ECONOMIA - Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento
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<strong>ECONOMIA</strong><br />
PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS<br />
Pólo farmacêutico e químico <strong>de</strong><br />
Goiás já é o terceiro maior do País<br />
MARIZA SANTANA<br />
Com 23 empresas em funcionamento,<br />
produção anual <strong>de</strong><br />
mais <strong>de</strong> 600 milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> medicamentos e cerca <strong>de</strong><br />
6 mil trabalhadores empregados, o<br />
pólo farmacêutico <strong>de</strong> Goiás já é o terceiro<br />
do País, tanto em quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> laboratórios como em volume <strong>de</strong><br />
produção, principalmente <strong>de</strong> similares.<br />
Só não supera São Paulo e Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro. Em 2004 o segmento farmacêutico<br />
goiano faturou aproximada-<br />
mente R$ 2 bilhões, o que representou<br />
crescimento <strong>de</strong> 17% sobre 2003<br />
e respon<strong>de</strong>u por mais <strong>de</strong> 10% do total<br />
apurado pelo mercado nacional.<br />
Com as indústrias e distribuidoras<br />
<strong>de</strong> insumos concentradas principalmente<br />
em Goiânia e no Distrito Agroindustrial<br />
<strong>de</strong> Anápolis (Daia), o pólo<br />
farmacêutico goiano tem crescido, não<br />
somente no número <strong>de</strong> empresas em<br />
operação, mas também em faturamento,<br />
por meio do lançamento contínuo<br />
<strong>de</strong> produtos, e ainda na geração <strong>de</strong><br />
emprego com carteira assinada.<br />
De acordo com levantamento<br />
do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas<br />
e Correlatas do <strong>Estado</strong><br />
<strong>de</strong> Goiás (Sindifargo), até<br />
2007 as empresas privadas do<br />
pólo projetam investimentos totais<br />
<strong>de</strong> US$ 188 milhões (R$ 295<br />
milhões com base na cotação <strong>de</strong><br />
R$ 2,50 para o dólar). Serão aplicados<br />
US$ 100 milhões (R$ 250<br />
milhões) na aquisição <strong>de</strong> máquinas<br />
e equipamentos, US$ 10 milhões<br />
(R$ 25 milhões) em registros<br />
e na renovação <strong>de</strong> medica-<br />
Crescimento<br />
sustentado<br />
Pólo goiano<br />
<strong>de</strong> produção<br />
<strong>de</strong> fármacos<br />
alcançou<br />
faturamento <strong>de</strong><br />
R$ 2 bilhões<br />
em 2004<br />
Foto: Yosikazu Maeda<br />
16<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
mentos, e US$ 8 milhões (R$ 20<br />
milhões) no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
novas fórmulas.<br />
Já a Indústria Química do <strong>Estado</strong><br />
<strong>de</strong> Goiás S/A (Iquego), laboratório<br />
oficial mantido pelo governo<br />
<strong>de</strong> Goiás, estima investimentos <strong>de</strong><br />
R$ 13 milhões (recursos do Ministério<br />
da Saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> contrapartida<br />
do laboratório) para 2005 em projetos<br />
<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização e ampliação<br />
da produção, além da construção<br />
do biotério, do centro <strong>de</strong> formação<br />
e treinamento e do auditório.<br />
Novos os empreendimentos<br />
eendimentos<br />
Por meio dos incentivos fiscais oferecidos<br />
pelo Programa Produzir do<br />
governo estadual, foram aprovados<br />
pela <strong>Secretaria</strong> da Indústria e Comércio<br />
(SIC) 54 projetos <strong>de</strong> empresas do<br />
ramo farmacêutico que preten<strong>de</strong>m se<br />
instalar no <strong>Estado</strong>, principalmente em<br />
Anápolis, Aparecida <strong>de</strong> Goiânia, Senador<br />
Canedo, Goiânia e Rio Ver<strong>de</strong>. Os<br />
empreendimentos contam com os<br />
benefícios do Produzir, do Comexproduzir<br />
(para exportação) e do Logproduzir<br />
(para projetos na área <strong>de</strong> logística).<br />
Conforme o secretário Ridoval<br />
Chiareloto, entre os projetos confirmados<br />
estão a instalação no Daia dos<br />
Centros <strong>de</strong> Distribuição (CDs) dos laboratórios<br />
multinacionais Roche,<br />
Behring e Shering.<br />
Está prevista também a instalação<br />
da planta industrial do<br />
grupo argentino CHMO (indústria<br />
química fina, <strong>de</strong> vitrinário e<br />
laboratório farmacêutico), que<br />
representará investimentos estimados<br />
em R$ 100 milhões. Serão<br />
instaladas no Daia as indútrias<br />
Astrafarma Química e Farmacêutica<br />
e Farmatex Indústria<br />
Farmacêutica, <strong>de</strong> um grupo paulista.<br />
A Astrafarma produzirá fármacos<br />
da linha humana e a Farmatex<br />
se <strong>de</strong>dicará à linha veterinária.<br />
Junto com uma indústria <strong>de</strong><br />
CD e DVD, o grupo planeja investir<br />
R$ 60 milhões em Goiás.<br />
Secretár<br />
etário Ridoval Chiareloto<br />
Goiás terá em breve mais 54 novos projetos<br />
"A tendência é <strong>de</strong><br />
que o pólo farmacêutico<br />
se transforme em um<br />
pólo <strong>de</strong> produção e distribuição<br />
<strong>de</strong> medicamentos,<br />
com <strong>de</strong>staque<br />
para as empresas sediadas<br />
em Anápolis", avalia<br />
Ridoval Chiareloto. Ele<br />
ressalta que a implantação<br />
da Plataforma Logística<br />
Multimodal <strong>de</strong> Goiás,<br />
o aeroporto internacional<br />
<strong>de</strong> cargas do município<br />
e o Porto Seco terão<br />
papel fundamental<br />
na consolidação e expansão<br />
do pólo, que já é<br />
um dos Arranjos Produtivos<br />
Locais (APLs) economicamente<br />
mais dinâmicos<br />
do <strong>Estado</strong>.<br />
Empresas do Pólo Farmacêutico<br />
Champion Farmoquímico<br />
Cifarma Indústria Farmacêutica Ltda<br />
Equiplex Indústria Farmacêutica Ltda<br />
Geolab Indústria Farmacêutica Ltda<br />
Gênix Indústria Farmacêutica Ltda<br />
Greenpharma Química e Farmacêutica Ltda<br />
Halex Istar Indústria Farmacêutica Ltda<br />
Indústria Farmacêutica Melcon<br />
Indústria Química do <strong>Estado</strong> <strong>de</strong> Goiás S/A - Iquego<br />
Laboratório Ducto Ltda<br />
Laboratório Genoma Ltda<br />
Laboratório Itafarma Ltda<br />
Laboratório Kin<strong>de</strong>r S/A<br />
Laboratório Neo Química Com. Ind. Ltda<br />
Laboratório Teuto Brasileiro Ltda<br />
Novafarma Indústria Farmacêutica Ltda<br />
Pharma Nostra Comercial Ltda<br />
Tokarski Com. e Ind. Ltda<br />
Vitapan Indústria Farmacêutica Ltda<br />
Extracaps Comercial Ltda<br />
AB Farmoquímica Ltda<br />
FBM - Fábrica Brasileira <strong>de</strong> Medicamentos<br />
Fonte: Sindifargo<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
Anápolis<br />
Goiânia<br />
Aparecida <strong>de</strong> Goiânia<br />
Anápolis<br />
Anápolis<br />
Anápolis<br />
Goiânia<br />
Anápolis<br />
Goiânia<br />
Anápolis<br />
Anápolis<br />
Anápolis<br />
Anápolis<br />
Anápolis<br />
Anápolis<br />
Anápolis<br />
Anápolis<br />
Goiânia<br />
Anápolis<br />
Anápolis<br />
Anápolis<br />
Anápolis<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
17
Halex Istar foi o laboratório pioneiro<br />
A história da indústria farmacêutica<br />
em Goiás começou em 1962, quando<br />
o governo Mauro Borges criou e<br />
instalou a Indústria Química do <strong>Estado</strong><br />
<strong>de</strong> Goiás S/A (Iquego) inaugurada<br />
em 1964. Contudo, em se tratando da<br />
iniciativa privada, o pioneirismo é do<br />
Laboratório Halex Istar, instalado há<br />
30 anos em Goiânia, para a produção<br />
<strong>de</strong> soluções injetáveis <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> volume.<br />
A empresa produz hoje 4 milhões<br />
<strong>de</strong> frascos/mês <strong>de</strong> soro (fisiológico,<br />
glicosado, entre outros) e 1 milhão<br />
<strong>de</strong> ampolas/mês <strong>de</strong> vários produtos<br />
(analgésicos, para hidratação e<br />
outros), além <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong> ampolas<br />
mensais <strong>de</strong> plástico para diluente<br />
<strong>de</strong> soluções injetáveis (água bi<strong>de</strong>stilada<br />
e cloreto <strong>de</strong> sódio).<br />
A empresa possui 800 empregados<br />
e funciona em uma área construída<br />
<strong>de</strong> 16 mil metros quadrados<br />
ao lado da BR-153, saída para Anápolis.<br />
Conforme o diretor Heno<br />
Jácomo Perillo, este ano a Halex<br />
Istar preten<strong>de</strong> investir <strong>de</strong> R$ 3 milhões<br />
a R$ 4 milhões na aquisição<br />
<strong>de</strong> equipamentos para a produção.<br />
"Atuamos no Brasil todo e somos<br />
certificados <strong>de</strong> acordo com a Norma<br />
ISO 9001:2000", informa ele,<br />
<strong>de</strong>stacando que o slogan da empresa<br />
é buscar a evolução permanente,<br />
<strong>de</strong> forma a aten<strong>de</strong>r as exigências<br />
da Agência Nacional <strong>de</strong> Vigilância<br />
Sanitária (Anvisa).<br />
Neo Química<br />
O Laboratório Neo Química, por<br />
sua vez, foi o primeiro do segmento<br />
a se instalar no pólo farmacêutico <strong>de</strong><br />
Anápolis (Daia), em 1989. A empresa<br />
é uma das maiores indústrias farmacêuticas<br />
do Brasil, com 46 anos <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong> no setor. Foi fundada no Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro e posteriormente transferida<br />
para Belo Horizonte, São Paulo<br />
e finalmente para a cida<strong>de</strong> goiana.<br />
Atualmente a matriz está localizada<br />
em Anápolis, com duas filiais no Ceará<br />
e em São Paulo. Na classificação<br />
geral da revista Exame Maiores e<br />
Melhores <strong>de</strong> 2004, o Neo Química<br />
está em quinto lugar em crescimento<br />
<strong>de</strong> vendas no segmento farmacêutico,<br />
<strong>de</strong> higiene e cosméticos.<br />
A empresa possui um portifólio<br />
<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 240 medicamentos<br />
e mais <strong>de</strong> 400 apresentações<br />
diferentes, entre as linhas farma,<br />
Medicamento Isento <strong>de</strong> Prescrição<br />
(MIP), genéricos e hospitalares. O<br />
laboratório possui 29.815 metros<br />
quadrados <strong>de</strong> área construída, cerca<br />
<strong>de</strong> 1.400 trabalhadores e vem<br />
realizando investimentos no projeto<br />
<strong>de</strong> ampliação, para aumentar<br />
a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> 14<br />
milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s/mês para 25<br />
milhões mensais.<br />
Foram aplicados mais <strong>de</strong> R$ 10<br />
milhões para mo<strong>de</strong>rnizar e flexibilizar<br />
o parque fabril da Neo Química,<br />
possibilitando a duplicação da<br />
produção <strong>de</strong> cremes, pomadas e<br />
produtos penicilínicos. O Centro <strong>de</strong><br />
Distribuição (CD), instalado em área<br />
<strong>de</strong> 10.800 metros quadrados, foi<br />
inaugurado em outubro <strong>de</strong> 2000 e<br />
contribui para a agilida<strong>de</strong> na distribuição<br />
e atendimento a mais <strong>de</strong> 100<br />
distribuidores parceiros.<br />
Outro investimento importante,<br />
<strong>de</strong> US$ 1,1 milhão (R$ 3 milhões),<br />
foi feito pelo laboratório na implementação<br />
do sistema MySAP.com,<br />
programa <strong>de</strong> computador <strong>de</strong> gestão<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
Mo<strong>de</strong>rnização<br />
Halex Istar<br />
vai fazer<br />
investimentos <strong>de</strong><br />
R$ 3 milhões<br />
para mo<strong>de</strong>rnizar<br />
equipamentos e<br />
ampliar a linha<br />
<strong>de</strong> produção<br />
18<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
empresarial que integra informações<br />
<strong>de</strong> todas as áreas da empresa.<br />
Dessa forma, o Neo Química se insere<br />
entre as mais mo<strong>de</strong>rnas empresas<br />
no mundo no que se refere a<br />
instrumentos <strong>de</strong> gestão e é a única<br />
indústria farmacêutica do Centro-<br />
Oeste a adotar esse sistema para<br />
controle dos processos.<br />
Teuto Brasileir<br />
asileiro<br />
Outro gigante do segmento farmacêutico<br />
instalado no Daia é o Laboratório<br />
Teuto Brasileiro. Fundado<br />
por um imigrante alemão em 1947,<br />
em São Paulo, o então Instituto Farmacêutico<br />
Teuto Brasileiro iniciou<br />
suas ativida<strong>de</strong>s no País com a produção<br />
<strong>de</strong> vitamínicos, antimicóticos,<br />
expectorantes e antibióticos. A<br />
empresa foi adquirida em 1986<br />
pela família Melo e, em seguida, em<br />
1993, era inaugurada sua se<strong>de</strong> no<br />
Daia, em Anápolis.<br />
Em novembro <strong>de</strong> 2001 começou<br />
a operar o novo parque industrial<br />
do Teuto, <strong>de</strong>ntro dos rígidos padrões<br />
da Food and Drug Administration<br />
(FDA), o órgão norte-americano que<br />
regulamenta a produção <strong>de</strong> medicamentos,<br />
e <strong>de</strong> acordo com as exigências<br />
da Organização Mundial <strong>de</strong><br />
Saú<strong>de</strong> (OMS). Atualmente, sua estrutura<br />
gigantesca (complexo industrial<br />
<strong>de</strong> 105 mil metros quadrados) e<br />
seu quadro <strong>de</strong> pessoal <strong>de</strong> 1.200 pessoas<br />
permitiram elevar a capacida<strong>de</strong><br />
produtiva para 30 milhões <strong>de</strong><br />
unida<strong>de</strong>s/mês.<br />
O laboratório produz medicamentos<br />
das linhas hospitalar, genérica,<br />
farma, follium, comex e OTC<br />
(remédios <strong>de</strong> venda livre, que não<br />
precisam <strong>de</strong> prescrição médica), e<br />
está lançando novos produtos. A<br />
empresa possui ainda cinco filiais<br />
localizadas no Rio <strong>de</strong> Janeiro, Belo<br />
Horizonte, Recife, São Paulo e São<br />
José do Rio Preto (SP), e exporta<br />
medicamentos para Angola, Moçambique,<br />
República Dominicana, Equador,<br />
Bolívia, Paraguai e Uruguai.<br />
Aspecto interno no do Neo Química<br />
Empresa é uma das maiores do País e está no mercado há 46 anos<br />
Teuto Brasileir<br />
asileiro<br />
Laboratório é outro gigante nacional na produção <strong>de</strong> medicamentos<br />
Greenphar<br />
eenpharma<br />
Mo<strong>de</strong>rna linha <strong>de</strong> produção que alia qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong><br />
Foto: Neo Química/Divulgação<br />
Foto: Teuto/Divulgação<br />
Foto: Luiz Henrique Veiga<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
19
Pólo começou a se configurar em 1989<br />
Foto: Sílvio Simões<br />
Ivan da Glória,<br />
do Sindifar<br />
argo<br />
Incentivos fiscais atraíram empresas<br />
O pólo farmacêutico instalado no<br />
Distrito Agroindustrial <strong>de</strong> Anápolis<br />
(Daia) começou a se configurar em<br />
1989 com a instalação do Laboratório<br />
Neo Química, vindo <strong>de</strong>pois o Teuto<br />
Brasileiro, o Vitapan e outros. Hoje<br />
funcionam no Daia 14 indústrias e<br />
empresas farmacêuticas que empregam<br />
cerca <strong>de</strong> 4 mil pessoas e produzem<br />
40 milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s mensais,<br />
principalmente similares, representando<br />
a maior concentração da<br />
ativida<strong>de</strong> em Goiás.<br />
Na avaliação do presi<strong>de</strong>nte do<br />
Sindicato das Indústrias Farmacêuticas<br />
e Correlatas do <strong>Estado</strong> <strong>de</strong><br />
Goiás (Sindifargo), Ivan da Glória<br />
Teixeira, as empresas do segmento<br />
químico e farmacêutico se instalaram<br />
em Goiás atraídos pelos incentivos<br />
fiscais e também pelo trabalho<br />
<strong>de</strong>senvolvido para a formação<br />
<strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra especializada, por<br />
meio do curso <strong>de</strong> graduação <strong>de</strong> farmácia<br />
industrial da Universida<strong>de</strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Goiás (UFG) e <strong>de</strong>pois da<br />
Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Goiás<br />
(UEG), com o curso <strong>de</strong> farmácia.<br />
No ano passado, o Serviço Nacional<br />
<strong>de</strong> Aprendizagem Industrial<br />
(Senai) começou a ministrar<br />
em Anápolis o curso tecnólogo<br />
em química farmacêutica. O Instituto<br />
da Gestão Tecnológica e<br />
Farmacêutica (IGTF) oferece o<br />
curso <strong>de</strong> pós-graduação em tecnologia<br />
farmacêutica.<br />
Ivan da Glória aponta a<br />
logística (proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Anápolis a Brasília e Goiânia)<br />
como outro fator que<br />
estimula as indústrias e distribuidoras<br />
