06.07.2013 Views

Biografia de Fernando Pessoa - Clientes Netvisao

Biografia de Fernando Pessoa - Clientes Netvisao

Biografia de Fernando Pessoa - Clientes Netvisao

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Biografia</strong> <strong>de</strong> <strong>Fernando</strong> <strong>Pessoa</strong><br />

Escritor português, nasceu a 13 <strong>de</strong> Junho, numa casa do Largo <strong>de</strong> São Carlos, em<br />

Lisboa. Aos cinco anos morreu-lhe o pai, vitimado pela tuberculose, e, no ano seguinte,<br />

o irmão, Jorge. Devido ao segundo casamento da mãe, em 1896, com o cônsul<br />

português em Durban, na África do Sul, viveu nesse país entre 1895 e 1905, aí<br />

seguindo, no Liceu <strong>de</strong> Durban, os estudos secundários.<br />

Frequentou, durante um ano, uma escola comercial e a Durban High School e concluiu,<br />

ainda, o «Intermediate Examination in Arts», na Universida<strong>de</strong> do Cabo (on<strong>de</strong> obteve o<br />

«Queen Victoria Memorial Prize», pelo melhor ensaio <strong>de</strong> estilo inglês), com que<br />

terminou os seus estudos na África do Sul. No tempo em que viveu neste país, passou<br />

um ano <strong>de</strong> férias (entre 1901 e 1902), em Portugal, tendo residido em Lisboa e viajado<br />

para Tavira, para contactar com a família paterna, e para a Ilha Terceira, on<strong>de</strong> vivia a<br />

família materna. Já nesse tempo redigiu, sozinho, vários jornais, assinados com<br />

diferentes nomes.<br />

De regresso <strong>de</strong>finitivo a Lisboa, em 1905, frequentou, por um período breve (1906-<br />

1907), o Curso Superior <strong>de</strong> Letras. Após uma tentativa falhada <strong>de</strong> montar uma<br />

tipografia e editora, «Empresa Íbis — Tipográfica e Editora», <strong>de</strong>dicou-se, a partir <strong>de</strong><br />

1908, e a tempo parcial, à tradução <strong>de</strong> correspondência estrangeira <strong>de</strong> várias casas<br />

comerciais, sendo o restante tempo <strong>de</strong>dicado à escrita e ao estudo <strong>de</strong> filosofia (grega e<br />

alemã), ciências humanas e políticas, teosofia e literatura mo<strong>de</strong>rna, que assim<br />

acrescentava à sua formação cultural anglo-saxónica, <strong>de</strong>terminante na sua<br />

personalida<strong>de</strong>.<br />

Em 1920, ano em que a mãe, viúva, regressou a Portugal com os irmãos e em que<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pessoa</strong> foi viver <strong>de</strong> novo com a família, iniciou uma relação sentimental com


Ophélia Queiroz (interrompida nesse mesmo ano e retomada, para rápida e<br />

<strong>de</strong>finitivamente terminar, em 1929) testemunhada pelas Cartas <strong>de</strong> Amor <strong>de</strong> <strong>Pessoa</strong>,<br />

organizadas e anotadas por David Mourão-Ferreira, e editadas em 1978. Em 1925,<br />

ocorreria a morte da mãe. <strong>Fernando</strong> <strong>Pessoa</strong> viria a morrer uma década <strong>de</strong>pois, a 30 <strong>de</strong><br />

Novembro <strong>de</strong> 1935 no Hospital <strong>de</strong> S. Luís dos Franceses, on<strong>de</strong> foi internado com uma<br />

cólica hepática, causada provavelmente pelo consumo excessivo <strong>de</strong> álcool.<br />

Levando uma vida relativamente apagada, movimentando-se num círculo restrito <strong>de</strong><br />

amigos que frequentavam as tertúlias intelectuais dos cafés da capital, envolveu-se nas<br />

discussões literárias e até políticas da época. Colaborou na revista A Águia, da<br />

Renascença Portuguesa, com artigos <strong>de</strong> crítica literária sobre a nova poesia portuguesa,<br />

imbuídos <strong>de</strong> um sebastianismo animado pela crença no surgimento <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> poeta<br />

nacional, o «super-Camões» (ele próprio?). Data <strong>de</strong> 1913 a publicação <strong>de</strong> «Impressões<br />

do Crepúsculo» (poema tomado como exemplo <strong>de</strong> uma nova corrente, o paúlismo,<br />

