INTER-RELAÃÃO DA PERIODONTIA E OUTRAS ... - Revista Sobrape
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Braz J Periodontol - September 2012 - volume 22 - issue 03<br />
<strong>INTER</strong>-RELAÇÃO <strong>DA</strong> <strong>PERIODONTIA</strong> E <strong>OUTRAS</strong><br />
ESPECIALI<strong>DA</strong>DES ODONTOLÓGICAS – REVISÃO DE<br />
LITERATURA<br />
Interrelation between Periodontics and others dental specialties – Literature review<br />
Diana de Andrade Oliveira 1 , Kalita Nunes Oliveira 1 , Jéssica Lima Mendes 1 , Mariana de Jesus Santos 1 , Marília Cerqueira Ribeiro 1 ,<br />
Paula de Sant’Ana Amorim 1 , Viviane Coelho Dourado², Alex Correia Vieira², Luciano Cincurá Silva Santos².<br />
1<br />
Alunas do curso de graduação de Odontologia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Jequié – BA, Brasil.<br />
2<br />
Professores Assistentes do curso de graduação de Odontologia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Jequié – BA, Brasil.<br />
Recebimento: 12/07/12 - Correção: 06/08/12 - Aceite: 29/08/12<br />
RESUMO<br />
A Odontologia vem se desenvolvendo muito nos últimos anos e tem mostrado uma preocupação cada vez maior<br />
com a promoção da saúde do paciente, realização de diagnósticos mais corretos, atuação na prevenção e tratamentos<br />
mais modernos e efetivos priorizando a saúde e satisfação do paciente e segurança e conhecimento para o profissional.<br />
Este estudo, de natureza bibliográfica, tem como objetivo revisar a literatura de forma a elucidar a inter-relação entre<br />
a Periodontia e outras especialidades odontológicas, como a Prótese, a Ortodontia e a Dentística. O material empírico<br />
teve como base publicações oriundas de livros e artigos produzidos de 1989 a 2011, constou como base de dados<br />
o Scielo, LILACS e Bireme, utilizando os seguintes descritores: Dentística, Periodontia e Prótese Dentária. Conclui- se,<br />
portanto, que é fundamental a existência de uma parceria concreta e ativa entre as diversas áreas de especialidades<br />
odontológicas, em especial, com a Periodontia, já que esta representa a base do tratamento odontológico, por ser o<br />
alicerce de sustentação do dente ou do implante dentário.<br />
UNITERMOS: Periodontia, Ortodontia, Prótese Dentária, Dentística R Periodontia 2012; 22:25-29<br />
INTRODUÇÃO<br />
A Odontologia enquanto ciência tem apresentado<br />
grande desenvolvimento nos últimos anos, preocupada<br />
cada vez mais com a promoção da saúde do paciente,<br />
e proporcionando meios de diagnóstico, prevenção e<br />
tratamento de forma mais efetiva com a priorização de<br />
estudos e conhecimento. Sendo assim, torna-se importante<br />
a existência de uma parceria efetiva entre as diversas áreas<br />
de especialidades da Odontologia, em especial, com a<br />
Periodontia, já que esta representa a base do tratamento<br />
odontológico, por ser o alicerce de sustentação da unidade<br />
dentária ou do implante dentário (Mondelli et al., 1990; Lelis<br />
ET al, 2008).<br />
Deve existir, portanto, uma visão multidisciplinar, que<br />
observe o diagnóstico, prognóstico e plano de tratamento,<br />
para que o resultado tenha boa previsibilidade e atenda as<br />
expectativas estéticas e funcionais do paciente que será<br />
submetido ao tratamento de reabilitação oral (Greco et.al.,<br />
2007). Antes de iniciar qualquer tratamento odontológico,<br />
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é imprescindível que a doença periodontal seja tratada<br />
e eliminada com sucesso e que procedimentos feitos<br />
posteriormente, estejam de acordo com a biologia dos<br />
tecidos periodontais (Nery, 2009).<br />
O tratamento ortodôntico em pacientes com problemas<br />
periodontais tem exigido também uma cooperação<br />
