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2 - College and University Dialogue

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,<br />

DIALOGO<br />

u N v E R<br />

DIÁLOGO UNIVERSITÁRIO é um periódico publicado<br />

três vezes ao ano em quatro edições paralelas (Inglês,<br />

Francês, Português e Espanhol), sob o patrocínio da Comissão<br />

de Apoio a Universitários e Profissionais Adventistas<br />

(CAUP A), organismo da Associação Geral dos Adventistas<br />

do Sétimo Dia. Volume 2, Número 2.<br />

Copyright da CAUP A. Todos os direitos reservados.<br />

Parte alguma desta publicação deve ser reproduzida sem<br />

a prévia permissão âa CAUPA.<br />

DIÁLOGO UNIVERSITÁRIO afirma as crenças funs<br />

T . Á R o.<br />

damentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e apóia sua<br />

missão. Os pontos de vista publicados na revista, entretanto,<br />

representam o pensamento independente de seus<br />

autores.<br />

Correspondência sobre Circulação: Deve ser dirigida ao<br />

Representante Regional da CA UP A na região em que reside<br />

o leitor. Os nomes e endereços destes representantes<br />

encontram-se abaixo.<br />

Assinaturas: US$ 10 por ano (três números)_ Por bondade,<br />

recorra à página 35 para detalhes_<br />

COMISSÃO INTERNACIONAL<br />

Presidente: Calvin B. Rock<br />

Vice-Presidentes: George H. Akers e George Knowles<br />

Secretários: Israel Leito e Humberto M_ Rasi<br />

Membros: Graham Bingham, Clarence E. Bracebridge, Lorenzo<br />

Grant, Gordon Madgwick, Esther Knott, Ted Wick.<br />

EQUIPE EDITORIAL<br />

Editor: Humberto M. Rasi<br />

Editor Associado: Israel Leito<br />

Editor de Cópias: Beverly Rumble<br />

Assistente Editorial: Gerard Latchman -r<br />

Editores Internacionais: Bernard Sauvagnat (Francês), Rubens<br />

Lessa (Português), Julieta Rasi (Espanhol)_<br />

Correspondência Editorial: deve ser endereçada a 12501<br />

Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904, U. S. A. Telefone:<br />

(301) 680-5065. Fax: (301) 680-6090<br />

DIVISÃO ÁFRICA-OCEANO ÍNDICO<br />

Representante: Phénias Bahimba<br />

Endereço: Cidex 03 C 84, Riviera I, Abidjan, Costa do<br />

Marfim<br />

DIVISÃO DA ÁFRICA ORIENTAL<br />

ReJ)resentante: Tommy H. Nkung1!la<br />

Endereçq: H. G. 100, Highl<strong>and</strong>s, Harare, Zimbábue<br />

DIVISAO EURO-AFRICANA<br />

Representante: Pietro Copiz<br />

Endereçq: P. O. Box 219,3000 Berna 32, Suíça<br />

DIVISAO DO EXTREMO ORIENTE<br />

Representante: Jonathan Kuntaraf<br />

Endereço: 800 Thomson Road, Cingapura 1129, República<br />

de Cingapura<br />

DIVISAO INTERAMERICANA<br />

Representante: Alfredo Garcfa-Marenko e Herbert Fletcher<br />

Endereço: P. O. Box 140760, Miami, Florida 33114-0769,<br />

EUA<br />

DIVISÃO NORTE-AMERICANA<br />

Representantes: Gordon Madgwick e Ted Wick<br />

Endereço: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD<br />

20904, EUA.<br />

DIVISÃO DO SUL DO PACÍFICO<br />

Representantes: Gerald Clifford e Barry Gane<br />

Endereço: 148 Fox Valley Road, Wahroonga, NSW 2076,<br />

Austrália<br />

DIVISÃO SUL-AMERICANA<br />

Representantes: Roberto C. de Azevedo e José'Maria B.<br />

Silva<br />

Endereço.; Caixa Postal 12-2600, 70279 Brasília, DF, Brasil<br />

DIVISAO SUL-ASIÁTICA<br />

Representantt!s: Lowell C. Cooper e John M. Fowler<br />

Endereço: P. O. Box 2, HCF Hosur, Tamil Nadu, 635110<br />

Índia<br />

DIVISÃO TRANS-EUROPÉIA<br />

Representantes: James M. Huzzeye Orville Woolford<br />

Endereço: 191 St. Peter's Street, St. Albans, Herts.,<br />

ALlIEY. Grã-Bretanha<br />

UNIÃO AFRICANA DO SUL<br />

Representante: J. B. Yaze<br />

Ender#eço: P. O. Box 46061, Orange Grove 2119, Transvaal,<br />

Mrica do Sul<br />

UNIÃO DO ORIENTE MÉDIO<br />

Representante: Svein Johansen<br />

Ender~ço: P. O. Box 2043, Nicósia, Chipre<br />

UNIAO SUL-AFRICANA<br />

Representantes:' B. E. Sterley e Heather Tredoux<br />

Endereço: P. O. Box 468, Bloemfontein 9300, Orange<br />

Free State, África do Sul<br />

2 DIÁLOGO 2 - 1990


REPRESENTANTES LOCAIS<br />

ARGENTINA: Juan Carlos PriOl'a (Colégio Adventista deI Plata).<br />

BARBADOS: BradleyNiles(Univ. ofWestIndies). BRASIL:<br />

Clayton Rossi (Centro de Estudos Universitários de Brasflia).<br />

CHILE: Ricardo Abós-Padilla (Universidad de Chile - Concep-­<br />

ción). REPúBLICA DOMINICANA: Claritza H. de Jiménez<br />

(Univ. Autónoma de Sto. Domingo). INGLATERRA: Michael<br />

Pearson (Newbold <strong>College</strong>). ITÁLIA: Raúl Posse (Instituto Adventista<br />

Villa Aurora). PÚLONIA: Zachariah Lyko (Christian<br />

Theological Academy). PORTO RICO: Marra Matilde Sim6n<br />

(Univ. de Puerto Rico-Mayagüez). ESPANHA: José L6pez (Colegio<br />

Adventista de Sagunto). TRINIDAD: Oliver Headley e Victor<br />

Graham (Univ. of the West Indies). ESTADOS UNIDOS: Dayton<br />

e Ivette Chong (Detroit, David Claridge (l'exas A & M Univ.).<br />

Jerry Connell (Michigan State Univ.), Bill Croftin (Univ. of Central<br />

Florida), George Gainer (Washington D. C. Metropolitan<br />

Area), Ramona Pérez Greek (Univ. of Alabama), Lourdes Morales<br />

Gudmundsson (Univ. oi Connecticut-Stanford), Joe Jeris (Univ.<br />

oi California-Irvine), Sharon Johnson (Carnegie-Mellon Univ.),<br />

Carol Lanfear (Central Michigan State Univ.), AI Mazat (Duke<br />

Univ.), Bernie Moinar (Florida), Lois Moore (noise State Univ.),<br />

Ron Pickell (Univ. of Tennessee-Knoxville), Bill Poole (Univ. oí<br />

Idaho), Esther Spielman e Wemer Staubenhaugen (ComeU<br />

Univ.), Tim Truby (Chicago State Univ.), Mark Weir (Univ. oí<br />

Washington, Seattle).<br />

Editorial ...................................................... 3<br />

Cartas ........................................................... 4<br />

Artigos em Destaque<br />

Criacionistas e Evolucionistas:<br />

Terreno Comum?<br />

L. J. Gibson .............................................. 5<br />

Sete Tendências Adventistas<br />

F. Donald Yost ......................................... 9<br />

Prevenindo a Tendência Secular<br />

Jon Paulien ............................................... 17<br />

Shalom!<br />

Clifford Goldstein ....................... ............. 20<br />

Perfis<br />

Anne-Marie Langvall Olsen<br />

Birthe Bayer ... .............. ................... ....... 23<br />

CONTEÚDO<br />

Ben Carson<br />

Penny Estes Wheeler ................ ~ ............. 25<br />

Logos<br />

Intimamente Seu<br />

Pat e Ted Wick .... .... ....... ............... ......... 27<br />

Em Ação :<br />

Divisão África-Oceano Indico<br />

Phénias Ballirriba ....................... .............. 29<br />

Livros ;<br />

Seeking a Sanctuary, Gary Ross ............. 30<br />

The Dis!ppointed, Joan Francis .............. 31<br />

Primeira Pessoa<br />

Sábado ou Faculdade de· Medicina?<br />

Katheleen H. Liwidjaja-Kuntaraf ............ 32<br />

Painel da Revista ~...... ......... .................... 34<br />

Dentro de exatamente dez anos estaremos começ<strong>and</strong>o<br />

o terceiro milênio da era cristã. Embora<br />

não conheçamos os detalhes do cronograma divino,<br />

duas coisas podem ser consideradas como certas: as<br />

mudanças se acelerarão enquanto nos aproximarmos<br />

do final deste século, e cada um de nós se verá na situação<br />

de desempenhar um papel decisivo nos marcantes<br />

eventos que conduzirão à segunda vinda de Cristo.<br />

Neste contexto incluímos um artigo de informações que<br />

esboça sete gr<strong>and</strong>es tendências observadas em nossa<br />

igreja, a partir das quais procuramos traçar um perfil<br />

tentativo do que será. nosso movimento mundial por volta<br />

do ano 2000. Existem sobejas razões para nos regozijarmos<br />

diante do que revelam os quadros e gráficos,<br />

assim como para nos sentirmos desafiados e sob o dever<br />

de orar - especialmente agora que estamos por<br />

lançar a Estratégia Global para a Missão Global.<br />

No presente número prosseguimos com nossa série<br />

sobre meios efetivos de aproximação aos membros dos<br />

vários grupos sociais e religiosos, com a mensagem do<br />

evangelho. Desta vez focalizamos os nossos conhecidos<br />

judeus, com os quais muitas vezes nos encontramos na<br />

vida acadêmica e profissional.<br />

Os leitores interessados no continuado debate entre<br />

Editorial<br />

criacionistas e evolucionistas certamente apreciarão<br />

nosso primeiro artigo, o qual oferece a visão ampla de<br />

um biólogo quanto a áreas de acordo e desacordo entre<br />

as duas perspectivas mencionadas.<br />

Crescente número de livros escritos por adventistas<br />

e acerca do adventismo têm sido publicados em vários<br />

idiomas e países. Por sugestão de vários leitores, inauguramos<br />

uma seção na qual são revistos criticamente<br />

aqueles livros suficientemente significativos como para<br />

merecer atenção. Por bondade, recomende-nos publicações<br />

recentes que, em sua opinião, devam ser analisadas<br />

em números futuros de DIÁLOGO.<br />

Para a sua informação, estamos também providenci<strong>and</strong>o<br />

um sumário dos principais argumentos alinhavados<br />

a favor e contra a ordenação de mulheres ao ministério<br />

adventista. Esse tópico está sendo debatido em<br />

vários círculos de nossa igreja e merece cuidadosa conside~o.<br />

DIÁLOGO deseja prosseguir oferecendo material de<br />

leitura que ajude você a melhor conhecer, viver e compartilhar<br />

sua fé enquanto desenvolve estudos avançados<br />

ou exerce a sua profissão. Também pretendemos<br />

manter nossa perspectiva internacional, procur<strong>and</strong>o<br />

engajar as melhores mentes adventistas ao redor do<br />

DIÁLOGO 2 - 1990 3


mundo. Esta é a razão pela qual apreciaríamos receber<br />

as suas sugestões quanto a assuntos que devam ser<br />

abordados e quanto a autores capazes de apresentá-los<br />

com sabedoria.<br />

Conforme você sabe, agora lhe é possível obter uma<br />

assinatura pessoal de DIALOGO, ou ainda patrocinála<br />

para aqueles que se beneficiariam com o seu conteúdo.<br />

Adicionalmente, tal como vários outros leitores,<br />

você pode oferecer uma contribuição que permitirá<br />

ao Comitê da CAUP A a expansão da circulação de nosso<br />

periópico e seu ministério. Veja as instruções à página<br />

34.<br />

Confiamos que você não apenas apreciará este nosso<br />

quarto mímero, como ainda avaliará cuidadosamente<br />

as idéias apresentadas e participará de nosso ativo<br />

DIÁLOGO global.<br />

Estes dias são extremamente animadores para os adventistas<br />

do sétimo dia!<br />

Os Editores<br />

CARTAS<br />

Diálogo Com Nossos Leitores<br />

Justamente o Que Necessitávamos<br />

Obrigado, obrigado, obrigado! Recebi recentemente o segundo<br />

exemplar de DIÁLOGO. Trata-se exatamente do tipo de revista<br />

que, imaginava eu, há tempo necessitávamos. Havendo crescido<br />

num lar adventista, somente freqüentei escolas da igreja durante<br />

os dois anos iniciais. Os demais, tive de passá-los em escolas<br />

públicas. Meu ano de calouro foi vivido na Universidade de<br />

IndIana, mas ali nada pude encontrar que me estimulasse espiritualmente.<br />

No ano seguinte decidi partir para a Universidade Andrews,<br />

onde me conservei ativo no programa Juventude Cristã<br />

em Ação, e mais tarde tornei-me estudante missionário em Guam.<br />

Depois de haver passado ali um ano, retornei à Andrews, caseime<br />

e obtive um título universitário em radiodifusão.<br />

Estou de volta a Guam para um período de serviço de dois anos<br />

como trainee em engenharia junto à Rádio Mundial Adventista­<br />

Ásia. Minha esposa leciona na escola adventista local. Ao final<br />

do presente período, pensamos fixar-nos em Indianápolis, onde<br />

pretendo desenvolver um Mestrado em Engenharia Eletrõnica.<br />

Enquanto estudante na Universidade de Indiana em 1983, confessei<br />

a mim mesmo que, se alguma vez voltasse a uma universidade<br />

pública, tentaria alcançar, d(! ponto de vista missionário,<br />

aqueles que vivessem no campus. E por isso que estou tão interessado<br />

em DIÁLOGO e no grupo que a patrocina. Por bondade,<br />

coloquem-me na lista, assim como ao meu irmão, que se está gradu<strong>and</strong>o<br />

em Administração. Podem estar certos de que em breve,<br />

tornarei a manter contato com vocês, no sentido de tornar-me<br />

representante local. Esta publicação estará fazendo parte de minhas<br />

orações.<br />

Fórum de Idéias<br />

Alan Carlson<br />

Agat, GUAM<br />

Entre os jovens adventistas que freqüentam escolas superiores<br />

não-adventistas, existe urgente necessidade de um fórum onde<br />

possam eles al!resentar suas idéias e receber estímulo para o crescimento.<br />

Um fie nossos maiores problemas gira em torno da convicção<br />

da necessidade de Deus e de se aceitá-Lo. Considerações<br />

normativas à parte, o certo é que na sociedade de hoje as pessoas<br />

podem viver sem Deus. Assim, a juventude precisa sentir<br />

sua necessidade de Deus. Além disso, numa época em que tudo<br />

é questionado nas instituições seculares, a estrutura adventista<br />

prossegue estimul<strong>and</strong>o a fé, a tradição e a rigidez. Torna-se óbvio<br />

que algum destes elementos será rejeitado. Permito-me sugerir<br />

que, por parte de muitos jovens adventistas, a última é que<br />

será rejeitada. Portanto, se nossa igreja deseja conservar a sua<br />

juventude, estes e outros problemas similares requererão urgente<br />

atenção. DIÁLOGO representa um movimento inicial positivo neste<br />

aspecto.<br />

Andrew COX, <strong>University</strong> of Sysfney<br />

Bcmnells Bay, N. S. W., AUSTRALIA<br />

4 DIÁLOGO 2 • 1990<br />

Reforç<strong>and</strong>o o Comprometimento Com o Serviço<br />

Aprecio a preocupação de DIÁLOGO com os estudantes adventistas<br />

que freqüentarn universidades públicas. Minha filha dedicase<br />

a um estágio em psicologia social junto ao Veteran's Hospital<br />

enquanto completa o doutoramento junto à maior universidade<br />

do Noroeste (dos Estados Unidos). Ela me contou que durante<br />

todo o período de cinco anos de seus estudos doutorais, ninguém<br />

a contatou no sentido de participar de interesses da igreja. Por<br />

bondade, assegurem-se de ter seu nome e endereço em sua lista<br />

de remessa da revista. Desejo apoiar sua decisão de servir a Deus<br />

e Sua igreja.<br />

Joyce W. Hopp, Diretora da School of Allied<br />

Health Profissions Loma Linda <strong>University</strong>, Califórnia, EUA<br />

Abordem Assuntos Mais Práticos<br />

Pessoalmente, considero os tópicos incluídos em DIÁLOGO como<br />

extremamente relevantes à minha situação de estudante adventista<br />

numa universidade secular. Em adição aos artigos conceituais,<br />

permito-me sugerir que também sejam abordados tópicos<br />

práticos, tais como questões sociais (ir ao cinema, festas, danças)<br />

e formas práticas de compartilharmos nossa fé com colegas<br />

de classe descrentes.<br />

Dennis Roy Imperio, <strong>University</strong> of Philippines<br />

Pasay City, Metro Manüa, FILIPINAS<br />

Provê Orientação e Idéias<br />

Durante recente encontro de amigos na Michigan State <strong>University</strong>,<br />

focalizamos o tema "Questões em Ciência e Teol~gia" .<br />

Como parte do programa, distribuímos exemplares de DIALO­<br />

GO aos muitos que compareceram. Isto fortaleceu o ministério<br />

da igreja e seu compromisso com os seus estudantes universitários.<br />

Eu próprio aprecio a revista e dela desfruto, uma vez que<br />

ela me provê orientação e idéias para o desenvolvimento de novos<br />

programas. Aguardo ansiosamente a chegada dos números<br />

futuros. ,<br />

Kimberely Ladd, Diretor Associado do Ministério<br />

do Campus Igreja da UniversidadelMichigan State <strong>University</strong><br />

East Lansing, Michigan, EUA<br />

Estímulo e Apoio<br />

Na qualidade de estudante de Medicina em escola pública, desejo<br />

congratular-me com vocês ~r pe!lsarem em nós e publi~rem<br />

um periódico de superior qualidade, como é o caso de DIA­<br />

LOGO. Num tempo em que lutamos com persistentes críticas provindas<br />

tanto de fora quanto de dentro da igreja, sinto realmente<br />

o valor do estímulo e apoio espiritual que recebo da leitura dos<br />

artigos da revista. Por bondade, prossigam envi<strong>and</strong>o-a!<br />

Angel I. López Varela, Univ. Nacional de Nicarágua<br />

Le6n, NICARAGUA<br />

Questão de Interpretação<br />

O artigo de Wilma McClarty, "O Livro de Ester Como Literatura?"<br />

(DIÁLOGO voI. I, n~ 2) requer uma réplica. Num artigo<br />

que sob outros aspectos é excelente, ela violou o mais importante<br />

princrpio de exegese bfblica quanto de análise literária: o leitor<br />

deve deixar que o texto diga aquilo que tem a dizer. McCIarty<br />

reconhece que o livro de Ester não menciona o nome de Deus


e nem a atividade religiosa, e que esta ausência é significativa.<br />

Entretanto, ela não traça qualquer conclusão a partir deste importante<br />

fato. Da mesma forma, os perturbadores incidentes do<br />

texto são desculpados ao ela dizer que "não se relacionam com<br />

os temas do autor e tampouco são apresentados como modelo de<br />

conduta" (página 12). Talvez eu pudesse concordar com o "modelo<br />

de conduta" desta declaração, mas penso que o tema central<br />

do autor está aqui sendo evitado.<br />

Em Profetas e Reis, páginas 598 a 600, Ellen White provê o<br />

pano de mndo para a narrativa de Ester. Ela fala da maioria dos<br />

exilados como est<strong>and</strong>o satisfeitos em Babilõnia e desobedecendo<br />

