Diabetes mellitus Conduta terapêutica na gestação - Ãrea ...
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forto respiratório. As insuli<strong>na</strong>s mais utilizadas<br />
são a insuli<strong>na</strong> rápida e a intermediária NPH.<br />
O cálculo da dosagem inicial de insuli<strong>na</strong><br />
varia com o trimestre de gestação no qual a<br />
gestante se encontra, devendo a dose diária<br />
ser dividida em três ou quatro aplicações.<br />
No 1º trimestre (até 12 sema<strong>na</strong>s) utilizam-se<br />
0,5 U/kg/24 horas para gestantes não obesas<br />
e 0,7 U/kg/24 horas se a gestante for<br />
obesa. A partir da 26ª sema<strong>na</strong> inicia-se com<br />
0,8 U/kg/24 horas com aumento progressivo<br />
até 1,2 u/kg/24 horas. Por exemplo: gestante<br />
de 60 kg <strong>na</strong> 30ª sema<strong>na</strong>, necessitará de<br />
0,8 U x 60 kg = 48 U em 24 horas, divididas<br />
em quatro doses de 12 unidades (antes do<br />
café da manhã 12 U de insuli<strong>na</strong> NPH; antes<br />
do almoço 12 U de insuli<strong>na</strong> regular; antes<br />
do jantar 12 U de insuli<strong>na</strong> regular, ao deitar<br />
12 U de insuli<strong>na</strong> NPH). Os ajustes das doses<br />
de insuli<strong>na</strong> serão determi<strong>na</strong>dos de acordo<br />
com o perfil glicêmico obtido nos dias seguintes.<br />
Alguns autores estimam que cerca<br />
de 15 a 60% das pacientes com diagnóstico<br />
de DMG necessitam de insulinoterapia. (4,5) A<br />
circunferência abdomi<strong>na</strong>l fetal prediz efeitos<br />
neo<strong>na</strong>tais imediatos e tardios, podendo ser<br />
usada para retardar a utilização da insuli<strong>na</strong>,<br />
quando se apresenta normal, mesmo com<br />
perfil glicêmico levemente alterado. (6) Muitas<br />
estratégias têm sido recomendadas para a<br />
administração de insuli<strong>na</strong>, como a insulinoterapia<br />
profilática, dose máxima de insuli<strong>na</strong><br />
tolerada pela paciente, dose única diária de<br />
insuli<strong>na</strong> e múltiplas doses diárias de insuli<strong>na</strong>,<br />
tentando simular as demandas fisiológicas<br />
da paciente com DMG. As múltiplas doses,<br />
iniciadas por critérios já estabelecidos, têm<br />
ampla aceitação <strong>na</strong> literatura e tem sido esse<br />
o esquema mais recomendado. Gestantes<br />
obesas geralmente necessitam do dobro<br />
da dose habitual para adequado controle<br />
glicêmico.<br />
Quadro 1. Dose total de insuli<strong>na</strong><br />
recomendada<br />
1º trimestre:<br />
0,7 ui/kg/dia (Divididas em quatro doses)<br />
2º trimestre:<br />
0,8 ui/kg/dia (Insuli<strong>na</strong> regular pré-prandial)<br />
3º trimestre:<br />
0,9 ui/kg/dia (Insuli<strong>na</strong> NPH ao deitar, se necessário)<br />
Os análogos da insuli<strong>na</strong> com ação mais<br />
rápida (Lispro ® e Aspart ® ) melhoram os resultados<br />
pós-prandiais, que mimetizam a primeira<br />
fase da secreção de insuli<strong>na</strong>, causando<br />
menos hipoglicemia. Como desvantagem, têm<br />
custo mais elevado e não são fornecidos pelo<br />
sistema público de saúde. Outras insuli<strong>na</strong>s de<br />
longa ação (Glargine ® e Determir ® ), que não<br />
causam picos de insuli<strong>na</strong>, além de insuli<strong>na</strong>s<br />
para uso <strong>na</strong>sal ou transdérmicas, ainda estão<br />
em estudo. Os ajustes <strong>na</strong> dose de insuli<strong>na</strong> não<br />
devem exceder 20% da dose utilizada <strong>na</strong>quele<br />
horário, conforme o perfil glicêmico. Nas gestantes<br />
com DM1, a dose pré-gravídica deve ser<br />
mantida e o ajuste deve ser mais cuidadoso.<br />
Existem diversas recomendações <strong>na</strong> literatura<br />
quanto à indicação, utilização de insuli<strong>na</strong> em<br />
um menor número de pacientes, com doses<br />
menores e menos frequentes. O uso i<strong>na</strong>dequado<br />
da insuli<strong>na</strong> pode ser melhor avaliado<br />
pelo resultado peri<strong>na</strong>tal. Parâmetros de controle<br />
glicêmico mais liberais vão aumentar<br />
a morbidade peri<strong>na</strong>tal, principalmente com<br />
altos índices de macrossomia. Os principais<br />
temores relacio<strong>na</strong>dos ao uso da insuli<strong>na</strong> são<br />
os possíveis efeitos deletérios da hipoglicemia<br />
sobre a mãe e sobre o concepto. As gestantes<br />
portadoras de DM1, que são muito sensíveis à<br />
insuli<strong>na</strong>, podem ter convulsões e coma após<br />
uma crise hipoglicêmica severa. As gestantes<br />
com DMG apresentam ape<strong>na</strong>s hipoglicemias<br />
14 Rev Med Mat Fetal 2011;2(1):11-18.