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Páginas 08-13 - Conselho Brasileiro de Oftalmologia

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Portaria Anvisa<br />

CBO Reivindica Revisão da Portaria<br />

sobre produtos <strong>de</strong> uso único<br />

O presi<strong>de</strong>nte do CBO, Harley E. A. Bicas, enviou à<br />

Câmara Técnica <strong>de</strong> Produtos para a Saú<strong>de</strong> da Agência<br />

Nacional <strong>de</strong> Vigilância Sanitária (ANVISA), em 15 <strong>de</strong><br />

julho, um ofício manifestando a preocupação da entida<strong>de</strong><br />

relacionada a itens da Resolução 515/06, sobre Produtos<br />

Médicos e Hospitalares <strong>de</strong> Uso Único.<br />

O documento do presi<strong>de</strong>nte do CBO enumera quatro<br />

itens da Resolução que <strong>de</strong>vem ser revistos para reduzir<br />

os custos da cirurgia <strong>de</strong> catarata sem colocar em risco<br />

a saú<strong>de</strong> do paciente: bisturis <strong>de</strong>scartáveis com lâmina<br />

fixa ao cabo, lâminas <strong>de</strong>scartáveis <strong>de</strong> bisturis, equipos<br />

<strong>de</strong>scartáveis <strong>de</strong> qualquer natureza exceto as linhas <strong>de</strong><br />

diálise e linhas <strong>de</strong> irrigação e aspiração oftalmológicas.<br />

A íntegra do documento é a seguinte:<br />

“O <strong>Conselho</strong> <strong>Brasileiro</strong> <strong>de</strong> <strong>Oftalmologia</strong> volta a manifestar<br />

sua preocupação referente a alguns itens da<br />

Resolução ANVISA 515/06, sobre Produtos Médicos e<br />

Hospitalares <strong>de</strong> Uso Único, a saber:<br />

• 4 - Bisturis <strong>de</strong>scartáveis com lâmina fixa ao cabo<br />

(funcionalida<strong>de</strong>) e<br />

• 48 - Lâminas <strong>de</strong>scartáveis <strong>de</strong> bisturi.<br />

Comentário: Lâminas “<strong>de</strong>scartáveis” usadas em cirurgia<br />

<strong>de</strong> catarata po<strong>de</strong>m ser reutilizadas. São caras e facilmente<br />

reesterelizadas. Na rara eventualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> menor<br />

funcionalida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser imediatamente substituídas, sem<br />

prejuízo ao paciente (aliás exatamente o que se faz quando<br />

o <strong>de</strong>feito aparece em bisturis novos).<br />

• 32 - Equipos <strong>de</strong>scartáveis <strong>de</strong> qualquer natureza exceto<br />

as linhas <strong>de</strong> diálise.<br />

Comentário: Os equipos <strong>de</strong>scartáveis para uso em cirurgia<br />

<strong>de</strong> catarata po<strong>de</strong>m ser facilmente limpos,<br />

reesterelizados, com reprocessamento a<strong>de</strong>quado.<br />

• 51 - Linhas <strong>de</strong> irrigação e aspiração oftalmológicas.<br />

Comentário: Justamente estes são os equipamentos<br />

oftalmológicos que permitem gran<strong>de</strong> economia e há gran<strong>de</strong><br />

experiência nacional também sobre isso. Po<strong>de</strong>m ser<br />

reprocessados.<br />

Consi<strong>de</strong>rando o equilíbrio entre<br />

a necessária proteção ao usuário e<br />

a possibilida<strong>de</strong> e conveniência do<br />

reprocessamento <strong>de</strong>sses itens, com<br />

importante economia, da qual resultaria<br />

maiores quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> procedimentos<br />

assistenciais à população,<br />

com mesmas verbas, solicitamos<br />

cuidadosa revisão da <strong>de</strong>cisão sobre<br />

tais materiais”.<br />

Harley E. A Bicas,<br />

presi<strong>de</strong>nte do CBO<br />

8<br />

Jota Zero 1<strong>08</strong>.p65 8<br />

14/09/06, 16:54


Posição da Agência Nacional <strong>de</strong> Vigilância Sanitária com relação<br />

Portaria Anvisa<br />

às Resoluções que listam materiais médicos <strong>de</strong> uso único, divulgadas pela Assessoria<br />

