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RELATÓRIO TÉCNICO SÓCIO-ECONÔMICO AUXILIAR ... - ICMBio

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<strong>RELATÓRIO</strong> <strong>TÉCNICO</strong> <strong>SÓCIO</strong>-<strong>ECONÔMICO</strong> <strong>AUXILIAR</strong> PARA CRIAÇÃO DE UNIDADE DE<br />

CONSERVAÇÃO (UC) NA REGIÃO DE GUARICANA<br />

CONSULTOR: JOÃO OTÁVIO BOZZI<br />

ENGENHEIRO FLORESTAL<br />

ESPECIALISTA EM ECOTURISMO<br />

PROJETO: [ FAO ] GCP/BRA/061/WBK<br />

NÚCLEO DOS BIOMAS MATA ATLÂNTICA E PAMPA (NAPMA)<br />

ABRIL 2009


Sumário<br />

pg.<br />

1- Apresentação............................................................................................................1<br />

2- Metodologia Utilizada................................................................................................2<br />

3- Caracterização dos Municípios.................................................................................4<br />

3.1- Guaratuba .........................................................................................................4<br />

3.1.1- Limites: ......................................................................................................4<br />

3.1.2- Gentílico:.....................................................................................................4<br />

3.1.3- Características geográficas:.......................................................................4<br />

3.1.4- Indicadores: ...............................................................................................5<br />

3.1.5- Histórico......................................................................................................5<br />

3.2- Morretes.............................................................................................................7<br />

3.2.1- Limites: ......................................................................................................7<br />

3.2.2- Gentílico:.....................................................................................................7<br />

3.2.3- Características geográficas:.......................................................................7<br />

3.2.4- Indicadores: ...............................................................................................7<br />

3.2.5- Histórico:.....................................................................................................7<br />

3.3- São José dos Pinhais........................................................................................9<br />

3.3.1- Limites: ......................................................................................................9<br />

3.3.2- Gentílico: ....................................................................................................9<br />

3.3.3- Características geográficas: ....................................................................10<br />

3.3.4- Indicadores: .............................................................................................10<br />

3.3.5- Histórico:...................................................................................................10<br />

4- Aspectos sócio-econômicos ...................................................................................12<br />

4.1- Utilização das Terras.......................................................................................12<br />

4.2- Desenvolvimento Humano...............................................................................13<br />

4.3- Renda e sua Distribuição.................................................................................14<br />

4.4- Saneamento Básico.........................................................................................15<br />

4.5- Dinâmica Demográfica.....................................................................................16<br />

4.6- Educação.........................................................................................................18<br />

4.7 - Taxa de Natalidade ........................................................................................19<br />

4.8- Finanças Públicas............................................................................................20


4.9- Empresas com CNPJ.......................................................................................20<br />

4.10- Atividades Turísticas......................................................................................21<br />

5- Conflitos Sócio-ambientais......................................................................................23<br />

6- Avaliação dos Impactos Sócio-ambientais.............................................................23<br />

7- Conclusões e recomendações ...............................................................................24<br />

8- Bibliografia...............................................................................................................25


1- APRESENTAÇÃO<br />

O presente Relatório Técnico de Estudos Sócio-Econômicos contratado pelo<br />

Ministério do Meio Ambiente (MMA) / Núcleo dos Biomas Mata Atlântica e Pampa<br />

(NAPMA) no âmbito da Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF) tem por finalidade<br />

diagnosticar e descrever os padrões do perfil atual e tendências econômicas dos<br />

municípios tocados pela área indicada pelo polígono de interesse para a criação de<br />

Unidade de Conservação da Natureza no imóvel denominado por GUARICANA e entorno,<br />

quais sejam: municípios de Guaratuba, Morretes e São José dos Pinhais nas regiões da<br />

Serra do Mar e Litoral do Estado do Paraná.<br />

Tal imóvel, anteriormente vinculado ao extinto Banco Bamerindus S.A., foi<br />

disponibilizado pela União ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais<br />

Renováveis (IBAMA) para a criação de unidades de conservação, atividade atualmente<br />

sob a responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade<br />

(ICMBIO), nova autarquia federal criada a partir do desmembramento do IBAMA.<br />

Propõe-se aqui, descrever e demonstrar estatisticamente os padrões sócioeconômicos<br />

das áreas, de forma a contemplar: a) abordagens municipais<br />

individualizadas; b) comparação entre os dados dos municípios e dados das áreas<br />

municipais propostas como Unidade(s) de Conservação; c) abordagens dos prováveis<br />

impactos sócio-econômicos para as localidades diretamente afetadas pelos polígonos<br />

preliminares propostos para as UCs; levantar, quantificar e apresentar os padrões sócioeconômicos<br />

no ano de 2008 (ou mais recente possível), contemplando as seguintes<br />

informações:<br />

Atual utilização das terras de forma qualitativa de: lavouras permanentes e<br />

temporárias, pastagens; florestas naturais e artificiais, tudo em hectares;<br />

PIB per capita e sua condição de eficiência (índice de desenvolvimento humano<br />

municipal e categorização do nível como: baixo, médio-baixo, médio, médio-alto e<br />

alto);<br />

Forma de abastecimento de água (rede geral, poço ou nascente na propriedade<br />

e outra forma); tipo de esgotamento sanitário (rede geral de esgoto ou pluvial, fossa<br />

séptica, fossa rudimentar, vala, rio - lago ou mar, outro escoadouro e ausência de<br />

sanitário);<br />

1


População residente total e separada por sexo (nos três últimos<br />

censos/contagens de população do IBGE);<br />

Número de estabelecimentos e matrículas, separadas por ensino superior, médio<br />

e fundamental;<br />

Eleitores na última eleição municipal; taxa de natalidade; número de pessoal<br />

empregado;<br />

Número de empresas com CNPJ e respectivos setores atuantes;<br />

Número de agências bancárias; valor do fundo de participação dos municípios e<br />

valor do Imposto Territorial Rural - ITR;<br />

Descrever as principais atividades turísticas existentes na região, bem como as<br />

potencialidades turísticas futuras, correlacionando-as com as propostas de Unidades<br />

de Conservação.<br />

2- METODOLOGIA UTILIZADA<br />

Os estudos foram realizados entre os meses de outubro e dezembro de 2008 com<br />

diversas investidas de campo. Foram realizadas reuniões com técnicos do NAPMA e do<br />

Departamento de Áreas Protegidas (DAP) do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do<br />

Instituto Ambiental do Paraná (IAP), do IBAMA-PR, do ICMBIO-PR e de Organizações<br />

Não Governamentais Ambientalistas que atuam na região. Técnicos destas instituições<br />

também participaram dos trabalhos de campo, juntamente com pesquisadores da<br />

Universidade Federal do Paraná (UFPR).<br />

A pesquisa de dados secundários foi centrada nos dados disponíveis do Instituto<br />

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Atlas de Desenvolvimento Humano do<br />

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), do Instituto Nacional de<br />

Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) e do Instituto Paranaense de Desenvolvimento<br />

Economico e Social (IPARDES), sendo enriquecida com dissertações e teses acadêmicas<br />

desenvolvidas na área e coleta de dados primários.<br />

O trabalho contou ainda com informações e com o apoio logístico de pessoal e de<br />

veículos, em especial da Universidade Federal do Paraná (Campus Litoral), MMA, IBAMA/<br />

ICMBIO, da Polícia Militar do Paraná (Batalhão de Polícia Ambiental) e de Organizações<br />

Não-Governamentais (ONG’s), em especial a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem<br />

(SPVS), que mantém Reservas particulares do Patrimônio Natural (RPPN´s) na região.<br />

2


Tais entidades colaboraram, ainda, na obtenção de informações atualizadas sobre<br />

estradas, usos, proprietários e moradores, em especial as informações que indicassem os<br />

moradores próximos aos limites da poligonal preliminar, bem como o acesso a estes e às<br />

áreas desabitadas.<br />

Os trabalhos de campo foram executados buscando informações de proprietários e<br />

moradores do interior e das proximidades dos polígonos, objetivando, como visto,<br />

identificar estradas, usos e ocupações do solo das áreas abarcadas pelos estudos. De<br />

forma que buscou-se percorrer o maior número possível de estradas e trilhas que davam<br />

acesso ao interior do polígono, de forma a constatar a presença de atividades humanas e<br />

