TCC COMPLETO - CCS - Universidade Federal da ParaÃba
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<strong>Universi<strong>da</strong>de</strong> <strong>Federal</strong> <strong>da</strong> Paraíba<br />
Centro de Ciências <strong>da</strong> Saúde<br />
Curso de Graduação em Odontologia<br />
THIAGO MELO FRAGOSO FORMIGA<br />
PARESTESIA DECORRENTE DA CIRURGIA DE REMOÇÃO DE<br />
TERCEIROS MOLARES INFERIORES INCLUSOS: AVALIAÇÃO E<br />
TRATAMENTO.<br />
João Pessoa<br />
2009
THIAGO MELO FRAGOSO FORMIGA<br />
PARESTESIA DECORRENTE DA CIRURGIA DE REMOÇÃO DE<br />
TERCEIROS MOLARES INFERIORES INCLUSOS: AVALIAÇÃO E<br />
TRATAMENTO.<br />
Trabalho de Conclusão de Curso<br />
apresentado ao Curso de Graduação<br />
em Odontologia, <strong>da</strong> <strong>Universi<strong>da</strong>de</strong><br />
<strong>Federal</strong> <strong>da</strong> Paraíba em cumprimento<br />
às exigências para conclusão.<br />
Orientador: Fabiano Gonzaga<br />
Rodrigues, Professor Doutor adjunto<br />
IV <strong>da</strong> disciplina de Cirurgia II.<br />
João Pessoa<br />
2009
F725p<br />
Formiga, Thiago Melo Fragoso.<br />
Parestesia decorrente <strong>da</strong> cirurgia de remoção de terceiros<br />
molares inferiores inclusos: avaliação e tratamento / Thiago<br />
Melo Fragoso Formiga.- João Pessoa, 2009.<br />
46f.<br />
Orientador: Fabiano Gonzaga Rodrigues<br />
Monografia (Graduação) – UFPB/<strong>CCS</strong><br />
1. Odontologia. 2. Parestesia. 3. Nervo alveolar inferior. 4.<br />
Nervo lingual.<br />
UFPB/BC CDU: 616.314(043.2)
DEDICO: A to<strong>da</strong> minha família, pelo<br />
apoio e incentivo incondicionais, pelos<br />
conselhos e ensinamentos passados a<br />
mim que carregarei comigo por to<strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.
AGRADECIMENTOS<br />
A Deus, Pai Sábio, Amoroso, nosso melhor orientador, de quem somos<br />
alunos eternos e que nos oferece o dom <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> mesmo sem merecermos.<br />
Aos meus pais Francisco de Assis Cavalcante Formiga e Maria <strong>da</strong> Paz de<br />
Melo Fragoso, pelo exemplo de amor que me deram, apoiando-me e me<br />
incentivando a sempre seguir adiante.<br />
Aos meus irmãos, Tales e Táglia, pelo carinho e compreensão com que<br />
dividiram comigo os bons e os difíceis momentos.<br />
Aos meus tios e tias que contribuíram e incentivaram a minha precoce<br />
caminha<strong>da</strong> rumo a formação acadêmica.<br />
Aos meus amigos Vinícius, Fillipe, Mayara, Saulo, Consuelo, Amaro, Kaline,<br />
João Paulo, Alexandre e Raimundo e muitos outros pelos momentos de alegria e<br />
descontentamentos compartilhados ao longo do curso.<br />
Ao meu orientador e professor, Fabiano Gonzaga Rodrigues, que me guiou,<br />
incentivou e contribuiu para a realização deste trabalho monográfico.<br />
Aos mestres, que repartiram conosco os seus conhecimentos, oferecendonos<br />
instrumentos com os quais abriremos novos caminhos à realização de nossos<br />
ideais profissionais e humanos.<br />
À Coordenação do Curso de Odontologia e a todos os funcionários dessa<br />
Instituição, pelos serviços prestados a todos os acadêmicos.<br />
Enfim, a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização<br />
desta pesquisa.
"A grandeza não consiste em receber<br />
as honras, mas em merecê-las."<br />
Aristóteles.
RESUMO<br />
A remoção de terceiros molares inclusos é um dos procedimentos<br />
odontológicos mais freqüentes na clínica odontológica cirúrgica, e como tal, está<br />
associa<strong>da</strong> a uma série de acidentes e complicações. A parestesia é um distúrbio<br />
neurosensitivo local, de natureza temporária ou definitiva, decorrente de <strong>da</strong>nos às<br />
fibras nervosas, sendo o nervo alveolar inferior e o nervo lingual os mais acometidos<br />
de parestesia em decorrência <strong>da</strong> exodontia de terceiros molares inferiores inclusos.<br />
Dentre os principais sintomas de parestesia estão: diminuição ou ausência de<br />
sensibili<strong>da</strong>de, formigamentos na língua, lábios ou bochechas, alterações no pala<strong>da</strong>r,<br />
prurido local e alterações de percepção térmicas. Contudo, o propósito deste estudo<br />
foi a realização de uma revisão <strong>da</strong> literatura científica atual, utilizando as seguintes<br />
fontes: bases de <strong>da</strong>dos eletrônicos tais como MEDLINE, LILACS, BBO e PUBMED,<br />
sites <strong>da</strong> internet, busca manual em livros-textos e artigos em revistas e periódicos,<br />
publicados entre os anos de 2003 e 2009, com exclusão de artigos com publicação<br />
anterior ao ano de 2003; ressaltando suas formas de diagnóstico, mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de<br />
tratamento e preventivas propostas para sua resolução. O quadro de parestesia<br />
pode se reverter espontaneamente, porém quando isto não é possível, algumas<br />
mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des terapêuticas podem ser adota<strong>da</strong>s, como a utilização de antineuríticos,<br />
antiinflamatórios e o uso do laser de baixa potência. Deve-se considerar que a<br />
melhor forma de prevenção <strong>da</strong> parestesia é a realização de um acurado<br />
planejamento pré-operatório e respeito aos princípios cirúrgicos.<br />
Palavras-chave: Parestesia; nervo alveolar inferior, nervo lingual.
ABSTRACT<br />
The removal of impacted third molars is one of the oral surgical procedures most<br />
frequently performed in the odontologic surgical clinic and, as such, is associated to a<br />
large variety of accidents and complications. The paresthesia is a local<br />
neurosensitive disorder, temporary or definitive, induced by <strong>da</strong>mages to the nervous<br />
fibers, being the inferior alveolar nerve and the lingual nerve the most attacked<br />
nerves by the paresthesia due to the exodontia of impacted third inferior molars. The<br />
main paresthesia symptoms are: sensibility decrease or absence, tinglings in tong,<br />
lips or cheeks, alterations in the taste, local itch, and thermal perception disorders.<br />
However, the aim of this study was one review of the actual scientific literature, using<br />
the following sources: MEDLINE, LILACS, BBO and PUBMED, sites of internet,<br />
manual sources in books, scientific papers and periodics published between the<br />
years of 2003 and 2009, excluding publishing previous the year of 2003; sticking out<br />
the forms of diagnosis, treatment and preventive mo<strong>da</strong>lites propose for the<br />
resolution. This clinic situation can revert itself spontaneously, however, vhen it is not<br />
possible, some therapeutic procedures can be used, as the prescription of<br />
antineuritics and anti-inflammatories, and the use of low potency laser. Should be<br />
considered also that the bests ways to prevent the refired paresthesia are the<br />
accomplishment of a perfected preoperatíve planning and the respect to all surgical<br />
principles.<br />
Keywords: Paresthesia; Inferior alveolar nerve; Lingual nerve.
