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Parte 3 - CPRH - Governo do Estado de Pernambuco

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Tratamento <strong>de</strong> Água (ETA), a Reserva <strong>de</strong> Gurjaú possui uma área <strong>de</strong> 1.077,10<br />

ha <strong>de</strong>finida pela Lei Estadual Nº 9.989 <strong>de</strong> 1987. Apresenta-se como uma área<br />

típica <strong>de</strong> uma mata, ainda bem conservada, com vegetação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte<br />

associada à vegetação <strong>de</strong> médio e pequeno porte. O local encontra-se<br />

bastante ameaça<strong>do</strong>, não só em <strong>de</strong>corrência da exploração canavieira, como <strong>do</strong><br />

uso indiscrimina<strong>do</strong> pelos posseiros para pecuária, fruticulltura e agricultura <strong>de</strong><br />

subsistência. O trabalho foi realiza<strong>do</strong> nas matas <strong>do</strong> Mané <strong>do</strong> Doce, Cuxio e <strong>de</strong><br />

Secupema.<br />

MÉTODOS DE AMOSTRAGEM DA AVIFAUNA<br />

Amostragem Quantitativa.<br />

O levantamento quantitativo foi realiza<strong>do</strong> no horário compreendi<strong>do</strong> entre 5h e<br />

30 min às 9h e 30min, durante cinco dias consecutivos. As observações foram<br />

realizadas em uma trilha pré-existente na Reserva, com cerca <strong>de</strong> 4.000 metros,<br />

abrangen<strong>do</strong> o interior e a borda da mata. Além das espécies já registradas no<br />

levantamento da trilha, foram realizadas caminhadas pelo interior e pela borda<br />

<strong>do</strong>s fragmentos com pontos <strong>de</strong> escuta e observação (Almeida et al. 1999),<br />

durante cinco dias, das 15h às 17h e 30min. Os ambientes adjacentes aos<br />

fragmentos foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s nesta amostragem. Foram anotadas as<br />

espécies com o tipo <strong>de</strong> registro (visual ou escuta), estrato ocupa<strong>do</strong> (<strong>do</strong>ssel,<br />

sub-bosque ou solo), local <strong>do</strong> registro (interior, borda ou áreas adjacentes),<br />

observações gerais sobre o comportamento <strong>do</strong>s indivíduos e algumas<br />

condições ambientais relevantes. As observações foram realizadas com<br />

binóculos 8mm x 30mm e as vocalizações registradas através <strong>de</strong> grava<strong>do</strong>r<br />

AIWA mo<strong>de</strong>lo TP560 com microfone externo para casos dúbios.<br />

CAPTURAS<br />

Foram utilizadas 20 re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> neblina <strong>de</strong> 36mm <strong>de</strong> malha, 12 m <strong>de</strong><br />

comprimento e 2,5m <strong>de</strong> altura. Essas re<strong>de</strong>s foram dispostas em linhas <strong>de</strong> re<strong>de</strong>,<br />

em uma seqüência única, segun<strong>do</strong> a meto<strong>do</strong>logia a<strong>do</strong>tada por Bierregaard Jr. e<br />

Lovejoy (1989). Foram armadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o interior da mata até atingir a borda e<br />

82


área adjacente, amostran<strong>do</strong> os ambientes da área (Figura 23). A captura<br />

ocorreu em cinco dias consecutivos a cada mês amostra<strong>do</strong>, permanecen<strong>do</strong> as<br />

re<strong>de</strong>s abertas das 5h às 10h, e das 15h às 17h, horários que concentram maior<br />

número <strong>de</strong> indivíduos ativos (Figura 24).<br />

A I<strong>de</strong>ntificação das espécies foi realizada através <strong>de</strong> referências básicas e<br />

guias <strong>de</strong> campo ilustra<strong>do</strong>s (Dunning 1987, Ridgely & Tu<strong>do</strong>r 1994a, b e Sick<br />

1997) e as vocalizações gravadas foram comparadas às existentes no arquivo<br />

sonoro <strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res. A separação <strong>de</strong> indivíduos machos e fêmeas foi<br />

realizada através da análise da plumagem.<br />

AMOSTRAGEM QUALITATIVA<br />

Foram consi<strong>de</strong>radas para a elaboração da listagem específica as espécies<br />

registradas nos levantamentos quantitativos, nas capturas e os registros visuais<br />

e auditivos <strong>de</strong> aves através <strong>de</strong> caminhadas realizadas pelos diversos<br />

fragmentos <strong>de</strong> mata <strong>de</strong> Gurjaú.<br />

Figura 23 - Mata da Reserva <strong>de</strong> Gurjaú evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> as Matas <strong>do</strong> Cuxió e Secupema, locais <strong>de</strong><br />

captura e <strong>de</strong> levantamento quantitativo para o grupo aves.<br />

83


Figura 24 -: Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> captura (re<strong>de</strong> <strong>de</strong> neblina) armada na Mata <strong>do</strong> Cuxió na Reserva <strong>de</strong><br />

Gurjaú, <strong>de</strong>talhan<strong>do</strong> um indivíduo <strong>de</strong> Leptopogon amaurocephalus no momento da captura em 2<br />

<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Foram relacionadas 225 espécies <strong>de</strong> aves para a reserva <strong>de</strong> Gurjaú, com um<br />

total <strong>de</strong> 14 ameaçadas, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a listagem apresentada pelo Instituto<br />

Brasileiro <strong>do</strong> Meio Ambiente e <strong>do</strong>s Recursos Naturais Renováveis em 2003. As<br />

espécies ameaçadas relacionadas para Gurjaú foram: Thalurania watertonii,<br />

Momotus momota macgraviana, Picumnus exilis pernambucensis,<br />

Conopophaga liineata cearae, Conopophaga melanops nigrifons, Curaeus<br />

forbesi, Tangara cyanocephala corallina, Tangara fastuosa, Xenops minutus<br />

alagoanus, Myrmeciza ruficauda, Pyriglena leuconota pernambucensis,<br />

Thamnophilus aethiops distans, Thamnophilus caerulesces, Platyrinchus<br />

mystaceus niveigularis (Figuras <strong>de</strong> 25 a 28).<br />

No que se refere ao censo, foram registradas 177 espécies, correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a<br />

78,67% <strong>do</strong> total <strong>de</strong> espécies catalogadas para a área. A freqüência <strong>de</strong><br />

ocorrência variou <strong>de</strong> 0,09% a 8,36% para os não Passeriformes; <strong>de</strong> 0,03% a<br />

9,46% para os Passeriformes Suboscines e <strong>de</strong> 0,04% a 14,55% para os<br />

Passeriformes Oscines (Tabela 12).<br />

As espécies mais abundantes <strong>do</strong>s não Passeriformes foram: Laterallus viridis,<br />

Porphyrula martinica, Jacana jacana, Pionus maximiliani, Piayia cayana,<br />

84


Crotophaga ani, Glaucis hirsuta, Phaethornis ruber e Galbula ruficauda. (Figura<br />

29). Para os Passeriformes Suboscines os mais abundantes foram:<br />

Herpsilochmus rufimarginatus, Formicivora grisea, Sittasomus griseicapillus,<br />

Zimmerius gracilipes, Elaenia flavogaster, Hemitriccus zosterops, Todirostrum<br />

cinereum, Tolmomyias flaviventris, Pitangus sulphuratus, Myiozetetes similis,<br />

Legatus leucophaius, Tyrannus melancholicus, Chiroxiphia pareola e Manacus<br />

manacus (Figura 30). Os Passeriformes Oscines mais abundantes foram:<br />

Thryothorus genibarbis, Troglodytes musculus, Ramphocaenus melanurus,<br />

Turdus leucomelas, Cyclarhis gujanensis, Vireo chivi, Coereba flaveola,<br />

Thraupis palmarum, Euphonia violacea, Arremon taciturnus e Saltator maximus<br />

(Figura 31)<br />

Foi registrada a presença da placa <strong>de</strong> incubação em algumas aves capturadas<br />

na reserva <strong>de</strong> Gurjaú. Segun<strong>do</strong> Sick (1997), a placa incubatória costuma ser<br />

restrita às fêmeas, entretanto, Davis (1945) registrou a presença da placa <strong>de</strong><br />

choco em machos <strong>de</strong> tiraní<strong>de</strong>os. A tabela 13 relaciona as aves, sexo, e os<br />

perío<strong>do</strong>s que foram observa<strong>do</strong>s o sinal <strong>de</strong> choco. Os exemplares da tabela 13,<br />

sem dimorfimo sexual aparecem com o sexo in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>. Foram registra<strong>do</strong>s<br />

Camptostoma obsoletum, Coereba flaveola, transportan<strong>do</strong> material para<br />

construção <strong>do</strong> ninho em um arbusto em 13 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2002. Estas<br />

observações sugerem o mês <strong>de</strong> setembro como parte <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> reprodutivo<br />

<strong>de</strong>stas espécies.<br />

Trabalhos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s nas matas da Estação Ecológica <strong>de</strong> Tapacurá<br />

<strong>de</strong>tectaram o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> maio a outubro para a reprodução <strong>de</strong> algumas aves<br />

<strong>de</strong> mata (Azeve<strong>do</strong> Júnior e Serrano 1987 e Azeve<strong>do</strong> Júnior 1990). Em Gurjaú,<br />

o perío<strong>do</strong> reprodutivo foi <strong>de</strong> setembro a fevereiro com registro em março e<br />

outro em junho.<br />

Foram observa<strong>do</strong>s na beira da Mata Mané <strong>do</strong> Doce, um ban<strong>do</strong> com cinco<br />

Tangara fastuosa e um Tangara cyanocephala corallina, em 28 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong><br />

2002. Em 14 <strong>de</strong> setembro, <strong>do</strong>is indivíduos <strong>de</strong> Tangara fastuosa foram vistos<br />

comen<strong>do</strong> frutos <strong>de</strong> bananeira na borda da mata acima citada. Comumente<br />

essas aves são observadas em beira <strong>de</strong> mata e são muito apreciadas por<br />

passarinheiros (Sick, 1997).<br />

85


Os beija-flores: Glucis hirsuta, Phaethornis ruber, Eupetomena macroura,<br />

Amazilia vesicolor e Heliothrix aurita foram observa<strong>do</strong>s visitan<strong>do</strong> o “mangará”<br />

das bananeiras na mata <strong>do</strong> Mané <strong>do</strong> Doce. Na mesma localida<strong>de</strong>, Euphonia<br />

violacea, Tangara fastuosa, Tangara cyanocephala, Dacnis cayana, Cyanerpes<br />

cyaneus e Saltator maximus, alimentavam-se <strong>de</strong> bananas cultivadas entre os<br />

fragmentos <strong>de</strong> mata da reserva <strong>de</strong> Gurjaú.<br />

A riqueza da avifauna <strong>de</strong> Gurjaú constituída por 225 espécies, com<br />

representantes ameaça<strong>do</strong>s e endêmicos reforça a necessida<strong>de</strong> da implantação<br />

<strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação que proteja esses recursos, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>,<br />

sobretu<strong>do</strong>, a pressão antrópica <strong>do</strong> <strong>de</strong>smatamento, da implantação <strong>de</strong> culturas<br />

agrícolas e da caça <strong>de</strong> comercialização.<br />

As Matas <strong>do</strong> Mané <strong>do</strong> Doce, Cuxio e <strong>do</strong> Secupema, em função da ocorrência<br />

<strong>de</strong> exemplares ameaça<strong>do</strong>s e endêmicos, <strong>de</strong>veriam ser interligadas por<br />

corre<strong>do</strong>res, aceleran<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> restauração.<br />