áreas degradadas. Ênfase foi dada à informação dos últimos moradores, visando<br />

readequar o desenho do polígono de forma a excluir estas áreas da proposta, diminuído,<br />

assim, o impacto sócio-econômico negativo da futura unidade de conservação, caso<br />

venha a ser efetivada.<br />

Para uma melhor apresentação dos dados levantados o presente relatório foi<br />

dividido em partes (tópicos). No tópico “Caracterização dos Municípios” são apresentados<br />

os dados agregados da região no nível municipal, sendo ressaltadas, quando relevantes,<br />

características específicas de cada município, bem como o histórico de sua formação e<br />

demais informações pertinentes<br />

Na segunda parte são apresentados e descritos os aspectos sócio-econômicos por<br />

município envolvido, onde os dados compreendem as informações referentes à dinâmica<br />

demografica, índice de desenvolvimento humano (IDH), a renda e sua distribuição,<br />

educação, saúde, saneamento básico, atividades agropecuárias, finanças públicas,<br />

empresas com CNPJ e atividades turísticas desenvolvidas nos limites abrangidos pela<br />

área de interesse. As informações são apresentadas em forma gráfica e textual e se<br />

norteiam principalmente nos dados municipais disponibilizadas pelo IBGE, PNUD e<br />

IPARDES.<br />

Na terceira parte, e a partir das descrições dos trechos, é feita uma síntese das<br />

características socioambientais de maior relevância encontradas nos trechos descritos,<br />

bem como dos aspectos considerados mais conflitivos. A quarta parte é dedicada à<br />

discussão e análise dos possíveis impactos socioambientais e econômicos decorrentes<br />

da criação de uma nova unidade de conservação na região. Na quinta e última parte é<br />

elencada a bibliografia utilizada.<br />

3


Ainda foi disponibilizado pelo MMA, IBAMA/ICMBIO acompanhar sobrevôo de<br />

helicóptero sobre a região de forma que aferiu-se a observação de campo e ainda<br />

observou-se as condições da área por completo como se vê da foto a seguir.<br />

Vista parcial do imóvel Guaricana<br />

3- CARACTERIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS<br />

Neste tópico sao apresentados os dados referentes ao histórico da colonização da<br />

região e dos municipios estudados e outras informações relevantes.<br />

3.1- Guaratuba<br />

3.1.1- Limites:<br />

Norte: Morretes e Paranaguá; Sul: Tijucas do Sul e Oceano Atlântico; Leste: São<br />

José dos Pinhais; Oeste: Matinhos e Oceano Atlântico.<br />

3.1.2- Gentílico:<br />

Guaratubano; Prefeita Evani Cordeiro Justus; Mesorregião; Microrregião<br />

Paranaguá; Distância até a capital 90 quilômetros via BR 277 e aproximadamente 138<br />

quilômetros via BR 376.<br />

3.1.3- Características geográficas:<br />

Área 1.325,883 km²; População 32.315 hab; Densidade 25,7 hab./km²; Altitude (da<br />

sede) zero metros; Clima Tropical super-úmido, sem estação seca definida. A média de<br />

4


temperatura dos meses mais quentes é superior a 30°C , e a dos mais frios, é inferior a<br />

15°C (Cfb); Fuso horário UTC-3. (IBGE 2008).<br />

3.1.4- Indicadores:<br />

IDH 0,764 médio (PNUD/2000); PIB R$ 199.356,00; PIB per capita R$ 6.030,00.<br />

(IBGE 2005).<br />

3.1.5- Histórico<br />

O rei de Portugal, D. José I, assessorado pelo Marquês de Pombal, em 26 de<br />

janeiro de 1765, ordenou ao Capitão-General da Capitania de São Paulo, D. Luiz Antônio<br />

de Souza Botelho Mourão, que fundasse povoados em pontos mais convenientes do<br />

Brasil.<br />

Então, por Portaria de 5 de dezembro de 1765, D. Luiz Antônio de Souza Botelho<br />

Mourão, houve por bem incumbir a seu irmão, Afonso Botelho de Sam Payo e Souza,<br />

Tenete-Coronel das Tropas Auxiliares e figura de relêvo no governo da Capitania de<br />

Paranaguá, de formar uma povoação na enseada de Guaratuba. Como faltava elemento<br />

humano para um povoamento rápido, Afonso Botelho apelou para o Capitão-General da<br />

Capitania de São Paulo, no sentido de que enviasse colonizadores. Com a chegada<br />

desses colonizadores, o povoado desenvolveu-se rapidamente.<br />

Todavia, necessidades de ordem militar, principalmente, face à tentativa de<br />

ocupação da ilha de Santa Catarina em 1768 por forças espanholas, impeliram o governo<br />

da Capitania a elevar a povoação de Guaratuba, denominada de São Luiz de Guaratuba<br />

da Marinha, à categoria de Vila, o que ocorreu só em 27 de abril de 1771. Em 1938, o<br />

município foi extinto, passando a constituir um Distrito do Município de Paranaguá. Em<br />

1947, foi restaurado e desmembrado do Município de Paranaguá com a denominação de<br />

Guaratuba. O topônimio, de origem indígena, significa: guará: a ave, a garça e tuba:<br />

muito. Evidente alusão a enorme quantidade de pássaro encontrados naquela baia.<br />

Guaratuba é a segunda maior cidade do litoral paranaense, com 22 km de praias e<br />

esta situada em uma planície peninsular, arenosa, com uma frente na baia homônima,<br />

que é a segunda maior baia do Estado do Paraná, com belos manguezais e mata<br />

atlântica, ilhas e rios que nela desagua, rica na fauna e flora. O município de Guaratuba<br />

ainda tem em seus limites a presença de 4 Unidades de Conservação da Natureza, APA -<br />

Área de Proteção Ambiental Estadual de Guaratuba (Guaratuba e Matinhos), Parque<br />

5


Nacional de Saint-Hilaire/Lange (Guaratuba e Matinhos), Parque Estadual do Boguaçu e o<br />

Parque Municipal Lagoa do Parado.<br />

Fonte: Ibama, IAP e SEMA<br />

A agricultura, a pesca e o turismo constituem as atividades econômicas<br />

fundamentais do município. Guaratuba possui terras férteis onde são cultivado milho,<br />

mandioca, cana-de-açúcar, arroz, laranja, gengibre e banana, que hoje faz parte da maior<br />

plantação do município, e muitos outros produtos de importância econômica. A pecuária<br />

destaca-se com um considerável rebanho de búfalos. A pesca também tem grande<br />

destaque na economia do Município, sendo uma das suas principais fontes de riquezas,<br />

sendo feita ainda de modo artesanal.<br />

Mesmo com a pesca sendo feita de modo artesanal, a tecnologia já está presente<br />

em 80% dessa atividade operando com uma indústria pesqueira. Existe ainda em<br />

Guaratuba duas indústrias de palmito que são marcas no Brasil e no exterior.<br />

6


3.2- Morretes<br />

3.2.1- Limites:<br />

Norte: Quatro Barras, Campina Grande do Sul e Antonina; Sul: Guaratuba; Leste:<br />

Piraquara e São José do Pinhais; Oeste: Oceano Atlântico e Paranaguá.<br />

3.2.2- Gentílico:<br />

Morretense / morreteano; Prefeito Amilton de Paula; Microrregião Paranaguá;<br />

Distância até a capital 70 quilômetros via BR 277.<br />

3.2.3- Características geográficas:<br />

Área 684,580 km²; População 16.853 hab; Densidade 24,6 hab./km²; Altitude 8,48<br />

metros (da sede): Clima Subtropical; Fuso horário UTC-3. (IBGE 2008).<br />

3.2.4- Indicadores:<br />

IDH 0.755; PIB (PNUD/2000) R$ 79.061,00; PIB per capita R$ 4.758,00 (IBGE<br />

2005).<br />

3.2.5- Histórico:<br />

A fundação de Morretes data de 1721, quando o Ouvidor Rafael Pires Pardinho<br />

determinou que a Câmara Municipal de Paranaguá demarcasse 300 braças em quadra no<br />

local onde seria a futura povoação de Morretes, para, em 31 de outubro de 1733, a<br />

mesma Câmara determinar a demarcação das terras.<br />

Em 1646, motivados pelas descobertas de jazidas de ouro na região, o Capitão<br />