SUMÁRIO<br />
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 12<br />
2. REVISÃO DA LITERATURA........................................................................ 14<br />
2.1 Impactação dental.......................................................................... 14<br />
2.2 Considerações anatômicas........................................................... 15<br />
2.3 Parestesia....................................................................................... 15<br />
2.4 Aspectos radiográficos................................................................. 20<br />
2.5 Nervo alveolar inferior................................................................... 21<br />
2.6 Nervo lingual.................................................................................. 23<br />
2.7 Diagnóstico e tratamento.............................................................. 24<br />
2.8 Prevenção <strong>da</strong> parestesia............................................................... 29<br />
3. PROPOSIÇÃO............................................................................................. 32<br />
4. MATERIAIS E METODOS............................................................................ 33<br />
5. DISCUSSÃO................................................................................................. 34<br />
6. CONCLUSÃO............................................................................................... 39<br />
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 40
1 INTRODUÇÃO<br />
A cirurgia de remoção de terceiros molares inferiores inclusos ou impactados<br />
é considera<strong>da</strong> um dos procedimentos mais realizados na prática odontológica<br />
cirúrgica, sendo a falta de espaço o principal fator etiológico para determinar a<br />
condição de inclusão dental (DE OLIVEIRA, 2006; FARISH e BOULOUX, 2007;<br />
NOGUEIRA, 2004; PETTERSON, 2005; VASCONCELLOS).<br />
Procedimentos cirúrgicos realizados de forma inadequa<strong>da</strong> ou em desacordo<br />
com as normas cirúrgicas estão associados com grande número de acidentes e<br />
complicações. Devido a grande variabili<strong>da</strong>de e freqüência <strong>da</strong>s cirurgias de remoção<br />
de terceiros molares inferiores inclusos, os riscos de <strong>da</strong>nos ao tecido nervoso são<br />
ain<strong>da</strong> mais considerados. Uma cui<strong>da</strong>dosa avaliação pré-operatória e um plano de<br />
tratamento abrangente se fazem necessários para se evitar a ocorrência de<br />
acidentes como a parestesia (DE FREITAS, 2006; DE OLIVEIRA et al., 2006;<br />
NOGUEIRA, 2004; PETERSON, et al., 2005; VASCONCELLOS, DE OLIVEIRA e<br />
GONÇALVES, 2003).<br />
Há uma importante relação entre o canal mandibular e as raízes dos terceiros<br />
molares inferiores, favorecendo bastante o risco de lesão do nervo alveolar inferior.<br />
Para prevenir a ocorrência de uma parestesia, propõe-se a análise dos riscos<br />
através de uma radiografia panorâmica ou em determinados casos, de uma<br />
tomografia computadoriza<strong>da</strong> (ALBERT, GOMES e VASCONCELOS, 2006; HAUG,<br />
2005; JHAMB, 2009; MILORO e DABELL, 2005; NAKAGAWA, 2007; NAKAMORI et<br />
al., 2008; OHMAN, KIVIJARVI e BLOMBACK, 2006).<br />
A interrupção <strong>da</strong> linha radiolúci<strong>da</strong> referente ao canal mandibular,<br />
estreitamento do canal, desvio <strong>da</strong>s raízes, escurecimento <strong>da</strong> imagem <strong>da</strong>s raízes,<br />
desvio do canal mandibular e estreitamento <strong>da</strong>s raízes são os principais achados<br />
observados na radiografia panorâmica que indicam risco de injúria ao tecido nervoso<br />
(HAUG, 2005; MILORO e DABELL, 2005; NAKAMORI et al., 2008; PRADO 2004).<br />
Os <strong>da</strong>nos ao tecido nervoso podem ser classificados em três formas de<br />
apresentação: a neuropraxia (pequena injúria capaz de interromper por certo tempo<br />
a transmissão nervosa); axonotmese (injúria mais severa, com ruptura de axônio e<br />
degeneração walleriana distal, porém com preservação <strong>da</strong> célula de Schwann e dos<br />
tubos endoneurais); e neurotmese (injúria mais grave, com secção anatômica
completa do nervo) (DE FREITAS, 2006; GOMES et al., 2008; NOGUEIRA, 2004;<br />
PETTERSON, 2005; VALENTE, 2003).<br />
A parestesia é defini<strong>da</strong> como um distúrbio neurosensitivo local<br />
ocasionado por uma injúria ao tecido nervoso em questão, podendo ser origina<strong>da</strong> de<br />
fatores físicos, químicos, patológicos, mecânicos e microbilógicos. Trata-se de uma<br />
condição desconfortável na qual o paciente relata diminuição ou ausência de<br />
sensibili<strong>da</strong>de, formigamentos na língua, lábios ou bochechas, alterações no pala<strong>da</strong>r,<br />
entre outras (HILLERUP e JENSEN, 2006; KUNKEL et al., 2007; LOESCHER e<br />
ROBINSON, 2003; ROSA et al., 2007).<br />
Em casos de paretesias decorrentes de cirurgias de terceiros molares<br />
mandibulares os nervos mais frequentemente afetados são o nervo alveolar inferior<br />
e o nervo lingual (HILLERUP e JENSEN, 2006; PRADO, 2004; ROBINSON et al.,<br />
2004; ZICCARDI e ZUNIGA, 2007).<br />
O reparo do nervo seccionado pode ocorrer por regeneração primária (ou<br />
primária tardia) e secundária. O reparo primário ocorre entre 1 e 3 semanas e é<br />
associado com a fase ativa de regenaração, já o reparo secundário se dá várias<br />
semanas ou meses após o trauma e possui a vantagem <strong>da</strong> resposta inflamatória e o<br />
edema do tecido conectivo estarem reduzidos. O reparo secundário é geralmente<br />
associado a um esmagamento, ou per<strong>da</strong> de tecido que envolve o nervo (PRADO,<br />
2004).<br />
Em casos de diagnóstico de parestesia, o tratamento deve ser implementado<br />
de forma imediata, visto a dificul<strong>da</strong>de de reparo do tecido nervoso e o desconforto<br />
enfrentado pelo paciente enquanto situado nesta condição. A irradiação de laser de<br />
baixa potência, o uso de medicamentos e complexos vitamínicos estão entre as<br />
formas de tratamento mais descritas na literatura (EPELBAUM, 2007).<br />
O propósito deste estudo é realizar uma revisão <strong>da</strong> literatura atual a cerca <strong>da</strong><br />
ocorrência de parestesia após cirurgias de remoção de terceiros molares inclusos,<br />
ressaltando suas formas de diagnóstico, mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de tratamento e preventivas<br />
propostas para sua resolução.
2 REVISÃO DA LITERATURA<br />
2.1 Impactação dental<br />
Dentes retidos são definidos como elementos dentários completamente<br />
formados que, uma vez chegado o seu período de erupção, continuam localizados<br />
parcial ou totalmente no interior do osso, com manutenção ou não <strong>da</strong> integri<strong>da</strong>de do<br />
saco pericoronário (DE FREITAS, 2006; DE OLIVEIRA, 2006; FARISH e BOULOUX,<br />
2007; NOGUEIRA, 2004; PETTERSON, 2005; VALENTE, 2003; VASCONCELLOS,<br />
DE OLIVEIRA e GONÇALVES, 2003).<br />
A impactação ou retenção dentária é um problema ca<strong>da</strong> vez mais encontrado<br />
na prática odontológica cirúrgica e os terceiros molares são os dentes mais<br />
freqüentemente associados a condições de impactação em adultos e adolescentes.<br />
A falta de espaço no arco dental é o principal fator etiológico, porém,<br />
hereditarie<strong>da</strong>de, tendência evolutiva, alterações patológicas, traumatismos e<br />
alterações sindrômicas e sistêmicas podem estar associa<strong>da</strong>s. (ALMENDROS-<br />
MARQUES; BERINI-AYTES; GAY-ESCODA, 2006; GOMES et al., 2004;<br />
PETTERSON, 2005; VASCONCELLOS, 2003).<br />
A presença de dentes impactados pode provocar o desenvolvimento de<br />
condições patológicas importantes, de alterações ortodônticas, infecções, além de<br />
outros inconvenientes, porém é preciso se avaliar os riscos e benefícios <strong>da</strong><br />
realização do procedimento cirúrgico. Desta forma, deve-se observar com critério a<br />
presença de dentes impactados e estu<strong>da</strong>r a necessi<strong>da</strong>de de sua remoção profilática<br />
ou não (BUI; SELDIN e DODSON, 2003; FARISH e BOULOUX, 2007; KIM et al.,<br />
2006; PETTERSON, 2005; VASCONCELLOS, DE OLIVEIRA e GONÇALVES,<br />
2003).
2.2 Considerações anatômicas<br />
O nervo trigêmeo (V par dos nervos cranianos) é de natureza mista, sendo<br />
responsável pela inervação motora dos músculos <strong>da</strong> mastigação e outros pequenos<br />
músculos, bem como pela sensibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> face. A partir do gânglio trigeminal,<br />
partem três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular. O nervo mandibular é o único<br />
segmento misto do trigêmeo, sendo sua porção sensitiva representa<strong>da</strong> pelos nervos<br />
aurículotemporal, bucal, lingual e alveolar inferior, e ain<strong>da</strong> a partir deste último se<br />
originam os nervos mentoniano, incisivo e milohióideo (EPELBAUM, 2007).<br />
O nervo lingual se origina do tronco do nervo mandibular e é responsável pela<br />
sensibili<strong>da</strong>de dos dois terços anteriores <strong>da</strong> língua e <strong>da</strong> mucosa <strong>da</strong> face lingual <strong>da</strong><br />
cavi<strong>da</strong>de bucal.<br />
O nervo alveolar inferior penetra na mandíbula através do forame mandibular,<br />
pouco antes emite um de seus ramos, o nervo milohióideo, e após a sua penetração<br />
no forame mandibular emite ramos para as raízes dos molares e pré-molares e à<br />
sua mucosa. Na região de pré-molares emite seus ramos terminais: o nervo mentual<br />
e o nervo incisivo (ROSA et al., 2007).<br />
Os nervos alveolar inferior e lingual, ramificações do nervo mandibular, são os<br />
ramos mais calibrosos, sendo que o alveolar inferior está posicionado mais posterior<br />
e lateralmente, e o lingual mais anterior e medialmente (HILLERUP, 2008).<br />
2.3 Parestesia<br />
Acidentes são condições inespera<strong>da</strong>s, de gravi<strong>da</strong>de variável e que exigem<br />
atendimento imediato e correção ou mesmo limitação do <strong>da</strong>no gerado, sendo de<br />
total responsabili<strong>da</strong>de do profissional no planejamento e execução <strong>da</strong> técnica<br />
geralmente associados à negligência, imprudência ou imperícia; enquanto que<br />
complicações são situações adversas apresenta<strong>da</strong>s no pós-operatório em<br />
decorrência de problemas relacionados ao paciente, ao ato cirúrgico ou ao operador,<br />
to<strong>da</strong> via o profissional tem que resolver o problema ou encaminhar, de forma<br />
assisti<strong>da</strong>, a um centro ou a outro profissional para sua pronta resolução (DE
FREITAS, 2006; VALENTE 2003). A parestesia é classifica<strong>da</strong> como um acidente,<br />
embora este quadro só possa ser evidenciado pelo paciente no pós-operatório, não<br />
se caracteriza como uma complicação já que é uma ocasião gera<strong>da</strong> no transoperatório<br />
(NOGUEIRA, 2004).<br />
A parestesia é considera<strong>da</strong> um distúrbio neurosensitivo ocasionado por uma<br />
injúria ao tecido nervoso. Em cirurgias de remoção de terceiros molares inclusos<br />
este acidente possui baixa incidência, porém trata-se de um fato de extrema<br />
relevância e que requer atenção do cirurgião-dentista (HILLERUP e JENSEN, 2006;<br />
KUNKEL et al., 2007). A parestesia ocorre mais freqüentemente através do nervo<br />
mentual, lingual e alveolar inferior. Sua ocorrência pode ser advin<strong>da</strong> de fatores<br />
locais, como: fraturas mandibulares, lesões compressivas, dentes impactados,<br />
lesões iatrogênicas, infecções locais, cirurgias de implantes e pré-protéticas; bem<br />
como fatores sistêmicos, como: infecções virais, desordens metabólicas, doenças<br />
degenerativas e algumas reações medicamentosas (PRADO, 2004).<br />
A parestesia é defini<strong>da</strong> como uma condição localiza<strong>da</strong> de insensibilização<br />
decorrente de lesão de tecido nervoso sensitivo. A falta de sensibili<strong>da</strong>de na região<br />
lesiona<strong>da</strong> é o principal sintoma, contudo o paciente pode relatar sensibili<strong>da</strong>de<br />
afeta<strong>da</strong> ao frio, calor e dor, além de sensação de formigamento, dormência e prurido<br />
local. (LOESCHER; SMITH; ROBINSON, 2003; ROSA et al., 2007).<br />
A parestesia de um nervo poderá ter os seguintes fatores etiológicos:<br />
• Fatores mecânicos: traumatismos, compressão, estiramento, hemorragias,<br />
edema e hematomas em torno do nervo, levando a parestesia de 24-48 horas;<br />
• Fatores patológicos: presença de tecido tumoral que provoque injúria ao tecido<br />
nervoso sensitivo, acarretando em prejuízo sensorial ao paciente;<br />
• Fatores físicos: calor excessivo que pode ser provocado por uma má refrigeração<br />
dos instrumentos rotatórios numa osteotomia; ou frio excessivo, decorrente <strong>da</strong><br />
relização de uma crioterapia.<br />
• Fatores microbiológicos: infecções pulpares que atinjam as proximi<strong>da</strong>des do<br />
canal mandibular.
