motoristas e cobradores contestam urbs por causa de ... - Bem Paraná

cmyk
CIDADES
CURITIBA, QUARTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO DE 2011
cidades@jornaldoestado.com.br
9
SEM DEBATE
Servidores
denunciam
mudanças
no ICS
Os servidores municipais
de Curitiba podem ver o serviço
do Instituto Curitiba de Saúde
(ICS) ficar bem mais caro
se uma proposta elabarada às
pressas mudar os valores de
desconto e participação do servidor
usuário. Um novo modelo
de regulamento foi enviado
na semana passada para o
conselho do ICS. Ele prevê
uma série de mudanças que estão
sendo vendidas pelo prefeito
Luciano Ducci como “benefícios”
mas que, na verdade, trazem
sérios prejuízos para os trabalhadores.
De cara, as mudanças prospotas
aumentam a participação
do servidor em consultas e exames
e cria uma multa de 100%
em caso de falta à consulta.
Além disso, será mantido o
desconto de R$ 250 para manter
o ICS. Para o Sindicato dos
Servidores Públicos Municipais
de Curitiba (Sismuc), o que a
proposta do prefeito prentede
é que os servidores paguem a
conta dos anos de péssima gestão
do instituto, que já foi referência
em atendimento ao
funcionário público.
O documento foi enviado
às pressas pela presidente do
conselho de administração do
ICS, Berenice Valenzuela de Figueiredo
Neves, no dia 10 de
agosto. Ela convocou os conselheiros
para uma reunião
amanhã, na qual pretende aprovar
o Novo Regulamento do
ICS.
Os sindicatos dos servidores
— Sismuc e o Sindicato dos
Servidores no Magistério Municipal
de Curitiba (Sismmuc)
— têm juntos apenas uma vaga
no conselho do ICS, e já avisaram
que não participam da convocação
como protesto pela
forma como vem sendo encaminhadas
as decisões no instituto.
Um dos principais impasses
é o fato de que os trabalhadores
não foram chamados para
participar da construção da proposta
de regulamento.
Diferente da Prefeitura, o
Sismuc e o Sismmac propõe um
debate democrático com os servidores
antes de qualquer decisão.
Uma assembleia unificada
está convocada para o dia 31
de agosto, às 19 horas, no Sismuc.
O objetivo é avaliar o documento
juntamente com os
servidores e aprovar encaminhamentos
sobre o assunto. O
encontro reúne servidores em
geral e do magistério da prefeitura.
Além de ficar mais caro, o
serviço do ICS atualmente é até
pior que muitos postos de saúde,
por exemplo. A longa fila
de espera por uma consulta —
chega a dois meses dependendo
da especialidade — e a pequena
rede conveniada são apenas
alguns dos problemas apontados
pelos servidores.
MOTORISTAS E COBRADORES
Sindimoc protesta contra as
MULTAS COBRADAS POR ATRASO
Segundo o sindicato da categoria, há profissionais que já acumulam mais de R$ 1.300 em descontos, quase um salário
JORNADA DE LUTA
Integrantes do MST tiveram reunião no Incra
MST passa no dia no Incra em Curitiba
O Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra
(MST) do Paraná, realizou
várias mobilizações no
Estado, ontem, data marcada
pela Jornada Nacional de
Lutas por Reforma Agrária.
As manifestações aconteceram
em Curitiba, Londrina,
Maringá, Laranjeiras do Sul
e Francisco Beltrão. Na Capital,
cerca de 50 integrantes
do movimento passaram
o dia na sede do Instituto
Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Inra)
onde, durante a tarde, se
reuniram com a direção estadual
do instituto para falar
sobre a reforma agrária
no Estado.
A Jornada de Lutas
O reitor da Universidade
Federal do Paraná (UFPR),
Zaki Akel Sobrinho, apresentou
ontem, as propostas da reitoria
para acabar com a greve
dos servidores técnico-administrativos,
parados desde o dia 15
de junho. O reitor participou
da assembleia dos servidores,
na manhã de ontem, e se comprometeu
em atender várias das
reivindicações da categoria. O
reitor apresentou quatro propostas
para o fim da greve da
categoria.
As propostas foram sobre a
jornada de 30 horas, acolhida
pela reitoria inclusive com a
formalização para servidores do
Hospital de Clínicas (HC). A
Administração Central poderá
encaminhar a proposta em 30
Franklin de Freitas
aconteceu em todo o País,
e chegou a ter um piquete
na sede do Ministério da
Fazenda, em Brasília. Os
funcionários do Ministério
só puderam entrar no prédio
na parte da tarde.
Na pauta de reivindicações
estadual está o assentamento
das seis mil famílias
acampadas no Paraná, sendo
que há a mais de 10 anos.
Para isso é necessário que o
Incra do Estado encaminhe
para Brasília os decretos das
72 áreas ocupadas, somando
assim 80 mil hectares. No
país existe mais de 60 mil famílias
acampadas. O movimento
do MST prossegue
hoje com mais encontros nas
cidades paranaenses.
UFPR
Técnico-administrativos
avaliam propostas
dias para deliberação no Conselho
Universitário. A jornada
de 30 horas foi implantada em
caráter experimental na Universidade
de Brasília.
Outras propostas foram a
criação de um grupo de trabalho
para discutir a possibilidade
de concessão de adicionais de
insalubridade e de periculosidade;
a realização de um Conselho
Universitário temático sobre
política de gestão de pessoas
a ser realizado no mês de setembro
e a formalização de uma
direção de recursos humanos
para o HC, em sintonia com a
administração da Universidade.
Os servidores avaliam a proposta
do reitor em assembleia amanhã,
no Restaurante Universitário
Central, a partir das 9 horas.
