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Efeito alelopático do extrato de Euphorbia heterophylla ... - Emepa

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<strong>Efeito</strong> alelopático <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> <strong>de</strong> <strong>Euphorbia</strong> <strong>heterophylla</strong> sobre a emergência<br />

e o <strong>de</strong>senvolvimento da alface<br />

Victor Suzini <strong>de</strong> Paula¹, Lorenzo Paradiso Martins², Rogério Cavalcante Gonçalves²,<br />

Viniciús Almeida Oliveira³ e Luíz Paulo Figuere<strong>do</strong> Benício³<br />

¹Engenheiro Agrônomo (vitinho<strong>de</strong>paula1@hotmail.com)<br />

²Mestran<strong>do</strong> em Agroenergia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Tocantins, TO, Brasil (lorenzoparadiso@hotmail.com;<br />

cavalcante.rg@hotmail.com;)<br />

³Mestran<strong>do</strong> em Produção Vegetal da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Tocantins, TO, Brasil (mutamba8@hotmail.com;<br />

luizpaulo.figuere<strong>do</strong>@hotmail.com)<br />

Resumo - O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi verificar os efeitos alelopáticos da <strong>Euphorbia</strong> <strong>heterophylla</strong> L. sobre a emergência <strong>de</strong><br />

®<br />

plântulas e o crescimento da alface (Lactuca sativa L.), cultivar Monica, em substrato comercial Plantmax HT . O<br />

experimento foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> <strong>de</strong> março a junho <strong>de</strong> 2010, na horta experimental da Unida<strong>de</strong> Agrárias da Universida<strong>de</strong><br />

Anhanguera – Uni<strong>de</strong>rp, em Campo Gran<strong>de</strong>, MS. Conduzi<strong>do</strong> em casa <strong>de</strong> vegetação com oito tratamentos e quatro repetições,<br />

sen<strong>do</strong> cada tratamento compostos por 25 células, nomea<strong>do</strong>s aleatoriamente em T0, T1, T2, T3, T4, T5, T6 e T7. Foram<br />

semeadas três sementes por célula a 1 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> e aplica<strong>do</strong> com uma seringa 7 mL <strong>de</strong> <strong>extrato</strong> etanólico e aquoso <strong>de</strong><br />

<strong>Euphorbia</strong> <strong>heterophylla</strong> por célula, nas concentrações 0, 100, 200 e 300 µg. A concentração <strong>do</strong> álcool foi <strong>de</strong> 99%, e somente<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong>14 horas após a aplicação <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> as ban<strong>de</strong>jas foram regadas com água. O <strong>extrato</strong> <strong>de</strong> E. <strong>heterophylla</strong> não exerce<br />

influência sobre a emergência da alface, porém afeta diretamente a qualida<strong>de</strong> das plantas e a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência.<br />

Palavras-chave: <strong>Euphorbia</strong>ceae, aleloquímico, índice <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência<br />

Allelopathic effect of <strong>Euphorbia</strong> <strong>heterophylla</strong> leaves on emergency<br />

and <strong>de</strong>velopment of lettuce<br />

Abstract – The objective of this work was to evaluate the allelopathic effects of <strong>Euphorbia</strong> <strong>heterophylla</strong> L. on seedling<br />

®<br />

emergence and growth of lettuce (Lactuca sativa L.) cultivar Mônica in commercial substrate Plantmax HT . The<br />

experiment was carried out from March to June 2010 at experimental orchard of the Unida<strong>de</strong> Agrárias da Universida<strong>de</strong><br />

Anhanguera-UNIDERP in Campo Gran<strong>de</strong>, MS, Brazil. Carried out in a greenhouse with eight treatments and four<br />

replicates, each one consisting of 25 treatment cells, ran<strong>do</strong>mly assigned at T0, T1, T2, T3, T4, T5, T6 and T7. Three seeds per<br />

cell were sown at 1 cm of <strong>de</strong>pth and then 7 mL of ethanolic and aqueous extract of <strong>Euphorbia</strong> <strong>heterophylla</strong> were applied with<br />

a syringe at each cell. The concentrations of the solutions were 0, 100, 200 and 300 µg. The alcohol concentration was 99%,<br />

and only after 14 hours of the application of the extract in the cells, the trays were watered. The extract of E. hererophylla<br />

<strong>do</strong>es not affect on lettuce emergence, however, it affects directly the plant quality and the emergence speed.<br />

Keywords: <strong>Euphorbia</strong>ceae, allelochemicals, in<strong>de</strong>x speed emergency<br />

