2 - College and University Dialogue
2 - College and University Dialogue
2 - College and University Dialogue
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,<br />
DIALOGO<br />
u N v E R<br />
DIÁLOGO UNIVERSITÁRIO é um periódico publicado<br />
três vezes ao ano em quatro edições paralelas (Inglês,<br />
Francês, Português e Espanhol), sob o patrocínio da Comissão<br />
de Apoio a Universitários e Profissionais Adventistas<br />
(CAUP A), organismo da Associação Geral dos Adventistas<br />
do Sétimo Dia. Volume 2, Número 2.<br />
Copyright da CAUP A. Todos os direitos reservados.<br />
Parte alguma desta publicação deve ser reproduzida sem<br />
a prévia permissão âa CAUPA.<br />
DIÁLOGO UNIVERSITÁRIO afirma as crenças funs<br />
T . Á R o.<br />
damentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e apóia sua<br />
missão. Os pontos de vista publicados na revista, entretanto,<br />
representam o pensamento independente de seus<br />
autores.<br />
Correspondência sobre Circulação: Deve ser dirigida ao<br />
Representante Regional da CA UP A na região em que reside<br />
o leitor. Os nomes e endereços destes representantes<br />
encontram-se abaixo.<br />
Assinaturas: US$ 10 por ano (três números)_ Por bondade,<br />
recorra à página 35 para detalhes_<br />
COMISSÃO INTERNACIONAL<br />
Presidente: Calvin B. Rock<br />
Vice-Presidentes: George H. Akers e George Knowles<br />
Secretários: Israel Leito e Humberto M_ Rasi<br />
Membros: Graham Bingham, Clarence E. Bracebridge, Lorenzo<br />
Grant, Gordon Madgwick, Esther Knott, Ted Wick.<br />
EQUIPE EDITORIAL<br />
Editor: Humberto M. Rasi<br />
Editor Associado: Israel Leito<br />
Editor de Cópias: Beverly Rumble<br />
Assistente Editorial: Gerard Latchman -r<br />
Editores Internacionais: Bernard Sauvagnat (Francês), Rubens<br />
Lessa (Português), Julieta Rasi (Espanhol)_<br />
Correspondência Editorial: deve ser endereçada a 12501<br />
Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904, U. S. A. Telefone:<br />
(301) 680-5065. Fax: (301) 680-6090<br />
DIVISÃO ÁFRICA-OCEANO ÍNDICO<br />
Representante: Phénias Bahimba<br />
Endereço: Cidex 03 C 84, Riviera I, Abidjan, Costa do<br />
Marfim<br />
DIVISÃO DA ÁFRICA ORIENTAL<br />
ReJ)resentante: Tommy H. Nkung1!la<br />
Endereçq: H. G. 100, Highl<strong>and</strong>s, Harare, Zimbábue<br />
DIVISAO EURO-AFRICANA<br />
Representante: Pietro Copiz<br />
Endereçq: P. O. Box 219,3000 Berna 32, Suíça<br />
DIVISAO DO EXTREMO ORIENTE<br />
Representante: Jonathan Kuntaraf<br />
Endereço: 800 Thomson Road, Cingapura 1129, República<br />
de Cingapura<br />
DIVISAO INTERAMERICANA<br />
Representante: Alfredo Garcfa-Marenko e Herbert Fletcher<br />
Endereço: P. O. Box 140760, Miami, Florida 33114-0769,<br />
EUA<br />
DIVISÃO NORTE-AMERICANA<br />
Representantes: Gordon Madgwick e Ted Wick<br />
Endereço: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD<br />
20904, EUA.<br />
DIVISÃO DO SUL DO PACÍFICO<br />
Representantes: Gerald Clifford e Barry Gane<br />
Endereço: 148 Fox Valley Road, Wahroonga, NSW 2076,<br />
Austrália<br />
DIVISÃO SUL-AMERICANA<br />
Representantes: Roberto C. de Azevedo e José'Maria B.<br />
Silva<br />
Endereço.; Caixa Postal 12-2600, 70279 Brasília, DF, Brasil<br />
DIVISAO SUL-ASIÁTICA<br />
Representantt!s: Lowell C. Cooper e John M. Fowler<br />
Endereço: P. O. Box 2, HCF Hosur, Tamil Nadu, 635110<br />
Índia<br />
DIVISÃO TRANS-EUROPÉIA<br />
Representantes: James M. Huzzeye Orville Woolford<br />
Endereço: 191 St. Peter's Street, St. Albans, Herts.,<br />
ALlIEY. Grã-Bretanha<br />
UNIÃO AFRICANA DO SUL<br />
Representante: J. B. Yaze<br />
Ender#eço: P. O. Box 46061, Orange Grove 2119, Transvaal,<br />
Mrica do Sul<br />
UNIÃO DO ORIENTE MÉDIO<br />
Representante: Svein Johansen<br />
Ender~ço: P. O. Box 2043, Nicósia, Chipre<br />
UNIAO SUL-AFRICANA<br />
Representantes:' B. E. Sterley e Heather Tredoux<br />
Endereço: P. O. Box 468, Bloemfontein 9300, Orange<br />
Free State, África do Sul<br />
2 DIÁLOGO 2 - 1990
REPRESENTANTES LOCAIS<br />
ARGENTINA: Juan Carlos PriOl'a (Colégio Adventista deI Plata).<br />
BARBADOS: BradleyNiles(Univ. ofWestIndies). BRASIL:<br />
Clayton Rossi (Centro de Estudos Universitários de Brasflia).<br />
CHILE: Ricardo Abós-Padilla (Universidad de Chile - Concep-<br />
ción). REPúBLICA DOMINICANA: Claritza H. de Jiménez<br />
(Univ. Autónoma de Sto. Domingo). INGLATERRA: Michael<br />
Pearson (Newbold <strong>College</strong>). ITÁLIA: Raúl Posse (Instituto Adventista<br />
Villa Aurora). PÚLONIA: Zachariah Lyko (Christian<br />
Theological Academy). PORTO RICO: Marra Matilde Sim6n<br />
(Univ. de Puerto Rico-Mayagüez). ESPANHA: José L6pez (Colegio<br />
Adventista de Sagunto). TRINIDAD: Oliver Headley e Victor<br />
Graham (Univ. of the West Indies). ESTADOS UNIDOS: Dayton<br />
e Ivette Chong (Detroit, David Claridge (l'exas A & M Univ.).<br />
Jerry Connell (Michigan State Univ.), Bill Croftin (Univ. of Central<br />
Florida), George Gainer (Washington D. C. Metropolitan<br />
Area), Ramona Pérez Greek (Univ. of Alabama), Lourdes Morales<br />
Gudmundsson (Univ. oi Connecticut-Stanford), Joe Jeris (Univ.<br />
oi California-Irvine), Sharon Johnson (Carnegie-Mellon Univ.),<br />
Carol Lanfear (Central Michigan State Univ.), AI Mazat (Duke<br />
Univ.), Bernie Moinar (Florida), Lois Moore (noise State Univ.),<br />
Ron Pickell (Univ. of Tennessee-Knoxville), Bill Poole (Univ. oí<br />
Idaho), Esther Spielman e Wemer Staubenhaugen (ComeU<br />
Univ.), Tim Truby (Chicago State Univ.), Mark Weir (Univ. oí<br />
Washington, Seattle).<br />
Editorial ...................................................... 3<br />
Cartas ........................................................... 4<br />
Artigos em Destaque<br />
Criacionistas e Evolucionistas:<br />
Terreno Comum?<br />
L. J. Gibson .............................................. 5<br />
Sete Tendências Adventistas<br />
F. Donald Yost ......................................... 9<br />
Prevenindo a Tendência Secular<br />
Jon Paulien ............................................... 17<br />
Shalom!<br />
Clifford Goldstein ....................... ............. 20<br />
Perfis<br />
Anne-Marie Langvall Olsen<br />
Birthe Bayer ... .............. ................... ....... 23<br />
CONTEÚDO<br />
Ben Carson<br />
Penny Estes Wheeler ................ ~ ............. 25<br />
Logos<br />
Intimamente Seu<br />
Pat e Ted Wick .... .... ....... ............... ......... 27<br />
Em Ação :<br />
Divisão África-Oceano Indico<br />
Phénias Ballirriba ....................... .............. 29<br />
Livros ;<br />
Seeking a Sanctuary, Gary Ross ............. 30<br />
The Dis!ppointed, Joan Francis .............. 31<br />
Primeira Pessoa<br />
Sábado ou Faculdade de· Medicina?<br />
Katheleen H. Liwidjaja-Kuntaraf ............ 32<br />
Painel da Revista ~...... ......... .................... 34<br />
Dentro de exatamente dez anos estaremos começ<strong>and</strong>o<br />
o terceiro milênio da era cristã. Embora<br />
não conheçamos os detalhes do cronograma divino,<br />
duas coisas podem ser consideradas como certas: as<br />
mudanças se acelerarão enquanto nos aproximarmos<br />
do final deste século, e cada um de nós se verá na situação<br />
de desempenhar um papel decisivo nos marcantes<br />
eventos que conduzirão à segunda vinda de Cristo.<br />
Neste contexto incluímos um artigo de informações que<br />
esboça sete gr<strong>and</strong>es tendências observadas em nossa<br />
igreja, a partir das quais procuramos traçar um perfil<br />
tentativo do que será. nosso movimento mundial por volta<br />
do ano 2000. Existem sobejas razões para nos regozijarmos<br />
diante do que revelam os quadros e gráficos,<br />
assim como para nos sentirmos desafiados e sob o dever<br />
de orar - especialmente agora que estamos por<br />
lançar a Estratégia Global para a Missão Global.<br />
No presente número prosseguimos com nossa série<br />
sobre meios efetivos de aproximação aos membros dos<br />
vários grupos sociais e religiosos, com a mensagem do<br />
evangelho. Desta vez focalizamos os nossos conhecidos<br />
judeus, com os quais muitas vezes nos encontramos na<br />
vida acadêmica e profissional.<br />
Os leitores interessados no continuado debate entre<br />
Editorial<br />
criacionistas e evolucionistas certamente apreciarão<br />
nosso primeiro artigo, o qual oferece a visão ampla de<br />
um biólogo quanto a áreas de acordo e desacordo entre<br />
as duas perspectivas mencionadas.<br />
Crescente número de livros escritos por adventistas<br />
e acerca do adventismo têm sido publicados em vários<br />
idiomas e países. Por sugestão de vários leitores, inauguramos<br />
uma seção na qual são revistos criticamente<br />
aqueles livros suficientemente significativos como para<br />
merecer atenção. Por bondade, recomende-nos publicações<br />
recentes que, em sua opinião, devam ser analisadas<br />
em números futuros de DIÁLOGO.<br />
Para a sua informação, estamos também providenci<strong>and</strong>o<br />
um sumário dos principais argumentos alinhavados<br />
a favor e contra a ordenação de mulheres ao ministério<br />
adventista. Esse tópico está sendo debatido em<br />
vários círculos de nossa igreja e merece cuidadosa conside~o.<br />
DIÁLOGO deseja prosseguir oferecendo material de<br />
leitura que ajude você a melhor conhecer, viver e compartilhar<br />
sua fé enquanto desenvolve estudos avançados<br />
ou exerce a sua profissão. Também pretendemos<br />
manter nossa perspectiva internacional, procur<strong>and</strong>o<br />
engajar as melhores mentes adventistas ao redor do<br />
DIÁLOGO 2 - 1990 3
mundo. Esta é a razão pela qual apreciaríamos receber<br />
as suas sugestões quanto a assuntos que devam ser<br />
abordados e quanto a autores capazes de apresentá-los<br />
com sabedoria.<br />
Conforme você sabe, agora lhe é possível obter uma<br />
assinatura pessoal de DIALOGO, ou ainda patrocinála<br />
para aqueles que se beneficiariam com o seu conteúdo.<br />
Adicionalmente, tal como vários outros leitores,<br />
você pode oferecer uma contribuição que permitirá<br />
ao Comitê da CAUP A a expansão da circulação de nosso<br />
periópico e seu ministério. Veja as instruções à página<br />
34.<br />
Confiamos que você não apenas apreciará este nosso<br />
quarto mímero, como ainda avaliará cuidadosamente<br />
as idéias apresentadas e participará de nosso ativo<br />
DIÁLOGO global.<br />
Estes dias são extremamente animadores para os adventistas<br />
do sétimo dia!<br />
Os Editores<br />
CARTAS<br />
Diálogo Com Nossos Leitores<br />
Justamente o Que Necessitávamos<br />
Obrigado, obrigado, obrigado! Recebi recentemente o segundo<br />
exemplar de DIÁLOGO. Trata-se exatamente do tipo de revista<br />
que, imaginava eu, há tempo necessitávamos. Havendo crescido<br />
num lar adventista, somente freqüentei escolas da igreja durante<br />
os dois anos iniciais. Os demais, tive de passá-los em escolas<br />
públicas. Meu ano de calouro foi vivido na Universidade de<br />
IndIana, mas ali nada pude encontrar que me estimulasse espiritualmente.<br />
No ano seguinte decidi partir para a Universidade Andrews,<br />
onde me conservei ativo no programa Juventude Cristã<br />
em Ação, e mais tarde tornei-me estudante missionário em Guam.<br />
Depois de haver passado ali um ano, retornei à Andrews, caseime<br />
e obtive um título universitário em radiodifusão.<br />
Estou de volta a Guam para um período de serviço de dois anos<br />
como trainee em engenharia junto à Rádio Mundial Adventista<br />
Ásia. Minha esposa leciona na escola adventista local. Ao final<br />
do presente período, pensamos fixar-nos em Indianápolis, onde<br />
pretendo desenvolver um Mestrado em Engenharia Eletrõnica.<br />
Enquanto estudante na Universidade de Indiana em 1983, confessei<br />
a mim mesmo que, se alguma vez voltasse a uma universidade<br />
pública, tentaria alcançar, d(! ponto de vista missionário,<br />
aqueles que vivessem no campus. E por isso que estou tão interessado<br />
em DIÁLOGO e no grupo que a patrocina. Por bondade,<br />
coloquem-me na lista, assim como ao meu irmão, que se está gradu<strong>and</strong>o<br />
em Administração. Podem estar certos de que em breve,<br />
tornarei a manter contato com vocês, no sentido de tornar-me<br />
representante local. Esta publicação estará fazendo parte de minhas<br />
orações.<br />
Fórum de Idéias<br />
Alan Carlson<br />
Agat, GUAM<br />
Entre os jovens adventistas que freqüentam escolas superiores<br />
não-adventistas, existe urgente necessidade de um fórum onde<br />
possam eles al!resentar suas idéias e receber estímulo para o crescimento.<br />
Um fie nossos maiores problemas gira em torno da convicção<br />
da necessidade de Deus e de se aceitá-Lo. Considerações<br />
normativas à parte, o certo é que na sociedade de hoje as pessoas<br />
podem viver sem Deus. Assim, a juventude precisa sentir<br />
sua necessidade de Deus. Além disso, numa época em que tudo<br />
é questionado nas instituições seculares, a estrutura adventista<br />
prossegue estimul<strong>and</strong>o a fé, a tradição e a rigidez. Torna-se óbvio<br />
que algum destes elementos será rejeitado. Permito-me sugerir<br />
que, por parte de muitos jovens adventistas, a última é que<br />
será rejeitada. Portanto, se nossa igreja deseja conservar a sua<br />
juventude, estes e outros problemas similares requererão urgente<br />
atenção. DIÁLOGO representa um movimento inicial positivo neste<br />
aspecto.<br />
Andrew COX, <strong>University</strong> of Sysfney<br />
Bcmnells Bay, N. S. W., AUSTRALIA<br />
4 DIÁLOGO 2 • 1990<br />
Reforç<strong>and</strong>o o Comprometimento Com o Serviço<br />
Aprecio a preocupação de DIÁLOGO com os estudantes adventistas<br />
que freqüentarn universidades públicas. Minha filha dedicase<br />
a um estágio em psicologia social junto ao Veteran's Hospital<br />
enquanto completa o doutoramento junto à maior universidade<br />
do Noroeste (dos Estados Unidos). Ela me contou que durante<br />
todo o período de cinco anos de seus estudos doutorais, ninguém<br />
a contatou no sentido de participar de interesses da igreja. Por<br />
bondade, assegurem-se de ter seu nome e endereço em sua lista<br />
de remessa da revista. Desejo apoiar sua decisão de servir a Deus<br />
e Sua igreja.<br />
Joyce W. Hopp, Diretora da School of Allied<br />
Health Profissions Loma Linda <strong>University</strong>, Califórnia, EUA<br />
Abordem Assuntos Mais Práticos<br />
Pessoalmente, considero os tópicos incluídos em DIÁLOGO como<br />
extremamente relevantes à minha situação de estudante adventista<br />
numa universidade secular. Em adição aos artigos conceituais,<br />
permito-me sugerir que também sejam abordados tópicos<br />
práticos, tais como questões sociais (ir ao cinema, festas, danças)<br />
e formas práticas de compartilharmos nossa fé com colegas<br />
de classe descrentes.<br />
Dennis Roy Imperio, <strong>University</strong> of Philippines<br />
Pasay City, Metro Manüa, FILIPINAS<br />
Provê Orientação e Idéias<br />
Durante recente encontro de amigos na Michigan State <strong>University</strong>,<br />
focalizamos o tema "Questões em Ciência e Teol~gia" .<br />
Como parte do programa, distribuímos exemplares de DIALO<br />
GO aos muitos que compareceram. Isto fortaleceu o ministério<br />
da igreja e seu compromisso com os seus estudantes universitários.<br />
Eu próprio aprecio a revista e dela desfruto, uma vez que<br />
ela me provê orientação e idéias para o desenvolvimento de novos<br />
programas. Aguardo ansiosamente a chegada dos números<br />
futuros. ,<br />
Kimberely Ladd, Diretor Associado do Ministério<br />
do Campus Igreja da UniversidadelMichigan State <strong>University</strong><br />
East Lansing, Michigan, EUA<br />
Estímulo e Apoio<br />
Na qualidade de estudante de Medicina em escola pública, desejo<br />
congratular-me com vocês ~r pe!lsarem em nós e publi~rem<br />
um periódico de superior qualidade, como é o caso de DIA<br />
LOGO. Num tempo em que lutamos com persistentes críticas provindas<br />
tanto de fora quanto de dentro da igreja, sinto realmente<br />
o valor do estímulo e apoio espiritual que recebo da leitura dos<br />
artigos da revista. Por bondade, prossigam envi<strong>and</strong>o-a!<br />
Angel I. López Varela, Univ. Nacional de Nicarágua<br />
Le6n, NICARAGUA<br />
Questão de Interpretação<br />
O artigo de Wilma McClarty, "O Livro de Ester Como Literatura?"<br />
(DIÁLOGO voI. I, n~ 2) requer uma réplica. Num artigo<br />
que sob outros aspectos é excelente, ela violou o mais importante<br />
princrpio de exegese bfblica quanto de análise literária: o leitor<br />
deve deixar que o texto diga aquilo que tem a dizer. McCIarty<br />
reconhece que o livro de Ester não menciona o nome de Deus
e nem a atividade religiosa, e que esta ausência é significativa.<br />
Entretanto, ela não traça qualquer conclusão a partir deste importante<br />
fato. Da mesma forma, os perturbadores incidentes do<br />
texto são desculpados ao ela dizer que "não se relacionam com<br />
os temas do autor e tampouco são apresentados como modelo de<br />
conduta" (página 12). Talvez eu pudesse concordar com o "modelo<br />
de conduta" desta declaração, mas penso que o tema central<br />
do autor está aqui sendo evitado.<br />
Em Profetas e Reis, páginas 598 a 600, Ellen White provê o<br />
pano de mndo para a narrativa de Ester. Ela fala da maioria dos<br />
exilados como est<strong>and</strong>o satisfeitos em Babilõnia e desobedecendo<br />
o chamado divino para retornarem a sua terra natal. Por que estes<br />
eventos questionáveis se encontram em Ester? Porque as próprias<br />
personalidades são questionáveis. Por que Deus não é mencionado<br />
e as atividades religiosas são ignoradas? Porque o povo<br />
de Deus volvera as costas à Sua mensagem, preferindo uma vida<br />
confortável. No livro de Ester o Deus ignorado é misericordioso,<br />
mas as personalidades deveriam receber pouco louvor. °<br />
autor retrata a providência, mas não deseja associar o nome de<br />
Deus de modo intimo com as personalidades do livro.<br />
James E. Miller<br />
Madison, Wisconsin, EUA<br />
Dra. McClarty responde:<br />
Em meu artigo abordei o livro de Ester como pertencendo ao<br />
Cânone, e então utilizei as ferramentas da análise de narrativa<br />
literária como um auxílio heuristico para que o leitor veja no texto<br />
mais do que uma leitura superficial revela. Os seis elementos discutidos<br />
- enredo, personalidades, cenário, ponto de vista, estilo<br />
e temas - são meramente nomes dados àquilo que S6 encontra<br />
no texto.<br />
Quanto mais analisei a história de Ester, mais me convenci de<br />
que o autor utilizou um estilo engenhoso e hábil a fim de apoiar<br />
temas sublimes e religiosos, inclusive o tema da providência de<br />
Deus. Muitos eruditos brblicos e mesmo o nosso Bible Commentary<br />
enfatizam o tema. Li todos os verbetes que participam do<br />
Index de Ellen White no que diz respeito a Ester e, embora existam<br />
pouqwssimas citações, ela também apóia o tema da providência<br />
de Deus.<br />
Sob a perspectiva da análise total, a história de Ester, toma-se<br />
um microcosmo da Brblia como um todo - primeiro o Eden, depois<br />
a Queda, e então o Éden restaurado. Embora as personalidades<br />
sejam imperfeitas, ainda representam o povo de Deus, e<br />
é nisto que o autor do livro pretendeu que os leitores fixassem<br />
sua atenção - e não na pertUrbadora forma em que o livro trata<br />
da corte ou das práticas matrimoniais.<br />
Negar o uso das ferramentas da análise literária a fim de elucidar<br />
o texto, seria equivalente a negar a um botânico o uso do<br />
microscópio a fim de revelar a estrutura de uma planta!<br />
Inpressionado<br />
Wilma McClarty, Southem <strong>College</strong><br />
Collegdale, Tennessee, EUA<br />
Senti-me particularmente impressionado com a excelente apresentação<br />
do primeiro exemplar de DIÁLOGO, com a lucidez da<br />
maioria de seus artigos e com a maneira hábil através da qual<br />
tópicos intelectuais são abordados a partir de uma perspectiva<br />
espiritual. Jtecomendo que no futuro os artigos também focalizem<br />
a astronomia, um campo que se exp<strong>and</strong>e rapidamente e que<br />
intriga muitos cristãos brblicos.<br />
Coster Ncube, Univ. of Zimbábue<br />
Harare, ZIMBÁBUE<br />
Provê Respostas<br />
Havendo lido uma cópia da edição francesa de DIÁLOGO, desejo<br />
expressar minha satisfação por esta nova publicação. Ela oferece<br />
o necessário apoio a estudantes adventistas que estão obtendo<br />
estudos universitários e provê respostas a muitas das questões<br />
com as quais eles se defrontam. Sugiro que no futuro vocês<br />
abordem a questão do cristão e a poIrtica.<br />
Adelio Pellegrini<br />
R07YUl, IT ALIA<br />
As Questões Éticas<br />
Apreciei vossa ampla análise que apareceu em "Estratégia Adventista<br />
Global" e o esboço do objetivo da igreja em alcançar dois<br />
bilhões de indivíduos ainda não atingidos. No mesmo número,<br />
apreciei o perfil de Rut Alonso Cardona - uma irmã de profis·<br />
são que muito gostaria de conhecer, uma vez que minha famrIia<br />
também possui rafzes no País Basco da Espanha.<br />
Estudantes adventistas que freqüentam faculdades e universidades<br />
na área de Sacramento, efetivamente apreciaram DIÁ<br />
LOGO, embora eu tema que, pelo fato de esta comunidade haver<br />
atingido 365 pessoas, muitas ainda não estejam em vossa lista.<br />
Alguns de nós estamos muito interessados em bioética, assim como<br />
em ética comercial e profissional. Num tempo em que os cristãos<br />
estão sendo fortemente influenciados pelos valQres seculares,<br />
seria útil tratar mais uma vez do tema em DIALOGO.<br />
Michael Angelo Saucedo, Escritório do Procurador Geral<br />
Davis, Calif6rnia, EUA<br />
Resistir a Qualquer Pressão por Mudança<br />
Recebi recentemente os dois primeiros números de DIÁLOGO<br />
e desejo ~decer-Ihes o haverem colocado meu nome na lista<br />
de enVIo do periódico. Aplaudo de coração o esforço da igreja em<br />
servir este segmento de seus membros, que por tempo excessivamente<br />
longo têm sido negligenciados.<br />
Embora eu me sinta cético quanto a que se permita o prosseguimento<br />
do atual formato, onde se concede a apresentação de<br />
variados pontos de vista - e isto tão logo sejam de conhecimento<br />
amplo as notícias quanto à existência de DIÁLOGO - insisto<br />
em que o Comitê de Apoio ao Universitário e Profissional Adventista<br />
ofereça resistência a qualquer pressão por mudança. Nós,<br />
nos meios acadêmicos seculares, valorizamos o pensamento crítico,<br />
que é a única forma pela qual se pode levar a efeito avaliações<br />
abertas e sinceras destas várias perspectivas.<br />
Mike Seaman, Univ. of Wisconsin<br />
Madison, Wisconsin, EUA<br />
Criacionistas e Evolucionistas:<br />
Terreno Comum?<br />
Criacionistas e evolucionistas<br />
vêem o mundo a partir de<br />
perspectivas diferentes. Por vezes<br />
estas diferenças têm sido debatidas<br />
de forma tão acrimoniosa,<br />
que alguém poderia chegar a<br />
perguntar-se se os dois lados te-<br />
L. J. Gibson<br />
riam um único ponto a respeito<br />
do qual concordar. Contudo, a<br />
identificação de áreas de acordo<br />
e discordância é capaz de clarificar<br />
as questões envolvidas no debate.<br />
A questão central diz respeito<br />
à diversidade de organis-<br />
mos vivos. Acham-se todas as espécies<br />
relacionadas através de<br />
ancestralidade comum - conforme<br />
propõem os evolucionistas -<br />
ou muitas delas foram independentemente<br />
criadas em suas linhagens?<br />
Os criacionistas bíblicos<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
5
aceitam o relato da criação apresentado<br />
em Gênesis, com a sua<br />
diversidade, como sendo historicamente<br />
fidedigno, a despeito da<br />
falta de detalhes.<br />
Uma vez que a criação bíblica<br />
envolve a atividade de Deus, faz<br />
ela parte de uma mundivisão religiosa.<br />
Como resultado, as implicações<br />
religiosas do criacionismo<br />
aumentam gr<strong>and</strong>emente a intensidade<br />
do debate entre criacionistas<br />
e evolucionistas.<br />
Evolução ou Mudança?<br />
Na discussão das origens, é<br />
muitas vezes utilizado o termo<br />
evolução. Infelizmente, diferentes<br />
significados do termo podem<br />
causar confusão quanto ao efetivo<br />
objeto que está sendo discutido.<br />
1 Em diferentes contextos,<br />
evolução significa mudanças em<br />
moléculas, em morfologia e em<br />
complexidade. A avaliação do<br />
apoio a cada um destes significados<br />
pode ajudar a identificar as<br />
bases do desacordo quanto à validade<br />
da evolução.<br />
Evolução Como Mundança nas<br />
Freqüências dos Genes. Num<br />
sentido simplificado, evolução<br />
significa mudança, e qualquer<br />
mudança pode ser considerada<br />
evolução. De acordo com uma definição<br />
amplamente utilizada,<br />
evolução é a mudança na freqüência<br />
de vários genes dentro<br />
de uma população.2 Uma vez<br />
que estas alterações foram observadas,3<br />
esse tipo de evolução<br />
certamente ocorre. Entretanto,<br />
flutuações nas freqüências de genes<br />
por si só não explicam as mudanças<br />
nas espécies, 4 e a evolução<br />
exibida neste sentido é trivial.<br />
Em conformidade com este<br />
fato, esta definição de evolução<br />
tem sido em gr<strong>and</strong>e medida<br />
ab<strong>and</strong>onada.<br />
Evolução Como Mudança em<br />
