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Distribuição transversal de cargas em ponte de concreto ... - SET

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Distribuição <strong>transversal</strong> <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> <strong>em</strong> <strong>ponte</strong> <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> protendido<br />

pré-moldada – avaliação da influência das transversinas com uso <strong>de</strong><br />

procedimentos da NBR 6118/2003, do LaDOTD e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

el<strong>em</strong>entos finitos sólidos<br />

Load distribution factors in a precast prestressed concrete bridge – a study of diaphragms<br />

influence using NBR 6118/2003 specifications, LaDOTD and a 3D full finite el<strong>em</strong>ent mo<strong>de</strong>l<br />

Márcio Costa Araújo (1); Steve C. S. Cai (2); Pedro Wellington G. N. Teixeira (3); Vanêssa<br />

Machado Neiva (4)<br />

Resumo<br />

(1) Mestre <strong>em</strong> Engenharia, Doutorando da LSU – Louisiana State University<br />

Department of Civil and Environmental Engineering<br />

<strong>em</strong>ail: marauj1@lsu.edu<br />

(2) Professor Doutor da LSU – Louisiana State University<br />

Department of Civil and Environmental Engineering<br />

(3) Professor Doutor da UFPI – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Piauí<br />

Centro <strong>de</strong> Tecnologia – Departamento <strong>de</strong> Estruturas<br />

e-mail: pedro-wellington@uol.com.br<br />

(4) Eng. Civil, Professora do ICF – Instituto Camillo Filho<br />

En<strong>de</strong>reço para correspondência<br />

Department of Civil and Environmental Engineering – Louisiana State University<br />

Baton Rouge, Louisiana, USA – 70803<br />

Este trabalho compara os fatores <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> para momentos calculados usando as<br />

prescrições para projeto <strong>de</strong> <strong>ponte</strong>s da AASHTO LRFD (1998) com AASHTO Standard (2002) e também<br />

resultados obtidos <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo tridimensional <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos finitos <strong>de</strong>senvolvidos com o software ANSYS<br />

7.1, para uma <strong>ponte</strong> reta <strong>em</strong> viga <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> pré-moldado protendido. Também são <strong>de</strong>terminados valores<br />

<strong>de</strong> esforços obtidos na mesma estrutura com uso das prescrições da NBR 6118/2003, para fins <strong>de</strong><br />

comparação e visando estabelecer critérios <strong>de</strong> cálculo. Finalmente, é feita uma discussão sobre os efeitos<br />

<strong>de</strong> transversinas intermediárias e seu impacto no processo construtivo <strong>de</strong> <strong>ponte</strong>s <strong>em</strong> vigas pré-moldadas<br />

protendidas. No estado da Louisiana (EUA), transversinas intermediárias e <strong>de</strong> apoio são recomendadas<br />

pelo Louisiana Department of Transportation and Development (LaDOTD) Bridge Design Manual (2003). As<br />

dimensões <strong>de</strong>sses el<strong>em</strong>entos usadas neste trabalho segu<strong>em</strong> as recomendações do manual do LaDOTD.<br />

Palavras-Chave: 1) <strong>ponte</strong>s; 2) pré-moldados; 3) <strong>concreto</strong> protendido


1. Introdução<br />

Pontes e viadutos rodoviários com superestrutura composta por longarinas<br />

pré-fabricadas <strong>em</strong> <strong>concreto</strong> protendido são provavelmente o sist<strong>em</strong>a mais utilizado<br />

atualmente como solução para projetos <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> arte especial com vãos entre 20m e<br />

60m. Normalmente as longarinas têm espaçamento <strong>transversal</strong> pequeno, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

200cm a 300cm, a fim <strong>de</strong> possibilitar a execução da laje <strong>de</strong> tabuleiro com espessura <strong>em</strong><br />

torno <strong>de</strong> 20cm a 25cm, com uso <strong>de</strong> pré-lajes <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> armado. A laje é um el<strong>em</strong>ento<br />

importante na distribuição <strong>transversal</strong> da caarga móvel e para realizar essa função po<strong>de</strong><br />

ser auxiliada por vigas transversais que receb<strong>em</strong>a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> transversinas e que<br />

po<strong>de</strong>m ocorrer nos apoios, sendo <strong>de</strong> chamadas <strong>de</strong> transversinas <strong>de</strong> apoio (TA), e ao<br />

longo do vão, sendo chamadas <strong>de</strong> transversinas intermediárias (TI).<br />