interdisciplinar. A movimentação ortodôntica alcança<br />
resultados satisfatórios quando em presença de um<br />
periodonto sadio. Sequelas das doenças periodontais,<br />
como perda de inserção, migração patológica dos dentes<br />
e ausência de elementos dentários podem resultar em<br />
más-oclusões de difícil correção. Além disso, o tratamento<br />
ortodôntico inadequado em pacientes periodontais pode<br />
contribuir para futuro colapso dos tecidos de suporte<br />
periodontal (Foss, 2005).<br />
A combinação de forças ortodônticas, trauma oclusal<br />
e inflamação pode causar graves danos aos tecidos de<br />
suporte periodontal. Assim, um trabalho em conjunto entre<br />
ortodontista e periodontista deve ser iniciado e mantido<br />
ao longo do tratamento. Atualmente a cooperação entre<br />
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essas duas especialidades é estimulada por dispositivos de<br />
ancoragem que superam a dificuldade que a ortodontia<br />
tinha na ancoragem de pacientes periodontais, com perda<br />
de elemento dentário. Dessa forma, a inter-relação e o<br />
estudo entre periodontia e ortodontia torna-se cada vez mais<br />
frequente na Odontologia (Foss, 2005; Nery, 2009).<br />
O estreito relacionamento entre os procedimentos<br />
restauradores e a manutenção da saúde periodontal consiste<br />
no conhecimento da anatomia dental e periodontal bem<br />
como nos fatores que desencadeiam o processo degenerativo<br />
do periodonto. Dessa forma, a Dentística e a Periodontia<br />
estão intimamente relacionadas, de forma que em diversas<br />
situações tornam-se necessárias lançar mão de condutas<br />
periodontais prévias ao procedimento restaura dor, a fim de<br />
recompor as propriedades biológicas do periodonto (Cueva,<br />
2000; Pontoriero & Carnevale, 2001). Em um tratamento<br />
com a Prótese, é de fundamental importância a avaliação da<br />
necessidade da execução de procedimentos periodontais,<br />
antes e após os procedimentos clínicos. Isto porque existe uma<br />
condição clínica ideal para os pacientes que estão fazendo<br />
tratamento protético, tais quais, ausência de inflamação,<br />
presença de mucosa queratinizada e ausência de bolsa<br />
periodontal (Foss, 2005; Greco et.al., 2007).<br />
A integração entre as diversas especialidades<br />
odontológicas, o diagnóstico correto, e principalmente<br />
o suporte oferecido pela terapia periodontal, permite a<br />
obtenção de resultados mais previsíveis e satisfatórios para<br />
os profissionais envolvidos e para o paciente aumentando<br />
consideravelmente a chance de sucesso do tratamento<br />
(Zanetti et al., 2007). Esse trabalho tem como objetivo revisar a<br />
literatura a fim de elucidar qual a inter-relação existente entre<br />
a Periodontia e outras áreas odontológicas, como Prótese<br />
Dentária, Ortodontia e Dentística.<br />
REVISÃO DE LITERATURA E DISCUSSÃO<br />
A condição clínica ideal para a reabilitação dos pacientes<br />
com necessidades protéticas baseia-se na ausência de<br />
inflamação, presença de mucosa queratinizada e ausência de<br />
bolsa periodontal. Torna-se impossível executar corretamente<br />
os procedimentos clínicos, tais como, preparo, moldagem,<br />
prova de estrutura e principalmente a instalação definitiva de<br />
uma prótese quando o tecido gengival encontra-se inflamado,<br />
com presença de alterações de contorno gengival, aumento<br />
da profundidade do sulco gengival, mobilidade dentária,<br />
presença de sangramento e exsudato. Nessas condições o<br />
sucesso do tratamento não seria alcançado, abrindo espaço<br />
para a possível ocorrência da perda do trabalho executado<br />
e agravamento do quadro periodontal (Greco et al., 2007).<br />
