diversos cursos, entre eles alguns<br />

do Sebrae. São páginas e mais pá-


12 Pequenos negócios Pequenos negócios 13<br />

ginas de certificados que lhe ampliaram<br />

a maneira de lidar com as adversidades e<br />

encontrar soluções para elas, mesmo que<br />

as expectativas não fossem tão favoráveis<br />

assim. A empresa reserva um auditório<br />

exclusivo para a aplicação de cursos, oficinas<br />

presenciais e eventos afins. E na<br />

superação de desafios e conquista de metas,<br />

a Protec faturou o Prêmio Destaque<br />

Empresarial - uma realização da entidade<br />

de apoio às micro e pequenas empresas<br />

e o Grupo Gerdau - em 2002 e 2006,<br />

competindo com outras do segmento.<br />

Mais recente foi o Prêmio MPE, também<br />

promovido pelo Sebrae em Pernambuco,<br />

sendo finalista entre 2,5 mil empresas<br />

inscritas em 2010.<br />

Gestão avançada<br />

“Suor, mudança de postura e de hábitos<br />

viciosos que prejudicam o nosso desenvolvimento.<br />

Unimos tudo isso em busca da<br />

meta de estar entre as líderes no ramo em<br />

todo o país”, revela. Este ano, o administrador<br />

esteve entre os alunos do Programa de<br />

Ferramentas de Gestão Avançada - o FGA.<br />

A capacitação integra o conjunto de soluções<br />

do Sebrae Mais – Programa Sebrae<br />

para Empresas Avançadas. Com duração<br />

de um ano, a qualificação promove um<br />

diagnóstico da performance e competitividade<br />

da empresa, realizando, ao longo<br />

da sua aplicação, um acompanhamento<br />

sistemático dos resultados obtidos. Sua<br />

metodologia enfoca empreendimentos que<br />

já passaram pelos anos iniciais e hoje possuem<br />

uma base bem estruturada.<br />

Dentre as melhorias no ambiente de<br />

trabalho, o gestor cita ações importantes<br />

como uma profissionalização maior na<br />

escolha de novos funcionários, passando a<br />

seguir critérios mais rigorosos e técnicos.<br />

“Nossa seleção hoje é acompanhada por<br />

um psicólogo, que avalia as potencialidades<br />

do candidato e consegue fazer uma<br />

análise mais racional do seu perfil. Antes<br />

era comum decidirmos na base da emoção,<br />

sem um foco mais objetivo e funcional”.<br />

Serviço:<br />

Centro de Educação Empresarial<br />

www.pe.sebrae.com.br<br />

0800 570 0800<br />

“Você tem que<br />

ser profissional<br />

sempre”<br />

C<br />

om anos e anos de contato com<br />

empresários dos mais variados<br />

setores, a analista do Sebrae em<br />

Pernambuco e docente universitária Isabel<br />

Noblat encontra-se à frente do Programa<br />

Sebrae Mais. Como solução para<br />

os empresários que já estão no comando<br />

de um negócio há mais de dois anos, ela<br />

aponta o FGA como um caminho possível<br />

para obter a informação mais adequada<br />

à realidade do empreendimento.<br />

“A solução é uma estratégia possível para<br />

obter um diagnóstico realístico da situação<br />

de um empreendimento, sem ‘achômetros’”,<br />

ela revela.<br />

De que forma a educação contribuiu<br />

para a formação do empresário ao longo<br />

da história?<br />

Nós fomos muito preparados para reproduzir<br />

o que nos ensinam, quando a<br />

realidade não é bem assim. Quando a<br />

gente ensina, aprende também, porque é<br />

tudo um processo de ensino-aprendizagem.<br />

Mas antigamente, e nem precisa ir<br />

tão longe assim, o caminho tomado era<br />

o do “eu falo e o aluno escuta”. Durante<br />

muito tempo, a metodologia consistia no<br />

professor saber tudo e o aluno ser passivo.<br />

Na verdade, o que acontece é que a<br />

pessoa que está na frente tem apenas um<br />

tempo a mais de estrada e dedicação.<br />

Como o Sebrae está ajudando a reverter<br />

esse quadro?<br />

Quando o Sebrae está repassando um<br />

conhecimento ao aluno, na verdade a<br />

sua preocupação é saber quais as competências<br />

que serão desenvolvidas ao<br />

utilizar uma determinada metodologia,<br />

sabendo que cada participante é diferente.<br />

E é este o grande diferencial de<br />

cursos como o FGA. Quando você está<br />

em uma sala de aula, deve saber que ali<br />

se encontram pessoas diferentes. Então<br />

você não pode indicar aquele conteúdo<br />

achando que é o certo. Você tem que<br />

ter uma habilidade muito grande para<br />

lidar com as diferenças, sabendo que<br />

não é o dono da verdade.<br />

Qual a metodologia utilizada pelo<br />

Programa de Ferramentas de Gestão<br />

Avançada?<br />

O FGA trabalha a capacitação e a aplicação<br />

dos conhecimentos adquiridos<br />

através da consultoria, com uma duração<br />

maior em relação a outras qualificações,<br />

o que dá para o empresário<br />

mergulhar no conhecimento repassado.<br />

Fazemos uma avaliação da empresa<br />

através de um diagnóstico prévio. O<br />

empresário responde a um questionário<br />

que vai ampliando a sua visão sobre<br />

o modo como ele vem gerenciando a<br />

empresa. Em seguida, nossos consultores<br />

realizam uma comparação das respostas<br />

dadas com o diagnóstico obtido<br />

durante a pesquisa. Então se você respondeu<br />

que os clientes estão satisfeitos<br />

com os serviços, faremos uma análise<br />

para saber se tudo efetivamente corresponde<br />

com a realidade. Nós checamos<br />

a percepção que o empresário possui<br />

do seu próprio negócio.<br />

Qual o perfil de empreendedor mais indicado<br />

para fazer o FGA?<br />

O empresário mais indicado é aquele<br />

que está realmente preocupado em<br />

melhorar o seu negócio, que está observando<br />

o seu funcionamento e tem<br />

notado os problemas. Mas não é apenas<br />

fazer um curso e pronto, está tudo resolvido.<br />

O empresário deve estar ciente<br />

que vai precisar dedicar seu tempo e<br />

priorizar essa tarefa. Quando o aluno<br />

participa da primeira aula do FGA,<br />

recebe um panfleto com toda programação<br />

do ano inteiro, com os dias que<br />

ele vai precisar vir ao Sebrae e os dias<br />

em que vão ser realizadas consultorias.<br />

Então ele deve estar preparado. Todas<br />

as atividades são realizadas à base de<br />

indicadores, sem “achômetro”.<br />

Quais as dicas básicas que você dá ao<br />

empresário que almeja o sucesso do<br />

próprio negócio?<br />

Conseguir resultados não depende<br />

do empresário cursar uma faculdade.<br />

Muitas vezes, a questão da disciplina,<br />

da dedicação, nasce com a pessoa. O<br />

comportamento empreendedor não está<br />

subordinado a um curso, mas pode ser<br />

aprendido dessa forma, pode ser aperfeiçoado.<br />

É importante ter uma meta,<br />

um objetivo a ser alcançado. O que eu<br />

quero para minha vida? Muita gente<br />

segue aquela cultura do “deixa a vida<br />

me levar” e acaba fazendo tudo no mais<br />

puro improviso. Você tem que ser profissional<br />

sempre.