Moléculas. Criaturas individuais<br />
dentro de uma população apresentam<br />
variações moleculares de<br />
menor ordem; por exemplo, diferentes<br />
seqüências de aminoácidos.<br />
As mutações provavelmente<br />
causaram a maioria destas diferenças,<br />
embora alguma variação<br />
molecular possivelmente<br />
existisse em cada espécie, em<br />
6<br />
suas origens. Comparações de diferentes<br />
espécies revelam maiores<br />
diferenças moleculares. O<br />
termo evolução é comumente<br />
usado como referência ao grau de<br />
variação entre moléculas similares<br />
em diferentes populações ou<br />
espécies. 6<br />
As mundanças em moléculas<br />
efetivamente ocorrem, e têm sido<br />
detectadas experimentalmente.<br />
Entretanto, na verdade não<br />
se pode igualar estas alterações<br />
com evolução. Meras mudanças<br />
em seqüências de moléculas similares<br />
não explicam a diversidade<br />
de organismos vivos. A relação<br />
entre seqüências moleculares e<br />
diferentes morfologias, é obscura.<br />
A comparação de seqüências<br />
cujas funções são desconhecidas,<br />
tais como similaridades gerais no<br />
DNA, {)roduz dados cujo significado<br />
é Igualmente desconhecido.<br />
Diferenças entre espécies certamente<br />
resultam de algo mais que<br />
apenas diferenças nas seqüências<br />
de aminoácidos em moléculas de<br />
hemoglobina ou na seqüência de<br />
nucleotídeos no RNA ribossômico.<br />
6 Embora o termo evolução<br />
possa ser usado para descrever<br />
os efeitos das mutações, variação<br />
seria um termo descritivamente<br />
mais apropriado.<br />
Evolução Como Mudanças<br />
Morfológicas. Diferenças morfológicas<br />
na separação das várias<br />
espécies dentro de um gênero,<br />
podem ser semelhantes a variações<br />
dentro de espécies particulares.<br />
Mas as espécies em diferentes<br />
gêneros tipicamente possuem<br />
diferentes formas. 7 A forma<br />
do corpo reflete os tipos' e<br />
proporções das partes do corpo e<br />
seu arranjo relativo'l
micas podem explicar a diversidade<br />
dentro de certos grupos<br />
bem definidos de mamíferos. No<br />
tempo presente, todavia, a evidência<br />
não apóia adequadamente<br />
a evolução como causa de modificação<br />
do plano do corpo, e os<br />
criacionistas tendem a rejeitar a<br />
possibilidade de que isso possa<br />
ocorrer. Uma vez que os cientistas<br />
conhecem muito pouco sobre<br />
como a morfologia é produzida,<br />
ninguém deveria ser demasiado<br />
dogmático a este respeito. Pesquisa<br />
adicional poderá clarificar<br />
a genética do desenvolvimento, e<br />
poderão ser descobertos novos<br />
mecanismos de mudança. II Entretanto,<br />
o ônus das provas cabe<br />
àqueles que afirmam serem possíveis<br />
tais mudanças.<br />
Evolução Como Incremento<br />
em Complexidade. A teoria geraI<br />
da evolução sustenta que a vida<br />
iniciou com formas simples<br />
que se diversificaram, tom<strong>and</strong>ose<br />
crescentemente complexas ao<br />
longo do tempo. Todos os anteriores<br />
processos evolucionários,<br />
tomados em conjunto, não explicariam<br />
como a atuaI diversidade<br />
orgânica teria resultado de ancestrais<br />
simples. A teoria geral<br />
da evolução requer outra espécie<br />
de mudança: aumentos de complexidade<br />
result<strong>and</strong>o do desenvolvimento<br />
de novos genes, órgãçs<br />
e sistemas.<br />
E implausível esperar que um<br />
novo gene apareça de novo (isto<br />
é, onde antes não existia). A hipótese<br />
da duplicação do gene propõe<br />
que um gene duplicado pode<br />
sofrer mutação, uma vez que outras<br />
cópias do gene proverão materiais<br />
necessários ao funcionamento<br />
celular. 12 Mas as mutações<br />
parecem um meio improvável<br />
de produção de novas informações.<br />
Ao passo que a maioria<br />
das mutações podem ser aproximadamente<br />
neutras, aquelas que<br />
produzem efeitos visíVE}is são<br />
quase sempre danosas. E difícil<br />
ver como as mutações que exercem<br />
efeitos desprezíveis ou danosos<br />
possam explicar a origem da<br />
diversidade.<br />
A regulação de um novo gene<br />
e sua integração ao conjunto de<br />
atividades de outros genes, ~presenta<br />
novos problemas. Mutações<br />
aleatórias com muito maior<br />
probabilidade afetaria de modo<br />
negativo tanto a seqüência regulatória<br />
quanto o próprio gene estrutural,<br />
produzindo um "pseudogene"<br />
inativo. A explicação da<br />
produção de novos genes constitui<br />
um problema muitíssimo difícil<br />
para os evolucionistas. 13<br />
Mesmo que um novo gene possa<br />
aparecer, isto não eXplicaria<br />
plenamente a origem da diversidade.<br />
De modo simultâneo, novos<br />
tipos de porções do corpo precisam<br />
de alguma forma ser criados<br />
e integrados ao organismo funcionante.<br />
14 Os órgãos são complexos,<br />
tanto estry.tural quanto<br />
geneticamente. E improvável<br />
que surjam repentinamente, num<br />
único passo. Da mesma forma,<br />
novos órgãos provavelmente não<br />
surgiriam em estágios. De que<br />
utilidade seria uma asa parcialmente<br />
desenvolvida, ou dois terços<br />
de um olho?<br />
Adicionalmente, um órgão necessita<br />
não a~nas ser funcional,<br />
como ainda mtegrado a outros<br />
sistemas orgânicos. Isto requereria<br />
modificações dos outros siste-<br />
-mas orgânicos, e não poderia ser<br />
alcançado mediante qualquer mecanismo<br />
conhecido. O desenvolvimento<br />
de um novo órgão e a<br />
coordenação com outras partes<br />
do corpo não poderiam ser obtidos<br />
por qualquer mecanismo conhecido.<br />
Os criacionistas possuem<br />
razoável base teórica e empírica<br />
para rejeitar a evolução como<br />
meio de incremento da complexidade<br />
dos organismos vivos.<br />
Áreas de Acordo e<br />
Discordlncla<br />
Diante de todos estes pontos de<br />
discordância, seria possível algum<br />
grau de acordo entre criacionistas<br />
e evolucionistas no tocante<br />
às mudanças nas espécies?<br />
A resposta é SIM. Variações moleculares<br />
podem ser observadas.<br />
Um mecanismo conhecido pode<br />
ser responsabilizado por tais variações,<br />
e mudanças podem ser<br />
detectadas experimentalmente.<br />
Ai:, variações morfológicas dentro<br />
das espécies podem ser observadas.<br />
Embora os mecanismos ~enéticos<br />
por detrás destas VarIa-<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
ções possam ser desconhecidos,<br />
novas variedades morfológicas<br />
têm sido produzidas. Tais tipos<br />
de mudanças produzem variações<br />
suficientes para justificar a classificação<br />
em diferentes gêneros,<br />
pelo menos no que diz respeito a<br />
cães. Tais mudanças poderiam<br />
facilmente produzir um aumento<br />
no número de espécies dentro de<br />
um grupo natural. Desta forma,<br />
mudanças em espécies contribuem<br />
para a diversidade de organismos<br />
vivos. Tanto criacionistas<br />
quanto evolucionistas podem concordar<br />
quanto a estes pontos.<br />
Evolucionistas asseguram que<br />
todas as espécies se encontram<br />
vinculadas através de ancestralidade<br />
comum. Tal afirmativa não<br />
apenas ultrapassa as evidências<br />
disponíveis, como ainda contradiz<br />
muitas delas, tanto do ponto de<br />
vista teórico quanto empírico.<br />
Assumir uma ancestralidade comum<br />
para todos os organismos<br />
representa uma fraca base para<br />
se esboçar conclusões contrárias<br />
aos dados disponíveis.<br />
Dois tipos de evidências empíricas<br />
contradizem a teoria da ancestralidade<br />
comum. Em primeiro<br />
lugar, a seleção experimental<br />
confirma que existem limites à<br />
mudança ~enética. As mudanças<br />
nas espéCIes podem ser produzidas,<br />
mas constituem meramente<br />
variações. Nenhum incremento<br />
em complexidade tem sido observado.<br />
Esta observação provê<br />
uma boa explanação para as lacunas<br />
entre grupos naturais de<br />
espécies. Mais evidência contra a<br />
ancestralidade comum é encontrada<br />
no registro fóssil. 16 Fósseis<br />
e espécies vivas não podem<br />
ser arranjadas num contínuo.<br />
Elas ocorrem em grupos naturais<br />
separados por lacunas. Alguns<br />
cientistas pensam que as lacunas<br />
indicam que as alterações morfológicas<br />
ocorrem em rápidos saltos<br />
ou esforços vigorosos ("equilíbrio<br />
pontuado").16 Isto pode ser<br />
verdade no caso de variações menores.<br />
17 Entretanto, não explica<br />
por que as lacunas se tornam<br />
maiores qu<strong>and</strong>o a pessoa observa<br />
níveis mais elevados da hierarquia<br />
taxonômica. 18 Acima do nível<br />
de família parece que existem<br />
muitas linhagens independentes.<br />
7
Finalmente, existem razões<br />
teóricas para se rejeitar a ancestralidade<br />
comum para todos os<br />
organismos. Ninguém jamais observou<br />
um aumento espontâneo<br />
na complexidade dos organismos<br />
vivos. Pelo contrário, as observações<br />
sugerem que as estruturas<br />
tendem a degenerar, a menos<br />
que sejam essenciais à sobrevivência.<br />
Exemplos incluem perdas<br />
degenerativas por organismos<br />
cegos que vivem em cavernas,<br />
pássaros incapazes de voar em<br />
ambientes desprovidos de predadores<br />
e lagartos desprovidos de<br />
pernas, vivendo em cavernas. Se<br />
a complexidade crescente foi a<br />
norma, os cientistas não deveriam<br />
ter tido que asegurar a seleção<br />
natural a fim de mantêla.<br />
19 A teoria geral da evolução<br />
não é apenas inconsistente com<br />
a evidência empírica, como é<br />
também teoricamente implausível.<br />
Finalmente, existem razões<br />
teóricas para se rejeitar a ancestralidade<br />
comum de todos os organismos.<br />
Deus e a Evolução<br />
A evidência contra a complexidade<br />
que se origina através de estritos<br />
processos naturais é bastante<br />
forte, conforme brevemente<br />
resumido acima. Muitos cientistas<br />
reconhecem as evidências<br />
contra a teoria geral da evolução,<br />
e ainda assim crêem que todas as<br />
espécies devem estar relacionadas<br />
através de ancestralidade comum.<br />
Alguns sugerem que Deus<br />
opera através de processos naturais<br />
a fim de fazer com que os organismos<br />
vivos se tornem mais<br />
complexos. Utiliz<strong>and</strong>o esta linha<br />
de raciocínio, Deus é o Criador,<br />
e a evolução é o processo através<br />
do qual Ele criou. Entretanto, esta<br />
teoria, conhecida como evolução<br />
teísta, apresenta alguns problemas<br />
insolúveis.<br />
A teoria da evolução teísta é inconsistente<br />
com as evidências<br />
científicas. As lacunas entre espécies<br />
vivas e fósseis tendem a<br />
funcionar como prova contrária<br />
à continuidade na evolução, independente<br />
de haver esta ocorrido<br />
rlaturalmente ou por intervenção<br />
div ina. Adicionalmente, os pro-<br />
8<br />
cessos naturais tendem à aleatoriedade.<br />
Se os processos naturais<br />
são o método de criação de Deus,<br />
deve-se concluir que Deus permite<br />
que as coisas aconteçam em<br />
sentido degenerativo, em vez de<br />
melhorá-las.<br />
A evolução teísta é também inconsistente<br />
com o caráter de<br />
Deus, conforme descrito na Bíblia.<br />
A veracidade de Deus é desafiada<br />
pela evolução teísta. O<br />
próprio Deus declara que produziu<br />
uma criação completa em seis<br />
dias. 20 A evolução teísta contradiz<br />
diretamente esta declaração.<br />
A Bíblia também revela que Deus<br />
Se opõe à morte e Seu plano final<br />
é eliminá-Ia. 21 Mas a morte é<br />
requerida pela evolução teísta e<br />
por outras formas de evolução.<br />
Crê-se que a evolução é dirigida<br />
pela seleção natural, na qual os<br />
organismos mais fracos são eliminados<br />
porque não podem competir<br />
com os mais fortes. A competição<br />
também requer escassez de<br />
recursos. Se a evolução é o método<br />
de Deus para a criação, devese<br />
concluir que a morte e a escassez<br />
de recursos fazem parte de<br />
Seu plano. 22 Isto torna a Deus<br />
responsável pelas criaturas predadoras,<br />
parasitas e venenosas. Se<br />
Deus dirige a evolução, deve ser<br />
responsável pelos seus resultados.<br />
Isto contradiz as afirmações das<br />
Escrituras, de que o mal resulta<br />
do pecado humano. 28<br />
A evolução teísta implica também<br />
que a humanidade alcançou<br />
seu presente estado através de<br />
aperfeiçoamentos, e não através<br />
de queda em pecado. Se as coisas<br />
são assim, por que haveriam os<br />
seres humanos de necessitar da<br />
salvação? Se hoje são melhores<br />
do que foram antes, tornar-se-ão<br />
ainda melhores com o decorrer<br />
do tempo. Uma vez que a evolução<br />
teísta implica em que Deus<br />
deve ser responsabilizado pelo<br />
°mal, e que a humanidade está naturalmente<br />
melhor<strong>and</strong>o, e pelo<br />
fato de contradizer as próprias<br />
palavras de Deus, deve ela ser re<br />
Jeitada por todos os cristãos que<br />
aceitam a Bíblia. Aceitá-la seria<br />
subverter as bases do cristianismo.<br />
Pelo contrário, os cristãos<br />
devem afirmar sua confiança na<br />
credibilidade da Palavra de Deus,<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
desde a criação descrita no Gênesis<br />
até à recriação descrita em<br />
Apocalipse.<br />
Conclusão<br />
As evidências disponíveis indicam<br />
claramente que a variabilidade<br />
genética ocorre dentro das<br />
espécies. Podemos observar variação<br />
em genes e em morfologia,<br />
suficientes para responder por<br />
espécies separadas, e provav"elmente<br />
até mesmo para separar<br />
os gêneros. Mas as mudanças<br />
ocorrem somente dentro de certos<br />
limites. Os rearranjos de partes<br />
do corpo em novos "projetos<br />
de organismos" ainda não foram<br />
observados, e são altamente improváveis.<br />
A produção de novos<br />
genes funcionais é teoricamente<br />
implausível através de mecanismos-padrões<br />
em genética, e a evidência<br />
que fala em seu favor é<br />
muito mais fraca do que geralmente<br />
se supõe. 24 A produção de<br />
novos órgãos e sistemas é teoricamente<br />
improvável, e somente<br />
é mantida porque a ancestralidade<br />
comum das espécies é necessária<br />
para apoiar a teoria evolucionista.<br />
Conforme vimos, criacionistas<br />
e evolucionistas podem encontrar<br />
terreno comum mesmo qu<strong>and</strong>o<br />
abordam suas disciplinas a partir<br />
de diferentes pressuposições<br />
acerca das origens. Entretanto,<br />
qu<strong>and</strong>o explanações sobre a diversidade<br />
orgânica excedem as<br />
evidências disponíveis, e até mesmo<br />
contradizem a evidência, não<br />
seria surpresa encontrar desacordo<br />
entre os cientistas.<br />
As diferenç~ entre evolucionistas<br />
e criacionistas poderiam<br />
ser gr<strong>and</strong>emente reduzidas se as<br />
inferências da ciência se limitassem<br />
àquilo que pode ser observado,<br />
e questões relativas à atividade<br />
criadora sobrenatural de Deus<br />
fossem deixadas a cargo de Sua<br />
auto-revelação nas Escrituras.<br />
Efetivamente, qu<strong>and</strong>o os dados<br />
são retroprojetados no passado,<br />
os dados científicos revelam a<br />
existência de numerosas linhagens<br />
independentes de organismos.<br />
Estas evidências estão de<br />
acordo com o relato bíblico da<br />
criação.
NOTAS<br />
1. J. H. CampbeIl, "The New Gene<br />
<strong>and</strong> its Evolution", em K. S. W. CampbeIl<br />
e M. F. Day, editores, Rates of Evolution<br />
(Londres: Allen <strong>and</strong> Unwin, 1987),<br />
págs. 283-310.<br />
2. "Evolution is a change in the genetic<br />
composition of populations." -T.<br />
Dobzhansky, Genetics <strong>and</strong> tke Origin of<br />
Species, 3! edição, (New York: Columbia<br />
<strong>University</strong> Press, 1951), pág. 16.<br />
3. Veja, por exemplo, E. G. Zimmerman,<br />
"Temporal Genetic Variation in a<br />
Population of the Pocket Gopher, Getrmys<br />
Bursari1LS", Genetica 76:153-159 (1988).<br />
4. G. G. L. MikJos e B. John, "From<br />
Genome to Phenotype", págs. 263-282, in<br />
Campbell <strong>and</strong> Day, editores, op. cit., págs.<br />
263-282.<br />
5. Por exemplo, F. J. Ayala, Molecular<br />
Evolution (Sunderl<strong>and</strong>, MA: Sinauer,<br />
1976).<br />
6. "É duvidoso que alguém houvesse<br />
alguma vez sentido a necessidade de resistir<br />
à noção de evolução se tudo que ela<br />
implicasse fosse de que a constituição exata<br />
da hemoglobina modificou-se ao longo<br />
das eras." C. H. Waddington, The Evolution<br />
of an Evolutionist (Edinburgh:<br />
Edinburgh Univ. Press~ 1975),3)ág. IV.<br />
7_ C. A. Lemen e .t". W. Freeman,<br />
"The Genus: A Macroevolutionary Problem",<br />
Evolution 38:1219-1237 (1984).<br />
8. Por exemplo, W. Arthur, Mechanisms<br />
of Morphological Evolution (New<br />
York: Wiley, 1984).<br />
9. R. K. Wayne, "Cranial Morphology<br />
of Domestic <strong>and</strong> Wild Canids: The frifluence<br />
.. of Development on Morphological<br />
Change", Evolution 40:243-261<br />
(1986).<br />
10. E. Mayr, Populati..oruJ, Species, <strong>and</strong><br />
Evolution (Cambridge, MA: Belknap<br />
Press, 1970). Veja também L. P. Lester<br />
e R. G. Bohlin, TheNaturalLimits toBiological<br />
Change (Gr<strong>and</strong> Rapids, MI: Zondervan,<br />
1984).<br />
11. Uma idéia relativamente recente é<br />
a possibilidade de as mutações ocorrerem<br />
de forma não aleatória (veja, por exemplo,<br />
J. Caims, J. Overbaugh e S. Miller, "The<br />
Origin of Mutants", Nature 335:142-145<br />
[1988]). Outra idéia recente é a possibilidade<br />
de transferência genética trans-especffica<br />
(veja, por exemplo, L. Jeppson, "A<br />
Possible Mechanism in Convergent Evolution",<br />
Paleobiology 12:80-88 [1986]).<br />
12. S. Ohno, Evolution by Gene Duplication<br />
(New Y ork: Springer-Verlag,<br />
1970).<br />
13. G. Z. Opadia-Kaddima, uHow the<br />
Slot Machine Led Biologists Astray",<br />
Journal ofTheoretical Biology 123:127-135<br />
(1987).<br />
14. Por exemplo, veja o capitulo 5 de<br />
Lester e Bohlin, l!P. cito<br />
15. Por exemplo: "O registro fóssil<br />
contém tantas lacunas morfológicas entre<br />
o que se poderia considerar como espécies<br />
ancestrais e descendentes, que chega<br />
a prover a impressão de descontinuidade<br />
em vez de continuidade evolucionária."<br />
A. Hoffman A rflll:ments on Evolution<br />
(Oxford: Orlord <strong>University</strong> Press,<br />
1989), pág. 8. Veja também o capítulo 8<br />
de M. Denton, Evolution: A Theory in<br />
Crisis (Bethesda, MD: AdIer <strong>and</strong> AdIer,<br />
1985).<br />
16. N. Eldredge e S. J. Gould, "Punetuated<br />
Equilibria: An Alternative to<br />
PhyleticGradualism", in T. J. M. Shopf,<br />
editor, Models of Paleobiology (San Francisco,<br />
CA: Freeman, Cooper & Co., 1972),<br />
págs. 82-115.<br />
17. Uma declaração nesta linha, feita<br />
por um autor que discorda de minhas con'<br />
clusões, pode ser encontrada na seguinte<br />
fonte: E. C. O1son, "The Problem of<br />
Missing Links: Today <strong>and</strong> Yesterday",<br />
Quarterly Review of Biology 56:446<br />
(1981). A possibilidade de mutações em<br />
larga escala parece necessária se a evolução<br />
é veraz, mas tanto a evidência experimental<br />
quanto nossa atuaI compreensão<br />
dos mecanismos genéticos parecem<br />
excluir tal possibilidade.<br />
18. M. Denton, crp. cit., págs. 191-192.<br />
19. Por exemplo, A. Hoffman, op. cit.,<br />
pág. 156.<br />
20. Êxodo 20:11; veja também Gênesis<br />
1 e 2 e Êxodo 31:17.<br />
21. Isafas 65:45; Mateus 10:29; Romanos<br />
8:20 a 22; Apocalipse 20:14; 21:4.<br />
22. F. Van Dyke, "Theological Problems<br />
in Theistic Evolution", Journal of<br />
the A merican Scienti}w Affiliation<br />
39:11-18 (1986).<br />
23. Gênesis 3:14-19; Romanos 5:12;<br />
8:19-23.<br />
24. G. Z. Opadia-Kaddima, op. cito<br />
L. J. Gibson (Ph. D., Loma Linda<br />
<strong>University</strong>) é cientista-pesquisador<br />
assistente junto ao Geoscience Research<br />
Institute, sediado em Loma<br />
Linda, Califórnia, EUA.<br />
Sete Tendências Adventistas<br />
Perfi I Estatístico<br />
de Uma Igreja em Mudança<br />
F. Donald Y ost<br />
Durante a década de 1990 a<br />
Igreja Adventista do Sétimo<br />
Dia tem uma previsão de<br />
crescimento do número de seus<br />
membros, em cerca de meio milhão<br />
por ano, mas nem as suas receitas<br />
em dólares e nem a sua força<br />
de trabalho crescerão proporcionalmente.<br />
A influência dos líderes<br />
eclesiásticos nos países em<br />
desenvolvimento irá crescer, mas<br />
as contribuições recebidas em<br />
seus campos poderão não ser suficientes<br />
para atender suas necessidades,<br />
crescentes em ritmo<br />
acelerado. Uma igreja sempre<br />
mais jovem e mais vibrante, nes-<br />
tas nações emergentes, continuará<br />
procur<strong>and</strong>o dos membros de<br />
nações afluentes a necessária assistência<br />
financeira.<br />
Estas e outras tendências apresentarão<br />
desafios fora do comum<br />
à Igreja Adventista enquanto esta<br />
estiver procur<strong>and</strong>o cumprir a<br />
comissão evangélica na década<br />
vindoura. As estatísticas da igreja<br />
deixam bem clara esta tendência.<br />
Examinemos sete tendências<br />
do âmbito da igreja que transparecem<br />
claramente nas edições recentes<br />
do A nnual Statistical Reporto<br />
(O "glossário" ao final do<br />
artigo explica o significado das<br />
abreviaturas. )<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
Crescimento Sustentado em<br />
Número de Membros<br />
1~ Tendência. O crescimento<br />
do número de membros da Igreja<br />
Adventista do Sétimo Dia é exponencial<br />
e, à presente taxa, alcançará<br />
11 a 12 milhões por volta<br />
do ano 2.000.<br />
De um pequeno punhado de<br />
adeptos em 1848, o ano em que<br />
ocorreram as conferências do sábado,<br />
e de uma estimativa de<br />
3.500 qu<strong>and</strong>o a Associação Geral<br />
foi organizada em 1863, os ad~<br />
ventistas do sétimo dia multiplicaram-se<br />
a ponto de atingir mais<br />
9
de 6 milhões e estabeleceram-se<br />
em praticamente todas as nações<br />
- gr<strong>and</strong>es e pequenas.<br />
Embora tenhani traDscorrido cerca<br />
de 92 anos para se atingir o<br />
primeiro meio milhão de membros,<br />
atualmente são necessários<br />
apenas 13 meses para que se adicione<br />
um novo meio milhão. Uma<br />
vez que novos conversos logo trazem<br />
para a igreja outros novos<br />
conversos, cada uma destas parcelas<br />
de meio milhão foi requerendo<br />
menor número de anos para<br />
ser alcançada - e agora, somente<br />
uns poucos meses. Veja a Tabela<br />
1 e o GTáfico A.<br />
Ninguém pode predizer com<br />
certeza se as taxas recentes de<br />
crescimento se manterão. Entre<br />
1900 e 1989 a taxa média foi de<br />
6,2% ao ano. Desde 1976 a taxa<br />
subiu para 6,2% - em parte devido<br />
à vigorosa promoção de todas<br />
as formas de evangelismo, inclusive<br />
os programas Mil Dias de<br />
Colheita (1982-1985) e Colheita<br />
90 (1985-1990).<br />
TABELA 1<br />
Crescimento em<br />
Número de Membros<br />
Expresso em Módulos<br />
de Meio Milhão<br />
1848-1989<br />
Número aproximado de anos<br />
requeridos para que a Igreja Adventista<br />
acrescentasse um novo<br />
meio milhão de pessoas a seus.<br />
membros:<br />
Para 0,5 milhão<br />
De 0,6 a 1,0 milhão<br />
De 1,0 a 1,5 milhão<br />
De 1,6 a 2,0 milhões<br />
De 2,0 a 2,5 milhões<br />
De 2,5 a 3,0 milhões<br />
De 3,0 a 3,5 milhões<br />
De 3,5 a 4,0 milhões<br />
De 4,0 a 4,5 milhões<br />
De 4,5 a 5,0 milhões<br />
De 6,0 a 5,5 milhões<br />
De 5,5 a 6,0 milhões<br />
10<br />
92,0 anós<br />
15,1 anos<br />
9,1 anos<br />
5,7 anos<br />
4,3 anos<br />
3,5 anos<br />
2,8 anos<br />
2,3 anos<br />
1,9 anos<br />
1,6 anos<br />
1,5 anos.<br />
1,2 anos<br />
Se as taxas recentes de cresci-<br />
mento permanecerem, a igreja I taxas de crescimento e perda de<br />
terá 11,5 milhões por volta do membros em módulos de 5 anos,<br />
ano 2000. A Tabela 2 apresenta desde 1960.<br />
TABELA 2<br />
TAXAS LfQUIDAS DE CRESCIMENTO E<br />
TAXAS DE PERDA DE MEMBROS<br />
Em Perfodos de Cinco Anos, de 1960-1989<br />
Perfodo<br />
Taxa Média<br />
1840<br />
o 0.6 1.0 1.IS 2.0 2.5 ao 3.5 4.0 4.6 5.0 lU e.o<br />
1960-1964<br />
1965-1969<br />
1970-1974<br />
1975-1979<br />
1980-1984<br />
1985-1989<br />
Taxa Média de<br />
Crescimento Líquido<br />
Anual<br />
4,8%<br />
5,3%<br />
5,2%<br />
5,6%<br />
6,0%<br />
6,9%<br />
GRÁFICO A<br />
CRESCIMENTO EM NÚMERO<br />
DE MEMBROS<br />
Anual<br />
de Perdas<br />
2,9%<br />
2,9%<br />
3,2%<br />
2,7%<br />
2,6%<br />
2,1%<br />
ANO Em Módulos de Meio Milhão<br />
1848-1989<br />
2000<br />
1D80<br />
1 CHIO<br />
1140<br />
1120<br />
1100<br />
1880<br />
1880<br />
Membros (milhões)<br />
Proporção de Adventistas Para<br />
a Populaçio Mundial<br />
2! Tendência. O número de<br />
membros da igreja está crescendo<br />
mais rápido que a população<br />
mundial.<br />
De tempos em tempos ouvem-<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
se vozes que afirmam estar a população<br />
mundial crescendo mais<br />
rápido que o número de membros<br />
da igreja. Diz-se, a partir daí, que<br />
não há forma de algum dia podermos<br />
levar o evangelho a toda<br />
"nação e reino e língua e povo" ,<br />
conforme nos propusemos fazer.