Introdução<br />

A alelopatia refere-se à interação entre plantas e outros<br />

organismos mediada por compostos químicos, que são<br />

lança<strong>do</strong>s no ambiente pelas plantas <strong>do</strong>a<strong>do</strong>ras, por lixiviação,<br />

exsudação da raiz, volatilização, e <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> resíduos<br />

vegetais. Estes compostos po<strong>de</strong>m ter efeito benéfico ou<br />

prejudicial sobre as plantas receptoras tanto em sistemas<br />

naturais quanto agrícolas (Lara-Nuñez et al., 2009). O<br />

potencial alelopático <strong>de</strong>sses compostos po<strong>de</strong> ser pesquisa<strong>do</strong><br />

por meio <strong>de</strong> <strong>extrato</strong>s aquosos e/ou alcoólicos <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s tanto<br />

<strong>de</strong> plantas cultivadas quanto <strong>de</strong> invasoras (Coelho et al.,<br />

2011).<br />

A ação alelopática, das plantas cultivadas sobre as plantas<br />

daninhas ou vice-versa, ou, ainda a ação mútua, <strong>de</strong>ve ser<br />

lembrada, pois po<strong>de</strong> alterar os resulta<strong>do</strong>s da convivência<br />

sobre produtivida<strong>de</strong> (Ferreira et al., 2007).<br />

A espécie <strong>Euphorbia</strong> <strong>heterophylla</strong> L. (amen<strong>do</strong>im-bravo)<br />

é uma invasora que está concentrada em sua maior parte no<br />

centro-sul <strong>do</strong> Brasil, (Vidal & Winkler, 2002). É uma planta<br />

anual, lactescente, ereta, <strong>de</strong> 30 a 80 cm <strong>de</strong> altura com folhas<br />

glabras ou levemente pubescentes, <strong>de</strong> forma bastante<br />

variável, <strong>de</strong> 4 a 10 cm <strong>de</strong> comprimento e sua propagação se<br />

dá através <strong>de</strong> semente (Lorenzi, 2008).<br />

É uma das mais temidas espécies infestantes, e<br />

atualmente está entre as três espécies com maior resistência a<br />

aplicação <strong>de</strong> herbicidas (Trezzi et al., 2009). Sua capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se reproduzir e crescer é bastante significativa e por isso<br />

competem por nutrientes, água, CO 2 e luz com plantas <strong>de</strong><br />

culturas anuais que possuem <strong>de</strong>senvolvimento mais lento<br />

Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.5, n.4, p.31-37, <strong>de</strong>z. 2011 31


(Kissmann & Groth, 1999). Também competem pelo efeito<br />

alelopático, causan<strong>do</strong> danos à produção (Bianchi, 1995).<br />

Para avaliar se uma planta apresenta alelopatia são<br />

realiza<strong>do</strong>s bioensaios <strong>de</strong> germinação <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong><br />

espécies cultivadas <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, como tomate e alface,<br />

pois são facilmente encontradas e bastante sensíveis a vários<br />

aleloquímicos. De acor<strong>do</strong> com Coelho et al. (2011), a<br />

principal vantagem <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> alface como alvo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s<br />

alelopáticos está na sensibilida<strong>de</strong> das sementes da espécie,<br />

pois mesmo em baixas concentrações <strong>de</strong> aleloquímicos o<br />

processo <strong>de</strong> germinação po<strong>de</strong> ser comprometi<strong>do</strong>. Além<br />

disso, a germinação é rápida, em aproximadamente 24 horas,<br />

possui crescimento linear, é insensível às diferenças <strong>de</strong> pH<br />

em ampla faixa <strong>de</strong> variação e aos potenciais osmóticos das<br />

soluções (Oliveira et al., 2009).<br />

Desta maneira, o presente estu<strong>do</strong> teve por objetivo avaliar<br />

o efeito <strong>de</strong> <strong>extrato</strong>s etanólicos e aquosos <strong>de</strong> E. <strong>heterophylla</strong><br />

L. sobre a emergência e crescimento inicial da alface.<br />

Material e Méto<strong>do</strong>s<br />

As plantas adultas <strong>de</strong> E. <strong>heterophylla</strong> L. foram coletadas<br />

na área <strong>de</strong> cultivo da Fazenda Escola Três Barras, região <strong>de</strong><br />

Campo Gran<strong>de</strong>, MS, nas coor<strong>de</strong>nadas geográficas<br />