<strong>de</strong> Imprensa do órgão respon<strong>de</strong>ndo à solicitação do Jornal Oftalmológico Jota Zero<br />

A publicação da Resolução nº 515 da ANVISA, em fevereiro, provocou vivas polêmicas entre<br />

os oftalmologistas, já que a lista <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> uso único então divulgada trazia uma série<br />

<strong>de</strong> apetrechos utilizados em cirurgias oftalmológicas que até então eram reesterelizados e<br />

reutilizados normalmente. Para tentar obter maiores esclarecimentos da ANVISA, o editor do<br />

Jornal Oftalmológico Jota Zero entrou em contato com a assessoria <strong>de</strong> imprensa do órgão<br />

para agendar uma entrevista. Problemas operacionais e <strong>de</strong> prazo tornaram inviável esta<br />

solução e, em vista disto, foram enviadas perguntas através <strong>de</strong> e-mail para que a ANVISA<br />

pu<strong>de</strong>sse prestar os esclarecimentos solicitados através da assessoria <strong>de</strong> imprensa<br />

Jota Zero - Histórico da elaboração da legislação, seus<br />

objetivos perseguidos, segmentos envolvidos na elaboração,<br />

problemas encontrados?<br />

ANVISA - No Brasil, os regulamentos acerca do reprocessamento<br />

<strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> uso único apontavam quais não podiam<br />

ser reprocessados. No entanto, essas normas datavam da década<br />

<strong>de</strong> 80 e, portanto, <strong>de</strong>satualizadas. A legislação não incluía<br />

alguns dos artigos que surgiram e passaram a ser utilizados<br />

nas últimas duas décadas.<br />

A primeira ação reguladora da ANVISA, sobre este tema<br />

foi a publicação da Consulta Pública nº 98, <strong>de</strong> 06 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 2001, propondo normas para reprocessamento seguro<br />

<strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> uso único. Esta consulta resultou em mais <strong>de</strong><br />

600 contribuições, revelando a complexida<strong>de</strong> da questão e o<br />

envolvimento da socieda<strong>de</strong> no assunto. A compilação das<br />

contribuições levou à mudanças importantes na estrutura e<br />

no conteúdo da norma, que foi reestruturada e apresentada<br />

novamente para contribuições pela Consulta Pública nº 17<br />

<strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004.<br />

Após a análise <strong>de</strong> 84 novas contribuições, foi elaborado<br />

novo documento, no qual estão listados 87 artigos <strong>de</strong> uso<br />

único, cujo reprocessamento não será permitido, além <strong>de</strong> regras<br />

claras para a reutilização daqueles que apresentam possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> reaproveitamento.<br />

Ocorreu em Brasília no dia 03 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2005 uma<br />

Audiência Pública apresentando a proposta da minuta da RDC<br />

aos representantes <strong>de</strong> órgãos governamentais, conselhos <strong>de</strong><br />

classe, socieda<strong>de</strong>s civis, setor regulado e especialistas na área.<br />

Após a Audiência, as propostas foram reunidas e publicadas<br />

na Internet. O término da elaboração do documento foi realizado<br />

no início <strong>de</strong>ste ano, com a publicação das resoluções<br />

RDC nº 30 e RE nº 515, no DOU <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2006.<br />

Jota Zero - Houve preocupação especial com a oftalmologia<br />

em geral e com a realização da cirurgia <strong>de</strong> cataratas,<br />

facoemulsificação em particular? Como esta preocupação se<br />

concretizou?<br />

ANVISA - Sim. Vários surtos <strong>de</strong> endoftalmite que po<strong>de</strong>m<br />

estar correlacionados com quebras e falhas no processo <strong>de</strong><br />

esterilização. Consultamos profissionais <strong>de</strong> renome na área<br />

<strong>de</strong> <strong>Oftalmologia</strong> e <strong>de</strong> reprocessamento que nós auxiliaram na<br />

elaboração da lista negativa.<br />

Jota Zero - Foi levado em conta as diferentes realida<strong>de</strong>s<br />

regionais para a elaboração da legislação?<br />

ANVISA - Sim, principalmente em se tratando da<br />

<strong>de</strong>scentralização das Vigilâncias Sanitárias locais. A fiscalização<br />

<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> dos gestores<br />

estaduais e municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. A verificação das práticas<br />

