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Resumos do XIX seminário PIBIC - Jardim Botânico do Rio de Janeiro

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DESENVOLVIMENTO DO RUDIMENTO SEMINAL EM RUBIACEAE<br />

Fernanda <strong>de</strong> Araujo Masullo; Graduação em Ciências Biológicas, UNIRIO; ingresso na graduação<br />

– 03/2009; previsão <strong>de</strong> conclusão <strong>do</strong> curso – 12/2012; ingresso no <strong>PIBIC</strong>: agosto/2010; orienta<strong>do</strong>r<br />

Karen Lucia Gama De Toni.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A família Rubiaceae constitui uma das quatro maiores famílias entre as angiospermas, com 11.150<br />

espécies em 660 gêneros (Robbrecht & Manen 2006). Apesar <strong>de</strong> exibir uma ampla gama <strong>de</strong><br />

variações morfológicas é consi<strong>de</strong>rada monofilética (Bremer 1996). São reconhecidas duas<br />

subfamílias (Cinchonoi<strong>de</strong>ae e Rubioi<strong>de</strong>ae), e quatro supertribos (Ixoridinae, Cinchonidinae,<br />

Psychotriidinae e Rubiidinae) (Robbrecht & Manen 2006). Para Rubiaceae, a confiabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

estu<strong>do</strong>s embriológicos visan<strong>do</strong> o or<strong>de</strong>namento da família foi evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> por Fagerlind (1937),<br />

sen<strong>do</strong> observada a evolução <strong>de</strong> características morfológicas <strong>do</strong>s rudimentos seminais (óvulos).<br />

Análises moleculares e morfológicas, principalmente embriológicas, são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> na<br />

tentativa <strong>de</strong> estabelecermos um or<strong>de</strong>namento natural nas famílias <strong>de</strong> angiospermas (Endress 2005).<br />

O uso <strong>de</strong> caracteres embriológicos para relacionar táxons tem se mostra<strong>do</strong> eficaz em Rubiaceae<br />

(De Toni & Mariath 2008), e as semelhanças <strong>do</strong>s diagramas evolutivos apresenta<strong>do</strong>s com os<br />

cla<strong>do</strong>gramas moleculares é evi<strong>de</strong>nte. Diversos são os estu<strong>do</strong>s com esta abordagem, porém gran<strong>de</strong><br />

parte <strong>de</strong>les baseiam-se em espécies européias e pertencentes a supertribo Rubiidinae, sen<strong>do</strong><br />

escassos os que consi<strong>de</strong>ram as espécies neotropicais (supertribos Ixoridinae, Cinchonidinae e<br />

Psychotriidinae).<br />

OBJETIVO<br />

O objetivo <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong> é dar continuida<strong>de</strong> às discussões filogenéticas em Rubiaceae através<br />

<strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da ontogenia <strong>do</strong> rudimento seminal, incluin<strong>do</strong> ginosporogênese, <strong>de</strong> Rudgea macrophylla<br />

Benth., classifican<strong>do</strong>-a nos diagramas evolutivos já propostos para Rubiaceae. Espécie circunscrita<br />

em Psychotriidinae, consi<strong>de</strong>rada neotropical e endêmica <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong>, a qual é consi<strong>de</strong>rada<br />

muito vulnerável <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> seu habitat específico (Zappi 2003).<br />

METODOLOGIA<br />

O material botânico foi coleta<strong>do</strong> no Arboreto <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong> Pesquisas <strong>Jardim</strong> Botânico <strong>do</strong> <strong>Rio</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Janeiro</strong>. Os botões florais e as flores <strong>de</strong> Rudgea macrophylla foram processa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os<br />

protocolos usuais para confecção <strong>de</strong> lâminas permanentes em Anatomia Vegetal. As observações<br />

foram realizadas em microscópio óptico Olympus BX-50 com câmera digital CoolSnap Pro<br />

acoplada.<br />

RESULTADOS<br />

Rudgea macrophylla apresenta ovário ínfero, bicarpelar, bilocular, com um rudimento seminal por<br />

lóculo. O qual, quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> é anátropo, unitegumenta<strong>do</strong> e tenuinucela<strong>do</strong>, com obtura<strong>do</strong>r<br />

<strong>de</strong> origem funicular. O primórdio seminal contém três camadas meristemáticas: epidérmica,<br />

subepidérmica e central. O início da formação <strong>do</strong> rudimento seminal ocorre com divisões mitóticas<br />

sem orientação preferencial das células da camada central, sen<strong>do</strong> observadas divisões anticlinais<br />

nas camadas epidérmica e subepidérmica. Divisões periclinais na camada subepidérmica darão<br />

origem às iniciais arquesporiais, que maturam em até seis células arquesporiais, das quais apenas<br />

uma (célula-mãe <strong>de</strong> ginósporos) entrará em processo meiótico. Ao final da meiose observa-se uma<br />

tétra<strong>de</strong> <strong>de</strong> ginósporos <strong>do</strong> tipo linear, <strong>do</strong>s quatro ginósporos forma<strong>do</strong>s três <strong>de</strong>generam e apenas um<br />

se torna viável, maturan<strong>do</strong> como célula-mãe <strong>de</strong> ginófito. Foram observa<strong>do</strong>s também divisões<br />

periclinais na camada epidérmica, as quais estão envolvidas no estabelecimento <strong>do</strong> tegumento e da<br />

epi<strong>de</strong>rme nucelar. Além <strong>do</strong> único tegumento, são também observadas divisões periclinais na<br />

camada subepidérmica, caracterizan<strong>do</strong> resquícios <strong>de</strong> tegumento externo. A epi<strong>de</strong>rme nucelar (com<br />

até seis células) em estágios precoces <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento apresenta superfície plana, e em

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