Homenagem ao Professor Edevaldo Alves da Silva - Tribunal de ...

IX Seminário Nacional
Educação: Avaliação da Qualidade dos Gastos
e Criação de Indicadores de Desempenho
Período: 08 a 10 de Agosto de 2007
Dia: 10/08/2007
Orador: Conselheiro Edson Simões
Homenagem ao Professor Edevaldo Alves da Silva
O Sr. Presidente – Nós gostaríamos, nesse momento, de
prestar uma homenagem ao Professor Edevaldo Alves da Silva.
Esse homem que, representa não só o ensino no nosso
Estado, mas representou e representará sempre o parlamentar, o
amigo, o secretário, o homem de governo.
A minha assessoria me avisou que o diploma dele ainda não
havia chegado, mas será entregue depois.
Para não confundir as coisas, eu gostaria que o nosso
Conselheiro Vice-Presidente Edson Simões fosse o autor e fizesse o
encaminhamento dessa homenagem em nome de todo o Tribunal de Contas
do Município de São Paulo e dos Tribunais de Contas aqui presentes.
Por favor, Edson.
O Sr. Conselheiro Edson Simões – Senhor Presidente
Antonio Carlos Caruso, Senhores Conselheiros que aqui eu saúdo,
citando o Conselheiro Victor José Faccioni, nosso Presidente da
Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Município,
Deputado Estadual Jorge Caruso, Desembargador Edmundo Marrey,
Desembargador Pedro Luiz Ricardo Gagliardi, Ministro Massami Uyeda
– que é um dos grandes juristas de São Paulo –, Ministro Marco
Aurélio Mello – um dos homens de maior cultura jurídica e lutador
deste Brasil – e Professor Edevaldo Alves da Silva.
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Professor Edevaldo Alves da Silva. É com imensa
satisfação que esta Corte recebe Vossa Senhoria para prestar uma
homenagem singela e de profundo agradecimento por tudo que tem
feito em prol da educação, em particular, e da melhoria de
qualidade de vida do cidadão paulistano.
A sua história é de lutas titânicas, mas sempre com
resultados positivos e muito sucesso. Nascido em Ribeirão Preto,
filho de um grande cientista, perdeu o seu pai com seis anos de
idade. Trabalhou muito na vida para ajudar a sua mãe e a sua irmã.
Veio para São Paulo, e aqui se encontrou com um jovem da mesma
idade, Saulo Ramos. Dividiram um quarto de pensão, localizado na
Praça General Osório e, por falta de recursos, dividiram também o
uso de um par de sapatos, que Saulo havia ganho do seu pai. Quando
um deles ia a alguma festa, o outro ficava na pensão, ou mesmo
quando os dois buscavam empregos, é o que narra Saulo Ramos no
livro Código da Vida, da Editora Planeta, 2007.
Trabalhando e estudando em São Paulo, formou-se em
Direito e passou a dedicar-se ao magistério, tornando-se professor
de Direito Penal. Além disso, no exercício da advocacia no seu
escritório, prestou relevantes serviços a ilustres personalidades
brasileiras, e que fizeram a história contemporânea desta República
tão problemática, e tão difícil de se concretizar como República
dentro do espírito de Montesquieu, com o equilíbrio dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário.
Então, o senhor defendeu o Presidente Jânio Quadros, o
Governador Abreu Sodré, o Senador Roberto Campos, dentre outros; na
política, foi deputado federal entre 90 e 94; vice-presidente da
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e
secretário do Governo do Município de São Paulo. O título é
“secretário”, mas quem administrou a cidade de fato foi o Professor
Edevaldo.
Publicou diversos livros e artigos. A sua carreira,
professor, de homem público, educador e advogado tem se pautado
pela defesa intransigente dos direitos constitucionais, da
dignidade humana, da democracia e da defesa da igualdade de
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oportunidades – que é a base da democracia e da mobilidade social.
Mas, foi para a área da educação que convergiu toda a sua
experiência de homem público, advogado e jurista de sólida formação
humanista e intelectual.
