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a bricolage como processo de criação na música ... - Demac; UFU.

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Objetos que valorizamos <strong>como</strong> sendo <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da forma po<strong>de</strong>m ser usados com<br />

o propósito <strong>de</strong> chocar e criar novos significados.<br />

Nesse contexto, <strong>bricolage</strong> foi inicialmente utilizado <strong>na</strong> sociologia da religião por<br />

Thomas Luckmann (1967), si<strong>na</strong>lizando a individualização religiosa: as pessoas<br />

“escolhem” em que acreditar, selecio<strong>na</strong>ndo as suas práticas religiosas e opções éticas<br />

favoritas. Esse fenômeno já foi <strong>de</strong>finido <strong>como</strong> “religião à la carte”, porque o indivíduo<br />

ignora o conjunto <strong>de</strong> aspectos referentes a uma crença específica, e em sua procura<br />

mescla elementos <strong>de</strong> diferentes práticas religiosas.<br />

Po<strong>de</strong>r-se-ia então interpretar <strong>bricolage</strong> <strong>como</strong> a <strong>criação</strong> <strong>de</strong> um objeto através da<br />

junção <strong>de</strong> outros objetos pré-existentes, que já têm funções específicas. Na <strong>música</strong>, o<br />

termo é novo, e <strong>de</strong> significado amplo, por ser uma adaptação das <strong>de</strong>finições já<br />

explicadas.<br />

O presente trabalho objetiva pesquisar <strong>como</strong> esse conceito adquire relevância <strong>na</strong><br />

<strong>criação</strong> musical a partir do século XX, mais especificamente <strong>na</strong> <strong>música</strong> popular, e<br />

propor formas <strong>de</strong> compreensão do <strong>processo</strong> <strong>de</strong> <strong>bricolage</strong> tanto <strong>como</strong> ferramenta <strong>de</strong><br />

<strong>criação</strong> quanto análise musicais. Nesse sentido serão abordadas quatro possibilida<strong>de</strong>s:<br />

1 o - Uso <strong>de</strong> <strong>bricolage</strong> <strong>na</strong> <strong>criação</strong> <strong>de</strong> uma obra, com o propósito referencial. O material<br />

“bricolado” é adaptado para fazer sentido no novo contexto. A obra recém-criada e o<br />

material pré-existente nela utilizado têm similarida<strong>de</strong>s, que po<strong>de</strong>m estar <strong>na</strong> sonorida<strong>de</strong>,<br />

no conceito, <strong>na</strong> temática, ou em qualquer outro aspecto que o bricoleur consi<strong>de</strong>rar<br />

relevante. O uso da <strong>bricolage</strong> tem o propósito <strong>de</strong> enfatizar essas similarida<strong>de</strong>s.<br />

Ex: Pelo Telefone, <strong>de</strong> Donga e Mauro <strong>de</strong> Almeida, gravada em 1916 por Bahiano;<br />

Pela Internet, <strong>de</strong> Gilberto Gil, lançada em 1997 em CD single promocio<strong>na</strong>l, em<br />

seguida através da internet e posteriormente no disco Quanta Gente Veio Ver.<br />

Início da canção <strong>de</strong> Donga (transposto para Dó maior):<br />

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