o chamado divino para retornarem a sua terra natal. Por que estes<br />

eventos questionáveis se encontram em Ester? Porque as próprias<br />

personalidades são questionáveis. Por que Deus não é mencionado<br />

e as atividades religiosas são ignoradas? Porque o povo<br />

de Deus volvera as costas à Sua mensagem, preferindo uma vida<br />

confortável. No livro de Ester o Deus ignorado é misericordioso,<br />

mas as personalidades deveriam receber pouco louvor. °<br />

autor retrata a providência, mas não deseja associar o nome de<br />

Deus de modo intimo com as personalidades do livro.<br />

James E. Miller<br />

Madison, Wisconsin, EUA<br />

Dra. McClarty responde:<br />

Em meu artigo abordei o livro de Ester como pertencendo ao<br />

Cânone, e então utilizei as ferramentas da análise de narrativa<br />

literária como um auxílio heuristico para que o leitor veja no texto<br />

mais do que uma leitura superficial revela. Os seis elementos discutidos<br />

- enredo, personalidades, cenário, ponto de vista, estilo<br />

e temas - são meramente nomes dados àquilo que S6 encontra<br />

no texto.<br />

Quanto mais analisei a história de Ester, mais me convenci de<br />

que o autor utilizou um estilo engenhoso e hábil a fim de apoiar<br />

temas sublimes e religiosos, inclusive o tema da providência de<br />

Deus. Muitos eruditos brblicos e mesmo o nosso Bible Commentary<br />

enfatizam o tema. Li todos os verbetes que participam do<br />

Index de Ellen White no que diz respeito a Ester e, embora existam<br />

pouqwssimas citações, ela também apóia o tema da providência<br />

de Deus.<br />

Sob a perspectiva da análise total, a história de Ester, toma-se<br />

um microcosmo da Brblia como um todo - primeiro o Eden, depois<br />

a Queda, e então o Éden restaurado. Embora as personalidades<br />

sejam imperfeitas, ainda representam o povo de Deus, e<br />

é nisto que o autor do livro pretendeu que os leitores fixassem<br />

sua atenção - e não na pertUrbadora forma em que o livro trata<br />

da corte ou das práticas matrimoniais.<br />

Negar o uso das ferramentas da análise literária a fim de elucidar<br />

o texto, seria equivalente a negar a um botânico o uso do<br />

microscópio a fim de revelar a estrutura de uma planta!<br />

Inpressionado<br />

Wilma McClarty, Southem <strong>College</strong><br />

Collegdale, Tennessee, EUA<br />

Senti-me particularmente impressionado com a excelente apresentação<br />

do primeiro exemplar de DIÁLOGO, com a lucidez da<br />

maioria de seus artigos e com a maneira hábil através da qual<br />

tópicos intelectuais são abordados a partir de uma perspectiva<br />

espiritual. Jtecomendo que no futuro os artigos também focalizem<br />

a astronomia, um campo que se exp<strong>and</strong>e rapidamente e que<br />

intriga muitos cristãos brblicos.<br />

Coster Ncube, Univ. of Zimbábue<br />

Harare, ZIMBÁBUE<br />

Provê Respostas<br />

Havendo lido uma cópia da edição francesa de DIÁLOGO, desejo<br />

expressar minha satisfação por esta nova publicação. Ela oferece<br />

o necessário apoio a estudantes adventistas que estão obtendo<br />

estudos universitários e provê respostas a muitas das questões<br />

com as quais eles se defrontam. Sugiro que no futuro vocês<br />

abordem a questão do cristão e a poIrtica.<br />

Adelio Pellegrini<br />

R07YUl, IT ALIA<br />

As Questões Éticas<br />

Apreciei vossa ampla análise que apareceu em "Estratégia Adventista<br />

Global" e o esboço do objetivo da igreja em alcançar dois<br />

bilhões de indivíduos ainda não atingidos. No mesmo número,<br />

apreciei o perfil de Rut Alonso Cardona - uma irmã de profis·<br />

são que muito gostaria de conhecer, uma vez que minha famrIia<br />

também possui rafzes no País Basco da Espanha.<br />

Estudantes adventistas que freqüentam faculdades e universidades<br />

na área de Sacramento, efetivamente apreciaram DIÁ­<br />

LOGO, embora eu tema que, pelo fato de esta comunidade haver<br />

atingido 365 pessoas, muitas ainda não estejam em vossa lista.<br />

Alguns de nós estamos muito interessados em bioética, assim como<br />

em ética comercial e profissional. Num tempo em que os cristãos<br />

estão sendo fortemente influenciados pelos valQres seculares,<br />

seria útil tratar mais uma vez do tema em DIALOGO.<br />

Michael Angelo Saucedo, Escritório do Procurador Geral<br />

Davis, Calif6rnia, EUA<br />

Resistir a Qualquer Pressão por Mudança<br />

Recebi recentemente os dois primeiros números de DIÁLOGO<br />

e desejo ~decer-Ihes o haverem colocado meu nome na lista<br />

de enVIo do periódico. Aplaudo de coração o esforço da igreja em<br />

servir este segmento de seus membros, que por tempo excessivamente<br />

longo têm sido negligenciados.<br />

Embora eu me sinta cético quanto a que se permita o prosseguimento<br />

do atual formato, onde se concede a apresentação de<br />

variados pontos de vista - e isto tão logo sejam de conhecimento<br />

amplo as notícias quanto à existência de DIÁLOGO - insisto<br />

em que o Comitê de Apoio ao Universitário e Profissional Adventista<br />

ofereça resistência a qualquer pressão por mudança. Nós,<br />

nos meios acadêmicos seculares, valorizamos o pensamento crítico,<br />

que é a única forma pela qual se pode levar a efeito avaliações<br />

abertas e sinceras destas várias perspectivas.<br />

Mike Seaman, Univ. of Wisconsin<br />

Madison, Wisconsin, EUA<br />

Criacionistas e Evolucionistas:<br />

Terreno Comum?<br />

Criacionistas e evolucionistas<br />

vêem o mundo a partir de<br />

perspectivas diferentes. Por vezes<br />

estas diferenças têm sido debatidas<br />

de forma tão acrimoniosa,<br />

que alguém poderia chegar a<br />

perguntar-se se os dois lados te-<br />

L. J. Gibson<br />

riam um único ponto a respeito<br />

do qual concordar. Contudo, a<br />

identificação de áreas de acordo<br />

e discordância é capaz de clarificar<br />

as questões envolvidas no debate.<br />

A questão central diz respeito<br />

à diversidade de organis-<br />

mos vivos. Acham-se todas as espécies<br />

relacionadas através de<br />

ancestralidade comum - conforme<br />

propõem os evolucionistas -<br />

ou muitas delas foram independentemente<br />

criadas em suas linhagens?<br />

Os criacionistas bíblicos<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

5


aceitam o relato da criação apresentado<br />

em Gênesis, com a sua<br />

diversidade, como sendo historicamente<br />

fidedigno, a despeito da<br />

falta de detalhes.<br />

Uma vez que a criação bíblica<br />

envolve a atividade de Deus, faz<br />

ela parte de uma mundivisão religiosa.<br />

Como resultado, as implicações<br />

religiosas do criacionismo<br />

aumentam gr<strong>and</strong>emente a intensidade<br />

do debate entre criacionistas<br />

e evolucionistas.<br />

Evolução ou Mudança?<br />

Na discussão das origens, é<br />

muitas vezes utilizado o termo<br />

evolução. Infelizmente, diferentes<br />

significados do termo podem<br />

causar confusão quanto ao efetivo<br />

objeto que está sendo discutido.<br />

1 Em diferentes contextos,<br />

evolução significa mudanças em<br />

moléculas, em morfologia e em<br />

complexidade. A avaliação do<br />

apoio a cada um destes significados<br />

pode ajudar a identificar as<br />

bases do desacordo quanto à validade<br />

da evolução.<br />

Evolução Como Mundança nas<br />

Freqüências dos Genes. Num<br />

sentido simplificado, evolução<br />

significa mudança, e qualquer<br />

mudança pode ser considerada<br />

evolução. De acordo com uma definição<br />

amplamente utilizada,<br />

evolução é a mudança na freqüência<br />

de vários genes dentro<br />

de uma população.2 Uma vez<br />

que estas alterações foram observadas,3<br />

esse tipo de evolução<br />

certamente ocorre. Entretanto,<br />

flutuações nas freqüências de genes<br />

por si só não explicam as mudanças<br />

nas espécies, 4 e a evolução<br />

exibida neste sentido é trivial.<br />

Em conformidade com este<br />

fato, esta definição de evolução<br />

tem sido em gr<strong>and</strong>e medida<br />

ab<strong>and</strong>onada.<br />

Evolução Como Mudança em<br />

Moléculas. Criaturas individuais<br />

dentro de uma população apresentam<br />

variações moleculares de<br />

menor ordem; por exemplo, diferentes<br />

seqüências de aminoácidos.<br />

As mutações provavelmente<br />

causaram a maioria destas diferenças,<br />

embora alguma variação<br />

molecular possivelmente<br />

existisse em cada espécie, em<br />

6<br />

suas origens. Comparações de diferentes<br />

espécies revelam maiores<br />

diferenças moleculares. O<br />

termo evolução é comumente<br />

usado como referência ao grau de<br />

variação entre moléculas similares<br />

em diferentes populações ou<br />

espécies. 6<br />

As mundanças em moléculas<br />

efetivamente ocorrem, e têm sido<br />

detectadas experimentalmente.<br />

Entretanto, na verdade não<br />

se pode igualar estas alterações<br />

com evolução. Meras mudanças<br />

em seqüências de moléculas similares<br />

não explicam a diversidade<br />

de organismos vivos. A relação<br />

entre seqüências moleculares e<br />

diferentes morfologias, é obscura.<br />

A comparação de seqüências<br />

cujas funções são desconhecidas,<br />

tais como similaridades gerais no<br />

DNA, {)roduz dados cujo significado<br />

é Igualmente desconhecido.<br />

Diferenças entre espécies certamente<br />

resultam de algo mais que<br />

apenas diferenças nas seqüências<br />

de aminoácidos em moléculas de<br />

hemoglobina ou na seqüência de<br />

nucleotídeos no RNA ribossômico.<br />

6 Embora o termo evolução<br />

possa ser usado para descrever<br />

os efeitos das mutações, variação<br />

seria um termo descritivamente<br />

mais apropriado.<br />

Evolução Como Mudanças<br />

Morfológicas. Diferenças morfológicas<br />

na separação das várias<br />

espécies dentro de um gênero,<br />

podem ser semelhantes a variações<br />

dentro de espécies particulares.<br />

Mas as espécies em diferentes<br />

gêneros tipicamente possuem<br />

diferentes formas. 7 A forma<br />

do corpo reflete os tipos' e<br />

proporções das partes do corpo e<br />

seu arranjo relativo'l


micas podem explicar a diversidade<br />

dentro de certos grupos<br />

bem definidos de mamíferos. No<br />

tempo presente, todavia, a evidência<br />

não apóia adequadamente<br />

a evolução como causa de modificação<br />

do plano do corpo, e os<br />

criacionistas tendem a rejeitar a<br />

possibilidade de que isso possa<br />

ocorrer. Uma vez que os cientistas<br />

conhecem muito pouco sobre<br />

como a morfologia é produzida,<br />

ninguém deveria ser demasiado<br />

dogmático a este respeito. Pesquisa<br />

adicional poderá clarificar<br />

a genética do desenvolvimento, e<br />

poderão ser descobertos novos<br />

mecanismos de mudança. II Entretanto,<br />

o ônus das provas cabe<br />

àqueles que afirmam serem possíveis<br />

tais mudanças.<br />

Evolução Como Incremento<br />

em Complexidade. A teoria geraI<br />

da evolução sustenta que a vida<br />

iniciou com formas simples<br />

que se diversificaram, tom<strong>and</strong>ose<br />

crescentemente complexas ao<br />

longo do tempo. Todos os anteriores<br />

processos evolucionários,<br />

tomados em conjunto, não explicariam<br />

como a atuaI diversidade<br />

orgânica teria resultado de ancestrais<br />

simples. A teoria geral<br />

da evolução requer outra espécie<br />

de mudança: aumentos de complexidade<br />

result<strong>and</strong>o do desenvolvimento<br />

de novos genes, órgãçs<br />

e sistemas.<br />

E implausível esperar que um<br />

novo gene apareça de novo (isto<br />

é, onde antes não existia). A hipótese<br />

da duplicação do gene propõe<br />

que um gene duplicado pode<br />

sofrer mutação, uma vez que outras<br />

cópias do gene proverão materiais<br />

necessários ao funcionamento<br />

celular. 12 Mas as mutações<br />

parecem um meio improvável<br />

de produção de novas informações.<br />

Ao passo que a maioria<br />

das mutações podem ser aproximadamente<br />

neutras, aquelas que<br />

produzem efeitos visíVE}is são<br />

quase sempre danosas. E difícil<br />

ver como as mutações que exercem<br />

efeitos desprezíveis ou danosos<br />

possam explicar a origem da<br />

diversidade.<br />

A regulação de um novo gene<br />

e sua integração ao conjunto de<br />

atividades de outros genes, ~presenta<br />

novos problemas. Mutações<br />

aleatórias com muito maior<br />

probabilidade afetaria de modo<br />

negativo tanto a seqüência regulatória<br />

quanto o próprio gene estrutural,<br />

produzindo um "pseudogene"<br />

inativo. A explicação da<br />

produção de novos genes constitui<br />

um problema muitíssimo difícil<br />

para os evolucionistas. 13<br />

Mesmo que um novo gene possa<br />

aparecer, isto não eXplicaria<br />

plenamente a origem da diversidade.<br />

De modo simultâneo, novos<br />

tipos de porções do corpo precisam<br />

de alguma forma ser criados<br />

e integrados ao organismo funcionante.<br />

14 Os órgãos são complexos,<br />

tanto estry.tural quanto<br />

geneticamente. E improvável<br />

que surjam repentinamente, num<br />

único passo. Da mesma forma,<br />

novos órgãos provavelmente não<br />

surgiriam em estágios. De que<br />

utilidade seria uma asa parcialmente<br />

desenvolvida, ou dois terços<br />

de um olho?<br />

Adicionalmente, um órgão necessita<br />

não a~nas ser funcional,<br />

como ainda mtegrado a outros<br />

sistemas orgânicos. Isto requereria<br />

modificações dos outros siste-<br />

-mas orgânicos, e não poderia ser<br />

alcançado mediante qualquer mecanismo<br />

conhecido. O desenvolvimento<br />

de um novo órgão e a<br />

coordenação com outras partes<br />

do corpo não poderiam ser obtidos<br />

por qualquer mecanismo conhecido.<br />

Os criacionistas possuem<br />

razoável base teórica e empírica<br />

para rejeitar a evolução como<br />

meio de incremento da complexidade<br />

dos organismos vivos.<br />

Áreas de Acordo e<br />

Discordlncla<br />

Diante de todos estes pontos de<br />

discordância, seria possível algum<br />

grau de acordo entre criacionistas<br />

e evolucionistas no tocante<br />

às mudanças nas espécies?<br />

A resposta é SIM. Variações moleculares<br />

podem ser observadas.<br />

Um mecanismo conhecido pode<br />

ser responsabilizado por tais variações,<br />

e mudanças podem ser<br />

detectadas experimentalmente.<br />

Ai:, variações morfológicas dentro<br />

das espécies podem ser observadas.<br />

Embora os mecanismos ~enéticos<br />

por detrás destas VarIa-<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

ções possam ser desconhecidos,<br />

novas variedades morfológicas<br />

têm sido produzidas. Tais tipos<br />

de mudanças produzem variações<br />

suficientes para justificar a classificação<br />

em diferentes gêneros,<br />

pelo menos no que diz respeito a<br />

cães. Tais mudanças poderiam<br />

facilmente produzir um aumento<br />

no número de espécies dentro de<br />

um grupo natural. Desta forma,<br />

mudanças em espécies contribuem<br />

para a diversidade de organismos<br />

vivos. Tanto criacionistas<br />

quanto evolucionistas podem concordar<br />

quanto a estes pontos.<br />

Evolucionistas asseguram que<br />

todas as espécies se encontram<br />

vinculadas através de ancestralidade<br />

comum. Tal afirmativa não<br />

apenas ultrapassa as evidências<br />

disponíveis, como ainda contradiz<br />

muitas delas, tanto do ponto de<br />

vista teórico quanto empírico.<br />

Assumir uma ancestralidade comum<br />

para todos os organismos<br />

representa uma fraca base para<br />

se esboçar conclusões contrárias<br />

aos dados disponíveis.<br />

Dois tipos de evidências empíricas<br />

contradizem a teoria da ancestralidade<br />

comum. Em primeiro<br />

lugar, a seleção experimental<br />

confirma que existem limites à<br />

mudança ~enética. As mudanças<br />

nas espéCIes podem ser produzidas,<br />

mas constituem meramente<br />

variações. Nenhum incremento<br />

em complexidade tem sido observado.<br />

Esta observação provê<br />

uma boa explanação para as lacunas<br />

entre grupos naturais de<br />

espécies. Mais evidência contra a<br />

ancestralidade comum é encontrada<br />

no registro fóssil. 16 Fósseis<br />

e espécies vivas não podem<br />

ser arranjadas num contínuo.<br />

Elas ocorrem em grupos naturais<br />

separados por lacunas. Alguns<br />

cientistas pensam que as lacunas<br />

indicam que as alterações morfológicas<br />

ocorrem em rápidos saltos<br />

ou esforços vigorosos ("equilíbrio<br />

pontuado").16 Isto pode ser<br />

verdade no caso de variações menores.<br />

17 Entretanto, não explica<br />

por que as lacunas se tornam<br />

maiores qu<strong>and</strong>o a pessoa observa<br />

níveis mais elevados da hierarquia<br />

taxonômica. 18 Acima do nível<br />

de família parece que existem<br />

muitas linhagens independentes.<br />

7


Finalmente, existem razões<br />

teóricas para se rejeitar a ancestralidade<br />

comum para todos os<br />

organismos. Ninguém jamais observou<br />

um aumento espontâneo<br />

na complexidade dos organismos<br />

vivos. Pelo contrário, as observações<br />

sugerem que as estruturas<br />

tendem a degenerar, a menos<br />

que sejam essenciais à sobrevivência.<br />

Exemplos incluem perdas<br />

degenerativas por organismos<br />

cegos que vivem em cavernas,<br />

pássaros incapazes de voar em<br />

ambientes desprovidos de predadores<br />

e lagartos desprovidos de<br />

pernas, vivendo em cavernas. Se<br />

a complexidade crescente foi a<br />

norma, os cientistas não deveriam<br />

ter tido que asegurar a seleção<br />

natural a fim de mantêla.<br />

19 A teoria geral da evolução<br />

não é apenas inconsistente com<br />

a evidência empírica, como é<br />

também teoricamente implausível.<br />

Finalmente, existem razões<br />

teóricas para se rejeitar a ancestralidade<br />

comum de todos os organismos.<br />

Deus e a Evolução<br />

A evidência contra a complexidade<br />

que se origina através de estritos<br />

processos naturais é bastante<br />

forte, conforme brevemente<br />

resumido acima. Muitos cientistas<br />

reconhecem as evidências<br />

contra a teoria geral da evolução,<br />

e ainda assim crêem que todas as<br />

espécies devem estar relacionadas<br />

através de ancestralidade comum.<br />

Alguns sugerem que Deus<br />

opera através de processos naturais<br />

a fim de fazer com que os organismos<br />

vivos se tornem mais<br />

complexos. Utiliz<strong>and</strong>o esta linha<br />

de raciocínio, Deus é o Criador,<br />

e a evolução é o processo através<br />

do qual Ele criou. Entretanto, esta<br />

teoria, conhecida como evolução<br />

teísta, apresenta alguns problemas<br />

insolúveis.<br />

A teoria da evolução teísta é inconsistente<br />

com as evidências<br />

científicas. As lacunas entre espécies<br />

vivas e fósseis tendem a<br />

funcionar como prova contrária<br />

à continuidade na evolução, independente<br />

de haver esta ocorrido<br />

rlaturalmente ou por intervenção<br />

div ina. Adicionalmente, os pro-<br />

8<br />

cessos naturais tendem à aleatoriedade.<br />

Se os processos naturais<br />

são o método de criação de Deus,<br />

deve-se concluir que Deus permite<br />

que as coisas aconteçam em<br />

sentido degenerativo, em vez de<br />

melhorá-las.<br />

A evolução teísta é também inconsistente<br />

com o caráter de<br />

Deus, conforme descrito na Bíblia.<br />

A veracidade de Deus é desafiada<br />

pela evolução teísta. O<br />

próprio Deus declara que produziu<br />

uma criação completa em seis<br />

dias. 20 A evolução teísta contradiz<br />

diretamente esta declaração.<br />

A Bíblia também revela que Deus<br />

Se opõe à morte e Seu plano final<br />

é eliminá-Ia. 21 Mas a morte é<br />

requerida pela evolução teísta e<br />

por outras formas de evolução.<br />

Crê-se que a evolução é dirigida<br />

pela seleção natural, na qual os<br />

organismos mais fracos são eliminados<br />

porque não podem competir<br />

com os mais fortes. A competição<br />

também requer escassez de<br />

recursos. Se a evolução é o método<br />

de Deus para a criação, devese<br />

concluir que a morte e a escassez<br />

de recursos fazem parte de<br />

Seu plano. 22 Isto torna a Deus<br />

responsável pelas criaturas predadoras,<br />

parasitas e venenosas. Se<br />

Deus dirige a evolução, deve ser<br />

responsável pelos seus resultados.<br />

Isto contradiz as afirmações das<br />

Escrituras, de que o mal resulta<br />

do pecado humano. 28<br />

A evolução teísta implica também<br />

que a humanidade alcançou<br />

seu presente estado através de<br />

aperfeiçoamentos, e não através<br />

de queda em pecado. Se as coisas<br />

são assim, por que haveriam os<br />

seres humanos de necessitar da<br />

salvação? Se hoje são melhores<br />

do que foram antes, tornar-se-ão<br />

ainda melhores com o decorrer<br />

do tempo. Uma vez que a evolução<br />

teísta implica em que Deus<br />

deve ser responsabilizado pelo<br />

°mal, e que a humanidade está naturalmente<br />

melhor<strong>and</strong>o, e pelo<br />

fato de contradizer as próprias<br />

palavras de Deus, deve ela ser re­<br />

Jeitada por todos os cristãos que<br />

aceitam a Bíblia. Aceitá-la seria<br />

subverter as bases do cristianismo.<br />

Pelo contrário, os cristãos<br />

devem afirmar sua confiança na<br />

credibilidade da Palavra de Deus,<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

desde a criação descrita no Gênesis<br />

até à recriação descrita em<br />

Apocalipse.<br />

Conclusão<br />

As evidências disponíveis indicam<br />

claramente que a variabilidade<br />

genética ocorre dentro das<br />

espécies. Podemos observar variação<br />

em genes e em morfologia,<br />

suficientes para responder por<br />

espécies separadas, e provav"elmente<br />

até mesmo para separar<br />

os gêneros. Mas as mudanças<br />

ocorrem somente dentro de certos<br />

limites. Os rearranjos de partes<br />

do corpo em novos "projetos<br />

de organismos" ainda não foram<br />

observados, e são altamente improváveis.<br />

A produção de novos<br />

genes funcionais é teoricamente<br />

implausível através de mecanismos-padrões<br />

em genética, e a evidência<br />

que fala em seu favor é<br />

muito mais fraca do que geralmente<br />

se supõe. 24 A produção de<br />

novos órgãos e sistemas é teoricamente<br />

improvável, e somente<br />

é mantida porque a ancestralidade<br />

comum das espécies é necessária<br />

para apoiar a teoria evolucionista.<br />

Conforme vimos, criacionistas<br />

e evolucionistas podem encontrar<br />

terreno comum mesmo qu<strong>and</strong>o<br />

abordam suas disciplinas a partir<br />

de diferentes pressuposições<br />

acerca das origens. Entretanto,<br />

qu<strong>and</strong>o explanações sobre a diversidade<br />

orgânica excedem as<br />

evidências disponíveis, e até mesmo<br />

contradizem a evidência, não<br />

seria surpresa encontrar desacordo<br />

entre os cientistas.<br />

As diferenç~ entre evolucionistas<br />

e criacionistas poderiam<br />

ser gr<strong>and</strong>emente reduzidas se as<br />

inferências da ciência se limitassem<br />

àquilo que pode ser observado,<br />

e questões relativas à atividade<br />

criadora sobrenatural de Deus<br />

fossem deixadas a cargo de Sua<br />

auto-revelação nas Escrituras.<br />

Efetivamente, qu<strong>and</strong>o os dados<br />

são retroprojetados no passado,<br />

os dados científicos revelam a<br />

existência de numerosas linhagens<br />

independentes de organismos.<br />

Estas evidências estão de<br />

acordo com o relato bíblico da<br />

criação.


