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A comemoração de datas histórico-culturais e religiosas na ... - Uesc

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eprodutor <strong>de</strong> discurso heterogêneo, polifônico, plural, multicultural, enfim um espaço<br />

dialógico.Enfim, o discurso <strong>de</strong> outrem se fortalece e integra outros discursos,<br />

interdiscursos, concretizando a teoria bakhtinia<strong>na</strong> do dialogismo 5 .<br />

4 História e memória <strong>na</strong> busca <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l a partir da<br />

celebração <strong>de</strong> <strong>datas</strong> cívicas e <strong>religiosas</strong> <strong>na</strong> escola: <strong>de</strong>ssacralização e <strong>de</strong>sconstrução<br />

A história é escrita e impessoal. A memória é história viva e vivida e permanece<br />

no tempo, renovando-se. A história viva é, portanto, o lugar da permanência e nela o<br />

<strong>de</strong>saparecimento das criações grupais é somente uma aparência. A memória não faz<br />

corte ou ruptura entre passado e presente porque retém “do passado somente aquilo que<br />

está vivo ou capaz <strong>de</strong> viver <strong>na</strong> consciência do grupo que a mantém” (HALBWACHS,<br />

1990, p. 81). As representações-vivências do passado são tantas quanto à existência dos<br />

grupos, renovando-se no espaço das vidas. As “lembranças estão localizadas no passado<br />

<strong>de</strong> forma estática. Elas são elementos intransparentes, individuais e per<strong>de</strong>m<br />

gradativamente seus pontos <strong>de</strong> referência no tênue horizonte entre passado e presente”<br />

(DIEHL, 2002, p. 116). Entretanto com a memória a coisa é diferente; “constitui-se <strong>de</strong><br />

um saber, formando tradições, caminhos – como ca<strong>na</strong>is <strong>de</strong> comunicação entre<br />

dimensões temporais –, ao invés <strong>de</strong> rastros e restos como no caso da lembrança (i<strong>de</strong>m,<br />

p. 116). Desta forma, a memória é constituída <strong>de</strong> elementos individuais e coletivos,<br />

possuidora <strong>de</strong> contextualida<strong>de</strong> e é possível ser atualizada historicamente.<br />

A <strong>comemoração</strong> <strong>na</strong>s escolas <strong>de</strong> <strong>datas</strong> históricas e <strong>religiosas</strong> também está ligada à<br />

cultura <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, que por sua vez, são compostas não ape<strong>na</strong>s <strong>de</strong> instituições <strong>culturais</strong>,<br />

mas também <strong>de</strong> símbolos e representações. Uma cultura <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l é um discurso – um<br />

modo <strong>de</strong> construir sentidos que influencia e organiza também nossas ações quanto à<br />

concepção que temos <strong>de</strong> nós mesmos. As culturas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, ao produzir sentidos sobre<br />

a “<strong>na</strong>ção”, sentidos com os quais po<strong>de</strong>mos nos i<strong>de</strong>ntificar, constroem i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s. Esses<br />

sentidos estão contidos <strong>na</strong>s estórias que são contadas sobre a <strong>na</strong>ção, memórias que<br />

conectam seu presente com o seu passado e imagens que <strong>de</strong>la são construídas. A<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> está profundamente envolvida nos processo <strong>de</strong> representação. Todas as<br />

5 Ver Brait,Beth (org.). BAKHTIN: dialogismo e construção <strong>de</strong> sentido, 2008<br />

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