Os componentes fun<strong>da</strong>mentais do neurônio são: endoneuro, perineuro e<br />
epineuro. O corpo celular localiza-se na cor<strong>da</strong> espinhal ou raiz do gânglio e os<br />
axônios são processos citoplasmáticos que se estendem para fora do receptor<br />
sensorial e são recobertos por bainha neurilemal de Schwann. Nas fibras mais<br />
mieliniza<strong>da</strong>s, a célula de Schwann envolve um único axônio através de uma<br />
estrutura multilaminar. Já nas fibras pouco mieliniza<strong>da</strong>s e desmieliniza<strong>da</strong>s vários<br />
axônios são recobertos pela mesma célula de Schwann (PRADO, 2004).<br />
O endoneuro é um véu delicado de tecido conjuntivo fibroso que circun<strong>da</strong> o<br />
axônio, forma um tubo que envolve individualmente as células de Schwann, as quais<br />
se aglomeram formando um fascículo. Estes fascículos de axônios com suas<br />
bainhas de mielina são recobertos pelo perineuro, o qual é recoberto pelo epineuro<br />
que é um conjunto de tecido conjuntivo fibroso que forma o tronco nervoso (GOMES<br />
et al., 2005; HULL et al., 2006; LYDIATT, 2006;).<br />
O destacamento de qualquer parte do neurônio que acarrete na separação<br />
deste do seu núcleo o leva a degeneração e destruição por fagocitose. Esta<br />
degeneração distal a um ponto de lesão é chama<strong>da</strong> de degeneração secundária ou<br />
Walleriana, enquanto a reação proximal ao ponto de separação é denomina<strong>da</strong> de<br />
degeneração primária (PRADO, 2004).<br />
As injúrias nervosas são classifica<strong>da</strong>s em neuropraxia, axonotmese, e<br />
neurotmese. A neuropraxia pode ser considera<strong>da</strong> como uma para<strong>da</strong> localiza<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />
condução nervosa resultando em diminuição axioplasmática intensa e localiza<strong>da</strong><br />
devido a afastamento intempestivo durante a cirurgia ou edema pós-operatório,<br />
sendo reverti<strong>da</strong> pelo alívio <strong>da</strong> pressão.<br />
A axonotmese resulta de completa obstrução do axoplasma e degeneração<br />
do segmento distal, com interrupção do endoneuro e outras estruturas de suporte,<br />
tendo bom prognóstico dependendo do sítio e extensão <strong>da</strong> lesão.<br />
Neurotmese é descrita como a completa interrupção do axoplasma e lesão de<br />
estruturas de suporte do nervo com caráter irreversível, na maioria dos casos; sendo<br />
estas interrupções dividi<strong>da</strong>s em três grupos: endoneural; endoneural e perineural; e<br />
completa secção nervosa (DE FREITAS, 2006; LOESCHER; SMITH; ROBINSON,<br />
2003; NOGUEIRA, 2004; VALENTE, 2003; ZICCARDI e ZUNIGA, 2007).
Prado (2004) relata a classificação realiza<strong>da</strong> por Seddon em 1943, na qual<br />
classificou as lesões nervosas em três formas de ocorrência:<br />
• Neuropraxia: pequena contusão ou compressão de um nervo periférico com<br />
manutenção <strong>da</strong> integri<strong>da</strong>de do cilindro do eixo nervoso, com possível ruptura do<br />
segmento localizado na bainha de mielina. Ocorre interrupção de impulsos por<br />
determinado tempo, porém com recuperação completa em poucos dias ou semanas,<br />
não havendo degeneração periférica.<br />
• Axonotmese: ocorre ruptura do axônio e degeneração Walleriana distal, mas há<br />
preservação <strong>da</strong> célula de Schwann e dos tubos endoneurais. A regeneração pode se<br />
<strong>da</strong>r de forma espontânea e se inicia após aproxima<strong>da</strong>mente 2 meses e se consoli<strong>da</strong><br />
em torno de 12 meses.<br />
• Neurotmese: lesão com secção anatômica completa e ruptura do axônio, célula<br />
de Schwann e tubos endoneurais. O perineuro e o epineuro também apresentam<br />
graus variáveis de rompimento ou destruição. As chances de recuperação<br />
espontânea são remotas, mesmo considerando o papel de guia oferecido pela<br />
estrutura anatômica do canal.<br />
Após a classificação de Seddon (1943), Sunderland (1951) propôs uma<br />
classificação mais abrangente:<br />
• Lesão de 1º grau: a condução nervosa está fisiologicamente interrompi<strong>da</strong>, porém<br />
não há rompimento do axônio. Não há degeneração e a recuperação espontânea<br />
ocorre em poucos dias ou semanas.<br />
• Lesão de 2º grau: ruptura evidente do axônio com degeneração Walleriana distal<br />
e proximal por um ou mais segmentos no<strong>da</strong>is. A integri<strong>da</strong>de do tubo endoneural é<br />
manti<strong>da</strong>, favorecendo o curso do processo de regeneração.<br />
• Lesão de 3º grau: ruptura dos axônios e tubos endoneurais, com preservação do<br />
perineuro.
• Lesão de 4º grau: ruptura completa dos axônios e tubos endoneurais além de<br />
parte do epineuro, porém mantem-se a integri<strong>da</strong>de de parte do epineuro, não<br />
ocorrendo secção completa de todo tronco. A continui<strong>da</strong>de nervosa é manti<strong>da</strong><br />
apenas por tecido cicatricial.<br />
• Lesão 5º grau: há transecção completa do tronco nervoso com distanciamento<br />
variável entre os cotos nervosos. As possibili<strong>da</strong>des de regeneração e retorno<br />
funcional são remotas.<br />
• Lesão de 6º grau: quando há secção parcial do tronco nervoso e a porção<br />
restante sofre lesões de 4º, 3º, 2º ou esporadicamente 1º grau.<br />
O nervo lingual oferece inervação somática aos dois terços anteriores <strong>da</strong><br />
mucosa <strong>da</strong> língua, ao assoalho bucal e à gengiva lingual. O nervo alveolar inferior<br />
fornece fibras de inervação somática aos dentes mandibulares, à gengiva<br />
mandibular e a pele e <strong>da</strong> mucosa do lábio inferior. Qual seja o tipo ou a severi<strong>da</strong>de<br />
de uma lesão nestes nervos, acarretará em considerável desconforto ao paciente.<br />
(GOMES et al., 2005; HILLERUP e STOLTZE, 2007; POGREL e GOLDMAN, 2004;<br />
RENTON et al., 2003; SAVI et al., 2007; TAY e GO, 2007).<br />
O posicionamento mesiolingual dos dentes inclusos é o mais encontrado<br />
(43%) e sua remoção é a que causa maior índice de parestesia (30,6%). O segundo<br />
tipo de impactação que resulta em parestesia lingual (6%) é o posicionamento<br />
distoangular (19,6%). Contudo a impactação distoangular é a que se mostra mais<br />
problemática, devido a sua remoção ser realiza<strong>da</strong> por fragmentos e a intervenção<br />
cirúrgica intensa a nível de ramo mandibular (PETERSON et al., 2005).<br />
A sensação <strong>da</strong> parestesia é relata<strong>da</strong> como mais desconfortável do que a<br />
própria anestesia. A partir de uma outra perspectiva, déficits sensitivos decorrentes<br />
de iatrogenias inadverti<strong>da</strong>s na região facial constituem uma potencial razão para<br />
ações litigiosas contra cirurgiões bucomaxilofaciais, sendo estes episódios mais<br />
freqüentes do que se aparenta (JHAMB et al., 2009).