NOTAS<br />

1. J. H. CampbeIl, "The New Gene<br />

<strong>and</strong> its Evolution", em K. S. W. CampbeIl<br />

e M. F. Day, editores, Rates of Evolution<br />

(Londres: Allen <strong>and</strong> Unwin, 1987),<br />

págs. 283-310.<br />

2. "Evolution is a change in the genetic<br />

composition of populations." -T.<br />

Dobzhansky, Genetics <strong>and</strong> tke Origin of<br />

Species, 3! edição, (New York: Columbia<br />

<strong>University</strong> Press, 1951), pág. 16.<br />

3. Veja, por exemplo, E. G. Zimmerman,<br />

"Temporal Genetic Variation in a<br />

Population of the Pocket Gopher, Getrmys<br />

Bursari1LS", Genetica 76:153-159 (1988).<br />

4. G. G. L. MikJos e B. John, "From<br />

Genome to Phenotype", págs. 263-282, in<br />

Campbell <strong>and</strong> Day, editores, op. cit., págs.<br />

263-282.<br />

5. Por exemplo, F. J. Ayala, Molecular<br />

Evolution (Sunderl<strong>and</strong>, MA: Sinauer,<br />

1976).<br />

6. "É duvidoso que alguém houvesse<br />

alguma vez sentido a necessidade de resistir<br />

à noção de evolução se tudo que ela<br />

implicasse fosse de que a constituição exata<br />

da hemoglobina modificou-se ao longo<br />

das eras." C. H. Waddington, The Evolution<br />

of an Evolutionist (Edinburgh:<br />

Edinburgh Univ. Press~ 1975),3)ág. IV.<br />

7_ C. A. Lemen e .t". W. Freeman,<br />

"The Genus: A Macroevolutionary Problem",<br />

Evolution 38:1219-1237 (1984).<br />

8. Por exemplo, W. Arthur, Mechanisms<br />

of Morphological Evolution (New<br />

York: Wiley, 1984).<br />

9. R. K. Wayne, "Cranial Morphology<br />

of Domestic <strong>and</strong> Wild Canids: The frifluence<br />

.. of Development on Morphological<br />

Change", Evolution 40:243-261<br />

(1986).<br />

10. E. Mayr, Populati..oruJ, Species, <strong>and</strong><br />

Evolution (Cambridge, MA: Belknap<br />

Press, 1970). Veja também L. P. Lester<br />

e R. G. Bohlin, TheNaturalLimits toBiological<br />

Change (Gr<strong>and</strong> Rapids, MI: Zondervan,<br />

1984).<br />

11. Uma idéia relativamente recente é<br />

a possibilidade de as mutações ocorrerem<br />

de forma não aleatória (veja, por exemplo,<br />

J. Caims, J. Overbaugh e S. Miller, "The<br />

Origin of Mutants", Nature 335:142-145<br />

[1988]). Outra idéia recente é a possibilidade<br />

de transferência genética trans-especffica<br />

(veja, por exemplo, L. Jeppson, "A<br />

Possible Mechanism in Convergent Evolution",<br />

Paleobiology 12:80-88 [1986]).<br />

12. S. Ohno, Evolution by Gene Duplication<br />

(New Y ork: Springer-Verlag,<br />

1970).<br />

13. G. Z. Opadia-Kaddima, uHow the<br />

Slot Machine Led Biologists Astray",<br />

Journal ofTheoretical Biology 123:127-135<br />

(1987).<br />

14. Por exemplo, veja o capitulo 5 de<br />

Lester e Bohlin, l!P. cito<br />

15. Por exemplo: "O registro fóssil<br />

contém tantas lacunas morfológicas entre<br />

o que se poderia considerar como espécies<br />

ancestrais e descendentes, que chega<br />

a prover a impressão de descontinuidade<br />

em vez de continuidade evolucionária."<br />

A. Hoffman A rflll:ments on Evolution<br />

(Oxford: Orlord <strong>University</strong> Press,<br />

1989), pág. 8. Veja também o capítulo 8<br />

de M. Denton, Evolution: A Theory in<br />

Crisis (Bethesda, MD: AdIer <strong>and</strong> AdIer,<br />

1985).<br />

16. N. Eldredge e S. J. Gould, "Punetuated<br />

Equilibria: An Alternative to<br />

PhyleticGradualism", in T. J. M. Shopf,<br />

editor, Models of Paleobiology (San Francisco,<br />

CA: Freeman, Cooper & Co., 1972),<br />

págs. 82-115.<br />

17. Uma declaração nesta linha, feita<br />

por um autor que discorda de minhas con'<br />

clusões, pode ser encontrada na seguinte<br />

fonte: E. C. O1son, "The Problem of<br />

Missing Links: Today <strong>and</strong> Yesterday",<br />

Quarterly Review of Biology 56:446<br />

(1981). A possibilidade de mutações em<br />

larga escala parece necessária se a evolução<br />

é veraz, mas tanto a evidência experimental<br />

quanto nossa atuaI compreensão<br />

dos mecanismos genéticos parecem<br />

excluir tal possibilidade.<br />

18. M. Denton, crp. cit., págs. 191-192.<br />

19. Por exemplo, A. Hoffman, op. cit.,<br />

pág. 156.<br />

20. Êxodo 20:11; veja também Gênesis<br />

1 e 2 e Êxodo 31:17.<br />

21. Isafas 65:45; Mateus 10:29; Romanos<br />

8:20 a 22; Apocalipse 20:14; 21:4.<br />

22. F. Van Dyke, "Theological Problems<br />

in Theistic Evolution", Journal of<br />

the A merican Scienti}w Affiliation<br />

39:11-18 (1986).<br />

23. Gênesis 3:14-19; Romanos 5:12;<br />

8:19-23.<br />

24. G. Z. Opadia-Kaddima, op. cito<br />

L. J. Gibson (Ph. D., Loma Linda<br />

<strong>University</strong>) é cientista-pesquisador<br />

assistente junto ao Geoscience Research<br />

Institute, sediado em Loma<br />

Linda, Califórnia, EUA.<br />

Sete Tendências Adventistas<br />

Perfi I Estatístico<br />

de Uma Igreja em Mudança<br />

F. Donald Y ost<br />

Durante a década de 1990 a<br />

Igreja Adventista do Sétimo<br />

Dia tem uma previsão de<br />

crescimento do número de seus<br />

membros, em cerca de meio milhão<br />

por ano, mas nem as suas receitas<br />

em dólares e nem a sua força<br />

de trabalho crescerão proporcionalmente.<br />

A influência dos líderes<br />

eclesiásticos nos países em<br />

desenvolvimento irá crescer, mas<br />

as contribuições recebidas em<br />

seus campos poderão não ser suficientes<br />

para atender suas necessidades,<br />

crescentes em ritmo<br />

acelerado. Uma igreja sempre<br />

mais jovem e mais vibrante, nes-<br />

tas nações emergentes, continuará<br />

procur<strong>and</strong>o dos membros de<br />

nações afluentes a necessária assistência<br />

financeira.<br />

Estas e outras tendências apresentarão<br />

desafios fora do comum<br />

à Igreja Adventista enquanto esta<br />

estiver procur<strong>and</strong>o cumprir a<br />

comissão evangélica na década<br />

vindoura. As estatísticas da igreja<br />

deixam bem clara esta tendência.<br />

Examinemos sete tendências<br />

do âmbito da igreja que transparecem<br />

claramente nas edições recentes<br />

do A nnual Statistical Reporto<br />

(O "glossário" ao final do<br />

artigo explica o significado das<br />

abreviaturas. )<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

Crescimento Sustentado em<br />

Número de Membros<br />

1~ Tendência. O crescimento<br />

do número de membros da Igreja<br />

Adventista do Sétimo Dia é exponencial<br />

e, à presente taxa, alcançará<br />

11 a 12 milhões por volta<br />

do ano 2.000.<br />

De um pequeno punhado de<br />

adeptos em 1848, o ano em que<br />

ocorreram as conferências do sábado,<br />

e de uma estimativa de<br />

3.500 qu<strong>and</strong>o a Associação Geral<br />

foi organizada em 1863, os ad~<br />

ventistas do sétimo dia multiplicaram-se<br />

a ponto de atingir mais<br />

9


de 6 milhões e estabeleceram-se<br />

em praticamente todas as nações<br />

- gr<strong>and</strong>es e pequenas.<br />

Embora tenhani traDscorrido cerca<br />

de 92 anos para se atingir o<br />

primeiro meio milhão de membros,<br />

atualmente são necessários<br />

apenas 13 meses para que se adicione<br />

um novo meio milhão. Uma<br />

vez que novos conversos logo trazem<br />

para a igreja outros novos<br />

conversos, cada uma destas parcelas<br />

de meio milhão foi requerendo<br />

menor número de anos para<br />

ser alcançada - e agora, somente<br />

uns poucos meses. Veja a Tabela<br />

1 e o GTáfico A.<br />

Ninguém pode predizer com<br />

certeza se as taxas recentes de<br />

crescimento se manterão. Entre<br />

1900 e 1989 a taxa média foi de<br />

6,2% ao ano. Desde 1976 a taxa<br />

subiu para 6,2% - em parte devido<br />

à vigorosa promoção de todas<br />

as formas de evangelismo, inclusive<br />

os programas Mil Dias de<br />

Colheita (1982-1985) e Colheita<br />

90 (1985-1990).<br />

TABELA 1<br />

Crescimento em<br />

Número de Membros<br />

Expresso em Módulos<br />

de Meio Milhão<br />

1848-1989<br />

Número aproximado de anos<br />

requeridos para que a Igreja Adventista<br />

acrescentasse um novo<br />

meio milhão de pessoas a seus.<br />

membros:<br />

Para 0,5 milhão<br />

De 0,6 a 1,0 milhão<br />

De 1,0 a 1,5 milhão<br />

De 1,6 a 2,0 milhões<br />

De 2,0 a 2,5 milhões<br />

De 2,5 a 3,0 milhões<br />

De 3,0 a 3,5 milhões<br />

De 3,5 a 4,0 milhões<br />

De 4,0 a 4,5 milhões<br />

De 4,5 a 5,0 milhões<br />

De 6,0 a 5,5 milhões<br />

De 5,5 a 6,0 milhões<br />

10<br />

92,0 anós<br />

15,1 anos<br />

9,1 anos<br />

5,7 anos<br />

4,3 anos<br />

3,5 anos<br />

2,8 anos<br />

2,3 anos<br />

1,9 anos<br />

1,6 anos<br />

1,5 anos.<br />

1,2 anos<br />

Se as taxas recentes de cresci-<br />

mento permanecerem, a igreja I taxas de crescimento e perda de<br />

terá 11,5 milhões por volta do membros em módulos de 5 anos,<br />

ano 2000. A Tabela 2 apresenta desde 1960.<br />

TABELA 2<br />

TAXAS LfQUIDAS DE CRESCIMENTO E<br />

TAXAS DE PERDA DE MEMBROS<br />

Em Perfodos de Cinco Anos, de 1960-1989<br />

Perfodo<br />

Taxa Média<br />

1840<br />

o 0.6 1.0 1.IS 2.0 2.5 ao 3.5 4.0 4.6 5.0 lU e.o<br />

1960-1964<br />

1965-1969<br />

1970-1974<br />

1975-1979<br />

1980-1984<br />

1985-1989<br />

Taxa Média de<br />

Crescimento Líquido<br />

Anual<br />

4,8%<br />

5,3%<br />

5,2%<br />

5,6%<br />

6,0%<br />

6,9%<br />

GRÁFICO A<br />

CRESCIMENTO EM NÚMERO<br />

DE MEMBROS<br />

Anual<br />

de Perdas<br />

2,9%<br />

2,9%<br />

3,2%<br />

2,7%<br />

2,6%<br />

2,1%<br />

ANO Em Módulos de Meio Milhão<br />

1848-1989<br />

2000<br />

1D80<br />

1 CHIO<br />

1140<br />

1120<br />

1100<br />

1880<br />

1880<br />

Membros (milhões)<br />

Proporção de Adventistas Para<br />

a Populaçio Mundial<br />

2! Tendência. O número de<br />

membros da igreja está crescendo<br />

mais rápido que a população<br />

mundial.<br />

De tempos em tempos ouvem-<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

se vozes que afirmam estar a população<br />

mundial crescendo mais<br />

rápido que o número de membros<br />

da igreja. Diz-se, a partir daí, que<br />

não há forma de algum dia podermos<br />

levar o evangelho a toda<br />

"nação e reino e língua e povo" ,<br />

conforme nos propusemos fazer.


1200<br />

1000<br />

800<br />

eoo<br />

"'00<br />

200<br />

GRÁFICO B<br />

ADVENTISTAS E<br />

POPULAÇÃO MUNDIAL<br />

1863-1989<br />

Adventistas/Milhão de População<br />

•<br />

Anos ~ae3 '70 '80 'SIO 1000 ',o '20 '30 '.0 '150 '150 '70 'SO '815 'S9<br />

É verdade que, enquanto a<br />

igreja batiza centenas, a população<br />

do mundo cresce a centenas<br />

de milhares. Em 1989 a igreja foi<br />

acrescida em 433.850 membros,<br />

ao passo que a população mundial<br />

foi incrementada em estimados<br />

87 milhões. Que contraste! Entretanto,<br />

existe outra forma de<br />

se analisar os dados:<br />

1. A Ta:xa de crescimento da<br />

igreja é maior que a do crescimento<br />

da população mundial. Entre<br />

1979 e 1989 nossos membros<br />

cresceram à taxa média anual de<br />

6,455%. Durante o mesmo período,<br />

a população mundial cresceu<br />

à taxa média anual de 1,935% -<br />

somente um terço da taxa de<br />

crescimento da igreja.<br />

2. Especialistas em população<br />

predizem que a população do<br />

mundo atingirá um pIam de 10,4<br />

bilhões de pessoas dentro de<br />

aproximadamente 100 anos. (Veja<br />

Population Reference Bureau,<br />

"1989 World Population Data<br />

Sheet.") Se a atual taxa de crescimento<br />

da igreja prosseguir durante<br />

112 anos e a população do<br />

mundo se estabilizar, conforme<br />

predito, cerca de metade da população<br />

mundial será de adventistas<br />

do sétimo dia por volta de<br />

2102 - 5,2 bilhões de adventistas<br />

num mundo de 10,4 bilhões<br />

de habitantes.<br />

11ea<br />

Não resta qualquer espaço para<br />

questionamento: os adventistas<br />

do sétimo dia têm estado a<br />

crescer com maior rapidez que a<br />

população em geral. (Veja Gráfico<br />

B.) Em 1863, com cerca de<br />

3.500 adventistas num mundo<br />

com 1,3 bilhão de pessoas, havia<br />

pouco mais que três adventistas<br />

para cada milhão de pessoas vivendo<br />

no mundo. Em 1920 havia<br />

I<br />

O<br />

GRÁFICO C<br />

Número de Membros em<br />

Relação à População<br />

MembroslMilhão de População<br />

Por Divisões Mundiais, 1989<br />

cerca de 100 para cada milhão<br />

(um membro em 10 mil habitantes).<br />

Hoje, com 6,2 milhões de adventistas<br />

num mundo com 5,3 bilhões<br />

de habitantes, existem<br />

1168 adventistas por milhão de<br />

habitantes (um em 856).<br />

Presença Ampla,<br />

Porém Mal Dlstribuida<br />

3~ Tendência, Embora a Igreja<br />

Adventista seja a denominação<br />

protestante mais amplamente<br />

distribuída, sua mensagem é ainda<br />

desconhecida por parte de<br />

vastos segmentos da população<br />

mundial.<br />

Onde são os adventistas encontrados<br />

em maiores concentrações?<br />

E onde sua presença é a<br />

menos densa? O Grájwo C mostra<br />

que a Divisão do Sul do Pacífico<br />

Informa uma média de 8.900<br />

membros para cada milhão de habitantes<br />

de sua população. A<br />

União do Oriente Médio, por outro<br />

lado, apresenta em média<br />

apenas 20 membros para cada<br />

milhão de população. Dentro de<br />

todos os territórios apresentados,<br />

existem países em que a densidade<br />

adventista é muito maior<br />

ou muito menor que a média geral<br />

encontrada no território como<br />

um todo.<br />

19 China<br />

20 União do Oriente Médio<br />

118 União das Repúblicas Soviéticas Socialistas<br />

191 Divisão Sul-Asiática<br />

211 Divisão Trans-Européia<br />

773 Divisão Euro-Africana<br />

989 Divisão do Extremo Oriente<br />

1420 Uniões Sul-Africanas (2)<br />

2702 Divisão Norte-Americana<br />

2743 Divisão África-Oceano Índico<br />

3948 Divisão Sul-Americana<br />

5670 Divisão da África Oriental<br />

5899 Divisão Interamericana<br />

i<br />

2000<br />

i<br />

4000<br />

i<br />

6000<br />

8899 Divisão do<br />

8000 10000 p~clh~~<br />

DIÁLOGO 2 - 1990 11


o que o Gráfico C não mostra<br />

é que as maiores concentrações<br />

de adventistas geralmente ocorrem<br />

onde a populaçãc se encontra<br />

menos concentrada. Nas duas<br />

divisões latino-americanas, por<br />

exemplo, onde os adventistas representam<br />

3.948 por milhãc (DSA)<br />

e 5.899 por milhão (DIA), as populações<br />

são de 239 e 200 milhões,<br />

respectivamente. Contudo,<br />

onde a população mundial é<br />

maior, a população adventista é<br />

ínfima ou mesmo inexistente.<br />

China, Índia, União Soviética e<br />

Oriente Médio somam cerca de<br />

metade da população mundial,<br />

mas as proporções de adventistas<br />

diante da população geral varia,<br />

nestes países, de 19:1.000.000 a<br />

191:1.000.000, sendo que a média<br />

mundial é de 1.168:1.000.000.<br />

O desafio para a missão adventista<br />

é evidente.<br />

o Deslocamento dos Membros<br />

do Norte Para o Sul<br />

4~ Tendência. Com O crescimento<br />

rápido ocorrendo em nações<br />

em desenvolvimento e o<br />

crescimento lento nos antigos<br />

países-bases (as nações industrializadas<br />

do ocidente), as maiores<br />

proporções de '!lembros aparecem<br />

agora na Africa, América<br />

Latina e leste e sul asiáticos. Por<br />

volta do ano 2000 cerca de três<br />

GRÁFICO D<br />

quartos de todos os adventistas<br />

estarão residindo em regiões mais<br />

ao sul.<br />

O Gráfico D e a Tabela 3 revelam<br />

as tendências do crescimento<br />

de membros nas sete áreas do<br />

mundo escolhidas para análise no<br />

presente artigo. Em 1960 a América<br />

do Norte continha cerca de<br />

27% de todos os membros, e a<br />

África apresentava menos de<br />

20% do total. Os últimos relatórios<br />

(1989) mostram que a América<br />

do Norte possui agora 12%<br />

de todQs os membros, ao passo<br />

que a Africa está com 30%. Outras<br />

regiões mostram variações<br />

significativas. Somente o Sul do<br />

Pacífico permaneceu mais ou menos<br />

igual, com cerca de 4% do total.<br />

Estas alterações refletem as<br />

significativas diferenças em taxas<br />

de crescimento de região para<br />

região.<br />

NÚMERO DE MEMBROS POR ÁREAS DO MUNDO<br />

COMO PORCENTAGEM DO TOTAL DE MEMBROS<br />

% do total<br />

,o<br />

30<br />

20<br />

10<br />

O<br />

1960 e 1989,<br />

com projeção para 2000<br />

00 1960 CJ 19a9 m 2000<br />

o<br />

",Q)<br />

O"<br />

'" '" ~'" ,,'"<br />

" .- -0\5 .-<br />

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O .... 0<br />

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8 '" 8 0<br />

,~<br />

'" 00<br />

]Q)~<br />

oop:! [z1 «:..:1 «:-0 ü ~<br />

TABELA 3<br />

NúMERO DE MEMBROS POR ÁREAS MUNDIAIS<br />

1960 e 1989<br />

Projeção Para o ano 2000 (+)<br />

Membros Membros Membros<br />

Área do Mundo 1960 1989 2000<br />

África 241.574 1.879.565 3.765.000<br />

Ásia (Leste e Sul) 146.315 952.102 1.765.000<br />

Pacífico Sul 56.289 33.740 370.000<br />

EUl'opa 154.808 200.350 200.000<br />

América Latina 252.606 2.119.491 4.360.000<br />

América do Norte 332.364 743.023 930.000<br />

China e URSS 61.168 55.314 85.000<br />

Totais 1.245.125 6.183.585 11.485.000<br />

(+) Projeções baseadas no crescimento de membros, área por área, entre 1960 e 1989, e ajustadas conforme<br />

a projeção do total mundial de membros. A projeção para China e URSS é especulativa.<br />

12 DIÁLOGO 2 - 1990


A taxa de crescimento dos<br />

membros mundiais entre 1960 e<br />

1989 foi em média de 5,7% ao<br />

ano. Se todas as regiões do mundo<br />

houvessem crescido a essa taxa,<br />

as duas primeiras barras para<br />

cada região seriam idênticas<br />

no Gráfico D. Mas algumas cresceram<br />

com muito maior velocidade<br />

que outras. Se estas taxas variantes<br />

prosseguirem até 2000,<br />

os membros estarão distribuídos<br />

conforme se demonstra na terceira<br />

barra de cada conjunto no<br />

Gráfico D e a terceira coluna de<br />

números da Tabela 9. África e<br />

América Latina prosseguirão represent<strong>and</strong>o<br />

maiores fatias e a<br />

participação das demais regiões<br />

~rmanecerá equilibrada ou declinará.<br />

Pesada Concentração de Adventistas<br />

em Alguns Países. Encontrar<br />

um adventista no Iraque,<br />

seria mais ou menos como localizar<br />

uma agulha num monte de feno.<br />

Mas na Jamaica uma em cada<br />

17 pessoas é adventista. Em<br />

Ru<strong>and</strong>a a proporção é de um em<br />

cada 34.<br />

A Tabela 4 relaciona os países<br />

com maior número de adventis-<br />

TABELA 5<br />

TOTAL DE OBREIROS ATIVOS<br />

1920-1989<br />

Ano N~ Obreiros Ativos Quociente em Relação<br />

ao número de Membros<br />

1920 13.081 1:14<br />

1930 21.461 1:15<br />

1940 29.816 1:17<br />

1950 38.927 1:19<br />

1960 48.890 1:26<br />

1970 65.957 1:31<br />

1980 92.912 1:38<br />

1989 111.140 1:56<br />

tas. A liderança é dos Estados<br />

Unidos, com o número de 743.023<br />

e Jamaica finaliza a lista, com<br />

148.202 membros. A densidade<br />

dos adventistas nestes 10 países<br />

varia de 59.280 por milhão de população,<br />

na Jamaica, até J96 por<br />

milhão populacional, na India.<br />

Quatro destas nações se encontram<br />

na América Latina, três na<br />

África e duas no sul e leste asiático.<br />

Obreiros Denominacionals<br />

Agora Servem Maior Número<br />

de Membros<br />

Tendência n~ 5. O número de<br />

empregados denominacionais -<br />

tanto da área evangelística quanto<br />

institucional- cresce à medida<br />

que a igreja cresce, mas o quociente<br />

de empregados por número<br />

de membros está declin<strong>and</strong>o.<br />

A Igreja Adventista não está<br />

experiment<strong>and</strong>o crescimento<br />

desproporcional de sua "cabeça".<br />

Em 1920, qu<strong>and</strong>o a igreja empregava<br />

13.081 obreiros, existiam<br />

185.450 membros. O quociente<br />

de obreiros por número de membros<br />

era de 1 para 14 (Tabela 5).<br />

Ao longo dos anos seguintes esta<br />

proporção decresceu firmemente<br />

até o presente momento,<br />

qu<strong>and</strong>o os cerca de 6,2 milhões de<br />

membros estão sendo servidos<br />

por 111.140 obreiros evangelísticos<br />

e institucionais, o que provê<br />

uma proporção de 1 para 56.<br />

TABELA 4<br />

OS DEZ PAÍSES COM MAIOR NÚMERO DE MEMBROS<br />

1989<br />

País<br />

Estados Unidos<br />

Brasil<br />

Filipinas<br />

México<br />

Quênia<br />

Zaire<br />

Peru<br />

Ru<strong>and</strong>a<br />

índia<br />

Jamaica<br />

Total de Membros<br />

1989<br />

743.023<br />

511.264<br />

475.125<br />

316.609<br />

286.851<br />

218.954<br />

211.110<br />

205.316<br />

163.384<br />

148.202<br />

Membros por um Milhão<br />

de Habitantes<br />

2.986<br />

3.469<br />

7.321<br />

3.652<br />

11.903<br />

6.274<br />

9.865<br />

29.331<br />

196<br />

59.280<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

13


Estes quocientes que se modificam<br />

poderiam sugerir uma igreja<br />

em estagnação, mas vitalidade<br />

é que não falta. Talvez o ministério<br />

dependesse de labores<br />

mais intensos nos tempos de outrora.<br />

Talvez, pelo fato de os<br />

membros viverem então de modo<br />

mais simllles, contribufssem<br />

eles com maIor parcela de seus<br />

recursos para as receitas da igreja.<br />

Talvez invistamos agora os<br />

fundos denominacionais em equipamento,<br />

viagens e projetos especiais,<br />

em maior extensão que<br />

há poucas décadas. Parece desnecessário<br />

afirmar que, se maiores<br />

fundos estivessem disponfveis,<br />

maior número de empregados denominacionais<br />

seria contratado.<br />

Evangelizar, Conservar e<br />

Compartilhar - Fórmula Para o<br />

Crescimento. Fortalecimento em<br />

membros e ministros não prediz<br />

necessariamente crescimento rápido.<br />

Qu<strong>and</strong>o Jesus descreveu a colheita<br />

da terra como est<strong>and</strong>o<br />

"madura" , convocou Seus seguidores<br />

a irem para o II campo" .<br />

Hoje, será que a maior colheita<br />

ocorre onde existem maior proporção<br />

de membros e ministros?<br />

Ou ocorre onde existem poucos?<br />

Os Gráficos E-I e E-2 apresentam<br />

quatro perfis em gráficos de<br />

barra a fim de retratar a relação<br />

entre membros, ministros e novos<br />

conversos.<br />

A primeira barra representa a<br />

porcentagem de membros da divisão<br />

diante do total de membros;<br />

a segunda, a porcentagem<br />

de ministros; e a terceira, as novas<br />

adesões. A Divisão da África<br />

Oriental, por exemplo, possui<br />

14,2% dos membros do mundo,<br />

7,0% do número total de ministros<br />

e 22,8% das novas adesões,<br />

ocorridas em 1989. Quatro perfis<br />

apresentam-se claros:<br />

1. Três divisões compartilham<br />

o primeiro perfil: possuem pequena<br />

proporção de pastores para o<br />

número de membros e a maior<br />

porcentagem de novas adesões.<br />

2. A Divisão Interamericana,<br />

sozinha, representa o segundo<br />

perfil: aqui a porcentagem de<br />

adesões se equipara à porcentagem<br />

de membros, mas a proporção<br />

de ministros é muito menor.<br />

14<br />

3. A Divisão do Extremo Oriente<br />

possui porcentagem aproximadamente<br />

igual dos três fatores.<br />

4. As sete divisões restantes<br />

(apresentadas no Gráfico E-2)<br />

compartilham um perfil diferente:<br />

gr<strong>and</strong>es porcentagens de ministros;<br />

menores porcentagens<br />

de membros; e (usualmente) porcentagens<br />

muito pequenas de novas<br />

adesões à igreja.<br />

As diferenças nestes perfis<br />

gráficos podem ser devidas a vários<br />

fatores. São possfveis as seguintes<br />

explicações:<br />

1. As divisões apresentadas no<br />

Gráfico E-I são as de mais rápido<br />

crescimento. Durante algum<br />

tempo, maior número de membros,<br />

em relação ao número de<br />

ministros, está-se unindo à igreja<br />

- o que contrasta com a situação<br />

em muitas outras partes do<br />

mundo.<br />

vidas, é mais provável que o salário<br />

do pastor esteja mais próximo<br />

do de um membro médio da<br />

igreja. Nos pafses em desenvolvimento,<br />

o salário do ministro pode<br />

situar-se consideravelmente<br />

acima da renda do membro<br />

médio.<br />

4. Onde a igreja se encontra<br />

mais institucionalizada, possui<br />

história mais antiga e se constitui<br />

de membros mais idosos, o número<br />

de ministros por membros<br />

é maior, porém é mais baixo o nfvel<br />

de novas adesões. Um fator<br />

concomitante é que existem culturas<br />

adventistas de terceira geração,<br />

onde o entusiasmo pela<br />

mensagem foi substituído pelo<br />

estilo de vida eclesiástica tipo<br />

IIrotineiro". Menor número de<br />

membros conquistam almas.<br />

GRÁFICO E-I<br />

RELAÇÃO ENTRE O NÚMERO DE MEMBROS E<br />

MINISTROS E AS NOVAS ADESÕES<br />

% d o tota I<br />

" Segundo as Divisões, 1989<br />

"<br />

"<br />

14 . 2<br />

% de membros ~ % de ministros o<br />

n.. % de novas adesões II!!I<br />

1I!U<br />

11.3 11 II<br />

o.<br />

12.0<br />

o L L L<br />

DAO<br />

DSA<br />

DAI<br />

2. Os recursos financeiros são<br />

parcialmente limitados nas três<br />

primeiras divisões - DAO, DSA<br />

e DAI. Talvez, pelo fato de muitos<br />

membros viverem sob baixo<br />

nível econõmico, requeira-se o dIzimo<br />

de maior número de mem- '<br />

bros para sustentar um ministro,<br />

qu<strong>and</strong>o se compara isto com o caso<br />

das sociedades afluentes.<br />

3. Os fundos são mais abundantes<br />

nas divisões apresentadas<br />

no Gráfico E-2. A Divisão SuI­<br />

Asiática constitui exceção. Na<br />

moeda forte das nações desenvol-<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

18' UI<br />

12. 13<br />

,.<br />

o .•<br />

DIA<br />

DEO<br />

Contribuições dos Membros e<br />

Capacidade de Compra<br />

Tendência n~ 6. As contribuições<br />

estão aument<strong>and</strong>o de forma<br />

global, mas não estão mantendo<br />

o mesmo ritmo do aumento de<br />

membros e da inflação.<br />

As contribuições aumentaram.<br />

em cerca de vinte vezes durante<br />

os últimos quarenta anos, mas,<br />

em termos de capacidade de compra,<br />

o aumento não chegou a ser<br />

de três vezes.