1200<br />
1000<br />
800<br />
eoo<br />
"'00<br />
200<br />
GRÁFICO B<br />
ADVENTISTAS E<br />
POPULAÇÃO MUNDIAL<br />
1863-1989<br />
Adventistas/Milhão de População<br />
•<br />
Anos ~ae3 '70 '80 'SIO 1000 ',o '20 '30 '.0 '150 '150 '70 'SO '815 'S9<br />
É verdade que, enquanto a<br />
igreja batiza centenas, a população<br />
do mundo cresce a centenas<br />
de milhares. Em 1989 a igreja foi<br />
acrescida em 433.850 membros,<br />
ao passo que a população mundial<br />
foi incrementada em estimados<br />
87 milhões. Que contraste! Entretanto,<br />
existe outra forma de<br />
se analisar os dados:<br />
1. A Ta:xa de crescimento da<br />
igreja é maior que a do crescimento<br />
da população mundial. Entre<br />
1979 e 1989 nossos membros<br />
cresceram à taxa média anual de<br />
6,455%. Durante o mesmo período,<br />
a população mundial cresceu<br />
à taxa média anual de 1,935% -<br />
somente um terço da taxa de<br />
crescimento da igreja.<br />
2. Especialistas em população<br />
predizem que a população do<br />
mundo atingirá um pIam de 10,4<br />
bilhões de pessoas dentro de<br />
aproximadamente 100 anos. (Veja<br />
Population Reference Bureau,<br />
"1989 World Population Data<br />
Sheet.") Se a atual taxa de crescimento<br />
da igreja prosseguir durante<br />
112 anos e a população do<br />
mundo se estabilizar, conforme<br />
predito, cerca de metade da população<br />
mundial será de adventistas<br />
do sétimo dia por volta de<br />
2102 - 5,2 bilhões de adventistas<br />
num mundo de 10,4 bilhões<br />
de habitantes.<br />
11ea<br />
Não resta qualquer espaço para<br />
questionamento: os adventistas<br />
do sétimo dia têm estado a<br />
crescer com maior rapidez que a<br />
população em geral. (Veja Gráfico<br />
B.) Em 1863, com cerca de<br />
3.500 adventistas num mundo<br />
com 1,3 bilhão de pessoas, havia<br />
pouco mais que três adventistas<br />
para cada milhão de pessoas vivendo<br />
no mundo. Em 1920 havia<br />
I<br />
O<br />
GRÁFICO C<br />
Número de Membros em<br />
Relação à População<br />
MembroslMilhão de População<br />
Por Divisões Mundiais, 1989<br />
cerca de 100 para cada milhão<br />
(um membro em 10 mil habitantes).<br />
Hoje, com 6,2 milhões de adventistas<br />
num mundo com 5,3 bilhões<br />
de habitantes, existem<br />
1168 adventistas por milhão de<br />
habitantes (um em 856).<br />
Presença Ampla,<br />
Porém Mal Dlstribuida<br />
3~ Tendência, Embora a Igreja<br />
Adventista seja a denominação<br />
protestante mais amplamente<br />
distribuída, sua mensagem é ainda<br />
desconhecida por parte de<br />
vastos segmentos da população<br />
mundial.<br />
Onde são os adventistas encontrados<br />
em maiores concentrações?<br />
E onde sua presença é a<br />
menos densa? O Grájwo C mostra<br />
que a Divisão do Sul do Pacífico<br />
Informa uma média de 8.900<br />
membros para cada milhão de habitantes<br />
de sua população. A<br />
União do Oriente Médio, por outro<br />
lado, apresenta em média<br />
apenas 20 membros para cada<br />
milhão de população. Dentro de<br />
todos os territórios apresentados,<br />
existem países em que a densidade<br />
adventista é muito maior<br />
ou muito menor que a média geral<br />
encontrada no território como<br />
um todo.<br />
19 China<br />
20 União do Oriente Médio<br />
118 União das Repúblicas Soviéticas Socialistas<br />
191 Divisão Sul-Asiática<br />
211 Divisão Trans-Européia<br />
773 Divisão Euro-Africana<br />
989 Divisão do Extremo Oriente<br />
1420 Uniões Sul-Africanas (2)<br />
2702 Divisão Norte-Americana<br />
2743 Divisão África-Oceano Índico<br />
3948 Divisão Sul-Americana<br />
5670 Divisão da África Oriental<br />
5899 Divisão Interamericana<br />
i<br />
2000<br />
i<br />
4000<br />
i<br />
6000<br />
8899 Divisão do<br />
8000 10000 p~clh~~<br />
DIÁLOGO 2 - 1990 11
o que o Gráfico C não mostra<br />
é que as maiores concentrações<br />
de adventistas geralmente ocorrem<br />
onde a populaçãc se encontra<br />
menos concentrada. Nas duas<br />
divisões latino-americanas, por<br />
exemplo, onde os adventistas representam<br />
3.948 por milhãc (DSA)<br />
e 5.899 por milhão (DIA), as populações<br />
são de 239 e 200 milhões,<br />
respectivamente. Contudo,<br />
onde a população mundial é<br />
maior, a população adventista é<br />
ínfima ou mesmo inexistente.<br />
China, Índia, União Soviética e<br />
Oriente Médio somam cerca de<br />
metade da população mundial,<br />
mas as proporções de adventistas<br />
diante da população geral varia,<br />
nestes países, de 19:1.000.000 a<br />
191:1.000.000, sendo que a média<br />
mundial é de 1.168:1.000.000.<br />
O desafio para a missão adventista<br />
é evidente.<br />
o Deslocamento dos Membros<br />
do Norte Para o Sul<br />
4~ Tendência. Com O crescimento<br />
rápido ocorrendo em nações<br />
em desenvolvimento e o<br />
crescimento lento nos antigos<br />
países-bases (as nações industrializadas<br />
do ocidente), as maiores<br />
proporções de '!lembros aparecem<br />
agora na Africa, América<br />
Latina e leste e sul asiáticos. Por<br />
volta do ano 2000 cerca de três<br />
GRÁFICO D<br />
quartos de todos os adventistas<br />
estarão residindo em regiões mais<br />
ao sul.<br />
O Gráfico D e a Tabela 3 revelam<br />
as tendências do crescimento<br />
de membros nas sete áreas do<br />
mundo escolhidas para análise no<br />
presente artigo. Em 1960 a América<br />
do Norte continha cerca de<br />
27% de todos os membros, e a<br />
África apresentava menos de<br />
20% do total. Os últimos relatórios<br />
(1989) mostram que a América<br />
do Norte possui agora 12%<br />
de todQs os membros, ao passo<br />
que a Africa está com 30%. Outras<br />
regiões mostram variações<br />
significativas. Somente o Sul do<br />
Pacífico permaneceu mais ou menos<br />
igual, com cerca de 4% do total.<br />
Estas alterações refletem as<br />
significativas diferenças em taxas<br />
de crescimento de região para<br />
região.<br />
NÚMERO DE MEMBROS POR ÁREAS DO MUNDO<br />
COMO PORCENTAGEM DO TOTAL DE MEMBROS<br />
% do total<br />
,o<br />
30<br />
20<br />
10<br />
O<br />
1960 e 1989,<br />
com projeção para 2000<br />
00 1960 CJ 19a9 m 2000<br />
o<br />
",Q)<br />
O"<br />
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'" 00<br />
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oop:! [z1 «:..:1 «:-0 ü ~<br />
TABELA 3<br />
NúMERO DE MEMBROS POR ÁREAS MUNDIAIS<br />
1960 e 1989<br />
Projeção Para o ano 2000 (+)<br />
Membros Membros Membros<br />
Área do Mundo 1960 1989 2000<br />
África 241.574 1.879.565 3.765.000<br />
Ásia (Leste e Sul) 146.315 952.102 1.765.000<br />
Pacífico Sul 56.289 33.740 370.000<br />
EUl'opa 154.808 200.350 200.000<br />
América Latina 252.606 2.119.491 4.360.000<br />
América do Norte 332.364 743.023 930.000<br />
China e URSS 61.168 55.314 85.000<br />
Totais 1.245.125 6.183.585 11.485.000<br />
(+) Projeções baseadas no crescimento de membros, área por área, entre 1960 e 1989, e ajustadas conforme<br />
a projeção do total mundial de membros. A projeção para China e URSS é especulativa.<br />
12 DIÁLOGO 2 - 1990
A taxa de crescimento dos<br />
membros mundiais entre 1960 e<br />
1989 foi em média de 5,7% ao<br />
ano. Se todas as regiões do mundo<br />
houvessem crescido a essa taxa,<br />
as duas primeiras barras para<br />
cada região seriam idênticas<br />
no Gráfico D. Mas algumas cresceram<br />
com muito maior velocidade<br />
que outras. Se estas taxas variantes<br />
prosseguirem até 2000,<br />
os membros estarão distribuídos<br />
conforme se demonstra na terceira<br />
barra de cada conjunto no<br />
Gráfico D e a terceira coluna de<br />
números da Tabela 9. África e<br />
América Latina prosseguirão represent<strong>and</strong>o<br />
maiores fatias e a<br />
participação das demais regiões<br />
~rmanecerá equilibrada ou declinará.<br />
Pesada Concentração de Adventistas<br />
em Alguns Países. Encontrar<br />
um adventista no Iraque,<br />
seria mais ou menos como localizar<br />
uma agulha num monte de feno.<br />
Mas na Jamaica uma em cada<br />
17 pessoas é adventista. Em<br />
Ru<strong>and</strong>a a proporção é de um em<br />
cada 34.<br />
A Tabela 4 relaciona os países<br />
com maior número de adventis-<br />
TABELA 5<br />
TOTAL DE OBREIROS ATIVOS<br />
1920-1989<br />
Ano N~ Obreiros Ativos Quociente em Relação<br />
ao número de Membros<br />
1920 13.081 1:14<br />
1930 21.461 1:15<br />
1940 29.816 1:17<br />
1950 38.927 1:19<br />
1960 48.890 1:26<br />
1970 65.957 1:31<br />
1980 92.912 1:38<br />
1989 111.140 1:56<br />
tas. A liderança é dos Estados<br />
Unidos, com o número de 743.023<br />
e Jamaica finaliza a lista, com<br />
148.202 membros. A densidade<br />
dos adventistas nestes 10 países<br />
varia de 59.280 por milhão de população,<br />
na Jamaica, até J96 por<br />
milhão populacional, na India.<br />
Quatro destas nações se encontram<br />
na América Latina, três na<br />
África e duas no sul e leste asiático.<br />
Obreiros Denominacionals<br />
Agora Servem Maior Número<br />
de Membros<br />
Tendência n~ 5. O número de<br />
empregados denominacionais -<br />
tanto da área evangelística quanto<br />
institucional- cresce à medida<br />
que a igreja cresce, mas o quociente<br />
de empregados por número<br />
de membros está declin<strong>and</strong>o.<br />
A Igreja Adventista não está<br />
experiment<strong>and</strong>o crescimento<br />
desproporcional de sua "cabeça".<br />
Em 1920, qu<strong>and</strong>o a igreja empregava<br />
13.081 obreiros, existiam<br />
185.450 membros. O quociente<br />
de obreiros por número de membros<br />
era de 1 para 14 (Tabela 5).<br />
Ao longo dos anos seguintes esta<br />
proporção decresceu firmemente<br />
até o presente momento,<br />
qu<strong>and</strong>o os cerca de 6,2 milhões de<br />
membros estão sendo servidos<br />
por 111.140 obreiros evangelísticos<br />
e institucionais, o que provê<br />
uma proporção de 1 para 56.<br />
TABELA 4<br />
OS DEZ PAÍSES COM MAIOR NÚMERO DE MEMBROS<br />
1989<br />
País<br />
Estados Unidos<br />
Brasil<br />
Filipinas<br />
México<br />
Quênia<br />
Zaire<br />
Peru<br />
Ru<strong>and</strong>a<br />
índia<br />
Jamaica<br />
Total de Membros<br />
1989<br />
743.023<br />
511.264<br />
475.125<br />
316.609<br />
286.851<br />
218.954<br />
211.110<br />
205.316<br />
163.384<br />
148.202<br />
Membros por um Milhão<br />
de Habitantes<br />
2.986<br />
3.469<br />
7.321<br />
3.652<br />
11.903<br />
6.274<br />
9.865<br />
29.331<br />
196<br />
59.280<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
13
Estes quocientes que se modificam<br />
poderiam sugerir uma igreja<br />
em estagnação, mas vitalidade<br />
é que não falta. Talvez o ministério<br />
dependesse de labores<br />
mais intensos nos tempos de outrora.<br />
Talvez, pelo fato de os<br />
membros viverem então de modo<br />
mais simllles, contribufssem<br />
eles com maIor parcela de seus<br />
recursos para as receitas da igreja.<br />
Talvez invistamos agora os<br />
fundos denominacionais em equipamento,<br />
viagens e projetos especiais,<br />
em maior extensão que<br />
há poucas décadas. Parece desnecessário<br />
afirmar que, se maiores<br />
fundos estivessem disponfveis,<br />
maior número de empregados denominacionais<br />
seria contratado.<br />
Evangelizar, Conservar e<br />
Compartilhar - Fórmula Para o<br />
Crescimento. Fortalecimento em<br />
membros e ministros não prediz<br />
necessariamente crescimento rápido.<br />
Qu<strong>and</strong>o Jesus descreveu a colheita<br />
da terra como est<strong>and</strong>o<br />
"madura" , convocou Seus seguidores<br />
a irem para o II campo" .<br />
Hoje, será que a maior colheita<br />
ocorre onde existem maior proporção<br />
de membros e ministros?<br />
Ou ocorre onde existem poucos?<br />
Os Gráficos E-I e E-2 apresentam<br />
quatro perfis em gráficos de<br />
barra a fim de retratar a relação<br />
entre membros, ministros e novos<br />
conversos.<br />
A primeira barra representa a<br />
porcentagem de membros da divisão<br />
diante do total de membros;<br />
a segunda, a porcentagem<br />
de ministros; e a terceira, as novas<br />
adesões. A Divisão da África<br />
Oriental, por exemplo, possui<br />
14,2% dos membros do mundo,<br />
7,0% do número total de ministros<br />
e 22,8% das novas adesões,<br />
ocorridas em 1989. Quatro perfis<br />
apresentam-se claros:<br />
1. Três divisões compartilham<br />
o primeiro perfil: possuem pequena<br />
proporção de pastores para o<br />
número de membros e a maior<br />
porcentagem de novas adesões.<br />
2. A Divisão Interamericana,<br />
sozinha, representa o segundo<br />
perfil: aqui a porcentagem de<br />
adesões se equipara à porcentagem<br />
de membros, mas a proporção<br />
de ministros é muito menor.<br />
14<br />
3. A Divisão do Extremo Oriente<br />
possui porcentagem aproximadamente<br />
igual dos três fatores.<br />
4. As sete divisões restantes<br />
(apresentadas no Gráfico E-2)<br />
compartilham um perfil diferente:<br />
gr<strong>and</strong>es porcentagens de ministros;<br />
menores porcentagens<br />
de membros; e (usualmente) porcentagens<br />
muito pequenas de novas<br />
adesões à igreja.<br />
As diferenças nestes perfis<br />
gráficos podem ser devidas a vários<br />
fatores. São possfveis as seguintes<br />
explicações:<br />
1. As divisões apresentadas no<br />
Gráfico E-I são as de mais rápido<br />
crescimento. Durante algum<br />
tempo, maior número de membros,<br />
em relação ao número de<br />
ministros, está-se unindo à igreja<br />
- o que contrasta com a situação<br />
em muitas outras partes do<br />
mundo.<br />
vidas, é mais provável que o salário<br />
do pastor esteja mais próximo<br />
do de um membro médio da<br />
igreja. Nos pafses em desenvolvimento,<br />
o salário do ministro pode<br />
situar-se consideravelmente<br />
acima da renda do membro<br />
médio.<br />
4. Onde a igreja se encontra<br />
mais institucionalizada, possui<br />
história mais antiga e se constitui<br />
de membros mais idosos, o número<br />
de ministros por membros<br />
é maior, porém é mais baixo o nfvel<br />
de novas adesões. Um fator<br />
concomitante é que existem culturas<br />
adventistas de terceira geração,<br />
onde o entusiasmo pela<br />
mensagem foi substituído pelo<br />
estilo de vida eclesiástica tipo<br />
IIrotineiro". Menor número de<br />
membros conquistam almas.<br />
GRÁFICO E-I<br />
RELAÇÃO ENTRE O NÚMERO DE MEMBROS E<br />
MINISTROS E AS NOVAS ADESÕES<br />
% d o tota I<br />
" Segundo as Divisões, 1989<br />
"<br />
"<br />
14 . 2<br />
% de membros ~ % de ministros o<br />
n.. % de novas adesões II!!I<br />
1I!U<br />
11.3 11 II<br />
o.<br />
12.0<br />
o L L L<br />
DAO<br />
DSA<br />
DAI<br />
2. Os recursos financeiros são<br />
parcialmente limitados nas três<br />
primeiras divisões - DAO, DSA<br />
e DAI. Talvez, pelo fato de muitos<br />
membros viverem sob baixo<br />
nível econõmico, requeira-se o dIzimo<br />
de maior número de mem- '<br />
bros para sustentar um ministro,<br />
qu<strong>and</strong>o se compara isto com o caso<br />
das sociedades afluentes.<br />
3. Os fundos são mais abundantes<br />
nas divisões apresentadas<br />
no Gráfico E-2. A Divisão SuI<br />
Asiática constitui exceção. Na<br />
moeda forte das nações desenvol-<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
18' UI<br />
12. 13<br />
,.<br />
o .•<br />
DIA<br />
DEO<br />
Contribuições dos Membros e<br />
Capacidade de Compra<br />
Tendência n~ 6. As contribuições<br />
estão aument<strong>and</strong>o de forma<br />
global, mas não estão mantendo<br />
o mesmo ritmo do aumento de<br />
membros e da inflação.<br />
As contribuições aumentaram.<br />
em cerca de vinte vezes durante<br />
os últimos quarenta anos, mas,<br />
em termos de capacidade de compra,<br />
o aumento não chegou a ser<br />
de três vezes.
