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29 BIENAL DE SÃO PAULO - Instituto Moreira Salles - Uol

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Grupo de alunos usa lupa como ferramenta de observação das fotografias, 2008<br />

Foto: Equipe educativo IMS<br />

Coleção: Acervo educativo IMS<br />

Grupo observa a exposição utilizando visores, 2009<br />

Foto: Equipe educativo IMS<br />

Coleção: Acervo educativo IMS<br />

Tópicos para reflexão<br />

Abaixo são propostos alguns tópicos para reflexão,<br />

seguidos não por respostas, mas por comentários que<br />

podem ajudar a desenvolvê-los.<br />

Que ações podem favorecer o acontecimento de uma<br />

experiência?<br />

Não é só com uma obra de arte ou dentro de uma exposição<br />

que é possível ter uma experiência. Ela pode acontecer em<br />

qualquer lugar e em qualquer situação: ao saborearmos<br />

uma sobremesa, ao observarmos pombos em uma praça, ao<br />

caminharmos pela rua. Só é preciso estar aberto, disposto<br />

a ser afetado pelas coisas. No caso das exposições, elas já<br />

possuem um tempo e um espaço protegidos do dia a dia,<br />

do caos e da correria das cidades. Mas como não é possível<br />

isolar-se completamente de tudo, pois nem sempre se<br />

consegue desligar do que é deixado de fora da exposição<br />

(tampouco é interessante que isso ocorra, pois tudo serve<br />

de material para as interlocuções entre o público e a obra), o<br />

educador deve estruturar o encontro de modo a permitir que<br />

o visitante usufrua dessa suspensão, e não só para que ele<br />

experiencie “as duas horas de visita que pareceram trinta<br />

minutos” ou “vista casaco em pleno verão porque no museu<br />

faz 17° C”, mas também para que possa estar em contato<br />

direto com as obras e experimentando os tempos e espaços<br />

que cada uma constrói.<br />

De que maneira posso tornar o contato com esta obra<br />

significativo? O que nesta obra pode ser desafiador para<br />

o grupo que vou atender? Que assuntos podem estar<br />

relacionados a esse trabalho? Que recursos e/ou ferramentas<br />

posso utilizar para instigar o interesse por esta obra?<br />

Tornar uma obra de arte significativa para um espectador<br />

é fazer com que ela ative sua memória e desperte sua imaginação.<br />

Algumas vezes, apenas sua forma já é o bastante<br />

para causar uma impressão profunda. Para uma pessoa<br />

de idade, por exemplo, ela pode ser marcante por remeter<br />

à sua infância, e para uma criança, por lhe parecer assustadora.<br />

Pensar sobre o que as leva a ter essas percepções<br />

potencializa seus significados. Além daqueles que amam ou<br />

odeiam uma obra à primeira vista, há quem só se envolva<br />

com ela por meio de um “detonador” de interesse, algo que<br />

desperte a sua atenção.<br />

A dinâmica da visita pode influenciar muito nesse<br />

sentido. Como já mencionado, ela deve estar adequada ao<br />

perfil do grupo para que as propostas sejam coerentes e os<br />

objetivos possam ser alcançados. Mas para que se torne<br />

significativa, ela precisa provocar um deslocamento no<br />

visitante, ou seja, precisa mexer com suas concepções, tirálo<br />

do lugar-comum. Trazer algo realmente desafiador para o<br />

grupo pode ajudar a mantê-lo interessado na proposta, mas<br />

não deve ser algo nem tão difícil que provoque desistência,<br />

nem tão fácil que desestimule a participação.<br />

A própria obra pode dar dicas de conteúdos potenciais,<br />

e ao pensá-los de forma expandida, podemos articulá-los<br />

com os mais diversos contextos, encontrando muitas vezes<br />

excelentes recursos e ferramentas para a desejada interação<br />

com o visitante. Frutas podem ajudar a discutir as formas de<br />

uma escultura, um barbante pode auxiliar na percepção das<br />

distâncias, fotos podem servir para explicar um processo de<br />

composição, entre outras infinitas possibilidades.<br />

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