<strong>de</strong> medicamentos<br />
a se instalarem no Daia.<br />
"A tendência é o pólo farmacêutico<br />
goiano se estruturar<br />
e consolidar. Entretanto,<br />
um dos <strong>de</strong>safios é a questão<br />
do acesso da população<br />
aos medicamentos", pon<strong>de</strong>ra.<br />
Ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que o governo<br />
fe<strong>de</strong>ral adote uma política<br />
<strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da produção <strong>de</strong><br />
genéricos, que são mais baratos,<br />
garantindo incentivos<br />
fiscais às indústrias.<br />
Sobre a recente resolução<br />
da Agência Nacional <strong>de</strong> Vigilância<br />
Sanitária (Anvisa) autorizando<br />
a venda fracionada <strong>de</strong><br />
remédios nas farmácias, o presi<strong>de</strong>nte<br />
do Sindifargo ressalta que<br />
os representantes das indústrias<br />
não são contrários à medida, mas<br />
temem os efeitos da aplicação do<br />
Números do<br />
pólo farmacêutico<br />
23 empresas em funcionamento<br />
17 indústrias privadas<br />
1 indústria pública - Iquego<br />
4 distribuidoras <strong>de</strong> insumos<br />
1 indústria farmoquímica<br />
Produção: 620 milhões <strong>de</strong><br />
unida<strong>de</strong>s/ano<br />
Faturamento: R$ 2,04 bilhão<br />
em 2004<br />
5.950 trabalhadores empregados<br />
Investimentos previstos <strong>de</strong> R$ 308<br />
milhões até 2007<br />
Se<strong>de</strong> do Neo Química, no Daia<br />
Diversificação e qualida<strong>de</strong> fazem o diferencial da linha <strong>de</strong> produtos<br />
Foto: Neo Química/Divulgação<br />
20<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
<strong>de</strong>creto. Existem riscos <strong>de</strong> contrabando<br />
e <strong>de</strong> falsificação com<br />
a venda fracionada <strong>de</strong> medicamentos<br />
adulterados, alerta. Ele<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que a medida <strong>de</strong>veria<br />
ser aplicada inicialmente em algumas<br />
farmácias, como projetopiloto,<br />
para que fosse avaliada<br />
sua eficácia. "Temos <strong>de</strong> ser cuidadosos<br />
com a saú<strong>de</strong> da população",<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />
Questões como essas à parte, a<br />
verda<strong>de</strong> é que a produção <strong>de</strong> medicamentos<br />
vai se ampliando no<br />
<strong>Estado</strong>, consolidando o pólo iniciado<br />
há mais <strong>de</strong> duas décadas, mas<br />
que teve maior impulso nos últimos<br />
seis anos, com a ousada política<br />
<strong>de</strong> atração <strong>de</strong> empresas.<br />
Foto: Teuto/Divulgação<br />
Pólo em expansão<br />
Gran<strong>de</strong>s complexos industriais como o do Teuto dinamizam o pólo<br />
IGTF reforça plataforma tecnológica<br />
Criado para aten<strong>de</strong>r o Arranjo<br />
Produtivo Local (APL) do segmento<br />
farmacêutico, o Instituto <strong>de</strong><br />
Gestão Tecnológica e Farmacêutica<br />
(IGTF) começou a funcionar<br />
em 1991, com apoio do Ministério<br />
da Ciência e Tecnologia e da<br />
<strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia.<br />
A se<strong>de</strong> do IGTF, instalada no<br />
Daia, foi construída com recursos<br />
da Financiadora <strong>de</strong> Estudos<br />
e Projetos (Finepe) da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />
R$ 290 mil. O Instituto é gerido<br />
por um conselho composto <strong>de</strong><br />
13 entida<strong>de</strong>s públicas e privadas,<br />
que buscam promover<br />
ações <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico<br />
para a ativida<strong>de</strong>, incluindo<br />
a qualificação <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>obra<br />
especializada.<br />
"Por meio do IGTF conseguimos<br />
elaborar o <strong>de</strong>senho da plataforma<br />
tecnológica farmacêutica<br />
<strong>de</strong> Goiás", diz o presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />
Gestor do IGTF, Eduardo<br />
Gonçalves. Entre as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
qualificação da mão-<strong>de</strong>-obra <strong>de</strong>senvolvidas<br />
ele cita o curso <strong>de</strong><br />
Foto: Luiz Henrique Veiga<br />
Eduardo do Gonçalves,<br />
es, do IGTF<br />
Formação profissional é a base <strong>de</strong> tudo<br />
pós-graduação em tecnologia farmacêutica,<br />
ministrado em convênio<br />
com a Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro (UFRJ) e a Universida<strong>de</strong><br />
Católica <strong>de</strong> Goiás (UCG). O<br />
curso já está na terceira turma e<br />
formou cerca <strong>de</strong> 90 profissionais.<br />
Outra ação é a criação<br />
do Programa <strong>de</strong> Qualificação<br />
<strong>de</strong> Fornecedores,<br />
em parceria com o<br />
Instituto Euvaldo Lodi<br />
(IEL-GO) do Sistema Fe<strong>de</strong>ração<br />
das Indústrias<br />
(Fieg). O IGTF está ainda<br />
adquirindo material<br />
para a implantação do<br />
Plano Mestre <strong>de</strong> Validação<br />
das indústrias farmacêuticas<br />
do pólo, visando<br />
aten<strong>de</strong>r às exigências<br />
da Anvisa. Em convênio<br />
com a UEG e a UFG,<br />
está sendo criado o Centro<br />
<strong>de</strong> Pesquisa <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />
<strong>de</strong> Medicamentos,<br />
para o qual<br />
foram captados R$ 2 milhões <strong>de</strong>stinados<br />
a equipar os laboratórios<br />
das duas universida<strong>de</strong>s.<br />
Segundo Eduardo Gonçalves, o<br />
Instituto está montando seu Laboratório<br />
<strong>de</strong> Metrologia para aten-<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
21
<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda das indústrias do<br />
setor. O Ministério da Ciência e<br />
Tecnologia liberou recursos <strong>de</strong><br />
R$ 800 mil que foram aplicados<br />
na aquisição <strong>de</strong> equipamentos<br />
para o laboratório. O IGTF promove<br />
ainda regularmente seminários<br />
nacionais e internacionais<br />
com temas <strong>de</strong> interesse do<br />
segmento. "O Instituto tem sido<br />
a interface entre as indústrias,<br />
o governo e as instituições <strong>de</strong><br />
ensino e pesquisa, visando o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da plataforma<br />
tecnológica do pólo farmacêutico",<br />
<strong>de</strong>staca.<br />
Treinamentos no IGTF<br />
Instituto favorece interface entre indústrias e entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa<br />
Foto: IGTF/Divulgação<br />
Iquego, exemplo <strong>de</strong> laboratório oficial<br />
Aumentar a produção e o faturamento,<br />
promover a mo<strong>de</strong>rnização<br />
do processo produtivo e a<br />
transferência <strong>de</strong> tecnologia, assim<br />
como conquistar mercados externos.<br />
Esses são os <strong>de</strong>safios da administração<br />
da Indústria Química do<br />
<strong>Estado</strong> <strong>de</strong> Goiás S/A (Iquego) para<br />
este ano, conforme seu presi<strong>de</strong>nte,<br />
Darci Accorsi. Em 2004 a Iquego<br />
produziu 472,5 milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> medicamentos e faturou<br />
R$ 53,16 milhões. A empresa já<br />
ocupa o segundo lugar em produção<br />
entre os 18 laboratórios oficiais<br />
existentes no País.<br />
"Nossa meta é duplicar o faturamento<br />
e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medicamentos<br />
produzidos já em 2005",<br />
informa Accorsi. Segundo ele, no<br />
primeiro quadrimestre do ano a<br />
Iquego fabricou 187,18 milhões <strong>de</strong><br />
unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medicamentos dos<br />
setores sólidos, líquidos, <strong>de</strong> sais<br />
para reidratação oral, <strong>de</strong> penicilínicos<br />
e <strong>de</strong> anti-retrovirais (para o tratamento<br />
da Aids).<br />
Para garantir a expansão da capacida<strong>de</strong><br />
produtiva, o laboratório<br />
está funcionando em dois turnos<br />
Foto: Yosikazu Maeda<br />
os temporários e ainda<br />
incrementar o número<br />
<strong>de</strong> profissionais. Conforme<br />
o planejamento<br />
<strong>de</strong> vendas da estatal, já<br />
estão firmados contratos<br />
<strong>de</strong> fornecimento<br />
<strong>de</strong> aproximadamente<br />
R$ 130 milhões.<br />
Produçã<br />
odução<br />
A Iquego é uma socieda<strong>de</strong><br />
mista criada em<br />
1962 pelo então governador<br />
Mauro Borges, com a<br />
finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir<br />
medicamentos essenciais<br />
à saú<strong>de</strong> do cidadão e a<br />
baixo custo para o gover-<br />
Darci<br />
ci Accorsi<br />
si<br />
no. Hoje é o único laboratório<br />
oficial do Centro-<br />
A Iquego é hoje um exemplo para o País<br />
Oeste. Produz 42 tipos <strong>de</strong><br />
e preten<strong>de</strong> adotar três turnos ainda<br />
no segundo semestre, logo após vermífugos, anti-retrovirais, tuber-<br />
medicamentos, entre antibióticos,<br />
a contratação <strong>de</strong> 220 funcionários<br />
por meio <strong>de</strong> concurso público tros. A empresa está buscando reculostáticos<br />
e anêmicos, entre ou-<br />
em fase <strong>de</strong> realização. Atualmente gistro <strong>de</strong> novos medicamentos<br />
conta com quadro <strong>de</strong> 450 funcionários,<br />
dos quais 150 temporários. especialmente a re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong><br />
para suprir a re<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />
O concurso público visa substituir Goiás. Fornece ainda remédios<br />
22<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
para as secretarias municipais e estaduais<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do Brasil inteiro,<br />
para o Programa Farmácia do Cidadão<br />
(do governo <strong>de</strong> Goiás) e<br />
para o Programa da Saú<strong>de</strong> da Família<br />
(PSF) para os <strong>Estado</strong>s do Centro-Oeste,<br />
Norte e parte <strong>de</strong> Minas<br />
Gerais.<br />
A Iquego é responsável também<br />
pelo Programa Hiperdil (hipertensão<br />
e diabetes) do Ministério<br />
da Saú<strong>de</strong>, portanto fabrica<br />
e distribui quatro tipos <strong>de</strong> medicamentos<br />
(Captopril 25 mg, Gibenclamida<br />
5 mg, Hidroclorotiazida<br />
40 mg e Propanolal 40 mg)<br />
que são distribuídos para todos<br />
os municípios das Regiões Centro-Oeste<br />
e Norte.<br />
Foto: Yosikazu Maeda<br />
Mo<strong>de</strong>rnização<br />
Equipamentos mo<strong>de</strong>rnos ampliam as linhas <strong>de</strong> produção da Iquego<br />
Mo<strong>de</strong>rnização<br />
Visando ampliar a capacida<strong>de</strong><br />
produtiva, a Iquego está promovendo<br />
a mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong> seu parque<br />
fabril e já conta com área<br />
construída <strong>de</strong> 13.514 metros quadrados.<br />
Um dos projetos é o do<br />
setor <strong>de</strong> líquidos que terá produção<br />
<strong>de</strong> primeira linha. Outro é a<br />
reforma e ampliação do setor <strong>de</strong><br />
penicilínicos (investimentos <strong>de</strong><br />
R$ 3,5 milhões). Conforme Darci<br />
Accorsi, está em fase <strong>de</strong> elaboração<br />
o projeto para a construção<br />
do centro <strong>de</strong> formação e treinamento<br />
e do auditório.<br />
Foi aprovado ainda pelo Ministério<br />
da Saú<strong>de</strong> o repasse <strong>de</strong> recursos<br />
<strong>de</strong> R$ 3 milhões <strong>de</strong>stinado à<br />
construção do biotério (local apropriado<br />
para criação <strong>de</strong> camundongos<br />
que são utilizados em pesquisas<br />
científicas). "Esse é o primeiro<br />
passo para a criação <strong>de</strong> um Centro<br />
<strong>de</strong> Pesquisa e Tecnologia, uma<br />
parceria da Iquego com a UFG, a<br />
UCG, a UEG, a Unievangélica e a<br />
<strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia",<br />
informa.<br />
Segundo Accorsi, a Iquego também<br />
está buscando o registro para<br />
cefalosporínicos (medicamentos<br />
Foto: Yosikazu Maeda<br />
Investimentos<br />
Setor <strong>de</strong> líquidos conta com processos produtivos <strong>de</strong> primeira linha<br />
antimicrobianos utilizados principalmente<br />
em procedimentos cirúrgicos)<br />
para distribuir à re<strong>de</strong> pública<br />
hospitalar.Outro medicamento<br />
com processo avançado <strong>de</strong> registro<br />
é o antidiabético Metiformina.<br />
Dentro da proposta <strong>de</strong> buscar<br />
mercados externos, a Iquego apresentou<br />
projeto ao Ministério da<br />
Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Angola, relacionado ao<br />
tratamento e prevenção da Aids,<br />
on<strong>de</strong> realizará o trabalho <strong>de</strong> orientação<br />
e fará o fornecimento <strong>de</strong><br />
medicamentos anti-retrovirais e<br />
para o tratamento <strong>de</strong> infecções<br />
oportunistas. "Quando for acertada<br />
a parceria com o governo <strong>de</strong>sse<br />
país africano, vamos promover<br />
transferência <strong>de</strong> tecnologia e <strong>de</strong><br />
técnicos para a Angola, assim<br />
como supri-la <strong>de</strong> medicamentos<br />
necessários", <strong>de</strong>staca.<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
23
CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO EM ANÁPOLIS<br />
Governo acelera obras <strong>de</strong> infraestrutura<br />
na Plataforma Logística<br />
Dentro <strong>de</strong> 90 dias a <strong>Secretaria</strong><br />
do <strong>Planejamento</strong> e<br />
Desenvolvimento (Seplan)<br />
conclui as obras <strong>de</strong> terraplanagem<br />
na primeira etapa da Plataforma<br />
Logística Multimodal <strong>de</strong><br />
Goiás, localizada em Anápolis. Os<br />
trabalhos são executados pela<br />
Agência Goiana <strong>de</strong> Transportes e<br />
Obras Públicas (Agetop) por meio<br />
<strong>de</strong> convênio. O governo estadual<br />
está investindo nessa operação o<br />
montante <strong>de</strong> R$ 1 milhão.<br />
Outros cerca <strong>de</strong> R$ 7 milhões<br />
serão aplicados na dotação<br />
dos <strong>de</strong>mais serviços <strong>de</strong> infra-estrutura<br />
na primeira etapa da Plataforma,<br />
cuja área total é <strong>de</strong><br />
186,08 hectares. Até o fim do<br />
ano, serão efetuadas obras para<br />
instalação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> drenagem<br />
pluvial, elétrica, <strong>de</strong> esgoto e<br />
água tratada, <strong>de</strong> telefonia, além<br />
<strong>de</strong> pavimentação <strong>de</strong> 95.820 metros<br />
quadrados, serviços complementares<br />
<strong>de</strong> paisagismo, calçadas<br />
e sinalização.<br />
Para a implementação <strong>de</strong>ssas<br />
obras foi criada, no âmbito da Seplan,<br />
comissão especial <strong>de</strong> licitação,<br />
que está elaborando o edital<br />
visando a realização dos referidos<br />
serviços <strong>de</strong> infra-estrutura<br />
na Plataforma, que <strong>de</strong>verá ser<br />
publicado o mais breve possível.<br />
De acordo com o superinten<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> Desenvolvimento do<br />
órgão e responsável pelo projeto,<br />
Araken Reis, a dotação dos<br />
serviços <strong>de</strong> infra-estrutura tornarão<br />
mais atrativa a Plataforma<br />
Logística Multimodal para as<br />
empresas que preten<strong>de</strong>m se instalar<br />
no local. Já <strong>de</strong>monstraram<br />
interesse em participar do projeto<br />
operadoras logísticas <strong>de</strong><br />
Manaus (AM) e <strong>de</strong> São Paulo,<br />
além da Vale do Rio Doce.<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
Platafor<br />
orma<br />
Logística<br />
Obras<br />
iniciais <strong>de</strong><br />
terraplanagem<br />
e infraestrutura<br />
vão<br />
custar R$ 1<br />
milhão e<br />
ficam prontas<br />
em 90 dias<br />
24<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
Localização estratég<br />
atégica<br />
Plataforma fica em um entroncamento rodoviário, ferroviário e aéreo<br />
Projeto prior<br />
ioritár<br />
itário<br />
io<br />
Consi<strong>de</strong>rado um dos projetos<br />
prioritários do governo estadual,<br />
a Plataforma Logística Multimodal<br />
<strong>de</strong> Goiás preten<strong>de</strong> reunir em<br />
um mesmo local multimodalida<strong>de</strong><br />
em transporte (modais rodoviário,<br />
férreo e aéreo) e serviços<br />
logísticos, <strong>de</strong> forma a consolidar<br />
a posição <strong>de</strong> Anápolis - município<br />