2.4 Aspectos radiográficos<br />
Há uma importante relação entre o canal mandibular e as raízes do terceiros<br />
molares inferiores, favorecendo bastante o risco de lesão do nervo alveolar inferior.<br />
Esta relação pode ser determina<strong>da</strong> pelo exame radiográfico, por exemplo, através<br />
<strong>da</strong> observação do feixe vásculo-nervoso na radiografia panorâmica, sob o aspecto<br />
de uma faixa radiopaca. O dente não está intimamente relacionado com o nervo<br />
quando o contorno do canal cruza as raízes do terceiro molar inferior e mantém seu<br />
contorno e tamanho; no entanto, se o canal mandibular perder seu contorno cortical<br />
enquanto cruza as raízes, pode haver envolvimento com o elemento dentário, e<br />
ain<strong>da</strong> se além <strong>da</strong> per<strong>da</strong> cortical do canal estiver reduzido ou deslocado, há uma<br />
íntima relação do nervo com o dente com alta probabili<strong>da</strong>de de trauma do nervo no<br />
decorrer <strong>da</strong> exodontia (PRADO, 2004).<br />
A grande proximi<strong>da</strong>de do terceiro molar inferior impactado e o canal<br />
mandibular provavelmente irá provocar injúria ao tecido nervoso no decorrer <strong>da</strong><br />
cirurgia. Para prevenir este acidente, propõe-se a análise dos riscos através de uma<br />
radiografia panorâmica (ALBERT, GOMES e VASCONCELOS, 2006; HAUG, 2005;<br />
JHAMB, 2009; MILORO e DABELL, 2005; NAKAGAWA, 2007; NAKAMORI et al.,<br />
2008; OHMAN, KIVIJARVI e BLOMBACK, 2006).<br />
Os principais achados observados na radiografia panorâmica que indicam<br />
risco de injúria ao tecido nervoso são: a interrupção <strong>da</strong> linha radiolúci<strong>da</strong> referente ao<br />
canal mandibular, estreitamento do canal, desvio <strong>da</strong>s raízes, escurecimento <strong>da</strong><br />
imagem <strong>da</strong>s raízes, desvio do canal mandibular e estreitamento <strong>da</strong> imagem <strong>da</strong>s<br />
raízes (HAUG, 2005; MILORO e DABELL, 2005; NAKAMORI et al., 2008; PRADO<br />
2004).<br />
Segundo Nakamori et al. (2008), para o estabelecimento <strong>da</strong> distância do canal<br />
mandibular ao terceiro molar mandibular incluso devem-se analisar principalmente<br />
três critérios: escurecimento <strong>da</strong> imagem <strong>da</strong>s raízes, desvio do canal mandibular e<br />
estreitamento <strong>da</strong>s raízes.<br />
A imagem radiográfica panorâmica, muitas vezes não promove uma<br />
observação precisa <strong>da</strong> relação entre as estruturas anatômicas, principalmente<br />
devido a sua natureza bidimensional e a presença de distorções. A proximi<strong>da</strong>de com<br />
o ápice dos terceiros molares inferiores é o maior indicativo de risco de <strong>da</strong>no a
tecido nervoso. Nestes casos, há necessi<strong>da</strong>de de obtenção de uma tomografia<br />
computadoriza<strong>da</strong> através <strong>da</strong> qual irá se visualizar tridimensionalmente a relação <strong>da</strong>s<br />
raízes com o nervo (ALBERT et al., 2006; BELL et al., 2003; GOMES et al., 2008;<br />
NAKAGAWA, ISHII e NOMURA, 2007).<br />
A ortopantomografia tem sido cita<strong>da</strong> como a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de exame<br />
imaginológico de escolha para cirurgias de remoção de terceiros molares<br />
mandibulares inclusos. Contudo, a visão tridimensional anatômica não pode ser<br />
obti<strong>da</strong> através deste exame e muitas vezes pode não ser precisa o suficiente para<br />
traduzir a correta relação entre o elemento dentário e o trajeto real do nervo alveolar<br />
inferior. A tomografia computadoriza<strong>da</strong> espiral pode promover ao cirurgião a<br />
visualização tridimensional <strong>da</strong> ligação entre o nervo alveolar inferior e o canal<br />
mandibular (JHAMB, 2009).<br />
A tomografia computadoriza<strong>da</strong> espiral é capaz de fornecer imagens em<br />
qualquer direção e orientação, as secções coronais são considera<strong>da</strong>s as mais<br />
usa<strong>da</strong>s. Para o aproveitamento total do potencial <strong>da</strong> tomografia computadoriza<strong>da</strong><br />
espiral devem-se analisar as imagens obti<strong>da</strong>s em todos os três planos (JHAMB,<br />
2009).<br />
2.5 Nervo alveolar inferior<br />
Danos ao nervo alveolar inferior são comuns quando há íntima relação entre<br />
as raízes dos terceiros molares inferiores com o canal mandibular (CHIAPASCO,<br />
2006; HULL et al., 2006; RENTON et al., 2005; SAVI et al., 2007; TAY e GO, 2007).<br />
Injúrias ao nervo alveolar inferior é uma complicação severa em cirurgias de<br />
remoção de terceiros molares inferiores inclusos. Contudo alguns achados<br />
radiográficos têm extremo valor na mensuração do risco de ocorrência de tal<br />
complicação. A incidência de <strong>da</strong>nos permanentes a este nervo em cirurgias de<br />
remoção de terceiros molares inferiores inclusos é menor que 1% (BLAESER; et al.,<br />
2003; GOMES et al., 2008; QUERAL-GODOY et al., 2005; HULL et al., 2006).<br />
Estudos revelam que a maior parte dos casos de trauma de nervo alveolar<br />
inferior ocorre em cirurgias de remoção de terceiros molares inferiores inclusos, e<br />
que em mais de 96% dos casos ocorre retorno sensitivo espontâneo em até 24
meses. Essa alta taxa de recuperação é atribuí<strong>da</strong> ao fato do nervo alveolar inferior<br />
estar localizado e retido em um canal ósseo o que favorece a recuperação tecidual<br />
espontânea (HILLERUP e JENSEN, 2006; PRADO, 2004; ROBINSON et al., 2004;<br />
ZICCARDI e ZUNIGA, 2007).<br />
O trauma do nervo alveolar inferior origina distúrbios fisiológicos e<br />
psicológicos. Há um interrupmento de um arco neural importante; as fibras<br />
envolvi<strong>da</strong>s no sistema mastigatório têm origem no núcleo mesencefálico, com seu<br />
rompimento, ocorre a per<strong>da</strong> vital de ligação do arco, desta forma, um componente<br />
inibitório que controla a força de mordi<strong>da</strong> fica ausente. Sendo comuns relatos de<br />
acúmulo de restos alimentares sobre a região de mucosa jugal, mordi<strong>da</strong>s freqüentes<br />
na língua e/ou lábio, queimaduras e dores (PRADO, 2004).<br />
Segundo o estudo de Gomes et al. (2008) a remoção cirúrgica de um terceiro<br />
molar incluso é um dos procedimentos que mais podem abrir margem de<br />
complicações pós-cirúrgicas. A freqüência de injúria ao nervo alveolar inferior é de<br />
0,5% a 5,3% e está muito envolvi<strong>da</strong> com a relação anatômica do nervo às estruturas<br />
adjacentes.<br />
Tay e Go (2004) relatam que a incidência de injúrias ao nervo alveolar inferior<br />
no decorrer de cirurgias de remoção de terceiros molares inferiores impactados está<br />
entre 0,4% e 8,4%. Segundo os autores, a proximi<strong>da</strong>de anatômica <strong>da</strong>s raízes dos<br />
terceiros molares inferiores ao canal mandibular evidencia o risco de trauma a tal<br />
nervo, sendo a análise radiográfica o principal meio de identificação deste achado.<br />
A incidência de <strong>da</strong>nos temporários ao nervo alveolar inferior ocorre entre<br />
0,4% e 8,1%, entretanto <strong>da</strong>nos permanentes ocorrem entre 0,01% e 3,6% (RENTON<br />
et al., 2003).<br />
Pacientes com i<strong>da</strong>de avança<strong>da</strong> têm mais risco de injúrias ao nervo alveolar<br />
inferior após exodontias de terceiros molares inclusos devido o efeito negativo <strong>da</strong><br />
i<strong>da</strong>de do paciente sobre a regeneração periférica do nervo e do tecido ósseo<br />
(CHUANG et al., 2007; HAUG et al., 2005; QUERAL-GODOY et al., 2005; SUSARLA<br />
e DODSON, 2005).<br />
Segundo Chuang et al. (2007), a i<strong>da</strong>de do paciente pode ser um fator<br />
importante na regeneração do nervo. Para pacientes com menos de 21 anos, o<br />
retorno <strong>da</strong>s funções neurosensoriais se dá em 78% dos casos. Para pacientes entre<br />
21 e 30 anos de i<strong>da</strong>de, essa porcentagem de regeneração neural é de 47% e, em
pacientes de 31 a 40 anos, a margem é de 33%. Quando a regeneração neural<br />
ocorre, esse processo acontece no período de 6 a 8 meses após a cirurgia.<br />
2.6 Nervo lingual<br />
Os <strong>da</strong>nos sensoriais ao nervo lingual decorrente <strong>da</strong> remoção de terceiros<br />
molares inferiores são observados entre 0,6% a 22% dos casos (GOMES et al.,<br />
2005; LYDIATT, 2003). O exato mecanismo <strong>da</strong> injúria ao nervo lingual decorrente <strong>da</strong><br />
cirurgia de remoção de terceiros molares inferiores ain<strong>da</strong> é controversa, entretanto<br />
os principais fatores causais citados são: perfuração <strong>da</strong> cortical lingual durante a<br />
odontosecção ou osteotomia, uso de cinzel, martelo por via lingual, uso de<br />
abor<strong>da</strong>gem cirúrgica pelo plano lingual, profundi<strong>da</strong>de de impactação óssea,<br />
experiência do cirurgião e tempo gasto no procedimento. (HILLERUP e STOLTZE,<br />
2007; POGREL e GOLDMAN, 2004).<br />
Efeitos sensitivos temporários ao nervo lingual após exodontias de terceiros<br />
molares estão em torno de 15% dos casos, enquanto os <strong>da</strong>nos permanentes<br />
ocorrem em uma magnitude de 0,3% a 0,6% dos casos (HILLERUP e STOLTZE,<br />
2007; ROBINSON e LOESCHER, 2004).<br />
Injúrias de natureza temporária ocorrem ao nervo lingual em até 23% dos<br />