GRÁFICO E-2 América do Norte - Fonte da<br />
Maior Parte do Financiamento<br />
RELAÇÃO ENTRE O NúMERO DE MEMBROS E<br />
MINISTROS E AS NOVAS ADESÕES<br />
% do total<br />
30 Segundo as Divisões, 1989<br />
20<br />
10<br />
O<br />
24.1<br />
Tendência n~ 7. A América do<br />
Norte, base doméstica original da<br />
igreja, prossegue provendo a<br />
maior parte do financiamento para<br />
o campo mundial, mas sua participação<br />
está declin<strong>and</strong>o,'<br />
0/0 de membros ~<br />
% ~e ministros Cl Os adventistas da América do<br />
% de novas adesões Norte doaram 70% de todos os<br />
!mi<br />
dízimos e ofertas recebidas em<br />
nível mundial pelas tesourarias<br />
da igreja. A Tabela 7 mostra as<br />
contribuições totais oferecidas<br />
em 1989 (US$ 953 milhões) e divididas<br />
pelas áreas do campo<br />
mundial. A porcentagem de cada<br />
área no total é apresentada na<br />
coluna da direita.<br />
DNA DSP DEA DSU URSS DTE CA<br />
Em 1950 as tesourarias da<br />
igreja receberam aproximadamente<br />
46 milhões de dólares em<br />
dízimos e ofertas. Em 1989 o<br />
montante de todas. as contribuições<br />
atingiu aproximadamente<br />
953 milhões de dólares. Durante<br />
o mesmo período o número de<br />
membros cresceu oito vezes e a<br />
inflação reduziu o valor de compra<br />
de um dólar a menos de um<br />
quinto de sua capacidade em<br />
1950. (Estes índices baseiam-se<br />
no Consumer Price Index, calculado<br />
e publicado pelo U nited States<br />
Bureau of Labor Statistics.)<br />
A Tabela 6 e o Gráfico F mostram<br />
a história das contribuições<br />
sob duas formas: (1) contribuições<br />
per capita em dólares correntes,<br />
ou seja, os dólares no ano<br />
em que as doações foram feitas<br />
e (2) contribuições per capita em<br />
dólares constantes (o dólar de<br />
1950 foi escolhido como parâmetro).<br />
A primeira coluna mostra<br />
que em 1950 o adventista médio<br />
contribuiu anualmente com US$<br />
66,09 em dízimos e ofertas. Em<br />
1989, a média havia subido para<br />
US$ 174,58. Entretanto, qu<strong>and</strong>o<br />
se exclui a inflação (coluna da direita),<br />
a base per capita baixou de<br />
US$ 66,09 em 1950 para 33,33<br />
em 1989. Ou seja, a contribuição<br />
de um adventista à igreja em<br />
1989 foi capaz de comprar apenas<br />
a metade do que a mesma<br />
contribuição permitiria em 1950.<br />
GRÁFICO F<br />
CONTRIBUICÕES TOTAIS<br />
PER OAPITA<br />
Em Dólares Correntes e<br />
Dólares Constantes (1950)<br />
200 1950-1989<br />
""*" Dólares Correntes<br />
° Dólares de 1950<br />
1110<br />
IDO<br />
ao<br />
Ano<br />
O+----------------~~---------------~--------------------~---------------~<br />
18110 lellO le70 ,eBO<br />
18811<br />
TABELA 6<br />
CONTRIBUIÇÃO TOTAL PER CAPITA<br />
Em dólares Correntes e Constantes (1950)<br />
Contribuição Per Capita<br />
(Dólares Correntes)<br />
Contribuição Per Capita<br />
(Dólares Constantes - 1950)<br />
1950 66,09 66,09<br />
1960 85,26 69,30<br />
1970 116,49 72,22<br />
1980 98,47 57,98<br />
1989 174,58 33,33<br />
8<br />
DIÁLOGO 2 - 1990 15
TABELA 7<br />
TOTAL DE CONTRIBUIÇÕES SEGUNDO ÁREAS DO MUNDO<br />
1989<br />
Área<br />
África<br />
Sul e Leste Asiático<br />
Sul do Pacífico<br />
Europa<br />
América Latina<br />
América do Norte<br />
URSS<br />
Totais<br />
Projeçóes<br />
O que estas sete tendências revel~<br />
quanto ao presente e o que<br />
projetam para o futuro?<br />
No mesmo grau em que a mensagem<br />
da Bíblia, o evangelho de<br />
Jesus Cristo, encontra maior<br />
aceitação em certos lugares que<br />
~m outros, assim também a igre<br />
Ja crescerá. Conforme Jesus ensinou,<br />
a mensagem cai parcialmente<br />
em terreno fértil e produz<br />
colheita mais rica, ao passo que<br />
parte da semente cai entre espinhos<br />
e é sufocada. Não existe razão<br />
para supor que o crescimento<br />
declinará em Papua-Nova Guiné,<br />
no Malawi ou nas Filipinas<br />
dentro dos próximos dez anos,<br />
mas poderemos observar notáveis<br />
mudanças quanto à aceitação<br />
da mensagem do Terceiro<br />
Anjo em lugares tais como o Leste<br />
Europeu.<br />
De um ponto de vista humano,<br />
é seguro afirmar que o crescimento<br />
da igreja não se observará<br />
de modo uniforme ao redor do<br />
mundo.<br />
O que ocorre a uma denominação<br />
qu<strong>and</strong>o seus membros excedem<br />
os 10 milhões, tem presença<br />
multinacional, multicultural e<br />
multilingual? Quantos centros<br />
educativos adicionais terão ainda<br />
d: ser construídos? Onde poderao<br />
ser encontrados os professores<br />
necessários, com o devido<br />
treinamento? E em quais dentre<br />
as centenas de idiomas do mundo<br />
deverão os meios de comunicação<br />
adventistas - tanto escritos<br />
como falados - publicar a<br />
Contribuições<br />
US$ 19.688.927<br />
53.199.619<br />
47.784.314<br />
79.987.990<br />
85.062.318<br />
666.747.028<br />
477.588<br />
952.947.784<br />
% do Total<br />
2,0<br />
5,6<br />
5,0<br />
8,4<br />
8,9<br />
70,0<br />
0,1<br />
100,0<br />
mensagem de nosso Salvador que<br />
retorna?<br />
Crescimento rápido sem o correspondente<br />
aumento nas receitas<br />
representa um conjunto especial<br />
de problemas. Vimos que as<br />
contribuições per capita declinaram<br />
em anos recentes pelo fato<br />
de membros com menor renda<br />
multiplicarem-se com maior rapidez<br />
que os membros de renda<br />
nuüs elevada. Essa tendência permanecerá,<br />
a menos que haja uma<br />
reviravolta no crescimento da<br />
igreja na América do Norte, Europa,<br />
Austrália e Nova Zelândia.<br />
Embora gr<strong>and</strong>e quantidade de<br />
fundos ainda proceda da América<br />
do Norte em direção a outras<br />
partes do mundo, a tendência<br />
quanto aos membros claramente<br />
permite prever que a América do<br />
Norte e a Europa em breve terão<br />
apenas 10% dos membros mundiais.<br />
Poderá um décimo dos<br />
membros do mundo prosseguir<br />
sustent<strong>and</strong>o o mesmo nível de<br />
apoio oferecido a outras divisões<br />
que no passado se observou?<br />
Conclusão<br />
Há cento e vinte anos, a pequena<br />
Igreja Adventista do Sétimo<br />
Dia começou a pensar no envio<br />
de missionários norte-americanos<br />
a outras partes do mundo. Apresentar<br />
ao mundo uma mensagem<br />
especial para os últimos dias, era<br />
algo aparentemente impossível.<br />
Mas nossos pioneiros começaram.<br />
Os resultados têm sido notáveis.<br />
Hoje parecemos defrontar-nos<br />
com uma tarefa ainda impossível.<br />
Mas, a partir do que Deus fez no<br />
passado através de nossos esforços,<br />
sabemos que Seu reino florescerá<br />
e a vitória será finalmente<br />
alcançada.<br />
Afortunadamente, a proclamação<br />
do evan~elho não depende de<br />
estatísticasf Nosso Deus é um<br />
Deus de surpresas. Cristãos dispostos,<br />
submetidos ao Espírito<br />
Santo e por Este fortalecidos,<br />
produzem resultados para o reino<br />
de Cristo. Todos nós temos a<br />
resposta para as necessidades do<br />
rei!l0: inarredável devoção a<br />
Cnsto. Através dEle todas as coisas<br />
são possíveis.<br />
Glossário<br />
As tabelas e gráficos que aparecem<br />
neste artigo, utilizmit abreviaturas<br />
para as divisões mundiais da<br />
igreja e incorporam certas suposições<br />
que devem ser esclarecidas:<br />
Divisões mundiais: as descrições<br />
territoriais seguintes provêem<br />
apenas as localizações ger~s.<br />
Para ~etalhes completos,<br />
veja uma edição atual do Seventhday<br />
Adventist Yearbook.<br />
DAI - Divisão África-Oceano<br />
fndico: África ocidental abaixo do<br />
Saara, incluindo as nações de<br />
idioma francês e as ilhas que se<br />
acham ao leste da África, tais c0-<br />
mo Madagáscar e Maurício.<br />
DAO - Divisão da África Oriental:<br />
da Etiópia ao sul, até Botswana.<br />
DEA - Divisão Euro-Africana:<br />
Europa central e do sul, norte da<br />
África, Angola e Moçambique.<br />
DEO - Divisão do Extremo<br />
Oriente: costa do Pacífico na<br />
Ásia, do Japão e Coréia para o<br />
sul, até à Indonésia, e ao oeste<br />
até Bangladesh e Sri-Lanka.<br />
DIA - Divisão Interamericana:<br />
México, Caribe e costa norte<br />
da América do Sul.<br />
DNA ~ Divisão Norte-Americana:<br />
Bermudas, Canadá e Estados<br />
Unidos.<br />
DSA - Divisão Sul-Americana:<br />
toda a América do Sul exceto<br />
suas cinco nações localizadas<br />
mais ao norte.<br />
DSP - DivisãO do Sul do Pacífico:<br />
Austrália, Nova Zelândia e<br />
as Ilhas do Sul do Pacífico.<br />
DSU - Divisão do Sul Asiático:<br />
fndia, Nepal e Butão.<br />
16<br />
DIÁLOGO 2 - 1990
DTE - Divisão Trans<br />
Européia: Noroeste da Europa,<br />
Hungria, Iugoslávia, Grécia, Israel<br />
e Paquistão.<br />
CA - Campos Associados: três<br />
uniões diretamente vinculadas à<br />
Associação Geral: (1) União<br />
Missão do Oriente Médio-UOM:<br />
da Líbia para o leste até o Irã e<br />
Omã, e da Turquia para o sul até<br />
o Sudão; (2) União-Missão Mricana<br />
do Sul - UAS e (3) União<br />
Missão do Sul da África - USA.<br />
Áreas do mundo: as áreas do<br />
mundo que várias vezes foram citadas<br />
ao longo do artigo, referem-se<br />
aos continentes, com duas<br />
exceçõe8: América Latina referese<br />
à América Central, ilhas do<br />
Caribe e América do Sul. "Ásia"<br />
é um termo utilizado nas tabelas<br />
e gráficos como referência apenas<br />
ao sul e leste da Ásia, o que<br />
exclui a China e a URSS, cujos<br />
dados são fornecidos separadamente.<br />
F. Donald Yost (ph. D., Syra.cuse<br />
<strong>University</strong>) atua como diretor do Departamento<br />
de Ar~uivos e Estatísticas<br />
da Associação Geral dos Adventistas<br />
do Sétimo Dia. As informações<br />
apresentadas neste artigo foram pesquisadas<br />
por Carole Proctor.<br />
Prevenindo a Tendência Secular<br />
Como Conservar a Fé<br />
Numa Era Secularizada<br />
Jon Paulien<br />
tendência secular ameaça<br />
A todos os estudantes e profissionais<br />
universitários adventistas.<br />
Muitas vezes ela parece irresistível.<br />
Por "tendência secular",<br />
refiro-me a um processo gradual<br />
de declínio espiritual, em que de<br />
cristãos ativos e participantes, as<br />
pessoas se tornam indiferentes<br />
ou até mesmo chegam à rejeição<br />
total da verdade. Qu<strong>and</strong>o a pessoa<br />
tende à prática de um estilo<br />
de vida secular, a primeira indicação<br />
normalmente ocorre na<br />
área da oração particular. Muitos<br />
que uma vez tiveram uma rica e<br />
significativa vida de oração, já<br />
não a experimentam.<br />
Um indicador associado de tendência<br />
secular é a ausência de regular<br />
e significativo estudo da Bíblia<br />
e de outros clássicos devocionais,<br />
tais como os escritos de EIlen<br />
White. Para alguns, o interesse<br />
por esse tipo de leitura pode<br />
esmaecer concomitantemente à<br />
sua vida de oração. Outros podem<br />
prosseguir lendo, estud<strong>and</strong>o<br />
e debatendo religião, ao mesmo<br />
tempo em que não se dedicam à<br />
oração devocional por anos.<br />
Um terceiro indicador de afas-<br />
tamento da vida espiritual é o declínio<br />
nos padrões pessoais. Se a<br />
pessoa crê firmemente que determinada<br />
ação é errada e esta convicção<br />
começa a enfraquecer em<br />
termos práticos, isto pode representar<br />
um sinal de severos problemas<br />
espirituais.<br />
Em seu quarto estágio a tendência<br />
secular torna-se perceptível<br />
aos outros - a freqüência à<br />
igreja começa a diminuir. Pode<br />
ser que a princípio a pessoa cochile<br />
aqui e ali, ou passe eventualmente<br />
algum fim de semana em<br />
acampamentos nos bosques. O<br />
membro pode "visitar outras<br />
igrejas" mais que a sua própria.<br />
Finalmente, a freqüência é tão<br />
pequena, que chega a parecer<br />
que ela requer mais esforço do<br />
que vale a pena.<br />
Os estágios finais na tendência<br />
secular é caracterizado por sérias<br />
dúvidas acerca da Bíblia e da vida<br />
porvir. O último estágio rumo<br />
à secularização envolve séria desconfiança<br />
diante de qualquer instituição<br />
relacionada com a religião.<br />
Nos dias atuais, o desrespeito<br />
pela autoridade religiosa representa,<br />
dentro da Igreja Adventista,<br />
tanto um problema da<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
"asa direita" quanto da "asa esquerda".<br />
Ao passo que em termos gerais<br />
o padrão citado acima se desenvolve<br />
gradualmente, em casos individuais<br />
uma crise pessoal pode<br />
acelerar o processo ou mesmo inverter<br />
a ordem em que a secularização<br />
usualmente ocorre. Mais<br />
preocupante que a ordem de progressão<br />
é o fato de 9.lle crescente<br />
número de adventistas em todo<br />
o mundo está se debatendo<br />
com a tendência à secularização.<br />
Se este processo nos está afet<strong>and</strong>o,<br />
o que podemos fazer a fim<br />
de limitar seus efeitos danosos e<br />
mantermos fé vigorosa nesta era<br />
secular? A secularização é acelerada<br />
por várias forças externas,<br />
tais como os meios de comunicação,<br />
particularmente a televisão<br />
e o bombardeio de propag<strong>and</strong>as.<br />
Educação mais elevada e maior<br />
acesso à informação podem igualmente<br />
contribuir para aumentar<br />
os níveis de secularização. Mas<br />
uma perspectiva secular pode infiltrar<br />
nossas vidas tão-somente se<br />
nossa comunhão com Deus já não<br />
for uma realidade. Nenhuma força<br />
externa pode, de per si, secularizar<br />
uma pessoa ou uma igreja.<br />
17
A Vida Devoclonal<br />
o segredo para conservar a fé<br />
nesta era secular reside, pois, em<br />
se aprender como desenvolver e<br />
manter um vivo relacionamento<br />
com Deus. Certamente não é possível<br />
conservar vida espiritual<br />
forte sem hábitos devocionais<br />
igualmente vigorosos. Não existe<br />
substituto para a aplicação de<br />
significativos períodos de tempo,<br />
cada dia, em comunhão com Deus<br />
através de estudo e oração. Da<br />
mesma forma como nossos organismos<br />
não conseguem sobreviver<br />
significativamente mediante<br />
o uso de uma refeição por semana,<br />
tampouco podemos sobreviver<br />
espiritualmente sem significativa<br />
e regular vida devocional.<br />
Os adventistas são pessoas ocupadas.<br />
Nossas vidas giram em<br />
tomo de estudo ou trabalho, a<br />
igreja, a família - a ponto de a<br />
maioria de nós dificilmente conseguir<br />
reservar momentos para<br />
Deus e até mesmo para nós próprios.<br />
Muitas vezes surpreendime<br />
a mim mesmo escorreg<strong>and</strong>o<br />
rumo à tendência secular. Assim,<br />
gostaria de compartilhar algumas<br />
técnicas que me ajudaram a<br />
renovar minha' caminhada com<br />
Deus. Embora isto possa não funcionar<br />
tão bem com todos, as diretrizes<br />
poderão servir como uma<br />
espécie de trampolim a partir do<br />
qual você poderá construir seu<br />
próprio caminho.<br />
Leitura devocional. Para os<br />
principiantes, à seleção de material<br />
de leitura é de gr<strong>and</strong>e importância.<br />
Muitos materiais, até<br />
mesmo a Bíblia (tal como ocorre<br />
em Crõnicas e Levítico) ou os escritos<br />
de Ellen White (tais como<br />
Conselhos Sobre o Regim,e Alimentar<br />
e A Ciência tU> Bom Viver)<br />
não foram projetados para<br />
servirem de leituras devocionais.<br />
O material de leitura deveria geralmente<br />
focalizar a Jesus, embora<br />
- para aqueles que vivem em<br />
ambiente totalmente secular -<br />
os capítulos sobre José e Daniel<br />
nos livros Patriarcas e Profetas<br />
e Profetas e Reis sejam particularmente<br />
relevantes. Não importa<br />
se você ler vinte páginas completas<br />
ou apenas um parágrafo -<br />
18<br />
e sim, que você ouça a voz de<br />
Deus enquanto ela lhe fala.<br />
Podem ser úteis duas cadernetas<br />
de anotações para esta porção<br />
de sua prática devocional. Uma<br />
pode ser utilizada para registrar<br />
vislumbres obtidos durante as leituras<br />
devocionais. Observações<br />
significativas podem ser rapidamente<br />
esquecIdas se não forem<br />
anotadas. A segunda caderneta<br />
pode ser usada como diário espiritual.<br />
Se negligenciarmos empreender<br />
um balanço de nossas<br />
vidas, sem percebê-Io poderemos<br />
facilmente escorregar para a prática<br />
de atitudes e comportamentos<br />
incoerentes com nossa profissão<br />
religiosa. Ao longo do tempo,<br />
tais atividades de reflexão podem<br />
ajudar-nos a perceber as evidên<br />
CIas da mão guiadora de Deus.<br />
Comunicação com Deus. Oração<br />
constitui a área mais problemática<br />
na experiência devocional<br />
da maioria das pessoas. A oração<br />
não deve ser encarada como o<br />
cumprimento de um dever, e sim<br />
como aprendizado sobre a forma<br />
de comunicar-se com uma Pessoa.<br />
Mas aprender a comunicarse<br />
não é algo fácil- o que um casal<br />
:pode muito bem comprovar.<br />
ASSIm, o que mais importa na<br />
oração não é qualquer conjunto<br />
de posições ou padrão fixo de palavras,<br />
e sim na efetiva comunicação<br />
com uma pessoa. Se a sua<br />
mente divaga enquanto seus<br />
olhos estão fechados, focalize outro<br />
padrão, inclusive contempl<strong>and</strong>o<br />
uma gravura de Cristo. A disciplina<br />
de sentar e escrever aquilo<br />
que realmente ocorre em seJl<br />
coração, pode ajudar a manter o<br />
foco de sua mente. O que importa<br />
na oração é a comunicação de<br />
seus mais profundos pensamentos,<br />
as coisas que mais lhe interessam,<br />
os sentimentos que você<br />
não poderia expressar nem mesmo<br />
mante de seu mais íntimo<br />
amigo ou cônjuge.<br />
Talvez ainda mais importante:<br />
deixe que Deus responda as suas<br />
orações. Muitas de nossas orações<br />
devocionais assemelham-se<br />
a breves chamadas telefônicas.<br />
Utilizamos com pressa uma porção<br />
de frases padronizadas e mal conseguimos<br />
esperar que chegue o<br />
momento de dizermos: "Amém."<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
Isto funciona mais ou menos como<br />
desligarmos o telefone enquanto<br />
Deus ainda prossegue na<br />
escuta na outra extremidade.<br />
Experimente o seguinte algumas<br />
vezes. Obtenha um bloco de<br />
apontamentos e um lápis. Depois<br />
de :finalizar sua oração, permaneça<br />
de joelhos e espere. Anote<br />
qualquer pensamento que lhe venha<br />
à mente durante os próximos<br />
poucos minutos. Sei que muitos<br />
adventistas são possuídos de<br />
abundantes impressões, mas nem<br />
sempre elas provêm do demônio.<br />
O Deus vivente também deseja<br />
conduzir-nos. A Bíblia não nos diz<br />
qual o trabalho que devemos empreender,<br />
com qual pessoa devemos<br />
casar, ou quais as tarefas a<br />
realizar em determinado dia - e<br />
ainda assim Deus tem um plano<br />
para cada um de nós. Analise<br />
qualquer impressão à luz das Escrituras.<br />
Se elas forem compatíveis<br />
entre si, prossiga experiment<strong>and</strong>o<br />
suas impressões -<br />
teste-as. Gradualmente você pode<br />
aprender a reconhecer a voz<br />
de Deus em meio a impressões<br />
conflitantes.<br />
Na igreja primitiva, as pessoas<br />
responsáveis pelos eventos notáveis<br />
foram aquelas que <strong>and</strong>aram<br />
com Deus e O conheceram. Não<br />
existe melhor salvaguarda contra<br />
a tendência secular do que um vivo<br />
e diário relacionamento com<br />
Deus. Aqueles que não mantêm<br />
esse tipo de relacionamento, possuem<br />
pouca evidência de que<br />
Deus existe e é relevante para<br />
suas vidas. Deus Se compraz na<br />
auto-revelação àqueles que têm<br />
suficiente interesse em procurá<br />
Lo de todo o seu coração.l<br />
A Prática da Fé<br />
Mesmo sendo a vida devocional<br />
tão fundamental à experiência<br />
cristã, em pouco tempo torna-se<br />
ela enfadonha, a menos que se relacione<br />
com as atividades do viver<br />
diário. Nenhum relacionamento<br />
é capaz de sobreviver por<br />
muito tempo se não for acompanhado<br />
pela ação. Mesmo os psicólogos<br />
dizem que as pessoas que<br />
desejam manter a fé num mundo<br />
secular devem desenvolver<br />
uma religião efetiva nos sete dias
da semana. Aquilo que acreditamos<br />
intelectualmente pode exercer<br />
pouco impac~ sobre o modo<br />
como vivemos. E de certo modo<br />
possível que seres humanos conservem<br />
comportamentos conflitantes<br />
com seu sistema de crenças.<br />
De fato, praticamente todos<br />
os americanos afirmam crer em<br />
Deus, entretanto menos de um<br />
terço participam regularmente<br />
de alguma experiência de culto.<br />
Ilustração: Klm Justlnen<br />
Por outro lado, o modo como<br />
vivemos exerce poderoso impacto<br />
sobre aquilo que cremos. Os<br />
adventistas do sétimo dia têm estado<br />
a dizer ao mundo durante<br />
mais de um século que somente<br />
através da prática das Escrituras<br />
pode uma pessoa, no verdadeiro<br />
sentido, <strong>and</strong>ar com Deus. Por<br />
exemplo, o simples ato de sorrir<br />
para as pessoas é capaz de modificar<br />
toda a sua aparência. (Experimente!)<br />
Estilo de Vida Adventista. A<br />
idéia de que o modo como agimos<br />
afeta aquilo que cremos, não é<br />
nova para os adventistas. Ela<br />
forma a base da filosofia de Ellen<br />
White quanto à "cura da<br />
mente":2<br />
É uma lei da natureza que nossas<br />
idéias e sentimentos sejam<br />
animados e fortalecidos ao lhes<br />
darmos expressão. Ao passo que<br />
as palavras exprimem pensamentos,<br />
é também verdade que estes<br />
seguem aquelas. Se exprimíssemos<br />
mais a nossa fé, mais nos regozijássemos.<br />
nas bênçãos que. sabemos<br />
possUIr - a gr<strong>and</strong>e mIseric6rdia<br />
e o amor de Deus - teríamos<br />
mais fé e maior alegria. 8<br />
A essência deste capítulo poderia<br />
ser resumida como: "fale de<br />
fé e você terá fé." Isto, evidentemente,<br />
é um aspecto central do<br />
cristianismo adventista do sétimo<br />
dia. Viver o estilo de vida adventista<br />
é algo que traz a presença<br />
de Deus para o íntimo de cada<br />
momento de cada dia, quer a pessoa<br />
esteja fazendo compras,<br />
prepar<strong>and</strong>o-se para um e~~ ou<br />
elabor<strong>and</strong>o o orçamento familiar.<br />
A religião praticada nos sete dias<br />
da semana leva-nos a ver em cada<br />
detalhe da vida alguma coisa<br />
que nos leva a pensar em Cristo<br />
e em Seu plano em nosso favor.<br />
Este é um antídoto ideal para a<br />
tendência secular. Se tudo se relaciona<br />
com a sua fé, é muito pouco<br />
provável que você venha a<br />
ab<strong>and</strong>oná-la.<br />
Uma das formas de relacionar<br />
a fé com a vida é falar regularmente<br />
a respeito de sua fé. "Fale<br />
sobre fé e você terá fé" pode<br />
parecer automanipulação. Contudo,<br />
seu sistema de crenças é fortemente<br />
influenciado pelo modo<br />
como você vive. Espera-se que<br />
em nosso viver diário executemos<br />
muitas tarefas que, mesmo<br />
não sendo necessariamente más<br />
em si mesmas, potencialmente<br />
são capazes de afastar-nos da fé.<br />
Temos de reconhecer este fato e<br />
tentar construir hábitos e atividades<br />
que, em nosso viver, nos<br />
tornem conscientes da presença<br />
de Deus. Isto conservará vigorosa<br />
a nossa fé.<br />
Compartilh<strong>and</strong>o a Fé. A atividade<br />
com maior potencial de fortalecer<br />
a fé é o seu compartilhamento.<br />
Atividades contraculturais<br />
tais como orar num restaurante<br />
ou responder a um apelo do<br />
púlpito, são rugo que estabelecem<br />
a nossa fé em contraste criativo<br />
e decisivo diante das opiniões dos<br />
outros. À medida que dizemos a<br />
outras pessoas o que Deus fez por<br />
n6s, enquanto adoramos e louvamos<br />
a Deus juntos, nossa fé cresce<br />
e é fortalecida.<br />
Se assim é, por que você não<br />
compartilha sua fé com maior<br />
