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Revista Portfolium | 01

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|RETRANCA| | CULTURA | JORNALISTA<br />

O festival busca trazer grandes<br />

nomes da região para apresentar-se<br />

durante o evento<br />

Fotos Wanderley Costa<br />

Além de espetáculos próprios, a<br />

Cia. busca trazer produções de<br />

outras cidades<br />

Foto: Lucas Ventura<br />

Texto Ana Guedes)<br />

Andando pelas cidades que fazem parte da região do Alto Tietê, percebemos que existem<br />

lugares em que a arte pode ser mostrada, porém não destacam ou incentivam a mesma.<br />

Teatros, centros de cultura, galpões para apresentações artísticas e casarões que, até há<br />

alguns anos, viviam lotados de bailarinos e artistas, hoje foram fechados ou reduzidos a algumas<br />

mostras por mês. Mesmo com tantas escolas que incentivam a arte – pelo menos cinco principais<br />

entre Suzano e Mogi das Cruzes -, há poucas pessoas que se envolvem com cultura e acabam<br />

deixando que lugares que possuem um espaço dedicado à área sejam facilmente alugados.<br />

Para a bailarina Thaís Mello, há uma burocracia excessiva envolvendo os interpretes. Em um<br />

festival de dança – que possua ou não uma competição -, taxas altas são pedidas para que possam<br />

apenas alugar o espaço. Segundo Thaís, poucas pessoas entendem que cultura é educação. “Ainda<br />

tem muita gente que nos vê como desocupados, acham que o que fazemos é um hobby”, acrescenta.<br />

O Alto Tietê sempre foi referência em cultura. Há alguns anos, ao mencionar o nome de alguma<br />

intervenção cultural que acontecesse na região, diversos artistas se interessariam. Atores, bailarinos<br />

e dançarinos que saíram de pequenos espaços que pertencem à região para companhias de dança<br />

brasileiras e estrangeiras são inúmeros. Porém, o problema é a oscilação no incentivo à cultura.<br />

04 | <strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong><br />

FALTA DE INCENTIVO E<br />

BUROCRACIA DEIXAM ALTO TIETÊ<br />

FORA DO CICLO CULTURAL<br />

Região procura novas saídas e palcos para mostrar seu trabalho.<br />

Ao mesmo tempo em que<br />

a cidade de Poá possui um<br />

programa cultural que busca a<br />

melhoria - com a construção de<br />

um Teatro Municipal, exposições<br />

e peças teatrais sempre em<br />

cartaz -, a cidade de Suzano,<br />

que até pouco tempo tinha uma<br />

identificação com a cultura,<br />

fechou a maioria de seus centros.<br />

“É uma cidade inóspita”, afirma<br />

a atriz Danielle Santana, da<br />

Companhia Contadores de<br />

Mentira, ao mencionar que,<br />

atualmente, a cidade está quase<br />

sem nenhum programa cultural,<br />

apenas com o próprio teatro da<br />

Companhia da qual faz parte.<br />

Com a participação em<br />

movimentos, como o Fórum do<br />

Interior, Grande São Paulo e<br />

Litoral (que discute a política<br />

pública para a arte), a Cia.<br />

Foto Lucas Ventura<br />

de Teatro Contadores de Mentira procura sempre um diálogo<br />

com o Secretário de Cultura para que haja um incentivo fiscal<br />

maior na pasta, especialmente nas cidades menores. “Para ter<br />

uma descentralização, tem que ter uma distribuição de recursos<br />

uma pouco mais igualitária”, salienta a atriz. Segundo Danielle,<br />

um marco histórico este ano foi conseguirem, para o Estado de<br />

São Paulo, mais de R$ 14 milhões para o incentivo à cultura.<br />

As idealizações de novos programas para a arte são muitas.<br />

A bailarina Thaís Mello, junto com a irmã e bailarina Ana Carolina<br />

Prado, montaram o Talento Festival de Dança, na cidade de Mogi das<br />

Cruzes, para poder mostrar a todos os novos interpretes da região.<br />

Antes conhecido como “Mostra”, o festival tem com principal intuito<br />

celebrar a dança. “Queremos um dia de celebração da arte, queremos<br />

que o artista tenha espaço para expor a sua arte.”, explica Thaís.<br />

No entanto, por mais que ainda ocorram diversas intervenções<br />

na região, as cidades ficam órfãs com a falta de incentivo de<br />

governantes. Os próprios artistas precisam dedicar um tempo para<br />

procurar novos lugares para mostrar sua arte e criar novos espaços<br />

para apresentar trabalhos de qualidade para que a apreciação da<br />

cultura seja sempre especial. ”Nós temos que convencer prefeituras<br />

que a arte é importante para uma cidade e convencer o público<br />

que isso é importante para ele.”, afirma a atriz Danielle Santana.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Portfolium</strong> | 05

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