casos, contudo ocorrem de forma permanente em até 2% dos casos (RENTON et<br />
al., 2003).<br />
A impacção mesioangular é a mais relaciona<strong>da</strong> com parestesia lingual,<br />
atingindo 30,26% dos casos. Os dentes de mais difícil remoção são os classe C e<br />
classe III de Pell-Gregory (ROSA et al., 2007).<br />
Injúrias ao nervo lingual muitas vezes são relata<strong>da</strong>s quando se emprega um<br />
afastamento ou retração lingual, geralmente associado ao uso inadequado do<br />
retrator (afastador) ou devido ao seu formato não favorecer a manipulação de tais<br />
tecidos podendo provocar lesões. Entretanto em aproxima<strong>da</strong>mente 83% dos casos<br />
ocorre resolução espontânea do incidente (POGREL e GOLDMAN, 2004).<br />
Curetagens no fundo do alvéolo após a exodontia podem acarretar em lesão<br />
ao nervo alveolar inferior bem como incisões para acesso a terceiros molares
inferiores ou em deslocamentos exagerados dos tecidos moles na região lingual<br />
também podem gerar <strong>da</strong>nos ao nervo lingual (CHIAPASCO, 2006).<br />
2.7 Diagnóstico e tratamento<br />
A relação entre o teste clínico neurosensitivo e a presença ou ausência de<br />
trauma ao nervo alveolar inferior ou nervo lingual define a capaci<strong>da</strong>de de indicar a<br />
ocorrência de parestesia evidencia<strong>da</strong> através <strong>da</strong>s respostas dos testes de<br />
diagnóstico sensitivo específico para a área atingi<strong>da</strong> (POORT, VAN NECK e VAN<br />
DER WAL, 2009; RENTON et al., 2003; ROSA et al., 2007).<br />
O teste clínico neurosensitivo é dividido em duas categorias as quais se<br />
fun<strong>da</strong>mentam no estímulo pelo contato cutâneo, são eles os mecanoceptivos e os<br />
nociceptivos. O teste mecanoceptivo é dividido em dois subgrupos: o de toque<br />
estático luminoso e o direcional (feito com uma escova); já o teste nociceptivo é<br />
realizado através de instrumentos pontiagudos e pela sensibili<strong>da</strong>de térmica<br />
(POORT, VAN NECK e VAN DER WAL, 2009; RENTON et al., 2003).<br />
Os testes de sensibili<strong>da</strong>de térmica utilizados para avaliação <strong>da</strong> ocorrência de<br />
parestesia podem ser influenciados por alguns fatores, tais como: i<strong>da</strong>de do paciente,<br />
atenção e familiari<strong>da</strong>de com o protocolo do teste, além de fatores sistêmicos como<br />
uso de drogas e polineuropatias. Já os fatores locais incluem diferenças de<br />
densi<strong>da</strong>de dos termoreceptores e diferenças nos tipos de receptores térmicos<br />
orofaciais bem como sua profundi<strong>da</strong>de nos tecidos (RENTON et al., 2003).<br />
Segundo Prado (2004), os principais achados clínicos diagnósticos para<br />
traumas graves incluem:<br />
• Formigamento na língua, lábio e bochechas;<br />
• Alterações na mastigação e no pala<strong>da</strong>r;<br />
• Sinal de disparo (relato de choques no local traumatizado após palpação);<br />
• Resposta mínima ou ausente à instrumentação na área inerva<strong>da</strong> pelo nervo<br />
traumatizado;
• Aumento no patamar de temperatura.<br />
Antes de iniciar o tratamento, é dever do profissional analisar primeiramente a<br />
etiologia <strong>da</strong> parestesia, pois, se estiver diante de uma infecção, provavelmente<br />
ministrará antibióticos para tratamento inicial.<br />
Uma conduta bastante realiza<strong>da</strong> é o tratamento medicamentoso: vitamina B1<br />
associa<strong>da</strong> à estricnina na dose de 1 miligrama por ampola, em 12 dias de injeções<br />
intramusculares. Outra forma seria o uso de cortisona, 100 miligramas a ca<strong>da</strong> 6<br />
horas durante os 2 ou 3 primeiros dias, para que, se houver melhora, haja um<br />
espaçamento entre as doses iniciais. Contudo, não há um tratamento efetivo para a<br />
parestesia, os sintomas tendem a regredir dentro de um a dois meses, embora haja<br />
uma melhora com o uso de histamina ou medicamentos vasodilatadores (ROSA et<br />
al., 2007).<br />
Em casos de neurotmese, a microcirurgia para aproximação dos nervos<br />
lesados é uma técnica bastante realiza<strong>da</strong> e tem sido estu<strong>da</strong><strong>da</strong> em animais, de forma<br />
a se realizar a aproximação logo após a injúria, segui<strong>da</strong> ou não de irradiação laser.<br />
(EPELBAUM, 2007).<br />
Após a contestação de trauma nervoso, Prado (2004) indica a cirurgia<br />
exploratória como primeiro recurso a ser utilizado, já que não há recursos na<br />
radiologia ou outras técnicas de diagnóstico para definir a extensão do trauma,<br />
sendo o tempo de intervenção controverso, entretanto os reparos feitos logo após o<br />
trauma têm mais sucesso do que os tardios. Afirma ain<strong>da</strong> que o uso de enxerto<br />
nervoso favorece a anastomose do nervo.<br />
A abor<strong>da</strong>gem cirúrgica é realiza<strong>da</strong> de forma transoral realizando a exposição<br />
do local do trauma através <strong>da</strong> remoção de uma cama<strong>da</strong> de osso mandibular. Após a<br />
exposição do nervo, a extensão do trauma é avalia<strong>da</strong>. Quando comprova<strong>da</strong> a<br />
transecção, suturam-se delica<strong>da</strong>mente os dois extremos, porém quando os dois<br />
extremos do nervo não possam ser aproximados passivamente, um enxerto nervoso<br />
deve ser suturado entre os extremos favorecendo a regeneração dos axônios.<br />
Mesmo quando não há transecção, deve-se realizar a ressecção <strong>da</strong> região afeta<strong>da</strong> e<br />
a coaptação dos extremos. Quando o nervo é seccionado, as células de Schwann e<br />
os fibroblastos do tecido conectivo perineural proliferam numa tentativa de cobrir tal<br />
defeito. A taxa de avanço <strong>da</strong> extremi<strong>da</strong>de do axônio através do tecido cicatricial é de<br />
aproxima<strong>da</strong>mente 0,25 mm/dia (PRADO, 2004).
Epelbaum (2007) afirma que após cerca de 13 semanas do desaparecimento<br />
<strong>da</strong> parestesia do lado <strong>da</strong> face afetado, a função do nervo alveolar inferior<br />
traumatizado é restaura<strong>da</strong> completamente.<br />
O coágulo sangüíneo organizado é considerado um fator importante que atua<br />
como meio para a proliferação neurilemal, bem como para a formação tanto do osso<br />
neoformado quanto do tecido fibroso conectivo. Também há uma real influência <strong>da</strong><br />
anatomia do canal em relação ao processo de reparação do nervo alveolar inferior<br />
(LAUREANO FILHO, 2008).<br />
A degeneração do nervo é <strong>da</strong><strong>da</strong> em torno de 4 a 20 dias. A porção distal do<br />
nervo traumatizado inicia sua degeneração de 2 a 3 dias após a obstrução total fluxo<br />
axoplasmático, que é a degeneração Walleriana. A degeneração proximal do nervo<br />
está relaciona<strong>da</strong> à natureza do trauma. Quando se trata de uma incisão do tronco<br />
nervoso há uma degeneração retrógra<strong>da</strong> mínima; entretanto o esmagamento ou<br />
estiramento <strong>da</strong>s fibras resulta em um grande <strong>da</strong>no retrógrado aos axônios (SUAZO<br />
et al. 2007).<br />
A regeneração nervosa é caracteriza<strong>da</strong> pelo brotamento do segmento<br />
proximal após 4 a 6 semanas após o trauma e é finaliza<strong>da</strong> de 60 a 300 dias após o<br />
trauma inicial. No processo de regeneração, ocorre o brotamento de minúsculos<br />
axônios na tentativa de criação de uma ponte no gap neural com o túbulo de<br />
Schwann localizado no segmento distal. Com tal estabelecimento, o axônio cresce<br />
distalmente de 0,5 a 3 mm/dia, contando se tal processo falhar pode-se formar um<br />
neuroma (PRADO, 2004).<br />
O reparo do nervo seccionado pode ocorrer por regeneração primária (ou<br />
primária tardia) e secundária. O reparo primário ocorre entre 1 e 3 semanas e é<br />
associado com a fase ativa de regenaração, já o reparo secundário se dá várias<br />
semanas ou meses após o trauma e possui a vantagem <strong>da</strong> resposta inflamatória e o<br />
edema do tecido conectivo estarem reduzidos. O reparo secundário é geralmente<br />
associado a um esmagamento, ou per<strong>da</strong> de tecido que envolve o nervo (SUAZO et<br />
al. 2007).<br />
O uso de vitaminas, especialmente as do complexo B, antiinflamatórios e<br />
antineuríticos é largamente utiliza<strong>da</strong> para o tratamento <strong>da</strong> parestesia, diminuindo o<br />
tempo de duração <strong>da</strong> patologia. Alguns cirurgiões-dentistas prescrevem compostos<br />
de vitamina B associados a corticosteróide, mas sem evidencia de eficácia desse
tratamento. Existem outras formas de tratamento como a laserterapia, fisioterapia<br />
local, cirurgia reparadora e outras como a homeopatia e acupuntura (EPELBAUM,<br />
2007).<br />
A palavra Laser é um acrônimo de "Light Amplification by Stimulated Emission<br />
of Radiation", isto é, "Amplificação <strong>da</strong> Luz por Emissão Estimula<strong>da</strong> de Radiação".<br />
Com o passar do tempo o laser tem-se tornado um dos maiores avanços<br />
tecnológicos já vistos, devido serem instrumentos capazes de depositar energia<br />
luminosa aos tecidos com grande precisão (SUAZO et al., 2007; LAUREANO FILHO,<br />
2008).<br />
O laser é dividido em duas categorias gerais, os de alta potência, ou<br />
