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Mais Conteúdo - Edição 68

Histórias de mulheres realizadas!

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educação |<br />

Regina Pundek<br />

regina.pundek@uol.com.br<br />

Da oralidade aos gadgets<br />

Durante muito tempo o conhecimento de<br />

uma sociedade era passado de maneira oral<br />

de geração para geração. A valorização da<br />

memória permitia a continuidade de histórias,<br />

tradições e costumes. Cabia ao detentor<br />

do saber escolher um discípulo que seria<br />

treinado nos mistérios que eram de seu domínio.<br />

Embora as crianças tudo ouvissem a<br />

exclusão do processo educacional era total,<br />

apenas alguns privilegiados chegavam a ter<br />

a honra de estudar, coisa para a aristocracia<br />

dominante. A criança era vista como um<br />

adulto em miniatura.<br />

Depois Gutenberg criou os tipos e surgiu a<br />

imprensa. Surgiram também novas profissões:<br />

o copista, o leitor e o crítico. Consequentemente<br />

o homem deixou de memorizar<br />

textos. Aos poucos a educação começou<br />

a ser vista como uma possibilidade para muitos.<br />

A partir daí, surgiu uma divisão social:<br />

leitores e analfabetos e, a criança passou a ser<br />

entendida como alguém que não lia. Agora a<br />

infância estava separada da fase adulta pelos<br />

signos alfabéticos. Podemos imaginar a revolução<br />

de costumes que os livros causaram às<br />

famílias, que antes se reuniam para conversar<br />

e que agora tinham membros afastados e focados<br />

na leitura de jornais e livros.<br />

Passado mais um tempo, com a descoberta<br />

da eletricidade, a vida humana teve novas<br />

mudanças. O rádio trouxe para os lares a<br />

notícia e com isso a criança voltou a ouvir a<br />

informação com o adulto. <strong>Mais</strong> tarde surgiu a<br />

televisão que intensificou esse costume. Inicialmente<br />

as famílias ao assistirem telejornais<br />

e telenovelas não tinham preocupação com<br />

censura. O velho costume das conversas pós-<br />

-jantar foi substituído pelo conforto dos sofás<br />

em frente à TV.<br />

Em nossos dias aparelhos eletrônicos cada<br />

vez mais avançados intensificaram a comunicação,<br />

rompendo ainda mais as fronteiras<br />

geográficas. E outra vez o comportamento<br />

humano vive mudanças. Agora nas famílias<br />

cada membro possui seus próprios gadgets<br />

e a individualidade vem sendo valorizada.<br />

Vale refletir que a sociedade evolui na medida<br />

em que evoluem as nossas ferramentas, ou<br />

seja, de uma enxada a um microchip. Contudo,<br />

nem sempre a evolução pode ser vista<br />

como um passo para o melhor. Porém, cada<br />

passo garante o próximo, como por exemplo,<br />

para chegarmos ao desenvolvimento tecnológico<br />

da energia sustentável dos carros elétricos<br />

tivemos que passar por anos de carros<br />

a combustão.<br />

As ferramentas que estamos utilizando hoje<br />

proporcionam uma nova cultura e nova<br />

forma de interação entre as pessoas, porém<br />

ainda não houve tempo suficiente para ava-<br />

liar em profundidade o que construiremos a<br />

partir disso. Como o futuro do uso da ferramenta<br />

ainda não está compreendido totalmente,<br />

temos que pensar seriamente sobre o<br />

que estamos permitindo que nossas crianças<br />

vivam. Ao reconhecermos as ferramentas<br />

como extensões de nossos corpos, podemos<br />

afirmar que o martelo é extensão das mãos, o<br />

carro é extensão das pernas, o telefone é extensão<br />

da fala... e assim vai. Eu me questiono<br />

com que parâmetros oferecemos novas ferramentas<br />

aos nossos filhos se ainda não sabemos<br />

quais extensões atingirão?<br />

Opiniões se dividem quando surgem as discussões<br />

sobre o assunto. <strong>Mais</strong> importante<br />

do que assumir uma postura definitiva nesse<br />

momento é conhecer o que dizem os cientistas<br />

sociais, os educadores, os neurologistas e<br />

psicólogos. Dentre outros sugiro aqui a leitura<br />

de Zigmunt Bauman, sociólogo polonês<br />

de 86 anos, que tem uma opinião impactante<br />

sobre nossos dias.<br />

Regina Pundek - moradora da Granja Vianna, atua<br />

há 20 anos na área da Educação. Engenheira civil,<br />

psicopedagoga e escritora, sendo autora do livro<br />

“Acorda Alice”, mãe o que você está fazendo com<br />

seu filho. Há quatorze anos é Diretora da escola de<br />

Educação Infantil Kid’s Home. É mãe de três filhos,<br />

avó do João e do Pedro.<br />

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