GRÁFICO E-2 América do Norte - Fonte da<br />

Maior Parte do Financiamento<br />

RELAÇÃO ENTRE O NúMERO DE MEMBROS E<br />

MINISTROS E AS NOVAS ADESÕES<br />

% do total<br />

30 Segundo as Divisões, 1989<br />

20<br />

10<br />

O<br />

24.1<br />

Tendência n~ 7. A América do<br />

Norte, base doméstica original da<br />

igreja, prossegue provendo a<br />

maior parte do financiamento para<br />

o campo mundial, mas sua participação<br />

está declin<strong>and</strong>o,'<br />

0/0 de membros ~<br />

% ~e ministros Cl Os adventistas da América do<br />

% de novas adesões Norte doaram 70% de todos os<br />

!mi<br />

dízimos e ofertas recebidas em<br />

nível mundial pelas tesourarias<br />

da igreja. A Tabela 7 mostra as<br />

contribuições totais oferecidas<br />

em 1989 (US$ 953 milhões) e divididas<br />

pelas áreas do campo<br />

mundial. A porcentagem de cada<br />

área no total é apresentada na<br />

coluna da direita.<br />

DNA DSP DEA DSU URSS DTE CA<br />

Em 1950 as tesourarias da<br />

igreja receberam aproximadamente<br />

46 milhões de dólares em<br />

dízimos e ofertas. Em 1989 o<br />

montante de todas. as contribuições<br />

atingiu aproximadamente<br />

953 milhões de dólares. Durante<br />

o mesmo período o número de<br />

membros cresceu oito vezes e a<br />

inflação reduziu o valor de compra<br />

de um dólar a menos de um<br />

quinto de sua capacidade em<br />

1950. (Estes índices baseiam-se<br />

no Consumer Price Index, calculado<br />

e publicado pelo U nited States<br />

Bureau of Labor Statistics.)<br />

A Tabela 6 e o Gráfico F mostram<br />

a história das contribuições<br />

sob duas formas: (1) contribuições<br />

per capita em dólares correntes,<br />

ou seja, os dólares no ano<br />

em que as doações foram feitas<br />

e (2) contribuições per capita em<br />

dólares constantes (o dólar de<br />

1950 foi escolhido como parâmetro).<br />

A primeira coluna mostra<br />

que em 1950 o adventista médio<br />

contribuiu anualmente com US$<br />

66,09 em dízimos e ofertas. Em<br />

1989, a média havia subido para<br />

US$ 174,58. Entretanto, qu<strong>and</strong>o<br />

se exclui a inflação (coluna da direita),<br />

a base per capita baixou de<br />

US$ 66,09 em 1950 para 33,33<br />

em 1989. Ou seja, a contribuição<br />

de um adventista à igreja em<br />

1989 foi capaz de comprar apenas<br />

a metade do que a mesma<br />

contribuição permitiria em 1950.<br />

GRÁFICO F<br />

CONTRIBUICÕES TOTAIS<br />

PER OAPITA<br />

Em Dólares Correntes e<br />

Dólares Constantes (1950)<br />

200 1950-1989<br />

""*" Dólares Correntes<br />

° Dólares de 1950<br />

1110<br />

IDO<br />

ao<br />

Ano<br />

O+----------------~~---------------~--------------------~---------------~<br />

18110 lellO le70 ,eBO<br />

18811<br />

TABELA 6<br />

CONTRIBUIÇÃO TOTAL PER CAPITA<br />

Em dólares Correntes e Constantes (1950)<br />

Contribuição Per Capita<br />

(Dólares Correntes)<br />

Contribuição Per Capita<br />

(Dólares Constantes - 1950)<br />

1950 66,09 66,09<br />

1960 85,26 69,30<br />

1970 116,49 72,22<br />

1980 98,47 57,98<br />

1989 174,58 33,33<br />

8<br />

DIÁLOGO 2 - 1990 15


TABELA 7<br />

TOTAL DE CONTRIBUIÇÕES SEGUNDO ÁREAS DO MUNDO<br />

1989<br />

Área<br />

África<br />

Sul e Leste Asiático<br />

Sul do Pacífico<br />

Europa<br />

América Latina<br />

América do Norte<br />

URSS<br />

Totais<br />

Projeçóes<br />

O que estas sete tendências revel~<br />

quanto ao presente e o que<br />

projetam para o futuro?<br />

No mesmo grau em que a mensagem<br />

da Bíblia, o evangelho de<br />

Jesus Cristo, encontra maior<br />

aceitação em certos lugares que<br />

~m outros, assim também a igre­<br />

Ja crescerá. Conforme Jesus ensinou,<br />

a mensagem cai parcialmente<br />

em terreno fértil e produz<br />

colheita mais rica, ao passo que<br />

parte da semente cai entre espinhos<br />

e é sufocada. Não existe razão<br />

para supor que o crescimento<br />

declinará em Papua-Nova Guiné,<br />

no Malawi ou nas Filipinas<br />

dentro dos próximos dez anos,<br />

mas poderemos observar notáveis<br />

mudanças quanto à aceitação<br />

da mensagem do Terceiro<br />

Anjo em lugares tais como o Leste<br />

Europeu.<br />

De um ponto de vista humano,<br />

é seguro afirmar que o crescimento<br />

da igreja não se observará<br />

de modo uniforme ao redor do<br />

mundo.<br />

O que ocorre a uma denominação<br />

qu<strong>and</strong>o seus membros excedem<br />

os 10 milhões, tem presença<br />

multinacional, multicultural e<br />

multilingual? Quantos centros<br />

educativos adicionais terão ainda<br />

d: ser construídos? Onde poderao<br />

ser encontrados os professores<br />

necessários, com o devido<br />

treinamento? E em quais dentre<br />

as centenas de idiomas do mundo<br />

deverão os meios de comunicação<br />

adventistas - tanto escritos<br />

como falados - publicar a<br />

Contribuições<br />

US$ 19.688.927<br />

53.199.619<br />

47.784.314<br />

79.987.990<br />

85.062.318<br />

666.747.028<br />

477.588<br />

952.947.784<br />

% do Total<br />

2,0<br />

5,6<br />

5,0<br />

8,4<br />

8,9<br />

70,0<br />

0,1<br />

100,0<br />

mensagem de nosso Salvador que<br />

retorna?<br />

Crescimento rápido sem o correspondente<br />

aumento nas receitas<br />

representa um conjunto especial<br />

de problemas. Vimos que as<br />

contribuições per capita declinaram<br />

em anos recentes pelo fato<br />

de membros com menor renda<br />

multiplicarem-se com maior rapidez<br />

que os membros de renda<br />

nuüs elevada. Essa tendência permanecerá,<br />

a menos que haja uma<br />

reviravolta no crescimento da<br />

igreja na América do Norte, Europa,<br />

Austrália e Nova Zelândia.<br />

Embora gr<strong>and</strong>e quantidade de<br />

fundos ainda proceda da América<br />

do Norte em direção a outras<br />

partes do mundo, a tendência<br />

quanto aos membros claramente<br />

permite prever que a América do<br />

Norte e a Europa em breve terão<br />

apenas 10% dos membros mundiais.<br />

Poderá um décimo dos<br />

membros do mundo prosseguir<br />

sustent<strong>and</strong>o o mesmo nível de<br />

apoio oferecido a outras divisões<br />

que no passado se observou?<br />

Conclusão<br />

Há cento e vinte anos, a pequena<br />

Igreja Adventista do Sétimo<br />

Dia começou a pensar no envio<br />

de missionários norte-americanos<br />

a outras partes do mundo. Apresentar<br />

ao mundo uma mensagem<br />

especial para os últimos dias, era<br />

algo aparentemente impossível.<br />

Mas nossos pioneiros começaram.<br />

Os resultados têm sido notáveis.<br />

Hoje parecemos defrontar-nos<br />

com uma tarefa ainda impossível.<br />

Mas, a partir do que Deus fez no<br />

passado através de nossos esforços,<br />

sabemos que Seu reino florescerá<br />

e a vitória será finalmente<br />

alcançada.<br />

Afortunadamente, a proclamação<br />

do evan~elho não depende de<br />

estatísticasf Nosso Deus é um<br />

Deus de surpresas. Cristãos dispostos,<br />

submetidos ao Espírito<br />

Santo e por Este fortalecidos,<br />

produzem resultados para o reino<br />

de Cristo. Todos nós temos a<br />

resposta para as necessidades do<br />

rei!l0: inarredável devoção a<br />

Cnsto. Através dEle todas as coisas<br />

são possíveis.<br />

Glossário<br />

As tabelas e gráficos que aparecem<br />

neste artigo, utilizmit abreviaturas<br />

para as divisões mundiais da<br />

igreja e incorporam certas suposições<br />

que devem ser esclarecidas:<br />

Divisões mundiais: as descrições<br />

territoriais seguintes provêem<br />

apenas as localizações ger~s.<br />

Para ~etalhes completos,<br />

veja uma edição atual do Seventhday<br />

Adventist Yearbook.<br />

DAI - Divisão África-Oceano<br />

fndico: África ocidental abaixo do<br />

Saara, incluindo as nações de<br />

idioma francês e as ilhas que se<br />

acham ao leste da África, tais c0-<br />

mo Madagáscar e Maurício.<br />

DAO - Divisão da África Oriental:<br />

da Etiópia ao sul, até Botswana.<br />

DEA - Divisão Euro-Africana:<br />

Europa central e do sul, norte da<br />

África, Angola e Moçambique.<br />

DEO - Divisão do Extremo<br />

Oriente: costa do Pacífico na<br />

Ásia, do Japão e Coréia para o<br />

sul, até à Indonésia, e ao oeste<br />

até Bangladesh e Sri-Lanka.<br />

DIA - Divisão Interamericana:<br />

México, Caribe e costa norte<br />

da América do Sul.<br />

DNA ~ Divisão Norte-Americana:<br />

Bermudas, Canadá e Estados<br />

Unidos.<br />

DSA - Divisão Sul-Americana:<br />

toda a América do Sul exceto<br />

suas cinco nações localizadas<br />

mais ao norte.<br />

DSP - DivisãO do Sul do Pacífico:<br />

Austrália, Nova Zelândia e<br />

as Ilhas do Sul do Pacífico.<br />

DSU - Divisão do Sul Asiático:<br />

fndia, Nepal e Butão.<br />

16<br />

DIÁLOGO 2 - 1990


DTE - Divisão Trans­<br />

Européia: Noroeste da Europa,<br />

Hungria, Iugoslávia, Grécia, Israel<br />

e Paquistão.<br />

CA - Campos Associados: três<br />

uniões diretamente vinculadas à<br />

Associação Geral: (1) União­<br />

Missão do Oriente Médio-UOM:<br />

da Líbia para o leste até o Irã e<br />

Omã, e da Turquia para o sul até<br />

o Sudão; (2) União-Missão Mricana<br />

do Sul - UAS e (3) União­<br />

Missão do Sul da África - USA.<br />

Áreas do mundo: as áreas do<br />

mundo que várias vezes foram citadas<br />

ao longo do artigo, referem-se<br />

aos continentes, com duas<br />

exceçõe8: América Latina referese<br />

à América Central, ilhas do<br />

Caribe e América do Sul. "Ásia"<br />

é um termo utilizado nas tabelas<br />

e gráficos como referência apenas<br />

ao sul e leste da Ásia, o que<br />

exclui a China e a URSS, cujos<br />

dados são fornecidos separadamente.<br />

F. Donald Yost (ph. D., Syra.cuse<br />

<strong>University</strong>) atua como diretor do Departamento<br />

de Ar~uivos e Estatísticas<br />

da Associação Geral dos Adventistas<br />

do Sétimo Dia. As informações<br />

apresentadas neste artigo foram pesquisadas<br />

por Carole Proctor.<br />

Prevenindo a Tendência Secular<br />

Como Conservar a Fé<br />

Numa Era Secularizada<br />

Jon Paulien<br />

tendência secular ameaça<br />

A todos os estudantes e profissionais<br />

universitários adventistas.<br />

Muitas vezes ela parece irresistível.<br />

Por "tendência secular",<br />

refiro-me a um processo gradual<br />

de declínio espiritual, em que de<br />

cristãos ativos e participantes, as<br />

pessoas se tornam indiferentes<br />

ou até mesmo chegam à rejeição<br />

total da verdade. Qu<strong>and</strong>o a pessoa<br />

tende à prática de um estilo<br />

de vida secular, a primeira indicação<br />

normalmente ocorre na<br />

área da oração particular. Muitos<br />

que uma vez tiveram uma rica e<br />

significativa vida de oração, já<br />

não a experimentam.<br />

Um indicador associado de tendência<br />

secular é a ausência de regular<br />

e significativo estudo da Bíblia<br />

e de outros clássicos devocionais,<br />

tais como os escritos de EIlen<br />

White. Para alguns, o interesse<br />

por esse tipo de leitura pode<br />

esmaecer concomitantemente à<br />

sua vida de oração. Outros podem<br />

prosseguir lendo, estud<strong>and</strong>o<br />

e debatendo religião, ao mesmo<br />

tempo em que não se dedicam à<br />

oração devocional por anos.<br />

Um terceiro indicador de afas-<br />

tamento da vida espiritual é o declínio<br />

nos padrões pessoais. Se a<br />

pessoa crê firmemente que determinada<br />

ação é errada e esta convicção<br />

começa a enfraquecer em<br />

termos práticos, isto pode representar<br />

um sinal de severos problemas<br />

espirituais.<br />

Em seu quarto estágio a tendência<br />

secular torna-se perceptível<br />

aos outros - a freqüência à<br />

igreja começa a diminuir. Pode<br />

ser que a princípio a pessoa cochile<br />

aqui e ali, ou passe eventualmente<br />

algum fim de semana em<br />

acampamentos nos bosques. O<br />

membro pode "visitar outras<br />

igrejas" mais que a sua própria.<br />

Finalmente, a freqüência é tão<br />

pequena, que chega a parecer<br />

que ela requer mais esforço do<br />

que vale a pena.<br />

Os estágios finais na tendência<br />

secular é caracterizado por sérias<br />

dúvidas acerca da Bíblia e da vida<br />

porvir. O último estágio rumo<br />

à secularização envolve séria desconfiança<br />

diante de qualquer instituição<br />

relacionada com a religião.<br />

Nos dias atuais, o desrespeito<br />

pela autoridade religiosa representa,<br />

dentro da Igreja Adventista,<br />

tanto um problema da<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

"asa direita" quanto da "asa esquerda".<br />

Ao passo que em termos gerais<br />

o padrão citado acima se desenvolve<br />

gradualmente, em casos individuais<br />

uma crise pessoal pode<br />

acelerar o processo ou mesmo inverter<br />

a ordem em que a secularização<br />

usualmente ocorre. Mais<br />

preocupante que a ordem de progressão<br />

é o fato de 9.lle crescente<br />

número de adventistas em todo<br />

o mundo está se debatendo<br />

com a tendência à secularização.<br />

Se este processo nos está afet<strong>and</strong>o,<br />

o que podemos fazer a fim<br />

de limitar seus efeitos danosos e<br />

mantermos fé vigorosa nesta era<br />

secular? A secularização é acelerada<br />

por várias forças externas,<br />

tais como os meios de comunicação,<br />

particularmente a televisão<br />

e o bombardeio de propag<strong>and</strong>as.<br />

Educação mais elevada e maior<br />

acesso à informação podem igualmente<br />

contribuir para aumentar<br />

os níveis de secularização. Mas<br />

uma perspectiva secular pode infiltrar<br />

nossas vidas tão-somente se<br />

nossa comunhão com Deus já não<br />

for uma realidade. Nenhuma força<br />

externa pode, de per si, secularizar<br />

uma pessoa ou uma igreja.<br />

17


A Vida Devoclonal<br />

o segredo para conservar a fé<br />

nesta era secular reside, pois, em<br />

se aprender como desenvolver e<br />

manter um vivo relacionamento<br />

com Deus. Certamente não é possível<br />

conservar vida espiritual<br />

forte sem hábitos devocionais<br />

igualmente vigorosos. Não existe<br />

substituto para a aplicação de<br />

significativos períodos de tempo,<br />

cada dia, em comunhão com Deus<br />

através de estudo e oração. Da<br />

mesma forma como nossos organismos<br />

não conseguem sobreviver<br />

significativamente mediante<br />

o uso de uma refeição por semana,<br />

tampouco podemos sobreviver<br />

espiritualmente sem significativa<br />

e regular vida devocional.<br />

Os adventistas são pessoas ocupadas.<br />

Nossas vidas giram em<br />

tomo de estudo ou trabalho, a<br />

igreja, a família - a ponto de a<br />

maioria de nós dificilmente conseguir<br />

reservar momentos para<br />

Deus e até mesmo para nós próprios.<br />

Muitas vezes surpreendime<br />

a mim mesmo escorreg<strong>and</strong>o<br />

rumo à tendência secular. Assim,<br />

gostaria de compartilhar algumas<br />

técnicas que me ajudaram a<br />

renovar minha' caminhada com<br />

Deus. Embora isto possa não funcionar<br />

tão bem com todos, as diretrizes<br />

poderão servir como uma<br />

espécie de trampolim a partir do<br />

qual você poderá construir seu<br />

próprio caminho.<br />

Leitura devocional. Para os<br />

principiantes, à seleção de material<br />

de leitura é de gr<strong>and</strong>e importância.<br />

Muitos materiais, até<br />

mesmo a Bíblia (tal como ocorre<br />

em Crõnicas e Levítico) ou os escritos<br />

de Ellen White (tais como<br />

Conselhos Sobre o Regim,e Alimentar<br />

e A Ciência tU> Bom Viver)<br />

não foram projetados para<br />

servirem de leituras devocionais.<br />

O material de leitura deveria geralmente<br />

focalizar a Jesus, embora<br />

- para aqueles que vivem em<br />

ambiente totalmente secular -<br />

os capítulos sobre José e Daniel<br />

nos livros Patriarcas e Profetas<br />

e Profetas e Reis sejam particularmente<br />

relevantes. Não importa<br />

se você ler vinte páginas completas<br />

ou apenas um parágrafo -<br />

18<br />

e sim, que você ouça a voz de<br />

Deus enquanto ela lhe fala.<br />

Podem ser úteis duas cadernetas<br />

de anotações para esta porção<br />

de sua prática devocional. Uma<br />

pode ser utilizada para registrar<br />

vislumbres obtidos durante as leituras<br />

devocionais. Observações<br />

significativas podem ser rapidamente<br />

esquecIdas se não forem<br />

anotadas. A segunda caderneta<br />

pode ser usada como diário espiritual.<br />

Se negligenciarmos empreender<br />

um balanço de nossas<br />

vidas, sem percebê-Io poderemos<br />

facilmente escorregar para a prática<br />

de atitudes e comportamentos<br />

incoerentes com nossa profissão<br />

religiosa. Ao longo do tempo,<br />

tais atividades de reflexão podem<br />

ajudar-nos a perceber as evidên­<br />

CIas da mão guiadora de Deus.<br />

Comunicação com Deus. Oração<br />

constitui a área mais problemática<br />

na experiência devocional<br />

da maioria das pessoas. A oração<br />

não deve ser encarada como o<br />

cumprimento de um dever, e sim<br />

como aprendizado sobre a forma<br />

de comunicar-se com uma Pessoa.<br />

Mas aprender a comunicarse<br />

não é algo fácil- o que um casal<br />

:pode muito bem comprovar.<br />

ASSIm, o que mais importa na<br />

oração não é qualquer conjunto<br />

de posições ou padrão fixo de palavras,<br />

e sim na efetiva comunicação<br />

com uma pessoa. Se a sua<br />

mente divaga enquanto seus<br />

olhos estão fechados, focalize outro<br />

padrão, inclusive contempl<strong>and</strong>o<br />

uma gravura de Cristo. A disciplina<br />

de sentar e escrever aquilo<br />

que realmente ocorre em seJl<br />

coração, pode ajudar a manter o<br />

foco de sua mente. O que importa<br />

na oração é a comunicação de<br />

seus mais profundos pensamentos,<br />

as coisas que mais lhe interessam,<br />

os sentimentos que você<br />

não poderia expressar nem mesmo<br />

mante de seu mais íntimo<br />

amigo ou cônjuge.<br />

Talvez ainda mais importante:<br />

deixe que Deus responda as suas<br />

orações. Muitas de nossas orações<br />

devocionais assemelham-se<br />

a breves chamadas telefônicas.<br />

Utilizamos com pressa uma porção<br />

de frases padronizadas e mal conseguimos<br />

esperar que chegue o<br />

momento de dizermos: "Amém."<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

Isto funciona mais ou menos como<br />

desligarmos o telefone enquanto<br />

Deus ainda prossegue na<br />

escuta na outra extremidade.<br />

Experimente o seguinte algumas<br />

vezes. Obtenha um bloco de<br />

apontamentos e um lápis. Depois<br />

de :finalizar sua oração, permaneça<br />

de joelhos e espere. Anote<br />

qualquer pensamento que lhe venha<br />

à mente durante os próximos<br />

poucos minutos. Sei que muitos<br />

adventistas são possuídos de<br />

abundantes impressões, mas nem<br />

sempre elas provêm do demônio.<br />

O Deus vivente também deseja<br />

conduzir-nos. A Bíblia não nos diz<br />

qual o trabalho que devemos empreender,<br />

com qual pessoa devemos<br />

casar, ou quais as tarefas a<br />

realizar em determinado dia - e<br />

ainda assim Deus tem um plano<br />

para cada um de nós. Analise<br />

qualquer impressão à luz das Escrituras.<br />

Se elas forem compatíveis<br />

entre si, prossiga experiment<strong>and</strong>o<br />

suas impressões -<br />

teste-as. Gradualmente você pode<br />

aprender a reconhecer a voz<br />

de Deus em meio a impressões<br />

conflitantes.<br />

Na igreja primitiva, as pessoas<br />

responsáveis pelos eventos notáveis<br />

foram aquelas que <strong>and</strong>aram<br />

com Deus e O conheceram. Não<br />

existe melhor salvaguarda contra<br />

a tendência secular do que um vivo<br />

e diário relacionamento com<br />

Deus. Aqueles que não mantêm<br />

esse tipo de relacionamento, possuem<br />

pouca evidência de que<br />

Deus existe e é relevante para<br />

suas vidas. Deus Se compraz na<br />

auto-revelação àqueles que têm<br />

suficiente interesse em procurá­<br />

Lo de todo o seu coração.l<br />

A Prática da Fé<br />

Mesmo sendo a vida devocional<br />

tão fundamental à experiência<br />

cristã, em pouco tempo torna-se<br />

ela enfadonha, a menos que se relacione<br />

com as atividades do viver<br />

diário. Nenhum relacionamento<br />

é capaz de sobreviver por<br />

muito tempo se não for acompanhado<br />

pela ação. Mesmo os psicólogos<br />

dizem que as pessoas que<br />

desejam manter a fé num mundo<br />

secular devem desenvolver<br />

uma religião efetiva nos sete dias


da semana. Aquilo que acreditamos<br />

intelectualmente pode exercer<br />

pouco impac~ sobre o modo<br />

como vivemos. E de certo modo<br />

possível que seres humanos conservem<br />

comportamentos conflitantes<br />

com seu sistema de crenças.<br />

De fato, praticamente todos<br />

os americanos afirmam crer em<br />

Deus, entretanto menos de um<br />

terço participam regularmente<br />

de alguma experiência de culto.<br />

Ilustração: Klm Justlnen<br />

Por outro lado, o modo como<br />

vivemos exerce poderoso impacto<br />

sobre aquilo que cremos. Os<br />

adventistas do sétimo dia têm estado<br />

a dizer ao mundo durante<br />

mais de um século que somente<br />

através da prática das Escrituras<br />

pode uma pessoa, no verdadeiro<br />

sentido, <strong>and</strong>ar com Deus. Por<br />

exemplo, o simples ato de sorrir<br />

para as pessoas é capaz de modificar<br />

toda a sua aparência. (Experimente!)<br />

Estilo de Vida Adventista. A<br />

idéia de que o modo como agimos<br />

afeta aquilo que cremos, não é<br />

nova para os adventistas. Ela<br />

forma a base da filosofia de Ellen<br />

White quanto à "cura da<br />

mente":2<br />

É uma lei da natureza que nossas<br />

idéias e sentimentos sejam<br />

animados e fortalecidos ao lhes<br />

darmos expressão. Ao passo que<br />

as palavras exprimem pensamentos,<br />

é também verdade que estes<br />

seguem aquelas. Se exprimíssemos<br />

mais a nossa fé, mais nos regozijássemos.<br />

nas bênçãos que. sabemos<br />

possUIr - a gr<strong>and</strong>e mIseric6rdia<br />

e o amor de Deus - teríamos<br />

mais fé e maior alegria. 8<br />

A essência deste capítulo poderia<br />

ser resumida como: "fale de<br />

fé e você terá fé." Isto, evidentemente,<br />

é um aspecto central do<br />

cristianismo adventista do sétimo<br />

dia. Viver o estilo de vida adventista<br />

é algo que traz a presença<br />

de Deus para o íntimo de cada<br />

momento de cada dia, quer a pessoa<br />

esteja fazendo compras,<br />

prepar<strong>and</strong>o-se para um e~~ ou<br />

elabor<strong>and</strong>o o orçamento familiar.<br />

A religião praticada nos sete dias<br />

da semana leva-nos a ver em cada<br />

detalhe da vida alguma coisa<br />

que nos leva a pensar em Cristo<br />

e em Seu plano em nosso favor.<br />

Este é um antídoto ideal para a<br />

tendência secular. Se tudo se relaciona<br />

com a sua fé, é muito pouco<br />

provável que você venha a<br />

ab<strong>and</strong>oná-la.<br />

Uma das formas de relacionar<br />

a fé com a vida é falar regularmente<br />

a respeito de sua fé. "Fale<br />

sobre fé e você terá fé" pode<br />

parecer automanipulação. Contudo,<br />

seu sistema de crenças é fortemente<br />

influenciado pelo modo<br />

como você vive. Espera-se que<br />

em nosso viver diário executemos<br />

muitas tarefas que, mesmo<br />

não sendo necessariamente más<br />

em si mesmas, potencialmente<br />

são capazes de afastar-nos da fé.<br />

Temos de reconhecer este fato e<br />

tentar construir hábitos e atividades<br />

que, em nosso viver, nos<br />

tornem conscientes da presença<br />

de Deus. Isto conservará vigorosa<br />

a nossa fé.<br />

Compartilh<strong>and</strong>o a Fé. A atividade<br />

com maior potencial de fortalecer<br />

a fé é o seu compartilhamento.<br />

Atividades contraculturais<br />

tais como orar num restaurante<br />

ou responder a um apelo do<br />

púlpito, são rugo que estabelecem<br />

a nossa fé em contraste criativo<br />

e decisivo diante das opiniões dos<br />

outros. À medida que dizemos a<br />

outras pessoas o que Deus fez por<br />

n6s, enquanto adoramos e louvamos<br />

a Deus juntos, nossa fé cresce<br />

e é fortalecida.<br />

Se assim é, por que você não<br />

compartilha sua fé com maior<br />

freqüência? Creio que uma das<br />

principais razões é que outras<br />

pessoas testemunharam de sua fé<br />

para conosco, e n6s não apreciamos<br />

a forma como o fizeram. Indivíduos<br />

que possuem mais zelo<br />

que cortesia muitas vezes nos<br />

afrontam com pontos de vista indesejáveis.<br />

Por que deveria eu<br />

perturbar alguém qu<strong>and</strong>o eu pr6-<br />

prio não desejo ser perturbado?<br />

Diz a Lei Áurea: "Tudo o que<br />

quereis que os outros vos façam,<br />

fazei-o v6s também a eles."<br />

Tenho boas notícias para você!<br />

A zelosa descortesia não é o modelo<br />

escolhido por Deus para o<br />

testemunhar! Observe:<br />

Unicamente os métodos de<br />

Cristo trarão verdadeiro êxito no<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

