do PROGRAMA DE INTERNACIONALIZAçãO da FAAP
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elações internacionais seriam mais cooperativas <strong>do</strong> que<br />
coercitivas. Ain<strong>da</strong> no mesmo perío<strong>do</strong>, o capitalismo se<br />
expandiu e pre<strong>do</strong>minou nas relações comerciais internacionais.<br />
As empresas e corporações começaram a agir<br />
globalmente e se internacionalizaram. Não é novi<strong>da</strong>de o<br />
fato de que muitas delas têm um Produto Interno Bruto<br />
(PIB) maior <strong>do</strong> que o de muitos países.<br />
O processo de internacionalização então acontece<br />
em vários níveis, como mundial, de Esta<strong>do</strong>s e nações,<br />
comuni<strong>da</strong>des, organizações e de indivíduos, sen<strong>do</strong> que<br />
as empresas procuram por profissionais com outras<br />
habili<strong>da</strong>des além <strong>da</strong>s técnicas, e no mun<strong>do</strong> globaliza<strong>do</strong><br />
e multicultural, elas procuram por profissionais internacionaliza<strong>do</strong>s.<br />
O profissional internacionaliza<strong>do</strong> é aquele capaz de se<br />
comunicar e de li<strong>da</strong>r com pessoas de diversos países e<br />
culturas, facilitan<strong>do</strong> a compreensão mútua e a geração<br />
de negócios.<br />
A InternAcIonAlIzAção<br />
<strong>do</strong> ensIno suPerIor:<br />
O COntextO mundIal<br />
A palavra universi<strong>da</strong>de procede <strong>do</strong> latim universitas,<br />
nome abstrato forma<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> adjetivo universus-<br />
-a-um (to<strong>do</strong>, inteiro, universal), e foi justamente nas<br />
universi<strong>da</strong>des modernas europeias <strong>do</strong> século XI até o XV<br />
que surgiu a ideia <strong>da</strong> universali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> conhecimento.<br />
Assim, pessoas de diversas regiões deslocavam-se para<br />
as principais universi<strong>da</strong>des para adquirir conhecimento.<br />
Em 1957, as potências europeias assinaram o Trata<strong>do</strong> de<br />
Roma e decidiram unir-se em um processo de integração.<br />
E, paralelamente ao processo de integração econômica,<br />
social e política, iniciou-se também um processo de integração<br />
<strong>do</strong> ensino superior <strong>do</strong>s países membros <strong>da</strong> União<br />
Europeia (UE), o denomina<strong>do</strong> Processo de Bolonha, com<br />
o qual se iniciou o Espaço Europeu <strong>do</strong> Ensino Superior<br />
(EEES), que possibilitou aos estu<strong>da</strong>ntes escolher de forma<br />
transparente entre uma grande varie<strong>da</strong>de de cursos de<br />
eleva<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, e beneficiar-se de uma maior facili<strong>da</strong>de<br />
no reconhecimento <strong>da</strong>s suas qualificações.<br />
Desde o seu início, em 1999, o Processo de Bolonha tem<br />
si<strong>do</strong> um exemplo de sucesso de cooperação em escala<br />
europeia, aproximan<strong>do</strong> os países europeus na aprovação<br />
e aplicação <strong>da</strong>s reformas <strong>do</strong> ensino superior numa base<br />
de cooperação voluntária.<br />
Foram realiza<strong>do</strong>s progressos que não seriam possíveis<br />
através de abor<strong>da</strong>gens estritamente nacionais. As principais<br />
reformas de Bolonha incidiram na a<strong>do</strong>ção de uma<br />
estrutura em três ciclos (licenciatura, mestra<strong>do</strong> e <strong>do</strong>utora<strong>do</strong>),<br />
na garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de e no reconhecimento<br />
<strong>da</strong>s qualificações, e <strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s de estu<strong>do</strong>. A<strong>do</strong>tou-se<br />
um sistema de transferência de créditos ECTS (European<br />
Credit Transfer System), o que facilitou a mobili<strong>da</strong>de de<br />
estu<strong>da</strong>ntes dentro <strong>do</strong> bloco. De um mo<strong>do</strong> geral, a estrutura<br />
de Bolonha já foi a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>: em 75% <strong>do</strong>s países <strong>do</strong> EEES,<br />
entre 70% e 90% <strong>do</strong>s estu<strong>da</strong>ntes frequentam programas<br />