Antonio Rodriguês de Carvalho e sua mulher, Dona Maria Gomes Setúbal, construíram ali<br />

uma capela sob a invocação de Nossa Senhora do Porto e Menino Deus dos Três<br />

Morretes. João de Almeida se dedicava, entre outras atividades, a de fabricação de<br />

cachaça que já, naquela época, exportava para Portugal.<br />

O povoamento da localidade foi lento, e, em meados do século XVIII, os primeiros<br />

moradores de Morretes foram aventureiros e mineradores, vindos de Vilas e povoações<br />

paulistas. No período de 1811 a 1832, o comércio e a indústria, particularmente o<br />

beneficiamento de erva-mate vinda dos planaltos, e a indústria de aguardente,<br />

sobrepujavam as demais atividades. Em 1811, a povoação foi elevada à categoria de<br />

Freguesia e, em 1841 à categoria de Vila.<br />

7


Em 1º de março de 1841 foi elevada a categoria de município, sendo<br />

desmembrada de Antonina e instalada em 05 de junho do mesmo ano. Em 24 de maio de<br />

1869 passou a denominar-se Nhundiaquara (NHUNDIA: peixe, jundiá e QUARA:<br />

empoçado, buraco), face ao rio homônimo que corta o município, e em 7 de abril de 1870,<br />

voltou-se a denominar Morretes, atual denominação oficial do município. O nome do<br />

município originou-se do fato de estar a cidade cercada por morros de pequena elevação<br />

e que eram denominados de Morretes.<br />

A cidade de Morretes está situada na zona fisiográfica do Litoral Paranaense,<br />

estendendo-se da encosta da Serra do Mar para o leste tendo todas as divisas municipais<br />

formadas por acidentes geógraficos, ao norte e oeste pelos espigões das Serras dos<br />

"Orgãos", da "Graciosa", do "Marumbi" e da "Farinha Seca", no sudeste pelas serras da<br />

Igreja, das "Canavieiras" e da "Prata". No sudeste é o rio Arraial, numa altitude de cerca<br />

de 800 m que forma o limite do Município, e com Antonina e Paranaguá são baías.<br />

Rio Nhundiaquara cruzando a cidade de Morretes<br />

Morretes também é famoso pelo prato típico do Paraná , o Barreado e pela secular<br />

Estrada da Graciosa que foi terminada por volta de 1873, sendo originada a partir de uma<br />

trilha de índios. Na Graciosa, foram traçados os primeiros caminhos primitivos do primeiro<br />

planalto: O Arraial, Itupava e Graciosa. Atualmente, a Estrada da Graciosa, que começa a<br />

37km de Curitiba (BR-116 em direção a São Paulo), oferece uma ampla infra-estrutura<br />

com parques, churrasqueiras, quiosques e outros atrativos, sem contar a estrada de ferro<br />

Curitiba-Morretes-Paranaguá, engenhosa obra arquitetônica, a Estrada de Ferro foi<br />

construída em 1890 e é hoje, uma das mais antigas estradas de ferro em funcionamento<br />

no país. Na época, era a única via de acesso ao litoral. Hoje, com seus 110km e 13<br />

túneis, a Estrada de Ferro diariamente leva turistas do mundo todo num agradável<br />

passeio que dura cerca de 3 horas. Morretes também foi o palco do primeiro teatro do<br />

Paraná em 1865. O teatro foi construído em homenagem à coroação de D. Pedro II.<br />

Infelizmente, um incêndio o destruiu em 1930. Logo depois, foi construído na rua principal<br />

8


da cidade, o lindíssimo Teatro Municipal, que funcionou por muitos anos também como<br />

cinema. Em 2002, ele foi restaurado por iniciativa do Governo do Estado do Paraná.<br />

Ainda estão localizadas no município de Morretes diversas unidades de<br />

Conservação da Natureza como, as APAs de Guaratuba e Guaraqueçaba, os Parques<br />

Estaduais do Pau-oco, do Marumby, da Graciosa e Roberto Ribas Lange, além do PN de<br />

Saint Hilaire/Lange.<br />

Para ilustrar alguns dos atrativos de Morretes podemos citar o mais tradicional<br />

esporte aquático de Morretes, o bóia-cross que é praticado normalmente no Rio<br />

Nhundiaquara, mais precisamente no povoado de Porto de Cima, a 6km do Centro da<br />

Cidade. O esporte é praticado em câmaras de ar individuais com equipamentos de<br />

segurança para garantir o prazer e a aventura dos turistas. O passeio até o centro de<br />

Morretes leva cerca de 3 horas, mas existem trechos menores. Esporte feito em botes<br />

infláveis que navegam em cachoeiras e correntezas radicais, mas também existe a opção<br />

de se fazer o Rafting similar ao bóia-cross que é acompanhado sempre por guias<br />

especializados e com equipamentos completos de segurança. Normalmente o Rafting é<br />

feito no Rio Cachoeira, em Antonina. São 3km de pura adrenalina que leva em torno de<br />

1h30<br />

E o Pico Marumbi no Parque Estadual do Marumbi onde depois que Joaquim<br />

Olimpo de Miranda conquistou o “pico” em 1879, turistas do mundo inteiro chegam para<br />

realizar o mesmo trajeto. Trilhas, rios, montanhas e acima de tudo literalmente, uma vista<br />

inesquecível fazem parte do passeio. O Parque ainda conta com um Centro de Visitantes<br />

com Museu, Polícia Florestal, Camping e a sede do COSMO (Corpo de Socorro em<br />

Montanha).<br />

3.3- São José dos Pinhais<br />

3.3.1- Limites:<br />

Norte: Curitiba, Pinhais e Piraquara; Sul: Tijucas do Sul; Leste: Morretes e<br />

Guaratuba; Oeste: Mandirituba e Fazenda Rio Grande.<br />

3.3.2- Gentílico:<br />

São-joseense; Prefeito Ivan Rodrigues; Microrregião Curitiba; Região metropolitana<br />

Curitiba; Distância até a capital 17 quilômetros.<br />

9


3.3.3- Características geográficas:<br />

Área 945,717 km²; População 272.530 hab; Densidade 278,8 hab./km²; Altitude 906<br />

metros; Clima subtropical Cfb; Fuso horário UTC-3. (IBGE 2008).<br />

3.3.4- Indicadores:<br />

IDH 0,796 médio (PNUD/2000); PIB R$ 6.796.402,00; PIB per capita R$ 26.920,00.<br />

(IBGE 2005).<br />

3.3.5- Histórico:<br />

Os primeiros europeus que circularam por terras paranaenses eram portugueses e<br />

espanhóis em busca de riquezas naturais. Foi de São Paulo que partiram várias<br />

expedições para os sertões brasileiros em busca de ouro ou de índios para o trabalho<br />

escravo. Uma delas descobriu pequena quantidade de ouro no litoral paranaense e como<br />

conseqüência ali se formou um pequeno povoado. Pouco tempo depois, em janeiro de<br />

1649, era instalada a Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá.<br />

Procurando descobrir ouro em outras localidades paranaenses, partiram de<br />

Paranaguá duas expedições, uma em 1649 e outra em 1651. O resultado foi animador,<br />

pois Ébano Pereira, chefe das duas expedições, registrava em um relatório a descoberta<br />

de ouro em rios do planalto. A notícia da descoberta de ouro nestes rios provocou o<br />

surgimento do Arraial Grande, um pequeno povoado situado junto ao rio do Arraial. Foi<br />

ele o primeiro povoado português das terras são-joseenses. Até então, o espaço onde<br />

atualmente se localiza o município de São José dos Pinhais, foi ocupado por grupos das<br />

sociedades indígenas. Primeiramente por povos caçadores e coletores e na época da<br />

chegada dos portugueses por grupos que pertenciam às famílias lingüísticas dos Jê e<br />