freqüência? Creio que uma das<br />
principais razões é que outras<br />
pessoas testemunharam de sua fé<br />
para conosco, e n6s não apreciamos<br />
a forma como o fizeram. Indivíduos<br />
que possuem mais zelo<br />
que cortesia muitas vezes nos<br />
afrontam com pontos de vista indesejáveis.<br />
Por que deveria eu<br />
perturbar alguém qu<strong>and</strong>o eu pr6-<br />
prio não desejo ser perturbado?<br />
Diz a Lei Áurea: "Tudo o que<br />
quereis que os outros vos façam,<br />
fazei-o v6s também a eles."<br />
Tenho boas notícias para você!<br />
A zelosa descortesia não é o modelo<br />
escolhido por Deus para o<br />
testemunhar! Observe:<br />
Unicamente os métodos de<br />
Cristo trarão verdadeiro êxito no<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
aproximar-se do povo. O Salvador<br />
misturava-Se com os homens<br />
como uma pessoa que lhes desejava<br />
o bem. Manifestava simpatia<br />
por eles, ministrava-lhes às<br />
necessidades e granjeava-lhes a<br />
confiança. Ordenava então:<br />
'Segue-Me. '4<br />
O testemunho eficaz e moralmente<br />
aceitável começa com dois<br />
passos. Em primeiro lugar, oferece<br />
às pessoas a oportunidade<br />
de se sentirem à vontade com você.<br />
Ora, você não deixa as pessoas<br />
à vontade ao dizer-lhes o que<br />
devem fazer ou ao dizer-lhes:<br />
"Eu tenho a verdade - você,<br />
não." Por outro lado, as pessoas<br />
respondem positivamente àqueles<br />
que sabem ouvir e não procuram<br />
humilhá-Ias.<br />
O segundo passo no testemunho<br />
efetivo é ser o tipo de pessoa<br />
que os outros gostariam de ser -<br />
o tipo de pessoa que atrai em lugar<br />
de repelir. As pessoas seculares<br />
estão à procura de algo melhor.<br />
Contudo, somente depois de<br />
adquirir sua confiança é que elas<br />
disporão do contexto que lhes permitirá<br />
compreender o seu convite<br />
a que elas "sigam a Jesus".<br />
Na qualidade de Seu testemunho,<br />
Jesus foi uma ímã, não um<br />
martelo. N6s também podemos<br />
aprender a nos tornarmos magnetos.<br />
A partir de um vivo relacionamento<br />
com Deus flui poder e<br />
energia, os quais poderão ajudarnos<br />
a nos tornarmos cristãos amáveis<br />
e atraentes. Tal poder e energia<br />
ajudar-nos-ão a manter a fé<br />
nesta era secularizada.<br />
NOTAS<br />
1. Um excelente livro devocional para<br />
pessoas que vivem e trabalham num ambiente<br />
secular é Too B~ Not to Pray,<br />
de Bill Hybels (Downers Grove, lL: Inter<br />
Varsity Press, 1988).<br />
2. A Ciência, di> Bum Viwr, págs. 240-260.<br />
3. lbidem, págs. 251-253.<br />
4. lbidem, pág. 143.<br />
Jon Paulien (ph. D., Andrews <strong>University</strong>)<br />
leciona junto ao Seminário<br />
Teológico Adventista, localizado em<br />
Berrien Springs, Michigan, EUA.<br />
Ele foi um dos maiores colaboradores<br />
do livro M eeting the Secular<br />
Mind: Some Adventist Perspectives,<br />
editado por H. M. Rasi e Fritz Guy<br />
(2~ edição, Andrews <strong>University</strong><br />
Press, 1987).<br />
19
SHALOM!<br />
Como Abordar<br />
Nossos Amigos<br />
Judeus com o Evangelho<br />
Clifford Goldstein<br />
Um antigo ditado judeu diz<br />
que aquele que não oferece<br />
educação a seu filho "está cri<strong>and</strong>o<br />
um ladrão". A idéia reflete a<br />
secular ênfase que os judeus oferecem<br />
à educação, o que faz com<br />
que eles prossigam sendo um dos<br />
grupos mundiais de mais elevado<br />
nível educacional. Portanto, é<br />
muito provável que em gr<strong>and</strong>e<br />
parte de faculdades e universidades<br />
se possa encontrar bom número<br />
de judeus.<br />
A questão que se coloca, então,<br />
é: como testemunhar a eles?<br />
Como adventistas, deveríamos<br />
revelar mais êxito que qualquer<br />
outra denominação em alcançar<br />
os judeus. O sábado, o santuário,<br />
a mensagem de saúde e nossa escatologia<br />
única, conferem-nos<br />
vantagens especiais. Além de tudo,<br />
sempre consideramos a nós<br />
próprios como os "judeus espirituais"<br />
. Assim, deveríamos ser capazes<br />
de levar nossa mensagem<br />
ao povo judeu. Existem, contudo,<br />
umas poucas diretrizes gerais<br />
que devem ser consideradas antes<br />
que a pessoa tente testemunhar<br />
a um judeu. A preocupação<br />
deste artigo é esboçá-las.<br />
Testemunho<br />
Antes de mais nada, devo dizer<br />
que você não necessita ser judeu<br />
a fim de alcançar um judeu. A<br />
maioria dos judeus existentes na<br />
Igreja Adventista hoje, foram<br />
trazidos por não-judeus. Foi um<br />
imigrante húngaro quem em primeiro<br />
lugar me levou a mensagem.<br />
Outro judeu foi trazido à<br />
verdade por um sul-americano<br />
que mal falava inglês. F. C. Gilbert,<br />
um dos pioneiros da obra<br />
entre os judeus na América do<br />
20<br />
Norte, foi alcançado por uma família<br />
adventista da Nova Inglaterra.<br />
J. M. Hoffman, outro líder,<br />
recebeu a mensagem de uma senhora<br />
de cor.<br />
Efetivamente, para alcançar<br />
um judeu você não precisa ser judeu;<br />
aliás, em vários sentidos, é<br />
até mesmo uma vantagem não sêlo,<br />
pela simples razão que é menos<br />
provável que um judeu seja<br />
hostil para com um não-judeu que<br />
crê em Jesus, do que o seria para<br />
com um judeu que nEle cresse.<br />
Contudo, ao testemunhar a judeus,<br />
você precisa compreender<br />
que muitos deles são pessoas seculares,<br />
que não crêem na Bíblia<br />
ou na inspiração e, em muitos casos,<br />
nem mesmo em Deus. Isto<br />
deve ser conservado em mente<br />
ao falar-lhes. Não imagine que t0-<br />
dos eles conhecem o hebraico,<br />
que memorizaram a Torah, que<br />
guardam o sábado e não fazem<br />
uso de alimentos imundos (eu<br />
cresci comendo s<strong>and</strong>uíches de<br />
presunto, camarões fritos e lulas).<br />
Você não será capaz de leválos<br />
a Jesus se nem mesmo crêem<br />
em Moisés. Mais de um adventista<br />
já ouviu a se&uinte expressão<br />
dos lábios de amIgos judeus: "Oh,<br />
você é melhor judeu que eu." E,<br />
embora nos últimos anos muitos<br />
judeus tenham retornado à sua<br />
fé, especialmente entre os jovens,<br />
e mais notavelmente entre<br />
os que freqüentam instituições<br />
públicas de ensino, seus contatos<br />
judeus tenderão a ser seculares,<br />
agnósticos e mesmo ateus.<br />
Quaisquer que sejam as inclinações<br />
espirituais da pessoa, você<br />
deverá demonstrar interesse pelos<br />
judeus e seus costumes. Faça-<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
lhes perguntas, mesmo que eles<br />
nada saibam. Isto desarmará o<br />
preconceito e mostrará que você<br />
está realmente interessado(a) pela<br />
pessoa. Caso seus interlocutores<br />
sejam religiosos, você poderá<br />
aprender coisas que enriquecerão<br />
a sua fé.<br />
Seria muito bom se você pudesse<br />
ler alguma literatura judaica<br />
a fim de aprender quais são os assuntos<br />
de interesse dos judeus.<br />
Jamais inicie uma palestra religiosa<br />
com um amigo judeu (ele<br />
pensará que você está tent<strong>and</strong>o<br />
convertê-lo) e, a menos que ele<br />
traga à baila o assunto, jamais fale<br />
acerca de religião diante de<br />
seus familiares ou amigos. Há alguns<br />
anos, uma jovem senhora<br />
judia que tivera um curso de Bíblia<br />
judaica com os adventistas,<br />
escreveu pedindo o batismo. Pouco<br />
tempo depois um ministro adventista<br />
bateu à sua porta. Qu<strong>and</strong>o<br />
a mãe (que nada sabia acerca<br />
das intenções da filha) abriu a<br />
porta, a primeira coisa que o ministro<br />
disse foi: "A senhora nem<br />
imagina quão entusiasmado me<br />
sinto pelo fato de sua filha haver<br />
manifestado o desejo de ser batizada<br />
na Igreja Adventista!"<br />
Provavelmente ele não tivesse<br />
idéia de quão "entusiasmada" a<br />
mãe haveria de sentir-se! Qu<strong>and</strong>o,<br />
ao conversar com um amigo<br />
judeu, o assunto religioso aparecer<br />
em cena, não demonstreares<br />
profissionais. Seja humilde e disponha-se<br />
a ouvir os pontos de vista<br />
do interlocutor, não importa<br />
quais sejam eles. Diga algo do tipo:<br />
"Bem, respeito seus pontos<br />
de vista, mesmo vendo as coisas<br />
de modo um pouco diferente."<br />
Não argumente com judeus. Eles<br />
são especialistas em debates.
Tato e Simpatia<br />
Se o tópico for Jesus Cristo, você<br />
necessitará exercer tato especial.<br />
Evite declarações enfáticas,<br />
tais como: "Jesus é o Messias."<br />
Em vez disso, de modo humilde<br />
e manso, destaque que, a partir<br />
de estudo, oração e experiência,<br />
você crê que Jesus cumpre as<br />
profecias concernentes ao Messias<br />
hebreu.<br />
Não faça declarações do tipo<br />
"Vocês, judeus" ou "Estes judeus",<br />
as quais, dependendo do<br />
tom de voz, poderão parecer depreciativas.<br />
Frases como "o povo<br />
judeu" ou "o homem judeu"<br />
são mais seguras. Sempre evite<br />
expressões em que o judeu apareça<br />
como enganador ou trapaceiro.<br />
Não faça uso de piadas judaicas<br />
ou estereótipos desta raça,<br />
tais como "os ricos judeus".<br />
Antes de mais nada, é bom saber<br />
que muitos judeus não são ricos;<br />
além disso, tais estereótipos tenderam<br />
a conduzir à perseguição.<br />
Um ponto é crucial. Mostre<br />
simpatia pelos sofrimentos dos<br />
judeus. Há alguns anos, numa<br />
igreja adventista de Michigan,<br />
apresentei uma palestra quanto<br />
à obra em favor dos judeus. Depois<br />
da apresentação um idoso<br />
membro da igreja se aproximou<br />
de mim e disse: "Saiba que sinto<br />
tristeza por tudo que os judeus<br />
sofreram - mas, afinal de contas,<br />
foram eles que atraíram este<br />
sofrimento sobre si mesmos!"<br />
Você precisa ser sensível diante<br />
da história judaica. Não lhe será<br />
possível começar a compreender<br />
um judeu moderno ou o lugar<br />
de onde ele proveio - não importa<br />
quão secular ele seja - a menos<br />
que você compreenda corno<br />
ele se relaciona com o seu passado,<br />
especialmente com o evento<br />
máximo da história judaica: o Holocausto.<br />
Inevitavelmente, se o seu amigo<br />
é um judeu secular, ele lhe fará<br />
a pergunta: "Onde Se encontrava<br />
Deus durante o Holocausto?"<br />
Embora não exista resposta<br />
fácil para esta questão, há alguns<br />
anos, no periódico que edito<br />
para judeus, escrevi um artigo<br />
especial intitulado: "A Verdadeira<br />
História dos Judeus." Coloquei<br />
todo um argumento sobre<br />
a mesa, salient<strong>and</strong>o que somente<br />
um milagre de Deus poderia<br />
haver permitido que ainda existisse<br />
algum judeu à época em que<br />
Hitler ordenou o extermínio da<br />
raça. "Segundo todas as teorias<br />
históricas, culturais, sociais e militares",<br />
escrevi eu, "os judeus<br />
deveriam ter desaparecido há milhares<br />
de anos, não devendo remanescer<br />
senão alguns tabletes<br />
insepultos nas areias do deserto."<br />
Tentei explicar que a mera<br />
existência dos judeus, depois de<br />
haverem sido varridos por duas<br />
vezes de sua nação, provia um<br />
dos mais sólidos argumentos em<br />
favor da existência de Deus. Caso<br />
você acredite nisto, afirme que<br />
cada judeu que você encontra faz<br />
aumentar a sua fé em Deus e nas<br />
pr~messas da Bíblia.<br />
Uma História de Sobrevivência<br />
Durante séculos, os rabinos ensinaram<br />
que 613 m<strong>and</strong>amentos<br />
pendiam sobre os judeus. Após o<br />
Holocausto, o :filósofo Emil Facknheim<br />
adicionou o 614~: sobrevivência.<br />
Quer se trate de um devoto<br />
judeu ortodoxo que apedreje<br />
carros transit<strong>and</strong>o em suas vizinhanças<br />
em Jerusalém, no dia<br />
de sábado, quer se trate de um<br />
moderno "Yuppie" judeu descasc<strong>and</strong>o<br />
ostras num recanto de Manhattan<br />
em pleno dia de Yom<br />
Kippur, todos os judeus solenemente<br />
voltaram em seus corações<br />
que jamais permitirão outra<br />
vez serem colocados na posição<br />
de sofrerem genocídio. "O fracasso<br />
em compreender plenamente<br />
a intensidade desta convicção<br />
judaica", escreveu o Rabino<br />
Y echiel Eckstein, "leva ao<br />
fracasso em compreender tanto<br />
o judeu contemporâneo quanto a<br />
sua fé."<br />
Diretamente vinculada ao Ho-<br />
.locausto encontra-se a nação de<br />
Israel. A miopia judaica não deriva<br />
do orgullio, nem do ódio aos<br />
árabes, nem de alguma conspiração<br />
pan-sionista. Em vez disso, os<br />
judeus ajudam a Israel porque,<br />
sob a mancha dos seis milhões de<br />
mortos, eles não desejam ver<br />
mais alguns milhões mortos - e<br />
teria sido exatamente este o caso<br />
se Israel houvesse perdido alguma<br />
guerra.<br />
Depois de séculos de peregrinação,<br />
exílio e perseguição - culmin<strong>and</strong>o<br />
com o Holocausto - os judeus<br />
vêem em Israel não apenas<br />
a sobrevivência, como ainda a sobrevivência<br />
na qualidade de judeus<br />
e senhores de seu próprio<br />
destino, em vez de prosseguirem<br />
como vassalos temerosos verg<strong>and</strong>o-se<br />
sob o azorrague de qualquer<br />
déspota que houvesse decidido<br />
oprimi-los. Assim, pelo fato<br />
de os judeus perceberem Israel<br />
corno símbolo de sobreviVência,<br />
eles percebem a animosidade<br />
contra Israel corno sendo animosidade<br />
contra eles próprios. Não<br />
é importante se este sentimento<br />
é ou não justificável. O que importa<br />
é que existem almas a serem<br />
conquistadas para Jesus. Você<br />
não deve procurar vencer algum<br />
argumento político, e sim<br />
para demonstrar o amor de Cristo.<br />
Por esta razão, não importa<br />
como você se sinta com relação<br />
a ~pos definidos de judeus, não<br />
cntique Israel ou seus líderes. Isto<br />
não significa que devemos oferecer<br />
apoio incondicional a tudo<br />
aquilo que Israel faz. Significa<br />
simplesmente que o terreno é extremamente<br />
sensível, e seria melhor<br />
que você nada dissesse, do<br />
que alienar um judeu ao falar negativamente<br />
de Israel e de sua<br />
polJtica.<br />
E igualmente importante compreender<br />
que o judeu jamais deseja<br />
ab<strong>and</strong>onar sua identidade.<br />
Trata-se de um mistério de difícil<br />
aceitação, mas depois de milhares<br />
de anos os judeus, devotos<br />
ou seculares, possuem alguma espécie<br />
de "mística" (na ausência<br />
ae melhor termo) que os une a<br />
sua identidade judaica. Não pretendem<br />
jamais perdê-la. Em certa<br />
ocasião, durante uma reunião<br />
campal, depois que apresentei<br />
um testemunho, urna querida e<br />
idosa senhora, muito bemintencionada,<br />
veio até onde eu<br />
me encontrava, apertou minha<br />
mão e, sacudindo-a, disse: "Parabéns<br />
por haver-se tornado um<br />
gentio!"<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
21
Adote a abordagem oposta, explic<strong>and</strong>o<br />
que ao um judeu aceitar<br />
a Jesus, sua identidade judaica é<br />
fortalecida, e não enfraquecida.<br />
Certa vez envolvi-me em argumentação<br />
com um judeu que me<br />
dizia que, pelo fato de haver eu<br />
aceitado a Jesus, não mais deveria<br />
considerar-me judeu. IIBem",<br />
respondi, "se Jesus não foi o<br />
Messias, suponho que você possa<br />
estar certo. Mas se Ele é o<br />
Messias judeu, e eu creio nEle,<br />
quem é, nesse caso, o verdadeiro<br />
judeu?"<br />
Em seminários que tenho apresentado<br />
quanto a testemunhar<br />
para judeus, muitas vezes advirto<br />
quanto ao uso de algumas palavras<br />
que podem "eriçar" um judeu:<br />
"Conversão" (prefira utilizar<br />
o termo novo coração), "Cristo"<br />
(diga Messias), "cruz" (lugar<br />
de expiação), "Salvador" (prefira<br />
Redent01-), etc. Evite tanto<br />
quanto possível o tópico da Trindade,<br />
a menos que esteja realmente<br />
preparado para responder<br />
biblicamente.<br />
Uma das maiores barreiras à<br />
aceitação de Jesus por parte dos<br />
judeus, tem sido a perseguição da<br />
igreja a estes. Milhares dentre<br />
eles tiveram de enfrentar a conversão<br />
forçada ou a morte. Durante<br />
séculos as boas-novas têm<br />
sido pregadas aos judeus, e muitas<br />
vezes a espada esteve pendendo<br />
sobre as suas cabeças.<br />
Mais que qualquer outro grupo<br />
de pessoas, os judeus necessitam<br />
ver as boas-novas aplicadas de<br />
modo prático na vida dos cristãos,<br />
muito mais do que necessitam<br />
ouvi-las sob a forma de pregações.<br />
Este ponto jamais será<br />
demasiadamente enfatizado. Não<br />
fale a seu amigo judeu a respeito<br />
do amor - viva-o.<br />
Durante anos, senti-me amargurado<br />
contra o cristianismo exatamente<br />
por esta razão, ao ponto<br />
de molestar um pregador itinerante<br />
com perguntas, sobre o<br />
gramado do campus da Universidade<br />
da Flórida. Mais tarde, enquanto<br />
morava em Israel, encontrei<br />
um grupo de cristãos que me<br />
demonstraram amor incondicional,<br />
a tal ponto que tive finalmente<br />
de admitir que não seria justo<br />
julgar toda a crist<strong>and</strong>ade a par-<br />
tir das obras de alguns bárbaros<br />
- e isto porque existiam cristãos<br />
da qualidade destes vivendo ali,<br />
junto a mim.<br />
Esta é a razão por que o livro<br />
de Daniel é um bom lugar para<br />
se iniciar o estudo com judeus,<br />
caso eles concordem. Em primeiro<br />
lugar, ele pode oferecer a evidência<br />
intelectual de que Deus<br />
existe, a partir da forma como as<br />
profecias de Daniel 2 e 7 roram<br />
cumpridas. Daniel 7, em meu caso,<br />
representou um estimulo particularmente<br />
poderoso, pois o estudo<br />
do chifre pequeno ajudoume<br />
a responder muitas questões<br />
que eu me fazia a respeito do cristianismo.<br />
"Se esta é a religião de<br />
Deus, por que ela persegue os judeus?'<br />
Uma vez que estudei as<br />
profecias, contudo, as coisas se<br />
me tornaram muito mais claras.<br />
Pude compreender que tal perseguição<br />
provinha, na verdade, de<br />
um poder que Deus condena. Depois,<br />
qu<strong>and</strong>o estudei o livro de<br />
Apocalipse e vi o mesmo poder<br />
retratado na Bíblia "cristã", o<br />
efeito foi poderoso.<br />
Utilize Publicações<br />
Ao começar o estudo com pessoas<br />
judaicas, não tenha pressa<br />
em fazer uso dos livros de Ellen<br />
White. Embora amemos os seus<br />
escritos, existem conceitos e declarações<br />
que os judeus podem<br />
compreender mal em seus contatos<br />
iniciais. Mais tarde você descobrirá<br />
oportunidades de compartilhar<br />
com estas pessoas o Espírito<br />
de Profecia.<br />
Outras literaturas, todavia,<br />
acham-se disponíveis. Shabbat<br />
Shalom é a publicação de alcance<br />
missionário da igreja para os<br />
judeus. Mediante publicação trimestral,<br />
este periódico tem o objetivo<br />
de apresentar artigos a<br />
respeito de assuntos de interesse<br />
dos judeus e depois, tanto<br />
quanto possível sem ofender suas<br />
crenças, procura apresentar os<br />
princípios da verdãde. Trata-se<br />
de uma abordagem de baixo perfil,<br />
mas que parece estar funcion<strong>and</strong>o,<br />
pois os judeus estão lendo<br />
a publicação. Se você tiver um<br />
amigo judeu com disposição para<br />
ouvir, falar e intercambiar<br />
idéias, podemos afirmar que esta<br />
revista é perfeita. Se você perceber<br />
que seus amigos judeus não<br />
estão preparados para talliteratura,<br />
você mesmo poderá assinála<br />
e entregar-lhes artigos individuais<br />
que, em sua opinião, serão<br />
apreciados por eles. (para encomendar<br />
a revista: envie US$4,95<br />
para Shabbat Shalom, 12501 OId<br />
Columbia Pike, Silver Spring MD<br />
20904.) Neste mesmo endereço<br />
você também poderá obter informações<br />
sobre um "pacote" que<br />
inclui fitas, sob o título "How to<br />
Witness to Jews" [Como Testemunhar<br />
aos Judeus].<br />
Ao abordar seus amigos judeus,<br />
lembre-se de que eles podem<br />
ser ganhos para Jesus tanto<br />
quanto qualquer outra pessoa.<br />
O Espírito Santo também está<br />
apel<strong>and</strong>o a seus corações. Mas é<br />
importante prestar atenção as<br />
suas susceptibilidades. Se você<br />
aprender a não ofendê-los, certamente<br />
desfrutará de gr<strong>and</strong>es<br />
oportunidades. Paciência, tato,<br />
sensibilidade e amor farão mais<br />
por eles do que todos os argumentos<br />
e provas combinados.<br />
O povo judeu pode ser ganho -<br />
e o está sendo - para as várias<br />
denominações CrIstãs. Vamos<br />
trazê-los para a melhor opção.<br />
Depois de tornar-se cristão em Israel,<br />
Clifford Goldstein foi batizado<br />
no rio Jordão e mais tarde uniu-se à<br />
Igreja Adventista do Sétimo Dia.<br />
Atua]mente ele serve como editor de<br />
Shabbat Shalom enquanto obtém um<br />
mestrado em Artes (idiomas do Velho<br />
Testamento) junto à John Hopkins<br />
<strong>University</strong>. BestSeller,livro no<br />
qual conta a hIstória de sua própria<br />
conversão, foi publicado recentemente<br />
pela Pacific Press.<br />
22<br />
DIÁLOGO 2 - 1990
PERFIL<br />
Anne-Marie Langvall Olsen<br />
Diálogo com uma Professora Adventista da Noruega<br />
Anne-Marie Langvall OIsen leciona<br />
lnglês na Universidade de<br />
Trondhein - a segunda maior instituição<br />
do gênero da Noruega, localizada<br />
numa cidade fundada pelo rei<br />
viking Olav Tryggvason em 997_ Ela<br />
provém de urna notável família norueguesa<br />
de educadores adventistas<br />
do sétimo dia.<br />
Em seguida a sua graduação na escola<br />
secundária, com distinção em Inglês,<br />
ela freqüentou o Newbold <strong>College</strong>,<br />
na Inglaterra. Aplicou também<br />
um ano nos Estados Unidos, estud<strong>and</strong>o<br />
Inglês mediante o uso de uma<br />
bolsa Fulbright, antes de retornar à<br />
Noruega a fim de estudar na Universidade<br />
de Oslo_ Em 1968 ela recebeu<br />
a graduação em idioma inglês, com<br />
formação secundária em alemão e<br />
lingüística.<br />
Depois de lecionar inglês na faculdade<br />
estadual de Bergen, Noruega<br />
Ocidental, incorporou-se à Universidade<br />
de Trondheim em 1969_ Ali ela<br />
ensinou fonética, gramática inglesa<br />
e história do idioma inglês desde<br />
aquela época até o presente - com<br />
exceção do período em que se dedicou<br />
a estudos doutorais em Londres.<br />
Durante este perfodo ela casou com<br />
Palen Olsen, ministro dinamarquês,<br />
e mais tarde passou um ano em Jerusalém,<br />
para onde ele foi chamado<br />
como pastor. O casal tem duas filhas,<br />
Elizabeth e Christe!.<br />
Embora não esteja empregada numa<br />
universidade adventista, Anne<br />
Marie tem-se envolvido com o sistema<br />
educacional adventista. Presentemente<br />
ela é membro do Newbold<br />
<strong>College</strong> Board of Governors. Sua<br />
atuação neste posto tem sido muito<br />
apreciada. Talvez a providência tenha<br />
decidido que ela, uma vigorosa<br />
adventista do sétimo dia, servisse<br />
profissionalmente fora do âmbito da<br />
igreja.<br />
Por bondade, fale-nos acerca<br />
de suas bases adventistas_<br />
Como adventista de terceira<br />
geração, nasci "dentro da igreja".<br />
Papai e mamãe lecionavam<br />
Birthe Bayer<br />
em nossa escola secundária da<br />
Noruega; meu pai também atuou<br />
como preceptor e deão acadêmico-<br />
Fui batizada por meu professor<br />
de Bíblia, V. Norskov OIsen,<br />
enquanto freqüentava a escola<br />
secundária adventista da Dinamarca_<br />
Posso afirmar com firmeza<br />
que meus dedicados pais, ao lado<br />
de professores cristãos, me<br />
ofereceram visão profissional e<br />
cristã.<br />
O que fez com que você escolhesse<br />
o ensino do Inglês como<br />
profissão?<br />
Ao ler os livros de E llen White<br />
desde tenra idade - primeiro em<br />
norueguês, e depois em dinamarquês<br />
e sueco, em vista do limitado<br />
número de livros traduzidos<br />
para o norueguês - em breve desejei<br />
poder lê-los no idioma original.<br />
