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A comemoração de datas histórico-culturais e religiosas na ... - Uesc

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A tese da homogeneida<strong>de</strong>, da pureza e, principalmente, da propalada<br />

inviolabilida<strong>de</strong> e imutabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s serviu <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira política ao longo da<br />

história. Atualmente a heterogeneida<strong>de</strong> ocupa lugar no cenário social, sendo responsável<br />

pela construção <strong>de</strong> novas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s. E é através da representação que essas<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s são constantemente afirmadas, inventadas e reinventadas, conservando ou<br />

modificando sua cultura tradicio<strong>na</strong>l, <strong>de</strong>sterritorializando 9 e <strong>de</strong>ssacralizando,<br />

<strong>de</strong>sconstruindo e reconstruindo. Hobsbawm (2008, PP 19-20) nos diz que,<br />

quando as velhas tradições, juntamente com seus promotores e<br />

divulgadores institucio<strong>na</strong>is, dão mostras <strong>de</strong> haver perdido<br />

gran<strong>de</strong> parte da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação e da flexibilida<strong>de</strong>; ou<br />

quando são elimi<strong>na</strong>das <strong>de</strong> outras formas. Em suma, inventam-se<br />

novas tradições quando ocorrem transformações<br />

suficientemente amplas e rápidas tanto do lado da <strong>de</strong>manda<br />

quanto da oferta. [...] Também não <strong>de</strong>vemos esquecer a ruptura<br />

da continuida<strong>de</strong> que está às vezes bem visível, mesmo nos topoi<br />

da antiguida<strong>de</strong> genuí<strong>na</strong>. [...] Aliás, o próprio aparecimento <strong>de</strong><br />

movimentos que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a restauração das tradições, sejam<br />

eles ‘tradicio<strong>na</strong>listas’ ou não, já indica essa ruptura.<br />

Po<strong>de</strong>mos, então, enten<strong>de</strong>r que as <strong>datas</strong> comemoradas <strong>na</strong>s escolas não são<br />

meramente festejos surgidos do acaso, mas sim, costumes, culturas, histórias e<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s preservadas através da memória, do passado reconstruído pelo presente à<br />

luz das exigências da globalização. “A reorganização dos cenários <strong>culturais</strong> e os<br />

cruzamentos constantes das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s exigem investigar <strong>de</strong> outro modo as or<strong>de</strong>ns que<br />

sistematizam as relações materiais e simbólicas entre os grupos” (CANCLINI, 2008, p.<br />

309). Desta forma, fez-se uma nova leitura da representação das <strong>datas</strong> comemoradas no<br />

espaço escolar como um lugar <strong>de</strong> manifestação interdiscipli<strong>na</strong>r do conhecimento.<br />

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

9 “Desterritorializar. As buscas mais radicais sobre o que significa estar entrando e saindo da<br />

mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> são as dos que assumem as tensões entre <strong>de</strong>sterritorialização. Com isso, refiro-me a dois<br />

processos: a perda da relação ‘<strong>na</strong>tural’ da cultura com os territórios geográficos e sociais e, ao mesmo<br />

tempo, certas relocalizações territoriais relativas, parciais, das velhas e novas produções simbólicas”<br />

(CANCLINI, 2008, p. 309).<br />

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