14<br />

Parcerias<br />

Parceria garante trabalho<br />

a pessoas de baixa renda<br />

União de forças entre o Sebrae em Pernambuco e o Instituto Camargo<br />

Corrêa está beneficiando grupos de artesanato e cultura nas cidades de<br />

Paulista e Ipojuca<br />

ANDERSON LIMA<br />

A<br />

té um tempo atrás, Maria José<br />

da Silva complementava a renda<br />

familiar com trabalhos de costura,<br />

que fazia em casa por encomenda. Hoje,<br />

porém, sua realidade é bastante diferente.<br />

As coloridas nécessaires que agora saem<br />

de suas mãos – mãos de artesã – não são<br />

conhecidas somente por amigos e parentes,<br />

podendo ser vistas em vitrines de Pernambuco<br />

e São Paulo. “Cada bolsa que eu<br />

faço é um sonho realizado”, disse. O Mimo<br />

de Mulher tem integrantes de 26 a 83 anos<br />

de idade, responsáveis pela produção de<br />

peças que trazem estampadas a flora e a<br />

fauna nativa do município de Paulista, conhecido<br />

como a Cidade das Chaminés por<br />

concentrar o maior número de indústrias<br />

de transformação do Estado de Pernambuco.<br />

Mas o que tornou possível – a Maria<br />

José e ao Mimo de Mulher – alcançar essas<br />

conquistas foram as ações que vêm sendo<br />

desenvolvidas pelo Sebrae em Pernambuco,<br />

em parceria com o Instituto Camargo<br />

Corrêa (ICC), tanto no município como<br />

na cidade do Cabo de Santo Agostinho. A<br />

união de forças das duas instituições tem<br />

como objetivo promover o desenvolvimento<br />

comunitário sustentável. “O ICC é<br />

um grande parceiro. Ele fez um trabalho<br />

de diagnóstico no entorno das fábricas que<br />

fazem parte do Grupo Camargo Corrêa,<br />

em Paulista e no Cabo de Santo Agostinho,<br />

e identificou esses grupos, formados<br />

por pessoas de baixa renda”, explica Maria<br />

das Graças Bezerra, gestora da Unidade de<br />

Negócios Artesanato e Responsabilidade<br />

Social do Sebrae em Pernambuco.<br />

Tecendo a inclusão<br />

O Mimo de Mulher, em Paulista, faz<br />

parte do Projeto Tecendo a Inclusão. “Elas<br />

estão com um perfil bem diferente de quando<br />

começamos. Mais empreendedoras”,<br />

compara Maria das Graças Bezerra. “Antes<br />

elas eram pequenas empreendedoras que<br />

trabalhavam isoladamente. Hoje <strong>trabalham</strong><br />

em grupo. Estão no mercado e em feiras. E o<br />

mercado já está vendo o resultado do trabalho<br />

desse grupo”, conta. “As ações vêm sendo<br />

desenvolvidas para estruturar cada vez<br />

mais e melhor o grupo. A intenção é que, no<br />

final do projeto, elas estejam fortalecidas e<br />

com a cooperativa legalizada, aumentando<br />

o nível de ocupação e a renda no município<br />

e no entorno da fábrica, bem como minimizando<br />

os impactos sociais causados pelo<br />

desemprego”, explica Verônica Campos,<br />

gestora do Tecendo a Inclusão. Além de capacitações<br />

gerenciais, o Sebrae tomou uma<br />

série de medidas para que elas pudessem<br />

chegar estruturadas ao mercado, junto às<br />

artesãs de Paulista, em parceria com o Centro<br />

Pernambucano de Design (CPD).<br />

Cultura e artesanato<br />

Saindo do Grande Recife e percorrendo<br />

o mapa até chegar ao litoral sul do<br />

Estado, chega-se ao outro município em<br />

que a parceria entre Sebrae e Instituto Ca-<br />

Centro Pernambucano de Design | Divulgação<br />

margo Corrêa se faz presente. Em Ipojuca,<br />

onde as belas praias e povoados têm como<br />

contraponto a imponência do Complexo<br />

Industrial de Suape (localizado entre os<br />

municípios de Ipojuca e Cabo de Santo<br />

Agostinho), são cinco os grupos beneficiados:<br />

Alfaias da Praia e Iapoiuque, favorecidos<br />

pelo projeto No Passo Ideal; Praça do<br />

Baobá, Bio Artes e Arte na Ilha, do Projeto<br />

Consórcio das Artes. “Estamos realizando<br />

ações voltadas para o associativismo, o empreendedorismo<br />

e a gestão de negócios. E<br />

também possibilitando o conhecimento de<br />

novas práticas de trabalho através de visitas<br />

técnicas”, explica Flávia Pepe, analista<br />

da Unidade de Negócios Mata Sul. “Estávamos<br />

tendo um prejuízo muito grande,<br />

pois estávamos sem mercado, sem ter onde<br />

vender e mesmo sem pedidos, a ponto do<br />

grupo estar enfraquecendo”, lembra Eliane<br />

Anastácia Farias, artesã e atual presidente<br />

do grupo Bio Artes, formado por 14 artesãs<br />

de Porto de Galinhas e Maracaípe que<br />

produzem bijuterias, colares, pulseiras<br />

e chaveiros, a partir de matérias-primas<br />

como a semente do açaí. Outro grupo beneficiado<br />

em Ipojuca é o Alfaias da Praia,<br />

já com seis anos de fundação e formado<br />

atualmente por 15 jovens de Porto de Galinhas<br />

que tocam percussão como maneira<br />

de valorizar a cultura pernambucana.<br />

Vínculos que geram<br />

desenvolvimento<br />

Projeto capacita MPE<br />

ligadas a <strong>grandes</strong><br />

empreendimentos<br />

no Estado<br />

TEXTO ANDERSON LIMA<br />

FOTOS FLÁVIO COSTA<br />

“<br />

Se vi mais longe foi por estar de pé<br />

sobre ombros de gigantes”. A frase,<br />

proferida pelo físico e matemático<br />

inglês Isaac Newton, encaixa-se bem ao<br />

trabalho realizado pelo Sebrae em Pernambuco<br />

e outras entidades voltadas para<br />

o desenvolvimento profissional, junto a<br />

algumas empresas localizadas na Região<br />

Metropolitana do Recife. No que tange à<br />

Região Metropolitana do Recife, leia-se<br />

a cidade do Cabo de Santo Agostinho, o<br />

Complexo Industrial Portuário de Suape<br />

e também a própria capital, Recife. “O<br />

Projeto Vínculos tem importância por dar<br />

sustentabilidade aos <strong>grandes</strong> investimentos<br />

que o Estado de Pernambuco recebe.<br />

Nós temos cobertura, pelo Projeto Vínculos,<br />

de empresas âncoras que são <strong>grandes</strong><br />

empresas que operam mundialmente e requerem<br />

das micro e pequenas empresas,<br />

prestadoras de serviços e fornecedoras de<br />

equipamentos, um nível de qualificação<br />

que tem um efeito difusor do conhecimento<br />

e da qualidade dos micro e pequenos<br />

empreendimentos de Pernambuco”,<br />

informa o superintendente do Sebrae, Roberto<br />

Castelo Branco.<br />

Capa 15


16 Capa Capa 17<br />

De acordo com o superintendente, o<br />

Projeto Vínculos é composto por cinco<br />

áreas-chave: qualidade, saúde e segurança<br />

no trabalho, gestão empresarial, meio<br />

ambiente e responsabilidade social. “São<br />

termos que dão um refinamento e uma<br />

visão empreendedora ao micro e pequeno<br />

negócio de Pernambuco”, reforça.<br />

O que une essas regiões tão diversas e<br />

faz com que <strong>grandes</strong> e pequenas empresas<br />

se deem as mãos, em uma via de desenvolvimento<br />

mútuo, responde pelo nome<br />

de Projeto Vínculos. O Vínculos foi criado<br />

em 2004, durante a XI Conferência das<br />

Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento,<br />

realizada em São Paulo. Na<br />

ocasião, foram identificadas demandas<br />

que tinham como proposição aumentar a<br />

produtividade e competitividade das empresas<br />

instaladas no país.<br />

Mas se a ideia inicial era envolver as<br />

empresas transnacionais com atuação no<br />

território nacional, com o passar do tempo<br />

a ação teve seu foco direcionado para<br />

uma realidade mais local. A ideia motriz<br />

do projeto, no entanto, permaneceu a<br />

mesma: articular empresas, entidades de<br />

classe e organizações, de modo a se criarem<br />

vínculos de negócios em determinadas<br />

regiões no país.<br />

A premissa defendida pelas entidades<br />

envolvidas na criação do projeto –<br />

além do Sebrae, Unctad, Instituto Ethos,<br />

Fundação Dom Cabral e a agência de<br />

cooperação técnica alemã GTZ – é que<br />

os vínculos mantidos entre <strong>grandes</strong> e<br />

pequenas empresas são cruciais para a<br />

promoção do crescimento e do desenvolvimento<br />

desses empreendimentos.<br />

“A gente trabalha um número grande<br />

de empresas que possam proceder com<br />

qualificação, para se tornarem fornecedoras<br />

dessas empresas <strong>grandes</strong>. Desta<br />

forma, mesmo que as empresas não se<br />

tornem fornecedoras, elas obtêm um<br />

potencial de qualificação que é superior<br />

ao de suas concorrentes, habilitando-as<br />

para crescer de forma contínua”, explica<br />

Roberto Castelo Branco.<br />

Piloto<br />

Em Pernambuco, o projeto começou a<br />

ser trabalhado, ainda de forma piloto, no<br />

ano 2007. Essa ação inicial envolveu três<br />

<strong>grandes</strong> empresas, denominadas de âncoras:<br />

Alcoa, Gerdau e Philips. Além delas,<br />

27 micro e pequenas empresas, as fornecedoras,<br />

foram envolvidas no trabalho de<br />

criar vínculos economicamente viáveis,<br />

socialmente justos e ambientalmente responsáveis.<br />

“Você tem trabalho e mão de<br />

obra dessas empresas pernambucanas participantes<br />

e custos dessas empresas âncoras<br />

que serão usados no Estado ou exportados.<br />

Nos dois casos, o Estado ganha. Tanto na<br />

exportação de serviços, quanto no uso<br />

desses serviços no desenvolvimento local.<br />

Esses <strong>grandes</strong> polos de investimento têm<br />

relevância para a economia de Pernambuco<br />

em setores estratégicos, analisa Roberto<br />

Castelo Branco.<br />

“O sucesso do programa é ter a adesão<br />

dessas <strong>grandes</strong> empresas, que se interessam<br />

em capacitar as pequenas”, afirma Valéria<br />

Augusta Sousa, gerente do Projeto Vínculos<br />

em Pernambuco. “As pequenas empresas<br />

fornecedoras têm que ter condições de<br />

implantar uma política de busca de certificações<br />

para atender um mercado que vai se<br />

tornar cada vez mais exigente neste sentido”,<br />

completa Valéria, que também responde<br />

pela gerência da Unidade de Negócios Mata<br />

Sul do Sebrae em Pernambuco.<br />

A importância da intervenção era<br />

proporcional às necessidades encontradas,<br />

que iam desde dificuldades na negociação<br />

dos preços oferecidos, até o destino<br />

dado aos resíduos gerados pelo processo<br />

produtivo. Essa falta de procedimentos<br />

para os processos básicos dificultava a<br />

manutenção de um nível único de qualidade,<br />

provocava um alto índice de retrabalho<br />

e gerava um refugo não calculado.<br />

Atualmente o Projeto Vínculos soma<br />

cinco empresas âncoras. A novidade fica<br />

por conta da entrada do Estaleiro Atlântico<br />

Sul e da Copergás. A quantidade de<br />

empresas fornecedoras também teve um<br />

acréscimo, subindo para 40 – cada âncora<br />

pôde indicar oito empresas participantes.<br />

Quanto ao cronograma, iniciado no fim<br />

do ano passado, ele tem previsão de ser<br />

encerrado em 2012, uma vez que as capacitações<br />

têm a duração de dois anos.<br />

O trabalho desenvolvido junto às<br />

empresas envolve a qualificação delas<br />

dentro de um sistema de gestão integrada,<br />

permitindo que elas consigam obter<br />

certificações em áreas como segurança e<br />

saúde do trabalho, meio ambiente e gestão<br />

da qualidade – conforme o setor no<br />

qual a empresa em questão esteja inserida.<br />

“Nossa intenção é fazer com que as<br />

pequenas empresas sigam essa linha de<br />

buscar uma certificação. Elas estão sendo<br />

preparadas para isso, mas será uma<br />

decisão que deverá ser tomada por cada<br />

uma”, explica Valéria.<br />

No projeto desde a fase piloto, a Alcoa<br />

passou a fazer parte da ação por meio de sua<br />

área corporativa, instalada em São Paulo. “A<br />

Alcoa participou de alguns eventos, juntamente<br />

com o Instituto Ethos, quando tivemos<br />

a oportunidade de conhecer as iniciativas<br />

do projeto em outros Estados e notamos<br />

o alinhamento com um de nossos objetivos<br />

estratégicos, que é melhorar a qualidade em<br />

tudo que fazemos”, explica Christóvão Andrade,<br />