77<br />

34<br />

76<br />

Laterallus viridis<br />

Porphyrula martinica<br />

Jacana jacana<br />

88<br />

64<br />

Pionus maximiliani<br />

Piaya cayana<br />

Crotophaga ani<br />

Glaucis hirsuta<br />

54<br />

43<br />

48<br />

37<br />

Phaethornis ruber<br />

Galbula ruficauda<br />

Figura 25 - Freqüência <strong>de</strong> ocorrência das espécies <strong>de</strong> aves mais abundantes (Não<br />

Passeriformes), quantificadas entre agosto <strong>de</strong> 2002 a abril <strong>de</strong> 2003 na Reserva <strong>de</strong> Gurjaú,<br />

<strong>Pernambuco</strong>.<br />

86


212<br />

117<br />

103<br />

111<br />

108<br />

Herpsilochmus rufimarginatus<br />

Formicivora grisea<br />

Sittasomus griseicapillus<br />

126<br />

119<br />

Zimmerius gracilipes<br />

Elaenia flavogaster<br />

119<br />

251<br />

Hemitriccus zosterops<br />

Todirostrum cinereum<br />

171<br />

Tolmomyias flaviventris<br />

Pitangus sulphuratus<br />

290<br />

157<br />

136<br />

178<br />

Myiozetetes similis<br />

Legatus leucophaius<br />

Tyrannus melancholicus<br />

Chiroxiphia pareola<br />

Figura 26 - Freqüência <strong>de</strong> ocorrência das espécies <strong>de</strong> aves mais abundantes (Passeriformes:<br />

Suboscines), quantificadas entre agosto <strong>de</strong> 2002 a abril <strong>de</strong> 2003 na Reserva <strong>de</strong> Gurjaú,<br />

<strong>Pernambuco</strong>.<br />

103<br />

173<br />

162<br />

126<br />

Thryothorus genibarbis<br />

Troglodytes ae<strong>do</strong>n<br />

96<br />

142<br />

Ramphocaenus melanurus<br />

Turdus leucomelas<br />

Cyclarhis gujanensis<br />

341<br />

192<br />

Vireo chivii<br />

Coereba flaveola<br />

Thraupis palmarum<br />

147<br />

Euphonia violacea<br />

Arremon taciturnus<br />

223<br />

247<br />

Saltator maximus<br />

Figura 27 - Freqüência <strong>de</strong> ocorrência das espécies <strong>de</strong> aves mais abundantes (Passeriformes:<br />

Oscines), quantificadas entre agosto <strong>de</strong> 2002 a abril <strong>de</strong> 2003 na Reserva <strong>de</strong> Gurjaú,<br />

<strong>Pernambuco</strong>.<br />

87


Figura 28 - Tangara fastuosa captura<strong>do</strong> na Mata <strong>do</strong> Mané <strong>do</strong> Doce, Reserva <strong>de</strong> Gurjaú em 13<br />

<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2002 (espécie ameaçada)<br />

Figura 29 - Conopophaga melanops (macho) captura<strong>do</strong> na Mata <strong>do</strong> Secupema, Reserva <strong>de</strong><br />

Gurjaú em 2 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002 (espécie ameaçada).<br />

88


Figura 30 - Conopophaga melanops (fêmea) captura<strong>do</strong> na Mata <strong>do</strong> Secupema, Reserva <strong>de</strong><br />

Gurjaú em 3 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002 (espécie ameaçada).<br />

Figura 31 – Platyrhynchos mystaceus captura<strong>do</strong> na Mata <strong>do</strong> Sucupema, Reserva <strong>de</strong> Gurjaú<br />

em 3 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002 (espécie ameaçada).<br />

89


Tabela 12 – Listagem das aves da reserva <strong>de</strong> Gurjaú apresentan<strong>do</strong> a freqüência <strong>de</strong> ocorrência<br />