As transversinas têm sido largamente usadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início das construções<br />

<strong>de</strong> <strong>ponte</strong>s <strong>em</strong> <strong>concreto</strong> armado. A princípio, seu uso foi baseado <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rações e<br />

observações <strong>em</strong>píricas. Atualmente, a quantida<strong>de</strong> e o posicionamento das TIs é um<br />

assunto que v<strong>em</strong> recebendo atenção especial <strong>de</strong> engenheiros e pesquisadores <strong>em</strong> todo o<br />

mundo. De acordo com Araújo (2004), nos Estados Unidos, a controvérsia <strong>em</strong> torno do<br />

uso das TIs está relacionada a vários efeitos: sua influência efeito na distribuição das<br />

<strong>cargas</strong> e conseqüente redução dos momentos fletores nas vigas principais; o aumento do<br />

custo e do t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> construção; e efeitos relacionados aos danos causados no caso <strong>de</strong><br />

colisão <strong>de</strong> um veículo com excesso <strong>de</strong> altura sob um viaduto.<br />

O citado autor enfatiza que apesar <strong>de</strong> as TIs ter<strong>em</strong> sido eliminados <strong>em</strong> alguns<br />

estados, o uso das TAs é obrigatório <strong>em</strong> todos os 50 estados dos Estados Unidos da<br />

América, <strong>de</strong>vido a seu importante papel na distribuição das <strong>cargas</strong> e na manutenção da<br />

estabilida<strong>de</strong> das vigas durante a construção.<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transversinas intermediárias a ser usada po<strong>de</strong> ser uma<br />

dúvida, mas a tendência atual é se verificar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diminuir sua quantida<strong>de</strong>.<br />

Pontes projetadas há algumas décadas apresentavam número elevado <strong>de</strong>sses el<strong>em</strong>entos<br />

se comparados com projetos mais recentes.<br />

2<br />

Figura 1 – Ponte rodoviária sobre o Rio Parnaíba, <strong>em</strong> Teresina/PI, com vão <strong>de</strong> 120m e<br />

uso <strong>de</strong> longarinas protendidas pré-moldadas com 40m. Nesse caso foram usadas quatro<br />

transversinas intermediárias (TI) – Projeto <strong>de</strong> 1969.<br />

Neste estudo, são calculados os momentos fletores nas longarinas pré-


moldadas protendidas <strong>de</strong> uma <strong>ponte</strong> rodoviária com 25m <strong>de</strong> vão, <strong>de</strong> acordo com as<br />

prescrições da Norma Brasileira. Os valores encontrados são comparados com aqueles<br />

obtidos seguindo os procedimentos da AASHTO LRFD Bridge Designs Especifications, da<br />

AASHTO Standard e os obtidos com mo<strong>de</strong>lo tridimensional <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos finitos sólidos.<br />

3<br />

2. Revisão <strong>de</strong> Literatura<br />

Araújo (2004), apresenta os seguintes estudos relacionados ao assunto:<br />

o Cheung et al. (1986) afirma que pesquisadores anteriores discordavam<br />

não somente quanto à eficiência <strong>de</strong> transversinas intermediárias na<br />

distribuição lateral das <strong>cargas</strong> verticais móveis, mas também quanto à<br />

posição i<strong>de</strong>al das TIs.<br />

o Paul J. Barr et al. (2001) estudaram os fatores <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> <strong>cargas</strong><br />

móveis (que serão <strong>de</strong>nominados neste trabalho por LDF – load distribution<br />

factor) nas vigas principais <strong>de</strong> uma <strong>ponte</strong> <strong>em</strong> <strong>concreto</strong> protendido com três<br />

vãos <strong>de</strong> 80 ft, 137 ft e 80 ft e ângulo <strong>de</strong> esconsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 40 o. . Um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos finitos foi <strong>de</strong>senvolvido para avaliar os procedimentos <strong>de</strong><br />

distribuição <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> móveis indicados nas equações <strong>de</strong> AASHTO LRFD.<br />

Para ambas as vigas, internas e externas, a adição das TIs teve o menor<br />

efeito nos fatores <strong>de</strong> distribuição das <strong>cargas</strong> vivas entre as variáveis<br />

investigadas no estudo, concordando com Sithichaikas<strong>em</strong> e Gamble<br />