<strong>de</strong>signação advinda da primeira palavra do poema) e <strong>de</strong> 1914 o aparecimento dos seus<br />

três principais heterónimos, segundo indicação do próprio <strong>Fernando</strong> <strong>Pessoa</strong>, em carta<br />

dirigida a Adolfo Casais Monteiro, sobre a origem <strong>de</strong>stes.<br />

Em 1915, com Mário <strong>de</strong> Sá-Carneiro (seu dilecto amigo, com o qual trocou intensa<br />

correspondência e cujas crises acompanhou <strong>de</strong> perto), Luís <strong>de</strong> Montalvor e outros<br />

poetas e artistas plásticos com os quais formou o grupo «Orpheu», lançou a revista<br />

Orpheu, marco do mo<strong>de</strong>rnismo português, on<strong>de</strong> publicou, no primeiro número, Opiário<br />

e O<strong>de</strong> Triunfal, <strong>de</strong> Campos, e O Marinheiro, <strong>de</strong> <strong>Pessoa</strong> ortónimo, e, no segundo, Chuva<br />

Oblíqua, <strong>de</strong> <strong>Fernando</strong> <strong>Pessoa</strong> ortónimo, e a O<strong>de</strong> Marítima, <strong>de</strong> Campos. Publicou, ainda<br />

em vida, Antinous (1918), 35 Sonnets (1918), e três séries <strong>de</strong> English Poems<br />

(publicados, em 1921, na editora Olisipo, fundada por si). Em 1934, concorreu com<br />

Mensagem a um prémio da Secretaria <strong>de</strong> Propaganda Nacional, que conquistou na<br />

categoria B, <strong>de</strong>vido à reduzida extensão do livro. Colaborou ainda nas revistas Exílio<br />

(1916), Portugal Futurista (1917), Contemporânea (1922-1926, <strong>de</strong> que foi co-director e<br />

on<strong>de</strong> publicou O Banqueiro Anarquista, conto <strong>de</strong> raciocínio e <strong>de</strong>dução, e o poema Mar<br />

Português), Athena (1924-1925, igualmente como co-director e on<strong>de</strong> foram publicadas<br />

algumas o<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Ricardo Reis e excertos <strong>de</strong> poemas <strong>de</strong> Alberto Caeiro) e Presença.


Figura cimeira da literatura portuguesa e da poesia europeia do século XX, se o seu<br />

virtuosismo é, sobretudo inicialmente, uma forma <strong>de</strong> abalar a socieda<strong>de</strong> e a literatura<br />

burguesas <strong>de</strong>crépitas (nomeadamente através dos seus «ismos»: paúlismo,<br />

interseccionismo, sensacionismo), ele fundamenta a resposta revolucionária à<br />

concepção romântica, sentimentalmente metafísica, da literatura. O apagamento da sua<br />

vida pessoal não obviou ao exercício activo da crítica e da polémica em vida, e<br />

sobretudo a uma gran<strong>de</strong> influência na literatura portuguesa do século XX.<br />

Existe presentemente, em Lisboa, a Casa <strong>Fernando</strong> <strong>Pessoa</strong>, instalada na última morada<br />

do autor.<br />

13 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1888 - Nasce em Lisboa, às 3 horas da tar<strong>de</strong>, <strong>Fernando</strong> Antônio<br />

Nogueira <strong>Pessoa</strong>.<br />

1896 - Parte para Durban, na África do Sul.<br />

1905 - Regressa a Lisboa<br />

1906 - Matricula-se no Curso Superior <strong>de</strong> Letras, em Lisboa<br />

1907 - Abandona o curso.<br />

1914 - Surge o mestre Alberto Caeiro. <strong>Fernando</strong> <strong>Pessoa</strong> passa a escrever poemas dos<br />

três heterónimos.<br />

1915 - Primeiro número da Revista "Orfeu". <strong>Pessoa</strong> "mata" Alberto Caeiro.<br />

1916 - Seu amigo Mário <strong>de</strong> Sá-Carneiro suicida-se.<br />

1924 - Surge a Revista "Atena", dirigida por <strong>Fernando</strong> <strong>Pessoa</strong> e Ruy Vaz.<br />

1926 - <strong>Fernando</strong> <strong>Pessoa</strong> requer patente <strong>de</strong> invenção <strong>de</strong> um Anuário Indicador Sintético,<br />

por Nomes e Outras Classificações, Consultável em Qualquer Língua. Dirige, com seu<br />

cunhado, a Revista <strong>de</strong> Comércio e Contabilida<strong>de</strong>.<br />

1927 - Passa a colaborar com a Revista "Presença".<br />

1934 - Aparece "Mensagem", seu único livro publicado.<br />

30 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1935 - Morre em Lisboa, aos 47 anos.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!