Dentre todas as peças produzidas na Prótese, o pôntico,<br />
ou dente artificial, tem o seu desenho decretado pela estética,<br />
função, facilidade de limpeza, manutenção do tecido e<br />
conforto do paciente. Em uma prótese fixa, o pôntico deve<br />
ser biologicamente aceitável para os tecidos contíguos, de<br />
modo que impeça ou minimize a inflamação, preenchendo<br />
requisitos de rigidez, funcionalidade, durabilidade e estética<br />
com as suas superfícies convexas e lisas (Pinto & Neves, 2005).<br />
O desenho gengival do pôntico é de importância<br />
fundamental e depende da morfologia do rebordo, de sua<br />
largura e da localização da junção mucogengival. Mesmo que<br />
procedimentos cirúrgicos tenham melhorado a morfologia<br />
de rebordos deformados, áreas edêntulas não exibem uma<br />
morfologia apropriada e requerem uma variedade de modelos<br />
de pônticos (Pinto & Neves, 2005).<br />
Deve existir preocupação e atenção com os pacientes<br />
protéticos periodontais. Sendo assim, durante os exames<br />
clínico e radiográfico, é preciso observar a extensão do limite<br />
cervical do preparo, que deve sempre respeitar o limite do<br />
fundo do sulco gengival, para que não ocorra violação do<br />
epitélio juncional. É preconizado uma distância mínima de 2<br />
mm entre o término cervical do preparo e a crista óssea, para<br />
que este limite seja respeitado. O ideal é que o nível do limite<br />
cervical dos preparos seja localizado na região supragengival,<br />
o mais distante possível da gengiva marginal livre. Porém,<br />
muitas vezes esta localização é impossível (Greco et al., 2007).<br />
A necessidade de procedimentos periodontais deve ser<br />
avaliada antes, durante e depois de todos os procedimentos<br />
clínicos, pois o estabelecimento da saúde periodontal facilita<br />
os procedimentos reabilitadores. Uma visão multidisciplinar<br />
deve ser observada durante o diagnóstico, prognóstico e<br />
plano de tratamento, a fim de proporcionar um resultado<br />
que tenha boa previsibilidade e atenda as expectativas<br />
estéticas e funcionais do paciente que vai se submeter a um<br />
tratamento de reabilitação oral (Greco et al., 2007; Nery, 2009;<br />
Goyatá et al., 2009). O tratamento ortodôntico em pacientes<br />
com o periodonto reduzido tem exigido uma abordagem<br />
multidisciplinar, melhorando estética e funcionalmente as<br />
dentições que apresentam extrusões, espaços interdentais<br />
esteticamente desfavoráveis, ou ainda migração dentária<br />
patológica e maloclusões que agravam a condição<br />
periodontal (Foss, 2005; Carraro & Jimenez-Pellegrin, 2009). A<br />
atividade da placa bacteriana pode causar destruição do<br />
periodonto de sustentação, o que gera perda de equilíbrio<br />
entre o suporte periodontal e as forças que agem sobre os<br />
dentes, resultando em alterações de posição que podem<br />
comprometer tanto a estética quanto a oclusão (Carraro &<br />
Jimenez-Pellegrin, 2009).<br />
Devido ao risco de perda do suporte periodontal e injúrias<br />
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teciduais permanentes, a movimentação ortodôntica em<br />
pacientes com doença periodontal não tratada é contraindicado<br />
(Silva & Cirelli, 2004). O paciente com problemas periodontais,<br />
previamente ao tratamento ortodôntico, deve ser submetido<br />
à avaliação de um periodontista (Foss, 2005). Em presença<br />
de processo inflamatório, o tratamento periodontal deve ser<br />
realizado, devido ao fato que uma estrutura periodontal<br />
sadia é extremamente importante para a movimentação<br />
dentária, para que se obtenham resultados satisfatórios<br />
(Foss, 2005; Carraro & Jimenez-Pellegrin, 2009).<br />
O tratamento ortodôntico apresenta benefícios ao<br />
