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Revista Portfolium | 01

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|RETRANCA| | JORNALISMO JORNALISTA |<br />

|RETRANCA| | MARKETING|<br />

JORNALISTA<br />

Em meio a posts e tweets:<br />

redes sociais como<br />

‘sobrevida’ do texto<br />

A nova era do<br />

marketing político<br />

(por Ana Guedes)<br />

(por Eduardo Faria)<br />

Jornalistas veteranos encontram nas redes sociais “um meio<br />

de dar uma sobrevida ao texto”. A declaração foi concedida<br />

por Maurício Stycer, crítico de TV no portal UOL, durante<br />

a apresentação do painel Redes Sociais: a reinvenção da<br />

primeira página, no último dia do 9º Congresso Internacional<br />

de Jornalismo Investigativo (Abraji).<br />

O experiente jornalista mostrou-se confiante em relação<br />

aos benefícios das redes sociais para o desempenho da profissão.<br />

Para ele, além da acessibilidade, a velocidade da rede<br />

contribui para um feedback mais rápido entre jornalista e leitor.<br />

Stycer confessou que, durante muito tempo, resistiu ao uso<br />

do facebook, por se tratar de uma rede muito pessoal, optando<br />

apenas pelo uso do twitter para promover seu trabalho. No<br />

entanto, com o passar do tempo e após iniciar seu trabalho<br />

no site da UOL, reconheceu a importância do meio e passou a<br />

utilizá-lo como uma opção a mais.<br />

“Estou começando a transformar minha página pessoal<br />

do facebook, num micro canal da UOL, para divulgar meus<br />

textos sobre TV”, comentou.<br />

Bem humorado, Stycer brincou durante sua apresentação<br />

dizendo que “o twitter é um revisor dos meus textos”, ao contar<br />

alguns casos em que os leitores que o seguem, apontavam<br />

alguns erros de digitação, opinavam, ou até mesmo questionavam<br />

algumas informações contidas em seus posts.<br />

Limitações nas redações<br />

Luis Fernando Bovo, editor de Conteúdos Digitais do jornal<br />

O Estado de S. Paulo, acompanhou Stycer na apresentação<br />

do painel. Bovo dividiu sua apresentação em dois tempos:<br />

antes e depois do facebook. Para ele, a rede social exerce<br />

uma importância significativa na repercussão das notícias. “As<br />

pessoas não querem apenas os conteúdos disponíveis na home<br />

do site. Elas querem a notícia no facebook”, comentou, ao informar<br />

que durante a Copa do Mundo o site do Estadão bateu<br />

recorde, com mais de 2,4 milhões de curtidas nos posts sobre<br />

o evento.<br />

Além do tema proposto pelo painel, outro ponto abordado<br />

pelos conferencistas<br />

foi a dificuldade em gerenciar<br />

todo conteúdo produzido<br />

pelo público que acompanha<br />

os posts, tweets e comentários<br />

nas plataformas on-line.<br />

Segundo Bovo, apesar das<br />

redes sociais favorecerem a<br />

participação massiva nos conteúdos,<br />

através de comentários<br />

e opiniões, as redações<br />

não aproveitam tudo o que a<br />

rede oferece em termos de sugestões<br />

de pautas. Para ele,<br />

isso se deve ao excesso de informações<br />

e a falta de profissionais<br />

para realizar o monitoramento<br />

dessa interatividade.<br />

Na época das eleições sabemos que, no<br />

dia em que decidiremos nossos governantes,<br />

iremos encontrar os chamados<br />

“santinhos” espalhados pelas ruas em torno<br />

das seções eleitorais. Durante toda a campanha,<br />

teremos que ver cavaletes com o número<br />

do candidato, suas promessas e suas realizações,<br />

em muros e nas ruas. Mas, será que ainda<br />

funciona? A mudança do comportamento<br />

do eleitorado é o que os profissionais de marketing<br />

estão analisando, bem como a importância<br />

da transferência dos papéis para as<br />

mídias digitais, em especial as redes sociais.<br />

Nesse sentido, um dos destaques da eleição<br />

passada foi o vereador de Mogi das Cruzes, Caio<br />

Cunha (Partido Verde - PV), que preferiu fazer sua<br />

campanha somente através das redes sociais.<br />

O projeto, que começou em 2006, foi proposto<br />

para fugir do que era comum. “Nossa<br />

proposta era sair do convencional e, por não<br />

termos recursos financeiros, apostamos em divulgar<br />

nossos projetos nas redes sociais”, salienta.<br />

Já para Anderson Grego, assessor parlamentar<br />

do vereador, utilizar as redes sociais também<br />

contribuiu para aproximar o candidato de seu<br />

público-alvo. “Gerar comunicação digital trouxe<br />

o eleitor para mais perto”, acrescenta Grego.<br />

Com cerca de dois mil seguidores no facebook,<br />

o vereador consegue falar com os cidadãos sobre<br />

o que está ocorrendo de importante na Câmara<br />

da cidade. Segundo Cunha, isso também<br />

gerou uma mudança no comportamento dos outros<br />

parlamentares. “Eles perceberam que o uso<br />

das mídias sociais está em ascensão”, destaca.<br />

Para muitos especialistas da área de<br />

Marketing Político, a demanda de campanhas em<br />

redes sociais só tende a aumentar. E, para que isso<br />

aconteça de uma maneira que todo o eleitorado<br />

entenda o que está ocorrendo, os políticos<br />

deverão focar na interação com os eleitores e<br />

no engajamento de quem está coordenando<br />

para conseguir o impacto necessário.<br />

.<br />

Foto por Cauê<br />

Maldonado<br />

Caio Cunha (foto) procura sempre<br />

informar seus eleitores através da<br />

rede social para mostrar o que<br />

está ocorrendo na Câmara dos<br />

Deputados<br />

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