situado entre Goiânia e Brasília<br />
- como centro <strong>de</strong> distribuição<br />
<strong>de</strong> serviços e mercadorias<br />
para todo o País, inclusive a América<br />
Latina.<br />
A Plataforma está sendo implantada<br />
em área <strong>de</strong> 6.976.790<br />
metros quadrados, entre o Distrito<br />
Agroindustrial <strong>de</strong> Anápolis<br />
(Daia) e importantes eixos <strong>de</strong> integração<br />
logística, tanto aérea<br />
quanto terrestre (rodoviário e ferroviário).<br />
Está situado ainda próximo<br />
à Estação Aduaneira do Interior<br />
(EADI), mais conhecida<br />
como Porto Seco Centro-Oeste,<br />
que realiza serviços <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembaraço<br />
alfan<strong>de</strong>gário.<br />
Além do tratamento <strong>de</strong> mercadorias,<br />
da armazenagem e do<br />
acolhimento do pessoal em trânsito,<br />
a Plataforma terá todos os serviços<br />
logísticos necessários para<br />
reduzir os custos <strong>de</strong> movimentação.<br />
No mesmo local estarão em<br />
operação o Centro <strong>de</strong> Transportes<br />
Terrestres, o Terminal Aéreo <strong>de</strong><br />
Carga, o Terminal Ferroviário <strong>de</strong><br />
Carga e o Pólo <strong>de</strong> Serviços e Administração.<br />
Serão efetuados também<br />
serviços <strong>de</strong> armazenagem e<br />
distribuição multitemperatura;<br />
<strong>de</strong>spachos aduaneiros e contratação<br />
<strong>de</strong> cargas; beneficiamento,<br />
processamento e embalagens <strong>de</strong><br />
bens; concentração e <strong>de</strong>sconcentração<br />
<strong>de</strong> cargas; operações financeiras<br />
e serviços <strong>de</strong> telecomunicações;<br />
assim como montagem<br />
industrial <strong>de</strong> produtos.<br />
Além <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r contar com o<br />
Porto Seco, a Plataforma vai utilizar<br />
o Aeroporto Civil <strong>de</strong> Anápolis,<br />
que será ampliado para possibilitar<br />
o pouso e a <strong>de</strong>colagem <strong>de</strong> aeronaves<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte. Para isso será<br />
ampliada e melhoria a pista <strong>de</strong> pouso.<br />
O projeto será atendido pela Ferrovia<br />
Centro-Atlântica, que possui<br />
865 quilômetros <strong>de</strong> malha ferroviária<br />
em Goiás e terminais em Goiânia,<br />
Anápolis e Brasília. Além disso,<br />
está sendo construído em Anápolis<br />
o trecho goiano da Ferrovia Nor-<br />
janela Até o fim do ano, projeto<br />
ganhará obras infra-estruturais<br />
como drenagem pluvial, re<strong>de</strong><br />
elétrica, esgoto sanitário, água<br />
tratada, telefonia e asfalto<br />
te-Sul, o qual, quando concluído,<br />
permitirá acesso ferroviário partindo<br />
do município até o porto <strong>de</strong> Itaqui,<br />
no Maranhão, alternativa que vai<br />
baratear os custos <strong>de</strong> transporte e<br />
ampliar a competitivida<strong>de</strong> dos produtos<br />
do Centro-Oeste.<br />
A Plataforma também é servida<br />
pela BR-153 (permite acessos para<br />
Belém, no Pará, e Passo Fundo, no Rio<br />
Gran<strong>de</strong> do Sul) e BR-060, que possibilita<br />
acessos da fronteira com Paraguai<br />
(Bela Vista, no Mato<br />
Grosso do Sul) até o Distrito<br />
Fe<strong>de</strong>ral. O projeto<br />
fica ainda a 350 quilômetros<br />
<strong>de</strong> distância da<br />
Hidrovia Tietê-Paraná,<br />
na rota <strong>de</strong> transporte<br />
<strong>de</strong> grãos para o Su<strong>de</strong>ste,<br />
com <strong>de</strong>stino ao Porto<br />
<strong>de</strong> Santos (SP).<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
25
Estímulos para os empreen<strong>de</strong>dores<br />
O governo <strong>de</strong> Goiás, por meio<br />
do Programa <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />
Industrial <strong>de</strong> Goiás (Produzir),<br />
disponibiliza, como alternativa<br />
<strong>de</strong> incentivo aos interessados em<br />
investir na plataforma, três subprogramas<br />
que tornam o projeto<br />
da Plataforma Logística Multimodal<br />
<strong>de</strong> Goiás mais atraente.<br />
Confira a seguir cada um dos instrumentos<br />
e suas vantagens.<br />
Centropr<br />
oproduzir<br />
oduzir<br />
Tem por objetivo incentivar,<br />
por meio <strong>de</strong> apoio financeiro, a<br />
instalação <strong>de</strong> central única <strong>de</strong> distribuição<br />
<strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> informática,<br />
telecomunicação ou automação<br />
móvel, eletrodomésticos e utilida<strong>de</strong>s<br />
domésticas.<br />
Comexpr<br />
xproduzir<br />
Conce<strong>de</strong> apoio às operações<br />
<strong>de</strong> comércio exterior realizadas<br />
por empresa comercial importadora<br />
<strong>de</strong> bens e mercadorias por<br />
meio <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> crédito outorgado<br />
no valor <strong>de</strong> 65% sobre o<br />
saldo <strong>de</strong>vedor do ICMS.<br />
Logproduzir<br />
oduzir<br />
Destinado ao apoio à instalação<br />
e expansão <strong>de</strong> empresas<br />
operadoras logísticas, conce<strong>de</strong><br />
crédito outorgado do ICMS sobre<br />
as operações interestaduais<br />
<strong>de</strong> transporte, nos limites <strong>de</strong><br />
50% até 80% do saldo <strong>de</strong>vedor<br />
do ICMS.<br />
Tecnopr<br />
ecnoproduzir<br />
oduzir<br />
O valor investido na Plataforma<br />
retorna em cotas mensais <strong>de</strong><br />
créditos <strong>de</strong> ICMS para serem utilizados<br />
em até <strong>de</strong>z anos.<br />
Localização estratég<br />
atégica<br />
Imageamento aéreo mostra como será distribuído espaço da Plataforma<br />
26<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
Operadora logística vai investir<br />
R$ 15 milhões em unida<strong>de</strong> em Goiás<br />
A operadora logística CAD –<br />
Centro Avançado <strong>de</strong> Distribuição,<br />
Logística, Transporte e Armazéns<br />
Gerais – investirá R$ 15 milhões<br />
para se instalar em Goiás. A constituição<br />
da CAD é resultado <strong>de</strong> um<br />
pool <strong>de</strong> quatro empresas transportadoras<br />
regionais, a Costeira<br />
Transportes e Serviços, a Transportadora<br />
Bertolini, a Amazon<br />
Transportadora e a Transportadora<br />
Transpel, que juntas respon<strong>de</strong>m<br />
por cerca <strong>de</strong> 80% da carga transportada<br />
via terrestre <strong>de</strong> Manaus<br />
(AM) para as Regiões Sul, Su<strong>de</strong>ste<br />
e Centro-Oeste do País.<br />
A operadora <strong>de</strong>cidiu se instalar<br />
no <strong>Estado</strong> atraída pelos incentivos<br />
do Logproduzir, um subprograma<br />
do Produzir, que conce<strong>de</strong><br />
isenção <strong>de</strong> 73% do ICMS mais 3%<br />
<strong>de</strong> crédito outorgado para mercadorias<br />
vendidas para fora do <strong>Estado</strong>.<br />
O projeto prevê investimentos<br />
<strong>de</strong> R$ 15 milhões. De acordo<br />
com o diretor-executivo da CAD,<br />
Widney Silva, inicialmente a operadora<br />
funcionará em um galpão<br />
alugado em Goiânia. Contudo, até<br />
o começo <strong>de</strong> 2006 <strong>de</strong>verá estar<br />
funcionando com toda sua estrutura<br />
na área da Plataforma Logística<br />
Multimodal <strong>de</strong> Goiás, em Anápolis,<br />
que inclui a construção <strong>de</strong><br />
um <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> 50 mil metros<br />
quadrados <strong>de</strong> área construída.<br />
O anúncio da instalação da<br />
operadora logística em Goiás foi<br />
feito pelo secretário da Indústria<br />
e Comércio, Ridoval Chiareloto,<br />
no fim <strong>de</strong> maio, juntamente com<br />
representantes do empreendimento.<br />
De acordo com o secretário,<br />
a empresa, soma <strong>de</strong> quatro<br />
gran<strong>de</strong>s empreendimentos, vai racionalizar<br />
e agilizar o transporte<br />
<strong>de</strong> cargas brasileiro e colocar<br />
Goiás na condição <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> pólo<br />
logístico nacional. “A CAD é uma<br />
empresa estratégica para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do <strong>Estado</strong>, pois vai<br />
transformar a Plataforma Logística<br />
Multimodal em um pólo <strong>de</strong><br />
redistribuição <strong>de</strong> todos os produtos<br />
que saem <strong>de</strong> Manaus e do<br />
Motivos para as<br />
empresas se instalarem<br />
Otimização <strong>de</strong> tráfego e cargas<br />
Redução <strong>de</strong> custos operacionais<br />
Valoração da integração logística<br />
Diversificação <strong>de</strong> serviços<br />
Acesso à tecnologia da informação<br />
Nor<strong>de</strong>ste com <strong>de</strong>stino a São Paulo<br />
e a outras unida<strong>de</strong>s da Fe<strong>de</strong>ração<br />
do Leste e Sul do País”, <strong>de</strong>stacou.<br />
Para Paulo Vicente Caleffi, da<br />
Transportadora Bertolini, uma<br />
das quatro integrantes do pool,<br />
Goiás está inserido em uma região<br />
<strong>de</strong> franco <strong>de</strong>senvolvimento, localiza-se<br />
no centro do País, o que facilita<br />
as operações <strong>de</strong> distribuição<br />
<strong>de</strong> produtos para outros <strong>Estado</strong>s,<br />
assim como contribui para reduzir<br />
os custos com o frete. “Logística<br />
é competitivida<strong>de</strong>”, ressaltou.<br />
Além <strong>de</strong>sse pool, outros grupos<br />
empresariais já manifestaram interesse<br />
em manter entrepostos no local. A<br />
viabilida<strong>de</strong> da plataforma, sua importância<br />
e vantagens foram mostradas<br />
pela Seplan em vários seminários realizados<br />
no Brasil e no exterior.<br />
Etapas <strong>de</strong> implantação da Plataforma<br />
Destinação<br />
1ª<br />
Etapa<br />
2ª<br />
Etapa<br />
3ª<br />
Etapa<br />
4ª<br />
Etapa<br />
Total<br />
Terminal rodoviário 72,48 ha 114,59 ha 187,08 ha<br />
Terminal aéreo 38,38 ha 38,38 ha<br />
Terminal ferroviário 43,93 ha 43,93 ha<br />
Pólo <strong>de</strong> serviços<br />
e administração 46,70 ha 46,70 ha<br />
Área do aeroporto 124,04 ha 124,04 ha<br />
Área ver<strong>de</strong> 36,13 ha 36,29 ha 72,42 ha<br />
Preservação permanente 13,62 ha 46,38 ha 60,00 ha<br />
Equipamento urbano 7,38 ha 7,38 ha<br />
Sistema viário 17,14 ha 20,96 ha 38,10 ha<br />
Total<br />
186,08 ha 225,60 ha 162,42 ha 43,93 ha 618,03 ha<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
27
ENERGIA ALTERNATIVA<br />
Goiás sai na frente e já começa a<br />
implantar Programa do Biodiesel<br />
Com os estoques mundiais<br />
<strong>de</strong> petróleo mostrando sinais<br />
<strong>de</strong> esgotamento e o<br />
movimento pela diminuição dos<br />
níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong><br />
carbono na atmosfera (Protocolo<br />
<strong>de</strong> Kioto), está em andamento, em<br />
escala planetária, o esforço pelo<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> alternativas<br />
energéticas limpas, ou chamadas<br />
renováveis. Dentro <strong>de</strong>sse contexto,<br />
Goiás já utiliza fontes renováveis<br />
para aten<strong>de</strong>r 54,6% do total<br />
<strong>de</strong> seu consumo anual <strong>de</strong> energia<br />
(lenha, eletricida<strong>de</strong>, carvão vegetal,<br />
álcool anidro e hidratado, caldo<br />
e bagaço <strong>de</strong> cana), conforme<br />
Balanço Energético relativo a<br />
2003, elaborado pela <strong>Secretaria</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Estado</strong> da Infra-Estrutura.<br />
A meta agora é fazer com que<br />
o <strong>Estado</strong> saia na frente na implementação<br />
da produção do biodiesel,<br />
um tipo <strong>de</strong> combustível renovável<br />
produzido a partir <strong>de</strong> óleos<br />
vegetais. Para isso, o governo<br />
estadual instituiu em fevereiro<br />
último o Comitê do Programa<br />
Goiano do Biodiesel, com o objetivo<br />
<strong>de</strong> fomentar a ca<strong>de</strong>ia produtiva<br />
do biodiesel em Goiás e contribuir<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
sustentado do <strong>Estado</strong>.<br />
O comitê é constituído por representantes<br />
das <strong>Secretaria</strong>s da Infra-Estrutura,<br />
Agricultura, <strong>Planejamento</strong>,<br />
Ciência e Tecnologia, Indústria<br />
e Comércio, Fazenda e<br />
Meio Ambiente, além da Celg. Também<br />
participam representantes<br />
Secretár<br />
etário Leonardo<br />
Vilela<br />
Goiás po<strong>de</strong> ser um dos maiores produtores<br />
<strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe, como o<br />
Sindicato da Indústria do Álcool<br />
(Sifaeg) e as Fe<strong>de</strong>rações da Agricultura<br />
(Faeg) e das Indústrias<br />
(Fieg). O secretário <strong>de</strong> Infra-Estrutura,<br />
Leonardo Vilela, presi<strong>de</strong> o comitê.<br />
"Minha visão é que temos<br />
um mercado consumidor potencial<br />
e condições favoráveis para a<br />
produção <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> combustível",<br />
<strong>de</strong>staca.<br />
Ecologicamente correto<br />
eto<br />
O biodiesel é bio<strong>de</strong>gradável,<br />
portanto ecologicamente correto.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um óleo diesel menos<br />
poluente e que não contém<br />
enxofre. Por meio<br />
<strong>de</strong> um processo químico<br />
(metanol ou etanol<br />
mais catalisador e óleos<br />
vegetais) é possível fabricar<br />
o biodiesel. Ele<br />
po<strong>de</strong> ser produzido a<br />
partir <strong>de</strong> óleos <strong>de</strong> soja,<br />
mamona, <strong>de</strong>ndê, caroço<br />
<strong>de</strong> algodão, girassol, babaçu<br />
e palma, entre outros.<br />
Sua ca<strong>de</strong>ia produtiva<br />
é bastante complexa,<br />
ao envolver diversos<br />
setores da economia.<br />
A ca<strong>de</strong>ia do biodiesel<br />
começa na agricultura,<br />
com a produção<br />
<strong>de</strong> oleaginosas, elo que<br />
requer <strong>de</strong>senvolvimento<br />
agrícola para melhoramento<br />
genético e elevação<br />
da produtivida<strong>de</strong>.<br />
Os grãos colhidos são encaminhados<br />
para o esmagamento na<br />
indústria <strong>de</strong> óleos vegetais. Em<br />
seguida, o óleo bruto mais etanol<br />
é transformado em biodiesel na<br />
indústria do combustível. Essa<br />
etapa requer <strong>de</strong>senvolvimento<br />
tecnológico. O próximo passo é<br />
a distribuição do biodiesel em<br />
postos <strong>de</strong> combustíveis até o<br />
mercado consumidor, o que<br />
ocorrerá por meio <strong>de</strong> sua adição<br />
ao diesel <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> petróleo. A<br />
análise é da Comissão <strong>de</strong> Biodiesel<br />
da Associação Brasileira <strong>de</strong><br />
Óleos Vegetais (Abiove).<br />
28<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
A partir <strong>de</strong> 2007, por <strong>de</strong>terminação<br />
do governo fe<strong>de</strong>ral, cada litro<br />
<strong>de</strong> óleo diesel comercializado<br />
no País <strong>de</strong>verá conter 2% <strong>de</strong> biodiesel.<br />
Somente em Goiás, calcula<br />
o secretário da Infra-Estrutura,<br />
Leonardo Vilela, a medida <strong>de</strong>mandará<br />
30 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> biodiesel/ano.<br />
Em todo o Brasil serão<br />
necessários em torno <strong>de</strong> 1,5 bilhão<br />
<strong>de</strong> litros anuais do combustível,<br />
estima.<br />
Na avaliação do secretário,<br />
Goiás reúne todas as condições<br />
para implementar com sucesso a<br />
ca<strong>de</strong>ia produtiva do biodiesel, tornando-se,<br />
em curto espaço <strong>de</strong> tempo,<br />
um dos maiores produtores<br />
<strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> combustível. "O <strong>Estado</strong><br />
tem gran<strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> terra para plantar oleaginosas.<br />
São cerca <strong>de</strong> 5 milhões <strong>de</strong> hectares<br />
ocupados hoje por pastagens<br />
<strong>de</strong>gradadas que po<strong>de</strong>m ser incorporados<br />
à produção <strong>de</strong> matériaprima<br />
para biodiesel e o cultivo <strong>de</strong><br />
alimentos", ressalta.<br />
Po<strong>de</strong>m ser cultivados diversos<br />
tipos <strong>de</strong> oleaginosas, como soja,<br />
girassol, mamona, <strong>de</strong>ndê e algodão,<br />
cita. O <strong>Estado</strong> já é o sexto<br />
maior produtor nacional <strong>de</strong> álcool<br />
etanol e po<strong>de</strong>rá se tornar fornecedor<br />