Isto despertou meu apetite<br />
por um estudo mais íntimo deste<br />
idioma e pelo estudo das versões<br />
inglesas da Bíblia. Efetivamente,<br />
minha tese junto à Universidade<br />
de Oslo teve a ver com alguns aspectos<br />
lingüfsticos da King James<br />
Version de 1611 e da New<br />
English Bible de 1961-<br />
Qualquer pessoa, até mesmo<br />
você própria, poderia esperar<br />
que seu destino seria lecionar<br />
em alguma escola superior adventista,<br />
o que não ocorreu.<br />
Por quê?<br />
"""""'.,......."..="""----.<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
Enquanto eu empreendiaestudos<br />
de grau avançado junto à<br />
Universidade de Oslo, uma vaga<br />
de professor em nosso colégio da<br />
Noruega foi aberta, e todos consideravam<br />
como certo que eu<br />
preencheria este posto. Enquanto<br />
isto, outro graduado adventista,<br />
com aproximadamente a mesma<br />
área de estudos e uma família<br />
a sustentar, finalizou seu curso<br />
de estudos alguns meses antes<br />
que eu, e ocupou a vaga_ Assim,<br />
qu<strong>and</strong>o fui abordada por meus<br />
professores, durante os exames<br />
finais, a respeito da ocupação de<br />
uma vaga magisterial na universidade,<br />
senti-me livre, na verdade,<br />
quase sob a obrigação, de considerar<br />
esta oportunidade totalmente<br />
inesperada. O caminho era<br />
tão diferente daquele que eu sempre<br />
pensara trilhar, que tão-somente<br />
pude ver a mão divina em<br />
tudo isto_ Até hoje prossigo crendo<br />
que fui colocada aqui tendo em<br />
vista um propósito_<br />
Como foi a vida acadêmica<br />
para você, uma jovem adventista<br />
do sétimo dia?<br />
Durante os anos de estudante<br />
estive tão intensamente envolvida<br />
com as atividades dos jovens<br />
na minha igreja, que em nenhum<br />
momento enfrentei problemas<br />
com os aspectos sociais da vida<br />
estudantil; tive, sim, alguns problemas<br />
com aulas e exames agendados<br />
para as horas do sábado.<br />
Houve algumas disciplinas que eu<br />
muito gostaria de haver cursado,<br />
mas não pude fazê-lo porgue só<br />
eram administradas nas nOltes de<br />
sexta-feira ou nas manhãs de sábado_<br />
Entretanto, um de meus<br />
professores sentiu-se tão preocupado<br />
pelo fato de eu perder sua<br />
aula dupla todas as sextas-feiras<br />
à noite, que bondosamente se<br />
ofereceu para repetir os aspectos<br />
23
principais das aulas na manhã de<br />
segunda-feira, e isto durante todo<br />
o curso. Ele o fez sem qualquer<br />
tipo de remuneração.<br />
A fim de evitar problemas de<br />
exames aos sábados eu notificava<br />
o encarregado dos exames logo<br />
ao início dos cursos, indic<strong>and</strong>o<br />
quais eu planejava realizar. Os<br />
responsáveis sempre arranjaram<br />
as coisas em meu benefício, até<br />
que cheguei à etapa final, que<br />
ocorreu no outono - e este possui<br />
curtas tardes, inclusive a de<br />
sexta-feira.<br />
Muitas vezes nossos dias de<br />
exames envolviam oito e mesmo<br />
dez horas de atividades. Tornouse<br />
impossível que o departamento<br />
programasse todos os exames<br />
sem utilizar horários tanto da<br />
sexta-feira quanto do sábado.<br />
Mas como programar um exame<br />
de dez horas de duração se a tarde<br />
outonal de sexta-feira é tão<br />
curta?<br />
O que você fez?<br />
O Senhor abriu uma porta<br />
aquele ano. Em meu favor, o pessoal<br />
encarregado dos exames ofereceu-se<br />
voluntariamente para<br />
começar mais de uma hora mais<br />
cedo naquele dia, permitiram que<br />
eu iniciasse as respostas em sua<br />
sala antes de se dirigirem para a<br />
sala de aula onde os demais alunos<br />
esperavam pela prova, que<br />
para eles começaria às nove horas<br />
da manhã. Foi um sentimento<br />
estranho retirar-me da sala de<br />
aula mais de três horas antes do<br />
horário previsto para o fim dos<br />
exames, mas aquela hora extra<br />
no início da manhã permitiu-me<br />
a chance de finalizar meu exame.<br />
(O pessoal encarregado dos exames<br />
sentiu-se muito orgulhoso ao<br />
receber os re~tados de meus<br />
exames finais!) Como estudante,<br />
compreendi que as pessoas,<br />
ao verem que você é sincero e<br />
procura fazer o melhor, criam<br />
condições fora da rotina a fim de<br />
ajudar você a resolver seus problemas.<br />
Que conselho daria você a<br />
alunos adventistas de universidades<br />
públicas no tocante ao<br />
sábado e exames neste dia?<br />
Sejam fiéis e coerentes. Se um<br />
único estudante adventista aceita<br />
sentar na sala de aula e reali-<br />
24<br />
zar um único exame do dia de sábado,<br />
será muito mais difícil convencer<br />
professores e encarregados<br />
de exames de que outros estudantes<br />
adventistas não estão<br />
preparados a fazer o mesmo. Demonstre<br />
consideração por todo<br />
trabalho envolvido na modificação<br />
de uma data de exames; não<br />
se retrate um dia antes do exame,<br />
tal como ocorreu com um de<br />
nossos estudantes. Alguns membros<br />
da igreja têm muitas histórias<br />
a contar quanto à pressão e<br />
discriminação que enfrentaram<br />
em escolas públicas em virtude<br />
de suas crenças. Tive a felicidade<br />
de jamais haver enfrentado<br />
esta experiência. Penso, porém,<br />
que muitas vezes nós mesmos somos<br />
a causa de nossas dificuldades.<br />
Creio que podemos fazer<br />
muito a fim de facilitar as coisas<br />
para nós e também para os outros,<br />
sempre que tivermos de solicitar<br />
privilégios e arranjos especiais<br />
em virtude de nossa fé.<br />
Seus colegas de profissão e<br />
seus alunos conhecem as suas<br />
convicções religiosas?<br />
Sim, muitos deles as conhecem,<br />
embora durante a maior parte do<br />
tempo eu venha sendo a única adventista<br />
em minha instituição.<br />
Eles me têm apresentado muitas<br />
perguntas, e alguns colegas contribuem<br />
fielmente com a nossa<br />
campanha de recolta missionária<br />
a cada outono - alguns até mesmo<br />
me agradecem o privilégio de<br />
poderem participar.<br />
Uma das formas pelas quais tenho<br />
me livrado de aulas às sextas-feiras<br />
à noite e dos exames<br />
aos sábados, é mediante a disposição<br />
voluntária em preparar o<br />
esquema de exames do departamento.<br />
Também procuro estimular<br />
a boa vontade ao fazer sempre<br />
um pouquinho mais do que de<br />
mim se espera.<br />
De que modo lhe é possível<br />
equilibrar as atividades profissionais<br />
com a vida doméstica?<br />
Dou prioridade à minha família,<br />
e estou pronta a sacrificar toda<br />
atividade profissional que escape<br />
às estritas horas de trabalho<br />
enquanto nossas filhas ainda<br />
estiverem em nível escolar básico.<br />
Qu<strong>and</strong>o elas já se encontram<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
na cama à noite, muitas vezes tenho<br />
de retornar aos meus livros<br />
ou à correção de trabalhos de alunos.<br />
Contudo, o segredo de minha<br />
sobrevivência tem sido o<br />
compartilhar das tarefas domésticas<br />
com um esposo que está disposto<br />
a fazer mais gue aquilo que<br />
lhe cabe no cuidado dos filhos e<br />
nas obrigações do lar. Durante<br />
todos estes anos temo-nos alternado<br />
nas atividades de casa - ele<br />
sai qu<strong>and</strong>o eu chego à tarde -<br />
exceto durante um ano, qu<strong>and</strong>o<br />
duas jovens adventistas se alternaram<br />
no cuidado das meninas<br />
durante minhas horas de trabalho.<br />
Acredito ser importante estabelecer<br />
claramente as prioridades.<br />
As crianças se encontram<br />
sob nosso cuidado durante um período<br />
tão curto! Se as negligenciarmos,<br />
jamais teremos a oportunidade<br />
de corrigir o erro.<br />
Tem você se envolvido com a<br />
educação adventista na qualidade<br />
de profissional?<br />
Antes de ingressar na universidade<br />
lecionei durante um ano<br />
em nosso colégio da Noruega, onde<br />
tanibém atuei num comitê de<br />
avaliação, ao lado de representantes<br />
da Divisão Trans-Européia<br />
e da Associação Geral. Sou<br />
a presidenta da comissão escolar<br />
de nossa igreja local, e durante<br />
mais de cinco anos tenho sido<br />
membro da Junta de Administradores<br />
do Newbold <strong>College</strong>. Minha<br />
experiência com uma variedade<br />
bastante ampla de comitês, em<br />
vários níveis, num ambiente nãoadventista,<br />
tem representado<br />
uma base útil para o serviço que<br />
presto à igreja.<br />
Como você se relaciona com<br />
a vida de sua congregação?<br />
Relacionamentos íntimos em<br />
nível de igreja e, particularmente,<br />
participação ativa na Escola<br />
Sabatina,· têm sido da maior importância,<br />
e isto foi particularmente<br />
verdade em meus dias de<br />
estudante. Tem sido essencial a<br />
meu desenvolvimento pessoal e a<br />
fim de ajudar-me a manter o<br />
equilíbrio' como pessoa e como<br />
cristã. Também necessito da<br />
igreja em minha vida profissional,<br />
e particularmente da Escola<br />
Sabatina, a fim de carregar minha<br />
bateria para outra semana de
gr<strong>and</strong>es exigências profissionais.<br />
Volvendo os olhos ao passado,<br />
o que você considera essencial<br />
para que alguém permaneça<br />
na igreja?<br />
Um comprometimento básico<br />
com a fé e os valores concernen·<br />
tes à igreja. Os estudantes de·<br />
vem ser estimulados a desempe·<br />
nhar papel ativo na vida da igre·<br />
ja, de modo que sintam que per·<br />
tencem a ela. Deus tem um lugar<br />
e uma tm'efa para cada pessoa, e<br />
todos devem descobrir qual é o<br />
seu papel.<br />
Birthe Bayer<br />
Birthe Bayer, também professora,<br />
atua como diretora associada de<br />
Educação da União Nórdica Ocidental,<br />
sediada cm Oslo, Noruega.<br />
PERFIL<br />
Ben Carson<br />
Diálogo com um Neurocirurgião Adventista<br />
Em setembro de 1987 um jovem<br />
médico negro foi projetado para<br />
a fama mundial como um dos principais<br />
neurocirurgiões da equipe da<br />
Johns Hopkins <strong>University</strong>, ao separaI'<br />
os gêmeos siameses Binder. Unidos<br />
pela porção posterior de suas cabeças,<br />
os gêmeos compartilhavam<br />
uma seção do crânio e da pele, assim<br />
como uma veia de grosso calibre, responsável<br />
pela drenagem cerebral e<br />
pela devolução do sangue ao coração.<br />
O médico: Ben Carson.<br />
O jovem Ben cresceu nos guetos de<br />
Boston e Detroit. Ele e seu irmão<br />
compartilharam uma infância feliz e<br />
sem maiores eventos até que Ben<br />
completou oito anos de idade. Foi en·<br />
tão que a mãe de Ben (casada aos 13<br />
anos de idade) divorciou-se do pai das<br />
crianças, depois de descobrir que o<br />
marido levava dupla vida conjugal -<br />
outra esposa e outros filhos.<br />
Se a classe de quinta série fizesse<br />
uma votação, por certo Ben não venceria.<br />
Suas notas eram tão ruins, que<br />
seu professor chegava a cumprimentá-Ia<br />
qu<strong>and</strong>o obtinha grau "D" num<br />
exame de matemática. Entretanto,<br />
sua mãe, cuja cultura não ultrapassava<br />
a terceira série, decidiu que este<br />
quadro deveria ser modificado.<br />
A nova abordagem funcionou tão<br />
bem, que Ben conseguiu obter uma<br />
bolsa para Yale. Após a graduação,<br />
foi aceito pela Escola Médica da Uni·<br />
versidade de Michigan. Entre o segundo<br />
e terceiro anos da Faculdade,<br />
casou com C<strong>and</strong>y, sua namorada desde<br />
o segundo grau. Em 1976, Ben foi<br />
um dos dois médicos aceitos pela<br />
John Hopkins <strong>University</strong> para a re<br />
'sidência em neurocirurgia (os c<strong>and</strong>idatos<br />
foram aproximadamente 125).<br />
O Dt,. Carson é ancião da igreja adventista<br />
de Spencerville, Maryl<strong>and</strong>.<br />
É ativo no programa de saúde e tem·<br />
perança e também tem a seu cargo<br />
uma classe da Escola Sabatina. Oca·<br />
sal tem três garotos.<br />
Dr . Carson, explique de que<br />
modo o péssimo aluno de<br />
quinta série conseguiu efetuar<br />
uma reviravolta em sua própria<br />
vida .<br />
Minha mãe teve muito a ver<br />
com isto. Ela observava nossas<br />
notas - as minhas e as de meu<br />
irmão Curtis - assim como nosso<br />
desinteresse geral pelos assuntos<br />
da escola. Ela levou o problema<br />
ao Senhor em oração. Deus<br />
causou-lhe a impressão de que seria<br />
necessário desligar o televisor<br />
e fazer-nos ler bastante.<br />
Jamais esquecerei o dia em que<br />
ela chegou do trabalho e avisou<br />
que dessa data em diante, Curtis<br />
e eu só teríamos direito a assistir<br />
a dois ou três programas semanais,<br />
previamente selecionados,<br />
de televisão. Além disso, te-<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
ríamos de ler dois livros por semana,<br />
sob a obrigação de contarlhe<br />
o que havfamos lido. Pensamos<br />
que iríamos morrer.<br />
Não foi fáci l. Nem para ela,<br />
nem para nós, embora eu creia<br />
que para ela terá sido mais difícil<br />
do que o foi para nós. Havíamos<br />
sido ensinados a obedecer, e<br />
mesmo que ela não houvesse ainda<br />
chegado em casa qu<strong>and</strong>o regressávamos<br />
da escola, fazíamos<br />
o que ela dem<strong>and</strong>ara. Na primei·<br />
ra semana obrigamos nossos relutantes<br />
pés a se encaminharem<br />
para a biblioteca pública, e reclamamos<br />
durante todo o caminho.<br />
Além disso, em vista de serem<br />
tão terríveis minhas notas de ma·<br />
temática, mamãe dedidiu que eu<br />
não poderia sair à tarde para<br />
brincar enquanto não houvesse<br />
aprendido as tabuadas.<br />
Em que momento as coisas<br />
começaram a se tornar mais fáceis<br />
para você?<br />
Na verdade, foi muito rápido.<br />
Uma vez que eu consegui multiplicar<br />
qualquer combinação entre<br />
1 e 12, a matemática tornou-seme<br />
fácil. À medida que minhas<br />
notas subiam, o mesmo ocorreu<br />
com a autoconfiança. Sempre<br />
gostei de ciências, de modo que<br />
li bastante sobre a natureza e os<br />
animais. Certo dia a coisa aconteceu<br />
- como se um raio de luz<br />
perpassasse repentinamente o<br />
meu cérebro. Se algo estivesse<br />
num livro, eu poderia aprender.<br />
Certamente eu era capaz. Mais<br />
25
que isto, se eu me aplicasse diligentemente,<br />
poderia ser o primeiro<br />
aluno da classe. Isto foi o<br />
que produziu uma reviravolta em<br />
minha vida. .<br />
Você é conhecido como uma<br />
pessoa br<strong>and</strong>a, alguém que trabalha<br />
calmamente sob pressão.<br />
Sempre foi esta a sua característica?<br />
Esta pergunta é interessante.<br />
Qu<strong>and</strong>o jovem, tive um temperamento<br />
terrível. Aliás, depois de<br />
haver estudado psicologia, sei<br />
agora que eu possuía um temperamento<br />
patológico. Eu perdia<br />
todo senso de razão ao exasperarme<br />
- e não era necessário muita<br />
coisa para exasperar-me.<br />
Aos 14 anos de idade tentei esfaquear<br />
meu amigo. Dou graças<br />
a Deus porque meu canivete de<br />
acampamento explodiu sobre a fivela<br />
enorme de seu cinto. Ocorreu<br />
que eu o golpeei com tanta<br />
força, gue a lãmina do canivete<br />
se partiU, e eu fiquei ali, olh<strong>and</strong>o<br />
para a lãmina partida, somente<br />
então percebendo que poderia<br />
havê-lo matado. Aterrorizado<br />
diante do que quase acontecera,<br />
corri para casa e tranquei-me no<br />
banheiro, de modo a poder ficar<br />
sozinho. Lutei comigo mesmo e<br />
com o Senhor durante umas boas<br />
duas horas. Sabia que jamais poderia<br />
tornar-me um médico se<br />
não fosse capaz de controlar-me,<br />
de modo que clamei a Deus que<br />
me modificasse. Desde aquele<br />
terrível dia minha fé em Deus<br />
tem sido intensamente pessoal, e<br />
representa parte muito importante<br />
de tudo aquilo que sou.<br />
Conte-nos, em breves palavras,<br />
como você chegou a ser<br />
aquilo que hoje é.<br />
Para começar, tributo a Deus<br />
o crédito e a glória. Tenho sido<br />
gr<strong>and</strong>emente abençoado. Depois<br />
de minha residência em HopKins,<br />
passei um ano na Austrália. Ali<br />
pude aprender e praticar cirurgias<br />
complicadas, que não teria<br />
chegado a executar em vários<br />
anos de prática nos Estados Unidos.<br />
Qu<strong>and</strong>o retornei à pátria e<br />
me uni à equipe de Hopkins, estava<br />
em condições de colocar esta<br />
experiência em prática.<br />
Perdoe-me pela observação<br />
um tanto pessoal, mas você aio-<br />
26<br />
da parece bastante jovem.<br />
Sim, e mais jovem ainda eu parecia<br />
qu<strong>and</strong>o me tomei chefe da<br />
neurocirurgia pediátrica aos 33<br />
anos de idade. Muitas e muitas<br />
vezes os pais de crianças doentes<br />
me perguntavam qu<strong>and</strong>o o médico<br />
chegaria. Talvez isto representasse<br />
uma combinação de minha<br />
aparência de pouca idade e de minha<br />
cor negra. Uma vez, porém,<br />
@e meu trabalho se tomou amplamente<br />
conhecido, as pessoas<br />
já não manifestam surpresa.<br />
Você empreendeu uma série<br />
de hemisferectomias - a remoção<br />
de metade do cérebro.<br />
Conte-nos algo a respeito desta<br />
cirurgia incomum. .<br />
Minha primeira paciente de hemisferectomia<br />
foi uma garotinha<br />
de nome Mir<strong>and</strong>a. Em 1985 ela<br />
estava apresent<strong>and</strong>o 120 a 160<br />
crises convulsivas todos os dias.<br />
Ela revelava uma condição que<br />
provocava a inflamação de seu tecido<br />
cerebral. O prognóstico era<br />
paralisia e morte. Seus pais recusaram-se<br />
a desistir e finalmente<br />
entraram em contato com o<br />
John Hopkins Hospital. Após cuidadoso<br />
estudo, cheguei a crer que<br />
este procedimento cirúrgico, pouco<br />
conhecido, poderia obter êxi·<br />
to. Ele havia sido praticado 50<br />
anos antes, sem sucesso. Mas as<br />
invenções e técnicas modernas fizeram-me<br />
crer que a operação poderia<br />
ser realizada. Sem a cirurgia,<br />
Mir<strong>and</strong>a teria certamente de<br />
enfrentar a morte. Assim, assumindo<br />
a terrível tarefa, ela e seus<br />
pais decidiram ir em frente.<br />
Sua recuperação foi quase miráculosa.<br />
Enquanto estava sendo removida<br />
da sala cirúrgica, abriu os<br />
olhos e conversou com os pais. Mal<br />
podíamos crer que isto fosse verdade.<br />
Não sabíamos se ela despertaria<br />
da anestesia, se seria capaz<br />
de movimentar ambos os lados do<br />
corpo, ou se seria capaz de falar.<br />
Recuperou-se com J!Oucos efeitos<br />
colaterais. Executei cerca de 22<br />
hemisferectomias, com apenas um<br />
óbito. Até hoje sinto-me mal ao<br />
pensar neste llltimo caso. Noventa<br />
e cinco por cento dos pacientes<br />
estão livres das convulsões.<br />
Não temos espaço para ouvir<br />
sobre outras de suas cirurgias<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
interessantes e controvertidas.<br />
Entretanto, fale-nos um pouco<br />
sobre os gêmeos siameses.<br />
Eu havia estado a pensar durante<br />
algum tempo no seqüestro<br />
hipotérmico diante de situações<br />
especialmente difíceis. Qu<strong>and</strong>o a<br />
família Binder nos contactou e,<br />
depois de cuidadoso estudo, vários<br />
dentre nós, médicos, concordamos<br />
em que seria possível separar<br />
os garotos e conservar<br />
boas funções neurológicas em cada<br />
bebê, decidimos que os procedimentos<br />
é que poderiam viabilizar<br />
a operação.<br />
Dr. Mark Rogers coordenou<br />
uma equipe de 70 pessoas que<br />
participaram da cirurgia. Gastamos<br />
cinco meses prepar<strong>and</strong>o-nos<br />
para ela. Chegamos a praticar<br />
cinco ensaios gerais de três horas,<br />
utiliz<strong>and</strong>o bonecas em tamanhos<br />
de bebês, ligadas em suas<br />
cabeças por meio de Velcro. Eu<br />
deveria acrescentar ainda que jamais<br />
entro numa cirurgia sem<br />
antes orar.<br />
A que você atribui seu sucesso?<br />
Tenho sido gr<strong>and</strong>emente abençoado.<br />
Num campo altamente<br />
competitivo, fui capaz de realizar<br />
cirurgias que homens em idade<br />
de aposentadoria não tiveram o<br />
privilégio de empreender. Tenho<br />
executado operações que os cirurgiões<br />
dariam seu olho direito<br />
- para usar a expressão típica -<br />
a :fim de poderem realizar.<br />
Creio que existe uma única razão.<br />
Em tudo aquilo que faço,<br />
busco atribuir o crédito a Deus.<br />
Se eu tão-somente começar a<br />
pensar que sou o gr<strong>and</strong>e Ben<br />
Carson, se eu apenas me deixar<br />
levar pelo pensamento de que<br />
existe algo de especial em relação<br />
a minha pessoa, então serei de<br />
pouco valor a quem quer que seja.<br />
Ao estar em pé diante dà pia,<br />
enquanto pratico a assepsia antes<br />
de uma operação, meus pensamentos<br />
volvem-se para Deus.<br />
Sempre oro. Não alardeio muito<br />
este fato diante de meus pacientes,<br />
mas sou conhecido como cristão.<br />
Deus tem ajudado cada passo<br />
de minha vida.<br />
Conte-nos algo a respeito de<br />
THINK BIG [PENSE GRANDE].<br />
Sinto sobre mim um gr<strong>and</strong>e pe-
so no que tange às crianças de hoje.<br />
Veja os meios de comunicação.<br />
Que espécie de modelos estas<br />
crianças têm diante de si? Estrelas<br />
dos esportes e estrelas do<br />
rock. Mas, mesmo que alguém tenha<br />
condições extraordinárias,<br />
quais as suas chances de fazer algo<br />
realmente gr<strong>and</strong>e? Talvez<br />
uma em 100.000.<br />
Há tempos, enquanto eu recrutava<br />
alunos para Yale, comprometi-me<br />
a estimular pessoas jovens.<br />
Hoje conto aos garotos de<br />
que modo poderão estabelecer<br />
objetivos práticos para si. Para<br />
que possam alcançar êxito, devem<br />
gastar mais tempo em estudo<br />
dedicado e em auto-aperfeiçoamento.<br />
Gr<strong>and</strong>e parte dos jovenzinhos<br />
são muito ingênuos.<br />
"Tomar-me-ei médico", dizem<br />
eles, "ou, então, advogado." Mas<br />
eles não possuem idéia dos passos<br />
específicos necessários para<br />
que atinjam o alvo que se propuseram.<br />
THINKBIG é um acrõnimo para:<br />
talento e tempo,[talent <strong>and</strong> time],<br />
honestidade e esperança [honesty<br />
<strong>and</strong> hope] , discernimento<br />
[insight], ser bondoso [be nice],<br />
conhecimento [knowledge], livros<br />
[books], aprendizado em profundidade<br />
[in-depht learning] e Deus<br />
[God]. Explico de que modo estes<br />
poucos itens representam a chave<br />
para o sucesso.<br />
Eu costumava dispor de tempo<br />
para falar a diferentes grupos de<br />
jovens. Agora, cada vez mais, as<br />
escolas e organizações estão trazendo<br />
suas crianças até Hopkins,<br />
para que eu as veja. Explico-lhes<br />
como estabelecer alvos, como evitar<br />
drogas e outros hábitos nocivos,<br />
como desenvolver-se em<br />
meio a situações familiares negativas<br />
e como utilizar as habilidades<br />
por Deus concedidas de modo<br />
a produzirem os melhores resultados.<br />
Uma das coisas que<br />
mais me gratificam é ouvir falar<br />
que esta ou aquela pessoa jovem<br />
foi modificada a partir do m~u<br />
exemplo.<br />
E sua famOia? .<br />
C<strong>and</strong>y graduou-se por Yale e<br />
possui um mestrado el!l administração<br />
de negócios. E também.<br />
exímia violinista. Vez por outra<br />
sou convidado a contar minha<br />
história em diferentes lugares.<br />
C<strong>and</strong>y e os garotos sempre viajam<br />
comigo. Tomei a decisão de<br />
que meus garotos devem conhecer-me.<br />
Não haverão de ter apenas<br />
uma fotografia de seu pai.<br />
Penny Estes Wheeler<br />
Penny Wheeler, editora de novos<br />
autores da Review <strong>and</strong> Herald Publishing<br />
Association, foi a editora da<br />
autobiografia do Dr. qarson, intitulada<br />
Gifted H<strong>and</strong>s [MAOS TALEN<br />
TOSAS] (Rwiew <strong>and</strong> Herald, 1990).<br />
Como parte de sua pesquisa enquanto<br />
editava o manuscrito, teve o privil~o<br />
