Contratos EPC x Contratos de Aliança - Cogen
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<strong>Contratos</strong> <strong>EPC</strong> x <strong>Contratos</strong> <strong>de</strong> Aliança<br />
A evolução dos mo<strong>de</strong>los contratuais <strong>de</strong><br />
infraestrura no Brasil<br />
Seminário “Mercado <strong>de</strong> Energia no Brasil - Desafios e<br />
Oportunida<strong>de</strong>s” (01 - 03 - 2012)<br />
Júlio César Bueno
Sobrecusto<br />
2
SOBRECUSTO : FATORES EXTERNOS<br />
• Mudança no cenários econômico nacional ou internacional, com<br />
importante impacto nos custos dos materiais e serviços<br />
• Novos ônus tributários ou trabalhistas, com importante impacto nos custos<br />
dos materiais e serviços<br />
• “Surpresas” mas condições <strong>de</strong> solo (geoténicas ou geológicas) ou nas<br />
condições hidrológicas, hidrometereológicas, etc;<br />
• Imposição <strong>de</strong> (i) paralisação das obras ou (ii) <strong>de</strong> ônus ou limites adicionais<br />
ao empreendimento, visando à prevenção ou mitigação <strong>de</strong> impactos<br />
ambientais ou sociais (Aspectos Socioambientais / Submissão aos Princípios<br />
do Equador)<br />
• Problema sério com um fornecedor chave ou subcontratado, com<br />
importante impacto na reprogramação <strong>de</strong> contratações e atrasos no<br />
cronograma físico das obras<br />
3
SOBRECUSTO : FATORES INTERNOS<br />
• Ambiente <strong>de</strong> acirada competição na fase <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong> propostas e<br />
escolha dos proponentes<br />
• Falta <strong>de</strong> preparação a<strong>de</strong>quada da proposta pelo construtor<br />
• Falta <strong>de</strong> revisão conjunta das partes do objeto/escopo<br />
• Falta <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> planejamento e gestão <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s projetos pelos gestores do projeto<br />
• Conflitos entre os participantes do projeto<br />
• Burocracia no relacionamento das partes, resultando em maior lentidão na<br />
tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões<br />
4
SOBRECUSTO : FATORES INTERNOS<br />
UK National Contractors Group, Reading University Centre for<br />
Strategic Studies in Construction<br />
“… Both in the UK and US construction<br />
sectors, adversity and disputes arise<br />
primarily due to lack of communication,<br />
distrust, misinterpretations of contracts,<br />
uncertainties of roles and responsibilities,<br />
and ‘us vs. them’ attitu<strong>de</strong>s due to an<br />
imbalance of risks allocations ...”<br />
(*) Estudos do Prof. Dr. Michael C. Vorster e do Construction Industry Institute (CII)<br />
5
SOBRECUSTO : IMPACTO FINANCEIRO<br />
Construction Industry Institute, Dispute Prevention and Resolution Dr.<br />
Michael C. Vorster, Professor of Civil Engineering at Virginia Polytechnic<br />
Institute and State University in Blacksburg, Virginia<br />
“… Construction costs are currently<br />
being boosted by up to 30% as key<br />
personnel struggle with the claimsrid<strong>de</strong>n<br />
nature of the mo<strong>de</strong>rn<br />
construction industry ...”<br />
Outros estudos indicam sobrecustos médios <strong>de</strong> 20% a 30%<br />
6
A REALIDADE NÃO É ASSIM?<br />
7
Mo<strong>de</strong>los Contratuais<br />
8
• Quanto ao custo:<br />
Quem <strong>de</strong>ve arcar com os custos adicionais (cost overrun) do<br />
empreendimento?<br />
• Quanto ao prazo:<br />
Quem <strong>de</strong>ve arcar com as extensões <strong>de</strong> prazo (time overrun) do<br />
empreendimento?<br />
• Quanto ao projeto:<br />
<br />
A ESCOLHA DO MODELO CONTRATUAL ADEQUADO<br />
Quem é responsável pela engenharia (<strong>de</strong>sign)?<br />
Quem <strong>de</strong>ve ser responsabilizado por eventual ina<strong>de</strong>quação e/ou<br />
insuficiência do projeto?<br />
9
A ESCOLHA DO MODELO CONTRATUAL ADEQUADO<br />
• Outros aspectos:<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
o sistema <strong>de</strong> financiamento do projeto<br />
a extensão e complexida<strong>de</strong> do objeto contratual<br />
o grau <strong>de</strong> precisão do projeto e dos estudos preliminares<br />
o regime a<strong>de</strong>quado para as medições, reembolsos e pagamentos;<br />
a importância do value engineering<br />