<strong>de</strong> biodiesel para outras<br />
unida<strong>de</strong>s da Fe<strong>de</strong>ração e até mesmo<br />
exportador do combustível<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> poucos anos.<br />
No caso da mamona, uma das<br />
matérias-primas do biodiesel, já<br />
começaram a ser realizados no <strong>Estado</strong><br />
os primeiros cultivos do produto<br />
<strong>de</strong>stinados ao fornecimento<br />
para a produção do combustível<br />
alternativo. As lavouras <strong>de</strong> mamona<br />
estão localizadas nos municípios<br />
<strong>de</strong> Paraúna, Indiara, Rio Ver<strong>de</strong><br />
e Santo Antônio da Barra.<br />
Foto: Marcus Vinicius<br />
Matéria-pr<br />
ia-prima ima promissor<br />
omissora<br />
A mamona surge como alternativa <strong>de</strong> maior viabilida<strong>de</strong> econômica<br />
Indústrias<br />
ias<br />
O gargalo é a falta <strong>de</strong> indústrias<br />
<strong>de</strong> biodiesel instaladas no <strong>Estado</strong>,<br />
embora Vilela informe que vários<br />
grupos empresariais já <strong>de</strong>monstraram<br />
interesse em construir<br />
plantas industriais no <strong>Estado</strong><br />
para a produção <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong><br />
combustível renovável. Um <strong>de</strong>les<br />
é o grupo mineiro Excell, que tem<br />
tradição na fabricação <strong>de</strong> motores,<br />
e preten<strong>de</strong> investir US$ 1 milhão<br />
(R$ 2,5 milhões) na instalação,<br />
no Distrito Agroindustrial <strong>de</strong><br />
Anápolis (Daia), <strong>de</strong> indústria que<br />
produzirá óleo <strong>de</strong> mamona refinado<br />
e biodiesel a partir do próximo<br />
ano. O projeto vai gerar 800<br />
empregos diretos.<br />
Para garantir a instalação no <strong>Estado</strong><br />
<strong>de</strong> empresas com perfil semelhante<br />
ao da Excell, o governo<br />
estadual está <strong>de</strong>finindo uma política<br />
industrial para o setor, proposta<br />
que será apreciada pela Assembléia<br />
Legislativa. "Teremos<br />
uma política industrial forte, com<br />
redução tributária, incentivos fis-<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
29
Foto: Marcus Vinicius<br />
cais e fontes <strong>de</strong> financiamento,<br />
como o Fundo do Centro-Oeste<br />
(FCO), ações capazes <strong>de</strong> atrair os<br />
componentes do elo que falta à<br />
ca<strong>de</strong>ia produtiva do biodiesel no<br />
<strong>Estado</strong>", garante o secretário.<br />
No âmbito fe<strong>de</strong>ral, o presi<strong>de</strong>nte<br />
Luiz Inácio Lula da Silva<br />
sancionou em maio último lei<br />
que estabelece benefícios tributários<br />
para a produção <strong>de</strong> biodiesel.<br />
A legislação prevê a isenção<br />
<strong>de</strong> cobrança <strong>de</strong> PIS e Confins para<br />
a produção da agricultura familiar<br />
voltada para o biodiesel nas regiões<br />
Norte e Nor<strong>de</strong>ste, assim<br />
como redução <strong>de</strong> 68% nessas contribuições<br />
para produtores <strong>de</strong> oleaginosas<br />
na agricultura familiar no<br />
restante do País. No caso do agronegócio,<br />
o abatimento é <strong>de</strong> 31%.<br />
Outra medida importante a ser<br />
adotada em Goiás é a instituição<br />
do Fundo <strong>de</strong> Incentivo ao Biodiesel,<br />
nos mesmos mol<strong>de</strong>s do Fialgo<br />
(do algodão) com recursos <strong>de</strong>stinados<br />
ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
pesquisas científicas para o melhoramento<br />
da produtivida<strong>de</strong><br />
agrícola <strong>de</strong> oleaginosos e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
tecnológico do<br />
processo industrial. A meta é produzir<br />
biodiesel em larga escala,<br />
com maior produtivida<strong>de</strong> e melhoramento<br />
genético da matériaprima.<br />
Também serão aplicados<br />
recursos em ações <strong>de</strong> marketing.<br />
Sobre qual matéria-prima será<br />
adotada pelas futuras indústrias<br />
<strong>de</strong> biodiesel que passarem a operar<br />
em Goiás, Leonardo Vilela afirma<br />
que o mercado é que vai <strong>de</strong>fini-la.<br />
"O produto que apresentar<br />
maior viabilida<strong>de</strong> econômica<br />
vai sobrepujar os outros". Ele<br />
lembra o caso do Proálcool <strong>de</strong>senvolvido<br />
pelo governo fe<strong>de</strong>ral<br />
em 1975. Inicialmente a matériaprima<br />
seria a mandioca, entretanto<br />
o mercado adotou a cana-<strong>de</strong>açúcar,<br />
que apresentava produtivida<strong>de</strong><br />
três vezes maior.<br />
Oleaginosas alternativ<br />
nativas<br />
as<br />
A soja e o girassol são utilizados <strong>de</strong><br />
múltiplas formas e também servem<br />
para o biodiesel<br />
Porque produzir biodiesel<br />
Há duas gran<strong>de</strong>s preocupações para a produção do biodiesel no mundo<br />
1) Ambiental e ecológica<br />
Protocolo <strong>de</strong> Kioto, para reduzir o efeito estufa no planeta, <strong>de</strong>staca que 1 tonelada <strong>de</strong><br />
biodiesel evita a <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> 2,5 toneladas <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono na atmosfera<br />
Reduz a emissão <strong>de</strong> poluentes<br />
Não contém enxofre<br />
2) Posicionamento estratégico e econômico<br />
Busca <strong>de</strong> substitutos para os <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo<br />
Auto-suficiência energética<br />
Geração <strong>de</strong> emprego e renda no campo<br />
Fonte: Abiove<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
30<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
PIB DOS MUNICÍPIOS GOIANOS<br />
Vigor da economia no interior<br />
<strong>de</strong>scentraliza o crescimento<br />
Nos últimos anos, o surgimento<br />
e a consolidação<br />
<strong>de</strong> pólos produtivos em<br />
diversos municípios goianos aumentou<br />
o vigor da economia no<br />
interior do <strong>Estado</strong>, fato que vem<br />
contribuindo para a <strong>de</strong>sconcentração<br />
do crescimento econômico.<br />
Isso significa que a capital<br />
passa a sofrer menor pressão<br />
por parte <strong>de</strong> fluxos migratórios,<br />
já que a riqueza, assim<br />
como os empregos, são gerados<br />
também nos municípios, contribuindo<br />
para fixar as pessoas em<br />
suas regiões <strong>de</strong> origem.<br />
O estudo Produto Interno<br />
Bruto dos Municípios Goianos,<br />
série 1999 a 2002, elaborado pela<br />
<strong>Secretaria</strong> do <strong>Planejamento</strong> e Desenvolvimento<br />
(Seplan) em parceria<br />
com o Instituto Brasileiro<br />
<strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE),<br />
<strong>de</strong>monstra que Goiânia ainda é<br />
o município on<strong>de</strong> se gera mais riqueza<br />
no <strong>Estado</strong> (R$ 7,093 bilhões<br />
em 2002), mas que <strong>de</strong> 99 a<br />
2002 a capital registrou queda<br />
na participação do PIB goiano, <strong>de</strong><br />
28,71% para 22,66%.<br />
A boa notícia é que nesse período<br />
<strong>de</strong> cinco anos alguns municípios<br />
goianos se <strong>de</strong>stacaram<br />
pelo vigor <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s<br />
econômicas. Impulsionado pela<br />
verticalização da produção <strong>de</strong><br />
fosfatados e pela instalação da<br />
indústria automobilística Mitsubishi,<br />
Catalão, na Região Su<strong>de</strong>ste,<br />
apresentou PIB <strong>de</strong> R$ 1,097<br />
Secretár<br />
etário io José Carlos los Siqueira<br />
PIB mostra avanço econômico dos municípios<br />
bilhão em 2002, o equivalente a<br />
3,51% do total estadual, subindo<br />
da oitava colocação na participação<br />
da riqueza goiana em<br />
1999 para o quinto lugar em<br />
2002. Conforme o prefeito Adib<br />
Elias, os números comprovam o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento sustentável<br />
do município, que tem investido<br />
na melhoria da infra-estrutura<br />
com o objetivo <strong>de</strong> atrair novos<br />
empreendimentos.<br />
Foto: Luiz Henrique Veiga<br />
Anápolis,<br />
que teve PIB <strong>de</strong><br />
R$ 1,783 bilhão<br />
em 2002, é o segundo<br />
município<br />
em participação na<br />
formação da riqueza<br />
do <strong>Estado</strong><br />
(5,70%). Sua economia<br />
tem como<br />
base um distrito<br />
industrial consolidado<br />
que sedia a<br />
maior parte das<br />
indústrias do pólo<br />
farmacêutico do<br />
<strong>Estado</strong>, além <strong>de</strong><br />
contar com comércio<br />
atacadista<br />
e distribuidor dinâmico,<br />
com o<br />
Porto Seco em<br />
operação e com<br />
instituições <strong>de</strong><br />
ensino superior e<br />
<strong>de</strong> formação profissional<br />
<strong>de</strong>stinadas<br />
à formação e<br />
aperfeiçoamento <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra.<br />
O prefeito <strong>de</strong> Anápolis, Pedro<br />
Sahium, ressalta o trabalho da<br />
<strong>Secretaria</strong> da Indústria e Comércio<br />
(SIC) com o propósito<br />
<strong>de</strong> atrair novas empresas para<br />
o Daia e informa que a prefeitura<br />
preten<strong>de</strong> criar Minidaias<br />
com o objetivo <strong>de</strong> reunir, em<br />
um mesmo local, micro e pequenas<br />
empresas industriais e<br />
<strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviço.<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
31
Agronegócio<br />
Com a economia fortemente baseada<br />
no agronegócio, o município <strong>de</strong><br />
Rio Ver<strong>de</strong> apurou PIB <strong>de</strong> R$ 1,435<br />
bilhão em 2002, e ocupa o terceiro<br />
lugar na participação do total da riqueza<br />
estadual (4,59%). Primeiro lugar<br />
no ranking da agropecuária goiana<br />
em 2002, o município foi o maior<br />
produtor <strong>de</strong> soja, aves, leite e suínos<br />
do <strong>Estado</strong>, oferecendo abundância <strong>de</strong><br />
matéria-prima (grãos) para fornecimento<br />
a complexos agroindustriais<br />
que se instalaram em Rio Ver<strong>de</strong>, como<br />
a Perdigão, Cargil e Comigo.<br />
"A economia rio-ver<strong>de</strong>nse <strong>de</strong>u<br />
novos saltos qualitativo e quantitativo<br />
após 2002. Por isso, não será surpresa<br />
se brevemente o município<br />
passar a ocupar a segunda posição<br />
na participação da riqueza estadual",<br />
<strong>de</strong>staca o prefeito <strong>de</strong> Rio Ver<strong>de</strong>, Paulo<br />
Roberto Cunha.<br />
Outro <strong>de</strong>staque apontado no levantamento<br />
é Senador Canedo, que<br />
está em décimo lugar na participação<br />
do PIB estadual em 2002 (2,14%),<br />
com montante <strong>de</strong> R$ 670,43 milhões.<br />
Em 1999 o porcentual era <strong>de</strong> 1,71%.<br />
O PIB dos 10 maiores municípios<br />
Ranking<br />
PIB (em R$ 1.000,00)<br />
1999 Partic.%<br />
2002 Partic.%<br />
1 Goiânia 5.144.046 28,71 Goiânia 7.093.088 22,66<br />
2 Anápolis 1.142.309 6,37 Anápolis 1.783.619 5,70<br />
3 Ap. <strong>de</strong> Goiânia 691.960 3,86 Rio Ver<strong>de</strong> 1.435.271 4,59<br />
4 Rio Ver<strong>de</strong> 642.726 3,59 Ap.<strong>de</strong> Goiânia 1.247.597 3,99<br />
5 Itumbiara 510.315 2,85 Catalão 1.097.156 3,51<br />
6 Luziânia 416.710 2,33 Jataí 824.151 2,63<br />
7 Jataí 416.407 2,32 Itumbiara 812.041 2,59<br />
8 Catalão 408.448 2,28 Luziânia 745.806 2,38<br />
9 Sen. Canedo 306.344 1,71 São Simão 726.226 2,32<br />
10 Minaçu 272.786 1,52 Sen.Canedo 670.433 2,14<br />
Total<br />
9.952.050 55,54 16.435.388 52,51<br />
Partic. no <strong>Estado</strong> 55,54% 52,51%<br />
<strong>Estado</strong> <strong>de</strong> Goiás 17.919.856 100,00 31.298.822 100,00<br />
Fonte: Seplan/Sepin<br />
A economia do município tem recebido<br />
injeção <strong>de</strong> recursos propiciada<br />
pelo aumento da distribuição <strong>de</strong><br />
combustíveis pela base da Transpetro<br />
(subsidiária da Petrobrás). Já São<br />
Simão, <strong>de</strong>vido à inserção da hidrelétrica<br />
<strong>de</strong> mesmo nome no cálculo do<br />
PIB <strong>de</strong> Goiás (antes era computada<br />
para Minas Gerais), teve sua participação<br />
na formação da riqueza goiana<br />
aumentada <strong>de</strong> 0,44% em 1999<br />
para 2,14% em 2002.<br />
Regiões selecionadas - ganhos ou perdas<br />
<strong>de</strong> participação no PIB – 1999/2002<br />
Fonte: Seplan/Sepin<br />
32<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
Estudo é inédito e fundamental em Goiás<br />
Superinten<strong>de</strong>nte Lillian Prado<br />
Estudo embasa <strong>de</strong>cisões dos administradores<br />
O estudo do Produto Interno<br />
Bruto (PIB) dos Municípios, com<br />
a divulgação da série histórica<br />
abrangendo o período <strong>de</strong> 1999-<br />
2002, é inédito em Goiás. Seu objetivo<br />
é dimensionar a riqueza<br />
anual gerada pelos 246 municípios<br />
goianos. De acordo com a superinten<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> Estatística,<br />
Pesquisa e Informação da <strong>Secretaria</strong><br />
do <strong>Planejamento</strong> e Desenvolvimento<br />
(Seplan), Lillian Maria<br />
Silva Prado, o levantamento é importante<br />
porque <strong>de</strong>monstra as<br />
particularida<strong>de</strong>s e a dinâmica da<br />
estrutura produtiva <strong>de</strong> cada município,<br />
permite aos gestores municipais<br />
o melhor dimensionamento<br />
das ativida<strong>de</strong>s econômicas<br />
locais e ainda compará-las<br />
com outros municípios.<br />
O trabalho contribui, ressalta<br />
Lillian Prado, para subsidiar a elaboração<br />
<strong>de</strong> políticas voltadas para<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento municipal e regional,<br />
as pesquisas da comunida<strong>de</strong><br />
acadêmica e o cálculo <strong>de</strong> indicadores<br />
municipais. A divulgação<br />
do PIB dos Municípios aten<strong>de</strong><br />
também à <strong>de</strong>manda por informações<br />
municipais, principalmente<br />
por parte dos estudiosos da economia<br />
e dos formuladores <strong>de</strong> políticas<br />
públicas regionais.<br />
Método <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte<br />
Para calcular o PIB dos municípios<br />
goianos, a equipe técnica da<br />
Seplan adotou o método <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> repartição. Ele funciona<br />
Foto: Luiz Henrique Veiga<br />
Quarenta e cinco municípios<br />
da seguinte forma: efetua-se<br />
o cálculo do Valor<br />
Adicionado para cada<br />
uma das 15 ativida<strong>de</strong>s<br />
econômicas do <strong>Estado</strong><br />
(PIB Estadual), <strong>de</strong>pois<br />
esse valor é repartido<br />
pelos municípios conforme<br />
estatísticas disponíveis<br />
e a<strong>de</strong>quadas para<br />
cada ativida<strong>de</strong>. São levantados<br />
os dados econômicos<br />
da agropecuária,<br />
indústria e serviços,<br />
com seus respectivos<br />
segmentos.<br />
A metodologia do<br />
cálculo foi amplamente<br />
discutida, consolidada e<br />
chancelada pelo IBGE,<br />
portanto é compatível<br />
com as utilizadas nas<br />
Contas Regionais e Contas<br />
Nacionais, e seus resultados<br />
po<strong>de</strong>m ser comparados<br />
aos dos <strong>de</strong>mais municípios brasileiros.<br />
De acordo com a superinten<strong>de</strong>nte<br />
da Seplan, a meta, a partir <strong>de</strong><br />
2005, é divulgar o PIB dos municípios<br />
juntamente com o do PIB do<br />
<strong>Estado</strong>, encurtando, assim, a <strong>de</strong>fasagem<br />
temporal da estatística.<br />
produziram 76,4% da riqueza estadual<br />
De acordo com o estudo PIB<br />
dos Municípios, 45 municípios produziram<br />
juntos em 2002 o total <strong>de</strong><br />
R$ 23,92 bilhões, o equivalente a<br />
76,4% <strong>de</strong> toda a riqueza gerada em<br />
Goiás, que somou R$ 31,299 bilhões<br />
naquele ano. Por outro lado, os <strong>de</strong>mais<br />
210 municípios, com PIB abaixo<br />
da média estadual, <strong>de</strong> R$ 127,23<br />
milhões, <strong>de</strong>tinham apenas 23,6%<br />
da riqueza estadual. Na avaliação<br />
<strong>de</strong> Lillian Prado, os fatores que po<strong>de</strong>riam<br />
explicar tais <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s<br />
seriam geográficos, a forma <strong>de</strong> ocupação<br />
territorial e o modo <strong>de</strong> produção.<br />
Ela lembra que, no conjunto<br />
dos municípios <strong>de</strong> menor PIB, apenas<br />
15 possuíam participação superior<br />
a 1% no total da riqueza gerada<br />
