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UN AMOUR DE JEUNESSE - DI_final.pdf - Alambique Filmes

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Por exemplo: Sullivan parece estar apaixonado por<br />

Camille, e no entanto deixa-a; Camille ora faz o luto por<br />

Sullivan, ora não; uma paixão, a arquitectura, o trabalho,<br />

e depois Lorenz, libertam-na da sua tristeza e obsessão;<br />

contudo, esta emancipação acaba por ser aquilo que<br />

a conduz de volta a Sullivan. Ela ama estes dois homens<br />

e encontra um certo equilíbrio neste desequilíbrio.<br />

Não sei pintar, mas sei que o cinema tem certas coisas<br />

em comum com a pintura: expressam o invisível através<br />

de imagens, tentando encontrar ou reinventar uma<br />

presença singular que está em falta; estabelecem um tom,<br />

uma cor, um movimento; tornam definitivo o efémero. Mas<br />

a especificidade do cinema é, por exemplo, a escolha de<br />

um actor, uma frase de um diálogo, um frame, um corte,<br />

ou a duração de um plano; é, sobretudo, o resultado <strong>final</strong>,<br />

a sensação de que se representou algo – é disto que retiro<br />

prazer, um prazer idealmente catártico, não só para mim<br />

como para os outros.<br />

Por fim, aquilo que me impele à escrita é a história: gosto<br />

de ouvir histórias, e de contar histórias. Acredito que a<br />

ficção pode alcançar a verdade, desde que a ficção seja<br />

uma busca por uma linguagem individual.<br />

A minha avó, que ainda não viu o meu filme, escreveu-me<br />

recentemente uma carta onde citava Kierkegaard de<br />

memória: “A vida só pode ser entendida olhando-se para<br />

trás, mas só pode ser vivida olhando-se para a frente.” Era<br />

exactamente isto que eu queria dizer – e fazer – neste filme.<br />

Críticas<br />

Boyd van Hoeij, VARIETY<br />

Um primeiro amor intenso assombra o coração de uma<br />

jovem francesa durante quase uma década em UM AMOR<br />

<strong>DE</strong> JUVENTU<strong>DE</strong>, a terceira longa-metragem profundamente<br />

gratificante da argumentista e realizadora francesa Mia<br />

Hansen-Løve (“Tout est pardonné,” “O pai das minhas<br />

filhas”). Alcançando uma honestidade emocional a par<br />

com a dos seus dois primeiros filmes, que também lidavam<br />

com o amor, a perda e a passagem do tempo, o presente<br />

filme, filmado com enorme confiança, oferece de forma<br />

flagrante mais uma história sentimental que vai ao cerne<br />

da emoção. [...]<br />

Tal como os dois filmes anteriores de Hansen-Løve, UM<br />

AMOR está dividido em várias partes, e volta novamente<br />

a sugerir que aquilo que é importante na vida – ou,<br />

neste caso, num filme, o que lhe confere energia e doses<br />

profundas de emoção – não pode ser reduzido a um único<br />

instante ou imagem, residindo antes na consideração<br />

(e cuidadosa sobreposição) desses instantes.<br />

Em 1999, Camille (Lola Creton) tem 15 anos e está<br />

completamente apaixonada por Sullivan (Sebastian<br />

Urzendowsky), um rapaz meditativo e de voz rouca<br />

quatro anos mais velho que ela. Demasiado nova para

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