(1972). Para as vigas exteriores, a presença das TIs aumenta lev<strong>em</strong>ente<br />

os fatores <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> para pequenos ângulos <strong>de</strong><br />

esconsida<strong>de</strong>. De acordo com esse estudo, do ponto <strong>de</strong> vista estrutural, as<br />

maiores mudanças <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser creditadas à adição das TAs, enquanto<br />

quase nenhuma mudança nos LDFs <strong>de</strong>ve ocorrer <strong>de</strong>vido à adição das TIs.<br />

o Eamon e Nowak (2002) analisaram barreiras e passeios laterais e os<br />

efeitos das transversinas nos fatores <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> e na<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga, usando análise simplificada e por el<strong>em</strong>entos finitos.<br />

Eles encontraram que na maioria dos casos as transversinas faz<strong>em</strong><br />

pequena diferença, apesar <strong>de</strong> <strong>em</strong> alguns casos essa diferença ser maior<br />

que 13%;<br />

Após essa revisão <strong>de</strong> literatura, Araújo (2004) apresenta uma comparação<br />

entre os LDFs para momentos fletores calculados com os seguintes procedimentos:<br />

o as expressões da AASHTO LRFD Bridge Design Specifications (1998);<br />

o as expressões da AASHTO Standard (2002);<br />

o com uso <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo 3D <strong>em</strong> el<strong>em</strong>entos finitos;<br />

Tais estudos foram <strong>de</strong>senvolvidos para uma <strong>ponte</strong> com longarinas préfabricadas<br />

<strong>em</strong> <strong>concreto</strong> protendido, simplesmente apoiada, com 25 m <strong>de</strong> comprimento. As<br />

quantida<strong>de</strong> e as dimensões das transversinas utilizadas para esse estudo estão <strong>de</strong><br />

acordo com a prática corrente na Louisiana e <strong>em</strong> concordância com o LaDOTD Bridge<br />

Design Manual (2003).<br />

O fator <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> para momento <strong>de</strong> cada viga foi<br />

primeiramente calculado <strong>de</strong> acordo com AASHTO LRFD Bridge Design Especifications e<br />

com o AASHTO Standard Specifications. Depois disso, simulações numéricas foram feitas<br />

usando um mo<strong>de</strong>lo 3D <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos finitos usando o Ansys 7.1. As dimensões da <strong>ponte</strong><br />

analisada estão apresentadas na Fig. 2. A resistência à compressão do <strong>concreto</strong> é <strong>de</strong> 60<br />

Mpa para as vigas tipo “I” protendidas e 28 Mpa para o tabuleiro concretado no local. A<br />

análise conduzida com o Ansys 7.1 neste estudo foi elástica e linear, usando el<strong>em</strong>entos


do tipo Solid45. Este tipo <strong>de</strong> el<strong>em</strong>ento t<strong>em</strong> 8 nós com 3 graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> por nó<br />

(translação <strong>em</strong> x, y e z). O momento máximo foi obtido a 0,728m do ponto médio, abaixo<br />

da posição central do caminhão HS20 com carga <strong>de</strong> 145 KN. As posições <strong>de</strong><br />

carregamento usadas por Araújo (2004) estão apresentadas nas figuras a seguir.<br />

4<br />

Figura 2 –Dimensões da <strong>ponte</strong> e das longarinas estudadas por Araújo (2004).<br />

(a)<br />

(b)<br />

Figura 3 – Vista <strong>transversal</strong> do carregamento (a) para a longarina extr<strong>em</strong>a e (b) para a<br />

longarina central. (Araújo, 2004).


5<br />

Figura 4 –Vista longitudinal Carregamento (Araújo, 2004).<br />

Três casos diferentes foram analisados, cada um com duas condições <strong>de</strong><br />

carregamento, conforme a Figura 3. O Caso I correspon<strong>de</strong> à <strong>ponte</strong> s<strong>em</strong> nenhuma<br />

transversina. O Caso II simula a mesma <strong>ponte</strong> com a adição das TA. No Caso III, a <strong>ponte</strong><br />

é analisada usando as TA e uma TI. Os três casos <strong>de</strong>scritos foram analisados para 2<br />

faixas carregadas com um caminhão HS20, cada um causando o máximo momento nas<br />

vigas central e externa. Não foi consi<strong>de</strong>rado o efeito favorável das <strong>de</strong>fensas.<br />