em Goiás no ano <strong>de</strong> 2002.<br />
Essa <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> fica mais visível<br />
quando são analisados os resultados<br />
da riqueza por regiões <strong>de</strong> planejamento.<br />
Na Região Sudoeste goiana,<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
33
<strong>de</strong>z dos municípios apresentaram<br />
PIB acima da média estadual. Em<br />
seguida estão as regiões Metropolitana<br />
<strong>de</strong> Goiânia, Entorno do Distrito<br />
Fe<strong>de</strong>ral e Sul goiano, que possuem<br />
sete municípios, cada um registrando<br />
riqueza acima da média do<br />
<strong>Estado</strong>. Já o Nor<strong>de</strong>ste goiano não<br />
apresentou nenhum município com<br />
o PIB acima da média estadual.<br />
Para o secretário do <strong>Planejamento</strong>,<br />
José Carlos Siqueira, o bom <strong>de</strong>sempenho<br />
da economia dos municípios<br />
é resultado do <strong>de</strong>senvolvimento do<br />
agronegócio, do crescimento da produção<br />
industrial, com a atração <strong>de</strong><br />
investimentos para o <strong>Estado</strong>, e <strong>de</strong><br />
uma planta <strong>de</strong> serviços consistentes.<br />
Ele admite, porém, a existência <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s regionais, advinda <strong>de</strong><br />
históricos diferenciados da evolução<br />
do crescimento econômico. Mas lembra<br />
que programas e ações têm sido<br />
implementados pelo governo estadual<br />
nas regiões <strong>de</strong> menor resultado<br />
econômico visando diminuir essas diferenças<br />
e promover seu <strong>de</strong>senvolvimento<br />
sustentável.<br />
População, PIB e PIB per capita dos<br />
municípios mais populosos - 2002<br />
Municípios<br />
Fonte: Seplan/Sepin<br />
População<br />
PIB (R$ 1.000,00)<br />
PIB per capita<br />
Goiânia 1.142.459 7.093.088 6.209<br />
Aparecida <strong>de</strong> Goiânia 381.701 1.247.597 3.269<br />
Anápolis 297.142 1.783.619 6.003<br />
Luziânia 159.010 745.806 4.690<br />
Águas Lindas <strong>de</strong> Goiás 130.270 214.360 1.646<br />
Rio Ver<strong>de</strong> 124.191 1.435.271 11.557<br />
Valparaíso <strong>de</strong> Goiás 106.139 217.175 2.046<br />
Trinda<strong>de</strong> 89.599 302.382 3.375<br />
Formosa 83.962 249.656 2.973<br />
Itumbiara 83.397 812.041 9.737<br />
Planaltina 83.335 159.434 1.913<br />
Novo Gama 82.945 145.032 1.749<br />
Jataí 79.128 824.151 10.415<br />
Catalão 67.238 1.097.156 16.317<br />
Santo Antônio do Descoberto 62.417 105.721 1.694<br />
<strong>Estado</strong> <strong>de</strong> Goiás 5.285.660 31.298.822 5.921<br />
Prestação <strong>de</strong> serviços registra avanços<br />
O setor <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços<br />
é o mais representativo entre<br />
as ativida<strong>de</strong>s econômicas levantadas<br />
para o cálculo do PIB.<br />
Ele engloba os segmentos da administração<br />
pública, comércio,<br />
alojamento e alimentação, transporte<br />
e armazenagem, comunicações,<br />
ativida<strong>de</strong>s imobiliárias e serviços<br />
financeiros, entre outros.<br />
Os <strong>de</strong>z municípios melhores<br />
colocados no ranking do setor<br />
participaram com 59,32% do total<br />
da geração <strong>de</strong> riquezas da prestação<br />
<strong>de</strong> serviços, o que po<strong>de</strong> ser<br />
explicado pela concentração populacional<br />
<strong>de</strong>ssas localida<strong>de</strong>s.<br />
Vale ressaltar, porém, que a área<br />
<strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços é comum<br />
a todos os municípios, inclusive os<br />
menores, já que segmentos como<br />
saú<strong>de</strong>, ensino, telecomunicações,<br />
fornecimento <strong>de</strong> energia elétrica<br />
e água tratada estão presentes em<br />
todos os portes <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s. Mas à<br />
medida que a população aumen-<br />
janela Englobando diversos setores,<br />
a prestação <strong>de</strong> serviços é a<br />
mais representativa entre as<br />
ativida<strong>de</strong>s econômicas para<br />
efeito <strong>de</strong> cálculo do PIB<br />
ta, esse segmento vai se tornando<br />
mais expressivo.<br />
Goiânia é o primeiro colocado<br />
no PIB <strong>de</strong> serviços, respon<strong>de</strong>ndo<br />
por 31,48% da riqueza da ativida<strong>de</strong>,<br />
com seus pólos comercial, <strong>de</strong><br />
hospedagem e alimentação, <strong>de</strong> comunicações<br />
(call centers <strong>de</strong> companhias<br />
telefônicas),<br />
<strong>de</strong> ensino superior e<br />
<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />
etc. A capital é seguida<br />
<strong>de</strong> Anápolis<br />
(5,68% do total),<br />
Aparecida <strong>de</strong> Goiânia<br />
(4,64%), Rio Ver<strong>de</strong><br />
(3,71%) e Senador<br />
Canedo (3,56%).<br />
34<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
Goiânia mantém li<strong>de</strong>rança nos serviços.<br />
Rio Ver<strong>de</strong> é <strong>de</strong>staque na agropecuária<br />
Goiânia é o <strong>de</strong>staque na geração<br />
<strong>de</strong> riqueza, tanto na ativida<strong>de</strong><br />
industrial quanto na prestação<br />
<strong>de</strong> serviços. A capital participou<br />
em 2002 com 22,32% do total do<br />
PIB industrial do <strong>Estado</strong>, <strong>de</strong>vido à<br />
gran<strong>de</strong> concentração das ativida<strong>de</strong>s<br />
da construção civil, indústria<br />
da confecção <strong>de</strong> vestuário e acessórios,<br />
<strong>de</strong> produtos alimentícios<br />
e bebidas, <strong>de</strong> metalurgia e moveleira.<br />
Anápolis, o segundo colocado,<br />
com 7,54% <strong>de</strong> participação na<br />
indústria, reúne gran<strong>de</strong> número<br />
<strong>de</strong> indústrias farmacêuticas, <strong>de</strong><br />
adubos, <strong>de</strong> alimentos, embalagens<br />
e metalurgia. São Simão, em virtu<strong>de</strong><br />
da usina hidrelétrica do mesmo<br />
nome, ficou em terceiro lugar,<br />
com participação <strong>de</strong> 7,18%.<br />
De acordo com o estudo, o setor<br />
industrial, composto pela indústria<br />
<strong>de</strong> transformação, extrativa<br />
mineral, eletricida<strong>de</strong>, gás e água,<br />
e construção civil, foi o que apresentou<br />
maior concentração <strong>de</strong> riquezas<br />
entre as três ativida<strong>de</strong>s econômicas.<br />
Os <strong>de</strong>z municípios com<br />
maior representativida<strong>de</strong> no setor<br />
participaram com 64,99% na geração<br />
do Valor Adicionado (VA) da<br />
indústria estadual. Além <strong>de</strong> Goiânia,<br />
Anápolis e São Simão, se <strong>de</strong>stacaram<br />
no setor Aparecida <strong>de</strong> Goiânia,<br />
Rio Ver<strong>de</strong>, Catalão, Itumbiara,<br />
Minaçu, Luziânia e Jataí.<br />
Telecom<br />
elecomunicações<br />
Calls Centers das empresas <strong>de</strong> telefonia ajudam a expandir serviços<br />
Pólo educacional<br />
Tida como cida<strong>de</strong> universitária, Goiânia amplia serviços <strong>de</strong> educação<br />
Foto: Banco <strong>de</strong> Imagens/Seplan<br />
Foto: Banco <strong>de</strong> Imagens/Seplan<br />
Agropecuár<br />
opecuária<br />
O estudo realizado pela Seplan<br />
aponta que a agropecuária está<br />
bem disseminada na maioria dos<br />
municípios, <strong>de</strong>vido ao <strong>Estado</strong><br />
apresentar tradição e vocação<br />
para a ativida<strong>de</strong> econômica. O<br />
segmento exerce papel importante<br />
no <strong>de</strong>senvolvimento econômico<br />
goiano, pois garante matéria-prima<br />
para a agroindústria,<br />
que por sua vez agrega valor aos<br />
produtos da pauta <strong>de</strong> exportação,<br />
gera emprego e renda. Os<br />
<strong>de</strong>z municípios <strong>de</strong> melhor colocação<br />
na agropecuária participaram<br />
com 28,16% em relação ao<br />
Valor Agregado (VA) total da agropecuária<br />
do <strong>Estado</strong> em 2002.<br />
O município <strong>de</strong> Rio Ver<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rou<br />
o ranking da agropecuária,<br />
com participação <strong>de</strong> 5,81% na ge-<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
35
Máquinas e tecnologias ias na Agrisho<br />
ishow w Comigo<br />
Força do agronegócio impulsiona a economia e o PIB <strong>de</strong> Rio Ver<strong>de</strong><br />
ração <strong>de</strong> riqueza da ativida<strong>de</strong>. O<br />
município foi o primeiro produtor<br />
<strong>de</strong> soja, aves, leite e suínos; segundo<br />
produtor <strong>de</strong> bovinos, sorgo<br />
e trigo; e quarto <strong>de</strong> arroz, feijão<br />
e milho. Jataí ocupou o segundo<br />
lugar na lista da agropecuária,<br />
com participação <strong>de</strong> 4,77%. O município<br />
li<strong>de</strong>rou a produção <strong>de</strong> milho<br />
e foi o segundo produtor <strong>de</strong><br />
soja, arroz e aves. Em 2002, a excelência<br />
da produção agropecuária<br />
<strong>de</strong>sses dois municípios do Sudoeste<br />
goiano distanciava ambos,<br />
em termos <strong>de</strong> produção agrícola,<br />
dos <strong>de</strong>mais do <strong>Estado</strong>.<br />
Outro município representativo<br />
no setor agropecuário é Cristalina,<br />
que teve participação <strong>de</strong> 3,7% na<br />
geração da ativida<strong>de</strong>. A produção<br />
agrícola local se caracterizou principalmente<br />
pela cultura irrigada<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte com a utilização<br />
<strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> ponta. Cristalina<br />
é o município que possui a maior<br />
área irrigada do <strong>Estado</strong>, já que conta<br />
com mais <strong>de</strong> 400 pivôs instalados.<br />
No ano <strong>de</strong> 2002 Cristalina foi<br />
o maior produtor goiano das culturas<br />
irrigadas <strong>de</strong> feijão, batata-inglesa,<br />
trigo, alho, milho e soja.<br />
Foto: Comigo/Divulgação<br />
São Simão possui o maior PIB per capita<br />
Outro indicador econômico apurado<br />
pelo estudo é o PIB per capita,<br />
que é o resultado da divisão do PIB<br />
do município pelo número <strong>de</strong> habi-<br />
Os 10 municípios com maior PIB per capita<br />
Ranking<br />
1 Chapadão do Céu 24.429 São Simão 50.938<br />
2 Turvelândia 14.307 Chapadão do Céu 45.467<br />
3 Perolândia 11.871 Turvelândia 27.986<br />
4 Cachoeira Dourada 11.241 Perolândia 27.532<br />
5 Montividiu 10.208 Montividiu 23.682<br />
6 Rio Quente 10.068 Cachoeira Dourada 22.124<br />
7 Porteirão 9.958 Porteirão 19.448<br />
8 Cezarina 9.926 Campo Alegre <strong>de</strong> Goiás 19.286<br />
9 Aporé 9.578 Cezarina 18.304<br />
10 Ouvidor 9.523 Catalão 16.317<br />
<strong>Estado</strong> <strong>de</strong> Goiás 3.614 5.921<br />
Fonte: Seplan/Sepin<br />
PIB per capita (em R$)<br />
1999 2002<br />
tantes. A maioria dos <strong>de</strong>z municípios<br />
goianos melhor ranqueados no<br />
PIB per capita <strong>de</strong> 2002 <strong>de</strong>monstra<br />
uma combinação <strong>de</strong> baixa população<br />
e ativida<strong>de</strong> econômica expressiva.<br />
São Simão é o primeiro colocado<br />
no ranking do PIB per capita,<br />
com valor <strong>de</strong> R$ 50.938. A geração<br />
<strong>de</strong> energia elétrica da usina <strong>de</strong> São<br />
Simão, maior hidrelétrica do <strong>Estado</strong>,<br />
explica essa colocação.<br />
Chapadão do Céu é o município<br />
colocado em segundo lugar, com PIB<br />
per capita <strong>de</strong> R$ 45.467,00, e se <strong>de</strong>staca<br />
pela agropecuária mo<strong>de</strong>rna,<br />
com expressiva produção <strong>de</strong> soja. A<br />
agroindústria (plantação e processamento<br />
da cana-<strong>de</strong>-açúcar) contribuiu<br />
para que Turvelândia ocupasse o terceiro<br />
lugar (R$ 27.986,00). Por outro<br />
lado, municípios populosos,<br />
mesmo com ativida<strong>de</strong> econômica<br />
dinâmica, apresentaram PIB per<br />
capita menores. Em Goiânia, por<br />
exemplo, o valor apurado foi <strong>de</strong><br />
R$ 6.209,00; o <strong>de</strong> Aparecida <strong>de</strong> Goiânia<br />
atingiu R$ 3.269,00; e o <strong>de</strong> Anápolis,<br />
R$ 6.003,00. Em outras regiões,<br />
também existem municípios que estão<br />
acima da média do <strong>Estado</strong>.<br />
36<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL<br />
Administração estadual garante<br />
apoio à recuperação <strong>de</strong> empresas<br />
Oousado programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
empresarial<br />
colocado em prática<br />
pelo governo <strong>de</strong> Goiás <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />
da atual gestão, em 1999, contabiliza<br />
resultados muito positivos.<br />
Com uma política industrial agressiva,<br />
que incluiu a concessão <strong>de</strong> incentivos<br />
fiscais e a busca permanente<br />
<strong>de</strong> novos empreendimentos<br />
para o <strong>Estado</strong>, além do apoio às empresas<br />
já instaladas em seu território,<br />
Goiás presenciou um processo<br />
intenso <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong> sua<br />
economia, tanto pelo aumento da<br />
produção quanto pela diversificação<br />
das ativida<strong>de</strong>s produtivas.<br />
Mas a política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
empresarial <strong>de</strong> Goiás não<br />
está voltada apenas para a atração<br />
<strong>de</strong> novos empreendimentos ou<br />
para a ampliação daqueles que já<br />
apresentam resultados positivos.<br />
Visa também promover a recuperação<br />
<strong>de</strong> empresas que, embora<br />
instaladas e tradicionais nos mercados<br />
on<strong>de</strong> atuam, enfrentam dificulda<strong>de</strong>s<br />
momentâneas, seja para<br />
capital <strong>de</strong> giro, seja para aquisição<br />
<strong>de</strong> matérias-primas ou ainda pela<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnizar ou ampliar<br />
o parque <strong>de</strong> máquinas, <strong>de</strong><br />
modo a acompanhar os avanços<br />
que se processam <strong>de</strong> forma rápida<br />
nas empresas concorrentes.<br />
Exemplos em For<br />
ormosa<br />
No município <strong>de</strong> Formosa, dois<br />
empreendimentos são bons<br />
exemplos <strong>de</strong> que vale a pena<br />
Expansão da pecuária<br />
Recuperação do Frigorífico Bomcorte gera benefícios para toda a região<br />
Indústria moveleir<br />
eleira<br />
Tradicional na região, a Italian Design vai reconquistando seu espaço<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
Foto: Cleomar Nascimento/Reprodução<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
37
Foto: Marcus Vinicius<br />
Gover<br />
ernador Marconi Per<br />
erillo<br />
Empenho pessoal em favor dos empreendimentos<br />
apostar em tradicionais empreen<strong>de</strong>dores<br />
que, com incentivo e<br />
apoio, po<strong>de</strong>m voltar a produzir,<br />
gerar empregos e tributos, competir<br />
no mercado e colaborar para<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento econômico e<br />
social do município e do <strong>Estado</strong>.<br />
São dois complexos industriais,<br />
um <strong>de</strong>les do segmento frigorífico,<br />
e outro na área <strong>de</strong> móveis que, por<br />
problemas financeiros momentâneos<br />
enfrentavam sérios transtornos,<br />
mas foram recuperados graças<br />
ao empenho pessoal do governador<br />
Marconi Perillo e do prefeito<br />
Sebastião Monteiro Guimarães<br />
Filho (Tião Caroço), que levaram<br />
em conta a importância <strong>de</strong>sses<br />
empreendimentos para o município<br />
e para a região.<br />
Nesses casos específicos, o<br />
apoio financeiro foi viabilizado pelos<br />
programas Fomentar/Produzir<br />
e o acompanhamento gerencial<br />
partiu da <strong>Secretaria</strong> do <strong>Planejamento</strong><br />
e Desenvolvimento em parceria<br />
com o Sebrae (este na elaboração<br />
<strong>de</strong> diagnósticos, avaliações<br />
e análises) e outros órgãos e entida<strong>de</strong>s<br />
que operacionalizam as<br />
ações, como a <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> Indús-<br />
tria e Comércio e a<br />
Agência <strong>de</strong> Fomento<br />
do <strong>Estado</strong> <strong>de</strong> Goiás.<br />
Conforme o secretário<br />
do <strong>Planejamento</strong>,<br />
José Carlos Siqueira,<br />
o exemplo <strong>de</strong> Formosa,<br />
que se repete<br />
também em outros<br />
municípios do <strong>Estado</strong>,<br />
serve como mo<strong>de</strong>lo<br />