20°33'37,44043” Sul e 54°32'10,3824” Oeste, a 700 m <strong>de</strong><br />

altitu<strong>de</strong>.<br />

As plantas foram secas em estufa circula<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> ar a 45ºC<br />

por 48 horas e posteriormente trituradas em liquidifica<strong>do</strong>r<br />

industrial. Para preparação <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> bruto etanólico<br />

utilizou-se <strong>de</strong> 670 g <strong>de</strong> planta seca extraí<strong>do</strong>s exaustivamente<br />

com etanol. Primeiramente, a extração ocorreu em banho <strong>de</strong><br />

ultra-som por 60 minutos, em seqüência o material foi<br />

macera<strong>do</strong>, este procedimento foi executa<strong>do</strong> por 15 dias. A<br />

remoção <strong>do</strong> solvente ocorreu sob vácuo em evapora<strong>do</strong>r<br />

rotativo e obteve-se o <strong>extrato</strong> etanólico (34,6 g).<br />

Para a produção das mudas foram utilizadas oito ban<strong>de</strong>jas<br />

<strong>de</strong> poliestireno expandi<strong>do</strong> <strong>de</strong> 128 células preenchidas com<br />

substrato Plantimax HT, no qual foi acrescenta<strong>do</strong> 30 g <strong>de</strong><br />

Uréia e 30 g <strong>de</strong> Superfosfato simples.<br />

As mudas foram cultivadas em casa <strong>de</strong> vegetação, na<br />

horta experimental da Universida<strong>de</strong> Anhanguera –<br />

UNIDERP, Campo Gran<strong>de</strong>, MS, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> março a<br />

junho <strong>de</strong> 2010, utilizan<strong>do</strong>-se um lote <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> alface<br />

(Lactuca sativa L.), cultivar Mônica, as quais foram<br />

avaliadas quanto à emergência <strong>de</strong> plantas, índice <strong>de</strong><br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência (IVE), comprimento <strong>de</strong> planta<br />

(cm), número <strong>de</strong> folhas (NF), massa fresca da parte aérea<br />

(MFPA), massa seca da parte aérea (MSPA) e porcentagem<br />

<strong>de</strong> matéria seca (MS).<br />

O <strong>de</strong>lineamento experimental utiliza<strong>do</strong> foi inteiramente<br />

casualiza<strong>do</strong> com oito tratamentos nomea<strong>do</strong>s aleatoriamente<br />

em T0, T1, T2, T3, T4, T5, T6 e T7 e quatro repetições. As<br />

especificações <strong>de</strong> cada tratamento encontram-se na Tabela 1.<br />

A comparação entre médias <strong>de</strong> tratamentos foi realizada pelo<br />

teste <strong>de</strong> Tukey ao nível <strong>de</strong> 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.<br />

Tabela 1. Tratamentos testa<strong>do</strong>s para o efeito alelopático na<br />

alface, concentrações <strong>do</strong> <strong>extrato</strong>, <strong>de</strong> álcool e água, na<br />

Unida<strong>de</strong> Agrárias da Universida<strong>de</strong> Anhanguera, Município<br />

<strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>, MS, 2010.<br />

Tratamentos<br />

T0<br />

T1<br />

T2<br />

T3<br />

T4<br />

T5<br />

T6<br />

T7<br />

Concentração<br />

<strong>do</strong> Extrato<br />

0<br />

0<br />

100 µg<br />

200 µg<br />

300 µg<br />

100 µg<br />

200 µg<br />

300 µg<br />

Extrato<br />

Bruto<br />

0,00%<br />

0,00%<br />

4,16%<br />

8,32%<br />

13,19%<br />

4,16%<br />

8,32%<br />

13,19%<br />

Álcool<br />

0,00%<br />

100,00%<br />

95,84%<br />

91,68%<br />

86,81%<br />

0,00%<br />

0,00%<br />

0,00%<br />

Água<br />

100,00%<br />

0,00%<br />

0,00%<br />

0,00%<br />

0,00%<br />

95,84%<br />

91,68%<br />

86,81%<br />

Foram semeadas três sementes por célula a 1cm <strong>de</strong><br />

profundida<strong>de</strong> e aplica<strong>do</strong> com uma seringa 7 mL <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> <strong>de</strong><br />

