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Ensino do Jornalismo Cultural: uma Proposta de Inclusão Social ...

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As práticas pedagógicas a<strong>do</strong>tadas até então no ensino superior não funcionam com esse novo<br />

perfil <strong>de</strong> aluno. Não produzem o perfil <strong>do</strong> egresso espera<strong>do</strong> refletin<strong>do</strong> nas avaliações <strong>de</strong> ensino<br />

oficiais e institucionais, como vem divulgan<strong>do</strong> o Ministério da Educação, através da aplicação <strong>do</strong><br />

Ena<strong>de</strong>. Também os exames <strong>de</strong> competências para os forman<strong>do</strong>s <strong>de</strong> alg<strong>uma</strong>s categorias<br />

profissionais, como o da OAB 7 (2007), confirmam esse resulta<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> a entida<strong>de</strong>, no último<br />

exame, apenas no esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo, <strong>de</strong> 21.774 candidatos somente 2.878 ou 13,12% foram<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s aptos – o pior resulta<strong>do</strong> da história <strong>do</strong> exame. A maioria não consegue a nota<br />

mínima para obter o registro profissional. Ou seja, não está preparada para entrar no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

trabalho segun<strong>do</strong> os critérios <strong>de</strong> avaliação da própria entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> classe. Esses exames têm si<strong>do</strong><br />

contesta<strong>do</strong>s, já que avaliam um resulta<strong>do</strong> diferente <strong>do</strong> objetivo <strong>do</strong>s cursos, o que seria <strong>uma</strong> das<br />

causas <strong>do</strong> <strong>de</strong>scompasso nos resulta<strong>do</strong>s, além <strong>de</strong> revelar um total distanciamento <strong>do</strong> ensino e <strong>do</strong><br />

merca<strong>do</strong>.<br />

É preciso então renovar a prática pedagógica. Como? Através da observação direta <strong>do</strong>s alunos e<br />

<strong>de</strong> seu perfil, <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> experiências, da pesquisa e da experimentação. Práticas nem sempre<br />

viáveis no nosso sistema pois <strong>de</strong>manda recursos, interesse e <strong>de</strong>dicação. Nesse ponto, as<br />

universida<strong>de</strong>s públicas po<strong>de</strong>m sair na frente porque po<strong>de</strong>m buscar verbas oficiais para<br />

pesquisas, possuem professores pesquisa<strong>do</strong>res com <strong>de</strong>dicação exclusiva e por haver<br />

disponibilida<strong>de</strong> para aperfeiçoamento <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> e <strong>do</strong>utora<strong>do</strong>, licenças para o <strong>do</strong>cente<br />

participar <strong>de</strong> congressos, cursos e pós-graduação, apesar <strong>de</strong> enfrentarem problemas crônicos,<br />

como a distribuição <strong>de</strong> recursos para a educação em geral.<br />

Já as universida<strong>de</strong>s particulares têm mais dificulda<strong>de</strong> porque as verbas para pesquisas<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> orçamento próprio. A maioria <strong>do</strong>s professores é horista e não possui benefícios,<br />

como licenças e patrocínio para outras ativida<strong>de</strong>s acadêmicas. Experiências vitoriosas vivem e<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>do</strong> i<strong>de</strong>alismo e <strong>do</strong> sacrifício <strong>do</strong>s educa<strong>do</strong>res.<br />

De maneira geral, o ensino superior no Brasil, seja ele particular ou público, dá muito <strong>de</strong>staque à<br />

transmissão <strong>do</strong> conhecimento teórico consolida<strong>do</strong>, mas pouco investe na pesquisa, repetin<strong>do</strong><br />

práticas profissionais mecanicamente. Existe <strong>uma</strong> “dicotomia e falta <strong>de</strong> integração entre a visão<br />

acadêmica e a profissional” (Meditsch, 2006, p. 3).<br />

No caso <strong>do</strong> ensino <strong>do</strong> jornalismo, o setor enfrenta ainda outras particularida<strong>de</strong>s. Apesar <strong>de</strong> ser<br />

<strong>uma</strong> profissão regulamentada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1969, com exigência <strong>do</strong> ensino superior, a área <strong>de</strong><br />

jornalismo ainda sofre preconceito no campo das ciências h<strong>uma</strong>nas. Não é reconhecida como<br />

ciência e per<strong>de</strong> espaço para a ciência da informação. Com isso, é <strong>uma</strong> área em que vários outros<br />

7 Or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s Advoga<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Brasil.

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