<strong>de</strong> reprocessamento <strong>de</strong> artigos, permanentes ou <strong>de</strong> uso único<br />

é realizada sistematicamente por meio <strong>de</strong> inspeções nos<br />

estabelecimentos.<br />

Problemas relacionados à segurança do reprocessamento<br />

<strong>de</strong> produtos permanentes e <strong>de</strong> uso único têm sido verificados<br />

e as punições previstas aplicadas pelo gestor local. Entretanto,<br />

não existem estudos nacionais sobre o assunto, mas pesquisas<br />

individuais e relatórios <strong>de</strong> inspeção e <strong>de</strong> investigações <strong>de</strong><br />

surtos apontam para situações <strong>de</strong> ausência <strong>de</strong> rotinas técnicas<br />

e processos <strong>de</strong> trabalho sem controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, com<br />

implicações tanto <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m técnica quanto <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m ética,<br />

legal e econômica em todos os Estados <strong>Brasileiro</strong>s. Em várias<br />

situações, os órgãos fiscalizadores não contam com padrões<br />

técnicos e legais nacionais para balizarem sua ação.<br />

A legislação visa regular o reprocessamento e reduzir o<br />

risco relacionado à sua realização ina<strong>de</strong>quada ou para produtos<br />

<strong>de</strong> uso único. Desta forma, qualquer que seja a realida<strong>de</strong><br />

local, há condições mínimas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do reprocessamento<br />

que <strong>de</strong>vem ser seguidas com vistas a não expor o paciente a<br />

riscos.<br />

Jota Zero - Como é a situação no exterior sobre este<br />

aspecto (alguns médicos me falam que nos EUA reaproveitase<br />

até 70% do material que a resolução consi<strong>de</strong>ra <strong>de</strong> uso<br />

único)?<br />

ANVISA - Os Estados Unidos reprocessam cerca <strong>de</strong> 75%<br />

dos 300.000.000 <strong>de</strong> dispositivos médicos <strong>de</strong> uso único<br />

comercializados anualmente no país (conforme dados obtidos<br />

pela Health Industry Manufacturers Association – HIMA/<br />

1998). Com o objetivo <strong>de</strong> garantir a segurança dos pacientes,<br />

foram criadas regulamentos específicos para que este<br />

processo possa ser realizado por serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e empresas<br />

reprocessadoras.<br />

No Canadá, o reprocessamento rotineiro <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong><br />

uso único levou à formação, em 1999, <strong>de</strong> um Comitê que<br />

elaborou as normas para reuso <strong>de</strong> cateteres <strong>de</strong><br />

hemodinâmica. (Canadian Coordinating Office for<br />

HealthTechnology Assessment - CCOHTA/1991) e (FDA -<br />

Food and Drug Administration/ 2000).<br />

Jota Zero - A resolução tem sofrido críticas <strong>de</strong> outros<br />

setores e especialida<strong>de</strong>s médicas? Vai ser rediscutida a curto<br />

prazo?<br />

ANVISA - A resolução está sendo rediscutida na Câmara<br />

Técnica <strong>de</strong> Produtos e em última reunião em Junho, foi acordado<br />

a elaboração <strong>de</strong> ofício contendo três perguntas <strong>de</strong> inclusão<br />

e exclusão <strong>de</strong> artigos na RE nº 515 <strong>de</strong> 2006 para as Socieda<strong>de</strong>s<br />

e Associações Médicas, <strong>de</strong> Enfermagem entre outras.<br />

9<br />

Jota Zero 1<strong>08</strong>.p65 9<br />

14/09/06, 16:55


Portaria Anvisa<br />

A Resolução da Agência Nacional <strong>de</strong><br />

Vigilância Sanitária é positiva?<br />

Para o médico oftalmologista que não é dono <strong>de</strong> centro cirúrgico, mas<br />

responsável pelo paciente e pelo ato cirúrgico, quanto mais rígidas forem as<br />

regras, melhor, menos riscos para o paciente, mais tranqüila é a cirurgia.<br />

Existe uma questão muito controversa, na qual não está claro o certo e o<br />

errado, mas que vale a pena ser feita para provocar a reflexão: e se fosse<br />

meu olho? Acho que todos preferem ser operados com material <strong>de</strong> uso único.<br />