(E. <strong>heterophylla</strong>) nas concentrações correspon<strong>de</strong>nte a cada<br />

tratamento, e somente após 14 horas as ban<strong>de</strong>jas foram<br />

regadas com água.<br />

As ban<strong>de</strong>jas foram irrigadas <strong>de</strong> 2 a 4 vezes ao dia,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar e temperatura. O <strong>de</strong>sbaste foi<br />

realiza<strong>do</strong> após 14 dias da semeadura, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-se apenas<br />

uma planta por célula.<br />

O teste <strong>de</strong> índices <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência (IVE) foi<br />

realiza<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong>-se 25 células para cada tratamento, e<br />

calcula<strong>do</strong> o índice <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência IVE,<br />

soman<strong>do</strong>-se o número plântula emergidas a cada dia,<br />

dividi<strong>do</strong> pelo respectivo número <strong>de</strong> dias transcorri<strong>do</strong>s a<br />

partir da semeadura, conforme o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Maguire (1962).<br />

A <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> IVE proce<strong>de</strong>u-se diariamente até o 12º<br />

dia e consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> como emergidas, as plantas que<br />

apresentaram os cotilé<strong>do</strong>nes totalmente livres e normais.<br />

Aos 25 dias após semeadura foram sorteadas 10 plantas<br />

por repetição, totalizan<strong>do</strong> 40 plantas por tratamento. As<br />

plantas foram retiradas das células, em seguida lavadas com<br />

água corrente para retirada <strong>do</strong> substrato, logo após colocadas<br />

em sacos plásticos e leva<strong>do</strong>s ao laboratório para a secagem<br />

sob papel toalha e a secção da raiz. Em seguida, foi<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> o comprimento da parte aérea com auxilio <strong>de</strong><br />

uma régua graduada em centímetros e a contagem <strong>do</strong> número<br />

<strong>de</strong> folhas manualmente.<br />

Após a <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> comprimento, a massa fresca da<br />

parte aérea, foi <strong>de</strong>terminada pesan<strong>do</strong> a plântula em balança<br />

semi-analítica com precisão <strong>de</strong> quatro casas <strong>de</strong>cimais. A<br />

partir <strong>do</strong> peso total <strong>de</strong> cada tratamento foi <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> o<br />

peso médio <strong>de</strong> cada plântula.<br />

Após ter-se obti<strong>do</strong> o peso da massa ver<strong>de</strong> da parte aérea<br />

das plantas das repetições foram colocadas em sacos <strong>de</strong><br />

papel e levadas para estufa com circulação <strong>de</strong> ar mantida à<br />

temperatura <strong>de</strong> 60-65ºC, on<strong>de</strong> permaneceram ate atingir<br />

peso constante.<br />

Após a secagem o material foi pesa<strong>do</strong> para <strong>de</strong>terminação<br />

da massa seca.<br />

Os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s foram submeti<strong>do</strong>s à análise <strong>de</strong> variância<br />

e <strong>de</strong> regressão e as médias <strong>do</strong>s tratamentos foram<br />

comparadas pelo teste <strong>de</strong> Tukey, ao nível <strong>de</strong> 5% <strong>de</strong><br />

probabilida<strong>de</strong>.<br />

32<br />

Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.5, n.4, p.31-37, <strong>de</strong>z. 2011


Resulta<strong>do</strong>s e Discussão<br />

Os resulta<strong>do</strong>s da avaliação <strong>do</strong>s parâmetros emergência,<br />

índice <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência, altura <strong>de</strong> planta, número<br />

<strong>de</strong> folha, massa fresca da parte aérea, massa seca da parte<br />

aérea e porcentagem <strong>de</strong> matéria seca <strong>de</strong> planta <strong>de</strong> alface<br />

estão apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 2. Observan<strong>do</strong> os valores <strong>de</strong><br />

emergência, nota-se que nos tratamentos T1, T2, T3 e T4 não<br />

ocorreu emergência, resulta<strong>do</strong> este que po<strong>de</strong> ser atribuí<strong>do</strong> à<br />

presença <strong>do</strong> álcool nestes tratamentos, uma vez que ocorreu a<br />

emergência em to<strong>do</strong>s os tratamentos sem álcool. Gonçalves<br />

& Muchovej (1987) relatam a sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sementes ao<br />