Tupi-Guarani. O crescimento do Arraial Grande aconteceu de uma forma rápida e<br />

desordenada, pois nele os portugueses pretendiam permanecer somente enquanto<br />

houvesse ouro para explorar. Na mesma época do surgimento deste povoado, diversos<br />

portugueses se tornaram proprietários de grandes extensões de terras no espaço hoje<br />

ocupado pelo Município. Entre eles, estava o Padre João da Veiga Coutinho que se<br />

tornou dono das fazendas Águas Bellas e Capoçu.<br />

10


Portal de São José dos Pinhais Catedral no Centro de São José dos Pinhais<br />

A Fazenda Águas Bellas possuía uma excelente localização, pois era cortada por<br />

importantes caminhos percorridos pelos primeiros colonizadores. Foi nesta Fazenda,<br />

provavelmente junto a sua sede, que no ano de 1690 ocorreu a inauguração da Capela de<br />

Bom Jesus dos Perdões. A presença da Igreja Católica era importante para o lugar, isto<br />

porque na época, a Igreja fazia parte do processo administrativo de colonização. Com a<br />

inauguração desta Capela, o espaço são-joseense passou a ter uma autoridade que<br />

representava o Governo Português. Pouco tempo depois, no ano de 1721, o Ouvidor<br />

Geral Raphael Pires Pardinho solicitava a eleição das primeiras autoridades para a<br />

Freguesia de São José. Na organização administrativa colonial, as freguesias eram<br />

povoações que contavam com uma autoridade eclesiástica local e possuíam<br />

representantes junto à administração pública da vila a que pertenciam. Esta Freguesia<br />

possuía um enorme território, com uma pequena e pobre população. A maioria vivia de<br />

uma agricultura de subsistência e poucos se dedicavam ao comércio das “Casas de<br />

Venda”, que comercializavam alguns alimentos, tecidos e utensílios para o lar e a lavoura.<br />

Eram três os principais caminhos que cortavam as terras da Freguesia de São José:<br />

Caminho do Arraial, que ligava o litoral ao planalto; Caminho dos Ambrósios fazia a<br />

ligação com o litoral catarinense; Caminho de São José – Curitiba, usado por moradores<br />

da Freguesia e viajantes dos outros dois caminhos.<br />

O ouro era pouco e por volta de 1750, sua exploração estava praticamente extinta.<br />

Sem outra atividade econômica lucrativa, o crescimento populacional foi muito lento.<br />

Durante todo o século XVIII e a primeira metade do século XIX, a Freguesia de São José<br />

possuía uma população pobre e dispersa, onde a grande maioria vivia de uma agricultura<br />

de subsistência. Embora fosse esta freguesia uma das maiores da região, ela foi<br />

abandonada pelas autoridades locais (Câmara Municipal da Vila de Nossa Senhora da<br />

Luz dos Pinhais de Curitiba), como também pelas autoridades regionais (Capitania de<br />

São Paulo e depois Província de São Paulo).<br />

11


No dia 16 de julho de 1852 foi criado o Município de São José dos Pinhais. A sua<br />

instalação e a posse solene dos primeiros vereadores ocorreu no dia 08 de janeiro de<br />

1853. A mesma lei definia que a sede do novo Município ficaria na então também criada<br />

“Villa de São José dos Pinhais”. Em 27 de dezembro de 1897, esta vila foi elevada à<br />

categoria de cidade. Assim, a sede do Município passou a ser a Cidade de São José dos<br />

Pinhais.<br />

São José dos Pinhais é uma cidade média, a segunda mais populosa da<br />

mesorregião e a população vem aumentando muito em pouco tempo: em 2000 eram<br />

aproximadamente 204 mil habitantes; em 2008 o número é superior a 270 mil habitantes.<br />

São José dos Pinhais é o município com a quinta maior área da Região Metropolitana de<br />

Curitiba. É ainda o terceiro pólo automotivo do país, abrigando montadoras da<br />

Volkswagen, Audi, Nissan e Renault. É, também, sede do Aeroporto Internacional Afonso<br />

Pena, principal terminal aéreo do Estado do Paraná. Integra parte das APAs Estaduais de<br />

Guaratuba (na serra do mar) e do Rio Pequeno (no planalto das araucárias).<br />

4- ASPECTOS <strong>SÓCIO</strong>-<strong>ECONÔMICO</strong>S<br />

4.1- Utilização das Terras<br />

Com relação à utilização das terras, optou-se por trabalhar os dados do<br />

Levantamento Agropecuário Paranaense (IBGE, 2006), por serem mais recentes, sendo<br />

apresentados conforme os Estabelecimentos Agropecuários expressos na tabela 4.1.<br />

Tabela 4.1- Área Total dos Estabelecimentos Agropecuários segundo a utilização das terras<br />

LOCALIDADE<br />

UTILIZAÇÃO DAS TERRAS DOS ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS<br />

Total de Área<br />

Lavouras (1) Pastagens (2) Matas e florestas (3)<br />

estabelecimentos<br />

(ha)<br />

total<br />

Estabelecimentos<br />

(ha) cimentos (ha) cimentos (ha)<br />

Área Estabele-<br />

Área Estabele-<br />

Área<br />

GUARATUBA 409 51.890 282 6.344 62 20.901 165 17.481<br />

MORRETES 689 14.113 931 4.210 121 1.843 459 7.087<br />

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 2.954 143.528 2.651 27.576 1.606 33.017 2.080 16.356<br />

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 2006.<br />

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 2006.<br />

(1) Lavouras permanentes, temporárias e cultivo de flores, inclusive hidroponia e plasticultura, viveiros de mudas, estufas de plantas e casas de vegetação e forrageiras para<br />

corte. (2) Pastagens naturais, plantadas (degradadas e em boas condições). (3) matas e/ou florestas naturais destinadas à preservação permanente ou reserva legal, matas e/ou<br />

florestas naturais, florestas com essências florestais e áreas florestais também usadas para lavouras e pastoreio de animais.<br />

Cabe comentar a larga vantagem das áreas de matas e florestas como forma de<br />

utilização da terra nos municípios abrangidos pelo estudo, a exceção se dá no município<br />

de São José dos Pinhais o único onde tanto a área de lavoura como a destinada a<br />

pastagens são superiores a área ocupada por matas ou florestas.<br />

12


Tabela 4.2- Produção agrícola das terras<br />

LOCALIDADE CULTURA AREA COLHIDA PRODUÇÃO<br />

RENDIMENTO<br />

MÉDIO<br />

VALOR<br />

ARROZ 480 2664 5550 1545<br />

BANANA 650 4900 7538 1960<br />

CANA-DE-AÇÚCAR 35 1225 35000 98<br />

GUARATUBA<br />

FEIJÃO 66 32 485 37<br />

MANDIOCA 350 4900 14000 392<br />

MARACUJÁ 5 50 10000 20<br />

MILHO 70 126 1800 49<br />

TANGERINA 10 90 9000 18<br />

ARROZ 90 408 4533 237<br />

BANANA 660 6496 9842 2598<br />

CANA-DE-AÇÚCAR 110 5500 50000 440<br />

FEIJÃO 64 33 516 38<br />

MORRETES MANDIOCA 203 3451 17000 276<br />

MARACUJÁ 75 900 12000 360<br />

MILHO 95 200 2105 77<br />

TANGERINA 39 390 10000 78<br />

TOMATE 44 1741 39568 1001<br />

ARROZ 20 22 1100 7<br />

BANANA 187 1823 9749 729<br />

BATATA-DOCE 525 6825 13000 2013<br />

BATATA-INGLESA 25 378 15120 321<br />

CEBOLA 60 786 13100 299<br />

ERVA-MATE 50 1150 23000 621<br />

FEIJÃO 1550 2450 1581 2364<br />

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS MANDIOCA 65 1046 16092 251<br />