paciente periodontal, como a possibilidade de remodelação<br />
óssea alveolar; restabelecimento da função, e melhora no<br />
aspecto estético. Os principais riscos desse tratamento no<br />
paciente que foi acometido pela doença periodontal estão<br />
relacionados ao controle da higienização e à magnitude<br />
da força utilizada na movimentação (Carraro & Jimenez-<br />
Pellegrin, 2009).<br />
Alguns cuidados devem ser levados em consideração<br />
para esse tratamento: diagnóstico periodontal minucioso;<br />
todos os fatores da má oclusão devem ser eliminados;<br />
manutenção constante no controle da higiene bucal<br />
que deve ser realizada pelo paciente e supervisionada<br />
pelo profissional; deve existir espaço suficiente para a<br />
movimentação ortodôntica; evitar o posicionamento dos<br />
acessórios próximo à margem gengival; uso de forças leves;<br />
evitar movimentos extensos, restringindo-se à área onde<br />
a estética e/ou função devam ser melhoradas; depois da<br />
movimentação deve haver contenção (Foss, 2005; Carraro<br />
& Jimenez-Pellegrin, 2009). Para o tratamento ortodôntico<br />
de pacientes com periodonto reduzido, por obter melhor<br />
controle do movimento, indica-se o aparelho fixo. A<br />
possibilidade de realização do movimento ortodôntico<br />
está relacionada ao tipo de defeito ósseo, devendo ser<br />
planejado considerando esse critério (Carraro & Jimenez-<br />
Pellegrin, 2009).<br />
No tratamento de pacientes com perdas dentárias, a<br />
ortodontia necessita de ancoragem. Apesar da possibilidade<br />
de utilização de diversos métodos convencionais de<br />
ancoragem intra ou extrabucais, intra ou intermaxilares, a<br />
utilização de mini-implantes permite que se obtenha um<br />
sistema de ancoragem direta, simples, eficaz e com grande<br />
aplicabilidade clínica (Foss, 2005).<br />
O conhecimento básico das técnicas cirúrgicas<br />
periodontais, suas indicações e seus resultados, fazem-se<br />
necessários na elaboração de um planejamento multidisciplinar<br />
para maximizar a estética dentofacial (Mestrener & Komatsu,<br />
2002). O estabelecimento de uma harmonização do sorriso<br />
depende de procedimentos integrados, como o recontorno<br />
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gengival, restaurações estéticas, reanatomizações dentárias e<br />
colorações dentais (Holanda et al, 2006). As indicações para<br />
o alongamento da coroa clínica são: fratura subgengival,<br />
cáries subgengivais, perfuração endodôntica ou por núcleos<br />
intrarradiculares, reabsorção radicular, altura axial inadequada<br />
para a retenção da restauração, margem gengival desnivelada,<br />
coroas esteticamente curtas devido ao desgaste dos dentes e<br />
erupção passiva alterada. O tratamento estético de um sorriso<br />
gengival associado a dentes cromaticamente alterados deve<br />
incluir procedimentos periodontais para restabelecimento da<br />
saúde periodontal e da estética associados ao procedimento<br />
restaurador e/ou clareador necessário. Na maioria das vezes<br />
são feitos procedimentos cirúrgicos, seguido de uma espera<br />
para cicatrização dos tecidos e posterior reabilitação dentária<br />
(McNamara et al, 2008). O aumento de coroa estético pode<br />
ser considerado como um componente cirúrgico da terapia<br />
restauradora e estar inter-relacionado a procedimentos de<br />
clareamento dentário (Elerati et al, 2011).<br />
O biofilme é fortemente relacionado com o início e a<br />
progressão da doença periodontal – gengivite, periodontite.<br />
Portanto, quando há a presença de restaurações subgengivais,<br />
excessos ou falta de materiais restauradores, há a necessidade<br />
de intervenção do cirurgião-dentista a fim de eliminar estes<br />
