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c4 CURITIBA, SEXTA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2009 Espaço 2 JORNAL DO ESTADO cultura@jornaldoestado.com.br Divulgação Cassiano Fagundes, o Cassim ,e Caio são parceiros também na Bad Folks e mesmo com trabalhos solo, reúnem-se para se apresentar ENCONTRO DE velhos parceiros MÚSICA ELETRÔNICA Neste domingo, a banda Cassim & Barbária volta ao palco do James, para um show junto com o velho parceiro Caio Marques, que também lançou um disco solo bem legal. Cassiano Fagundes, o Cassim, e Caio são parceiros também na Bad Folks e mesmo com trabalhos solo, reúnem-se para apresentar ao público o que de melhor tem se produzido na música popular brasileira do sul do país. O compositor curitibano Caio Marques lançou seu segundo trabalho solo: o EP Cidade Vazia, que dá continuidade à sua busca por um estilo original em letras com clima noturno, histórias de fracassos amorosos, boêmia e um olhar subjetivo sobre a vida nas cidades, regadas com influências diversas, do hiphop ao samba antigo, passando pelo folk, bossa-nova e música eletrônica. Cassiano, já tinha história quando se uniu à parte da catarinense Pipodélica para sua nova empreitada musical. Músicas cheias de referências, do Soul ao Krautrock e, claro, Tropicália, além de boas e grudentas pegadas levaram a banda aos festivais South By Southwest (Austin, TX) e Canadian Music Week, nos quais apresentaram, em março de 2009, o single Catastrofismo, que inclui a música título e o lado B “The Orchard”. Depois de 13 shows internacionais, Cassim está de volta ao Brasil para mostrar Catastrofismo, cantada em bom e sonoro Português, mas não por muito tempo. Ele conta que já estão se preparando para a viagem para a Argentina, em novembro e para ter o CD que saiu nos EUA distribuido na Inglaterra. “ Tocamos recentemente aqui em Floripa como banda de apoio do Damo Suzuki, vocalista da banda de rock experimental alemã dos anos 70 CAN e temos convites para festivals importantes brasileiros, mas não fechamos nada ainda”, conta Cassiano. SERVIÇO Cassim & Barbária e Caio marques. Dia 21 as 21h. R$8. Quem for de bike paga meia. James Bar (R. Vicente Machado, 894). Quatro anos de psicodelia da Cosmoon Jefferson Genta Especial para o JE Poucas festas no Paraná têm o perfil psicodélico e o retrospecto da Cosmoon, que acontece neste sábado em Curitiba. Em quatro anos de existência, o projeto que antes reunia os talentos locais em festas privadas, hoje reúne artistas expoentes da música eletrônica internacional. Na parte musical o destaque fica para a apresentação inédita do alemão Microdizko. Com um ritmo dançante e com a promessa de não deixar ninguém parado, o projeto é formado por um dos integrantes do Electrixx que considera o Brasil como sua segunda casa e é muito querido do público curitibano. Quem vem com tudo também é a dupla sueca Tegma, que prepara seu mais novo álbum, intitulado Lo-Fi Adventures. Além das atrações internacionais, vale conferir a presença da dupla carioca Flow e Zeo e do curitibano Magoo, muito elogiado pela crítica especializada. SERVIÇO COSMOON Winter Edition. Dia 20, às 10h, na rua São Gabriel, 120 – Jardim Botânico Ingressos: R$45 . Informações: www.cosmoon.art.br ou 41 3079-2282 DJS Dois anos com muito estilo entre os bares locais é o que celebra nesta sexta o Bar Kitinete, da veterana Marcia Maçã que preparou uma festa que tem o ilustre convidado é o dj de renome internacional Zé Gonzáles (foto) aka Zegon, que por seis anos foi o Dj da banda Planet Hemp. Quatro expoentes de Curitiba completam o line-up, Anaum, do projeto Cambalacho, Shascko, Seletor Dimas e Murillo. No repertório um passeio pelo nu jazz, ragga, funk, hip-hop e electro-rock. As apresentações iniciam a partir das 20 hs. SERVIÇO Aniversário de 2 anos do Kitinete Bar – DJ´s Zé Gonzáles, Anaum, Murillo, Seletor Dimas