aproximar-se do povo. O Salvador<br />

misturava-Se com os homens<br />

como uma pessoa que lhes desejava<br />

o bem. Manifestava simpatia<br />

por eles, ministrava-lhes às<br />

necessidades e granjeava-lhes a<br />

confiança. Ordenava então:<br />

'Segue-Me. '4<br />

O testemunho eficaz e moralmente<br />

aceitável começa com dois<br />

passos. Em primeiro lugar, oferece<br />

às pessoas a oportunidade<br />

de se sentirem à vontade com você.<br />

Ora, você não deixa as pessoas<br />

à vontade ao dizer-lhes o que<br />

devem fazer ou ao dizer-lhes:<br />

"Eu tenho a verdade - você,<br />

não." Por outro lado, as pessoas<br />

respondem positivamente àqueles<br />

que sabem ouvir e não procuram<br />

humilhá-Ias.<br />

O segundo passo no testemunho<br />

efetivo é ser o tipo de pessoa<br />

que os outros gostariam de ser -<br />

o tipo de pessoa que atrai em lugar<br />

de repelir. As pessoas seculares<br />

estão à procura de algo melhor.<br />

Contudo, somente depois de<br />

adquirir sua confiança é que elas<br />

disporão do contexto que lhes permitirá<br />

compreender o seu convite<br />

a que elas "sigam a Jesus".<br />

Na qualidade de Seu testemunho,<br />

Jesus foi uma ímã, não um<br />

martelo. N6s também podemos<br />

aprender a nos tornarmos magnetos.<br />

A partir de um vivo relacionamento<br />

com Deus flui poder e<br />

energia, os quais poderão ajudarnos<br />

a nos tornarmos cristãos amáveis<br />

e atraentes. Tal poder e energia<br />

ajudar-nos-ão a manter a fé<br />

nesta era secularizada.<br />

NOTAS<br />

1. Um excelente livro devocional para<br />

pessoas que vivem e trabalham num ambiente<br />

secular é Too B~ Not to Pray,<br />

de Bill Hybels (Downers Grove, lL: Inter­<br />

Varsity Press, 1988).<br />

2. A Ciência, di> Bum Viwr, págs. 240-260.<br />

3. lbidem, págs. 251-253.<br />

4. lbidem, pág. 143.<br />

Jon Paulien (ph. D., Andrews <strong>University</strong>)<br />

leciona junto ao Seminário<br />

Teológico Adventista, localizado em<br />

Berrien Springs, Michigan, EUA.<br />

Ele foi um dos maiores colaboradores<br />

do livro M eeting the Secular<br />

Mind: Some Adventist Perspectives,<br />

editado por H. M. Rasi e Fritz Guy<br />

(2~ edição, Andrews <strong>University</strong><br />

Press, 1987).<br />

19


SHALOM!<br />

Como Abordar<br />

Nossos Amigos<br />

Judeus com o Evangelho<br />

Clifford Goldstein<br />

Um antigo ditado judeu diz<br />

que aquele que não oferece<br />

educação a seu filho "está cri<strong>and</strong>o<br />

um ladrão". A idéia reflete a<br />

secular ênfase que os judeus oferecem<br />

à educação, o que faz com<br />

que eles prossigam sendo um dos<br />

grupos mundiais de mais elevado<br />

nível educacional. Portanto, é<br />

muito provável que em gr<strong>and</strong>e<br />

parte de faculdades e universidades<br />

se possa encontrar bom número<br />

de judeus.<br />

A questão que se coloca, então,<br />

é: como testemunhar a eles?<br />

Como adventistas, deveríamos<br />

revelar mais êxito que qualquer<br />

outra denominação em alcançar<br />

os judeus. O sábado, o santuário,<br />

a mensagem de saúde e nossa escatologia<br />

única, conferem-nos<br />

vantagens especiais. Além de tudo,<br />

sempre consideramos a nós<br />

próprios como os "judeus espirituais"<br />

. Assim, deveríamos ser capazes<br />

de levar nossa mensagem<br />

ao povo judeu. Existem, contudo,<br />

umas poucas diretrizes gerais<br />

que devem ser consideradas antes<br />

que a pessoa tente testemunhar<br />

a um judeu. A preocupação<br />

deste artigo é esboçá-las.<br />

Testemunho<br />

Antes de mais nada, devo dizer<br />

que você não necessita ser judeu<br />

a fim de alcançar um judeu. A<br />

maioria dos judeus existentes na<br />

Igreja Adventista hoje, foram<br />

trazidos por não-judeus. Foi um<br />

imigrante húngaro quem em primeiro<br />

lugar me levou a mensagem.<br />

Outro judeu foi trazido à<br />

verdade por um sul-americano<br />

que mal falava inglês. F. C. Gilbert,<br />

um dos pioneiros da obra<br />

entre os judeus na América do<br />

20<br />

Norte, foi alcançado por uma família<br />

adventista da Nova Inglaterra.<br />

J. M. Hoffman, outro líder,<br />

recebeu a mensagem de uma senhora<br />

de cor.<br />

Efetivamente, para alcançar<br />

um judeu você não precisa ser judeu;<br />

aliás, em vários sentidos, é<br />

até mesmo uma vantagem não sêlo,<br />

pela simples razão que é menos<br />

provável que um judeu seja<br />

hostil para com um não-judeu que<br />

crê em Jesus, do que o seria para<br />

com um judeu que nEle cresse.<br />

Contudo, ao testemunhar a judeus,<br />

você precisa compreender<br />

que muitos deles são pessoas seculares,<br />

que não crêem na Bíblia<br />

ou na inspiração e, em muitos casos,<br />

nem mesmo em Deus. Isto<br />

deve ser conservado em mente<br />

ao falar-lhes. Não imagine que t0-<br />

dos eles conhecem o hebraico,<br />

que memorizaram a Torah, que<br />

guardam o sábado e não fazem<br />

uso de alimentos imundos (eu<br />

cresci comendo s<strong>and</strong>uíches de<br />

presunto, camarões fritos e lulas).<br />

Você não será capaz de leválos<br />

a Jesus se nem mesmo crêem<br />

em Moisés. Mais de um adventista<br />

já ouviu a se&uinte expressão<br />

dos lábios de amIgos judeus: "Oh,<br />

você é melhor judeu que eu." E,<br />

embora nos últimos anos muitos<br />

judeus tenham retornado à sua<br />

fé, especialmente entre os jovens,<br />

e mais notavelmente entre<br />

os que freqüentam instituições<br />

públicas de ensino, seus contatos<br />

judeus tenderão a ser seculares,<br />

agnósticos e mesmo ateus.<br />

Quaisquer que sejam as inclinações<br />

espirituais da pessoa, você<br />

deverá demonstrar interesse pelos<br />

judeus e seus costumes. Faça-<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

lhes perguntas, mesmo que eles<br />

nada saibam. Isto desarmará o<br />

preconceito e mostrará que você<br />

está realmente interessado(a) pela<br />

pessoa. Caso seus interlocutores<br />

sejam religiosos, você poderá<br />

aprender coisas que enriquecerão<br />

a sua fé.<br />

Seria muito bom se você pudesse<br />

ler alguma literatura judaica<br />

a fim de aprender quais são os assuntos<br />

de interesse dos judeus.<br />

Jamais inicie uma palestra religiosa<br />

com um amigo judeu (ele<br />

pensará que você está tent<strong>and</strong>o<br />

convertê-lo) e, a menos que ele<br />

traga à baila o assunto, jamais fale<br />

acerca de religião diante de<br />

seus familiares ou amigos. Há alguns<br />

anos, uma jovem senhora<br />

judia que tivera um curso de Bíblia<br />

judaica com os adventistas,<br />

escreveu pedindo o batismo. Pouco<br />

tempo depois um ministro adventista<br />

bateu à sua porta. Qu<strong>and</strong>o<br />

a mãe (que nada sabia acerca<br />

das intenções da filha) abriu a<br />

porta, a primeira coisa que o ministro<br />

disse foi: "A senhora nem<br />

imagina quão entusiasmado me<br />

sinto pelo fato de sua filha haver<br />

manifestado o desejo de ser batizada<br />

na Igreja Adventista!"<br />

Provavelmente ele não tivesse<br />

idéia de quão "entusiasmada" a<br />

mãe haveria de sentir-se! Qu<strong>and</strong>o,<br />

ao conversar com um amigo<br />

judeu, o assunto religioso aparecer<br />

em cena, não demonstreares<br />

profissionais. Seja humilde e disponha-se<br />

a ouvir os pontos de vista<br />

do interlocutor, não importa<br />

quais sejam eles. Diga algo do tipo:<br />

"Bem, respeito seus pontos<br />

de vista, mesmo vendo as coisas<br />

de modo um pouco diferente."<br />

Não argumente com judeus. Eles<br />

são especialistas em debates.


Tato e Simpatia<br />

Se o tópico for Jesus Cristo, você<br />

necessitará exercer tato especial.<br />

Evite declarações enfáticas,<br />

tais como: "Jesus é o Messias."<br />

Em vez disso, de modo humilde<br />

e manso, destaque que, a partir<br />

de estudo, oração e experiência,<br />

você crê que Jesus cumpre as<br />

profecias concernentes ao Messias<br />

hebreu.<br />

Não faça declarações do tipo<br />

"Vocês, judeus" ou "Estes judeus",<br />

as quais, dependendo do<br />

tom de voz, poderão parecer depreciativas.<br />

Frases como "o povo<br />

judeu" ou "o homem judeu"<br />

são mais seguras. Sempre evite<br />

expressões em que o judeu apareça<br />

como enganador ou trapaceiro.<br />

Não faça uso de piadas judaicas<br />

ou estereótipos desta raça,<br />

tais como "os ricos judeus".<br />

Antes de mais nada, é bom saber<br />

que muitos judeus não são ricos;<br />

além disso, tais estereótipos tenderam<br />

a conduzir à perseguição.<br />

Um ponto é crucial. Mostre<br />

simpatia pelos sofrimentos dos<br />

judeus. Há alguns anos, numa<br />

igreja adventista de Michigan,<br />

apresentei uma palestra quanto<br />

à obra em favor dos judeus. Depois<br />

da apresentação um idoso<br />

membro da igreja se aproximou<br />

de mim e disse: "Saiba que sinto<br />

tristeza por tudo que os judeus<br />

sofreram - mas, afinal de contas,<br />

foram eles que atraíram este<br />

sofrimento sobre si mesmos!"<br />

Você precisa ser sensível diante<br />

da história judaica. Não lhe será<br />

possível começar a compreender<br />

um judeu moderno ou o lugar<br />

de onde ele proveio - não importa<br />

quão secular ele seja - a menos<br />

que você compreenda corno<br />

ele se relaciona com o seu passado,<br />

especialmente com o evento<br />

máximo da história judaica: o Holocausto.<br />

Inevitavelmente, se o seu amigo<br />

é um judeu secular, ele lhe fará<br />

a pergunta: "Onde Se encontrava<br />

Deus durante o Holocausto?"<br />

Embora não exista resposta<br />

fácil para esta questão, há alguns<br />

anos, no periódico que edito<br />

para judeus, escrevi um artigo<br />

especial intitulado: "A Verdadeira<br />

História dos Judeus." Coloquei<br />

todo um argumento sobre<br />

a mesa, salient<strong>and</strong>o que somente<br />

um milagre de Deus poderia<br />

haver permitido que ainda existisse<br />

algum judeu à época em que<br />

Hitler ordenou o extermínio da<br />

raça. "Segundo todas as teorias<br />

históricas, culturais, sociais e militares",<br />

escrevi eu, "os judeus<br />

deveriam ter desaparecido há milhares<br />

de anos, não devendo remanescer<br />

senão alguns tabletes<br />

insepultos nas areias do deserto."<br />

Tentei explicar que a mera<br />

existência dos judeus, depois de<br />

haverem sido varridos por duas<br />

vezes de sua nação, provia um<br />

dos mais sólidos argumentos em<br />

favor da existência de Deus. Caso<br />

você acredite nisto, afirme que<br />

cada judeu que você encontra faz<br />

aumentar a sua fé em Deus e nas<br />

pr~messas da Bíblia.<br />

Uma História de Sobrevivência<br />

Durante séculos, os rabinos ensinaram<br />

que 613 m<strong>and</strong>amentos<br />

pendiam sobre os judeus. Após o<br />

Holocausto, o :filósofo Emil Facknheim<br />

adicionou o 614~: sobrevivência.<br />

Quer se trate de um devoto<br />

judeu ortodoxo que apedreje<br />

carros transit<strong>and</strong>o em suas vizinhanças<br />

em Jerusalém, no dia<br />

de sábado, quer se trate de um<br />

moderno "Yuppie" judeu descasc<strong>and</strong>o<br />

ostras num recanto de Manhattan<br />

em pleno dia de Yom<br />

Kippur, todos os judeus solenemente<br />

voltaram em seus corações<br />

que jamais permitirão outra<br />

vez serem colocados na posição<br />

de sofrerem genocídio. "O fracasso<br />

em compreender plenamente<br />

a intensidade desta convicção<br />

judaica", escreveu o Rabino<br />

Y echiel Eckstein, "leva ao<br />

fracasso em compreender tanto<br />

o judeu contemporâneo quanto a<br />

sua fé."<br />

Diretamente vinculada ao Ho-<br />

.locausto encontra-se a nação de<br />

Israel. A miopia judaica não deriva<br />

do orgullio, nem do ódio aos<br />

árabes, nem de alguma conspiração<br />

pan-sionista. Em vez disso, os<br />

judeus ajudam a Israel porque,<br />

sob a mancha dos seis milhões de<br />

mortos, eles não desejam ver<br />

mais alguns milhões mortos - e<br />

teria sido exatamente este o caso<br />

se Israel houvesse perdido alguma<br />

guerra.<br />

Depois de séculos de peregrinação,<br />

exílio e perseguição - culmin<strong>and</strong>o<br />

com o Holocausto - os judeus<br />

vêem em Israel não apenas<br />

a sobrevivência, como ainda a sobrevivência<br />

na qualidade de judeus<br />

e senhores de seu próprio<br />

destino, em vez de prosseguirem<br />

como vassalos temerosos verg<strong>and</strong>o-se<br />

sob o azorrague de qualquer<br />

déspota que houvesse decidido<br />

oprimi-los. Assim, pelo fato<br />

de os judeus perceberem Israel<br />

corno símbolo de sobreviVência,<br />

eles percebem a animosidade<br />

contra Israel corno sendo animosidade<br />

contra eles próprios. Não<br />

é importante se este sentimento<br />

é ou não justificável. O que importa<br />

é que existem almas a serem<br />

conquistadas para Jesus. Você<br />

não deve procurar vencer algum<br />

argumento político, e sim<br />

para demonstrar o amor de Cristo.<br />

Por esta razão, não importa<br />

como você se sinta com relação<br />

a ~pos definidos de judeus, não<br />

cntique Israel ou seus líderes. Isto<br />

não significa que devemos oferecer<br />

apoio incondicional a tudo<br />

aquilo que Israel faz. Significa<br />

simplesmente que o terreno é extremamente<br />

sensível, e seria melhor<br />

que você nada dissesse, do<br />

que alienar um judeu ao falar negativamente<br />

de Israel e de sua<br />

polJtica.<br />

E igualmente importante compreender<br />

que o judeu jamais deseja<br />

ab<strong>and</strong>onar sua identidade.<br />

Trata-se de um mistério de difícil<br />

aceitação, mas depois de milhares<br />

de anos os judeus, devotos<br />

ou seculares, possuem alguma espécie<br />

de "mística" (na ausência<br />

ae melhor termo) que os une a<br />

sua identidade judaica. Não pretendem<br />

jamais perdê-la. Em certa<br />

ocasião, durante uma reunião<br />

campal, depois que apresentei<br />

um testemunho, urna querida e<br />

idosa senhora, muito bemintencionada,<br />

veio até onde eu<br />

me encontrava, apertou minha<br />

mão e, sacudindo-a, disse: "Parabéns<br />

por haver-se tornado um<br />

gentio!"<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

21


Adote a abordagem oposta, explic<strong>and</strong>o<br />

que ao um judeu aceitar<br />

a Jesus, sua identidade judaica é<br />

fortalecida, e não enfraquecida.<br />

Certa vez envolvi-me em argumentação<br />

com um judeu que me<br />

dizia que, pelo fato de haver eu<br />

aceitado a Jesus, não mais deveria<br />

considerar-me judeu. IIBem",<br />

respondi, "se Jesus não foi o<br />

Messias, suponho que você possa<br />

estar certo. Mas se Ele é o<br />

Messias judeu, e eu creio nEle,<br />

quem é, nesse caso, o verdadeiro<br />

judeu?"<br />

Em seminários que tenho apresentado<br />

quanto a testemunhar<br />

para judeus, muitas vezes advirto<br />

quanto ao uso de algumas palavras<br />

que podem "eriçar" um judeu:<br />

"Conversão" (prefira utilizar<br />

o termo novo coração), "Cristo"<br />

(diga Messias), "cruz" (lugar<br />

de expiação), "Salvador" (prefira<br />

Redent01-), etc. Evite tanto<br />

quanto possível o tópico da Trindade,<br />

a menos que esteja realmente<br />

preparado para responder<br />

biblicamente.<br />

Uma das maiores barreiras à<br />

aceitação de Jesus por parte dos<br />

judeus, tem sido a perseguição da<br />

igreja a estes. Milhares dentre<br />

eles tiveram de enfrentar a conversão<br />

forçada ou a morte. Durante<br />

séculos as boas-novas têm<br />

sido pregadas aos judeus, e muitas<br />

vezes a espada esteve pendendo<br />

sobre as suas cabeças.<br />

Mais que qualquer outro grupo<br />

de pessoas, os judeus necessitam<br />

ver as boas-novas aplicadas de<br />

modo prático na vida dos cristãos,<br />

muito mais do que necessitam<br />

ouvi-las sob a forma de pregações.<br />

Este ponto jamais será<br />

demasiadamente enfatizado. Não<br />

fale a seu amigo judeu a respeito<br />

do amor - viva-o.<br />

Durante anos, senti-me amargurado<br />

contra o cristianismo exatamente<br />

por esta razão, ao ponto<br />

de molestar um pregador itinerante<br />

com perguntas, sobre o<br />

gramado do campus da Universidade<br />

da Flórida. Mais tarde, enquanto<br />

morava em Israel, encontrei<br />

um grupo de cristãos que me<br />

demonstraram amor incondicional,<br />

a tal ponto que tive finalmente<br />

de admitir que não seria justo<br />

julgar toda a crist<strong>and</strong>ade a par-<br />

tir das obras de alguns bárbaros<br />

- e isto porque existiam cristãos<br />

da qualidade destes vivendo ali,<br />

junto a mim.<br />

Esta é a razão por que o livro<br />

de Daniel é um bom lugar para<br />

se iniciar o estudo com judeus,<br />

caso eles concordem. Em primeiro<br />

lugar, ele pode oferecer a evidência<br />

intelectual de que Deus<br />

existe, a partir da forma como as<br />

profecias de Daniel 2 e 7 roram<br />

cumpridas. Daniel 7, em meu caso,<br />

representou um estimulo particularmente<br />

poderoso, pois o estudo<br />

do chifre pequeno ajudoume<br />

a responder muitas questões<br />

que eu me fazia a respeito do cristianismo.<br />

"Se esta é a religião de<br />

Deus, por que ela persegue os judeus?'<br />

Uma vez que estudei as<br />

profecias, contudo, as coisas se<br />

me tornaram muito mais claras.<br />

Pude compreender que tal perseguição<br />

provinha, na verdade, de<br />

um poder que Deus condena. Depois,<br />

qu<strong>and</strong>o estudei o livro de<br />

Apocalipse e vi o mesmo poder<br />

retratado na Bíblia "cristã", o<br />

efeito foi poderoso.<br />

Utilize Publicações<br />

Ao começar o estudo com pessoas<br />

judaicas, não tenha pressa<br />

em fazer uso dos livros de Ellen<br />

White. Embora amemos os seus<br />

escritos, existem conceitos e declarações<br />

que os judeus podem<br />

compreender mal em seus contatos<br />

iniciais. Mais tarde você descobrirá<br />

oportunidades de compartilhar<br />

com estas pessoas o Espírito<br />

de Profecia.<br />

Outras literaturas, todavia,<br />

acham-se disponíveis. Shabbat<br />

Shalom é a publicação de alcance<br />

missionário da igreja para os<br />

judeus. Mediante publicação trimestral,<br />

este periódico tem o objetivo<br />

de apresentar artigos a<br />

respeito de assuntos de interesse<br />

dos judeus e depois, tanto<br />

quanto possível sem ofender suas<br />

crenças, procura apresentar os<br />

princípios da verdãde. Trata-se<br />

de uma abordagem de baixo perfil,<br />

mas que parece estar funcion<strong>and</strong>o,<br />

pois os judeus estão lendo<br />

a publicação. Se você tiver um<br />

amigo judeu com disposição para<br />

ouvir, falar e intercambiar<br />

idéias, podemos afirmar que esta<br />

revista é perfeita. Se você perceber<br />

que seus amigos judeus não<br />

estão preparados para talliteratura,<br />

você mesmo poderá assinála<br />

e entregar-lhes artigos individuais<br />

que, em sua opinião, serão<br />

apreciados por eles. (para encomendar<br />

a revista: envie US$4,95<br />

para Shabbat Shalom, 12501 OId<br />

Columbia Pike, Silver Spring MD<br />

20904.) Neste mesmo endereço<br />

você também poderá obter informações<br />

sobre um "pacote" que<br />

inclui fitas, sob o título "How to<br />

Witness to Jews" [Como Testemunhar<br />

aos Judeus].<br />

Ao abordar seus amigos judeus,<br />

lembre-se de que eles podem<br />

ser ganhos para Jesus tanto<br />

quanto qualquer outra pessoa.<br />

O Espírito Santo também está<br />

apel<strong>and</strong>o a seus corações. Mas é<br />

importante prestar atenção as<br />

suas susceptibilidades. Se você<br />

aprender a não ofendê-los, certamente<br />

desfrutará de gr<strong>and</strong>es<br />

oportunidades. Paciência, tato,<br />

sensibilidade e amor farão mais<br />

por eles do que todos os argumentos<br />

e provas combinados.<br />

O povo judeu pode ser ganho -<br />

e o está sendo - para as várias<br />

denominações CrIstãs. Vamos<br />

trazê-los para a melhor opção.<br />

Depois de tornar-se cristão em Israel,<br />

Clifford Goldstein foi batizado<br />

no rio Jordão e mais tarde uniu-se à<br />

Igreja Adventista do Sétimo Dia.<br />

Atua]mente ele serve como editor de<br />

Shabbat Shalom enquanto obtém um<br />

mestrado em Artes (idiomas do Velho<br />

Testamento) junto à John Hopkins<br />

<strong>University</strong>. BestSeller,livro no<br />

qual conta a hIstória de sua própria<br />

conversão, foi publicado recentemente<br />

pela Pacific Press.<br />

22<br />

DIÁLOGO 2 - 1990


PERFIL<br />

Anne-Marie Langvall Olsen<br />

Diálogo com uma Professora Adventista da Noruega<br />

Anne-Marie Langvall OIsen leciona<br />

lnglês na Universidade de<br />

Trondhein - a segunda maior instituição<br />

do gênero da Noruega, localizada<br />

numa cidade fundada pelo rei<br />

viking Olav Tryggvason em 997_ Ela<br />

provém de urna notável família norueguesa<br />

de educadores adventistas<br />

do sétimo dia.<br />

Em seguida a sua graduação na escola<br />

secundária, com distinção em Inglês,<br />

ela freqüentou o Newbold <strong>College</strong>,<br />

na Inglaterra. Aplicou também<br />

um ano nos Estados Unidos, estud<strong>and</strong>o<br />

Inglês mediante o uso de uma<br />

bolsa Fulbright, antes de retornar à<br />

Noruega a fim de estudar na Universidade<br />

de Oslo_ Em 1968 ela recebeu<br />

a graduação em idioma inglês, com<br />

formação secundária em alemão e<br />

lingüística.<br />

Depois de lecionar inglês na faculdade<br />

estadual de Bergen, Noruega<br />

Ocidental, incorporou-se à Universidade<br />

de Trondheim em 1969_ Ali ela<br />

ensinou fonética, gramática inglesa<br />

e história do idioma inglês desde<br />

aquela época até o presente - com<br />

exceção do período em que se dedicou<br />

a estudos doutorais em Londres.<br />

Durante este perfodo ela casou com<br />

Palen Olsen, ministro dinamarquês,<br />

e mais tarde passou um ano em Jerusalém,<br />

para onde ele foi chamado<br />

como pastor. O casal tem duas filhas,<br />

Elizabeth e Christe!.<br />

Embora não esteja empregada numa<br />

universidade adventista, Anne­<br />

Marie tem-se envolvido com o sistema<br />

educacional adventista. Presentemente<br />

ela é membro do Newbold<br />

<strong>College</strong> Board of Governors. Sua<br />

atuação neste posto tem sido muito<br />

apreciada. Talvez a providência tenha<br />

decidido que ela, uma vigorosa<br />

adventista do sétimo dia, servisse<br />

profissionalmente fora do âmbito da<br />

igreja.<br />

Por bondade, fale-nos acerca<br />

de suas bases adventistas_<br />

Como adventista de terceira<br />

geração, nasci "dentro da igreja".<br />

Papai e mamãe lecionavam<br />

Birthe Bayer<br />

em nossa escola secundária da<br />

Noruega; meu pai também atuou<br />

como preceptor e deão acadêmico-<br />

Fui batizada por meu professor<br />

de Bíblia, V. Norskov OIsen,<br />

enquanto freqüentava a escola<br />

secundária adventista da Dinamarca_<br />

Posso afirmar com firmeza<br />

que meus dedicados pais, ao lado<br />

de professores cristãos, me<br />

ofereceram visão profissional e<br />

cristã.<br />

O que fez com que você escolhesse<br />

o ensino do Inglês como<br />

profissão?<br />

Ao ler os livros de E llen White<br />

desde tenra idade - primeiro em<br />

norueguês, e depois em dinamarquês<br />

e sueco, em vista do limitado<br />

número de livros traduzidos<br />

para o norueguês - em breve desejei<br />

poder lê-los no idioma original.<br />

Isto despertou meu apetite<br />

por um estudo mais íntimo deste<br />

idioma e pelo estudo das versões<br />

inglesas da Bíblia. Efetivamente,<br />

minha tese junto à Universidade<br />

de Oslo teve a ver com alguns aspectos<br />

lingüfsticos da King James<br />

Version de 1611 e da New<br />

English Bible de 1961-<br />

Qualquer pessoa, até mesmo<br />

você própria, poderia esperar<br />

que seu destino seria lecionar<br />

em alguma escola superior adventista,<br />

o que não ocorreu.<br />

Por quê?<br />

"""""'.,......."..="""----.<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