gerente de Suprimentos da Alcoa em<br />

Pernambuco. Instalada na cidade de Itapissuma,<br />

distante 45km do Recife, a empresa já<br />

contribuiu com a indicação de aproximadamente<br />

20 fornecedores.<br />

“É bastante gratificante dar oportunidade<br />

e apoiar as pequenas empresas, no<br />

sentido de se capacitarem nos aspectos de<br />

segurança, saúde, gestão empresarial e res-<br />

ponsabilidade social”, afirma Christóvão,<br />

para quem o projeto tem como característica<br />

fazer com que as pequenas empresas<br />

fiquem no mesmo nível das maiores, compreendendo<br />

a importância dos conceitos e<br />

dos valores de toda uma cadeia produtiva.<br />

“A incorporação desses valores faz todos<br />

crescerem. As empresas que participam<br />

desse projeto tornam-se mais competitivas<br />

e preparadas para o atendimento de<br />

outras <strong>grandes</strong> empresas da região como a<br />

Alcoa. Isto é criar novos vínculos de negócios<br />

para as pequenas empresas”, explica. E<br />

conclui: “Somente com iniciativas de qualificação<br />

na cadeia de fornecimento como<br />

um todo - de produtos e serviços, podemos<br />

tornar o ambiente mais sustentável”.<br />

“A dificuldade para conseguir aderência<br />

dos fornecedores locais às normas e<br />

políticas da Philips era muito grande. Fazíamos<br />

um verdadeiro garimpo até chegar a<br />

fornecedores que conseguissem atender às<br />

normas de segurança e às políticas de compra<br />

da Philips”, afirma Lis Oliveira, gerente<br />

de Compras da empresa em Pernambuco,<br />

a respeito do cenário enfrentado antes da<br />

intervenção proporcionada pelo Vínculos.<br />

“O formato do projeto, a seriedade das<br />

instituições que o apoiam, a abordagem<br />

prática, o objetivo de suas ações e o alinhamento<br />

com a política de sustentabilidade<br />

da Philips fizeram com que a empresa<br />

apostasse nesse trabalho”, diz a profissional.<br />

A empresa, que emprega atualmente<br />

70 profissionais em seu novo Centro de<br />

Distribuição, localizado no município de<br />

Jaboatão dos Guararapes, está no projeto<br />

desde a fase piloto.<br />

“A importância de um projeto como esse<br />

está demonstrada nos resultados obtidos<br />

tanto do lado das <strong>grandes</strong> empresas compradoras,<br />

que ampliam a base local de fornecedores,<br />

trazendo redução dos custos logísticos<br />

de transporte e estocagem e melhoria na<br />

qualidade dos produtos comprados, quanto<br />

das empresas fornecedoras, que ampliam as<br />

possibilidades de negócios entre os vínculos<br />

gerados, aumentando o seu faturamento e<br />

as oportunidades de crescimento”, afirma<br />

Lis. Conforme explica a gerente, a iniciativa<br />

permitiu compartilhar as melhores práticas<br />

dentro da cadeia de suprimentos e capacitar<br />

colaboradores e gestores das empresas fornecedoras,<br />

com foco em áreas como qualidade,<br />

segurança do trabalho, meio ambiente<br />

e responsabilidade social. Com isso, tem-se<br />

garantido uma melhor qualidade aos produtos<br />

e serviços ofertados por essas empresas,<br />

além de um maior nível de profissionalização.<br />

“O maior desafio é sensibilizar os micro<br />

e pequenos empresários, mesmo em um<br />

mercado aquecido, para a busca da melhoria<br />

contínua em seus processos, do desenvolvimento<br />

dos seus colaboradores e de uma<br />

política de crescimento sustentável, fatores-<br />

-chave de sucesso”, finaliza.<br />

Vínculos<br />

O trabalho desenvolvido pelo Projeto<br />

Vínculos envolve esforços de um consórcio<br />

de instituições, cuja proposta é dar suporte<br />

ao Sebrae para que a entidade possa<br />

implementar as ações pretendidas junto<br />

às micro e pequenas empresas. Essas instituições<br />

são Senai, Sesi, Instituto Euvaldo<br />

Lodi (IEL) e GTZ. A proposta é fazer<br />

com que as micro e pequenas empresas<br />

envolvidas nas consultorias e capacitações<br />

consigam se preparar, após o término da<br />

intervenção, para conquistar uma qualificação,<br />

melhorando sua competitividade<br />

e se tornando, cada vez mais, aptas para<br />

atuar lado a lado com os <strong>grandes</strong> empreendimentos.<br />

Enquanto o Sebrae responde pela<br />

questão da gestão empresarial, o Sesi trabalha<br />

com a transmissão do conhecimen-


18<br />

Capa<br />

to, envolvendo os temas de responsabilidade<br />

social e segurança, além da saúde do<br />

trabalho. Já o Senai fica com a questão da<br />

qualidade e do meio ambiente. O IEL gerencia<br />

o portal do programa, onde estão<br />

concentradas as informações direcionadas<br />

para as empresas âncoras, de modo a<br />

facilitar o gerenciamento do trabalho.<br />

Uma das empresas atendida pela segunda<br />

etapa do Projeto Vínculos no Estado é a<br />

Zinque Serviços Metalúrgicos. Com sede na<br />

cidade do Cabo de Santo Agostinho, distante<br />

cerca de 40km do Recife, a empresa atua<br />

na fabricação de equipamentos, acessórios<br />

e caldeiraria em geral para a indústria. O<br />

trabalho envolve a metalurgia leve e média,<br />

com destaque para estruturas metálicas<br />

para a construção civil e submontagem de<br />

blocos para a indústria naval. “O Projeto<br />

Vínculos veio no momento certo para a<br />

Zinque, porque precisávamos iniciar um<br />

processo de melhoria contínua, visando a<br />

atender às demandas cada vez maiores do<br />

mercado”, ressalta Álvaro Campello, gerente<br />

de Recursos Humanos da empresa.<br />

Para Campello, a importância do<br />

projeto reside no fato de possibilitar um<br />

desenvolvimento gradual e integrado da<br />

empresa, no que diz respeito às questões<br />

de gestão, meio ambiente, qualidade, segurança<br />

e responsabilidade social. “Estamos<br />

hoje desenvolvendo procedimentos e<br />

adequando processos graças ao input oferecido<br />

nas oficinas e ao apoio individualizado<br />

das consultorias”, afirma Álvaro, que<br />

credita essa melhoria também ao trabalho<br />

que vem sendo realizado pelos consultores<br />

(“que sempre se mostram parceiros de alto<br />

nível, comprometidos com nosso desenvolvimento”),<br />

bem como à atuação junto<br />

aos <strong>grandes</strong> empreendimentos.<br />

Outra empresa que tem sido beneficiada<br />

pelo Vínculos é a ABC Hidráulica. Instalada<br />

no bairro da Imbiribeira, no Recife, a<br />

empresa soma 16 anos de atividades na área<br />

de componentes para sistemas hidráulicos,<br />

pneumáticos e de transmissão mecânica.<br />

Inserida no processo graças ao convite da<br />

Gerdau, a ABC encontra-se no estágio de<br />

implementação dos conhecimentos adquiridos<br />

nas oficinas ministradas pelo Sebrae e<br />

demais parceiros envolvidos com o projeto.<br />

Apesar disso, já existem boas expectativas<br />

quanto ao trabalho que está sendo realizado.<br />

“O que a gente está adquirindo com<br />

as capacitações é importante. Já estamos<br />

começando a adotar procedimentos na<br />

empresa que não tínhamos antes”, afirma o<br />

diretor da ABC, Guy Evangelista, que enumera<br />

avanços dentro da empresa nas áreas<br />

de segurança do trabalho, meio ambiente e<br />

responsabilidade social.<br />

“Como gestor, vejo que está melhorando<br />

nosso funcionamento. Antigamente não<br />

parávamos para pensar nos procedimentos<br />

que eram adotados na empresa. Hoje nós<br />

temos uma linha de atuação”, explica Evangelista.<br />

Outra mudança que está sendo posta<br />

em prática na empresa, de acordo com o<br />

profissional, tem a ver com a maior interação<br />

junto ao público externo, ação esta que<br />

é feita por meio de pesquisas de satisfação<br />

que procuram ouvir as opiniões e ideias de<br />

clientes e fornecedores. “É uma coisa que a<br />

gente está implantando aos poucos e é importante.<br />

É o start de algo que a gente vai<br />

começar a desenvolver mais para a frente”,<br />

diz Guy Evangelista.<br />

Entre as novidades implantadas na<br />

ABC Hidráulica, a partir da ação do<br />

Projeto Vínculos, está a coleta seletiva<br />

de materiais recicláveis. Tanto aqueles<br />

oriundos da área administrativa, como<br />

os provenientes do setor de montagem<br />

de mangueiras, com seus resíduos de<br />

borracha. “Visualizando que, no futuro,<br />

a maioria das <strong>grandes</strong> empresas vai<br />

exigir uma qualificação, ou até mesmo<br />

uma certificação de seus fornecedores,<br />

isto é muito importante para nós”, afirma<br />

Evangelista. E reforça: “As empresas<br />

que estiverem qualificadas e certificadas<br />

vão conseguir comercializar sua linha de<br />

produtos para os <strong>grandes</strong> clientes”.<br />

Além da Zinque e da ABC Hidráulica,<br />

outro empreendimento tem tirado<br />

vantagem da atuação do Projeto Vínculos.<br />

Com sede no Recife e filiais nas<br />

cidades de Fortaleza e Salvador, a Recicabos<br />

atua no setor de cabeamento<br />

estruturado, tendo sido convidada para<br />

o Vínculos pelo Estaleiro Atlântico Sul.<br />

“Já mudamos muita coisa. Até fazíamos<br />

alguns dos procedimentos, mas nada<br />

padronizado”, explica Eliana Mendonça,<br />

que ocupa o cargo de assistente da direção.<br />

“Já estamos sentindo os resultados<br />

em todos os pontos. De qualidade, segurança<br />

e seguridade social”, completa.<br />

Mas, apesar do foco do Projeto Vínculos<br />

ser direcionado para as micro e<br />

pequenas empresas que atuam fornecendo<br />

serviços e materiais para as <strong>grandes</strong><br />

empresas, os benefícios decorrentes<br />

da ação são sentidos por todos. As<br />

empresas fornecedoras saem ganhando,<br />

em termos de competitividade e qualificação.<br />

Podem ainda aumentar o volume<br />

de negócios com <strong>grandes</strong> empresas<br />

compradoras, além de outros fornecedores,<br />

e incrementar a interação com as<br />

<strong>grandes</strong> empresas compradoras, além de<br />

terem acesso ao mercado facilitado. Já<br />

as <strong>grandes</strong> obtêm, como contrapartida,<br />

a possibilidade de realizar negócios com<br />

fornecedores capacitados, ao mesmo<br />

tempo em que podem gerenciar riscos<br />

e manter um relacionamento confiável<br />

e de longo prazo com os fornecedores<br />

capacitados. Outra vantagem para elas<br />

é poderem atuar como empresas socialmente<br />

responsáveis.<br />

Rumo a 2014<br />

Empresários do Recife e de outras 11 cidades-sede da Copa do Mundo<br />

de Futebol já se preparam para aproveitar a oportunidade<br />

e explorar o potencial empreendedor<br />

TEXTO JANETE LOPES<br />

FOTO RODRIGO MOREIRA<br />

D<br />

epois de realizar mapeamentos<br />

de oportunidades de negócios<br />

com a Fundação Getúlio Vargas,<br />

o Sebrae em Pernambuco desenvolve<br />

ações inovadoras com objetivo de potencializar<br />

os projetos setoriais e contribuir<br />

com a melhoria da competitividade das<br />

MPE. Os mapeamentos realizados identificam<br />

as necessidades de requisitos de<br />

contratação nas dimensões de gestão,<br />

sustentabilidade, documentos específicos<br />

e gerais. Essas informações servirão para<br />

planejarmos nossas ações futuras. “O Projeto<br />

Sebrae 2014 tem como foco estratégico<br />

aproveitar a presença de turistas e da<br />

grande exposição na mídia para mostrar a<br />

identidade cultural e as riquezas da região,<br />

com o intuito de elevar o patamar de competitividade<br />

das micro e pequenas empresas”,<br />

destaca o superintendente do Sebrae<br />

em Pernambuco, Roberto Castelo Branco.<br />

Com a perspectiva de um evento como<br />

a Copa do Mundo de Futebol e seus possíveis<br />

impactos na economia e nos negócios,<br />

principalmente, nas cidades-sede dos<br />

jogos, oportunidade é a palavra que surge<br />

para os pequenos negócios, dando sentido<br />

a toda mobilização que venha a ser feita<br />

para este fim. “O Sebrae de Pernambuco<br />

tem a intenção de corresponder às necessidades<br />