Da Redação
Os motoristas e cobradores
da Rede Integrada de Curitiba
e Região vão para as ruas
no dia 31 de agosto. Neste dia
eles realizam uma manifestação
contra a Lei Municipal
1.356, que regulamenta o
transporte coletivo e prevê
multa cobrado dos motoristas
e cobradores em caso de infrações
no serviço. Entre as infrações
previstas, está o atraso
no horário dos ônibus e até
mesmo o uso de blusas ou jaquetas
fora do padrão da Urbs,
independente do clima. Um
levantamento aponta que 45%
dos motoristas e cobradores já
foram multados.
O Sindicato dos Motoristas
e Cobradores nas Empresas
de Transporte de Passageiros
de Curitiba e Região (Sindimoc)
diz que a categoria não
aguenta mais. Há casos em que
a multa para alguns profissionais
já passou de R$ 1.300. O
salário base de um motorista,
por exemplo, é de R$ 1.360.
Ou seja, tem motorista que,
em um ano, perdeu um salário
por conta das multas aplicadas
contra ele, na maioria
das vezes por atraso na linha.
Segundo o presidente do
Sindimoc, Anderson Teixeira,
há casos onde as multas são injustas.
O próprio atraso que é
computado para o motorista
não pode ser creditado a ele.
Teixeira aponta o trânsito caótico
da cidade, mesmo fora
dos horários de pico. Como
RÁPIDAS
cumprir o horário? A consequencia
disso pode ser o grande
número de acidentes envolvendo
os transporte público.
“É abusivo e estressante (referindo-se
à lei municipal)”,
diz o presidente do sindicato.
A intenção da passeata,
marcada para o dia 31 de agosto,
é protestar contra a falta de
diálogo com a categoria. Na
última convenção coletiva, em
janeiro, a reforma da lei era
uma das pautas na mesa de negociação.
Na época foi criada
A intenção da
passeata marcada
para o dia 31 de
agosto é protestar
contra a falta de
diálogo com a
categoria
uma comissão para tratar do
assunto. “Até hoje não resolveram.
Desde janeiro só foi realizada
uma reunião desta comissão
que também não avançou
nada para resolver o problema”,
continua Teixeira.
O Sindimoc pede que o
prefeito Luciano Ducci altere
a lei com um decreto, até porque
foi com um decreto de
2008 que a Prefeitura implantou
a lei que regulamenta o
transporte coletivo. “O que vier
pela frente depende muito dele
(o prefeito Luciano Ducci)”,
diz Teixeira. “Desde que assumimos
o sindicato no ano passado,
temos pedido para sermos
ouvidos sobre esse problema”.
As multas recebidas pelos
motoristas e cobradores variam.
Aparentemente não parece
muito. R$ 25. Mas quando acumuladas
fazem um rombo no
salário do profissional. O sistema
tem hoje cerca de 12 mil
profissionais, entre motoristas
e cobradores sujeitos à fiscalização.
Para piorar, a relação
com os fiscais da Urbs não é lá
estas coisas. Segundo Teixeira,
falta bom senso às vezes.
Um cobrador em estaçãotubo,
no inverno, com uma
blusa mais pesada sobre a jaqueta
cinza usual, corre o risco
de levar uma punição. Outro
problema apontado por
Teixeira é no sensor de aproximação
dos veículos com as
estações-tubo — que funciona
por GPS. Ocorre que às
vezes o sistema não funciona,
mas vai ficar registrado como
culpa do motorista. “A Urbs
hoje só tem caráter punitivo.
Não orienta mais o funcionário”,
critica o presidente do
sindicato.
Mudanças — Além de
parar de cobrar multas dos
motoristas e cobradores, o presidente
do Sindimoc também
faz algumas observações. Com
o trânsito da forma como está
na Capital, é necessário que os
horários de pico, pelo menos,
tivessem mais ônibus nas ruas,
até para reduzir o estresse de
quem está com o carro lotado.
Seja o que for, o Sindimoc
quer urgência na solução.
Passeata
A passeata marcada pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores nas Empresas de Transporte de
Passageiros de Curitiba e Região (Sindimoc) par ao dai 31 de agosto não deve paralisar o sistema.
A manifestação está marcada para começar às 14 horas, com os profissionais que não esitverem
em serviço e também com a companhia das famílias. A passeata sai da frente do Sindimoc, na Rua
Tibagi, e segue pelas ruas centrais até a frente da Prefeitura, no Centro Cívico.
Segurança
Além da pauta específica sobre as multas contra os trabalhadores, o sindicato também quer
chamar a atenção para o problema de segurança no transporte, especialmente nas linhas mais
afastadas e que estão mais expostas aos assaltos. O sindicato pede uma solução. Outra pauta
ainda sem solução é a dupla função em determinadas linhas que utilizam o microonibus, onde o
motorista precisa dirigir e fazer o troco, já que o veículo não conta com cobrador.
Fiscalização de menos
Já o Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região (Sindivigilantes) reclama que a Prefeitrua de
Curitiba fiscaliza de menos. Desde o começo do mês o sindicato vem chamando a atenção
para o fato de que muitas agências bancárias não terem implantado ainda os biombos para
separar e isolar os caixa, medida que evitaria que olheiros marcassem que foi até o banco
sacar dinheiro. A lei é de 2008. A lei foi criada para proteger clientes e funcionários do
chamado golpe da saidinha do banco, onde clientes que saem com dinheiro são marcados
por um olheiro que avisa comparsas fora do banco, que abordam o cidadão. Nos últimos
tempos, as saidinhas do banco resultaram em morte. “Enquanto a Secretaria Municipal de
Urbanismo não fiscalizar as agências, a população paga com a vida”, diz comunicado do
Sindivigilantes.