e Shascko Cassim & Barbária e Caio Marques se apresentam e matam as saudades no James no domingo Kitinete celebra dois anos de festa Local: Era Só o Que Faltava (Av. República Argentina, 1.334). Sexta-feira (19), a partir das 20hs Ingressos: R$10,00 (antecipado) ou R$15,00 na hora Ponto de Venda: Kitinete Bar (R:Duque de Caxias, 175) e após no local Informações para o público: (41) 3342-0826 Dança, circo e música eletrônica em dia de inverno Divulgação Divulgação Adriane Perin Divulgação Mister X Mais uma partida cedo demais entristeceu a cena musical curitibana semana passada. Sábado, em pleno dia dos namorados, 12, morreu Mister X, ou Marcio Roberto dos Santos, baixista da banda Maremotos. Seu apelido, Márcio Roberto do Xerox, foi dado pelos amigos porque ele volta e meia dava um jeito de fazer as cópias das filipetas dos shows e de livros dos amigos na empresa onde trabalhava, nos idos dos anos 90. Também foi o sócio-proprietário do simpático bar Chinasky. O cara era figura certa em alguns botecos imprescindíveis nas vidas de um tanto de gente especial que circula por essas ruas curitibanas na calada da noite, antes, durante e depois de shows que vão ficar na memória. Fazendo música, fazendo arte. Tantas histórias. Como as que contou Flávio Jacobsen, amigo abalado com mais esta perda, em seu blog que vale ser lido (curitibaneando.wordpress.com/2009/06/12/mr-x-oguerreiro-foi-descansar-por-flavio-jacobsen). Eita 2009 difícil, esse! Tô apaixonada! E é por um novo disco, de um duo que é meu velho conhecido e que já me encantou com canções certeiras em dois belos álbuns anteriores. Já estou viciada, desde o instante em que soaram as cordas de “Simplesmente”, uma quase canção título do novo trabalho dos gaúchos Os The Darma Lovers. Formado em torno de Nenung e Irínia, este não é um grupo tradicional do Rio Grande do Sul. Vai pelas vielas de canções singelas e, para quem acha que música tem que ter “mensagens positivas” eles mostram como se faz. Eu, particularmente, não acho que música tem que ter mensagem positiva. Música tem é que tocar as pessoas, falar com elas e canções são perfeitas para isso. Os Darma Lovers filosofam em suas músicas de uma maneira que a gente nem se dá conta, ou melhor, a maiorias das pessoas não se dá conta. Ou talvez não. Tenho cá comigo que quem os ouve realmente ouve e presta atenção, quer ler as letras no encarte. Fica em silêncios reveladores que falam com os olhos. Não consigo imaginar outra maneira de ouvir um disco como este. E eles, que me deram algumas mais belas canções da trilha sonora da minha vida agora chegam com este Simplesmente Darma Lovers, em cujas letras dividem filosofias de vida, desde a primeira faixa que fala de amor; na segunda que conversa com a morte (“Canção para minha Morte”), ou na terceira (“ O Homem que Calculava”) que trata de um homem muito centrado no que não é tão importante. Todas em construções instrumentais inspiradoras que nos levam por caminhos de cordas que se completam, criando os detalhes que envolvem de uma maneira protetora. É acolhedor. Canções que acalentam. Em breve, mais sobre o duo. Os Marlenes A banda de Oneide e dos BAAF faz neste domingo no Vox o lançamento de seu EP Vitural, O Popular, que eu to ouvindo neste instante. A noite vai ser também de lançamento oficial do site/webrádio/player-downloader STEREOTOASTER.COM.BR. O EP tem algumas das belas e divertidas canções, boas para ouvir e pra dançãr, que Oneide e cia. sabem fazer tão bem. Eles comemoram ainda o bom acesso ao blog da banda: Diedricheosmarlenes.blogspot.com. E mais: peça a música d’Os Marlenes na rádio e concorra a EP e um par de ingressos: Fone da rádio: (41)33315-0091- opção 1 adriane@jornaldoestado.com.br ARTE CONTEMPORÂNEA Sobre fotografiaDivulgação/MON/Institut Lumière A fotografia, como tradicionalmente a conhecemos, está por acabar. Creio que a proliferação de imagens