Design, Arte, Moda e Tecnologia - Universidade Anhembi Morumbi

A produção científica de Design de Moda no Brasil: um estudo bibliométrico
Com base nessas observações, este trabalho tem como objetivo investigar a produtividade
científica do Design de Moda, por meio da análise dos Anais de congressos de Design ocorridos no
país entre os anos 2002 e 2010. Para tanto, utilizou-se uma metodologia adaptada da bibliometria,
já realizada em outros estudos de Design (ANDRADE NETO et al, 2011; ANDRADE NETO et al. 2010;
CARNEIRO et al., 2010; CAMPOS et al., 2010).
Os resultados permitiram traçar um panorama geral das investigações da Moda em sua relação
com o Design, entretanto, o estudo aqui apresentado não teve a pretensão de avaliar as pesquisas
encontradas, mas divulgar os diferentes indicadores dessa produção científica no Brasil.
O design de moda e a pesquisa acadêmica
O campo educacional da Moda no Brasil encontra-se em processo de formação, pesquisas e projetos
nesta área do conhecimento estão crescendo e se consolidando a cada ano. Caracterizados
por serem de interesse acadêmico recente, os estudos de Design de Moda, no país, vêm sendo
desenvolvidos há pouco tempo, se comparados aos produzidos em outros países (FERRON, 1996;
PIRES 2002a; 2002b; PORTINARI et al., 2002; PIRES, 2010a; 2010b; SOUZA, NEIRA, BASTIAN, 2010).
O primeiro estudo sobre Moda desenvolvido no Brasil data de 1926 e foi uma tese de doutorado
denominada Da mulher – proporções, beleza, deformação, hygiene e moda, hygiene e sport,
produzida por Virgilio Mauricio da Rocha, na Escola de Medicina da Universidade Federal do Rio de
Janeiro – UFRJ (BONADIO, 2010). Apesar do pioneirismo de Virgilio, o trabalho que se distinguiu
como marco na pesquisa da Moda no Brasil foi um estudo realizado por Gilda de Mello e Souza, na
década de 1950 (PIRES, 2002a; 2002b). A autora enfrentou críticas e barreiras ao tratar da Moda
no meio acadêmico, num estudo que articulava Moda e Arte e descrevia o vestuário do século XIX.
Após essas duas produções pioneiras, inúmeras transformações ocorreram tanto no campo da
produção acadêmica da Moda, como no ensino dessa área do conhecimento. Por longos anos, no
Brasil, os saberes do universo da Moda foram, tradicionalmente, ensinados de forma empírica.
Existiam alguns cursos de qualificação profissional para costureiras e alfaiates, mas o estudo
dos processos da Moda só era possível em centros de ensino fora do Brasil, como na Europa. A
expansão e o amadurecimento desse setor da economia, no país, porém, trouxeram consigo a
necessidade de um profissional capacitado. Conforme Pires (2002a, p.9), um “valor assegurado no
mercado veio conferir à moda, como produto, um amplo campo de trabalho, exigindo produção
de qualidade, somente obtida com o ensino ofertado pelas Universidades”. Assim, na década de
1980, surgem os primeiros cursos profissionalizantes no eixo Rio/ São Paulo e em Minas Gerais.
De acordo com Portinari et al. (2002), em 1984, foi iniciado um curso de extensão de Estilismo e
Design, Arte, Moda e Tecnologia.
São Paulo: Rosari, Universidade Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2012
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