14.10.2014 Views

EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O local escolhido pela comissão responsável pela fundação da colônia militar<br />

foi, no entendimento dos mesmos, um local estratégico <strong>de</strong> terras <strong>de</strong>volutas e férteis,<br />

além da abundância <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, principalmente pinho, imbuia, cedro, entre outras. Sob<br />

a orientação dos militares iniciou-se a <strong>de</strong>rrubada dos pinheiros e a fabricação das vigas e<br />

tábuas para as primeiras construções. Logo se <strong>de</strong>u início a montagem <strong>de</strong> um engenho <strong>de</strong><br />

serrar ma<strong>de</strong>ira, movido por água. A orientação técnica <strong>de</strong>ssa montagem foi dada pelo<br />

tenente <strong>de</strong> 1ª classe, Antônio Geraldo <strong>de</strong> Sousa Aguiar. Os trabalhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>marcação dos<br />

lotes também tiveram início, com a orientação do capitão Marciano Augusto Botelho <strong>de</strong><br />

Magalhães. 74<br />

A fundação <strong>de</strong> uma Colônia Militar trazia consigo a expectativa do governo<br />

imperial em colonizar essa região com pessoas dispostas a abrir e trabalhar nas terras,<br />

para o governo apesar <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada uma vasta região <strong>de</strong> sertão constituíam-se em<br />

terras riquíssimas, pois, segundo termos utilizados no período, essas terras eram muito<br />

férteis. Boutin assim <strong>de</strong>screve a chegada dos primeiros migrantes:<br />

No mesmo ano <strong>de</strong> fundação da colônia (1882) chegaram os primeiros<br />

colonos contratados (7). O referido Contrato estabelecia entre outras<br />

cláusulas, que os colonos e suas famílias tinham direito ao transporte<br />

até o Chapecó e alimentos até que obtivessem a primeira colheita. 75<br />

E mais: recebiam uma foice, um martelo, uma enxada, um facão, uma pá e o<br />

pagamento <strong>de</strong> cinco mil-réis por mês. Esse contrato continha também um artigo em que<br />

se afirmava a total liberda<strong>de</strong> religiosa dos colonos. O Contrato dizia ainda que todo o<br />

colono receberia o direito a posse <strong>de</strong> um terreno <strong>de</strong> 50 alqueires, mas havia uma<br />

condição: o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> prestar um dia <strong>de</strong> trabalho por mês em beneficio da colônia. Outra<br />

condição era <strong>de</strong> que se não cumprissem os termos do Contrato teriam que in<strong>de</strong>nizar o<br />

governo, isto é, <strong>de</strong>volver as importâncias gastas com transporte e soldo. 76<br />

Boutin faz menção a um contrato que os colonos tinham com a administração<br />

militar para aquisição <strong>de</strong> terras na Colônia. Apesar <strong>de</strong> não especificar se o mesmo foi<br />

utilizado em todo o processo da administração militar acreditamos que fora utilizado em<br />

todas as Colônias Militares aqui citadas, inclusive na <strong>de</strong> Foz do Iguaçu, pois nesse<br />

período o Brasil estava regido sob a lei <strong>de</strong> terras <strong>de</strong> 1850 que estabelecia: “Ficam<br />

74 I<strong>de</strong>m. p. 34.<br />

75 I<strong>de</strong>m. p. 34.<br />

76 I<strong>de</strong>m. p. 34 – 35.<br />

42

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!