(FO) das espécies relacionadas.<br />

ORDEM/FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME POPULAR FO<br />

ORDEM TINAMIFORMES<br />

FAMÍLIA TINAMIDAE<br />

001 Crypturellus soui nhambu-mata-cachorro 0,47<br />

002 Crypturellus parvirostris nhambu-espanta-boiada 0,28<br />

003 Crypturellus tataupa nhambu-<strong>de</strong>-pé-roxo<br />

004 Nothura boraquira co<strong>do</strong>rna-<strong>de</strong>-cabeça-preta 0,19<br />

ORDEM PODICIPEDIFORMES<br />

FAMÍLIA PODICIPEDIDAE<br />

005<br />

Tachybaptus <strong>do</strong>minicus mergulhão-pequeno<br />

006 Podilymbus podiceps mergulhão-caça<strong>do</strong>r 0,19<br />

ORDEM CICONIIFORMES<br />

FAMÍLIA ARDEIDAE<br />

007 Casmerodius albus garça-branca-gran<strong>de</strong><br />

008 Egretta thula garça-branca-pequena 0,09<br />

009 Bulbucus ibis garça-vaqueira 0,85<br />

010 Butori<strong>de</strong>s striatus socozinho 0,09<br />

011 Tigrisoma lineatum socó-boi 0,47<br />

012 Ixobrychus exilis socoí-vermelho<br />

013 Botaurus pinatus socó-boi-marron 0,09<br />

FAMÍLIA CATHARTIDAE<br />

014 Coragyps atratus urubú-<strong>de</strong>-cabeça-preta 1,71<br />

015 Cathartes aura urubú-<strong>de</strong>-cabeça-vermelha 1,8<br />

016 Cathartes burrovianus urubú-<strong>de</strong>-cabeça-amarela<br />

ORDEM ANSERIFORMES<br />

FAMÍLIA ANATIDAE<br />

017 Dendrocygna viduata irerê<br />

018 Amazonetta brasiliensis patarrona<br />

019 Nomonyx <strong>do</strong>minicus bico-roxo<br />

ORDEM FALCONIFORMES<br />

FAMÍLIA ACCIPITRIDAE<br />

020 Elanus leucurus gavião-peneira<br />

021 Gampsonyx swainsonii gavião-pombo<br />

022 Lepto<strong>do</strong>n cayanensis gavião-<strong>de</strong>-cabeça-cinza 1,04<br />

90


023 Buteo albicaudatus gavião-<strong>de</strong>-cauda-branca<br />

024 Asturina nitida gavião-pedrez 0,19<br />

025 Buteo brachyurus gavião-<strong>de</strong>-cauda-curta 0,28<br />

026 Rupornis magnirostris gavião-carijó 2,37<br />

027 Buteogallus urubutinga gavião-preto 0,09<br />

028 Spizaetus tyrannus gavião-pega-macaco 0,28<br />

FAMÍLIA FALCONIDAE<br />

029 Herpetotheres cachinnans acauã 0,47<br />

030 Micrastur semitorquatus gavião-relógio 0,09<br />

031 Micrastur gilvicollis gavião-mateiro 0,28<br />

032 Milvago chimachima carrapateiro 0,19<br />

033 Caracara plancus carcará 0,28<br />

ORDEM GALLIFORMES<br />

FAMÍLIA CRACIDAE<br />

034 Ortalis araucuan aracuã<br />

ORDEM GRUIFORMES<br />

FAMÍLIA ARAMIDAE<br />

035 Aramus guarauna carão 0,19<br />

Continuação da Tabela 12<br />

Or<strong>de</strong>m/Família/Espécie<br />

Nome Popular<br />

Fo<br />

FAMÍLIA RALLIDAE<br />

036 Arami<strong>de</strong>s cajanea três-potes 0,28<br />

037 Porzana albicollis sanã-carijó<br />

038 Laterallus viridis saracura-marron 3,23<br />

039 Gallinula chloropus frango-d'água-preta<br />

040 Porphyrula martinica frango-d'água-azul 7,22<br />

ORDEM CHARADRIIFORMES<br />

FAMÍLIA JACANIDAE<br />

041 Jacana jacana jaçanã 6,08<br />

FAMÍLIA CHARADRIIDAE<br />

042 Vanellus chilensis tetéu 0,38<br />

ORDEM COLUMBIFORMES<br />

FAMÍLIA COLUMBIDAE<br />

043 Columbina passerina rolinha-cinzenta<br />

044 Columbina minuta rolinha-cafofa 0,85<br />

91


045 Columbina talpacoti rolinha-cau<strong>do</strong>-<strong>de</strong>-feijão 0,76<br />

046 Leptotila rufaxilla juriti 7,5<br />

047 Geotrygon montana parari 1,04<br />

ORDEM PSITTACIFORMES<br />

FAMÍLIA PSITTACIDAE<br />

048 Aratinga leucophthalmus maritaca 0,09<br />

049 Aratinga cactorum gangarra 0,19<br />

050 Forpus xanthopterygius tuim 0,95<br />

051 Touit surda apuim-<strong>de</strong>-cauda-amarela 1,61<br />

052 Pionus maximiliani maitaca-<strong>de</strong>-maximiliano 3,51<br />

ORDEM CUCULIFORMES<br />

FAMÍLIA CUCULIDAE<br />

053 Piaya cayana alma-<strong>de</strong>-gato 4,56<br />

054 Crotophaga ani anu-preto 4,08<br />

055 Guira guira anu-branco<br />

056 Tapera naevia peitica 0,19<br />

ORDEM STRIGIFORMES<br />

FAMÍLIA STRIGIDAE<br />

057 Otus choliba corujinha-<strong>do</strong>-mato<br />

058 Pulsatrix perspicillata murucututu<br />

059 Glaucidium brasilianum caburé 0,09<br />

060<br />

ORDEM CAPRIMULGIFORMES<br />

FAMÍLIA NYCTIBIIDAE<br />

Nyctibius griseus<br />

mãe-da-lua<br />

FAMÍLIA CAPRIMULGIDAE<br />

061 Nictidromus albicollis bacurau 0,09<br />

062 Hydropsalis brasiliana bacurau-rabo-<strong>de</strong>-tesoura<br />

ORDEM APODIFORMES<br />

FAMÍLIA APODIDAE<br />

063 Reinarda squamata tesourinha 0,57<br />

FAMÍLIA TROCHILIDAE<br />

064 Glaucis hirsuta balança-rabo-<strong>de</strong>-bico-torto 5,13<br />

065 Phaethornis pretrei rabo-branco-<strong>de</strong>-sobre-amarelo 0,47<br />

066 Phaethornis ruber besourinho-da-mata 8,36<br />

067 Eupetomena macroura beija-flor-rabo-<strong>de</strong>-tesoura 0,66<br />

92


068<br />

beija-flor-<strong>de</strong>-rabo-preto-ebranco<br />

Melanotrochilus fuscus<br />

069 Anthracothorax nigricollis beija-flor-<strong>de</strong>-veste-preta 1,23<br />

070 Chrysolampis mosquitus beija-flor-vermelho 1,52<br />

071<br />

Chlorestes notatus<br />

beija-flor-safira-<strong>de</strong>-gargantaazul<br />

2,47<br />

072 Chlorostilbon aureoventris besourinho-<strong>de</strong>-bico-vermelho 0,28<br />

073 Thalurania watertonii * beija-flor-das-costas-violeta 1,14<br />

074 Hylocharis cyanus beija-flor-roxo 0,47<br />

075 Amazilia versicolor beija-flor-<strong>de</strong>-banda-branca 0,09<br />

076 Amazilia fimbriata beija-flor-<strong>de</strong>-garganta-branca 0,19<br />

077 Amazilia leucogaster beija-flor-<strong>de</strong>-barriga-branca 0,19<br />

078 Heliothryx aurita beija-flor-<strong>de</strong>-bochecha-azul 0,38<br />

079 Heliactin cornuta chifre-<strong>de</strong>-ouro<br />

ORDEM TROGONIFORMES<br />

FAMÍLIA TROGONIDAE<br />

080 Trogon viridis surucuá-<strong>de</strong>-barriga-amarela 0,28<br />

081 Trogon curucui surucuá-<strong>de</strong>-coroa-azul 0,76<br />

ORDEM CORACIFORMES<br />

FAMÍLIA ALCEDINIDAE<br />

082 Ceryle torquata martin-pesca<strong>do</strong>r-gran<strong>de</strong><br />

083 Chloroceryle amazona martin-pesca<strong>do</strong>r-ver<strong>de</strong> 0,19<br />

084 Chloroceryle americana martin-pesca<strong>do</strong>r-pequeno 1,52<br />

085 Chloroceryle aenea martin-pesca<strong>do</strong>r-anão 0,09<br />

FAMÍLIA MOMOTIDAE<br />

086 Momotus momota * udu-<strong>de</strong>-coroa-azul<br />

ORDEM PICIFORMES<br />

FAMÍLIA GALBULIDAE<br />

087 Galbula ruficauda bico-<strong>de</strong>-agulha 7,31<br />

FAMÍLIA BUCCONIDAE<br />

088 Nystalus maculatus joão-bobo 0,38<br />

FAMÍLIA RAMPHASTIDAE<br />

089 Pteroglossus aracari araçari-<strong>de</strong>-bico-branco 2,75<br />

090 Pteroglossus inscriptus araçari-miú<strong>do</strong>-<strong>de</strong>-bico-risca<strong>do</strong> 0,85<br />

FAMÍLIA PICIDAE<br />

93


091 Picumnus cirratus pica-pau-anão-barra<strong>do</strong> 0,76<br />

092 Picumnus exilis * pica-pau-anão-<strong>do</strong>ura<strong>do</strong> 2,56<br />

093 Picumnus fulvescens pica-pau-anão-<strong>de</strong>-pernambuco 2,09<br />

094 Dryocopus lineatus pica-pau-<strong>de</strong>-banda-branca 0,09<br />

095 Veniliornis passerinus pica-pau-pequeno 0,76<br />

096 Veniliornis affinis pica-pau-<strong>de</strong>-asa-vermelha 1,61<br />

ORDEM PASSERIFORMES<br />

FAMÍLIA FORMICARIIDAE<br />

097 Taraba major cancão-<strong>de</strong>-fogo<br />

098 Thamnophilus <strong>do</strong>liatus choca-barrada<br />

099 Thamnophilus palliatus choca-listrada 0,36<br />

100 Thamnophilus caerulescens * espanta-raposa 0,42<br />

101 Thamnophilus aethiops * choca-lisa 0,82<br />

102 Dysithamnus mentalis choquinha-lisa 0,39<br />

103 Thamnomanes caesius ipecuá 0,39<br />

104 Myrmotherula axillaris choquinha-<strong>de</strong>-flancos-brancos 2,61<br />

105 Herpsilochmus rufimarginatus chorozinho-<strong>de</strong>-asa-ruiva 3,36<br />

106 Herpsilochmus atricapillus chorozinho-<strong>de</strong>-chapéu-preto 0,49<br />

107 Formicivora grisea papa-formiga-par<strong>do</strong> 3,62<br />

108 Pyriglena leuconota * papa-taoca<br />

109 Myrmeciza ruficauda * papa-formiga-<strong>de</strong>-cauda-ruiva 0,36<br />

110 Conopophaga melanops * chupa-<strong>de</strong>nte-<strong>de</strong>-máscara-preta<br />

111 Conopophaga lineata * chupa-<strong>de</strong>nte<br />

FAMÍLIA FURNARIIDAE<br />

112 Furnarius leucopus amassa-barro<br />

113 Synallaxis frontalis tio-antônio 0,36<br />

114 Poecilurus scutatus estrelinha-preta 0,13<br />

115 Certhiaxis cinnamomea casaca-<strong>de</strong>-couro 0,33<br />

116 Phacello<strong>do</strong>mus rufifrons ferreiro 0,88<br />

117 Xenops minutus * bico-vira<strong>do</strong>-miú<strong>do</strong> 0,42<br />

118 Xenops rutilans bico-vira<strong>do</strong>-carijó 0,1<br />

FAMÍLIA DENDROCOLAPTIDAE<br />

119 Sittasomus griseicapillus arapaçu-ver<strong>de</strong> 3,52<br />

120 Xiphorhynchus picus arapaçu-<strong>de</strong>-bico-branco 2,41<br />

121 Lep<strong>do</strong>colaptes angustirostris arapaçu-<strong>do</strong>-cerra<strong>do</strong> 0,03<br />

122 Lep<strong>do</strong>colaptes fuscus arapaçu-raja<strong>do</strong> 0,55<br />

FAMÍLIA TYRANNIDAE<br />

123 Zimmerius gracilipes poairo-<strong>de</strong>-sobrancelha 3,88<br />

94


124 Camptostoma obsoletum risadinha 1,11<br />

125 Phaeomyias murina bagageiro<br />

126 Myiopagis viridicata guaracava-esverdiada<br />

127 Myiopagis gaimardii maria-pechim 0,49<br />

128 Elaenia flavogaster maria-já-é-dia 8,18<br />

129 Elaenia spectabilis guaracava-gran<strong>de</strong> 0,1<br />

130 Elaenia mesoleuca gordinho 0,06<br />

131 Elaenia cristata papa-enxeico 0,03<br />

132 Mionectes oleagineus abre-asas 0,23<br />

133 Leptopogon amaurocephalus cabeçu<strong>do</strong> 2,09<br />

134 Capsiempis flaveola marianinha 1,21<br />

135 Hemitriccus zosterops sebinho-olho-branco 5,8<br />

136 Hemitriccus margaritaceiventer sebinho-olho-<strong>de</strong>-ouro 0,42<br />

137 Todirostrum cinereum relojinho 4,43<br />

138 Poecilotriccus fumifrons ferreirinho 0,07<br />

139 Ryncocyclus olivaceus bico-chato-olivaceo 0,68<br />

140 Tolmomyias sulphurescens bico-chato-<strong>de</strong>-orelha-preta 0,1<br />

141 Tolmomyias poliocephalus bico-chato-<strong>de</strong>-cabeça-cinza 0,78<br />

142 Tolmomyias flaviventris bico-chato-amarelo 5,12<br />

143 Platyrinchus mystaceus patinho<br />

144 Myiobius barbatus assadinho-<strong>de</strong>-peito-<strong>do</strong>ura<strong>do</strong> 0,03<br />

145 Myiophobus fasciatus felipe-<strong>de</strong>-peito-risca<strong>do</strong> 0,23<br />

146 Lathrotriccus euleri enferruja<strong>do</strong> 0,1<br />

147 Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu 0,03<br />

148 Fluvicola nengeta lava<strong>de</strong>ira 1,01<br />

149 Arundinicola leucoephala viuvinha<br />

150 Machetornis rixosus bem-te-vi-<strong>do</strong>-ga<strong>do</strong> 0,13<br />

151 Rhytipterna simplex plana<strong>de</strong>ira 0,16<br />

152 Myiarchus ferox mané-besta 0,52<br />

153 Miyarchus tyrannulus mané-besta 0,16<br />

154 Myiarchus swainsoni irrê 0,16<br />

155 Myiarchus tuberculifer maria-cavaleira-pequena 2,41<br />

156 Pitangus sulphuratus bem-te-vi 9,46<br />

157 Megarhynchus pitangua bem-te-vi-<strong>de</strong>-bico-<strong>de</strong>-gamela 1,04<br />

158<br />

bem-te-vizinho-<strong>de</strong>-coroavermelha<br />

5,58<br />

Myiozetetes similis<br />

159 Myiodynastes maculatus bem-te-vi-raja<strong>do</strong> 0,03<br />

160 Legatus leucophaius bem-te-vi-pirata 3,88<br />

161 Empi<strong>do</strong>nomus varius peitica 0,03<br />

162 Tyrannus melancholicus suiriri 4,11<br />

163 Pachyramphus viridis caneleiro-ver<strong>de</strong> 0,03<br />

164 Pachyramphus polichopterus caneleiro-preto 1,24<br />

165 Pachyramphus validus caneleiro-<strong>de</strong>-chapéu-preto 0,1<br />

95


FAMÍLIA PIPRIDAE<br />

166 Pipra rubrocapilla cabeça-encarnada 2,28<br />

167 Chiroxiphia pareola tangará 6,91<br />

168 Manacus manacus ren<strong>de</strong>ira 3,81<br />

169 Neopelma pallescens fruxu 0,16<br />

170 Schiffornis turdinus flautin-marron 0,03<br />

FAMÍLIA HYRUNDINIDAE<br />

171 Tachycineta albiventer an<strong>do</strong>rinha-<strong>do</strong>-rio 2,05<br />

172 Progne chalybea an<strong>do</strong>rinha-<strong>do</strong>méstica-gran<strong>de</strong><br />

173 Alopocheli<strong>do</strong>n fucata an<strong>do</strong>rinha-morena 0,04<br />

174 Stelgi<strong>do</strong>pteryx ruficollis an<strong>do</strong>rinha-serra<strong>do</strong>r 2,01<br />

175 Hirun<strong>do</strong> rustica an<strong>do</strong>rinha-<strong>de</strong>-ban<strong>do</strong> 0,13<br />

FAMÍLIA TROGLODYTIDAE<br />

176 Donacobius atricapillus chauá 1,83<br />

177 Thryothorus genibarbis garrinchão-pai-avô 6,91<br />

178 Troglodytes musculus cambaxirra 5,38<br />

FAMÍLIA MUSCICAPIDAE<br />

179 Ramphocaenus melanurus balança-rabo-<strong>de</strong>-bico-curvo 6,06<br />

180 Polioptila plumbea balança-rabo-<strong>de</strong>-chapéu-preto 0,77<br />

181 Turdus rufiventris sabiá-laranjeira 1,37<br />

182 Turdus leucomelas sabiá-branca 8,19<br />

183 Turdus amaurochalinus sabiá-poca 0,04<br />

184 Turdus fumigatus sabiá-da-mata 0,09<br />

FAMÍLIA VIREONIDAE<br />

185 Cyclarhis gujanensis pitiguari 6,27<br />

186 Vireo chivi juruviara 10,5<br />

187 Hylophilus poicilotis verdinho-coroa<strong>do</strong> 0,04<br />

FAMÍLIA EMBEREZIDAE<br />

188 Basileuterus flaveolus canário-<strong>do</strong>-mato 0,64<br />

189 Basileuterus culicivorus pula-pula<br />

190 Coereba flaveola sebito 9,51<br />

191 Cissopis leveriana pêga<br />

192 Thlypopsis sordida saíra-canário 0,04<br />

193 Nemosia pileata saíra-<strong>de</strong>-chapéu-preto 0,38<br />

194 Tachyphonus cristatus tiê-galo 0,68<br />

195 Tachyphonus rufus joão-moleque 0,3<br />

196 Ramphocelus bresilius sangue-<strong>de</strong>-boi<br />

96


197 Thraupis sayaca sanhaçu-<strong>de</strong>-bananeira 0,43<br />

198 Thraupis palmarum sanhaçu-<strong>de</strong>-coqueiro 14,5<br />

199 Euphonia chlorotica vem-vem 0,64<br />

200 Euphonia violacea guriatã 4,1<br />

201 Tangara fastuosa * pintor<br />

202 Tangara cyanocephala * ver<strong>de</strong>lin<br />

203 Tangara cayana frei-vicente 1,96<br />

204 Tangara velia saíra-diamante<br />

205 Dacnis cayana saí-azul 0,81<br />

206 Cyanerpes cyaneus saíra-beija-flor 0,55<br />

207 Sicalis luteola mané-mago<br />

208 Volatinia jacarina tiziu 0,34<br />

209 Sporophila lineola bigo<strong>de</strong><br />

210 Sporophila nigricollis papa-capim ou cabeça-preta 0,04<br />

211 Sporophila albogularis gola<strong>do</strong><br />

212 Sporophilla leucoptera patativa-chorona 0,09<br />

213 Sporophila bouvreuil caboclinho<br />

214 Tiaris fuliginosa cigarra-<strong>de</strong>-coqueiro<br />

215 Arremon taciturnus tico-tico-da-mata 4,39<br />

216 Paroaria <strong>do</strong>minicana galo-<strong>de</strong>-campina<br />

217 Saltator maximus trinca-ferro 7,38<br />

218 Cacicus solitarius bauá<br />

219 Icterus cayanensis xexéu 0,3<br />

220 Icterus jamacaii concriz 0,09<br />

221 Leistes superciliaris espanta-boiada<br />

222 Curaeus forbesi * papa-arroz 0,3<br />

223 Molothrus bonariensis chopim, galdério<br />

FAMILIA PASSERIDAE<br />

224 Passer <strong>do</strong>mesticus pardal 0,64<br />

FAMÍLIA ESTRILDIDAE<br />

225 Estrilda astrild bico-<strong>de</strong>-lacre 0,13<br />

*Espécies ameaçadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com IBAMA (2003)<br />