para mostrar<br />
que, com empenho,<br />
incentivo e trabalho,<br />
é possível recuperar<br />
grupos empresariais<br />
que em <strong>de</strong>terminado<br />
momento per<strong>de</strong>ram<br />
sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento<br />
mas que,<br />
se apoiados, po<strong>de</strong>m<br />
dar contribuição ainda<br />
maior ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do <strong>Estado</strong>. Isso é o que<br />
comprovam os empreen<strong>de</strong>dores<br />
<strong>de</strong> Formosa que agora já planejam<br />
novos investimentos.<br />
Recuperados, empreendimentos crescem<br />
Instalado em 1996 pelo empresário<br />
Vigilato Francisco Neto,<br />
o Frigorífico Bomcorte Indústria<br />
<strong>de</strong> Carnes Ltda funcionou até o<br />
ano <strong>de</strong> 2000, quando começou<br />
a enfrentar dificulda<strong>de</strong>s após o<br />
surgimento dos casos <strong>de</strong> vaca<br />
louca na Europa, o que acabou<br />
afetando até mesmo o mercado<br />
brasileiro. Os problemas se agravaram<br />
em 2001, conforme explica<br />
Vigilato Neto, levando a empresa<br />
a uma situação complicada,<br />
incluindo a falta <strong>de</strong> crédito<br />
no mercado, até mesmo para capital<br />
<strong>de</strong> giro.<br />
Nesta época, conforme revela<br />
o empresário, o prefeito <strong>de</strong> Formosa,<br />
Tião Caroço, em contatos<br />
com o governo estadual, <strong>de</strong>mons-<br />
Pref<br />
efeito eito Sebastião Caroço<br />
Com ajuda, empresas voltam a crescer<br />
trou empenho em recuperar<br />
a empresa, por sua<br />
importância para o município,<br />
especialmente<br />
na geração <strong>de</strong> emprego<br />
e renda (com reflexos<br />
no comércio local) e<br />
também para a região, já<br />
que uma unida<strong>de</strong> frigorífica<br />
em Formosa tem<br />
influência em gran<strong>de</strong><br />
parte do Entorno do Distrito<br />
Fe<strong>de</strong>ral e em toda a<br />
Região Nor<strong>de</strong>ste.<br />
A partir <strong>de</strong>ssas ações,<br />
os recursos foram viabilizados<br />
por meio do Fomentar/Produzir<br />
que<br />
aprovou recursos da or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> R$ 1,75 milhão,<br />
38<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
Linha industrial<br />
ial<br />
Bomcorte investe para aumentar capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abate <strong>de</strong> bovinos. Também criou a seção <strong>de</strong> suínos<br />
Fotos: Cleomar Nascimento<br />
com dois anos <strong>de</strong> carência e prazo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos para pagar o empréstimo.<br />
Foi o suficiente para<br />
que a empresa retomasse sua capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> abate, acertasse os<br />
débitos anteriores e entrasse então<br />
em nova fase <strong>de</strong> expansão.<br />
Atualmente, o frigorífico abate<br />
240 cabeças <strong>de</strong> bovinos e 100<br />
suínos por dia, com geração <strong>de</strong><br />
130 empregos diretos e cerca <strong>de</strong><br />
500 indiretos. Parte dos recursos<br />
foi usada para a instalação da<br />
unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suínos, ampliando a<br />
capacida<strong>de</strong> do complexo.<br />
Mais investimentos<br />
Com o impulso proporcionado<br />
por meio dos recursos do Fomentar/Produzir,<br />
a empresa tomou fôlego,<br />
cresceu e agora faz investimentos<br />
<strong>de</strong> R$ 2 milhões na ampliação<br />
das câmaras frias e da casa <strong>de</strong><br />
máquinas, na mo<strong>de</strong>rnização dos<br />
currais (que <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser ma<strong>de</strong>ira<br />
e passam para metal) e também<br />
na câmara <strong>de</strong> estocagem. Com isso,<br />
a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abate da empresa<br />
vai passar para 500 cabeças <strong>de</strong> bovinos<br />
por dia, com aumento também<br />
da geração <strong>de</strong> empregos.<br />
No frigorífico funcionam ainda<br />
a graxaria (que fabrica subprodutos<br />
como farinha <strong>de</strong> carne<br />
e osso, utilizada na ração <strong>de</strong> pequenos<br />
animais, e farinha <strong>de</strong> sangue),<br />
além da obtenção do sebo<br />
líquido, comercializado para indústrias<br />
que fabricam sabões e <strong>de</strong>tergentes.<br />
Conforme Vigilato<br />
Neto, todos esses melhoramentos<br />
visam preparar o frigorífico para<br />
sua inclusão entre aqueles que exportam<br />
carne. Atualmente, 90% <strong>de</strong><br />
toda a produção é comercializada<br />
no Distrito Fe<strong>de</strong>ral.<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
Empresár<br />
esário<br />
Vig<br />
igilato ilato Neto<br />
Apoio veio no momento certo<br />
Diver<br />
ersif<br />
sificação<br />
icação<br />
Frigorífico fabrica também farinha <strong>de</strong> osso e farinha <strong>de</strong> sangue<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
39
Indústria <strong>de</strong> móveis tem nova arrancada<br />
Outro bom exemplo <strong>de</strong> empresa<br />
recuperada é a Italian Design<br />
Móveis Finos, fundada pelo empresário<br />
Victor José <strong>de</strong> Araújo Filho,<br />
mais conhecido na cida<strong>de</strong> como<br />
Nenem Araújo. A empresa começou<br />
a funcionar em 1975 como<br />
uma fabriqueta. Experimentou um<br />
período <strong>de</strong> crescimento até 1992,<br />
quando chegou a oferecer empregos<br />
diretos para 200 pessoas. Na seqüência,<br />
passou por um processo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>cadência, que culminou em<br />
1996, acabando por fechar em<br />
1998, permanecendo assim até<br />
2003, ano em que começou o processo<br />
<strong>de</strong> recuperação.<br />
De acordo com Nenem Araújo,<br />
isso só foi possível graças ao<br />
apoio e empenho pessoal do governador<br />
Marconi Perillo e do<br />
prefeito Tião Caroço. Mas lembra<br />
também o esforço do secretário<br />
José Carlos Siqueira e do então<br />
superinten<strong>de</strong>nte executivo da<br />
<strong>Secretaria</strong> do <strong>Planejamento</strong>, Manoel<br />
Xavier Ferreira Filho. Com<br />
diagnósticos feitos, novos projetos<br />
e perspectivas <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização,<br />
o Fomentar/Produzir liberou<br />
em 2004 recursos da or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> R$ 1,56 milhão, dos quais até<br />
o momento já foram repassados<br />
R$ 1,2 milhão.<br />
Mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />
Nenem Araújo explica que a fábrica<br />
não está funcionando com<br />
sua capacida<strong>de</strong> total, porque ainda<br />
precisa <strong>de</strong> capital <strong>de</strong> giro. Contudo,<br />
os recursos liberados pelo financiamento<br />
foram utilizados para<br />
a mo<strong>de</strong>rnização e expansão do<br />
parque industrial. Para isso foram<br />
adquiridos os equipamentos mais<br />
mo<strong>de</strong>rnos existentes no País para<br />
a indústria moveleira. Tanto que,<br />
maquinário semelhante só é en-<br />
Diver<br />
ersif<br />
sificar icar e crescer<br />
Italian Design Móveis Finos amplia linha <strong>de</strong> produção sem per<strong>de</strong>r estilo<br />
Máquinas e tecnologia<br />
ia<br />
Equipamentos <strong>de</strong> última geração agilizam produção e reduzem custos<br />
contrado em empresas <strong>de</strong> São Paulo<br />
e do Sul do País.<br />
O setor <strong>de</strong> pintura, por exemplo,<br />
é <strong>de</strong> alta precisão, totalmente<br />
automatizado e instalado <strong>de</strong> modo<br />
a que uma peça seja introduzida<br />
no início e saia do outro lado totalmente<br />
acabada, pronta para a<br />
montagem, após percorrer 11 estágios.<br />
Outros equipamentos igualmente<br />
precisos e <strong>de</strong> alta tecnologia<br />
estão instalados on<strong>de</strong> se fazem<br />
os cortes da matéria-prima (quase<br />
que totalmente o MDF) e o processo<br />
<strong>de</strong> lixamento, perfuração <strong>de</strong><br />
buracos, prensa e outras etapas.<br />
A linha <strong>de</strong> produtos, que antes<br />
era mais voltada para os mo<strong>de</strong>los<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
40<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
Foto: Cleomar Nascimento<br />
clássicos artesanais, foi ampliada.<br />
A produção, que é comercializada<br />
basicamente para o mercado <strong>de</strong><br />
Brasília, está direcionada para linhas<br />
mais populares, embora preservando<br />
o charme, a qualida<strong>de</strong> e<br />
o bom gosto, como faz questão <strong>de</strong><br />
frisar o empresário Nenem Araújo.<br />
Atualmente saem da fábrica<br />
cozinhas moduladas, armários<br />
como closets, cômodas, peças para<br />
home theater, móveis resi<strong>de</strong>nciais<br />
como ca<strong>de</strong>iras, aparadores, mesas,<br />
sala <strong>de</strong> jantar, quartos e outros<br />
equipamentos domésticos.<br />
Por enquanto a empresa gera 60<br />
empregos diretos e trabalha com<br />
apenas 30% <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong> instalada,<br />
com produção <strong>de</strong> 1,2 mil<br />
peças por mês. Conforme Nenem<br />
Araújo, o processo <strong>de</strong> recuperação<br />
continua e sua meta é chegar ao fim<br />
<strong>de</strong>ste ano com um quadro <strong>de</strong> 150<br />
empregos diretos e uma produção<br />
<strong>de</strong> 6 mil peças por mês. “Com planejamento,<br />
apoio gerencial e financeiro<br />
e a nossa vonta<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora,<br />
tenho certeza que a Italian<br />
Design Móveis Finos ainda tem<br />
muito a contribuir para o progresso<br />
<strong>de</strong> Formosa e <strong>de</strong> Goiás”, arremata<br />
o empresário.<br />
Novo o alento<br />
Produção entra em novo ritmo<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
Empresár<br />
esário Nenem Araújo<br />
Empresa em recuperação graças ao empenho pessoal do governador<br />
Município trabalha<br />
para ser pólo industrial<br />
O município <strong>de</strong> Formosa,<br />
que se <strong>de</strong>staca como um dos<br />
mais importantes da região do<br />
Entorno do Distrito Fe<strong>de</strong>ral,<br />
aposta em sua consolidação<br />
como pólo industrial, aproveitando<br />
as vantagens do gran<strong>de</strong><br />
mercado consumidor <strong>de</strong> Brasília.<br />
De acordo com o secretário<br />
<strong>de</strong> Indústria e Comércio do<br />
município, João Janir Borchardt,<br />
além da recuperação <strong>de</strong> empresas<br />
importantes como o Frigorífico<br />
Bomcorte e a Italian Design,<br />
há um gran<strong>de</strong> esforço para<br />
atrair novos empreendimentos<br />
e apoiar os que estão se instalando<br />
no município.<br />
Nesse sentido, a prefeitura<br />
está regularizando a área<br />
do Distrito Industrial que, em<br />
breve, contará com infra-estrutura<br />
necessária ao recebimento<br />
das empresas. No local<br />
já está em funcionamento<br />
uma unida<strong>de</strong> da Pioneer Sementes<br />
(que produz e oferta<br />
sementes <strong>de</strong> milho híbrido),<br />
que também conta com incentivos<br />
do Produzir. João Janir<br />
lembra que Formosa está aberta<br />
aos investimentos e oferece<br />
todo apoio e incentivos municipais<br />
aos empreen<strong>de</strong>dores,<br />
ressaltando que o potencial do<br />
município é amplo, especialmente<br />
pelo gran<strong>de</strong> e próximo<br />
mercado consumidor do Distrito<br />
Fe<strong>de</strong>ral, além <strong>de</strong> outras<br />
vantagens.<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
41
DESENVOLVIMENTO REGIONAL<br />
Região Oeste aposta no leite<br />
para revitalizar sua economia<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
Vice-g<br />
ice-gover<br />
ernador<br />
Alci<strong>de</strong>s Rodrigues<br />
Na instalação do Fórum Permanente, reafirmação <strong>de</strong> apoio integral<br />
Oesforço do governo estadual<br />
com o objetivo <strong>de</strong> corrigir<br />
os <strong>de</strong>sequilíbrios regionais<br />
tem sido alvo <strong>de</strong> permanente<br />
atenção dos órgãos da administração<br />
pública que estão direta ou indiretamente<br />
envolvidos na questão. A propósito,<br />
no plano estratégico do governo<br />
Marconi Perillo, <strong>de</strong>lineado no<br />
início da gestão em 1999, uma das<br />
premissas básicas da administração<br />
é justamente a que trata do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
harmônico e equilibrado<br />
das diversas regiões do <strong>Estado</strong>.<br />
O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssa estratégia<br />
tem como suporte básico as<br />
ações <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adas pela própria<br />
administração estadual, mas também,<br />
<strong>de</strong> forma intensa, por meio das<br />
parcerias firmadas com os diversos<br />
segmentos organizados da socieda<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> instituições <strong>de</strong> ensino e<br />
<strong>de</strong> pesquisa, instituições financeiras,<br />
agências <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, organismos<br />
e entida<strong>de</strong>s da iniciativa privada<br />
e órgãos dos po<strong>de</strong>res públicos<br />
constituídos nas esferas fe<strong>de</strong>ral, estadual<br />
e municipal. Essa realida<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong> ser vista nos Programas <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />
Integrado do Nor<strong>de</strong>ste<br />
Goiano e do Entorno do Distrito<br />
Fe<strong>de</strong>ral, bem como em muitas<br />
outras ações executadas em todas<br />
as esferas da administração.<br />
É com essa visão que a <strong>Secretaria</strong><br />
do <strong>Planejamento</strong> e Desenvolvimento<br />
está coor<strong>de</strong>nando a realização <strong>de</strong><br />
um amplo trabalho para, a partir <strong>de</strong><br />
um Arranjo Produtivo Local (APL),<br />
revitalizar a economia da Região Oeste<br />
<strong>de</strong> Goiás, cujo diagnóstico aponta<br />
para a perda <strong>de</strong> dinamismo, retração<br />
econômica e falta <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>.<br />
Trata-se do Arranjo Produtivo Lácteo<br />
da Microrregião <strong>de</strong> São Luís <strong>de</strong><br />
Montes Belos que, em última análise,<br />
visa aproveitar um dos potenciais<br />
mais expressivos da área abrangida<br />
para estimular a retomada do crescimento<br />
econômico regional.<br />
Histórico<br />
ico<br />
Um estudo realizado conjuntamente<br />
por órgãos públicos, instituições<br />
<strong>de</strong> ensino, entida<strong>de</strong>s privadas e<br />
empresas há cerca <strong>de</strong> dois anos constatou<br />
que a Região Oeste <strong>de</strong> Goiás,<br />
integrada por 43 municípios, está<br />
estagnada economicamente, sem<br />
competitivida<strong>de</strong> e reduzindo sua<br />
participação no Produto Interno Bruto<br />
do <strong>Estado</strong>, o mesmo ocorrendo<br />
com a população, que vem se reduzindo.<br />
Por isso mesmo requer ações<br />
urgentes para melhorar o <strong>de</strong>sempenho<br />
<strong>de</strong> sua economia.<br />
Para ter idéia, em 1970 a Região<br />
Oeste participava com 10% do PIB<br />
<strong>de</strong> Goiás, caindo para 8% em 1980 e<br />
em 2002, segundo cálculos da Superintendência<br />
<strong>de</strong> Pesquisa, Estatística<br />
e Informação da Seplan, a participação<br />
da região no PIB goiano é<br />
<strong>de</strong> apenas 5,9%. Outro dado importante<br />
refere-se à população. Em<br />
1970, a população resi<strong>de</strong>nte representava<br />
9,6% do total do <strong>Estado</strong>. Em<br />
2004, conforme a Seplan, representou<br />
apenas 6% da população estadual.<br />
Esses dados confirmam a ne-<br />
42<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
cessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mobilização urgente,<br />
com a participação efetiva <strong>de</strong> todos<br />
os agentes regionais.<br />
O mesmo trabalho diagnosticou,<br />
no entanto, que algumas ativida<strong>de</strong>s<br />
comuns a toda a região têm maior<br />
potencial, po<strong>de</strong>ndo contribuir <strong>de</strong><br />
forma efetiva para a retomada do<br />
crescimento. A principal <strong>de</strong>las é a<br />
pecuária leiteira, já expressiva na região,<br />
mas que po<strong>de</strong> avançar e melhorar<br />
muito mais. É com essa perspectiva<br />
que um grupo integrado por<br />