de um dos maiores eventos, a Copa<br />

2014, inserindo-se na estratégia do Sebrae<br />

Nacional. Com a colaboração dos parceiros<br />

e encontros de negócios com empresários<br />

pernambucanos, busca a sustentabilidade<br />

do setor econômico. Esse processo<br />

acelerador possibilita soluções inovadoras,<br />

comprovando o comprometimento do Sebrae<br />

com os empresários da região”, declara<br />

Pio Guerra, presidente do Conselho Deliberativo<br />

do Sebrae Pernambuco.<br />

O presidente do Sebrae Nacional, Luiz<br />

Barretto, participou do evento no Recife e<br />

falou sobre a importância desse momento<br />

para o Estado. “Pernambuco agora passa a<br />

enfrentar os desafios de uma nova agenda,<br />

de um novo Estado, de um novo país. Em<br />

torno da Cidade da Copa, é possível ver o<br />

dinamismo gerado pelos efeitos da economia<br />

regional. O Sebrae sabe a importância<br />

das micro e pequenas empresas terem<br />

espaço nesse trem de desenvolvimento.<br />

Projeto Sebrae 2014 19<br />

Pensando nisso, estamos trabalhando<br />

para que essas empresas superem os obstáculos,<br />

aumentem suas receitas e estejam<br />

mais capazes e competitivas no mercado”.<br />

Mas oportunidade, nesse cenário, é<br />

para ser utilizada pelo segmento das micro<br />

e pequenas empresas, com significado<br />

duplo. “O Sistema Sebrae utiliza-se do<br />

conceito e considera dois elementos: a efetivação<br />

de negócios e o desenvolvimento<br />

empresarial dessas empresas”, destaca o<br />

coordenador do Projeto Sebrae 2014 em<br />

Pernambuco, José Oswaldo Ramos.<br />

Segundo Ramos, é fácil perceber que<br />

negócios irão surgir no período antes,<br />

durante e depois da Copa 2014, tendo em<br />

vista os investimentos públicos em infraestrutura,<br />

investimentos privados, fluxos<br />

de turistas, entrada de divisas, entre<br />

outros. “Tais condicionantes geram uma<br />

oportunidade incrível de desenvolvimento<br />

empresarial para as MPE, seja por meio<br />

da aproximação das empresas de pequeno<br />

porte com as <strong>grandes</strong> empresas, seja pelo<br />

atendimento a um mercado diferenciado.<br />

O processo exige que essas empresas se


20<br />

Projeto Sebrae 2014<br />

apropriem de requisitos de mercado compatíveis<br />

com o nível de excelência dos serviços<br />

e produtos oferecidos”, avalia.<br />

Comenta-se muito sobre o legado da<br />

Copa para o país. De acordo com Oswal-<br />

do Ramos, o Sebrae pretende explorar<br />

isso com projetos desenvolvidos especialmente<br />

para este fim. “Devemos orientar<br />

nossos projetos para ações que contribuam<br />

efetivamente com a elevação do<br />

patamar de competitividades das MPE.<br />

Tão maior a apropriação dos requisitos<br />

de contratação praticados pelo mercado,<br />

maior será o tamanho do legado”, avalia o<br />

coordenador.<br />

Ainda segundo ele, um dos <strong>grandes</strong><br />

desafios dos países que, igualmente como<br />

o Brasil, precisaram investir muito em<br />

infraestrutura para a realização dos megaeventos,<br />

sem dúvida, é planejar o aproveitamento<br />

pleno desses investimentos. “A<br />

Inglaterra, por exemplo, criou uma entidade<br />

que tem como missão planejar o aproveitamento<br />

de tudo que vai ser construído<br />

para as Olimpíadas de 2012. O Sebrae pode<br />

desenvolver projetos, a partir desse raciocínio.<br />

Assim, especificamente para Pernambuco,<br />

teremos um processo de centralidade<br />

urbana em um novo território, que terá<br />

a Cidade da Copa como modelo de smart<br />

cities. Inserir as MPE neste contexto será<br />

nosso grande legado e desafio”, explica.<br />

Ações<br />

Para 2012 e 2013, algumas atividades<br />

já estão estruturadas, sob o ponto de vista<br />

da organização do projeto, orçado em 5<br />

milhões de reais. Segundo o coordenador<br />

do projeto, para cada setor envolvido foi<br />

definida uma estratégia de ação. “Juntas<br />

elas irão contribuir para o fortalecimento<br />

da identidade territorial do Estado de<br />

Pernambuco, com ênfase na qualidade de<br />

seus produtos e serviços, bem como de<br />

elementos da cultura traduzidos pela sua<br />

gastronomia, artesanato, patrimônio material<br />

e imaterial, atrativos turísticos, hospitalidade,<br />

enfim, tudo para apresentar<br />

Pernambuco como um lugar de <strong>grandes</strong><br />

oportunidades para os negócios. Somos a<br />

bola da vez”, anuncia.<br />

A estratégia operacional do Projeto<br />

Sebrae 2014 compreende três etapas. A<br />

primeira é a disseminação das oportunidades<br />

de negócios advindas com a realização<br />

da Copa em Pernambuco, quando serão<br />

implementados dois projetos importantes<br />

- um deles é o Dicas Sebrae para 2014<br />

(sistema informatizado de consulta sobre<br />

o perfil das oportunidades de negócios<br />

identificadas na pesquisa FGV/Sebrae). “O<br />

sistema permite consultas por ramo de atividade<br />

e valor de investimento”, diz.<br />

Também será realizado o Jornada Se-<br />

Projeto Sebrae 2014 (ações prioritárias)<br />

brae, treinando para a Copa 10 municípios<br />

do entorno da Arena Pernambuco, com<br />

objetivo de disseminar as oportunidades<br />

e capacitar os empreendedores locais. No<br />

quesito parcerias, segundo o coordena-<br />

O Projeto Sebrae 2014 tem como foco aproveitar a presença de turistas<br />

para mostrar a identidade cultural e as riquezas da região, com o intuito<br />

de elevar o patamar de competitividade das micro e pequenas empresas<br />

• Projeto Dicas Sebrae para 2014, com 600 oportunidades de negócios<br />

• Projeto Jornada Sebrae, ação itinerante nos 10 municípios do entorno da Arena<br />

Pernambuco<br />

• Promover o segmento de turismo corporativo<br />

• Qualificar e promover o turismo rural, com ênfase no Roteiro da Civilização<br />

do Açúcar<br />

• Fomentar circuitos gastronômicos nas comunidades urbanas do Recife, potencializando<br />

a sua tradição multicultural<br />

• Qualificar o artesanato nos centros de comercialização<br />

• Promover o Roteiro Junino (Gravatá, Caruaru e Arcoverde)<br />

• Fortalecer o Roteiro do Vale do São Francisco<br />

• Qualificar o comércio e os serviços<br />

• Fortalecer os mercados públicos da RMR<br />

• “Projeto Pernambuco para se ver”<br />

• Concurso cultural “Pernambuco, uma paixão por futebol”<br />

• Fomento às soluções de tecnologia da informação e comunicação<br />

Serviço:<br />

Mapeamento de oportunidades para a Copa<br />

2014 (www.pe.sebrae.com.br)<br />

dor, várias instituições estão desenvolvendo<br />

ações que irão somar na estratégia do<br />

projeto. “É de fundamental importância a<br />

articulação desse esforço, no sentido de<br />

integrar e potencializar os resultados”.<br />

Ainda de acordo com Ramos, num<br />

segundo momento serão realizadas<br />

ações de qualificação de serviços e produtos<br />

das MPE envolvidas no projeto. Finalmente<br />

serão promovidas estratégias<br />

de divulgação e promoção das empresas<br />

participantes. “Visando ao fortalecimento<br />

da identidade de Pernambuco como<br />

um lugar bom para se investir, bom para<br />

trabalhar, bom para viver e bom para se<br />

divertir”, conclui.<br />

Para o próprio<br />

TEXTO DÉBORA PEREIRA<br />

negócio<br />

FOTO LANA PINHO<br />

Para quem ainda vai empreender,<br />

o Sebrae desenvolveu o Próprio: ideia associada<br />

ao planejamento orientado<br />

D<br />

eixar de ser empregado e passar<br />

a ser dono do seu próprio<br />

negócio faz parte dos sonhos<br />

de muitas pessoas. Para que este desejo<br />

seja concretizado, é preciso orientação,<br />

apoio e capacitação, através de<br />

profissionais especializados no assunto.<br />

Conhecer o mercado e estruturar um<br />

Plano de Negócios é fundamental para<br />

crescer e atingir o sucesso.<br />

Pensando nessas pessoas, o Sebrae<br />

oferece, através do Programa Próprio,<br />

orientação necessária para quem deseja<br />

tomar as decisões certas na hora de inves-<br />

Portas abertas<br />

É o primeiro contato com o Próprio.<br />

Neste ponto, o futuro empresário<br />

conhece o programa e é informado sobre<br />

como o Sebrae pode auxiliá-lo na<br />

descoberta do melhor caminho a seguir<br />

com o negócio.<br />

Despertando o empresário<br />

O futuro da empresa depende dos<br />

cuidados do seu dono. O perfil e o talento<br />

do futuro empresário são fundamentais<br />

para o sucesso do negócio.<br />

Coletando informações<br />

O empresário constrói um roteiro de<br />

coleta de informações que ajudarão na<br />

elaboração do Plano de Negócios.<br />

Conhecendo o negócio<br />

O empreendedor deve organizar as<br />

informações coletadas, tendo em vista o<br />

cenário do futuro negócio.<br />

Consultoria de viabilidade<br />

tir em um empreendimento. “Faz parte<br />

do processo do empreendedor que quer<br />

montar seu próprio negócio construir a<br />

sua ideia, gerar várias reflexões e, ao final<br />

de tudo isso, ter a resposta que todo mundo<br />

deseja: ‘Esse empreendimento é viável<br />

ou não’?”, definiu a gestora de Orientação<br />

Empresarial do Sebrae em Pernambuco,<br />

Conceição Moraes.<br />

O programa<br />

O Próprio é um programa de atendimento<br />

coletivo, presencial e gratuito,<br />

O futuro empresário é atendido por<br />

um consultor e orientado com relação às<br />

decisões fundamentais para o sucesso do<br />

seu empreendimento.<br />

O resultado<br />

Em dezembro de 2010, os planos de<br />

duas recentes formandas em Administração<br />

se tornaram realidade. Terezinha<br />

Rodrigues e Rosimery Carneiro estudaram<br />

<strong>juntas</strong> na faculdade e durante o<br />

curso desenvolveram vários projetos. Ao<br />

se formarem, veio a vontade de colocar<br />

o que aprenderam em prática e, entre as<br />

ideias que surgiram, resolveram abrir um<br />

salão de beleza.<br />

Para elas, não bastava ser mais um<br />

empreendimento lançado no mercado.<br />

Pelo contrário, ele tinha que suprir a necessidade<br />

dos clientes e dar bons lucros.<br />

Sendo assim, elas decidiram observar<br />

como era o serviço da concorrência, ouvir<br />

as reclamações, descobrir em que bairro o<br />

serviço era escasso e buscar o diferencial.<br />

Educação empresarial 21<br />

destinado àqueles que têm uma ideia<br />

de oportunidade de crescimento e<br />

pretendem validá-la. Então se questionam:<br />

“Abro essa empresa ou não”? Para<br />

Giovana Finivola, uma das sócias da<br />

microempresa Loc Móveis Nordeste, o<br />

programa é uma alternativa de reciclar<br />

ou buscar informações, ter orientação<br />

e conhecimento de ferramentas novas<br />

para serem aplicadas no seu investimento.<br />

“Era necessário a visão do todo,<br />

além de um apoio, uma análise de perspectiva<br />

do trabalho”. A seguir, conheça<br />

os módulos do programa.<br />

Em meio a tantas ideias, as sócias decidiram<br />

buscar orientação, pois precisavam<br />

de alguém que organizasse todas as<br />

informações e estruturasse o negócio de<br />

forma planejada. Foi este tipo de serviço<br />

que encontraram ao chegar ao Sebrae,<br />

quando conheceram a consultora que<br />

logo indicou o programa.<br />

O Próprio serviu para orientar as empresárias<br />

quanto ao mercado e fazê-las<br />

tirar do papel os inúmeros desejos. Após<br />

o apoio do Sebrae, o bairro da Torre pôde<br />

contar com uma clínica de depilação e<br />

estética, a Depillar, que a partir do sexto<br />

mês de funcionamento já havia atingido a<br />

meta de faturamento desejada.<br />

Hoje a empresa conta com o serviço de<br />

nove funcionários que, de segunda a sábado,<br />

oferecem um excelente atendimento e<br />

serviços diferenciados, como é o caso do<br />

kit descartável para cada cliente. O sucesso<br />

do empreendimento está garantindo os<br />

lucros e, já faz parte dos novos planos, a<br />

abertura de uma filial em Olinda.


