27.11.2014 Views

Revista Leitura de Bordo Outubro 2014

Torre de Belém - Marco da ousadia portuguesa

Torre de Belém - Marco da ousadia portuguesa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Ponto <strong>de</strong> Vista<br />

tinha sido colocada em prática durante os<br />

oito primeiros anos <strong>de</strong> gestão do atual grupo<br />

dominante.<br />

A proposta <strong>de</strong> um “Estado” mastodôntico<br />

é o fermento para que a corrupção se<br />

transforme em uma praga cada vez mais<br />

endêmica no tecido administrativo, fazendo<br />

com que o segmento produtivo tenha que<br />

pagar cada vez mais impostos para saciar a<br />

fome inesgotável dos que vivem – e enriquecem<br />

– sem contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

sem gerar nenhum emprego e sem<br />

produzir! Alimentam-se do Estado.<br />

O que surge como um projeto piloto<br />

po<strong>de</strong>, na verda<strong>de</strong>, alastrar-se não apenas<br />

para outras instâncias administrativas, mas<br />

para governos estaduais e municipais, solapando<br />

um setor que respon<strong>de</strong> por milhares<br />

<strong>de</strong> empregos e que é tratado <strong>de</strong> forma acintosa<br />

pela estrutura <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.<br />

Usar o argumento <strong>de</strong> práticas fraudulentas<br />

lembra aquela história do sujeito que<br />

se <strong>de</strong>scobre traído e resolve tirar o sofá da<br />

sala. É um simplismo que, a bem da verda<strong>de</strong>,<br />

revela a faceta mais perigosa que tem sido a<br />

característica do governo: o intervencionismo<br />

e a falta <strong>de</strong> politica séria.<br />

Fica, pois, escancarada a cegueira do<br />

governo – porque se ele teima em ocupar<br />

o espaço da ativida<strong>de</strong> produtiva, que sofre<br />

em suportar uma carga tributária estratosférica,<br />

ele está dando um tiro no pé. Inclusive<br />

para manter sua política <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong><br />

bonda<strong>de</strong>s ele precisa que a ativida<strong>de</strong> produtiva<br />

esteja na plenitu<strong>de</strong>. Ou vai buscar os<br />

recursos on<strong>de</strong>?<br />

Volto a dizer: é importante que nós tenhamos<br />

a preocupação <strong>de</strong> acompanhar o<br />

que está acontecendo ao nosso redor, porque<br />

ninguém está livre <strong>de</strong> ser alvo e, <strong>de</strong> repente,<br />

se <strong>de</strong>parar com uma concorrência<br />

<strong>de</strong>sleal e “kamikaze”.<br />

Sempre é bom lembrar que nada acontece<br />

<strong>de</strong> modo isolado ou impune.<br />

Quem já não leu alguma vez esse poema,<br />

falsamente atribuído ao poeta russo<br />

Maiakovski, mas que na realida<strong>de</strong> é do brasileiro<br />

Eduardo Alves da Costa?<br />

“Na primeira noite eles se aproximam<br />

e roubam uma flor<br />

do nosso jardim.<br />

E não dizemos nada.<br />

Na segunda noite, já não se escon<strong>de</strong>m:<br />

pisam as flores,<br />

matam nosso cão,<br />

e não dizemos nada.<br />

Até que um dia,<br />

o mais frágil <strong>de</strong>les<br />

entra sozinho em nossa casa,<br />

rouba-nos a luz, e,<br />

conhecendo nosso medo,<br />

arranca-nos a voz da garganta.<br />

E já não po<strong>de</strong>mos dizer nada.”<br />

Pois bem... esse poema, po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve<br />

servir <strong>de</strong> alerta para os tempos nos quais vivemos.<br />

www.leitura<strong>de</strong>bordo.com.br | <strong>Outubro</strong> <strong>2014</strong> | <strong>Leitura</strong> <strong>de</strong> <strong>Bordo</strong> 15

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!