mais <strong>de</strong> 20 entida<strong>de</strong>s públicas e privadas<br />
das mais diversas áreas, se uniu<br />
para construir, <strong>de</strong> forma sólida e sustentável,<br />
o Arranjo Produtivo Lácteo<br />
da Região Oeste <strong>de</strong> Goiás.<br />
Secretár<br />
etário io José Carlos los Siqueira<br />
União <strong>de</strong> todos é o segredo para que o Arranjo alcance seus objetivos<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
Fórum Per<br />
ermanente<br />
Já como resultado das ações <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adas<br />
ao longo dos últimos dois<br />
anos, foi instalado recentemente durante<br />
solenida<strong>de</strong> realizada em Córrego<br />
do Ouro, um dos municípios da<br />
região, o Fórum Permanente <strong>de</strong> Pecuária<br />
<strong>de</strong> Leite da Microrregião <strong>de</strong> São<br />
Luís <strong>de</strong> Montes Belos, envolvendo representantes<br />
<strong>de</strong> todos os elos da ca<strong>de</strong>ia<br />
produtiva (fornecedores <strong>de</strong> insumos,<br />
produtores <strong>de</strong> leite, trabalhadores<br />
rurais, transportadores, indústrias<br />
<strong>de</strong> laticínios, instituições <strong>de</strong> ensino<br />
e pesquisa, estudantes universitários<br />
e professores <strong>de</strong> cursos afins, além das<br />
administrações municipais).<br />
A meta básica é estabelecer a governança<br />
do Arranjo Produtivo Lácteo<br />
<strong>de</strong> modo a melhorar todos os<br />
aspectos relacionados à produção,<br />
comercialização e agregação <strong>de</strong> valor<br />
à matéria-prima. O Fórum Permanente<br />
conta com apoio direto <strong>de</strong><br />
organismos oficiais como secretarias<br />
<strong>de</strong> <strong>Estado</strong>, empresas privadas, instituições<br />
<strong>de</strong> ensino e pesquisa como<br />
a Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Goiás e<br />
a Embrapa Gado <strong>de</strong> Leite, Sebrae-<br />
Goiás e agentes do negócio leite em<br />
cada um dos municípios.<br />
Por enquanto, o Arranjo abrange 17<br />
municípios da região, que juntos pro-<br />
Secretár<br />
etário Roberto Balestra<br />
<strong>Secretaria</strong> da Agricultura já adotou o APL como ação prioritária<br />
Encontro o em Córreg<br />
ego do Ouro<br />
Mais <strong>de</strong> 600 pessoas participaram da instalação do APL do setor lácteo<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
43
duzem mais <strong>de</strong> 110 milhões <strong>de</strong> litros<br />
<strong>de</strong> leite por ano. Contudo, os <strong>de</strong>mais<br />
po<strong>de</strong>m a<strong>de</strong>rir ao longo do tempo. Os<br />
que fazem parte na primeira etapa são<br />
A<strong>de</strong>lândia, Turvânia, São Luís <strong>de</strong> Montes<br />
Belos, Aurilândia, São João da Paraúna,<br />
Buriti <strong>de</strong> Goiás, Sanclerlândia, Cachoeira<br />
<strong>de</strong> Goiás, Palminópolis, Córrego<br />
do Ouro, Nazário, Firminópolis, Mossâme<strong>de</strong>s,<br />
Ivolândia, Moiporá, Fazenda<br />
Nova e Novo Brasil.<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
Conscientização<br />
A mobilização e conscientização<br />
dos diversos agentes da região em<br />
busca da consolidação do Arranjo<br />
Produtivo Lácteo conta com a participação<br />
<strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s como Agência<br />
<strong>de</strong> Defesa Agropecuária (Agro<strong>de</strong>fesa),<br />
por meio do escritório <strong>de</strong> São<br />
Luís, Agenciarural, também pelo escritório<br />
<strong>de</strong> São Luís, Associação dos<br />
Produtores <strong>de</strong> Leite <strong>de</strong> São Luís e Região,<br />
Faculda<strong>de</strong> Montes Belos, Sindicato<br />
das Indústrias <strong>de</strong> Laticínios do<br />
<strong>Estado</strong> <strong>de</strong> Goiás, Sindicato dos Trabalhadores<br />
Rurais <strong>de</strong> São Luís, Sindicato<br />
Rural <strong>de</strong> São Luís, Subsecretaria <strong>de</strong><br />
Educação <strong>de</strong> São Luís, Universida<strong>de</strong><br />
Estadual <strong>de</strong> Goiás/Zootecnia <strong>de</strong> São<br />
Luís e Câmara <strong>de</strong> Dirigentes Lojistas<br />
<strong>de</strong> São Luís, além das administrações<br />
municipais (prefeituras).<br />
No âmbito do <strong>Estado</strong>, o movimento<br />
é coor<strong>de</strong>nado pela Seplan e tem<br />
apoio das secretarias da Agricultura,<br />
da Ciência e Tecnologia, da Agência<br />
Goiana <strong>de</strong> Desenvolvimento Regional,<br />
da Agro<strong>de</strong>fesa e da Agenciarural. O<br />
governo fe<strong>de</strong>ral também oferece<br />
apoio por meio do Ministério da Integração<br />
Nacional e da Embrapa Gado<br />
<strong>de</strong> Leite. Uma das medidas práticas<br />
será a instalação <strong>de</strong> um laticínio-escola<br />
em São Luís <strong>de</strong> Montes Belos, que<br />
servirá para o treinamento <strong>de</strong> trabalhadores<br />
e dará suporte ao processo<br />
<strong>de</strong> pesquisa no segmento lácteo, conforme<br />
anúncio feito pelo secretário<br />
<strong>de</strong> Desenvolvimento do Centro-Oeste<br />
do Ministério da Integração Nacional,<br />
Athos Magno Costa e Silva.<br />
José osé Mário io Schreiner<br />
einer, da Agenciar<br />
enciarur<br />
ural<br />
al<br />
Garantia <strong>de</strong> assistência técnica aos produtores <strong>de</strong> leite da região<br />
João<br />
Theodor<br />
heodoro o <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong>,<br />
en<strong>de</strong>, pref<br />
efeito eito <strong>de</strong> Córreg<br />
ego o do Ouro<br />
Administrações municipais também estão engajadas no projeto<br />
Objetivos do plano<br />
Aumentar a produção <strong>de</strong> leite e a produtivida<strong>de</strong> da microrregião<br />
Melhorar a qualida<strong>de</strong> do produto e ampliar a agregação <strong>de</strong> valor<br />
Aumentar a rentabilida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> na proprieda<strong>de</strong> rural<br />
Elevar a remuneração do trabalhador rural<br />
Tornar mais competitiva a ca<strong>de</strong>ia produtiva regional em relação a outros pólos<br />
Melhorar as condições das famílias rurais que vivem da ativida<strong>de</strong><br />
Melhorar a economia dos municípios que compõem a microrregião<br />
Contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável da região<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
44<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
Compromissos reafirmados na<br />
instalação do Fórum Permanente<br />
Em cerimônia realizada em Córrego<br />
do Ouro na primeira quinzena<br />
<strong>de</strong> maio, os agentes envolvidos<br />
no processo tanto do po<strong>de</strong>r público<br />
quanto da iniciativa privada reafirmaram<br />
o compromisso <strong>de</strong> contribuir<br />
<strong>de</strong>cisivamente para a consolidação<br />
do Arranjo Produtivo Lácteo<br />
da Microrregião <strong>de</strong> São Luís <strong>de</strong><br />
Montes Belos, <strong>de</strong> modo a que os<br />
objetivos propostos sejam alcançados<br />
o mais rapidamente possível.<br />
O evento contou com a participação<br />
do vice-governador Alci<strong>de</strong>s<br />
Rodrigues, secretários <strong>de</strong> <strong>Estado</strong>,<br />
presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Agências, li<strong>de</strong>ranças<br />
empresariais e políticas e pelo menos<br />
20 prefeitos <strong>de</strong> municípios da<br />
região. Durante o encontro, os representantes<br />
dos diversos organismos<br />
e entida<strong>de</strong>s anunciaram ações<br />
que já são colocadas em prática<br />
(veja quadro). O vice-governador<br />
Alci<strong>de</strong>s Rodrigues ressaltou a importância<br />
do esforço <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado<br />
pelos agentes da ca<strong>de</strong>ia do leite, argumentando<br />
que a região Oeste <strong>de</strong><br />
Goiás tem gran<strong>de</strong> potencial no segmento<br />
da pecuária leiteira, mas precisa<br />
<strong>de</strong> um impulso como este para<br />
retomar seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
O secretário do <strong>Planejamento</strong> e<br />
Desenvolvimento, José Carlos Siqueira,<br />
enfatizou que a consolidação<br />
do arranjo produtivo lácteo só<br />
se torna possível graças ao envolvimento<br />
e participação efetiva <strong>de</strong><br />
órgãos públicos, empresas, trabalhadores,<br />
sindicatos, instituições <strong>de</strong><br />
ensino e pesquisa e das prefeituras<br />
municipais. Ele ressaltou também<br />
que a Seplan fará todos os esforços<br />
com o objetivo <strong>de</strong> garantir o avanço<br />
do Arranjo até a consecução dos<br />
resultados almejados.<br />
Athos Magno, do Ministério io da Integração Nacional<br />
Apoio ao APL com liberação <strong>de</strong> recursos para o laticínio-escola<br />
Próximos passos<br />
Etapas a serem cumpridas até fevereiro <strong>de</strong> 2006<br />
Cadastrar produtores e instituições<br />
Implementar cursos básicos nos 17 municípios a<strong>de</strong>sos ao arranjo<br />
Criar associações <strong>de</strong> produtores e <strong>de</strong> indústrias<br />
Capacitar dirigentes <strong>de</strong> associações<br />
Aprovar cursos profissionalizantes (Técnico em Pecuária <strong>de</strong> Leite e Tecnológico<br />
em Laticínios)<br />
I<strong>de</strong>ntificar proprieda<strong>de</strong>s-referência<br />
Criar assistência técnica específica para o arranjo<br />
Realizar a Feilac no período <strong>de</strong> 12 a 17 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2005<br />
Realização <strong>de</strong> congresso técnico em parceria com o Conselho Regional <strong>de</strong> Medicina<br />
Veterinária<br />
Realização <strong>de</strong> exposição <strong>de</strong> gado leiteiro com apoio da SGPA<br />
Realizar exposições <strong>de</strong> laticínios, <strong>de</strong> insumos e <strong>de</strong> máquinas e equipamentos<br />
Realizar palestras, dias <strong>de</strong> campo e ativida<strong>de</strong>s capazes <strong>de</strong> estimular e melhorar a<br />
produção<br />
Consolidação do laticínio-escola em São Luís <strong>de</strong> Montes Belos<br />
Consolidar a criação dos cursos Técnico em Pecuária <strong>de</strong> Leite (pós-médio) e Tecnólogo<br />
em Laticínio (superior)<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
45
Os <strong>de</strong>mais secretários <strong>de</strong> <strong>Estado</strong><br />
e presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> agências que<br />
compareceram à instalação do Fórum,<br />
como Raquel Teixeira (Ciência<br />
e Tecnologia), Roberto Balestra<br />
(Agricultura), Leonardo Vilela<br />
(Infra-Estrutura), José Mário<br />
Schreiner (Agenciarural) e João<br />
Bosco Umbelino dos Santos (Agência<br />
Goiana <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />
Regional), também <strong>de</strong>monstraram<br />
total empenho no projeto. O prefeito<br />
<strong>de</strong> Trinda<strong>de</strong>, George Moraes<br />
(que é presi<strong>de</strong>nte da Associação<br />
Goiana <strong>de</strong> Municípios) e a <strong>de</strong>putada<br />
Flávia Moraes também estiveram<br />
presentes, além do coor<strong>de</strong>nador<br />
da Região Integrada do Entorno<br />
do Distrito Fe<strong>de</strong>ral (Ri<strong>de</strong>), Fernando<br />
Safatle.<br />
Apoio fe<strong>de</strong>r<br />
e<strong>de</strong>ral<br />
O governo fe<strong>de</strong>ral também<br />
apóia a iniciativa por meio do Ministério<br />
da Integração Nacional e<br />
da Embrapa. O secretário <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />
do Centro-Oeste,<br />
Athos Magno Costa e Silva, anunciou<br />
a liberação <strong>de</strong> recursos a serem<br />
utilizados na construção <strong>de</strong><br />
um laticínio-escola na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
São Luís <strong>de</strong> Montes Belos e na realização<br />
<strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da tecnologia do leite.<br />
Uma contrapartida será oferecida<br />
pela <strong>Secretaria</strong> da Ciência e Tecnologia,<br />
conforme garantiu a secretária<br />
Raquel Teixeira.<br />
Outro apoio vem da Embrapa<br />
Gado <strong>de</strong> Leite. Na instalação do<br />
Fórum Permanente esteve presente<br />
o chefe geral do Centro,<br />
Paulo do Carmo Martins, que<br />
anunciou ações voltadas ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do setor lácteo.<br />
Uma vez instalado, o Fórum Permanente<br />
elegeu um conselho gestor<br />
que está cuidando da implementação<br />
e monitoramento das<br />
ativida<strong>de</strong>s e projetos, <strong>de</strong> modo a<br />
garantir os avanços propostos<br />
para o setor lácteo na região.<br />
Conquistas e compromissos<br />
Medidas anunciadas e colocadas em prática pelas entida<strong>de</strong>s que apóiam o APL<br />
<strong>Secretaria</strong> do Trabalho<br />
Patrocínio do curso básico Manejo Alimentar <strong>de</strong> Bovinos <strong>de</strong> Leite para 675 produtores<br />
Patrocínio do curso básico Organização <strong>de</strong> Eventos e Cerimonial para 60 pessoas<br />
Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem Rural (Senar)<br />
Patrocínio do curso básico Recuperação da Rentabilida<strong>de</strong> da Pecuária Leiteira, beneficiando<br />
225 produtores<br />
Reitoria da UEG<br />
Criação do curso <strong>de</strong> nível superior profissionalizante Tecnólogo em Laticínio (ou Engenharia<br />
<strong>de</strong> Alimentos)<br />
<strong>Secretaria</strong> da Educação<br />
Criação do curso <strong>de</strong> nível pós-médio profissionalizante Técnico em Pecuária <strong>de</strong> Leite<br />
Agência <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural ural e Fundiário - Agenciarural<br />
Viabilização <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> assistência técnica específico para o Arranjo Produtivo Lácteo - APL<br />
Disponibilização <strong>de</strong> um veículo com essa finalida<strong>de</strong> específica<br />
Empresa Fockink/Leitebranco<br />
Doação <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha mecânica e tanque <strong>de</strong> expansão à fazenda-escola da UEG/Zootecnia<br />
Criação <strong>de</strong> Centro <strong>de</strong> Treinamento na fazenda-escola da UEG/Zootecnia<br />
<strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> Agricultura<br />
Adoção do APL pela Superintendência <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural e Políticas Agrícolas<br />
Inclusão da Feilac como um dos eventos da <strong>Secretaria</strong><br />
Instalação do laboratório <strong>de</strong> carrapatograma (em parceria com a Leitbom)<br />
Doação <strong>de</strong> conjunto <strong>de</strong> irrigação para a fazenda-escola da UEG/Zootecnia<br />
Sebrae-Goiás<br />
Realização do seminário Empretec nos 17 municípios, beneficiando 425 empreen<strong>de</strong>dores<br />
Alocação <strong>de</strong> recursos no valor <strong>de</strong> R$ 300 mil para apoiar o APL<br />
Oferecer consultoria em boas práticas <strong>de</strong> fabricação para as indústrias <strong>de</strong> laticínios<br />
Ministério da Integração Nacional<br />
Disponibilização <strong>de</strong> recursos para o Arranjo Produtivo Lácteo<br />
Instalação do laticínio-escola em São Luís <strong>de</strong> Montes Belos, embrião do Centro Tecnológico do<br />
Leite<br />
Delegacia Regional do Trabalho<br />
Destinação <strong>de</strong> R$ 50 mil para a fazenda-escola, via Aproleite<br />
Faculda<strong>de</strong> Montes Belos<br />
Criação <strong>de</strong> novos cursos: Gestão em Agrozootecnia, Técnico em Alimentos (com ênfase para<br />
lácteos) e Pós-Graduação em Produção Animal<br />
Embrapa Gado <strong>de</strong> Leite<br />
Diagnóstico da ca<strong>de</strong>ia produtiva, reciclagem profissional e estudo sobre custo <strong>de</strong> produção<br />
Participação no projeto do laticínio-escola (incluindo realização <strong>de</strong> pesquisas) e <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> estudo participativo<br />
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio<br />
Destinação <strong>de</strong> recursos no valor <strong>de</strong> R$ 67 mil para o Arranjo Produtivo Lácteo - APL<br />
Eleição do arranjo como prioritário <strong>de</strong>ntro do <strong>Estado</strong> <strong>de</strong> Goiás<br />
Associação Brasileira <strong>de</strong> Instituições <strong>de</strong> Pesquisa Tecnológica<br />
Ministração <strong>de</strong> curso sobre elaboração <strong>de</strong> projeto<br />