5 a seguir.<br />

Os resultados encontrados por Araújo(2004) estão resumidos nas figuras 4 e<br />

Figura 4 – Fatores <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> carga para o carregamento sobre a longarina<br />

extr<strong>em</strong>a (Araújo, 2004)


6<br />

Figura 5 – Fatores <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> carga para o carregamento sobre a longarina central<br />

(Araújo, 2004)<br />

As principais conclusões <strong>de</strong> Araújo (2004) foram<br />

o Os valores dos LDFs obtidos a partir da AASHTO Standard foram maiores que os<br />

mesmos obtidos a partir do AASHTO LRFD, sendo 15,9% maiores para as vigas<br />

exteriores e 7,9% maiores para as vigas interiores, para ambos os carregamentos,<br />

interior e exterior.<br />

o Os resultados do AASHTO LRDF superam os resultados do Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> El<strong>em</strong>entos<br />

Finitos <strong>em</strong> 18,2% para o carregamento interior e 11,3% para o carregamento<br />

exterior. Esses resultados <strong>de</strong>monstram que as consi<strong>de</strong>rações da AASHTO LRDF<br />

estão <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma faixa aceitável.<br />

o A presença <strong>de</strong> TAs não produz alterações significativas nos máximos LDFs no<br />

caso 1, tanto para as vigas interiores quanto para as exteriores, e seus valores são<br />

0,5% e 0,4% respectivamente. Para o carregamento exterior, as mudanças foram<br />

<strong>de</strong> 3,2% e 5,3% para as vigas interior e exterior, respectivamente.<br />

o Maiores mudanças foram observadas com a adição da TI quando analisado o Caso<br />

II para o carregamento da viga central. A máxima alteração foi <strong>de</strong> 14,4% para as<br />

vigas interiores e 14,1% para as exteriores. Para o carregamento exterior essa<br />

diferença foi <strong>de</strong> 7,9% para a viga interior e <strong>de</strong> 9,4% para a viga exterior.<br />

o Com relação à eficiência da TI, os momentos finais <strong>de</strong> projeto gerados usando-se


os valores <strong>de</strong> LDF encontrados no Caso III po<strong>de</strong>riam ser igualmente maiores nas<br />

vigas exteriores b<strong>em</strong> como menores nas vigas interiores, portanto, o custo geral da<br />

construção <strong>de</strong> tais vigas seria relativamente o mesmo se não houvesse a<br />

transversina intermediária.<br />

3. Análise da estrutura seguindo as recomendaçãoes da Norma Brasileira<br />

Para fins <strong>de</strong> comparação, a mesma estrutura <strong>de</strong>scrita por Araújo (2004) foi<br />

analisada seguindo-se as recomendações da NBR 6118/2003. A metodologia utilizada foi<br />

a aprsentada por Pfeil (1985), tendo sido preparado um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> grelha no programa<br />

SAP2000, versão 6.13.<br />

Foram analisados seis casos <strong>de</strong> carregamento com carga unitária no meio do<br />

vão <strong>de</strong> cada longarina. Com isso foram traçadas as linhas <strong>de</strong> influência <strong>de</strong> reação na<br />

longarina extr<strong>em</strong>a e na longarina central. Determinou-se o tr<strong>em</strong>-tipo <strong>em</strong> cada longarina<br />

com o uso <strong>de</strong>ssas linhas <strong>de</strong> influência.<br />

Como a carga móvel utilizada no Brasil é diferente da utilizada nos EUA, a<br />

comparação foi feita a partir do momento fletor absorvido pela longarina específica <strong>em</strong><br />

relação ao momento total. O momento total foi calculado com toda a carga móvel<br />

consi<strong>de</strong>rada sobre o tabuleiro, para cálculo dos momentos <strong>em</strong> uma longarina específica,<br />

atuando sobre uma viga simplesmente apoiada <strong>de</strong> 25m <strong>de</strong> vão. Dessa maneira, os<br />

momentos totais foram aqueles apresentados na Tabela 1. Observa-se a gran<strong>de</strong><br />

discrepância entre os momentos utilizados segundo os procedimentos da AASHTO<br />

(Figura 4) e os utilizados segundo o procedimento da norma brasileira. Justifica-se a<br />

comparação final ter sido feita com as relações entre momento na viga e momento total.<br />