álcool em trabalhos realiza<strong>do</strong>s com feijão vagem. Estes<br />

autores obtiveram teores <strong>de</strong> germinação abaixo <strong>de</strong> 25%<br />

quan<strong>do</strong> as sementes foram embebidas por mais <strong>de</strong> seis horas<br />

em solução alcoólica. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que as sementes <strong>de</strong><br />

alface são bem mais sensíveis <strong>do</strong> que as <strong>de</strong> feijão, e que<br />

permaneceram 14 horas sem irrigação após a aplicação <strong>do</strong><br />

<strong>extrato</strong> alcóolico, isso justifica o valor <strong>de</strong> 0% <strong>de</strong> germinação<br />

no presente trabalho.<br />

Ainda para emergência não houve diferença significativa<br />

entre os tratamentos T0, T5, T6, e T7 correspon<strong>de</strong>ntes ao<br />

<strong>extrato</strong> aquoso <strong>de</strong> E. <strong>heterophylla</strong>, sen<strong>do</strong> um indicativo <strong>de</strong><br />

que as concentrações <strong>de</strong> 100, 200 e 300 µg não apresentam<br />

efeito alelopático em relação à emergência, mas segun<strong>do</strong><br />

Ferreira & Aquila (2000), o efeito alelopático não se dá sobre<br />

a germinabilida<strong>de</strong>, mas sobre a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência ou<br />

outro parâmetro <strong>do</strong> processo, por isso, o acompanhamento<br />

da emergência e <strong>de</strong>senvolvimento inicial faz-se necessário.<br />

A aplicação <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> aquoso <strong>de</strong> E. <strong>heterophylla</strong> reduziu<br />

significativamente o índice <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência<br />

(IVE) em relação à testemunha. Vários autores constataram<br />

efeitos <strong>do</strong>s <strong>extrato</strong>s aquosos <strong>de</strong> diferentes espécies sobre a<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> germinação da espécie-alvo (França et al.,<br />

2008; Borella & Pastorini, 2010; Maraschin-Silva & Aquila,<br />

2006), indican<strong>do</strong> assim a sensibilida<strong>de</strong> da alface à presença<br />

<strong>de</strong> aleloquímicos.<br />

Para altura <strong>de</strong> plantas, o tratamento T0 foi o que obteve<br />

maior média 6,49 cm sen<strong>do</strong> significativamente superior aos<br />

trataamentos T5, T6 e T7 que apresentaram médias <strong>de</strong> 5,29;<br />

4,99 e 4,95 cm, respectivamente. Borella & Pastorini (2010)<br />

verificaram redução significativa no crescimento <strong>de</strong> plantas<br />

<strong>de</strong> alface, quan<strong>do</strong> submetidas a <strong>extrato</strong> aquoso <strong>de</strong> frutos <strong>de</strong><br />

umbu. Maraschin-Silva & Aquila (2006) constataram que as<br />

plântulas <strong>de</strong> alface tiveram reduções acentuadas no<br />

comprimento radicular, quan<strong>do</strong> submetidas a <strong>extrato</strong>s <strong>de</strong><br />

Erythroxylum argentinum e Ocotea puberula, enquanto<br />

<strong>extrato</strong>s <strong>de</strong> E. argentium e Luehea divaricata provocaram<br />

aumento no comprimento <strong>do</strong> hipocótilo em relação ao<br />

tratamento controle e O. puberula causou redução. Segun<strong>do</strong><br />

Hoffman et al. (2007), saponinas presentes no latéx da planta<br />

<strong>do</strong>a<strong>do</strong>ra po<strong>de</strong>m causar efeito fitotóxico afetan<strong>do</strong> o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das plantas <strong>de</strong> alface.<br />

Para a variável número <strong>de</strong> folhas (NF), o tratamento T6<br />

foi o que apresentou menor média, porém, não obteve<br />

diferença significativa em relação aos <strong>de</strong>mais tratamentos,<br />

indican<strong>do</strong> que os aleloquímicos não têm efeitos sobre o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das folhas.<br />

Para massa fresca da parte aérea (MFPA) e massa seca da<br />

parte aérea (MSPA), a testemunha com água (T0) foi o que<br />

apresentou maiores médias, diferin<strong>do</strong> <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais<br />

tratamentos, mostran<strong>do</strong> que as concentrações utilizadas<br />

apresentaram efeito alelopático sobre o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

parte aérea das plântulas <strong>de</strong> alface. Borella et al. (2009)<br />

observaram que <strong>extrato</strong> aquoso <strong>de</strong> Persea americana Mill.<br />

provocaram redução na massa fresca e seca <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong><br />

alface. Carmo et al. (2007) verificaram que <strong>extrato</strong>s <strong>de</strong> folhas<br />

e cascas <strong>de</strong> tronco <strong>de</strong> canela-sassafrás (Ocotea o<strong>do</strong>rifera)<br />

provocaram aumento da massa fresca <strong>de</strong> raízes das plântulas<br />