MILHO 5400 28620 5300 6010<br />

PÊRA 2 12 6000 20<br />

PÊSSEGO 8 64 8000 88<br />

SOJA 80 140 2800 58<br />

TOMATE 70 3549 50700 1349<br />

TRIGO 70 135 1929 36<br />

UVA 25 245 9800 294<br />

Fonte: IBGE Produção Agrícola Municipal<br />

Nota: dados estimados<br />

Em relação a tabela 4.2 podemos destacar a área colhida de banana nos<br />

municípios de Guaratuba e Morretes enquanto no município de São José dos Pinhais<br />

destacam-se as áreas colhidas de milho e feijão.<br />

4.2- Desenvolvimento Humano<br />

O IDH propõe como objetivo oferecer um índice de análise que extrapole as<br />

considerações dos usuais índices de desenvolvimento demasiadamente assentados em<br />

parâmetros de renda per capita e Produto Interno Bruto (PIB).<br />

“Além de computar o PIB per capita, depois de corrigi-lo pelo poder de compra da<br />

moeda de cada país, o IDH também leva em conta dois outros componentes: a<br />

longevidade e a educação. Para aferir a longevidade, o indicador utiliza números de<br />

expectativa de vida ao nascer. O item educação é avaliado pelo índice de analfabetismo e<br />

pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. A renda é mensurada pelo PIB per<br />

capita, em dólar PPC (paridade do poder de compra, que elimina as diferenças de custo<br />

13


de vida entre os países). Essas três dimensões têm a mesma importância no índice, que<br />

varia de zero a um.” (PNUD, 2003)<br />

É uma medida comparativa que engloba 3 dimensões: riqueza (renda calculada<br />

com base no PIB), educação (taxa de alfabetização) e expectativa média de vida. O<br />

índice IDHM entre 0 a 0,49 é considerado baixo, de é 0,5 a 0,79 médio e de 0,8 a-1 é alto.<br />

Em relação aos dados referentes ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), os<br />

municípios estudados apresentam índices parecidos e considerados médios se<br />

aproximando em muito da média Brasileira que é de 0,8.<br />

Tabela 4.3- Índice de Desenvolvimento e sub-índices<br />

INFORMAÇÃO<br />

GUARATUBA<br />

MORRETES<br />

SÃO JOSÉ DOS<br />

PINHAIS<br />

UNIDADE<br />

ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO - IDH-M* 0,764 0,755 0,796 -<br />

PIB PER CAPITA 6.030,00 4.758,00 26.920,00 1,00<br />

ÍNDICE DE GINI 0,60 0,56 0,52 -<br />

GRAU DE URBANIZAÇÃO 84,95 46,83 89,75 %<br />

TAXA DE CRESCIMENTO GEOMÉTRICO 4,76 1,71 5,43 %<br />

TAXA DE POBREZA (2) 21,89 23,78 14,03 %<br />

TAXA DE ANALFABETISMO DE 15 ANOS OU MAIS 7,90 8,80 5,70 %<br />

FONTE: IBGE/IPARDES/PNUD<br />

*Baixo de 0 a 0,40: médio de 0,5 a 0,79: alto de 0,8 a 1.<br />

4.3- Renda e sua Distribuição<br />

Em relação à distribuição de riqueza entre os habitantes, a que se observar os<br />

dados referentes ao Índice de Gini (tabela 4.3): índice que mede o grau de desigualdade<br />

existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita, seu valor<br />

varia de 0 (zero), quando não há desigualdade, a 1 (um), quando a desigualdade é<br />

máxima. (PNUD, 2003)<br />

A interface mostrada na tabela 4.3 (acima) entre os dados de renda per capita e os<br />

índices de GINI e IDHM, permitem visualizar que São José dos Pinhais possui a melhor<br />

renda per capita dos municípios estudados, o que se deve ao parque industrial lá<br />

instalado com a presença de montadoras de veículos e a proximidade da sede do<br />

município com a capital paranaense. Cabe ressaltar, que São José ainda apresenta as<br />

menores taxas de pobreza e analfabetismo.<br />

14


Tabela 4.4- Índice de Desenvolvimento Humano por componente<br />

MUNICÍPIO<br />

IDHM<br />

1991<br />

IDHM<br />

2000<br />

IDHM<br />

Renda<br />

1991<br />

IDHM<br />

Renda<br />

2000<br />

IDHM<br />

Longevidade<br />

1991<br />

IDHM<br />

Longevidade<br />

2000<br />

IDHM<br />

Educação<br />

1991<br />

IDHM<br />

Educação<br />

2000<br />

GUARATUBA 0,678 0,764 0,657 0,710 0,611 0,711 0,766 0,871<br />

MORRETES 0,667 0,755 0,612 0,675 0,611 0,711 0,778 0,878<br />

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 0,729 0,796 0,682 0,731 0,694 0,764 0,810 0,893<br />

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil<br />

Como pode se observar pelos índices apresentados de IDHM em 1991 e 2000<br />

todos os municípios estudados tiveram um aumento nos valores apresentados, observase<br />

ainda pela analise da tabela 4.4 que esta melhoria decorreu de variação positiva em<br />

quase a totalidade dos componentes formadores do IDHM médio e não pela variação<br />

maior em um ou outro índice.<br />

4.4- Saneamento Básico<br />

Em relação aos indicadores de abastecimento de água a maioria dos Municípios é<br />

atendida pela rede geral,sendo o município de Guaratuba o que possui o maior<br />

abastecimento de água por rede geral seguido de São José dos Pinhais. (tabela 4.5)<br />

Tabela 4.5- Abastecimento de água<br />

SÃO JOSÉ DOS<br />

GRARATUBA MORRETES<br />

PINHAIS<br />

1991 2000 1991 2000 1991 2000<br />

REDE GERAL 73,1 85,6 49,8 53,6 68,7 83,4<br />

POÇO OU NASCENTE (NA PROPRIEDADE) 24,7 12,9 48,8 40,5 30,5 16,1<br />

OUTRA FORMA 2,2 1,5 1,4 5,9 0,7 0,5<br />

Fonte: IBGE/censos demográficos<br />

PROPORÇÃO DE MORADORES POR TIPO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA<br />

ABASTECIMENTO ÁGUA<br />

Já no que diz respeito ao saneamento básico, o Município que teve o maior<br />

atendimento pela rede geral foi São José dos Pinhais com 51,2% (ano de 2000), em<br />

Guaratuba e Morretes mais de 60% dos domicílios possuem fossa séptica.(tabela 4.6).<br />

15


Tabela 4.6- Instalação sanitária<br />

PROPORÇÃO DE MORADORES POR TIPO DE INSTALAÇÃO SANITÁRIA<br />

SÃO JOSÉ DOS<br />

GRARATUBA MORRETES<br />

INSTALAÇÃO SANITÁRIA<br />

PINHAIS<br />

1991 2000 1991 2000 1991 2000<br />

REDE GERAL DE ESGOTO OU PLUVIAL 0,0 16,9 6,6 6,3 8,9 51,2<br />

FOSSA SÉPTICA 63,0 64,4 37,3 63,2 50,2 31,4<br />

FOSSA RUDIMENDAR 20,5 10,3 43,8 24,4 24,3 12,0<br />

VALA 2,9 4,1 6,8 2,5 11,7 3,2<br />

RIO, LAGO OU MAR 0,0 1,1 0,0 0,8 0,0 0,8<br />

OUTRO ESCOADOURO 1,9 0,3 0,7 0,4 0,3 0,5<br />

NÃO SABE O TIPO DE ESCOADOURO 0,8 0,0 0,8 0,0 0,5 0,0<br />

NÃO TEM INSTALAÇÃO SANITÁRIA 10,9 2,8 4,0 2,4 4,2 1,0<br />

Fonte: IBGE/censos demográficos<br />

Quanto à destinação de lixo, houve um grande crescimento da sua coleta. Mesmo<br />

o município que apresentou percentual menor (Morretes) pode-se perceber que os<br />

domicílios atendidos com a coleta aumentaram, passando de 35,7 em 1991 para 53,6 em<br />