a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o empreen<strong>de</strong>dor preten<strong>de</strong>r e efetivamente po<strong>de</strong>r<br />
exercer uma fiscalização eficiente da execução do empreendimento<br />
10
“DBB” / “DESIGN-BID-BUILD”<br />
11
“<strong>EPC</strong>M” / “ENGINEERING PROCUREMENT CONSTRUCTION<br />
MANAGEMENT”<br />
12
“EC+P” / “<strong>EPC</strong> HÍBRIDO” / “SPLIT <strong>EPC</strong>”<br />
13
<strong>EPC</strong><br />
14
A Opção pelo <strong>EPC</strong><br />
15
PROJETOS HÍDRICOS NO BRASIL<br />
25000,00<br />
20000,00<br />
Santo Antonio<br />
3.150 MW<br />
- <strong>EPC</strong><br />
Jirau<br />
3.350 MW<br />
- <strong>EPC</strong>M<br />
Belo Monte<br />
11.000 MW<br />
- Mo<strong>de</strong>lo Híbrido<br />
15000,00<br />
DBB<br />
10000,00<br />
DBB<br />
5000,00<br />
DBB<br />
DBB<br />
0,00<br />
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• Agências Multilaterais<br />
PADRÃO INTERNACIONAL<br />
• BID / Banco Mundial / JICA / JBIC / BNDES (Brasil)<br />
17
A OPÇÃO PELO <strong>EPC</strong>: SINGLE POINT RESPONSIBILITY<br />
• Por conta <strong>de</strong>ssa alocação <strong>de</strong> diversos riscos a um único agente<br />
agregador, menciona-se que o mo<strong>de</strong>lo <strong>EPC</strong> distingue-se em<br />
função do chamado single point responsibility (“ponto único <strong>de</strong><br />
responsabilida<strong>de</strong>”)<br />
• O single point responsibility é o aspecto que, mais que qualquer<br />
outro, diferencia essa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contratação em<br />
comparação a outras utilizadas para implantação <strong>de</strong><br />
empreendimentos complexos<br />
• O single point responsibility po<strong>de</strong> ser compreendido sob duas<br />
perspectivas:<br />
A perspectiva <strong>de</strong> escopo<br />
A perspectiva do suprimento (“Procurement”)<br />
18
A OPÇÃO PELO <strong>EPC</strong>: DESAFIOS NA ALOCAÇÃO DE RISCOS<br />
“Batalha Naval <strong>de</strong> Riscos”<br />
19
CAUSAS DE SOBRECUSTOS MESMO NO MODELO <strong>EPC</strong><br />
• Interpretação ina<strong>de</strong>quada das informações do projeto<br />
• Problemas na gestão da mão-<strong>de</strong>-obra<br />
• Problemas na gestão das compras <strong>de</strong> materiais e equipamentos<br />
• Problemas na gestão da logística<br />
• Especificações e informações do projeto imprecisas<br />
• Coor<strong>de</strong>nação ineficiente<br />
• Intereses e objetivos divergentes<br />
• Falta <strong>de</strong> química (afinida<strong>de</strong>) entre as Partes<br />
• Ina<strong>de</strong>quada distribuição dos riscos<br />
• Antagonismo natural das Partes<br />
20
A Opção pela Aliança<br />
21
<strong>EPC</strong><br />
Engineering Procurement Construction<br />
22
PROCESSO DE FORMAÇÃO DE ALIANÇA<br />
Engineering Procurement Construction<br />
Engineering Procurement Construction<br />
23
PARA OBTER UM PROJETO MELHOR…<br />
• Além <strong>de</strong> eliminar barreiras…<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Deve-se melhorar a comunicação entre as partes<br />
Recomenda-se buscar o melhor alinhamento <strong>de</strong> interesses<br />
Uma boa prática é o estabelecimento <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong><br />
incentivos para as partes envolvidas (sistema <strong>de</strong> “bônus e<br />
penalida<strong>de</strong>s”)<br />
O objetivo final é criar uma cultura <strong>de</strong> relacionamento<br />
entre as partes por meio da qual o interesse do projeto<br />
prevaleça sobre o interesse individual<br />
24
EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE ALIANÇA<br />
Evolução dos Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Construção<br />
Alianças no<br />
Mar do Norte<br />
Alianças<br />
Vale<br />
“Andrew’s Oil Field”<br />
25
450<br />
ALIANÇAS NO MAR DO NORTEA<br />
1990: BP’s 1 st Alliance Contracting<br />
Preço Original: £ 450 mi (base <strong>EPC</strong> TKLS - Turn Key Lump Sum)<br />
Preço Target : £ 373 mi (-17% em relação ao Preço Original)<br />
Preço Final : £ 290 mi e com 6 meses <strong>de</strong> antecedência (-35%)<br />
35%<br />
17%<br />
373<br />
290<br />
“Andrew’s Oil Field”<br />
$ Original $ Target $ Final<br />
26
ALIANÇA<br />
27
O QUE É UMA ALIANÇA?<br />
• Não é uma Joint Venture ou uma SPE (“Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Propósito Específico”)<br />
