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a literatura de cordel no século XXI - XXVI Simpósio Nacional de ...

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Intencionalmente a revista documenta o estado da arte da <strong>literatura</strong> <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l.<br />

Pedro Costa produz um periódico que além <strong>de</strong> entreter o leitor, tem o objetivo <strong>de</strong><br />

registrar e <strong>de</strong> salvaguardar a Literatura <strong>de</strong> Cor<strong>de</strong>l. Seguindo o editorial, o poeta anuncia<br />

e <strong>de</strong>nuncia em versos a recente valorização do Cor<strong>de</strong>l que “embora sem cobertura [...]<br />

cresceu como cultura 19 ”. Pedro Costa ainda <strong>de</strong>dica alguns versos à crítica da valorização<br />

da socieda<strong>de</strong> brasileira pelos títulos e diplomas em <strong>de</strong>trimento do conhecimento e do<br />

talento. O poema é um manifesto. Publicados na primeira edição mensal da revista, os<br />

versos expressam as conquistas e as dificulda<strong>de</strong>s da Literatura <strong>de</strong> Cor<strong>de</strong>l na<br />

contemporaneida<strong>de</strong>.<br />

As três edições analisadas – a saber, números 62, 65 e 67 – apresentam a seguinte<br />

configuração, mantida até o presente: cinquenta por cento do conteúdo da revista é<br />

composto por cordéis, os outros cinquenta, textos <strong>de</strong> variada natureza.<br />

Dessa maneira, Pedro Costa preten<strong>de</strong> ampliar o interesse do público pela revista e<br />

por tanto, para o próprio cor<strong>de</strong>l.<br />

[...] ela mantém a temática e abre espaço para outras <strong>literatura</strong>s, a<br />

poesia sem rima, que chamada poesia branca, que outros chamam <strong>de</strong><br />

poesia mo<strong>de</strong>rna, é... sonetos, crônicas, contos históricos, é... às vezes<br />

tem temas... a pessoa quer prestar homenagem à alguém, tem o<br />

espaço, nós temos hoje até pastores escrevem pra revista, padres<br />

escrevem pra revista. Agora, as pessoas, às vezes perguntam por que<br />

que pastor mantém aquela página na De Repente. Como é que eu ia<br />

ser lido, a revista seria lida pelo evangélico? Precisava ter um tripé <strong>de</strong><br />

interesse, então a revista passou a ser lida pelos pastores, pelos<br />

evangélicos, porque tem um pastor lá. Aí o cara vai ler a página do<br />

pastor, mas termina lendo as outras 20 .<br />

O poeta vê com clareza as alternativas que utiliza para ampliar o público leitor <strong>de</strong><br />

sua revista e, portanto, do Cor<strong>de</strong>l. Diversificar os temas, as linguagens e até os autores<br />

são alternativas válidas. Quanto aos temas, a única restrição é quanto à propaganda<br />

política e o caráter <strong>no</strong>ticioso, o que segundo Pedro Costa, <strong>de</strong>svalorizaria a revista por<br />

torná-la <strong>de</strong>scartável com o tempo. Quanto às linguagens, utiliza-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a língua culta<br />

até a mais próxima da fala, além <strong>de</strong> uma ampla varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros <strong>de</strong> poesia e prosa.<br />

Além disso, escrevem para a revista poetas cor<strong>de</strong>listas <strong>de</strong> profissão, poetas amadores,<br />

médicos, professores, críticos literários e gramaticais, entre muitos outros colaboradores<br />

19 Ibi<strong>de</strong>m<br />

20 Ibi<strong>de</strong>m<br />

Anais do <strong>XXVI</strong> Simpósio <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> História – ANPUH • São Paulo, julho 2011 12

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