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Diabetes mellitus Conduta terapêutica na gestação - Área ...

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A incidência de diabetes apresenta incremento<br />

em todo o mundo. Entre os principais<br />

fatores envolvidos destaca-se o aumento da<br />

obesidade infantil e em adultos, sugerindo<br />

que a prevalência <strong>na</strong> gestação também esteja<br />

em elevação. (1) No Brasil, a prevalência<br />

estimada de diabetes <strong>na</strong> população é de<br />

7,6%. (2) Estima-se que para uma população<br />

mundial de 6,29 bilhões em 2001 - dos quais<br />

4,97 bilhões nos países em desenvolvimento<br />

- existiam cerca de 65 milhões de diabéticos,<br />

sendo que deste total teríamos 15 milhões de<br />

mulheres diabéticas em idade reprodutiva,<br />

uma verdadeira epidemia global. Evidências<br />

obtidas em estudos epidemiológicos têm<br />

demonstrado a intima relação entre o maior<br />

peso ao <strong>na</strong>scimento, especialmente quando<br />

superior a 4.000 g, com a ocorrência de<br />

obesidade, hipertensão, diabetes <strong>mellitus</strong> e<br />

morte por doença isquêmica coro<strong>na</strong>ria<strong>na</strong> <strong>na</strong><br />

vida adulta. Admite-se que a exposição intrauteri<strong>na</strong><br />

a um ambiente hiperglicêmico seja<br />

uma causa determi<strong>na</strong>nte para a ocorrência do<br />

DM tipo 2 e de obesidade em adolescentes<br />

e adultos jovens, associada à predisposição<br />

genética existente <strong>na</strong> prole de mulheres diabéticas<br />

e pré-diabéticas.<br />

O diabetes <strong>mellitus</strong> que complica a gravidez,<br />

gestacio<strong>na</strong>l ou não, representa um<br />

modelo típico de origem fetal das doenças<br />

do adulto, a partir da conhecida relação de<br />

causa e efeito entre macrossomia, síndrome<br />

metabólica e doença cardiovascular. Desta<br />

forma, é importante ressaltar que o rastreamento<br />

é tarefa importante e deve ser estimulado.<br />

Todavia, o tratamento não deve nunca<br />

ser negligenciado.<br />

Neste artigo, apontamos aspectos relevantes<br />

do tratamento do diabetes durante<br />

a gestação e enfatizamos o papel de todos<br />

os profissio<strong>na</strong>is de saúde que participam da<br />

assistência pré-<strong>na</strong>tal.<br />

Tratamento<br />

<strong>Conduta</strong> médica e obstétrica<br />

O trabalho integrado em equipe multiprofissio<strong>na</strong>l<br />

é a chave para a manutenção<br />

da glicemia plasmática e/ou capilar de jejum<br />

em níveis inferiores a 95 mg/dL e glicemias<br />

de duas horas pós-prandiais inferiores a<br />

100 mg/dL todos os dias de gravidez. Estas<br />

são as metas definidas para a equipe assistencial<br />

- médico obstetra, endocrinologista,<br />

enfermeiro, nutricionista, psicólogo e o profissio<strong>na</strong>l<br />

de atividades físicas – que se atingidas<br />

determi<strong>na</strong>m prognóstico peri<strong>na</strong>tal similar ao<br />

de grávidas normais. (3)<br />

Dieta<br />

O tratamento inicial do DMG consiste <strong>na</strong><br />

prescrição de dieta adequada ao peso materno<br />

e idade gestacio<strong>na</strong>l com o objetivo de<br />

proporcio<strong>na</strong>r os nutrientes essenciais para<br />

a mãe e para o feto, além de controlar os<br />

níveis de glicose. O grau de obesidade da<br />

paciente é avaliado pelo cálculo do índice de<br />

massa corpórea pré-gravídico (peso em kg<br />

dividido pela altura em metros ao quadrado),<br />

que identifica desnutrição (< 19,8 kg/m 2 ),<br />

eutrofia (19,8 a 26 kg/m 2 ), sobrepeso (26 a<br />

29 kg/m 2 ) e obesidade (maior que 29 kg/m 2 ).<br />

É importante considerar duas variáveis: o<br />

peso pré-gestacio<strong>na</strong>l (classificando-as em<br />

obesas e não obesas) e o trimestre ou sema<strong>na</strong>s<br />

de gestação. Na gestante não obesa,<br />

deve-se ter como meta do primeiro trimestre<br />

a ingestão de até 30 kcal/kg/24 horas, alcançando<br />

38 kcal/kg/24 horas nos segundo e<br />

terceiro trimestres de gestação, já que nesta<br />

fase elevam-se muito as demandas fetais por<br />

todos os nutrientes. No fi<strong>na</strong>l do 2º trimestre<br />

(de 26 a 28 sema<strong>na</strong>s de gestação) o feto<br />

tem em média 1 kg e no fi<strong>na</strong>l de mais um<br />

trimestre alcançará em média 3 a 3,5 kg. Em<br />

12 Rev Med Mat Fetal 2011;2(1):11-18.

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