cirúrgicos, que conseguem concentrar uma grande quanti<strong>da</strong>de de energia em um<br />
reduzido espaço, sendo provido de um efeito térmico e possuindo capaci<strong>da</strong>de de<br />
corte, coagulação e vaporização; e os de baixa potência, ou também denominados<br />
de terapêuticos, desprovidos de efeito térmico, devido uma potência menor e uma<br />
superfície de ação maior, produzindo um efeito estimulante celular, acelerando a<br />
cicatrização tissular e reduzindo os quadros de inflamação e dor (SUAZO et al.,<br />
2007; OLTRA-ARIMON et al., 2004; LIZARELLI, 2007).<br />
O laser terapêutico ou de baixa intensi<strong>da</strong>de ou ain<strong>da</strong>, soft-laser, surgiu na<br />
Hungria, em 1967, sendo considerado um fato relativamente recente. Desde os anos<br />
oitenta desenvolvem-se estudos a cerca <strong>da</strong> utilização do laser como mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de<br />
tratamento de diversas afecções do complexo maxilo-facial (LAUREANO FILHO,<br />
2008).<br />
A radiação laser de baixa intensi<strong>da</strong>de é capaz de induzir processos<br />
fotobiológicos não destrutivos e sem emissão de calor. Possui natureza<br />
eletromagnética, não ionizante, monocromática, coerente e colima<strong>da</strong>, o que se<br />
traduz na emissão de um único comprimento de on<strong>da</strong> de cor específica e<br />
unidirecional, ou seja, não se dissipa como uma lâmpa<strong>da</strong> comum (LAUREANO<br />
FILHO, 2008).<br />
Na laserterapia de baixa intensi<strong>da</strong>de ocorre a utilização de uma energia<br />
menor do que um Watt de potência e os comprimentos de on<strong>da</strong> estão em torno de<br />
600 nanômetros (nm), apresentando uma boa transmissão na pele e mucosas,<br />
devido serem elativamente pouco absorvidos. Entre os comprimentos de on<strong>da</strong> do<br />
espectro vermelho e infravermelho estão as radiações que produzem efeitos
terapêuticos como bioestimulação, proliferação, diferenciação e síntese de proteínas<br />
(LAUREANO FILHO, 2008).<br />
Os efeitos terapêuticos antiálgicos, antiinflamatório, antiedematoso e<br />
cicatrizante são associados às características especiais <strong>da</strong> luz laser como brilho<br />
intenso, coerência, bioestimulação, o que proporciona ao paciente uma grande<br />
melhoria no bem-estar e conforto do pós-operatório cirúrgico (LAUREANO FILHO,<br />
2008).<br />
A aplicação de baixas doses de radiação laser confere um aditivo ao processo<br />
de reparo tecidual. Sua ação baseia-se na multiplicação celular, formação de fibras<br />
colágenas e elásticas, regeneração de vasos, cicatrização de tecido ósseo e<br />
reepitelização de tecido lesionado; a associação com a vitamina B1 pode ser<br />
prescrita. (SUAZO et al., 2007).<br />
Os efeitos benéficos do uso do soft-laser são inúmeros tais como: aumento do<br />
número de leucócitos e <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de fagocitária, estimulação do metabolismo celular,<br />
estimulação <strong>da</strong> proliferação fibroblástica, ação analgésica e antiinflamatória, ação<br />
antibacteriana e anti-edematosa, dentre outras (LAUREANO FILHO, 2008).<br />
O tratamento laserterápico resulta em um aumento particular de beta<br />
endorfina, aumento <strong>da</strong> energia endocelular, bem como um aumento <strong>da</strong><br />
microcirculação local e veloci<strong>da</strong>de de produção de fibroblastos (LAUREANO FILHO,<br />
2008).<br />
A laserterapia é uma relevante alternativa no tratamento <strong>da</strong> parestesia, sendo<br />
o laser infravermelho (780 nm) o mais indicado devido seu grau de penetrabili<strong>da</strong>de.<br />
Quanto antes for implementado o tratamento melhor o prognóstico de recuperação<br />
<strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de (LIZARELLI, 2007).<br />
De acordo com Lizarelli (2007), a terapia fotodinâmica com o uso do laser<br />
consiste em irradiar o local do trauma com doses altas e médias:<br />
• Doses altas: 157,5 J/cm 2 ou 6,3 J (70mW e 1 minuto e 30 segundos por ponto);<br />
• Doses médias: 105 J/cm 2 ou 4,2 J (70 mW e 1 minuto por ponto).<br />
A fim de favorecer a circulação sangüínea é indica<strong>da</strong> a irradiação dos tecidos<br />
vizinhos à região do trauma com uma dose de 10 J/cm 2 ou 0,4 J (40 mW e 10<br />
segundos) por ponto (LIZARELLI, 2007).
É interessante implementar à laserterapia um período de aproxima<strong>da</strong>mente<br />
30 dias de ausência de irradiação, após de 6 a 10 sessões, para que os efeitos de<br />
aceleração <strong>da</strong> multiplicação celular, formação de fibras e cicatização tecidual<br />
possam se consoli<strong>da</strong>r. Após este período retomam-se as sessões, cerca de 4 a 8<br />
sessões segui<strong>da</strong>s de um novo período sem irradiações (LIZARELLI, 2007;<br />
LAUREANO FILHO, 2008).<br />
A possibili<strong>da</strong>de de oferecer um tratamento indolor, não invasivo e que<br />
apresenta um alto índice de sucesso contribui para atenuar o quadro de ansie<strong>da</strong>de<br />
do paciente diante os problemas apresentados, justificando o emprego <strong>da</strong><br />
laserterapia no tratamento <strong>da</strong>s parestesias, devido o potencial deste tratamento<br />
sobre a amplitude de ação e regeneração <strong>da</strong>s células nervosas, estimulando a<br />
função neurosensorial (EPELBAUM, 2007).<br />
2.8 Prevenção <strong>da</strong> parestesia<br />
O risco de complicações cirúrgicas é um motivo utilizado para contra-indicar a<br />
exérese de dentes assintomáticos (DE FREITAS, 2006; DE OLIVEIRA, 2006;<br />
PETTERSON, 2005; SUSARLA e DODSON, 2005; VALENTE, 2003;<br />
VASCONCELLOS, DE OLIVEIRA e GONÇALVES, 2003).<br />
Em um trabalho avaliando o tipo, a freqüência e os fatores de risco<br />
associados à remoção de terceiros molares retidos Bui, Seldin e Dodson (2003)<br />
concluíram que 4,6% dos dentes operados estiveram associados a complicações,<br />
sejam operatórias, como sangramentos e lesões nervosas, ou inflamatórias, como<br />
alveolites, retardo de cicatrização, infecção, dor e edema.<br />
Além <strong>da</strong> avaliação sistêmica do paciente e uma criteriosa análise dos exames<br />
por imagem, a realização de exames físicos intra e extra-oral se faz necessária. O<br />
acesso à região de terceiros molares é dificultado por condições como a presença<br />
de aparelho ortodôntico, macroglossia, sialorréia, excesso de tecido adiposo na<br />
região jugal, tornando a cirurgia mais vulnerável a ocorrência de acidentes e<br />
complicações (ALMENDROS-MARQUES, BERINI-AYTES e GAY-ESCODA, 2006;<br />
KUNKEL et al., 2006; NOGUEIRA, 2004).
Como os terceiros molares são os últimos dentes a erupcionarem na cavi<strong>da</strong>de<br />
bucal, estes apresentam os maiores índices de impactação. Durante to<strong>da</strong> história <strong>da</strong><br />
Odontologia, sempre houve discussão em relação à necessi<strong>da</strong>de de extração de<br />
dentes inclusos ou impactados e o melhor momento para realizá-la. (BOULOUX,<br />
STEED e PERCIACCANTE, 2007; BUI; SELDIN e DODSON, 2003; DE FREITAS,<br />
2006; DE OLIVEIRA et al., 2006; DE FREITAS, 2006; MARCIANI, 2007;<br />
NOGUEIRA, 2004; PETTERSON, 2005; VALENTE, 2003). Entretanto, alguns<br />
autores relatam que, quando inclusos, os terceiros molares são potencialmente<br />
capazes de causar transtornos e prejuízos à saúde bucal do indivíduo, risco que<br />
justifica a indicação para exodontia (BUI; SELDIN e DODSON, 2003; DE OLIVEIRA<br />
et al., 2006; KUNKEL et al., 2006; KUNKEL et al., 2007; NOGUEIRA, 2004).<br />
Atos cirúrgicos realizados de forma imprudente podem estar associados com<br />
uma gama de acidentes e complicações, bem como qualquer descuido ou<br />
inobservância <strong>da</strong> técnica cirúrgica pode levar o cirurgião a tais situações.<br />
Obviamente os acidentes e complicações ocorrem sempre de forma surpreendente<br />
e o único meio disponível para combatê-los é a através de um acurado planejamento<br />
pré-operatório (ALMENDROS-MARQUES, BERINI-AYTES e GAY-ESCODA, 2006;<br />
BOULOUX, STEED e PERCIACCANTE, 2007; KIM et al., 2006; KUNKEL et al.,<br />
2006; NOGUEIRA, 2004).<br />
A prevenção de acidentes cirúrgicos que podem gerar conseqüências<br />
desagradáveis ao paciente, como a parestesia, é mais bem realiza<strong>da</strong> quando há<br />
uma cui<strong>da</strong>dosa avaliação pré-operatória e um plano de tratamento abrangente.<br />
Inicialmente deve-se realizar uma profun<strong>da</strong> revisão <strong>da</strong> história médica do paciente, a<br />
fim de se identificar algum fator que possa ser um obstáculo à realização do<br />
procedimento cirúrgico. A análise e estudo radiográfico é outra relevante etapa a se<br />
seguir; as radiografias devem incluir to<strong>da</strong> a área <strong>da</strong> cirurgia, os ápices <strong>da</strong>s raízes<br />
dos dentes a serem extraídos e estruturas anatômicas locais e regionais, como o<br />
seio maxilar e canal mandibular (DE FREITAS, 2006; PETERSON, et al., 2005).<br />
A remoção de terceiros molares inclusos requer um adequado e rigoroso<br />
planejamento pré-operatório, pois se trata de um procedimento de ampla<br />
variabili<strong>da</strong>de e que não deve ser avaliado de forma simplista, visto que é uma<br />
intervenção repleta de imprevistos (NOGUEIRA, 2004; SUSARLA e DODSON, 2005;<br />
KUNKEL et al., 2006; VASCONCELOS, 2003).
