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Emmanuel Duarte Almada - ICB - UFMG

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1. INTRODUÇÃO<br />

As galhas são hiperplasias e/ou hipertrofias em tecidos vegetais induzidas por insetos,<br />

fungos, vírus, bactérias e nematóides. Nas últimas duas décadas, o estudo das galhas trouxe<br />

inúmeras contribuições para a ecologia em geral, em especial no que diz respeito a compreensão da<br />

evolução das relações parasita-hospedeiro (Price et al., 1998). Os insetos galhadores representam<br />

uma guilda importante de herbívoros altamente diversa (Espírito-Santo et al., 2007)e têm servido<br />

como modelos em inúmeros estudos de relações tróficas, padrões globais de distribuição de<br />

espécies, além da compreensão dos efeitos da arquitetura e do sexo da planta hospedeira sobre o<br />

fitness de herbívoros (Espírito-Santo et al., 2007; Fagundes et al., 2005; Araújo et al., 2003).<br />

Os padrões globais de distribuição de insetos galhadores têm sido objeto de intensas<br />

discussões no meio científico. Price et al. (1998) apontaram um padrão global de distribuição de<br />

insetos galhadores em que as latitudes equivalentes entre 23 e 45 graus Norte ou Sul apresentariam<br />

os maiores valores de riqueza de insetos galhadores. Essas regiões corresponderiam a climas<br />

quentes e com vegetação esclerófila, nas quais as galhas representariam uma adaptação dos<br />

galhadores ao estresse higrotérmico. Além disso, ambientes xéricos apresentam menores taxas de<br />

mortalidade larval dos galhadores devido a ataques de fungos e predadores (Gange et al. 2002; Price<br />

et al., 1998; Fernandes & Price, 1992). Assim, combinando-se o alto grau de esclerofilia dos tecidos<br />

e a baixa mortalidade por predação e parasitismo, ambientes xéricos abrigariam elevada riqueza de<br />

galhadores quando comparados a ambientes mésicos. Esse modelo, baseado nas condições de<br />

estresse higrotérmico e nutricional e de taxas diferenciais de mortalidade entre ambientes, tem<br />

dominado as discussões em torno dos mecanismos geradores da distribuição biogeográfica de<br />

insetos galhadores. (Lara & Fernandes, 1996; Price et al., 1998). No entanto, alguns autores<br />

apontaram outros mecanismos que gerariam padrões locais e regionais da distribuição de<br />

galhadores.<br />

Wrihgt & Samways (1998), estudando a vegetação de Fynbos na Africa do Sul, encontrou<br />

uma forte influência da composição florística sobre a riqueza de galhadores. Neste ambiente,<br />

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