Tabela 1 – Momentos totais consi<strong>de</strong>rados neste trabalho<br />

PROCEDIMENTO<br />

MOMENTO TOTAL (kN.m)<br />

Viga externa<br />

Viga central<br />

CASO I CASO II CASO III CASO I CASO II CASO III<br />

AASHTO Standard 3266 3266 3266 3266 3266 3266<br />

AASHTO LRFD 3266 3266 3266 3266 3266 3266<br />

NBR 6118/2003 5130 5130 5700 6770 6770 7210<br />

Observação: Os momentos totais para uso dos procedimentos da AASHTO são s<strong>em</strong>pre os mesmos<br />

porque consi<strong>de</strong>rou-se s<strong>em</strong>pre o carregamento mostrado na Figura 4 – duas faixas <strong>de</strong> tráfego carregadas<br />

com o caminhão HS20.<br />

A contribuição da laje para a inércia da longarina foi levada <strong>em</strong> conta<br />

consi<strong>de</strong>rando-se uma largura colaborante igual ao espaçamento entre as longarinas. Para<br />

a longarina extr<strong>em</strong>a a largura colaborante resultou <strong>em</strong> 2,12m, ligeiramente inferior ao das<br />

longarinas centrais, que foi <strong>de</strong> 2,44m. Tal efeito não é consi<strong>de</strong>rado automaticamente no<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> grelha pois os eixos das lajes e das longarinas coinci<strong>de</strong>m. A transversina<br />

intermediária mesmo <strong>de</strong>sligada da laje foi consi<strong>de</strong>rada com uma largura colaborante<br />

fornecida pela laje.<br />

7


8<br />

Figura 6 – Visão geral do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> grelha elaborado com o programa SAP2000 (versão<br />

6.13) – as dimensões das transversinas seguiram o <strong>de</strong>scrito <strong>em</strong> Araújo (2004).<br />

Figura 7 – Esqu<strong>em</strong>a unifilar do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> grelha com 152 nós e 241 el<strong>em</strong>entos.


9<br />

Figura 8 – Deformada com carregamento na longarina externa<br />

Figura 9 – Deformada com carregamento na viga central


10<br />

L.I.R. na longarina 1<br />

Rij (%)<br />

0,80<br />

0,60<br />

0,40<br />

0,20<br />

0,00<br />

-0,20<br />

Caso 1<br />

Caso 2<br />

Caso 3<br />

Caso 4<br />

-0,40<br />

1 2 3 4 5 6<br />

Caso 1 0,66 0,30 0,08 0,00 -0,02 -0,02<br />

Caso 2 0,66 0,30 0,08 0,00 -0,02 -0,02<br />

Caso 3 0,56 0,34 0,17 0,05 -0,03 -0,09<br />

Caso 4 0,54 0,38 0,24 0,1 -0,05 -0,19<br />

Longarina<br />

Figura 10 – Linha <strong>de</strong> Influência <strong>de</strong> reação na longarina externa (o Caso 4 correspon<strong>de</strong> a<br />

consi<strong>de</strong>rar a transversina intermediária com inércia infinita e está apresentado apenas<br />

como ilustração).<br />

L.I.R. na longarina 3<br />

0,40<br />

0,35<br />

0,30<br />

Rij (%)<br />

0,25<br />

0,20<br />

0,15<br />

0,10<br />

0,05<br />

0,00<br />

Caso1<br />

Caso 2<br />

Caso 3<br />

Caso 4<br />

-0,05<br />

1 2 3 4 5 6<br />

Caso1 0,09 0,24 0,36 0,25 0,11 -0,01<br />

Caso 2 0,09 0,24 0,36 0,25 0,11 -0,01<br />

Caso 3 0,18 0,22 0,25 0,20 0,13 0,05<br />

Caso 4 0,24 0,21 0,18 0,15 0,12 0,1<br />

Longarina<br />

Figura 11 – Linha <strong>de</strong> Influência <strong>de</strong> reação na longarina central (o Caso 4 correspon<strong>de</strong> a<br />

consi<strong>de</strong>rar a transversina intermediária com inércia infinita e está apresentado apenas<br />

como ilustração).