• É um Contrato <strong>de</strong> Construção/Infraestrutura que tem por<br />
objetivo promover a máxima cooperação das Partes para a<br />
execução/implantação <strong>de</strong> um projeto<br />
• Criação <strong>de</strong> um “ambiente <strong>de</strong> harmonização <strong>de</strong> interesses”<br />
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FEL - FRONT END LOADING<br />
Negócio<br />
Conceitual<br />
Básico<br />
Execução<br />
Operação<br />
Conceito<br />
<strong>EPC</strong><br />
FEL 1 FEL 2 FEL 3<br />
Aliança<br />
29
FORMAÇÃO DE UMA ALIANÇA<br />
• Não existem mo<strong>de</strong>los internacionalmente <strong>de</strong>senvolvidos para contratos <strong>de</strong><br />
aliança ou parceria<br />
• Quando encontrados projetos em aliança ou em parceria, <strong>de</strong>ve-se sempre<br />
certificar-se por que exatamente a estrutura contratual foi <strong>de</strong>senvolvida<br />
• Existem certos mo<strong>de</strong>los que contêm elementos <strong>de</strong> uma aliança e <strong>de</strong> uma<br />
parceria, um “trabalho em cooperação”<br />
<br />
<br />
<br />
British NEC-31<br />
JCT Construction Excellence<br />
PPC2000<br />
Publicações <strong>de</strong> “melhores práticas” da American Association of<br />
Architects<br />
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FORMAÇÃO DE UMA ALIANÇA<br />
• Workshops<br />
Comercial<br />
Financeiro<br />
Riscos<br />
Equipes<br />
Engenharia<br />
31
• “Melhor para o projeto”<br />
<br />
PRINCÍPIOS DA ALIANÇA<br />
Todas as ações e <strong>de</strong>cisões a serem tomadas pelas partes<br />
consi<strong>de</strong>rarão sempre as melhores opções e oportunida<strong>de</strong>s<br />
para o projeto<br />
• “Suficiência <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res”<br />
<br />
As Partes <strong>de</strong>vem garantir que seus representantes no<br />
Projeto em Aliança terão po<strong>de</strong>res em nível suficiente para<br />
executá-la com o mesmo espírito do Contrato <strong>de</strong> Aliança<br />
Isto significa que os gestores superiores das partes<br />
envolvidas, especialmente do lado do Contratante, <strong>de</strong>vem<br />
conhecer profundamente e apoiar o conceito da Aliança<br />
32
• “Consenso”<br />
<br />
PRINCÍPIOS DA ALIANÇA<br />
Decisões pelas partes no âmbito do Contrato <strong>de</strong> Aliança por “consenso”,<br />
o que implica que nenhuma parte terá um voto <strong>de</strong>cisivo, exceto em<br />
questões para as quais isto tenha sido expressamente acordado<br />
• “Livro aberto”<br />
<br />
As Partes serão responsáveis uma perante a outra na base <strong>de</strong> uma<br />
política <strong>de</strong> “livro aberto” (open book), o que implica uma total<br />
transparência e as partes não ocultarem uma da outra lucros, overhead<br />
ou outras fontes <strong>de</strong> renda que <strong>de</strong>veriam ter sido contabilizadas<br />
• “Partilha <strong>de</strong> perdas e ganhos”<br />
<br />
Bônus e penalida<strong>de</strong>s previamente acordados e seus limites<br />
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• “Sem culpa”<br />
<br />
<br />
PRINCÍPIOS DA ALIANÇA<br />
As partes reconhecem que erros po<strong>de</strong>m ocorrer e que - exceto ao<br />
claramente estipulado - não culparão umas às outras por quaisquer<br />
erros ou falhas causadas por seu pessoal<br />
O Contrato <strong>de</strong> Aliança busca o total alinhamento entre as partes aliadas<br />
<strong>de</strong> forma a serem naturalmente motivadas a atingir os maiores padrões<br />
<strong>de</strong> execução e eficiência, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma lógica “não acusatória”, em<br />
que o insucesso do projeto não <strong>de</strong>ve ser atribuído à culpa <strong>de</strong> uma parte<br />
mas sempre do conjunto<br />
Nas formas mais puras <strong>de</strong> <strong>Contratos</strong> <strong>de</strong> Aliança, tal lógica é<br />
corroborada ao extremo pelas partes por meio da renúncia <strong>de</strong> seus<br />
direitos <strong>de</strong> formularem reivindicações umas contra as outras nos<br />
tribunais judiciais ou arbitrais, exceto na medida que uma ou mais<br />
partes tenham <strong>de</strong>scumprido suas obrigações e atribuições <strong>de</strong> forma<br />
dolosa ou intencional<br />
34
SOLUÇÃO DE CONFLITOS<br />
35