Olga Rodrigues de Moraes von Simson - Itaú Cultural
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estão ali são fontes originais <strong>de</strong> saber. Cada um dos integrantes<br />
<strong>de</strong> um grupo humano trabalha, convive e/ou participa <strong>de</strong>le a<br />
partir e através daquilo que traz, como os conhecimentos, as<br />
sensibilida<strong>de</strong>s e os sentidos <strong>de</strong> vida originados <strong>de</strong> suas experiências<br />
pessoais e interativas. E em cada uma ou um <strong>de</strong> nós elas são<br />
únicas e originais.<br />
Conhecimentos, práticas e habilida<strong>de</strong>s são diferentes uns dos<br />
outros, umas das outras, como os/as do servente <strong>de</strong> pedreiro, do<br />
pedreiro, do mestre-<strong>de</strong>-obras e do engenheiro. São diferentes,<br />
mas não são <strong>de</strong>siguais.<br />
Nós nos acostumamos a or<strong>de</strong>nar e classificar conhecimentos<br />
e culturas mais ou menos assim: “selvagens” e “civilizados”,<br />
“populares” e “eruditos”, “cultos” e “incultos”. No entanto, na<br />
realida<strong>de</strong>, cada tipo cultural <strong>de</strong> saber – como o <strong>de</strong> nossa religião,<br />
<strong>de</strong> nossa família, <strong>de</strong> nossa comunida<strong>de</strong> – e cada unida<strong>de</strong> pessoal<br />
<strong>de</strong> saber – cada um <strong>de</strong> nós – cria, renova, guarda e comparte eixos<br />
e feixes <strong>de</strong> conhecimento próprio. Saberes <strong>de</strong> pensamento e ação,<br />
significados do mundo e sentidos <strong>de</strong> vida vividos e pensados <strong>de</strong><br />
forma única e criativa. Algo que, por isso mesmo, possui em si um<br />
valor não comparável com outros.<br />
Círculo <strong>de</strong> diálogos<br />
Em momentos <strong>de</strong> planejar ações e estabelecer procedimentos,<br />
a integração entre diferentes experiências <strong>de</strong> vida, entre diversos<br />
modos <strong>de</strong> sentir e pensar é fundamental. É por isso que, em<br />
trabalhos recentes sobre a educação ambiental, por exemplo, a<br />
dimensão da comunida<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>nte é tão marcante. Qualquer<br />
que seja o contexto em que se esteja vivendo uma experiência <strong>de</strong><br />
educação ambiental, as pessoas que se reúnem em um “círculo <strong>de</strong><br />
experiências e <strong>de</strong> saberes” possuem sempre algo <strong>de</strong> seu, <strong>de</strong><br />
próprio e <strong>de</strong> originalmente importante. E o trabalho mais fecundo<br />
é aquele em que, em uma comunida<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>nte, todos têm<br />
algo a ouvir e algo a dizer. Algo a apren<strong>de</strong>r e algo a ensinar.<br />
Nas comunida<strong>de</strong>s<br />
apren<strong>de</strong>ntes, a<br />
aula expositiva<br />
po<strong>de</strong> ser cada<br />
vez mais<br />
convertida<br />
no círculo <strong>de</strong><br />
diálogos<br />
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