O fato <strong>da</strong> remoção de dentes impactados constituírem um procedimento<br />
cirúrgico rotineiro pode induzir a omissão no que se diz respeito ao planejamento, o<br />
que gera maior margem de desenvolvimento de acidentes e complicações. A<br />
experiência clínica do profissional pode condicioná-lo a subestimar as dificul<strong>da</strong>des<br />
<strong>da</strong> remoção de um elemento dentário impactado. Portanto, é de extrema vali<strong>da</strong>de<br />
reduzir ao máximo os riscos de acidentes cirúrgicos através de uma análise médica<br />
cui<strong>da</strong>dosa dos pacientes, conhecimento adequado <strong>da</strong> anatomia local, minuciosa<br />
análise radiográfica, elaboração de um minucioso plano de tratamento bem como a<br />
realização de técnicas cirúrgicas com princípios de assepsia e pouco traumáticas.<br />
(CHIAPASCO, 2006).<br />
Fatores relacionados à técnica cirúrgica como uso de fresas, impactação<br />
óssea horizontal, observação <strong>da</strong> posição do feixe neurovascular durante o<br />
procedimento cirúrgico, hemorragia excessiva do alvéolo, técnica anestésica,<br />
composição <strong>da</strong> solução anestésica, calibre <strong>da</strong> agulha, tipo de incisão, osteotomia,<br />
odontosecção, ocorrência de dor no momento <strong>da</strong> luxação, seccionamento do<br />
periósteo vestibular, tempo cirúrgico e experiência do cirurgião, dentre outros, estão<br />
envolvidos na possibili<strong>da</strong>de de incidência de <strong>da</strong>no ao tecido nervoso (PRADO,<br />
2004).
3 PROPOSIÇÃO<br />
O propósito deste estudo é realizar uma revisão <strong>da</strong> literatura atual acerca <strong>da</strong><br />
ocorrência de parestesia pós-cirúrgica devido à remoção de terceiros molares<br />
inferiores inclusos ressaltando suas formas de diagnóstico, mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de<br />
tratamento e preventivas propostas para sua resolução.
4 MATERIAIS E MÉTODOS<br />
Foi feita uma pesquisa bibliográfica utilizando publicações dos anos de 2003 e<br />
2009 obtidos na Biblioteca Central <strong>da</strong> UFPB e na Biblioteca Setorial <strong>CCS</strong>/UFPB e no<br />
portal de periódicos capes.<br />
Foram incluídos os artigos de maior representativi<strong>da</strong>de sobre o tema que<br />
apresentem relatos de casos clínicos, estudos epidemiológicos, estudos<br />
randomizados ou revisão bibliográfica a respeito dos acidentes e complicações<br />
envolvidos com exodontias de terceiros molares inclusos, com exclusão de artigos<br />
com publicação anterior ao ano de 2003.<br />
As fontes utiliza<strong>da</strong>s foram: bases de <strong>da</strong>dos eletrônicos tais como MEDLINE,<br />
LILACS, BBO e PUBMED, sites <strong>da</strong> internet, busca manual em livros-textos e artigos<br />
em revistas e periódicos, publicados entre os anos de 2003 e 2009. Para serem<br />
selecionados, os artigos deveriam ser direcionados para a área odontológica ou<br />
médica.
5 DISCUSSÃO<br />
É de comum acordo, na literatura científica atual, que os terceiros molares<br />
são os dentes que mais comumente sofrem impactação óssea, em adultos e<br />
adolescentes. Os terceiros molares inferiores, objeto deste estudo, são apontados<br />
como os dentes que apresentam maior freqüência de retenção, seguidos dos<br />
terceiros molares superiores (DE OLIVEIRA, 2006; FARISH e BOULOUX, 2007;<br />
GREGORI, 2004; NERY et al., 2006; VASCONCELLOS, DE OLIVEIRA e<br />
GONÇALVES, 2003).<br />
Prado (2004), Almendros-Marques, Berini-Aytes e Gay-Esco<strong>da</strong>, (2006), Genú<br />
e Vasconcelos (2008) relatam que alguns fatores relacionados à técnica cirúrgica<br />
têm sido relacionados à ocorrência de parestesia, tais como: o tipo de incisão<br />
utiliza<strong>da</strong>, visualização do feixe vásculo-nervoso durante o ato cirúrgico, uso de<br />
fresas, severa curetagem no interior do alvéolo, hemorragia abun<strong>da</strong>nte e quanti<strong>da</strong>de<br />
de tecido ósseo removido na osteotomia.<br />
No estudo realizado por Gomes et al., (2008), eles analisaram a sensibili<strong>da</strong>de<br />
e a especifici<strong>da</strong>de de alguns achados radiográficos observados em radiografias<br />
panorâmicas como indicadores de risco de lesão do nervo alveolar inferior em<br />
exodontias de terceiros molares inferiores impactados. Os autores concluíram que<br />
os sinais que obtiveram melhores resultados foram: escurecimento <strong>da</strong> imagem <strong>da</strong>s<br />
raízes, a interrupção <strong>da</strong> linha radiolúci<strong>da</strong> referente ao canal mandibular, desvio do<br />
canal mandibular e estreitamento <strong>da</strong> imagem <strong>da</strong>s raízes. Tais achados radiográficos<br />
também foram relatados nos estudos de Bell et al. (2003), Blaeser, August e Dodson<br />
(2003), Haug (2005), Miloro e Dabell, (2005) e Nakamori et al. (2008).<br />
Nakamori et al. (2008), Albert et al. (2006), Bell (2004) e Gomes et al. (2008)<br />
relatam que o achado radiográfico mais freqüente que indica risco de <strong>da</strong>nos ao<br />
nervo alveolar inferior é a interrupção <strong>da</strong> linha radiolúci<strong>da</strong> referente ao canal<br />
mandibular. O estreitamento do canal é considerado diretamente relacionado com a<br />
íntima relação entre o dente e o canal mandibular, sendo o risco de injúria do nervo<br />
alveolar inferior muito pronunciado.<br />
Blaeser et al. (2003), Miloro e Dabell (2005), Nakagawa et al. (2007), Nery et<br />
al. (2006) e Se<strong>da</strong>ghatfar, August e Dodson, (2005) relatam em seus estudos a<br />
indicação de uma radiografia panorâmica para a análise pré-operatória <strong>da</strong> cirurgia
de remoção de terceiros molares inferiores inclusos, visando observar a relação<br />
destes com o canal mandibular, entretanto, Monaco (2004), Nakamori et al. (2008),<br />
Ohman et al. (2006), Gomes et al. (2008) e Jhamb et al., (2009) afirmam que, devido<br />
a natureza bidimensional e a presença de distorções na radiografia panorâmica, esta<br />
deveria ser substituí<strong>da</strong> por uma tomografia computadoriza<strong>da</strong>, pois assim obterá uma<br />
análise tridimensional mais precisa <strong>da</strong> relação dos ápices radiculares dos terceiros<br />
molares inferiores com o canal mandibular.<br />
Segundo Gomes et al. (2008), a freqüência de <strong>da</strong>nos temporários ao nervo<br />
alveolar inferior em exodontias de terceiros molares inferiores inclusos é de 0,5% a<br />
5,3%, porém Tay e Go (2004) e Rosa Escobar e Brusco (2007) relatam que este<br />
índice está entre 0,4% e 8,4%, aproximando-se bastante dos valores relatados por<br />
Renton et al. (2003), de 0,4% a 8,1%.<br />
De acordo com Se<strong>da</strong>ghatfar, August e Dodson (2005), Queral-Godoy et al.<br />
(2005), Gomes et al. (2008) e Hull et al. (2006), a incidência de injúrias permanentes<br />
ao nervo alveolar inferior em decorrência de cirurgias de remoção de terceiros<br />
molares inferiores inclusos não ultrapassam 1% dos casos. Entretanto Renton et al.<br />
(2003) afirmam que <strong>da</strong>nos permanentes ao nervo alveolar inferior ocorrem de 0,01%<br />
a 3,6% dos casos.<br />
Segundo Rosa, Escobar e Brusco (2007) a impactação dental horizontal<br />
possui maior incidência de <strong>da</strong>nos ao nervo alveolar inferior. Contudo, a parestesia<br />
do nervo alveolar inferior é evitável e diretamente relaciona<strong>da</strong> com a técnica<br />
operatória utiliza<strong>da</strong> e <strong>da</strong> relação anatômica do nervo às estruturas adjacentes.<br />
Segundo Hillerup e Jensen (2006), Prado (2004), Robinson et al. (2004) e<br />
Ziccardi e Zuninga (2007), o fato do nervo alveolar inferior se encontrar retido no<br />
interior do canal mandibular favorece substancialmente a reparação tecidual, na<br />
grande maioria dos casos (96%), ocorrendo de forma espontânea em até 24 meses.<br />
E ain<strong>da</strong> segundo Epelbaum (2007), a formação do coágulo sangüíneo organizado é<br />
muito vantajosa para o processo de proliferação <strong>da</strong>s células ósseas, nervosas e<br />
tecido fibroso conectivo, o que torna a proteção ofereci<strong>da</strong> pelo canal mandibular<br />
ain<strong>da</strong> mais relevante.<br />
Pacientes com i<strong>da</strong>de avança<strong>da</strong> são vistos por Queral-Godoy et al. (2005) e<br />
Chuang et al. (2007) como portadores de maior risco de <strong>da</strong>nos ao nervo alveolar<br />
inferior, e ain<strong>da</strong> possuem menor capaci<strong>da</strong>de de regeneração nervosa periférica e<br />
pobre recuperação frente à osteotomia.