Tabela 13 – Presença <strong>de</strong> placa <strong>de</strong> incubação em aves capturadas no centro da mata <strong>de</strong><br />

Secupema (08 13 33,3” S , 35 03 44,1” W), na Reserva <strong>de</strong> Gurjaú, <strong>Pernambuco</strong>.<br />

Espécie Quantida<strong>de</strong> Sexo Perío<strong>do</strong><br />

Turdus leucomela 5 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s 01-10-2002<br />

Manacus manacus 2 Fêmeas 01-10-2002<br />

\\Chiroxiphia pareola 2 Fêmeas 01-10-2002<br />

Gluacis hirsuta 2 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s 02-10-2002<br />

97


Turdus rufiventris 1 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> 02-10-2002<br />

Leptopogon 1 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> 02-10-2002<br />

Conopophaga cearae 1 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> 02-10-2002<br />

Myrmotherula axilaris 1 Macho 03-10-2002<br />

Manacus manacus 1 Fêmea 03-10-2002<br />

Hemitriccus zosterops 1 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> 03-10-2002<br />

Pipra rubrocapilla 1 Fêmea 03-10-2002<br />

Rhynchocyclus olivaceus 1 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> 03-10-2002<br />

Myrmotherula axillaris 1 Macho 04-10-2002<br />

Myrmotherula axillaris 1 Fêmea 04-10-2002<br />

Chiroxiphia pareola 1 Fêmea 05-11-2002<br />

Platyrinchus mystaceus 1 Fêmea 05-11-2002<br />

Glaucis hirsuta 1 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> 05-11-2002<br />

Manacus manacus 1 Fêmea 05-11-2002<br />

Conopophaga cearae 1 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> 06-11-2002<br />

Manacus manacus 4 Fêmeas 07-11-2002<br />

Pipra rubrocapilla 6 Fêmeas 06-12-2002<br />

Manacus manacus 1 Fêmea 06-12-2002<br />

Mionectes oleagineus 1 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> 07-12-2002<br />

Tolmomyias flaviventris 1 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> 07-12-2002<br />

Veniliornis affinis 1 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> 07-12-2002<br />

Chiroxiphia pareola 2 Fêmeas 08-12-2002<br />

Saltator maximus 1 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> 08-12-2002<br />

Neopelma pallescens 1 Fêmea 08-12-2002<br />

Pipra rubrocapilla 1 Fêmea 16-01-2003<br />

Chiroxiphia pareola 1 Fêmea 16-01-2003<br />

Glaucis hirsuta 1 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> 16-01-2003<br />

Manacus manacus 3 Fêmeas 17-01-2003<br />

Myiobius barbatus 1 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> 15-02-2003<br />

Rhynchocyclus olivaceus 1 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> 15-02-2003<br />

Thamnophilus aethiops 1 Fêmea 16-02-2003<br />

Neopelma pallescens 1 Fêmea 23-03-2003<br />

*Rhynchocyclus olivaceus 2 In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> 17-06-2003<br />

* Foram captura<strong>do</strong>s ao mesmo tempo na mesma re<strong>de</strong>. Esta informação sugere que seja um<br />

casal com o macho também apresentan<strong>do</strong> a placa <strong>de</strong> incubação. Davis (1945) relata a<br />

observação <strong>de</strong> placa em macho <strong>de</strong> alguns tiraní<strong>de</strong>os.<br />

4.2.4 Levantamento <strong>de</strong> Mamíferos<br />

Introdução<br />

De acor<strong>do</strong> com Meyrs et al. (2000) a Mata Atlântica apresenta 250 espécies <strong>de</strong><br />

mamíferos, das quais 55 são endêmicas. A fragmentação tem produzi<strong>do</strong><br />

graves conseqüências para este grupo, em particular para as espécies <strong>de</strong><br />

maior porte, verifican<strong>do</strong>-se o <strong>de</strong>saparecimento total <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>las em<br />

98


certas regiões e localida<strong>de</strong>s. A conjunção <strong>de</strong>sses fatores levou a inclusão <strong>de</strong><br />

69 <strong>de</strong>ssas na lista oficial <strong>de</strong> espécies da fauna brasileira ameaçadas <strong>de</strong><br />

extinção (MMA, 2003).<br />

Poucas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação (UC) localizadas em áreas <strong>de</strong> Mata<br />

Atlântica, particularmente no Nor<strong>de</strong>ste brasileiro, foram inventariadas <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

satisfatório, haven<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ráveis lacunas no conhecimento taxonômico e<br />

biogeográfico da maioria <strong>do</strong>s gêneros e espécies, <strong>de</strong> forma que novas espécies<br />

e novas localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ocorrência são freqüentemente registradas a cada novo<br />

estu<strong>do</strong>. As listas <strong>de</strong> espécies ameaçadas constituem-se nas ferramentas mais<br />

apropriadas para guiar as ações governamentais e políticas públicas com<br />

vistas à preservação. O controle <strong>do</strong> tráfico e comércio ilegal <strong>de</strong> animais,<br />

também não po<strong>de</strong> prescindir <strong>de</strong>ssas listas (MMA/SBF, 2002b). Daí a<br />

importância da realização <strong>do</strong> inventário da biodiversida<strong>de</strong> das matas <strong>do</strong><br />

Sistema Gurjaú que servirá <strong>de</strong> subsídio para a recategorização e embasará o<br />

plano <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong>sta UC.<br />

Assim, o presente estu<strong>do</strong> objetivou inventariar a mastofauna terrestre existente<br />

em Gurjaú. Esse trabalho inicial <strong>de</strong>verá também dar origem a futuros estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> monitoramento, que possibilitem o acompanhamento da dinâmica das<br />

populações <strong>de</strong> mamíferos da área (Monteiro da Cruz, 1998), principalmente<br />

daquelas espécies cuja instabilida<strong>de</strong> populacional possa comprometer a<br />

sobrevivência das mesmas nos fragmentos <strong>de</strong>sta UC.<br />

METODOLOGIA<br />

Área <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong><br />

Preparaçãoda Área<br />

O presente estu<strong>do</strong> foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> em vários fragmentos da RESG (Figura<br />

32). As capturas <strong>do</strong>s animais foram antecedidas pela abertura <strong>de</strong> novas trilhas<br />

e mapeamento das trilhas já existentes, com o uso <strong>de</strong> GPS (para<br />

georreferenciamento das localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> amostragem), e bússola e trenas para<br />

a <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong> coleta, <strong>de</strong>vidamente i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> fitas<br />

plásticas, e distantes 50m um <strong>do</strong> outro. Para cada área <strong>de</strong> amostragem<br />

99


selecionada foi utilizada <strong>de</strong> uma a duas trilhas cuja extensão variou entre 300m<br />

e 1000m.<br />

Inventário<br />

Para o levantamento da mastofauna foram utilizadas quatro meto<strong>do</strong>logias: 1)<br />

captura com armadilhas metálicas (<strong>do</strong> tipo Tomahawk); 2) visualização em<br />

campo; 3) i<strong>de</strong>ntificação através <strong>de</strong> vestígios; 4) entrevistas com a comunida<strong>de</strong><br />

local (Wilson et al., 1996). Foram realizadas excursões mensais com duração<br />

<strong>de</strong> 04 a 06 dias consecutivos cada, entre agosto <strong>de</strong> 2002 e abril <strong>de</strong> 2003. A<br />

classificação taxonômica a<strong>do</strong>tada neste estu<strong>do</strong> foi a <strong>de</strong> Wilson e Ree<strong>de</strong>r<br />

(1992).<br />

Captura e Processamento<br />

Nas capturas, foram utilizadas armadilhas <strong>de</strong> <strong>do</strong>is tamanhos (45X15X15cm e<br />

75X30X30cm), dispostas em cada ponto <strong>de</strong> coleta, em número <strong>de</strong> 01 a 03,<br />

procuran<strong>do</strong>-se, quan<strong>do</strong> possível, colocar ao menos uma no solo e outra<br />

suspensa (a cerca <strong>de</strong> 1,5m - 2,0m <strong>do</strong> solo). Como iscas, foram utiliza<strong>do</strong>s frutos<br />

(banana e abacaxi) e paçoca <strong>de</strong> amen<strong>do</strong>im, sen<strong>do</strong> as armadilhas iscadas e<br />

revisadas a cada 24 horas. O esforço <strong>de</strong> captura, no presente estu<strong>do</strong>, foi<br />

calcula<strong>do</strong> a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>-se a fórmula: EF = NA X NC, on<strong>de</strong> EF= esforço <strong>de</strong> captura,<br />

NA= número <strong>de</strong> armadilhas utilizadas e NC= número <strong>de</strong> dias <strong>de</strong> captura. As<br />

armadilhas foram colocadas em 03 fragmentos: Mata da Zabé (01 trilha), Mata<br />

<strong>do</strong> Cuxio (02 trilhas) e Mata Gurjaú-Secupema (02 trilhas), como po<strong>de</strong> ser visto<br />

na Figura 32. Além disso, em apenas uma ocasião, fez-se uma amostragem na<br />

região próxima à Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Água (ETA) da Compesa.<br />

Os animais captura<strong>do</strong>s foram leva<strong>do</strong>s a uma sala <strong>de</strong> processamento on<strong>de</strong><br />

foram anestesia<strong>do</strong>s com Cloridrato <strong>de</strong> Quetamina (50mg/ml), para em seguida<br />

serem processa<strong>do</strong>s. A <strong>do</strong>sagem <strong>do</strong> anestésico (10 a 30mg/Kg <strong>de</strong> peso) variou<br />

<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a espécie e a classe etária <strong>de</strong> cada animal. Os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

morfometria, peso, esta<strong>do</strong> clínico e reprodução foram coleta<strong>do</strong>s e anota<strong>do</strong>s em<br />

fichas individuais. Além disso, to<strong>do</strong>s os indivíduos foram marca<strong>do</strong>s através <strong>de</strong><br />

tatuagem na cauda. Os animais cuja i<strong>de</strong>ntificação não foi possível foram<br />

sacrifica<strong>do</strong>s, após anestesia, e a<strong>de</strong>quadamente conserva<strong>do</strong>s para posterior<br />

100


i<strong>de</strong>ntificação, através <strong>de</strong> chaves taxonômicas específicas para cada grupo, ou<br />

por comparação com material <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> nas coleções da UFPE e UFRPE. Os<br />

espécimens assim coleta<strong>do</strong>s encontram-se <strong>de</strong>posita<strong>do</strong>s na coleção <strong>de</strong><br />

mamíferos <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Biologia, Área <strong>de</strong> Zoologia, da UFRPE.<br />