22 Empreendedor individual Empreendedor individual 23<br />

De Empreendedor<br />

Individual para<br />

microempresa<br />

O empresário Leonardo Salazar buscou na<br />

formalização o crescimento do seu negócio. Em<br />

um ano, começou a colher os frutos desta decisão<br />

LORENA ROCHA<br />

O<br />

currículo do jornalista Leonardo<br />

Salazar é extenso. Especialista<br />

em Gestão de Negócios, o também<br />

produtor musical já fez de tudo um<br />

pouco: empresário de artistas, promotor<br />

de shows, assistente de produção, professor,<br />

dentre outras atribuições. Hoje ele atua<br />

como instrutor de cursos gerenciais e profissionais,<br />

além de ter editado e comercializado<br />

o livro “Música Ltda: o negócio da<br />

música para empreendedores”, e de trabalhar<br />

como empresário de uma banda. Em<br />

2010, ele se formalizou como Empreendedor<br />

Individual e resolveu apostar nos benefícios<br />

desta escolha. O fruto da decisão<br />

refletiu na expansão dos seus negócios.<br />

Antes, como autônomo, Salazar não<br />

podia contratar direto com empresas públicas<br />

e governos. Através da figura jurídica,<br />

o empreendedor conquistou CNPJ<br />

e nota fiscal. “Tudo isso pagando poucos<br />

tributos e de forma simplificada. As vantagens<br />

são muitas: crescimento do negócio,<br />

segurança jurídica e proteção previdenciária”,<br />

destacou. Para ele, o principal benefício<br />

da formalização foi celebrar contratos<br />

com empresas públicas, o que resultou em<br />

um ritmo acelerado de trabalho.<br />

Um ano depois da formalização, em<br />

janeiro de 2011, Leonardo pediu o desenquadramento<br />

da condição de Empreendedor<br />

Individual. O motivo? Sucesso! O<br />

negócio deu tão certo que, em um ano, o<br />

faturamento ultrapassou o limite anual da<br />

categoria. O crescimento se deu pelo lançamento<br />

do livro, a venda direta da publicação<br />

e a realização de cursos e palestras<br />

sobre o assunto, em diversas cidades do<br />

país. Atualmente, o negócio de Leonardo<br />

está enquadrado como microempresa optante<br />

do Simples Nacional.<br />

Sobre a formalização, ele faz uma comparação.<br />

“Ser informal é como viver na<br />

clandestinidade, ou seja, sem documentos,<br />

sem acesso a mercado de trabalho. A formalização<br />

soluciona todas essas questões,<br />

pois o formal tem CNPJ, acesso a compras<br />

públicas, acesso a crédito e pode emitir<br />

nota fiscal. Hoje eu exercito todos esses<br />

benefícios da formalização.” Para o futuro,<br />

o empreendedor pensa em expandir as atividades<br />

e abrir um escritório para atender<br />

artistas e produtores culturais - e quem<br />

sabe lançar um novo livro.<br />

Auxílio maternidade: um dos benefícios<br />

conquistados com formalização<br />

Para Vera Lúcia, 38, a maternidade<br />

veio três vezes. A primeira trouxe Igor de<br />

Andrade, 14, e, em seguida, veio Íris, 7.<br />

A última apresentou ao mundo a pequena<br />

Isabela de Andrade, nascida no dia 26<br />

de abril deste ano. Vera, que é vendedora<br />

há nove anos, viu que, desta vez, poderia<br />

aproveitar o período pós-parto com mais<br />

tranquilidade, especialmente, financeira.<br />

“O auxílio maternidade veio em um<br />

momento muito importante. Como eu<br />

tenho um comércio próprio, tudo está em<br />

minhas mãos. A ajuda veio em boa hora,<br />

pois não poderei ter o mesmo funcionamento<br />

que antes”, relata. Registrada como<br />

Empreendedora Individual desde o início<br />

de 2010, a empresária vende, no município<br />

de Abreu e Lima, na Região Metropolitana<br />

do Recife, sortimentos variados.<br />

Para ter direito ao benefício, graças<br />

à formalização, ela buscou a Previdência<br />

Social e conta com o valor mensal de um<br />

salário mínimo. “Assim que eu me recuperar<br />

e minha filha estiver mais crescida,<br />

pretendo investir no meu comércio. Também<br />

quero fazer cursos, me especializar<br />

em vendas e dar novos passos na carreira”.<br />

Pesquisa revela perfil do Empreendedor<br />

Individual em Pernambuco<br />

A empresária Vera Lúcia é uma dos<br />

mais de 59 mil Empreendedores Individuais<br />

registrados em Pernambuco, até a<br />

primeira quinzena de outubro. No país,<br />

já são mais de 1,6 milhão de registros. O<br />

Estado é o oitavo em cadastros no Brasil e<br />

o segundo do Nordeste. Em recente pesquisa<br />

que revela o perfil do Empreendedor<br />

Individual, divulgada pelo Sebrae, do<br />

total de EI registrados em Pernambuco,<br />

58% são homens, 33,3% têm idade entre<br />

Divulgação<br />

Perguntas<br />

frequentes<br />

30 e 39 anos, com uma maior concentração<br />

no setor de comércio (42,4%) seguido<br />

pelo setor de serviços (34,4%).<br />

As cinco cidades com o maior<br />

número de EI registrados no Estado<br />

são, respectivamente, Recife, Jaboatão<br />

dos Guararapes, Olinda, Paulista<br />

e Caruaru. Entre as atividades que<br />

concentram o maior número de empreendedores<br />

estão comércio varejista<br />

de artigos de vestuário e acessórios,<br />

cabeleireiros e lanchonetes, casas de<br />

chá, sucos e similares.<br />

Para o superintendente do Sebrae em<br />

Pernambuco, Roberto Castelo Branco,<br />

esses dados são importantes para a entidade,<br />

que busca trabalhar não só para<br />

o registro, mas também para levar capacitação<br />

e para que a formalização represente<br />

também uma oportunidade de<br />

crescimento. “Esses dados vão nos ajudar<br />

a continuar fortalecendo a busca não só<br />

para aumentar o número de empreendedores<br />

formalizados, mas para dar condições<br />

para a gestão e o crescimento do<br />

negócio”, destacou.<br />

O estudo, realizado nacionalmente,<br />

revela que a criação da modalidade<br />

Empreendedor Individual está contribuindo<br />

para gerar mais oportunidades<br />

e renda para os empreendedores brasileiros.<br />

A pesquisa aponta também que<br />

a maioria dos EI buscou, com a formalização,<br />

benefícios relacionados com o<br />

funcionamento do próprio negócio, e<br />

não vantagens relacionadas com os direitos<br />

como indivíduo. Somado a isso,<br />

92% dos EI pretendem transformar seu<br />

negócio em uma microempresa.<br />

O que é Empreendedor Individual?<br />

O Empreendedor Individual representa<br />

a nova figura jurídica criada pela Lei<br />

Complementar nº 128, de 19/12/2008,<br />

que entrou em vigor, no Estado, no dia<br />

8 de fevereiro de 2010. Esta categoria<br />

visa a melhorar a vida de quem trabalha<br />

por conta própria ou tem um pequeno<br />

negócio informal. É destinada<br />

a quem fatura até R$ 36 mil por ano<br />

- até que o projeto de lei, que elevará o<br />

valor para R$ 60 mil, seja sancionado<br />

pela presidente da República- e trabalha<br />

sozinho ou tem até um empregado.<br />

Além de garantir benefícios, a modalidade<br />

representa o respeito à cidadania<br />

empresarial e à inclusão social de milhares<br />

de trabalhadores que hoje atuam<br />

de modo informal.<br />

Ao atingir, em maio deste ano, a<br />

marca de um milhão de Empreendedores<br />

Individuais registrados no país,<br />

o governo editou a Medida Provisória<br />

nº 529, de 7 de abril de 2011, que altera<br />

a contribuição previdenciária do Microempreendedor<br />

Individual (MEI),<br />

a partir de maio de 2011, para apenas<br />

5% do salário mínimo.<br />

Quem se formaliza paga uma<br />

taxa fixa mensal assim constituída:<br />

5% (novo valor) sobre o salário mínimo<br />

para o Instituto Nacional do<br />

Seguro Social (INSS), mais R$ 1 do<br />

Imposto de Circulação sobre Mercadorias<br />

e Serviços (ICMS), se for da<br />

indústria ou comércio, ou R$ 5 de<br />

Impostos sobre Serviços de Qualquer<br />

Natureza (ISS), caso trabalhe no setor<br />

de serviço. No total, o valor pode variar<br />

de R$ 27,25 a R$ 33,25, de acordo<br />

com o setor da atividade. A taxa é<br />

Fausto Muniz<br />

“A ajuda veio em<br />

boa hora, pois não<br />

poderei ter o mesmo<br />

funcionamento<br />

que antes”<br />

atualizada quando o salário mínimo<br />

tem reajuste.<br />

Quem pode ser Empreendedor<br />

Individual?<br />

Camelô, ambulante, cabeleireiro,<br />

manicure, costureira, vendedor<br />

de cosméticos e de roupas, doceira,<br />

artesão, pintor, sapateiro,<br />

técnico em informática e diversas<br />

outras categorias que totalizam<br />

mais de 400 atividades profissionais.<br />

A lista completa pode ser<br />

conferida na Internet (www.portaldoempreendedor.gov.br).<br />

Benefícios<br />

Ao pagar a contribuição previdenciária,<br />

o trabalhador passa a ter direito<br />

à cobertura do INSS, que lhe garante<br />

amparo em casos de doença, acidente,<br />

aposentadoria por idade após 15<br />

anos de trabalho, além de licença-<br />

-maternidade e outros benefícios. O<br />

EI tem ainda acesso a crédito, direito<br />

a CNPJ, emissão de nota fiscal, e pode<br />

contratar até um funcionário.<br />

Como se formalizar?<br />

O registro é feito sem custos no Portal<br />

do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br).<br />

Os empreendedores<br />

podem procurar a unidade do Sebrae<br />

mais próxima, os escritórios de contabilidade<br />

habilitados e os pontos de atendimento<br />

do Empreendedor Individual,<br />

para esclarecer dúvidas e receber orientações<br />

sobre o registro. É importante ter<br />

em mãos CPF, identidade e comprovante<br />

de residência com CEP.