2000. (tabela 4.7)<br />

Tabela 4.7- Destino do lixo<br />

PROPORÇÃO DE MORADORES POR TIPO DE DESTINO DE LIXO<br />

SÃO JOSÉ DOS<br />

GRARATUBA MORRETES<br />

COLETA DE LIXO<br />

PINHAIS<br />

1991 2000 1991 2000 1991 2000<br />

COLETADO 59,4 91,4 35,7 53,6 83,5 95,0<br />

QUEIMADO (NA PROPRIEDADE) 13,7 5,5 36,0 33,9 11,7 3,9<br />

ENTERRADO (NA PROPRIEDADE) 6,0 1,5 10,3 5,2 1,5 0,5<br />

JOGADO 20,1 1,5 16,8 5,4 3,0 0,3<br />

OUTRO DESTINO 0,7 0,1 1,3 1,9 0,3 0,3<br />

Fonte: IBGE/censos demográficos<br />

4.5- Dinâmica Demográfica<br />

A dinâmica demográfica apresentada busca oferecer uma visão geral nos aspectos<br />

considerados mais relevantes para a caracterização dos municípios que englobam a área<br />

de estudo, em especial os dados de área (km²), população residente e densidade<br />

demográfica. Todos os dados são apresentados por município, e por média dos<br />

municípios estudados.<br />

Conforme apresentado na tabela 4.8 os municípios da região estudada possuíam<br />

juntos, população em 2007 de 310.613 pessoas, representando aproximadamente 3% da<br />

população do Estado do Paraná. Com área total estimada de 2.960.301 km² a densidade<br />

demográfica para Morretes e Guaratuba, é de aproximadamente 23 hab/km², com um<br />

índice de ocupação cerca de 50% inferior à média da ocupação do Estado do Paraná<br />

16


(densidade do Estado é de 51,97 hab/km²). São José dos Pinhais destaca-se com uma<br />

densidade demográfica 5 vezes maior que a média estadual.<br />

Tabela 4.8- Área, Densidade População e Densidade Demográfica<br />

ÁREA<br />

DENSIDADE<br />

DEMOGRÁFICA<br />

(km²) Censitária 2000 Contagem 2007 Estimada 2008 (hab/km²)*<br />

ESTADO DO PARANÁ 199.314.850 - 10.284.503 - 51,97<br />

GUARATUBA 1.328.480 27.257 30.793 32.315 23,18<br />

MORRETES 687.541 15.275 16.198 16.853 23,56<br />

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 944.280 204.316 263.622 272.530 279,18<br />

TOTAL PARA MUNICIPIOS 2.960.301 246.848 310.613 321.698 -<br />

FONTE: IBGE/IPARDES<br />

* Contagem 2007<br />

LOCALIDADE<br />

POPULAÇÃO<br />

Em relação à tabela 4.9 há que se espreitar a relação de equilíbrio entre homens e<br />

mulheres que se aproximam com ligeiras vantagens para um ou outro sexo.<br />

Tabela 4.9- População Rural, Urbana e Total (anos de 1996 e 2000)<br />

POPULAÇÃO RESIDENTE, SEXO E SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO<br />

Total Homens Mulheres Urbana Rural<br />

ESTADO DO PARANÁ 2.000 9.563.458 4.737.420 4.826.038 7.786.084 1.777.374<br />

GUARATUBA<br />

MORRETES<br />

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS<br />

TOTAL PARA MUNICÍPIOS*<br />

1.996<br />

1.996<br />

1.996<br />

1.996<br />

31.635<br />

15.020<br />

169.035<br />

215.690<br />

15.578<br />

7.677<br />

84.559<br />

107.814<br />

16.057<br />

7.343<br />

84.476<br />

107.876<br />

2.000<br />

2.000<br />

2.000<br />

2000<br />

27.257<br />

15.275<br />

204.316<br />

246.848<br />

13.868<br />

7.854<br />

102.412<br />

124.134<br />

13.389<br />

7.421<br />

101.904<br />

122.714<br />

23.156<br />

7.153<br />

183.366<br />

213.675<br />

4.101<br />

8.122<br />

20.950<br />

33.173<br />

FONTE: IBGE 1996/2000<br />

LOCALIDADE<br />

* Guaratuba, Morrestes e São José dos Pinhais<br />

ANO<br />

Ainda quanto à tabela 4.9 nota-se que Morretes apresenta a maior parte de sua<br />

população em área rural bem diferente das demais localidades e da média estadual.<br />

Pirâmide Etária<br />

80 e +<br />

70 a 79<br />

Faixa Etária (anos)<br />

60 a 69<br />

50 a 59<br />

40 a 49<br />

30 a 39<br />

20 a 29<br />

10 a 19<br />

0 a 9<br />

Masculino<br />

Feminino<br />

15 10 5 0 5 10 15<br />

Percentual da População<br />

Guaratuba. Fonte: IBGE, Censos e Estimativas<br />

17


Pirâmide Etária<br />

80 e +<br />

Faixa Etária (anos)<br />

70 a 79<br />

60 a 69<br />

50 a 59<br />

40 a 49<br />

30 a 39<br />

20 a 29<br />

10 a 19<br />

0 a 9<br />

Masculino<br />

Feminino<br />

15 10 5 0 5 10 15<br />

Percentual da População<br />

Morretes. Fonte: IBGE, Censos e Estimativas<br />

Pirâmide Etária<br />

80 e +<br />

Faixa Etária (anos)<br />

70 a 79<br />

60 a 69<br />

50 a 59<br />

40 a 49<br />

30 a 39<br />

20 a 29<br />

10 a 19<br />

Masculino<br />

Feminino<br />

0 a 9<br />

15 10 5 0 5 10 15<br />

Percentual da População<br />

São José dos Pinhais. Fonte: IBGE, Censos e Estimativas<br />

4.6- Educação<br />

Em relação à média dos dados educacionais dos 3 municípios estudados (tabela<br />

4.10), tem-se a liderança de São José na alfabetização de adultos com 70,85%, Quanto à<br />

taxa de freqüência bruta à escola, esta representa 94,31%. Ainda há que se destacar as<br />

taxas de analfabetismo por faixa etária onde São José apresenta também os melhores<br />

índices.<br />

Tabela 4.10 Taxas de alfabetização freqüência escolar e analfabetismo<br />

INFORMAÇÃO<br />

SÃO JOSÉ<br />

GUARATUBA MORRETES<br />

DOS PINHAIS<br />

(%)<br />

(%)<br />

(%)<br />

TAXA DE ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS 67,64 67,64 70,85<br />

TAXA BRUTA DE FREQUENCIA ESCOLAR 92,1 91,18 94,31<br />

TAXA DE ANALFABETISMO SEGUNDO FAIXA ETÁRIA<br />

De 15 anos abaixo 7,9 8,8 5,7<br />

De 15 a 19 anos 2,8 2,4 1,3<br />

De 20 a 24 anos 2,4 3,2 1,5<br />

De 25 a 29 anos 3,5 5,2 1,9<br />

De 30 a 39 anos 5,7 6,1 3,5<br />

De 40 a 49 anos 8 8 6<br />

De 50 anos acima 18 18 18<br />

FONTE: IBGE-2000 / Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil - PNUD, IPEA, FJP 2000<br />

18


Com relação ao número de matrículas e escolas, conforme a tabela 4.11, a região<br />

possui uma rede com escolas sendo as matriculas divididas em 7.069 de ensino préescolar,<br />

49.994 matriculas em escolas de ensino fundamental e 12.142 matriculas em<br />

escolas de ensino médio e 4.002 alunos matriculados no ensino superior a grande maioria<br />

em São José dos Pinhais.<br />

Tabela 4.11- : Matrículas e rede escolar<br />

INFORMAÇÃO<br />

GUARATUBA<br />

MORRETES<br />

SÃO JOSÉ<br />

DOS PINHAIS<br />

TOTAL<br />

MATRÍCULAS NA PRÉ-ESCOLA (FUNDEPAR 2007 ) 1.295 385 5.389 7.069<br />

MATRÍCULAS NO ENSINO FUNDAMENTAL (FUNDEPAR 2007 ) 5.967 3.103 40.924 49.994<br />

MATRÍCULAS NO ENSINO MÉDIO (FUNDEPAR 2007 ) 1.500 692 9.950 12.142<br />

MATRÍCULAS NO ENSINO SUPERIOR (MEC/INEP 2006) 376 - 3.626 4.002<br />

NÚMERO DE UNIDADES LOCAIS 1 2 5 8<br />

FONTE: IBGE/IPARDES/PNUD<br />

4.7- Taxa de Natalidade<br />

Tem-se por definição que o quociente entre os nascidos vivos ocorridos em uma<br />

determinada unidade geográfica e período de tempo, e a população estimada na metade<br />

do período, segundo a fórmula:<br />

Taxa de Natalidade = ( Nascidos Vivos / População média do período ) x 1.000<br />