fatores. Excesso pequeno pode ser removido, usando-se<br />
brocas, lixas e fitas de polimento, porém na maioria dos<br />
casos, é necessário substituir a restauração, dando atenção<br />
cuidadosa à forma e contorno do dente (Lelis et al, 2008).<br />
A relação saudável entre as restaurações e o periodonto<br />
é um fator almejado pelo profissional e pelo paciente. Mainieri<br />
et al (2004) salien taram também que as restaurações que<br />
apresentam desa justes oclusais ocasionam desarmonias<br />
funcionais e lesões aos tecidos periodontais subjacentes.<br />
Esses mesmos autores observa ram os seguintes detalhes<br />
causadores de placa e gengivites considerados como fatores<br />
iatrogênicos: extensão excessiva e extensão insuficiente dos<br />
bordos das restaurações dentárias; retenção de cimento<br />
dental abaixo da gengiva; penetração do bordo cervical de<br />
coroas abaixo da gengiva; restaurações impróprias quanto<br />
à anatomia das coroas na região de cristas marginais, bem<br />
como a inadequação das zonas de escoamento de alimen to,<br />
áreas de contatos, espaços interproximais, contorno das faces<br />
palatino-linguais e vestibulares.<br />
Os trabalhos restauradores que envolvem a área<br />
interproximal, os tecidos dentais e os periodontais sempre<br />
devem ser feitos levando-se em conta suas inter-relações<br />
para garantir um controle efetivo da placa bacteriana e<br />
manutenção de um estado permanente de saúde, garantindo<br />
a longevidade da restauração (Stoll & Novaes, 1997).<br />
As características superficiais dos materiais dentários,<br />
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assim como a rugosidade superficial, interferem na formação<br />
do biofilme e consequente retenção de placa bacteriana<br />
(Nagayassu et al, 2003).<br />
Quanto melhor for a lisura superficial de um trabalho<br />
restaurador menor será a sua capacidade de propiciar a<br />
retenção de placa bacteriana na superfície dentária. Há uma<br />
relação positiva entre restaurações dentárias, com falhas<br />
técnicas durante a confecção e determinados materiais com<br />
a retenção de placa e o fato desta vir a ocasionar alterações<br />
patológicas nos tecidos periodontais adjacentes (Santos,1994;<br />
Santos, 1996; Simon, 2000).<br />
A adequação do meio bucal previamente ao procedimento<br />
restaurador, incluindo profilaxia, raspagem e orientação de<br />
higiene bucal é de suma importância para a longevidade do<br />
tratamento, afinal a utilização de materiais adesivos requer<br />
um campo operatório com umidade controlada, assim como<br />
livre de contaminação (Furuse et al, 2007).<br />
Moraes et al (1998), Mainieri et al (2004), e Gusmão (2006)<br />
et al. verificaram que procedimentos odontológicos como o<br />
uso de grampos durante o isolamento absoluto, de discos<br />
e tiras de lixa mal utilizados, de modo a lacerar a gengiva,<br />
acarretam em inflamações geralmente transitórias, mas que<br />
podem ocasionar ao paciente um desconforto desnecessário.<br />
O sucesso da reabilitação oral pode ser adquirido<br />
considerando-se vários fatores, dentre eles, os princípios<br />
biológicos (respeito e contribuição à preservação, manutenção<br />
e nutrição dos tecidos gengivais saudáveis, adjacentes às<br />
restaurações e próteses dentárias); estéticos (dependendo<br />
de variáveis socioculturais); e mecânicos (adesão e retenção).<br />
A reabilitação oral não deve gerar o mínimo de possíveis<br />
agressões ao periodonto. Os preparos devem ser definidos<br />
e com margens acessíveis, permitindo ótima adaptação<br />
marginal, contornos adequados e fácil acesso à higienização.<br />
Todavia, muitas vezes as situações clínicas são adversas e<br />
os preparos são inadequados, numa posição mais apical em<br />