24 Tecnologia Tecnologia 25<br />

Os segredos<br />

dos negócios.com<br />

Mais do que vender pela Internet, o mundo<br />

da Web hoje exige muito mais do que apenas<br />

entregar em casa as mercadorias vistas no site<br />

TEXTO FAUSTO MUNIZ<br />

FOTO FLÁVIO COSTA<br />

N<br />

o ano de 1987, pesquisadores<br />

da Universidade de São<br />

Paulo (USP) planejavam<br />

trazer para o Brasil uma nova forma de<br />

comunicação que, aos poucos, estava<br />

modificando a maneira como as informações<br />

seriam transmitidas. A international<br />

network, ou simplesmente Internet,<br />

começou apenas como correio<br />

eletrônico e se tornou uma ferramenta<br />

responsável por uma verdadeira revolução<br />

nas relações humanas, sendo irreversível<br />

sua entrada no universo das<br />

empresas do século XXI.<br />

As múltiplas funcionalidades da rede<br />

mundial de computadores logo tornaram<br />

possível a compra de produtos diretamente<br />

da casa das pessoas, possibilitando vantagens<br />

como visualização e maior intera-<br />

tividade entre público e estabelecimento.<br />

Seguindo nessa direção, os sites de<br />

venda despontaram como uma alternativa<br />

ideal para facilitar o acesso aos bens de<br />

consumo, gerando receita e estimulando<br />

a busca de empreendedores pelo máximo<br />

aproveitamento dos recursos da Web.<br />

Os números falam por si. De acordo<br />

com uma pesquisa realizada em 2010 pela<br />

prestadora de serviços de consultoria “e-<br />

-bit”, o faturamento médio das empresas<br />

nacionais que atuam no segmento alcançou<br />

o patamar de R$ 14,8 bilhões – um<br />

crescimento de 40% se comparado com<br />

o ano 2009. São 23 milhões de e-consumidores<br />

responsáveis pelos 40 milhões de<br />

pedidos de eletrodomésticos, livros, assinaturas<br />

de revistas e jornais, medicamentos,<br />

informática e eletrônicos.<br />

Seja para evitar as indesejáveis filas,<br />

seja para facilitar uma pesquisa de preços,<br />

o e-commerce é uma vantajosa possibilidade<br />

para o consumidor e um caminho<br />

rentável para o empreendedor, de acordo<br />

com Carlos Ferraz, professor do Centro<br />

de Informática da Universidade Federal<br />

de Pernambuco. “O Brasil é um dos países<br />

que mais cresce no segmento e um dos<br />

fatores para essa ascendência é o maior<br />

alcance da banda larga nas residências.<br />

Com mais velocidade de conexão, ficou<br />

mais simples e fácil pesquisar temas de interesse<br />

e ter acesso à informação”, revela.<br />

Informação foi a palavra-chave para<br />

que o casal Regina Taques e Leonardo<br />

Quintino, moradores do bairro do Ipsep,<br />

na zona sul do Recife, encontrasse o melhor<br />

caminho para o lançamento de seus<br />

próprios sites. Ambos são Empreendedo-<br />

res Individuais e se dedicam a atividades<br />

diferentes. Leonardo conserta eletrônicos<br />

e Regina deixou o emprego em uma firma<br />

para prestar serviços de lavagem a vapor.<br />

Os dois participam do Projeto Co-<br />

necte seu Negócio, do Sebrae, com o<br />

qual estão se preparando para o mundo<br />

dos negócios virtuais. “Planejamento é<br />

essencial. E é nele que estamos focados<br />

agora”, declara Regina.<br />

Redes sociais<br />

Participar de comunidades no Orkut,<br />

compartilhar informações no Facebook<br />

ou simplesmente “tuitar”. As redes sociais<br />

estão por toda parte e ampliaram as<br />

chances de conquistar e fidelizar clientes,<br />

além de divulgar marcas e fazer novos<br />

negócios. Empreendedores conectados<br />

a essas mudanças estão usufruindo dos<br />

seus benefícios e renovando suas perspectivas<br />

de crescimento.<br />

E foi na trilha de um público específico<br />

e frequentador assíduo desses espaços<br />

que o empresário Guilherme Silveira<br />

criou o site Kinkyland. A página vende<br />

artigos diversos com um toque, no mínimo,<br />

inusitado, como micróbios de pelúcia,<br />

fôrmas de gelo em formato de peixe e<br />

peça de brinquedo que é, na verdade, pen<br />

drive. Os internautas que mais marcam<br />

presença na lista de compradores, segundo<br />

o dono, são mulheres, na faixa dos 17<br />

aos 35 anos, com bom poder aquisitivo.<br />

“Você pode começar criando uma<br />

conta no Twitter e uma fan page no Facebook.<br />

Estes são alguns exemplos de espaços<br />

muito bons para divulgação gratuita<br />

da sua marca. Blogs que tenham o perfil<br />

do seu produto também geram boa repercussão,<br />

além de ajudarem a mostrar quem<br />

busca o seu site”, sugere.<br />

Contatos, comunidades, gente. Tudo<br />

é importante quando se deseja êxito na<br />

rede, que também pode auxiliar na escolha<br />

de produtos a serem vendidos pelo<br />

perfil do público. Antes de estar com um<br />

sócio, Guilherme já foi Empreendedor In-<br />

O mercado virtual também requer um Plano de Negócios com todas as etapas<br />

de funcionamento seguidas à risca, para uma programação eficiente<br />

dividual e as boas vendas logo o impulsionaram<br />

a optar pelo Simples, tornando-o<br />

microempresário.<br />

Dicas para o empreendedor<br />

Em um momento de economia aquecida,<br />

boas possibilidades de vendas e um<br />

mercado promissor, torna-se cada vez<br />

mais importante ter cautela e informação.<br />

“O mercado virtual também requer um<br />

Plano de Negócios com todas as etapas<br />

de funcionamento sendo seguidas à risca,<br />

com técnica, estudo de cenários, pesquisa<br />

de opinião e demais fatores importantes<br />

para uma programação eficiente”, opina a<br />

administradora de empresas, mestre em<br />

Gestão de Negócios e gestora de Orientação<br />

Empresarial do Sebrae em Pernambuco,<br />

Conceição Moraes.<br />

Ela indica algumas questões importantes,<br />

que devem ser observadas pelo<br />

empreendedor:<br />

• Qual a estratégia de canal virtual a ser<br />

tomada? Institucional, ou seja, para<br />

construir a imagem da sua empresa, ou<br />

em catálogo, para vendas ou revendas?<br />

• Para quem eu vou vender (situação<br />

econômica, classe social e nível de escolaridade<br />

precisam ser verificados)?<br />

• Facebook ou Orkut (depende do público<br />

que tenha o perfil do site e utiliza<br />

essas novas formas de comunicação)?<br />

• As compras devem ser coletivas (ajudam<br />

a conquistar clientes fiéis, mas as<br />

empresas precisam ser fiéis às ofertas<br />

anunciadas)?<br />

Serviço:<br />

Sebrae em Pernambuco<br />

www.pe.sebrae.com.br<br />

0800 570 0800


26 Políticas públicas Políticas públicas 27<br />

Menos burocracia<br />

e mais arrecadação<br />

Com recolhimento mensal, os optantes do Simples<br />

Nacional pagam impostos federais, estaduais<br />

e municipais em um único documento<br />

TEXTO LORENA ROCHA<br />

FOTO BERNARDO REBELLO (AGÊNCIA SEBRAE)<br />

A<br />

princípio, o nome pode causar<br />

impacto: Regime Especial Unificado<br />

de Arrecadação de Tributos<br />

e Contribuições devidos pelas Microempresas<br />

e Empresas de Pequeno Porte. No<br />

entanto, o “apelido” Supersimples traduz o<br />

que de melhor este regime trouxe para as<br />

MPE: a desburocratização. Criado pela Lei<br />

Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei<br />

Complementar 123/06), o Simples Nacional<br />

ou Supersimples, como é conhecido, é<br />

um sistema de tributação que unifica o recolhimento<br />

de tributos das três esferas do<br />

poder público, simplificando o pagamento<br />

de impostos para a micro e pequena empresa.<br />

Em vigor desde 2007, o regime representou<br />

uma mudança significativa na tributação<br />

brasileira, ao promover um tratamento<br />

diferenciado e favorecido aos pequenos negócios.<br />

Este ano, o Supersimples completou<br />

quatro anos e já atingiu a marca de 5,3<br />

milhões de empresas que aderiram ao regime<br />

especial, comprovando que tanto os<br />

empreendedores quanto os Estados podem<br />

ganhar com a arrecadação simplificada.<br />

Esse número de optantes representa<br />

86% do total das 5,9 milhões de micro e<br />

pequenas empresas brasileiras e 85% dos 6<br />

milhões de todas as empresas que existem<br />

no país. Desde quando iniciou a trajetória,<br />

época em que 1,3 milhão de empresas migraram<br />

do antigo Simples Federal, o número<br />

de adesões ao Simples Nacional só tem<br />

aumentado. Com a criação da figura jurídi-<br />

ca do Empreendedor Individual, em vigor<br />

no país desde 2009, o regime ganhou ainda<br />

mais impulso, somando o registro dos atuais<br />

1,6 milhão de formalizações por meio<br />

desta categoria ao número total de optantes.<br />

Até 2010, em Pernambuco, para recolher<br />

todos os impostos pelo Simples Nacional,<br />

as empresas tinham que ter uma receita<br />

bruta anual de R$ 1,8 milhão. Em janeiro<br />

deste ano, o limite foi ampliado e, atualmente,<br />

para ter direito à cobrança unificada dos<br />

seis tributos federais (IRPJ, IPI, PIS,Cofins,<br />

CSLL, INSS patronal) mais o ICMS estadual<br />

e o ISS municipal, as empresas pernambucanas<br />

devem ter uma receita bruta anual<br />

de R$ 2,4 milhões. Hoje, das 173.578 micro<br />

e pequenas empresas do Estado (Rais/MTE,<br />

2009), 144.195, até setembro, são optantes<br />

do Supersimples, o que representa 83% do<br />

total. Este número inclui os Empreendedores<br />

Individuais que, sozinhos, respondem<br />

por mais de 50 mil registros.<br />

Para o analista de Políticas Públicas<br />

do Sebrae em Pernambuco, Leonardo Carolino,<br />

os principais benefícios conquistados<br />

com a chegada desse regime são a<br />

simplificação na forma de pagamento de<br />

impostos e a desoneração tributária. “O<br />

Supersimples é o maior e melhor regime<br />

tributário do país. Além de reunir todos<br />

os impostos em uma única guia, a simplificação<br />

ajuda não só as MPE, mas também<br />

os profissionais contábeis e o poder<br />

público”, ressalta o analista.<br />

“O Supersimples demonstra o quanto<br />

é importante ter um ambiente legal favorável<br />

para o desenvolvimento das micro e<br />

pequenas empresas no Brasil, já que elas<br />

são 99% do total de empresas no país. Dois<br />

anos depois, a mesma lei gerou a figura do<br />

Empreendedor Individual, uma nova categoria<br />

de empresários brasileiros, também<br />

com tratamento tributário adequado ao<br />

seu faturamento”, reforça o presidente do<br />

Sebrae Nacional, Luiz Barretto.<br />

Bom para o empreendedor,<br />

bom para o Estado<br />

O presidente Luiz Barretto destaca ainda<br />

os impactos positivos do sistema também<br />

para os governos. “Ao mesmo tempo<br />

em que as micro e pequenas empresas foram<br />

favorecidas, houve um aumento exponencial<br />

da arrecadação do governo federal,<br />

Estados e municípios. Portanto, é um sistema<br />

onde todos ganham”, aponta. Barretto<br />

reforça as informações com números que<br />

mostram o aumento registrado de 2007 a<br />

2010. Na União, a arrecadação com impostos<br />

incluídos no Supersimples cresceu 51%;<br />

nos Estados, foi 253% maior com o ICMS;<br />

nos municípios, o ISS cresceu 375%.<br />

Em 2010, a distribuição de ISS<br />

para o Recife chegou ao valor de R$<br />

23.603.904,28. Em Pernambuco, a arrecadação<br />

de ICMS atingiu, também em 2010,<br />

R$ 176.321.338,13. Isto prova que a redu-<br />

ção na carga tributária e a simplificação de<br />

procedimentos contribuem para estimular<br />

o crescimento das MPE, e ainda reduzir a<br />

informalidade e incentivar o desenvolvimento<br />

da economia.<br />

“O consequente fortalecimento dos pequenos<br />

negócios traz a dinamização das economias<br />

locais, a regularização das relações<br />

de trabalho e a geração de mais e melhores<br />

empregos, que promovem a distribuição de<br />

renda”, avalia o gerente de Políticas Públicas<br />

do Sebrae, Bruno Quick. Com a formalização<br />

das empresas, há estímulo para uma<br />

maior organização dos espaços públicos, segurança<br />

da população e ampliação das receitas<br />

tributárias, que somente no Supersimples<br />

saíram de R$ 24 bilhões, em 2008, para R$ 35<br />

bilhões, em 2010. Para os municípios, houve<br />

crescimento de R$ 1,6 bilhão para R$ 2,6 bilhões<br />

no mesmo período.<br />

O gerente destaca os benefícios do sistema,<br />

além da simplificação e das medidas<br />

tributárias. “A preferência de participação<br />

das pequenas e micro empresas nas compras<br />

governamentais, cuja participação,<br />

só para o governo federal, cresceu de R$<br />

2,6 bilhões, em 2006, para R$ 15,9 bilhões,<br />

em 2010.” Ele ressalta a possibilidade dos<br />

empresários receberem uma orientação da<br />

fiscalização, antes de serem multados, em<br />

uma primeira visita à empresa, quando<br />

houver uma falha. “Enfim, isto representa<br />

mais estímulo à formalização, competitividade<br />

e desenvolvimento”.<br />

Mudança traz perspectiva<br />

de crescimento<br />

P<br />

ara dar oportunidade a uma parcela maior de micro e pequenas<br />

empresas brasileiras se inserirem na formalidade e no sistema simplificado,<br />

o Projeto de Lei Complementar 591/10 propõe elevar o<br />

limite de faturamento das MPE para que elas possam se enquadrar no Supersimples.<br />

A mudança foi aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado,<br />

mas aguarda a sanção da presidente Dilma Rousseff, para então se tornar lei.<br />

Para as microempresas, a proposta é que o valor do teto da receita bruta<br />

anual passe dos atuais R$ 240 mil para R$ 360 mil. Já para as empresas de<br />

pequeno porte, o valor aumenta de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões. O<br />

texto do projeto inclui ainda o Empreendedor Individual, que terá a receita<br />

elevada de R$ 36 mil para R$ 60 mil, segundo anúncio da presidente. Com<br />

isso, mais de 5,2 milhões de empreendedores serão beneficiados.<br />

Entre outros benefícios, o projeto de lei autoriza também que débitos do<br />

Simples possam ser parcelados, para que o empresário não tenha que sair do<br />

sistema por dívidas. Além disso, com o projeto, as empresas que exportam<br />

poderão duplicar o faturamento, pois além do limite de R$ 3,6 no mercado<br />

interno, poderão exportar até o valor equivalente a R$ 3,6 milhões. Com a<br />

aprovação do governo para o aumento dos valores, a expectativa dos parlamentares<br />

é que o projeto seja aprovado com mais facilidade e entre em vigor<br />

a partir de 2012.<br />

“O projeto amplia e melhora ainda mais o Simples Nacional e a Lei Geral<br />

da MPE, trazendo mais competitividade e negócios para as empresas, desenvolvimento<br />

e arrecadação para o país, os Estados e os municípios, e prosperidade,<br />

emprego e renda”, aposta Bruno Quick. Para o analista Leonardo Carolino,<br />

essas mudanças tendem a melhorar e a fazer com que mais empresas<br />

possam usufruir dos benefícios deste regime especial para as MPE.