que o sistema digital proporciona não somente estimula a multiplicidade – através das câmeras fotográficas e da facilidade da multiplicação de clics – como facilita em muito o ato fotográfico. Não falo aqui da ação, vamos dizer clássica de um fotógrafo quando trabalha com sua câmera, mas daquelas imagens que qualquer adolescente vai tirando ao léu e que são provenientes, na maioria das vezes, de seu celular e não de uma máquina fotográfica propriamente dita. Aliás, excetuando-se as câmeras profissionais de marcas tradicionais – falo das que restaram, pois muitas delas tiveram que ceder ao progresso – a grande parte de imagens vistas hoje em dia, tanto na Internet quanto em noticiários televisivos é proveniente de celulares. Entre as câmeras que lamentavelmente deixaram de ser fabricadas destaco a câmera Polaroid, que era resultante de um processo ímpar de captação e revelação da fotografia. O objetivo maior daquela máquina para o público – e também o motivo de sua venda – era justamente, em primeiro lugar, verificar como a foto saiu e depois salvar o resultado, coisa que qualquer celular hoje faz na hora – Imagem dos irmãos Lumière por Nilza Procopiak nikp@uol.com.br sem ter que esperar a revelação que durava um pouco e que parecia um tempo ainda maior para quem aguardava ansiosamente pelo resultado. Além do melhor resultado, o custo elevado do filme diferenciado da Polaroid levaram a determinar o final de sua produção. O processo desenvolvido pela Polaroid Corporation utilizava um filme composto por muitas camadas que incluíam uma especialmente feita para capturar a fotografia, seguida de um reagente que atuava ao mesmo tempo como agente fixador da foto, mais camadas das cores primárias aditivas alternadas com camadas das cores primárias subtrativas. As cores primárias aditivas são azul, verde e vermelho; as subtrativas são alaranjado, verde e violeta. Cada foto ao ser retirada da câmera dava início ao processo de revelação ao impressionar as camadas de prata das cores aditivas bloqueando a revelação das cores subtrativas. A fotografia colorida é então resultado da transferência de imagem para o papel através da difusão de tingimento realizado internamente. É devido aos irmãos Lumière a descoberta e a primeira utilização com sucesso do método das cores subtrativas, que foi utilizado para imagens iluminadas ou diapositivos de 1907 até 1930. A propósito, no Museu Oscar Niemeyer, a exposição Autocromos Lumière – O tempo da cor apresenta 70 belíssimos autocromos coloridos de Auguste e Louis Lumière que foram patenteados como novo processo de fotografia em 1903. Eles revolucionaram a fotografia ao conseguir dar cor às imagens, por meio do processo extremamente criativo e trabalhoso das cores subtrativas. (Rua Marechal Hermes, 999. www.museuoscarniemeyer.org.br ). Vale a pena ver esta exposição cujas imagens – reproduzidas das originais no formato de grandes “slides coloridos” – lembram as obras dos impressionistas por volta de 1850, nos trajes, pessoas, paisagens e principalmente, no distante ar bucólico das cenas campestres. Voltando ao nosso assunto, não há câmera fotográfica de filme que acompanhe o ritmo frenéticos da inundação de imagens a que somos submetidos diariamente nos meios de comunicação. A principal cadeia noticiosa do mundo, a CNN, possui um programa de exibição de imagens dos mais recentes acontecimentos no qual a matéria prima é representada pela contribuição voluntária dos espectadores. É um programa jovem, dinâmico que apresenta justamente os “flashes” capturados geralmente ao acaso, quando qualquer pessoa é surpreendida por um acontecimento que mereça o registro. Junte-se a este quadro, a juventude apostando firmemente em seus dotes de fotógrafo da hora. È uma fórmula de sucesso garantido, não há dúvida. Apostando nas câmeras digitais há também a questão do custo elevado dos materiais utilizados na fotografia clássica. Além do equipamento principal, se somam os preços dos filmes, da revelação, da cópia em papel fotográfico especial, e também o complexo e delicado trabalho da conservação de negativos e fotos. Creio que a fotografia irá se fundir ao modo de produção do cinema, na repetição de cenas com mínimas variáveis, na seqüência de quadro a quadro – algo que ela já está fazendo e que, paradoxalmente, a faz retornar aos seus primórdios.