Enquanto eu empreendiaestudos<br />

de grau avançado junto à<br />

Universidade de Oslo, uma vaga<br />

de professor em nosso colégio da<br />

Noruega foi aberta, e todos consideravam<br />

como certo que eu<br />

preencheria este posto. Enquanto<br />

isto, outro graduado adventista,<br />

com aproximadamente a mesma<br />

área de estudos e uma família<br />

a sustentar, finalizou seu curso<br />

de estudos alguns meses antes<br />

que eu, e ocupou a vaga_ Assim,<br />

qu<strong>and</strong>o fui abordada por meus<br />

professores, durante os exames<br />

finais, a respeito da ocupação de<br />

uma vaga magisterial na universidade,<br />

senti-me livre, na verdade,<br />

quase sob a obrigação, de considerar<br />

esta oportunidade totalmente<br />

inesperada. O caminho era<br />

tão diferente daquele que eu sempre<br />

pensara trilhar, que tão-somente<br />

pude ver a mão divina em<br />

tudo isto_ Até hoje prossigo crendo<br />

que fui colocada aqui tendo em<br />

vista um propósito_<br />

Como foi a vida acadêmica<br />

para você, uma jovem adventista<br />

do sétimo dia?<br />

Durante os anos de estudante<br />

estive tão intensamente envolvida<br />

com as atividades dos jovens<br />

na minha igreja, que em nenhum<br />

momento enfrentei problemas<br />

com os aspectos sociais da vida<br />

estudantil; tive, sim, alguns problemas<br />

com aulas e exames agendados<br />

para as horas do sábado.<br />

Houve algumas disciplinas que eu<br />

muito gostaria de haver cursado,<br />

mas não pude fazê-lo porgue só<br />

eram administradas nas nOltes de<br />

sexta-feira ou nas manhãs de sábado_<br />

Entretanto, um de meus<br />

professores sentiu-se tão preocupado<br />

pelo fato de eu perder sua<br />

aula dupla todas as sextas-feiras<br />

à noite, que bondosamente se<br />

ofereceu para repetir os aspectos<br />

23


principais das aulas na manhã de<br />

segunda-feira, e isto durante todo<br />

o curso. Ele o fez sem qualquer<br />

tipo de remuneração.<br />

A fim de evitar problemas de<br />

exames aos sábados eu notificava<br />

o encarregado dos exames logo<br />

ao início dos cursos, indic<strong>and</strong>o<br />

quais eu planejava realizar. Os<br />

responsáveis sempre arranjaram<br />

as coisas em meu benefício, até<br />

que cheguei à etapa final, que<br />

ocorreu no outono - e este possui<br />

curtas tardes, inclusive a de<br />

sexta-feira.<br />

Muitas vezes nossos dias de<br />

exames envolviam oito e mesmo<br />

dez horas de atividades. Tornouse<br />

impossível que o departamento<br />

programasse todos os exames<br />

sem utilizar horários tanto da<br />

sexta-feira quanto do sábado.<br />

Mas como programar um exame<br />

de dez horas de duração se a tarde<br />

outonal de sexta-feira é tão<br />

curta?<br />

O que você fez?<br />

O Senhor abriu uma porta<br />

aquele ano. Em meu favor, o pessoal<br />

encarregado dos exames ofereceu-se<br />

voluntariamente para<br />

começar mais de uma hora mais<br />

cedo naquele dia, permitiram que<br />

eu iniciasse as respostas em sua<br />

sala antes de se dirigirem para a<br />

sala de aula onde os demais alunos<br />

esperavam pela prova, que<br />

para eles começaria às nove horas<br />

da manhã. Foi um sentimento<br />

estranho retirar-me da sala de<br />

aula mais de três horas antes do<br />

horário previsto para o fim dos<br />

exames, mas aquela hora extra<br />

no início da manhã permitiu-me<br />

a chance de finalizar meu exame.<br />

(O pessoal encarregado dos exames<br />

sentiu-se muito orgulhoso ao<br />

receber os re~tados de meus<br />

exames finais!) Como estudante,<br />

compreendi que as pessoas,<br />

ao verem que você é sincero e<br />

procura fazer o melhor, criam<br />

condições fora da rotina a fim de<br />

ajudar você a resolver seus problemas.<br />

Que conselho daria você a<br />

alunos adventistas de universidades<br />

públicas no tocante ao<br />

sábado e exames neste dia?<br />

Sejam fiéis e coerentes. Se um<br />

único estudante adventista aceita<br />

sentar na sala de aula e reali-<br />

24<br />

zar um único exame do dia de sábado,<br />

será muito mais difícil convencer<br />

professores e encarregados<br />

de exames de que outros estudantes<br />

adventistas não estão<br />

preparados a fazer o mesmo. Demonstre<br />

consideração por todo<br />

trabalho envolvido na modificação<br />

de uma data de exames; não<br />

se retrate um dia antes do exame,<br />

tal como ocorreu com um de<br />

nossos estudantes. Alguns membros<br />

da igreja têm muitas histórias<br />

a contar quanto à pressão e<br />

discriminação que enfrentaram<br />

em escolas públicas em virtude<br />

de suas crenças. Tive a felicidade<br />

de jamais haver enfrentado<br />

esta experiência. Penso, porém,<br />

que muitas vezes nós mesmos somos<br />

a causa de nossas dificuldades.<br />

Creio que podemos fazer<br />

muito a fim de facilitar as coisas<br />

para nós e também para os outros,<br />

sempre que tivermos de solicitar<br />

privilégios e arranjos especiais<br />

em virtude de nossa fé.<br />

Seus colegas de profissão e<br />

seus alunos conhecem as suas<br />

convicções religiosas?<br />

Sim, muitos deles as conhecem,<br />

embora durante a maior parte do<br />

tempo eu venha sendo a única adventista<br />

em minha instituição.<br />

Eles me têm apresentado muitas<br />

perguntas, e alguns colegas contribuem<br />

fielmente com a nossa<br />

campanha de recolta missionária<br />

a cada outono - alguns até mesmo<br />

me agradecem o privilégio de<br />

poderem participar.<br />

Uma das formas pelas quais tenho<br />

me livrado de aulas às sextas-feiras<br />

à noite e dos exames<br />

aos sábados, é mediante a disposição<br />

voluntária em preparar o<br />

esquema de exames do departamento.<br />

Também procuro estimular<br />

a boa vontade ao fazer sempre<br />

um pouquinho mais do que de<br />

mim se espera.<br />

De que modo lhe é possível<br />

equilibrar as atividades profissionais<br />

com a vida doméstica?<br />

Dou prioridade à minha família,<br />

e estou pronta a sacrificar toda<br />

atividade profissional que escape<br />

às estritas horas de trabalho<br />

enquanto nossas filhas ainda<br />

estiverem em nível escolar básico.<br />

Qu<strong>and</strong>o elas já se encontram<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

na cama à noite, muitas vezes tenho<br />

de retornar aos meus livros<br />

ou à correção de trabalhos de alunos.<br />

Contudo, o segredo de minha<br />

sobrevivência tem sido o<br />

compartilhar das tarefas domésticas<br />

com um esposo que está disposto<br />

a fazer mais gue aquilo que<br />

lhe cabe no cuidado dos filhos e<br />

nas obrigações do lar. Durante<br />

todos estes anos temo-nos alternado<br />

nas atividades de casa - ele<br />

sai qu<strong>and</strong>o eu chego à tarde -<br />

exceto durante um ano, qu<strong>and</strong>o<br />

duas jovens adventistas se alternaram<br />

no cuidado das meninas<br />

durante minhas horas de trabalho.<br />

Acredito ser importante estabelecer<br />

claramente as prioridades.<br />

As crianças se encontram<br />

sob nosso cuidado durante um período<br />

tão curto! Se as negligenciarmos,<br />

jamais teremos a oportunidade<br />

de corrigir o erro.<br />

Tem você se envolvido com a<br />

educação adventista na qualidade<br />

de profissional?<br />

Antes de ingressar na universidade<br />

lecionei durante um ano<br />

em nosso colégio da Noruega, onde<br />

tanibém atuei num comitê de<br />

avaliação, ao lado de representantes<br />

da Divisão Trans-Européia<br />

e da Associação Geral. Sou<br />

a presidenta da comissão escolar<br />

de nossa igreja local, e durante<br />

mais de cinco anos tenho sido<br />

membro da Junta de Administradores<br />

do Newbold <strong>College</strong>. Minha<br />

experiência com uma variedade<br />

bastante ampla de comitês, em<br />

vários níveis, num ambiente nãoadventista,<br />

tem representado<br />

uma base útil para o serviço que<br />

presto à igreja.<br />

Como você se relaciona com<br />

a vida de sua congregação?<br />

Relacionamentos íntimos em<br />

nível de igreja e, particularmente,<br />

participação ativa na Escola<br />

Sabatina,· têm sido da maior importância,<br />

e isto foi particularmente<br />

verdade em meus dias de<br />

estudante. Tem sido essencial a<br />

meu desenvolvimento pessoal e a<br />

fim de ajudar-me a manter o<br />

equilíbrio' como pessoa e como<br />

cristã. Também necessito da<br />

igreja em minha vida profissional,<br />

e particularmente da Escola<br />

Sabatina, a fim de carregar minha<br />

bateria para outra semana de


gr<strong>and</strong>es exigências profissionais.<br />

Volvendo os olhos ao passado,<br />

o que você considera essencial<br />

para que alguém permaneça<br />

na igreja?<br />

Um comprometimento básico<br />

com a fé e os valores concernen·<br />

tes à igreja. Os estudantes de·<br />

vem ser estimulados a desempe·<br />

nhar papel ativo na vida da igre·<br />

ja, de modo que sintam que per·<br />

tencem a ela. Deus tem um lugar<br />

e uma tm'efa para cada pessoa, e<br />

todos devem descobrir qual é o<br />

seu papel.<br />

Birthe Bayer<br />

Birthe Bayer, também professora,<br />

atua como diretora associada de<br />

Educação da União Nórdica Ocidental,<br />

sediada cm Oslo, Noruega.<br />

PERFIL<br />

Ben Carson<br />

Diálogo com um Neurocirurgião Adventista<br />

Em setembro de 1987 um jovem<br />

médico negro foi projetado para<br />

a fama mundial como um dos principais<br />

neurocirurgiões da equipe da<br />

Johns Hopkins <strong>University</strong>, ao separaI'<br />

os gêmeos siameses Binder. Unidos<br />

pela porção posterior de suas cabeças,<br />

os gêmeos compartilhavam<br />

uma seção do crânio e da pele, assim<br />

como uma veia de grosso calibre, responsável<br />

pela drenagem cerebral e<br />

pela devolução do sangue ao coração.<br />

O médico: Ben Carson.<br />

O jovem Ben cresceu nos guetos de<br />

Boston e Detroit. Ele e seu irmão<br />

compartilharam uma infância feliz e<br />

sem maiores eventos até que Ben<br />

completou oito anos de idade. Foi en·<br />

tão que a mãe de Ben (casada aos 13<br />

anos de idade) divorciou-se do pai das<br />

crianças, depois de descobrir que o<br />

marido levava dupla vida conjugal -<br />

outra esposa e outros filhos.<br />

Se a classe de quinta série fizesse<br />

uma votação, por certo Ben não venceria.<br />

Suas notas eram tão ruins, que<br />

seu professor chegava a cumprimentá-Ia<br />

qu<strong>and</strong>o obtinha grau "D" num<br />

exame de matemática. Entretanto,<br />

sua mãe, cuja cultura não ultrapassava<br />

a terceira série, decidiu que este<br />

quadro deveria ser modificado.<br />

A nova abordagem funcionou tão<br />

bem, que Ben conseguiu obter uma<br />

bolsa para Yale. Após a graduação,<br />

foi aceito pela Escola Médica da Uni·<br />

versidade de Michigan. Entre o segundo<br />

e terceiro anos da Faculdade,<br />

casou com C<strong>and</strong>y, sua namorada desde<br />

o segundo grau. Em 1976, Ben foi<br />

um dos dois médicos aceitos pela<br />

John Hopkins <strong>University</strong> para a re­<br />

'sidência em neurocirurgia (os c<strong>and</strong>idatos<br />

foram aproximadamente 125).<br />

O Dt,. Carson é ancião da igreja adventista<br />

de Spencerville, Maryl<strong>and</strong>.<br />

É ativo no programa de saúde e tem·<br />

perança e também tem a seu cargo<br />

uma classe da Escola Sabatina. Oca·<br />

sal tem três garotos.<br />

Dr . Carson, explique de que<br />

modo o péssimo aluno de<br />

quinta série conseguiu efetuar<br />

uma reviravolta em sua própria<br />

vida .<br />

Minha mãe teve muito a ver<br />

com isto. Ela observava nossas<br />

notas - as minhas e as de meu<br />

irmão Curtis - assim como nosso<br />

desinteresse geral pelos assuntos<br />

da escola. Ela levou o problema<br />

ao Senhor em oração. Deus<br />

causou-lhe a impressão de que seria<br />

necessário desligar o televisor<br />

e fazer-nos ler bastante.<br />

Jamais esquecerei o dia em que<br />

ela chegou do trabalho e avisou<br />

que dessa data em diante, Curtis<br />

e eu só teríamos direito a assistir<br />

a dois ou três programas semanais,<br />

previamente selecionados,<br />

de televisão. Além disso, te-<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

ríamos de ler dois livros por semana,<br />

sob a obrigação de contarlhe<br />

o que havfamos lido. Pensamos<br />

que iríamos morrer.<br />

Não foi fáci l. Nem para ela,<br />

nem para nós, embora eu creia<br />

que para ela terá sido mais difícil<br />

do que o foi para nós. Havíamos<br />

sido ensinados a obedecer, e<br />

mesmo que ela não houvesse ainda<br />

chegado em casa qu<strong>and</strong>o regressávamos<br />

da escola, fazíamos<br />

o que ela dem<strong>and</strong>ara. Na primei·<br />

ra semana obrigamos nossos relutantes<br />

pés a se encaminharem<br />

para a biblioteca pública, e reclamamos<br />

durante todo o caminho.<br />

Além disso, em vista de serem<br />

tão terríveis minhas notas de ma·<br />

temática, mamãe dedidiu que eu<br />

não poderia sair à tarde para<br />

brincar enquanto não houvesse<br />

aprendido as tabuadas.<br />

Em que momento as coisas<br />

começaram a se tornar mais fáceis<br />

para você?<br />

Na verdade, foi muito rápido.<br />

Uma vez que eu consegui multiplicar<br />

qualquer combinação entre<br />

1 e 12, a matemática tornou-seme<br />

fácil. À medida que minhas<br />

notas subiam, o mesmo ocorreu<br />

com a autoconfiança. Sempre<br />

gostei de ciências, de modo que<br />

li bastante sobre a natureza e os<br />

animais. Certo dia a coisa aconteceu<br />

- como se um raio de luz<br />

perpassasse repentinamente o<br />

meu cérebro. Se algo estivesse<br />

num livro, eu poderia aprender.<br />

Certamente eu era capaz. Mais<br />

25


que isto, se eu me aplicasse diligentemente,<br />

poderia ser o primeiro<br />

aluno da classe. Isto foi o<br />

que produziu uma reviravolta em<br />

minha vida. .<br />

Você é conhecido como uma<br />

pessoa br<strong>and</strong>a, alguém que trabalha<br />

calmamente sob pressão.<br />

Sempre foi esta a sua característica?<br />

Esta pergunta é interessante.<br />

Qu<strong>and</strong>o jovem, tive um temperamento<br />

terrível. Aliás, depois de<br />

haver estudado psicologia, sei<br />

agora que eu possuía um temperamento<br />

patológico. Eu perdia<br />

todo senso de razão ao exasperarme<br />

- e não era necessário muita<br />

coisa para exasperar-me.<br />

Aos 14 anos de idade tentei esfaquear<br />

meu amigo. Dou graças<br />

a Deus porque meu canivete de<br />

acampamento explodiu sobre a fivela<br />

enorme de seu cinto. Ocorreu<br />

que eu o golpeei com tanta<br />

força, gue a lãmina do canivete<br />

se partiU, e eu fiquei ali, olh<strong>and</strong>o<br />

para a lãmina partida, somente<br />

então percebendo que poderia<br />

havê-lo matado. Aterrorizado<br />

diante do que quase acontecera,<br />

corri para casa e tranquei-me no<br />

banheiro, de modo a poder ficar<br />

sozinho. Lutei comigo mesmo e<br />

com o Senhor durante umas boas<br />

duas horas. Sabia que jamais poderia<br />

tornar-me um médico se<br />

não fosse capaz de controlar-me,<br />

de modo que clamei a Deus que<br />

me modificasse. Desde aquele<br />

terrível dia minha fé em Deus<br />

tem sido intensamente pessoal, e<br />

representa parte muito importante<br />

de tudo aquilo que sou.<br />

Conte-nos, em breves palavras,<br />

como você chegou a ser<br />

aquilo que hoje é.<br />

Para começar, tributo a Deus<br />

o crédito e a glória. Tenho sido<br />

gr<strong>and</strong>emente abençoado. Depois<br />

de minha residência em HopKins,<br />

passei um ano na Austrália. Ali<br />

pude aprender e praticar cirurgias<br />

complicadas, que não teria<br />

chegado a executar em vários<br />

anos de prática nos Estados Unidos.<br />

Qu<strong>and</strong>o retornei à pátria e<br />

me uni à equipe de Hopkins, estava<br />

em condições de colocar esta<br />

experiência em prática.<br />

Perdoe-me pela observação<br />

um tanto pessoal, mas você aio-<br />

26<br />

da parece bastante jovem.<br />

Sim, e mais jovem ainda eu parecia<br />

qu<strong>and</strong>o me tomei chefe da<br />

neurocirurgia pediátrica aos 33<br />

anos de idade. Muitas e muitas<br />

vezes os pais de crianças doentes<br />

me perguntavam qu<strong>and</strong>o o médico<br />

chegaria. Talvez isto representasse<br />

uma combinação de minha<br />

aparência de pouca idade e de minha<br />

cor negra. Uma vez, porém,<br />

@e meu trabalho se tomou amplamente<br />

conhecido, as pessoas<br />

já não manifestam surpresa.<br />

Você empreendeu uma série<br />

de hemisferectomias - a remoção<br />

de metade do cérebro.<br />

Conte-nos algo a respeito desta<br />

cirurgia incomum. .<br />

Minha primeira paciente de hemisferectomia<br />

foi uma garotinha<br />

de nome Mir<strong>and</strong>a. Em 1985 ela<br />

estava apresent<strong>and</strong>o 120 a 160<br />

crises convulsivas todos os dias.<br />

Ela revelava uma condição que<br />

provocava a inflamação de seu tecido<br />

cerebral. O prognóstico era<br />

paralisia e morte. Seus pais recusaram-se<br />

a desistir e finalmente<br />

entraram em contato com o<br />

John Hopkins Hospital. Após cuidadoso<br />

estudo, cheguei a crer que<br />

este procedimento cirúrgico, pouco<br />

conhecido, poderia obter êxi·<br />

to. Ele havia sido praticado 50<br />

anos antes, sem sucesso. Mas as<br />

invenções e técnicas modernas fizeram-me<br />

crer que a operação poderia<br />

ser realizada. Sem a cirurgia,<br />

Mir<strong>and</strong>a teria certamente de<br />

enfrentar a morte. Assim, assumindo<br />

a terrível tarefa, ela e seus<br />

pais decidiram ir em frente.<br />

Sua recuperação foi quase miráculosa.<br />

Enquanto estava sendo removida<br />

da sala cirúrgica, abriu os<br />

olhos e conversou com os pais. Mal<br />

podíamos crer que isto fosse verdade.<br />

Não sabíamos se ela despertaria<br />

da anestesia, se seria capaz<br />

de movimentar ambos os lados do<br />

corpo, ou se seria capaz de falar.<br />

Recuperou-se com J!Oucos efeitos<br />

colaterais. Executei cerca de 22<br />

hemisferectomias, com apenas um<br />

óbito. Até hoje sinto-me mal ao<br />

pensar neste llltimo caso. Noventa<br />

e cinco por cento dos pacientes<br />

estão livres das convulsões.<br />

Não temos espaço para ouvir<br />

sobre outras de suas cirurgias<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