28 Negócios Negócios 29<br />

Agrinordeste exibe força do<br />

agronegócio pernambucano<br />

Realizado no Centro de Convenções de Pernambuco,<br />

o evento atraiu público acima de cinco mil pessoas TEXTO ANDERSON LIMA<br />

FOTO RODRIGO MOREIRA<br />

R<br />

ealizada em três dias, entre o fim<br />

de agosto e o início de setembro,<br />

a 19ª edição do Agrinordeste –<br />

Seminário sobre a Modernização do Setor<br />

Primário da Economia Nordestina, que<br />

apresentou uma importante mostra dos<br />

diferentes setores que formam o segmento<br />

do agronegócio em Pernambuco. “O Agrinordeste<br />

contempla todos os setores do<br />

segmento agropecuário da região e nos traz<br />

ainda as perspectivas desse mercado para<br />

os próximos anos”, afirma Pio Guerra, presidente<br />

do Conselho Deliberativo Estadual<br />

do Sebrae. “Um evento desses tem algumas<br />

faces, como a de informação tecnológica,<br />

a comercial e a das novas oportunidades<br />

de negócios, além de servir como um momento<br />

de confraternização”, completa Pio<br />

Guerra. Sua relevância foi medida a partir<br />

da atração de um público estimado em<br />

mais de cinco mil pessoas. Isto sem falar<br />

na geração de negócios gerados durante a<br />

Mostra de Produtos Agropecuários - cerca<br />

de 30% a mais do que o volume registrado<br />

no ano passado.<br />

“A 19ª edição do Agrinordeste vem<br />

para garantir que este é um evento que<br />

encontrou a sua importância no cenário<br />

local. Exibe a notável variedade do setor<br />

de agricultura pernambucano e também o<br />

setor de lácteos, que vem tendo um crescimento<br />

muito grande”, afirma Roberto<br />

Castelo Branco, superintendente do Sebrae<br />

em Pernambuco. Fazendo jus ao fato de<br />

ser o maior seminário na área de agropecuária<br />

do país, o Agrinordeste promoveu<br />

diversos momentos para que especialistas<br />

de vários Estados pudessem debater temas<br />

de interesse para estudantes e profissionais<br />

envolvidos na atividade rural e seus vários<br />

segmentos. Alguns desses temas foram<br />

agroenergia, fruticultura e turismo rural,<br />

entre outros.<br />

Ocupando uma área de 720m² do pavilhão<br />

de eventos do Centro de Convenções<br />

de Pernambuco, o evento colocou o<br />

público em contato com produtos como<br />

mel, vinho, café orgânico, artesanato e<br />

artigos de couro, entre outros, que foram<br />

expostos e comercializados na Mostra<br />

de Produtos Agropecuários. Foi possível<br />

ainda conferir novos produtos e tecnologias<br />

do setor de laticínios por meio<br />

do Show de Lácteos, uma vitrine para os<br />

principais produtores de laticínios do Estado,<br />

que ainda participaram do segundo<br />

Concurso de Queijos.<br />

Um dos apoiadores do Agrinordeste,<br />

o Sebrae em Pernambuco atuou na organização<br />

de caravanas de produtores rurais<br />

de todas as regiões do Estado e também<br />

de grupos de empresários do setor<br />

de mercadinhos, padarias e restaurantes.<br />

Profissionais de cafeterias e delicatessens<br />

também estiverem presentes. A entidade<br />

mobilizou ainda empresas participantes<br />

do Show de Lácteos e da Mostra de<br />

Produtos Agropecuários, além de ter<br />

participado do evento com um estande<br />

institucional, no qual era possível conhecer<br />

seus diversos produtos e as várias<br />

publicações lançadas sob o selo Sebrae.<br />

“Desde a primeira edição, o Sebrae tem<br />

apoiado este evento e feito um trabalho<br />

com total dedicação, no sentido de ampliar<br />

a produção do agronegócio regional”,<br />

afirma Aloísio Ferraz, diretor técnico<br />

do Sebrae em Pernambuco.<br />

Café com mel<br />

Dentro dessa infinidade de produtos<br />

e novas tecnologias, eram necessários<br />

apenas poucos passos para percorrer<br />

<strong>grandes</strong> distâncias no mapa do agronegócio<br />

pernambucano. Dentro da Mostra<br />

de Produtos Agropecuários, no setor de<br />

apicultura, por exemplo, o dourado do<br />

mel abrilhantava a recente conquista da<br />

Associação de Apicultores de Bodocó. A<br />

entidade responde agora como a primeira<br />

do Sertão do Araripe a possuir o registro<br />

do Ministério da Agricultura relativo ao<br />

Sistema de Inspeção Federal.<br />

A conquista, que beneficia as 60 famílias<br />

que compõem a associação, foi<br />

possível graças ao trabalho desenvolvido<br />

pelo Sebrae em Pernambuco, envolvendo<br />

consultorias gerenciais e tecnológicas em<br />

um trabalho que durou em torno de um<br />

ano. O início da atuação do Sebrae junto<br />

ao grupo, no entanto, data de 2004. “No<br />

decorrer desse trabalho, tivemos várias<br />

conquistas. Os apiários eram rústicos e<br />

agora estão organizados”, afirma Romildo<br />

Menezes, coordenador da associação, que<br />

existe desde 1999. “No início não tínhamos<br />

nada. Hoje temos uma equipe treinada<br />

para trabalhar dentro de um processo<br />

de produção, para evitar a contaminação<br />

dos produtos”, explica o apicultor.<br />

Graças à conquista, os apicultores poderão<br />

fracionar sua produção e vendê-la<br />

para além das fronteiras pernambucanas.<br />

Antes o mel era entregue a atravessadores,<br />

que ficavam com boa parte dos lucros. A<br />

certificação é benéfica também para a área<br />

em que a associação está inserida. Para se ter<br />

uma ideia, a região do Araripe – mais o município<br />

de Parnamirim – responde por 69%<br />

de todo o mel produzido em Pernambuco.<br />

De Bodocó e seus apiários para Taquaritinga<br />

do Norte e seus cafezais cultivados à<br />

sombra dos remanescentes da Mata Atlântica<br />

foram necessários apenas alguns passos.<br />

No setor de cafeicultura da mostra, o café<br />

Yaguara ecológico atraía a atenção dos visitantes<br />

por suas qualidades especiais. “Nossa<br />

filosofia é que café é igual a vinho. Até muito<br />

mais complexo. Por isso, temos o cuidado<br />

de que, quando ele chegar ao consumidor,<br />

seja um produto de alta qualidade”, afirma<br />

Frances de Pontes Peebles, diretora do empreendimento<br />

que está sendo beneficiado<br />

pelo Projeto Cafés Especiais de Pernambuco,<br />

cuja proposta é transformar o café cultivado<br />

no Estado de simples commodity em<br />

um produto que atenda às expectativas de<br />

um público que busca um café do tipo gourmet.<br />

“Fizemos pesquisas e identificamos<br />

que existe mercado para este produto no<br />

Estado. Pernambuco, principalmente a região<br />

de Taquaritinga do Norte e Garanhuns,<br />

reúne condições de clima e solo para conquistar<br />

essa classificação”, revela Alexandre<br />

Alves, gerente de Agronegócios do Sebrae<br />

em Pernambuco.<br />

Além de produzir um café do tipo gourmet,<br />

a Yaguara trabalha com o conceito de<br />

fazenda autossustentável, uma vez que o<br />

adubo utilizado nos cafezais é produzido na<br />

própria fazenda, onde também são criados<br />

porcos e cultivadas árvores frutíferas. O café<br />

é exportado para o Japão e comercializado<br />

nos Estados de Pernambuco e Alagoas, podendo<br />

ser encontrado também na xícara de<br />

consumidores de São Paulo.<br />

Dobrando a esquina, o município de<br />

Floresta se fazia presente com a Pele de<br />

Floresta/Curtume Luiza Gomes, com sandálias<br />

de couro de caprino e bolsas. Com<br />

uma produção de 100 mil peles por mês,<br />

o empreendimento emprega 150 profissionais<br />

e se prepara para ampliar suas atividades<br />

por meio da abertura de uma fábrica<br />

no município de Timbaúba. A iniciativa<br />

visa ainda a agregar valor à produção e,<br />

com isso, deixar divisas aqui no Estado.<br />