de olhar por sobre os ombros<br />
de Dr. Carson enquanto este realizava<br />
duas cirurgias.<br />
Para falar a verdade, você não<br />
necessita de um grau de Ph.<br />
D. para discutir o assunto da intimidade.<br />
Mas é certo que você<br />
necessita certo grau de interesse!<br />
A experiência da intimidade é<br />
crucial para o ser humano. Tratar<br />
se de um curso experimental que<br />
requer o seu apren4izado a partir<br />
da própria vivência. A intimidade<br />
é ricamente ~ecompensadora<br />
- de certo modo, é a única forma<br />
de você descobrir quem realmente<br />
é. Entretanto, tal pesquisa<br />
não é isenta de riscos!<br />
Nosso primeiro contato com a<br />
intimidade e as primeiras impressões<br />
que obtemos, nos advém<br />
qu<strong>and</strong>o somos crianças. O calor<br />
de nos sentirmos envolvidos por<br />
braços acolhedores, a familiaridade<br />
do odor do corpo, o ressoar de<br />
uma voz bem conhecida e o contato<br />
visual que as mamães esta-<br />
LOGOS<br />
Intimamente Seu<br />
Pat e Ted Wick<br />
belecem com seus bebês, representam<br />
componentes vitais para<br />
o crescimento e desenvolvimento<br />
do ser humano. A partir desta<br />
compreensão podemos postular<br />
que a intimidade é ~ vital quanto<br />
o alimento. Ela é essencial para<br />
o nosso contínuo bem-estar ao<br />
longo da vida.<br />
. Alguns de nós abordamos melhor<br />
a intimidade do que outros.<br />
Talvez tenhamos recebido mais<br />
intimidade ou haveremos sido<br />
melhor amados. Nossa personalidade<br />
é aberta e comunicativa.<br />
Aprendemos a como ouvir atentamente.<br />
Temos conosco certo ar<br />
de auto-afirmação, e enfrentamos<br />
a vida destemidamente. Possuímos<br />
uma medida adequada de<br />
auto-estima. Estamos a cada dia<br />
aprendendo mais a respeito de<br />
quem realmente somos. Estes<br />
atributos convidam a intimidade<br />
e, tal qual um círculo autoperpetuado<br />
de crescimento, adquirimos<br />
autoconhecimento e provocamos<br />
o desenvolvimento de níveis<br />
sempre mais profundos de<br />
intimidade.<br />
A intimidade não se encontra<br />
isenta de dor. É justamente daquilo<br />
que melhor conhecemos, daquilo<br />
que mais forte impacto causa<br />
sobre nossas vidas, que podemos<br />
receber as mais profundas<br />
feridas. Nos estágios Iniciais da<br />
amizade, por exemplo, os riscos<br />
são mínimos. Existe certa precipitação<br />
diante da novidade do relacionamento,<br />
onde tudo é revelação.<br />
A experiência limita-se<br />
àquilo que dizemos ser ou fazer,<br />
e então o tempo faz-se sentir e<br />
encarrega-se de trazer à cena os<br />
acontecimentos. Enquanto aquilo<br />
que alguém professa ser encontra<br />
correspondência com as<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
27
ealizações efetivas, tudo vai<br />
bem. Mas qu<strong>and</strong>o a pessoa de<br />
nossa intimidade não corresponde<br />
às nossas expectativas, sentimo-nosgr<strong>and</strong>emente<br />
desapontados.<br />
Tornamo-nos tristes, irritados,<br />
desiludidos e por vezes tememos<br />
correr o risco de avançar rumo<br />
à intimidade. Preferimos<br />
esconder-nos um pouco, não divulgar<br />
tanto o relacionamento,<br />
de modo a podermos sentir-nos<br />
mais seguros. Estes mecanismos<br />
de ocultação, nós os chamamos<br />
de defesa.<br />
As autodefesas são saudáveis<br />
qu<strong>and</strong>o usadas nas circunstâncias<br />
adequadas. Qu<strong>and</strong>o perigos reais<br />
nos ameaçam e nós nos escondemos,<br />
tanto física quanto emocionalmente,<br />
isto significa que ativamos<br />
um mecanismo adequado<br />
de defesa. Entretanto, qu<strong>and</strong>o<br />
utilizamos os mecanismos de defesa<br />
para "escaparmos" habitualmente,<br />
sem discriminação ou conhecimento<br />
daquilo que estamos<br />
fazendo, estas defesas impedem<br />
que vivamos a intimidade. À medida<br />
que "despachamos" as pessoas,<br />
fechamo-nos em nós mesmos<br />
pela utilização excessiva de<br />
mecanismos como negação, anulação,<br />
projeção e até mesmo humor.<br />
Necessitamos ser suficientemente<br />
corajosos para rebaixar<br />
nossas defesas em situações que<br />
sabemos serem seguras, de modo<br />
a permitirmos que outra pessoa<br />
possa comunicar-se conosco.<br />
Um ambiente seguro é essencial.<br />
Tentar desenvolver intimidade<br />
com outra pessoa qu<strong>and</strong>o<br />
você não sabe se isto é seguro, representa<br />
algo muito tolo. Para<br />
podermos sentir-nos seguros, temos<br />
de saber, antes de mais nada,<br />
que possuímos o direito de decidir<br />
o que compartilhar, e em<br />
que grau. Para a maioria de nós,<br />
é essencial saber que esta pessoa<br />
que potencialmente será nossa<br />
íntima, não nos rejeitará e não<br />
nos apequenará, que ela possui a<br />
capacidade de oferecer-nos algum<br />
grau de amor incondicional<br />
e de que ela não nos ab<strong>and</strong>onará.<br />
Requer-se sabedoria ao escolhermos<br />
as pessoas com as quais<br />
compartilharemos nossas informações<br />
pessoais. Jesus falou que<br />
não devemos lançar pérolas aos<br />
28<br />
porcos. Em nossa própria necessidade<br />
de intimidade, muitas vezes<br />
esquecemos o Seu conselho,<br />
expondo idéias, sentimentos e esperanças<br />
~to ao futuro, a pessoas<br />
que nada desejam ter a ver<br />
com as mesmas. Assim, devemos<br />
estar atentos às pessoas adequadas<br />
com as quais poderemos desenvolver<br />
genuína intimidade.<br />
Existem embusteiros em considerável<br />
grau.<br />
A intimidade genuína progride<br />
ao longo de estágios. Começa<br />
com a disposição de comunicar.<br />
David Ignatow, em "With the<br />
Door Open", diz:<br />
Desejo comunicar algo a você<br />
Mantenho a porta aberta entre<br />
[nós<br />
Sou incapaz de dizer o que quero<br />
Sinto-me feliz em tão-somente<br />
manter aberta a porta entre nós.<br />
O estilo de intimidade sugerido<br />
por estas linhas poéticas é o<br />
de meramente anunciar a disposição.<br />
Pode-se traduzir até mesmo<br />
pelo silêncio: a silenciosa disposição<br />
de "viver" outra pessoa,<br />
mesmo sem comunicação verbal.<br />
Dizem-nos os comunicadores<br />
que ao falarmos, existem em nossa<br />
conversação uma tendência à<br />
intimidade. Começa com o relatório<br />
daquilo que ouvimos e progride<br />
no sentido de incluir nossa<br />
própria perspectiva (aquilo que<br />
vemos), e finalmente procura expor<br />
aquilo que pensamos. Estamos<br />
avanç<strong>and</strong>o enquanto expressamos<br />
nossos valores, aquelas<br />
coisas nas quais cremos, e entãs><br />
nos aprofundamos em intimidade<br />
no momento em que nos sentimos<br />
na liberdade de compartilhar<br />
nossos sentimentos. O fluxo<br />
da intimidade abrange todos estes<br />
elementos em círculos cada<br />
vez mais profundos.<br />
Uma das maiores dádivas que<br />
podemos oferecer aos outros, é<br />
nos aproximarmos deles com um<br />
espírito de curiosidade. Perguntas,<br />
armazenadas e ouvidas, representam<br />
um convite à intimidade.<br />
Martin Buber, escritor na.<br />
área da intimidade, em seu livro<br />
I <strong>and</strong> Thou, descreve a excursão<br />
da amizade:<br />
Qu<strong>and</strong>o defronto um ser huma-<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
no como o meu VOCÊ e p'rofiro<br />
a palavra básica EU-VOCE a esta<br />
pessoa, ela passa a não mais<br />
representar uma coisa entre outras,<br />
e nem mesmo consiste de<br />
coisas. Tal pessoa não mais é ele<br />
ou ela, um ponto na tela universal<br />
do espaço e do tempo, nem<br />
uma condição a ser experimentada<br />
e descrita, um feixe perdido de<br />
la; (8) Oferecimento e recebimento<br />
de afeição a partir do relacionamento.<br />
Estas expressões são mutuamente<br />
benéficas, uma vez que a<br />
intimidade possui uma capacidade<br />
habilitadora e fortalecedora<br />
em nossas vidas. A lista de Sternberg<br />
muito se aproxima daquilo<br />
que habitualmente identificamos<br />
como amor romântico. Com as bases<br />
fornecidas pelos passos 1 a 8,<br />
sou quase capaz de assegurar um<br />
delicioso romance e um saudável<br />
relacionamento matrimonial.<br />
Nosso desafio é derivar amizades<br />
potenciais em ampla variedade<br />
de situações. Lillian Rubin, em<br />
seu livro Just Friends, argumenta<br />
que necessitamos de rituais<br />
que reconheçam e valorizem relacionamentos<br />
íntimos outros,<br />
que não o romance ou a família.<br />
Pat Ordovensky pesquisou o fenômeno<br />
da intimidade ao estimular<br />
recentemente relacionamentos<br />
através do jornal USA ToMY,<br />
sob o título: "Both Sides WIn<br />
With Mentoring." Sabemos que<br />
cada configuração de intimidade,<br />
quer seja entre gerações, entre<br />
culturas, entre o mesmo sexo ou<br />
entre sexos opostos, é única<br />
quanto àquilo que tem a oferecer.<br />
Aparecem düerenças de gênero.<br />
Os homens com maior freqüência<br />
definem a intimidade como<br />
conexão física, ao passo que<br />
para as mulheres o maior valor<br />
se encontra no componente emocional<br />
e no terreno familiar. Na<br />
tentativa de uma "conquista rápida",<br />
podemos ser tentados a<br />
optar por interação física, sem o<br />
necessário e vital embasamento<br />
emocional.<br />
Carol Gilligan, autora de A Difere:nt<br />
Voice, descreve as diferen-<br />
tes abordagens dos dois gêneros<br />
à intimidade, em termos de sermos<br />
societários de "hierarquia"<br />
e "entrelaçamento". Ela sugere<br />
que os homens são os construtores<br />
de torres, ao passo que as mulheres<br />
se concentram na afiliação<br />
e obra de formar redes. O equilíbrio<br />
ocorre na combinação. Durante<br />
a amizade emergente o balanço<br />
deve tender, idealmente,<br />
para o lado feminino. Uma vez<br />
que se encontrem estabelecidos<br />
os fundamentos da confiança,<br />
compatibilidade, reci{>rocidade e<br />
lealdade, é seguro engir a torre<br />
- um lugar seguro para se acrescentar<br />
as camadas da intimidade<br />
física com seu alto valor sinergístico.<br />
Em seu livro Bonding Relationships<br />
in the Image of God,<br />
Donald Joy descreve as diferenças<br />
de desenvolvimento dos cérebros<br />
masculino e feminino. O cérebro<br />
masculino, com suas conexões<br />
mais simples entre os hemisférios<br />
direito e esquerdo,<br />
apresenta maior dificuldade para<br />
o acesso a sentimentos do que<br />
o feminino. O desafio diante de<br />
nós é no sentido de eX'ercitar todas<br />
as porções deste criativo<br />
computador que se acha dentro<br />
de nós, de modo a nos tornarmos<br />
indivíduos de cérebro amplificado,<br />
ou seja, de nos tornarmos seres<br />
humanos completos. Na se~rança<br />
e na inc<strong>and</strong>escência da Intimidade<br />
estendemos as mãos para<br />
a vida de um modo que não arriscaríamos<br />
tentar se estivéssemos<br />
sozinhos.<br />
Assim EU bu§co 'as profundidades<br />
com VOCE, meu significativo<br />
outro, EU-VOCÊ, covid<strong>and</strong>o-o<br />
a unir-se a mim na dança da<br />
vida, procur<strong>and</strong>o conhecer e ser<br />
EM AÇÃO<br />
conhecido intimamente.<br />
Modelos EscriturÍsticos<br />
de Intimidade<br />
- "Não é bom que o homem esteja<br />
só" (Gênesis 2:18). Deus pronunciou<br />
estas palavras qu<strong>and</strong>o Eva ainda<br />
não havia sido crIada. A declaração<br />
tem a ver com a necessidade do<br />
ser humano de estar com pessoas. A<br />
interação humana provê estímulo vital,<br />
tanto do ponto de vista intelectual<br />
quanto social. Fomos criados<br />
desta forma. Trata-se da natureza essencial<br />
da humana criação de Deus,<br />
tanto do homem quanto da mulher.<br />
- "Jônatas o amava [a Davi] com<br />
todo o amor de sua alma" (I Samuel<br />
20: 17). Estes jovens, ambos designados<br />
para o trono de Israel, demonstraram<br />
verdadeira amizade na mais<br />
hostil das situações. A amizade de Jônatas<br />
por Davi comprovou sua lealdade<br />
diante de explosivas intrigas da<br />
família real. Ambos eram heróis de<br />
guerra. Suas vidas de violência não<br />
impediram a capacidade que ambos<br />
possuíam de desenvolver intimidade.<br />
- Rute e Noemi eram pessoas com<br />
notórias diferenças de idade, e que se<br />
tornaram íntimas amigas através da<br />
tragédia familiar. Através do compartilhar<br />
de sofrimentos, o coração de<br />
Rute uniu-se ao de sua sogra, Noemi,<br />
que era uma expatriada. Assim, disse<br />
ela a Noemi: HNão me instes para<br />
que te deixe, e me obrigue a não<br />
seguir-te; porque aonde quer que fores,<br />
irei eu, e onde quer que pousares,<br />
ali pousarei eu; o teu povo é o<br />
meu povo, o teu Deus é o meu Deus.<br />
Onde quer que morreres, morrerei eu,<br />
e ali serei sepultada; faça-me o Senhor<br />
o que bem Lhe aprouver, se outra<br />
coisa que não seja a morte me separar<br />
de ti" (Rute 1:16 e 17).<br />
Este artigo foi escrito por Pat<br />
Wick, em colaboração com seu esposo,<br />
Ted. Ele teve a tarefa de compilar<br />
os autores, ela deu vida ao artigo,<br />
e de ambos é a jornada rumo à<br />
intimidade.<br />
Uma c<strong>and</strong>eia num gr<strong>and</strong>e ambiente?<br />
Uma luz estabelecida<br />
sobre a montanha? Uma pequena semente<br />
num vasto campo? Qualquer<br />
que seja a metáfora utilizada, o ministério<br />
é inconfundível. Mais de<br />
Divisão Afn>Oceano índico<br />
2.200 estudantes adventistas que estão<br />
à busca de graus universitários<br />
de instrução em instituiçôes nãoadventistas<br />
em seis países da Divisão .<br />
Mro-Oceano índico, conhecem sua<br />
missão e se organizaram em associa-<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
ções ou grupos de companheirismo<br />
tendo em vista três objetivos:<br />
(1) Constituírem grupos de conservação<br />
com vistas ao estímulo mútuo<br />
nas reuniôes de estudo regular da Bíblia,<br />
oração e adoração.<br />
29
(2) Representarem meios de testemunho,<br />
através do compartilhamento<br />
de sua fé e crenças com os colegas<br />
não-adventistas.<br />
(3) Organizarem centros de cuidado<br />
e atenção, onde tanto adventistas<br />
quanto não-adventistas encontrem<br />
um lugar de compaixão, apoio e preocupação.<br />
Um breve relatório por países:<br />
Ghana. Existem 120 estudantes<br />
adventistas fremient<strong>and</strong>o as três universidades<br />
públicas de Ghana. Aqueles<br />
que fazem parte da Universidade<br />
da Costa do Cabo organizaram<br />
uma igreja, a qual constituiu o resultado<br />
de uma campanha evangelística<br />
empreendida em 1987. Os estudantes<br />
assumem os serviços e os negócios<br />
da igreja.<br />
Na comunidade de alunos da Universidade<br />
de Accra, também em<br />
Ghana, os estudantes realizaram um<br />
programa missionário de conquista<br />
(le almas num gr<strong>and</strong>e salão que lhes<br />
foi colocado à disposição pelas autoridades<br />
universitárias. O programa<br />
desenvolveu-se sob a forma de Seminários<br />
do Apocalipse e ocorreu nos<br />
meses de janeiro e fevereiro de 1990.<br />
Como resultado deste esforço, oito<br />
estudantes universitários foram batizados.<br />
Muitos alunos e professores<br />
agora adoram ao lado da comunidade<br />
adventista no sábado. Numa vila<br />
próxima, uma Escola Sabatina Filial<br />
com cerca de quarenta membros foi<br />
posta a funcionar pela comunidade.<br />
No início de janeiro de 1990, a Comunidade<br />
Adventista da Universidade<br />
de Ciência e Tecnologia de Ghana<br />
conduziu uma cruzada evangelística<br />
no campus universitário. Trinta<br />
estudantes universitários aceitaram<br />
a mensagem adventista do sétimo<br />
dia.<br />
Ru<strong>and</strong>a. Na Universidade Nacional<br />
de Ru<strong>and</strong>a, os estudantes achamse<br />
ativamente envolvidos em atividades<br />
evangeIfsticas; um capelão foi indicado<br />
pela missão, e foi-lhe concedido<br />
um escritório no campus. Nossos<br />
alunos dispõem de unia sala onde<br />
prestam culto a Deus,~para o qt!a.l<br />
convidam seus colegas. Sua associação<br />
já está com doze anos de existência<br />
e foi oficialmente reconhecida pela<br />
universidade.<br />
Zaire. Na Universidade de Kinshasa,<br />
no Zaire, os estudantes adventistas<br />
estão organizados como uma comunidade.<br />
Realizam serviços religiosos<br />
no campus, numa ampla sala concedida<br />
pelas autoridades universitárias.<br />
O Senhor está abenço<strong>and</strong>o os<br />
seus esforços.<br />
Madagascar. Em Madagascar,<br />
existem mais de 300 estudantes adventistas<br />
freqüent<strong>and</strong>o universidades<br />
públicas. Encontram-se separados<br />
pela distância, de tal modo que<br />
um encontro em nível nacional não<br />
tem sido possível nos últimos anos.<br />
Entretanto, em cada universidade os<br />
estudantes adventistas organizaram<br />
centros de companh.eirismo, com ativos<br />
programas de êonservação e alcance<br />
missionário. Seu maior objetivo<br />
é criar uma atmosfera espiritual<br />
entre eles próprios, a fim de influenciar<br />
os que estão à sua volta e assim<br />
conquistar almas para o Senhor.<br />
N os últimos anos, estes estudantes<br />
de Madagascar sempre estiveram<br />
ativamente envolvidos no trabalho de<br />
conquista de almas nos campus e nas<br />
áreas próximas às universidades. Obtiveram<br />
êxito em iniciar um grupo<br />
adventista em Andraisoro, que cresceu<br />
e veio a tornar-se uma igreja organizada.<br />
Outros grupos têm sido iniciados,<br />
inclusive o do campus da Universidade<br />
de Antananarivo, além de<br />
dois outros nas adjacências desta universidade.<br />
Costa do Marfim. Na Costa do<br />
Marfim, a Associação dos Estudantes<br />
Adventistas que freqüentam a<br />
universidade, foi recentemente organizada.<br />
Nigéria. Na Nigéria, nossos estudantes<br />
acham-se espalhados pelas várias<br />
universidades estatais, mas todos<br />
eles agrupam-se em tomo da Associação<br />
Nigeriana de Estudantes<br />
Adventistas (NNAS). Seu secretariado<br />
nacional encontra-se agora na<br />
Universidade de Jos, e o secretário<br />
ajuda a coordenar as atividades de<br />
testemunho cristão_ e a organjzar o<br />
encontro anual da entidade, onde os<br />
estudantes acham espaço para companheirismo,<br />
estimul<strong>and</strong>o-se mutuamente.<br />
UE será pregado este evangelho do<br />
reino por todo o mundo, para teste- .<br />
munho a todas as nações. Então virá<br />
o fim" (Mateus 24:14). Estas poucas<br />
palavras de Jesus exerceram impacto<br />
direto sobre muitos de nossos<br />
estudantes adventistas em instituições<br />
seculares. Eles aceitaram a<br />
mensagem de modo literal. Para<br />
eles, isto significa que cada nação individual<br />
e cada pessoa deve receber<br />
as boas novas da vinda de Cristo,<br />
nosso Salvador e Rei, qu<strong>and</strong>o este<br />
mundo chegará ao [lID.<br />
. Nossos estudantes universitários<br />
acham-se conscientes do fato de que<br />
não existe mais glorioso alvo do que<br />
apressar o dia em que a última pessoa<br />
sobre a face da Terra, sim, a última<br />
pessoa da Divisão Afro-Oceano<br />
Indico terá sido alcançada pela mensagem<br />
do evangelho. Eles estão particip<strong>and</strong>o<br />
ativamente no alcance de<br />
todos os rincões da divisão. Ainda<br />
existe muito território a ser desbravado,<br />
mas a vitória nos está assegurada.<br />
Phénias Bahimba<br />
LIVROS<br />
Publicações Significativas Feitas por Adventistas do Sétimo Dia<br />
ou Acerca dos Mesmos<br />
Seeking a Sanctuary: Seventh-day Adventism<br />
<strong>and</strong> the American Dream, por Malcolm BulI<br />
e Keith Lockhart (San Francisco: Harper <strong>and</strong> Row, 1989;<br />
xi + 319 páginas; US$25,95, encadernado).<br />
Revisão por Gary Ross.<br />
Admirável e mesmo audacioso em sua proposta, este livro<br />
analisa a Igreja Adventista histórica e sociologicamente.<br />
Os autores, ambos com um conhecimento de primeira<br />
mão da igreja, vêem inicialmente os adventistas como um<br />
grupo, depois focalizam grupos de adventistas, e finalmente<br />
se detêm diante do processo pelo qual as pessoas passam<br />
a fazer parte do môvimento ou dele se afastam.<br />
Um "pudim" inglês sem tema definido, é o que certamente<br />
este livro não representa. Preocupados ao ponto<br />
de posicionar a Igreja Adventista em contraste com a sociedade<br />
americana, os autores constroem uma tese que,<br />
qualquer que seja seu mérito, efetivamente unifica milhares<br />
de detalhes. A tese é esta: uSempre houve uma combinação<br />
de idéias suficientes para distinguir aqueles que<br />
as sustentam do restante da sociedade americana, e para<br />
manter um senso de distância entre a igreja e o mundo."<br />
Ao salientarem a distância entre o adventismo e aso-<br />
30 DIÁLOGO 2 - 1990
ciedade americana, os autores espalham imagens poderosas<br />
e polarmente opostas da igreja, e que o público tem<br />
construído ao longo de mais de um século. Uma delas, formada<br />
a partir de Guilherme Miller, torna o adventismo<br />
tão distinto do mundo a ponto de apresentar-se fanático,<br />
divergente e apocalíptico. A outra, inspirada em John Harvey<br />
Kellogg, vê a igreja tão discretamente distinta do mundo,<br />
a ponto de correr o risco de identificar-se com ele. Evidentemente,<br />
estas imagens persistem, e por boas razões:<br />
O adventismo é mn processo que afasta as pessoas da sociedade<br />
americana ... e é também um processo que projeta<br />
as pessoas de volta ao mundo externo. Tanto as entradas<br />
quanto as saídas do movimento encontram-se abertas.<br />
O público apenas percebe os conversos que entram na<br />
igreja e zelosamente abraçam visões da catástrofe impendente,<br />
e os retirantes que reaparecem, como profissionais<br />
de espírito público. (possivelmente o público também perceba<br />
um recoltista que solicita fundos de porta em porta.)<br />
Certos dinamismos vocacionais reforçam estas interpretações<br />
errõneas. O movimento de auto-sustento, por exemplo,<br />
puxa a igreja demasiadamente numa direção, ao passo<br />
que os médICOS adventistas e os educadores empregados<br />
pela igreja a puxam demasiadamente na direção<br />
oposta.<br />
Enquanto isto, o adventismo repousa sobre um terreno<br />
que requer uma descrição mais fiel, e BulI e Lockhart, ao<br />
assumirem o desafio de formular esta descrição, atingem<br />
o ponto central de seu livro. Em vez de ser antitético à<br />
sociedade ou redutível a ela, o adventismo replica ou imita<br />
a sociedade. Afastado, porém não demasiado distante,<br />
o adventismo "provê um santuário para a América", da<br />
mesma forma como "a própria América ofereceu um santuário<br />
às gerações de imigrantes da Europa". Mas o afastamento<br />
efetivamente existe e, exceto por alguns curiosos<br />
momentos de simbiose, a localização do "santuário"<br />
toma-se a chave para explanar, significativamente, qualquer<br />
coisa a respeito da igreja. Por vezes, replicar corresponde<br />
a assemelhar-se - como qu<strong>and</strong>o os relacionamentos<br />
raciais dentro da igreja refletem a nação como um todo;<br />
noutros momentos, replicar significa substituir - como<br />
qu<strong>and</strong>o os autores identificam os possíveis membros<br />
como "aqueles que, em virtude de raça, pobreza, idade ou<br />
mobilidade ainda não foram capazes de encontrar uma posição<br />
segura no ãmbito da sociedade".<br />
A guarda do sábado, como "chave para a compreensão<br />
do relacionamento do adventismo com a América", ilustra<br />
ambas as facetas da replicação:<br />
Com sua peculiaridade, ela toma s~a a alienação<br />
adventista diante do estilo de vida amencano, mas em sua<br />
conformidade com as expectativas americanas de que deve<br />
haver um dia sagrado na semana, ela alinha os adventistas<br />
com a sociedade em geral.<br />
Ocorre agora o drama central do livro. O adventismo<br />
descobriu que, de modo a poder substituir um dos aspectos<br />