Acredito que os argumentos gerenciais não são inválidos, mas precisam<br />

ser colocados em seu <strong>de</strong>vido lugar. É necessário se perguntar se as eventuais<br />

dificulda<strong>de</strong>s provocadas por uma resolução que veio a tornar mais seguro o<br />

ato médico atingem só o meu consultório, minha clínica, meu hospital ou se<br />

é geral? Portanto, temos que verificar que o problema médico é um, e o<br />

problema gerencial é outro.<br />

Se na oftalmologia trabalhamos margens <strong>de</strong> lucro ridiculamente baixas e<br />

não temos condições <strong>de</strong> negociar com convênios e seguradoras, este é o<br />

problema e não uma reutilização sobre a qual não existe garantia <strong>de</strong> que o<br />

segundo uso será igual ao primeiro. Gostaria que todos refletissem que a<br />

eventual economia com a reutilização <strong>de</strong> materiais, em última análise, não<br />

favorecerá o médico ou o paciente, mas os convênios e seguradoras.<br />

Quando falamos <strong>de</strong> serviços universitários ou <strong>de</strong> SUS, temos que levar<br />

em consi<strong>de</strong>ração que talvez existam outras formas <strong>de</strong> economizar e <strong>de</strong> oferecer<br />

serviços ao paciente com todas as garantias como, por exemplo, operando<br />

cataratas pelo sistema extra-capsular ou intra-capsular e não com a facoemulsificação.<br />

Não é questão <strong>de</strong> oferecer uma medicina <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> A para<br />

quem po<strong>de</strong> pagar e uma medicina B para o SUS, mas <strong>de</strong> discutir e estudar<br />

opções que otimizem os recursos e atendam as necessida<strong>de</strong>s da população.<br />

Entretanto, quero <strong>de</strong>ixar claro que raramente a discussão chega a este<br />

nível. O que temos visto é que colegas criticam a resolução da ANVISA<br />

tendo como ponto <strong>de</strong> referência apenas a sua situação, os seus lucros que<br />

serão reduzidos e as negociações com os convênios e seguradoras que se<br />

tornarão mais duras. E aí, eu repito: o problema médico é um, o problema<br />

gerencial é outro. Consi<strong>de</strong>ro a resolução da ANVISA bastante positiva do<br />

ponto <strong>de</strong> vista médico.<br />

Paulo Schor Professor Afiliado Livre-docente da UNIFESP,<br />

especialista em cirurgia refrativa e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas<br />

tecnologias aplicadas a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> visão<br />

Paulo Schor<br />

10<br />

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14/09/06, 16:55


A Resolução da Agência Nacional <strong>de</strong><br />

Vigilância Sanitária é positiva?<br />

Portaria Anvisa<br />

Quero fazer algumas consi<strong>de</strong>rações a respeito da recente resolução da ANVISA:<br />

1. A alta tecnologia utiliza cada vez mais produtos <strong>de</strong>scartáveis, o que encarece a<br />

medicina. As indústrias <strong>de</strong> aparelhos médicos querem a proibição da reutilização<br />

dos <strong>de</strong>scartáveis;<br />

2. Difícil compatibilizar uma medicina <strong>de</strong> primeiro mundo, num país <strong>de</strong> terceiro<br />

mundo. Apenas um quinto da população brasileira tem acesso à medicina privada,<br />

a maioria, com gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s. O i<strong>de</strong>al seria compatibilizar diminuição<br />

<strong>de</strong> custos com segurança;<br />

3. As operadoras terão mais <strong>de</strong>spesas, o custo será repassado ao consumidor. Diminuirá<br />

o número <strong>de</strong> beneficiários, ou surgirão mais operadoras <strong>de</strong> segunda/terceira<br />

linha, com preços <strong>de</strong>fasados e mais sujeitas às intempéries do mercado;<br />

