Interdisciplinaridade: elo entre o Ensino de Matemática e a ... - CIMM
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<strong>Interdisciplinarida<strong>de</strong></strong>: <strong>elo</strong> <strong>entre</strong> o <strong>Ensino</strong> <strong>de</strong> <strong>Matemática</strong> e a Construção Civil<br />
Becker (2001), apoia a i<strong>de</strong>ia assinalada acima a respeito <strong>de</strong> práticas baseadas na<br />
memorização, na qual, segundo o autor,<br />
“[...] tudo que o aluno tem a fazer é submeter-se à fala do professor: ficar em<br />
silêncio, prestar atenção, ficar quieto e repetir tantas vezes quantas forem<br />
necessárias, escrevendo, lendo, etc., até a<strong>de</strong>rir em sua mente, o que o professor<br />
<strong>de</strong>u” (Becker, 2001, p.18).<br />
Para Vasconcellos (2004), algumas das práticas pedagógicas atuais, são caracterizadas p<strong>elo</strong><br />
ensino "blá-blá-blante", salivante, sem sentido para o educando, meramente transmissora,<br />
passiva, a-crítica, <strong>de</strong>svinculada da realida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>scontextualizada. Nesta perspectiva, o ensino é<br />
visto como um procedimento mecânico que apresenta mais tendências à memorização do que à<br />
compreensão, <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> significados para o aluno. Já a aprendizagem, <strong>de</strong> acordo com o<br />
autor, é concebida como um acúmulo <strong>de</strong> conhecimentos, on<strong>de</strong> os conteúdos são “impostos” e<br />
não mediados.<br />
Neste sentido, corroboramos o pensamento <strong>de</strong>stes autores e percebemos que atualmente, a<br />
concepção <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> <strong>Matemática</strong> é adotada como um fazer pedagógico que legitima um<br />
mod<strong>elo</strong> <strong>de</strong> formação para a alienação, a submissão, o não pensar, o não questionar, <strong>de</strong>ixando<br />
sujeito aquém das necessida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong>. Por esse viés, enten<strong>de</strong>mos que é necessária uma<br />
urgente mudança <strong>de</strong> paradigma dos professores, isto é, que os docentes rompam com<br />
metodologias fundamentadas simplesmente na reprodução e na mera transmissão <strong>de</strong> conteúdos<br />
<strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> significados, e que busquem metodologias compatíveis com as suas realida<strong>de</strong>s.<br />
Desta forma, acreditamos que a interdisciplinarida<strong>de</strong> no contexto da educação, surge como<br />
um processo metodológico que po<strong>de</strong> colaborar frente a casos <strong>de</strong> reprovações, <strong>de</strong> fracasso escolar<br />
e até mesmo <strong>de</strong> evasão escolar. Além disso, enten<strong>de</strong>mos que adotando essa linha pedagógica é<br />
possível favorecer a visualização e a compreensão <strong>de</strong> diferentes conceitos matemáticos, po<strong>de</strong>ndo<br />
potencializar a criativida<strong>de</strong> bem como a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção e produção <strong>de</strong> conhecimentos<br />
matemáticos dos alunos.<br />
Assim, buscamos estabelecer um diálogo com a literatura sobre interdisciplinarida<strong>de</strong> para<br />
sustentar teoricamente nossa proposta. Percebemos nas produções disponíveis que trata-se <strong>de</strong> um<br />
tema com um campo muito amplo <strong>de</strong> significações e formas <strong>de</strong> operacionalização, as quais não<br />
chegam a alterar o cerne <strong>de</strong> seu significado. Via <strong>de</strong> regra, conforme Pereira (2007), a palavra<br />
interdisciplinarida<strong>de</strong> aparece articulada à ligação e integração <strong>de</strong> saberes como forma <strong>de</strong> superar<br />
a dispersão e fragmentação do conhecimento, conforme a visão <strong>de</strong> alguns autores que<br />
apresentamos a seguir.<br />
Para Fazenda (1995), a interdisciplinarida<strong>de</strong> caracteriza-se “[...] pela intensida<strong>de</strong> das trocas<br />
<strong>entre</strong> os especialistas e pela integração das disciplinas num mesmo projeto <strong>de</strong> pesquisa” (p. 31).<br />
Além disso, Lenoir e Larose (1998) afirmam que o tema interdisciplinarida<strong>de</strong> coloca<br />
“[...] em relação duas ou várias disciplinas escolares que, nos níveis curricular,<br />
didático e pedagógico, conduzindo ao estabelecimento <strong>de</strong> ligações <strong>de</strong><br />
completarida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> cooperação, <strong>de</strong> interpretações ou <strong>de</strong> ações recíprocas <strong>entre</strong><br />
si, sob diversos aspectos (objetos <strong>de</strong> estudos, conceitos e noções, etapas <strong>de</strong><br />
aprendizagens, habilida<strong>de</strong>s técnicas, etc.), com vistas a favorecer a integração<br />
das aprendizagens e dos saberes junto aos alunos” (p. 55).<br />
No mesmo contexto, Zabala (2002) ao analisar o tema interdisciplinarida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>fine como<br />
sendo uma prática que<br />
XIII CIAEM-IACME, Recife, Brasil, 2011.<br />
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