JORNAL DO ESTADO Espaço 2 CURITIBA, SEXTA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2009 cultura@jornaldoestado.com.br c5 NOVELAS MALHAÇÃO Sexta O público fica impaciente com o atraso de Yasmin. Yasmin chega ao Parada Delícia e Peralta se revolta ao descobrir que a namorada organizou o festival em benefício próprio. Jonas Oliveira PARAÍSO Sexta Maria Rita consegue convencer Zeca de que eles não podem mais ficar juntos. Irmã Matilde diz a Maria Rita que vai rezar para que ela não se arrependa de ter mentido para Zeca. Maria Rosa fica furiosa ao saber que Norberto financia a rádio para que ela e Otávio se casem. CARAS E BOCAS Sexta Simone fica surpresa ao saber que Judith quer comprar sua parte. Espeto não acredita que Lili seja sua mãe e a impede de entrar. Gabriel decide voltar a pintar e começa a praticar escondido. Sábado Dafne diz a Gabriel que ele está com ciúmes e os dois acabam se beijando. Simone leva Judith à galeria e diz a Dafne que ela é sua nova sócia. Cássio pede a Léa para garantir seu emprego na galeria. Nicholas vai visitar Milena no café. CAMINHO DAS ÍNDIAS Sexta Melissa assume a autoria do disparo. Ramiro leva Melissa e Tarso para casa. Wal avisa a Silvia que Murilo foi baleado. Suellen diz a Castanho que não quer se casar na clínica. Chanti diz a Camila que vai fugir. Haroldo avisa a Melissa que, caso o quadro de Murilo se agrave, Tarso irá cumprir pena no manicômio penitenciário. Melissa diz que vai assumir no lugar do filho. Yvone e Mike avistam um retrato falado de uma mulher no aeroporto e Mike comenta que parece com ela. Raul trabalha servindo café. Raj diz a Maya que Cadore escreveu, acusando-os de inventar o nome Humberto Cunha. Harima encontra o endereço para onde Maya encaminhou o dinheiro de Raul. Bahuan confessa a Shivani que é um intocável. Sábado Shivani diz a Bahuan que desconfiava que ele fosse um intocável e diz que sua casta é indiferente para ela.Chiara conta a Opash sobre o casamento de Duda e o comerciante. Cadore se declara para Cidinha.Chanti diz a Durga que precisa comprar livros e pede que ela venda uma joia no templo para ela. Kochi dá para Raj o endereço de Humberto. Yvone aluga um quarto em Dubai em nome de Silvia Cadore. Raj descobre que Humberto Cunha esteve hospedado no hotel em Dubai. Raj comunica a Cadore que o endereço em Dubai está em nome de Silvia Cadore. PROMESSAS DE AMOR Sexta Gabriela fica preocupada ao verificar o GPS e descobrir que Valente está na praia. Valente acredita que Nati está morta. Ângela e Clara fogem do colégio e vão ao encontro de Juno. PODER PARALELO Sexta Domi diz a Tony que achou drogas no apartamento de Rudi. Homens de Camilo atacam os seguranças da chácara antes que eles possam reagir. Tony beija Fernanda. O apresentador Carlos Massa, o Ratinho, está agora numa versão low profile: “ Eu não gostaria de ter um programa que minha neta não pudesse ver” “Não quero mais apanhar DA IMPRENSA, NEM APELAR” Depois de ficar afastado um ano e meio do SBT, o paranaense Ratinho volta à TV tentando fugir da baixaria Bruna Fioreti Agência Estado Carlos Massa voltou à TV para tirar de seu apelido um sinônimo que o incomoda: baixaria. Depois de ficar afastado um ano e meio do SBT, Ratinho abandonou o cassetete e os palavrões para fazer um programa que pudesse ser visto pela neta de 5 anos. Ser avô fez o apresentador de 53 anos repensar a linha sensacionalista que o deixou famoso nos anos 