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I 'INTERVIR NA CIDADE MONUMENTAL' - UTL Repository ...

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A <strong>CIDADE</strong> E A ÁGUA<br />

“(...) O rio está antes e depois da cidade, temporalmente e geograficamente. Corre através da cidade,<br />

e isto é a «imagem do tempo da história», a «imagem do tempo da natureza», um tempo em que<br />

passado, presente e futuro coexistem. Essa presença constante de um tempo que permanece sempre<br />

idêntico a si mesmo, o próprio rio, parece desvanecer a distância entra o antes e o depois da história<br />

encarnada nos objectos situados ao longo do rio. (...)”(GARCIA, 2009: 47)<br />

RIO, “(...) porta, chegada e partida... A despedida, o reencontro. A chegada da mercadoria. O<br />

encontro entre culturas. O lugar da saudade. A oportunidade da troca. Este é o lugar ribeirinho,<br />

central na vida da cidade portuária, um pilar da sua identidade.” (GARCIA, 2009: 13)<br />

A água sempre fez parte da vida das cidades, sendo muitas vezes, a causa da origem e<br />

desenvolvimento da própria urbe. Desde os tempos primórdios da humanidade, o ser humano teve a<br />

necessidade de se localizar perto dos rios pois estes eram fonte de alimento e fornecimento de água<br />

às populações, de protecção e acessibilidade. É um elemento essencial na vida do Homem, e o<br />

desenvolvimento de centros urbanos nas margens do rio deve-se à presença da água, um forte factor<br />

de comunicação, uma vez que permitia e facilitava as trocas comerciais e a determinação da<br />

permanência das populações neste mesmo local. A cidade, como afirma Spiro Kostof em The City<br />

assembled, é assim caracterizada em muito pela maneira como os sítios se encontram com a água,<br />

definindo a sua forma, bem como a sua identidade. O autor salienta ainda as leituras horizontais e<br />

verticais que se originam com o crescimento da cidade, provocadas pelas ruas que surgem<br />

paralelamente e perpendicularmente à água.<br />

De acordo com José Lamas existe três elementos que se inter-relacionam ao longo da história tanto<br />

da arquitectura, como do urbanismo como a própria cidade - paisagem, arquitectura e água. O<br />

mesmo afirma que na composição do território surge uma paisagem humanizada resultante da<br />

criação na arquitectura. “Neste território, a água tem um papel incontornável – fonte de vida, de<br />

irrigação, de alimento a plantas e animais, benesse da Natureza, mas também ameaça permanente.<br />

Por esta razão protagoniza complexos dispositivos de protecção e de defesa dos edifícios. Mas<br />

também se constitui como elemento de composição arquitectónica, propiciando momentos de<br />

arquitectura através do seu uso e aproveitamento.” (LAMAS, 2009: 13) Assim, a água surge como um<br />

dos elementos mais ameaçadores, mas também indispensáveis, despertando um desafio aquando da<br />

sua utilização e controlo.<br />

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