da sociedade americana, teria de negar que a América<br />
realmente possllÍsse esta característica. Naquilo que os<br />
autores identificam com os mais impressionante aspecto<br />
da igreja, o adventismo rejeitou o ponto de vista de que<br />
a América constituísse "o meio de redenção universal",<br />
exatamente porque é isto que a igreja pretende ser:<br />
Uma vez que a Nação e o Adventismo não poderiam ser,<br />
ambos, o meio "escolhido", talvez não seja surpreendente<br />
que os adventistas da década de 1850 tenham começado<br />
a questionar a natureza triunfalista do destino americano.<br />
Esta lógica, mais a arbitrariedade governamental, transformaram<br />
os Estados Unidos na besta de Apocalipse 13.<br />
Por sua vez, este retrato negro da nação fundiu-se com<br />
a alegada redefinição da "liberdade" embutida na Declaração<br />
de Independência, a fim de alienar os adventistas<br />
da vida política da nação. Aqui (e apenas aqui, em vista<br />
das limitaÇges de espaço) a descrição deve ceder lugar à<br />
avaliação. E correto salientar que a escatologia adventista<br />
envolve e, mais que isto, deprecia a nação americana.<br />
Mas isto se deve à tradição puritana/milerita de identificar<br />
a segunda besta de Apocalipse 13, e não à disputa<br />
quanto a quem poderia ser o "escolhido". Ademais, a visão<br />
positiva do governo esboçada em Romanos 13 sempre<br />
equilibra a ênfase negativa exposta aqui. E a esperada<br />
mudança da América "de democracia liberal para estado<br />
autoritário" não é produzida pela igreja oficial sob<br />
a forma de "constante comentário apocalíptico dos eventos<br />
contemporâneos", se por esta expressão se deva entender<br />
a sensacionalização não-crítica das notícias diárias.<br />
Os gritos de "É lobo!", cremos nós, somente poderiam<br />
imunizar os membros contra a verdadeira crise qu<strong>and</strong>o esta<br />
sobrevier. Também é correto salientar que os adventistas<br />
defendem a liberdade religiosa mediante a vigilância<br />
sobre a Primeira Emenda, em que a Igreja e Estado<br />
acham-se separados. Entretanto, se uma vez se imginava<br />
que isto seria capaz de isolar a igreja da autoridade do Estado,<br />
poucos assim pensam nos dias de hoje. O nãocumprimento<br />
da lei, produto do radicalismo de A. T. Jones,<br />
uma vez orientou a questão do igual pagamento para<br />
mulheres, mas isso foi tão excepcional quanto conspícuo.<br />
Efetivamente é plausível argumentar que a concordância<br />
com a lei (particularmente certos aspectos da legislação<br />
tributária) contribuiu fortemente para os atuais dilemas<br />
em relação à ordenação de mulheres. Tampouco se sustenta<br />
o inverso, que a liberdade religiosa inibe a igreja de<br />
envolver-se com o Estado. Conforme reconhecem os autores,<br />
o debate da proibição ocorreu na área do envolvi~<br />
mento aceitável com o Estado. Mas o mesmo ocorreu (e<br />
ocorre) com: exercício de imunidade, serviço militar, desenvolvimento<br />
de uma carreira política e a manutenção<br />
daquilo que, na prática, é um escntório de "lobby" da igreja<br />
em Washington, D. C.<br />
A partir do exposto acima, torna-se claro que qualquer<br />
indivíduo que se preocupe em ver como o mundo - incluindo<br />
o mundo da erudição - percebe o adventismo, considerará<br />
que este livro é de inapreciável valor. Suas distorções,<br />
provavelmente tão inadvertidas quanto inevitáveis,<br />
nos estimulam a tentar a conceitualização daquilo que é<br />
realmente a natureza e o significado do adventismo. Deste<br />
desafio os membros fiéis jamais deveriam deixar-se demover.<br />
I Gary Ross (Ph. D., Washington State <strong>University</strong>) atua<br />
como elemento de ligação entre a Associação Geral dos<br />
Adventistas do Sétimo Dia e o Congresso dos Estados Unidos.<br />
Durante quinze anos, antes de 1981, lecionou História<br />
e Ciência Política junto à Universidade de Loma Linda,<br />
em Riverside, Califórnia.<br />
l<br />
he Disappointed: Mülerism <strong>and</strong> Millenarianism in<br />
the Ninetenth Century, editado por Ronald Numbers<br />
e Jonathan Butler, (Bloomington, lN: Indiana <strong>University</strong><br />
Press, 1987; xxiv + 235 páginas; U8$29,95 em volume<br />
encadernado).<br />
Revisão de Joan Francis.<br />
The Disappointed é uma importante adição ao crescente<br />
volume de investigações eruditas quanto às raízes do<br />
adventismo. Ao situar o movimento milerita na perspectiva<br />
histórica do movimento milenialista do século dezenove,<br />
sem ser apologético ou defensivo, este livro exp<strong>and</strong>e<br />
nossa compreensão da herança adventista. A coleção<br />
de onze ensaios preparados por eruditos tanto adventistas<br />
quanto não-adventistas, foi bem escolhida e arranja-<br />
DIÁLOGO 2 - 1990 31
da pelos editores, Ronald Numbers (historiador médico)<br />
e Jonathan Butler (historiador religioso e co-fundador do<br />
periódico Adventist Heritage. Produto da conferência de<br />
1984 sobre "Milerismo e a Mentalidade Milenialista do Décimo<br />
Nono Século na América" , estes ensaios revelam que<br />
o milerismo representou a corrente principal do milenia<br />
Iismo e que seu apelo a regras e lógica na compreensão<br />
da Bíblia foi compatível com os ideais democráticos da presidência<br />
de Andrews Jackson.<br />
A partIr de sua própria perspectiva especializada os autores<br />
apresentam análises informativas e elucidativas do<br />
movimento e de suas principais características. Na introdução,<br />
os editores estabelecem as bases de uma visão<br />
abrangente da pesquisa sobre o milerismo. David Rowe,<br />
com o ensaio "Millerites: A Shadow Portrait" fragmenta<br />
o mito de que os mileritas eram po~res e homogêneos. A<br />
apresentação de Miller, feita por Wayne Juda, enfatiza<br />
o modo como o apelo daquele ao bom senso da humanidade<br />
se coadunava com a era jacksoniana, ao passo que David<br />
Arthur explica o papel de Josué Himes, o principal promotor<br />
de Miller. O vinculo entre o milerismo e os reformadores<br />
é exp<strong>and</strong>ido por Ron Graybill em "The Abolitionist-Millerite<br />
Connection." Outros aspectos abordados são:<br />
"The Millerite Adventists in Great Britain, 1840-50", por<br />
Louis Billington; Ronald e Janet Numbers apresentam a<br />
questão "Millerism <strong>and</strong> Madness", no contexto histórico<br />
da insanidade religiosa do décimo nono século. Os leitores<br />
interessados nas tradições proféticas e evangélicas dos<br />
mileritas apreciarão o ensaio de Eric Anderson: "The Millerite<br />
Use of Prophecy: A Case Study of a 'Striking Fulfillment'<br />
" e os capltulos escritos por Ruth Doan, Michel<br />
Barlrun e Lawrence Foster. Mas o capitulo mais intrigante<br />
provavelmente seja o ensaio de Jonathan Butler, "The Making<br />
of a New Order: Millerism <strong>and</strong> the Origins of Seventhday<br />
Adventism." O Apêndice, "The Disappointed Remembered",<br />
também constitui leitura recomendável, pois apresenta<br />
três relatórios de pessoas que viveram o acontecimento.<br />
Este livro representa uma significativa análise histórica<br />
de um complexo período da história religiosa americana.<br />
Os estudiosos do milerismo deveriam lê-lo. The Disappointed<br />
certamente não representará uma leitura desapontadora.<br />
Joan Francis (Ph. D., Carnegie-Mellon <strong>University</strong>), nascida<br />
em Barbados, leciona História no Atlantic Union <strong>College</strong>,<br />
sediado em South Lancaster, Massachusetts, EUA.<br />
PRIMEIRA PESSOA<br />
Sábado ou Faculdade<br />
de Medicina?<br />
Katheleen H. Liwidjaja-Kuntaraf<br />
Senti-me feliz ao ser admitida<br />
na Faculdade de Medicina.<br />
Como estudante adventista numa<br />
universidade pública, e num<br />
país predominantemente muçulmano,<br />
sentia-me disposta a enfrentar<br />
os desafios acadêmicos e<br />
ao mesmo tempo permanecer fiel<br />
às minhas convicções cristãs.<br />
Durante os cinco primeiros<br />
anos de meus estudos universitários,<br />
pela graça de Deus, consegui<br />
resolver todos os problemas<br />
de sábado. Exames teóricos e<br />
práticos que caíam no sábado podiam<br />
ser remanejados por exames<br />
orais em dias de semana, de<br />
modo que nunca assistia a aulas,<br />
nem desempenhei atividades de<br />
laboratório, ou participei de exames<br />
em dia de sábado.<br />
Contudo, no final de meu quinto<br />
ano, as regras para os exames<br />
mudaram. Não mais existiriam<br />
32<br />
exames orais. De certo modo, esta<br />
modificação era bem-vinda,<br />
uma vez que exames escritos permitiam<br />
uma avaliação mais objetiva.<br />
Mas os exames sobre seis<br />
assuntos seriam desenvolvidos pe<br />
segunda-feira a sábado. Contei<br />
ao presidente da associação dos<br />
estudantes quanto ao meu problema<br />
com o exame de pediatria,<br />
o qual deveria ser realizado no<br />
sábado. Ele sugeriu que eu fosse<br />
em frente, lev<strong>and</strong>o a efeito os<br />
demais exames, enquanto tentaria<br />
estabelecer arranjos em meu<br />
favor.<br />
Assim, na segunda-feira ocupei<br />
meu lugar para o exame de medicina<br />
interna. N a terça-feira,<br />
ocupei novamente minha cadeira<br />
para o exame do segundo tema,<br />
ginecologia-obstetrícia. Ainda<br />
não ocorrera coisa alguma. Assim,<br />
decidi comparecer diante do .<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
presidente da universidade. Senti-me<br />
contente ao descobrir que,<br />
sendo muçulmano, ele apoiava as<br />
convicções dos adventistas no tocante<br />
à guarda do sábado. Uma<br />
vez ele estivera com um adventista<br />
que possuía um gr<strong>and</strong>e hotel<br />
numa cidade da Indonésia.<br />
Enquanto ali, observara que o<br />
proprietário pagava seus empregados<br />
antes do pôr-do-sol da sexta-feira,<br />
de modo que conhecia as<br />
convicções dos adventistas no tocante<br />
à santidade do sábado.<br />
O presidente da universidade<br />
aconselhou-me a procurar contato<br />
com o chefe do comitê de exames<br />
e depois analisar meu problema<br />
com o diretor do departamento<br />
de pediatria. Ao sair da sala<br />
do reitor, senti-me contente ao<br />
perceber que o homem de mais<br />
elevado posto na universidade<br />
me apoiava.
Contudo, ao encontrar-me com<br />
o chefe da comissão de exames,<br />
senti-me chocada com o seu furor.<br />
Ele disse: "Você imagina<br />
que os anjos irão retalhar sua caoeça<br />
no momento do exame, no<br />
sábado? De que modo poderiam<br />
os regulamentos de uma universidade<br />
pública ser modificados<br />
por causa de uma aluna? Impossível!"<br />
Meus amigos não me ofereceram<br />
muito apoio. Um deles disse:<br />
"Não entendo por que você<br />
tem de ser tão especial. Sempre<br />
é tão difícil ingressar na universidade<br />
pública, e agora você está<br />
acrescent<strong>and</strong>o outro problema.<br />
Vá em frente e faça o seu exame<br />
em duas horas, e depois peça perdão<br />
a Deus."<br />
Outro amigo do departamento<br />
de cirurgia informou-me do resultado<br />
que eu obtivera no recente<br />
. exame desta disciplina: 98, quase<br />
a perfeição. Ele disse: "Simplesmente<br />
vá em frente e realize<br />
seu exame no sábado. Da próxima<br />
vez você poderia não obter<br />
notas tão elevadas!"<br />
A despeito do pouco apoio,<br />
prossegui realiz<strong>and</strong>o meus exames<br />
na quarta-feira, assim como<br />
na quinta e na sexta. No sábado<br />
dirigi-me à jgreja perfeitamente<br />
consciente de que ao serem anunciados<br />
os resultados dos exames,<br />
eu seria considerada como reprovada.<br />
Naquele tempo a escola<br />
possuía um sistema mediante o<br />
qual, se você fosse reprovada<br />
num dos seis temas, não importava<br />
quão bem houvesse desempenhado<br />
nos outros cinco, seria<br />
considerada reprovada em todas<br />
as seis áreas.<br />
Embora eu me sentisse extremamente<br />
triste, procurava lembrar-me<br />
do verso de I Coríntios<br />
10:13 - "Deus ... não permitirá<br />
que sejais tentados além das vossas<br />
forças; pelo contrário, juntamente<br />
com a tentação, vos proverá<br />
livramento, de sorte que a<br />
possais suportar". Na semana seguinte<br />
recebi os deprimentes resultados,<br />
e logo me dirigi ao presidente<br />
da associação de alunos<br />
a fim de tomar providências para<br />
a próxima bateria de exames,<br />
que ocorreria dentro de três meses.<br />
Ele disse: "Oh, agora é ainda<br />
muito cedo. Compareça cerca<br />
de duas semanas antes dos exames."<br />
Dois meses e meio passaram<br />
rapidamente, e antes que eu<br />
me apercebesse, já era ocasião de<br />
comparecer novamente. diante<br />
dele. Para minha surpresa, ele<br />
me disse: "Tentamos sem êxito<br />
reordenar as datas dos exames.<br />
Você não tem alternativa, senão<br />
mudar sua atitude."<br />
Dirigi-me ao deão acadêmico.<br />
Enquanto me encontrava na sala<br />
de espera, vi o professor de<br />
farmacologia. Ele ouvira a respeito<br />
da aluna "fanática" que se<br />
dispunha a ser reprovada em virtude<br />
de suas convicções religiosas.<br />
Dirigindo-se diretamente para<br />
onde eu me achava sentada,<br />
ele disse: "Perguntei aos mais<br />
velhos cristãos do mundo, os católicos<br />
romanos, e eles me disseram<br />
que é seu dever santificar o<br />
domingo."<br />
Eu não sabia como responderlhe,<br />
pois havia tantos doutores à<br />
minha volta - muçulmanos, católicos<br />
e protestantes! Lembreime<br />
de Mateus 10:18 e 19: "Sereis<br />
levados à presença de governadores<br />
e de reis, para lhes servir de<br />
testemunho. Não cuideis em como,<br />
ou o que haveis de falar, porque<br />
naquela hora vos será concedido<br />
o que haveis de dizer." Assim,<br />
rapidamente orei pedindo a<br />
resposta. Ouvi uma pequena voz<br />
a cochichar-me: "Responda simplesmente<br />
isto: "Oh, estou apenas<br />
observ<strong>and</strong>o o que a Bíblia ordena.'"<br />
Imediatamente o :professor de<br />
farmacologia depOSItou o maço<br />
de papéis que trazia debaixo do<br />
braço e, apont<strong>and</strong>o a todos os<br />
médicos que me estavam à volta,<br />
disse: "Todos vocês têm pecado<br />
contra Deus. A Bíblia lhes ordena<br />
guardar o sábado, e não o<br />
domingo. Vocês devem converter-se!"<br />
Senti-me agradecida porque<br />
ele fizera o "sermão" em meu lugar.<br />
Entrei então para falar com<br />
o deão acatlêmico, o qual conversou<br />
comigo durante meia hora.<br />
Ele disse: "Seja lógica com a sua<br />
religião. "<br />
Respondi: "Compreendo que<br />
por vezes a religião pode não parecer<br />
lógica. Por exemplo, quan-<br />
DIÁLOGO 2 - 1990<br />
do certo grupo de pessoas ora a<br />
Deus, entende que deve voltar-se<br />
numa determinada direção. Isto<br />
é lógico? Deus é onipresente,<br />
de modo que podemos falar com<br />
Ele em qualquer lugar, a qualquer<br />
tempo. Assim, por que razão<br />
as pessoas conservam estas<br />
práticas? Porque elas são significativas<br />
em termos de suas convicções."<br />
Finalmente ele disse: "Lamento<br />
muito. Desejo ajudá-la, mas<br />
não sei como. Minha sugestão é<br />
que você se dirija diretamente ao<br />
professor de pediatria." Assegurei<br />
a mim mesma que esta seria<br />
a última tentativa. Caso não obtivesse<br />
êxito, procuraria uma escola<br />
de medicina adventista no<br />
exterior. Certamente eu enfrentaria<br />
problemas, mas pelo menos<br />
chegaria o dia em que eu me tornaria<br />
médica .<br />
Eu trouxe este problema ao<br />
nosso encontro de oração. Os anciãos<br />
da igreja disseram: "Você<br />
é pioneira. Deverá ser paciente e<br />
lutar por suas convicções. O que<br />
irá acontecer com os demais alunos<br />
adventistas do curso de Medicina,<br />
e que se encontram em séries<br />
mais baixas? Eles não possuem<br />
o dinheiro para dirigir-se ao<br />
exterior. Levemos este assunto a<br />
Deus em oração!" Toda a igreja<br />
orou em meu favor aquela noite.<br />
Fui então ver o professor de<br />
pediatria. Ele sentiu-se verdadeiramente<br />
perturbado e disse:<br />
"Não há forma de modificarmos<br />
os regulamentos da universidade<br />
por causa de uma única aluna."<br />
Sua esposa, advogada, sentou<br />
conosco na sala de estar e procurou<br />
defender-me, dizendo: "Este<br />
é um país de pancasilais. Todos<br />
têm o direito à liberdade religiosa."<br />
Travou-se um debate entre<br />
ambos enquanto eu orava silenciosamente<br />
para que o Senhor<br />
abençoasse o debate para honra<br />
e glória de Seu nome. finalmente,<br />
o professor de pediatria disse:<br />
"Marcaremos uma nova data<br />
de exame para você." Assim, na<br />
sexta-feira, depois do exame de<br />
cirurgia, realizei o exame de pediatria,<br />
e fui então posta em isolamento<br />
numa das casas de professores<br />
até que os demais alunos<br />
ocuparam seus lugares para o<br />
33
exame de pediatria na manhã do<br />
dia segunte, sábado, às oito horas.<br />
Fui então liberada e dirigime<br />
à igreja. Ao serem publicados<br />
os resultados dos exames, louvado<br />
seja o Senhor, eu havia sido<br />
aprovada.<br />
Mais tarde, ao trabalhar em todos<br />
os departamentos, fui liberada<br />
do hospital na sexta-feira ao<br />
pôr-do-sol, até o pôr-do-sol do sábado.<br />
Entretanto, era-me necessário<br />
trabalhar durante mais<br />
tempo em cada departamento em<br />
virtude dos muitos sábados que<br />
perdera. Assim, ao finalizar as<br />
tarefas num departamento, necessitava<br />
esperar o próximo grupo<br />
de estudantes antes de poder<br />
prosseguir para o dep~amento<br />
seguinte, de modo que meu tempo<br />
de prática foi mais longo que<br />
o normal. Ainda assim eu me sentia<br />
contente por poder observar<br />
o sábado durante os anos de<br />
aprendizado numa escola médica<br />
não-adventista.<br />
Por ocasião da graduação, tive<br />
um último problema a enfren~.<br />
Toda a cerimônia era levada a cabo<br />
no sábado. Mais uma vez fui<br />
visitar o presidente da associação<br />
de estudantes. Ele me disse:<br />
"Por bqndade, facilite .. as coisas<br />
pelo menos uma vez. E impossível<br />
reunir todos os professores,<br />
só por sua causa, durante um dia<br />
de semana!" Mas ele me disse<br />
que retornasse na próxima semana,<br />
depois de ele haver contatado<br />
o deão acadêmico. Ao retornar,<br />
foi-me dito 'que eu deveria<br />
esperar mais duas semanas, pois<br />
que o deão acadêmico e o deão da<br />
Faculdade de Medicina haviam<br />
considerado ser dificil resolver o<br />
meu problema. Final,mente, depois<br />
de dois meses, e muitas discussões<br />
mais, eles concordaram<br />
em levar a efeito uma graduação<br />
especial, num dia de semana, com<br />
a presença de todos os doutores<br />
e eu como a única gradu<strong>and</strong>a. Como<br />
resultado, os estudantes médicos<br />
adventistas de séries mais<br />
baixas também receberam uma<br />
graduação especial.<br />
Qu<strong>and</strong>o volvo os olhos ao passado<br />
e contemplo minha experiência,<br />
sinto que Deus estava a<br />
meu lado - encoraj<strong>and</strong>o-me e<br />
sustent<strong>and</strong>o-me ao longo de todas<br />
as minhas lutas. Louvo-O por<br />
Sua bondade e gr<strong>and</strong>eza. A formação<br />
médica permitiu que eu<br />
servisse como canal da graça de<br />
Deus aos outros, 'ministr<strong>and</strong>o a<br />
suas necessidades físicas e espirituais.<br />
Mínha oração é que Deus<br />
ajude a todos nós - estudantes<br />
e profissionais - de modo que tenhamos<br />
tão íntimo relacionamento<br />
com Ele que poss~os ser verdadeiros<br />
embaixadores. Conforme<br />
asseverou o Senhor Jesus: "Se<br />
Me amais, guardareis os Meus<br />
m<strong>and</strong>amentos" (João 14:15).<br />
Katheleen H. Liwidjaja-Kuntaraf,<br />
nascida na Indonésia e graduada pela<br />
Escola de Medicina da Universidade<br />
Federal do Norte de Sumatra, serve<br />
atualmente como diretora do Departamento<br />
de Saúde e Temperança<br />
da Divisão do Extremo Oriente.<br />
Como Assinar Diálogo<br />
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alcançar e área de estudos; anos do programa que você já<br />
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34 DIÁLOGO 2 - 1990<br />
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Orientações Para Colaboradores<br />
DIÁLOGO UNIVERSITÁRIO é publicado três vezes ao ano,<br />
em quatro idiomas, e destina-se a adventistas do sétimo dia<br />
envolvidos em educação pós-secundária, quer como alunos, quer<br />
como professores, assim como aos profissionais adventistas e aos<br />
ca~lães universitários.<br />
Os editores estão interessados em artigos bem escritos,<br />
entrevistas, relatórios e notícias coerentes com seus objetivos:<br />
(1) alimentar uma fé inteligente e viva; (2) aprofundar o comprometimento<br />
com Cristo, a B1blia e a missão adventista; (3) articular<br />
uma abordagem blblica às questões contemporâneas; e (4) oferecer<br />
idéias e modelos para serviço cristão e alcance missionário.<br />
DIÁLOGO usualmente recebe artigos, entrevistas e relatórios<br />
para publicação. Aos autores interessados pede-se que: (a) examinem<br />
números anteriores da revista, (b) considerem cuidadosamente<br />
as diretrizes e (c) apresentem um resumo e os antecedentes<br />
pessoais antes de desenvolverem por completo o artigo proposto.<br />
• ENSAIOS: Artigos bem esboçados, baseados em boa pesquisa<br />
e estimulantes, que focalizem, a partir de uma perspectiva<br />
bíblica, alggma questão contemporânea na área de artes, humanidades,<br />
religião ou ciência.<br />
• PERFIS: Traços biográficos de homens e mulheres adven-
tistas que se destacam em suas carreiras ou profissões, e que são<br />
igualmente ativos cristãos. Recomendações são bem-vindas.<br />
• LOGOS: Uma nova visão de alguma passagem bíblica ou<br />
tema que ofereça elucidação e estímulo para a vida de fé exercida<br />
no mundo atual. .<br />
• VIDA UNIVERSITARIA: Idéias práticas para estudantes<br />
ou professores universitários que procuram integrar a fé, a educação,<br />
a vida social e o testemunho no ambiente acadêmico.<br />
• EM AÇÁO: Notícias de atividades exercidas por estudantes<br />
e professores universitários, em base regional.<br />
• LIVROS: Revisões de livros significativos escritos por ou<br />
Voluntários adventistas do sétimo dia, com idade enacerca<br />
de adventistas, publicados tanto em inglês quanto em francês,<br />
português ou espanhol. Recomendações.são bem-vindas.<br />
• ASSOCIAÇÕES PROFISSIONAIS: Um diret6rio de associações<br />
de profissionais adventistas formalmente organizadas em<br />
todo o mundo, com informações de suas atividades e planos.<br />
• PRIMEIRA PESSOA: Histórias individuais e experiências<br />
vividas por estudantes universitários adventistas que possam ser<br />
de interesse e encorajamento para seus pares.<br />
Endereço para correspondência: DIALOGUE Editors, 12501<br />
Old Colurnbia Pike, Silver Spring, MD 20904, U. S. A. Telefone:<br />
(301) 680-5065. Fax (301) 680-6090.<br />
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Os leitores desejosos de estabelecer correspondência<br />
com estudantes ou profissionais universitários adventistas<br />
de outras partes do mundo, podem ter seus nomes e<br />
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de DIALOGUE.<br />
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campo de estudos ou grau profissional, entretenimentos<br />
de seu interesse e idioma (s) no (s) qual (is) está apto<br />
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Médio, Taiwan, América do Sul e China, a fim de lecionar<br />
inglês conversacional em escolas elementares e secundárias,<br />
ou ainda para engajar-se em outras atividades. Para<br />
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eletrônica BITNET: "edum~MEDCOR.?CGILL.CA",<br />
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DIÁLOGO 2 - 1990 35
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