Visualizações em Campo<br />

As visualizações em campo <strong>do</strong>s mamíferos (avistamentos), foram feitas<br />

durante os percursos realiza<strong>do</strong>s no transecto Gúrjaú/Secupema (a pé ou <strong>de</strong><br />

carro) e nas trilhas <strong>de</strong> diversos fragmentos <strong>de</strong> mata (a pé), em diferentes<br />

horários (Figura 32). Para os animais avista<strong>do</strong>s foram anota<strong>do</strong>s os nomes da<br />

espécie, o horário e o local da observação, além <strong>do</strong> número <strong>de</strong> indivíduos. Aqui<br />

foram consi<strong>de</strong>radas não apenas as visualizações feitas pela equipe <strong>de</strong><br />

mastofauna, mas também àquelas realizadas pelos componentes das <strong>de</strong>mais<br />

equipes <strong>de</strong> levantamento <strong>de</strong> fauna.<br />

I<strong>de</strong>ntificação Através <strong>de</strong> Vestígios<br />

Durante os percursos, também foram realizadas observações <strong>de</strong> vestígios <strong>do</strong>s<br />

animais: pegadas, restos alimentares, fezes, pêlos e carcaças. Além <strong>do</strong>s<br />

fragmentos <strong>de</strong> mata on<strong>de</strong> foram realizadas as capturas, a busca <strong>de</strong> vestígios<br />

também foi realizada em outros fragmentos da região percorri<strong>do</strong>s pela equipe<br />

<strong>de</strong> mastofauna e no transecto Gurjaú/Secupema <strong>de</strong> 4Km <strong>de</strong> extensão<br />

(Figura 32). As pegadas e carcaças encontradas foram fotografadas e<br />

i<strong>de</strong>ntificadas com o auxílio <strong>de</strong> guias específicos (Becker e Dalponte 1991;<br />

Emmons e Feer, 1999).<br />

Entrevistas com a Comunida<strong>de</strong> Local<br />

Foi utiliza<strong>do</strong> um questionário para as entrevistas com a comunida<strong>de</strong> local,<br />

dividi<strong>do</strong> em três partes: i<strong>de</strong>ntificação, grau <strong>de</strong> conhecimento/consciência sobre<br />

a situação da flora e fauna locais e informação sobre as prováveis espécies<br />

que existem ou já existiram na área (sob foco qualitativo e quantitativo). Para<br />

esta última parte, foram utiliza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>senhos e pranchas coloridas (Emmons e<br />

101


Feer, 1999; Eisenberg e Redford, 1999) para orientar os entrevista<strong>do</strong>s quanto à<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s animais. Deu-se priorida<strong>de</strong> às pessoas que moram na área há<br />

muitos anos, e àquelas que já praticaram ou ainda praticam a caça. A segunda<br />

parte <strong>do</strong> questionário inclui a coleta <strong>de</strong> informações sobre o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

conservação <strong>do</strong> bioma e da biota atual e remota da UC, e buscou indícios<br />

sobre a pressão <strong>de</strong> caça a que está submetida à mastofauna local. Para<br />

inclusão <strong>de</strong> espécies citadas nas entrevistas na lista <strong>de</strong> mamíferos das matas<br />

<strong>do</strong> Sistema Gurjaú, levou-se em consi<strong>de</strong>ração a confiabilida<strong>de</strong> nas respostas<br />

<strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s e a porcentagem <strong>de</strong> citações (a partir <strong>de</strong> 70% <strong>de</strong><br />

concordância).<br />

Figura 32 – Matas <strong>do</strong> Sistema Gurjaú<br />

Resulta<strong>do</strong>s<br />

Durante o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> foram inventariadas 32 espécies <strong>de</strong> mamíferos<br />

para as matas <strong>do</strong> Sistema Gurjaú, pertencentes às or<strong>de</strong>ns Di<strong>de</strong>lphimorphia (04<br />

gêneros, 06 espécies), Xenarthra (05 gêneros, 05 espécies), Ro<strong>de</strong>ntia (11<br />

102


gêneros, 11 espécies), Lagomorpha (01 gênero e 01 espécie), Carnivora (08<br />

gêneros, 08 espécies) e Primates (01 gênero, 01 espécie), como po<strong>de</strong> ser<br />

constata<strong>do</strong> na Tabela 15. Dentre estas, o gato-<strong>do</strong>-mato (Leopardus tigrinus)<br />

encontra-se na lista oficial da fauna brasileira ameaçada <strong>de</strong> extinção, na<br />

categoria vulnerável (MMA, 2003). Além disso, vale ressaltar, a existência <strong>de</strong><br />

uma espécie endêmica <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste brasileiro, Callithrix jacchus (sagüi), e <strong>de</strong><br />

um pequeno marsupial, Mono<strong>de</strong>lphis americana (Figura 33), endêmico da Mata<br />

Atlântica. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> cada uma das meto<strong>do</strong>logias<br />

a<strong>do</strong>tadas se encontram pormenoriza<strong>do</strong>s a seguir.<br />

Capturas<br />

Ao longo <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, através da utilização das armadilhas metálicas, ocorreram<br />

44 capturas e 04 recapturas <strong>de</strong> mamíferos <strong>de</strong> pequeno porte (Tabela 14). Além<br />

disso, 04 marsupiais caíram nas armadilhas montadas para répteis, <strong>do</strong> tipo pitfall,<br />

e 01 tamanduá-mirim, Tamandua tetradactyla (Figura 34), foi captura<strong>do</strong><br />

manualmente por uma pessoa da comunida<strong>de</strong>, e encaminha<strong>do</strong> à equipe <strong>de</strong><br />

pesquisa<strong>do</strong>res. As espécies mais capturadas foram Di<strong>de</strong>lphis albiventris e<br />

Marmosa murina (Figura 35), com 10 e 9 indivíduos, respectivamente. Durante<br />

o processamento <strong>do</strong>s espécimens captura<strong>do</strong>s, constatatou-se que 01 <strong>de</strong><br />

Di<strong>de</strong>lphis albiventris e 03 fêmeas <strong>de</strong> Di<strong>de</strong>lphis marsupialis tinham filhotes no<br />

marsúpio (Figura 36).<br />

Figura 33 – Mono<strong>de</strong>lphis americana captura<strong>do</strong> na Mata Secupema em novembro <strong>de</strong> 2002<br />

103


Figura 34 – Tamandua tetradactyla encontra<strong>do</strong> na Mata Secupema em março <strong>de</strong> 2003.<br />

Figura 35 – Marmosa murina capturada na Mata da Zabé em setembro <strong>de</strong> 2002.<br />

104


Figura 36 – Di<strong>de</strong>lphis marsupialis com filhote captura<strong>do</strong> na Mata <strong>do</strong> Cuxiu em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />

2002.<br />

Visualizações em Campo<br />

Através das visualizações em campo, pô<strong>de</strong>-se observar 07 espécies <strong>de</strong><br />

mamíferos, das quais 02 também foram capturadas. Assim, os avistamentos<br />

permitiram a inclusão <strong>de</strong> 05 espécies diferentes na lista (Tabela 15), das<br />

or<strong>de</strong>ns Xenarthra (01), Ro<strong>de</strong>ntia (02), Lagomorpha (01) e Carnivora (01).<br />

I<strong>de</strong>ntificação Através <strong>de</strong> Vestígios<br />

A maioria <strong>do</strong>s vestígios encontra<strong>do</strong>s constitui-se <strong>de</strong> pegadas. Quatro espécies<br />

(03 roe<strong>do</strong>res e 01 carnívoro) pu<strong>de</strong>ram ser i<strong>de</strong>ntificadas e acrescentadas à lista<br />

através <strong>do</strong>s rastros. Além disso, duas carcaças <strong>de</strong> Bradypus variegatus foram<br />

encontradas flutuan<strong>do</strong> no Lago Gurjaú (Tabela 15).<br />

Durante o trabalho <strong>de</strong> campo, também foi possível constatar a existência da<br />

ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> caça nos vários fragmentos <strong>de</strong> mata percorri<strong>do</strong>s, através da<br />

105


presença <strong>de</strong> “esperas”, “fojos”, armadilhas para tatus, cápsulas <strong>de</strong> balas <strong>de</strong><br />

espingarda, tiros <strong>de</strong> arma <strong>de</strong> fogo, presença e lati<strong>do</strong> <strong>de</strong> cães e perfuração à<br />

bala na mandíbula <strong>de</strong> uma das carcaças <strong>de</strong> preguiça. Além disso, observou-se<br />

a existência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s canis <strong>de</strong> cães <strong>de</strong> caça (da raça Fox Hunter) em várias<br />

proprieda<strong>de</strong>s e posses da área.<br />

Foram também i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s indícios <strong>de</strong> caça associada à venda <strong>de</strong> animais,<br />

especificamente a capivara – Hydrochaeris hydrochaeris – a maior espécie<br />

vivente <strong>de</strong> roe<strong>do</strong>r <strong>do</strong> planeta. Em uma ilhota (com menos <strong>de</strong> 01ha), no açu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Secupema, um tipo <strong>de</strong> armadilha gran<strong>de</strong> foi construída para a captura <strong>de</strong><br />

capivaras, em local escondi<strong>do</strong> da visão <strong>de</strong> quem faz o percurso <strong>de</strong> carro ou a<br />

pé na margem <strong>do</strong> açu<strong>de</strong>. Cultivou-se um milharal, cerca<strong>do</strong> com arame e<br />

estacas resistentes, limita<strong>do</strong> por apenas <strong>do</strong>is acessos em forma <strong>de</strong> “fojo” – um<br />

tipo <strong>de</strong> armadilha artesanal para captura <strong>de</strong> animais vivos, semelhante a um<br />

alçapão – que, no caso específico, correspondia a valas <strong>de</strong> 1,0m X 1,0m X<br />

1,5m, cobertas por uma base estrutural <strong>de</strong> gravetos, forrada por materiais da<br />

serrapilheira local. Pelo alto investimento <strong>do</strong> empreendimento, questionou-se<br />

sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que esta captura não se limitasse à caça para<br />

alimentação ou criação <strong>do</strong> animal como pet (animal <strong>de</strong> estimação) pela<br />

comunida<strong>de</strong> local, mas pu<strong>de</strong>sse estar associada ao comércio ilegal da espécie.<br />

Entrevistas com a Comunida<strong>de</strong> Local<br />

No total, foram realizadas 32 entrevistas. A partir das informações contidas nos<br />

questionários, foi possível listar mais 11 espécies <strong>de</strong> mamíferos (06 carnívoros,<br />

02 roe<strong>do</strong>res e 03 tatus), como po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> na Tabela 15. Constatou-se<br />

ainda que, há cerca <strong>de</strong> 30 anos atrás, existiam macacos-prego (Cebus apella),<br />

vea<strong>do</strong>s (Mazama gouazoupira) e porcos-<strong>do</strong>-mato (Tayassu tajacu), que hoje se<br />

encontram extintos na região.<br />

Também através das entrevistas foi possível tomar conhecimento <strong>de</strong> quão<br />

gran<strong>de</strong> é a pressão <strong>de</strong> caça local, que não se limita aos caça<strong>do</strong>res da própria<br />

comunida<strong>de</strong> mais inclui também os provenientes <strong>do</strong>s municípios <strong>do</strong> entorno.<br />

Os mamíferos mais caça<strong>do</strong>s são, sobretu<strong>do</strong>, cutias, tatus e pacas, secunda<strong>do</strong>s<br />

por quatis, raposas e capivaras. O méto<strong>do</strong> tradicional <strong>de</strong> se caçar na região é<br />