Obs.: Esta taxa é, em geral, multiplicada por 1.000 para facilitar a leitura e permitir<br />

comparação internacional.<br />

Tabela 4.12- Taxa de natalidade histórico<br />

INFORMAÇÕES SOBRE<br />

ANO DA VERIFICAÇÃO<br />

LOCALIDADE<br />

NASCIMENTOS<br />

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005<br />

Número de nascidos vivos 551 613 587 574 572 562 525 547 506 542<br />

GUARATUBA<br />

Taxa bruta de natalidade 17,4 18,7 17,4 16,5 21,0 19,8 18,0 18,2 16,3 16,4<br />

Número de nascidos vivos 317 303 286 273 296 302 258 290 295 272<br />

MORRETES<br />

Taxa bruta de natalidade 21,1 19,5 17,9 16,7 19,4 19,4 16,4 18,2 18,3 16,4<br />

Número de nascidos vivos 4.215 4.551 4.518 4.594 4.470 4.372 4.150 4.061 4.161 3.991<br />

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS<br />

Taxa bruta de natalidade 24,9 25,4 24,0 23,3 21,9 20,5 18,8 17,8 17,7 15,8<br />

Fonte: IBGE/censos demográficos<br />

Neste aspecto os municípios possuem um percentual de taxa de natalidade<br />

parecido no ano de 2005, mas há que se observar também que em todos os municípios<br />

ocorreu uma queda da taxa em relação ao ano de 1996, que foi mais significativa em São<br />

José onde decresceu quase 10 pontos.<br />

19


4.8- Finanças Públicas<br />

Com relação aos indicadores de finanças públicas municipais, os dados do IBGE<br />

para o ano de 2004 estão expressos na tabela 4.13 abaixo.<br />

Existindo novamente uma forte vantagem de São José em relação aos outros<br />

municípios estudados. As diferenças são sentidas em todos os dados levantados: número<br />

de agências bancárias; valor do fundo de participação dos municípios - FPM (30 milhões<br />

para aproximadamente 9 milhões do segundo colocado) e também em relação ao valor do<br />

Imposto Territorial Rural – ITR.<br />

Tabela 4.13- Número de agências bancárias, valor do FPM e valor do ITR<br />

FINANÇAS PÚBLICAS<br />

GUARATUBA MORRETES<br />

SÃO JOSÉ<br />

DOS PINHAIS<br />

NÚMERO DE AGÊNCIAS BANCÁRIAS 3 3 19<br />

VALOR DO FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS – FPM (REAIS) 9.300.760,69 5.688.052,48 30.080.594,63<br />

VALOR DO IMPOSTO TERRITORIAL RURAL - ITR (REAIS) 15.113,40 21.866,51 125.810,17<br />

Fonte: IBGE -2006.<br />

Na tabela 4.14 podemos observar que São José dos Pinhais se afasta dos demais<br />

municípios novamente superando a todos os outros municípios. Pela industrialização e<br />

recursos financeiros existentes, São José dos Pinhais apresenta os maiores percentuais<br />

de população economicamente ativa e de número de emprego.<br />

Tabela 4.14- Eleitores na última eleição municipal; taxa de natalidade; número de pessoal empregado<br />

INFORMAÇÃO<br />

GUARATUBA<br />

MORRETES<br />

SÃO JOSÉ DOS<br />

PINHAIS<br />

NÚMERO DE ELEITORES IBGE 2004 20.880 12.920 137.015<br />

NÚMERO DE ELEITORES IPARDES 2007 22.239 13.579 147.554<br />

POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA IBGE 2000 12.176 6.785 101.140<br />

POPULAÇÃO OCUPADA IBGE 2000 10.622 6.178 85.606<br />

NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS - RAIS MTE 2006 637 337 4.221<br />

NÚMERO DE EMPREGOS - RAIS MTE 2006 3.945 1.823 60.629<br />

4.9- Empresas com CNPJ<br />

Com relação às demais atividades empresariais, os dados do Cadastro Central de<br />

Empresas (IBGE) para o ano de 2006, podem ser conferidos abaixo (tabela 4.15).<br />

20


As indústrias de transformação, o comércio e a alimentação e ainda as empresas<br />

dedicadas a atividades imobiliárias formam a maioria das empresas regularmente<br />

constituídas nos municípios estudados.<br />

Tabela 4.15- Cadastro de Empresas: número de unidades local<br />

NÚMERO DE UNIDADES<br />

RAMO DE ATIVIDADE<br />

SÃO JOSÉ<br />

GUARATUBA MORRETES<br />

DOS PINHAIS<br />

AGRICULTURA 8 14 71<br />

PESCA 2 1 1<br />

INDÚSTRIAS EXTRATIVAS 5 5 38<br />

INDÚSTRIAS DE TRANSFORMAÇÃO 92 65 1.481<br />

PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ELETRICIDADE 2 1 2<br />

CONSTRUÇÃO 23 18 337<br />

COMÉRCIO 729 401 4.407<br />

ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO 327 210 608<br />

TRANSPORTE 21 26 735<br />

INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 9 14 99<br />

ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS 216 57 908<br />

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1 2 5<br />

EDUCAÇÃO 16 4 170<br />

SAÚDE E SERVIÇOS SOCIAIS 17 8 177<br />

OUTROS SERVIÇOS COLETIVOS 113 94 497<br />

ORGANISMOS INTERNACIONAIS E OUTRAS INSTITUIÇÕES EXTRATERRITORIAIS - - -<br />

TOTAL 1.581 920 9.536<br />

FONTE: IBGE<br />

Mais uma vez São José dos Pinhais se destaca por apresentar um maior numero<br />

de estabelecimentos empresariais.<br />

4.10- Atividades Turísticas<br />

Com relação às atividades de turismo, apesar de estas estarem em franco<br />

desenvolvimento, não foram encontrados dados sistematizados e estatísticos. Optou-se<br />

por trabalhar as características e projetos turísticos enfatizados pelo próprio Governo do<br />

Estado do Paraná.<br />

Em todos os municípios estudados os atrativos turísticos são vastos e abarcam<br />

uma série de atividades possíveis, desde o turismo ecológico ou ecoturismo que<br />

compreende atividades relacionadas ao meio ambiente natural seja pela simples<br />

observação, seja pela interação máxima, com atividades como rapel e canoagem que em<br />

Morretes é conhecida como bóia-cross, variação do esporte com finalidade lúdica e<br />

recreativa.<br />

Ainda há o passado histórico que se faz presente na maioria dos municípios tanto<br />

pela presença de prédios históricos como caminhos que transpondo a Serra do Mar<br />

paranaense contam a historia da colonização do Estado e as origens de seu povo e<br />

território, um bom exemplo é o Caminho do Itupava, uma trilha histórica aberta para ligar<br />

Curitiba a Morretes no Paraná entre 1625 e 1654 por índios e mineradores, foi calçado<br />

21


com pedras por escravos. Durante mais de três séculos os caminhos coloniais foram a<br />

única passagem da costa para o planalto, dando posteriormente origem às rodovias e<br />

ferrovia, que possibilitaram o desenvolvimento do Estado do Paraná.<br />

Originário de antigas trilhas indígenas, o Caminho do Itupava foi uma das principais<br />

vias de comunicação entre o Primeiro Planalto paranaense e a Planície Litorânea desde o<br />

século XVII, até a efetivação da Estrada de Ferro, Curitiba - Paranaguá em 1885, quando<br />

foi abandonado. No entanto, propiciou a ocupação e colonização dos Campos de Curitiba<br />

onde, durante dois séculos, contribuiu para o desenvolvimento sócio-econômico das<br />

regiões que interligava.<br />

Hoje o Caminho do Itupava não tem mais função econômica, porém é um<br />

monumental sítio arqueológico que testemunha um precioso patrimônio cultural e natural,<br />

principalmente no trecho calçado, em plena Floresta Atlântica (Floresta Ombrófila Densa)<br />

na Serra do Mar, trecho que está em relativo estado de conservação.<br />

Existe também o turismo de negócios muito fortalecido em São José dos Pinhais<br />

face a grande mobilidade pela presença do aeroporto internacional em suas terras, São<br />