relação à gengiva marginal, com margens subgengivais que<br />
invadem o espaço biológico, beneficiando o desenvolvimento<br />
e evolução das doenças periodontais. Nesses casos as<br />
cirurgias ressectivas gengivais favorecem a adequada<br />
realização de procedimentos restauradores, restabelecendo as<br />
características anatômicas e relações ideais entre o periodonto<br />
de proteção (gengiva) e os dentes (Pedron et al, 2010).<br />
O sucesso da inter-relação entre Periodontia e<br />
procedimentos estéticos, assim como outras técnicas que<br />
interrelacionam dentística restauradora e periodontia, consiste<br />
em dois fatores: estética e saúde periodontal (Chiapinotto et<br />
al, 1989). Dessa forma, quando a Dentística Restauradora<br />
for atuar, o contorno gengival e saúde periodontal também<br />
devem ser considerados (Furuse et al, 2007; Henriques et al,<br />
2007). Devido à existência de particularidades e de técnicas<br />
específicas para cada tipo de cirurgia é fundamental que o<br />
profissional tenha habilidade e domínio dos conhecimentos<br />
básicos de cirurgia, das indicações e, principalmente, das<br />
técnicas para a realização dos procedimentos cirúrgicos, já que<br />
estes modificam a aparência dentofacial do paciente (Farias et<br />
al, 2009). A adequação prévia com raspagem ou intervenção<br />
cirúrgica periodontal é recomendada (Furus et al, 2011).<br />
CONCLUSÃO<br />
A integração entre as diversas especialidades da<br />
Odontologia aumenta consideravelmente a chance de<br />
sucesso do tratamento, já que possibilita a obtenção de<br />
resultados mais previsíveis e satisfatórios para os profissionais<br />
envolvidos e para o paciente. Para o sucesso da reabilitação<br />
protética, o controle da doença periodontal é fundamental,<br />
necessitando haver ausência de inflamação, presença de<br />
mucosa queratinizada e ausência de bolsa periodontal. A<br />
inter-relação entre a periodontia e a ortodontia é essencial<br />
para o restabelecimento de um periodonto sadio e de uma<br />
oclusão satisfatória. No contexto de um planejamento<br />
restaurador integrado é de suma importância o respeito à<br />
saúde periodontal e contorno gengival.<br />
ABSTRACT<br />
Dentistry has developed in recent years, and has shown<br />
an increasing concern with the promotion of health of the<br />
patient, performing more accurate diagnosis, prevention and<br />
treatment work in the most modern and effective prioritizing<br />
health and patient satisfaction and safety and knowledge for<br />
the professional. This study, bibliographic in nature, aims to<br />
review the literature in order to elucidate the interrelationship<br />
between periodontal and other dental specialties, such as<br />
Periodontics, Orthodontics and Dentistry. The empirical<br />
material is formed in publications from books and articles<br />
produced from 1989 to 2011, as a database comprised the<br />
LILACS, BIREME and SciELO, using the following keywords:<br />
Dentistry, Periodontics, Dental Prosthesis. We conclude,<br />
therefore, it is essential to have a concrete and active<br />
partnership between the various areas of dental specialties,<br />
in particular, Periodontics, as this represents the basis of<br />
dental treatment, to be the bedrock of support of the tooth<br />
or dental implant.<br />
UNITERMS: Periodontics, Orthodontics, Dental<br />
Prosthesis, Dentistry<br />
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Endereço para correspondência:<br />
Rua José Moreira Sobrinho, s/n – Jequiezinho<br />
CEP: 45200-000 – Jequié – Bahia – Brasil<br />
Tel: (73) 9157-7951<br />
E-mails: amalgama@terra.com.br; mariliaribeiro_2@hotmail.com<br />
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