Desempenho de aves caipira de corte alimentadas com ... - Emepa
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<strong>de</strong>ve-se, provavelmente, ao aumento na proteína assim<br />
<strong>com</strong>o, as interações benéficas entre a microflora, o intestino<br />
e o sistema imunológico, promovendo melhoria da digestão<br />
dos alimentos, aumento do crescimento e da resistência às<br />
doenças, redução da incidência <strong>de</strong> diarreias, diminuição da<br />
produção <strong>de</strong> gases e inibição <strong>de</strong> toxinas promovidas pela<br />
levedura (Araújo et al., 2009). Nesse contexto, Ga<strong>de</strong>lha et al.<br />
(2006) verificaram que a farinha integral <strong>de</strong> mandioca po<strong>de</strong><br />
ser incluída nas dietas <strong>de</strong> frangos <strong>caipira</strong>s na fase <strong>de</strong> 35 a 84<br />
dias em até 53% sem prejudicar o <strong>de</strong>sempenho, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />
ocorra um equilíbrio do teor aminoácido da ração. Latrille et<br />
al. (1976) não verificaram prejuízos no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> <strong>aves</strong><br />
quando da substituição do farelo <strong>de</strong> soja em até 10% por<br />
levedura. Subrata et al. (1997) e Grigoletti et al. (2002)<br />
também não constataram diferenças no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong><br />
frangos <strong>de</strong> <strong>corte</strong>, quando utilizaram levedura e antibióticos e<br />
somente levedura, respectivamente.<br />
Não se verificou efeitos das rações formuladas <strong>com</strong><br />
alimentos alternativos sobre conversão alimentar, cujos<br />
valores médios foram 2,28 e 2,51, respectivamente, para os<br />
machos e as fêmeas. Esses resultados corroboram <strong>com</strong> os<br />
obtidos por Bezerra et al. (2007), também, não encontraram<br />
diferenças significativas para a conversão alimentar quando<br />
utilizaram 0, 15, 30 e 45% <strong>de</strong> raspa <strong>de</strong> mandioca em<br />
substituição ao milho até os 90 dias, <strong>com</strong> valores médios<br />
piores aos <strong>de</strong>ste trabalho (3,6 a 3,9), por Ga<strong>de</strong>lha et al. (2006)<br />
que, também, não observaram efeito da inclusão <strong>de</strong> 0, 18, 36<br />
e 53% <strong>de</strong> farinha integral <strong>de</strong> mandioca <strong>de</strong> 35 a 84 dias <strong>de</strong><br />
ida<strong>de</strong> sobre a conversão alimentar <strong>de</strong> frangos <strong>caipira</strong>s, por<br />
Carrijo et al. (2010) que não encontraram diferença entre a<br />
ração <strong>com</strong> milho e 0, 15, 30 e 45% <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong> raízes <strong>de</strong><br />
mandioca na conversão alimentar <strong>de</strong> galinha tipo <strong>caipira</strong> <strong>de</strong><br />
Tabela 2. Médias <strong>de</strong> peso, ganho <strong>de</strong> peso e conversão alimentar <strong>de</strong><br />
machos e fêmeas <strong>caipira</strong> aos 80 dias.<br />
Tratamentos<br />
Média<br />
DMS<br />
QM (Tratamentos)<br />
CV(%)<br />
Média<br />
DMS<br />
QM (Tratamentos)<br />
CV(%)<br />
Peso<br />
(g)<br />
Machos <strong>caipira</strong><br />
T1 (convencional)<br />
2.728 a<br />
T2 (50% mandioca + levedura) 2.684 a<br />
T3 (50% mandioca in natura) 2.573 a<br />
T4 (40% palma + levedura) 2.632 a<br />
2.654<br />
190,68<br />
67.045,80 ns<br />
3,97<br />
Fêmeas <strong>caipira</strong><br />
T1 (convencional)<br />
2.414 a<br />
T2 (50% mandioca + levedura) 2.408 a<br />
T3 (50% mandioca in natura) 2.269 a<br />
T4 (40% palma + levedura) 2.323 a<br />
2.353<br />
197,05<br />
73.348,55 ns<br />
4,62<br />
Ganho <strong>de</strong> peso<br />
(g)<br />
2.698 a<br />
2.654 a<br />
2.543 a<br />
2.602 a<br />
2.624<br />
189,57<br />
67.035,82 ns<br />
4,61<br />
2.384 a<br />
2.384 a<br />
2.378 a<br />
2.240 a<br />
2.323<br />
196,09<br />
73.339,56 ns<br />
4,68<br />
Conversão<br />
alimentar<br />
2,23 a<br />
2,27 a<br />
2,36 a<br />
2,32 a<br />
2,28<br />
0,18<br />
0,028 ns<br />
4,55<br />
2,46 a<br />
2,45 a<br />
2,61 a<br />
2,55 a<br />
2,51<br />
0,29<br />
0,785 ns<br />
4,59<br />
Médias seguidas da mesma letra não, nas colunas, não diferem<br />
significativamente entre si, pelo Teste Tukey a 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.<br />
<strong>corte</strong> aos 84 dias <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, <strong>com</strong> valores médios superiores ao<br />