<strong>de</strong> sorgo, sem afetar a massa fresca da parte aérea. No<br />

entanto, a massa seca tanto das raízes quanto da parte aérea<br />

foi afetada em todas as concentrações testadas. Gatti et al.<br />

(2004) citaram que estas variações po<strong>de</strong>m ser explicadas<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a um investimento diferencia<strong>do</strong> <strong>de</strong> matéria orgânica,<br />

ou na raiz ou na parte aérea, influencia<strong>do</strong> diretamente pelo<br />

tipo e concentração <strong>do</strong> <strong>extrato</strong>.<br />

Para a porcentagem <strong>de</strong> matéria seca (MS), as plântulas <strong>de</strong><br />

alface submetidas ao tratamento T0 foram as que<br />

apresentaram maiores valores, diferin<strong>do</strong> significativamente<br />

das médias obtidas nos tratamentos T5, T6 e T7, que<br />

apresentaram diferenças entre si. Segun<strong>do</strong> Hess (1987), os<br />

aleloquímicos inibem o crescimento das plantas e seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento por afetarem diretamente a divisão celular,<br />

levan<strong>do</strong> a planta a apresentar uma menor porcentagem <strong>de</strong><br />

matéria seca.<br />

Tabela 2. Avaliação <strong>do</strong>s parâmetros emergência, índice <strong>de</strong><br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência (IVE), altura <strong>de</strong> planta (AT), número <strong>de</strong><br />

folha (NF), massa fresca da parte aérea (MFPA), massa seca da<br />

parte aérea (MSPA) e porcentagem <strong>de</strong> matéria seca (MS) <strong>de</strong> planta<br />

<strong>de</strong> alface na Unida<strong>de</strong> Agrárias da Universida<strong>de</strong> Anhanguera,<br />

Município <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>, MS, 2010.<br />

Tratamentos Emergência IVE<br />

T0<br />

T1<br />

T2<br />

T3<br />

T4<br />

T5<br />

T6<br />

T7<br />

23,25 a<br />

0,00 b<br />

0,00 b<br />

0,00 b<br />

0,00 b<br />

20,50 a<br />

20,50 a<br />

18,75 a<br />

13,96 a<br />

0,00 c<br />

0,00 c<br />

0,00 c<br />

0,00 c<br />

4,82 b<br />

4,46 b<br />

3,53 b<br />

AT<br />

(cm)<br />

6,49 a<br />

0,00 c<br />

0,00 c<br />

0,00 c<br />

0,00 c<br />

5,29 b<br />

4,99 b<br />

4,95 b<br />

NF<br />

4,20 a<br />

0,00 b<br />

0,00 b<br />

0,00 b<br />

0,00 b<br />

4,08 a<br />

3,95 a<br />

4,03 a<br />

MFPA<br />

(g)<br />

8,50 a<br />

0,00 c<br />

0,00 c<br />

0,00 c<br />

0,00 c<br />

3,14 b<br />

2,90 b<br />

2,55 b<br />

MSPA<br />

(g)<br />

0,65 a<br />

0,00 c<br />

0,00 c<br />

0,00 c<br />

0,00 c<br />

0,16 b<br />

0,16 b<br />

0,14 b<br />

MS<br />

(%)<br />

7,60 a<br />

0,00 c<br />

0,00 c<br />

0,00 c<br />

0,00 c<br />

4,99 b<br />

5,68 b<br />

5,58 b<br />

CV% 21,33 19,58 8,76 5,90 19,27 29,53 25,13<br />

Médias seguidas <strong>de</strong> mesma letra, nas colunas, não diferem<br />

significativamente entre si, pelo teste <strong>de</strong> Tukey a 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.<br />

De acor<strong>do</strong> com a análise <strong>de</strong> regressão, para as variáveis<br />

emergência, IVE, altura, número <strong>de</strong> folhas, massa fresca da<br />

parte aérea, massa seca da parte aérea e % MS, a equação que<br />

melhor ajustou os da<strong>do</strong>s foi a quadrática, com coeficiente <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminação correlação acima <strong>de</strong> 90% exceto para % <strong>de</strong> MS<br />

que foi <strong>de</strong> 78,18% (Figura 1 a 6). Souza et al. (2005) e Alves<br />

et al. (2004) verificaram efeito semelhante <strong>de</strong> <strong>extrato</strong>s <strong>de</strong><br />

plantas medicinais, on<strong>de</strong> as concentrações também<br />

acarretaram um pequeno efeito inibitório sobre a germinação<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento inicial <strong>de</strong> alface.<br />

Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.5, n.4, p.31-37, <strong>de</strong>z. 2011<br />

