José Albano, Um Grande Poeta do Brasil e Filho do Ceará, jaz ...

Agora, pois, só agora, quando em matéria de Poesia o
bom deixou de ser apenas o chamado "moderno" para ser o
que existe de verdadeira e essencialmente poético, agora a
reedição de José Albano vale como uma grande, a maior ho­
menagem a quem por pouco não passou "pela vida em branca
nuvem", tão pouco se dedicava ao culto e ao alarde do seu
próprio valor.
A RAZÃO pESTA REPORTAGEM
Foi da reedição, no Rio, das obras de José Albano que,
aqui, no Ceará, surgiu a idéia desta reportagem, a qual visa,
antes de tudo, mostrar aos intelectuais cearenses excessiva­
mente descuidados, por "modernos" demais, ou excessivamen­
e deslembrados, por velhos em demasia o que foi a vida tor­
turada e assim mesmo eivada dos sinais da beleza e de gênio
que viveu esse autêntico bafejário das musas, que tanto criou
para perpetuação do seu nome em tão curtos e agitados qua­
renta e um anos de existência.
Talvez muitos dos que, agora, chegarem a ler a obra poé­
tica de José Albano ignorem que o grande poeta ainda tem
esposa em vida, tão remota e quase legendária deverá ser para
esses a figura do imortal criador de "Ode á Lingua Portuguesa".
Mas a memória de Albano ainda está bem viva. No recesso
do lar a que ele dedicou amor imenso, uma nobre dama e filhas
zelosas conservam, como relíquias de inestimável valor, reta­
lhos preciosos de lembranças deixadas pelo poeta na sua aci­
dentada vida de "globe-trotter" em procura de novos climas,
na sua existência vivida demais para a conformação com o lugar
comum.
VENERAÇÃO DE FILHA E AMOR DE ES POSA
Coincidiram para o bom termo da presente reportagem a
verdadeira e profunda admiração mantida pelo repórter para
com o poeta, descoberta ainda dos verdes anos da juventude,
e o amor e a saudade que da parte dos seus existe, criando em
torno do nome ilustre a atmosfera ideal de sintonia em que são
trocadas as impressões sem limitações protocolares, no clima
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