INTER-RELAÃÃO DA PERIODONTIA E OUTRAS ... - Revista Sobrape
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Braz J Periodontol - September 2012 - volume 22 - issue 03 - 22(3):25-29<br />
teciduais permanentes, a movimentação ortodôntica em<br />
pacientes com doença periodontal não tratada é contraindicado<br />
(Silva & Cirelli, 2004). O paciente com problemas periodontais,<br />
previamente ao tratamento ortodôntico, deve ser submetido<br />
à avaliação de um periodontista (Foss, 2005). Em presença<br />
de processo inflamatório, o tratamento periodontal deve ser<br />
realizado, devido ao fato que uma estrutura periodontal<br />
sadia é extremamente importante para a movimentação<br />
dentária, para que se obtenham resultados satisfatórios<br />
(Foss, 2005; Carraro & Jimenez-Pellegrin, 2009).<br />
O tratamento ortodôntico apresenta benefícios ao<br />
paciente periodontal, como a possibilidade de remodelação<br />
óssea alveolar; restabelecimento da função, e melhora no<br />
aspecto estético. Os principais riscos desse tratamento no<br />
paciente que foi acometido pela doença periodontal estão<br />
relacionados ao controle da higienização e à magnitude<br />
da força utilizada na movimentação (Carraro & Jimenez-<br />
Pellegrin, 2009).<br />
Alguns cuidados devem ser levados em consideração<br />
para esse tratamento: diagnóstico periodontal minucioso;<br />
todos os fatores da má oclusão devem ser eliminados;<br />
manutenção constante no controle da higiene bucal<br />
que deve ser realizada pelo paciente e supervisionada<br />
pelo profissional; deve existir espaço suficiente para a<br />
movimentação ortodôntica; evitar o posicionamento dos<br />
acessórios próximo à margem gengival; uso de forças leves;<br />
evitar movimentos extensos, restringindo-se à área onde<br />
a estética e/ou função devam ser melhoradas; depois da<br />
movimentação deve haver contenção (Foss, 2005; Carraro<br />
& Jimenez-Pellegrin, 2009). Para o tratamento ortodôntico<br />
de pacientes com periodonto reduzido, por obter melhor<br />
controle do movimento, indica-se o aparelho fixo. A<br />
possibilidade de realização do movimento ortodôntico<br />
está relacionada ao tipo de defeito ósseo, devendo ser<br />
planejado considerando esse critério (Carraro & Jimenez-<br />
Pellegrin, 2009).<br />
No tratamento de pacientes com perdas dentárias, a<br />
ortodontia necessita de ancoragem. Apesar da possibilidade<br />
de utilização de diversos métodos convencionais de<br />
ancoragem intra ou extrabucais, intra ou intermaxilares, a<br />
utilização de mini-implantes permite que se obtenha um<br />
sistema de ancoragem direta, simples, eficaz e com grande<br />
aplicabilidade clínica (Foss, 2005).<br />
O conhecimento básico das técnicas cirúrgicas<br />
periodontais, suas indicações e seus resultados, fazem-se<br />
necessários na elaboração de um planejamento multidisciplinar<br />
para maximizar a estética dentofacial (Mestrener & Komatsu,<br />
2002). O estabelecimento de uma harmonização do sorriso<br />
depende de procedimentos integrados, como o recontorno<br />
An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393<br />
gengival, restaurações estéticas, reanatomizações dentárias e<br />
colorações dentais (Holanda et al, 2006). As indicações para<br />
o alongamento da coroa clínica são: fratura subgengival,<br />
cáries subgengivais, perfuração endodôntica ou por núcleos<br />
intrarradiculares, reabsorção radicular, altura axial inadequada<br />
para a retenção da restauração, margem gengival desnivelada,<br />
coroas esteticamente curtas devido ao desgaste dos dentes e<br />
erupção passiva alterada. O tratamento estético de um sorriso<br />
gengival associado a dentes cromaticamente alterados deve<br />
incluir procedimentos periodontais para restabelecimento da<br />
saúde periodontal e da estética associados ao procedimento<br />
restaurador e/ou clareador necessário. Na maioria das vezes<br />
são feitos procedimentos cirúrgicos, seguido de uma espera<br />
para cicatrização dos tecidos e posterior reabilitação dentária<br />
(McNamara et al, 2008). O aumento de coroa estético pode<br />
ser considerado como um componente cirúrgico da terapia<br />
restauradora e estar inter-relacionado a procedimentos de<br />
clareamento dentário (Elerati et al, 2011).<br />
O biofilme é fortemente relacionado com o início e a<br />
progressão da doença periodontal – gengivite, periodontite.<br />
Portanto, quando há a presença de restaurações subgengivais,<br />
excessos ou falta de materiais restauradores, há a necessidade<br />
de intervenção do cirurgião-dentista a fim de eliminar estes<br />
fatores. Excesso pequeno pode ser removido, usando-se<br />
brocas, lixas e fitas de polimento, porém na maioria dos<br />
casos, é necessário substituir a restauração, dando atenção<br />
cuidadosa à forma e contorno do dente (Lelis et al, 2008).<br />
A relação saudável entre as restaurações e o periodonto<br />
é um fator almejado pelo profissional e pelo paciente. Mainieri<br />
et al (2004) salien taram também que as restaurações que<br />
apresentam desa justes oclusais ocasionam desarmonias<br />
funcionais e lesões aos tecidos periodontais subjacentes.<br />
Esses mesmos autores observa ram os seguintes detalhes<br />
causadores de placa e gengivites considerados como fatores<br />
iatrogênicos: extensão excessiva e extensão insuficiente dos<br />
bordos das restaurações dentárias; retenção de cimento<br />
dental abaixo da gengiva; penetração do bordo cervical de<br />
coroas abaixo da gengiva; restaurações impróprias quanto<br />
à anatomia das coroas na região de cristas marginais, bem<br />
como a inadequação das zonas de escoamento de alimen to,<br />
áreas de contatos, espaços interproximais, contorno das faces<br />
palatino-linguais e vestibulares.<br />
Os trabalhos restauradores que envolvem a área<br />
interproximal, os tecidos dentais e os periodontais sempre<br />
devem ser feitos levando-se em conta suas inter-relações<br />
para garantir um controle efetivo da placa bacteriana e<br />
manutenção de um estado permanente de saúde, garantindo<br />
a longevidade da restauração (Stoll & Novaes, 1997).<br />
As características superficiais dos materiais dentários,<br />
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