Como educador, sempre preocupado com o destino do Brasil,
e com a educação da infância e juventude, o Professor Edevaldo
Alves da Silva criou a FMU em 1968. Durante quase quatro décadas, a
FMU foi orientada por uma missão que tem o seguinte objetivo:
promover a formação filosófica, científica, tecnológica, cultural e
humanística de seus alunos, sob a segura orientação de seus
professores, pesquisadores e especialistas de alto nível,
pesquisar, produzir e difundir novos conhecimentos e prestar
serviços de diversas naturezas, em prol da melhoria das condições
de vida da comunidade. A qualidade de suas ações acadêmicas está
fundamentada em nobres valores e ideais, Professor, que exaltam a
liberdade, a democracia, o comportamento ético, a responsabilidade
social, o espírito de solidariedade, o respeito às diferenças
individuais, a prática da cidadania, o rigor científico e o
profundo comprometimento com os problemas da dura realidade
brasileira neste século XXI.
O seu trabalho, à frente da FMU, Unifian, FISP, à frente
da Fundação que leva o seu nome e do IMAE – Instituto Metropolitano
de Altos Estudos – é reconhecido em todo o país, pois tem prestado
contribuição significativa para a compreensão dos problemas da
nossa realidade, e formado gerações de advogados. É notável a
repercussão que o ciclo de conferências promovido por essas
entidades, sobre os mais diversos temas, como cidadania, estado de
direito... Estado de direito, que foi sempre a luta da república
brasileira para se consolidar como uma democracia, apesar de todos
os golpes que aconteceram neste país, de Deodoro da Fonseca até
1964, com o dos militares. Tem prestado, portanto, uma contribuição
significativa para a evolução deste país.
É notável ainda o caráter democrático desses ciclos, onde
intelectuais dos mais diversos matizes ideológicos e autoridades
dos mais diversos campos do conhecimento se manifestam,
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colaborando, dessa forma, para a consolidação da democracia e da
sua natural pluralidade de opiniões, lá na FMU.
O Professor também edita a revista de cultura, de
utilização fundamental no nosso meio científico. Além disso,
moderniza a sua universidade, se dedicando a cursos além de
Direito, Economia e Cidadania, como Meio Ambiente, Tecnologia e até
Gastronomia, como aqui foi citado pelo Presidente Caruso.
Toda essa brilhante carreira de profissional liberal,
educador e homem público, além de um verdadeiro império na área de
ensino, construída pelo trabalho, não o fizeram esquecer a sua
origem humilde, lá de Ribeirão Preto, chegando em São Paulo só com
a roupa do corpo – como se diz popularmente. Tanto isso é verdade
que, em suas faculdades, concede bolsas a alunos sem recursos e dá
oportunidade profissional para todos. O Professor tornou-se um
verdadeiro mecenas do século XX e XXI, da nossa educação e cultura.
Por isso que vem recebendo diversos títulos honoríficos ao longo de
sua carreira, tais como: Membro Honorário do Departamento de
Ciências Penais da Universidade Católica de La Plata; Medalha
Rondon; Ordem do Ipiranga; Ordem do Mérito Judiciário, etc., etc.
É, portanto, inestimável o trabalho que o Professor
Edevaldo Alves da Silva tem prestado a São Paulo e ao Brasil. É
também um exemplo para todos nós, que militamos em um setor público
e, por isso, o TCM presta esta singela homenagem ao seu trabalho,
que é um trabalho a ser seguido pela juventude brasileira, para que
o Brasil amanhã seja um país realmente democrático – totalmente
democrático, desenvolvido, e com a população com a qualidade de
vida que é fundamental para a existência humana.
Muito obrigado, Professor Edevaldo.
O Sr. Presidente – Professor Edevaldo. O que o
Conselheiro Edson Simões falou talvez seja dez por cento do que nós
conhecemos de tudo de bom que o senhor fez por este Estado, pela
educação e pela política. O senhor sabe que falo isso do fundo do
coração; falo com o meu coração. Esta Corte de Contas deve muito ao
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senhor e é uma honra podermos estar com o senhor aqui, nesse
momento.
O Colegiado encontra-se irmanado com o senhor. Acho que
qualquer um de nós tem uma dívida consigo, se não for de gratidão é
de reconhecimento. Eu queria pedir, neste momento – porque seria
suspeito se qualquer um de nós fizesse a entrega deste
agradecimento ao senhor – que o nosso querido Victor Faccioni, esse
nosso grande Presidente dos Tribunais de Contas do nosso país,
fizesse a entrega em nome do Colegiado desta Corte de Contas ao
Professor Edevaldo.
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