90. Este Ratinho light não quer mais “apanhar da imprensa” nem apelar, mesmo que sofra para fazer o Programa do Ratinho sair do empate em segundo lugar com a Record (6 pontos). Ele falou à reportagem sobre Ibope e os planos fora da TV. Agência Estado — Baixaria nunca mais, mesmo se a audiência do cair? RATI- NHO — Já tem muito A Record nunca vai chegar na Globo. É a mesma coisa que comprar um produto da loja e comprar o mesmo produto na 25 de Março. Não é igual. sangue na tela. Mudei de conceito. Acho que se você vê um programa policial às seis da tarde fica irritado com o dia seguinte. Não vou ficar em cima de tragédia que não vou resolver. É decisão, mesmo que fique em terceiro lugar no Ibope. Na última pesquisa, vimos que as pessoas gostam do Ratinho porque faz denúncia e faz as pessoas darem risada. AE — Engraçados, não bizarros. RATINHO — Isso, sem abusar. Um bêbado entalado em um cano é bizarro, mas o pessoal dá risada. Pessoa deformada, por exemplo, já mostrei, não quero mais no programa. AE — Será mantido se não der Ibope? RATINHO — Veja bem, Pelé não tem mais vontade de jogar bola, tudo passa. Já ganhei da Globo, já ganhei muito dinheiro com televisão. Não estou mais preocupado em ganhar dinheiro com a TV, em ser o primeiro lugar, como já fui. Eu não quero mais apanhar da imprensa. Não quero que falem mal de mim, cansei disso. Se for para ficar na televisão apanhando, prefiro ficar fora. Toda hora era a coisa da baixaria. Tinha uma reportagem dos quintos dos infernos e colocavam lá: “A baixaria do ‘Programa do Ratinho’...” Mas tudo é ponto de vista. Por exemplo, recentemente, a Globo colocou no ar, às 22h12, American Pie, duas mulheres transando, com tudo de fora. O cara se masturbando às 22h05. Isso não é baixaria? Não entendo. AE — Por quê? RATINHO — Acho que existe um preconceito danado contra mim. Quero acabar com esse preconceito. Como? Fazendo um programa mais light, às 17h tem criança assistindo, não posso apelar. Sou pai, sou avô. Tenho um compromisso com o Silvio Santos de dar acima de 5 pontos no Ibope e tenho dado mais. AE— Você foi obrigado a esse discurso “light” para voltar ao ar? RATI- NHO — Cheguei à conclusão que se eu fizer um programa violento às 17h, me classificam para 21h e, a essa hora, o SBT não tem espaço para mim. E descobri que não me patrocinavam para não associar muita coisa ali com o produto. Não adianta estar em primeiro e não faturar. E hoje não sou mais funcionário, sou sócio do programa. Se não vender, não ganho. AE — É uma decisão comercial? RATINHO — E de avô. Eu não gostaria de ter um programa que minha neta não pudesse ver. AE — Essa neta operou milagres... RATINHO — As três, né? Mudei. Quero melhorar minha imagem para minha neta que está aprendendo a ler não ler que o avô dela faz baixaria. Não mudei pela imprensa. Não tenho medo da imprensa. AE — Acabou de falar que não quer mais apanhar da imprensa. RATINHO — Não quero apanhar, mas medo não tenho. Se apanhar, eu bato. Se falarem mal de mim, falo mal deles no ar. Quando o cara bate de graça tem de apanhar de graça. Mereço tudo o que falaram de mim, mas não mereço mais. AE — Está fazendo um “mea-culpa” ? RATINHO — Não, mas claro que fiz baixaria, o tempo todo. Porque brigava por audiência. Hoje brigo por qualificação. É um direito que tenho de mudar. Jô Soares era humorista e quis fazer um talk show. Quero mudar também. Porque ou saio derrotado, ou saio da televisão definitivamente, ou saio fazendo o que quero. E hoje faço o programa que quero. AE — Seu programa, hoje, é uma das melhores coisas da TV? RATINHO — Ah, você está louca!? Meu programa é gostoso de ver, mas não é a oitava maravilha do mundo. AE — O que é? RATINHO — Uma boa novela, mas não vou puxar saco da concorrente não. (pausa) É Revelação (risos). Faz tempo que não vejo uma novela inteira. Prefiro minissérie, sitcom. E vou investir nisso assim que