<strong>de</strong>sta pesquisa, assim <strong>com</strong>o e por Souza et al. (2011) que<br />
constataram valores mais altos <strong>de</strong> conversão alimentar (3,46<br />
a 3,12) no intervalo <strong>de</strong> 57 a 84 dias para frangos <strong>caipira</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>corte</strong> quando utilizaram 0% a 60% do farelo da raiz integral<br />
<strong>de</strong> mandioca na alimentação <strong>de</strong>ssas <strong>aves</strong>.<br />
De acordo <strong>com</strong> a análise econômica para <strong>aves</strong> machos<br />
(Tabela 3), verificou-se que a taxa <strong>de</strong> retorno foi <strong>de</strong> 1,78 para<br />
a ração convencional (Tratamento 1) sendo inferior aos<br />
tratamentos T2, T3 e T4 <strong>com</strong> valores, respectivamente <strong>de</strong><br />
2,08, 2,05 e 2,03. Os incrementos nas taxas <strong>de</strong> retorno para<br />
esses tratamentos em <strong>com</strong>paração ao convencional<br />
(concentrado + milho) foram: 14,23%, 13,17% e 12,31%,<br />
respectivamente.<br />
Com relação à análise econômica para as fêmeas (Tabela<br />
3), observa-se que a taxa <strong>de</strong> retorno foi <strong>de</strong> 1,56 para a ração<br />
convencional (Tratamento 1) que foi inferior aos tratamentos<br />
T2, T3 e T4 <strong>com</strong> valores, respectivamente <strong>de</strong> 1,84, 1,79 e<br />
1,77, ou seja, o retorno para o capital investido foi <strong>de</strong> 84%,<br />
79% e 77%, respectivamente. Esses valores são<br />
consi<strong>de</strong>rados altos, entretanto, <strong>de</strong>ve-se enfatizar que essas<br />
taxas <strong>de</strong> retorno são referentes aos custos e receitas aos 80<br />
dias <strong>de</strong> vida das <strong>aves</strong> e, que à medida que aumentam os dias,<br />
haverá, a partir daí, redução na taxa <strong>de</strong> retorno, visto que<br />
haverá maior consumo <strong>de</strong> ração e menor produção <strong>de</strong> carne,<br />
onerando os custos <strong>de</strong> produção e reduzindo a margem <strong>de</strong><br />
lucro. Com efeito, a partir dos 80 dias, o produtor <strong>de</strong>verá<br />
procurar ven<strong>de</strong>r a sua produção visando maximizar seu<br />
retorno econômico.<br />
Os incrementos nas taxas <strong>de</strong> retorno para esses<br />
tratamentos em <strong>com</strong>paração ao convencional (concentrado +<br />
milho) foram: 15,21%, 12,85% e 11,86%, respectivamente.<br />
Esses resultados <strong>de</strong>veram-se, provavelmente, aos menores<br />
preços da mandioca e da palma forrageira em relação ao<br />
milho moído, que refletiram na diminuição dos custos <strong>de</strong><br />
produção das <strong>aves</strong>, levando-se em conta que o preço médio<br />
<strong>de</strong> um kg <strong>de</strong> raiz <strong>de</strong> mandioca foi <strong>de</strong> R$ 0,20, sendo as folhas<br />
e as ramas cedidas pelo agricultor. O preço do kg da palma foi<br />
<strong>de</strong> R$ 0,30, enquanto o do milho foi <strong>de</strong> R$ 0,70.<br />
Um fator que <strong>de</strong>ve ser pon<strong>de</strong>rado é que a mandioca e a<br />
palma forrageira são culturas tradicionalmente cultivadas<br />
pelo pequeno produtor rural, que po<strong>de</strong>rá diminuir<br />
significativamente a <strong>de</strong>pendência do produtor na aquisição<br />
do milho, reduzindo o capital investido no seu<br />
empreendimento. Este fato reflete a importância <strong>de</strong> estudos<br />
<strong>de</strong> alimentos não convencionais capazes <strong>de</strong> promover a<br />
redução <strong>de</strong> custos das rações sem perdas substanciais para o<br />
<strong>de</strong>sempenho dos animais (Franzol et al., 1998; Cruz et al.,<br />
2006), principalmente, para o pequeno produtor rural.<br />
Com efeito, o pequeno produtor que não disponibiliza <strong>de</strong><br />
recursos financeiros para aquisição <strong>de</strong> milho e do<br />
concentrado, po<strong>de</strong>rá utilizar 71% do farelo <strong>de</strong> mandioca ou<br />
57% da palma forrageira produzidos na proprieda<strong>de</strong> na<br />
alimentação das <strong>aves</strong> <strong>caipira</strong>s e <strong>com</strong>plementar <strong>com</strong> o milho<br />
adquirido fora ou proveniente do seu imóvel rural, visando<br />
diminuir o capital a ser <strong>de</strong>sembolsado e os custos <strong>de</strong><br />
produção no seu empreendimento.<br />
52<br />
Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.6, n.2, p.49-54, jun. 2012