José dos Pinhais ainda tem um forte turismo rural com a presença de diversas fazendas<br />

que abriram suas portas a visitação pública, outro bom exemplo é o Caminho do Vinho<br />

que oferta a possibilidade do turista encontrar produtos coloniais entre eles o vinho de<br />

colônia produzido localmente.<br />

Sem contar com o litoral representado lindamente por Guaratuba e seus mais de<br />

20 km de belas praias, junte-se a isso um povo hospitaleiro e uma comida regional típica<br />

da melhor qualidade e se terá um panorama das atividades turísticas possíveis de serem<br />

praticadas nas áreas dos municípios estudados.<br />

Frente a todos esses atrativos não é difícil de se concluir que as cidades contam<br />

com aparato receptivo para o turista adequado e que não é difícil em qualquer dos<br />

municípios obter ajuda profissional de operadoras de turismo e guias para incursos locais.<br />

Tem que se ressaltar a participação do governo estadual pelo sistema SESC/SENAI e<br />

outros na preparação e formação de profissionais técnicos para atuação no turismo local<br />

e ainda operações de verão que visam munir de estrutura adequada de policiamento<br />

coleta de lixo e demais atividades, os municípios litorâneos durante a estação de verão,<br />

quando existem picos populacionais e o surgimento de problemas ligados a esta<br />

flutuação.<br />

22


Cabe ainda ressaltar que Morretes é uma cidade histórica e turística com festivais<br />

gastronômicos típicos da região que preserva um ambiente de manguezais da mata<br />

atlântica. Guaratuba com sua beleza natural composto de praias, manguezais, ilhas e rios<br />

e ainda pela baia. O município de São José dos Pinhais possui linha turística voltada para<br />

ao meio rural e suas principais atrações, como o Caminho do Vinho.<br />

5- CONFLITOS <strong>SÓCIO</strong>-AMBIENTAIS<br />

Durante as pesquisas de campo, os principais conflitos encontrados, não estão<br />

relacionados à criação de uma nova UC, mas sim se referem às deficiências da<br />

fiscalização no combate de infrações previstas pela legislação ambiental, ou seja, a<br />

pratica de atividades nocivas ao meio ambiente como o corte ilegal de árvores, o<br />

impedimento da regeneração natural, a caça, a pesca em épocas de defeso ou usando<br />

petrechos ilegais e, ainda, a abertura de novas áreas para o cultivo agrícola ou pecuária,<br />

inclusive em áreas de preservação permanente.<br />

Pelo que em concordância com depoimentos coletados em campo e do observado<br />

nestes períodos pode-se arriscar dizer que a maioria das comunidades próximas a áreas<br />

de interesse para a criação de UC´s aqui proposta, anseia pela criação e estruturação de<br />

algum tipo de implemento ambiental na forma de unidade de conservação nas áreas de<br />

Guaricana, de onde esperam e aguardam receber respaldo técnico e social de seus<br />

ocupantes. Há que se ressaltar que as áreas da COPEL, Paraná Ambiental e outras de<br />

particulares contam com a presença de vigias e caseiros que fiscalizam as áreas<br />

contribuindo para a conservação dos recursos naturais, recursos esses que uma vez<br />

inseridos em uma unidade de conservação da natureza de nível federal, passarão a esta,<br />

a obrigação de guarda e vigilância.<br />

6- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS <strong>SÓCIO</strong>-AMBIENTAIS<br />

Tomando-se como premissa os principais impactos a serem considerados na<br />

criação de unidades de conservação da natureza pelo estado, ampliam-se as<br />

possibilidades para as atividades sustentáveis de turismo de natureza (ou ecoturismo). A<br />

procura por este tipo de atividade cresce notavelmente em todo o mundo, cabendo ao<br />

poder público e à sociedade local a ação protagonista no sentido de alavancar a região na<br />

conformação de um pólo de turismo de natureza gerador de emprego, renda e uma<br />

melhor qualidade de vida aos moradores do entorno. Tal esforço já vem sendo efetuado<br />

23


na maioria dos municípios estudados, sendo responsáveis pelo crescente aumento nos<br />

Índices de Desenvolvimento Humano e qualidade de vida.<br />

A proteção, a manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por<br />

interferência humana, é o objetivo básico das Unidades Conservação, ou seja, é<br />

preservar a natureza, com o que a criação de UC´s na região viria a contribuir para frear o<br />

avanço da atividade de caça e roubo de palmito, responsáveis por grande parte dos<br />

desmatamentos presenciados na região.<br />

Por outro lado, a manutenção da preservação das nascentes, fluxos de água e<br />

biodiversidade representarão no médio e longo prazo um ganho na qualidade de vida e<br />

potencial produtivo para os municípios do entorno, numa região onde mais da metade da<br />

população sequer tem abastecimento público de água potável.<br />

Existe ainda o potencial de incremento do ICMS Ecológico para os municípios, que<br />

sem duvida contribui para as finanças municipais e são necessários para a estruturação<br />

dos municípios principalmente para o receptivo turístico.<br />

7- CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES<br />

Recomenda-se que após a efetiva criação das Unidades de Conservação<br />

propostas, os mesmos esforços que vem sendo efetuados no processo de criação sejam<br />

efetuados (pelas instituições responsáveis) para o processo de gestão, fiscalização e<br />

elaboração de seus respectivos planos de manejo. Da mesma forma importante será o<br />

fortalecimento das atuais políticas públicas que atendam as diretrizes de conformação de<br />

um pólo sustentável de turismo de natureza na região, primando pela conservação de<br />

locais de rara beleza lá encontrados.<br />

Como de pronto não se fala em processo de desapropriação e indenização de<br />

terras o estudo ocupou-se em determinar as áreas com qualidade ambiental significativa e<br />

relativamente desocupadas sendo que, quando foram identificadas a presença de<br />

moradores fixos, proprietários ou não nas proximidades da área de interesse, buscou-se<br />

em parceria com os técnicos do MMA e ICMBIO a readequação dos limites de forma a se<br />

extrair essas áreas ocupadas da área de interesse do projeto.<br />

É importante destacar que as áreas da proposta, portanto, perfazem quase que<br />

exclusivamente áreas ocupadas por formações de floresta densa e ecossistemas<br />

associados, praticamente desabitadas.<br />

24


Por último, conforme citado na introdução deste relatório, este trabalho de<br />

consultoria socioeconômica procurou cobrir o maior número possível de estradas e<br />

propriedades, levantar usos e ocupação da terra e diagnosticar conflitos e impactos sócio<br />

ambientais dentro da área do polígono proposto. Nesse sentido, acredita-se que a maior<br />

parte dos cenários que compõem o polígono foram mapeados. Por isso, este relatório<br />

fundamenta e justifica (no que tange a questões socioeconômicas e fundiárias) a proposta<br />

de criação da Unidades de Conservação da Natureza na área de Guaricana.<br />

8- BIBLIOGRAFIA<br />

IBGE. Censos Populacionais de 1991 e 2000, Rio de Janeiro: 2000.<br />

IBGE. Cadastro Central de Empresas, Rio de Janeiro: 2003.<br />

IBGE. Pesquisa da Extração Vegetal e Silvicultura, Rio de Janeiro: 2004.<br />

IBGE. Produção Agrícola Municipal, Rio de Janeiro: 2004.<br />

IBGE. Produção Pecuária Municipal, Rio de Janeiro: 2004.<br />

Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP.<br />

Censo Educacional 2004.<br />

Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP.<br />

Censo da Educação Superior 2003.<br />

PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2003.<br />

SNUC, Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei n. 9.985, de 18 / julho de<br />

2000).<br />

http://www.guaratuba.com/<br />

http://www.morretes.com.br/<br />

http://www.sjp.pr.gov.br/portal/<br />

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