4. As firmas que autoclavavam ou esterilizavam com óxido <strong>de</strong> etileno foram proibidos<br />

<strong>de</strong> fazê-lo. Sem ter o que fazer irão à falência. Até outro dia podiam esterilizar,<br />

agora não po<strong>de</strong>m mais!;<br />

5. Não tenho (no Rio <strong>de</strong> Janeiro) indicações <strong>de</strong> infecções oculares ou quaisquer<br />

problemas graves com a reutilização <strong>de</strong> certos materiais. Creio que a medida<br />

foi forte e precipitada;<br />

6. A cirurgia oftalmológica mais afetada pela proibição foi a vitrectomia que utiliza<br />

kits caros que, antes, podiam ser reaproveitados;<br />

7. Caberia ao governo reduzir substancialmente os impostos dos materiais listados<br />

pela ANVISA, para impedir prejuízo ao setor;<br />

8. Caso não seja alterada a resolução, as indústrias <strong>de</strong> materiais médicos <strong>de</strong>veriam<br />

reduzir os preços, já que haverá uma <strong>de</strong>manda maior;<br />

9. Toda vez que aumentam os custos, lamentavelmente, os Honorários Médicos<br />

são congelados. Com o fim da ciranda financeira, os médicos ficaram nove<br />

anos sem reajustes. Com aumento <strong>de</strong> custos as operadoras terão um bom argumento<br />

para não dar reajustes;<br />

10. Mais um motivo para a união da classe através <strong>de</strong> Cooperativas Estaduais<br />

<strong>de</strong> Administração para que os oftalmologistas possam <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os seus<br />

direitos <strong>de</strong> forma organizada, com negociadores e advogados próprios.<br />

As cooperativas têm o direito legal <strong>de</strong> preparar planilhas <strong>de</strong> custos e<br />

negociar coletivamente. Na hora da crise quem estiver organizado consegue<br />

se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r melhor! O CBO é o braço científico. A Cooperativa é o<br />

braço sindical. Com dois braços po<strong>de</strong>mos dar abraços e bater palmas!<br />

Os problemas provocados pela resolução provavelmente terão efeito dominó,<br />

atingindo todos os médicos, cirurgiões ou não, proprietários <strong>de</strong> centros cirúrgicos<br />

ou não.<br />

Nelson Louzada, presi<strong>de</strong>nte da Fe<strong>de</strong>ração das Cooperativas<br />

Estaduais <strong>de</strong> Serviços em <strong>Oftalmologia</strong> - FECOOESO e coor<strong>de</strong>nador<br />

da Comissão <strong>de</strong> Honorários Oftalmológicos do CBO<br />

Nelson Louzada<br />

* O <strong>de</strong>bate foi estabelecido com base<br />

na Resolução nº 515, <strong>de</strong> fevereiro,<br />

posteriormente modificada.<br />

11<br />

Jota Zero 1<strong>08</strong>.p65 11<br />

14/09/06, 16:55


CBO Jovem promove Seminário <strong>de</strong> Defesa da Saú<strong>de</strong> Ocular<br />

Pon<strong>de</strong>so<br />

Conhecer a situação dos profissionais da <strong>Oftalmologia</strong> <strong>de</strong>ntro e fora do Brasil, <strong>de</strong>bater situações<br />

críticas que afetam os médicos que se <strong>de</strong>dicam a especialida<strong>de</strong>, discutir ações comuns possíveis<br />

para estabelecer marcos e paradigmas para a atuação em <strong>de</strong>fesa da saú<strong>de</strong> ocular da população<br />

através da valorização do trabalho do médico oftalmologista e <strong>de</strong>senvolver uma agenda comum<br />

entre as entida<strong>de</strong>s representativas dos oftalmologistas foram os objetivos do seminário <strong>de</strong> apresentação<br />

e elaboração do Programa <strong>de</strong> Organização Nacional <strong>de</strong> Defesa da Saú<strong>de</strong> Ocular (PONDESO),<br />

realizado em 11 <strong>de</strong> agosto no anfiteatro Moacyr E. Álvaro, da UNIFESP, em São Paulo (SP).<br />

O seminário foi coor<strong>de</strong>nado por Walbert <strong>de</strong> Paula e<br />

Souza, integrante da Comissão CBO Jovem, e teve como<br />

orientadores Harley Bicas (presi<strong>de</strong>nte do CBO), Zélia Maria<br />

da Silva Corrêa (coor<strong>de</strong>nadora da comissão), Elisabeto Ribeiro<br />

Gonçalves (ex-presi<strong>de</strong>nte do CBO e coor<strong>de</strong>nador da Comissão<br />

<strong>de</strong> Defesa e Representativida<strong>de</strong> do CBO) e Flávio<br />

Winkler (assessor jurídico do CBO).<br />

Exposição <strong>de</strong> Zélia Maria da Silva Corrêa<br />

O primeiro módulo do seminário contou com a participação<br />

<strong>de</strong> Michael Brennan e Cynthia Bradford, palestrantes<br />

da Aca<strong>de</strong>mia Americana <strong>de</strong> <strong>Oftalmologia</strong> e da Associação<br />