puder. O duro é no final da novela o bandido ganhar... É problema de filme brasileiro. AE — Quer final feliz? RATINHO — Sou a favor do filme americano. Um sozinho mata 300. Vejo cinema como entretenimento. Quem vai ficar duas horas no cinema para ver final infeliz? Isso é coisa de idiota, de meia dúzia de intelectuais infelizes! Todo mundo diz: “O governo tem de dar dinheiro para o cinema”. Tem p... nenhuma! Deveria ser proibido. Tem coisa mais importante. AE — Cultura não é importante? RATINHO — É importante, mas cultura é uma coisa, filme para ganhar dinheiro é outra. É só aquela meia dúzia (que ganha), já notou? Se Eu Fosse Você é sensacional, mas não pode ter dinheiro do governo. É comercial. Por que pagar ingresso? A gente paga duas vezes. AE — Vai mudar quando investir em cinema? RATINHO — Não, não quero dinheiro do governo. Vou chamar patrocinadores e faremos para ganhar dinheiro. AE — Seu salário no SBT caiu mesmo de R$1,5 milhão para R$500 mil? RATINHO — Não, o contrato é diferente. Posso ganhar mais do que ganhava com merchandising. Fui um dos poucos que entendeu o Silvio Santos. Eu era muito caro para ele.No lugar dele, faria o mesm. AE — Deve ter sido difícil sair da TV. RATINHO — É, mas eu era feliz também fora do programa. Eu tenho minha empresa, coisas para fazer, mas hoje estou torcendo para tudo dar certo. Tenho contrato de seis meses, depois ele pode vir e dizer que não quer mais. Eu não ficaria frustrado. Como somos sócios, se não der lucro para mim não vai dar para ele. São negócios. Tanto que quando fiquei parado procurei a Band, fiz todo tipo de proposta e não me deram resposta. Não sou bem-vindo lá. AE — Isso não abala sua autoestima? RATINHO — Fico bravo para burro, porque gosto deles. AE — Queria ir para a Band então? RATINHO — Não! Eu gosto do SBT. Band, Rede TV!, Record são segunda opção. Inclusive a Globo. Eu nunca sonhei em ser global. Como eu ia tirar sarro na Globo? Na Globo, você tem obrigação de ser perfeito. Olha a Record: quem não passou pela Globo não entra na Record. Acho um sonho besta. Ela nunca vai chegar na Globo. É a mesma coisa que comprar um produto da loja e comprar o mesmo produto na 25 de Março. Não é igual. AE — Mesmo com dinheiro? Jô Soares era humorista e quis fazer um talk show. Quero mudar também. Ou eu saio derrotado, ou saio fazendo o que quero. RATINHO — Mesmo assim... O dinheiro deles vem do céu.Acho difícil alcançar, mas é válido brigar. Ninguém nunca brigou com a Globo. AE — Nem você? RATINHO — Em alguns períodos, fora da novela. Por exemplo, pode me colocar no horário do Casseta & Planeta e ganho deles. É um humor fino demais para TV aberta. AE — Ratinho também está mais fino, sem falar palavrão. É difícil? RATINHO — Não. Mas no dia a dia, falo muito palavrão. Perto de você não vou falar, eu te conheci agora. AE — Você falava para milhões de pessoas no ar... RATINHO — Aquele palavrão que usei e uso de vez em quando é palavrão que o cara usa no boteco. Existe uma diferença entre mim e os outros apresentadores: eles não frequentam onde eu frequento. Eles vão a clubes caros, a restaurantes onde a macarronada custa R$ 150, Fasano... Meu processo é ir no boteco, tomar cerveja. AE — Mesmo sendo rico? RATINHO — Não sou rico, eu sou um homem que tem dinheiro. Tenho uma boa quantia. Para ser rico tem de ter curso. E não pretendo fazer curso de enólogo. Tem de ser sommelier, uma porrada de coisas que eu não quero. Tem de comer caviar, eu não gosto de caviar.Tem de aprender a comer com certos talheres na hora certa Eu não pretendo ser escravo disso, ser escravo da Glória Kalil, da Nike, comprar calça Diesel por R$ 1200. AE — Nunca vai ao Fasano? RATINHO — Se me convidarem para fazer um negócio, eu vou. Quando estou lá estou fazendo negócio. E não pago. Não vou lá gastar meu dinheiro. Meu lugar é o boteco, a rua.
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