EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
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A Argentina questionava a localização dos rios que <strong>de</strong>limitavam a fronteira.<br />
Hélio Lobo assim <strong>de</strong>staca esse episódio: 49<br />
[...] Estavam os dois países concor<strong>de</strong>s quanto às duas fronteiras do<br />
Iguaçu e do Uruguai, mas discordavam quanto a <strong>de</strong>terminação dos<br />
dois rios que, afluindo para aqueles em direções divergentes, <strong>de</strong>viam<br />
constituir <strong>de</strong>finitivamente a fronteira internacional. Sustentava o<br />
Brasil que esses rios eram o Pepiri Guaçu e o Santo Antonio.<br />
Pretendia a Argentina <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1881 que eram o Chapecó e o Chopim, e,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1888, o jangada mais a leste. Não se tratava para nós apenas <strong>de</strong><br />
salvaguardar um patrimônio que fora sempre brasileiro, mas também<br />
<strong>de</strong> prover a <strong>de</strong>fesa do território nacional, pois, a prevalecer à pretensão<br />
argentina, as terras <strong>de</strong>sta penetrariam como uma cunha no Paraná e<br />
Santa Catarina, dificultando-se as comunicações com o Rio Gran<strong>de</strong> do<br />
Sul. 50<br />
Po<strong>de</strong>mos perceber que Lobo <strong>de</strong>screve a problemática da fronteira como sendo<br />
uma discussão particular: “[...] Não se tratava para nós apenas <strong>de</strong> salvaguardar um<br />
patrimônio que fora sempre brasileiro [...]”, seu livro foi elaborado utilizando-se <strong>de</strong><br />
trechos <strong>de</strong> jornais e das memórias escritas pelo Barão do Rio Branco referentes ao<br />
litígio <strong>de</strong>senvolvido entre Brasil e Argentina pelas terras que atualmente estão inseridas<br />
no território brasileiro. Tais terras fazem parte do oeste e sudoeste paranaense e oeste<br />
catarinense. Tal conflito teve a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> a “Questão <strong>de</strong> Palmas” ou conflito das<br />
“Missões”.<br />
A “Questão <strong>de</strong> Palmas” foi motivada pela criação, por parte do governo<br />
argentino, da Gobernacíon <strong>de</strong> Missiones, na região que era pretendida por esse país,<br />
on<strong>de</strong> atualmente se encontram o Oeste catarinense e Sudoeste paranaense. Também<br />
entendia-se que essas terras pertenciam ao território brasileiro. O Barão do Rio Branco<br />
assumiu o processo pelo fato <strong>de</strong> que faleceu o Barão Aguiar <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, o primeiro<br />
incumbido <strong>de</strong> organizar a <strong>de</strong>fesa sobre o litígio <strong>de</strong>ssas terras. Rio Branco tinha vasta<br />
experiência sobre temas <strong>de</strong> relações exteriores, pois seu pai foi um dos responsáveis por<br />
vários outros tratados realizados durante o período imperial e também na República.<br />
Sua experiência foi utilizada para tal fim.<br />
49 Muitas palavras escritas no período do Barão levavam acentos circunflexos e agudos, que não são mais<br />
utilizados nos dias atuais, resolvemos, para manter os leitores sem a preocupação <strong>de</strong> uma revisão ou<br />
dúvidas quanto ao mo<strong>de</strong>lo correto da escrita, tanto a do período do Barão, quanto a dos nossos dias,<br />
preferimos manter a escrita <strong>de</strong>le atualizada.<br />
50 LOBO, Hélio. Rio – Branco e o arbitramento com a Argentina: a questão do Território <strong>de</strong> Palmas,<br />
também chamada <strong>de</strong> Missões. Livraria José Olympio Editora; Coleção Documentos Brasileiros, dirigida<br />
por Octavio Tarquínio <strong>de</strong> Sousa. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1952. p. 17 – 18.<br />
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