Pan-Americana <strong>de</strong> <strong>Oftalmologia</strong>, que traçaram um panorama<br />

da situação do exercício profissional do médico oftalmologista<br />

e do praticante da optometria sem formação médica nos<br />

EUA e em países da Europa e América Latina.<br />

O presi<strong>de</strong>nte do CBO expõe as ativida<strong>de</strong>s da entida<strong>de</strong><br />

Michael Brennan e Cynthia Bradford<br />

O segundo módulo foi <strong>de</strong>dicado ao estudo e discussão<br />

sobre a situação brasileira, on<strong>de</strong> existe uma legislação que<br />

estabelecer que a prescrição <strong>de</strong> lentes <strong>de</strong> grau é ação exclusiva<br />

<strong>de</strong> médico e uma realida<strong>de</strong> na qual a optometria é ensinada e<br />

praticada por profissionais sem formação médica contando<br />

com a dubieda<strong>de</strong> e a con<strong>de</strong>scendência <strong>de</strong> alguns órgãos governamentais<br />

e enfrentando a ação firme e em <strong>de</strong>fesa da legislação<br />

<strong>de</strong> outros órgãos públicos.<br />

Este segundo módulo do seminário contou com a participação<br />

do presi<strong>de</strong>nte do CBO, Harley E. A. Bicas, que expôs a<br />

estrutura organizacional e a atuação da entida<strong>de</strong>, do assessor<br />

jurídico do CBO, Flávio Winkler, que apresentou a situação<br />

legal do conflito, <strong>de</strong> Elisabeto Ribeiro Gonçalves que falou<br />

sobre as ações <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa profissional e <strong>de</strong> Rubens Belfort Junior,<br />

que <strong>de</strong>stacou a importância da imagem pública numa estratégia<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa profissional.<br />

12<br />

Jota Zero 1<strong>08</strong>.p65 12<br />

14/09/06, 16:56


CBO Jovem promove Seminário <strong>de</strong> Defesa da Saú<strong>de</strong> Ocular<br />

Pon<strong>de</strong>so<br />

Em continuida<strong>de</strong> à programação do seminário, foi realizada<br />

uma teleconferência sobre estratégias legislativas entre os participantes<br />

e Natalio Izquerdo, da Associação Pan-Americana <strong>de</strong> <strong>Oftalmologia</strong><br />

e promovidos <strong>de</strong>bates com representantes do Ministério<br />

da Educação sobre os cursos <strong>de</strong> optometria abertos a profissionais<br />

sem formação médica e do Ministério do Trabalho sobre a Classificação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Ocupações. Os módulos finais da programação<br />

do evento foram <strong>de</strong>dicados à apresentação das ações realizadas<br />

em todo o Brasil em <strong>de</strong>fesa da saú<strong>de</strong> ocular da população e das<br />

prerrogativas profissionais do médico oftalmologista e das formas<br />

para unificá-las e intensificá-las.<br />

Claudio Chaves, vice-presi<strong>de</strong>nte do CBO<br />

Andréa <strong>de</strong> Faria B. <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, coor<strong>de</strong>nadora geral <strong>de</strong><br />

Capacitação Tecnológica do Ministério da Educação<br />

Walbert <strong>de</strong> Paula e Souza, coor<strong>de</strong>nador do evento e Francisco<br />

Gomes, representante do Ministério do Trabalho<br />

“Tenho absoluta convicção<br />

<strong>de</strong> que este foi um passo importante<br />

para a consolidação <strong>de</strong> um<br />

Programa <strong>de</strong> Organização Nacional<br />

<strong>de</strong> Defesa da Saú<strong>de</strong> Ocular.<br />

Outros seminários semelhantes<br />

serão organizados com li<strong>de</strong>ranças<br />

oftalmológicas nacionais<br />

e estaduais e novas formas <strong>de</strong><br />

ação serão consolidadas para<br />

alcançar os objetivos da <strong>Oftalmologia</strong><br />

brasileira”, avaliou<br />

Walbert <strong>de</strong> Paula Souza, no<br />

encerramento do seminário.<br />

<strong>13</strong><br />

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14/09/06, 16:57

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