que correspondem à licenciatura e ao mestra<strong>do</strong> de Bo-<br />
lonha. A Europa criou também o famoso programa de<br />
mobili<strong>da</strong>de denomina<strong>do</strong> Erasmus, e mais recentemente<br />
surgiu o Erasmus Mundus.<br />
Nos últimos 25 anos, o popular programa de mobili<strong>da</strong>de<br />
de alunos Erasmus permitiu a quase três milhões de jovens<br />
europeus estu<strong>da</strong>r no exterior. Mais recentemente,<br />
esse programa apoiou também a realização de estágios<br />
em empresas em outros países.<br />
O escritor italiano Umberto Eco disse: “Nestes 25 anos,<br />
o programa Erasmus fez muito mais pela construção de<br />
uma Europa uni<strong>da</strong> <strong>do</strong> que qualquer outro trata<strong>do</strong>. Ele<br />
criou a primeira geração de jovens europeus, graças<br />
ao casamento de um aluno italiano com uma estu<strong>da</strong>nte<br />
sueca, ou então de um jovem professor alemão com uma<br />
pesquisa<strong>do</strong>ra <strong>da</strong> Croácia, e assim por diante.<br />
Ocorreu uma ver<strong>da</strong>deira revolução sexual, com um jovem<br />
catalão se encantan<strong>do</strong> por uma jovem turca – eles se<br />
apaixonam, casam-se e tornam-se europeus, tal como<br />
seus filhos!!!”<br />
O Erasmus Mundus, apesar <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>des financeiras<br />
na Europa, solta, to<strong>do</strong>s os anos, um edital de oportuni<strong>da</strong>des<br />
somente para estu<strong>da</strong>ntes brasileiros, com algo<br />
como 500 bolsas de estu<strong>do</strong> para mestra<strong>do</strong> e <strong>do</strong>utora<strong>do</strong>.<br />
Hoje em dia, to<strong>do</strong> aquele que coloca no seu currículo<br />
um perío<strong>do</strong> de estu<strong>do</strong> em outro país proporciona<strong>do</strong> pelo<br />
programa Erasmus tem maior probabili<strong>da</strong>de de conquistar<br />
uma vaga para um emprego.<br />
To<strong>da</strong> uma geração aprendeu o significa<strong>do</strong> de viver e de<br />
trabalhar com pessoas de outras culturas e a importância<br />
de desenvolver as qualificações e a versatili<strong>da</strong>de que são<br />
essenciais para o merca<strong>do</strong> de trabalho de hoje. Essa é a<br />
geração que conseguiu encontrar alguns <strong>do</strong>s melhores<br />
empregos. Infelizmente, hoje, os mais atingi<strong>do</strong>s pela crise<br />
econômica são os jovens entre 15 e 24 anos. Estima-se<br />
que um de ca<strong>da</strong> cinco jovens <strong>da</strong> Europa está desemprega<strong>do</strong>,<br />
no total são mais de cinco milhões.<br />
O programa de mobili<strong>da</strong>de Erasmus enfrenta o desafio <strong>da</strong><br />
busca de financiamento. A UE propôs um novo programa,<br />
o “Erasmus para to<strong>do</strong>s”, que pretende reduzir os custos<br />
e facilitar o acesso de mais alunos até o ano de 2014.<br />
O nível de internacionalização <strong>da</strong>s instituições de ensino<br />
superior (IESs) europeias e de seus alunos é admirável.<br />
Os profissionais europeus falam de três a cinco<br />
idiomas e possuem grande conhecimento técnico, além<br />
<strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong>des de comunicação intercultural. Esses<br />
profissionais são requisita<strong>do</strong>s pelas empresas, inclusive<br />
as brasileiras, que não encontram mão de obra capacita<strong>da</strong><br />
no merca<strong>do</strong> local.<br />
Também nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s <strong>da</strong> América (EUA), a internacionalização<br />
<strong>do</strong> ensino superior foi muito difundi<strong>da</strong><br />
depois <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial pelas universi<strong>da</strong>des<br />
norte-americanas, as quais começaram a receber um<br />
número significativo de alunos estrangeiros. Na época,<br />
foram cria<strong>do</strong>s vários programas que facilitaram a internacionalização<br />
<strong>do</strong> ensino superior, como, por exemplo,<br />
o programa de Intercâmbio Educacional e Cultural <strong>do</strong><br />
Governo <strong>do</strong>s EUA, conheci<strong>do</strong> em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> como