33


Número <strong>de</strong> células com<br />

plantas emergidas<br />

25,0<br />

22,5<br />

20,0<br />

17,5<br />

15,0<br />

12,5<br />

10,0<br />

7,5<br />

5,0<br />

2,5<br />

2<br />

Y = 0,00002X - 0,021X + 23,025<br />

R² = 0,9024<br />

0,0<br />

0 100 200 300<br />

Concentração <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> aquoso µg<br />

Figura 1. <strong>Efeito</strong> da concentração <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> aquoso <strong>de</strong> E.<br />

<strong>heterophylla</strong> sobre o número <strong>de</strong> células com plantas<br />

emergidas da alface.<br />

IVE<br />

16<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

2<br />

Y = 0,0002X - 0,0932X + 13,488<br />

R² = 0,9384<br />

0 100 200 300<br />

Concentração <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> aquoso µg<br />

Figura 2. <strong>Efeito</strong> da concentração <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> aquoso <strong>de</strong> E.<br />

<strong>heterophylla</strong> sobre o índice <strong>de</strong> volocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência <strong>de</strong><br />

plantas da alface.<br />

7,0<br />

6,0<br />

4,25<br />

4,20<br />

2<br />

Y = 0,000005X - 0,0022X + 4,21<br />

R² = 0,9396<br />

5,0<br />

4,15<br />

Altura (cm)<br />

4,0<br />

3,0<br />

2,0<br />

1,0<br />

2<br />

Y = 0,00003X - 0,0136X + 6,454<br />

R² = 0,986<br />

Número <strong>de</strong> folhas<br />

4,10<br />

4,05<br />

4,00<br />

3,95<br />

0,0<br />

0 100 200 300<br />

Concentração <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> aquoso µg<br />

3,90<br />

0 100 200 300<br />

Concentração <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> aquoso µg<br />

Figura 3. <strong>Efeito</strong> da concentração <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> aquoso <strong>de</strong> E.<br />

<strong>heterophylla</strong> sobre a altura <strong>de</strong> plantas da alface.<br />

Todas as variáveis exceto número <strong>de</strong> folhas diminuíram a<br />

medida que se aumentou a concentração <strong>extrato</strong> aquoso<br />

mostran<strong>do</strong>, portanto, a interferência <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> <strong>de</strong> E.<br />

<strong>heterophylla</strong> na germinação e <strong>de</strong>senvolvimento inicial das<br />

plantas <strong>de</strong> alface. Diversos autores relatam os efeitos<br />

alelopáticos <strong>do</strong>s compostos <strong>de</strong> metabólitos secundários<br />

existentes nos <strong>extrato</strong>s <strong>de</strong> algumas plantas.<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que o <strong>extrato</strong> aquoso <strong>de</strong> E. <strong>heterophylla</strong> L.<br />

afetou diretamente a qualida<strong>de</strong> das plantas e a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

emergência das sementes <strong>de</strong> alface e, que o efeito alelopático<br />

está diretamente liga<strong>do</strong> a classe <strong>de</strong> metabólitos secundários<br />

presentes (Reigosa et al., 1999), po<strong>de</strong>-se apontar que os<br />

compostos fenólicos, saponinas e glicosí<strong>de</strong>os cianogênicos<br />

po<strong>de</strong>m ter interferi<strong>do</strong> na velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência.<br />

Figura 4. <strong>Efeito</strong> da concentração <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> aquoso <strong>de</strong> E.<br />

<strong>heterophylla</strong> sobre o número <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> plantas da alface.<br />

Os compostos fenólicos entre os metabólitos secundários<br />

são os mais abundantes nas plantas, contu<strong>do</strong>, Reigosa et al.<br />

(1999) apontaram que altas concentrações <strong>de</strong> compostos<br />

fenólicos inibem a emergência, porém, os mesmo compostos<br />

em baixas concentrações po<strong>de</strong>m estimular a emergência.<br />

Neste experimento os possíveis compostos existentes no<br />

<strong>extrato</strong> utiliza<strong>do</strong> contribuíram para inibir a velocida<strong>de</strong> da<br />

emergência.<br />

Os compostos fenólicos presentes nas espécies<br />

Eucalyptus grandis, Eucalyptus urophylla e E. grandis x<br />

urophylla foram apontadas por Espinosa et al. (2008), como<br />

os responsáveis por inibirem a emergência e o crescimento<br />

inicial <strong>de</strong> feijão preto quan<strong>do</strong> cultiva<strong>do</strong>s em solos com estas<br />

espécies supracitadas.<br />

34<br />

Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.5, n.4, p.31-37, <strong>de</strong>z. 2011