106


através <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> espingardas, cães <strong>de</strong> caça e construção <strong>de</strong> “esperas”,<br />

segui<strong>do</strong> <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> armadilhas artesanais. A caça geralmente serve para ser<br />

comida como petisco, acompanhada por bebidas alcoólicas (principalmente a<br />

cachaça), e mais raramente para servir <strong>de</strong> animal <strong>de</strong> estimação (cutia, papamel,<br />

quati, tatu, coelho, paca, capivara).<br />

Foi unânime e enfaticamente negada, a caça comercial <strong>de</strong> animais vivos,<br />

apesar <strong>do</strong>s indícios levanta<strong>do</strong>s nesta pesquisa. Foram freqüentes os relatos <strong>de</strong><br />

que a “caça à raposa” vem sen<strong>do</strong> praticada há muitos anos como esporte,<br />

utilizan<strong>do</strong>-se inclusive, afora cães fareja<strong>do</strong>res e espingardas, <strong>de</strong> cavalos <strong>de</strong><br />

montaria. Segun<strong>do</strong> os entrevista<strong>do</strong>s, esta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esporte tem si<strong>do</strong><br />

praticada, quase que exclusivamente, pelas classes mais abastadas da<br />

população.<br />

Tabela 14 – Áreas <strong>de</strong> amostragem, esforço <strong>de</strong> captura, número <strong>de</strong> animais captura<strong>do</strong>s com<br />

respectivas or<strong>de</strong>ns, da mastofauna inventariada nas matas <strong>do</strong> Sistema Gurjaú.<br />

EXCURSÃO ÁREAS ESFORÇO DE<br />

CAPTURA<br />

NÚMERO DE<br />

ANIMAIS<br />

CAPTURADOS<br />

ORDENS<br />

1 ETA, Mata da Zabé 30 X 2 = 60 7 Ro<strong>de</strong>ntia e<br />

Di<strong>de</strong>lphimorphia<br />

2 Mata da Zabé, Mata 60 X 3 = 180 1 Di<strong>de</strong>lphimorphia<br />

Gurjaú/Secopema<br />

3 Mata Gurjaú/Secopema 60 X 3 = 180 3 Di<strong>de</strong>lphimorphia e<br />

Primates<br />

4 Mata Gurjaú/Secopema 73 X 2 = 146 4 Di<strong>de</strong>lphimorphia<br />

5 Mata Gurjaú/Secopema 73 X 6 = 438 8 Ro<strong>de</strong>ntia e<br />

Di<strong>de</strong>lphimorphia<br />

6 Mata Gurjaú/Secopema 73 X 6 = 438 5 Ro<strong>de</strong>ntia e<br />

Di<strong>de</strong>lphimorphia<br />

7 Mata Gurjaú/Secopema,<br />

Mata <strong>do</strong> Cuxiu<br />

54 X 3 = 162 6 Ro<strong>de</strong>ntia e<br />

Di<strong>de</strong>lphimorphia<br />

8 Mata Gurjaú/Secopema,<br />

Mata <strong>do</strong> Cuxiu<br />

74 X 4 = 296 10 Ro<strong>de</strong>ntia,<br />

Di<strong>de</strong>lphimorphia e<br />

9 Mata Gurjaú/Secopema,<br />

Mata <strong>do</strong> Cuxiu<br />

TOTAL<br />

ETA, Mata da Zabé,<br />

Mata Gurjaú/Secopema,<br />

Mata <strong>do</strong> Cuxiu<br />

Primates<br />

74 X 4 = 296 4 Ro<strong>de</strong>ntia,<br />

Di<strong>de</strong>lphimorphia e<br />

Primates<br />

2196 48 Ro<strong>de</strong>ntia,<br />

Di<strong>de</strong>lphimorphia e<br />

Primates<br />

107


Tabela 15 – Lista da mastofauna inventariada nas matas <strong>do</strong> Sistema Gurjaú<br />

ORDEM FAMÍLIA ESPÉCIE NOME MÉTODO DE<br />

VULGAR AMOSTRAGEM<br />

Di<strong>de</strong>lphimorph Di<strong>de</strong>lphidae Di<strong>de</strong>lphis albiventris (Lund, Timbú<br />

C, E<br />

ia<br />

1840)<br />

D. marsupialis Cachorro <strong>do</strong> C, E<br />

(Linnaeus, 1758) mato<br />

Marmosa murina Cuíca<br />

C<br />

(Linnaeus, 1758)<br />

Mono<strong>de</strong>phis <strong>do</strong>mestica<br />

C<br />

(Wagner, 1842)<br />

M. americana (Müller,<br />

C<br />

1776)<br />

Micoureus <strong>de</strong>merarae Rato fidalgo C, E<br />

(Thomas, 1905)<br />

Xenarthra Bradypodidae Bradypus variegatus Preguiça VC, A, E<br />

(Schinz, 1825)<br />

Dasypodidae Dasypus novemcinctus Tatu<br />

E<br />

(Linnaeus, 1758) verda<strong>de</strong>iro<br />

Euphractus sexcinctus Tatu peba E<br />

(Linnaeus, 1758)<br />

Cabassous unicinctus Tatu rabo <strong>de</strong> E<br />

(Linnaeus, 1758) couro<br />

Myrmecophagida Tamandua tetradactyla Tamanduá C, VP, E<br />

e<br />

(Linnaeus, 1758) mirim<br />

Ro<strong>de</strong>ntia Muridae Rattus sp. (Fisher, Ratazana, C, E<br />

1803)<br />

rato<br />

Mus<br />

musculus<br />

Catita<br />

C, E<br />

(Linnaeus, 1758)<br />

Nectomys sp. (Peters, Rato d’água C<br />

1861)<br />

Ako<strong>do</strong>n sp. (Meyen, Rato<br />

C, A<br />

1833)<br />

Holochilus sp. (Brandt,<br />

1835)<br />

Rato <strong>de</strong> cana E<br />

Agoutidae Agouti paca (Linnaeus,<br />

1766)<br />

Paca<br />

E<br />

Dasyprocta<br />

Cutia<br />

VP, E<br />

prymnolopha (Wagler,<br />

1831)<br />

Cavidae Cavia aperea Preá<br />

A, E<br />

(Erxleben, 1777)<br />

Erethizontidae Coendu prehensilis Coendu VP, E<br />

(Linnaeus, 1758)<br />

Sciuridae Sciurus aestuans Paracatota A, E<br />

108


(Linnaeus, 1766)<br />

Hydrochaeridae Hydrochaeris<br />

hydrochaeris<br />

(Linnaeus, 1766)<br />

Lagomorpha Leporidae Sylvilagus brasiliensis<br />

(Linnaeus, 1758)<br />

Capivara<br />

Coelho <strong>do</strong><br />

mato<br />

VP, E<br />

A, E<br />

Carnivora Canidae Cer<strong>do</strong>cyon thous<br />

(Linnaeus, 1766)<br />

Felidae Leopardus tigrinus<br />

(Schreber, 1775)<br />

Felis yagouarondi<br />

(Lacépè<strong>de</strong>, 1809)<br />

Mustelidae Eira barbara<br />

(Linnaeus, 1758)<br />

Galictis vittata<br />

(Schreber, 1776)<br />

Lontra longicaudis<br />

(Olfers, 1818)<br />

Procyonidae Procyon cancrivorus<br />

(G. Cuvier, 1798)<br />

Nasua nasua<br />

(Linnaeus, 1766)<br />

Primates Callitrichidae Callithrix jacchus<br />

(Linnaeus, 1758)<br />

Raposa<br />

Gato<br />

maracajá<br />

Raposa <strong>de</strong><br />

gato<br />

Papa mel<br />

Furão<br />

Lontra<br />

Guará <strong>de</strong><br />

cana<br />

Quati<br />

Sagüi<br />

A, E<br />

E<br />

E<br />

E<br />

E<br />

E<br />

VP, E<br />

E<br />

C, A, E<br />

Legenda: C = Captura; VC = Vestígio/carcaça; VP = Vestígio/pegadas; A = Avistamento; E = Entrevista<br />

DISCUSSÃO<br />

A diversida<strong>de</strong> da mastofauna terrestre encontrada nas matas <strong>do</strong> Sistema<br />

Gurjaú assemelha-se às <strong>de</strong> outros estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s em remanescentes <strong>de</strong><br />

Mata Atlântica no esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> como, por exemplo, o Parque<br />

Estadual Dois Irmãos, a Estação Ecológica <strong>de</strong> Tapacurá, a Estação Ecológica<br />

<strong>de</strong> Caetés e a Área Piloto RBMA-Complexo Igarassu/Itapissuma/Itamaracá<br />

(Monteiro da Cruz et al., 2002); também é bastante similar àquela <strong>do</strong> inventário<br />

<strong>de</strong> mamíferos realiza<strong>do</strong> por Fernan<strong>de</strong>s (2003) em fragmentos <strong>de</strong> mata no<br />

esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Alagoas.<br />

Apesar da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies registradas (32) ter si<strong>do</strong> razoável, o número<br />

<strong>de</strong> capturas (48, ocorren<strong>do</strong> 04 recapturas) foi pequeno em relação ao esforço<br />

<strong>de</strong> captura realiza<strong>do</strong> (2196). Vale salientar que apenas 12 espécies foram<br />

capturadas em armadilhas; 09 foram adicionadas à lista através <strong>de</strong> vestígios<br />

e/ou avistamentos e outras 11, através das entrevistas com a comunida<strong>de</strong>.<br />

109


Provavelmente o uso <strong>de</strong> outros tipos <strong>de</strong> armadilhas, como as <strong>de</strong> Sherman<br />

(para animais bem pequenos), ou laços e gra<strong>de</strong>s pit-fall (para animais <strong>de</strong> médio<br />

e gran<strong>de</strong> porte) (Wilson et al., 1996), possibilitaria o aumento <strong>do</strong> número <strong>de</strong><br />

indivíduos captura<strong>do</strong>s, mas não necessariamente o <strong>de</strong> espécies.<br />

O fato da maioria <strong>do</strong>s mamíferos encontra<strong>do</strong>s constituir-se <strong>de</strong> animais <strong>de</strong><br />

pequeno porte era um resulta<strong>do</strong> já espera<strong>do</strong> para a região estudada. Isto se<br />

<strong>de</strong>ve, provavelmente, ao alto grau <strong>de</strong> fragmentação da área, que encontra-se<br />

próxima a centros urbanos, apresentan<strong>do</strong> uma gran<strong>de</strong> pressão antrópica e<br />

conseqüente uso <strong>do</strong>s recursos naturais, <strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada. A presença<br />

<strong>de</strong> assentamentos humanos po<strong>de</strong> agir como meio <strong>de</strong> introdução <strong>de</strong> espécies<br />

exóticas e <strong>do</strong>mésticas que passam a competir, ou até mesmo predar, as<br />

espécies nativas <strong>de</strong> plantas e animais (Miller e Hobbs, 2002). No caso<br />

específico <strong>do</strong>s mamíferos, a caça e o <strong>de</strong>smatamento exacerba<strong>do</strong>s são os<br />

prováveis agentes responsáveis pelo seu <strong>de</strong>saparecimento gradual nas matas<br />

<strong>de</strong> Gurjaú, pois estes, segun<strong>do</strong> How e Dell (2000), são os vertebra<strong>do</strong>s em<br />

maior <strong>de</strong>svantagem nos remanescentes <strong>de</strong> mata urbanos. De acor<strong>do</strong> com<br />

Miller e Hobbs (2002), os assentamentos humanos representam inúmeras<br />

barreiras para o <strong>de</strong>slocamento <strong>do</strong>s vertebra<strong>do</strong>s terrestres, especialmente no<br />

caso das espécies <strong>de</strong> mamíferos que possuem uma gran<strong>de</strong> área <strong>de</strong> uso e que<br />

acabam confrontan<strong>do</strong> com pessoas. Pimentel (2000), em estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> na<br />