46<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
CRESCIMENTO ECONÔMICO<br />
Instituído Movimento para<br />
tornar Goiás mais competitivo<br />
“E<br />
stimular o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> ações promotoras<br />
da melhoria da competitivida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> organizações públicas e<br />
privadas adotando como referência<br />
a excelência dos padrões, cujo objetivo<br />
é a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
sustentável". Com<br />
esta missão acaba <strong>de</strong> nascer o Movimento<br />
Goiás Competitivo<br />
(MGC) constituído pelas entida<strong>de</strong>s<br />
que integram o Fórum Empresarial,<br />
Fórum dos Trabalhadores, Sebrae-Goiás,<br />
organizações governamentais<br />
e do terceiro setor. Instituído<br />
oficialmente no dia 6 <strong>de</strong> junho<br />
no auditório Mauro Borges, do<br />
Palácio Pedro Ludovico Teixeira, o<br />
movimento adotou como visão <strong>de</strong><br />
futuro tornar Goiás reconhecido<br />
pela qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus produtos e<br />
serviços, como também pelos resultados<br />
obtidos pelos seus métodos<br />
<strong>de</strong> gestão.<br />
Durante a solenida<strong>de</strong>, o governador<br />
Marconi Perillo assinou o<br />
termo <strong>de</strong> parceria do governo estadual<br />
com o Movimento visando<br />
o incentivo e fomento às ativida<strong>de</strong>s<br />
promotoras do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
por meio da incorporação<br />
<strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> gestão que contemplem<br />
a filosofia e conceitos da<br />
qualida<strong>de</strong>. Também foi assinado o<br />
<strong>de</strong>creto <strong>de</strong> criação do Programa<br />
<strong>de</strong> Uso do Po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Compra, que<br />
visa induzir a qualificação competitiva<br />
e a capacitação tecnológica<br />
das empresas fornecedoras do governo<br />
estadual, preparando-as<br />
Gover<br />
ernador Marconi Per<br />
erillo<br />
illo<br />
Administração estadual dará apoio à consolidação do MGC<br />
progressivamente para participar<br />
<strong>de</strong> outros mercados.<br />
Foi assinada, ainda, or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />
serviço <strong>de</strong>terminando às <strong>Secretaria</strong>s<br />
<strong>de</strong> Ciência e Tecnologia e Indústria<br />
e Comércio que firmem convênio<br />
com o Movimento Goiás<br />
Competitivo, para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
e publicação <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong><br />
gestão às organizações públicas e<br />
privadas e estruturar e disseminar<br />
o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão bem como <strong>de</strong>senvolver,<br />
publicar e implementar<br />
a metodologia para o Prêmio Goiano<br />
<strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>. Segundo o governador,<br />
competitivida<strong>de</strong> é a palavrachave<br />
no <strong>Estado</strong> que <strong>de</strong>senvolve<br />
ações planejadas, profissionalizadas,<br />
calcadas na qualida<strong>de</strong> e no compromisso<br />
com a valorização do trabalho.<br />
Ele citou o exemplo do empresário<br />
Jorge Gerdau, um dos i<strong>de</strong>alizadores<br />
do Movimento Brasil Competitivo<br />
(MBC) que aponta como<br />
saída para o País um choque <strong>de</strong><br />
gestão profissional.<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
47
O presi<strong>de</strong>nte do Conselho Superior<br />
do Movimento Brasil Competitivo,<br />
Carlos Alberto Salles, elogiou<br />
a <strong>de</strong>terminação do governo<br />
em participar do movimento. Na<br />
opinião <strong>de</strong>le, nada acontece se o<br />
governante não estiver pessoalmente<br />
empenhado. "Goiás conta<br />
com a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r, <strong>de</strong><br />
ser competitivo e o que faltava era<br />
a cola unindo o espírito empreen<strong>de</strong>dor<br />
do empresariado, a força dos<br />
trabalhadores e a vonta<strong>de</strong> política<br />
como um movimento <strong>de</strong> importante<br />
fator <strong>de</strong> união", <strong>de</strong>staca. Segundo<br />
Salles, a iniciativa não <strong>de</strong>ve ser<br />
avaliada por baixo, pois representa<br />
a convergência <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ais e esforços<br />
em benefício <strong>de</strong> toda a população.<br />
Estrutura funcional do MGC<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
De acordo com estimativa<br />
do IBGE, em 2004,<br />
a população <strong>de</strong> Goiás<br />
era superior a 5,5 milhões<br />
<strong>de</strong> habitantes.<br />
Nível nacional<br />
Criado há alguns<br />
anos, o MBC <strong>de</strong>senvolve<br />
ações voltadas ao estímulo<br />
e fomento da<br />
competitivida<strong>de</strong> nacional,<br />
promovendo ações<br />
estruturantes, <strong>de</strong> conteúdo<br />
inovador na área<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e produtivida<strong>de</strong>,<br />
a partir da ar-<br />
Carlos<br />
Alberto Salles, do MBC<br />
ticulação dos agentes<br />
Elogio ao governo <strong>de</strong> Goiás pela iniciativa sociais e econômicos.<br />
É uma instituição reconhecida<br />
pelo governo fe<strong>de</strong>ral<br />
como Organização da Socieda<strong>de</strong><br />
Civil Pública (Oscip), voltada ao<br />
estímulo e fomento da competitivida<strong>de</strong><br />
da socieda<strong>de</strong> brasileira.<br />
A missão do Movimento Brasil<br />
Competitivo é contribuir expressivamente<br />
para a melhoria<br />
da competitivida<strong>de</strong> nas organizações<br />
privadas e da qualida<strong>de</strong> e<br />
produtivida<strong>de</strong> das organizações<br />
públicas, <strong>de</strong> maneira sustentável,<br />
elevando a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da<br />
população brasileira.<br />
Já em Goiás, o objetivo principal<br />
do MGC é transformar o <strong>Estado</strong><br />
em referência <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />
ampliando seu potencial competitivo<br />
na economia global. A proposta<br />
é aprimorar a gestão pela<br />
qualida<strong>de</strong> nas organizações públicas<br />
e privadas, buscando nova realida<strong>de</strong><br />
no <strong>Estado</strong> on<strong>de</strong> a competitivida<strong>de</strong><br />
dos produtos e serviços<br />
promova efetiva melhoria na qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vida da população. Na<br />
opinião do secretário do <strong>Planejamento</strong><br />
e Desenvolvimento, José<br />
Carlos Siqueira, a implementação<br />
do movimento é um <strong>de</strong>safio que<br />
exige pressa, <strong>de</strong>dicação, persistência<br />
e trabalho.<br />
48<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005
Fotos: Cleomar Nascimento<br />
Pedr<br />
edro o Bittar, da Acieg, assina convênios<br />
Goiás diante <strong>de</strong> uma encruzilhada histórica positiva<br />
José osé Carlos los Siqueira,<br />
a, do <strong>Planejamento</strong><br />
Convênios vão garantir avanço do Movimento<br />
"Esse conjunto <strong>de</strong> disposições<br />
fará o movimento avançar <strong>de</strong> forma<br />
consistente e permanente. Não<br />
há mais espaço para improvisação<br />
e amadorismo. A competitivida<strong>de</strong><br />
global é um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para todos<br />
que realmente pensam no futuro<br />
<strong>de</strong> Goiás. Sabemos que a condição<br />
i<strong>de</strong>al para enfrentar essa competitivida<strong>de</strong><br />
não é adquirida <strong>de</strong><br />
uma hora para outra, e sim conquistada<br />
a partir <strong>de</strong> ações estratégicas<br />
rumo à melhoria da qualida<strong>de</strong> e<br />
produtivida<strong>de</strong>. Para ter competitivida<strong>de</strong>,<br />
as empresas e organizações<br />
em geral precisam oferecer produtos<br />
e serviços com menores custos<br />
e maior valor agregado", disse o<br />
secretário José Carlos Siqueira, ressaltando<br />
que Goiás caminha <strong>de</strong> forma<br />
acelerada nessa direção.<br />
Será <strong>de</strong>senvolvido um conjunto<br />
<strong>de</strong> ações visando dar credibilida<strong>de</strong><br />
ao movimento enquanto organização<br />
<strong>de</strong> interesse público orientada<br />
para o estímulo e fomento<br />
ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> Goiás, por<br />
meio do incentivo à adoção <strong>de</strong><br />
novas práticas <strong>de</strong> gestão focadas<br />
na excelência <strong>de</strong> produtos e serviços.<br />
Um dos primeiros passos é<br />
a adoção <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> gestão<br />
Metas básicas do Movimento<br />
Disseminar tecnologias <strong>de</strong> gestão nos setores público, privado e terceiro setor, com promoção<br />
do <strong>de</strong>senvolvimento sustentado<br />
Implantar programas estaduais <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> em todos os <strong>Estado</strong>s da<br />
Fe<strong>de</strong>ração<br />
Implantar sistemas <strong>de</strong> avaliação e premiação em pelo menos 20 setores econômicos<br />
Disseminar sistemas <strong>de</strong> avaliação e premiação em micro e pequenas empresas<br />
Implantar sistema <strong>de</strong> avaliação da gestão em todas as organizações fe<strong>de</strong>rais<br />
Usar <strong>de</strong> mapas <strong>de</strong> benchmarking como ferramenta da competitivida<strong>de</strong> em ca<strong>de</strong>ias e<br />
arranjos produtivos locais e regionais<br />
Disseminar a cultura da medição e avaliação<br />
Disseminar a cultura <strong>de</strong> inovação e marketing<br />
da qualida<strong>de</strong> com disseminação do<br />
uso dos conceitos e práticas orientadas<br />
para a tecnologia <strong>de</strong> gerenciamento,<br />
por meio da capacitação<br />
e benchmarking, procurando conhecer<br />
experiências <strong>de</strong> sucesso em outras<br />
organizações que induziam à<br />
busca <strong>de</strong> inovação e do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
tecnológico e mercadológico.<br />
O Movimento Goiás Competitivo<br />
está funcionando provisoriamente<br />
na Associação Comercial e<br />
Industrial <strong>de</strong> Goiás (Acieg). Segundo<br />
o presi<strong>de</strong>nte do MGC, Pedro Bittar,<br />
o movimento não será uma entida<strong>de</strong><br />
figurativa, pois aten<strong>de</strong> aos interesses<br />
<strong>de</strong> toda a socieda<strong>de</strong>, contando<br />
inicialmente com a participação<br />
efetiva <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 50 instituições<br />
e organizações.<br />
Segundo ele, Goiás está diante<br />
<strong>de</strong> uma encruzilhada positiva<br />
histórica contando com um projeto<br />
<strong>de</strong> incentivo à competitivida<strong>de</strong><br />
e qualificação <strong>de</strong> gestão,<br />
com economia forte. "Não po<strong>de</strong>mos<br />
errar e precisamos do compromisso<br />
<strong>de</strong> todos. Temos que<br />
iniciar o ciclo e concluí-lo e é esta<br />
meta que vamos perseguir daqui<br />
por diante. A entida<strong>de</strong> está aberta<br />
à associação <strong>de</strong> todos as empresas<br />
goianas, sem custos, neste<br />
primeiro momento.<br />
ABRIL/JUNHO 2005<br />
<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO<br />
49
Programa <strong>de</strong> Capacitação Profissional<br />
A primeira ação do governo estadual<br />
<strong>de</strong>ntro do MGC foi o lançamento<br />
do Programa Goiano <strong>de</strong> Qualificação<br />
para o Trabalhador, que<br />
<strong>de</strong>ve beneficiar cerca <strong>de</strong> 24 mil trabalhadores<br />
goianos até o final <strong>de</strong><br />
2006. O arrojado projeto <strong>de</strong> qualificação<br />
profissional será <strong>de</strong>senvolvido<br />
por meio <strong>de</strong> parceria pela <strong>Secretaria</strong><br />
do Trabalho e <strong>Secretaria</strong> do <strong>Planejamento</strong><br />
e Desenvolvimento do<br />
<strong>Estado</strong> (Seplan).<br />
Durante a solenida<strong>de</strong>, o secretário<br />
do Trabalho, Armando Vergílio,<br />
afirmou que o programa, é na prática<br />
uma verda<strong>de</strong>ira Parceria Público<br />
Privada (PPP), pois terá a participação<br />
das prefeituras, empresas e organizações<br />
do terceiro setor, buscando<br />
<strong>de</strong> forma criativa incentivar e<br />
criar condições para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
e aperfeiçoamento do trabalhador.<br />
Ele acredita que a qualificação<br />
profissional é a menor distância<br />
entre o <strong>de</strong>semprego e uma vaga<br />
no mercado <strong>de</strong> trabalho. A meta é<br />
dobrar o número <strong>de</strong> trabalhadores<br />
qualificados anualmente, focando <strong>de</strong><br />
forma planejada as <strong>de</strong>mandas regionais,<br />
priorizando especialmente os<br />
jovens, pois atualmente 40% estão<br />
<strong>de</strong>sempregados.<br />
Os cursos começam a ser ministrados<br />
em agosto. A meta é melhorar<br />
a qualificação e o aperfeiçoamento<br />
profissional <strong>de</strong> 12 mil pessoas<br />
este ano, com base na <strong>de</strong>manda <strong>de</strong><br />
mão-<strong>de</strong>-obra <strong>de</strong> cada região e sua vo-<br />
janela Cursos <strong>de</strong> capacitação começam<br />
em agosto e vão aten<strong>de</strong>r 12 mil<br />
pessoas este ano e outras 22<br />
mil em 2006, ampliando a oferta<br />
<strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra qualificada<br />
Armando<br />
Ver<br />
ergílio<br />
gílio, secretár<br />
etário do Trabalho<br />
Treinamento dos trabalhadores é fundamental ao avanço da economia<br />
cação econômica. Em 2006, <strong>de</strong>vem<br />
ser atendidos mais 22 mil trabalhadores.<br />
Dezenas <strong>de</strong> prefeituras já a<strong>de</strong>riram<br />
ao Programa e vão participar<br />
viabilizando o local do curso, custeando<br />
o transporte dos qualificandos<br />
ou do instrutor. Nos casos <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>,<br />
como no curso <strong>de</strong> costura<br />
industrial, as prefeituras serão responsáveis<br />
pelo fornecimento das<br />
máquinas. Está prevista a criação <strong>de</strong><br />
um banco <strong>de</strong> dados centralizado<br />
contendo os currículos <strong>de</strong> qualificação<br />
para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda do<br />
mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />
O secretário acredita que por<br />
qualificar com planejamento, buscando<br />
aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> cada<br />
município e região, o<br />
índice <strong>de</strong> aproveitamento<br />
dos trabalhadores<br />
qualificados po<strong>de</strong><br />
chegar a 100%, com a<br />
gran<strong>de</strong> maioria saindo<br />
direto do curso para o<br />
emprego. Já foram realizadas<br />
pesquisas para levantar as necessida<strong>de</strong>s<br />
específicas <strong>de</strong> habilitação,<br />
conhecimento e qualificação<br />
dos candidatos às vagas ofertadas<br />
pelas empresas. Mais <strong>de</strong> 10 mil candidatos<br />
estão cadastrados à espera<br />
dos cursos em todo o <strong>Estado</strong>, mas<br />
as inscrições continuam abertas,<br />
sendo que para garantir a vaga, o trabalhador<br />
passa por um processo <strong>de</strong><br />
seleção. As inscrições po<strong>de</strong>m ser<br />
feitas nas prefeituras e nas unida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> atendimento do Sine.<br />
O Programa oferece ainda a alternativa<br />
<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> consórcios<br />
entre os municípios para elaboração<br />
<strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> qualificação profissional<br />
em áreas específicas, com solicitação<br />
<strong>de</strong> recursos do Fundo <strong>de</strong> Amparo<br />
ao Trabalhaor (FAT). Técnicos da<br />
<strong>Secretaria</strong> do Trabalho vão orientar<br />
e assessorar as prefeituras <strong>de</strong> municípios<br />
da mesma região, com características<br />
econômicas semelhantes<br />
visando a instituição <strong>de</strong> consórcios<br />
para a realização <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> qualificação<br />
profissional.<br />
Foto: Cleomar Nascimento<br />
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<strong>ECONOMIA</strong> & DESENVOLVIMENTO ABRIL/JUNHO 2005