interessantes e controvertidas.<br />

Entretanto, fale-nos um pouco<br />

sobre os gêmeos siameses.<br />

Eu havia estado a pensar durante<br />

algum tempo no seqüestro<br />

hipotérmico diante de situações<br />

especialmente difíceis. Qu<strong>and</strong>o a<br />

família Binder nos contactou e,<br />

depois de cuidadoso estudo, vários<br />

dentre nós, médicos, concordamos<br />

em que seria possível separar<br />

os garotos e conservar<br />

boas funções neurológicas em cada<br />

bebê, decidimos que os procedimentos<br />

é que poderiam viabilizar<br />

a operação.<br />

Dr. Mark Rogers coordenou<br />

uma equipe de 70 pessoas que<br />

participaram da cirurgia. Gastamos<br />

cinco meses prepar<strong>and</strong>o-nos<br />

para ela. Chegamos a praticar<br />

cinco ensaios gerais de três horas,<br />

utiliz<strong>and</strong>o bonecas em tamanhos<br />

de bebês, ligadas em suas<br />

cabeças por meio de Velcro. Eu<br />

deveria acrescentar ainda que jamais<br />

entro numa cirurgia sem<br />

antes orar.<br />

A que você atribui seu sucesso?<br />

Tenho sido gr<strong>and</strong>emente abençoado.<br />

Num campo altamente<br />

competitivo, fui capaz de realizar<br />

cirurgias que homens em idade<br />

de aposentadoria não tiveram o<br />

privilégio de empreender. Tenho<br />

executado operações que os cirurgiões<br />

dariam seu olho direito<br />

- para usar a expressão típica -<br />

a :fim de poderem realizar.<br />

Creio que existe uma única razão.<br />

Em tudo aquilo que faço,<br />

busco atribuir o crédito a Deus.<br />

Se eu tão-somente começar a<br />

pensar que sou o gr<strong>and</strong>e Ben<br />

Carson, se eu apenas me deixar<br />

levar pelo pensamento de que<br />

existe algo de especial em relação<br />

a minha pessoa, então serei de<br />

pouco valor a quem quer que seja.<br />

Ao estar em pé diante dà pia,<br />

enquanto pratico a assepsia antes<br />

de uma operação, meus pensamentos<br />

volvem-se para Deus.<br />

Sempre oro. Não alardeio muito<br />

este fato diante de meus pacientes,<br />

mas sou conhecido como cristão.<br />

Deus tem ajudado cada passo<br />

de minha vida.<br />

Conte-nos algo a respeito de<br />

THINK BIG [PENSE GRANDE].<br />

Sinto sobre mim um gr<strong>and</strong>e pe-


so no que tange às crianças de hoje.<br />

Veja os meios de comunicação.<br />

Que espécie de modelos estas<br />

crianças têm diante de si? Estrelas<br />

dos esportes e estrelas do<br />

rock. Mas, mesmo que alguém tenha<br />

condições extraordinárias,<br />

quais as suas chances de fazer algo<br />

realmente gr<strong>and</strong>e? Talvez<br />

uma em 100.000.<br />

Há tempos, enquanto eu recrutava<br />

alunos para Yale, comprometi-me<br />

a estimular pessoas jovens.<br />

Hoje conto aos garotos de<br />

que modo poderão estabelecer<br />

objetivos práticos para si. Para<br />

que possam alcançar êxito, devem<br />

gastar mais tempo em estudo<br />

dedicado e em auto-aperfeiçoamento.<br />

Gr<strong>and</strong>e parte dos jovenzinhos<br />

são muito ingênuos.<br />

"Tomar-me-ei médico", dizem<br />

eles, "ou, então, advogado." Mas<br />

eles não possuem idéia dos passos<br />

específicos necessários para<br />

que atinjam o alvo que se propuseram.<br />

THINKBIG é um acrõnimo para:<br />

talento e tempo,[talent <strong>and</strong> time],<br />

honestidade e esperança [honesty<br />

<strong>and</strong> hope] , discernimento<br />

[insight], ser bondoso [be nice],<br />

conhecimento [knowledge], livros<br />

[books], aprendizado em profundidade<br />

[in-depht learning] e Deus<br />

[God]. Explico de que modo estes<br />

poucos itens representam a chave<br />

para o sucesso.<br />

Eu costumava dispor de tempo<br />

para falar a diferentes grupos de<br />

jovens. Agora, cada vez mais, as<br />

escolas e organizações estão trazendo<br />

suas crianças até Hopkins,<br />

para que eu as veja. Explico-lhes<br />

como estabelecer alvos, como evitar<br />

drogas e outros hábitos nocivos,<br />

como desenvolver-se em<br />

meio a situações familiares negativas<br />

e como utilizar as habilidades<br />

por Deus concedidas de modo<br />

a produzirem os melhores resultados.<br />

Uma das coisas que<br />

mais me gratificam é ouvir falar<br />

que esta ou aquela pessoa jovem<br />

foi modificada a partir do m~u<br />

exemplo.<br />

E sua famOia? .<br />

C<strong>and</strong>y graduou-se por Yale e<br />

possui um mestrado el!l administração<br />

de negócios. E também.<br />

exímia violinista. Vez por outra<br />

sou convidado a contar minha<br />

história em diferentes lugares.<br />

C<strong>and</strong>y e os garotos sempre viajam<br />

comigo. Tomei a decisão de<br />

que meus garotos devem conhecer-me.<br />

Não haverão de ter apenas<br />

uma fotografia de seu pai.<br />

Penny Estes Wheeler<br />

Penny Wheeler, editora de novos<br />

autores da Review <strong>and</strong> Herald Publishing<br />

Association, foi a editora da<br />

autobiografia do Dr. qarson, intitulada<br />

Gifted H<strong>and</strong>s [MAOS TALEN­<br />

TOSAS] (Rwiew <strong>and</strong> Herald, 1990).<br />

Como parte de sua pesquisa enquanto<br />

editava o manuscrito, teve o privil~o<br />

de olhar por sobre os ombros<br />

de Dr. Carson enquanto este realizava<br />

duas cirurgias.<br />

Para falar a verdade, você não<br />

necessita de um grau de Ph.<br />

D. para discutir o assunto da intimidade.<br />

Mas é certo que você<br />

necessita certo grau de interesse!<br />

A experiência da intimidade é<br />

crucial para o ser humano. Tratar<br />

se de um curso experimental que<br />

requer o seu apren4izado a partir<br />

da própria vivência. A intimidade<br />

é ricamente ~ecompensadora<br />

- de certo modo, é a única forma<br />

de você descobrir quem realmente<br />

é. Entretanto, tal pesquisa<br />

não é isenta de riscos!<br />

Nosso primeiro contato com a<br />

intimidade e as primeiras impressões<br />

que obtemos, nos advém<br />

qu<strong>and</strong>o somos crianças. O calor<br />

de nos sentirmos envolvidos por<br />

braços acolhedores, a familiaridade<br />

do odor do corpo, o ressoar de<br />

uma voz bem conhecida e o contato<br />

visual que as mamães esta-<br />

LOGOS<br />

Intimamente Seu<br />

Pat e Ted Wick<br />

belecem com seus bebês, representam<br />

componentes vitais para<br />

o crescimento e desenvolvimento<br />

do ser humano. A partir desta<br />

compreensão podemos postular<br />

que a intimidade é ~ vital quanto<br />

o alimento. Ela é essencial para<br />

o nosso contínuo bem-estar ao<br />

longo da vida.<br />

. Alguns de nós abordamos melhor<br />

a intimidade do que outros.<br />

Talvez tenhamos recebido mais<br />

intimidade ou haveremos sido<br />

melhor amados. Nossa personalidade<br />

é aberta e comunicativa.<br />

Aprendemos a como ouvir atentamente.<br />

Temos conosco certo ar<br />

de auto-afirmação, e enfrentamos<br />

a vida destemidamente. Possuímos<br />

uma medida adequada de<br />

auto-estima. Estamos a cada dia<br />

aprendendo mais a respeito de<br />

quem realmente somos. Estes<br />

atributos convidam a intimidade<br />

e, tal qual um círculo autoperpetuado<br />

de crescimento, adquirimos<br />

autoconhecimento e provocamos<br />

o desenvolvimento de níveis<br />

sempre mais profundos de<br />

intimidade.<br />

A intimidade não se encontra<br />

isenta de dor. É justamente daquilo<br />

que melhor conhecemos, daquilo<br />

que mais forte impacto causa<br />

sobre nossas vidas, que podemos<br />

receber as mais profundas<br />

feridas. Nos estágios Iniciais da<br />

amizade, por exemplo, os riscos<br />

são mínimos. Existe certa precipitação<br />

diante da novidade do relacionamento,<br />

onde tudo é revelação.<br />

A experiência limita-se<br />

àquilo que dizemos ser ou fazer,<br />

e então o tempo faz-se sentir e<br />

encarrega-se de trazer à cena os<br />

acontecimentos. Enquanto aquilo<br />

que alguém professa ser encontra<br />

correspondência com as<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

27


ealizações efetivas, tudo vai<br />

bem. Mas qu<strong>and</strong>o a pessoa de<br />

nossa intimidade não corresponde<br />

às nossas expectativas, sentimo-nosgr<strong>and</strong>emente<br />

desapontados.<br />

Tornamo-nos tristes, irritados,<br />

desiludidos e por vezes tememos<br />

correr o risco de avançar rumo<br />

à intimidade. Preferimos<br />

esconder-nos um pouco, não divulgar<br />

tanto o relacionamento,<br />

de modo a podermos sentir-nos<br />

mais seguros. Estes mecanismos<br />

de ocultação, nós os chamamos<br />

de defesa.<br />

As autodefesas são saudáveis<br />

qu<strong>and</strong>o usadas nas circunstâncias<br />

adequadas. Qu<strong>and</strong>o perigos reais<br />

nos ameaçam e nós nos escondemos,<br />

tanto física quanto emocionalmente,<br />

isto significa que ativamos<br />

um mecanismo adequado<br />

de defesa. Entretanto, qu<strong>and</strong>o<br />

utilizamos os mecanismos de defesa<br />

para "escaparmos" habitualmente,<br />

sem discriminação ou conhecimento<br />

daquilo que estamos<br />

fazendo, estas defesas impedem<br />

que vivamos a intimidade. À medida<br />

que "despachamos" as pessoas,<br />

fechamo-nos em nós mesmos<br />

pela utilização excessiva de<br />

mecanismos como negação, anulação,<br />

projeção e até mesmo humor.<br />

Necessitamos ser suficientemente<br />

corajosos para rebaixar<br />

nossas defesas em situações que<br />

sabemos serem seguras, de modo<br />

a permitirmos que outra pessoa<br />

possa comunicar-se conosco.<br />

Um ambiente seguro é essencial.<br />

Tentar desenvolver intimidade<br />

com outra pessoa qu<strong>and</strong>o<br />

você não sabe se isto é seguro, representa<br />

algo muito tolo. Para<br />

podermos sentir-nos seguros, temos<br />

de saber, antes de mais nada,<br />

que possuímos o direito de decidir<br />

o que compartilhar, e em<br />

que grau. Para a maioria de nós,<br />

é essencial saber que esta pessoa<br />

que potencialmente será nossa<br />

íntima, não nos rejeitará e não<br />

nos apequenará, que ela possui a<br />

capacidade de oferecer-nos algum<br />

grau de amor incondicional<br />

e de que ela não nos ab<strong>and</strong>onará.<br />

Requer-se sabedoria ao escolhermos<br />

as pessoas com as quais<br />

compartilharemos nossas informações<br />

pessoais. Jesus falou que<br />

não devemos lançar pérolas aos<br />

28<br />

porcos. Em nossa própria necessidade<br />

de intimidade, muitas vezes<br />

esquecemos o Seu conselho,<br />

expondo idéias, sentimentos e esperanças<br />

~to ao futuro, a pessoas<br />

que nada desejam ter a ver<br />

com as mesmas. Assim, devemos<br />

estar atentos às pessoas adequadas<br />

com as quais poderemos desenvolver<br />

genuína intimidade.<br />

Existem embusteiros em considerável<br />

grau.<br />

A intimidade genuína progride<br />

ao longo de estágios. Começa<br />

com a disposição de comunicar.<br />

David Ignatow, em "With the<br />

Door Open", diz:<br />

Desejo comunicar algo a você<br />

Mantenho a porta aberta entre<br />

[nós<br />

Sou incapaz de dizer o que quero<br />

Sinto-me feliz em tão-somente<br />

manter aberta a porta entre nós.<br />

O estilo de intimidade sugerido<br />

por estas linhas poéticas é o<br />

de meramente anunciar a disposição.<br />

Pode-se traduzir até mesmo<br />

pelo silêncio: a silenciosa disposição<br />

de "viver" outra pessoa,<br />

mesmo sem comunicação verbal.<br />

Dizem-nos os comunicadores<br />

que ao falarmos, existem em nossa<br />

conversação uma tendência à<br />

intimidade. Começa com o relatório<br />

daquilo que ouvimos e progride<br />

no sentido de incluir nossa<br />

própria perspectiva (aquilo que<br />

vemos), e finalmente procura expor<br />

aquilo que pensamos. Estamos<br />

avanç<strong>and</strong>o enquanto expressamos<br />

nossos valores, aquelas<br />

coisas nas quais cremos, e entãs><br />

nos aprofundamos em intimidade<br />

no momento em que nos sentimos<br />

na liberdade de compartilhar<br />

nossos sentimentos. O fluxo<br />

da intimidade abrange todos estes<br />

elementos em círculos cada<br />

vez mais profundos.<br />

Uma das maiores dádivas que<br />

podemos oferecer aos outros, é<br />

nos aproximarmos deles com um<br />

espírito de curiosidade. Perguntas,<br />

armazenadas e ouvidas, representam<br />

um convite à intimidade.<br />

Martin Buber, escritor na.<br />

área da intimidade, em seu livro<br />

I <strong>and</strong> Thou, descreve a excursão<br />

da amizade:<br />

Qu<strong>and</strong>o defronto um ser huma-<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

no como o meu VOCÊ e p'rofiro<br />

a palavra básica EU-VOCE a esta<br />

pessoa, ela passa a não mais<br />

representar uma coisa entre outras,<br />

e nem mesmo consiste de<br />

coisas. Tal pessoa não mais é ele<br />

ou ela, um ponto na tela universal<br />

do espaço e do tempo, nem<br />

uma condição a ser experimentada<br />

e descrita, um feixe perdido de<br />


la; (8) Oferecimento e recebimento<br />

de afeição a partir do relacionamento.<br />

Estas expressões são mutuamente<br />

benéficas, uma vez que a<br />

intimidade possui uma capacidade<br />

habilitadora e fortalecedora<br />

em nossas vidas. A lista de Sternberg<br />

muito se aproxima daquilo<br />

que habitualmente identificamos<br />

como amor romântico. Com as bases<br />

fornecidas pelos passos 1 a 8,<br />

sou quase capaz de assegurar um<br />

delicioso romance e um saudável<br />

relacionamento matrimonial.<br />

Nosso desafio é derivar amizades<br />

potenciais em ampla variedade<br />

de situações. Lillian Rubin, em<br />

seu livro Just Friends, argumenta<br />

que necessitamos de rituais<br />

que reconheçam e valorizem relacionamentos<br />

íntimos outros,<br />

que não o romance ou a família.<br />

Pat Ordovensky pesquisou o fenômeno<br />

da intimidade ao estimular<br />

recentemente relacionamentos<br />

através do jornal USA ToMY,<br />

sob o título: "Both Sides WIn<br />

With Mentoring." Sabemos que<br />

cada configuração de intimidade,<br />

quer seja entre gerações, entre<br />

culturas, entre o mesmo sexo ou<br />

entre sexos opostos, é única<br />

quanto àquilo que tem a oferecer.<br />

Aparecem düerenças de gênero.<br />

Os homens com maior freqüência<br />

definem a intimidade como<br />

conexão física, ao passo que<br />

para as mulheres o maior valor<br />

se encontra no componente emocional<br />

e no terreno familiar. Na<br />

tentativa de uma "conquista rápida",<br />

podemos ser tentados a<br />

optar por interação física, sem o<br />

necessário e vital embasamento<br />

emocional.<br />

Carol Gilligan, autora de A Difere:nt<br />

Voice, descreve as diferen-<br />

tes abordagens dos dois gêneros<br />

à intimidade, em termos de sermos<br />

societários de "hierarquia"<br />

e "entrelaçamento". Ela sugere<br />

que os homens são os construtores<br />

de torres, ao passo que as mulheres<br />

se concentram na afiliação<br />

e obra de formar redes. O equilíbrio<br />

ocorre na combinação. Durante<br />

a amizade emergente o balanço<br />

deve tender, idealmente,<br />

para o lado feminino. Uma vez<br />

que se encontrem estabelecidos<br />

os fundamentos da confiança,<br />

compatibilidade, reci{>rocidade e<br />

lealdade, é seguro engir a torre<br />

- um lugar seguro para se acrescentar<br />

as camadas da intimidade<br />

física com seu alto valor sinergístico.<br />

Em seu livro Bonding Relationships<br />

in the Image of God,<br />

Donald Joy descreve as diferenças<br />

de desenvolvimento dos cérebros<br />

masculino e feminino. O cérebro<br />

masculino, com suas conexões<br />

mais simples entre os hemisférios<br />

direito e esquerdo,<br />

apresenta maior dificuldade para<br />

o acesso a sentimentos do que<br />

o feminino. O desafio diante de<br />

nós é no sentido de eX'ercitar todas<br />

as porções deste criativo<br />

computador que se acha dentro<br />

de nós, de modo a nos tornarmos<br />

indivíduos de cérebro amplificado,<br />

ou seja, de nos tornarmos seres<br />

humanos completos. Na se~rança<br />

e na inc<strong>and</strong>escência da Intimidade<br />

estendemos as mãos para<br />

a vida de um modo que não arriscaríamos<br />

tentar se estivéssemos<br />

sozinhos.<br />

Assim EU bu§co 'as profundidades<br />

com VOCE, meu significativo<br />

outro, EU-VOCÊ, covid<strong>and</strong>o-o<br />

a unir-se a mim na dança da<br />

vida, procur<strong>and</strong>o conhecer e ser<br />

EM AÇÃO<br />

conhecido intimamente.<br />

Modelos EscriturÍsticos<br />

de Intimidade<br />

- "Não é bom que o homem esteja<br />

só" (Gênesis 2:18). Deus pronunciou<br />

estas palavras qu<strong>and</strong>o Eva ainda<br />

não havia sido crIada. A declaração<br />

tem a ver com a necessidade do<br />

ser humano de estar com pessoas. A<br />

interação humana provê estímulo vital,<br />

tanto do ponto de vista intelectual<br />

quanto social. Fomos criados<br />

desta forma. Trata-se da natureza essencial<br />

da humana criação de Deus,<br />

tanto do homem quanto da mulher.<br />

- "Jônatas o amava [a Davi] com<br />

todo o amor de sua alma" (I Samuel<br />

20: 17). Estes jovens, ambos designados<br />

para o trono de Israel, demonstraram<br />

verdadeira amizade na mais<br />

hostil das situações. A amizade de Jônatas<br />

por Davi comprovou sua lealdade<br />

diante de explosivas intrigas da<br />

família real. Ambos eram heróis de<br />

guerra. Suas vidas de violência não<br />

impediram a capacidade que ambos<br />

possuíam de desenvolver intimidade.<br />

- Rute e Noemi eram pessoas com<br />

notórias diferenças de idade, e que se<br />

tornaram íntimas amigas através da<br />

tragédia familiar. Através do compartilhar<br />

de sofrimentos, o coração de<br />

Rute uniu-se ao de sua sogra, Noemi,<br />

que era uma expatriada. Assim, disse<br />

ela a Noemi: HNão me instes para<br />

que te deixe, e me obrigue a não<br />

seguir-te; porque aonde quer que fores,<br />

irei eu, e onde quer que pousares,<br />

ali pousarei eu; o teu povo é o<br />

meu povo, o teu Deus é o meu Deus.<br />

Onde quer que morreres, morrerei eu,<br />

e ali serei sepultada; faça-me o Senhor<br />

o que bem Lhe aprouver, se outra<br />

coisa que não seja a morte me separar<br />

de ti" (Rute 1:16 e 17).<br />

Este artigo foi escrito por Pat<br />

Wick, em colaboração com seu esposo,<br />

Ted. Ele teve a tarefa de compilar<br />

os autores, ela deu vida ao artigo,<br />

e de ambos é a jornada rumo à<br />

intimidade.<br />

Uma c<strong>and</strong>eia num gr<strong>and</strong>e ambiente?<br />

Uma luz estabelecida<br />

sobre a montanha? Uma pequena semente<br />

num vasto campo? Qualquer<br />

que seja a metáfora utilizada, o ministério<br />

é inconfundível. Mais de<br />

Divisão Afn>Oceano índico<br />

2.200 estudantes adventistas que estão<br />

à busca de graus universitários<br />

de instrução em instituiçôes nãoadventistas<br />

em seis países da Divisão .<br />

Mro-Oceano índico, conhecem sua<br />

missão e se organizaram em associa-<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