Atualmente, parte da produção é vendida<br />

para São Paulo e parte para o Rio Grande<br />

do Sul. “Esta feira é importante para<br />

festejar resultados positivos, expor nossos<br />

produtos e fazer contatos”, explica Adriano<br />

Ferraz Gomes, um dos nomes à frente<br />

do empreendimento que tem recebido o<br />

acompanhamento do Sebrae em Pernambuco<br />

desde os primeiros passos.<br />

Queijo e leite<br />

No 9º Show de Lácteos, o município<br />

de Pesqueira foi representado pela Laticínios<br />

Ventura, fundada no ano de 1998. Sua<br />

produção envolve queijo de manteiga e de<br />

coalho, além de bebida láctea, entre outros<br />

itens. “Com o apoio do Sebrae, fizemos<br />

cursos, nos aperfeiçoamos e percebemos<br />

que poderíamos agregar valor aos nossos<br />

produtos”, afirma Rosinete Santana, gerente<br />

administrativa da empresa que conquistou,<br />

no Show de Lácteos, a segunda e<br />

terceira colocações, respectivamente, nas<br />

categorias Queijo de Manteiga e Prêmio<br />

Inovação. “Além disso, com a qualificação<br />

e as consultorias, tivemos a visão da importância<br />

de vender para mercados dife-<br />

rentes”, completa. A Ventura faz negócios<br />

tanto em municípios como Cachoeirinha,<br />

como na região do Grande Recife.<br />

Também no Show de Lácteos, a Metalúrgica<br />

Brotas exibiu seus equipamentos em<br />

aço inoxidável para laticínios e a indústria<br />

de alimentos. Fundado em 1989, no município<br />

de Afogados da Ingazeira, o empreendimento<br />

entrou na área de laticínios há<br />

poucos anos, por intermédio do Sebrae em<br />

Pernambuco. “Sem o apoio do Sebrae, eu<br />

estaria funcionando, mas não com o sucesso<br />

que tenho hoje”, reconhece o eletrotécnico<br />

Ruben José do Nascimento, proprietário<br />

da empresa que emprega dez profissionais e<br />

faz negócios em Pernambuco, Alagoas, Maranhão,<br />

Sergipe, Paraíba e Bahia.<br />

Os campeões:<br />

Categoria: Queijo de Coalho Tipo “A”<br />

Venturosa Indústria e Comércio de Laticínios e<br />

Derivados Ltda<br />

Marca: Produtos Venturosa<br />

Cidade: Venturosa/PE<br />

Categoria: Queijo de Coalho Tipo “B”<br />

Nutriflora<br />

Marca: Cia da Coalhada<br />

Cidade: Camocim de São Félix/PE<br />

Categoria: Queijo de Manteiga<br />

Queijaria Vale Lac<br />

Marca:.Vale Lac<br />

Cidade: Pedra/PE<br />

Categoria: Prêmio Inovação<br />

Queijaria Rio Branco. Produtos Rio Branco.<br />

Produto: Queijo De Coalho Maturado.<br />

Cidade: Arco Verde – PE<br />

Mais informações sobre os vencedores do concurso<br />

na Internet (www.pe.agenciasebrae.com.br).


30<br />

Notas<br />

L<br />

Conecte seu negócio<br />

ançado por meio de uma parceria<br />

entre Sebrae, Google, HP e Yola,<br />

o Programa Conecte seu Negó-<br />

cio pretende ajudar mais de 5 milhões de<br />

pequenos empreendimentos a se conectarem<br />

à Internet. A ferramenta busca facilitar<br />

e ampliar a inserção de empresários<br />

brasileiros no ambiente da Web. O programa<br />

contempla a criação, o design e a<br />

hospedagem do website de forma gratuita.<br />

A partir do site www.conecteseunegocio.<br />

com.br, o empresário pode checar se o<br />

domínio desejado está disponível. Feito<br />

isso, basta registrar a empresa por meio<br />

do CPF/CNPJ e preencher o formulário<br />

com os dados. Começa então a fase da<br />

construção do website: com o uso da ferramenta<br />

da parceira Yola, o usuário poderá<br />

escolher diversas opções de layout,<br />

formatação de página, inserção de fotos e<br />

conteúdo. A ferramenta possibilita a criação<br />

de e-commerce, quando necessário.<br />

Cafés<br />

especiais<br />

P ernambuco<br />

é considerado<br />

o segundo maior<br />

produtor de café do<br />

Nordeste, com cerca<br />

de 4.800 hectares<br />

cultivados, o que<br />

gera, anualmente, R$ 8,5 milhões em vendas<br />

de café em grãos. Apesar dos números,<br />

a produção local corresponde a apenas<br />

10% de todo o café consumido no Estado.<br />

Atento a esta realidade, o Sebrae iniciou,<br />

este ano, um novo projeto para apoiar a cadeia<br />

produtiva do café em Pernambuco. O<br />

projeto abrange seis municípios do Agres-<br />

te do Estado e leva aos cafeicultores ações<br />

como consultoria, capacitação, concurso<br />

de qualidade para promover e valorizar a<br />

produção pernambucana, palestras e seminários<br />

com especialistas do setor. Será re-<br />

alizado ainda um estudo visando à implementação<br />

do Selo de Indicação Geográfica<br />

para o café especial do Agreste de Pernambuco,<br />

o qual indica aos consumidores onde<br />

o café foi produzido.<br />

Selo branco<br />

D<br />

urante a edição da Expogesso<br />

deste ano, no município de<br />

Trindade, o Sebrae em Pernambuco<br />

assinou um termo de parceria técnica<br />

com o Sindicato da Indústria do Gesso<br />

(Sindusgesso) para aplicação de consultoria<br />

do Selo Branco em 11 empresas do<br />

polo gesseiro do Sertão do Araripe. A certificação,<br />

cujas normas de obtenção foram<br />

desenvolvidas pelo Instituto de Tecnologia<br />

de Pernambuco (Itep), prevê o enquadramento<br />

das empresas em critérios baseados<br />

nas normas técnicas dos produtos de gesso<br />

que tramitam na Associação Brasileira de<br />

Normas Técnicas (ABNT) e nos requisitos<br />

da ISO 9001 e 14000.<br />

SEI<br />

O<br />

Sebrae para Empreendedores Individuais<br />

(SEI) é o novo programa<br />

da entidade, composto por<br />

soluções que abordam temas básicos para<br />

gestão e fortalecimento dos negócios desta<br />

nova categoria de empreendedor. As sete<br />

temáticas são trabalhadas, gratuitamente,<br />

através de oficina presencial, cartilha,<br />

capacitação a distância via celular (SMS)<br />

e kit educativo. O participante escolhe de<br />

que forma quer receber a informação. Mais<br />

informações pelo telefone 0800 570 0800.<br />

A<br />

Concurso cultural<br />

s melhores oportunidades acontecem<br />

quando a criatividade se<br />

une ao conhecimento. Esta é a<br />

ideia do concurso cultural “Pernambuco,<br />

uma paixão por futebol”, promovido pelo<br />

Sebrae em Pernambuco e que está previsto<br />

entre as ações que serão realizadas dentro<br />

do Projeto Sebrae 2014. Serão premiadas<br />

criações na área das artes visuais (fotografia,<br />

pintura, gravura, desenho e escultura).<br />

Cada autor poderá inscrever até duas obras<br />

diferentes e inéditas, mediante o preenchimento<br />

de um formulário de inscrição disponível<br />

na sede do Sebrae. O documento<br />

poderá ser obtido também no site da instituição<br />

(www.pe.sebrae.com.br). As inscrições<br />

já estão abertas até 30 de abril de 2012<br />

e são gratuitas.<br />

Mel certificado<br />

O<br />

Ministério da<br />

Agricultura concedeu<br />

o selo do<br />

Serviço de Inspeção Federal<br />

(SIF) à Associação de Apicultores<br />

de Bodocó, a 653km da<br />

capital pernambucana, beneficiando<br />

com o ato 60 famílias que vivem<br />

da atividade. Com o certificado, os apicultores<br />

poderão fracionar sua produção e comercializá-la<br />

para outros Estados do país.<br />

Este é o primeiro selo do tipo conquistado<br />

pela região do Araripe, maior produtora de<br />

mel do Estado. De 1999 a 2009, Pernambuco<br />

foi um dos Estados a apresentar maior<br />

crescimento na atividade no país, respondendo<br />

por mais de 10% do mel produzido<br />

no Nordeste – em 1999, esta participação<br />

era de apenas 3,63%. No Estado, o Sertão<br />

foi a região que se sobressaiu, com uma<br />

produção de 1.428 toneladas, em 2009.

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