Costa Rica, também aponta os fatores caça e <strong>de</strong>smatamento como causas da<br />

diminuição da mastofauna terrestre da região.<br />

Observou-se também que a maioria das espécies inventariadas estão bem<br />

adaptadas a áreas perturbadas, sobretu<strong>do</strong> àquelas próximas a cursos d`água,<br />

plantações e pastagens (Emmons e Feer, 1999; Eisenberg e Redford, 1999), o<br />

que é comum <strong>de</strong> se encontrar em Gurjaú. De acor<strong>do</strong> com Terborgh (1984 apud<br />

Pimentel, 2000), em florestas perturbadas, observa-se o <strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong><br />

mamíferos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte e o estabelecimento <strong>de</strong> espécies generalistas e <strong>de</strong><br />

menor tamanho, sem muito valor <strong>de</strong> caça. Assim, espécies como Leopardus<br />

tigrinus e Felis yagouarondi, essencialmente carnívoras e bastante caçadas,<br />

terão poucas chances <strong>de</strong> continuar existin<strong>do</strong> na região. Um fato preocupante<br />

em relação à ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> caça local <strong>de</strong> mamíferos, é que esta não é <strong>de</strong><br />

110


subsistência, servin<strong>do</strong> como uma forma <strong>de</strong> lazer para a comunida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong><br />

haver indícios <strong>do</strong> comércio ilegal <strong>de</strong> algumas espécies. A falta <strong>de</strong> fiscalização é<br />

resulta<strong>do</strong>, inequivocamente, <strong>do</strong> <strong>de</strong>scaso <strong>do</strong> proprietário da área, o próprio<br />

governo.<br />

Espirito Santo (2002) fala sobre um consenso, amplamente aceito hoje, <strong>de</strong> que<br />

áreas protegidas não po<strong>de</strong>m ser administradas isoladas <strong>do</strong> que ocorre no seu<br />

entorno. Ele propõe vários mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> abordagem para que a comunida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

entorno passe a se responsabilizar pela preservação da área, pois, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com Shutkin (2000, apud Miller e Hobbs, 2002), os esforços para proteção <strong>de</strong><br />

habitats obtêm melhores resulta<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> a comunida<strong>de</strong> local se mantém<br />

informada e envolvi<strong>do</strong>s no processo, <strong>do</strong> que quan<strong>do</strong> as or<strong>de</strong>ns e<br />

regulamentações vêm <strong>de</strong> um órgão superior.<br />

Pelo potencial que as matas <strong>do</strong> Sistema Gurjaú <strong>de</strong>monstram ter, nesta rápida<br />

avaliação ecológica, e pelo nível <strong>de</strong> ameaça que parte consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> sua<br />

mastofauna vem sofren<strong>do</strong>, sugerimos que sejam contempla<strong>do</strong>s no seu Plano<br />

<strong>de</strong> Manejo a implantação <strong>de</strong> corre<strong>do</strong>res ecológicos, em curto prazo,<br />

concebi<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> novos cenários para a conservação <strong>de</strong> sua<br />

biodiversida<strong>de</strong>.<br />

4.2.5 Levantamento da vegetação<br />

Introdução<br />

As florestas tropicais são ecossistemas que abrigam alta biodiversida<strong>de</strong>,<br />

engloban<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> <strong>do</strong>is terços <strong>do</strong> total <strong>de</strong> espécies existentes no planeta. O<br />

Brasil graças as suas duas gran<strong>de</strong>s florestas – a amazônica e a atlântica – se<br />

<strong>de</strong>staca como um <strong>do</strong>s países possui<strong>do</strong>res da maior biodiversida<strong>de</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>,<br />

possuin<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 357 milhões <strong>de</strong> hectares <strong>de</strong> florestas, 30% <strong>de</strong> todas as<br />

florestas tropicais <strong>do</strong> planeta, mais que o <strong>do</strong>bro da área <strong>de</strong> quem ocupa o<br />

segun<strong>do</strong> lugar, a In<strong>do</strong>nésia (Almeida, 2000).<br />

Sen<strong>do</strong> o Brasil <strong>de</strong>tentor da maior biodiversida<strong>de</strong> que se conhece, <strong>do</strong>s cerca <strong>de</strong><br />

1,4 milhão <strong>de</strong> organismos conheci<strong>do</strong>s pela ciência, 10% vivem em território<br />

brasileiro (Mittermeier et al, 1992), é imperativo que a população nor<strong>de</strong>stina se<br />

conscientize sobre o valor ambiental e sócio-econômico da biodiversida<strong>de</strong>.<br />

111


Entretanto este bioma vem sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>struí<strong>do</strong> pela ação antrópica on<strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

parte <strong>de</strong> sua diversida<strong>de</strong> está sen<strong>do</strong> extinta antes mesmo que se conheça o<br />

potencial ecológico, genético e a importância econômica das espécies.<br />

Alguns gran<strong>de</strong>s fragmentos ainda estão conserva<strong>do</strong>s, como é o caso da<br />

reserva ora em estu<strong>do</strong> que é a <strong>de</strong> Gurjaú, que apresenta uma biodiversida<strong>de</strong><br />

incomparável à <strong>de</strong> outras reservas faltan<strong>do</strong> apenas que o governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> <strong>de</strong>fina urgentemente uma forma <strong>de</strong> preservar e conservar<br />

aquela unida<strong>de</strong>.<br />

METODOLOGIA<br />

Localização<br />

A área em estu<strong>do</strong> localiza-se no litoral sul <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> entre os municípios<br />

<strong>do</strong> Jaboatão <strong>do</strong>s Guararapes e Cabo <strong>de</strong> St° Agostinho, ditan<strong>do</strong> 40 Km <strong>do</strong><br />

centro <strong>de</strong> Recife entre a latitu<strong>de</strong> 8°13’33” e longitu<strong>de</strong> 35°13’44” oeste <strong>de</strong><br />

Greenwich e XXX ocupan<strong>do</strong> uma área <strong>de</strong> 1070 hectares.<br />

Clima<br />

Os municípios <strong>de</strong> Jaboatão <strong>do</strong>s Guararapes e Cabo <strong>de</strong> St° Agostinho<br />

apresentam na classificação <strong>de</strong> Köeppen clima <strong>do</strong> tipo Am’s que po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como clima tropical chuvoso <strong>de</strong> monção com verão seco e menos <strong>de</strong><br />

60mm no mês mais seco, com precipitação pluviométrica anual total muito<br />

elevada (SUDENE, 1973).<br />

No litoral sul, o <strong>do</strong>mínio absoluto da massa equatorial atlântica caracterizada<br />

pelos ventos alísios <strong>do</strong> hemisfério sul que sofrem reforço com as invasões das<br />

massas polares ocasionam as chuvas <strong>de</strong> inverno. Os meses mais chuvosos<br />

são junho e julho, enquanto os meses mais secos são outubro, novembro e<br />

<strong>de</strong>zembro. A precipitação anual total atinge valores acima <strong>de</strong> 2000mm<br />

(SUDENE 1973).<br />

112


PROCEDIMENTO DE CAMPO E LABORATÓRIO<br />

Flora<br />

Conforme meto<strong>do</strong>logia apresentada, as visitas a campo foram realizadas duas<br />

vezes ao mês seguin<strong>do</strong> a sistemática das trilhas existentes. Como também<br />

novas trilhas implantadas para observações e coletas. O perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> coleta<br />

ainda se esten<strong>de</strong>ra por 5 a 6 meses <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a maioria das espécies arbóreas e<br />

arbustivas não se encontrarem na fase reprodutiva.<br />

As espécies botânicas foram classificadas seguin<strong>do</strong> o sistema <strong>de</strong> Cronquist<br />

(1998). Cada indivíduo que foi coleta<strong>do</strong> recebe um único número <strong>de</strong> coleta cujo<br />

respectivo registro constará na ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> campo. Nestas ca<strong>de</strong>rnetas foram<br />

anotadas todas as observações relativas ao hábito <strong>de</strong> crescimento e<br />

características específicas (cor da flor, o<strong>do</strong>r, presença <strong>de</strong> látex ou resina no<br />

caule e algumas características no fruto), isto é, características florais e<br />

vegetativas que possam ser modificadas e processo <strong>de</strong> secagem das<br />

amostras. O número <strong>de</strong> duplicatas coletadas foram sempre três. Observaramse<br />

também os nomes vulgares da<strong>do</strong>s pelo mateiro, que foram anota<strong>do</strong>s e<br />

compara<strong>do</strong>s com os já existentes na literatura. O material foi processa<strong>do</strong><br />

segun<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Mori et al (1989) e incorpora<strong>do</strong>s aos acervos <strong>do</strong>s<br />

herbários IPA e UFRPE.<br />

No laboratório, o material foi seca<strong>do</strong> em estufa a 60°C e i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> usan<strong>do</strong>-se<br />

como auxílio, microscópio esterioscópico binocular tipo lupa, comparan<strong>do</strong>-se<br />

com espécies <strong>do</strong> acervo <strong>do</strong> herbário e usan<strong>do</strong> literatura especificada.<br />

Resulta<strong>do</strong>s<br />

Os resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s estão além <strong>do</strong> espera<strong>do</strong>, principalmente com<br />

relação à quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> das espécies, <strong>de</strong> importância da preservação<br />

da flora, interesse econômico para a região tais sejam: formação <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong><br />

sementes <strong>de</strong> espécies ma<strong>de</strong>ireiras a serem usadas para produção <strong>de</strong> mudas<br />

no reflorestamento com espécies nativas, plantas alimentícias, ornamentais,<br />

extração <strong>de</strong> cipós para uso em artesanato (Figuras 36 a 39).<br />

113


Lista das Espécies<br />

As espécies foram coletadas nos diversos fragmentos existentes na área em<br />

estu<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> foram separadas nas diversas matas que possuem nomes locais<br />

<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s pelo mateiro que nos acompanha e população local (Tabela 16 e<br />

17).<br />

114


Família Nome Científico Nome Vulgar<br />

Annonaceae Cymbopetalum brasiliense (Vell.) Benth ex Baill<br />

Importância<br />

Econômica<br />

Monnimiaceae Siparuna guianensis Aubl.<br />

Lauraceae Cinnamomum chana Vatt louro Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Ocotea opifera Mart. louro Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Myristicaceae Virola gardineri (DC.) Warb. urucuba Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Myrsinaceae Ardisia sp.<br />

Piperaceae Piper marginatum pimenta <strong>de</strong> macaco<br />

Aristolochiaceae Aristolochia trilobata L. papo <strong>de</strong> perú Ornamental<br />

Nymphaeaceae Nymphea ampla água pé Ornamental<br />

Ulmaceae Trema micranta (L.) Blume<br />

Moraceae Clarisia racemosa Ruiz. Et Pavon orticica da mata Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Ficus gameleira gameleira Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Brosimum discolor quiri Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Sorotea ilicifolia Miq.<br />

Helicostylis tomentosa (Poepp. et Endl.) Macbr. amora<br />

Urticaceae Boehmeria cylindrica (L.) Siv. urtiga<br />

Nyctaginaceae Guapira opposita Nees.<br />

Laportea aestuans (L.) Cav. urtiga Inseticida<br />

Pilea hyalina Fenzl. língua <strong>de</strong> sapo Medicinal<br />

Pilea microphilla (L.) Lielm. brilhantina<br />

Pisonia subcordata Sw.<br />

Amaranthaceae Gomphrena sp.<br />

Cactaceae Rhipsalis cassuta rabo <strong>de</strong> calango Ornamental<br />

Polygonaceae Coccoloba cf. alnifolia Casar cabaçú<br />

Ochnaceae Ouratea fieldingiana (Gardn.) Engl. batiputá<br />

Marcgraviaceae Sourabia guianensis<br />

Quiinaceae Quiina pernambucensis<br />

Clusiaceae Tovomita brasiliensis (Mart.) Walp. Mangue da mata<br />

Clusia nemorosa Mey mata paú Ornamental<br />

115


Caraipa <strong>de</strong>nsifolia camaçarí Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Família Nome Científico Nome Vulgar<br />