ções ou grupos de companheirismo<br />

tendo em vista três objetivos:<br />

(1) Constituírem grupos de conservação<br />

com vistas ao estímulo mútuo<br />

nas reuniôes de estudo regular da Bíblia,<br />

oração e adoração.<br />

29


(2) Representarem meios de testemunho,<br />

através do compartilhamento<br />

de sua fé e crenças com os colegas<br />

não-adventistas.<br />

(3) Organizarem centros de cuidado<br />

e atenção, onde tanto adventistas<br />

quanto não-adventistas encontrem<br />

um lugar de compaixão, apoio e preocupação.<br />

Um breve relatório por países:<br />

Ghana. Existem 120 estudantes<br />

adventistas fremient<strong>and</strong>o as três universidades<br />

públicas de Ghana. Aqueles<br />

que fazem parte da Universidade<br />

da Costa do Cabo organizaram<br />

uma igreja, a qual constituiu o resultado<br />

de uma campanha evangelística<br />

empreendida em 1987. Os estudantes<br />

assumem os serviços e os negócios<br />

da igreja.<br />

Na comunidade de alunos da Universidade<br />

de Accra, também em<br />

Ghana, os estudantes realizaram um<br />

programa missionário de conquista<br />

(le almas num gr<strong>and</strong>e salão que lhes<br />

foi colocado à disposição pelas autoridades<br />

universitárias. O programa<br />

desenvolveu-se sob a forma de Seminários<br />

do Apocalipse e ocorreu nos<br />

meses de janeiro e fevereiro de 1990.<br />

Como resultado deste esforço, oito<br />

estudantes universitários foram batizados.<br />

Muitos alunos e professores<br />

agora adoram ao lado da comunidade<br />

adventista no sábado. Numa vila<br />

próxima, uma Escola Sabatina Filial<br />

com cerca de quarenta membros foi<br />

posta a funcionar pela comunidade.<br />

No início de janeiro de 1990, a Comunidade<br />

Adventista da Universidade<br />

de Ciência e Tecnologia de Ghana<br />

conduziu uma cruzada evangelística<br />

no campus universitário. Trinta<br />

estudantes universitários aceitaram<br />

a mensagem adventista do sétimo<br />

dia.<br />

Ru<strong>and</strong>a. Na Universidade Nacional<br />

de Ru<strong>and</strong>a, os estudantes achamse<br />

ativamente envolvidos em atividades<br />

evangeIfsticas; um capelão foi indicado<br />

pela missão, e foi-lhe concedido<br />

um escritório no campus. Nossos<br />

alunos dispõem de unia sala onde<br />

prestam culto a Deus,~para o qt!a.l<br />

convidam seus colegas. Sua associação<br />

já está com doze anos de existência<br />

e foi oficialmente reconhecida pela<br />

universidade.<br />

Zaire. Na Universidade de Kinshasa,<br />

no Zaire, os estudantes adventistas<br />

estão organizados como uma comunidade.<br />

Realizam serviços religiosos<br />

no campus, numa ampla sala concedida<br />

pelas autoridades universitárias.<br />

O Senhor está abenço<strong>and</strong>o os<br />

seus esforços.<br />

Madagascar. Em Madagascar,<br />

existem mais de 300 estudantes adventistas<br />

freqüent<strong>and</strong>o universidades<br />

públicas. Encontram-se separados<br />

pela distância, de tal modo que<br />

um encontro em nível nacional não<br />

tem sido possível nos últimos anos.<br />

Entretanto, em cada universidade os<br />

estudantes adventistas organizaram<br />

centros de companh.eirismo, com ativos<br />

programas de êonservação e alcance<br />

missionário. Seu maior objetivo<br />

é criar uma atmosfera espiritual<br />

entre eles próprios, a fim de influenciar<br />

os que estão à sua volta e assim<br />

conquistar almas para o Senhor.<br />

N os últimos anos, estes estudantes<br />

de Madagascar sempre estiveram<br />

ativamente envolvidos no trabalho de<br />

conquista de almas nos campus e nas<br />

áreas próximas às universidades. Obtiveram<br />

êxito em iniciar um grupo<br />

adventista em Andraisoro, que cresceu<br />

e veio a tornar-se uma igreja organizada.<br />

Outros grupos têm sido iniciados,<br />

inclusive o do campus da Universidade<br />

de Antananarivo, além de<br />

dois outros nas adjacências desta universidade.<br />

Costa do Marfim. Na Costa do<br />

Marfim, a Associação dos Estudantes<br />

Adventistas que freqüentam a<br />

universidade, foi recentemente organizada.<br />

Nigéria. Na Nigéria, nossos estudantes<br />

acham-se espalhados pelas várias<br />

universidades estatais, mas todos<br />

eles agrupam-se em tomo da Associação<br />

Nigeriana de Estudantes<br />

Adventistas (NNAS). Seu secretariado<br />

nacional encontra-se agora na<br />

Universidade de Jos, e o secretário<br />

ajuda a coordenar as atividades de<br />

testemunho cristão_ e a organjzar o<br />

encontro anual da entidade, onde os<br />

estudantes acham espaço para companheirismo,<br />

estimul<strong>and</strong>o-se mutuamente.<br />

UE será pregado este evangelho do<br />

reino por todo o mundo, para teste- .<br />

munho a todas as nações. Então virá<br />

o fim" (Mateus 24:14). Estas poucas<br />

palavras de Jesus exerceram impacto<br />

direto sobre muitos de nossos<br />

estudantes adventistas em instituições<br />

seculares. Eles aceitaram a<br />

mensagem de modo literal. Para<br />

eles, isto significa que cada nação individual<br />

e cada pessoa deve receber<br />

as boas novas da vinda de Cristo,<br />

nosso Salvador e Rei, qu<strong>and</strong>o este<br />

mundo chegará ao [lID.<br />

. Nossos estudantes universitários<br />

acham-se conscientes do fato de que<br />

não existe mais glorioso alvo do que<br />

apressar o dia em que a última pessoa<br />

sobre a face da Terra, sim, a última<br />

pessoa da Divisão Afro-Oceano<br />

Indico terá sido alcançada pela mensagem<br />

do evangelho. Eles estão particip<strong>and</strong>o<br />

ativamente no alcance de<br />

todos os rincões da divisão. Ainda<br />

existe muito território a ser desbravado,<br />

mas a vitória nos está assegurada.<br />

Phénias Bahimba<br />

LIVROS<br />

Publicações Significativas Feitas por Adventistas do Sétimo Dia<br />

ou Acerca dos Mesmos<br />

Seeking a Sanctuary: Seventh-day Adventism<br />

<strong>and</strong> the American Dream, por Malcolm BulI<br />

e Keith Lockhart (San Francisco: Harper <strong>and</strong> Row, 1989;<br />

xi + 319 páginas; US$25,95, encadernado).<br />

Revisão por Gary Ross.<br />

Admirável e mesmo audacioso em sua proposta, este livro<br />

analisa a Igreja Adventista histórica e sociologicamente.<br />

Os autores, ambos com um conhecimento de primeira<br />

mão da igreja, vêem inicialmente os adventistas como um<br />

grupo, depois focalizam grupos de adventistas, e finalmente<br />

se detêm diante do processo pelo qual as pessoas passam<br />

a fazer parte do môvimento ou dele se afastam.<br />

Um "pudim" inglês sem tema definido, é o que certamente<br />

este livro não representa. Preocupados ao ponto<br />

de posicionar a Igreja Adventista em contraste com a sociedade<br />

americana, os autores constroem uma tese que,<br />

qualquer que seja seu mérito, efetivamente unifica milhares<br />

de detalhes. A tese é esta: uSempre houve uma combinação<br />

de idéias suficientes para distinguir aqueles que<br />

as sustentam do restante da sociedade americana, e para<br />

manter um senso de distância entre a igreja e o mundo."<br />

Ao salientarem a distância entre o adventismo e aso-<br />

30 DIÁLOGO 2 - 1990


ciedade americana, os autores espalham imagens poderosas<br />

e polarmente opostas da igreja, e que o público tem<br />

construído ao longo de mais de um século. Uma delas, formada<br />

a partir de Guilherme Miller, torna o adventismo<br />

tão distinto do mundo a ponto de apresentar-se fanático,<br />

divergente e apocalíptico. A outra, inspirada em John Harvey<br />

Kellogg, vê a igreja tão discretamente distinta do mundo,<br />

a ponto de correr o risco de identificar-se com ele. Evidentemente,<br />

estas imagens persistem, e por boas razões:<br />

O adventismo é mn processo que afasta as pessoas da sociedade<br />

americana ... e é também um processo que projeta<br />

as pessoas de volta ao mundo externo. Tanto as entradas<br />

quanto as saídas do movimento encontram-se abertas.<br />

O público apenas percebe os conversos que entram na<br />

igreja e zelosamente abraçam visões da catástrofe impendente,<br />

e os retirantes que reaparecem, como profissionais<br />

de espírito público. (possivelmente o público também perceba<br />

um recoltista que solicita fundos de porta em porta.)<br />

Certos dinamismos vocacionais reforçam estas interpretações<br />

errõneas. O movimento de auto-sustento, por exemplo,<br />

puxa a igreja demasiadamente numa direção, ao passo<br />

que os médICOS adventistas e os educadores empregados<br />

pela igreja a puxam demasiadamente na direção<br />

oposta.<br />

Enquanto isto, o adventismo repousa sobre um terreno<br />

que requer uma descrição mais fiel, e BulI e Lockhart, ao<br />

assumirem o desafio de formular esta descrição, atingem<br />

o ponto central de seu livro. Em vez de ser antitético à<br />

sociedade ou redutível a ela, o adventismo replica ou imita<br />

a sociedade. Afastado, porém não demasiado distante,<br />

o adventismo "provê um santuário para a América", da<br />

mesma forma como "a própria América ofereceu um santuário<br />

às gerações de imigrantes da Europa". Mas o afastamento<br />

efetivamente existe e, exceto por alguns curiosos<br />

momentos de simbiose, a localização do "santuário"<br />

toma-se a chave para explanar, significativamente, qualquer<br />

coisa a respeito da igreja. Por vezes, replicar corresponde<br />

a assemelhar-se - como qu<strong>and</strong>o os relacionamentos<br />

raciais dentro da igreja refletem a nação como um todo;<br />

noutros momentos, replicar significa substituir - como<br />

qu<strong>and</strong>o os autores identificam os possíveis membros<br />

como "aqueles que, em virtude de raça, pobreza, idade ou<br />

mobilidade ainda não foram capazes de encontrar uma posição<br />

segura no ãmbito da sociedade".<br />

A guarda do sábado, como "chave para a compreensão<br />

do relacionamento do adventismo com a América", ilustra<br />

ambas as facetas da replicação:<br />

Com sua peculiaridade, ela toma s~a a alienação<br />

adventista diante do estilo de vida amencano, mas em sua<br />

conformidade com as expectativas americanas de que deve<br />

haver um dia sagrado na semana, ela alinha os adventistas<br />

com a sociedade em geral.<br />

Ocorre agora o drama central do livro. O adventismo<br />

descobriu que, de modo a poder substituir um dos aspectos<br />

da sociedade americana, teria de negar que a América<br />

realmente possllÍsse esta característica. Naquilo que os<br />

autores identificam com os mais impressionante aspecto<br />

da igreja, o adventismo rejeitou o ponto de vista de que<br />

a América constituísse "o meio de redenção universal",<br />

exatamente porque é isto que a igreja pretende ser:<br />

Uma vez que a Nação e o Adventismo não poderiam ser,<br />

ambos, o meio "escolhido", talvez não seja surpreendente<br />

que os adventistas da década de 1850 tenham começado<br />

a questionar a natureza triunfalista do destino americano.<br />

Esta lógica, mais a arbitrariedade governamental, transformaram<br />

os Estados Unidos na besta de Apocalipse 13.<br />

Por sua vez, este retrato negro da nação fundiu-se com<br />

a alegada redefinição da "liberdade" embutida na Declaração<br />

de Independência, a fim de alienar os adventistas<br />

da vida política da nação. Aqui (e apenas aqui, em vista<br />

das limitaÇges de espaço) a descrição deve ceder lugar à<br />

avaliação. E correto salientar que a escatologia adventista<br />

envolve e, mais que isto, deprecia a nação americana.<br />

Mas isto se deve à tradição puritana/milerita de identificar<br />

a segunda besta de Apocalipse 13, e não à disputa<br />

quanto a quem poderia ser o "escolhido". Ademais, a visão<br />

positiva do governo esboçada em Romanos 13 sempre<br />

equilibra a ênfase negativa exposta aqui. E a esperada<br />

mudança da América "de democracia liberal para estado<br />

autoritário" não é produzida pela igreja oficial sob<br />

a forma de "constante comentário apocalíptico dos eventos<br />

contemporâneos", se por esta expressão se deva entender<br />

a sensacionalização não-crítica das notícias diárias.<br />

Os gritos de "É lobo!", cremos nós, somente poderiam<br />

imunizar os membros contra a verdadeira crise qu<strong>and</strong>o esta<br />

sobrevier. Também é correto salientar que os adventistas<br />

defendem a liberdade religiosa mediante a vigilância<br />

sobre a Primeira Emenda, em que a Igreja e Estado<br />

acham-se separados. Entretanto, se uma vez se imginava<br />

que isto seria capaz de isolar a igreja da autoridade do Estado,<br />

poucos assim pensam nos dias de hoje. O nãocumprimento<br />

da lei, produto do radicalismo de A. T. Jones,<br />

uma vez orientou a questão do igual pagamento para<br />

mulheres, mas isso foi tão excepcional quanto conspícuo.<br />

Efetivamente é plausível argumentar que a concordância<br />

com a lei (particularmente certos aspectos da legislação<br />

tributária) contribuiu fortemente para os atuais dilemas<br />

em relação à ordenação de mulheres. Tampouco se sustenta<br />

o inverso, que a liberdade religiosa inibe a igreja de<br />

envolver-se com o Estado. Conforme reconhecem os autores,<br />

o debate da proibição ocorreu na área do envolvi~<br />

mento aceitável com o Estado. Mas o mesmo ocorreu (e<br />

ocorre) com: exercício de imunidade, serviço militar, desenvolvimento<br />

de uma carreira política e a manutenção<br />

daquilo que, na prática, é um escntório de "lobby" da igreja<br />

em Washington, D. C.<br />

A partir do exposto acima, torna-se claro que qualquer<br />

indivíduo que se preocupe em ver como o mundo - incluindo<br />

o mundo da erudição - percebe o adventismo, considerará<br />

que este livro é de inapreciável valor. Suas distorções,<br />

provavelmente tão inadvertidas quanto inevitáveis,<br />

nos estimulam a tentar a conceitualização daquilo que é<br />

realmente a natureza e o significado do adventismo. Deste<br />

desafio os membros fiéis jamais deveriam deixar-se demover.<br />

I Gary Ross (Ph. D., Washington State <strong>University</strong>) atua<br />

como elemento de ligação entre a Associação Geral dos<br />

Adventistas do Sétimo Dia e o Congresso dos Estados Unidos.<br />

Durante quinze anos, antes de 1981, lecionou História<br />

e Ciência Política junto à Universidade de Loma Linda,<br />

em Riverside, Califórnia.<br />

l<br />

he Disappointed: Mülerism <strong>and</strong> Millenarianism in<br />

the Ninetenth Century, editado por Ronald Numbers<br />

e Jonathan Butler, (Bloomington, lN: Indiana <strong>University</strong><br />

Press, 1987; xxiv + 235 páginas; U8$29,95 em volume<br />

encadernado).<br />

Revisão de Joan Francis.<br />

The Disappointed é uma importante adição ao crescente<br />

volume de investigações eruditas quanto às raízes do<br />

adventismo. Ao situar o movimento milerita na perspectiva<br />

histórica do movimento milenialista do século dezenove,<br />

sem ser apologético ou defensivo, este livro exp<strong>and</strong>e<br />

nossa compreensão da herança adventista. A coleção<br />

de onze ensaios preparados por eruditos tanto adventistas<br />

quanto não-adventistas, foi bem escolhida e arranja-<br />

DIÁLOGO 2 - 1990 31


da pelos editores, Ronald Numbers (historiador médico)<br />

e Jonathan Butler (historiador religioso e co-fundador do<br />

periódico Adventist Heritage. Produto da conferência de<br />

1984 sobre "Milerismo e a Mentalidade Milenialista do Décimo<br />

Nono Século na América" , estes ensaios revelam que<br />

o milerismo representou a corrente principal do milenia­<br />

Iismo e que seu apelo a regras e lógica na compreensão<br />

da Bíblia foi compatível com os ideais democráticos da presidência<br />

de Andrews Jackson.<br />

A partIr de sua própria perspectiva especializada os autores<br />

apresentam análises informativas e elucidativas do<br />

movimento e de suas principais características. Na introdução,<br />

os editores estabelecem as bases de uma visão<br />

abrangente da pesquisa sobre o milerismo. David Rowe,<br />

com o ensaio "Millerites: A Shadow Portrait" fragmenta<br />

o mito de que os mileritas eram po~res e homogêneos. A<br />

apresentação de Miller, feita por Wayne Juda, enfatiza<br />

o modo como o apelo daquele ao bom senso da humanidade<br />

se coadunava com a era jacksoniana, ao passo que David<br />

Arthur explica o papel de Josué Himes, o principal promotor<br />

de Miller. O vinculo entre o milerismo e os reformadores<br />

é exp<strong>and</strong>ido por Ron Graybill em "The Abolitionist-Millerite<br />

Connection." Outros aspectos abordados são:<br />

"The Millerite Adventists in Great Britain, 1840-50", por<br />

Louis Billington; Ronald e Janet Numbers apresentam a<br />

questão "Millerism <strong>and</strong> Madness", no contexto histórico<br />

da insanidade religiosa do décimo nono século. Os leitores<br />

interessados nas tradições proféticas e evangélicas dos<br />

mileritas apreciarão o ensaio de Eric Anderson: "The Millerite<br />

Use of Prophecy: A Case Study of a 'Striking Fulfillment'<br />

" e os capltulos escritos por Ruth Doan, Michel<br />

Barlrun e Lawrence Foster. Mas o capitulo mais intrigante<br />

provavelmente seja o ensaio de Jonathan Butler, "The Making<br />

of a New Order: Millerism <strong>and</strong> the Origins of Seventhday<br />

Adventism." O Apêndice, "The Disappointed Remembered",<br />

também constitui leitura recomendável, pois apresenta<br />

três relatórios de pessoas que viveram o acontecimento.<br />

Este livro representa uma significativa análise histórica<br />

de um complexo período da história religiosa americana.<br />

Os estudiosos do milerismo deveriam lê-lo. The Disappointed<br />

certamente não representará uma leitura desapontadora.<br />

Joan Francis (Ph. D., Carnegie-Mellon <strong>University</strong>), nascida<br />

em Barbados, leciona História no Atlantic Union <strong>College</strong>,<br />

sediado em South Lancaster, Massachusetts, EUA.<br />

PRIMEIRA PESSOA<br />

Sábado ou Faculdade<br />

de Medicina?<br />

Katheleen H. Liwidjaja-Kuntaraf<br />

Senti-me feliz ao ser admitida<br />

na Faculdade de Medicina.<br />

Como estudante adventista numa<br />

universidade pública, e num<br />

país predominantemente muçulmano,<br />

sentia-me disposta a enfrentar<br />

os desafios acadêmicos e<br />

ao mesmo tempo permanecer fiel<br />

às minhas convicções cristãs.<br />

Durante os cinco primeiros<br />

anos de meus estudos universitários,<br />

pela graça de Deus, consegui<br />

resolver todos os problemas<br />

de sábado. Exames teóricos e<br />

práticos que caíam no sábado podiam<br />

ser remanejados por exames<br />

orais em dias de semana, de<br />

modo que nunca assistia a aulas,<br />

nem desempenhei atividades de<br />

laboratório, ou participei de exames<br />

em dia de sábado.<br />

Contudo, no final de meu quinto<br />

ano, as regras para os exames<br />

mudaram. Não mais existiriam<br />

32<br />

exames orais. De certo modo, esta<br />

modificação era bem-vinda,<br />

uma vez que exames escritos permitiam<br />

uma avaliação mais objetiva.<br />

Mas os exames sobre seis<br />

assuntos seriam desenvolvidos pe<br />

segunda-feira a sábado. Contei<br />

ao presidente da associação dos<br />

estudantes quanto ao meu problema<br />

com o exame de pediatria,<br />

o qual deveria ser realizado no<br />

sábado. Ele sugeriu que eu fosse<br />

em frente, lev<strong>and</strong>o a efeito os<br />

demais exames, enquanto tentaria<br />

estabelecer arranjos em meu<br />

favor.<br />

Assim, na segunda-feira ocupei<br />

meu lugar para o exame de medicina<br />

interna. N a terça-feira,<br />

ocupei novamente minha cadeira<br />

para o exame do segundo tema,<br />

ginecologia-obstetrícia. Ainda<br />

não ocorrera coisa alguma. Assim,<br />

decidi comparecer diante do .<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

presidente da universidade. Senti-me<br />

contente ao descobrir que,<br />

sendo muçulmano, ele apoiava as<br />

convicções dos adventistas no tocante<br />

à guarda do sábado. Uma<br />

vez ele estivera com um adventista<br />

que possuía um gr<strong>and</strong>e hotel<br />

numa cidade da Indonésia.<br />

Enquanto ali, observara que o<br />

proprietário pagava seus empregados<br />

antes do pôr-do-sol da sexta-feira,<br />

de modo que conhecia as<br />

convicções dos adventistas no tocante<br />

à santidade do sábado.<br />

O presidente da universidade<br />

aconselhou-me a procurar contato<br />

com o chefe do comitê de exames<br />

e depois analisar meu problema<br />

com o diretor do departamento<br />

de pediatria. Ao sair da sala<br />

do reitor, senti-me contente ao<br />

perceber que o homem de mais<br />

elevado posto na universidade<br />

me apoiava.


Contudo, ao encontrar-me com<br />

o chefe da comissão de exames,<br />

senti-me chocada com o seu furor.<br />

Ele disse: "Você imagina<br />

que os anjos irão retalhar sua caoeça<br />

no momento do exame, no<br />

sábado? De que modo poderiam<br />

os regulamentos de uma universidade<br />

pública ser modificados<br />

por causa de uma aluna? Impossível!"<br />

Meus amigos não me ofereceram<br />

muito apoio. Um deles disse:<br />

"Não entendo por que você<br />

tem de ser tão especial. Sempre<br />

é tão difícil ingressar na universidade<br />

pública, e agora você está<br />

acrescent<strong>and</strong>o outro problema.<br />

Vá em frente e faça o seu exame<br />

em duas horas, e depois peça perdão<br />

a Deus."<br />

Outro amigo do departamento<br />

de cirurgia informou-me do resultado<br />

que eu obtivera no recente<br />

. exame desta disciplina: 98, quase<br />

a perfeição. Ele disse: "Simplesmente<br />

vá em frente e realize<br />

seu exame no sábado. Da próxima<br />

vez você poderia não obter<br />

notas tão elevadas!"<br />

A despeito do pouco apoio,<br />

prossegui realiz<strong>and</strong>o meus exames<br />

na quarta-feira, assim como<br />

na quinta e na sexta. No sábado<br />

dirigi-me à jgreja perfeitamente<br />

consciente de que ao serem anunciados<br />

os resultados dos exames,<br />

eu seria considerada como reprovada.<br />

Naquele tempo a escola<br />

possuía um sistema mediante o<br />

qual, se você fosse reprovada<br />

num dos seis temas, não importava<br />

quão bem houvesse desempenhado<br />

nos outros cinco, seria<br />

considerada reprovada em todas<br />

as seis áreas.<br />

Embora eu me sentisse extremamente<br />

triste, procurava lembrar-me<br />

do verso de I Coríntios<br />

10:13 - "Deus ... não permitirá<br />

que sejais tentados além das vossas<br />

forças; pelo contrário, juntamente<br />

com a tentação, vos proverá<br />

livramento, de sorte que a<br />

possais suportar". Na semana seguinte<br />

recebi os deprimentes resultados,<br />

e logo me dirigi ao presidente<br />

da associação de alunos<br />

a fim de tomar providências para<br />

a próxima bateria de exames,<br />

que ocorreria dentro de três meses.<br />

Ele disse: "Oh, agora é ainda<br />

muito cedo. Compareça cerca<br />

de duas semanas antes dos exames."<br />

Dois meses e meio passaram<br />

rapidamente, e antes que eu<br />

me apercebesse, já era ocasião de<br />

comparecer novamente. diante<br />

dele. Para minha surpresa, ele<br />

me disse: "Tentamos sem êxito<br />

reordenar as datas dos exames.<br />

Você não tem alternativa, senão<br />

mudar sua atitude."<br />

Dirigi-me ao deão acadêmico.<br />

Enquanto me encontrava na sala<br />

de espera, vi o professor de<br />

farmacologia. Ele ouvira a respeito<br />

da aluna "fanática" que se<br />

dispunha a ser reprovada em virtude<br />

de suas convicções religiosas.<br />

Dirigindo-se diretamente para<br />

onde eu me achava sentada,<br />

ele disse: "Perguntei aos mais<br />

velhos cristãos do mundo, os católicos<br />

romanos, e eles me disseram<br />

que é seu dever santificar o<br />

domingo."<br />

Eu não sabia como responderlhe,<br />

pois havia tantos doutores à<br />

minha volta - muçulmanos, católicos<br />

e protestantes! Lembreime<br />

de Mateus 10:18 e 19: "Sereis<br />

levados à presença de governadores<br />

e de reis, para lhes servir de<br />

testemunho. Não cuideis em como,<br />

ou o que haveis de falar, porque<br />

naquela hora vos será concedido<br />

o que haveis de dizer." Assim,<br />

rapidamente orei pedindo a<br />

resposta. Ouvi uma pequena voz<br />

a cochichar-me: "Responda simplesmente<br />

isto: "Oh, estou apenas<br />

observ<strong>and</strong>o o que a Bíblia ordena.'"<br />

Imediatamente o :professor de<br />

farmacologia depOSItou o maço<br />

de papéis que trazia debaixo do<br />

braço e, apont<strong>and</strong>o a todos os<br />

médicos que me estavam à volta,<br />

disse: "Todos vocês têm pecado<br />

contra Deus. A Bíblia lhes ordena<br />

guardar o sábado, e não o<br />

domingo. Vocês devem converter-se!"<br />

Senti-me agradecida porque<br />

ele fizera o "sermão" em meu lugar.<br />

Entrei então para falar com<br />

o deão acatlêmico, o qual conversou<br />

comigo durante meia hora.<br />

Ele disse: "Seja lógica com a sua<br />

religião. "<br />

Respondi: "Compreendo que<br />

por vezes a religião pode não parecer<br />

lógica. Por exemplo, quan-<br />

DIÁLOGO 2 - 1990<br />

do certo grupo de pessoas ora a<br />

Deus, entende que deve voltar-se<br />

numa determinada direção. Isto<br />

é lógico? Deus é onipresente,<br />

de modo que podemos falar com<br />

Ele em qualquer lugar, a qualquer<br />

tempo. Assim, por que razão<br />

as pessoas conservam estas<br />

práticas? Porque elas são significativas<br />

em termos de suas convicções."<br />

Finalmente ele disse: "Lamento<br />

muito. Desejo ajudá-la, mas<br />

não sei como. Minha sugestão é<br />

que você se dirija diretamente ao<br />

professor de pediatria." Assegurei<br />

a mim mesma que esta seria<br />

a última tentativa. Caso não obtivesse<br />

êxito, procuraria uma escola<br />

de medicina adventista no<br />

exterior. Certamente eu enfrentaria<br />

problemas, mas pelo menos<br />

chegaria o dia em que eu me tornaria<br />

médica .<br />

Eu trouxe este problema ao<br />

nosso encontro de oração. Os anciãos<br />

da igreja disseram: "Você<br />

é pioneira. Deverá ser paciente e<br />

lutar por suas convicções. O que<br />

irá acontecer com os demais alunos<br />

adventistas do curso de Medicina,<br />

e que se encontram em séries<br />

mais baixas? Eles não possuem<br />

o dinheiro para dirigir-se ao<br />

exterior. Levemos este assunto a<br />

Deus em oração!" Toda a igreja<br />

orou em meu favor aquela noite.<br />

Fui então ver o professor de<br />

pediatria. Ele sentiu-se verdadeiramente<br />

perturbado e disse:<br />

"Não há forma de modificarmos<br />

os regulamentos da universidade<br />

por causa de uma única aluna."<br />

Sua esposa, advogada, sentou<br />

conosco na sala de estar e procurou<br />

defender-me, dizendo: "Este<br />

é um país de pancasilais. Todos<br />

têm o direito à liberdade religiosa."<br />

Travou-se um debate entre<br />

ambos enquanto eu orava silenciosamente<br />

para que o Senhor<br />

abençoasse o debate para honra<br />

e glória de Seu nome. finalmente,<br />

o professor de pediatria disse:<br />

"Marcaremos uma nova data<br />

de exame para você." Assim, na<br />

sexta-feira, depois do exame de<br />

cirurgia, realizei o exame de pediatria,<br />

e fui então posta em isolamento<br />

numa das casas de professores<br />

até que os demais alunos<br />

ocuparam seus lugares para o<br />

33


exame de pediatria na manhã do<br />

dia segunte, sábado, às oito horas.<br />

Fui então liberada e dirigime<br />

à igreja. Ao serem publicados<br />

os resultados dos exames, louvado<br />

seja o Senhor, eu havia sido<br />

aprovada.<br />

Mais tarde, ao trabalhar em todos<br />

os departamentos, fui liberada<br />

do hospital na sexta-feira ao<br />

pôr-do-sol, até o pôr-do-sol do sábado.<br />

Entretanto, era-me necessário<br />

trabalhar durante mais<br />

tempo em cada departamento em<br />

virtude dos muitos sábados que<br />

perdera. Assim, ao finalizar as<br />

tarefas num departamento, necessitava<br />

esperar o próximo grupo<br />

de estudantes antes de poder<br />

prosseguir para o dep~amento<br />

seguinte, de modo que meu tempo<br />

de prática foi mais longo que<br />

o normal. Ainda assim eu me sentia<br />

contente por poder observar<br />

o sábado durante os anos de<br />

aprendizado numa escola médica<br />

não-adventista.<br />

Por ocasião da graduação, tive<br />

um último problema a enfren~.<br />

Toda a cerimônia era levada a cabo<br />

no sábado. Mais uma vez fui<br />

visitar o presidente da associação<br />

de estudantes. Ele me disse:<br />

"Por bqndade, facilite .. as coisas<br />

pelo menos uma vez. E impossível<br />

reunir todos os professores,<br />

só por sua causa, durante um dia<br />

de semana!" Mas ele me disse<br />

que retornasse na próxima semana,<br />

depois de ele haver contatado<br />

o deão acadêmico. Ao retornar,<br />

foi-me dito 'que eu deveria<br />

esperar mais duas semanas, pois<br />

que o deão acadêmico e o deão da<br />

Faculdade de Medicina haviam<br />

considerado ser dificil resolver o<br />

meu problema. Final,mente, depois<br />

de dois meses, e muitas discussões<br />

mais, eles concordaram<br />

em levar a efeito uma graduação<br />

especial, num dia de semana, com<br />

a presença de todos os doutores<br />

e eu como a única gradu<strong>and</strong>a. Como<br />

resultado, os estudantes médicos<br />

adventistas de séries mais<br />

baixas também receberam uma<br />

graduação especial.<br />

Qu<strong>and</strong>o volvo os olhos ao passado<br />

e contemplo minha experiência,<br />

sinto que Deus estava a<br />

meu lado - encoraj<strong>and</strong>o-me e<br />

sustent<strong>and</strong>o-me ao longo de todas<br />

as minhas lutas. Louvo-O por<br />

Sua bondade e gr<strong>and</strong>eza. A formação<br />

médica permitiu que eu<br />

servisse como canal da graça de<br />

Deus aos outros, 'ministr<strong>and</strong>o a<br />

suas necessidades físicas e espirituais.<br />

Mínha oração é que Deus<br />

ajude a todos nós - estudantes<br />

e profissionais - de modo que tenhamos<br />

tão íntimo relacionamento<br />

com Ele que poss~os ser verdadeiros<br />

embaixadores. Conforme<br />

asseverou o Senhor Jesus: "Se<br />

Me amais, guardareis os Meus<br />

m<strong>and</strong>amentos" (João 14:15).<br />

Katheleen H. Liwidjaja-Kuntaraf,<br />

nascida na Indonésia e graduada pela<br />

Escola de Medicina da Universidade<br />

Federal do Norte de Sumatra, serve<br />

atualmente como diretora do Departamento<br />

de Saúde e Temperança<br />

da Divisão do Extremo Oriente.<br />

Como Assinar Diálogo<br />

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34 DIÁLOGO 2 - 1990<br />

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Orientações Para Colaboradores<br />

DIÁLOGO UNIVERSITÁRIO é publicado três vezes ao ano,<br />

em quatro idiomas, e destina-se a adventistas do sétimo dia<br />

envolvidos em educação pós-secundária, quer como alunos, quer<br />

como professores, assim como aos profissionais adventistas e aos<br />

ca~lães universitários.<br />

Os editores estão interessados em artigos bem escritos,<br />

entrevistas, relatórios e notícias coerentes com seus objetivos:<br />

(1) alimentar uma fé inteligente e viva; (2) aprofundar o comprometimento<br />

com Cristo, a B1blia e a missão adventista; (3) articular<br />

uma abordagem blblica às questões contemporâneas; e (4) oferecer<br />

idéias e modelos para serviço cristão e alcance missionário.<br />

DIÁLOGO usualmente recebe artigos, entrevistas e relatórios<br />

para publicação. Aos autores interessados pede-se que: (a) examinem<br />

números anteriores da revista, (b) considerem cuidadosamente<br />

as diretrizes e (c) apresentem um resumo e os antecedentes<br />

pessoais antes de desenvolverem por completo o artigo proposto.<br />

• ENSAIOS: Artigos bem esboçados, baseados em boa pesquisa<br />

e estimulantes, que focalizem, a partir de uma perspectiva<br />

bíblica, alggma questão contemporânea na área de artes, humanidades,<br />

religião ou ciência.<br />

• PERFIS: Traços biográficos de homens e mulheres adven-


tistas que se destacam em suas carreiras ou profissões, e que são<br />

igualmente ativos cristãos. Recomendações são bem-vindas.<br />

• LOGOS: Uma nova visão de alguma passagem bíblica ou<br />

tema que ofereça elucidação e estímulo para a vida de fé exercida<br />

no mundo atual. .<br />

• VIDA UNIVERSITARIA: Idéias práticas para estudantes<br />

ou professores universitários que procuram integrar a fé, a educação,<br />

a vida social e o testemunho no ambiente acadêmico.<br />

• EM AÇÁO: Notícias de atividades exercidas por estudantes<br />

e professores universitários, em base regional.<br />

• LIVROS: Revisões de livros significativos escritos por ou<br />

Voluntários adventistas do sétimo dia, com idade enacerca<br />

de adventistas, publicados tanto em inglês quanto em francês,<br />

português ou espanhol. Recomendações.são bem-vindas.<br />

• ASSOCIAÇÕES PROFISSIONAIS: Um diret6rio de associações<br />

de profissionais adventistas formalmente organizadas em<br />

todo o mundo, com informações de suas atividades e planos.<br />

• PRIMEIRA PESSOA: Histórias individuais e experiências<br />

vividas por estudantes universitários adventistas que possam ser<br />

de interesse e encorajamento para seus pares.<br />

Endereço para correspondência: DIALOGUE Editors, 12501<br />

Old Colurnbia Pike, Silver Spring, MD 20904, U. S. A. Telefone:<br />

(301) 680-5065. Fax (301) 680-6090.<br />

Intercâmbio<br />

Os leitores desejosos de estabelecer correspondência<br />

com estudantes ou profissionais universitários adventistas<br />

de outras partes do mundo, podem ter seus nomes e<br />

endereços listados, sem qualquer custo, em números futuros<br />

de DIALOGUE.<br />

Envie seu nome e endereço postal, cite sua idade, sexo,<br />

campo de estudos ou grau profissional, entretenimentos<br />

de seu interesse e idioma (s) no (s) qual (is) está apto<br />

a corresponder-se.<br />

Envie sua carta a: DIALOGUE Interchange, 12501 Old<br />

Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904, U. S. A. Evidentemente<br />

a revista não pode assumir a responsabilidade<br />

sobre a correção das informações apresentadas e nem<br />

sobre o conteúdo da correspondência remetida.<br />

Necessitam-se Voluntários<br />

tre 18 e 30 anos, são necessários na Ásia, África, Oriente<br />

Médio, Taiwan, América do Sul e China, a fim de lecionar<br />

inglês conversacional em escolas elementares e secundárias,<br />

ou ainda para engajar-se em outras atividades. Para<br />

maiores informações, chame pelo telefone (301) 680-6177<br />

ou escreva a: Adventist Youth Service Office, 12501 Old<br />

Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, U. S. A.<br />

Rede de Computadores<br />

Estudantes adventistas do sétimo dia, interessados em<br />

tornar-se parte de uma rede internacional de computadores,<br />

são convidados a estabelecer contato com Christine<br />

Hwang, estudante junto à McGill <strong>University</strong>, em Montreal,<br />

Canadá. Christine pode ser contatada através da mala postal<br />

eletrônica BITNET: "edum~MEDCOR.?CGILL.CA",<br />

ou através de seu endereço postal: 1400 Ave. des Pins O.<br />

504; Montreal, Quebec; CANADA H3GIBl.<br />

DIÁLOGO 2 - 1990 35


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1 VIAGENS - Una-st.' ao Serviço Volu lH ;'lrio d os<br />

Jovells Adventistas e v i . ~j c por lugares ra ~ (i ll i llll t.: .~ cio mundo<br />

int e iro. E llqU illl10 "nCL' passa UIll ,11\0 no eXl crior, pod e u mhec:er<br />

pesso allllent e uma cultura estra ngei ra c aprend er li ma nova<br />

língua. AMIZA DE - Niio (: rúc il<br />

d eixar o la r paterno c os a migos po,'<br />

UIll ano illl c iro. 1\ las v;lI e a pe na . Ao<br />

sai r para ,~jllda r a OUI ros \loce<br />

d CSCIl\'()lvc r :', :lIl1i J:adc s 11Iuitl)<br />

especiais com as pessoas'l quelll se rve c, ,teima d e tudo, com De us.<br />

AVENTU RA -<br />

Os jovens advclllist:ls voluntúri os Il"ahalham<br />

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