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Resumos do XIX seminário PIBIC - Jardim Botânico do Rio de Janeiro

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ANATOMIA ECOLÓGICA DE ANTHURIUM BROMELICOLA MAYO & L.P. FELIX<br />

(ARACEAE)<br />

Thales Ornellas C. <strong>de</strong> Oliveira; Graduação em Ciências, UFRJ; Ingresso na graduação – 08/2007;<br />

Previsão <strong>de</strong> conclusão – 07/2012; Ingresso no <strong>PIBIC</strong>: Agosto/2010; Orienta<strong>do</strong>r: André Mantovani<br />

INTRODUÇÃO<br />

A família Araceae Juss. possui aproximadamente 117 gêneros compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 3762<br />

espécies (CATE Araceae 2011) encontradas pre<strong>do</strong>minantemente na América tropical, su<strong>do</strong>este da<br />

Ásia e no arquipélago da Malásia (Mayo et al. 1997). Anthurium Schott, o maior gênero da família,<br />

é caracteriza<strong>do</strong> por possuir flores bissexuais, espádice homogêneo e espata livre, geralmente<br />

persistente (Mayo et al. 1997). É neotropical, distribuin<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> México à Argentina e ilhas <strong>do</strong><br />

Caribe (Mayo et al. 1997) e reúne 903 espécies (CATE Araceae 2011) apresentan<strong>do</strong> gran<strong>de</strong><br />

diversida<strong>de</strong> nas matas úmidas tropicais <strong>de</strong> baixas e médias elevações, mas também ocorrem em<br />

florestas nebulares, em áreas brejosas, sobre afloramentos rochosos, áreas arenosas abertas e até<br />

em regiões semi-áridas (Mayo et al. 1997). São <strong>de</strong>scritos hábitos terrestres, hemiepífitos, epífitos,<br />

litófitos, raramente helófitas ou reófitas (Croat 1988). No Brasil há 120 espécies <strong>de</strong> Anthurium,<br />

muitas das quais endêmicas, como A. bromelicola Mayo & L.P. Félix, encontra<strong>do</strong> apenas no<br />

nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil (Coelho 2010). Em contrapartida às formas <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>scritas para o gênero,<br />

freqüentemente epífitas, essa espécie se associa exclusivamente com bromélias-tanque,<br />

apresentan<strong>do</strong> assim um hábito aparentemente anfíbio ou helófito, além <strong>de</strong> características<br />

morfológicas muito divergentes em relação às <strong>de</strong>mais espécies <strong>do</strong> gênero.<br />

Anthurium bromelicola é uma espécie <strong>de</strong>scrita para o nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil por S. J. Mayo e L. P.<br />

Félix, com duas subespécies (Mayo et al. 2000): A. bromelicola subsp. bromelicola, encontrada<br />

associada à bromélias <strong>de</strong> afloramentos rochosos no agreste <strong>de</strong> Pernambuco; e A. bromelicola<br />

subsp. bahiense, ocorren<strong>do</strong> em bromélias terrestres ou psamófilas em áreas <strong>de</strong> restinga da Bahia. É<br />

uma erva fina, <strong>de</strong> crescimento modular, com entrenós longos, que se entrelaça ao tanque <strong>de</strong><br />

bromélias hospe<strong>de</strong>iras, produzin<strong>do</strong> suas folhas on<strong>de</strong> as possa expor à luz. Emite raízes únicas, não<br />

ramificadas, a partir <strong>de</strong> cada nó, em direção ao tanque da planta hospe<strong>de</strong>ira, on<strong>de</strong> então estas<br />

apresentam gran<strong>de</strong> ramificação. As subespécies se diferenciam pela inflorescência, A. bromelicola<br />

subsp. bromelicola possui espata diferenciada em tubo e lâmina, presença <strong>de</strong> nervuras na face<br />

interna da espata, espata com coloração roxo escura e espádice <strong>de</strong> coloração preto-arroxeada,<br />

enquanto A. bromelicola subsp. bahiensis possui espata não diferenciada em tubo e lâmina, não<br />

possui nervuras na face interna da espata, a coloração da espata rosada e espádice amarelada. As<br />

duas subespécies, além <strong>de</strong> terem distribuição geográfica disjunta, apresentam características<br />

morfológicas em caráter reprodutivo, o que é largamente utiliza<strong>do</strong> na taxonomia <strong>de</strong> Araceae. as<br />

mesmas constituiriam potencialmente como duas espécies distintas, com A. bromelicola subsp.<br />

bahiensis seria eleva<strong>do</strong> a A. bromelianum, como foi proposto por Temponi (2006).<br />

OBJETIVO<br />

Diante <strong>do</strong> exposto, o presente estu<strong>do</strong> teve como objetivo analisar características morfoanatômicas<br />

<strong>de</strong> A. bromelicola e espécies relacionadas a fim <strong>de</strong> inferir sobre as características que conferem sua<br />

sobrevivência nas condições especiais em que vive. Nossas hipóteses são: i) A. bromelicola<br />

apresenta não só morfologia externa, mas também anatomia diferenciada das <strong>de</strong>mais espécies da<br />

seção on<strong>de</strong> está atualmente inserida; ii) tais modificações anatômicas têm potencial valor<br />

adaptativo para vida no copo periodicamente inunda<strong>do</strong> das bromélias hospe<strong>de</strong>iras.<br />

METODOLOGIA<br />

Para a comparação anatômica, foram escolhidas as espécies que formam o cla<strong>do</strong> ((A. gladiifolium<br />

+ A. petrophilum) ((A. gaudichaudianum + A. acutum) ((A. bellum + A. radicans) (A. bromelicola +<br />

A. longipes)))), segun<strong>do</strong> a filogenia proposta por Temponi (2006). Foi realizada análise <strong>de</strong> agrupa-

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