A comemoração de datas histórico-culturais e religiosas na ... - Uesc
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A construção <strong>de</strong> um outro paradigma faz necessário <strong>de</strong>vido ao surgimento das<br />
novas <strong>de</strong>mandas sociais, da heterogeneida<strong>de</strong> e da multiculturalida<strong>de</strong> proveniente da<br />
Nova Or<strong>de</strong>m Mundial, a globalização. Desta forma, as <strong>datas</strong> comemorativas <strong>na</strong> escola<br />
passam a representar uma nova mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, ou seja, transitam da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />
“sólida” para a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> “líquida” como bem <strong>de</strong>fine Zigmunt Bauman em sua obra<br />
“Mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> Líquida”. “A mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> sólida foi a era da conquista territorial. A<br />
riqueza e o po<strong>de</strong>r estavam firmemente enraizadas ou <strong>de</strong>positadas <strong>de</strong>ntro da terra –<br />
volumosas, fortes e i<strong>na</strong>movíveis como os leitos <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro e <strong>de</strong> carvão”<br />
(BAUMAN, 2001, p. 132). Agora, nesta nova concepção, o homem <strong>de</strong>ve acompanhar a<br />
velocida<strong>de</strong> das informações que surgem a todo momento, do progresso tecnológico, do<br />
hibridismo cultural. É este segundo paradigma o responsável pelo surgimento da<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> sua respectiva fragmentação. A crise tor<strong>na</strong>-se a palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m neste<br />
momento, e muitas representações criam forças, as diferenças se acentuam como marcas<br />
<strong>de</strong>ste novo i<strong>de</strong>ário social, os espaços são <strong>de</strong>sterritorializados e <strong>de</strong>ssacralizados. Instala-<br />
se a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> líquida, um tempo <strong>de</strong> espaços possíveis, um multi-espaço on<strong>de</strong><br />
múltiplas culturas se integram numa relação <strong>de</strong> (<strong>de</strong>s)continuida<strong>de</strong> e ruptura com a<br />
representação fixada por antigas tradições, como bem afirma Bauman (2000, p.146)<br />
A <strong>de</strong>svalorização da imortalida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> senão anunciar uma<br />
rebelião cultural, <strong>de</strong>fensavelmente o marco mais <strong>de</strong>cisivo <strong>na</strong> história<br />
cultural huma<strong>na</strong>. A passagem do capitalismo pesado ao leve, da<br />
mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> sólida à fluida, po<strong>de</strong> vir a ser um ponto <strong>de</strong> inflexão mais<br />
radical e rico que o advento mesmo do capitalismo e da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>,<br />
vistos anteriormente como os marcos cruciais da história huma<strong>na</strong> [...]<br />
De fato, em toda história huma<strong>na</strong> o trabalho da cultura consistiu em<br />
peneirar e sedimentar duras sementes <strong>de</strong> perpetuida<strong>de</strong> a partir da<br />
<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>, e em assim transcen<strong>de</strong>r os limites impostos pela<br />
mortalida<strong>de</strong> huma<strong>na</strong>, utilizando homens e mulheres mortais a serviço<br />
da espécie huma<strong>na</strong> imortal.<br />
A escola como lugar <strong>de</strong> memória reflete esta crise, e <strong>de</strong>ve, à luz do novo<br />
paradigma, representar não mais o antigo sujeito, o sujeito “iluminista”, mas sim um<br />
sujeito pós-mo<strong>de</strong>rno, um sujeito <strong>de</strong> múltiplas culturas. A escola <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser um espaço<br />
reprodutor <strong>de</strong> discurso homogêneo, singular, monocultural para ser um espaço<br />
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