Peso da MFPA (g)<br />

Peso da MSPA (g)<br />

9,0<br />

8,0<br />

7,0<br />

6,0<br />

5,0<br />

4,0<br />

3,0<br />

2,0<br />

1,0<br />

0,0<br />

0,7<br />

0,6<br />

0,5<br />

0,4<br />

0,3<br />

0,2<br />

0,1<br />

0,0<br />

2<br />

Y= 0,0001X - 0,0557X + 8,2431<br />

R² = 0,9434<br />

2<br />

Y = 0,00001X - 0,005x + 0,6194<br />

R² = 0,9279<br />

0 100 200 300<br />

Concentração <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> aquoso µg<br />

Figura 5. <strong>Efeito</strong> da concentração <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> aquoso <strong>de</strong> E.<br />

<strong>heterophylla</strong> sobre o peso da massa fresca e seca <strong>de</strong> plantas<br />

da alface.<br />

(% MS)<br />

8,0<br />

7,0<br />

6,0<br />

5,0<br />

4,0<br />

3,0<br />

2,0<br />

1,0<br />

2<br />

Y = 0,00006X - 0,0242X + 7,392<br />

R² = 0,7818<br />

0,0<br />

0 100 200<br />

Concentração <strong>do</strong> <strong>extrato</strong> aquoso µg<br />

300<br />

Figura 6. <strong>Efeito</strong> da concentração <strong>do</strong> estrato aquoso <strong>de</strong> E.<br />

<strong>heterophylla</strong> sobre a porcentagem <strong>de</strong> massa seca <strong>de</strong> plantas<br />

da alface.<br />

Outras espécies vegetais conten<strong>do</strong> compostos fenólicos<br />

em seus <strong>extrato</strong>s, também, são apontadas como responsáveis<br />

pela inibição da emergência, <strong>de</strong>senvolvimento e o<br />

crescimento <strong>de</strong> plântulas <strong>de</strong> alface (Mano, 2006).<br />

Para Gniaz<strong>do</strong>wska & Bogatek (2005), os compostos<br />

fenólicos reduzem a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enzimas envolvidas na<br />

glicólise e na via oxidativa das pentoses fosfato, as quais<br />

asseguram níveis <strong>de</strong> ATP e esqueletos <strong>de</strong> carbono suficientes<br />

para a germinação das sementes.<br />

As saponinas são soluvéis em água e quan<strong>do</strong> em gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> são capazes <strong>de</strong> formarem espuma neste solvente<br />

(Simons et al., 2006). Constituem um gran<strong>de</strong> grupo<br />

glicosí<strong>de</strong>o com estruturas esteroidais e triterpênicas. As<br />

substâncias <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta classe <strong>de</strong> metabólitos po<strong>de</strong>m<br />

realizar lise celular e apresentar características<br />

antibacterianas, antifúngicos e algumas como repelentes e<br />

inseticidas e ainda, po<strong>de</strong>m apresentar características tóxicas<br />

e <strong>de</strong>terrentes para herbívoros em geral (Viegas, 2003;<br />

Cavalcante et al., 2006), além <strong>de</strong> serem possíveis<br />

aleloquímicos.<br />

Os glicosí<strong>de</strong>os cianogênicos estão entre a classe <strong>de</strong><br />

metabólitos secundários aponta<strong>do</strong>s com efeitos alelopáticos<br />

(Andra<strong>de</strong> et al., 2009). Esta classe <strong>de</strong> metabólitos em relação<br />

aos compostos fenólicos, saponinas são menos freqüentes<br />

nas espécies vegetais, contu<strong>do</strong> atuam como inibi<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

reações enzimáticas no interior das sementes e,<br />

consequentemente, diminuem a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramento e translocação <strong>do</strong>s componentes nutritivos<br />

para a radícula e hipocótilo (Hoffmann et al., 2007).<br />

Conclusões<br />

A presença <strong>de</strong> álcool no <strong>extrato</strong> <strong>de</strong> E. <strong>heterophylla</strong> inibe<br />

em 100% a germinação das plântulas <strong>de</strong> alface. O <strong>extrato</strong><br />

aquoso <strong>de</strong> E. <strong>heterophylla</strong> afeta diretamente a qualida<strong>de</strong> das<br />

plantas e a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência, e esta ação alelopática<br />

po<strong>de</strong> estar ligada, a classe <strong>de</strong> metabólitos secundários<br />

presentes na planta <strong>do</strong>a<strong>do</strong>ra.<br />

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