Importância<br />

Econômica<br />

Symphonia globulifera L. bulandí Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Caraipa <strong>de</strong>nsiflora Mart. camaçarí Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Eleocarpaceae Sloanea obtusifolia (Moric) Schum. mamajuda Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Bombacaceae Eriotheca crenulaticalyx A. Robyns munguba da mata<br />

Tiliaceae Apeiba albiflora Ducke pau <strong>de</strong> jangada Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Lecythidaceae Lecythes pizonis Cambess. sapucaia Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Eschweilera luschnatii Miers. embiriba Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Gustavia augusta<br />

Flacourtiaceae Casearia aff. commersoniana Cambess<br />

Casearia cf. javitensis H. B. K. cafezinho <strong>do</strong> mato<br />

Lacistemataceae Lacistema sp. cocão branco<br />

Violaceae Rinorea sp.<br />

Sapotaceae Chrysophyllum splen<strong>de</strong>ns Spreng. asa <strong>de</strong> morcego<br />

Myrtaceae Calyptrantes sp.<br />

Chrysophyllum rufum Mart caimito Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Lucuma grandiflora DC. oiti trubá<br />

Pra<strong>do</strong>sia latescens (Vell.) Radlk cabraiba branca<br />

Micropholis gardneriana (DC) Warb. prejuí Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Manilkara salzmanii (A. DC.) Hit. Lam. maçaranduba Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Campomanesia dichotoma Berg.<br />

Gomi<strong>de</strong>siana martiana DC.<br />

Capparaceae Cleome spinosa mussambê Medicinal<br />

Myristicaceae Virola gardineri (DC.) Warb. urucuba Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Chrysobalanaceae Couepia rufa Ducke oiti coró Comestível<br />

Hirtella cf. birconis Mart. et Zucc. faxineiro<br />

Po<strong>do</strong>stemonaceae Mourera fluviatilis Aublet. muraré<br />

Fabacea Mimos. Inga bahiensis Benth ingá Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Inga cf. disantha ingá <strong>de</strong> cabelo Ma<strong>de</strong>ireira<br />

116


Inga thibaudiana DC. ingá táboa Ma<strong>de</strong>ireira<br />

I. blanchetiana Benth ingá Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Família Nome Científico Nome Vulgar<br />

Importância<br />

Econômica<br />

I. fagifolia (L.) Willd ingá Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Macrosamanea pedicellare (DC.) Kleinh. jaguarana Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Pithecellobium avaremotemo Mart. barbatimão Ma<strong>de</strong>ireira<br />

P. saman (Jacq.) Benth bordão <strong>de</strong> velho Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Fabacea Mimos. (cont.) Schranckia leptocarpa DC. malícia Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Stryphino<strong>de</strong>ndron pulcherrimum (Wild.) Hochr. favinha<br />

Plathymenia reticulata Benth amarelo Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Parkia pendula Benth visgueiro Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Fabacea Caes. Copaifera nitida Mart. pau d'óleo Oleaginosa<br />

Hymenaea martiana Hayne. jatobá Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Peltogyne recifensis Ducke barabu Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Bauhinia rubiginosa Bong. mororó Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Bauhinia sp.<br />

Dialium guianensis (Aubl.) Sandw.et. Barneby pau ferro Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Sclerolobium <strong>de</strong>nsiflorum Benth ingá porco Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Senna occi<strong>de</strong>ntalis L.<br />

Swartzia pickelii Killip ex Ducke jacarandá branco Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Fabacea Fab. Lonchocarpus guillerminianus Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Ormosia bahiensis olho <strong>de</strong> cabra Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Pterocarpus violaceus pau sangue Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Derris neuroscapha Benth. piaca<br />

Zollernia paraensis Hub. pau santo Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Bowdichia virgilioi<strong>de</strong>s H. B. K. sucupira mirim Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Bauhinia sp.<br />

Pterocarpus cf. violaceus Vog. pau sangue Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Melastomataceae Cli<strong>de</strong>mia hirta (L.) D. Don.<br />

Miconia albicans<br />

117


Combretaceae Buchenavia capitata Eichl. esparrada Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Olacaceae Schoepfia brasiliensis A. DC. cabelinho<br />

Lolanthaceae Psittacanthus dichrous Mart. erva <strong>de</strong> passarinho<br />

Família Nome Científico Nome Vulgar<br />

Celastraceae Maytenus sp.<br />

Euphorbiaceae Actinostemom megalophylla<br />

Aparisthemium cordatum<br />

Croton glanduloso<br />

Croton hirtus L.<br />

Euphorbiaceae (cont.) Mabea sp.<br />

Importância<br />

Econômica<br />

Maprounea sp. pinga orvalho Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Pera ferruginea Muell. Arg. sete cascos Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Pogonophora schomburkiana Miers cocão<br />

Richeria grandis Vahl. jaqueira d'água Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Cni<strong>do</strong>scolus urens cansanção<br />

Croton lobatus feijão <strong>de</strong> rolinha Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Sapindaceae Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk.<br />

Cupania racemosa (Vell.) Radlk. caboatã<br />

Serjania cf. glabrata Kunth<br />

Serjania salzmanniana Schlecht.<br />

Talisia sp. pitomba <strong>de</strong> macaco<br />

Burseraceae Protium aracouchini Marchand amesclinha<br />

Protium cf. giganteum Engl. amesclão<br />

Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand amescla <strong>de</strong> resina<br />

Anacardiaceae Tapirira guianensis Aubl. cupiuba Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Simaroubaceae Simarouba amara Aubl. praiba Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Picramnia glazioviana subsp. freijó da mata<br />

Rutaceae Hortia arborea Engler. laranjinha<br />

Meliaceae Trichilia lep<strong>do</strong>ta Mart caboatã lisa Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Humiriaceae Saccoglottis guianensis Benth Oití <strong>de</strong> morcego<br />

118


Erythroxylaceae Erythroxylum cf. grandifolium Mart. jaqueira da mata Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Erythroxylum squamatum Sw.<br />

Malpighiaceae Biyrsonima sericea DC. Muricí da mata<br />

Polygalaceae Polygala paniculata L. barba <strong>de</strong> são pedro<br />

Família Nome Científico Nome Vulgar Importância Econômica<br />

Araliaceae Schefflera morototoni morototó Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Loganiaceae Spigelia flemmingiana<br />

Apocynaceae Aspi<strong>do</strong>sperma discolor Pau falha Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Himatanthus bracteatus Angélica Ma<strong>de</strong>ireira<br />

Solanaceae Physalis neesiana camapu Medicinal<br />

Picramnia glazioviana subsp. freijó da mata<br />

Solanum sp.<br />

Convolvulaceae Merremia umbellata (L.) Urb. gitirana<br />

Verbenaceae Aegiphila vetellinifolia<br />

Citharaexylum pernambucensis salgueiro Ornamental<br />

Lamiaceae Leonotis nepetaefolia (L.) R. Br. cordão <strong>de</strong> fra<strong>de</strong> Ornamental<br />

Marsypianthes chamaedrys (Vahl.) Kuntz.<br />

Heretiaceae Cordia allio<strong>do</strong>ra Cham. gargáuba<br />

Cordia tokeve gargáuba<br />

Cordia verbenacea maria preta<br />

Acanthaceae Aphelandra nuda<br />

Ruellia bahiensis<br />

Campanulaceae Cephalostigma bahiensis A. DC. Ornamental<br />

Centropoghon cornutus (L.) Druce Melífera<br />

Rubiaceae Coccocypselum cordifolium<br />

Faramea salicifolia<br />

Gonzalagunia dico<strong>de</strong>a<br />

Psychotria bahiensis DC. erva <strong>de</strong> rato Tóxica<br />

Psychotria racemosa (Aubl.) Rauesh. erva <strong>de</strong> rato Tóxica<br />

Psychotria manipouroi<strong>de</strong>s DC. erva <strong>de</strong> rato Tóxica<br />

119


Salzmania nitida DC.<br />

Asteraceae Acanthospermum hispidum DC. fe<strong>de</strong>ração Medicinal<br />

Elephantopus angustifolius<br />

Vernonia scorpioi<strong>de</strong>s (Lam.) Pers.<br />

Commelinaceae<br />

Dichorisandra albomarginata Lin<strong>de</strong>n<br />

Família Nome Científico Nome Vulgar<br />

Importância<br />

Econômica<br />

Dichorisandra thyrsiflora Ornamental<br />

Cyperaceae Calyptrocarya glomerulata (Brongn) Urb. Ornamental<br />

Cyperus larcus Lam.<br />

Cyperus lascum Lam.<br />

Cyperus luzulae (L.) Retz capim estrela<br />

Cyperus sphacelatus Rollb<br />

Cyperaceae Hypolytrum bullatum C. B. Clarke<br />

Poaceae Chloris barbata (L.) Sw.<br />

Scleria pterota Presl. tiririca<br />

Chloris inflata Link.<br />

Poaceae (cont.) Digitaria horizontalis Wild.<br />

Digitaria insularis Mez ex Ekman pé <strong>de</strong> galinha<br />

Echinolaena inflexa (Poir) Chase<br />

Eragrostis articulata (Schr.) Nees<br />

Homolepis alturensis (H. B. K.) Chase<br />

Ichnanthus tenuis (Presl.)<br />

Ichnanthus sp.<br />

Olyra latifolia L.<br />

Paspalum varginatum Swartz.<br />

Panicum lascum Siv.<br />

Setaria setosa (Swartz) P. Beauv.<br />

Sporobolus tenuissimus (Schrank.) Kuntz.<br />

120


Heliconiaceae Heliconia psittacorum L. paquevira Ornamental<br />

Costaceae Costus sp.<br />

Marantaceae Calathea cf. pernambucensis Loes Ornamental<br />

Calathea sp. Ornamental<br />

Ctenanthe pernambucensis Arns et Mayo Ornamental<br />

Ischinosiphon gracilis (Rudge) Koern. Ornamental<br />

Maranta arundinacea L. araruta Comestível<br />

Maranta an<strong>de</strong>rsoniana Arns et Mayo Ornamental<br />

Família Nome Científico Nome Vulgar<br />

Importância<br />

Econômica<br />

Marantaceae (cont.) Maranta sp. Ornamental<br />

Marantaceae Monotagma plurispicatum (Koern.)<br />

Saranthe klotzschiana (Koern.) Eichl.<br />

Stromanthe porteana Gris.<br />

Stromanthe tonkat (Aubl.) Eichl.<br />

Arecaceae Bactris pickelii Burret coquinho Comestível<br />

Ponte<strong>de</strong>riaceae Ponte<strong>de</strong>ria cordata L. Ornamental<br />

Smilacaceae Smilax campestris Griseb.<br />

Dioscoriaceae Dioscoria trifida cará nambu Comestível<br />

Araceae Anthurium pentaphyllum (Aubl.) G. Don. anturio Ornamental<br />

Monstera andansonii Scott. jibóia da mata Ornamental<br />

Philo<strong>de</strong>ndrum imbe Schott imbé Ornamental<br />

Araceae (cont.) Philo<strong>de</strong>ndrum fragantissimum (Hook.) imbé Ornamental<br />

Bromeliaceae Aechmea aquilega (Salisb.) Griseb. gravatá Ornamental<br />

Aechmea cf. fulgens Brongn. gravatá Ornamental<br />

Aechmea ligulata (L.) Baker. gravatá Ornamental<br />

Aechmea mulfordii L. B. Smith gravatá Ornamental<br />

Canistrum aurantiacum E. Moren Ornamental<br />

Orchidaceae Cyrtopodium cff. An<strong>de</strong>rsonii R. Br. rabo <strong>de</strong> tatu Ornamental<br />

Epi<strong>de</strong>ndrum cff. cinnabarinum Salm. epi<strong>de</strong>ndro Ornamental<br />

Vanilla chamissonis Kl. baunilha Ornamental<br />

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