4. Resultados obtidos<br />

Os resultados obtidos estão apresentados nas tabelas a seguir. A Tabela 2<br />

apresenta resultados obtidos com a aplicação das expressões da AASHTO <strong>em</strong><br />

comparação com os obtidos como o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> grelha elaborado <strong>de</strong> acordo com a NBR<br />

6118 e seguindo a metodologia proposta por Pfeil (1985). A Tabela 3 apresenta uma<br />

comparação entre os resultados obtidos com o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos finitos sólidos e o<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> grelha.<br />

Tabela 2 – Momento fletor atuante na longarina/momento fletor total.<br />

MODELO Longarina externa Longarina central<br />

AASHTO Standard 36% 36%<br />

AASHTO LRFD 32% 33%<br />

Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> grelha <strong>de</strong> acordo<br />

com a NBR 6118<br />

33% 19,5%<br />

Casos <strong>de</strong><br />

carregamento<br />

Tabela 3 – Momento fletor atuante na longarina/momento fletor total.<br />

Longarina externa<br />

Longarina central<br />

Mo<strong>de</strong>lo Sólido Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> grelha Mo<strong>de</strong>lo Sólido Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> grelha<br />

Caso I 27,5% 36% 27,5% 24%<br />

Caso II 26% 36% 27,5% 24%<br />

Caso III 29% 33% 22,5% 19,5%<br />

5. Conclusões<br />

Foi feita uma comparação entre os valores <strong>de</strong> momentos fletores a ser<strong>em</strong><br />

utilizados <strong>em</strong> projetos <strong>de</strong> <strong>ponte</strong>s rodoviárias com longarinas protendidas pré-moldadas<br />

obtidos com e s<strong>em</strong> o uso <strong>de</strong> tranversina intermediária. O objetivo principal foi verificar a<br />

influência <strong>de</strong>sses el<strong>em</strong>entos nos valores dos momentos nas longarinas. Foi consi<strong>de</strong>rado o<br />

caso <strong>de</strong> uma <strong>ponte</strong> com seis longarinas e vão simplesmente apoiado <strong>de</strong> 25m,<br />

aproveitando-se os resultados obtidos por Araújo (2004) para o mesmo ex<strong>em</strong>plo com uso<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos finitos sólidos e as prescrições do Código AASHTO.<br />

Com os critérios <strong>de</strong> cálculo da NBR 6118, adotando-se mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> grelha,<br />

observou-se que os valores da relação momento na longarina/momento total, calculados<br />

para a viga central são s<strong>em</strong>pre inferiores aos calculados com os procedimentos da<br />

AASHTO Standard, AASHTO LRFD e com os Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> El<strong>em</strong>entos Finitos Sólidos.<br />

Porém, vale l<strong>em</strong>brar que o momento total é diferente <strong>em</strong> cada caso, conforme po<strong>de</strong> ser<br />

visto na Tabela 1. Os mesmos valores referentes à longarina extr<strong>em</strong>a calculados com o<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> grelha e com os critérios da NBR 6118, por sua vez, são geralmente<br />

superiores aos calculados <strong>de</strong> acordo com os outros códigos, exceto para a AASHTO<br />

Standard, que se encontra <strong>em</strong> revisão.<br />

Pelos resultados obtidos, nota-se que com uso do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> grelha <strong>de</strong>scrito,<br />

a presença da transversina intermediária reduz os esforços tanto na longarina extr<strong>em</strong>a<br />

quanto na longarina central. O mesmo não ocorre com o mo<strong>de</strong>lo sólido, no qual se<br />

observa que a redução do momento na viga externa é acompanhada por aumento <strong>de</strong>sse<br />

esforço na viga central. Devido a isso, acredita-se que o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> grelha não permite<br />

simular a<strong>de</strong>quadamente a real influência da transversina interna na distribuição <strong>de</strong><br />

momentos fletores entre as longarinas.<br />

11


12<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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(10) LaDOTD Bridge Design Manual (2003)<br />

(11) Nilson, Arthur H. “Design of Prestressed Concrete” 2 a . ed. - Wiley<br />

(12) Pfeil, Walter. “Pontes <strong>em</strong> Concreto Armado” – 3 a . ed. – Rio <strong>de</strong> Janeiro: LTC - Livros<br />

Técnicos e Científicos Editora S.A., 1985.<br />

(13) Sithichaikas<strong>em</strong>, S. And Gamble, W. L. (1972). “Effetcs of diaphragms in bridges with<br />

prestressed concret I-section bridges.” Structural Research Series No. 383, Illinois<br />

Cooperative Highway Research Series No. 128, University of Illinois at Urbana-<br />

Champaign, Urbana, III.<br />

(14) Zokaie, T. (2000). “ASSHTO-LRDF Live Load Distribution Specifications.” Journal of<br />

Bridge Engineering, May 2000, pp. 131-138.

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