Rosa Escobar e Brusco (2007) e Peterson et al. (2005), relatam que a<br />
condição de impactação óssea mais frequentemente relaciona<strong>da</strong> com a parestesia é<br />
a posição mesiolingual. Sua remoção é a que provoca maior índice de parestesia<br />
lingual (em torno de 30%). Ain<strong>da</strong> de acordo Peterson et al. (2005), o posicionamento<br />
distoangular é encontrado em torno de 19,6% dos casos e resulta em parestesia<br />
lingual em cerca de 6% dos casos.<br />
Gomes et al. (2005) e Lydiatt (2003) afirmam que distúrbios sensoriais ao<br />
nervo lingual após cirurgia de remoção de terceiros molares mandibulares ocorrem<br />
entre 0,6% e 22% dos casos, enquanto Hillerup e Stoltze (2007) relatam que efeitos<br />
temporários sobre o nervo lingual são representados na ordem de 15% dos casos e<br />
<strong>da</strong>nos permanentes ocorrem entre 0,3% e 0,6%. Segundo Pogrel e Goldman (2004),<br />
<strong>da</strong>nos permanentes ao nervo lingual podem alcançar 2% dos casos, enquanto os<br />
<strong>da</strong>nos temporários ocorrem em até 22% dos casos.<br />
Queral-Godoy et al. (2006) afirmam que o índice de injúrias ao nervo lingual é<br />
de apenas 0,5% e que mais de 80% dos casos de prejuízos ao nervo lingual estão<br />
associados à realização de osteotomia e seccionamento dental. Afirma ain<strong>da</strong> que<br />
em 15% dos casos de <strong>da</strong>nos ao nervo lingual, o terceiro molar em questão<br />
encontrava-se abaixo ou justaposto ao nível ósseo.<br />
Gomes et al. (2005) avaliando a ocorrência de <strong>da</strong>nos ao nervo lingual em<br />
2.002 cirurgias de terceiros molares mandibulares inclusos observaram que 13,8%<br />
dos pacientes submetidos ao procedimento cirúrgico sob anestesia geral sofreram<br />
injúrias ao nervo lingual, enquanto aqueles sob anestesia local foram 3,8%.<br />
Pogrel e Goldman (2004) aconselham a obtenção de um acesso vestibular<br />
para remoção de terceiros molares impactados, protegendo a vertente lingual. Indica<br />
ain<strong>da</strong>, que em necessi<strong>da</strong>des de realização de acesso por lingual, deve-se realizar a<br />
elevação do retalho cirúrgico e posicionar o afastador abaixo do periósteo lingual,<br />
promovendo pleno acesso a área. Assim promoverá proteção ao nervo lingual.<br />
Quanto ao tratamento <strong>da</strong> parestesia, Queral-Godoy et al. (2005) e Rosa et al.<br />
(2007) recomen<strong>da</strong>m o uso de compostos vitamínicos do complexo B (B1, B6 e B12),<br />
bem como a laserterapia de baixa potência para aceleração do reparo do nervoso.<br />
Epelbaum (2007) e Prado (2004) indicam a realização <strong>da</strong> microneurocirurgia<br />
como tratamento <strong>da</strong> neurotmese utilizando a sutura dos extremos nervosos de forma<br />
passiva. Se houver necessi<strong>da</strong>de, indicam a utilização de enxertos nervosos que
favorecem a anastomose do nervo. Associando-se ao uso de laser de baixa<br />
potência.<br />
Preparações multivitamínicas como o Citoneurin® 5.000, que contém quase<br />
to<strong>da</strong>s as vitaminas do complexo B acresci<strong>da</strong>s de sais minerais, desempenham<br />
importante papel no transporte de oxigênio e integri<strong>da</strong>de do sistema nervoso.<br />
Existem vários compostos vitamínicos do complexo B no mercado, tais como:<br />
Cerebex (Luper), Defatig (Allergon), Neurotômico (EMS), Vitaler (EMS), etc.<br />
Na maioria dos casos de parestesia, há a presença de edema local devido a<br />
natureza do trauma, desta forma antiinflamatórios hormonais vêem sendo utilizados<br />
no tratamento, diminuindo a compressão <strong>da</strong>s fibras nervosas através <strong>da</strong> regressão<br />
do edema. A Dexametasona 4 mg (04 comprimidos ao dia) é bastante utiliza<strong>da</strong><br />
nestes casos, bem como pode ser administra<strong>da</strong> juntamente com um antineurítico<br />
(Citoneurin). De acordo com o grau <strong>da</strong> parestesia, ain<strong>da</strong> pode-se utilizar um só<br />
medicamento, o Dexacitoneurin® em comprimidos (associação entre Dexametasona<br />
e Citoneurin), contendo 0,5 mg de Dexametasona, 100 mg de Mononitrato de<br />
tiamina (vitamina B1), 100 mg de Cloridrato de piridoxina (vitamina B6) e 5000 mcg<br />
de Cianocobalamina (vitamina B12) por comprimido.<br />
Os heparinóides, segundo De França (2003/2004), possuem efeito<br />
antiinflamatório e anticoagulante, pois agem mobilizando a heparina liga<strong>da</strong> a<br />
proteínas plasmáticas,. Dentre os heparinóides comercializados no Brasil existem<br />
disponíveis: Hirudoid (gel ou poma<strong>da</strong>), Ateroide (10mg – 30 drágeas) e Pergalen<br />
(bisnagas com 20g).<br />
O laser terapêutico de baixa potência é uma outra mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de tratamento<br />
muito discuti<strong>da</strong> e utiliza<strong>da</strong> na reparação de tecidos nervosos. Existem diversos<br />
protocolos de aplicação do soft-laser para este fim.<br />
Epelbaum (2007) recomen<strong>da</strong> doses iniciais de infravermelho com 1,1J a 1,4J<br />
por ponto de aplicação (40 a 50 J/cm 2 ), aumentando para 2,8J a 3,7J (100 a<br />
130J/cm 2 ) após 3 ou 4 sessões.<br />
Lizarelli (2003) afirma que o laser infravermelho de 780 nanômetros (nm),<br />
pelo seu grau de penetrabili<strong>da</strong>de, é o mais indicado para o tratamento <strong>da</strong> parestesia.<br />
De França (2003/2004) recomen<strong>da</strong> um protocolo de aplicações de doses médias<br />
(105 J/cm 2 ou 4,2 J por 1 minuto por ponto de aplicação) e altas (157,5 J/cm 2 ou 6,3<br />
J por 1 minuto e 30 segundos por ponto de aplicação). A primeira autora ain<strong>da</strong> indica
a aplicação de laser com uma dose de 10 J/cm 2 ou 0,4 J por 10 segundos por ponto<br />
nos tecidos circunvizinhos para ativar a circulação e, consequentemente, aceleração<br />
do reparo nervoso.<br />
Epelbaum (2007), Lizarelli (2003) e Laureano Filho (2008) indicam um período<br />
de aproxima<strong>da</strong>mente 30 dias de ausência de irradiações laser após a aplicação do<br />
protocolo indicado para que se possibilite a consoli<strong>da</strong>ção dos efeitos <strong>da</strong><br />
multiplicação celular.<br />
O oferecimento de um tratamento não invasivo, indolor, com boa possibili<strong>da</strong>de<br />
de sucesso, e que não apresente limitações ou contra-indicações de uso, torna a<br />
laserterapia uma ótima opção terapêutica nas parestesias. Lizarelli (2003) e<br />
Laureano Filho (2008) afirmam que o prognóstico de recuperação <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de<br />
nervosa com auxílio do uso <strong>da</strong> laserterapia é diretamente proporcional com a<br />
precoci<strong>da</strong>de de implementação desta terapêutica, ou seja, quanto mais rápido o<br />
início <strong>da</strong> sessões para aplicação do laser nas regiões com parestesia, mais rápido o<br />
retorno <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de à área atingi<strong>da</strong>.
6 CONCLUSÃO<br />
De acordo com a literatura consulta<strong>da</strong>, podemos concluir que:<br />
1. Algumas cirurgias para remoção de terceiros molares inferiores inclusos oferecem<br />
riscos de parestesia, contudo, são evitáveis quando se realiza um acurado<br />
planejamento pré-operatório através do conhecimento <strong>da</strong> anatomia local e respeito à<br />
técnica cirúrgica.<br />
2. A radiografia panorâmica dos maxilares é imprescindível como exame préoperatório<br />
para remoção de dentes inclusos, entretanto quando houver dúvi<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />
relação radicular com o nervo alveolar inferior, há necessi<strong>da</strong>de de uma tomografia<br />
computadoriza<strong>da</strong> como uma imagem mais fidedigna.<br />
3. O uso de antiinflamatórios, antineuríticos e compostos vitamínicos do complexo B<br />
associados à laserterapia é o tratamento de escolha para parestesia tanto do nervo<br />
alveolar inferior quanto do nervo lingual.<br />
4. O prognóstico <strong>da</strong> recuperação <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de nervosa é diretamente<br />
proporcional à precoci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> implementação do tratamento <strong>da</strong> parestesia do nervo<br />
lingual e alveolar inferior.
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